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 O grande mérito desta lei é o de, a princípio,

tornar permanentes as regras para todas as


eleições, pois, até sua edição, o que se tinha era
uma norma diferente estabelecendo regras
diferentes a cada pleito, atendendo, obviamente,
aos interesses de quem ora ocupava o poder.
 Dissemos “a princípio“ porque esta lei vem
sofrendo alterações ao longo do tempo. Contudo, não
devemos entender estas modificações como a
imposição de fórmulas eleitorais novas, e sim o
aperfeiçoamento daquelas originalmente elaboradas.
Disposições Gerais
Disposições Gerais
Art. 1º, caput, Lei 9.504/97. As eleições para Presidente e
Vice-Presidente da República, Governador e Vice-
Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e
Vice-Prefeito, Senador, Deputado Federal, Deputado
Estadual, Deputado Distrital e Vereador dar-se-ão, em
todo o País, no primeiro domingo de outubro do ano
respectivo.
Art. 1º, parágrafo único, Lei 9.504/97. Serão realizadas
simultaneamente as eleições:
I - para Presidente e Vice-Presidente da República,
Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal, Senador, Deputado Federal, Deputado
Estadual e Deputado Distrital;
II - para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
 Este dispositivo estabelece a realização de dois tipos de
eleições:
1) As eleições gerais para Presidente e Vice-Presidente da
República, Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual
e Deputado Distrital; e
2) as eleições municipais para Prefeito, Vice-Prefeito e
Vereador.
Art. 2º, caput, Lei 9.504/97. Será considerado eleito
o candidato a Presidente ou a Governador que
obtiver a maioria absoluta de votos, não
computados os em branco e os nulos.
Art. 2º, § 1°, Lei 9.504/97. Se nenhum candidato
alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-
se-á nova eleição no último domingo de outubro,
concorrendo os dois candidatos mais votados, e
considerando-se eleito o que obtiver a maioria dos
votos válidos.
 Tem-se aqui a adoção do sistema majoritário de
maioria absoluta e, consequentemente, a
possibilidade de haver 2° turno.
 Este dispositivo também informa a não
contabilização dos votos brancos e nulos como
votos válidos.
 Qual a diferença entre voto em branco e voto nulo?
Tecnicamente, o voto em branco é a ausência de manifestação
de vontade por parte do eleitor, seja por não entender como apto
nenhum dos candidatos apresentados, seja como forma de
protesto por descontentamento com a classe política em geral,
seja por outro motivo qualquer. Já o voto nulo pode ser fruto de
um erro (digitação de número inexistente e sua confirmação, por
exemplo), ou também uma forma de protesto ou não adesão a
nenhuma das candidaturas apresentadas.
 Qual a diferença entre voto em branco e voto
nulo?
 Na prática, porém, não há diferença alguma, pois
ambos são considerados votos inválidos e, portanto,
não serão contabilizados para efeito de apuração do
mais votado.
Art. 2°, § 2°, Lei 9.504/97, Se, antes de realizado o
segundo turno, ocorrer morte, desistência ou
impedimento legal de candidato, convocar-se-á,
dentre os remanescentes, o de maior votação.
 Perceba que a lei não fala em convocação do terceiro
colocado, e sim daquele de maior votação dentre os
remanescentes. Isto quer dizer que se o um dos dois mais
votados morrer, desistir ou sofrer impedimento legal, e o
terceiro colocado, por exemplo, recusar a convocação,
deverá então a justiça eleitoral convocar o quarto colocado.
Se este também recusar-se, convocar-se-á o quinto, e
assim por diante.
 Pelo texto acima é possível depreender que a
convocação aqui tratada não tem o mesmo sentido de
convocação dado, por exemplo, na prestação do serviço
militar. Enquanto esta tem caráter obrigatório, a
modalidade de convocação para a disputa de segundo
turno de uma eleição tem a forma de uma opção, ou
seja, cabe ao candidato convocado decidir se aceita ou
não participar do pleito.
Art. 2°, § 3°, Lei 9.504/97. Se, na hipótese dos
parágrafos anteriores, remanescer em segundo
lugar mais de um candidato com a mesma votação,
qualificar-se-á o mais idoso.
 Tem-se aqui o critério de desempate
determinado pela lei.
“Em Cariús (CE), cidade de pouco menos de 20 mil habitantes, dois
candidatos tiveram exatamente o mesmo número de votos: 5.811.
Nizo (PMB) e Iran (PSDB) tiveram, cada um, 48,34% dos votos
válidos. Com o empate, a eleição foi decidida de modo inusitado ,
pelo critério "idade". Iran, de 46 anos, acabou desbancando Nizo,
de 41.”
 Fonte: http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2016/blog/eleicao-
2016-em-numeros/post/em-cidade-do-ce-disputa-empata-e-prefeito-
e-eleito-pela-idade.html
Art. 2º, § 4º, Lei 9.504/97. A eleição do Presidente importará a do
candidato a Vice-Presidente com ele registrado, o mesmo se
aplicando à eleição de Governador.
 Aqui, a simultaneidade da eleição do titular do cargo e de seu
respectivo vice. Alguns autores denominam esta regra de
princípio da unicidade das chapas. Importante observar, neste
aspecto, que apesar de a chapa ser uma e indivisível,uma
eventual inelegibilidade pode atingir apenas um dos integrantes .
 Quer dizer, se a inelegibilidade for de ordem pessoal,
somente o componente por ela atingido é que deverá ser
retirado da disputa. Por exemplo, se no curso do
processo eleitoral o candidato a Presidente sofrer
condenação transitada em julgado em uma impugnação
do pedido de registro de candidatura, apenas este deverá
ser substituído. O postulante à vice-presidência
permanecerá o mesmo.
Art. 3°, caput, Lei 9.504/97. Será considerado eleito
Prefeito o candidato que obtiver a maioria dos
votos, não computados os em branco e os nulos.
Art. 3°, § 1°, Lei 9.504/97. A eleição do Prefeito
importará a do candidato a Vice-Prefeito com ele
registrado.
Art. 3°, § 2°, Lei 9.504/97. Nos Municípios com
mais de duzentos mil eleitores, aplicar-se-ão as
regras estabelecidas nos §§ 1º a 3º do artigo
anterior.
Art. 5º, Lei 9.504/97. Nas eleições proporcionais,
contam-se como válidos apenas os votos dados a
candidatos regularmente inscritos e às legendas
partidárias.
 Eleições proporcionais: deputado federal,
deputado estadual, deputado distrital e vereadores.
 Nas eleições majoritárias, contam-se como
válidos apenas os votos dados a candidatos
regularmente inscritos.
 Eleições majoritárias: Presidente da República,
governador, prefeito e senador.
Art. 4º, Lei 9.504/97. Poderá participar das
eleições o partido que, até um ano antes do pleito,
tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha, até a
data da convenção, órgão de direção constituído na
circunscrição, de acordo com o respectivo
estatuto.
 O primeiro cuidado que se deve tomar quando da
análise deste artigo é não confundir “participar de
eleições” com “registrar candidatos”.
 As regras aqui impostas são exigidas para que o
partido possa participar do pleito e a participação destas
agremiações no processo eleitoral se dá, dentre outras
formas, pela:
a) Propositura de ações;
b) Fiscalização da propaganda política eleitoral;
c) Exercício do direito de resposta;
d) Produção e veiculação de propaganda eleitoral;
e) Participação em coligações, ainda que sem
candidatos próprios;
f) Registro de candidatos.

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