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RODRIGO ALEXI

PERDA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO


REBOBINAMENTO DE MOTORES ELÉTRICOS DE
INDUÇÃO TRIFÁSICOS DE BAIXATENSÃO

Jaraguá do Sul
2017
RODRIGO ALEXI

PERDA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO


REBOBINAMENTO DE MOTORES ELÉTRICOS DE
INDUÇÃO TRIFÁSICOS DE BAIXATENSÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado a


faculdade Anhanguera de Jaraguá do Sul, como
requisito parcial para obtenção do título de
graduado em Engenharia de Controle e
Automação.

Orientadora: Patrícia Vilanova Maldonado Leite.

Jaraguá do Sul
2017
RODRIGO ALEXI

PERDA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NO REBOBINAMENTO DE


MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS DE
BAIXATENSÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado a


faculdade Anhanguera de Jaraguá do Sul, como
requisito parcial para obtenção do título de
graduado em Engenharia de Controle e
Automação.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)


ALEXI, Rodrigo. Perda de Eficiência Energética no Rebobinamento de Motores
Elétricos de Indução Trifásicos de Baixa Tensão. 2017. 39 páginas. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Controle e Automação) –
Faculdade Anhanguera, Jaraguá do Sul, 2017.

RESUMO

Com o aumento significativo a cada ano do consumo de energia elétrica se tornou


necessário buscar meios de economiza-la. Sendo os motores elétricos trifásicos um
dos principais consumidores de energia elétrica no Brasil e no mundo, que estão
instalados em grande maioria nas indústrias em uma constante evolução na área de
automatização de novos parques fabris e na revitalização de antigos, tornou-se
indispensável o entendimento de seu funcionamento e também de sua manutenção.
Muitas vezes o rebobinamento dos motores tem papel fundamental na área de
manutenção dentro das empresas e na modernização de novas máquinas. O objetivo
geral deste trabalho foi analisar formas através do rebobinamento que garantam os
níveis mínimos de eficiência energética exigidos, para isso foi necessário estudar os
métodos adequados para efetuar o processo de rebobinamento destes motores e
conhecer as práticas inadequadas que se utilizadas podem acarretar em uma perda
de eficiência energética dos mesmos. A realização deste trabalho conta com o
embasamento teórico de autores da área sendo estes encontrados em livros, artigos,
trabalhos acadêmicos e tabelas de fabricantes de motores. Através destes foi possível
determinar se o processo de rebobinamento é uma boa alternativa de manutenção
para motores elétricos onde os mesmos devem garantir uma eficiência energética
mínima para operarem com o menor consumo de energia possível.

Palavras-chave: Eficiência Energética; Motores Elétricos Trifásicos; Rebobinamento.


ALEXI, Rodrigo. Perda de Eficiência Energética no Rebobinamento de Motores
Elétricos de Indução Trifásicos de Baixa Tensão. 2017. 39 páginas. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Controle e Automação) –
Faculdade Anhanguera, Jaraguá do Sul, 2017.

ABSTRACT

With the energy demand rate growing significantly every year comes the necessity of
developing ways of saving it. Electric motors, which are installed in mostly all sorts of
industries worldwide, account for the biggest share of World’s energy consumption. As
these industries face constant modernization and automation it has become
indispensable to fully understand how electric motors work and how to provide its
correct maintenance and repair.
Rewinding plays a very important role on an electric motor maintenance and repairing
plan. The general objective of this study is to analyze ways of electric motor rewinding
that can guarantee the minimum efficiency levels required by standards, laws and
organizations. To achieve that it was necessary to study some known rewinding
methods that are considered to be appropriate processes and identify improper
practices that lead to loss of efficiency. This paper is based theoretical background
from authors of this field, being found on published books, articles, academic
assignments and electric motor manufacturer’s information. Gathering all these
contents it was possible to determine if the rewinding process is a good alternative for
motor repairing and maintenance in order to assure a minimum required efficiency
level and to operate using less energy input as possible.

Key-words: Efficiency level; Electric Motors; Rewind.


5

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6

2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA..................................................................................... 8

2.1 PRINCIPAIS SETORES DE CONSUMIDORES DE ENERGIA ............................ 8


2.2 EFICIÊNCIA ENÉRGETICA DE MOTORES ELÉTRICOS .................................... 9
2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS PARA MOTORES DE ALTO RENDIMENTO
.................................................................................................................................. 12

3 MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO DE CORRENTE ALTERNADA ........................ 17

3.1 MOTORES DE INDUÇÃO ................................................................................... 17


3.1.1 Rotores Gaiola De Esquilo ............................................................................... 19
3.1.2 Peças Que Compõe Um Motor De Indução ..................................................... 20

4 PROCEDIMENTOS ADEQUADOS DE REBOBINAMENTO................................. 23

4.1 MATERIAIS E SISTEMAS DE ISOLAÇÃO ......................................................... 23


4.1.1 Fios Condutores Para As Bobinas Do Motor De Indução ................................ 25

5 PROCEDIMENTOS QUE PODEM DANIFICAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO


MOTOR NO PROCESSO DE REBOBINAMENTO .................................................. 28

5.1 ERRO NA RETIRADA DOS DADOS DE BOBINAGEM ...................................... 28


5.1.1 Falha Na Utilização Dos Materiais Isolantes .................................................... 29
5.1.2 Perdas Magnéticas ........................................................................................... 30
5.1.3 Aquecimento Das Chapas De Ferro Silício ...................................................... 31
5.1.4 Falhas Nos Sistemas De Isolação .................................................................... 31

6 VANTAGENS OU DESVANTAGENS EM REBOBINAR UM MOTOR DE


INDUÇÃO TRIFASICA COM RELAÇÃO A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ................ 32

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 34

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 36
6

1 INTRODUÇÃO

Diante do aumento significativo das plantas industriais nas últimas décadas e


da crescente modernização e automatização das mesmas o motor elétrico de indução
trifásica de baixa tensão tem papel indispensável em quase todos os processos sendo
ele instalado em diversas aplicações.
Consequentemente com o crescimento da automação industrial aumentou-se
o consumo de energia, assunto este que tem sido discutido massivamente nos últimos
anos, pois com a escassez cada vez maior dos recursos para se gerar essa energia
se tornou indispensável - além de modernizar as fabricas também conseguir fazer
isto com a menor quantidade de energia desperdiçada possível.
Dentro deste quesito o maior consumidor de energia elétrica na indústria é o
motor elétrico. Por este motivo quando se fala da automatização de plantas industriais
ou máquinas o assunto eficiência energética do motor é muito importante, e é neste
processo que entra o rebobinamento do mesmo. Sendo o rebobinamento uma
alternativa muito utilizada para manutenção ou para implantação desses motores em
novas máquinas é importante assegurar que o rebobinamento seja efetuado de forma
correta, para manter os níveis de rendimento energético exigidos pelas normas.
Com o aumento das exigências dos órgãos governamentais nos últimos anos
em relação a eficiência energética, os motores elétricos tem papel fundamental nesse
processo, pois na automação industrial o rebobinamento de motores elétricos tem
grande importância para a manutenção dos mesmos, pois com o desgaste natural dos
materiais utilizados para a fabricação do motor é inevitável que no uso diário, mesmo
com uma boa instalação elétrica e mantendo o motor em boas condições de trabalho,
ainda seja possível ocorrer a queima do motor. Visando utilizar as práticas mais
adequadas para manter uma boa eficiência energética, questiona-se: em quais pontos
o processo de rebobinamento de motores elétricos trifásicos pode causar a diminuição
de rendimento energético dos mesmos e quais os pontos em que nesse processo
farão com que o rendimento seja garantido?
O objetivo geral deste trabalho é analisar o funcionamento dos motores
elétricos trifásicos de baixa tensão, tendo como foco principal o processo de
rebobinamento dos mesmos. Visando identificar quais as possíveis complicações que
7

durante esse processo podem ocasionar a perda de eficiência energética dos


motores, e quais pontos nesse processo farão com que o motor trabalhe com a
eficiência exigida pelas normas. Para alcançar o objetivo principal do trabalho foram
estabelecidos quatro objetivos específicos. O primeiro objetivo foi buscar referencial
teórico que demonstram a importância da eficiência energética em motores elétricos
no processo de automação industrial. O segundo foi esclarecer os conceitos de
funcionamento de um motor de indução trifásico. O terceiro objetivo foi identificar os
procedimentos adequados para o rebobinamento dos motores, e também os
procedimentos que seriam inadequados e que poderiam resultar na perda de
eficiência energética do motor. Por fim o quarto objetivo foi esclarecer após estudo
quais são as perdas de rendimento possíveis utilizando os procedimentos corretos e
quais as perdas utilizando os procedimentos incorretos.
Este estudo foi uma revisão de literatura elaborada através de uma pesquisa
bibliográfica por meio de pesquisa em livros, dissertações, artigos científicos e da
internet, catálogos e apostilas. O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos
publicados nos últimos 10 anos. As palavras-chave utilizadas na busca foram:
Eficiência Energética, Motores Elétricos Trifásicos e Rebobinamento. Para a
realização deste estudo adotou-se a abordagem qualitativa.
8

2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

O tema eficiência energética tem sido um assunto frequente nas últimas


décadas mundialmente, com a crescente demanda de energia elétrica nos últimos
anos e a diminuição dos recursos naturais para a extração dessas energias se tornou
indispensável desenvolver novas tecnologias e métodos na extração das mesmas
para que se possa ter uma melhor eficiência energética e conservação dessa energia.
Sendo assim “com o aumento do consumo de energia no mundo, a sociedade vem a
cada dia se preocupando com as medidas de uso racional das diversas formas de
energias utilizadas” (MAMEDE FILHO, 2010, p. 552). Dessa forma com a eminente
necessidade de economizar energia os governos tiveram que criar programas para a
sua conservação, tendo como objetivo estender e utilizar de forma correta essas
energias além de conscientizar as pessoas da importância da realização desses
programas.

No Brasil, os Ministérios das Minas e Energia e Indústria e Comércio tomara


para si essa tarefa em 1985, instituindo o Programa Nacional de Conservação
de Energia Elétrica – PROCEL, cuja função básica era integrar as ações de
conservação de Energia (MAMEDE FILHO, 2010, p. 522).

Após a realização de estudos e a implantação desses programas foi possível


observar em quais setores eram as que mais necessitavam de maior investimento do
programa, onde está localizado os principais consumos de energia.

2.1 PRINCIPAIS SETORES DE CONSUMIDORES DE ENERGIA

Para tornar os programas de conservação de energia mais eficazes foram


realizados vários estudos sobre quais são os setores que mais consomem energia,
através destes estudos é possível visualizar na figura 01 pelo gráfico as principais
áreas de consumo de energia no Brasil.
9

Figura 01: Consumo final energético por setor

Fonte: Ben (2011)

É possível observar através do gráfico que quase 40% da energia elétrica


consumida no Brasil está dentro das industrias, seguida dos setores de transportes,
residencial e energético. Como principal consumidor de energia elétrica dentro das
industrias temos os motores elétricos, que são amplamente utilizados nessa área de
atuação. “Os motores elétricos numa instalação industrial consomem, em média, 75%
da energia demandada. Por isso devem ser motivo de avaliação periódicas para
determinar se estão operando na faixa de melhor desempenho” (MAMEDE FILHO,
2010, p. 567). Através desses dados demonstrados se torna importante conhecer a
definição, o funcionamento e as principais partes que compõem um motor de indução
trifásico, pois para que se consiga manter uma eficiência energética dentro das
normas após o rebobinamento é necessário ter um conhecimento sobre o assunto.

2.2 EFICIÊNCIA ENÉRGETICA DE MOTORES ELÉTRICOS

Sendo os motores elétricos responsáveis por uma parcela significativa no


consumo total de energia nas últimas décadas uma alternativa para os fabricantes foi
a fabricação de motores de alto rendimento.
10

Os motores de alto rendimento se apresentam como uma alternativa para a


economia de energia em sistemas motrizes, muito embora não sejam as
soluções definitivas para todos os problemas energéticos relacionados aos
motores de indução, pois a operação depende de alguns fatores como:
condições do alimentador, método de partida, ambiente de trabalho,
etc.(YAMACHITA, 2013, p. 3)

Basicamente a ideia de motores de alto rendimento é reduzir ao máximo as


possíveis perdas no motor fazendo com que o desempenho do mesmo aumente,
alcançando assim os níveis desejados de rendimento, tendo como principais itens que
caracterizam um motor de alto rendimento o aumento da quantidade de cobre nas
bobinas a serem inseridas no estator, além da melhora das barras de ferro do rotor e
das chapas utilizadas no estator, diminuindo assim as perdas por efeito joule e perdas
no ferro. Outras características são a otimização da carcaça dos motores, onde as
aletas de refrigeração em conjunto com a otimização das ventoinhas fazem uma
melhor refrigeração do motor, diminuindo assim a temperatura do motor,
consequentemente diminuindo as perdas por calor e aumentando a vida útil dos
componentes de isolação e condução de energia dentro do motor.
Segundo Bortoni (2006, apud YAMACHITA, 2013) a principal característica
destes motores é a melhoria em pontos vitais onde se concentram a maioria das
perdas. Como exemplo, pode-se citar o aumento da quantidade de cobre nos
enrolamentos do estator, incluindo o projeto otimizado das ranhuras, e, o
superdimensionamento das barras do rotor para diminuir as perdas por efeito Joule;
diminuição da intensidade de campo magnético e utilização de chapas magnéticas de
boa qualidade para reduzir as perdas no ferro e a corrente de magnetização; emprego
de rolamentos adequados e otimização do projeto dos ventiladores para diminuir as
perdas por atrito e ventilação; e, finalmente, regularidade do entre-ferro, melhoria no
isolamento e tratamento térmico das chapas do estator e do rotor para reduzir as
perdas por dispersão. Estas medidas podem acarretar uma redução de até 30% das
perdas, o que significa uma real economia de energia.
Um erro comum nas empresas é não dar devida atenção a eficiência de
motores de baixa potência, por acharem que os mesmos por terem esta potência não
muito elevada não irão consumir muita energia, portanto não fará muita diferença no
consumo final de energia, porém deixam de levar em consideração que a maioria dos
11

motores instalados em seus parques fabris normalmente são de uma potência a baixo
de 10cv.
De acordo com Bortoni (2006, apud YAMACHITA, 2013), um grande potencial
de aplicação de motores de alto rendimento pode ser encontrado no acionamento de
pequenas máquinas, muitas vezes colocadas à margem em estudos de conservação
energética, já que é comum imaginar que motores com potência inferior a 10 cv são
pequenos demais para viabilizar a sua substituição. Porém, deve-se ter sempre em
mente que estes motores contam com uma fatia de aproximadamente 85% dos
motores instalados, contribuindo com cerca de 25% de todo o consumo industrial, e
que a melhoria de rendimento em um motor de pequeno porte pode ser de 4 a 6 pontos
percentuais, enquanto que este ganho para grandes motores é da ordem de apenas
2 pontos percentuais.
Na figura a seguir é possível observar a porcentagem de motores empregados
nas indústrias de acordo com a sua respectiva potência.

Figura 02: Distribuição de motores vendidos nos últimos 20 anos por faixa de potência

Fonte: Bortoni (2006, apud Yamachita, 2013)

Na figura 02 é possível observar que mais de 85% dos motores empregados


na indústria são de motores com potência a baixo de 10cv, confirmando assim a
importância de se empregar os melhores métodos tanto na fabricação de novos
motores como no rebobinamento dos mesmos, para assim garantir um alto
rendimento em todas as áreas de utilização e atingir uma economia cada vez maior
de energia.
12

Para atingir os valores de rendimentos exigidos pelo mercado os fabricantes se


apoiam em algumas normas regulamentadoras existentes, essas determinam os
valores mínimos para que um motor seja considerado de alto rendimento e possa ser
vendido com este selo. A seguir será apresentado quais são essas normas e de que
forma elas garantem a qualidade da fabricação de um motor de alto rendimento.

2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS PARA MOTORES DE ALTO RENDIMENTO

Como citado anteriormente para reduzir o consumo de energia em motores


elétricos foram adotadas algumas normas para a produção de motores de alto
rendimento, que consiste como o próprio nome já diz em um rendimento e um fator
de potência mais elevado que dos motores convencionais, diminuindo as perdas e
economizando energia. Segundo Bortoni et al (2006, apud YAMACHITA, 2013), a
utilização de motores de alto rendimento no mercado brasileiro resultou numa
economia de energia de cerca de 493 GWh e uma redução na demanda de ponta de
150 MW em 2012.
O desempenho de um motor de indução trifásico depende de algumas
grandezas, sendo elas térmicas e eletromecânicas que definem o comportamento de
como será o funcionamento do motor, e são essências para um bom rendimento.
Segundo Yamachita (2013, p. 11) “o motor apresenta valores definidos de rendimento,
fator de potência, corrente, velocidade, conjugado desenvolvido, perdas e elevações
de temperatura em função da potência exigida pela carga e das condições da rede
elétrica de alimentação”. Dessa forma, são utilizadas algumas normas para se
adequar a estes rendimentos, sendo as principais para motores de indução trifásicos
IEC 60034-2, que é estabelecido pela IEC (International Electrotechnical
Commission), o IEEE 112-B (Institute of Electrical and Electronics Engineers), e o JEC
37 (Japanese Electrotechnical Commission). Em que em cada uma delas usa critérios
diferentes para o ensaio de rendimento, sendo as principais pela medição direta ou
indireta, valores estes calculados através dos dados obtidos através de ensaios com
carga e com o rotor livre.
13

Os métodos de ensaio podem ser divididos em dois grupos, denominados por


Método Direto e Método Indireto. No método direto, ambas as potências
elétricas de entrada e mecânica de saída são medidas. Já no método indireto
uma delas ou as duas não são medidas diretamente (YAMACHITA, 2013, p.
19).

Mesmo estas normas tendo o mesmo objetivo final, elas podem ser de difícil
comparação entre si, pois usam métodos e aparelhos diferentes para se obter os
dados a serem calculados, no Brasil é utilizada a norma do IEEE, que está descrita
na norma brasileira “Máquinas Elétricas Girantes Parte 1: Motores de Indução
Trifásicos – Ensaios” (NBR-5383). Onde seguida pela NBR a IEEE 112-B se embasa
em alguns testes, onde segundo Yamachita (2013, p. 20) “o método B do IEEE 112:
entrada - saída com separação de perdas e medida indireta das perdas por dispersão
em carga é aplicado a motores polifásicos tipo gaiola de esquilo, horizontais, na faixa
de 1–250 hp”.
Para se obter os resultados aceitáveis é necessário seguir algumas
recomendações sobre os materiais a serem utilizados nas medições e alguns
procedimentos a serem seguidos, sendo estes na área de grandezas elétricas,
grandezas mecânicas, ensaio com rotor livre, perdas com rotor livre, perdas
mecânicas, perdas no núcleo, ensaio em carga, perdas por efeito joule no
enrolamento do estator, perdas por efeito joule no rotor, perdas por dispersão em
carga e determinação de rendimento (YAMACHITA, 2013).
A figura 03 mostra os valores de rendimento mínimos para motores de alto
rendimento em comparação com motores convencionas, tendo esse rendimento
relação direta com a potência do motor e o número de polos dos mesmos.
14

Figura 03: Rendimentos nominais mínimos

Fonte: Portaria nº 29, de 26 de Janeiro de 2017

A figura 03 demonstra os valores mínimos exigidos de rendimento para os


motores trifásicos sendo que estes valores podem ser diferentes de acordo com o
fabricante.
15

Existem também níveis maiores de rendimentos exigidos no mercado, de


acordo com o local onde será instalado ou, por exemplo, o país que será vendido.
Esses níveis são classificados como IR1, IR2, IR3, IR4, IR5 (Índice de rendimento
1,2,3,4,5) em que quanto maior o IR maior o rendimento do motor, sendo assim:

a) Motores IR1 – utilizado apenas para motores exclusos ao escopo da portaria 533;
b) Motores IR2 – Motor que atende aos níveis mínimos de rendimento de acordo com
a NBR;
c) Motores IR3 – Motor que excede em um nível os rendimentos mínimos exigidos;
d) Motores IR4 – Motor que excede em dois níveis os rendimentos mínimos exigidos;
e) Motores IR5 – Motor que excede em três níveis os rendimentos mínimos exigidos.

Para motores elétricos o nível mínimo de rendimento é o IR2 (Índice de


Rendimento 02). Desta forma, fabricantes de máquinas e consumidores finais devem
utilizar produtos que atendam, ao menos, a este nível de rendimento (WEG S.A.,
2015)
A figura a seguir demonstra a diferença de rendimento entre os motores IR1,
IR2 e IR3 em relação a sua potência e frequência.
16

Figura 04: Diferença de rendimento entre motores IR1, IR2 e IR3.

Fonte: Tecém (2013)

É possível observar figura 04 que quanto maior o IR do motor maior seu


rendimento, e para garantir estes níveis de eficiência é necessário conhecer o
funcionamento e as perdas existentes no motor, são estes itens que vão determinar
um melhor rendimento do motor e consequentemente uma melhor eficiência.
17

3 MOTOR ELÉTRICO TRIFÁSICO DE CORRENTE ALTERNADA

Os motores elétricos trifásicos de corrente alternada são utilizados de uma


forma muito abrangente dentro das industrias, pois possuem uma área de atuação
muito grande. Os motores elétricos de corrente alternada “são aqueles acionados
através de uma fonte de corrente alternada. São utilizados na maioria das aplicações
industriais” (MAMEDE FILHO, 2010, p. 202). Sendo assim sua aplicação se tornou
através dos anos indispensável dentro das indústrias, por se tratar de um equipamento
muito versátil para diversas aplicações, onde se torna necessário adquirir força
mecânica para o funcionamento de máquinas. “O motor elétrico é a máquina
destinada a transformar energia elétrica em energia mecânica” (WEG S.A., 2007, p.
D-3). Os motores trifásicos de corrente alternada podem ser encontrados
principalmente em dois modelos: o síncrono e o de indução ou também chamado de
assíncrono.
O motor de indução é o mais utilizado dentro da indústria entre todos os tipos
de motores, como principais vantagens destes motores em relação aos outros tipos
de motores são baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de
comando com sua construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de
adaptação às cargas dos mais diversos tipos e melhores rendimentos (WEG S.A.,
2007).
Sendo assim, pelo motivo do motor de indução ser um dos modelos mais
utilizados na indústria, por ter um princípio de funcionamento simples e de baixo custo
de fabricação, faz-se necessário o entendimento do funcionamento do mesmo.

3.1 MOTORES DE INDUÇÃO

Os motores de indução trifásicos têm a mesma finalidade dos motores


síncronos, que é a geração de energia mecânica na ponta do eixo através da
alimentação de energia elétrica em suas bobinas. O motor de indução “funciona
18

normalmente com uma velocidade constante, que varia ligeiramente com a carga
mecânica aplicada ao eixo” (WEG S.A., 2007, p. D-3). Seu funcionamento acontece
através do campo girante formado pelas bobinas, sendo estas alocadas dentro das
ranhuras do estator do motor, gerando o campo magnético capaz de girar o rotor do
motor.

Essas máquinas são denominadas máquinas de indução por que a tensão do


rotor (que produz a corrente do rotor e o campo magnético do rotor) é induzida
nos enrolamentos do rotor em vez de ser fornecida por meio de uma conexão
física de fios. A característica que diferencia um motor de indução dos demais
é que não há necessidade de uma corrente de campo CC para fazer a
máquina funcionar (CHAPMAN, 2013, p. 307).

Uma das principais diferenças está na forma construtiva do seu rotor, onde
normalmente é utilizado o modelo gaiola de esquilo ou rotor bobinado, diferentemente
do motor síncrono onde é aplicado CC (corrente contínua) no rotor. Nos motores de
indução o rotor não é alimentado por nenhuma fonte, fazendo com que o início do
funcionamento do motor de indução aconteça através de indução magnética. A
diferença pode ser visualizada na figura 05:

Figura 05: Desenho esquemático de um rotor gaiola de esquilo

Fonte: Chapmann (2013)


19

3.1.1 Rotores Gaiola De Esquilo

Os motores de indução que utilizam os rotores estilo gaiola de esquilo são os


mais comuns nos motores de indução, isso por que sua forma construtiva robusta,
simples e de baixo custo de fabricação fazem com que ele possa ser aplicado em uma
grande quantidade de máquinas e equipamentos, podendo ainda ser controlado a sua
velocidade, além de um ótimo rendimento energético. Funciona basicamente com a
aplicação de tensão das bobinas localizadas no estator, gerando assim uma corrente
circulando por esse estator, e consequentemente essas correntes geram um campo
magnético girante, que em contato com as barras condutoras do rotor de gaiola geram
o princípio de funcionamento, “esse rotor consiste em uma série de barras condutoras
que estão encaixadas dentro de ranhuras na superfície do rotor e postas em curto-
circuito em ambas as extremidades por grandes anéis de curto-circuito” (CHAPMANN,
2013, p. 309). Na figura 06 é possível visualizar a forma construtiva das barras
condutores e dos anéis de curto-circuito.

Figura 06: Forma construtiva das barras condutoras

Fonte: Princípio de Funcionamento da Máquina de Indução Trifásica (2013)

Através disso, quando alimentado os terminais do estator a uma rede trifásica


de tensão alternada é criado um campo magnético girante, que gira no entreferro do
motor, gerando uma velocidade que é dada por
20

Onde nesta equação o “Ws” é a velocidade do campo girante da tensão em


rpm, “fs” é a frequência e “p” é o número de pólos magnéticos da máquina.
Este campo girante gerado no estator gera também um campo girante no rotor do
motor, fazendo assim que o rotor gire para o mesmo lado do campo girante gerado no
estator, onde a velocidade relativa entre o rotor e o campo girante no entreferro é
denominado de escorregamento, que se dá a formula a seguir:

Onde “S” é o escorregamento do motor, “Ws” é a velocidade do campo girante


e “W r” é a velocidade mecânica do rotor (VIEIRA, 2012).
Outro fator importante sobre o funcionamento do motor e que tem ligação direta
com o bom funcionamento e a eficiência energética do mesmo, é a modelagem do
motor de indução trifásico.

3.1.2 Peças Que Compõe Um Motor De Indução

Para se realizar o rebobinamento de um motor elétrico além de ter o


conhecimento do funcionamento do mesmo, é muito importante conhecer as peças
básicas que compõe esses motores, indiferente do fabricante do motor, algumas
peças por mais que possam ser de modelos e tamanhos diferentes, tem a mesma
função no contexto geral para o melhor funcionamento e rendimento do motor. Na
figura 07 é possível visualizar a vista explodida de um motor de indução trifásica com
rotor estilo gaiola de esquilo.
21

Figura 07: Vista explodida de um motor de indução trifásica estilo gaiola de esquilo

Fonte: FastSeg (2015)

Nesse motor essencialmente é formado por duas partes principais, o rotor e o


estator, a seguir é descrito essas duas partes do motor e outras que tem importância
no funcionamento e consequentemente no rendimento do motor. O rotor é constituído
basicamente por três partes: o eixo, o núcleo de chapas e barras e anéis de curto-
circuito, onde o eixo é a parte que transmite a força mecânica desenvolvida pelo motor,
o núcleo de chapas são de aço magnético tratadas para ter o mínimo possível de
perdas no ferro, e as barras e anéis de curto-circuito são de alumínio injetado sob
pressão em uma única peça.
O estator assim como o rotor também é separado basicamente por três partes:
a carcaça, o núcleo de chapas e o enrolamento trifásico. Na carcaça é a estrutura
normalmente em ferro fundido ou alumínio onde é alocado o estator, serve também
para proteção do estator e das bobinas, resistente a corrosão e ao calor, além de
possuir aletas para a refrigeração do mesmo. O núcleo de chapas é formado por
chapas de aço magnético tratadas termicamente, e o enrolamento trifásico é onde
está localizado o grupo de bobinas do motor podendo este ser de cobre ou alumínio,
tendo como função após ser alimentado a rede trifásica formar o campo magnético
girante.
Outras partes importantes do motor para a proteção e o bom funcionamento do
mesmo são as tampas dianteira e traseira, estas com a função de proteger o bobinado
22

do motor, além de ser o local onde é alocado os rolamentos no eixo dianteiro e traseiro
do rotor, fazendo assim com que o rotor fique alinhado e possa girar para gerar a força
mecânica. O ventilador localizado na parte traseira do motor tem função de ventilar e
resfriar o motor durante o seu funcionamento. A tampa defletora tem como principal
função direcionar o vento gerado pelo ventilador para cima da carcaça do motor, além
de proteger o ventilador. E a caixa de ligação é onde está localizado os cabos em que
é feita a alimentação da rede nas bobinas do motor, essa muito importante que esteja
vedada, tanto para a proteção do motor como para a segurança, pois caso esteja
aberta os cabos de energia ficam expostos (MAMEDE FILHO, 2010).

Para o processo de rebobinamento do motor é de extrema importância ter o


conhecimento do funcionamento e das partes mais importantes do motor, tudo isso
para realizar este processo de uma forma eficaz para que se possa garantir o
rendimento esperado, a seguir será apresentado as maneiras corretas para o
rebobinamento de um motor.
23

4 PROCEDIMENTOS ADEQUADOS DE REBOBINAMENTO

Para se efetuar o rebobinamento de um motor de indução trifásico existem


vários cuidados que devem ser tomados, como por exemplo no processo de
desmontagem do motor e retirada dos dados técnicos em que é necessário observar
com atenção os dados necessários para posteriormente efetuar o rebobinamento do
motor. Também é importante manter em perfeito estado as chapas que compõe o
estator, para ser efetuado a troca do fio condutor e dos isolantes, todos estes cuidados
para garantir o melhor rendimento possível após a execução do serviço.
Os principais dados que devem ser adquiridos da bobinagem original do motor
são: os dados presentes na placa de identificação, número de ranhuras do motor,
número de bobinas que estão alocadas dentro do estator, tipo de ligação, número de
espiras de cada bobina, dimensões e forma de cada bobina, passo do enrolamento e
secção do condutor. Estes dados devem ser adquiridos os mais completos e exatos
possíveis, fazendo assim com que no rebobinamento não se altere os dados originais
do motor (WEG, 2005, web).
Para que se possa ser efetuado este processo de rebobinamento é essencial
conhecer alguns dos materiais utilizados como também o conceito de alguns dados
que foram descritos acima.

4.1 MATERIAIS E SISTEMAS DE ISOLAÇÃO

Para que se possa rebobinar um motor e garantir um bom desempenho e uma


vida útil longa, os materiais e os sistemas de isolação que serão feitos no motor são
muito importantes, saber o ambiente em que o determinado motor trabalha e conhecer
se o material que está utilizando é adequado para tal função se torna indispensável.
O motor de indução trifásico é uma máquina de construção simples e robusta,
sendo assim a vida útil de um motor de indução trifásico depende basicamente da sua
isolação entre as suas bobinas e a isolação do enrolamento em relação ao estator do
24

motor, esta isolação podendo ser afetada por diversos fatores como umidade,
vibrações, ambientes corrosivos e outros. Onde um dos fatores mais importantes é
com certeza a temperatura do trabalho dos materiais isolantes empregados (WEG
S.A., 2007).
Para garantir um sistema de isolamento adequado é necessário observar os
locais exatos do bobinado que devem estar isolados em relação a carcaça do motor
ou entre fases ou bobinas diferentes, onde possa ocasionalmente ocorrer um curto-
circuito ou outra falha que possa levar o motor a degradação do material condutor e a
diminuição da eficiência energética ocasionando uma possível queima do mesmo.

Uma combinação íntima e única de dois ou mais materiais isolantes usados


num equipamento elétrico denomina-se sistema isolante. Essa combinação
num motor elétrico consiste do fio magnético, isolação de fundo de ranhura,
isolação de fechamento de ranhura, isolação entre fases, verniz e/ou resina
de impregnação, isolação do cabo de ligação e isolação de solda (WEG,
2007, P. D-10)

Para se utilizar um sistema de isolação adequado é necessário conhecer o local


de trabalho do motor e o grau de isolamento térmico de cada material. Na figura 08 é
possível visualizar uma tabela em que demonstra as classes de materiais utilizados
para isolação de ranhuras e separação entre fases e seus respectivos graus de
isolamento térmico.

Figura 08: Classes térmicas de materiais de isolação

Fonte: Motores Elétricos (2007)


25

Outros materiais que necessitam de um sistema de isolação eficaz para manter


um bom desempenho do motor de indução é o fio condutor utilizado para fazer as
bobinas.

4.1.1 Fios Condutores Para As Bobinas Do Motor De Indução

Para a fabricação das bobinas que serão inseridas nas ranhuras do motor de
indução, e que posteriormente serão ligadas a rede gerando o campo magnético são
utilizados materiais condutores de energia elétrica. Estes “são caracterizados por
diversas grandezas, dentre as quais se destacam: condutividade ou resistividade
elétrica, coeficientes de temperatura, condutividade térmica, potencial de contato e
força termoelétrica, comportamento mecânico” (SCHMIDT, 2010, p. 25).
Para a fabricação de bobinas é comum a utilização de dois condutores
elétricos: o cobre e o alumínio, sendo estes os utilizados principalmente por terem
uma boa condutividade elétrica, além de serem achados na natureza com certa
facilidade, consequentemente tendo um valor de mercado acessível para extração e
utilização. Os fios de cobre ainda são os mais utilizados para o processo de fabricação
de bobinas, mesmo o alumínio sendo mais barato e leve comparado ao cobre, o cobre
ainda tem algumas características próprias que justificam a sua maior utilização para
este processo.
A principal vantagem do cobre em relação ao alumínio é “a sua maior
resistência aos fatores externos como oxidação e corrosão galvânica. Essas
características reduzem o risco de superaquecimento das fiações. Além disso, o cobre
é mais maleável que o alumínio” (IMPACTA, 2015, web)
Para a fabricação dessas bobinas esses fios condutores já vem com uma
camada de isolação, sendo ela de verniz ou resina, porém após a fabricação da bobina
e a inserção da mesma dentro da ranhura do motor, é necessário inserir uma nova
camada de verniz ou resina sobre essas bobinas, esse processo tem como objetivo
além da isolação térmica das bobinas, a melhor fixação delas dentro da ranhura,
evitando assim que elas se movimentem e deixem muitos espaços dentro da ranhura,
26

evitando assim com que os condutores acabem sendo danificados podendo gerar um
curto-circuito, além de ajudar no processo de dissipação térmica.
Os vernizes e resinas utilizados para a impregnação têm como principal função
manter fixos e unidos todos os fios esmaltados da bobina com todos os componentes
do estator através da aglutinação pelo verniz ou resina. Assim a aglutinação impede
que os fios vibrem e se movimentem entre si. Esse movimento poderia causar um
atrito entre os fios podendo provocar falhas no esmalte do fio levando-o a um curto-
circuito. Este processo tem ainda como uma das principais funções dissipar o calor
gerado pelo motor (WEG S.A., 2007).
Além destes itens citados, que tem grande contribuição no aumento da
eficiência energética dos motores de indução, um dos principais itens utilizados para
a fabricação do estator do motor são as chapas de silício, nelas é que são estampadas
as ranhuras dos motores e é onde são inseridas as bobinas, e é por onde será gerado
o campo magnético girante.
“As chapas de ferro silício resultam de um acréscimo de silício ao ferro, pois,
graças às propriedades isolantes do silício, obtém-se, assim, um material
eletricamente bastante resistente, o que reduz as perdas” (SCHMIDT, 2010, p.156).
Essas são as principais características de materiais e isolamentos que
garantem uma boa eficiência no rendimento do motor de indução no processo de
rebobinamento. Uma boa isolação térmica, o uso correto de isolantes, aplicação
adequada de vernizes e resinas e manter em bom estado de conservação o estator
com as chapas de ferro silício. Na figura 09 é possível observar o estator com as
chapas de silício, o estator com as ranhuras isoladas, e o estator com as bobinas
colocas nas ranhuras.

Figura 09: Estatores com isolação de ranhura

Fonte: Roças (2012)


27

Após o processo de rebobinamento do motor ainda é necessário mais um


processo de impregnação de verniz ou resina, processo este que pode ser executado
de várias formas, sendo elas por impregnação, podendo ainda ser utilizado o processo
de gotejamento de fluxo continuo quando utilizado resinas. “Os vernizes são aplicados
pelo processo de imersão e posteriormente cura em estufa e as resinas (isentas de
solventes) são aplicadas pelo processo de fluxo continuo” (WEG S.A., 2007, P. D-11).

Algumas terminologias que são muito usadas no processo de rebobinamento


são fundamentais estarem no conhecimento das pessoas que fazem o rebobinamento
ou as bobinas, a falta deste pode ocasionar em erros que podem comprometer o
desempenho do motor.
Existem terminologias que são usadas para facilitar e padronizar a
interpretação entre as empresas, e as mais importantes encontradas no processo são:

a) Espira: uma volta do fio condutor sobre o modelo que será utilizado para dar
forma a bobina, podendo estas serem com um ou mais fios em paralelo;
b) Bobina: são várias voltas das espiras do mesmo tamanho;
c) Grupo: são várias bobinas ligadas em série, podendo ou não alterar o seu
tamanho;
d) Fase: São vários desses grupos interligados formando uma das fases do motor;
e) Passo: Determina a posição onde deve ser colocada cada bobina na ranhura.

Seguindo de forma correta a orientação do fabricante sobre o processo de


manutenção e dos materiais a serem adequados, o rendimento deste motor pode ser
garantido após o rebobinamento, sem ter grandes perdas de eficiência (WEG, 2017).
28

5 PROCEDIMENTOS QUE PODEM DANIFICAR A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO


MOTOR NO PROCESSO DE REBOBINAMENTO

Atualmente são muitos os lugares em que são rebobinados os motores de


indução sem a preocupação se após o reparo ele continuará com sua eficiência
energética nos níveis adequados para o mercado.

Hoje há 1.837 estabelecimentos atuantes neste segmento no país que


comercializam, em média, cada um, 83 motores recondicionados/mês,
chegando a um total de cerca de 1 milhão e 830 mil motores vendidos ao ano,
representando 65% do mercado no Brasil. Tendo como parâmetro o total de
energia consumida no país, esses motores recondicionados consomem 16%
da energia elétrica brasileira (MONITOR DIGITAL, 2014, web)

Para se evitar esses desperdícios são necessários tomar cuidados em alguns


pontos no processo para que se possa diminuir essas perdas.

5.1 ERRO NA RETIRADA DOS DADOS DE BOBINAGEM

Um dos principais erros no processo de rebobinamento acontece no processo


de retirada dos dados originais de fábrica do motor, o simples fato de contar o número
errado de espiras ou fazer a medição errada da bitola do fio condutor pode influenciar
no rendimento do motor.
É de extrema importância não efetuar procedimentos que possam alterar as
características originais do motor a ser recuperado. Esses procedimentos devem ser
efetuados de forma correta, tendo como objetivo padronizar o processo de
manutenção deste motor, para que ele não perca suas características estabelecidas
no projeto original (MANUAL DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA INDUSTRIAL, 2006)
29

5.1.1 Falha Na Utilização Dos Materiais Isolantes

Como citado anteriormente os materiais isolantes são de grande importância


para um bom funcionamento do motor, tendo a finalidade de isolar fisicamente as
bobinas do pacote de chapas do estator, como também dar proteção entre as fases
diferentes do motor, os principais erros que podem ocorrer na parte de isolamento são
no isolamento de fundo de ranhura, isolamento de fechamento de ranhura.
Os principais erros que ocorrem no isolamento de ranhuras são problemas
dimensionais, posicionamento incorreto e danificação que ocorrem no processo de
inserção das bobinas. No isolamento de fechamento de ranhura os erros mais comuns
são dimensionamentos e posicionamentos incorretos, já na isolação entre fases são
a má isolação das ranhuras, das bobinas ou o uso do isolante incorreto, não avaliando
as condições de temperatura onde o motor trabalha podem ocasionar graves
problemas do motor, tanto na diminuição da vida útil através de sobreaquecimento
excessivo durante os anos e podendo chegar até a queima (ROÇAS, 2012).
“Um aumento de 8 a 10 graus na temperatura da isolação acima de sua classe
térmica, reduzir sua vida útil pela metade” (WEG S.A., 2007, p. 15). A
seguir é possível observar na figura 10 alguns tipos de danos no enrolamento que
podem ocorrer no motor devido à má isolação das ranhuras, bobinas ou cabos.
30

Figura 10: Danos no enrolamento do motor

Fonte: Weg (2007)

Na figura 10 são demonstrados alguns casos derivados de uma possível má


isolação. Em que são curto entre fases, curto na conexão, curto na saída das ranhuras
ou curto no interior da ranhura.

5.1.2 Perdas Magnéticas

Esse tipo de perda acontece devido a fabricação incorreta das bobinas, isto é
ocasionada pelo número de espiras menores do que o projeto necessita ou até o
número de espiras erradas em uma única bobina em relação as outras dos grupos de
bobinas. Sobre as perdas magnéticas, destaca-se:
31

Dependem da magnitude do campo magnético, que basicamente depende


da tensão e do número de voltas do enrolamento de cada fase no estator,
portanto, se mantém praticamente constante com a variação de carga e são
influenciadas basicamente pelas laminações do núcleo. (ANDRADE, Cássio
T. C. et al, 2009, web).

Esse erro pode ocasionar diferença na corrente entre as fases e um


sobreaquecimento no motor diminuindo a vida útil ou levando a queima do mesmo.

5.1.3 Aquecimento Das Chapas De Ferro Silício

Um erro grave cometido no processo de rebobinamento é o aquecimento


excessivo do núcleo de ferro do motor, o estator, pois como essas chapas de ferro
silício tem um tratamento especial para elevar suas características de condutividade
e diminuir suas perdas por histerese, no processo de sobreaquecimento dessas
chapas é perdido as propriedades nelas instaladas após o acréscimo de silício ao
ferro, ocasionando uma perda de rendimento significativa na eficiência energética do
motor, “o aquecimento excessivo do núcleo de ferro para retirada do enrolamento
defeituoso, provocando o rompimento do isolamento interlaminar e, como
consequência, aumento das perdas por correntes parasitas (correntes de Foucault)”
(MANUAL DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA INDUSTRIAL, 2006, p. 2).

5.1.4 Falhas Nos Sistemas De Isolação

Após o processo de colocação das bobinas e o fechamento da ligação, o motor


ainda deve ser isolado com verniz ou resina, esse processo feito de forma incorreta
pode causar o sobreaquecimento do bobinado, além da danificação dos fios
condutores, já que uma das principais funções do verniz e da resina são agrupar e
deixar rígidos os condutores. “A eliminação dos espaços vazios ajuda na dissipação
térmica do calor gerado pelo condutor” (WEG, 2013, p.17)
32

6 VANTAGENS OU DESVANTAGENS EM REBOBINAR UM MOTOR DE


INDUÇÃO TRIFASICA COM RELAÇÃO A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

O processo de rebobinamento de motores de indução trifásicos são uma


alternativa muito interessante para as indústrias que precisam economizar, mas ainda
assim querem manter os seus motores com uma boa eficiência energética, pois não
adianta economizar na compra de um motor novo se o motor que foi rebobinado
começar a consumir mais energia, fazendo com que esse gasto aconteça da mesma
forma.

Os motores elétricos trifásicos são responsáveis por cerca de 25% de toda a


energia elétrica consumida no Brasil e estão presentes em máquinas
operatrizes, tornos industriais, prensas, esteiras rolantes, fresadoras,
injetoras, calandras, pontes rolantes, bombas de grande porte, compressores
industriais, serras industriais, entre tantas outras máquinas presentes na
indústria (MONITOR DIGITAL, 2014, web).

Por esse motivo é essencial analisar o local onde se está sendo rebobinado o
motor e se segue todos os passos corretos para garantir que este rendimento
energético não se perca, existem muitos locais prestando este tipo de serviço, porém
muitos deles sem estruturas adequadas e profissionais capacitados. Os motores
quando saem novos dos fabricantes tem indicies de rendimentos energéticos mínimos
para que possam ser vendidos e o correto é que após o rebobinamento mantenham
o mais próximo possível os valores exigidos.

Estes motores são regulamentados pela Portaria INMETRO/MDIC Nº 488, de


08/12/2010, garantindo o atendimento aos índices mínimos de eficiência
energética e um gasto energético adequado ao país. No entanto,
estabelecimentos comerciais recondicionam motores industriais sem
condições de uso, muitas vezes adquiridos como sucata, e que nunca
deveriam voltar ao mercado por não atenderem aos níveis mínimos da
Portaria Inmetro (Monitor Digital, 2014, web).

Para isso foram criados estudos relacionados a esse processo de


rebobinamento, para conseguir determinar qual a porcentagem de perda de
rendimento energético e de eficiência que pode ocorrer caso seja efetuado de forma
incorreta e qual o valor se feito de forma correta, foi então realizado na primeira etapa
33

da pesquisa a visita a alguns estabelecimentos que prestavam este serviço, onde


foram avaliados sobre o processo em que faziam o rebobinamento como também a
capacitação dos profissionais e a estrutura do local, posteriormente sendo esses
estabelecimentos classificados como sendo alguns dentro das especificações
esperadas e alguns fora. Na segunda etapa da pesquisa foi avaliado as perdas de
eficiência dos motores recondicionados nesses locais, onde foi possível observar que
nos locais onde o serviço era executado de forma correta os valores de perdas são
muito baixos, já nos estabelecimentos em que o procedimento adotado não é o
melhor, houve uma perda de eficiência significativa. Esses valores puderam
determinar uma média de quanto de energia elétrica pode ser desperdiçada caso o
processo de rebobinamento seja efetuado de forma incorreta.

Os estabelecimentos de melhor classificação apresentaram um índice de 1%,


o que é considera do a perda natural de um motor nestas condições. As de
pior classificação chegaram a 3% de perdas, revelando o desperdício de
energia elétrica que estes motores podem gerar. Considerando o cenário
mais conservador, os estudos chegaram a uma perda de 8,7% do que é
consumido de energia elétrica no país, totalizando 7,1 milhões de MWh para
o ano de 2012 (MONITOR DIGITAL, 2014, web).

Sendo assim é possível compreender que quando feito de maneira correta,


efetuando o serviço em assistentes autorizados com funcionários capacitados,
seguindo os passos adequados para cada etapa do processo de rebobinamento, este
serviço torna-se de grande importância para as indústrias por se tratar de um
procedimento economicamente mais viável que a compra de um novo, e em algumas
situações mais rápido, pois muitas vezes o processo de compra até a chegada do
motor na empresa pode demorar um tempo maior que o necessário para colocar a
máquina em uso, já o rebobinamento tendo uma assistência técnica autorizada
próximo ao local onde está instalado o motor, dependendo também de alguns fatores
como a potência do motor pode-se resolver este problema em menos tempo, o que
torna-se muito interessante para a indústria que muitas vezes não pode ficar com a
máquina sem produzir. Atrelado a todas essas vantagens ainda é possível manter a
eficiência energética desses motores nos níveis exigidos para o mercado, ajudando
na economia de energia elétrica.
34

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho teve como objetivo principal o estudo da


importância do processo de rebobinamento de motores elétricos trifásicos de baixa
tensão, que são empregados em diversas áreas de atuação dentro das indústrias e
estão presentes em praticamente todos os processos de automação industrial em
novos parques fabris e novas máquinas e também na manutenção e revitalização de
antigas. Com a crescente demanda de energia elétrica mundial nas últimas décadas
e sendo os motores elétricos responsáveis por consumir uma grande quantia desta
energia, estudar e entender as principais características de funcionamento e de
manutenção dos mesmos se tornou indispensável para que após o rebobinamento do
motor, este possa garantir os níveis desejados de rendimento, economizando assim
o máximo de energia elétrica. Com base neste objetivo desdobraram-se quatro
objetivos específicos.
O primeiro objetivo foi o estudo em relação ao consumo de energia elétrica, e
quais são as áreas de atuação que mais gastam essa energia. Neste estudo foi
possível concluir que a maior parte da energia consumida está nas industrias, onde
um dos principais responsáveis por esse consumo são os motores elétricos trifásicos
de baixa tensão. Em seguida estudou-se a eficiência energética dos motores elétricos
trifásicos, pois por necessitarem de uma grande demanda de energia elétrica foram
estabelecidas normas em que estes motores só possam ser comercializados tendo
valores mínimos de rendimento exigidos, para que possam assim economizar o
máximo de energia possível.
No segundo objetivo deste trabalho o foco foi nas partes construtivas destes
motores, quais as peças que devem compor um motor para que possa operar em sua
melhor condição, além do princípio básico de funcionamento dos mesmos, quais os
fatores que determinam que estes motores entrem em funcionamento. Sendo assim,
esclarecendo a importância de que todas as peças que compõem o motor necessitam
estar em perfeito estado de conservação para evitar perdas que podem acarretar na
diminuição do rendimento do motor.
35

O terceiro objetivo baseou-se na área de rebobinamento como uma alternativa


na manutenção dos motores danificados. Este processo é realizado por muitas
empresas com o intuito de recuperar motores que por algum motivo não possam
continuar operando e que necessitem de rebobinamento para voltar a operar em suas
melhores condições. Nesta etapa do trabalho foi estudado os métodos adequados que
devem ser utilizados neste processo, que garantam que o motor mantenha seus níveis
de rendimento. Além dos métodos adequados, também foram analisados quais
métodos inadequados que se utilizados podem danificar este processo, fazendo assim
com que o motor não tenha o rendimento exigido, conforme determinado através das
normas regulamentadoras.
No último objetivo, embasado em todos os outros, foi possível concluir que se
efetuados em locais adequados e recomendados por seus fabricantes o processo de
rebobinamento é uma boa opção para as empresas que necessitam deste
procedimento, pois é possível manter os níveis de eficiência energética exigidos. Da
mesma forma que se o procedimento for realizado de maneira incorreta em locais não
recomendados é possível haver uma perda de eficiência energética, acarretando
assim um maior desperdício de energia elétrica.
Para o acadêmico o trabalho resultou em um grande ganho de conhecimento
em uma área, que por se tratar de conservação de energia, vem sendo muito estudada
nas últimas décadas. E sendo os motores elétricos trifásicos um dos grandes
consumidores desta energia, entender o seu funcionamento para assim mantê-los em
seu nível máximo de eficiência torna este estudo muito importante, pois a demanda
de energia elétrica vem aumentando a cada ano e estar ciente dos possíveis
problemas e soluções deste assunto torna o acadêmico apto a trabalhar no constante
desenvolvimento pessoal e profissional no ramo de perdas de eficiência energética no
processo de rebobinamento de motores elétricos de baixa tensão.
36

REFERÊNCIAS

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