Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ST – 306
2003
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
1° Parte: Hidrologia
I – Hidrologia: como conceito ou definição, trata-se da ciência que estuda a água do Planeta
Terra, consequentemente, as ocorrências, circulação e distribuição, analisando e estudando
física e quimicamente quanto a propriedade bem como a inter-relações.
Os estudo Hidrológico são importante no tocante aos efeitos catastróficos das grandes
cheias e estiagem e evidentemente, o quanto o trabalho humano interfere positivamente ou
negativamente sobre o meio ambiente.
- Precipitação;
- Escoamento (intercepção);
- Escoamento (subterrâneo);
- Evaporação.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
III - Aplicação:
III – 1 – Abastecimento:
- Domestico;
- Industrial;
- Irrigação.
III – 2 – Drenagens:
- Drenagem superficial;
- Drenagem subterrânea.
- Controle de cheias;
- Pontes;
- Bueiros;
- Galerias;
- Barragens;
- Diluição.
III – 4 – Irrigação:
- Controle estiagens;
- Controle de abastecimento alimentar;
- Bem estar social.
IV – Precipitação “Chuvas”
Coalescência
Inclinação
Superfície Base
Frente: Linha de interseção da superfície frontal com o nível do solo, ou superfície de base.
No domínio (durante):
Na retaguarda (após):
- Vento: constante;
IV – 2 – 2 – 2 – Frente Fria:
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
É o deslocamento de uma massa de ar mais fria para uma massa de ar quente, com
penetração em forma de cunha, provocando a ascensão do ar quente. A inclinação é em torno
de 1:40 a 1:80 Km, com deslocamento de 50 a 80 Km/h, do Pólo Sul para o Equador (SW –
NE) HS e no HN (NW – SE).
Na vanguarda (inicio):
No domínio (durante):
Na retaguarda (após):
- Tempo: chuvas com nuvens baixas com precipitação intensa com passagem rápida;
IV – 2 – 2 – 3 – Frente oclusa: no encontro entre duas frentes, ou seja, uma frente fria
alcançando uma frente quente , uma delas é elevada, isto é, o ar quente entre as frentes é
elevado da superfície até ocorrer completa oclusão (ver esquema abaixo). A frente oclusa é
caracterizada por dois tipos.
IV – 3 – 1 – Depressões Térmicas:
A ocorrência deste fenômeno não causa mau tempo generalizado, salvo em condições
em que o ar atmosférico esteja muito úmido. No deserto quente, as depressões térmicas
provocam ventos convectivos seco e quente. Nas latitudes médias as depressões térmicas
estão sempre associadas a trovoadas principalmente no verão.
Formação:
2. Cúmulos: Nuvens baixas, isoladas ou esparças, densas, forma de torres – couve-flor, com
base escura média (sombra de base).
5. Nimbos: São nuvens densas de altitude em torno de 2,5 Km, localizadas abaixo dos Alto–
Estratos, são bem escuras devido a espessura superior e provoca chuvas fortes e
trovoadas. São as nuvens de descarga de precipitação das convectivas.
6. Cúmulos–Nimbos: São nuvens situadas logo acima do Nimbos, que mostram grande
espessura vertical, e também se localiza na parte intermediária entre os Nimbos e a
Bigorna, logo abaixo do nível de congelamento (10 Km).
8. Cirro-Stratos: São nuvens altas, componentes do Topo da Bigorna, nas nuvens espessas,
numa altitude entre 10,5 a 11,5 km, não ocultam o sol nem a lua, e às vezes mostram o
Halo ( reflexão do espectro).
9. Cirros-Fibratus: São nuvens mais altas, prenunciam mudança de tempo (chuvas), são
conhecidas como “Rabo de Galo”.
II-1- Perenes: Mantém sempre uma vazão no talvegue ou álveo durante o ano todo.
NT
NF chuvoso
NF seco
CHUVAS
NF máx.
SECAS
NF min.
Sendo:
A
L onde : A Área da Bacia ( Km 2 )
L
L Comprimento Axial ( Km)
Relaciona o comprimento total dos cursos d’água dentro da bacia hidrográfica com a
área da bacia hidrográfica.
Lt
Dd Km 1
A
III-3-Característica do Relevo de uma bacia:
Exemplo:
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
1 2 3 4 5 6 7
Ponto Área Área Coluna 2 x
Cotas % % Acum.
Médio (Km2) Acum. Coluna 3
502-500 501 1,2 1,2 17,10 17,10 601,20
500-490 495 5,5 6,4 16,30 33,40 2574,00
490-480 485 6,7 13,1 18,40 51,80 3249,50
480-470 475 7,2 20,3 16,2 68,00 3420,00
470-460 465 6,4 26,7 16,1 84,10 2976,00
460-448 464 6,1 32,8 15,9 100,00 2769,40
A velocidade de um rio, depende da declividade dos canais pluviais onde, quanto maior
a declividade, maior é a velocidade.
S6
510
500
490 S4 S5
480
H
470
S2 S3
460
450
440
S1
L L L L L L L L L
H de cotas ( MAIS ALTA – MAIS BAIXA)
H
S 1
l
502 448
S1 0,0063 m x 100 0,628%
8600 m
- A declividade pode ser definida também de maneira que a reta traçada defina áreas
iguais acima e abaixo no perfil destacada como “S2”.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
- Outro índice é o da declividade (S3) que indica o tempo de percurso da água ao longo
do perfil longitudinal onde:
Distância em Km
S3
li Si
III-4-Escoamento Superficial:
III-4-2-Fatores Influentes:
V=velocidade (m/s)
S=A= Área (Km2) ou (hectares) ou (m2)
III-5-2-Vazão especifica: É definida como vazão por unidade de área, e serve como
comparativo entre bacias.
Volume Escoado
" C"
Volume precipitado
- Sem cobertura ou sem efeito, com presença de pedras, ou ainda com uma fina camada
de solo, com baixa capacidade de infiltração 0,20.
- Infiltração normal, com camada argilosa profunda, típicas de região de planícies 0,10.
- Infiltração elevada, com camada arenosa profunda, ou mesmo quando se nota que o
solo possui grande capacidade de infiltração (seca rapidamente), solo poroso 0,05.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
- Cobertura esparsa a moderada, com cultura nas áreas limpas com cobertura pobre, e
menos de 10% de área drenante 0,15.
- Cobertura moderada a boa, com 50% em média da área de drenagem com boas
pastagens, arvoredos, culturas nas áreas limpas inferiores a 50% da área drenante
0,10.
III-5-3-4-Classificação da bacia:
Note-se também que numa bacia hidrográfica, principalmente nas grandes, ocorrem
variações ou diversificações nos item acima, isso faz com que seja necessário fazer uma
média ponderada, diretamente proporcional a área predominante de cada uma dessa
características.
Ex.: Numa bacia onde em termos de cobertura vegetal, existem setores com cobertura
vegetal boa, outro setor com cobertura moderada, e outro com cobertura fraca,
devemos medir a área predominante de cada tipo e relacionar com a área total.
TIPOS DE SOLO
Declividades (%)
Barro Arenoso Barro Argiloso-Arenoso Argiloso
Florestas:
0–5 0,10 0,30 0,40
5 – 10 0,25 0,35 0,50
Pastagens:
0–5 0,10 0,30 0,40
5 – 10 0,15 0,35 0,55
10 – 30 0,20 0,40 0,60
Terra cultivada:
0–5 0,30 0,60
0,50
5 – 10 0,40 0,70
0,60
10 – 30 0,50 0,80
0,70
Tabela I (Drenagem na Agricultura)
Obs.: Os valores acima estão mais indicados para dimensionamento de canais e para
sistematização de terrenos.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Área comercial:
- Residência 0,70 – 0,95
- Bairros 0,50 – 0,70
Área residencial:
- Residência isolada 0,35 – 050
- Unidades múltiplas (separadas) 0,40 – 060
- Unidades múltiplas (conjuntos) 0,60 – 0,75
- Lotes acima de 2000 m2 0,30 – 0,45
Áreas com prédios de apartamentos 0,50 – 0,70
Área industrial:
- Industriais leves (pequenas) 0,50 – 0,80
- Industriais pesadas (grandes) 0,60 – 0,90
Parque e cemitérios
0,10 – 0,25
Ruas:
0,70 – 0,95
- Com pavimentação asfaltica
0,80 – 0,95
- Com pavimentação de concreto
0,75 – 0,85
Passeios ( calçadas )
Telhados 0,75 – 0,95
Terrenos com capim (solo arenoso):
- Pequena declividade (2%) 0,05 – 0,10
- Declividade média (2% a 7%) 0,10 – 0,15
- Declividade acentuada (7% ou mais) 0,15 – 0,20
É o tempo de duração da chuva, e deve ser correlacionado com o tempo gasto para a
concentração na bacia em estudo, em resumo, trata-se do tempo necessário para que toda
área de drenagem passe a contribuir efetivamente na seção ou ponto do projeto.
- Área da Bacia;
- Comprimento ao longo do curso, principal, desde o centro da bacia até a seção de saída
considerada (ponto de projeto);
- Forma da bacia;
- Rugosidade do canal;
- Distância entre o ponto de projeto ao espigão “divisor topográfico”, sendo que as três
primeiras características fisiográficas citadas acima são as que mais influenciam no
tempo de concentração.
O tempo de concentração não é constante para uma dada área, mas sim varia com o
tipo de recobrimento vegetal e altura de distribuição da chuva sobre a bacia. Mas, para
períodos de retorno superiores a 10 anos, a influência da vegetação pode ser desprezada.
- Formulas Empíricas:
A
tc 7,63 ( regiões com Declives) "Ventura"
I
Deve-se lembrar que se utiliza a precipitação com a finalidade de se obter uma estimativa
de pico de vazão no escoadouro (talvegue) de uma bacia hidrográfica.
A escolha do período de retorno deve ser feita admitindo-se que o tempo de retorno da
precipitação seja o mesmo da cheia que ela provoca. Isto não é exatamente verdadeiro, pois a
concorrência de uma grande cheia não depende apenas da ocorrência repetida, ou ser
repetida mas sim, das condições em que se encontra uma bacia durante o fenômeno em
termos de escoamento superficial (intercepções por falta de limpeza ou manutenção).
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
O período de retorno está sempre relacionado com o grau de segurança que se deseja
proporcionar aos bens protegidos (vida humana) e, portanto, relaciona-se diretamente no
dimensionamento de obras.
Este risco está associado aos danos provocados por eventos hidrológicos, e deve ser
minimizado.
III-5-6-Freqüência:
1
Período de Re torno
F
Ex.: Através das altura máximas de chuva de duração de 24 horas, lidas em pluviômetros,
são diferentes de chuvas de duração de 24 horas.
N° de ordem: 1 2 3 4
Precipitação: 140,2 124,3 119,2 93,6
5 6 7 8 9
92,2 90,2 88,1 86,5 84,8
10 11 12 13 14
84,4 83,0 82,7 82,3 82,0
15 16 17 18 19
81,3 81,3 78,7 78,0 75,5
20 21 22 23 24
73,1 72,7 71,7 69,9 68,3
25 26 27 28 29
65,7 65,3 64,7 63,2 60,6
30 31 32 33 34
58,6 55,7 59,0 54,8 53,7
35 36
53,2 50,8
Com:
m = numero de ordem
n = numero de anos de observação
F = freqüência
F = P= estimativa probabilística
F = m/m (método Califórnia)
F = m/(n+1) (método de Kimbal)
T = Período de retorno:
1 1
T T T 1,8 anos
F 0,556
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Obs.: Para período de retorno bem menores, que o numero de ano de observação o valor
encontrado acima de F pode dar uma melhor idéia do valor real de P (probabilidade).
- Para m = 6
m =6 h = 90,2 mm
F m F6 F 0,166
m 36
Assim, sendo, a probabilidade da chuva intensa de duração igual a 24 horas (h = 90,2) ser
igualada ou superior pelo menos uma vez num ano qualquer será de 16,6%, então, pode nos
adiantar que a segurança do projeto em que podemos contar, de que num ano qualquer não
venha ocorrer alturas de chuvas superior ou igual a 90,2 mm será
Resumindo:
Exemplo:
1 n
P 1 (1 T ) n P 1 (1 )
T
P = probabilidade
T = Período de retorno
N = n° de anos (vida útil)
P = 1 – (1 – 1/5 )3 = 0,488
Obs.: Para obras de “GAP” (galerias de águas pluviais) urbanas adota-se T = 10 anos.
Então:
- O risco é de 10% (num ano qualquer );
- Segurança é de 90% (num ano qualquer).
Exemplo:
O vertedor de uma barragem vai ser dimensionado para uma chuva de período de retorno de
100 anos. Qual a probabilidade de que tal chuva venha ocorrer nos próximos 20 ano?
P = 1 - (1 - 1/T)n
T = 100 anos
N = 20 nos
Isso quer dizer que em uma hora precipitou uma altura de 10 mm.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
“ Se toda essa água precipitada fosse recolhida e não evaporasse e nem se infiltra-se
teríamos em um volume de 0,01 m3 por m2 em uma área”.
IV-2-Medidores:
IV-2-1-Pluviômetro:
Mede a totalidade da precipitação, através de leitura do nível da água por meio de uma
proveta graduada. A precipitação é coletada por um frasco especificado conforme norma, e
conforme o esquema abaixo:
Foto de um Pluviômetro
IV-2-2-Pluviógrafo:
IV-3-Duração da chuva:
É o tempo decorrente entre o cair da primeira gota até a ultima gota, medidas em
minutos, horas ou até dias.
Obs.: Chuvas forte apresenta curta duração, e chuvas de baixa intensidade “fracas” são
de duração maior.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
IV-4-Equação de intensidade:
IV-4-1-Limeira e região:
77,56 x T 0,1726
i
1, 087 xT 0 , 0056
(tc 25)
Com:
i mm/minuto (intensidade)
T anos (período de retorno)
tc minutos (tempo de concentração)
t aplicar formula de Kirpich (ver adiante)
IV-4-2-Campinas:
2524,9 x T 0,136
i 0 , 007
(tc 20)0,948 xT
Com:
i mm/hora (intensidade)
T anos (período de retorno)
tc minutos (tempo de concentração)
IV-4-3-São Carlos:
1681,8 x T 0,199
i
(tc 16)0,936
Com:
i mm/hora (intensidade)
T anos (período de retorno)
tc minutos (tempo de concentração)
1747,9 x T 0,181
i
(tc 15)0,89
Com:
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
i mm/hora (intensidade)
T anos (período de retorno)
tc minutos (tempo de concentração)
IV-4-5-Resumo:
a
i onde :
tc b
- Para T = 05 anos, a = 23 e b = 3,4
T = 10 anos, a = 29 e b = 3,9
T = 15 anos, a = 48 e b = 8,6
T = 30 anos, a = 95 e b = 16,5
V - Métodos de cálculos:
V-1-Métodos racionais:
“ É um método aplicável para determinação de vazões de projetos para bacia com área de
até 50 hectares”
V-1-1-Equação racional:
Q = C . i .A
Com:
Q = vazão
C = coeficiente de deflúvio “Run–Off”
i = intensidade da chuva
A = área da bacia
- Exemplo aplicativo:
Dados:
Resultado: Q = ? m3/min
h 30 mm
1. i i i 1,5 mm
tc 20 min min
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
i = 1,5 x 60 i= 90 mm/hora
T=25 anos, para macro drenagem urbana como canais, pontes e bueiros.
L3 0,385
tc 57( ) onde :
H
tc = tempo de concentração em minutos.
L = extensão do curso d´água em Km.
H = Desnível entre a cabeceira do rio até o local da obra “ponto” em metros.
L2 0,385
tc 57( ) onde :
I
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Terminologia Básica
Um sistema de drenagem de águas pluviais é composto de uma série de unidades e
dispositivos hidráulicos para os quais existe uma terminologia própria e cujos elementos mais
freqüentes são conceituados a seguir.
Greide - é uma linha do perfil correspondente ao eixo longitudinal da superfície livre da via
pública.
Guia - também conhecida como meio-fio, é a faixa longitudinal de separação do passeio com
o leito viário, constituindo-se geralmente de peças de granito argamassadas.
Sarjetões - canal de seção triangular situado nos pontos baixos ou nos encontros dos leitos
viários das vias públicas, destinados a conectar sarjetas ou encaminhar efluentes destas para
os pontos de coleta.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Bocas coletoras - também denominadas de bocas de lobo, são estruturas hidráulicas para
captação das águas superficiais transportadas pelas sarjetas e sarjetões; em geral situam-se
sob o passeio ou sob a sarjeta.
Classificação:
- simples ou lateral;
- combinada;
- múltipla.
- intermediárias;
- de cruzamentos;
- de pontos baixos.
c) quanto ao funcionamento:
- livre;
- afogada.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
c) Combinada:
- presença de detritos.
d) Múltipla:
- pontos baixos;
BOCAS DE LOBO
(capacidade de captação = 50 L/s)
Planta
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Corte A/A
Figura.1
Corte B/B
Obs.: As paredes das Bocas de Lobo devem ser revestidas internas e externamente em
argamassa impermeabilizante.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Bocas-de-lobo de sarjeta:
Bocas-de-lobo mistas:
Entretanto, a abertura vertical pode ficar afastada da outra, pode iniciar onde a outra
termina ou pode com a outra coincidir parcialmente.
Tubulação de limpeza:
Estas tubulações permitem, em geral, a lavagem dos coletores por meio de mangueiras
de incêndio e a sua desobstrução com o emprego de varas apropriadas.
Também denominadas caixas de ralo e bocas coletoras, devem ser entendidas como
unidades através das quais as águas de chuva terminam o seu escoamento superficial nas vias
públicas para ingressar no sistema de esgoto propriamente dito.
Suas características dependem da vazão máxima que vão receber, de serem instaladas
ou não junto ao meio-fio, da altura do meio-fio em relação à sarjeta, da declividade
longitudinal da rua, de serem destinadas ou não a reter material sólido do esgoto, e de vedar
a saída dos gases da rede para a via pública.
Bocas-de-lobo de meio-fio:
Recebem as águas pluviais através de uma abertura situada ao longo da face vertical
do meio-fio.
Utilizadas exclusivamente para inspeção e limpeza dos condutos e jamais para permitir
a formação de jatos de esgoto. Daí o emprego de tubos de queda destinados a dar entrada ao
esgoto ao nível do fundo do poço de visita.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Para desníveis superiores a 0,75m serão instalados tubos de queda ligando o coletor ao
fundo do poço.
O desnível mínimo de 0,40m pode ser vencido pela combinação de uma junção de 45°
invertida ligada ao coletor e a um joelho de 45° de comunicação com o poço.
Boca de Leão
(capacidade de captação = 150L/s)
Planta
Figura.2
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Corte A/A
Corte B/B
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Calhas:
As calhas são depressões de seção semicircular feita no fundo dos poços de visita das
redes de esgoto sanitário, inexistentes, apenas, naqueles situados nas extremidades de
montante dos coletores, não atingidos pelo esgoto.
O fundo do poço de visita deve possuir pequena inclinação em direção à calha ou às calhas.
Tampões:
Uma laje circular de concreto armado, provida de abertura excêntrica com 0,60m de
diâmetro é utilizada para permitir a mudança de diâmetro entre o balão e o pescoço, servindo,
ainda, de suporte para este. Deve ser instalada de modo que o centro da abertura se projete
sobre o eixo do coletor principal do poço.
Para o assentamento das peças é usada argamassa de cimento e areia no traço 1:3, em
volume.
Degraus de acesso:
O acesso ao fundo do poço é feito por uma escada tipo marinheiro, vertical, com
degraus equiespaçados de 0,30m, 0,40m ou 0,50m e um mínimo útil de 0,15m de largura por
0,08m de altura (Figura VII.5), os quais vão sendo instalados a medida que se vão assentando
os anéis, repousando cada degrau entre dois anéis consecutivos.
Esses degraus podem ser de ferro galvanizado, mas como este material sofre desgaste
corrosivo com o tempo, é preferível degraus em ligas de alumínio, ferro fundido ou mesmo
emprego de escadas portáteis, estas mais viáveis para poços de visita com profundidades
inferiores a 3,00 metros, em substituição a escada fixa.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Modelo de degrau
Os poços de visita para redes de esgotos pluviais são mais simples porque normalmente
dispensam as calhas e os tubos de queda, já que neles, até certa altura, as águas pluviais
podem cair livremente sem maiores inconvenientes.
Poços de visita
Poço de visita convencional
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Os poços de visita, utilizados para facilitar a inspeção e limpeza das redes de esgoto,
terminam superiormente com um tampão de ferro fundido ao nível da rua e inferiormente com
uma laje de concreto à profundidade da tubulação de cota mais baixa dentre as que para eles
conduzem o esgoto.
Disposição Construtiva:
Tubo de queda:
Poço de queda
Os coletores que vão ter a um poço de visita podem atingi-lo em cotas distintas,
prevalecendo, no entanto, para o fundo do poço a cota menor.
A solução que visa a adotar para todas as entradas a cota inferior constitui
inconvenientemente de ordem econômica, pois implica o aumento gradativo, de montante
para jusante, da profundidade das valas destinadas às tubulações a rebaixar, porque estas
invariavelmente devem ser retilíneas entre dois poços de visita.
A solução correta consiste em manter as cotas definidas pelo cálculo, o que implica a
chegada de alguns condutos em cota acima do fundo do poço de visita. Entretanto, as
respectivas aberturas são Degraus de acesso.
Os poços de visita são providos de degraus engastados em suas paredes para facilitar o
acesso à câmara (balão).
Poços de alvenaria:
Estes poços de visita podem ser cilíndricos ou prismático e devem seguiras seguintes
especificações de dimensões.
Dimensões dos poços de visita estabelecidas
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Para o tubo de descida (pescoço) os anéis possuem diâmetro interno de 0,60m e altura
de 0,30m ou 0,15m ou 0,08m, neste caso para uso complementar.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Para o balão devem ser usados anéis com diâmetro interno de 1,0m e altura de 0,30m
ou 0,40m.
Capacidade de escoamento
Declividade da rua (m/m)
superficial (L/s)
0,001 60
0,002 90
0,005 150
0,007 160
0,010 200
0,015 250
0,020 280
0,030 340
0,040 400
0,050 450
0,060 500
BL.........Boca de lobo
BLM.... Boca de lobo Montante
BLJ.......Boca de lobo Jusante
Situação usual
As tubulações conectoras (de ligação), que partem das bocas-de-lobo para alimentar os
coletores (galerias), podem terminar num poço de visita, numa caixa de ligação ou em outra
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
tubulação conectora. Não devem ter diâmetro inferior a 0,30m, nem declividade menor que 1
%, valores que lhes permitem escoar 80 L/s, aproximadamente.
Um poço de visita não deve receber mais de quatro tubulações conectoras, razão pela
qual são inseridas, nos coletores, caixas de ligação destinadas a receber as tubulações
excedentes.
Para pequenas áreas, na planta torna-se dispensável o desenho das curvas de nível,
desde que indicadas às cotas topográficas dos cruzamentos das ruas e de seus pontos de
mudança de greide.
As bocas de lobo, onde tem início o escoamento sub-superficial das águas de chuva, em
rebaixamento situados nas sarjetas, geralmente devem ficar próximas aos cruzamentos de
ruas, um pouco a montante das faixas destinadas à travessia de pedestres para evitar que
estes pisem dentro d'água durante os temporais, beneficiando, por outro lado, a
movimentação dos veículos em sua passagem, de uma rua para outra, rente à curvatura do
meio-fio.
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Sendo grande à distância entre dois cruzamentos de ruas consecutivas, serão utilizadas
bocas-de-lobo intermediárias, para tanto considerando a vazão máxima que a superfície da
rua tem condições de comportar em função de sua declividade longitudinal.
A vala de menor custo é a que mantém em toda a sua extensão a profundidade mínima
permitida, seguindo a declividade da rua. Essa declividade só não será seguida se implicar
uma velocidade superior á máxima tolerada, ou se for muito pequena, conduzindo a uma
velocidade inferior à mínima admissível.
Nas redes de esgoto sanitário é adotado o diâmetro mínimo de 150mm, geralmente capaz
de dar escoamento satisfatório às descargas prediais.
3° Pavimento
2° Pavimento
1° Pavimento Rua
Coletor Predial
Caixa de Inspeção
Coletor
Público
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
Condições a observar:
De acordo com as normas, para todos os trechos da rede, isto é, para todos os
condutos situados entre dois poços de visita, devem ser estimadas as contribuições de início e
fim de plano, Qi e Qf, sendo 2,2 L/s o menor valor para Qi , e 0,15 m o valor do diâmetro
mínimo a utilizar.
Como as tubulações são calculadas para lâminas livres, cujas alturas variam, é preciso
que a altura da vazão inicial seja superior a 2/10 do diâmetro se a velocidade inicial estiver
entre 0,5 e 0,6 m/s.
Se a velocidade inicial for superior a 0,6 m/s, toleram-se as lâminas líquidas com altura
inferior a 2/10 do diâmetro.
Quanto a lâmina final, sua altura não deve ultrapassar 3/4 do diâmetro.
- Nas cabeceiras;
Os poços de visita devem ter uma única saída, embora possuindo uma ou várias
entradas ou até mesmo nenhuma quando situados nas cabeceiras da rede. Devem, ainda,
guardar entre si as seguintes distâncias:
Em qualquer trecho o diâmetro será sempre maior ou, no mínimo, igual a quaisquer dos
diâmetros dos trechos que chegam ao poço de visita de montante.
Para utilizar profundidades menores o projetista deverá demonstrar que o coletor terá
condições de esgotar os prédios vizinhos que se situem no nível da rua.
Distribuição de vazões:
Para o dimensionamento da rede é preciso que para cada trecho fiquem definidas as
ruas cujo esgoto por ele deve passar. Assim, o esgoto de um prédio ao ser lançado na rede,
só deve encontrar um caminho a percorrer até o ponto final de lançamento.
Para aglomerados com população atual inferior a 5000 habitantes tolera-se, na planta
1:2000, que a altimetria fique limitada às cotas, obtidas por nivelamento geométrico dos
cruzamentos das ruas e de seus pontos onde haja mudança de greide.
Tubulações:
Os materiais usados nas construções de tubos d'água sob pressão são: ferro-dúctil,
ferro fundido, cimento amianto, concreto, aço e plástico.
A seleção tem que seguir a determinação do projeto, que são avaliados pelo uso de
tabelas, de normas e fabricantes de tubos.
Ligações Domiciliares:
QUESTIONÁRIO
I. Exercícios
II. Exercícios
6. Por que os equipamentos de medição de chuva devem manter uma certa distância dos
obstáculos horizontais e verticais?
9. Fazer um gráfico que relacione intensidade com duração e freqüência para a equação de
chuva da cidade de Porto Alegre, citada no texto.
III. Exercícios
2. Explicar comparativamente
a) medições diretas;
b) processos comparativos;
c) métodos analíticos;
d) fórmulas empíricas.
5. Por que o Método de Kuichling não é verdeiramente racional? Expor suas limitações
devidamente justificadas.
7. Expor razões para que o tempo de concentração seja mais ou menos extenso?
8. O que é intensidade média de precipitação? Que erros podem ser cometidos na sua
determinação?
11. O que é coeficiente de freqüência e po que ele cresce com o período de retorno?
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T Professor: Hiroshi
12. Um determinado trecho de galeria deverá receber e escoar o deflúvio superficial oriundo de
uma área de 1,85 ha, banhada por uma chuva intensa, onde 18% corresponde a ruas
asfaltadas e bem conservadas, 6% de passeios cimentados, 46% de pátios e canteiros
gramados, além de 30% de telhados cerâmicos. A sua inclinação média é de 2%. Se o
tempo de concentração previsto para o início do trecho é de 14 minutos, calcular a vazão
de jusante do mesmo sabendo-se que a equação de chuva máxima local é dada pela
expressão i = 1840/(t + 147), com i-mm/min e t-min.
IV. Exerxcícios
4. Por que na Figura IV.7, uma curva para ruas e outra para avenidas?
5. Uma sarjeta com z = 24, I = 2% e n = 0,016 terá que capacidade máxima teórica? e de
projeto?
9. Calcular a capacidade máxima admissível na seção de jusante para a sarjeta cuja seção
típica é apresentada na figura a seguir. São dados ainda: z = 20, I = 0,02m/m, yo = 13
cm, y' = 5 cm.
V. Exercícios
1. Por que os coletores pluviais são dimensionados de modo a garantirem o escoamento livre?
a) um coletor circular tem uma declividade de 0,005 m/m e deverá transportar 332 l/s como
cheia de projeto. Qual será seu diâmetro e velocidade do escoamento;
b) idem se Q = 772 l/s e I = 0,006 m/m;
c) calcular a lâmina líquida de um conduto circular com diâmetro de 600 mm transportando
218 l/s (I = 0,2%); verificar também a velocidade de escoamento.
d) um trecho de coletor deve escoar durante uma chuva de projeto uma vazão de 1263 l/s.
Sabendo-se que a declividade do trecho é de 0,05% pede-se:
- diâmetro do trecho;
- condições de funcionamento (y e V);
e) se em uma tubulação de 1200 mm de diâmetro em concreto escoa uma vazão de 1,29
m³/s com uma lâmina absoluta de 80cm, qual é a declividade e a velocidade de projeto?
7. Que área de projeto poderia ser esgotada por um coletor de esgotos pluviais de 400 mm
de diâmetro, assentado sob 0,35% de declividade? Sabe-se que a equação de chuva local
é a mesma do exercício IV.6.7. C = 0,60.
8. Uma galeria pluvial de 1,5 m de diâmetro, deverá transportar 3366 l/s quando funcionar a
3/4 de secção. Determinar a descarga e a velocidade de escoamento quando a lâmina
líquida for de apenas 0,45% da altura útil.
10. Duas galerias circulares se encontram. Uma tem 1,10m de diâmetro, declividade de
0,0004m/m e apresenta uma vazão máxima de 408,6 l/s. A segunda tem 0,60m de
diâmetro, declividade de 0,001m/m e uma vazão máxima de 122 l/s. Pergunta-se a que
altura da maior deverá entrar a menor para que, na situação de vazões máximas não
apareçam condições de remanso ou de vertedouro livre?
n = 0,015.
VI. Exercícios
4. Expor razões que obrigam a existência das chaminés. Por que a altura das mesmas deve
ficar entre 0,30 e 1,00 metro?
7. Por que os PV em concreto armado no local são mais utilizados para canalizações com
diâmetros superiores a 400 mm ?
8. Por que as chaminés são mais frequentemente construídas com anéis pré-moldados?
10. Definir caixas de ligação "de reunião" e "intermediária". Qual a diferença conceitual entre
elas?
VII. Exercícios
2. Citar situações em que a seção circular poderia se tornar inviável. E situações onde seu
emprego seria impossível.
7. Por que as seções ovais são mais indicadas para casos de grandes cargas verticais? e
pequenos esforços laterais?
8. Por que os arcos abatidos são pouco recomendáveis para substituição dos ovóides?
10. Por que um só fator é suficiente para mostrar a inviabilização da seção circular no caso
específico? Exemplifique.
13. Repetir o exemplo do item XV.3 para as demais seções da Tabela XV.1.
15. Determinar a velocidade média e a vazão de uma seção tipo capacete de 1,8m de largura e
declividade de 0,08%.
17. Repetir o exercício XV.7.16 para quando a seção for (a) ferradura achatada (b) formato de
cesto alemão (c) oval invertida (d) oval larga e (e) quadrada.
18. Comparar a capacidade de uma seção circular de diâmetro D com as seguintes seções de
idêntica dimensão horizontal:
a) ovóide alta;
b) elipsoidal alta;
c) cesto alta;
d) quadrada de quatro lados;
e) retangular H/D = 1,50.
19. Repetir o exercício anterior para h/H = 0,5, ou seja, para circular a meia seção. Desenhar
as figuras.
20. Encontrar a altura do esgoto e a velocidade média de escoamento de 270 l/s em uma
seção em ferradura de largura igual a 1,2m, sob declividade de 0,002m/m. E se a seção
fosse oval de soleira estreita? ou quadrada?