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RISCOS JURÍDICOS
NA MINERAÇÃO
WILLIAM FREIRE é advogado
formado pela UFMG. Autor de
diversos livros de Direito Minerário
e Direito Ambiental. Professor de
Direito Minerário em vários cursos
de pós-graduação. Fundador do
Instituto Brasileiro do Direito da
Mineração — IBDM. Árbitro da
Câmara de Mediação e Arbitragem
Empresarial Brasil – CAMARB.
Diretor do Departamento do Direito
da Mineração do Instituto dos
Advogados de Minas Gerais.
RISCOS JURÍDICOS
NA MINERAÇÃO
WILLIAM FREIRE
RISCOS JURÍDICOS
NA MINERAÇÃO
BELO HORIZONTE
2019
Copyright © William Freire
Copyright © Editora Jurídica
Todos os direitos reservados
2019
PESQUISA...................................................................................................................13
LAVRA........................................................................................................................ 27
RISCOS COMUNS.......................................................................................................51
RISCOS COMUNS AOS DIVERSOS REGIMES
DE EXPLORAÇÃO MINERAL.............................................................................. 53
SIGILO DOS PROCESSOS MINERÁRIOS..................................................................................... 53
INÉRCIA DA AGÊNCIA NACIONAL DA MINERAÇÃO – ANM............................................. 54
DISPUTA POR PRIORIDADE.............................................................................................................. 54
INVASÃO DE ÁREAS DE DIREITOS MINERÁRIOS.................................................................. 55
BARRAGENS DE REJEITOS...............................................................................................................56
INTERFERÊNCIA COM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO........................................................57
INTERFERÊNCIA COM TERRAS INDÍGENAS............................................................................57
CONFLITOS COM OUTROS EMPREENDIMENTOS DE INTERESSE PÚBLICO........58
PRAZOS NA LEGISLAÇÃO MINERAL...........................................................................................58
GESTÃO FUNDIÁRIA............................................................................................................................ 59
DISPONIBILIDADE................................................................................................................................ 60
RELATÓRIO ANUAL DE LAVRA — RAL....................................................................................... 60
CADASTRO DE TITULARES DE DIREITOS MINERÁRIOS – CTDM.................................. 61
DISPENSA DE TÍTULO MINERÁRIO............................................................................................... 61
DIREITO MINERÁRIO EM FAIXA DE FRONTEIRA..................................................................62
RESPONSABILIDADE DO MINERADOR EM MATÉRIA DE
TRANSPORTE DE CARGAS EM RODOVIAS..............................................................................63
AUSÊNCIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA DO PATRIMÔNIO MINERAL...........................63
TRIBUTÁRIO..............................................................................................................65
PENAL...................................................................................................................... 69
POSFÁCIO.................................................................................................................. 73
ANEXOS..................................................................................................................... 77
CÓDIGO DE MINERAÇÃO...................................................................................79
REGULAMENTO DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO...............................................114
PREFÁCIO
A atuação no setor mineral é, sem dúvida, grande desafio. A legislação
mineral, desatualizada e, em grande medida, desorganizada, é fonte de
parte dos problemas.
A partir dessa experiência, preparamos este livro com a relação dos riscos
(e algumas oportunidades) mais comuns para as empresas de mineração
e sua cadeia produtiva. O texto está acompanhado, ao final, de esquemas
ilustrativos (infográficos), com indicação de riscos nas fases do processo
administrativo minerário.
11
Não é o objetivo do livro apresentar as soluções para todos os casos, uma
vez que as situações precisam ser analisadas em sua singularidade. Apesar
disso, entendemos que ele poderá contribuir com o primeiro passo
necessário para evitar qualquer problema: a identificação do risco.
William Freire
12
PESQUISA
FASE DE PESQUISA MINERAL
PESQUISA EM ÁREA DEGRADADA
1
Como será tratado adiante, no regime de Licenciamento Mineral, a legislação exige que o titular
seja proprietário do imóvel ou tenha autorização expressa do proprietário.
15
de conservação ambiental ou reserva legal sobre seu imóvel. Nesses casos
em que é oferecido algum tipo de resistência, há alternativas legais para
superá-la. Em boa parte das vezes, a melhor opção é realizar acordos com
os superficiários, que precisam ser bem formulados, para não se tornarem
fontes de problemas futuros.
A melhor opção deve ser definida com base nas particularidades do caso
concreto.
16
PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA AVALIAÇÃO DE RENDAS E
DANOS
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é possível ocupar, também, imóveis vizinhos. Nessa hipótese, é necessário
verificar a melhor forma, se por acordo com os superficiários ou se por
procedimento judicial.
18
a 05/05/2021, para não pagar a TAH referente aos dois últimos anos, o
titular deve protocolizar a renúncia, no máximo, até 04/05/2019. É preciso
que o minerador fique atento a esses prazos, para que não tenha despesa
adicional desnecessária.
19
Essa limitação aumenta a necessidade de boa gestão na realização da
pesquisa mineral e acrescenta o risco de perda do direito para os processos
minerários com primeira prorrogação já concedida.
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Ainda não está claro, porém, quais atividades estão autorizadas e se o
novo sistema conviverá com a antiga Autorização Especial de Pesquisa
Essa indefinição gera risco considerável. Isso porque é possível que, após
a realização da pesquisa, entenda-se que os trabalhos foram realizados
sem autorização legal, o que poderia gerar, inclusive, responsabilização
criminal.
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Além disso, a decisão de não aprovação do RFP costuma gerar muitos
problemas. Isso porque não há parâmetro claro e objetivo para definir a
suficiência/insuficiência dos trabalhos ou a qualidade/deficiência técnica
do relatório, havendo situações em que o julgamento realizado pelo
técnico responsável pela análise do RFP pode ser questionado. Nesses
casos, não é raro que, dentro da própria ANM, haja divergência de
entendimento sobre o julgamento adequado.
Para evitar que tenha o seu RFP não aprovado (e, consequentemente,
perca a área), além de cuidar para que a pesquisa seja bem realizada e
os dados adequadamente apresentados à ANM, é importante que o
minerador avalie os fundamentos da decisão proferida, a fim de adotar as
medidas na forma e prazo adequados.
MUDANÇA DE REGIME
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GUIA DE UTILIZAÇÃO — GU
A Guia de Utilização (GU) é o instrumento pelo qual a ANM dá ao minerador
o consentimento para realizar extração de substâncias minerais antes da
outorga da Concessão de Lavra.
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INFOGRÁFICO I
Requerimento
4 ê Exigências
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5 ê Indeferimento do requerimento de pesquisa
Autorização de pesquisa
10 ê Resistência da comunidade
Guia de utilização
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19 ê Participação do proprietário no resultado da lavra na GU
25 ê Alteração de regime
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LAVRA
FASE DE REQUERIMENTO DE
LAVRA
PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA REQUERER A LAVRA
CUMPRIMENTO DE EXIGÊNCIAS
29
Quando intimado, o minerador terá 6 meses para provar que iniciou
o processo de licenciamento ambiental e deverá demonstrar à ANM,
espontaneamente, a cada 6 meses, o andamento do licenciamento
ambiental, até que a licença seja apresentada.
30
O Regulamento do Código de Mineração determina que, enquanto não
obtém a referida licença, o minerador deve comunicar à ANM, de seis em
seis meses, o andamento do processo ambiental.
31
sob pena de grande atraso no processo minerário e comprometimento
do projeto.
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SERVIDÃO MINERAL ANTES DA CONCESSÃO DE LAVRA
33
FASE DE LAVRA
PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA INICIAR A LAVRA
SUSPENSÃO DA LAVRA
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A suspensão da lavra sem a formalização do requerimento é passível,
inicialmente, de multa e, posteriormente, pode gerar a caducidade do
direito minerário.
36
momento para o requerimento, a real necessidade, os custos envolvidos e
a celeridade de cada alternativa.
É preciso atenção para as áreas que são utilizadas sem acordo com
o superficiário, uma vez que existe a possibilidade do minerador ser
futuramente executado pelo superficiário.
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APROVEITAMENTO DE ESTÉREIS E REJEITOS
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Apesar disso, há risco de outorga de direito minerário sobre essas áreas, já
que em grande parte das vezes a ANM não terá e não buscará a informação
a respeito da existência de estéril ou rejeito sobre a área requerida.
Assim, é importante fazer boa gestão sobre essas áreas, para evitar que
algum processo de terceiro avance e tenha direito minerário outorgado
sobre elas.
CONTRATO DE ARRENDAMENTO
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penais e administrativos, bem como aqueles que possam gerar a perda do
direito minerário.
40
INFOGRÁFICO II
Requerimento de lavra
41
5 ê Necessidade de alterar o PAE antes de sua análise
8 ê Cumprimento de exigências
Concessão de lavra
42
19 ê Conflito com empreendimentos imobiliários
43
34 ê Descumprimento do PAE e riscos para o direito minerário
37 ê Aditamento de substância
39 ê Ampliação do empreendimento
Exaustão da jazida
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REGIME DE
LICENCIAMENTO
MINERAL
O regime de Licenciamento Mineral (ou Registro de Licença) possui muitas
particularidades. A sua outorga está condicionada à obtenção de Licença
Municipal (pela autoridade competente do Município onde está localizada
a jazida) e à autorização do proprietário do imóvel.
PRORROGAÇÃO DO TÍTULO
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dificuldades, adotar as medidas necessárias para a preservação do seu
direito de prioridade.
ALTERAÇÃO DE REGIME
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Além disso, é possível que o proprietário do imóvel intervenha no
processo administrativo minerário visando à manutenção do regime de
licenciamento, que lhe pode ser mais favorável.
INFOGRÁFICO III
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Requerimento de licenciamento na ANM
Alteração de regime
14 ê Lavra paralisada
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17 ê Aproximação de núcleos urbanos
Prorrogação do licenciemento
22 ê Indeferimento da prorrogação
Exaustão de jazida
30 ê Descomissionamento da mina
31 ê Necessidade de monitoramentos
50
RISCOS
COMUNS
RISCOS COMUNS AOS
DIVERSOS REGIMES DE
EXPLORAÇÃO MINERAL
SIGILO DOS PROCESSOS MINERÁRIOS
53
Essa disposição abre oportunidade para a empresa colocar sob sigilo
outros documentos e informações. Cada processo é diferente e cada
documento é distinto do outro. Em razão disso, cada processo deverá ser
examinado individualmente, sob pena de a ANM indeferir o requerimento
de sigilo feito de forma padronizada.
54
A verificação do requerimento prioritário pode ter várias discussões,
envolvendo, por exemplo, o momento em que a área ficou livre,
o cumprimento dos requisitos por outro requerente, a retirada de
interferências com as áreas oneradas etc.
Essas questões podem fazer com que a ANM defina a prioridade de forma
indevida. Portanto, deve ser foco de atenção, seja para o titular de novo
requerimento ou para o titular de requerimento ou direito minerário
anterior. No caso de incorreção da definição da prioridade, poderão ser
adotadas medidas administrativas e/ou judiciais.
55
BARRAGENS DE REJEITOS
56
INTERFERÊNCIA COM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
57
De modo semelhante ao que ocorre com as Unidades de Conservação
(tratado no tópico anterior), a ANM entende que os requerimentos que
interferem com terras indígenas devem ser indeferidos e que os direitos
minerários vigentes devem passar por processo de “decaimento” (extinção
do direito). Portanto, também é preciso atenção a eventual interferência
com essas áreas.
58
Em razão dessas peculiaridades, para o cumprimento tempestivo de suas
obrigações, é necessário que o minerador atente-se ao prazo específico
de cada manifestação ou evento de seu processo minerário.
GESTÃO FUNDIÁRIA
A falta de boa gestão dessas áreas, ainda antes do ingresso nos imóveis,
gera o risco de atraso na implantação do projeto. Algumas medidas que
devem ser adotadas:
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• Prevenção contra aproximação de núcleos urbanos, o que causará
problemas para a mineração a curto e longo prazos.
DISPONIBILIDADE
60
ou dados exigidos por lei ou por Resolução da ANM, sujeitam o minerador
a multa.
61
A ANM possui entendimento restritivo em relação a aplicação dessa
hipótese, considerando, por exemplo, que se houver oferta de material no
mercado regional, não é possível a dispensa de título. Portanto, mesmo
nos casos de movimentação de areia, cascalho ou argila, por exemplo, há
risco de responsabilização, nas esferas civil, administrativa e criminal, se o
responsável não tiver título minerário para a referida substância.
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É importante, portanto, que os interessados em requerer ou adquirir título
minerário cuja poligonal interfira com a faixa de fronteira verifiquem se
essas restrições podem atingi-los.
Quanto mais tarde a gestão estratégica for iniciada, mais riscos o minerador
terá corrido desnecessariamente.
63
A gestão estratégica evita muitos riscos e economiza tempo e dinheiro.
Além das várias medidas já indicadas nesse material, são recomendações
para uma boa gestão estratégica:
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TRIBUTÁRIO
OPORTUNIDADES EM
RELAÇÃO À TRIBUTAÇÃO
A tributação de empresas de mineração é repleta de detalhes e
peculiaridades. Seguem alguns entendimentos jurídicos que podem gerar
oportunidades econômicas para os mineradores:
67
68
PENAL
RISCOS EM MATÉRIA PENAL
CRIME DE USURPAÇÃO
CRIMES AMBIENTAIS
71
POSFÁCIO
Os riscos que envolvem a mineração são imensos e podem gerar sérios
prejuízos para o minerador, se não houver gerenciamento estratégico
deles.
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ANEXOS
CÓDIGO DE MINERAÇÃO
O Presidente da República no uso da atribuição que lhe confere o artigo 9º, § 2º, do Ato
Institucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966 e (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de
1967)
CONSIDERANDO que a notória evolução da ciência e da tecnologia, nos anos após a 2ª Guerra
Mundial, introduziram alterações profundas na utilização das substâncias minerais; (Redação
dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
79
CONSIDERANDO, mais, quanto consta da Exposição de Motivos número 6-67-GB, de 20 de
fevereiro de 1967, dos Senhores Ministros das Minas e Energia, Fazenda e Planejamento e
Coordenação Econômica, (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
DECRETA:
CÓDIGO DE MINERAÇÃO
CAPÍTULO I
Das Disposições Preliminares
Art. 2º Os regimes de aproveitamento das substâncias minerais, para efeito deste Código,
são: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos órgãos da administração
direta e autárquica da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
sendo-lhes permitida a extração de substâncias minerais de emprego imediato
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na construção civil, definidas em Portaria do Ministério de Minas e Energia, para
uso exclusivo em obras públicas por eles executadas diretamente, respeitados
os direitos minerários em vigor nas áreas onde devam ser executadas as obras e
vedada a comercialização.(Redação dada pela Lei nº 9.827, de 1999)
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a) edifícios, construções, máquinas, aparelhos e instrumentos destinados à
mineração e ao beneficiamento do produto da lavra, desde que este seja
realizado na área de concessão da mina;
b) servidões indispensáveis ao exercício da lavra;
c) animais e veículos empregados no serviço;
d) materiais necessários aos trabalhos da lavra, quando dentro da área concedida;
e,
e) provisões necessárias aos trabalhos da lavra, para um período de 120 (cento e
vinte) dias.
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b) o direito à participação do proprietário do solo nos resultados da
lavra. (Redação dada pela Lei nº 8.901, de 1994)
§1º A participação de que trata a alínea b do caput deste artigo será de cinquenta
por cento do valor total devido aos Estados, Distrito Federal, Municípios e
órgãos da administração direta da União, a título de compensação financeira
pela exploração de recursos minerais, conforme previsto no caput do art. 6º
da Lei nº 7.990, de 29/12/89 e no art. 2º da Lei nº 8.001, de 13/03/90. (Incluído
pela Lei nº 8.901, de 1994)
§2º O pagamento da participação do proprietário do solo nos resultados da lavra
de recursos minerais será efetuado mensalmente, até o último dia útil do mês
subsequente ao do fato gerador, devidamente corrigido pela taxa de juros de
referência, ou outro parâmetro que venha a substituí-la. (Incluído pela Lei nº
8.901, de 1994)
§3º O não cumprimento do prazo estabelecido no parágrafo anterior implicará
correção do débito pela variação diária da taxa de juros de referência, ou outro
parâmetro que venha a substituí-la, juros de mora de um por cento ao mês e
multa de dez por cento aplicada sobre o montante apurado. (Incluído pela Lei
nº 8.901, de 1994)
Art. 12 O direito de participação de que trata o artigo anterior não poderá ser objeto de
transferência ou caução separadamente do imóvel a que corresponder, mas o
proprietário deste poderá:
Parágrafo único Os atos enumerados neste artigo somente valerão contra terceiros
a partir da sua inscrição no Registro de Imóveis.
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IV - quantidade e condições técnicas e econômicas do consumo de produtos
minerais.
CAPÍTULO II
Da Pesquisa Mineral
Art. 14 Entende-se por pesquisa mineral a execução dos trabalhos necessários à definição
da jazida, sua avaliação e a determinação da exequibilidade do seu aproveitamento
econômico.
Art. 15 A autorização de pesquisa será outorgada pelo DNPM a brasileiros, pessoa natural,
firma individual ou empresas legalmente habilitadas, mediante requerimento do
interessado. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
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I- nome, indicação da nacionalidade, do estado civil, da profissão, do domicílio
e do número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da
Fazenda, do requerente, pessoa natural. Em se tratando de pessoa jurídica,
razão social, número do registro de seus atos constitutivos no Órgão de
Registro de Comércio competente, endereço e número de inscrição no
Cadastro Geral dos Contribuintes do Ministério da Fazenda; (Redação dada
pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - prova de recolhimento dos respectivos emolumentos; (Redação dada pela
Lei nº 9.314, de 1996)
III - designação das substâncias a pesquisar; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de
1996)
IV - indicação da extensão superficial da área objetivada, em hectares, e do
Município e Estado em que se situa; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
V - memorial descritivo da área pretendida, nos termos a serem definidos em
portaria do Diretor-Geral do DNPM; (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
VI - planta de situação, cuja configuração e elementos de informação serão
estabelecidos em portaria do Diretor-Geral do DNPM; (Incluído pela Lei nº
9.314, de 1996)
VII - plano dos trabalhos de pesquisa, acompanhado do orçamento e cronograma
previstos para sua execução. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§1º O requerente e o profissional responsável poderão ser interpelados pelo
DNPM para justificarem o plano de pesquisa e o orçamento correspondente
referidos no inciso VII deste artigo, bem como a disponibilidade de
recursos. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º Os trabalhos descritos no plano de pesquisa servirão de base para a
avaliação judicial da renda pela ocupação do solo e da indenização devida
ao proprietário ou posseiro do solo, não guardando nenhuma relação com
o valor do orçamento apresentado pelo interessado no referido plano de
pesquisa. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§3º Os documentos a que se referem os incisos V, VI e VII deste artigo deverão
ser elaborados sob a responsabilidade técnica de profissional legalmente
habilitado.(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
85
Art. 17 Será indeferido de plano pelo Diretor-Geral do DNPM o requerimento
desacompanhado de qualquer dos elementos de instrução referidos nos incisos I
a VII do artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
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VI - se a área estiver vinculada a autorização de pesquisa, com relatório dos
respectivos trabalhos aprovado, e na vigência do direito de requerer a
concessão da lavra, atribuído nos termos do Art. 31 deste Código. (Incluído
pela Lei nº 6.403, de 1976)
§1º Não estando livre a área pretendida, o requerimento será indeferido por
despacho do Diretor-Geral do Departamento Nacional da Produção Mineral
(D.N.P.M.), assegurada ao interessado a restituição de uma das vias das peças
apresentadas em duplicata, bem como dos documentos públicos, integrantes
da respectiva instrução. (Renumerado do Parágrafo único para § 1º com nova
redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)
§2º Ocorrendo interferência parcial da área objetivada no requerimento, como
área onerada nas circunstâncias referidas nos itens I a VI deste artigo, e
desde que a realização da pesquisa, ou a execução do aproveitamento
mineral por licenciamento, na parte remanescente, seja considerada técnica
e economicamente viável, a juízo do Departamento Nacional da Produção
Mineral - D.N.P.M. - será facultada ao requerente a modificação do pedido
para retificação da área originalmente definida, procedendo-se, neste caso, de
conformidade com o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo anterior. (Incluído pela
Lei nº 6.403, de 1976)
87
§3º Provido o pedido de reconsideração ou o recurso, caberá o indeferimento
do requerimento de autorização de pesquisa superveniente, de que trata o
parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 6.403, de 1976)
88
b) nulidade exofficio do alvará de autorização de pesquisa, após imposição de
multa.(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 22 A autorização de pesquisa será conferida nas seguintes condições, além das demais
constantes deste Código: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
89
de vigência do alvará, ou de sua renovação, relatório circunstanciado dos
trabalhos, contendo os estudos geológicos e tecnológicos quantificativos
da jazida e demonstrativos da exequibilidade técnico-econômica da lavra,
elaborado sob a responsabilidade técnica de profissional legalmente
habilitado. Excepcionalmente, poderá ser dispensada a apresentação do
relatório, na hipótese de renúncia à autorização de que trata o inciso II deste
artigo, conforme critérios fixados em portaria do Diretor-Geral do DNPM, caso
em que não se aplicará o disposto no § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei
nº 9.314, de 1996)
§1º A não apresentação do relatório referido no inciso V deste artigo sujeita o
titular à sanção de multa, calculada à razão de uma UFIR por hectare da área
outorgada para pesquisa. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º É admitida, em caráter excepcional, a extração de substâncias minerais
em área titulada, antes da outorga da concessão de lavra, mediante prévia
autorização do DNPM, observada a legislação ambiental pertinente. (Redação
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 23 Os estudos referidos no inciso V do art. 22 concluirão pela: (Redação dada pela Lei
nº 9.314, de 1996)
Parágrafo único. Na hipótese de que trata a parte final do caput deste artigo, será
expedido alvará retificador, contando-se o prazo de validade da autorização a partir
90
da data da publicação, no Diário Oficial da União, do novo título.(Incluído pela Lei nº
9.314, de 1996)
Art. 25 As autorizações de pesquisa ficam adstritas às áreas máximas que forem fixadas em
portaria do Diretor-Geral do DNPM. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 26 A área desonerada por publicação de despacho no Diário Oficial da União ficará
disponível pelo prazo de sessenta dias, para fins de pesquisa ou lavra, conforme
dispuser portaria do Ministro de Estado de Minas e Energia. (Redação dada pela Lei
nº 9.314, de 1996)
91
III - Quando os danos forem de molde a inutilizar para fins agrícolas e pastoris
toda a propriedade em que estiver encravada a área necessária aos trabalhos
de pesquisa, a indenização correspondente a tais danos poderá atingir o valor
venal máximo de toda a propriedade;
IV - Os valores venais a que se referem os incisos II e III serão obtidos por
comparação com valores venais de propriedade da mesma espécie, na
mesma região;
V - No caso de terrenos públicos, é dispensado o pagamento da renda, ficando o
titular da pesquisa sujeito apenas ao pagamento relativo a danos e prejuízos;
VI - Se o titular do Alvará de Pesquisa, até a data da transcrição do título de
autorização, não juntar ao respectivo processo prova de acordo com os
proprietários ou posseiros do solo acerca da renda e indenização de que trata
este artigo, o Diretor-Geral do D. N. P. M., dentro de 3 (três) dias dessa data,
enviará ao Juiz de Direito da Comarca onde estiver situada a jazida, cópia do
referido título;
VII - Dentro de 15 (quinze) dias, a partir da data do recebimento dessa comunicação,
o Juiz mandará proceder à avaliação da renda e dos danos e prejuízos a que se
refere este artigo, na forma prescrita no Código de Processo Civil;
VIII - O Promotor de Justiça da Comarca será citado para os termos da ação, como
representante da União;
IX - A avaliação será julgada pelo Juiz no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
contados da data do despacho a que se refere o inciso VII, não tendo efeito
suspensivo os recursos que forem apresentados;
X - As despesas judiciais com o processo de avaliação serão pagas pelo titular da
autorização de pesquisa;
XI - Julgada a avaliação, o Juiz, dentro de 8 (oito) dias, intimará o titular a depositar
quantia correspondente ao valor da renda de 2 (dois) anos e a caução para
pagamento da indenização;
XII - Feitos esses depósitos, o Juiz, dentro de 8 (oito) dias, intimará os proprietários
ou posseiros do solo a permitirem os trabalhos de pesquisa, e comunicará seu
despacho ao Diretor-Geral do D. N. P. M. e, mediante requerimento do titular
da pesquisa, às autoridades policiais locais, para garantirem a execução dos
trabalhos;
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XIII - Se o prazo da pesquisa for prorrogado, o Diretor-Geral do D. N. P. M. o
comunicará ao Juiz, no prazo e condições indicadas no inciso VI deste artigo;
XIV - Dentro de 8 (oito) dias do recebimento da comunicação a que se refere o
inciso anterior, o Juiz intimará o titular da pesquisa a depositar nova quantia
correspondente ao valor da renda relativa ao prazo de prorrogação
XV - Feito esse depósito, o Juiz intimará os proprietários ou posseiros do solo,
dentro de 8 (oito) dias, a permitirem a continuação dos trabalhos de pesquisa
no prazo da prorrogação, e comunicará seu despacho ao Diretor-Geral do D.
N. P. M. e às autoridades locais;
XVI - Concluídos os trabalhos de pesquisa, o titular da respectiva autorização e o
Diretor-Geral do D.N.P.M. Comunicarão o fato ao Juiz, a fim de ser encerrada a
ação judicial referente ao pagamento das indenizações e da renda.
Art. 28 Antes de encerrada a ação prevista no artigo anterior, as partes que se julgarem
lesadas poderão requerer ao Juiz que se lhes faça justiça.
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I - aprovação do relatório, quando ficar demonstrada a existência de
jazida; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - não aprovação do relatório, quando ficar constatada insuficiência dos
trabalhos de pesquisa ou deficiência técnica na sua elaboração; (Redação
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
III - arquivamento do relatório, quando ficar demonstrada a inexistência de
jazida, passando a área a ser livre para futuro requerimento, inclusive com
acesso do interessado ao relatório que concluiu pela referida inexistência de
jazida; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
IV - sobrestamento da decisão sobre o relatório, quando ficar caracterizada a
impossibilidade temporária da exequibilidade técnico-econômica da lavra,
conforme previsto no inciso III do art. 23. (Incluído dada pela Lei nº 9.314, de
1996)
§1° Na hipótese prevista no inciso IV deste artigo, o DNPM fixará prazo para o
interessado apresentar novo estudo da exequibilidade técnico-econômica da
lavra, sob pena de arquivamento do relatório. (Incluído dada pela Lei nº 9.314,
de 1996)
§2° Se, no novo estudo apresentado, não ficar demonstrada a exequibilidade
técnico-econômica da lavra, o DNPM poderá conceder ao interessado,
sucessivamente, novos prazos, ou colocar a área em disponibilidade, na forma
do art. 32, se entender que terceiro poderá viabilizar a eventual lavra. (Incluído
dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
§3° Comprovada a exequibilidade técnico-econômica da lavra, o DNPM proferirá,
ex officio ou mediante provocação do interessado, despacho de aprovação
do relatório. (Incluído dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 31 O titular, uma vez aprovado o Relatório, terá 1 (hum) ano para requerer a concessão
de lavra, e, dentro deste prazo, poderá negociar seu direito a essa concessão, na
forma deste Código.
Parágrafo único. O DNPM poderá prorrogar o prazo referido no caput, por igual
período, mediante solicitação justificada do titular, manifestada antes de findar-se o
prazo inicial ou a prorrogação em curso. (Incluído dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 32 Findo o prazo do artigo anterior, sem que o titular, ou seu sucessor, haja requerido
concessão de lavra, caducará seu direito, cabendo ao Diretor-Geral do Departamento
Nacional da Produção Mineral - D. N. P. M. - mediante Edital publicado no Diário Oficial
94
da União, declarar a disponibilidade da jazida pesquisada, para fins de requerimento
da concessão de lavra. (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)
Art. 34 Sempre que o Governo cooperar com o titular da autorização nos trabalhos de
pesquisa, será reembolsado das despesas, de acordo com as condições estipuladas
no ajuste de cooperação técnica celebrado entre o D.N.P.M. e o titular.
CAPÍTULO III
Da Lavra
95
Parágrafo único. Não haverá restrições quanto ao número de concessões
outorgadas a uma mesma empresa. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 38 O requerimento de autorização de lavra será dirigido ao Ministro das Minas e Energia,
pelo titular da autorização de pesquisa, ou seu sucessor, e deverá ser instruído com
os seguintes elementos de informação e prova:
Parágrafo único. Quando tiver por objeto área situada na faixa de fronteira, a
concessão de lavra fica ainda sujeita aos critérios e condições estabelecidas em
lei. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
96
Art. 39 O plano de aproveitamento econômico da jazida será apresentado em duas vias e
constará de:
I - Memorial explicativo;
II - Projetos ou anteprojetos referentes;
97
concessão de lavra, na forma do art. 32. (Incluído dada pela Lei nº 9.314, de
1996)
Art. 42 A autorização será recusada, se a lavra for considerada prejudicial ao bem público ou
comprometer interesses que superem a utilidade da exploração industrial, a juízo
do Governo. Neste último caso, o pesquisador terá direito de receber do Governo
a indenização das despesas feitas com os trabalhos de pesquisa, uma vez que haja
sido aprovado o Relatório.
Art. 43 A concessão de lavra terá por título uma portaria assinada pelo Ministro de Estado
de Minas e Energia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
98
precisamente nos pontos indicados no Decreto de Concessão, dando-se, em
seguida, ao concessionário, a Posse da jazida.
§1º Do que ocorrer, o representante do D.N.P.M lavrará termo, que assinará com o
titular da lavra, testemunhas e concessionários das minas limítrofes, presentes
ao ato.
§2º Os marcos deverão ser conservados bem visíveis e só poderão ser mudados
com autorização expressa do D.N.P.M.
Art. 46 Caberá recurso ao Ministro das Minas e Energia contra a Imissão de Posse, dentro
de 15 (quinze) dias, contados da data do ato de imissão.
Art. 47 Ficará obrigado o titular da concessão, além das condições gerais que constam
deste Código, ainda, às seguintes, sob pena de sanções previstas no Capítulo V:
99
XII - Proteger e conservar as Fontes, bem como utilizar as águas segundo os
preceitos técnicos quando se tratar de lavra de jazida da Classe VIII;
XIII - Tomar as providências indicadas pela Fiscalização dos órgãos Federais;
XIV - Não suspender os trabalhos de lavra, sem prévia comunicação ao D.N.P.M.;
XV - Manter a mina em bom estado, no caso de suspensão temporária dos
trabalhos de lavra, de modo a permitir a retomada das operações;
XVI - Apresentar ao Departamento Nacional da Produção Mineral - D.N.P.M. - até
o dia 15 (quinze) de março de cada ano, relatório das atividades realizadas no
ano anterior. (Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)
Art. 49 Os trabalhos de lavra, uma vez iniciados, não poderão ser interrompidos por mais de
6 (seis) meses consecutivos, salvo motivo comprovado de força maior.
Art. 50 O Relatório Anual das atividades realizadas no ano anterior deverá conter, entre
outros, dados sobre os seguintes tópicos:
100
propor as necessárias alterações ao D.N.P.M., para exame e eventual aprovação do
novo plano.
Art. 52 A lavra, praticada em desacordo com o plano aprovado pelo D.N.P.M., sujeita
o concessionário a sanções que podem ir gradativamente da advertência à
caducidade.
Art. 54 Em zona que tenha sido declarada Reserva Nacional de determinada substância
mineral, o Governo poderá autorizar a pesquisa ou lavra de outra substância mineral,
sempre que os trabalhos relativos à autorização solicitada forem compatíveis e
independentes dos referentes à substância da Reserva e mediante condições
especiais, de conformidade com os interesses da União e da economia nacional.
Art. 55 Subsistirá a Concessão, quanto aos direitos, obrigações, limitações e efeitos dela
decorrentes, quando o concessionário a alienar ou gravar, na forma da lei.
101
§4º Os credores não têm ação alguma contra o novo titular da concessão
extinta, salvo se esta, por qualquer motivo, voltar ao domínio do primitivo
concessionário devedor. (Incluído pela Lei nº 7.085, de 1982)
Art. 57 No curso de qualquer medida judicial não poderá haver embargo ou sequestro que
resulte em interrupção dos trabalhos de lavra.
102
CAPÍTULO IV
Das Servidões
Art. 59 Ficam sujeitas a servidões de solo e subsolo, para os fins de pesquisa ou lavra, não
só a propriedade onde se localiza a jazida, como as limítrofes. (Renumerado do Art.
60 para Art. 59 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
§1º Não havendo acordo entre as partes, o pagamento será feito mediante
depósito judicial da importância fixada para indenização, através de vistoria
ou perícia com arbitramento, inclusive da renda pela ocupação, seguindo-se o
competente mandado de imissão de posse na área, se necessário.
§2º O cálculo da indenização e dos danos a serem pagos pelo titular da autorização
de pesquisas ou concessão de lavra, ao proprietário do solo ou ao dono das
benfeitorias, obedecerá às prescrições contidas no Artigo 27 deste Código, e
seguirá o rito estabelecido em Decreto do Governo Federal.
103
Art. 62 Não poderão ser iniciados os trabalhos de pesquisa ou lavra, antes de
paga a importância à indenização e de fixada a renda pela ocupação do
terreno. (Renumerado do Art. 63 para Art. 62 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
CAPÍTULO V
Das Sanções e das Nulidades
Art. 63 O não cumprimento das obrigações decorrentes das autorizações de pesquisa, das
permissões de lavra garimpeira, das concessões de lavra e do licenciamento implica,
dependendo da infração, em: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 64 A multa inicial variará de 100 (cem) a 1.000 (um mil) UFIR, segundo a gravidade das
infrações. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 64 A multa inicial variará de 100 (cem) a 1.000 (um mil) UFIR, segundo a gravidade das
infrações.(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
104
a) caracterização formal do abandono da jazida ou mina;
b) não cumprimento dos prazos de início ou reinício dos trabalhos de pesquisa
ou lavra, apesar de advertência e multa;
c) prática deliberada dos trabalhos de pesquisa em desacordo com as condições
constantes do título de autorização, apesar de advertência ou multa;
d) prosseguimento de lavra ambiciosa ou de extração de substância não
compreendida no Decreto de Lavra, apesar de advertência e multa; e,
e) não atendimento de repetidas observações da fiscalização, caracterizado pela
terceira reincidência, no intervalo de 1 (hum) ano, de infrações com multas.
§1º Extinta a concessão de lavra, caberá ao Diretor-Geral do Departamento
Nacional da Produção Mineral - D.N.P.M. - mediante Edital publicado no Diário
Oficial da União, declarar a disponibilidade da respectiva área, para fins de
requerimento de autorização de pesquisa ou de concessão de lavra. (Incluído
pela Lei nº 6.403, de 1976)
§2º O Edital estabelecerá os requisitos especiais a serem atendidos pelo
requerente, consoante as peculiaridades de cada caso. (Incluído pela Lei nº
6.403, de 1976)
§3º Para determinação da prioridade à outorga da autorização de pesquisa, ou da
concessão de lavra, conforme o caso, serão, conjuntamente, apreciados os
requerimentos protocolizados, dentro do prazo que for conveniente fixado
no Edital, definindo-se, dentre estes, como prioritário, o pretendente que,
a juízo do Departamento Nacional da Produção Mineral - D.N.P.M. - melhor
atender aos interesses específicos do setor minerário. (Incluído pela Lei nº
6.403, de 1976)
105
§ 3º A nulidade poderá ser pleiteada judicialmente em ação proposta por qualquer
interessado, no prazo de 1 (hum) ano, a contar da publicação do Decreto de
Lavra no Diário Oficial da União.
106
§6º Somente será admitido 1 (hum) pedido de reconsideração e 1 (hum) recurso.
§7º Esgotada a instância administrativa, a execução das medidas determinadas
em decisões superiores não será prejudicada por recursos extemporâneos
pedidos de revisão e outros expedientes protelatórios.
CAPÍTULO VI
Da Garimpagem, Faiscação e Cata
107
nobres nativos em depósitos de eluvião ou aluvião, fluviais ou marinhos,
depósitos esses genericamente denominados faisqueiras; e,
III - cata, o trabalho individual de quem faça, por processos equiparáveis aos
de garimpagem e faiscação, na parte decomposta dos afloramentos dos
filões e veeiros, a extração de substâncias minerais úteis, sem o emprego de
explosivos, e as apure por processos rudimentares.
Art. 71 Ao trabalhador que extrai substâncias minerais úteis, por processo rudimentar
e individual de mineração, garimpagem, faiscação ou cata, denomina-se
genericamente, garimpeiro. (Renumerado do Art. 72 para Art. 71 pelo Decreto-lei nº
318, de 1967)
108
§4º Será apreendido o material de garimpagem, faiscação ou cata quando
o garimpeiro não possuir o necessário Certificado de Matrícula, sendo o
produto vendido em hasta pública e recolhido ao Banco do Brasil S/A, à conta
do «Fundo Nacional de Mineração - Parte Disponível».
Art. 76 Atendendo aos interesses do setor minerário, poderão, a qualquer tempo, ser
delimitadas determinadas áreas nas quais o aproveitamento de substâncias minerais
far-se-á exclusivamente por trabalhos de garimpagem, faiscação ou cata, consoante
for estabelecido em Portaria do Ministro das Minas e Energia, mediante proposta do
Diretor-Geral do Departamento Nacional da Produção Mineral. (Redação dada pela
Lei nº 6.403, de 1976)
CAPÍTULO VII
Das disposições Finais
109
(Renumerado do Capítulo VIII para Capítulo VII,
com nova redação pela Lei nº 9.314, de 14.11.1996)
Art. 81 As empresas que pleitearem autorização para pesquisa ou lavra, ou que forem
titulares de direitos minerários de pesquisa ou lavra, ficam obrigadas a arquivar
no DNPM, mediante protocolo, os estatutos ou contratos sociais e acordos de
acionistas em vigor, bem como as futuras alterações contratuais ou estatutárias,
dispondo neste caso do prazo máximo de trinta dias após registro no Departamento
Nacional de Registro de Comércio. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 83 Aplica-se à propriedade mineral o direito comum, salvo as restrições impostas neste
Código. (Renumerado do Art. 84 para Art. 83 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
Art. 84 A Jazida é bem imóvel, distinto do solo onde se encontra, não abrangendo a
propriedade deste o minério ou a substância mineral útil que a constitui. (Renumerado
do Art. 85 para Art. 84 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
110
disponibilidade o título representativo do direito minerário decorrente do
desmembramento. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§3º Em caráter excepcional, ex officio ou por requerimento de parte interessada,
poderá o DNPM, no interesse do setor mineral, efetuar a limitação de jazida
por superfície horizontal, inclusive em áreas já tituladas. (Incluído pela Lei nº
9.314, de 1996)
§4º O DNPM estabelecerá, em portaria, as condições mediantes as quais os
depósitos especificados no caput poderão ser aproveitados, bem como
os procedimentos inerentes à outorga da respectiva titulação, respeitados
os direitos preexistentes e as demais condições estabelecidas neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 87 Não se impedirá por ação judicial de quem quer que seja, o prosseguimento da
pesquisa ou lavra. (Renumerado do Art. 88 para Art. 87 pelo Decreto-lei nº 318, de
1967)
Parágrafo único. Após a decretação do litígio, será procedida a necessária vistoria “ad
perpetuam rei memoriam” a fim de evitar-se solução de continuidade dos trabalhos.
111
Art. 88 Ficam sujeitas à fiscalização direta do D.N.P.M. todas as atividades concernentes à
mineração, comércio e à industrialização de matérias-primas minerais, nos limites
estabelecidos em Lei. (Renumerado do Art. 89 para Art. 88 pelo Decreto-lei nº 318,
de 1967)
112
§4º A permissão do Reconhecimento Geológico terá caráter precário, e atribui
à Empresa tão somente o direito de prioridade para obter a autorização de
pesquisa dentro da região permissionária, desde que requerida no prazo
estipulado no parágrafo anterior, obedecidos os limites de áreas previstas no
Art. 25.
§5º A Empresa de Mineração fica obrigada a apresentar ao D.N.P.M. os resultados
do Reconhecimento procedido, sob pena de sanções.
Art. 92 O DNPM manterá registros próprios dos títulos minerários. (Redação dada pela Lei
nº 9.314, de 1996)
Art. 94 Será sempre ouvido o D.N.P.M. quando o Governo Federal tratar de qualquer
assunto referente à matéria-prima mineral ou ao seu produto. (Renumerado do Art.
95 para Art. 94 pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
Art. 98 Esta Lei entrará em vigor no dia 15 de março de 1967, revogadas as disposições em
contrário.
H. CASTELLO BRANCO
Octavio Bulhões | Mauro Thibau | Edmar de Souza
113
REGULAMENTO DO CÓDIGO
DE MINERAÇÃO
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de
1967,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
I - o interesse nacional; e
114
II - a utilidade pública.
Parágrafo único. As jazidas minerais são caracterizadas:
I - por sua rigidez locacional;
II - por serem finitas; e
III - por possuírem valor econômico.
Seção I
Da competência da União e da Agência Nacional de Mineração
Seção II
Da atividade de mineração, da jazida e da mina
115
III - a aptidão e o propósito para o uso futuro da área; e
IV - o monitoramento e o acompanhamento dos sistemas de disposição de
rejeitos e estéreis, da estabilidade geotécnica das áreas mineradas e das
áreas de servidão, do comportamento do aquífero e da drenagem das
águas.
Seção III
Do direito de prioridade e da área livre
Art. 7º Ao interessado cujo requerimento de direito minerário tenha por objeto área
considerada livre para a finalidade pretendida na data da protocolização do
requerimento na ANM é assegurado o direito de prioridade para a obtenção do
título minerário, atendidos os demais requisitos estabelecidos no Decreto-Lei nº
227, de 1967 - Código de Mineração, neste Decreto e na legislação correlata.
Art. 8º Será considerada livre a área que não se enquadre em quaisquer das seguintes
hipóteses:
116
II - área objeto de requerimento anterior de autorização de pesquisa, exceto se
este for indeferido de plano, sem oneração de área;
III - área objeto de requerimento anterior de concessão de lavra ou de permissão
de lavra garimpeira;
IV - área objeto de requerimento anterior de registro de licença, ou vinculada a
licença, cujo registro seja requerido no prazo de trinta dias, contado da data
de sua expedição;
V - área objeto de requerimento anterior de registro de extração, exceto se
houver anuência do órgão ou da entidade da administração pública que
apresentou o requerimento anterior;
VI - área vinculada a requerimento anterior de prorrogação de autorização de
pesquisa, permissão de lavra garimpeira ou de registro de licença, apresentado
tempestivamente, pendente de decisão;
VII - área vinculada a autorização de pesquisa nas seguintes condições:
117
será notificado para manifestar interesse pela área remanescente, conforme
disposto em Resolução da ANM.
Seção IV
Dos conceitos de pesquisa, lavra, lavra garimpeira e licenciamento
Art. 9º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se pesquisa mineral a execução dos
trabalhos necessários à definição da jazida, à sua avaliação e à determinação da
exequibilidade de seu aproveitamento econômico.
118
§6º A exequibilidade do aproveitamento econômico, objeto do relatório final de
pesquisa a que se refere o art. 25, decorrerá do estudo econômico preliminar
do empreendimento mineiro baseado nos custos da produção, dos fretes
e do mercado, nos recursos medidos e indicados, no plano conceitual da
mina e nos fatores modificadores disponíveis ou considerados à época da
elaboração do relatório, com base no fluxo de caixa simplificado do futuro
empreendimento conforme definido e disciplinado por Resolução da ANM.
§7º Encerrado o prazo da autorização de pesquisa e apresentado o relatório de
pesquisa, o titular, ou o seu sucessor, poderá dar continuidade aos trabalhos,
inclusive em campo, com vistas ao melhor detalhamento da jazida e à
conversão dos recursos medido ou indicado em reservas provada e provável,
a ser futuramente considerada no plano de aproveitamento econômico e
para o planejamento adequado do empreendimento.
§8º Os trabalhos a que se refere o § 7º não incluem a extração de recursos
minerais, exceto mediante autorização prévia da ANM, observada a legislação
ambiental pertinente, nos termos do disposto no art. 24.
§9º Os dados obtidos em razão dos trabalhos a que se refere o § 7º não poderão
ser utilizados para retificação ou complementação das informações contidas
no relatório final de pesquisa.
119
Art. 11 Considera-se lavra garimpeira o aproveitamento imediato de substância mineral
garimpável, compreendido o material inconsolidado, exclusivamente nas formas
aluvionar, eluvionar e coluvial, que, por sua natureza, seu limite espacial, sua
localização e sua utilização econômica, possa ser lavrado, independentemente de
trabalhos prévios de pesquisa, segundo os critérios estabelecidos pela ANM.
CAPÍTULO II
DOS REGIMES DE APROVEITAMENTO DE RECURSOS MINERAIS
Seção I
Disposições gerais
120
Ministro de Estado de Minas e Energia, para uso exclusivo em obras públicas
por eles executadas diretamente, respeitados os direitos minerários em vigor
nas áreas onde devam ser executadas as obras e vedada a comercialização; e
II - trabalhos de movimentação de terras e de desmonte de materiais in
natura que se fizerem necessários à abertura de vias de transporte e a obras
gerais de terraplenagem e de edificações, desde que não haja comercialização
das terras e dos materiais resultantes dos referidos trabalhos e ficando o seu
aproveitamento restrito à utilização na própria obra.
Seção II
Do regime de autorização
Subseção I
Do requerimento de autorização de pesquisa
Art. 17 Será indeferido de plano pela ANM, sem oneração de área, o requerimento de
autorização de pesquisa desacompanhado de quaisquer dos elementos de
instrução referidos no do art. 16 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de
Mineração.
121
Art. 18 A ANM poderá formular exigência sobre dados complementares ou elementos
necessários à melhor instrução do processo, observado o disposto no art. 17.
Subseção II
Da autorização de pesquisa
Art. 20 A autorização de pesquisa terá como título alvará, cujo extrato será publicado no
Diário Oficial da União e teor transcrito em registro da ANM.
Art. 21 O prazo de validade da autorização de pesquisa não será inferior a um ano, nem
superior a três anos, a critério da ANM, consideradas as características especiais da
situação da área e da pesquisa mineral objetivada, admitida prorrogação única, nas
seguintes condições:
I - a prorrogação poderá ser concedida por até igual período, com base na
avaliação do desenvolvimento dos trabalhos; e
122
II - a prorrogação deverá ser requerida até sessenta dias antes de o prazo da
autorização vigente expirar e o requerimento deverá ser instruído com
relatório dos trabalhos efetuados e justificativa do prosseguimento da
pesquisa.
§1º A prorrogação independerá da expedição de novo alvará e o seu prazo será
contado da data de publicação da decisão que a deferir no Diário Oficial da
União.
§2º É admitida mais de uma prorrogação do prazo da autorização de pesquisa
exclusivamente nas hipóteses de impedimento de acesso à área de pesquisa
ou de falta de assentimento ou de licença do órgão ambiental competente,
desde que o titular demonstre, por meio de documentos comprobatórios,
que:
Art. 22 Sem prejuízo do cumprimento, pelo titular, das obrigações decorrentes do disposto
no Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração, é admitida a renúncia total
ou parcial à autorização de pesquisa, que se tornará eficaz na data do protocolo do
instrumento de renúncia, com a desoneração da área renunciada, na forma prevista
no art. 26 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração, conforme dispuser
Resolução da ANM.
Art. 23 A retificação de alvará de pesquisa, a ser efetivada por meio de despacho publicado
no Diário Oficial da União, não acarretará modificação no prazo original, exceto se
houver alteração significativa no polígono delimitador da área, hipótese em que será
expedido alvará retificador, situação em que o prazo de validade da autorização de
123
pesquisa será contado a partir da data de publicação, no Diário Oficial da União, do
novo título.
Parágrafo único. A autorização a que se refere o caput será emitida uma vez, pelo
prazo de um a três anos, admitida uma prorrogação por até igual período, conforme
as particularidades da substância mineral, nos termos de Resolução da ANM.
Subseção III
Do relatório final de pesquisa
Art. 25 Ao concluir os trabalhos, o titular apresentará à ANM relatório final dos trabalhos de
pesquisa realizados, conforme o disposto em Resolução da ANM.
Art. 26 Realizada a pesquisa e apresentado o relatório final a que se refere o art. 25, a ANM
verificará a sua exatidão e, à vista de parecer conclusivo, proferirá despacho de:
124
I - aprovação do relatório, quando ficar demonstrada a existência de jazida
aproveitável técnica e economicamente;
II - não aprovação do relatório, quando ficar constatada a insuficiência dos
trabalhos de pesquisa ou a deficiência técnica na sua elaboração, que
impossibilitem a avaliação da jazida;
III - arquivamento do relatório, quando ficar provada a inexistência de jazida
aproveitável técnica e economicamente, passando a área a ser livre para
futuro requerimento, inclusive com acesso do interessado ao relatório que
concluiu pela referida inexistência de jazida; ou
IV - sobrestamento da decisão sobre o relatório, quando ficar caracterizada a
impossibilidade temporária da exequibilidade técnico-econômica da lavra,
conforme o disposto no art. 23, caput, inciso III, do Decreto-Lei nº 227, de
1967 - Código de Mineração.
§1º A ANM estabelecerá em Resolução os critérios e os procedimentos para a
verificação da exatidão do relatório final de pesquisa, inclusive quanto às
hipóteses em que a realização de vistoria in loco ficará dispensada.
§2º Na hipótese prevista no inciso II do caput, constatada a deficiência técnica
na elaboração do relatório, a ANM poderá formular exigência a ser cumprida
pelo titular do direito minerário no prazo de sessenta dias, prorrogável por
igual período, a critério da ANM, desde que o requerimento de prorrogação
seja justificado e apresentado no prazo concedido para cumprimento da
exigência.
§3º Encerrado o prazo sem que o requerente tenha cumprido a exigência a que
se refere o § 2º, a ANM deverá negar aprovação ao relatório final e declarar a
área disponível, na forma prevista no art. 26 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 -
Código de Mineração.
§4º Na hipótese prevista no inciso IV do caput, a ANM estabelecerá, no ato
de sobrestamento, prazo para o interessado apresentar novo estudo da
exequibilidade técnico-econômica da lavra, sob pena de arquivamento do
relatório.
§5º Se o novo estudo a que se refere o § 4º comprovar a exequibilidade técnico-
econômica da lavra, a ANM proferirá despacho de aprovação do relatório.
125
apresentar plano único de pesquisa e também relatório único dos trabalhos
executados que abranjam todo o conjunto, conforme o disposto em Resolução da
ANM.
Seção III
Do regime de concessão
Subseção I
Requerimento de concessão de lavra
Art. 28 Aprovado o relatório final de pesquisa, o titular terá um ano para requerer a
concessão de lavra e, neste prazo, poderá negociar o seu direito minerário.
§1º A ANM poderá prorrogar o prazo referido no caput, por igual período, por
meio de requerimento justificado do titular, apresentado anteriormente ao
prazo inicial ou à prorrogação em curso terminar.
§2º Até que haja decisão a respeito do requerimento de prorrogação de prazo, se
apresentado tempestivamente, o direito minerário permanecerá válido e será
mantida a prerrogativa de que trata o art. 9º, § 7º.
Art. 29 Encerrado o prazo a que se refere o art. 26 sem que o titular ou o seu sucessor
tenha requerido concessão de lavra, caducará o seu direito e caberá à ANM declarar,
por meio de edital, a disponibilidade da jazida pesquisada, para fins de requerimento
de concessão de lavra.
Art. 31 O requerente terá o prazo de sessenta dias para o cumprimento de exigências com
vistas à melhor instrução do requerimento de concessão de lavra e para comprovar
o ingresso, no órgão competente, da solicitação com vistas ao licenciamento
ambiental.
126
§1º O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado uma vez por até igual
período.
§2º Excepcionalmente, o prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado
mais de uma vez se o não cumprimento da exigência decorrer de causa de
responsabilidade do Poder Público, a juízo da ANM, e desde que efetuado por
meio de requerimento justificado apresentado no prazo prorrogado.
§3º Encerrado o prazo sem que o requerente tenha cumprido a exigência, o
requerimento será indeferido e a área declarada disponível para lavra, na forma
prevista no art. 32 do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código de Mineração.
§4º O requerente deverá demonstrar à ANM, a cada seis meses, contados da data
de comprovação do ingresso, no órgão competente, da solicitação com vistas
ao licenciamento ambiental e, até que a licença ambiental seja apresentada
à ANM, demonstrar que o procedimento de licenciamento ambiental está
em curso e que o requerente tem adotado as medidas necessárias para a
obtenção da licença ambiental, sob pena de indeferimento do requerimento
de lavra.
Subseção II
Da concessão de lavra
Art. 33 A concessão de lavra terá título cujo extrato simplificado será publicado no Diário
Oficial da União e teor transcrito em registro da ANM, outorgado por Portaria do
Ministro de Estado de Minas e Energia.
Parágrafo único. Para as substâncias minerais de que trata o art. 1º da Lei nº 6.567,
de 1978, a concessão de lavra terá título outorgado em Resolução da ANM.
127
Obrigações do titular
Art. 34 Além das condições gerais que constam do Decreto-Lei nº 227, de 1967 - Código
de Mineração e deste Decreto, o titular da concessão fica obrigado, sob pena das
sanções previstas em lei, a:
128
XVII - apresentar à ANM, até o dia 15 de março de cada ano, relatório anual das
atividades realizadas no ano anterior, de forma a consolidar as informações
prestadas periodicamente, conforme o disposto em Resolução da ANM;
XVIII executar e concluir adequadamente, após o término das operações e antes
da extinção do título, o plano de fechamento de mina; e
XIX - observar o disposto na Política Nacional de Segurança de Barragens,
estabelecida pela Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010.
§1º Para o aproveitamento, pelo titular, das substâncias referidas no inciso IV
do caput, será necessário o aditamento à concessão de lavra pelo Ministro de
Estado de Minas e Energia ou, para as substâncias minerais de que trata o art.
1º da Lei nº 6.567, de 1978, pela ANM.
§2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se lavra ambiciosa aquela
conduzida sem observância ao plano preestabelecido, nos termos do disposto
em Resolução da ANM, ou de modo a impossibilitar o aproveitamento
econômico posterior da jazida.
Art. 36 O relatório anual das atividades realizadas no ano anterior deverá ser apresentado
na forma estabelecida pela ANM, observado o disposto no art. 50 do Decreto-Lei
nº 227, de 1967 - Código de Mineração.
Grupamento mineiro
129
Desmembramento
Seção IV
Do regime de licenciamento
Seção V
Do regime de permissão de lavra garimpeira
Seção VI
Disposições comuns a todos os regimes
Subseção I
Da servidão mineral e da desapropriação
Art. 41 O titular poderá requerer à ANM que emita declaração de utilidade pública para fins
de instituição de servidão mineral ou de desapropriação de imóvel.
130
Subseção II
Da cessão, da transferência e da oneração de direitos minerários
Art. 43 A concessão da lavra poderá ser oferecida em garantia para fins de financiamento.
Subseção III
Da disponibilidade de área
Art. 46 Com vistas a avaliar o potencial de atratividade da área desonerada para leilão
eletrônico, a ANM poderá, a seu critério, submetê-la a oferta pública prévia,
conforme estabelecido em Resolução da ANM.
131
I - na hipótese de nenhuma manifestação de interesse ter sido apresentada,
a área será considerada livre a partir do dia útil subsequente àquele do
término do prazo, dispensada a realização do leilão eletrônico;
II - na hipótese de apenas uma manifestação de interesse ter sido
apresentada, o interessado será notificado para protocolizar o seu
requerimento de título minerário no prazo de trinta dias, contado da
data de recebimento da notificação, dispensada a realização do leilão
eletrônico; e
III - na hipótese de mais de uma manifestação de interesse ter sido
apresentada, a ANM disponibilizará a área nos termos do disposto no art.
45.
Subseção IV
Dos encargos financeiros
Art. 47 Sem prejuízo de outros encargos financeiros previstos em lei, são devidos à ANM:
132
Seção VII
Disposições comuns aos regimes de concessão de lavra e de registro de licença
Renúncia
133
§5º Homologada a renúncia e reduzido ou extinto o título minerário, a ANM
poderá declarar a área disponível, na forma prevista no art. 26 do Decreto-Lei
nº 227, de 1967 - Código de Mineração, ou mantê-la bloqueada, se assim for
tecnicamente justificável.
§6º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, à renúncia de direito
minerário em área objeto de lavra mineral realizada por meio da autorização a
que se refere o art. 24.
CAPÍTULO III
DAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Seção I
Disposições gerais
I - advertência;
II - multa; e
III - caducidade do título.
§1º Compete à ANM a aplicação das sanções de advertência, de multa e de
caducidade, exceto de caducidade de concessão de lavra de substância
mineral que não se enquadre no disposto no art. 1º da Lei nº 6.567, de 1978,
que será aplicada em ato do Ministro de Estado de Minas e Energia.
§2º A aplicação das sanções previstas neste artigo deverá ser precedida de
notificação do titular, de modo a assegurar os princípios do contraditório e
da ampla defesa, conforme estabelecido em Resolução da ANM e, para a
caducidade de concessão de lavra de substância mineral que não se enquadre
no disposto no art. 1º da Lei nº 6.567, de 1978, conforme estabelecido em ato
do Ministro de Estado de Minas e Energia.
Art. 53 A multa variará entre R$ 329,39 (trezentos e vinte e nove reais e trinta e nove
centavos) e R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos), de acordo com a gravidade das infrações.
134
§1º A ANM estabelecerá em Resolução os critérios detalhados a serem
observados na imposição das multas e na fixação dos seus valores, para as
infrações administrativas previstas neste Decreto.
§2º Na hipótese de reincidência específica no prazo de até cinco anos, a multa
será cobrada em dobro.
Seção II
Das infrações administrativas
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos) e advertência.
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos) e advertência.
Art. 56 Deixar de pagar ou pagar fora do prazo a taxa anual a que se refere o art. 48:
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).
Parágrafo único. Se não for efetuado o pagamento da taxa anual no prazo de trinta
dias, contado da data da imposição da multa, será declarada a nulidade ex officio do
alvará de autorização de pesquisa.
Sanção: multa de R$ 3,29 (três reais e vinte e nove centavos) por hectare.
Art. 58 Não obedecer aos prazos de início ou de reinício dos trabalhos de pesquisa ou de
lavra:
135
Sanção: na hipótese de pesquisa, multa de R$ 809,82 (oitocentos e nove reais e
oitenta e dois centavos) e advertência, e, na hipótese de lavra, multa de R$ 3.293,90
(três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa centavos) e advertência.
Parágrafo único. Aplicada a multa, o titular terá o prazo de seis meses para dar início
ou reinício à pesquisa ou à lavra, sob pena de imposição de multa em dobro e de
declaração de caducidade do direito minerário.
Sanção: multa de R$ 1.619,63 (um mil, seiscentos e dezenove reais e sessenta e três
centavos).
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).
Art. 63 Suspender os trabalhos de lavra sem prévia comunicação à ANM (art. 34, caput,
inciso XIV):
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).
Art. 64 Interromper os trabalhos de lavra já iniciados, por mais de seis meses consecutivos,
exceto por motivo de força maior comprovado:
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).
136
Art. 65 Deixar de prestar, no relatório anual de lavra, informação ou dado exigido por lei ou
por Resolução da ANM ou prestar informação ou dado falso.
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).
Art. 66 Deixar de comunicar à ANM a descoberta de outra substância mineral, não incluída
na concessão de lavra, no regime de licenciamento e na permissão de lavra
garimpeira:
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos).
Sanção: multa de R$ 3.293,90 (três mil, duzentos e noventa e três reais e noventa
centavos) e caducidade do título.
Art. 70 O descumprimento às obrigações previstas no art. 34,caput, incisos V, IX, X, XI, XII,
XIII, XVI, XVIII e XIX implicará multa de R$ 1.619,63 (um mil, seiscentos e dezenove
reais e sessenta e três centavos) a R$ 3.239,26 (três mil, duzentos e trinta e nove
reais e vinte e seis centavos), conforme estabelecido em Resolução da ANM.
137
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
138
Parágrafo único. A aprovação ou a aceitação de planos e relatórios técnicos não
ensejarão qualquer responsabilidade do Poder Público na hipótese de imprecisão
ou falsidade de dados ou informações neles contidos.
Art. 78 O disposto neste Decreto aplica-se, no que couber, aos requerimentos de direitos
minerários e de registro de extração pendentes de decisão e aos direitos minerários
e registros de extração ativos na sua data de entrada em vigor.
Art. 79 Naquilo em que não contrariarem este Decreto, os atos normativos do extinto
Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM permanecem aplicáveis, no
que couberem, até que sejam substituídos por Resoluções da ANM.
139
Art. 80 Os valores expressos neste Decreto e as multas e os encargos devidos à ANM serão
reajustados anualmente em Resolução da ANM, respeitada a variação do Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA no exercício anterior.
Parágrafo único. Os valores corrigidos serão divulgados pela ANM até o dia 31 de
janeiro e passarão a ser exigidos a partir de 1º de março daquele mesmo ano.
Art. 81 A ANM definirá os prazos para tramitação dos processos minerários em Resolução,
a ser editada no prazo de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor
do Decreto de instalação da ANM.
I - quanto aos incisos II e III do caput do art. 83, em cento e oitenta dias, contados
da data de sua publicação; e
II - quanto aos demais dispositivos, na data de instalação da ANM, nos termos do
disposto no art. 36 da Lei nº 13.575, de 26 de dezembro de 2017.
MICHEL TEMER
W. Moreira Franco
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Essa edição eletrônica foi composta pela Jurídica Editora.
Abril de 2019
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