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Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-RR-10020-98.2014.5.14.0081
Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001E1BA282C88AF2B.
Recorrente: BANCO BRADESCO S.A.
Advogado : Dr. Mário Lúcio de Lima Nogueira Filho
Advogada : Dra. Elaine Leite de Moura
Recorrida : JESSHICA MORENO SILVA
Advogada : Dra. Flaviana Letícia Ramos Moreira
CMB/abi
D E C I S Ã O
1. RELATÓRIO
2. FUNDAMENTAÇÃO
CONHECIMENTO
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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O exame dos autos revela que a Corte de Origem proferiu decisão
completa, válida e devidamente fundamentada, razão pela qual não prospera
a alegada negativa de prestação jurisdicional. Com efeito, verifica-se
dos acórdãos proferidos pelo Tribunal Regional que foram claramente
expostas as razões de fato e de direito utilizadas para manter a reparação
decorrente de danos morais e a condenação em honorários advocatícios,
bem como reduzir o valor arbitrado à referida indenização.
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consequências às quais o sistema jurídico reconhece relevância.
Representa, na lição de Sérgio Cavalieri Filho, “o comportamento humano
voluntário que se exterioriza através de uma ação ou omissão, produzindo consequências jurídicas”
(Programa de responsabilidade civil. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 2006. p. 49). É o aspecto
físico, objetivo, da conduta e a vontade de assim agir o elemento
psicológico, subjetivo.
Alia-se à imputabilidade, definida pelo mencionado autor como
“[...] o conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para poder responder pelas
consequências de uma conduta contrária ao dever; imputável é aquele que podia e devia ter agido de
outro modo” (obra citada, p. 50).
É certo que esse agir de modo consciente é ainda caracterizado
por ser contrário ao Direito, daí falar-se que, em princípio, a
responsabilidade exige a presença da conduta culposa do agente, o que
significa ação inicialmente de forma ilícita e que se distancia dos
padrões socialmente adequados (obra e autor citados, p. 53), muito embora possa
haver o dever de ressarcimento dos danos, mesmo nos casos de conduta
lícita.
No particular, porém, merece destaque o posicionamento adotado
por Rodolfo Pamplona Filho e Pablo Stolze Gagliano que, apesar de
reconhecerem, como regra geral, a presença da antijuridicidade como
elemento que acompanha a conduta humana, ressaltam que nem sempre ambos
se encontram atrelados:
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o dano real do dano patrimonial, em face de peculiaridades que os
caracterizam:
“Assim, não basta que uma pessoa tenha contravindo a certas regras;
é preciso que sem esta contravenção, o dano não ocorreria. [...] Não basta,
[...] que um dano tenha coincidido com a existência de uma culpa ou de um
risco para estabelecer uma responsabilidade. ‘Coincidência não implica em
causalidade’ [...] Para que se concretize a reponsabilidade é indispensável
que se estabeleça uma interligação entre a ofensa à norma e o prejuízo
sofrido, de tal modo que se possa afirmar ter havido o dano ‘porque’ o
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agente procedeu contra direito”. (Responsabilidade civil. 9ª ed. Rio de
Janeiro; Forense, 2002. p. 75).
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[...]
Os direitos da personalidade, entretanto, englobam outros aspectos da
pessoa humana que não estão diretamente vinculados à sua dignidade.
Nessa categoria incluem-se também os chamados novos direitos da
personalidade: a imagem, o bom nome, a reputação, sentimentos, relações
afetivas, aspirações, hábitos, gostos, convicções políticas, religiosas,
filosóficas, direitos autorais. Em suma, os direitos da personalidade podem
ser realizados em diferentes dimensões e também podem ser violados em
diferentes níveis. Resulta daí que o dano moral, em sentido amplo, envolve
esses diversos graus de violação dos direitos da personalidade, abrange
todas as ofensas à pessoa, considerada esta em suas dimensões individual e
social, ainda que sua dignidade não seja arranhada.” (obra citada, p.
101-102).
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“Neste ponto a razão se coloca ao lado daqueles que entendem que o
dano moral está ínsito à própria ofensa, decorre da gravidade do ilícito em
si. Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só justifica a concessão de
uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. Em outras palavras, o dano
moral existe in re ipsa; deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de
tal modo que, provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à
guisa de uma presunção natural, uma presunção hominis ou facti, que
decorre das regras de experiência comum.” (obra citada, p. 108).
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(...)
§ 4º As empresas que tenham objeto econômico diverso da vigilância
ostensiva e do transporte de valores, que utilizem pessoal de quadro
funcional próprio, para execução dessas atividades, ficam obrigadas ao
cumprimento do disposto nesta lei e demais legislações pertinentes.”
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a possibilidade de ocorrer a agressão permanece para aquele que conduz
o numerário.
Evidenciado o dano, assim como a conduta culposa do empregador
e o nexo causal entre ambos, deve ser mantido o acórdão regional que
condenou a reclamada a indenizá-lo.
Incide, no caso, o disposto no teor da Súmula nº 333 do TST,
que obsta o processamento de recurso de revista contrário à iterativa
e notória jurisprudência deste Tribunal, o que afasta a alegação de
violação dos dispositivos invocados, bem como de divergência
jurisprudencial.
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de revista. É necessário que a parte indique, de modo fundamentado, em
que pontos os critérios utilizados pela Corte Regional não foram
aplicados ou mensurados corretamente e as razões pelas quais considera
que o valor fixado não corresponde à extensão do dano. Não observada essa
exigência, mostra-se inviável a constatação de afronta aos artigos 5º,
V, da Constituição Federal e 944, parágrafo único, do Código Civil.
Nesse mesmo sentido já decidiu a 7ª Turma desta Corte:
RR-34800-71.2008.5.17.0003, Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de
Mello Filho, DEJT 06/06/2014; e AIRR-544-91.2010.5.15.0002, Relator
Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT 10/10/2014.
Quanto ao dissenso pretoriano, verifica-se que o aresto
colacionado é inviável ao conflito de teses, porque inespecífico, nos
termos da Súmula nº 296 desta Corte.
Não conheço.
“[...] nos termos dos arts. 389 e 404 ambos do CPC, pleiteia a
condenação do reclamado ao pagamento dos honorários advocatícios no
percentual de 30% sobre o valor que for apurado em favor desta [...]” (fls.
22/23)
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Especializada em Dissídios Individuais: E-RR-82800-26.2004.5.15.0027,
Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, DEJT 16/03/2018;
AgR-E-RR-1225-84.2012.5.04.0006, Relator Ministro Augusto César Leite
de Carvalho, DEJT 31/10/2017; E-RR-1018-51.2012.5.11.0019, Relator
Ministro José Roberto Freire Pimenta, DEJT 24/03/2017;
E-ED-AgR-RR-168-88.2015.5.08.0014, Relator Ministro Hugo Carlos
Scheuermann, DEJT 22/09/2017.
Destarte, conheço do recurso, por contrariedade à Súmula nº
219 do TST.
MÉRITO
3. DISPOSITIVO
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