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VADE MECUM ESTRATÉGICO PARA Polícia Civil/ PCRJ

Inspetor e Oficial de Cartório Policial da PCRJ


Legislação compilada pelo Estratégia Concursos
Olá Guerreiros, tudo bem?
Aqui é o Prof. e Delegado de Polícia Civil de SP, Paulo Bilynskyj, em nome dos professores do Estratégia
Concursos, escrevo para apresentar este Vade Mecum Estratégico para concursos da Polícia Civil.
Sabemos que a leitura da lei seca é uma etapa importantíssima na sua preparação e, por este motivo,
resolvemos poupar o seu tempo e compilar a legislação para Inspetor e também para Oficial de Cartório
Policial, ambos, da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.
Refiro-me aos editais publicados em 2005 e 2013.
Esperamos que você faça bom uso deste Vade Mecum Estratégico. Quando você estiver estudando as suas
aulas em vídeo ou em PDF, pode ser interessante fazer uma breve consulta aos dispositivos legais
mencionados pelo professor ou pelos exercícios. E, em algum momento dos seus estudos, vale a pena
realizar a leitura integral da norma.
Por fim, deixo o convite para que você conheça os nossos cursos completos em vídeo, livro digital (PDF) e
com acesso direto ao professor por meio do fórum de dúvidas. Acessando o link abaixo, você pode baixar
as aulas demonstrativas dos cursos e conhecer melhor o nosso trabalho. E, caso resolva adquirir, saiba que
você terá a nossa garantia de satisfação: caso não se adapte aos nossos cursos, basta solicitar seu o
dinheiro de volta nos primeiros 30 dias após a compra, e nós faremos o reembolso integral, mesmo que
você já tenha baixado alguns vídeos ou PDFs.

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rj/

Bons estudos!
Prof. Paulo Bilynskyj

E-mail: pbilynskyj@gmail.com
Facebook: Paulo Bilynskyj
Instagram: @paulobilynskyj
Youtube: Projeto Policial

Atualizado até 11 de fevereiro de 2019.

Cursos Completos para polícia civil em: 1


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DIREITO CONSTITUCIONAL................................................................................................. 4
CONSTITUIÇÃO FEDERAL ................................................................................................................... 4
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO. ............................................................................ 81
DIREITO ADMINISTRATIVO .............................................................................................. 84
DECRETO-LEI Nº 220 DE 18 DE JULHO DE 1975. ............................................................................. 84
DECRETO Nº 2.479 DE 08 DE MARÇO DE 1979. .............................................................................. 94
DECRETO-LEI Nº 218, DE 18 DE JULHO DE 1975. .......................................................................... 129
DECRETO Nº 3.044 DE 22 DE JANEIRO DE 1980. .......................................................................... 136
LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009. .................................................................................... 167
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.......................................................................................... 170
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993........................................................................................ 175
DIREITO PENAL .............................................................................................................. 208
CÓDIGO PENAL .............................................................................................................................. 208
LEIS PENAIS ESPECIAIS. .................................................................................................. 267
DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. ................................................................... 267
LEI Nº 1.521, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1951. ............................................................................... 273
DECRETO-LEI Nº 201, DE 27 DE FEVEREIRO DE 1967. ................................................................... 277
LEI Nº 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965. ....................................................................................... 280
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. ...................................................................................... 338
LEI N° 7.960 DE 11 DE DEZEMBRO DE 1989. ................................................................................. 339
LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990. ............................................................................... 340
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. ....................................................................................... 343
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997. ........................................................................................... 344
LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999. ....................................................................................... 345
LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 ................................................................................. 348
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. .................................................................................... 362
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. .................................................................................. 371
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013. .................................................................................... 382
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. ................................................................................. 387
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. ....................................................................................... 390

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LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997. ................................................................................ 441


LEI Nº 9.099 DE 26 DE SETEMBRO DE 1995 .................................................................................. 507
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. ................................................................................ 519
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. ................................................................................ 531
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998. ....................................................................................... 533
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. ............................................................................. 540
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. ....................................................................................... 546
DIREITO PROCESSUAL PENAL ......................................................................................... 548
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL....................................................................................................... 548
LEI Nº 9.099 DE 26 DE SETEMBRO DE 1995 .................................................................................. 616
Lei N° 12.830 De 20 De Junho De 2013 ......................................................................................... 628
LEI Nº 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001. ..................................................................................... 629

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IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de


DIREITO CONSTITUCIONAL origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas
relações internacionais pelos seguintes princípios:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
DE 1988. IV - não-intervenção;
PREÂMBULO V - igualdade entre os Estados;
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em VI - defesa da paz;
Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
VII - solução pacífica dos conflitos;
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade
IX - cooperação entre os povos para o progresso da
e a justiça como valores supremos de uma sociedade
humanidade;
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e X - concessão de asilo político.
internacional, com a solução pacífica das controvérsias,
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
a integração econômica, política, social e cultural dos
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
povos da América Latina, visando à formação de uma
TÍTULO I comunidade latino-americana de nações.
Dos Princípios Fundamentais
TÍTULO II
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela Dos Direitos e Garantias Fundamentais
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito CAPÍTULO I
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
tem como fundamentos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
I - a soberania;
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
II - a cidadania; propriedade, nos termos seguintes:
III - a dignidade da pessoa humana; I - homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
V - o pluralismo político.
alguma coisa senão em virtude de lei;
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
exerce por meio de representantes eleitos ou
desumano ou degradante;
diretamente, nos termos desta Constituição.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado
Art. 2º São Poderes da União, independentes e
o anonimato;
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário. V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
à imagem;
Federativa do Brasil:I - construir uma sociedade livre,
justa e solidária; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
II - garantir o desenvolvimento nacional;
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as e a suas liturgias;
desigualdades sociais e regionais;

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VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de XXI - as entidades associativas, quando expressamente
assistência religiosa nas entidades civis e militares de autorizadas, têm legitimidade para representar seus
internação coletiva; filiados judicial ou extrajudicialmente;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de XXII - é garantido o direito de propriedade;
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
alternativa, fixada em lei; desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, mediante justa e prévia indenização
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
científica e de comunicação, independentemente de
Constituição;
censura ou licença;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
competente poderá usar de propriedade particular,
a imagem das pessoas, assegurado o direito a
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
indenização pelo dano material ou moral decorrente de
houver dano;
sua violação;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
financiar o seu desenvolvimento;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou a) a proteção às participações individuais em obras
profissão, atendidas as qualificações profissionais que a coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
lei estabelecer; inclusive nas atividades desportivas;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao das obras que criarem ou de que participarem aos
exercício profissional; criadores, aos intérpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; privilégio temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à propriedade das
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
em locais abertos ao público, independentemente de
distintivos, tendo em vista o interesse social e o
autorização, desde que não frustrem outra reunião
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XXX - é garantido o direito de herança;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
vedada a de caráter paramilitar; País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
cooperativas independem de autorização, sendo vedada
a interferência estatal em seu funcionamento; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
consumidor;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em informações de seu interesse particular, ou de interesse
julgado; coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;

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sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do a) privação ou restrição da liberdade;


Estado;
b) perda de bens;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do
c) multa;
pagamento de taxas:
d) prestação social alternativa;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; e) suspensão ou interdição de direitos;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para XLVII - não haverá penas:
defesa de direitos e esclarecimento de situações de
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
interesse pessoal;
termos do art. 84, XIX;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
b) de caráter perpétuo;
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
c) de trabalhos forçados;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada; d) de banimento;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; e) cruéis;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
organização que lhe der a lei, assegurados: distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sexo do apenado;
a) a plenitude de defesa;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade
b) o sigilo das votações;
física e moral;
c) a soberania dos veredictos;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos possam permanecer com seus filhos durante o período
contra a vida; de amamentação;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
pena sem prévia cominação legal; naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
réu;
da lei;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
direitos e liberdades fundamentais;
crime político ou de opinião;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
pela autoridade competente;
lei;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
sem o devido processo legal;
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o LV - aos litigantes, em processo judicial ou
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos
podendo evitá-los, se omitirem; a ela inerentes;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem por meios ilícitos;
constitucional e o Estado Democrático;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, em julgado de sentença penal condenatória;
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas
identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
lei;
valor do patrimônio transferido;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará,
pública, se esta não for intentada no prazo legal;
entre outras, as seguintes:

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LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos LXXII - conceder-se-á habeas data:
processuais quando a defesa da intimidade ou o
a) para assegurar o conhecimento de informações
interesse social o exigirem;
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou ou bancos de dados de entidades governamentais ou de
por ordem escrita e fundamentada de autoridade caráter público;
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
b) para a retificação de dados, quando não se prefira
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
competente e à família do preso ou à pessoa por ele
público ou de entidade de que o Estado participe, à
indicada;
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
assistência da família e de advogado; da sucumbência;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
policial;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
autoridade judiciária; fixado na sentença;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres,
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem na forma da lei:
fiança;
a) o registro civil de nascimento;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
b) a certidão de óbito;
responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas
infiel; data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício
da cidadania.
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade assegurados a razoável duração do processo e os meios
ou abuso de poder; que garantam a celeridade de sua tramitação.
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
proteger direito líquido e certo, não amparado fundamentais têm aplicação imediata.
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
não excluem outros decorrentes do regime e dos
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
princípios por ela adotados, ou dos tratados
atribuições do Poder Público;
internacionais em que a República Federativa do Brasil
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser seja parte.
impetrado por:
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
a) partido político com representação no Congresso direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Nacional; Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
b) organização sindical, entidade de classe ou associação
emendas constitucionais.
legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano, em defesa dos interesses de seus § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
membros ou associados; Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a CAPÍTULO II
falta de norma regulamentadora torne inviável o DOS DIREITOS SOCIAIS
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
cidadania;

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a segurança, a previdência social, a proteção à XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no


maternidade e à infância, a assistência aos mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
desamparados, na forma desta Constituição.
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, menos, um terço a mais do que o salário normal;
além de outros que visem à melhoria de sua condição
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
social:
salário, com a duração de cento e vinte dias;
I - relação de emprego protegida contra despedida
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, XX - proteção do mercado de trabalho da mulher,
dentre outros direitos; mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço,
involuntário; sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
de normas de saúde, higiene e segurança;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais XXIII - adicional de remuneração para as atividades
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
XXIV - aposentadoria;
previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde
vinculação para qualquer fim; o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e
pré-escolas;
V - piso salarial proporcional à extensão e à
complexidade do trabalho; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos
coletivos de trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
convenção ou acordo coletivo; XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
os que percebem remuneração variável; empregador, sem excluir a indenização a que este está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração
integral ou no valor da aposentadoria; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações
de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do
os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
diurno;
anos após a extinção do contrato de trabalho;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo
a) (Revogada).
crime sua retenção dolosa;
b) (Revogada).
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada
da remuneração, e, excepcionalmente, participação na XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
gestão da empresa, conforme definido em lei; funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;
XII - salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a
salário e critérios de admissão do trabalhador portador
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
de deficiência;
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
coletiva; insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
menores de dezesseis anos, salvo na condição de
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente
aprendiz, a partir de quatorze anos;
aos domingos;

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XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e
vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis
da comunidade.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, penas da lei.
XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e
condições estabelecidas em lei e observada a
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias,
que seus interesses profissionais ou previdenciários
principais e acessórias, decorrentes da relação de
sejam objeto de discussão e deliberação.
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I,
II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados,
previdência social. é assegurada a eleição de um representante destes com
a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
direto com os empregadores.
observado o seguinte:
CAPÍTULO III
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a
DA NACIONALIDADE
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e Art. 12. São brasileiros:
a intervenção na organização sindical;
I - natos:
II - é vedada a criação de mais de uma organização
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
profissional ou econômica, na mesma base territorial,
serviço de seu país;
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
Município; brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
questões judiciais ou administrativas; brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
tratando de categoria profissional, será descontada em
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
folha, para custeio do sistema confederativo da
brasileira;
representação sindical respectiva, independentemente
da contribuição prevista em lei; II - naturalizados:
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
filiado a sindicato; brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
idoneidade moral;
negociações coletivas de trabalho;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado
na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
nas organizações sindicais;
ininterruptos e sem condenação penal, desde que
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a requeiram a nacionalidade brasileira.
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo
falta grave nos termos da lei.
os casos previstos nesta Constituição.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre
organização de sindicatos rurais e de colônias de
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
previstos nesta Constituição.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo
e sobre os interesses que devam por meio dele defender. I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

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II - de Presidente da Câmara dos Deputados; I - a nacionalidade brasileira;


III - de Presidente do Senado Federal; II - o pleno exercício dos direitos políticos;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; III - o alistamento eleitoral;
V - da carreira diplomática; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
VI - de oficial das Forças Armadas. V - a filiação partidária;
VII - de Ministro de Estado da Defesa VI - a idade mínima de:
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente
brasileiro que: da República e Senador;
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse Estado e do Distrito Federal;
nacional;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei d) dezoito anos para Vereador.
estrangeira;
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
b) de imposição de naturalização, pela norma
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de
estrangeira, ao brasileiro residente em estado
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
estrangeiro, como condição para permanência em seu
houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos
território ou para o exercício de direitos civis;
poderão ser reeleitos para um único período
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da subseqüente.
República Federativa do Brasil.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a República, os Governadores de Estado e do Distrito
bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão ter símbolos próprios. § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular,
o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o
CAPÍTULO IV
segundo grau ou por adoção, do Presidente da
DOS DIREITOS POLÍTICOS
República, de Governador de Estado ou Território, do
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito,
para todos, e, nos termos da lei, mediante: salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição.
I - plebiscito;
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
II - referendo;
condições:
III - iniciativa popular.
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: afastar-se da atividade;
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
pela autoridade superior e, se eleito, passará
II - facultativos para:
automaticamente, no ato da diplomação, para a
a) os analfabetos; inatividade.
b) os maiores de setenta anos; § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
proteger a probidade administrativa, a moralidade para
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros exercício de mandato considerada vida pregressa do
e, durante o período do serviço militar obrigatório, os candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições
conscritos. contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
direta ou indireta.

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§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do no Tribunal Superior Eleitoral.
poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, forma da lei, os partidos políticos que
se temerária ou de manifesta má-fé. alternativamente:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados,
perda ou suspensão só se dará nos casos de: no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
I - cancelamento da naturalização por sentença
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos
transitada em julgado;
votos válidos em cada uma delas; ou
II - incapacidade civil absoluta;
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados
III - condenação criminal transitada em julgado, Federais distribuídos em pelo menos um terço das
enquanto durarem seus efeitos; unidades da Federação.
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; organização paramilitar.
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § § 5º Ao eleito por partido que não preencher os
4º. requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o
mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
outro partido que os tenha atingido, não sendo essa
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
filiação considerada para fins de distribuição dos
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
CAPÍTULO V tempo de rádio e de televisão.
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
TÍTULO III
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção Da Organização do Estado
de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, CAPÍTULO I
o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
fundamentais da pessoa humana e observados os
Art. 18. A organização político-administrativa da
seguintes preceitos:
República Federativa do Brasil compreende a União, os
I - caráter nacional; Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de
entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a § 1º Brasília é a Capital Federal.
estes;
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; criação, transformação em Estado ou reintegração ao
Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para
se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou
definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre
formarem novos Estados ou Territórios Federais,
escolha, formação e duração de seus órgãos
mediante aprovação da população diretamente
permanentes e provisórios e sobre sua organização e
interessada, através de plebiscito, e do Congresso
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
Nacional, por lei complementar.
regime de suas coligações nas eleições majoritárias,
vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei
âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, estadual, dentro do período determinado por Lei
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina Complementar Federal, e dependerão de consulta
e fidelidade partidária. prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na
forma da lei.

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Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito econômica exclusiva, ou compensação financeira por
Federal e aos Municípios: essa exploração.
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná- § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de
los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada
eles ou seus representantes relações de dependência ou como faixa de fronteira, é considerada fundamental para
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização
interesse público; serão reguladas em lei.
II - recusar fé aos documentos públicos; Art. 21. Compete à União:
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências I - manter relações com Estados estrangeiros e participar
entre si. de organizações internacionais;
CAPÍTULO II II - declarar a guerra e celebrar a paz;
DA UNIÃO
III - assegurar a defesa nacional;
Art. 20. São bens da União:
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
a ser atribuídos; ou nele permaneçam temporariamente;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a
fronteiras, das fortificações e construções militares, das intervenção federal;
vias federais de comunicação e à preservação ambiental,
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de
definidas em lei;
material bélico;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
VII - emitir moeda;
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, as operações de natureza financeira, especialmente as de
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros
e de previdência privada;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de ordenação do território e de desenvolvimento
Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço econômico e social;
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
art. 26, II;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização,
V - os recursos naturais da plataforma continental e da
concessão ou permissão, os serviços de
zona econômica exclusiva;
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
VI - o mar territorial; organização dos serviços, a criação de um órgão
regulador e outros aspectos institucionais;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
concessão ou permissão:
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios imagens;
arqueológicos e pré-históricos;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. aproveitamento energético dos cursos de água, em
articulação com os Estados onde se situam os potenciais
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao
hidro energéticos;
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
administração direta da União, participação no resultado c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos aeroportuária;
hídricos para fins de geração de energia elétrica e de
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário
outros recursos minerais no respectivo território,
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
plataforma continental, mar territorial ou zona
transponham os limites de Estado ou Território;

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e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do


internacional de passageiros; trabalho;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício
da atividade de garimpagem, em forma associativa.
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério
Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
Defensoria Pública dos Territórios;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem
II - desapropriação;
como prestar assistência financeira ao Distrito Federal
para a execução de serviços públicos, por meio de fundo III - requisições civis e militares, em caso de iminente
próprio; perigo e em tempo de guerra;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, IV - águas, energia, informática, telecomunicações e
geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional; radiodifusão;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de V - serviço postal;
diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias
XVII - conceder anistia; dos metais;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência
as calamidades públicas, especialmente as secas e as de valores;
inundações;
VIII - comércio exterior e interestadual;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos
de seu uso;) X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial,
marítima, aérea e aeroespacial;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,
inclusive habitação, saneamento básico e transportes XI - trânsito e transporte;
urbanos;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema metalurgia;
nacional de viação;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XXII - executar os serviços de polícia marítima,
XIV - populações indígenas;
aeroportuária e de fronteiras;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
expulsão de estrangeiros;
qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, XVI - organização do sistema nacional de emprego e
a industrialização e o comércio de minérios nucleares e condições para o exercício de profissões;
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do
condições:
Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública
a) toda atividade nuclear em território nacional somente dos Territórios, bem como organização administrativa
será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação destes;
do Congresso Nacional;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de
b) sob regime de permissão, são autorizadas a geologia nacionais;
comercialização e a utilização de radioisótopos para a
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da
pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
poupança popular;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção,
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
comercialização e utilização de radioisótopos de meia-
vida igual ou inferior a duas horas; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material
bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias
d) a responsabilidade civil por danos nucleares
militares e corpos de bombeiros militares;
independe da existência de culpa;

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XXII - competência da polícia federal e das polícias XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
rodoviária e ferroviária federais; direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
minerais em seus territórios;
XXIII - seguridade social;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
segurança do trânsito.
XXV - registros públicos;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
todas as modalidades, para as administrações públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no Federal legislar concorrentemente sobre:
art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico
economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
e urbanístico;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
II - orçamento;
marítima, defesa civil e mobilização nacional;
III - juntas comerciais;
XXIX - propaganda comercial.
IV - custas dos serviços forenses;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
Estados a legislar sobre questões específicas das V - produção e consumo;
matérias relacionadas neste artigo.
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
Distrito Federal e dos Municípios: proteção do meio ambiente e controle da poluição;
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,
instituições democráticas e conservar o patrimônio turístico e paisagístico;
público;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
garantia das pessoas portadoras de deficiência; histórico, turístico e paisagístico;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência,
valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização pequenas causas;
de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
XI - procedimentos em matéria processual;
artístico ou cultural;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à
educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
inovação;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em de deficiência;
qualquer de suas formas;
XV - proteção à infância e à juventude;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o polícias civis.
abastecimento alimentar;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência
IX - promover programas de construção de moradias e a da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
melhoria das condições habitacionais e de saneamento
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas
básico;
gerais não exclui a competência suplementar dos
X - combater as causas da pobreza e os fatores de Estados.
marginalização, promovendo a integração social dos
setores desfavorecidos;

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§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e
Estados exercerão a competência legislativa plena, para 153, § 2º, I.
atender a suas peculiaridades.
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais seu regimento interno, polícia e serviços administrativos
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
contrário.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo
CAPÍTULO III legislativo estadual.
DOS ESTADOS FEDERADOS
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no
Constituições e leis que adotarem, observados os primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no
princípios desta Constituição. último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato de
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que
seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de
não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
janeiro do ano subseqüente, observado, quanto ao mais,
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou o disposto no art. 77.
mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado,
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro
na forma da lei, vedada a edição de medida provisória
cargo ou função na administração pública direta ou
para a sua regulamentação.
indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de
dos Secretários de Estado serão fixados por lei de
municípios limítrofes, para integrar a organização, o
iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que
planejamento e a execução de funções públicas de
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
interesse comum.
2º, I.
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
CAPÍTULO IV
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, Dos Municípios
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada
forma da lei, as decorrentes de obras da União;
em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que aprovada por dois terços dos membros da Câmara
estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
da União, Municípios ou terceiros; estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da
para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e
União.
simultâneo realizado em todo o País;
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
corresponderá ao triplo da representação do Estado na
primeiro domingo de outubro do ano anterior ao
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e
término do mandato dos que devam suceder, aplicadas
seis, será acrescido de tantos quantos forem os
as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de
Deputados Federais acima de doze.
duzentos mil eleitores;
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição
janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades,
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos IV - para a composição das Câmaras Municipais, será
e incorporação às Forças Armadas. observado o limite máximo de:
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000
lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de, no (quinze mil) habitantes;
máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido,
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de
em espécie, para os Deputados Federais, observado o
15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta
mil) habitantes;

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c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e
30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta quatrocentos mil) habitantes;
mil) habitantes;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de
(oitenta mil) habitantes; habitantes;
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até
vinte mil) habitantes; 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de
(cento sessenta mil) habitantes; até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
300.000 (trezentos mil) habitantes; 6.000.000 (seis milhões) de habitantes;
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de
de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de
de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até
de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(setecentos cinquenta mil) habitantes;
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da
de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37,
até 900.000 (novecentos mil) habitantes; XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para
(um milhão e cinquenta mil) habitantes; a subseqüente, observado o que dispõe esta
Constituição, observados os critérios estabelecidos na
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e
de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
do subsídio dos Deputados Estaduais;
de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de
até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil
habitantes; habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a trinta por cento do subsídio dos
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de
Deputados Estaduais;
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil
mil) habitantes; habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
Deputados Estaduais;
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e
de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil
habitantes; habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de
Deputados Estaduais;
mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)

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e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para
habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores Municípios com população entre 500.001 (quinhentos
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
Deputados Estaduais;
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o população entre 3.000.001 (três milhões e um) e
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para
Estaduais;
Municípios com população acima de 8.000.001 (oito
VII - o total da despesa com a remuneração dos milhões e um) habitantes.
Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta
por cento da receita do Município;
por cento de sua receita com folha de pagamento,
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.
palavras e votos no exercício do mandato e na
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito
circunscrição do Município;
Municipal:
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste
vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
artigo;
Constituição para os membros do Congresso Nacional e
na Constituição do respectivo Estado para os membros II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
da Assembléia Legislativa;
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; Lei Orçamentária
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras § 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente
da Câmara Municipal; da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo.
XII - cooperação das associações representativas no Art. 30. Compete aos Municípios:
planejamento municipal;
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
específico do Município, da cidade ou de bairros, através
couber;
de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do
eleitorado; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência,
bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art.
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes
28, parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela
nos prazos fixados em lei;
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo
legislação estadual;
Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e
excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
os seguintes percentuais, relativos ao somatório da concessão ou permissão, os serviços públicos de
receita tributária e das transferências previstas no § interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem
5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente caráter essencial;
realizado no exercício anterior:
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de União e do Estado, programas de educação infantil e de
até 100.000 (cem mil) habitantes; ensino fundamental;
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
habitantes; população;
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento
entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
(quinhentos mil) habitantes; parcelamento e da ocupação do solo urbano;

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IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural § 2º As contas do Governo do Território serão


local, observada a legislação e a ação fiscalizadora submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio
federal e estadual. do Tribunal de Contas da União.
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil
Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, habitantes, além do Governador nomeado na forma
e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira
Municipal, na forma da lei. e segunda instância, membros do Ministério Público e
defensores públicos federais; a lei disporá sobre as
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será
eleições para a Câmara Territorial e sua competência
exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos
deliberativa.
Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais
de Contas dos Municípios, onde houver. CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente
sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no
só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos Distrito Federal, exceto para:
membros da Câmara Municipal.
I - manter a integridade nacional;
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da
dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte,
Federação em outra;
para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes
a legitimidade, nos termos da lei. III - pôr termo a grave comprometimento da ordem
pública;
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou
órgãos de Contas Municipais. IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas
unidades da Federação;
CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
Seção I
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de
DO DISTRITO FEDERAL
dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias
Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada
estabelecidos em lei;
por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
judicial;
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados a) forma republicana, sistema representativo e regime
Distritais coincidirá com a dos Governadores e democrático;
Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
b) direitos da pessoa humana;
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa
c) autonomia municipal;
aplica-se o disposto no art. 27.
d) prestação de contas da administração pública, direta e
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo
indireta.
do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo
de bombeiros militar. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
impostos estaduais, compreendida a proveniente de
Seção II
transferências, na manutenção e desenvolvimento do
DOS TERRITÓRIOS
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem
judiciária dos Territórios.
a União nos Municípios localizados em Território Federal,
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, exceto quando:
aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por
Capítulo IV deste Título.
dois anos consecutivos, a dívida fundada;

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II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
aos brasileiros que preencham os requisitos
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino
forma da lei;
e nas ações e serviços públicos de saúde;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação
de aprovação prévia em concurso público de provas ou
para assegurar a observância de princípios indicados na
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei,
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
de ordem ou de decisão judicial.
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder
Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, III - o prazo de validade do concurso público será de até
ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
coação for exercida contra o Poder Judiciário;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão convocação, aquele aprovado em concurso público de
judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do provas ou de provas e títulos será convocado com
Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior prioridade sobre novos concursados para assumir cargo
Eleitoral; ou emprego, na carreira;
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente
representação do Procurador-Geral da República, na por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução em comissão, a serem preenchidos por servidores de
de lei federal. carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
IV - (Revogado)
direção, chefia e assessoramento;
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre
amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se
associação sindical;
couber, nomeará o interventor, será submetido à
apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. limites definidos em lei específica;
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. definirá os critérios de sua admissão;
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela determinado para atender a necessidade temporária de
Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a excepcional interesse público;
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio
bastar ao restabelecimento da normalidade.
de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades fixados ou alterados por lei específica, observada a
afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
impedimento legal. geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
índices;
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
Seção I funções e empregos públicos da administração direta,
DISPOSIÇÕES GERAIS autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Art. 37. A administração pública direta e indireta de
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
demais agentes políticos e os proventos, pensões ou
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
outra espécie remuneratória, percebidos
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais
eficiência e, também, ao seguinte:
ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo

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Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados delas em empresa privada;
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as
subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
obras, serviços, compras e alienações serão contratados
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos
mediante processo de licitação pública que assegure
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
igualdade de condições a todos os concorrentes, com
do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
Judiciário, aplicável este limite aos membros do
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
da lei, o qual somente permitirá as exigências de
Públicos;
qualificação técnica e econômica indispensáveis à
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do garantia do cumprimento das obrigações.
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
XXII - as administrações tributárias da União, dos
pelo Poder Executivo;
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração servidores de carreiras específicas, terão recursos
de pessoal do serviço público; prioritários para a realização de suas atividades e atuarão
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou
público não serão computados nem acumulados para
convênio.
fins de concessão de acréscimos ulteriores;
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
educativo, informativo ou de orientação social, dela não
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos servidores públicos.
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
horários, observado em qualquer caso o disposto no
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
inciso XI:
responsável, nos termos da lei.
a) a de dois cargos de professor;
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou usuário na administração pública direta e indireta,
científico; regulando especialmente:
c) a de dois cargos ou empregos privativos de I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
de atendimento ao usuário e a avaliação periódica,
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e
externa e interna, da qualidade dos serviços;
funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou informações sobre atos de governo, observado o
indiretamente, pelo poder público; disposto no art. 5º, X e XXXIII;
XVIII - a administração fazendária e seus servidores III - a disciplina da representação contra o exercício
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
jurisdição, precedência sobre os demais setores administração pública.
administrativos, na forma da lei;
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão
XIX – somente por lei específica poderá ser criada a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas prejuízo da ação penal cabível.
de sua atuação;
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,

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que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
respectivas ações de ressarcimento. autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso função;
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e pela sua remuneração;
indireta que possibilite o acesso a informações
III - investido no mandato de Vereador, havendo
privilegiadas.
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
dos órgãos e entidades da administração direta e indireta remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
entre seus administradores e o poder público, que tenha anterior;
por objeto a fixação de metas de desempenho para o
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
I - o prazo de duração do contrato; contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
afastamento, os valores serão determinados como se no
III - a remuneração do pessoal."
exercício estivesse.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas
Seção II
públicas e às sociedades de economia mista, e suas
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em Municípios instituirão, no âmbito de sua competência,
geral. regime jurídico único e planos de carreira para os
servidores da administração pública direta, das
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
autarquias e das fundações públicas.
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e
142 com a remuneração de cargo, emprego ou função Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma Municípios instituirão conselho de política de
desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em administração e remuneração de pessoal, integrado por
comissão declarados em lei de livre nomeação e servidores designados pelos respectivos Poderes.
exoneração.
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites componentes do sistema remuneratório observará:
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em
complexidade dos cargos componentes de cada carreira;
lei.
II - os requisitos para a investidura;
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal III - as peculiaridades dos cargos.
fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento
subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
dos servidores públicos, constituindo-se a participação
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
nos cursos um dos requisitos para a promoção na
cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando
ou contratos entre os entes federados.
o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público
o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer

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requisitos diferenciados de admissão quando a natureza III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo
do cargo o exigir. de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo,
aposentadoria, observadas as seguintes condições:
os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e
Municipais serão remunerados exclusivamente por a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de idade e trinta de contribuição, se mulher;
representação ou outra espécie remuneratória,
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e
anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais
XI.
ao tempo de contribuição.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a
a menor remuneração dos servidores públicos,
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para a concessão da pensão.
publicarão anualmente os valores do subsídio e da
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
remuneração dos cargos e empregos públicos.
ocasião da sua concessão, serão consideradas as
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos remunerações utilizadas como base para as
Municípios disciplinará a aplicação de recursos contribuições do servidor aos regimes de previdência de
orçamentários provenientes da economia com despesas que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios
aplicação no desenvolvimento de programas de
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
qualidade e produtividade, treinamento e
abrangidos pelo regime de que trata este artigo,
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e
ressalvados, nos termos definidos em leis
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma
complementares, os casos de servidores:
de adicional ou prêmio de produtividade.
I portadores de deficiência;
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados
em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. II que exerçam atividades de risco;
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da III cujas atividades sejam exercidas sob condições
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado física.
regime de previdência de caráter contributivo e solidário,
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição
mediante contribuição do respectivo ente público, dos
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
no § 1º, III, "a", para o professor que comprove
observados critérios que preservem o equilíbrio
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
de magistério na educação infantil e no ensino
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência fundamental e médio.
de que trata este artigo serão aposentados, calculados os
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é
§§ 3º e 17:
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à
I - por invalidez permanente, sendo os proventos conta do regime de previdência previsto neste artigo.
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
pensão por morte, que será igual:
ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da
lei; I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor
falecido, até o limite máximo estabelecido para os
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
benefícios do regime geral de previdência social de que
tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da
ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
parcela excedente a este limite, caso aposentado à data
complementar;
do óbito

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II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral que tiver ingressado no serviço público até a data da
de previdência social de que trata o art. 201, acrescido publicação do ato de instituição do correspondente
de setenta por cento da parcela excedente a este limite, regime de previdência complementar.
caso em atividade na data do óbito.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, devidamente atualizados, na forma da lei.
conforme critérios estabelecidos em lei.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de
municipal será contado para efeito de aposentadoria e o que trata este artigo que superem o limite máximo
tempo de serviço correspondente para efeito de estabelecido para os benefícios do regime geral de
disponibilidade. previdência social de que trata o art. 201, com
percentual igual ao estabelecido para os servidores
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
titulares de cargos efetivos.
contagem de tempo de contribuição fictício.
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
completado as exigências para aposentadoria voluntária
dos proventos de inatividade, inclusive quando
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
em atividade fará jus a um abono de permanência
públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária
contribuição para o regime geral de previdência social, e
até completar as exigências para aposentadoria
ao montante resultante da adição de proventos de
compulsória contidas no § 1º, II.
inatividade com remuneração de cargo acumulável na
forma desta Constituição, cargo em comissão declarado § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo próprio de previdência social para os servidores titulares
eletivo. de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do
respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de
disposto no art. 142, § 3º, X.
previdência dos servidores públicos titulares de cargo
efetivo observará, no que couber, os requisitos e § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá
critérios fixados para o regime geral de previdência apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria
social. e de pensão que superem o dobro do limite máximo
estabelecido para os benefícios do regime geral de
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
previdência social de que trata o art. 201 desta
em comissão declarado em lei de livre nomeação e
Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for
exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
portador de doença incapacitante.
emprego público, aplica-se o regime geral de previdência
social. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício
os servidores nomeados para cargo de provimento
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os
efetivo em virtude de concurso público.
Municípios, desde que instituam regime de previdência
complementar para os seus respectivos servidores § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
regime de que trata este artigo, o limite máximo II - mediante processo administrativo em que lhe seja
estabelecido para os benefícios do regime geral de assegurada ampla defesa;
previdência social de que trata o art. 201.
III - mediante procedimento de avaliação periódica de
§ 15. O regime de previdência complementar de que desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do ampla defesa.
respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
entidades fechadas de previdência complementar, de
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de
natureza pública, que oferecerão aos respectivos
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
participantes planos de benefícios somente na
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
modalidade de contribuição definida.
proporcional ao tempo de serviço.

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§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, § 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União
o servidor estável ficará em disponibilidade, com incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu com os pequenos e médios proprietários rurais para o
adequado aproveitamento em outro cargo. estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de
pequena irrigação.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
obrigatória a avaliação especial de desempenho por TÍTULO IV
comissão instituída para essa finalidade. DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
Seção III
CAPÍTULO I
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E
DO PODER LEGISLATIVO
DOS TERRITÓRIOS
SEÇÃO I
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de DO CONGRESSO NACIONAL
Bombeiros Militares, instituições organizadas com base
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do
Distrito Federal e dos Territórios.
Senado Federal.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de
Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado
quatro anos.
em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e
do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de
dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo representantes do povo, eleitos, pelo sistema
as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
governadores. Distrito Federal.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do § 1º O número total de Deputados, bem como a
Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
fixado em lei específica do respectivo ente estatal. estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no
Seção IV
ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas
DAS REGIÕES
unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá setenta Deputados.
articular sua ação em um mesmo complexo
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e
à redução das desigualdades regionais. Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes
dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
§ 1º - Lei complementar disporá sobre:
princípio majoritário.
I - as condições para integração de regiões em
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três
desenvolvimento;
Senadores, com mandato de oito anos.
II - a composição dos organismos regionais que
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito
executarão, na forma da lei, os planos regionais,
Federal será renovada de quatro em quatro anos,
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento
alternadamente, por um e dois terços.
econômico e social, aprovados juntamente com estes.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de
outros, na forma da lei: Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as
deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de
tomadas por maioria dos votos, presente a maioria
custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
absoluta de seus membros.
II - juros favorecidos para financiamento de atividades
Seção II
prioritárias;
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
Presidente da República, não exigida esta para o
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as
dos rios e das massas de água represadas ou represáveis matérias de competência da União, especialmente sobre:
nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.

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I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,


rendas; autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma
dessas medidas;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento
anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
curso forçado; exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
VI - mudar temporariamente sua sede;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais
de desenvolvimento; VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e
os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI,
V - limites do território nacional, espaço aéreo e
39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
marítimo e bens do domínio da União;
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de
Presidente da República e dos Ministros de Estado,
áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II,
Assembléias Legislativas;
153, III, e 153, § 2º, I;
VII - transferência temporária da sede do Governo
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo
Federal;
Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
VIII - concessão de anistia; execução dos planos de governo;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de
Público e da Defensoria Pública da União e dos suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
Territórios e organização judiciária e do Ministério administração indireta;
Público do Distrito Federal;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa
X – criação, transformação e extinção de cargos, em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
empregos e funções públicas, observado o que
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de
estabelece o art. 84, VI, b;
concessão de emissoras de rádio e televisão;
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
administração pública;
Contas da União;
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, atividades nucleares;
instituições financeiras e suas operações;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
dívida mobiliária federal.
aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo de riquezas minerais;
Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, §
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de
4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso hectares.
Nacional:
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro
atos internacionais que acarretem encargos ou de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
compromissos gravosos ao patrimônio nacional; subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra,
determinado, importando crime de responsabilidade a
a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras
ausência sem justificação adequada.
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao
complementar; Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer
de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da
entendimentos com a Mesa respectiva, para expor
República a se ausentarem do País, quando a ausência
assunto de relevância de seu Ministério.
exceder a quinze dias;

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§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado d) Presidente e diretores do banco central;


Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
e) Procurador-Geral da República;
informações a Ministros de Estado ou a qualquer das
pessoas referidas no caput deste artigo, importando em f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
crime de responsabilidade a recusa, ou o não -
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a
argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
prestação de informações falsas.
missão diplomática de caráter permanente;
Seção III
V - autorizar operações externas de natureza financeira,
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal,
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos dos Territórios e dos Municípios;
Deputados:
VI - fixar, por proposta do Presidente da República,
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a limites globais para o montante da dívida consolidada da
instauração de processo contra o Presidente e o Vice- União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Presidente da República e os Ministros de Estado;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as
II - proceder à tomada de contas do Presidente da operações de crédito externo e interno da União, dos
República, quando não apresentadas ao Congresso Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas
Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da autarquias e demais entidades controladas pelo Poder
sessão legislativa; Público federal;
III - elaborar seu regimento interno; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão
de garantia da União em operações de crédito externo e
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento,
interno;
polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei IX - estabelecer limites globais e condições para o
para fixação da respectiva remuneração, observados os montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes Federal e dos Municípios;
orçamentárias;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
V - eleger membros do Conselho da República, nos declarada inconstitucional por decisão definitiva do
termos do art. 89, VII. Supremo Tribunal Federal;
Seção IV XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
DO SENADO FEDERAL exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República
antes do término de seu mandato;
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
XII - elaborar seu regimento interno;
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da
República nos crimes de responsabilidade, bem como os XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento,
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei
conexos com aqueles; para fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal
orçamentárias;
Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e
do Conselho Nacional do Ministério Público, o XIV - eleger membros do Conselho da República, nos
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da termos do art. 89, VII.
União nos crimes de responsabilidade;
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição Tributário Nacional, em sua estrutura e seus
pública, a escolha de: componentes, e o desempenho das administrações
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta
dos Municípios.
Constituição;
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados
funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal
pelo Presidente da República;
Federal, limitando-se a condenação, que somente será
c) Governador de Território; proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à
perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o

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exercício de função pública, sem prejuízo das demais b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego
sanções judiciais cabíveis. remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES II - desde a posse:
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e a) ser proprietários, controladores ou diretores de
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e empresa que goze de favor decorrente de contrato com
votos. pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
remunerada;
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do
diploma, serão submetidos a julgamento perante o b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad
Supremo Tribunal Federal. nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em entidades a que se refere o inciso I, "a";
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público
serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
eletivo.
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão. Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no
por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo artigo anterior;
Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o
iniciativa de partido político nela representado e pelo
decoro parlamentar;
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão
final, sustar o andamento da ação. III - que deixar de comparecer, em cada sessão
legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa
que pertencer, salvo licença ou missão por esta
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco
autorizada;
dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição,
enquanto durar o mandato. V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos
previstos nesta Constituição;
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas VI - que sofrer condenação criminal em sentença
em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas transitada em julgado.
que lhes confiaram ou deles receberam informações.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e dos casos definidos no regimento interno, o abuso das
Senadores, embora militares e ainda que em tempo de prerrogativas asseguradas a membro do Congresso
guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato
subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo
suspensas mediante o voto de dois terços dos membros Senado Federal, por maioria absoluta, mediante
da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do provocação da respectiva Mesa ou de partido político
recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis representado no Congresso Nacional, assegurada ampla
com a execução da medida. defesa.
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: § 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou
I - desde a expedição do diploma:
mediante provocação de qualquer de seus membros, ou
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de de partido político representado no Congresso Nacional,
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de assegurada ampla defesa.
economia mista ou empresa concessionária de serviço
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo
público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos
uniformes;
deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as
deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.

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Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional
far-se-á:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador
de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de
de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão decretação de estado de defesa ou de intervenção
diplomática temporária; federal, de pedido de autorização para a decretação de
estado de sítio e para o compromisso e a posse do
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença,
Presidente e do Vice-Presidente da República;
ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular,
desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da
cento e vinte dias por sessão legislativa. Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a
requerimento da maioria dos membros de ambas as
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de
Casas, em caso de urgência ou interesse público
investidura em funções previstas neste artigo ou de
relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a
licença superior a cento e vinte dias.
aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á Congresso Nacional.
eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso
meses para o término do mandato.
Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste
poderá optar pela remuneração do mandato. artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em
razão da convocação.
Seção VI
DAS REUNIÕES § 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de
convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente,
elas automaticamente incluídas na pauta da convocação.
na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º
de agosto a 22 de dezembro. Seção VII
DAS COMISSÕES
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão
transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão
quando recaírem em sábados, domingos ou feriados. comissões permanentes e temporárias, constituídas na
forma e com as atribuições previstas no respectivo
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
regimento ou no ato de que resultar sua criação.
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a
assegurada, tanto quanto possível, a representação
Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares
em sessão conjunta para:
que participam da respectiva Casa.
I - inaugurar a sessão legislativa;
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de competência, cabe:
serviços comuns às duas Casas;
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice- do regimento, a competência do Plenário, salvo se
Presidente da República; houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. II - realizar audiências públicas com entidades da
sociedade civil;
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro III - convocar Ministros de Estado para prestar
ano da legislatura, para a posse de seus membros e informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois)
IV - receber petições, reclamações, representações ou
anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das
eleição imediatamente subseqüente.
autoridades ou entidades públicas;
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou
Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão
cidadão;
exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal.

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VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, § 1º A Constituição não poderá ser emendada na
regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou
emitir parecer. de estado de sítio.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do
poderes de investigação próprios das autoridades Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
judiciais, além de outros previstos nos regimentos das aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos dos respectivos membros.
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas
separadamente, mediante requerimento de um terço de
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
seus membros, para a apuração de fato determinado e
com o respectivo número de ordem.
por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de
responsabilidade civil ou criminal dos infratores. emenda tendente a abolir:
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão I - a forma federativa de Estado;
representativa do Congresso Nacional, eleita por suas
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
Casas na última sessão ordinária do período legislativo,
com atribuições definidas no regimento comum, cuja III - a separação dos Poderes;
composição reproduzirá, quanto possível, a
IV - os direitos e garantias individuais.
proporcionalidade da representação partidária.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda
Seção VIII
rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto
DO PROCESSO LEGISLATIVO
de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Subseção I
Disposição Geral Subseção III
Das Leis
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração
de: Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias
cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
I - emendas à Constituição;
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
II - leis complementares; Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo
Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
III - leis ordinárias;
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma
IV - leis delegadas; e nos casos previstos nesta Constituição.
V - medidas provisórias; § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da
República as leis que:
VI - decretos legislativos;
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
VII - resoluções.
II - disponham sobre:
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua
Subseção II
remuneração;
Da Emenda à Constituição
b) organização administrativa e judiciária, matéria
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante
tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
proposta:
administração dos Territórios;
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime
Deputados ou do Senado Federal;
jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
II - do Presidente da República; aposentadoria;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das d) organização do Ministério Público e da Defensoria
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma Pública da União, bem como normas gerais para a
delas, pela maioria relativa de seus membros. organização do Ministério Público e da Defensoria
Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

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e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso
administração pública, observado o disposto no art. 84, Nacional sobre o mérito das medidas provisórias
VI; dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus
pressupostos constitucionais.
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico,
provimento de cargos, promoções, estabilidade, § 6º Se a medida provisória não for apreciada em até
remuneração, reforma e transferência para a reserva. quarenta e cinco dias contados de sua publicação,
entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela
cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
tramitando.
não menos de três décimos por cento dos eleitores de
cada um deles. § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a
vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente
dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação
da República poderá adotar medidas provisórias, com
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional. § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na
Câmara dos Deputados.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre
matéria: § 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir
I – relativa a:
parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada,
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso
políticos e direito eleitoral; Nacional.
b) direito penal, processual penal e processual civil; § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa,
de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
Público, a carreira e a garantia de seus membros;
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,
§ 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de
orçamento e créditos adicionais e suplementares,
eficácia de medida provisória, as relações jurídicas
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
constituídas e decorrentes de atos praticados durante
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o
III – reservada a lei complementar; texto original da medida provisória, esta manter-se-á
integralmente em vigor até que seja sancionado ou
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
vetado o projeto.
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
Presidente da República. Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício
II - nos projetos sobre organização dos serviços
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até
administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado
o último dia daquele em que foi editada.
Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de
11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem
iniciativa do Presidente da República, do Supremo
convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual
na Câmara dos Deputados.
período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por
decreto legislativo, as relações jurídicas delas § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência
decorrentes. para apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o
publicação da medida provisória, suspendendo-se Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição,
durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias,

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sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas absoluta dos membros de qualquer das Casas do
da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo Congresso Nacional.
constitucional determinado, até que se ultime a votação.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Presidente da República, que deverá solicitar a delegação
Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, ao Congresso Nacional.
observado quanto ao mais o disposto no parágrafo
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de
anterior.
competência exclusiva do Congresso Nacional, os de
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do
recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar,
projetos de código. nem a legislação sobre:
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será I - organização do Poder Judiciário e do Ministério
revisto pela outra, em um só turno de discussão e Público, a carreira e a garantia de seus membros;
votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos
revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
e eleitorais;
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e
Casa iniciadora.
orçamentos.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma
enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que,
de resolução do Congresso Nacional, que especificará
aquiescendo, o sancionará.
seu conteúdo e os termos de seu exercício.
§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto,
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto
no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao
pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única,
interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no
vedada qualquer emenda.
prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por
horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do maioria absoluta.
veto.
Seção IX
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. ORÇAMENTÁRIA
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
Presidente da República importará sanção. operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade,
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso
ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
Deputados e Senadores.
controle interno de cada Poder.
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado,
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física
para promulgação, ao Presidente da República.
ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em
imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
votação final.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § Contas da União, ao qual compete:
3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo
este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
Presidente da República, mediante parecer prévio que
Presidente do Senado fazê-lo.
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado recebimento;
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na
II - julgar as contas dos administradores e demais
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da

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administração direta e indireta, incluídas as fundações e § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no


sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de
ao erário público;
débito ou multa terão eficácia de título executivo.
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
de admissão de pessoal, a qualquer título, na
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
administração direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não
como a das concessões de aposentadorias, reformas e autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não programados ou de subsídios não aprovados, poderá
alterem o fundamento legal do ato concessório; solicitar à autoridade governamental responsável que, no
prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos
necessários.
Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou
de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de
Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no trinta dias.
inciso II;
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
supranacionais de cujo capital social a União participe, de irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá
forma direta ou indireta, nos termos do tratado ao Congresso Nacional sua sustação.
constitutivo;
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro
repassados pela União mediante convênio, acordo, próprio de pessoal e jurisdição em todo o território
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao nacional, exercendo, no que couber, as atribuições
Distrito Federal ou a Município; previstas no art. 96. .
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes
das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, requisitos:
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
anos de idade;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas
em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
proporcional ao dano causado ao erário; econômicos e financeiros ou de administração pública;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as IV - mais de dez anos de exercício de função ou de
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos
verificada ilegalidade; mencionados no inciso anterior.
X - sustar, se não atendido, a execução do ato § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão
impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos escolhidos:
Deputados e ao Senado Federal;
I - um terço pelo Presidente da República, com
XI - representar ao Poder competente sobre aprovação do Senado Federal, sendo dois
irregularidades ou abusos apurados. alternadamente dentre auditores e membros do
Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de
e merecimento;
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
II - dois terços pelo Congresso Nacional.

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§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do
vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior ano anterior ao do término do mandato presidencial
Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à vigente.
aposentadoria e pensão, as normas constantes do art.
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do
40.
Vice-Presidente com ele registrado.
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que,
as mesmas garantias e impedimentos do titular e,
registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta
quando no exercício das demais atribuições da
de votos, não computados os em branco e os nulos.
judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário
primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias
manterão, de forma integrada, sistema de controle
após a proclamação do resultado, concorrendo os dois
interno com a finalidade de:
candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano que obtiver a maioria dos votos válidos.
plurianual, a execução dos programas de governo e dos
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer
orçamentos da União;
morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, votação.
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores,
administração federal, bem como da aplicação de
remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
recursos públicos por entidades de direito privado;
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
tomarão posse em sessão do Congresso Nacional,
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão prestando o compromisso de manter, defender e
institucional. cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem
geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
e a independência do Brasil.
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada
pena de responsabilidade solidária. para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo
motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou
será declarado vago.
sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de
Tribunal de Contas da União. impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-
Presidente.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se,
no que couber, à organização, composição e fiscalização Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de
dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por
dos Municípios. ele convocado para missões especiais.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do
sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos,
integrados por sete Conselheiros. serão sucessivamente chamados ao exercício da
Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do
CAPÍTULO II
Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.
DO PODER EXECUTIVO
Seção I Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias
depois de aberta a última vaga.
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da
República, auxiliado pelos Ministros de Estado. § 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
período presidencial, a eleição para ambos os cargos será
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da
República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro

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feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-
Nacional, na forma da lei. los para os cargos que lhes são privativos;
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os
completar o período de seus antecessores. Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
Superiores, os Governadores de Territórios, o
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de
Procurador-Geral da República, o presidente e os
quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano
diretores do banco central e outros servidores, quando
seguinte ao da sua eleição.
determinado em lei;
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os
não poderão, sem licença do Congresso Nacional,
Ministros do Tribunal de Contas da União;
ausentar-se do País por período superior a quinze dias,
sob pena de perda do cargo. XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
Constituição, e o Advogado-Geral da União;
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
termos do art. 89, VII;
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
República: XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional;
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por
direção superior da administração federal;
ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou
previstos nesta Constituição; parcialmente, a mobilização nacional;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel Congresso Nacional;
execução;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
VI – dispor, mediante decreto, sobre: que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
ou nele permaneçam temporariamente;
a) organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa nem XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
criação ou extinção de órgãos públicos; projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas
de orçamento previstos nesta Constituição;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão
VII - manter relações com Estados estrangeiros e
legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
acreditar seus representantes diplomáticos;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais,
forma da lei;
sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
termos do art. 62;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Constituição.
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
Parágrafo único. O Presidente da República poderá
expondo a situação do País e solicitando as providências
delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e
que julgar necessárias;
XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da
se necessário, dos órgãos instituídos em lei; União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República

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Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do sua competência e referendar os atos e decretos
Presidente da República que atentem contra a assinados pelo Presidente da República;
Constituição Federal e, especialmente, contra:
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos
I - a existência da União; e regulamentos;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder III - apresentar ao Presidente da República relatório
Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes anual de sua gestão no Ministério;
constitucionais das unidades da Federação;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da
República.
IV - a segurança interna do País;
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de
V - a probidade na administração;
Ministérios e órgãos da administração pública.
VI - a lei orçamentária;
Seção V
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE
DEFESA NACIONAL
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
Subseção I
especial, que estabelecerá as normas de processo e
Do Conselho da República
julgamento.
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da
consulta do Presidente da República, e dele participam:
República, por dois terços da Câmara dos Deputados,
será ele submetido a julgamento perante o Supremo I - o Vice-Presidente da República;
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade. III - o Presidente do Senado Federal;
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos
Deputados;
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia
ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do VI - o Ministro da Justiça;
processo pelo Senado Federal.
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento Presidente da República, dois eleitos pelo Senado
do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos
do processo. com mandato de três anos, vedada a recondução.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-
infrações comuns, o Presidente da República não estará se sobre:
sujeito a prisão.
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu sítio;
mandato, não pode ser responsabilizado por atos
II - as questões relevantes para a estabilidade das
estranhos ao exercício de suas funções.
instituições democráticas.
Seção IV
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro
DOS MINISTROS DE ESTADO
de Estado para participar da reunião do Conselho,
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre quando constar da pauta questão relacionada com o
brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos respectivo Ministério.
direitos políticos.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além Conselho da República.
de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e
Subseção II
na lei:
Do Conselho de Defesa Nacional
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos
órgãos e entidades da administração federal na área de

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Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito
consulta do Presidente da República nos assuntos Federal e Territórios.
relacionados com a soberania nacional e a defesa do
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de
Estado democrático, e dele participam como membros
Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital
natos:
Federal.
I - o Vice-Presidente da República;
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.
III - o Presidente do Senado Federal; Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
IV - o Ministro da Justiça;
Magistratura, observados os seguintes princípios:
V - o Ministro de Estado da Defesa;
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz
VI - o Ministro das Relações Exteriores; substituto, mediante concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do
VII - o Ministro do Planejamento.
Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
Aeronáutica. obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação;
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
II - promoção de entrância para entrância,
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de
alternadamente, por antigüidade e merecimento,
celebração da paz, nos termos desta Constituição;
atendidas as seguintes normas:
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três
estado de sítio e da intervenção federal;
vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas merecimento;
indispensáveis à segurança do território nacional e
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de
opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de
exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a
fronteira e nas relacionadas com a preservação e a
primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo
exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;
se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de vago;
iniciativas necessárias a garantir a independência
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e
nacional e a defesa do Estado democrático.
pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do exercício da jurisdição e pela freqüência e
Conselho de Defesa Nacional. aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
aperfeiçoamento;
CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente
Seção I poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
DISPOSIÇÕES GERAIS fundamentado de dois terços de seus membros,
conforme procedimento próprio, e assegurada ampla
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
I - o Supremo Tribunal Federal;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente,
I-A o Conselho Nacional de Justiça; retiver autos em seu poder além do prazo legal, não
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho
II - o Superior Tribunal de Justiça;
ou decisão;
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; na última ou única entrância;
IV previsão de cursos oficiais de preparação,
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
aperfeiçoamento e promoção de magistrados,
VI - os Tribunais e Juízes Militares; constituindo etapa obrigatória do processo de
vitaliciamento a participação em curso oficial ou

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reconhecido por escola nacional de formação e XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será
aperfeiçoamento de magistrados; proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
população;
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores
corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio XIV os servidores receberão delegação para a prática de
mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal atos de administração e atos de mero expediente sem
Federal e os subsídios dos demais magistrados serão caráter decisório;
fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual,
XV a distribuição de processos será imediata, em todos
conforme as respectivas categorias da estrutura
os graus de jurisdição.
judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais
cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal
subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, e Territórios será composto de membros, do Ministério
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, Público, com mais de dez anos de carreira, e de
e 39, § 4º; advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
dependentes observarão o disposto no art. 40;
representação das respectivas classes.
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal
autorização do tribunal;
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo,
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus
do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em integrantes para nomeação.
decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada
ampla defesa; I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
após dois anos de exercício, dependendo a perda do
VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados
cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o
de comarca de igual entrância atenderá, no que couber,
juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II
judicial transitada em julgado;
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
público, na forma do art. 93, VIII;
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
preservação do direito à intimidade do interessado no
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
sigilo não prejudique o interesse público à informação;
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
X as decisões administrativas dos tribunais serão
função, salvo uma de magistério;
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
membros; participação em processo;
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco III - dedicar-se à atividade político-partidária.
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o
IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros,
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
para o exercício das atribuições administrativas e
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
jurisdicionais delegadas da competência do tribunal
pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
do cargo por aposentadoria ou exoneração.
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo
vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo Art. 96. Compete privativamente:
grau, funcionando, nos dias em que não houver
I - aos tribunais:
expediente forense normal, juízes em plantão
permanente; a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus
regimentos internos, com observância das normas de
processo e das garantias processuais das partes,

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dispondo sobre a competência e o funcionamento dos mandato de quatro anos e competência para, na forma
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em
face de impugnação apresentada, o processo de
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem
juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício
caráter jurisdicional, além de outras previstas na
da atividade correicional respectiva;
legislação.
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados
de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
especiais no âmbito da Justiça Federal.
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às
títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo atividades específicas da Justiça.
único, os cargos necessários à administração da Justiça,
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia
exceto os de confiança assim definidos em lei;
administrativa e financeira.
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas
membros e aos juízes e servidores que lhes forem
orçamentárias dentro dos limites estipulados
imediatamente vinculados;
conjuntamente com os demais Poderes na lei de
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais diretrizes orçamentárias.
Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros
Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
tribunais interessados, compete:
a) a alteração do número de membros dos tribunais
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo
inferiores;
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos aprovação dos respectivos tribunais;
seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com
membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
a aprovação dos respectivos tribunais.
onde houver;
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei
Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
Ministério Público, nos crimes comuns e de
limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral. § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este
artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo
membros ou dos membros do respectivo órgão especial
procederá aos ajustes necessários para fins de
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de
consolidação da proposta orçamentária anual.
lei ou ato normativo do Poder Público.
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
os Estados criarão:
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
togados e leigos, competentes para a conciliação, o autorizadas, mediante a abertura de créditos
julgamento e a execução de causas cíveis de menor suplementares ou especiais.
complexidade e infrações penais de menor potencial
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas
ofensivo, mediante os procedimentos oral
Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de
e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em
sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta
juízes de primeiro grau;
dos créditos respectivos, proibida a designação de casos
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com adicionais abertos para este fim.

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§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem execução para fins de enquadramento de parcela do


aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
pensões e suas complementações, benefícios
§ 9º No momento da expedição dos precatórios,
previdenciários e indenizações por morte ou por
independentemente de regulamentação, deles deverá
invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude
ser abatido, a título de compensação, valor
de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos
com preferência sobre todos os demais débitos, exceto
ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor
sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.
original pela Fazenda Pública devedora, incluídas
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados
originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de
(sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença contestação administrativa ou judicial.
grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal
forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os
solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em
demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado
até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de
em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo,
abatimento, informação sobre os débitos que preencham
admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo
as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele
que o restante será pago na ordem cronológica de
previstos.
apresentação do precatório.
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à
da entidade federativa devedora, a entrega de créditos
expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos
em precatórios para compra de imóveis públicos do
de obrigações definidas em leis como de pequeno valor
respectivo ente federado.
que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de
sentença judicial transitada em julgado. § 12. A partir da promulgação desta Emenda
Constitucional, a atualização de valores de requisitórios,
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados,
após sua expedição, até o efetivo pagamento,
por leis próprias, valores distintos às entidades de direito
independentemente de sua natureza, será feita pelo
público, segundo as diferentes capacidades econômicas,
índice oficial de remuneração básica da caderneta de
sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do
poupança, e, para fins de compensação da mora,
regime geral de previdência social.
incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando
entidades de direito público, de verba necessária ao excluída a incidência de juros compensatórios.
pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus
transitadas em julgado, constantes de precatórios
créditos em precatórios a terceiros, independentemente
judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o
da concordância do devedor, não se aplicando ao
pagamento até o final do exercício seguinte, quando
cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.
terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos
após comunicação, por meio de petição protocolizada,
serão consignados diretamente ao Poder Judiciário,
ao tribunal de origem e à entidade devedora.
cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão
exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei
a requerimento do credor e exclusivamente para os complementar a esta Constituição Federal poderá
casos de preterimento de seu direito de precedência ou estabelecer regime especial para pagamento de crédito
de não alocação orçamentária do valor necessário à de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
satisfação do seu débito, o sequestro da quantia dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
respectiva. forma e prazo de liquidação.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os
responsabilidade e responderá, também, perante o diretamente.
Conselho Nacional de Justiça.
§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
§ 8º É vedada a expedição de precatórios Municípios aferirão mensalmente, em base anual, o
complementares ou suplementares de valor pago, bem comprometimento de suas respectivas receitas correntes
como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da

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líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de
de pequeno valor. notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal
fins de que trata o § 17, o somatório das receitas Federal serão nomeados pelo Presidente da República,
tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
contribuições e de serviços, de transferências correntes e Senado Federal.
outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
compreendido pelo segundo mês imediatamente
anterior ao de referência e os 11 (onze) meses I - processar e julgar, originariamente:
precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
Distrito Federal e aos Municípios por determinação constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
constitucional;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da
II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso
determinação constitucional; Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral
da República;
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos
Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de c) nas infrações penais comuns e nos crimes de
seu sistema de previdência e assistência social e as responsabilidade, os Ministros de Estado e os
receitas provenientes da compensação financeira Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de
e os chefes de missão diplomática de caráter
condenações judiciais em precatórios e obrigações de
permanente;
pequeno valor, em período de 12 (doze) meses,
ultrapasse a média do comprometimento percentual da d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas
receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos referidas nas alíneas anteriores; o mandado de
imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse segurança e o habeas data contra atos do Presidente da
percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do
de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
limites de endividamento previstos, não se aplicando a Tribunal Federal;
esse financiamento a vedação de vinculação de receita
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo
prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal.
internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% Território;
(quinze por cento) do montante dos precatórios
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a
apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15%
União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros,
(quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos
inclusive as respectivas entidades da administração
até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas
indireta;
iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de
juros de mora e correção monetária, ou mediante g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação
h) (Revogado)
de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta
por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior
relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou
que sejam observados os requisitos definidos na funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
regulamentação editada pelo ente federado. jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de
crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
Seção II
instância;
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze
Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta l) a reclamação para a preservação de sua competência e
garantia da autoridade de suas decisões;

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m) a execução de sentença nas causas de sua Poder Judiciário e à administração pública direta e
competência originária, facultada a delegação de indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
atribuições para a prática de atos processuais;
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá
n) a ação em que todos os membros da magistratura demonstrar a repercussão geral das questões
sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a
que mais da metade dos membros do tribunal de origem fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois
interessados; terços de seus membros.
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal Art. 103. Podem propor a ação direta de
de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais inconstitucionalidade e a ação declaratória de
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; constitucionalidade:
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de I - o Presidente da República;
inconstitucionalidade;
II - a Mesa do Senado Federal;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
norma regulamentadora for atribuição do Presidente da
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara
Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Legislativa do Distrito Federal;
Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
Tribunal Federal; VI - o Procurador-Geral da República;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
contra o Conselho Nacional do Ministério Público; Brasil;
II - julgar, em recurso ordinário: VIII - partido político com representação no Congresso
Nacional;
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas
data e o mandado de injunção decididos em única IX - confederação sindical ou entidade de classe de
instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a âmbito nacional.
decisão;
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser
b) o crime político; previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e
em todos os processos de competência do Supremo
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
Tribunal Federal.
decididas em única ou última instância, quando a decisão
recorrida: § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
medida para tornar efetiva norma constitucional, será
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
dada ciência ao Poder competente para a adoção das
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei providências necessárias e, em se tratando de órgão
federal; administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
face desta Constituição. inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
d) julgar válida lei local contestada em face de lei
União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
federal.
§ 4.º (Revogado)
§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito
fundamental, decorrente desta Constituição, será Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos
lei. seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de
administração pública direta e indireta, nas esferas
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

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§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação
interpretação e a eficácia de normas determinadas, ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos outro pelo Senado Federal.
judiciários ou entre esses e a administração pública que
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do
acarrete grave insegurança jurídica e relevante
Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e
multiplicação de processos sobre questão idêntica.
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a Tribunal Federal.
aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados
ser provocada por aqueles que podem propor a ação
pelo Presidente da República, depois de aprovada a
direta de inconstitucionalidade.
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal
Tribunal Federal.
que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo
ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
súmula, conforme o caso. cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de
conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos,
admitida 1 (uma) recondução, sendo: I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua
II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado competência, ou recomendar providências;
pelo respectivo tribunal;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício
III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, ou mediante provocação, a legalidade dos atos
indicado pelo respectivo tribunal; administrativos praticados por membros ou órgãos do
Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou
IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado
fixar prazo para que se adotem as providências
pelo Supremo Tribunal Federal;
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal da competência do Tribunal de Contas da União;
Federal;
III receber e conhecer das reclamações contra membros
VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus
Superior Tribunal de Justiça; serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de
serviços notariais e de registro que atuem por delegação
VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
Justiça;
competência disciplinar e correicional dos tribunais,
VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado podendo avocar processos disciplinares em curso e
pelo Tribunal Superior do Trabalho; determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais
IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do
ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
Trabalho;
administrativas, assegurada ampla defesa;
X um membro do Ministério Público da União, indicado
IV representar ao Ministério Público, no caso de crime
pelo Procurador-Geral da República;
contra a administração pública ou de abuso de
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido autoridade;
pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes
V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
indicados pelo órgão competente de cada instituição
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados
estadual;
há menos de um ano;
XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre
Ordem dos Advogados do Brasil;
processos e sentenças prolatadas, por unidade da
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;

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VII elaborar relatório anual, propondo as providências a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do
que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os
Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e
deve integrar mensagem do Presidente do Supremo do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas
Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais
por ocasião da abertura da sessão legislativa. Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e
do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a
Contas dos Municípios e os do Ministério Público da
função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da
União que oficiem perante tribunais;
distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe,
além das atribuições que lhe forem conferidas pelo b) os mandados de segurança e os habeas data contra
Estatuto da Magistratura, as seguintes: ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer
interessado, relativas aos magistrados e aos serviços c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for
judiciários; qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição,
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do
de correição geral;
Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes Justiça Eleitoral;
atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais,
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,
inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes
República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem vinculados a tribunais diversos;
dos Advogados do Brasil.
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos julgados;
Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes
f) a reclamação para a preservação de sua competência e
para receber reclamações e denúncias de qualquer
garantia da autoridade de suas decisões;
interessado contra membros ou órgãos do Poder
Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, g) os conflitos de atribuições entre autoridades
representando diretamente ao Conselho Nacional de administrativas e judiciárias da União, ou entre
Justiça. autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de
outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da
Seção III
União;
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no
norma regulamentadora for atribuição de órgão,
mínimo, trinta e três Ministros.
entidade ou autoridade federal, da administração direta
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de ou indireta, excetuados os casos de competência do
Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar,
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e Federal;
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a
maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
concessão de exequatur às cartas rogatórias;
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais
II - julgar, em recurso ordinário:
Federais e um terço dentre desembargadores dos
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada a) os habeas corpus decididos em única ou última
pelo próprio Tribunal; instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e
quando a decisão for denegatória;
membros do Ministério Público Federal, Estadual, do
Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados b) os mandados de segurança decididos em única
na forma do art. 94. instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
quando denegatória a decisão;
I - processar e julgar, originariamente:

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c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
organismo internacional, de um lado, e, do outro, públicos e comunitários.
Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito justiça em todas as fases do processo.
Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes
I - processar e julgar, originariamente:
vigência;
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos
b) julgar válido ato de governo local contestado em face
os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes
de lei federal;
comuns e de responsabilidade, e os membros do
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe Ministério Público da União, ressalvada a competência
haja atribuído outro tribunal. da Justiça Eleitoral;
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados
de Justiça: seus ou dos juízes federais da região;
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de c) os mandados de segurança e os habeas data contra
Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for
promoção na carreira;
juiz federal;
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer,
e) os conflitos de competência entre juízes federais
na forma da lei, a supervisão administrativa e
vinculados ao Tribunal;
orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo
graus, como órgão central do sistema e com poderes II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos
correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da
competência federal da área de sua jurisdição.
Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
FEDERAIS
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal: empresa pública federal forem interessadas na condição
de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
I - os Tribunais Regionais Federais;
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à
II - os Juízes Federais. Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo
de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, internacional e Município ou pessoa domiciliada ou
na respectiva região e nomeados pelo Presidente da residente no País;
República dentre brasileiros com mais de trinta e menos
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União
de sessenta e cinco anos, sendo:
com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas
efetiva atividade profissional e membros do Ministério
em detrimento de bens, serviços ou interesse da União
Público Federal com mais de dez anos de carreira;
ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas,
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com excluídas as contravenções e ressalvada a competência
mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
merecimento, alternadamente.
V - os crimes previstos em tratado ou convenção
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes internacional, quando, iniciada a execução no País, o
dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro,
jurisdição e sede. ou reciprocamente;
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça V-A as causas relativas a direitos humanos a que se
itinerante, com a realização de audiências e demais refere o § 5º deste artigo;
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais

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VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e
casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos
a ordem econômico-financeira; juízes da justiça local, na forma da lei.
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua Seção V
competência ou quando o constrangimento provier de Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a Regionais
outra jurisdição; do Trabalho e dos Juízes do Trabalho
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
ato de autoridade federal, excetuados os casos de
I - o Tribunal Superior do Trabalho;
competência dos tribunais federais;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves,
ressalvada a competência da Justiça Militar; III - Juizes do Trabalho.
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de §§ 1º a 3º (Revogados)
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á
"exequatur", e de sentença estrangeira, após a
de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros
homologação, as causas referentes à nacionalidade,
com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e
inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada,
XI - a disputa sobre direitos indígenas. nomeados pelo Presidente da República após aprovação
pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas
na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional e membros do Ministério
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo
aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o
exercício, observado o disposto no art. 94;
autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que
deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do
ou, ainda, no Distrito Federal. Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados
pelo próprio Tribunal Superior.
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no
foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal
causas em que forem parte instituição de previdência Superior do Trabalho.
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a
lei poderá permitir que outras causas sejam também I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
processadas e julgadas pela justiça estadual. Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras
funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível
promoção na carreira;
será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de
jurisdição do juiz de primeiro grau. II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-
lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa,
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos
orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do
humanos, o Procurador-Geral da República, com a
Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações
central do sistema, cujas decisões terão efeito
decorrentes de tratados internacionais de direitos
vinculante.
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase § 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho
do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de processar e julgar, originariamente, a reclamação para a
competência para a Justiça Federal. preservação de sua competência e garantia da
autoridade de suas decisões.
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal,
constituirá uma seção judiciária que terá por sede a Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho,
respectiva Capital, e varas localizadas segundo o podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
estabelecido em lei. jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso
para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.

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Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
jurisdição, competência, garantias e condições de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo
exercício, observado o disposto no art. 94;
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e
julgar: II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho
por antigüidade e merecimento, alternadament
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os
entes de direito público externo e da administração § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a
pública direta e indireta da União, dos Estados, do justiça itinerante, com a realização de audiências e
Distrito Federal e dos Municípios; demais funções de atividade jurisdicional, nos limites
territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
II as ações que envolvam exercício do direito de greve;
equipamentos públicos e comunitários.
III as ações sobre representação sindical, entre
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão
sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
sindicatos e empregadores;
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas jurisdicionado à justiça em todas as fases do
data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita processo.
à sua jurisdição;
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será
V os conflitos de competência entre órgãos com exercida por um juiz singular.
jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I,
Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados)
o;
Seção VI
VI as ações de indenização por dano moral ou
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
VII as ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização I - o Tribunal Superior Eleitoral;
das relações de trabalho;
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais
III - os Juízes Eleitorais;
previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir; IV - as Juntas Eleitorais.
IX outras controvérsias decorrentes da relação de Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no
trabalho, na forma da lei. mínimo, de sete membros, escolhidos:
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão I - mediante eleição, pelo voto secreto:
eleger árbitros.
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação Federal;
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de
comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza
Justiça;
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas dentre seis advogados de notável saber jurídico e
anteriormente. idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal
Federal.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral
dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-
se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital
possível, na respectiva região, e nomeados pelo de cada Estado e no Distrito Federal.
Presidente da República dentre brasileiros com mais de
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:

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a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
de Justiça;
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da
Tribunal de Justiça; República, depois de aprovada a indicação pelo Senado
Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha,
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na
quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre
Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do
havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso,
posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois
Presidente da República dentre brasileiros maiores de
juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
trinta e cinco anos, sendo:
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva
Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
atividade profissional;
desembargadores.
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização
membros do Ministério Público da Justiça Militar.
e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das
juntas eleitorais. Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os
crimes militares definidos em lei.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os
integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o
funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas funcionamento e a competência da Justiça Militar.
garantias e serão inamovíveis.
Seção VIII
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados
por mais de dois biênios consecutivos, sendo os
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo
processo, em número igual para cada categoria. § 1º A competência dos tribunais será definida na
Constituição do Estado, sendo a lei de organização
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e
as denegatórias de habeas corpus ou mandado de § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de
segurança. inconstitucionalidade de leis ou atos normativos
estaduais ou municipais em face da Constituição
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais
Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a
somente caberá recurso quando:
um único órgão.
I - forem proferidas contra disposição expressa desta
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do
Constituição ou de lei;
Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída,
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos
ou mais tribunais eleitorais; Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio
Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de
Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil
diplomas nas eleições federais ou estaduais;
integrantes.
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar
mandatos eletivos federais ou estaduais;
os militares dos Estados, nos crimes militares definidos
V - denegarem habeas corpus, mandado de em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares
segurança, habeas data ou mandado de injunção. militares, ressalvada a competência do júri quando a
vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir
Seção VII
sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
graduação das praças.
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar
I - o Superior Tribunal Militar; processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos

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disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, procederá aos ajustes necessários para fins de
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os consolidação da proposta orçamentária anual.
demais crimes militares.
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar poderá haver a realização de despesas ou a assunção de
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
justiça em todas as fases do processo. autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante,
com a realização de audiências e demais funções da Art. 128. O Ministério Público abrange:
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da
I - o Ministério Público da União, que compreende:
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários. a) o Ministério Público Federal;
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de b) o Ministério Público do Trabalho;
Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
c) o Ministério Público Militar;
competência exclusiva para questões agrárias.
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local II - os Ministérios Públicos dos Estados.
do litígio.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o
CAPÍTULO IV Procurador-Geral da República, nomeado pelo
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA Presidente da República dentre integrantes da carreira,
SEÇÃO I maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu
DO MINISTÉRIO PÚBLICO nome pela maioria absoluta dos membros do Senado
Federal, para mandato de dois anos, permitida a
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente,
recondução.
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e § 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por
dos interesses sociais e individuais indisponíveis. iniciativa do Presidente da República, deverá ser
precedida de autorização da maioria absoluta do Senado
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a
Federal.
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia
Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
funcional e administrativa, podendo, observado o
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para
disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a
escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo
criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares,
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos,
provendo-os por concurso público de provas ou de
permitida uma recondução.
provas e títulos, a política remuneratória e os planos de
carreira; a lei disporá sobre sua organização e § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito
funcionamento. Federal e Territórios poderão ser destituídos por
deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta
forma da lei complementar respectiva.
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias. § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja
iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva
Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o
proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na
estatuto de cada Ministério Público, observadas,
lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo
relativamente a seus membros:
considerará, para fins de consolidação da proposta
orçamentária anual, os valores aprovados na lei I - as seguintes garantias:
orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não
limites estipulados na forma do § 3º.
podendo perder o cargo senão por sentença judicial
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo transitada em julgado;
for encaminhada em desacordo com os limites
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo
público, mediante decisão do órgão colegiado

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competente do Ministério Público, pelo voto da maioria vedada a representação judicial e a consultoria jurídica
absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; de entidades públicas.
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
§ 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, civis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
153, III, 153, § 2º, I; nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta
Constituição e na lei.
II - as seguintes vedações:
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir
honorários, percentagens ou custas processuais;
na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do
b) exercer a advocacia; chefe da instituição.
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; § 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á
mediante concurso público de provas e títulos,
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do
função pública, salvo uma de magistério;
Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em
e) exercer atividade político-partidária; direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou § 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. disposto no art. 93.
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o § 5º A distribuição de processos no Ministério Público
disposto no art. 95, parágrafo único, V. será imediata.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos
Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na
seção pertinentes a direitos, vedações e forma de
forma da lei;
investidura.
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público
serviços de relevância pública aos direitos assegurados
compõe-se de quatorze membros nomeados pelo
nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias
Presidente da República, depois de aprovada a escolha
a sua garantia;
pela maioria absoluta do Senado Federal, para um
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
a proteção do patrimônio público e social, do meio
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
II quatro membros do Ministério Público da União,
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou
assegurada a representação de cada uma de suas
representação para fins de intervenção da União e dos
carreiras;
Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das
populações indígenas; IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal
Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
VI - expedir notificações nos procedimentos
administrativos de sua competência, requisitando V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
informações e documentos para instruí-los, na forma da Ordem dos Advogados do Brasil;
lei complementar respectiva;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e
forma da lei complementar mencionada no artigo outro pelo Senado Federal.
anterior;
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração Público serão indicados pelos respectivos Ministérios
de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos Públicos, na forma da lei.
de suas manifestações processuais;
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, Público o controle da atuação administrativa e financeira
desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe do Ministério Público e do cumprimento dos deveres
funcionais de seus membros, cabendo lhe:

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I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Seção II


Ministério Público, podendo expedir atos DA ADVOCACIA PÚBLICA
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que,
recomendar providências;
diretamente ou através de órgão vinculado, representa a
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos
ou mediante provocação, a legalidade dos atos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
administrativos praticados por membros ou órgãos do organização e funcionamento, as atividades de
Ministério Público da União e dos Estados, podendo consultoria e assessoramento jurídico do Poder
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se Executivo.
adotem as providências necessárias ao exato
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos
Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
Tribunais de Contas;
Presidente da República dentre cidadãos maiores de
III receber e conhecer das reclamações contra membros trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação
ou órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, ilibada.
inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da
competência disciplinar e correicional da instituição,
instituição de que trata este artigo far-se-á mediante
podendo avocar processos disciplinares em curso,
concurso público de provas e títulos.
determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais § 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a
ao tempo de serviço e aplicar outras sanções representação da União cabe à Procuradoria-Geral da
administrativas, assegurada ampla defesa; Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito
disciplinares de membros do Ministério Público da União Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso
ou dos Estados julgados há menos de um ano; dependerá de concurso público de provas e títulos, com
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em
V elaborar relatório anual, propondo as providências que
todas as suas fases, exercerão a representação judicial e
julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público
a consultoria jurídica das respectivas unidades
no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
federadas.
a mensagem prevista no art. 84, XI.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um
é assegurada estabilidade após três anos de efetivo
Corregedor nacional, dentre os membros do Ministério
exercício, mediante avaliação de desempenho perante os
Público que o integram, vedada a recondução,
órgãos próprios, após relatório circunstanciado das
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem
corregedorias.
conferidas pela lei, as seguintes:
SEÇÃO III
I receber reclamações e denúncias, de qualquer
DA ADVOCACIA
interessado, relativas aos membros do Ministério Público
e dos seus serviços auxiliares; Art. 133. O advogado é indispensável à administração da
justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e
exercício da profissão, nos limites da lei.
correição geral;
SEÇÃO IV
III requisitar e designar membros do Ministério Público,
DA DEFENSORIA PÚBLICA
delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de
órgãos do Ministério Público. Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente,
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
lhe, como expressão e instrumento do regime
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os
Ministério Público, competentes para receber graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados,
membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição
contra seus serviços auxiliares, representando Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público. nº 80, de 2014)

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§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será
da União e do Distrito Federal e dos Territórios e superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez,
prescreverá normas gerais para sua organização nos por igual período, se persistirem as razões que
Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, justificaram a sua decretação.
mediante concurso público de provas e títulos,
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
assegurada a seus integrantes a garantia da
inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo
das atribuições institucionais. executor da medida, será por este comunicada
imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas
não for legal, facultado ao preso requerer exame de
autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua
corpo de delito à autoridade policial;
proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela
disposto no art. 99, § 2º. autoridade, do estado físico e mental do detido no
momento de sua autuação;
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas
da União e do Distrito Federal. III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá
ser superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a
Poder Judiciário;
unidade, a indivisibilidade e a independência funcional,
aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.
93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas,
disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão submeterá o ato com a respectiva justificação ao
remunerados na forma do art. 39, § 4º. Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
TÍTULO V § 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será
Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias.
CAPÍTULO I
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
dez dias contados de seu recebimento, devendo
Seção I
continuar funcionando enquanto vigorar o estado de
DO ESTADO DE DEFESA
defesa.
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
de defesa.
decretar estado de defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e Seção II
determinados, a ordem pública ou a paz social DO ESTADO DE SÍTIO
ameaçadas por grave e iminente instabilidade
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o
institucional ou atingidas por calamidades de grandes
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional,
proporções na natureza.
solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa o estado de sítio nos casos de:
determinará o tempo de sua duração, especificará as
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência
áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites
de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada
da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as
durante o estado de defesa;
seguintes:
II - declaração de estado de guerra ou resposta a
I - restrições aos direitos de:
agressão armada estrangeira.
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar
b) sigilo de correspondência; autorização para decretar o estado de sítio ou sua
prorrogação, relatará os motivos determinantes do
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços maioria absoluta.
públicos, na hipótese de calamidade pública,
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua
respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
duração, as normas necessárias a sua execução e as
garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois

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de publicado, o Presidente da República designará o mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e


executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. justificação das providências adotadas, com relação
nominal dos atingidos e indicação das restrições
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá
aplicadas.
ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado,
de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá CAPÍTULO II
ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra DAS FORÇAS ARMADAS
ou a agressão armada estrangeira.
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha,
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições
sítio durante o recesso parlamentar, o Presidente do nacionais permanentes e regulares, organizadas com
Senado Federal, de imediato, convocará base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir suprema do Presidente da República, e destinam-se à
dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais
e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em
funcionamento até o término das medidas coercitivas. § 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a
serem adotadas na organização, no preparo e no
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com
emprego das Forças Armadas.
fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas
contra as pessoas as seguintes medidas: § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições
disciplinares militares.
I - obrigação de permanência em localidade
determinada; § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou
fixadas em lei, as seguintes disposições:
condenados por crimes comuns;
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a
III - restrições relativas à inviolabilidade da
elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da
correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação
República e asseguradas em plenitude aos oficiais da
de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e
ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os
televisão, na forma da lei;
títulos e postos militares e, juntamente com os demais
IV - suspensão da liberdade de reunião; membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;
V - busca e apreensão em domicílio; II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou
emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido
VII - requisição de bens. para a reserva, nos termos da lei;
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar
a difusão de pronunciamentos de parlamentares posse em cargo, emprego ou função pública civil
efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada temporária, não eletiva, ainda que da administração
pela respectiva Mesa. indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso
XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e
Seção III
somente poderá, enquanto permanecer nessa situação,
DISPOSIÇÕES GERAIS
ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os de serviço apenas para aquela promoção e transferência
líderes partidários, designará Comissão composta de para a reserva, sendo depois de dois anos de
cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a afastamento, contínuos ou não, transferido para a
execução das medidas referentes ao estado de defesa e reserva, nos termos da lei;
ao estado de sítio.
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar
sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da
filiado a partidos políticos;
responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus
executores ou agentes. VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o
decisão de tribunal militar de caráter permanente, em
estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência
tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de
serão relatadas pelo Presidente da República, em
guerra;

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VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
pena privativa de liberdade superior a dois anos, por drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
sentença transitada em julgado, será submetido ao prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos
julgamento previsto no inciso anterior; nas respectivas áreas de competência;
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária
VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, e de fronteiras;
XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea "c";
judiciária da União.
IX - (Revogado)
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os organizado e mantido pela União e estruturado em
limites de idade, a estabilidade e outras condições de carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os ostensivo das rodovias federais.
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
situações especiais dos militares, consideradas as
organizado e mantido pela União e estruturado em
peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
cumpridas por força de compromissos internacionais e
ostensivo das ferrovias federais.
de guerra.
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, penais, exceto as militares.
após alistados, alegarem imperativo de consciência,
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe
atividades de caráter essencialmente militar.
a execução de atividades de defesa civil.
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros
serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos,
militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos
CAPÍTULO III Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
DA SEGURANÇA PÚBLICA Territórios.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e § 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas
I - polícia federal; municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços
e instalações, conforme dispuser a lei.
II - polícia rodoviária federal;
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes
III - polícia ferroviária federal;
dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na
IV - polícias civis; forma do § 4º do art. 39.
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
patrimônio nas vias públicas:
permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a:" I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de
trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
I - apurar infrações penais contra a ordem política e
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da
eficiente; e
União ou de suas entidades autárquicas e empresas
públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e
repercussão interestadual ou internacional e exija dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em
Carreira, na forma da lei.

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TÍTULO VI arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos


DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado
CAPÍTULO I que:
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
I - será opcional para o contribuinte;
Seção I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS II - poderão ser estabelecidas condições de
enquadramento diferenciadas por Estado;
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão instituir os seguintes tributos: III - o recolhimento será unificado e centralizado e a
distribuição da parcela de recursos pertencentes aos
I - impostos;
respectivos entes federados será imediata, vedada
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou qualquer retenção ou condicionamento;
pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
ser compartilhadas pelos entes federados, adotado
postos a sua disposição;
cadastro nacional único de contribuintes.
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer
públicas.
critérios especiais de tributação, com o objetivo de
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da
pessoal e serão graduados segundo a capacidade competência de a União, por lei, estabelecer normas de
econômica do contribuinte, facultado à administração igual objetivo.
tributária, especialmente para conferir efetividade a
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais;
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá
impostos.
instituir empréstimos compulsórios:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria de calamidade pública, de guerra externa ou sua
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e iminência;
os Municípios;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e
II - regular as limitações constitucionais ao poder de de relevante interesse nacional, observado o disposto no
tributar; art. 150, III, "b".
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes
tributária, especialmente sobre: de empréstimo compulsório será vinculada à despesa
que fundamentou sua instituição.
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como,
em relação aos impostos discriminados nesta Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de contribuições sociais, de intervenção no domínio
cálculo e contribuintes; econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III,
decadência tributários;
e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
praticado pelas sociedades cooperativas.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para
para as microempresas e para as empresas de pequeno o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário
porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da
caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da da União.
contribuição a que se refere o art. 239.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o econômico de que trata o caput deste artigo:
inciso III, d, também poderá instituir um regime único de

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I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
exportação; conservadas pelo Poder Público;
II - incidirão também sobre a importação de produtos VI - instituir impostos sobre:
estrangeiros ou serviços;
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
III - poderão ter alíquotas:
b) templos de qualquer culto;
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
valor aduaneiro;
trabalhadores, das instituições de educação e de
b) específica, tendo por base a unidade de medida assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
adotada. requisitos da lei;
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na impressão.
forma da lei.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de
incidirão uma única vez. autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
o custeio do serviço de iluminação pública, observado o
disposto no art. 150, I e III. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a
vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
que se refere o caput, na fatura de consumo de energia
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à
elétrica.
fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos
Seção II arts. 155, III, e 156, I.
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
Distrito Federal e aos Municípios: vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que
anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos
se encontrem em situação equivalente, proibida
serviços, relacionados com exploração de atividades
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a
função por eles exercida, independentemente da
empreendimentos privados, ou em que haja
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
direitos;
usuário, nem exonera o promitente comprador da
III - cobrar tributos: obrigação de pagar imposto relativamente ao bem
imóvel.
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início
da vigência da lei que os houver instituído ou § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",
aumentado; compreendem somente o patrimônio, a renda e os
serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
entidades nelas mencionadas.
publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
§ 5º A lei determinará medidas para que os
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja
consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
que incidam sobre mercadorias e serviços.
observado o disposto na alínea b;
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só
por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, poderá ser concedido mediante lei específica, federal,

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estadual ou municipal, que regule exclusivamente as I - será informado pelos critérios da generalidade, da
matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo universalidade e da progressividade, na forma da lei;
ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, §
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
2.º, XII, g.
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação
tributária a condição de responsável pelo pagamento de II - será não-cumulativo, compensando-se o que for
imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer devido em cada operação com o montante cobrado nas
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial anteriores;
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
III - não incidirá sobre produtos industrializados
gerador presumido.
destinados ao exterior.
Art. 151. É vedado à União:
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
território nacional ou que implique distinção ou
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município, em detrimento de outro, admitida a I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o a desestimular a manutenção de propriedades
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as improdutivas;
diferentes regiões do País;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos em lei, quando as explore o proprietário que não possua
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como outro imóvel;
a remuneração e os proventos dos respectivos agentes
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
optarem, na forma da lei, desde que não implique
obrigações e para seus agentes;
redução do imposto ou qualquer outra forma de
III - instituir isenções de tributos da competência dos renúncia fiscal.
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e exclusivamente à incidência do imposto de que trata o
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de
procedência ou destino. origem; a alíquota mínima será de um por cento,
assegurada a transferência do montante da arrecadação
Seção III
nos seguintes termos:
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
Território, conforme a origem;
I - importação de produtos estrangeiros;
II - setenta por cento para o Município de origem.
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
Art. 154. A União poderá instituir:
nacionalizados;
I - mediante lei complementar, impostos não previstos
III - renda e proventos de qualquer natureza;
no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e
IV - produtos industrializados; não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos ou valores mobiliários; II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
extraordinários, compreendidos ou não em sua
VI - propriedade territorial rural;
competência tributária, os quais serão suprimidos,
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as Seção IV
condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
V.
instituir impostos sobre:
§ 2º O imposto previsto no inciso III:

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I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para
ou direitos; resolver conflito específico que envolva interesse de
Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria
II - operações relativas à circulação de mercadorias e
absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
sobre prestações de serviços de transporte interestadual
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do
operações e as prestações se iniciem no exterior; Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g",
as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação
III - propriedade de veículos automotores.
de mercadorias e nas prestações de serviços, não
§ 1º O imposto previsto no inciso poderão ser inferiores às previstas para as operações
interestaduais;
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos,
compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito VII - nas operações e prestações que destinem bens e
Federal serviços a consumidor final, contribuinte ou não do
imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos,
alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização
compete ao Estado onde se processar o inventário ou
do destinatário o imposto correspondente à diferença
arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito
entre a alíquota interna do Estado destinatário e a
Federal;
alíquota interestadual;
III - terá competência para sua instituição regulada por lei
a) (revogada);
complementar:
b) (revogada);
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou
correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
domiciliado ou teve o seu inventário processado no
interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:
exterior;
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado
imposto;
Federal;
b) ao remetente, quando o destinatário não for
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
contribuinte do imposto;
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for
IX - incidirá também:
devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços com o montante a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
pelo Distrito Federal; contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a
sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em
exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver
contrário da legislação:
situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário
a) não implicará crédito para compensação com o da mercadoria, bem ou serviço;
montante devido nas operações ou prestações seguintes;
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações forem fornecidas com serviços não compreendidos na
anteriores; competência tributária dos Municípios;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das X - não incidirá:
mercadorias e dos serviços;
a) sobre operações que destinem mercadorias para o
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
Presidente da República ou de um terço dos Senadores, exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento
aprovada pela maioria absoluta de seus membros, do montante do imposto cobrado nas operações e
estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações anteriores;
prestações, interestaduais e de exportação;
b) sobre operações que destinem a outros Estados
V - é facultado ao Senado Federal: petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e
gasosos dele derivados, e energia elétrica;
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas,
mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
pela maioria absoluta de seus membros;

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d) nas prestações de serviço de comunicação nas destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que
modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens ocorre nas operações com as demais mercadorias;
de recepção livre e gratuita;
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no
montante do imposto sobre produtos industrializados, inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o
quando a operação, realizada entre contribuintes e imposto caberá ao Estado de origem;
relativa a produto destinado à industrialização ou à
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante
comercialização, configure fato gerador dos dois
deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do
impostos;
§ 2º, XII, g, observando-se o seguinte:
XII - cabe à lei complementar:
a) serão uniformes em todo o território nacional,
a) definir seus contribuintes; podendo ser diferenciadas por produto;
b) dispor sobre substituição tributária; b) poderão ser específicas, por unidade de medida
adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do alcançaria em uma venda em condições de livre
estabelecimento responsável, o local das operações concorrência;
relativas à circulação de mercadorias e das prestações de
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes
serviços;
aplicando o disposto no art. 150, III, b.
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no §
o exterior, serviços e outros produtos além dos
4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação do
mencionados no inciso X, "a";
imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g.
à remessa para outro Estado e exportação para o
§ 6º O imposto previsto no inciso III:
exterior, de serviços e de mercadorias;
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos
Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo
benefícios fiscais serão concedidos e revogados. e utilização.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o Seção V
imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS
finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos
inciso X, b;
sobre:
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do
I - propriedade predial e territorial urbana;
imposto a integre, também na importação do exterior de
bem, mercadoria ou serviço. II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física,
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II
e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro
bem como cessão de direitos a sua aquisição;
imposto poderá incidir sobre operações relativas a
energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos
de petróleo, combustíveis e minerais do País. no art. 155, II, definidos em lei complementar.
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o IV - (Revogado)
seguinte:
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no
derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde inciso I poderá:
ocorrer o consumo;
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes,
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e
com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e
o uso do imóvel.
combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o
imposto será repartido entre os Estados de origem e de § 2º O imposto previsto no inciso II:

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I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens conforme os seguintes critérios:
ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor
extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a
adicionado nas operações relativas à circulação de
atividade preponderante do adquirente for a compra e
mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em
venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis
seus territórios;
ou arrendamento mercantil;
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei
II - compete ao Município da situação do bem.
estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III
Art. 159. A União entregará:
do caput deste artigo, cabe à lei complementar:
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
e proventos de qualquer natureza e sobre produtos
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na
o exterior. seguinte forma:
III – regular a forma e as condições como isenções, a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;
revogados.
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao
§ 4º (Revogado) Fundo de Participação dos Municípios;
Seção VI c) três por cento, para aplicação em programas de
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
financeiras de caráter regional, de acordo com os planos
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao
renda e proventos de qualquer natureza, incidente na semi-árido do Nordeste a metade dos recursos
fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e
d) um por cento ao Fundo de Participação dos
mantiverem;
Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do
II - vinte por cento do produto da arrecadação do mês de dezembro de cada ano;
imposto que a União instituir no exercício da
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos
competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do
Art. 158. Pertencem aos Municípios: mês de julho de cada ano;
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre II - do produto da arrecadação do imposto sobre
renda e proventos de qualquer natureza, incidente na produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao
fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das
eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e respectivas exportações de produtos industrializados.
mantiverem;
III - do produto da arrecadação da contribuição de
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do intervenção no domínio econômico prevista no art. 177,
imposto da União sobre a propriedade territorial rural, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o
relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a
totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. destinação a que se refere o inciso II, c, do referido
153, § 4º, III; parágrafo.
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do § 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de
imposto do Estado sobre a propriedade de veículos acordo com o previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela
automotores licenciados em seus territórios; da arrecadação do imposto de renda e proventos de
qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação
Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos
do imposto do Estado sobre operações relativas à
arts. 157, I, e 158, I.
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de § 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada
comunicação. parcela superior a vinte por cento do montante a que se

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refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser Seção I


distribuído entre os demais participantes, mantido, em NORMAS GERAIS
relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios
I - finanças públicas;
vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos
termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos II - dívida pública externa e interna, incluída a das
no art. 158, parágrafo único, I e II. autarquias, fundações e demais entidades controladas
pelo Poder Público;
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III
que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
refere o mencionado inciso.
V - fiscalização financeira da administração pública direta
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à
e indireta;
entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta
seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e
neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e
impostos. dos Municípios;
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não VII - compatibilização das funções das instituições oficiais
impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de crédito da União, resguardadas as características e
de recursos: condições operacionais plenas das voltadas ao
desenvolvimento regional.
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas
autarquias; Art. 164. A competência da União para emitir moeda será
exercida exclusivamente pelo banco central.
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos
II e III. § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
Art. 161. Cabe à lei complementar:
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. financeira.
158, parágrafo único, I;
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular
que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de a oferta de moeda ou a taxa de juros.
rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão
promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e
depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito
entre Municípios;
Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, Poder Público e das empresas por ele controladas, em
do cálculo das quotas e da liberação das participações instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos
previstas nos arts. 157, 158 e 159. previstos em lei.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará Seção II
o cálculo das quotas referentes aos fundos de DOS ORÇAMENTOS
participação a que alude o inciso II.
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo
Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os estabelecerão:
Municípios divulgarão, até o último dia do mês
I - o plano plurianual;
subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada
um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os II - as diretrizes orçamentárias;
valores de origem tributária entregues e a entregar e a
III - os orçamentos anuais.
expressão numérica dos critérios de rateio.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão
forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
discriminados por Estado e por Município; os dos
administração pública federal para as despesas de capital
Estados, por Município.
e outras delas decorrentes e para as relativas aos
CAPÍTULO II programas de duração continuada.
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

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§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as III - dispor sobre critérios para a execução equitativa,
metas e prioridades da administração pública federal, além de procedimentos que serão adotados quando
incluindo as despesas de capital para o exercício houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de
financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei restos a pagar e limitação das programações de caráter
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art.
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação 166.
das agências financeiras oficiais de fomento.
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual,
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do
execução orçamentária. Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de
setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados Senadores e Deputados:
em consonância com o plano plurianual e apreciados
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos
pelo Congresso Nacional.
neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: pelo Presidente da República;
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, II - examinar e emitir parecer sobre os planos e
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas Constituição e exercer o acompanhamento e a
pelo Poder Público; fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
demais comissões do Congresso Nacional e de suas
II - o orçamento de investimento das empresas em que a
Casas, criadas de acordo com o art. 58.
União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social com direito a voto; § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista,
que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas
regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso
as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração
Nacional.
direta ou indireta, bem como os fundos e fundações
instituídos e mantidos pelo Poder Público. § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual
ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de
aprovadas caso:
demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas
e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e de diretrizes orçamentárias;
creditícia.
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, os provenientes de anulação de despesa, excluídas as
compatibilizados com o plano plurianual, terão entre que incidam sobre:
suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais,
a) dotações para pessoal e seus encargos;
segundo critério populacional.
b) serviço da dívida;
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, c) transferências tributárias constitucionais para Estados,
não se incluindo na proibição a autorização para abertura Municípios e Distrito Federal; ou
de créditos suplementares e contratação de operações
III - sejam relacionadas:
de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos
termos da lei. a) com a correção de erros ou omissões; ou
§ 9º Cabe à lei complementar: b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes
prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária incompatíveis com o plano plurianual.
anual;
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial ao Congresso Nacional para propor modificação nos
da administração direta e indireta bem como condições projetos a que se refere este artigo enquanto não
para a instituição e funcionamento de fundos.

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iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei
alteração é proposta. orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o
Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes
Pública enviarão ao Poder Legislativo as justificativas do
orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo
impedimento;
Presidente da República ao Congresso Nacional, nos
termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto
9º. no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder
Executivo o remanejamento da programação cujo
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo,
impedimento seja insuperável;
no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais
normas relativas ao processo legislativo. III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o
prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda
encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da
ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem
programação cujo impedimento seja insuperável;
sem despesas correspondentes poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o
suplementares, com prévia e específica autorização término do prazo previsto no inciso III, o Congresso
legislativa. Nacional não deliberar sobre o projeto, o
remanejamento será implementado por ato do Poder
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei
Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária.
orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente § 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as
líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder programações orçamentárias previstas no § 11 não serão
Executivo, sendo que a metade deste percentual será de execução obrigatória nos casos dos impedimentos
destinada a ações e serviços públicos de saúde. justificados na notificação prevista no inciso I do § 14.
§ 10. A execução do montante destinado a ações e § 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para
serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive fins de cumprimento da execução financeira prevista no
custeio, será computada para fins do cumprimento do § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por
inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para cento) da receita corrente líquida realizada no exercício
pagamento de pessoal ou encargos sociais. anterior.
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira § 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da
das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em despesa poderá resultar no não cumprimento da meta
montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes
décimos por cento) da receita corrente líquida realizada orçamentárias, o montante previsto no § 11 deste artigo
no exercício anterior, conforme os critérios para a poderá ser reduzido em até a mesma proporção da
execução equitativa da programação definidos na lei limitação incidente sobre o conjunto das despesas
complementar prevista no § 9º do art. 165. discricionárias.
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º § 18. Considera-se equitativa a execução das
deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos programações de caráter obrigatório que atenda de
dos impedimentos de ordem técnica. forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas,
independentemente da autoria.
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a
execução da programação prevista no §11 deste artigo, Art. 167. São vedados:
for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
Municípios, independerá da adimplência do ente
orçamentária anual;
federativo destinatário e não integrará a base de cálculo
da receita corrente líquida para fins de aplicação dos II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações
limites de despesa de pessoal de que trata o caput do diretas que excedam os créditos orçamentários ou
art. 169. adicionais;
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no III - a realização de operações de créditos que excedam o
empenho de despesa que integre a programação, na montante das despesas de capital, ressalvadas as
forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes autorizadas mediante créditos suplementares ou
medidas: especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta;

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IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção
ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da interna ou calamidade pública, observado o disposto no
arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 art. 62.
e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e
do ensino e para realização de atividades da
156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e
administração tributária, como determinado,
159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a
contragarantia à União e para pagamento de débitos
prestação de garantias às operações de crédito por
para com esta.
antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
como o disposto no § 4º deste artigo; § 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência
de recursos de uma categoria de programação para outra
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem
poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de
prévia autorização legislativa e sem indicação dos
ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de
recursos correspondentes;
viabilizar os resultados de projetos restritos a essas
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência funções, mediante ato do Poder Executivo, sem
de recursos de uma categoria de programação para outra necessidade da prévia autorização legislativa prevista no
ou de um órgão para outro, sem prévia autorização inciso VI deste artigo.
legislativa;
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; orçamentárias, compreendidos os créditos
suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica,
Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e
de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social
da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20
para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas,
de cada mês, em duodécimos, na forma da lei
fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art.
complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
165, § 5º;
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União,
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não
prévia autorização legislativa.
poderá exceder os limites estabelecidos em lei
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão complementar.
de empréstimos, inclusive por antecipação de receita,
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições
remuneração, a criação de cargos, empregos e funções
financeiras, para pagamento de despesas com pessoal
ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a
ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito
admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título,
Federal e dos Municípios.
pelos órgãos e entidades da administração direta ou
XI - a utilização dos recursos provenientes das indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, poder público, só poderão ser feitas:
para a realização de despesas distintas do pagamento de
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
benefícios do regime geral de previdência social de que
atender às projeções de despesa de pessoal e aos
trata o art. 201.
acréscimos dela decorrentes;
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes
exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia
orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a
sociedades de economia mista.
inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão
referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali
vigência no exercício financeiro em que forem
previstos, serão imediatamente suspensos todos os
autorizados, salvo se o ato de autorização for
repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício,
Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
referidos limites.
incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subseqüente. § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com
base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será
complementar referida no caput, a União, os Estados, o
admitida para atender a despesas imprevisíveis e

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Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos
providências: em lei.
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas Art. 171. (Revogado)
com cargos em comissão e funções de confiança;
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse
II - exoneração dos servidores não estáveis. nacional, os investimentos de capital estrangeiro,
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo
lucros.
anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o Constituição, a exploração direta de atividade econômica
cargo, desde que ato normativo motivado de cada um pelo Estado só será permitida quando necessária aos
dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou imperativos da segurança nacional ou a relevante
unidade administrativa objeto da redução de pessoal. interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa
parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente pública, da sociedade de economia mista e de suas
a um mês de remuneração por ano de serviço. subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos
serviços, dispondo sobre:
anteriores será considerado extinto, vedada a criação de
cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado
assemelhadas pelo prazo de quatro anos. e pela sociedade;
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas
obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários;
TÍTULO VII
Da Ordem Econômica e Financeira III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e
CAPÍTULO I alienações, observados os princípios da administração
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA pública;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim administração e fiscal, com a participação de acionistas
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames minoritários;
da justiça social, observados os seguintes princípios:
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a
I - soberania nacional; responsabilidade dos administradores.
II - propriedade privada; § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia
mista não poderão gozar de privilégios fiscais não
III - função social da propriedade;
extensivos às do setor privado.
IV - livre concorrência;
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública
V - defesa do consumidor; com o Estado e a sociedade.
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante § 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental à dominação dos mercados, à eliminação da
dos produtos e serviços e de seus processos de concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
elaboração e prestação;
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
responsabilidade desta, sujeitando-a às punições
VIII - busca do pleno emprego;
compatíveis com sua natureza, nos atos praticados
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno contra a ordem econômica e financeira e contra a
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham economia popular.
sua sede e administração no País.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei,
qualquer atividade econômica, independentemente de as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,

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sendo este determinante para o setor público e § 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo
indicativo para o setor privado. determinado, e as autorizações e concessões previstas
neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas,
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do
total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder
planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado,
concedente.
o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais
e regionais de desenvolvimento. § 4º Não dependerá de autorização ou concessão o
aproveitamento do potencial de energia renovável de
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras
capacidade reduzida.
formas de associativismo.
Art. 177. Constituem monopólio da União:
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade
garimpeira em cooperativas, levando em conta a I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás
proteção do meio ambiente e a promoção econômico- natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
social dos garimpeiros.
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior
III - a importação e exportação dos produtos e derivados
terão prioridade na autorização ou concessão para
básicos resultantes das atividades previstas nos incisos
pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais
anteriores;
garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e
naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem
da lei. nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos
no País, bem assim o transporte, por meio de conduto,
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
qualquer origem;
sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos. V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o
reprocessamento, a industrialização e o comércio de
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
minérios e minerais nucleares e seus derivados, com
I - o regime das empresas concessionárias e exceção dos radioisótopos cuja produção,
permissionárias de serviços públicos, o caráter especial comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob
de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.
concessão ou permissão;
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou
II - os direitos dos usuários; privadas a realização das atividades previstas nos incisos
I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas
III - política tarifária;
em lei.
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos
I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo
minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem
em todo o território nacional;
propriedade distinta da do solo, para efeito de
exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, II - as condições de contratação;
garantida ao concessionário a propriedade do produto da
III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do
lavra.
monopólio da União;
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o
§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de
aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput"
materiais radioativos no território nacional.
deste artigo somente poderão ser efetuados mediante
autorização ou concessão da União, no interesse § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no
nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as domínio econômico relativa às atividades de importação
leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás
País, na forma da lei, que estabelecerá as condições natural e seus derivados e álcool combustível deverá
específicas quando essas atividades se desenvolverem atender aos seguintes requisitos:
em faixa de fronteira ou terras indígenas.
I - a alíquota da contribuição poderá ser:
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo
a) diferenciada por produto ou uso;
nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser
a lei.

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b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas
não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; com prévia e justa indenização em dinheiro.
II - os recursos arrecadados serão destinados: § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não
álcool combustível, gás natural e seus derivados e
edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova
derivados de petróleo;
seu adequado aproveitamento, sob pena,
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados sucessivamente, de:
com a indústria do petróleo e do gás;
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial
transportes.
urbana progressivo no tempo;
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da
aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à
dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
ordenação do transporte internacional, observar os
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos,
acordos firmados pela União, atendido o princípio da
em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
reciprocidade.
valor real da indenização e os juros legais.
Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de
lei estabelecerá as condições em que o transporte de
até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco
mercadorias na cabotagem e a navegação interior
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a
poderão ser feitos por embarcações estrangeiras.
para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os domínio, desde que não seja proprietário de outro
Municípios dispensarão às microempresas e às empresas imóvel urbano ou rural.
de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão
jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
simplificação de suas obrigações administrativas,
independentemente do estado civil.
tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela
eliminação ou redução destas por meio de lei. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo
possuidor mais de uma vez.
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios promoverão e incentivarão o turismo como § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por
fator de desenvolvimento social e econômico. usucapião.
Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou CAPÍTULO III
informação de natureza comercial, feita por autoridade DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA
administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física AGRÁRIA
ou jurídica residente ou domiciliada no País dependerá
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse
de autorização do Poder competente.
social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que
CAPÍTULO II não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia
DA POLÍTICA URBANA e justa indenização em títulos da dívida agrária, com
cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano,
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
executada pelo Poder Público municipal, conforme
emissão, e cuja utilização será definida em lei.
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar
o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e § 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas
garantir o bem- estar de seus habitantes. em dinheiro.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, § 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse
obrigatório para cidades com mais de vinte mil social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a
habitantes, é o instrumento básico da política de propor a ação de desapropriação.
desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social contraditório especial, de rito sumário, para o processo
quando atende às exigências fundamentais de ordenação judicial de desapropriação.
da cidade expressas no plano diretor.

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§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será
títulos da dívida agrária, assim como o montante de compatibilizada com a política agrícola e com o plano
recursos para atender ao programa de reforma agrária nacional de reforma agrária.
no exercício.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos
municipais as operações de transferência de imóveis hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por
desapropriados para fins de reforma agrária. interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do
Congresso Nacional.
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de
reforma agrária: § 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as
alienações ou as concessões de terras públicas para fins
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida
de reforma agrária.
em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis
II - a propriedade produtiva.
rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez
propriedade produtiva e fixará normas para o anos.
cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de
Art. 186. A função social é cumprida quando a uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a
propriedade rural atende, simultaneamente, segundo ambos, independentemente do estado civil, nos termos e
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos condições previstos em lei.
seguintes requisitos:
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o
I - aproveitamento racional e adequado; arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou
jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis
dependerão de autorização do Congresso Nacional.
e preservação do meio ambiente;
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel
III - observância das disposições que regulam as relações
rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos
de trabalho;
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a
proprietários e dos trabalhadores. produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela
sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada
na forma da lei, com a participação efetiva do setor de Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão
produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, adquiridos por usucapião.
bem como dos setores de comercialização, de
CAPÍTULO IV
armazenamento e de transportes, levando em conta,
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
especialmente:
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de
I - os instrumentos creditícios e fiscais;
forma a promover o desenvolvimento equilibrado do
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as
garantia de comercialização; partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de
crédito, será regulado por leis complementares que
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
disporão, inclusive, sobre a participação do capital
IV - a assistência técnica e extensão rural; estrangeiro nas instituições que o integram.
V - o seguro agrícola; I - (Revogado).
VI - o cooperativismo; II - (Revogado).
VII - a eletrificação rural e irrigação; III - (Revogado)
VIII - a habitação para o trabalhador rural. a) (Revogado)
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades b) (Revogado)
agro-industriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
IV - (Revogado)
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola
V -(Revogado)
e de reforma agrária.

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VI - (Revogado) que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo


empregatício;
VII - (Revogado)
b) a receita ou o faturamento;
VIII - (Revogado)
c) o lucro;
§ 1°- (Revogado)
II - do trabalhador e dos demais segurados da
§ 2°- (Revogado)
previdência social, não incidindo contribuição sobre
§ 3°- (Revogado) aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de
previdência social de que trata o art. 201;
TÍTULO VIII
Da Ordem Social III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
CAPÍTULO I
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de
DISPOSIÇÃO GERAL
quem a lei a ele equiparar.
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
Municípios destinadas à seguridade social constarão dos
CAPÍTULO II respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da
DA SEGURIDADE SOCIAL União.
Seção I
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será
DISPOSIÇÕES GERAIS
elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto pela saúde, previdência social e assistência social, tendo
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de
da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a
à saúde, à previdência e à assistência social. gestão de seus recursos.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da
da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá
seguintes objetivos: contratar com o Poder Público nem dele receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
às populações urbanas e rurais;
obedecido o disposto no art. 154, I.
III - seletividade e distributividade na prestação dos
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social
benefícios e serviços;
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; correspondente fonte de custeio total.
V - eqüidade na forma de participação no custeio; § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da
VI - diversidade da base de financiamento;
data da publicação da lei que as houver instituído ou
VII - caráter democrático e descentralizado da modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150,
administração, mediante gestão quadripartite, com III, "b".
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
as entidades beneficentes de assistência social que
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a atendam às exigências estabelecidas em lei.
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
mediante recursos provenientes dos orçamentos da
rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de
e das seguintes contribuições sociais:
economia familiar, sem empregados permanentes,
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela contribuirão para a seguridade social mediante a
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
comercialização da produção e farão jus aos benefícios
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
nos termos da lei.
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física

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§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica,
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da
Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços
empresa ou da condição estrutural do mercado de
públicos de saúde recursos mínimos derivados da
trabalho.
aplicação de percentuais calculados sobre:
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de
I - no caso da União, a receita corrente líquida do
recursos para o sistema único de saúde e ações de
respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior
assistência social da União para os Estados, o Distrito
a 15% (quinze por cento);
Federal e os Municípios, e dos Estados para os
Municípios, observada a respectiva contrapartida de II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto
recursos. da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e
dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I,
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das
alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II
transferidas aos respectivos Municípios;
deste artigo, para débitos em montante superior ao
fixado em lei complementar. III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o
produto da arrecadação dos impostos a que se refere o
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica
art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159,
para os quais as contribuições incidentes na forma dos
inciso I, alínea b e § 3º.
incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese
cada cinco anos, estabelecerá:
de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição
incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º;
receita ou o faturamento.
II – os critérios de rateio dos recursos da União
Seção II vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito
DA SAÚDE Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a
seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
redução das disparidades regionais;
garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços despesas com saúde nas esferas federal, estadual,
para sua promoção, proteção e recuperação. distrital e municipal;
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de IV - (Revogado).
saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde
lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle,
poderão admitir agentes comunitários de saúde e
devendo sua execução ser feita diretamente ou através
agentes de combate às endemias por meio de processo
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de
seletivo público, de acordo com a natureza e
direito privado.
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram para sua atuação.
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso
sistema único, organizado de acordo com as seguintes
salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos
diretrizes:
de Carreira e a regulamentação das atividades de agente
I - descentralização, com direção única em cada esfera de comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
governo; competindo à União, nos termos da lei, prestar
assistência financeira complementar aos Estados, ao
II - atendimento integral, com prioridade para as
Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
do referido piso salarial.
assistenciais;
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no
III - participação da comunidade.
§ 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos exerça funções equivalentes às de agente comunitário de
termos do art. 195, com recursos do orçamento da saúde ou de agente de combate às endemias poderá
perder o cargo em caso de descumprimento dos

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requisitos específicos, fixados em lei, para o seu o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos
exercício. da lei, a:
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e
idade avançada;
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma
complementar do sistema único de saúde, segundo II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e
involuntário;
as sem fins lucrativos.
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para
dependentes dos segurados de baixa renda;
auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins
lucrativos. V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher,
ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de
disposto no § 2º.
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde
no País, salvo nos casos previstos em lei. § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que
beneficiários do regime geral de previdência social,
facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias
ressalvados os casos de atividades exercidas sob
humanas para fins de transplante, pesquisa e
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
tratamento, bem como a coleta, processamento e
integridade física e quando se tratar de segurados
transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado
portadores de deficiência, nos termos definidos em lei
todo tipo de comercialização.
complementar.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de
outras atribuições, nos termos da lei:
contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
substâncias de interesse para a saúde e participar da
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para
produção de medicamentos, equipamentos,
o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
forma da lei.
II - executar as ações de vigilância sanitária e
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de conforme critérios definidos em lei.
saúde;
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência
IV - participar da formulação da política e da execução social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa
das ações de saneamento básico; participante de regime próprio de previdência.
V - incrementar, em sua área de atuação, o § 6º A gratificação natalina dos aposentados e
desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação; pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês
de dezembro de cada ano.
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de
águas para consumo humano; previdência social, nos termos da lei, obedecidas as
seguintes condições:
VII - participar do controle e fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta
psicoativos, tóxicos e radioativos; anos de contribuição, se mulher;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
compreendido o do trabalho. anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o
limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e
Seção III
para os que exerçam suas atividades em regime de
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o
Art. 201. A previdência social será organizada sob a garimpeiro e o pescador artesanal.
forma de regime geral, de caráter contributivo e de
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo
filiação obrigatória, observados critérios que preservem
anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor

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que comprove exclusivamente tempo de efetivo situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição
exercício das funções de magistério na educação infantil normal poderá exceder a do segurado.
e no ensino fundamental e médio.
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive
contagem recíproca do tempo de contribuição na suas autarquias, fundações, sociedades de economia
administração pública e na atividade privada, rural e mista e empresas controladas direta ou indiretamente,
urbana, hipótese em que os diversos regimes de enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de
previdência social se compensarão financeiramente, previdência privada, e suas respectivas entidades
segundo critérios estabelecidos em lei. fechadas de previdência privada.
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do § 5º A lei complementar de que trata o parágrafo
trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas
geral de previdência social e pelo setor privado. privadas permissionárias ou concessionárias de
prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer
de entidades fechadas de previdência privada.
título, serão incorporados ao salário para efeito de
contribuição previdenciária e conseqüente repercussão § 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste
em benefícios, nos casos e na forma da lei. artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos
membros das diretorias das entidades fechadas de
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão
previdência privada e disciplinará a inserção dos
previdenciária para atender a trabalhadores de baixa
participantes nos colegiados e instâncias de decisão em
renda e àqueles sem renda própria que se dediquem
que seus interesses sejam objeto de discussão e
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
deliberação.
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa
renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual Seção IV
a um salário-mínimo. DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela
que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências necessitar, independentemente de contribuição à
inferiores às vigentes para os demais segurados do seguridade social, e tem por objetivos:
regime geral de previdência social.
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter adolescência e à velhice;
complementar e organizado de forma autônoma em
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
relação ao regime geral de previdência social, será
facultativo, baseado na constituição de reservas que III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
garantam o benefício contratado, e regulado por lei
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras
complementar.
de deficiência e a promoção de sua integração à vida
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo comunitária;
assegurará ao participante de planos de benefícios de
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal
entidades de previdência privada o pleno acesso às
à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
informações relativas à gestão de seus respectivos
comprovem não possuir meios de prover à própria
planos.
manutenção ou de tê-la provida por sua família,
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as conforme dispuser a lei.
condições contratuais previstas nos estatutos,
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência
regulamentos e planos de benefícios das entidades de
social serão realizadas com recursos do orçamento da
previdência privada não integram o contrato de trabalho
seguridade social, previstos no art. 195, além de outras
dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios
fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
concedidos, não integram a remuneração dos
participantes, nos termos da lei. I - descentralização político-administrativa, cabendo a
coordenação e as normas gerais à esfera federal e a
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de
coordenação e a execução dos respectivos programas às
previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal
esferas estadual e municipal, bem como a entidades
e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas
beneficentes e de assistência social;
públicas, sociedades de economia mista e outras
entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador,

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II - participação da população, por meio de organizações Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-
representativas, na formulação das políticas e no científica, administrativa e de gestão financeira e
controle das ações em todos os níveis. patrimonial, e obedecerão ao princípio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito
Federal vincular a programa de apoio à inclusão e § 1º É facultado às universidades admitir professores,
promoção social até cinco décimos por cento de sua técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.
receita tributária líquida, vedada a aplicação desses
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de
recursos no pagamento de:
pesquisa científica e tecnológica.
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
Art. 208. O dever do Estado com a educação será
II - serviço da dívida; efetivado mediante a garantia de:
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
diretamente aos investimentos ou ações apoiados. aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive
sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram
CAPÍTULO III
acesso na idade própria;
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
DA EDUCAÇÃO
III - atendimento educacional especializado aos
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado portadores de deficiência, preferencialmente na rede
e da família, será promovida e incentivada com a regular de ensino;
colaboração da sociedade, visando ao pleno
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
até 5 (cinco) anos de idade;
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos
pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
seguintes princípios:
cada um;
I - igualdade de condições para o acesso e permanência
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
na escola;
condições do educando;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da
pensamento, a arte e o saber;
educação básica, por meio de programas suplementares
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e de material didáticoescolar, transporte, alimentação e
coexistência de instituições públicas e privadas de assistência à saúde.
ensino;
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos público subjetivo.
oficiais;
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo
V - valorização dos profissionais da educação escolar, Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com responsabilidade da autoridade competente.
ingresso exclusivamente por concurso público de provas
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos
e títulos, aos das redes públicas;
no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.
lei;
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas
VII - garantia de padrão de qualidade. as seguintes condições:
VIII - piso salarial profissional nacional para os I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
profissionais da educação escolar pública, nos termos de
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder
lei federal.
Público.
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino
trabalhadores considerados profissionais da educação
fundamental, de maneira a assegurar formação básica
básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou
comum e respeito aos valores culturais e artísticos,
adequação de seus planos de carreira, no âmbito da
nacionais e regionais.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

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§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, § 4º Os programas suplementares de alimentação e


constituirá disciplina dos horários normais das escolas assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
públicas de ensino fundamental. financiados com recursos provenientes de contribuições
sociais e outros recursos orçamentários.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional
também a utilização de suas línguas maternas e de financiamento a contribuição social do salário-
processos próprios de aprendizagem. educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os § 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da
Municípios organizarão em regime de colaboração seus contribuição social do salário-educação serão
sistemas de ensino. distribuídas proporcionalmente ao número de alunos
matriculados na educação básica nas respectivas redes
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o
públicas de ensino.
dos Territórios, financiará as instituições de ensino
públicas federais e exercerá, em matéria educacional, Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às
função redistributiva e supletiva, de forma a garantir escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
equalização de oportunidades educacionais e padrão comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas
mínimo de qualidade do ensino mediante assistência em lei, que:
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus
Municípios;
excedentes financeiros em educação;
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra
fundamental e na educação infantil.
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão Poder Público, no caso de encerramento de suas
prioritariamente no ensino fundamental e médio. atividades.
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, § 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental
formas de colaboração, de modo a assegurar a e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem
universalização do ensino obrigatório. insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e
cursos regulares da rede pública na localidade da
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente
residência do educando, ficando o Poder Público
ao ensino regular.
obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de rede na localidade.
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de
vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante
estímulo e fomento à inovação realizadas por
de impostos, compreendida a proveniente de
universidades e/ou por instituições de educação
transferências, na manutenção e desenvolvimento do
profissional e tecnológica poderão receber apoio
ensino.
financeiro do Poder Público.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de
pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos
educação, de duração decenal, com o objetivo de
Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios,
articular o sistema nacional de educação em regime de
não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste
colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e
artigo, receita do governo que a transferir.
estratégias de implementação para assegurar a
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" manutenção e desenvolvimento do ensino em seus
deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações
federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
forma do art. 213. federativas que conduzam a:
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará I - erradicação do analfabetismo;
prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
II - universalização do atendimento escolar;
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia
de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano III - melhoria da qualidade do ensino;
nacional de educação.
IV - formação para o trabalho;

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V - promoção humanística, científica e tecnológica do § 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a


País. gestão da documentação governamental e as
providências para franquear sua consulta a quantos dela
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
necessitem.
públicos em educação como proporção do produto
interno bruto. § 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o
conhecimento de bens e valores culturais.
Seção II
DA CULTURA § 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão
punidos, na forma da lei.
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos
direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios
apoiará e incentivará a valorização e a difusão das detentores de reminiscências históricas dos antigos
manifestações culturais. quilombos.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas § 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular
populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos
grupos participantes do processo civilizatório nacional. por cento de sua receita tributária líquida, para o
financiamento de programas e projetos culturais, vedada
2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas
a aplicação desses recursos no pagamento de:
de alta significação para os diferentes segmentos étnicos
nacionais. I - despesas com pessoal e encargos sociais;
3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de II - serviço da dívida;
duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
do País e à integração das ações do poder público que
diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
conduzem à:
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
em regime de colaboração, de forma descentralizada e
II produção, promoção e difusão de bens culturais; participativa, institui um processo de gestão e promoção
conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e
III formação de pessoal qualificado para a gestão da
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a
cultura em suas múltiplas dimensões;
sociedade, tendo por objetivo promover o
IV democratização do acesso aos bens de cultura; desenvolvimento humano, social e econômico com pleno
exercício dos direitos culturais.)
V valorização da diversidade étnica e regional.
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os
política nacional de cultura e nas suas diretrizes,
bens de natureza material e imaterial, tomados
estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se
individualmente ou em conjunto, portadores de
pelos seguintes princípios:
referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, I - diversidade das expressões culturais;
nos quais se incluem:
II - universalização do acesso aos bens e serviços
I - as formas de expressão; culturais;
II - os modos de criar, fazer e viver; III - fomento à produção, difusão e circulação de
conhecimento e bens culturais;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - cooperação entre os entes federados, os agentes
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
públicos e privados atuantes na área cultural;
espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - integração e interação na execução das políticas,
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
programas, projetos e ações desenvolvidas;
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
ecológico e científico. VI - complementaridade nos papéis dos agentes
culturais;
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade,
promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, VII - transversalidade das políticas culturais;
por meio de inventários, registros, vigilância,
VIII - autonomia dos entes federados e das instituições
tombamento e desapropriação, e de outras formas de
da sociedade civil;
acautelamento e preservação.

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IX - transparência e compartilhamento das informações; § 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de


sessenta dias, contados da instauração do processo, para
X - democratização dos processos decisórios com
proferir decisão final.
participação e controle social;
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de
XI - descentralização articulada e pactuada da gestão,
promoção social.
dos recursos e das ações;
CAPÍTULO IV
XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
orçamentos públicos para a cultura.
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura,
desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação
nas respectivas esferas da Federação:
científica e tecnológica e a inovação.
I - órgãos gestores da cultura;
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá
II - conselhos de política cultural; tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem
público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação.
III - conferências de cultura;
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á
IV - comissões intergestores;
preponderantemente para a solução dos problemas
V - planos de cultura; brasileiros e para o desenvolvimento do sistema
produtivo nacional e regional.
VI - sistemas de financiamento à cultura;
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos
VII - sistemas de informações e indicadores culturais;
nas áreas de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação,
VIII - programas de formação na área da cultura; e inclusive por meio do apoio às atividades de extensão
tecnológica, e concederá aos que delas se ocupem meios
IX - sistemas setoriais de cultura.
e condições especiais de trabalho.
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam
Sistema Nacional de Cultura, bem como de sua
em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País,
articulação com os demais sistemas nacionais ou
formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos
políticas setoriais de governo.
e que pratiquem sistemas de remuneração que
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios assegurem ao empregado, desvinculada do salário,
organizarão seus respectivos sistemas de cultura em leis participação nos ganhos econômicos resultantes da
próprias. produtividade de seu trabalho.
Seção III § 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular
DO DESPORTO parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas
de fomento ao ensino e à pesquisa científica e
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas
tecnológica.
desportivas formais e não-formais, como direito de cada
um, observados: § 6º O Estado, na execução das atividades previstas no
caput , estimulará a articulação entre entes, tanto
I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e
públicos quanto privados, nas diversas esferas de
associações, quanto a sua organização e funcionamento;
governo.
II - a destinação de recursos públicos para a promoção
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no
prioritária do desporto educacional e, em casos
exterior das instituições públicas de ciência, tecnologia e
específicos, para a do desporto de alto rendimento;
inovação, com vistas à execução das atividades previstas
III - o tratamento diferenciado para o desporto no caput.
profissional e o não- profissional;
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio
IV - a proteção e o incentivo às manifestações nacional e será incentivado de modo a viabilizar o
desportivas de criação nacional. desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-
estar da população e a autonomia tecnológica do País,
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à
disciplina e às competições desportivas após esgotarem- nos termos de lei federal.
se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o
fortalecimento da inovação nas empresas, bem como
nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e

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a manutenção de parques e polos tecnológicos e de parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário,
demais ambientes promotores da inovação, a atuação advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
dos inventores independentes e a criação, absorção,
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta
difusão e transferência de tecnologia.
ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação
Municípios poderão firmar instrumentos de cooperação
independe de licença de autoridade.
com órgãos e entidades públicos e com entidades
privadas, inclusive para o compartilhamento de recursos Art. 221. A produção e a programação das emissoras de
humanos especializados e capacidade instalada, para a rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
execução de projetos de pesquisa, de desenvolvimento
I - preferência a finalidades educativas, artísticas,
científico e tecnológico e de inovação, mediante
culturais e informativas;
contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo
ente beneficiário, na forma da lei. II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à
produção independente que objetive sua divulgação;
Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e
Inovação (SNCTI) será organizado em regime de III - regionalização da produção cultural, artística e
colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
com vistas a promover o desenvolvimento científico e
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da
tecnológico e a inovação.
família.
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
legislarão concorrentemente sobre suas peculiaridades. brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras
CAPÍTULO V
e que tenham sede no País.
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a
capital total e do capital votante das empresas
expressão e a informação, sob qualquer forma, processo
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e
ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o
imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a
disposto nesta Constituição.
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos,
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades
constituir embaraço à plena liberdade de informação e estabelecerão o conteúdo da programação.
jornalística em qualquer veículo de comunicação social,
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de
observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
seleção e direção da programação veiculada são
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais
política, ideológica e artística. de dez anos, em qualquer meio de comunicação social.
§ 3º Compete à lei federal: § 3º Os meios de comunicação social eletrônica,
independentemente da tecnologia utilizada para a
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo
prestação do serviço, deverão observar os princípios
ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as
enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que
faixas etárias a que não se recomendem, locais e
também garantirá a prioridade de profissionais
horários em que sua apresentação se mostre
brasileiros na execução de produções nacionais.
inadequada;
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e
nas empresas de que trata o § 1º
à família a possibilidade de se defenderem de programas
ou programações de rádio e televisão que contrariem o § 5º As alterações de controle societário das empresas
disposto no art. 221, bem como da propaganda de de que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à Nacional.
saúde e ao meio ambiente.
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas concessão, permissão e autorização para o serviço de
alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o
sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do princípio da complementaridade dos sistemas privado,
público e estatal.

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§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do VI - promover a educação ambiental em todos os níveis
art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da de ensino e a conscientização pública para a preservação
mensagem. do meio ambiente;
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei,
dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,
Congresso Nacional, em votação nominal. provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá
efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado
na forma dos parágrafos anteriores. a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente,
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes
na forma da lei.
de vencido o prazo, depende de decisão judicial.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
para as emissoras de rádio e de quinze para as de
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
televisão.
independentemente da obrigação de reparar os danos
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o causados.
Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a
Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.
Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona
Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-
á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
CAPÍTULO VI
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso
DO MEIO AMBIENTE
dos recursos naturais.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
proteção dos ecossistemas naturais.
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá- lo para as presentes e futuras gerações. § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão
ter sua localização definida em lei federal, sem o que não
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe
poderão ser instaladas.
ao Poder Público:
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do §
I - preservar e restaurar os processos ecológicos
1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas
essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
desportivas que utilizem animais, desde que sejam
ecossistemas;
manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio desta Constituição Federal, registradas como bem de
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à natureza imaterial integrante do patrimônio cultural
pesquisa e manipulação de material genético; brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem CAPÍTULO VII
sua proteção; Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do
Idoso
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial
ambiental, a que se dará publicidade; proteção do Estado.
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
da lei.

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§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes
união estável entre o homem e a mulher como entidade aspectos:
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao
casamento.
trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
comunidade formada por qualquer dos pais e seus
descendentes. III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e
jovem à escola;
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela IV - garantia de pleno e formal conhecimento da
mulher. atribuição de ato infracional, igualdade na relação
processual e defesa técnica por profissional habilitado,
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
segundo dispuser a legislação tutelar específica;
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa
V - obediência aos princípios de brevidade,
humana e da paternidade responsável, o planejamento
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado
pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
propiciar recursos educacionais e científicos para o
qualquer medida privativa da liberdade;
exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva
por parte de instituições oficiais ou privadas. VI - estímulo do Poder Público, através de assistência
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei,
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na
ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
pessoa de cada um dos que a integram, criando
adolescente órfão ou abandonado;
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas
relações. VII - programas de prevenção e atendimento
especializado à criança, ao adolescente e ao jovem
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
dependente de entorpecentes e drogas afins.
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à exploração sexual da criança e do adolescente.
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
da lei, que estabelecerá casos e condições de sua
salvo de toda forma de negligência, discriminação,
efetivação por parte de estrangeiros.
exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem,
proibidas quaisquer designações discriminatórias
admitida a participação de entidades não
relativas à filiação.
governamentais, mediante políticas específicas e
obedecendo aos seguintes preceitos: § 7º No atendimento dos direitos da criança e do
adolescente levar-se- á em consideração o disposto no
I - aplicação de percentual dos recursos públicos
art. 204.
destinados à saúde na assistência materno-infantil;
§ 8º A lei estabelecerá:
II - criação de programas de prevenção e atendimento
especializado para as pessoas portadoras de deficiência I - o estatuto da juventude, destinado a regular os
física, sensorial ou mental, bem como de integração direitos dos jovens;
social do adolescente e do jovem portador de deficiência,
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal,
mediante o treinamento para o trabalho e a convivência,
visando à articulação das várias esferas do poder público
e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,
para a execução de políticas públicas.
com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de
todas as formas de discriminação. Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de
dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos
logradouros e dos edifícios de uso público e de Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar
garantir acesso adequado às pessoas portadoras de e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
deficiência.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever
de amparar as pessoas idosas, assegurando sua

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participação na comunidade, defendendo sua dignidade § 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art.
e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. 174, § 3º e § 4º.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são
executados preferencialmente em seus lares. partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de
seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a
em todos os atos do processo.
gratuidade dos transportes coletivos urbanos.
TÍTULO IX
CAPÍTULO VIII
Das Disposições Constitucionais Gerais
DOS ÍNDIOS
Art. 233. (Revogado)
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização
social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente,
direitos originários sobre as terras que tradicionalmente assumir, em decorrência da criação de Estado, encargos
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e referentes a despesas com pessoal inativo e com
fazer respeitar todos os seus bens. encargos e amortizações da dívida interna ou externa da
administração pública, inclusive da indireta.
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
as por eles habitadas em caráter permanente, as Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado,
utilizadas para suas atividades produtivas, as serão observadas as seguintes normas básicas:
imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais
I - a Assembléia Legislativa será composta de dezessete
necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua
Deputados se a população do Estado for inferior a
reprodução física e cultural, segundo seus usos,
seiscentos mil habitantes, e de vinte e quatro, se igual ou
costumes e tradições.
superior a esse número, até um milhão e quinhentos mil;
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
II - o Governo terá no máximo dez Secretarias;
destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o
usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos III - o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados,
lagos nelas existentes. pelo Governador eleito, dentre brasileiros de
comprovada idoneidade e notório saber;
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os
potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas IV - o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores;
minerais em terras indígenas só podem ser efetivados
V - os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo
com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as
Governador eleito, escolhidos da seguinte forma:
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada
participação nos resultados da lavra, na forma da lei. a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco
anos de idade, em exercício na área do novo Estado ou
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e
do Estado originário;
indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas
advogados de comprovada idoneidade e saber jurídico,
terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional,
com dez anos, no mínimo, de exercício profissional,
em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco
obedecido o procedimento fixado na Constituição;
sua população, ou no interesse da soberania do País,
após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal,
qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o os cinco primeiros Desembargadores poderão ser
risco. escolhidos dentre juízes de direito de qualquer parte do
País;
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos
jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o VII - em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o
domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, primeiro Promotor de Justiça e o primeiro Defensor
ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e Público serão nomeados pelo Governador eleito após
dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse concurso público de provas e títulos;
público da União, segundo o que dispuser lei
VIII - até a promulgação da Constituição Estadual,
complementar, não gerando a nulidade e a extinção
responderão pela Procuradoria-Geral, pela Advocacia-
direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na
Geral e pela Defensoria-Geral do Estado advogados de
forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da
notório saber, com trinta e cinco anos de idade, no
ocupação de boa fé.
mínimo, nomeados pelo Governador eleito e demissíveis
"ad nutum";

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IX - se o novo Estado for resultado de transformação de financiar programas de desenvolvimento econômico,


Território Federal, a transferência de encargos através do Banco Nacional de Desenvolvimento
financeiros da União para pagamento dos servidores Econômico e Social, com critérios de remuneração que
optantes que pertenciam à Administração Federal lhes preservem o valor.
ocorrerá da seguinte forma:
§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de
a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte Integração Social e do Programa de Formação do
por cento dos encargos financeiros para fazer face ao Patrimônio do Servidor Público são preservados,
pagamento dos servidores públicos, ficando ainda o mantendo-se os critérios de saque nas situações
restante sob a responsabilidade da União; previstas nas leis específicas, com exceção da retirada
por motivo de casamento, ficando vedada a distribuição
b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos
da arrecadação de que trata o "caput" deste artigo, para
de trinta por cento e, no oitavo, dos restantes cinqüenta
depósito nas contas individuais dos participantes.
por cento;
§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores
X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os
que contribuem para o Programa de Integração Social ou
cargos mencionados neste artigo, serão disciplinadas na
para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor
Constituição Estadual;
Público, até dois salários mínimos de remuneração
XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão mensal, é assegurado o pagamento de um salário
ultrapassar cinqüenta por cento da receita do Estado. mínimo anual, computado neste valor o rendimento das
contas individuais, no caso daqueles que já participavam
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos
dos referidos programas, até a data da promulgação
em caráter privado, por delegação do Poder Público.
desta Constituição.
§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a
§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá
responsabilidade civil e criminal dos notários, dos oficiais
uma contribuição adicional da empresa cujo índice de
de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização
rotatividade da força de trabalho superar o índice médio
de seus atos pelo Poder Judiciário.
da rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei.
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as
de emolumentos relativos aos atos praticados pelos
atuais contribuições compulsórias dos empregadores
serviços notariais e de registro.
sobre a folha de salários, destinadas às entidades
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro privadas de serviço social e de formação profissional
depende de concurso público de provas e títulos, não se vinculadas ao sistema sindical.
permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
abertura de concurso de provimento ou de remoção, por
Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios
mais de seis meses.
públicos e os convênios de cooperação entre os entes
Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio federados, autorizando a gestão associada de serviços
exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários públicos, bem como a transferência total ou parcial de
nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda. encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos.
Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de
combustíveis de petróleo, álcool carburante e outros Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às
combustíveis derivados de matérias-primas renováveis, instituições educacionais oficiais criadas por lei estadual
respeitados os princípios desta Constituição. ou municipal e existentes na data da promulgação desta
Constituição, que não sejam total ou
Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições
preponderantemente mantidas com recursos públicos.
para o Programa de Integração Social, criado pela Lei
Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o § 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor contribuições das diferentes culturas e etnias para a
Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de formação do povo brasileiro.
dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta
§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de
Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o
Janeiro, será mantido na órbita federal.
programa do seguro-desemprego e o abono de que trata
o § 3º deste artigo. Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer
região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
§ 1º Dos recursos mencionados no "caput" deste artigo,
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho
pelo menos quarenta por cento serão destinados a
escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas

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à reforma agrária e a programas de habitação popular, arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado
sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo por bens, direitos e ativos de qualquer natureza,
de outras sanções previstas em lei, observado, no que mediante lei que disporá sobre a natureza e
couber, o disposto no art. 5º. administração desse fundo.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor Brasília, 5 de outubro de 1988.
econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins e da exploração de
trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RIO
especial com destinação específica, na forma da lei.
DE JANEIRO.
Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos
logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos
Constituição do Estado do Rio de Janeiro.
de transporte coletivo atualmente existentes a fim de
garantir acesso adequado às pessoas portadoras de Apenas o Art. 77 conforme pede o Edital.
deficiência, conforme o disposto no art. 227, § 2º.
CAPÍTULO IV
Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
que o Poder Público dará assistência aos herdeiros e
dependentes carentes de pessoas vitimadas por crime SEÇÃO I
doloso, sem prejuízo da responsabilidade civil do autor
DISPOSIÇÕES GERAIS
do ilícito.
Art. 77. A administração pública direta, indireta ou
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na
fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado e dos
regulamentação de artigo da Constituição cuja redação
Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade,
tenha sido alterada por meio de emenda promulgada
impessoalidade, moralidade, publicidade, interesse
entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta
coletivo e, também, ao seguinte:
emenda, inclusive.
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e
aos brasileiros que preencham os requisitos
no § 7º do art. 169 estabelecerão critérios e garantias
estabelecidos em lei;
especiais para a perda do cargo pelo servidor público
estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo II - a investidura em cargo ou emprego público da
efetivo, desenvolva atividades exclusivas de Estado. administração direta, indireta ou fundacional depende
de aprovação prévia em concurso público de provas ou
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de
de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo
desempenho, a perda do cargo somente ocorrerá
em comissão declarado em lei de livre nomeação e
mediante processo administrativo em que lhe sejam
exoneração;
assegurados o contraditório e a ampla defesa.
III - não haverá limite máximo de idade para a inscrição
Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo
em concurso público, constituindo-se, entretanto, em
órgão responsável pelo regime geral de previdência
requisito de acessibilidade ao cargo ou emprego a
social, ainda que à conta do Tesouro Nacional, e os não
possibilidade de permanência por cinco anos no seu
sujeitos ao limite máximo de valor fixado para os
efetivo exercício;
benefícios concedidos por esse regime observarão os
limites fixados no art. 37, XI. IV - o prazo de validade do concurso público será de até
dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o
pagamento de proventos de aposentadoria e pensões V - tanto no prazo de validade quanto no de sua
concedidas aos respectivos servidores e seus prorrogação, previstos no edital de convocação, o
dependentes, em adição aos recursos dos respectivos aprovado em concurso público de provas ou de provas e
tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os títulos será, observada a classificação, convocado com
Municípios poderão constituir fundos integrados pelos prioridade sobre novos concursados para assumir cargo
recursos provenientes de contribuições e por bens, ou emprego, na carreira;
direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que
VI - a convocação do aprovado em concurso far-se-á
disporá sobre a natureza e administração desses fundos.
mediante publicação oficial, e por correspondência
Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pessoal;
pagamento dos benefícios concedidos pelo regime geral
de previdência social, em adição aos recursos de sua

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VII - a classificação em concurso público, dentro do XVIII - os vencimentos dos servidores públicos, civis e
número de vagas obrigatoriamente fixado no respectivo militares, são irredutíveis e a remuneração observará o
edital, assegura o provimento no cargo no prazo máximo que dispõem os incisos XIII e XIV deste artigo e o artigo
de cento e oitenta dias, contado da homologação do 153, III e § 2º, I, da Constituição da República;
resultado;
XIX - é vedada a acumulação remunerada de cargos
VIII - os cargos em comissão e as funções de confiança públicos, exceto quando houver compatibilidade de
serão exercidos, preferencialmente, por servidores horários:
ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional,
a) a de dois cargos de professor, assim considerado o de
nos casos e condições previstos em lei;
especialista de educação;
IX - os cargos de natureza técnica só poderão ser
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
ocupados pelos profissionais legalmente habilitados e de
científico;
comprovada atuação na área;
c) e de dois cargos privativos de médico.
X - a administração fazendária e seus servidores fiscais
terão, em suas áreas de competência e jurisdição, XX - a proibição de acumular não se aplica a proventos de
precedência sobre os demais setores administrativos, na aposentadoria, mas se estende a empregos e funções e
forma da lei; abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações mantidas pelo Poder
XI - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
Público;
determinado para atender à necessidade temporária de
excepcional interesse público; XXI - somente por lei específica poderão ser criadas,
empresa pública, sociedade de economia mista,
XII - à revisão geral da remuneração dos servidores
autarquia ou fundação pública;
públicos, sem distinção de índices entre servidores
públicos civis e militares, far-se-á sempre na mesma XXII - depende de autorização legislativa, em cada caso, a
data; criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
inciso anterior, assim como a participação de qualquer
XIII - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores
delas em empresa privada;
entre a maior e a menor remuneração dos servidores
públicos, observados, como limites máximos e no âmbito XXIII - ressalvada a legislação federal aplicável, ao
dos respectivos poderes, os valores percebidos como servidor público estadual é proibido substituir, sob
remuneração, em espécie, a qualquer título, por qualquer pretexto, trabalhadores de empresas privadas
Deputados Estaduais, Secretários de Estado e em greve;
Desembargadores, e, nos Municípios, os valores
XXIV - aos servidores públicos do Estado é vedado serem
percebidos como remuneração, em espécie, pelo
proprietários, controlarem direta ou indiretamente, ou
Prefeito;
fazerem parte da administração de empresas privadas
XIV - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do fornecedoras de suas instituições ou que delas
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos dependam para controle ou credenciamento e, na forma
pelo Poder Executivo; da lei:
XV - é vedada a vinculação ou equiparação de a) as vedações deste inciso estender-se-ão aos parentes
vencimentos, para o efeito de remuneração de pessoal diretos, consangüíneos ou afins, assim como aos seus
do serviço público, ressalvado o disposto no inciso prepostos;
anterior e no artigo 82, § 1º, desta Constituição;
b) as punições específicas aos transgressores desta
XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor norma serão impostas, sem prejuízos das sanções
público não serão computados nem acumulados, para genéricas que lhes sejam aplicáveis.
fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo
XXV - ressalvados os casos especificados na legislação, as
título ou idêntico fundamento;
obras, serviços, compras e alienações serão contratados
XVII - o servidor público estadual, civil ou militar, poderá mediante processo de licitação pública que assegure
gozar licença especial e férias na forma da lei ou de igualdade de condições e de pagamentos a todos os
ambas dispor, sob a forma de direito de contagem em concorrentes, com previsão de atualização monetária
dobro para efeito de aposentadoria ou tê-las para os pagamentos em atraso, penalidades para os
transformadas em pecúnia indenizatória, segundo sua descumprimentos contratuais, permitindo-se, no ato
opção; convocatório, somente as exigências de qualificação

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técnica, jurídica e econômico-financeira indispensáveis à II - empresa pública - a entidade dotada de


garantia do cumprimento das obrigações. personalidade jurídica de direito privado com patrimônio
próprio e capital público maioritariamente do Estado,
XXVI - os servidores públicos não poderão ser colocados
criada por lei para a exploração de atividade econômica
à disposição de outros setores da administração pública
que o Governo seja levado a exercer por força de
da União, dos Estados e dos Municípios, antes de
contingência ou de conveniência administrativa,
completarem dois anos de efetivo exercício funcional no
podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas
órgão de origem;
em direito;
XXVII - os servidores da administração pública direta,
III - sociedade de economia mista - a entidade dotada de
colocados à disposição da administração pública indireta
personalidade jurídica de direito privado, criada por lei
ou fundacional, quando da transferência para a
para a exploração de atividade econômica, sob a forma
inatividade, incorporarão aos proventos a
de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto
complementação de vencimentos que venham
pertençam em sua maioria ao Estado ou a entidade da
percebendo, desde que caracterizada essa situação há,
administração indireta;
no mínimo, oito anos consecutivos.
IV - fundação pública - a entidade dotada de
XXVIII – a licença médica para tratamento de saúde,
personalidade jurídica de direito privado, sem fins
concedida aos servidores público, que exceder o prazo
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa,
de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze)
para o desenvolvimento de atividades que não exijam
meses, a contar do primeiro dia de afastamento, será
execução por órgãos ou entidades de direito público,
concedida mediante avaliação por junta médica oficial.
com autonomia administrativa, patrimônio próprio
XXIX - É vedada a nomeação de pessoas que se gerido pelos respectivos órgãos de direção, e
enquadram nas condições de inelegibilidade nos termos funcionamento custeado por recursos do Estado e de
da legislação federal para os cargos de Secretário de outras fontes.
Estado, Sub-Secretário, Procurador Geral de Justiça,
§ 3º A publicidade dos atos e programas, obras e serviços
Procurador Geral do Estado, Defensor Público Geral,
dos órgãos públicos somente poderá ser feita em caráter
Superintendentes e Diretores de órgãos da
educativo e de orientação social, dela não podendo
administração pública indireta, fundacional, de agências
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
reguladoras e autarquias, Chefe de Polícia Civil, Titulares
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
de Delegacias de Polícia, Comandante Geral da Polícia
Militar, Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, § 4º A não observância do disposto nos incisos II e V
Comandantes de Batalhões de Polícia Militar, deste artigo implicará a nulidade do ato e a punição da
Comandante de Quartéis de Bombeiro Militar, Reitores autoridade responsável, nos termos da lei.
das Universidades Públicas Estaduais e ainda para todos
§ 5º As reclamações relativas à prestação de serviços
os cargos de livre provimento dos poderes Executivo,
públicos serão disciplinadas em lei.
Legislativo e Judiciário do Estado.
§ 6º Os atos de improbidade administrativa importarão a
§ 1º Compreende-se na administração direta os serviços
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
sem personalidade jurídica própria, integrados na
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
estrutura administrativa de qualquer dos Poderes do
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Estado; na administração indireta, constituída de
entidades dotadas de personalidade jurídica própria, as § 7º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
autarquias, as empresas públicas e as sociedades de privado prestadoras de serviços públicos responderão
economia mista, bem como as subsidiárias dessas pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
entidades, incluindo as fundações instituídas ou causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
mantidas pelo Poder Público. contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 2º Considera-se: § 8º Os Conselhos, Seccional da Ordem dos Advogados
do Brasil e Regionais das demais profissões
I - autarquia - o serviço autônomo criado por lei, com
regulamentadas, serão obrigatoriamente chamados a
personalidade jurídica de direito público, patrimônio e
participar de todas as fases do processo de concurso
receita próprios, para executar atividades típicas da
público, desde a elaboração dos editais até a
administração pública, que requeiram, para seu melhor
homologação e publicação dos resultados, sempre que
funcionamento, gestão administrativa e financeira
nos referidos concursos se exigirem conhecimentos
descentralizada;
técnicos dessas categorias, cabendo, na inexistência dos
Conselhos, idêntico direito às entidades de funcionários.

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§ 9º O Estado não subvencionará nem beneficiará, com


isenção ou redução de tributos, taxas, tarifas, ou DIREITO ADMINISTRATIVO
quaisquer outras vantagens, as entidades dedicadas a
atividades educacionais, culturais, hospitalares,
sanitárias, esportivas ou recreativas, cujos atos
constitutivos e estatutos não disponham expressamente DECRETO-LEI Nº 220 DE 18 DE
esses fins exclusivamente filantrópicos e não lucrativos, JULHO DE 1975.
ou que, de forma direta ou indireta, remunerem seus
instituidores, diretores, sócios ou mantenedores.
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
§ 10 É vedada ao Poder Público, direta ou indiretamente, do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro.
a publicidade de qualquer natureza, fora do território do
Estado, para fins de propaganda governamental.
§ 11 São vedadas, na Administração Pública do Estado do O Governador do Estado do Rio de Janeiro, no uso da
Rio de Janeiro: atribuição que lhe confere o § 1º do art. 3º da Lei
Complementar nº 20, de 1º de julho de 1974,
I - a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente, até
o terceiro grau civil inclusive, de membro de Poder, para
cargo em comissão declarado em Lei de livre nomeação e DECRETA:
exoneração ou função de confiança, qualquer que seja a
denominação ou símbolo da gratificação; Art. 1º - Este Decreto-lei institui o regime jurídico dos
II - a contratação, sem que seja por concurso público, funcionários públicos civis do Poder Executivo do Estado
ainda que por tempo determinado, para atender a do Rio de Janeiro.
necessidade temporária de excepcional interesse Parágrafo único - Para os efeitos deste Decreto-lei
público, das pessoas descritas no inciso anterior. funcionário é a pessoa legalmente investida em cargo
§ 12 A vedação prevista no parágrafo anterior estende-se público estadual do Quadro I (Permanente).
aos membros de órgão coletivo, reciprocamente, de Título I
modo que não poderão as pessoas mencionadas exercer
qualquer das funções previstas, no referido órgão. DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA

§ 13 O disposto no parágrafo anterior não se aplica a Art. 2º - A nomeação para cargo de provimento efetivo
servidores efetivos. depende de prévia habilitação em concurso público.

§ 14 Em caso de violação do disposto nos parágrafos 11 e § 1º - O concurso objetivará avaliar:


12 deste artigo, as autoridades públicas e membros de 1) conhecimento e qualificação profissionais, mediante
Poder incorrerão em falta disciplinar grave e serão provas ou provas e títulos;
solidariamente responsáveis com os beneficiados, sem
prejuízo das sanções de outra ordem cabíveis e da 2) condições de sanidade físico-mental; e
nulidade dos atos praticados. 3) desempenho das atividades do cargo, inclusive
condições psicológicas, mediante estágio experimental,
ressalvado o disposto no § 11 deste artigo.
§ 3º - A designação prevista no parágrafo anterior
observará a ordem de classificação nas provas e o limite
das vagas a serem preenchidas, percebendo o estagiário
retribuição correspondente a 80% (oitenta por cento) do
vencimento do cargo, assegurada a diferença, se
nomeado afinal.
§ 4º - O prazo de validade das provas será fixado nas
instruções reguladoras do concurso, aprovadas pelo
Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil do Estado e
poderá ser prorrogado, uma vez, por período não
excedente a 12 (doze) meses.
§ 5º - O candidato que, ao ser designado para o estágio
experimental, for ocupante, em caráter efetivo, de cargo

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ou emprego em órgão da Administração Estadual direta Art. 5º - Invalidada a demissão do funcionário, será ele
ou autárquica ficará dele afastado com a perda do reintegrado e ressarcido.
vencimento ou salário e vantagens, observado o disposto
§ 1º - Far-se-á a reintegração no cargo anteriormente
no inciso IV do art. 20 e ressalvado o salário-família,
ocupado; se alterado, no resultante da alteração; se
continuando filiado à mesma instituição de previdência,
extinto, noutro de vencimento equivalente, atendida a
sem alteração da base de contribuição.
habilitação profissional.
§ 6º - O candidato não aprovado no estágio experimental
§ 2º - Não ocorrendo qualquer das hipóteses previstas no
será considerado inabilitado no concurso e voltará
parágrafo anterior, restabelecer-se-á o cargo
automaticamente ao cargo ou emprego de que se tenha
anteriormente exercido, que ficará como excedente, e
afastado, na hipótese do parágrafo anterior.
nele se fará a reintegração.
§ 7º - O candidato aprovado permanecerá na situação de
§ 3º - A reintegração ocorrerá, sempre, no sistema de
estagiário até a data da publicação do ato de nomeação,
classificação a que pertencia o funcionário.
considerada a mesma data, para, todos os efeitos, início
do exercício do cargo ressalvado o disposto no parágrafo § 4º - Reintegrado o funcionário, aquele que não
terceiro antecedente e no artigo seguinte. ocuparia cargo de igual classe se não tivesse ocorrido o
ato de demissão objeto da medida será exonerado ou
§ 8º - As atribuições inerentes ao cargo servirão de base
reconduzido ao cargo anterior, sem direito a qualquer
para o estabelecimento dos requisitos a serem exigidos
ressarcimento, se não estável; caso contrário, será ele
para inscrição no concurso, inclusive a limitação da
provido em vaga existente ou permanecerá como
idade, que não poderá ser inferior a 18 (dezoito) nem
excedente até a ocorrência da vaga.
superior a 45 (quarenta e cinco) anos.
Art. 6º - O funcionário em disponibilidade poderá ser
§ 9º - Não ficará sujeito ao limite máximo de idade o
aproveitado em cargo de natureza e vencimento
servidor de órgão da administração pública, direta ou
compatíveis com os do anteriormente ocupado.
indireta.
Art. 7º - O funcionário estável fisicamente incapacitado
§ 10 - Além dos requisitos de que trata o § 8º deste
para o pleno exercício do cargo poderá ser ajustado em
artigo, são exigíveis para inscrição em concurso público:
outro de vencimento equivalente e compatível com suas
1) nacionalidade brasileira; aptidões e qualificações profissionais.
2) pleno gozo dos direitos políticos; Art. 8º - A investidura em cargo de provimento efetivo
ocorrerá com o exercício, que, nos casos de nomeação,
3) quitação das obrigações militares.
reintegração, transferência e aproveitamento, se iniciará
§ 11 A norma contida no item 3 do § 1º deste artigo não no prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do
se aplica ao candidato habilitado nas provas para o ato de provimento.
preenchimento de cargo de professor ou de cargos
§ 1º - São requisitos essenciais para essa investidura,
destinados ao pessoal de apoio ao magistério.
verificada a subsistência dos previstos no § 10 do art. 2º,
Art. 3º - O funcionário nomeado na forma do artigo os seguintes:
anterior adquirirá estabilidade após 2 (dois) anos de
1) habilitação em exame de sanidade e capacidade física
efetivo exercício, computando-se, para esse efeito, o
realizada exclusivamente por órgão oficial do Estado;
período de estágio experimental em que tenha sido
aprovado. 2) declaração de bens;
Parágrafo único - O funcionário que se desvincular de um 3) habilitação em concurso público;
cargo público do Estado do Rio de Janeiro ou de suas
4) bons antecedentes;
autarquias para investir-se em outro conservará a
estabilidade já adquirida. 5) prestação de fiança, quando a natureza da função o
exigir;
Art. 4º - O funcionário estável poderá ser transferido da
administração direta para a autárquica e 6) declaração sobre se detém outro cargo, função ou
reciprocamente, ou de um para outro Quadro de mesma emprego, ou se percebe proventos de inatividade; e
entidade, desde que para cargo de retribuição
7) inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF).
equivalente, atendida a habilitação profissional; ou
removido de uma Unidade Administrativa para outra do § 2º - A prova dos requisitos a que se referem os itens 1 e
mesmo órgão ou entidade, desde que haja claro na 3 do § 10 do art.2º e 3 e 4 do parágrafo anterior não será
lotação. exigida nos casos de reintegração e aproveitamento.

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§ 3º - A critério da administração, ocorrendo motivo dias durante o mês, serão abonadas mediante a
relevante, o prazo para o exercício poderá ser apresentação de atestado ou laudo médico expedido
prorrogado. pelo órgão médico oficial competente do Estado ou por
outros aos quais ele transferir ou delegar atribuições.
§ 4º - Será tornada sem efeito a nomeação se o exercício
não se verificar no prazo estabelecido. § 2º - Admitir-se-á, na hipótese de inexistência de órgão
médico oficial do Estado na localidade, atestado
Art. 9º - O funcionário que deva entrar em exercício em
expedido por órgão médico de outra entidade pública,
nova sede terá, para esse efeito, prazo de 5 (cinco) dias,
dentre estes os Hospitais do IASERJ, da Polícia Militar e
contados da data da publicação do ato que o determinar.
do Corpo de Bombeiros.
Art. 10 - A investidura em cargo em comissão ocorrerá
Art. 12 - O afastamento para o exterior, exceto em gozo
com a posse, da qual se lavrará termo incluindo o
de férias ou licença, dependerá, salvo delegação de
compromisso de fiel cumprimento dos deveres da função
competência, de prévia autorização do Governador do
pública.
Estado.
§ 1º - O termo de posse consignará a apresentação de
Art. 13 - O afastamento do funcionário de sua unidade
declaração de bens.
administrativa dar-se-á somente para desempenho de
§ 2º - A competência para dar posse será a indicada em cargo ou função de confiança e com ônus para a unidade
legislação específica. requisitante.
§ 3º - Quando a investidura de que trata este artigo Art. 14 - O cargo ou função de confiança poderá ser
recair em pessoas estranhas ao serviço público, será exercido, eventualmente, em substituição. hipótese em
exigida a comprovação dos requisitos a que se referem que a investidura independerá da posse.
os itens 1 a 3 do § 10 do art. 2º e 1, 2, 4, 6 e 7 do § 1º do
§ 1º - Ressalvada a hipótese prevista em regulamento, a
art. 8º.
substituição será gratuita, salvo quando o afastamento
Art. 11 - Considerar-se-á em efetivo exercício o exceder de 30 (trinta) dias.
funcionário afastado por motivo de:
§ 2º - A substituição não poderá recair em possa
I - férias; estranha ao serviço público.
II - casamento e luto, até 8 (oito) dias; Art. 15 - Dar-se-á a vacância do cargo ou função na data
do fato ou da publicação do ato que implique
III - desempenho de cargo ou função de confiança na
desinvestidura.
administração pública federal, estadual ou municipal;
IV - o estágio experimental; Parágrafo único - Na vacância do cargo ou função, e até o
seu provimento, poderá ser designado, pela autoridade
V - licença-prêmio, licença à gestante, acidente em
imediatamente superior, responsável pelo expediente,
serviço ou doença profissional;
aplicando-se à hipótese o disposto no art. 14.
VI - licença para tratamento de saúde;
Art. 16 - A exoneração ou dispensa, ocorrerá:
VII - doença de notificação compulsória;
I - a pedido; e
VIII - missão oficial;
II - ex-officio.
IX - estudo no exterior ou em qualquer parte do território
Parágrafo único - Aplicar-se-á a exoneração ou dispensa
nacional desde que de interesse para a Administração e
ex-officio:
não ultrapasse o prazo de 12 (doze) meses;
1) no caso de exercício de cargo ou função de confiança;
X - prestação de prova ou exame em concurso público.
2) no caso de abandono de cargo, quando extinta a
XI - recolhimento à prisão, se absolvido afinal;
punibilidade por prescrição e o funcionário não houver
XII - suspensão preventiva, se inocentado afinal; requerido a exoneração; e
XIII - convocação para serviço militar, júri e outros 3) na hipótese prevista no art. 5º, § 4º.
serviços obrigatórios por lei; e
Art. 17 - Declarar-se-á a perda do cargo:
XIV - trânsito para ter exercício em nova sede.
I - nas hipóteses previstas na legislação penal; e
§ 1º - As faltas do servidor por motivo de doença,
II - nos demais casos especificados em lei.
inclusive em pessoa da família, até o máximo de 03 (três)

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§ 1º - No caso de inciso V, existindo, na localidade,


Título II unidade administrativa onde haja claro na lotação ou
vaga, processar-se-á a movimentação cabível.
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS
§ 2º - Suspender-se-á, até o limite de 90 (noventa) dias,
Art. 18 - O funcionário gozará, por ano de exercício, 30
em cada caso, a contagem de tempo de serviço para
(trinta) dias consecutivos de férias, que somente poderão
efeito de Licença-Prêmio, durante as licenças:
ser acumuladas até o máximo de 2 (dois) períodos, em
face de imperiosa necessidade do serviço. 1) para tratamento de saúde;
§ 1º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao 2) por motivo de doença em pessoa da família; e
serviço.
3) por motivo de afastamento do cônjuge.
Art. 19 - Conceder-se-á licença:
§3º ( Revogado)
I - para tratamento de saúde, com vencimento e
§ 4º - expirado o prazo da licença a que se refere o inciso
vantagens, pelo prazo máximo de 24 (vinte e quatro)
IX deste artigo, o servidor deverá retornar
meses;
imediatamente ao serviço público.
II - por motivo de doença em pessoa da família, com
§ 5º - Durante o período de licença a que se refere o
vencimento e vantagens integrais nos primeiros 12
inciso IX deste artigo o servidor deverá continuar
(doze) meses; e, com dois terços, por outros 12 (doze)
contribuindo para o Instituto de Previdência do Estado
meses, no máximo;
do Rio de Janeiro IPERJ, com base no valor da última
III – à gestante, com vencimentos e vantagens, pelo remuneração recebida dos cofres públicos, corrigida no
prazo de seis meses, prorrogável, no caso de aleitamento tempo em função e pelos mesmos percentuais dos
materno, por no mínimo trinta e no máximo noventa reajustes gerais e da categoria.
dias, mediante a apresentação de laudo médico
§ 6º - A extinção, por qualquer motivo, do contrato de
circunstanciado emitido pelo serviço de perícia médica
trabalho do servidor licenciado na forma do inciso IX
oficial do Estado, podendo retroagir sua prorrogação até
deste artigo com a sociedade prestadora de serviços
15 (quinze) dias, a partir da data do referido laudo.
hospitalares terceirizados, ou seu desligamento da
IV - para serviço militar, na forma da legislação cooperativa a esse fim direcionada, importará em
específica; imediata suspensão da licença sem vencimento,
obrigando o servidor a retornar ao serviço público ou a
V - sem vencimento, para acompanhar o cônjuge eleito
converter sua licença para uma das outras modalidades
para o Congresso Nacional ou mandado servir em outras
previstas neste Decreto-Lei.
localidades se militar, servidor público ou com vínculo
empregatício em empresa estadual ou particular; § 7º - Na hipótese do parágrafo anterior, as cooperativas
e as empresas de serviços hospitalares terceirizados
VI - a título de prêmio, pelo prazo de 3 (três) meses; com
deverão comunicar à Secretaria de Estado de Saúde, no
vencimento e vantagens do cargo efetivo, depois de cada
dia útil imediatamente posterior, a extinção do contrato
quinquênio ininterrupto de efetivo exercício no serviço
de trabalho ou o desligamento do cooperado que se
público estadual ou autárquico do Estado do Rio de
encontrar licenciado do serviço público.
Janeiro;
§ 8º - No caso do inciso III, a licença à gestante de recém-
VII - sem vencimento, para desempenho de mandato
nascidos pré-termo será acrescida do número de
eletivo.
semanas equivalente à diferença entre o nascimento a
VIII - sem vencimentos, para trato de interesses termo – 37 semanas de idade gestacional – e a idade
particulares. gestacional do recém-nascido, devidamente
comprovada.
IX Sem vencimento, pelo prazo de cinco anos,
prorrogável uma única vez, ao servidor da área da saúde, §9º A servidora pública em gozo da licença maternidade
que for contratado por empresa ou aderir a cooperativa e ou aleitamento materno será concedida,
que administre hospitais públicos terceirizados, nos imediatamente após o término das mesmas, licença
termos fixados em Lei, sendo-lhe garantida a contagem prêmio a que tiver direito, mediante requerimento da
de tempo de serviço para fins de aposentadoria, se servidora.
obedecido o que prevê o § 5º deste artigo.
Art. 20 - O funcionário deixará de receber vencimentos e
vantagens, exceto gratificação adicional por tempo de
serviço, quando se afastar do exercício do cargo:

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I - para prestar serviço à União, a outro Estado, a VI - gratificação pelo encargo de auxiliar ou membro de
Município, à Sociedade de Economia Mista, à Empresa banca ou de comissão examinadora de concurso, ou pela
Pública, à Fundação ou à Organização Internacional, atividade temporária de auxiliar ou professor de curso
salvo quando, a juizo do Governador, reconhecido o oficialmente instituído; e
afastamento como de interesse do Estado;
VII - adicional por tempo de serviço.
II - em decorrência de prisão administrativa, salvo se
VIII - gratificação de encargos especiais.
inocentado afinal;
Art. 25 - Extinto o cargo ou declarada sua
III - para exercer cargo ou função de confiança,
desnecessidade, o funcionário estável será posto em
ressalvado o direito de opção legal; e
disponibilidade, com proventos proporcionais ao tempo
IV - para estágio experimental. de serviço.
Art. 21 - O funcionário deixará de receber: Art.26 (Revogado)
I – um terço do vencimento e vantagens, durante o Art.27 (Revogado)
recolhimento à prisão por ordem judicial não decorrente
Art.28 (Revogado)
de condenação definitiva, ressalvado o direito à
diferença se absolvido afinal. Art. 29. Para efeito de aposentadoria, observado o limite
temporal estabelecido no art. 4º da Emenda
II - dois terços do vencimento e vantagens, durante o
Constitucional n.º 20, de 15 de dezembro de 1998, e de
cumprimento, sem perda do cargo, de pena privativa de
disponibilidade, será computado:
liberdade; e
I - o tempo de serviço público civil federal, estadual, ou
III - o vencimento e vantagens do dia em que não
municipal, na administração direta ou indireta;
comparecer ao serviço, salvo por motivo de força maior
devidamente comprovado. II - o tempo de serviço militar; e
Art. 22 - As reposições e indenizações à Fazenda Pública III - o tempo de disponibilidade.
far-se-ão em parcelas mensais não excedentes à décima
§ 1º - O tempo de serviço a que se referem os incisos I e
parte do vencimento, exceto na ocorrência de má fé,
II deste artigo será, também, computado para concessão
hipótese em que não se admitirá parcelamento.
de adicional por tempo de serviço.
Parágrafo único - Será dispensada a reposição nos casos
§ 2º - O tempo de serviço computar-se-á somente uma
em que a percepção indevida tiver ocorrido de
vez para cada efeito, vedada a acumulação daquele
entendimento expressamente aprovado pelo Órgão
prestado concomitantemente.
Central do Sistema de Pessoal Civil ou pela Procuradoria
Geral do Estado. § 3º - A prestação de serviço gratuito será excepcional e
somente surtirá efeito honorífico.
Art. 23 - O vencimento e as vantagens pecuniárias do
funcionário não serão objeto de penhora, salvo quando Art.30 (Revogado)
se tratar:
Art. 31 - É assegurado aos funcionários o direito de
I - de prestação de alimentos; e requerer ou representar.
II - de dívida para com a Fazenda Pública. Parágrafo único - O recurso não tem efeito suspensivo;
seu provimento retroagirá à data do ato impugnado.
Art. 24 - O Poder Executivo disciplinará a concessão de:
Art. 32 - O direito de requerer prescreverá:
I - ajuda de custo e transporte ao funcionário mandado
servir em nova sede; I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão, de
cassação de aposentadoria ou de disponibilidade e
II - diárias ao funcionário que, em objeto de serviço, se
quanto às questões que envolvam direitos patrimoniais;
deslocar eventualmente da sede;
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos,
III - indenização de representação de gabinete;
ressalvados os previstos em leis especiais.
IV - prêmio por sugestões que visem ao aumento de
§ 1º - O prazo de prescrição contar-se-á da data da
produtividade e à redução de custos operacionais da
ciência do interessado, a qual se presumirá da publicação
Administração;
do ato.
V - gratificação pela participação em órgão de
§ 2º - Não correrá a prescrição enquanto o processo
deliberação coletiva;
estiver em estudo.

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§ 3º - O recurso interrompe a prescrição até duas vezes. § 3º - Não se compreende na proibição de acumular,
nem está sujeita a quaisquer limites, a percepção:
Título III 1) conjunta, de pensões civis ou militares;
DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA 2) de pensões com vencimento, remuneração ou salário;
Art. 33 - O Poder Executivo disciplinará a previdência e a 3) de pensões com proventos de disponibilidade,
assistência ao funcionário e à sua família, aposentadoria, jubilação ou reforma;
compreendendo:
4) de proventos resultantes de cargos legalmente
I - salário-família; acumuláveis; e
II - auxílio-doença; 5) de proventos com vencimento ou remuneração, nos
casos de acumulação legal.
III - assistência médica, farmacêutica, dentária e
hospitalar; Art. 35 - o funcionário não poderá participar de mais de
um órgão de deliberação coletiva, com direito a
IV - financiamento imobiliário;
remuneração, nem exercer mais de uma função
V - auxílio-moradia; gratificada.
VI - auxílio para a educação dos dependentes; Art. 36 - Poderá o aposentado, sem prejuízo dos
proventos, desempenhar mandato eletivo, exercer cargo
VII - tratamento por acidente em serviço, doença
ou função de confiança ou ser contratado para prestar
profissional ou internação compulsória para tratamento
serviços técnicos ou especializados, bem como participar
psiquiátrico;
de órgão de deliberação coletiva.
VIII - auxílio-funeral, com base no vencimento,
Art. 37 - Considerada ilegítima, pelo órgão competente,
remuneração ou provento;
acumulação informada, oportunamente, pelo
IX - pensão em caso de morte por acidente em serviço ou funcionário, será este obrigado a optar por um dos
doença profissional; cargos.
X - plano de seguro compulsório para complementação Parágrafo único - O funcionário que não houver
de proventos e pensões. informado, oportunamente, acumulação considerada
ilegítima quando conhecida pela Administração, sujeitar-
Parágrafo único - A família do funcionário constitui-se
se-á a inquérito administrativo, após o qual, se apurada
dos dependentes que, necessária e comprovadamente,
má fé, perderá os cargos envolvidos na situação
vivam a suas expensas.
cumulativa ou sofrerá a cassação da aposentadoria ou
disponibilidade, obrigando-se, ainda, a restituir o que
Título IV tiver percebido indevidamente.
DA ACUMULAÇÃO
Capítulo I
Art. 34 - É vedada a acumulação remunerada de cargos e
funções públicos, exceto o de: INFRAÇÃO DISCIPLINAR
I - um cargo de juiz com outro de professor; Art. 38 - Constitui infração disciplinar toda ação ou
omissão do funcionário capaz de comprometer a
II - dois cargos de professor;
dignidade e o decoro da função pública, ferir a disciplina
III - um cargo de professor com outro técnico ou e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou
científico; ou causar dano à Administração Pública.
IV - dois cargos privativos de médico.
Capítulo II
§ 1º - Em qualquer dos casos, a acumulação somente
será permitida quando houver correlação de matérias e DOS DEVERES
compatibilidade de horários.
Art. 39 - São deveres do funcionário:
§ 2º - O regime de acumulação abrange cargos funções e
I - assiduidade;
empregos da União, dos Territórios, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, bem como das II - pontualidade;
Autarquias, das Sociedades de Economia Mista e das
III - urbanidade;
Empresas Públicas.

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IV - discrição; 2) fornecedora de equipamento ou material de qualquer


natureza ou espécie, a qualquer órgão estadual;
V - boa conduta;
3) de consultoria técnica que execute projetos e estudos,
VI - lealdade e respeito às instituições constitucionais e
inclusive de viabilidade, para órgãos públicos.
administrativas a que servir;
VI - praticar a usura, em qualquer de suas formas, no
VII - observância das normas legais e regulamentares;
âmbito do serviço público;
VIII - obediência às ordens superiores, exceto quando
VII - pleitear, como procurador ou intermediário, junto
manifestamente ilegais;
aos órgãos estaduais, salvo quando se tratar de
IX - levar ao conhecimento de autoridade superior percepção de vencimento, remuneração, provento ou
irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ou vantagem de parente, consangüíneo ou afim, até o
função; segundo grau civil;
X - zelar pela economia e conservação do material que VIII - exigir, solicitar ou receber propinas, comissões,
lhe for confiado; presentes ou vantagens de qualquer espécie em razão do
cargo ou função, ou aceitar promessa de tais vantagens;
XI - providenciar para que esteja sempre em ordem, no
assentamento individual, sua declaração de família; IX - revelar fato ou informação de natureza sigilosa, de
que tenha ciência em razão do cargo ou função, salvo
XII - atender prontamente às requisições para defesa da
quando se tratar de depoimento em processo judicial,
Fazenda Pública e à expedição de certidões para defesa
policial ou administrativo;
de direito;
X - cometer a pessoa estranha ao serviço do Estado, salvo
XIII - guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos
nos casos previstos em lei, o desempenho de encargo
de natureza reservada de que tenha conhecimento em
que lhe competir ou a seus subordinados;
razão do cargo ou função;
XI - dedicar-se, nos locais e horas de trabalho, a
XIV - submeter-se à inspeção médica determinada por
palestras, leituras ou quaisquer outras atividades
autoridade competente, salvo justa causa.
estranhas ao serviço, inclusive ao trato de interesses de
natureza particular;
Capítulo III
XII - deixar de comparecer ao trabalho sem causa
DAS PROIBIÇÕES justificada;
Art. 40 - Ao funcionário é proibido: XIII - empregar material ou quaisquer bens do Estado em
serviço particular;
I - referir-se de modo depreciativo, em informação,
parecer ou despacho, às autoridades e atos da XIV - retirar objetos de órgãos estaduais, salvo quando
Administração Pública, ou censurá-los, pela imprensa ou autorizado por escrito pela autoridade competente;
qualquer outro órgão de divulgação pública, podendo,
XV - fazer cobranças ou despesas em desacordo com o
porém, em trabalho assinado, criticá-los, do ponto de
estabelecido na legislação fiscal e financeira;
vista doutrinário ou da organização do serviço;
XVI - deixar de prestar declaração em inquérito
II - retirar, modificar ou substituir livro ou documento de
administrativo, quando regularmente intimado;
órgão estadual, com o fim de criar direito ou obrigação,
ou de alterar a verdade dos fatos, bem como apresentar XVII - exercer cargo ou função pública antes de atendido
documento falso com a mesma finalidade; os requisitos legais, ou continuar a exercê-los sabendo-o
indevidamente.
III - valer-se do cargo ou função para lograr proveito
pessoal em detrimento da dignidade da função pública;
Capítulo IV
IV - coagir ou aliciar subordinados com objetivo de
natureza partidária; DA RESPONSABILIDADE
V - participar de diretoria, gerência, administração, Art. 41 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o
conselho técnico ou administrativo, de empresa ou funcionário responde civil, penal e administrativamente.
sociedade:
Art. 42 - A responsabilidade civil decorre de
1) contratante, permissionária ou concessionária de procedimento doloso ou culposo que importe em
serviço público; prejuízo da Fazenda Estadual ou de terceiros.

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§ 1º - Ressalvado o disposto no art. 22, o prejuízo deveres, bem como de reincidência específica em
causado à Fazenda Estadual no que exceder os limites da transgressão punível com pena de advertência.
fiança, poderá ser ressarcido mediante desconto em
Art. 50 - A pena de suspensão será aplicada em casos de:
prestações mensais não excedentes da décima parte do
vencimento ou remuneração à falta de outros bens que I - falta grave;
respondam pela indenização.
II - desrespeito a proibições que, pela sua natureza, não
§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros, ensejarem pena de demissão;
responderá o funcionário perante a Fazenda Estadual em
III - reincidência em falta já punida com repreensão.
ação regressiva proposta depois de transitar em julgado
a decisão de última instância que houver condenado a § 1º - A pena de suspensão não poderá exceder a 180
Fazenda a indenizar o terceiro prejudicado. (cento e oitenta) dias.
Art. 43 - A responsabilidade penal abrange os crimes e § 2º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens
contravenções imputados ao funcionário nessa e direitos decorrentes do exercício do cargo.
qualidade.
§ 3º - Quando houver conveniência para o serviço, a
Art. 44 - A responsabilidade administrativa resulta de pena de suspensão, por inciativa do chefe imediato do
atos praticados ou omissões ocorridas no desempenho funcionário, poderá ser convertida em multa, na base de
do cargo ou função, ou fora dele, quando 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou
comprometedores da dignidade e do decoro da função remuneração, obrigado, nesse caso, o funcionário a
pública. permanecer no serviço durante o número de horas de
trabalho normal.
Art. 45 - As cominações civis, penais e disciplinares
poderão cumular-se, sendo umas e outras Art. 51 - A destituição de função dar-se-á quando
independentes entre si, bem assim as instâncias civil, verificada falta de exação no cumprimento do dever.
penal e administrativa.
Art. 52 - A pena de demissão será aplicada nos casos de:
I - falta relacionada no art. 40, quando de natureza grave,
Capítulo V
a juízo da autoridade competente, e se comprovada má
DAS PENALIDADES fé;
Art. 46 - São penas disciplinares: II - incontinência pública e escandalosa; prática de jogos
proibidos;
I - advertência;
III - embriaguez habitual ou em serviço;
II - repreensão;
IV - ofensa física em serviço, contra funcionário ou
III - suspensão;
particular, salvo em legítima defesa;
IV - multa;
V - abandono de cargo;
V - destituição de função;
VI - ausência ao serviço, sem causa justificada, por (vinte)
VI - demissão; dias, interpoladamente, durante o período de 12 (doze)
meses;
VII- cassação de aposentadoria, jubilação ou
disponibilidade. VII - insubordinação grave em serviço;
Art. 47 - Na aplicação das penas disciplinares serão VIII - ineficiência comprovada, com caráter de
consideradas a natureza e a gravidade da infração, os habitualidade, no desempenho dos encargos de sua
danos que dela provierem para o serviço público e os competência;
antecedentes funcionais do servidor.
IX - desídia no cumprimento dos deveres.
Parágrafo único - As penas impostas ao funcionário serão
§ 1º - Para fins exclusivamente disciplinares, considera-se
registradas em seus assentamentos.
como abandono de cargo a que se refere o inciso V deste
Art. 48 - A pena de advertência será aplicada artigo, a ausência ao serviço, sem justa causa, por 10
verbalmente em casos de negligência e comunicada ao (dez) dias consecutivos.
órgão de pessoal.
§ 2º - Entender-se-á por ausência ao serviço com justa
Art. 49 - A pena de repreensão será aplicada por escrito causa a que assim for considerada após a devida
em casos de desobediência ou falta de cumprimento dos

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comprovação em inquérito administrativo, caso em que § 2º - O curso da prescrição começa a fluir da data do
as faltas serão justificadas apenas para fins disciplinares. evento punível disciplinarmente e interrompe-se pela
abertura de inquérito administrativo.
Art. 53 - O ato de demissão mencionará sempre a causa
da penalidade. Capítulo VI
Art. 54 - Conforme a gravidade da falta, a demissão Da Suspensão Preventiva
poderá ser aplicada com a nota a bem do serviço público.
Art. 58 e §§ - revogados pela Lei Complementar nº
Art. 55 - A pena de cassação de aposentadoria ou de 96/2001.
disponibilidade será aplicada se ficar provado, em
Art. 59 - A suspensão preventiva até 30 (trinta) dias será
inquérito administrativo, que o aposentado ou
ordenada pelas autoridades mencionadas no art. 56,
disponível:
desde que o afastamento do funcionário seja necessário
I - praticou, quando ainda no exercício do cargo, falta para que este não venha a influir na apuração da falta.
suscetível de determinar demissão;
§ 1º - A suspensão de que trata este artigo poderá ser
II - aceitou, ilegalmente, cargo ou função pública, ordenada, a qualquer tempo, no curso inquérito
provada a má fé; administrativo pela autoridade competente para
instaurá-lo e estendida até 90 (noventa) dias.
III - perdeu a nacionalidade brasileira.
§ 2º revogado pela Lei Complementar nº 96/2001.
Parágrafo único - Será cassada a disponibilidade ao
funcionário que não assumir, no prazo legal, o exercício § 3º - O funcionário que responder por malversação,
do cargo ou função em que for aproveitado. alcance de dinheiro público ou infração de que possa
resultar a pena de demissão, poderá permanecer
Art. 56 - São competentes para aplicação de penas
suspenso preventivamente, a critério da autoridade que
disciplinares:
determinar a abertura do respectivo inquérito, até
I - o Governador, em qualquer caso e, privativamente, decisão final do processo administrativo.
nos casos de demissão, cassação de aposentadoria ou
§ 4º - Os policiais civis, suspensos preventivamente,
disponibilidade;
terão a arma, o distintivo, a carteira funcional ou
II - os Secretários de Estado e demais titulares de órgãos qualquer outro bem patrimonial, que mantenham
diretamente subordinados ao Governador em todos os mediante cautela, devidamente recolhidos, caso tal
casos, exceto nos de competência privativa do providência ainda não tenha sido tomada.
Governador;
Art. 60 – A suspensão preventiva é medida acautelatória
III - os dirigentes de unidades administrativas em geral, e não constitui pena.
nos casos de penas de advertência, repreensão,
Capítulo VII
suspensão até 30 (trinta) dias e multa correspondente.
DA APURAÇÃO SUMÁRIA DA IRREGULARIDADE
§ 1º - A aplicação da pena de destituição de função
caberá à autoridade que houver feito a designação do Art. 61 - A autoridade que tiver ciência de qualquer
funcionário. irregularidade no serviço público é obrigada a promover ,
imediatamente, a apuração sumária, por meio de
§ 2º - Nos casos dos incisos II e III, sempre que a pena
sindicância.
decorrer de inquérito administrativo, a competência para
decidir e para aplicá-la é do Secretário de Estado de Parágrafo único - A autoridade promoverá a apuração da
Administração. irregularidade diretamente por meio de inquérito
administrativo, sem a necessidade de sindicância
Art. 57 - Prescreverá:
sumária, quando:
I - em 2 (dois) anos, a falta sujeita às penas de
1 - Já existir denúncia do Ministério Público:
advertência, repreensão, multa ou suspensão;
2 - Tiver ocorrido prisão em flagrante; e
II - em 5 (cinco) anos, a falta sujeita:
3 - For apurar abandono de cargo ou função.
1) à pena de demissão ou destituição de função;
Art. 62 - A apuração sumária, por meio de sindicância
2) à cassação da aposentadoria ou disponibilidade.
não ficará adstrita ao rito determinado para o inquérito
§ 1º - A falta também prevista como crime na lei penal administrativo, constituindo simples averiguação, que
prescreverá juntamente com este. poderá ser realizada por um único funcionário.

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Art. 63 - Se no curso da apuração sumária ficar § 1º - A não observância desses prazos não acarretará
evidenciada falta punível com pena superior à nulidade do processo, importando, porém, quando não
advertência, repreensão, suspensão até 30 (trinta) dias se tratar de sobrestamento, em responsabilidade
ou multa correspondente, o responsável pela apuração administrativa dos membros da Comissão.
comunicará o fato ao superior imediato, que solicitará,
§ 2º - O sobrestamento de inquérito administrativo só
pelos canais competentes, a instauração do inquérito
ocorrerá em caso de absoluta impossibilidade de
administrativo.
prosseguimento, a juízo do Secretário de Estado de
Administração.
Capítulo VIII
§ 3º - Em se tratando de abandono de cargo o inquérito
DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO deverá estar concluído no prazo de 60 dias, contados a
partir da chegada dos autos à Comissão, prorrogáveis por
Art. 64 - O inquérito administrativo precederá sempre à
2 (dois) períodos de 30 (trinta) dias cada um, a juízo do
aplicação das penas de suspensão por mais de 30 (trinta)
Secretário de Estado de Administração.
dias, destituição de função, demissão e cassação de
aposentadoria ou disponibilidade. Art. 69 - Os órgãos estaduais, sob pena de
responsabilidade de seus titulares, atenderão com a
Art. 65 - A determinação de instauração de inquérito é da
máxima presteza às solicitações da Comissão, inclusive
competência do Secretário de Estado de Administração,
requisição de técnicos e peritos, devendo comunicar
inclusive em relação a servidores autárquicos.
prontamente a impossibilidade de atendimento, em caso
Parágrafo único - Mesmo que seja outra a autoria de seu de força maior.
órgão competente para a apuração, por meios sumários,
Art. 70 - Ultimada a instrução será feita no prazo de 3
sindicância ou mediante inquérito administrativo, de
(três) dias a citação do indiciado para apresentação de
grave irregularidade de que tenha ciência no Serviço
defesa no prazo de 10 (dez) dias, que será comum sendo
Público (artigo 40 e 52) e secretário de Estado de
mais de um indiciado, com vista dos autos na sede da
administração será sempre competente para determinar,
Comissão.
de imediato, a instauração de inquérito, inclusive em
§ 1º - Estando o indiciado em lugar incerto, será citado
relação a servidores autárquicos, quando chega a seu
por edital, no órgão oficial de divulgação do Estado por 3
conhecimento, independentemente de qualquer
(três) dias consecutivos.
comunicação, a ocorrência de irregularidade,
inobservância de deveres ou infrações de proibições § 2º - O prazo de defesa será contado a partir da última
funcionais, em quaisquer área do Poder Executivo publicação do edital de citação.
Estadual.
§ 3º - As diligências e oitivas de testemunhas requeridas
Art. 66 - Promoverá o inquérito uma das Comissões pela defesa ficarão a cargo do interessado e deverão ser
Permanentes de Inquérito Administrativo da Secretaria concluídas no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de perda
de Estado de Administração. de prova.
Art. 67 - Se, de imediato ou no curso do inquérito Art. 71 - Nenhum acusado será julgado sem defesa que
administrativo, ficar evidenciado que a irregularidade poderá ser produzida em causa própria.
envolve crime, a autoridade instauradora ou o
Parágrafo único - Será permitido o acompanhamento do
Presidente da Comissão a comunicará ao Ministério
inquérito pelo funcionário acusado ou por seu defensor.
Público.
Art. 72 - Em caso de revelia, o Presidente da Comissão
Parágrafo único - Quando a autoridade policial tiver
designará, de ofício, um funcionário efetivo, bacharel em
conhecimento de crime praticado por funcionário
Direito, para defender o indiciado.
público com violação de dever inerente ao cargo, ou com
abuso de poder, fará comunicação do fato à autoridade Art. 73 - Concluída a defesa a Comissão opinará sobre a
administrativa competente para a instauração do inocência ou a responsabilidade do indiciado em
inquérito cabível. relatório circunstanciado que deverá ser concluído no
prazo de 60 (sessenta) dias, contados do encerramento
Art. 68 - O inquérito deverá estar concluído no prazo de
da defesa.
90 (noventa) dias, contados a partir do dia em que os
autos chegarem à Comissão, prorrogáveis, Art. 74 - Recebido o processo, o Secretário de Estado de
sucessivamente, por períodos de 30 (trinta) dias, em caso Administração proferirá a decisão no prazo de 20 (vinte)
de força maior a juízo do Secretário de Estado de dias, ou o submeterá, no prazo de 8 (oito) dias, ao
Administração, até o máximo de 180 (cento e oitenta) Governador do Estado, para que julgue nos 20 (vinte)
dias. dias seguintes ao seu recebimento.

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§ 1º - A autoridade julgadora decidirá à vista dos fatos no art. 18 da Lei Complementar n.º 20, de 1º de julho de
apurados pela Comissão, não ficando, todavia, vinculada 1974, bem como no Plano de Retribuição, e que vier a
às conclusões do relatório. lhe corresponder, integrar-se-ão para todos os efeitos,
neste diploma legal.
§ 2º - Se a autoridade julgadora entender que os fatos
não foram apurados devidamente, determinará o Art. 84 - As normas legais e regulamentares referentes à
reexame do inquérito pelo órgão competente. promoção e acesso, bem como as vantagens pessoais de
funcionários dos Quadros II e III (Suplementares)
Art. 75 - Em caso de abandono de cargo ou função, a
continuam em vigor no que não colidirem com as
Comissão iniciará seu trabalho, fazendo publicar, por 3
disposições deste Decreto-Lei e até posterior
(três) vezes, edital de chamada do acusado, no prazo
disciplinamento da matéria, enquanto não forem
máximo de 20 (vinte) dias.
incluídos no Quadro I (Permanente), nos termos do que
Art. 76 - O funcionário só poderá ser exonerado a pedido vier a dispor o Plano de Classificação de Cargos do Estado
após a conclusão do inquérito administrativo a que do Rio de Janeiro.
responder e do qual não resultar pena de demissão.
Art. 85 - Contar-se-ão por dias corridos os prazos
previstos neste Decreto-Lei.
Capítulo IX
§ 1º - Na contagem dos prazos, exclui-se o dia do começo
DA REVISÃO e inclui-se o do vencimento.
Art. 77 - Poderá ser requerida a revisão do inquérito § 2º - Prorroga-se para o primeiro dia útil seguinte o
administrativo de que haja resultado pena disciplinar, prazo vincendo em dia em que não haja expediente.
quando forem aduzidos fatos ainda não conhecidos,
Art. 86 - É vedada a subordinação imediata do
comprobatórios da inocência do funcionário punido.
funcionário ao cônjuge ou parente até segundo grau,
Parágrafo único - Tratando-se de funcionário falecido, salvo em funções de confiança, limitadas a duas.
desaparecido ou incapacitado de requerer, a revisão
Art. 87 - O dia 28 de outubro é consagrado ao serviço
poderá ser solicitada por qualquer pessoa.
público estadual.
Art. 78 - A revisão processar-se-á em apenso ao processo
Art. 88 - Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua
originário.
publicação, revogadas as disposições em contrário.
Art. 79 - Não constitui fundamento para a revisão a
Rio de Janeiro, 18 de julho de 1975.
simples alegação de injustiça da penalidade.
FLORIANO FARIA LIMA
Art. 80 - O requerimento, devidamente instruído, será
encaminhado ao Governador, que decidirá sobre o
pedido. DECRETO Nº 2.479 DE 08 DE
Art. 81 - Autorizada a revisão, o processo será
encaminhado à Comissão Revisora, que concluirá o
MARÇO DE 1979.
encargo no prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável pelo
período de 30 (trinta) dias, a juízo do Secretário de Aprova o regulamento do estatuto dos funcionários
Estado de Administração. públicos civis do poder executivo do Estado do Rio de
Parágrafo único - O julgamento caberá ao Governador, Janeiro.
no prazo de 30 (trinta) dias, podendo, antes, o Secretário
de Estado de Administração determinar diligências,
O Governador do Estado do Rio de Janeiro, no uso da
concluídas as quais se renovará o prazo.
atribuição que lhe confere o art. 70, inciso III, da
Art. 82 - Julgada procedente a revisão, será tornada sem Constituição Estadual,
efeito a pena imposta, restabelecendo-se todos os
Decreta:
direitos por ela atingidos.
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento do Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Poder Executivo do Estado
Título
do Rio de Janeiro, baixado pelo Decreto-Lei nº 220, de 18
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS de julho de 1975, que acompanha o presente decreto.
Art. 83 - As disposições de natureza estatutária que se Art. 2º - Este decreto entrará em vigor na data de sua
contiverem no Plano de Classificação de Cargos previsto publicação, revogadas as disposições em contrário.

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Rio de Janeiro, 08 de março de 1979. realização, critérios de julgamento e tudo quanto disser
respeito ao interesse dos possíveis candidatos.
TÍTULO I
Art. 7º - O concurso objetivará avaliar:
Disposições Preliminares
I – o conhecimento e a qualificação profissionais,
CAPÍTULO ÚNICO
mediante provas ou provas e títulos;
Art. 1º - O regime jurídico dos funcionários públicos civis
II – as condições de sanidade físico-mental;
do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro,
instituído pelo Decreto-Lei nº 220, de 18 de julho de III – o desempenho das atividades do cargo, inclusive as
1975, fica disciplinado na forma deste Regulamento. condições psicológicas do candidato, mediante estágio
experimental.
§ 1º - Para os efeitos deste Regulamento, funcionário é a
pessoa legalmente investida em cargo público estadual Art. 8º - Das instruções para o concurso constarão:
do Quadro I (Permanente), de provimento efetivo ou em
I – o limite de idade dos candidatos, que poderá variar de
comissão, previsto no Plano de Cargos e Vencimentos do
18 (dezoito) anos completos até 45 (quarenta e cinco)
Estado do Rio de Janeiro.
incompletos, dependendo da natureza do cargo a ser
§ 2º - Aos servidores contratados no exercício de função provido;
gratificada, com suspensão dos respectivos contratos de
II – o grau de instrução exigível, a ser comprovado
trabalho, e aos estagiários, somente serão reconhecidos
mediante apresentação de documento hábil;
e concedidos os direitos e vantagens que expressamente
lhes estejam assegurados por este Regulamento. III – o número de vagas a ser preenchido, distribuído por
especialização, quando for o caso;
TÍTULO II
IV – o prazo de validade das provas, de 2 (dois) anos no
Do Provimento, do Exercício e da Vacância
máximo, só prorrogável uma vez, por período não
CAPÍTULO I excedente a 12 (doze) meses, havendo motivos
relevantes, a juízo do Secretário de Estado de
Disposições Gerais
Administração, contados da publicação da classificação
Art. 2º - Os cargos públicos são providos por: geral;
I – nomeação; V – o prazo de duração do estágio experimental, que não
será inferior a 6 (seis) nem superior a 12 (doze) meses.
II – reintegração;
§ 1º - As instruções reguladoras do concurso serão
III – transferência;
aprovadas pelo Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
IV – aproveitamento; do Estado.
V – readaptação; § 2º - Independe de limite de idade a inscrição em
concurso de servidores da Administração Direta ou
VI – outras formas determinadas em lei.
Indireta, ressalvados os casos em que, pela tipicidade das
Art. 3º - O funcionário não poderá, sem prejuízo de seu tarefas ou atribuições de cada cargo, deva ser fixado
cargo, ser provido em outro cargo efetivo ou admitido limite próprio pelas instruções especiais de cada
como contratado, salvo nos casos de acumulação legal. concurso.
Art. 4º - O ato de provimento deverá indicar § 3º - Além dos requisitos de que trata este artigo, são
necessariamente a existência de vaga, com todos os exigíveis para inscrição em concurso público:
elementos capazes de identificá-la.
1) nacionalidade brasileira ou portuguesa, desde que
Art. 5º - A nomeação para cargo de provimento efetivo reconhecida, na forma da legislação federal pertinente, a
depende de prévia habilitação em concurso público de igualdade de direitos e obrigações civis;
provas ou de provas e títulos.
2) pleno gozo dos direitos políticos;
SEÇÃO I
3) quitação das obrigações militares.
Do Concurso
§ 4º - Encerradas as inscrições, regularmente
Art. 6º - O concurso de provas ou de provas e títulos para processadas, para concurso destinado ao provimento de
provimento de cargos por nomeação será sempre qualquer cargo, não se abrirão novas inscrições para a
público, dele se dando prévia e ampla publicidade da mesma categoria funcional antes da publicação da
abertura de inscrições, requisitos exigidos, programas, homologação do concurso.

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§ 5º - Para as vagas que ocorrerem após a publicação das § 3º - Recebidos pelo órgão promotor do concurso os
instruções reguladoras do concurso, a critério da resultados da avaliação de todos os estagiários, será
Administração poderão ser designados para estágio publicada no órgão oficial a classificação final do
candidatos habilitados, desde que dentro do prazo de concurso, que se homologará por ato do Secretário de
validade das provas. Estado de Administração.
Art. 9º - O candidato habilitado nas provas e no exame § 4º - O prazo de validade do concurso é de 90 (noventa)
de sanidade físico-mental será submetido a estágio dias, contados de sua homologação, dentro do qual
experimental, mediante ato de designação do Secretário serão nomeados, por proposta do Secretário de Estado
de Estado, titular de órgão integrante da Governadoria de Administração, os candidatos habilitados, observada
ou dirigente de autarquia. rigorosamente a classificação obtida.
Parágrafo único – O ato de designação indicará § 5º - Enquanto não publicado o ato de nomeação a que
expressamente o prazo do estágio, conforme o fixado se refere o parágrafo anterior, o candidato permanecerá
pelas respectivas instruções reguladoras do concurso. na condição de estagiário.
Art. 10 – A designação prevista no artigo anterior Art. 13 – A data da publicação do ato de nomeação será
observará a ordem de classificação nas provas e o limite considerada, para todos os efeitos, o início do exercício
de vagas a serem preenchidas, percebendo o estagiário do cargo, salvo para a percepção da diferença de
retribuição correspondente a 80% (oitenta por cento) do retribuição a que se refere o artigo 10 e para aquisição
vencimento do cargo, assegurada a diferença se de estabilidade, quando se computará o período do
nomeado afinal. estágio experimental.
§ 1º - O candidato que, ao ser designado para estágio SEÇÃO II
experimental, for ocupante, em caráter efetivo, de cargo
Da Investidura
ou emprego em órgão da Administração Estadual Direta
ou Autárquica, ficará dele afastado com a perda do Art. 14 – A investidura em cargo em comissão, integrante
vencimento ou salário, das vantagens e do auxílio- do Grupo I – Direção e Assessoramento Superiores –
moradia, ressalvado o adicional por tempo de serviço. DAS, ocorrerá com a posse; em cargo de provimento
efetivo, do Grupo III – Cargos Profissionais, com o
§ 2º - Este afastamento não alterará a filiação ao sistema
exercício. Em ambos os casos, iniciar-se-á dentro do
previdenciário do estagiário, nem a base de contribuição.
prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação do ato
§ 3º - Não se exigirá o afastamento referido no § 1º, se o de provimento.
cargo efetivo for acumulável com o do objeto do
§ 1º - Mediante requerimento do interessado e
concurso.
ocorrendo motivo relevante, o prazo para investidura
Art. 11 – O candidato não aprovado no estágio poderá ser prorrogado ou revalidado, a critério da
experimental será considerado inabilitado no concurso e Administração, em até 60 (sessenta) dias, contados do
retornará automaticamente ao cargo ou emprego de que término do prazo de que trata este artigo.
se tenha afastado, se for o caso.
§ 2º - Será tornado sem efeito o ato de provimento, se a
Art. 12 – Expirado o prazo de duração do estágio posse ou o exercício não se verificar nos prazos
experimental, a autoridade que tiver designado o estabelecidos.
estagiário comunicará ao órgão promotor do concurso o
Art. 15 – São requisitos para a posse, além dos
resultado do desempenho das atividades exercidas no
enumerados nos itens 1 a 3, do § 3º, do artigo 8º:
cargo, inclusive suas condições psicológicas, idoneidade
moral, assiduidade, disciplina e eficiência, concluindo I – habilitação em exame de sanidade físico-mental
pela aprovação ou não do candidato. realizado exclusivamente por órgão oficial do Estado;
§ 1º - O chefe imediato do estagiário encaminhará à II – declaração de bens;
autoridade referida neste artigo, nos 15 (quinze) dias
III – bom procedimento, comprovado por atestado de
anteriores ao término do estágio, relatório
antecedentes expedido por órgão de identificação do
circunstanciado sobre o desempenho das atividades do
Estado do domicílio do candidato à investidura ou
interessado, se motivo relevante não justificar
mediante informação, em processo, ratificada pelo
encaminhamento antes deste prazo.
Secretário de Estado de Segurança Pública;
§ 2º - Quando a autoridade competente para a avaliação
IV – declaração sobre se detém outro cargo, função ou
concluir desfavoravelmente ao estagiário, fará publicar
emprego, na Administração Direta ou Indireta de
sua imediata dispensa.

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qualquer esfera de Poder Público, ou se percebe


proventos de inatividade;
Art. 21 – Quando o provimento em cargo ou função
V – atendimento às condições especiais previstas em lei depender de prestação de fiança, não se dará investidura
ou regulamento para determinados cargos. sem a prévia satisfação dessa exigência.
§ 1º - Quando o funcionário efetivo for provido em cargo § 1º - A fiança poderá ser prestada em:
em comissão, não se exigirá a comprovação dos
1) dinheiro;
requisitos de que trata este artigo, exceto os indicados
nos incisos II e VI. 2) títulos de dívida pública da União ou do Estado;
§ 2º - Quando o provimento recair em inativo, este 3) apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas
atenderá às exigências do artigo, além do requisito por instituição oficial ou legalmente autorizada para esse
estabelecido no item 2, do § 3º, do artigo 8º. fim.
Art. 16 – Da posse se lavrará termo do qual constará § 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da
compromisso de fiel cumprimento dos deveres da função fiança, antes de tomadas as contas do funcionário.
pública, e se consignará a apresentação de declaração de
§ 3º - O responsável por alcance ou desvio de material
bens do empossado, incluídos os do seu cônjuge, se for o
não ficará isento do procedimento administrativo e
caso.
criminal que couber, ainda que o valor da fiança seja
Parágrafo único – Os termos de posse, acompanhados superior ao prejuízo verificado.
das respectivas declarações de bens, deverão ser
CAPÍTULO II
encaminhados, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, à
Secretaria de Estado de Administração, ressalvados os Das Funções de Confiança
relativos às autarquias.
SEÇÃO I
Art. 17 – São competentes para dar posse:
Dos Cargos em Comissão
I – O Governador, aos Secretários de Estado e demais
Art. 22 – O cargo em comissão se destina a atender a
autoridades que lhe sejam diretamente subordinadas;
encargos de direção e de chefia, consulta ou
II – os Secretários de Estados, aos ocupantes de cargo em assessoramento superiores, e é provido mediante livre
comissão no âmbito das respectivas Secretarias, inclusive escolha do Governador, podendo esta recair em
aos dirigentes de autarquias a estas vinculadas; funcionário, em servidor regido pela legislação
trabalhista ou em pessoa estranha ao serviço público,
III – o Chefe do Gabinete Militar, o Procurador-Geral do
desde que reúna os requisitos necessários e a habilitação
Estado e o Procurador-Geral da Justiça, aos ocupantes de
profissional para a respectiva investidura.
cargo em comissão no âmbito dos respectivos órgãos;
§ 1º - A competência e as atribuições dos cargos em
IV – os dirigentes de autarquias, aos ocupantes de cargo
comissão e de seus titulares serão definidas nos
em comissão das respectivas entidades.
regimentos dos respectivos órgãos.
Art. 18 – São requisitos para o exercício os mesmos
§ 2º - Não poderão ocupar cargo em comissão os
estabelecidos para a posse, bem como a prestação de
maiores de 70 (setenta) anos e os que tenham sido
fiança, quando a natureza da função o exigir.
aposentados por invalidez para o Serviço Público, desde
Parágrafo único – A comprovação dos requisitos a que se que subsistentes os motivos que determinaram a
referem os itens 1 e 3, do § 3º, do artigo 8º, e o inciso III, inatividade.
do artigo 15, não será exigida nos casos de reintegração
Art. 23 – Recaindo a nomeação em funcionário do
e aproveitamento.
Estado, este optará pelo vencimento do cargo em
Art. 19 – É competente para dar exercício o Secretário de comissão ou pela percepção do vencimento e vantagens
Estado de Administração, quando se tratar de investidura do seu cargo efetivo acrescida de uma gratificação
em cargos de provimento efetivo. correspondente a 70% (setenta por cento) do valor
fixado para o cargo em comissão.
Art. 20 – A competência para dar posse e exercício
poderá ser objeto de delegação. Parágrafo único – A opção pelo vencimento do cargo em
comissão não prejudicará o adicional por tempo de
serviço devido ao funcionário, que será calculado sobre o
SEÇÃO III valor do cargo que ocupa em caráter efetivo.
Da Fiança

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Art. 24 – O servidor contratado, que aceitar nomeação Art. 30 – O exercício da função gratificada, não
para cargo em comissão da estrutura da Administração constituindo emprego, guardará correspondência de
Direta ou das autarquias, terá suspenso seu contrato de atribuições com as do cargo efetivo exercido pelo
trabalho, enquanto durar o exercício do cargo em funcionário designado, e a gratificação respectiva tem o
comissão. caráter de vantagem acessória ao seu vencimento, de
acordo com o ANEXO II do Decreto-Lei nº 408, de 02 de
§ 1º - Exonerado do cargo em comissão, o servidor
fevereiro de 1979.
reverterá imediatamente ao exercício do contrato.
Art. 31 – Com exceção dos aposentados e dos ocupantes
§ 2º - O afastamento em virtude da condição temporária
de empregos cujos contratos tenham sido suspensos, nos
do exercício do cargo em comissão e o retorno à situação
termos do Decreto-Lei nº 147, de 26 de junho de 1975,
primitiva serão obrigatoriamente anotados na carteira
somente poderá ser designado para prover função
profissional, bem como nos registros relativos ao
gratificada funcionário efetivo do Estado.
servidor.
§ 1º - A retribuição pelo exercício de função gratificada
§ 3º - A retribuição pelo exercício de cargo em comissão
corresponderá ao valor do respectivo símbolo, a que se
será o valor do respectivo símbolo, não podendo o
acrescentará, como gratificação suplementar temporária,
servidor contratado exercer a opção prevista no artigo
o valor correspondente ao que o servidor vinha
23.
percebendo no exercício do contrato suspenso.
§ 4º - O regime previdenciário dos servidores no
§ 2º - Aplicam-se à função gratificada as regras do § 2º,
exercício de cargo em comissão é o dos funcionários
do artigo 22 e do artigo 24 e seus § § 1º, 2º e 4º.
efetivos da Administração Direta.
Art. 32 – São competentes para designar e dispensar
Art. 25 – Somente após ter sido colocado à disposição do
ocupantes de funções gratificadas, no âmbito das
Poder Executivo do Estado, para o fim determinado,
respectivas unidades administrativas, e dentre os
poderá o ato de nomeação recair em funcionário de
servidores que lhes são mediata ou imediatamente
outro Poder ou de outra esfera de Governo.
subordinados, as autoridades referidas nos incisos II, III e
Parágrafo único – Na hipótese do artigo, desde que o IV, do artigo 17.
funcionário tenha sido colocado à disposição do Governo
Parágrafo único – Quando a designação deva recair em
Estadual sem ônus para a esfera do poder a que
servidor lotado em órgão diferente, é indispensável a
pertence, receberá, pelo exercício do cargo em comissão,
prévia concordância do dirigente desse órgão.
o vencimento para este fixado; caso contrário, observará
o procedimento estabelecido no artigo 23. Art. 33 – Independe de exame de sanidade físico-mental
a investidura em função gratificada, salvo quando a
Art. 26 – O inativo provido em cargo em comissão
designação recair em inativo ou em servidor regido pela
perceberá integralmente o vencimento para este fixado,
legislação trabalhista.
cumulativamente com o respectivo provento.
Art. 34 – Compete à autoridade a que ficar subordinado
Art. 27 – A posse em cargo em comissão determinará o
o servidor designado para função gratificada dar-lhe
concomitante afastamento do funcionário do cargo
exercício no prazo de 30 (trinta) dias,
efetivo de que for titular, ressalvados os casos de
independentemente de posse.
acumulação legal.
Parágrafo único – Aplica-se à função gratificada o
SEÇÃO II
disposto nos § § 1º e 2º, do artigo 14.
Das Funções Gratificadas
SEÇÃO III
Art. 28 – Função gratificada de preenchimento em
Da Substituição
confiança, integrante do Grupo II – Chefia e Assistência
Intermediárias – CAI, é a criada pelo Poder Executivo, Art. 35 – Os cargos em comissão ou funções gratificadas
com símbolo próprio, para atender a encargos de chefia, poderão ser exercidos, eventualmente, em substituição,
secretariado, assessoramento e outros, em níveis nos casos de impedimento legal e afastamento de seus
intermediário e inferior. titulares.
Art. 29 – O Poder Executivo, ao criar as funções § 1º - A substituição, que será automática ou dependerá
gratificadas, observará os recursos orçamentários de ato de designação, independe de posse.
existentes para esse fim, bem como os símbolos e
§ 2º - A substituição automática é a estabelecida em lei,
respectivas gratificações prefixadas em lei.
regulamento ou regimento, e processar-se-á
independentemente de ato.

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§ 3º - Quando depender de ato e se a substituição for alteração; se extinto, noutro de vencimento equivalente,
indispensável, o substituto será designado pela observada a habilitação profissional.
autoridade imediatamente superior àquela substituída.
Parágrafo único – Não ocorrendo qualquer das hipóteses
§ 4º - Pelo tempo de substituição o substituto perceberá previstas nesse artigo, o funcionário será reintegrado no
o vencimento e vantagens atribuídas ao cargo em cargo extinto, que será restabelecido, como excedente.
comissão ou função gratificada, ressalvado o caso de
Art. 42 – A reintegração ocorrerá sempre no sistema de
opção pelo vencimento e vantagens do seu cargo efetivo.
classificação a que pertencia o funcionário.
§ 5º - Quando se tratar de detentor de cargo em
Art. 43 – Reintegrado o funcionário, quem lhe houver
comissão ou função gratificada, o substituto fará jus
ocupado o lugar, se não estável, será exonerado de
somente à diferença de remunerações.
plano; ou, se exercia outro cargo e este estiver vago, a
Art. 36 – A substituição não poderá recair em servidor ele ou a outro vago da mesma classe será reconduzido,
contratado ou em pessoa estranha ao serviço público em qualquer das hipóteses sem direito à indenização.
estadual, salvo na hipótese do § 5º do artigo anterior.
Parágrafo único – Se estável, o funcionário que houver
Art. 37 – Na vacância de cargo em comissão ou de ocupado o lugar do reintegrado será obrigatoriamente
funções gratificadas, e até o seu provimento, poderão ser provido em igual cargo, ainda que necessária a sua
designados funcionários do Estado para responder pelo criação, como excedente ou não.
seu expediente.
Art. 44 – O funcionário reintegrado será submetido à
Parágrafo único – Aplicam-se ao responsável pelo inspeção médica e aposentado se julgado incapaz.
expediente as disposições desta Seção.
SEÇÃO III
CAPÍTULO III
Da Transferência
Das Formas de Provimento
Art. 45 – Transferência, quando não se tratar da definida
SEÇÃO I no inciso IV, alínea “c”, do artigo 14 do Decreto-Lei nº
408, de 02 de fevereiro de 1979, é o ato de provimento
Da Nomeação
do funcionário em outro cargo de denominação diversa e
Art. 38 – A nomeação será feita: de retribuição equivalente.
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de Art. 46 – A transferência se fará à vista de comprovação
classe singular ou de cargo de classe inicial de série de competitiva de habilitação dos interessados para o
classes; exercício do novo cargo, realizada perante a Fundação
Escola de Serviço Público do Estado do Rio de Janeiro.
II – em comissão, quando se tratar de cargo que, em
virtude de lei, assim deva ser provido. Art. 47 – A transferência poderá ser feita de cargo de
Administração Direta para outro da autárquica, ou
Art. 39 – A nomeação em caráter efetivo obedecerá à
reciprocamente; e de um para outro cargo de quadros
ordem rigorosa de classificação dos candidatos
diferentes da mesma entidade.
habilitados em concurso.
Art. 48 – Quando se tratar de cargo de classe inicial de
SEÇÃO II
série de classes, a transferência não poderá ser feita para
Da Reintegração cargo vago destinado a provimento por concurso já
aberto.
Art. 40 – A reintegração, que decorrerá de decisão
administrativa ou judicial, é o reingresso do funcionário Art. 49 – A transferência será feita a pedido do
exonerado ex officio ou demitido do serviço público funcionário, atendidos o interesse e a conveniência da
estadual, com ressarcimento do vencimento e vantagens Administração.
e reconhecimento dos direitos ligados ao cargo.
Art. 50 – A transferência não interromperá o exercício
Parágrafo único – A decisão administrativa que para efeito de adicional por tempo de serviço.
determinar a reintegração será sempre proferida em
Art. 51 – No caso de transferência para cargo
pedido de reconsideração, recurso hierárquico ou revisão
correspondente à atividade profissional regulamentada,
de processo.
a habilitação será condicionada à prévia comprovação de
Art. 41 – A reintegração será feita no cargo que o interessado satisfaz às exigências para o exercício
anteriormente ocupado; se alterado, no resultante da da profissão.

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Art. 52 – Não poderá ser transferido o funcionário que novos encargos ao funcionário, na mesma ou em outra
não tenha adquirido estabilidade. unidade administrativa, consideradas a hierarquia e as
funções do seu cargo;
SEÇÃO IV
II – quando definitiva, por ato do Governador, para cargo
Do Aproveitamento
vago, mediante transferência, observados os requisitos
Art. 53 – Aproveitamento é o retorno ao serviço público de habilitação fixados para a classe respectiva.
estadual do funcionário colocado em disponibilidade.
CAPÍTULO IV
Art. 54 – O funcionário em disponibilidade poderá ser
Da Vacância
aproveitado em cargo de natureza e vencimento
compatível com os do anteriormente ocupado. Art. 60 – Dar-se-á vacância do cargo ou da função na
data do fato ou da publicação do ato que implique
§ 1º - Restabelecido o cargo, ainda que modificada sua
desinvestidura.
denominação, poderá nele ser aproveitado o funcionário
posto em disponibilidade quando da sua extinção. Art. 61 – A vacância decorrerá de:
§ 2º - O aproveitamento dependerá de prova de I – exoneração;
sanidade físico-mental verificada mediante inspeção
II – demissão;
médica.
III – transferência;
Art. 55 – Havendo mais de um concorrente à mesma
vaga, terá preferência o de maior tempo de IV – aposentadoria;
disponibilidade e, no caso de empate, o de maior tempo
V – falecimento;
de serviço público estadual.
VI – perda do cargo;
Art. 56 – Será tornado sem efeito o aproveitamento e
cassada a disponibilidade, se o funcionário não entrar em VII – determinação em lei;
exercício no prazo legal, salvo caso de doença
VIII – dispensa;
comprovada em inspeção médica.
IX – destituição de função.
Parágrafo único – Provada a incapacidade definitiva em
inspeção médica, será decretada a aposentadoria. Art. 62 – Dar-se-á exoneração ou dispensa:
SEÇÃO V I – a pedido;
Da Readaptação II – ex-officio.
Art. 57 – O funcionário estável poderá ser readaptado ex Parágrafo único – A exoneração ou dispensa ex officio
officio ou a pedido em função mais compatível, por ocorrerá nas seguintes hipóteses:
motivo de saúde ou incapacidade física.
1) de exercício de cargo em comissão ou função
Art. 58 – A readaptação de que trata o artigo anterior se gratificada, salvo se a pedido, aceito pela Administração;
fará por:
2) de abandono de cargo, quando, extinta a punibilidade
I – redução ou cometimento de encargos diversos administrativa por prescrição, o funcionário não houver
daqueles que o funcionário estiver exercendo, requerido exoneração;
respeitadas as atribuições da série de classes a que
3) na prevista no artigo 43, primeira parte.
pertencer, ou do cargo de classe singular de que for
ocupante; Art. 63 – O funcionário perderá o cargo:
II – provimento em outro cargo. I – em virtude de sentença judicial ou mediante processo
administrativo disciplinar em que se lhe tenha
§ 1º - A readaptação dependerá sempre de prévia
assegurado ampla defesa;
inspeção realizada por junta médica do órgão oficial
competente. II – quando, por ser desnecessário, for extinto, ficando o
seu ocupante, se estável, em disponibilidade;
§ 2º - A readaptação referida no inciso II deste artigo não
acarretará descenso nem elevação de vencimento. III – nos demais casos especificados em lei.
Art. 59 – A readaptação será processada: TÍTULO III
I – quando provisória, mediante ato do Secretário de Da Remoção
Estado de Administração, pela redução ou atribuição de

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CAPÍTULO ÚNICO data da publicação do respectivo ato, para reiniciar suas


atividades.
§ 1º - Quando em férias, licenciado ou afastado
Art. 64 – A remoção, a pedido ou ex officio, é o
legalmente de seu cargo, esse prazo será contado a partir
deslocamento do funcionário de sua lotação para a de
do término do impedimento.
outra Secretaria de Estado ou órgão diretamente
subordinado ao Governador. § 2º - O prazo a que se refere este artigo será
considerado como período de trânsito, computável como
§ 1º - A remoção só poderá dar-se para lotação em que
de efetivo exercício para todos os efeitos.
houver claro.
§ 3º - O prazo referido no caput deste artigo poderá ser
§ 2º - O funcionário removido, quando em férias, não as
prorrogado, no máximo por igual período, por solicitação
interromperá.
do interessado, a juízo da autoridade competente para
Art. 65 – A remoção por permuta será processada a dar-lhe exercício.
pedido escrito de ambos os interessados.
Art. 71 – O funcionário terá exercício na unidade
Art. 66 – Cabe ao Secretário de Estado de Administração administrativa para a qual for designado.
expedir os atos de remoção, após audiência dos titulares
Art. 72 – Haverá lotação única de funcionários em cada
dos órgãos interessados.
Secretaria de Estado ou órgão diretamente subordinado
Parágrafo único – Quando se tratar de provimento de ao chefe do Poder Executivo.
cargo em comissão, a remoção decorrerá da publicação
§ 1º - Entende-se por lotação o número de funcionários
do respectivo ato de nomeação.
de cada série de classes ou de classes singulares,
TÍTULO IV inclusive de ocupantes de funções de confiança, que,
segundo as necessidades, devam ter exercício em cada
Do Tempo de Serviço
órgão de Governo referido neste artigo.
CAPÍTULO I
§ 2º - O funcionário nomeado integrará lotação na qual
Disposições Gerais houver claro, observando-se igual critério quanto às
demais formas de provimento.
Art. 67 – O início, a interrupção e o reinício do exercício
serão registrados no assentamento individual do Art. 73 – O afastamento do funcionário de sua unidade
funcionário. administrativa, quando para desempenho de função de
confiança no Estado, dar-se-á somente com ônus para a
§ 1º - Ao entrar em exercício o funcionário apresentará
unidade requisitante.
ao órgão competente os elementos necessários à
abertura de seu assentamento individual. Art. 74 – O funcionário será afastado do exercício de seu
cargo:
§ 2º - O início do exercício e as alterações que nele
ocorrerem serão comunicados ao órgão setorial de I – enquanto durar o mandato legislativo ou executivo,
pessoal, pelo titular da unidade administrativa em que federal ou estadual;
estiver servindo o funcionário.
II – enquanto durar o mandato de Prefeito ou Vice-
Art. 68 – O funcionário entrará em exercício no prazo de Prefeito;
30 (trinta) dias contados da data:
III – enquanto durar o mandato de Vereador, se não
I – da publicação do ato de nomeação em cargo efetivo; existir compatibilidade de horário entre o seu exercício e
o da função pública;
II – da publicação do ato de reintegração, de
transferência ou de aproveitamento; IV – durante o lapso de tempo que mediar entre o
registro da candidatura eleitoral e o dia seguinte ao da
III – da publicação do ato de provimento em função
eleição.
gratificada.
Art. 75 – Preso preventivamente, pronunciado,
Art. 69 – A transferência, a promoção e a readaptação
denunciado por crise funcional ou condenado por crime
por motivo de saúde não interrompem o exercício, que é
inafiançável em processo no qual não haja pronúncia, o
contado na nova classe a partir da validade do ato.
funcionário será afastado do exercício do cargo, até
Art. 70 – O funcionário removido para outra unidade decisão transitada em julgado.
administrativa terá prazo de 5 (cinco) dias, contados da
§ 1º - Será, ainda, afastado o funcionário condenado por
sentença definitiva à pena que não determine demissão.

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§ 2º - O funcionário suspenso disciplinar ou IV – exercício de outro cargo ou função de governo ou de


preventivamente, ou preso administrativamente, será direção, de provimento em comissão ou em substituição,
afastado do exercício do cargo. no serviço público da União, de outros Estados e dos
Municípios, inclusive respectivas autarquias, empresas
públicas e sociedades de economia mista, quando o
CAPÍTULO II afastamento houver sido autorizado pelo Governador,
sem prejuízo do vencimento do funcionário;
Da Apuração
V – estágio experimental;
Art. 76 – A apuração do tempo de serviço será feita em
dias, não considerado, para qualquer efeito, o exercício VI – licença-prêmio;
de função gratuita.
VII – licença para repouso à gestante;
§ 1º - O número de dias será convertido em anos,
VIII – licença para tratamento de saúde;
considerado o ano como de 365 (trezentos e sessenta e
cinco) dias. IX – licença por motivo de doença em pessoa da família,
desde que não exceda o prazo de 12 (doze) meses;
§ 2º - Feita a conversão, os dias restantes até 182 (cento
e oitenta e dois) não serão computados, arredondando- X – acidente em serviço ou doença profissional;
se para um ano quando exceder esse número, nos casos
XI – doença de notificação compulsória;
de cálculo para aposentadoria.
XII – missão oficial;
Art. 77 – Os dias de efetivo exercício serão computados à
vista de documentação própria que comprove a XIII – estudo no exterior ou em qualquer parte do
freqüência. território nacional, desde que de interesse para a
Administração e não ultrapasse o prazo de 12 (doze)
Art. 78 – Admitir-se-á como documentação própria
meses;
comprobatória do tempo de serviço público:
XIV – prestação de prova ou de exame em curso regular
I – certidão de tempo de serviço, extraída de folha de
ou em concurso público;
pagamento;
XV – recolhimento à prisão, se absolvido afinal;
II – certidão de freqüência, extraída de folha de
pagamento; XVI – suspensão preventiva, se inocentado afinal;
III – justificação judicial. XVII – convocação para serviço militar ou encargo da
segurança nacional, júri e outros serviços obrigatórios
§ 1º - Os elementos probantes indicados nos incisos
por lei;
acima são exigíveis na ordem direta de sua enumeração,
somente sendo admitido o posterior quando XVIII – trânsito para ter exercício em nova sede;
acompanhado de certidão negativa, fornecida pelo órgão
XIX – faltas por motivo de doença comprovada, inclusive
competente para a expedição do elemento a que se
em pessoas da família, até o máximo de 3 (três) durante
refere o anterior.
o mês, e outros casos de força maior;
§ 2º - Sobre tempo de serviço comprovado mediante
XX – candidatura a cargo eletivo, conforme o disposto
justificação judicial, será prévia e obrigatoriamente
nos incisos IV e V, do artigo 74;
ouvida a Procuradoria-Geral do Estado.
XXI – mandato legislativo ou executivo, federal ou
Art. 79 – Será considerado como de efetivo exercício o
estadual;
afastamento por motivo de:
XXII – mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito;
I – férias;
XXIII – mandato de Vereador, nos termos do disposto no
II – casamento e luto, até 8 (oito) dias;
inciso III, do artigo 74;
III – exercício de outro cargo ou função de governo ou de
XXI – mandato legislativo ou executivo, federal ou
direção, de provimento em comissão ou em substituição,
estadual;
no serviço público do Estado do Rio de Janeiro, inclusive
respectivas autarquias, empresas públicas e sociedades XXII – mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito;
de economia mista, ou serviço prestado à Presidência da
XXIII – mandato de Vereador, nos termos do disposto no
República em virtude de requisição oficial;
inciso III, do artigo 74.

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Parágrafo único – O afastamento para o exterior, exceto Art. 84 – É vedado dispensar o funcionário do registro do
em gozo de férias ou licenças, dependerá de prévia ponto, bem como abonar faltas ao serviço, salvo nos
autorização do Governador. casos expressamente previstos em lei ou regulamento.
Art.80 (Revogado) § 1º - A falta abonada é considerada, para todos os
efeitos, presença ao serviço.
I – o tempo de serviço público federal, estadual e
municipal; § 2º - Excepcionalmente e apenas para elidir efeitos
disciplinares, poderá ser justificada falta ao serviço.
II – o período de serviço ativo nas Forças Armadas,
computado pelo dobro o tempo em operações de guerra, § 3º - O abono e a justificação de faltas ao serviço serão
inclusive quando prestado nas Forças Auxiliares e na da competência do chefe imediato do funcionário.
Marinha Mercante;
Art. 85 – O Governador, mediante expediente submetido
III – o tempo de serviço prestado como extranumerário a sua apreciação pelo Secretário de Estado de
ou sob qualquer outra forma de admissão, desde que Administração, e quando assim considerar de interesse
remunerado pelos cofres públicos; público, poderá dispensar do registro de ponto
funcionários que, comprovadamente, participarem de
IV – o tempo de serviço prestado em autarquia, empresa
Congressos, Seminários, Jornadas ou quaisquer outras
pública ou sociedade de economia mista;
formas de reunião de profissionais, técnicos,
V – o período de trabalho prestado à instituição de especialistas, religiosos ou desportistas.
caráter privado que tiver sido transformada em
Art. 86 – O Governador determinará, quando não
estabelecimento de serviço público;
discriminado em lei ou regulamento, o número de horas
VI – o tempo em que o funcionário esteve em diárias de trabalho dos órgãos e unidades administrativas
disponibilidade ou aposentado; do Estado e das várias categorias profissionais.
VII – em dobro, o tempo de licença-prêmio não gozada; § 1º - O funcionário deverá permanecer em serviço
durante as horas de trabalho ordinário e as do
VIII – em dobro, os períodos de férias não gozadas a
extraordinário, quando convocado.
partir do exercício de 1977, limitadas a 60 (sessenta)
dias, ressalvado o direito à contagem de períodos § 2º - Nos dias úteis, somente por determinação do
anteriores para os amparados por legislação vigente até Governador, poderão deixar de funcionar os serviços
a edição do Decreto-Lei nº 363, de 04 de outubro de públicos ou ser suspensos os seus trabalhos, no todo ou
1977. em parte.
Art. 81 – Ao funcionário será assegurada a contagem, TÍTULO V
qualquer que tenha sido o regime da relação
Dos Direitos e das Vantagens
empregatícia, como de serviço público estadual, do
tempo prestado anteriormente à Administração Direta CAPÍTULO I
ou Indireta do Estado.
Da Estabilidade
Parágrafo único – O disposto neste artigo não se aplica
Art. 87 – Estabilidade é o direito que adquire o
para os efeitos de concessão de licença-prêmio.
funcionário de não ser demitido senão em virtude de
Art. 82 – É vedada a acumulação de tempo de serviço sentença judicial ou processo administrativo disciplinar
prestado, concorrente ou simultaneamente, em dois ou em que se lhe tenha assegurado ampla defesa.
mais cargos, funções ou empregos em qualquer das
Parágrafo único – O disposto neste artigo não se aplica
hipóteses previstas no art. 80.
aos ocupantes dos cargos em comissão.
CAPÍTULO III
Art. 88 – A estabilidade será adquirida pelo funcionário,
Da Freqüência e do Horário quando nomeado em caráter efetivo, depois de
aprovado no estágio experimental.
Art. 83 – A freqüência será apurada por meio de ponto.
§ 1º - É de 2 (dois) anos de efetivo exercício o prazo
§ 1º - Ponto é o registro pelo qual se verificarão,
aquisitivo da estabilidade, computando-se, para esse
diariamente, as entradas e saídas do funcionário.
efeito, o período e estágio experimental.
§ 2º - Nos registros do ponto deverão ser lançados todos
§ 2º - As disposições deste Capítulo não se aplicam ao
os elementos necessários à apuração da freqüência.
contratado ocupante de função gratificada, que
continuará subordinado, necessariamente, ao regime de

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tempo de serviço a que estava vinculado, nos termos da § 1º - As férias parceladas poderão ser gozadas:
legislação trabalhista.
1)em períodos de 10 (dez) dias;
Art. 89 – A estabilidade já adquirida será conservada se,
2) em períodos de 15 (quinze) dias.
sem interrupção do exercício, o funcionário desvincular-
se de seu cargo estadual, inclusive autárquico, para § 2º - Na hipótese de interrupção de férias, se o período
investir-se em outro. restante não se ajustar ao estabelecido nos itens do
parágrafo anterior, o prazo será contado para efeito da
CAPÍTULO II
acumulação de que trata o artigo precedente.
Das Férias
Art. 93 – Por motivo de provimento em outro cargo, o
Art. 90 – O funcionário gozará, obrigatoriamente, 30 funcionário em gozo de férias não será obrigado a
(trinta) dias consecutivos de férias remuneradas por ano interrompê-las; a investidura decorrente, quando for o
civil, de acordo com escala respectiva. caso, terá como termo inicial do seu prazo a data em que
o funcionário voltar ao serviço.
§ 1º - A escala de férias poderá ser alterada, de acordo
com as necessidades do serviço, por iniciativa do chefe Art. 94 – Todos os servidores, que operem diretamente
interessado, comunicada a alteração ao órgão com Raios X ou substâncias radioativas, gozarão
competente. obrigatoriamente férias remuneradas de 20 (vinte) dias
consecutivos por semestre de atividade, não parceláveis
§ 2º - Somente depois do primeiro ano de efetivo
nem acumuláveis.
exercício adquirirá o funcionário direito a férias, as quais
corresponderão ao ano em que se completar esse Parágrafo único – O Secretário de Estado de
período. Administração, em ato próprio, poderá estender o
disposto no presente artigo aos servidores que lidem
§ 3º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao
diretamente com outras substâncias consideradas
trabalho.
altamente tóxicas ou insalubres, ou estejam em contato
§ 4º - Não serão concedidas férias com início em um direto e permanente com portadores de doenças infecto-
exercício e término no seguinte. contagiosas.
§ 5º - Os ocupantes de cargo em comissão ou função Art. 95 – O funcionário, ao entrar em férias, comunicará
gratificada farão jus a 30 (trinta) dias ininterruptos de ao chefe imediato o seu endereço eventual.
férias, ainda que o regime de seu cargo efetivo
Art. 96 – As disposições deste Capítulo são extensivas aos
estabeleça período diverso.
contratados em exercício de função gratificada, e aos
§ 6º - O funcionário aposentado que exerça cargo em estagiários, na hipótese do § 5º do artigo 12.
comissão fará jus ao gozo das férias previstas neste
CAPÍTULO III
artigo, inclusive as relativas ao ano da publicação do ato
de aposentadoria, caso não utilizado o respectivo Das Licenças
período.
SEÇÃO I
§ 7º - Quando o ocupante de cargo efetivo participar,
Disposições Gerais
como membro, de órgão de deliberação coletiva, as
respectivas férias serão gozadas, obrigatória e Art. 97- Conceder-se-á licença:
simultaneamente, nas duas situações funcionais.
I – para tratamento de saúde;
Art. 91 – É proibida a acumulação de férias, salvo
II – por motivo de doença em pessoa da família;
imperiosa necessidade de serviço, não podendo a
acumulação, nesse caso, abranger mais de dois períodos. III – para repouso à gestante;
Parágrafo único – O impedimento decorrente de IV – para serviço militar, na forma da legislação
necessidade de serviço, para o gozo de férias pelo específica;
funcionário, não será presumido, devendo o seu chefe
V – para acompanhar o cônjuge;
imediato fazer comunicação expressa do fato ao órgão
competente de pessoal, sob pena de perda do direito à VI – a título de prêmio;
acumulação excepcional de dois períodos.
VII – para desempenho de mandato legislativo ou
Art. 92 – No absoluto interesse do serviço, as férias executivo.
poderão ser interrompidas ou admitido o seu gozo
Art. 98 – Salvo os casos previstos nos incisos IV, V e VII,
parcelado.
do artigo anterior, o funcionário não poderá permanecer

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em licença por prazo superior a 24 (vinte e quatro) Art. 101 – A licença poderá ser prorrogada ex officio ou a
meses. pedido.
§ 1º - Excetua-se do prazo estabelecido neste artigo a § 1º - O pedido de prorrogação deverá ser apresentado
licença para tratamento de saúde, quando o funcionário antes de findo o prazo da licença; se indeferido, contar-
for considerado recuperável, a juízo da junta médica. se-á como de licença o período compreendido entre a
data do término e a da publicação oficial do despacho.
§ 2º - Nas licenças dependentes de inspeção médica,
expirado o prazo deste artigo e ressalvada a hipótese § 2º - A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias
referida no parágrafo anterior, o funcionário será contados do término da anterior será, a critério médico,
submetido a nova inspeção, que concluirá pela sua volta considerada como sua prorrogação.
ao serviço, pela readaptação, ou pela aposentadoria, se
Art. 102 – Ressalvada a hipótese referida na primeira
for julgado definitivamente inválido para o serviço
parte do inciso XIX, do artigo 79, que será tida como de
público em geral.
abono de faltas, o tempo necessário à inspeção médica
Art. 99 – As licenças nos incisos I, II e III, do art. 97, serão será considerado como de licença.
concedidas pelo órgão médico oficial competente ou por
§ 1º - Considerado apto, o funcionário reassumirá o
outros aos quais aquele transferir ou delegar atribuições,
exercício, sob pena de serem computados como faltas os
e pelo prazo indicado nos respectivos laudos.
dias de ausência ao serviço.
§ 1º - Estando o funcionário, ou pessoa de sua família,
§ 2º - Se da inspeção ficar constatada simulação do
absolutamente impossibilitado de locomover-se e não
funcionário, as ausências serão havidas como faltas ao
havendo na localidade qualquer dos órgãos referidos
serviço, e o fato será comunicado ao órgão de pessoal
neste artigo, poderá ser admitido laudo expedido por
para as providências disciplinares cabíveis.
órgão médico de outra entidade pública e, na falta,
atestado passado por médico particular, com firma Art. 103 – Ao funcionário provido em comissão, ou
reconhecida. designado para função gratificada, não se concederão,
nesta qualidade, as licenças referidas nos incisos IV, V, VI
§ 2º - Nas hipóteses referidas no parágrafo anterior, o
e VII, do artigo 97.
laudo ou atestado deverá ser encaminhado ao órgão
médico competente, no prazo máximo de 3 (três) dias § 1º - Aos contratados, quando no exercício de função
contados da primeira falta ao serviço; a licença gratificada, conceder-se-ão apenas as licenças de que
respectiva somente será considerada concedida com a tratam os incisos I a III, do artigo 97.
homologação do laudo ou atestado, a qual será sempre
§ 2º - As disposições do parágrafo precedente aplicam-se
publicada.
ao ocupante de cargo em comissão não detentor de
§ 3º - Será facultado ao órgão competente, em caso de cargo efetivo estadual.
dúvida razoável, exigir nova inspeção por outro médico
§ 3º - Aos providos em substituição não se concederão,
ou junta oficial.
nesta qualidade, as licenças referidas no artigo 97.
§ 4º - No caso do laudo ou atestado não ser homologado,
Art. 104 – A concessão de licença ao funcionário, exceto
o funcionário será obrigado a reassumir o exercício do
a decorrente de acidente em serviço ou de doença
cargo dentro de 3 (três) dias contados da publicação do
profissional, não impedirá a sua exoneração ou dispensa,
despacho denegatório, sendo considerados como de
quando esta se der em virtude do caráter precário ou
efetivo exercício os dias em que deixou de comparecer
temporário de seu provimento.
ao serviço, por esse motivo.
Art. 105 – A licença superior a 90 (noventa) dias, com
§ 5º - Se, na hipótese do parágrafo anterior, a não
fundamento nos incisos I e II, do artigo 97, dependerá de
homologação decorrer de falsa afirmativa por parte do
inspeção por junta médica.
médico atestante, os dias de ausência do funcionário
serão tidos como faltas ao serviço, sujeitos, um e outro, a Art. 106 – No processamento das licenças dependentes
processo administrativo disciplinar, que apurará e de inspeção médica, será observado o devido sigilo sobre
definirá responsabilidades; caso o médico atestante não os respectivos laudos ou atestados.
esteja vinculado ao Estado para fins disciplinares, este
Art. 107 – No curso das licenças a que se referem os
comunicará o fato ao Ministério Público e ao Conselho
incisos I e II, do artigo 97, o funcionário abster-se-á de
Regional de Medicina, em que seja inscrito.
qualquer atividade remunerada, sob pena de interrupção
Art. 100 – Terminada a licença, o funcionário reassumirá da licença, com perda total do vencimento e demais
imediatamente o exercício, ressalvados os casos de vantagens, até que reassuma o exercício do cargo.
prorrogação e o previsto no artigo 111.

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Parágrafo único – Os dias correspondentes à perda de Parágrafo único – Os dias em que o funcionário, por força
vencimento, de que trata este artigo, serão considerados do disposto neste artigo, ficar impedido do exercício do
como faltas ao serviço. cargo, serão tidos como faltas ao serviço.
Art. 108 – O funcionário licenciado comunicará ao chefe Art. 114 – No curso da licença poderá o funcionário
imediato o local onde poderá ser encontrado. requerer inspeção médica, caso se julgue em condições
de reassumir o exercício ou de ser aposentado.
Art. 109 – Os estagiários não gozarão, nesta condição,
das licenças referidas no artigo 97; a ocorrência de Art. 115 – Quando a licença para tratamento de saúde
qualquer fato ou circunstância tipificadora daquelas for concedida em decorrência de acidente em serviço ou
licenças importará no seu imediato afastamento do de doença profissional, esta circunstância se fará
estágio e eliminação do respectivo concurso. expressamente consignada.
§ 1º - Na hipótese do estagiário sofrer acidente em § 1º - Considera-se acidente em serviço todo aquele que
serviço, contrair doença profissional ou sofrer internação se verifique pelo exercício das atribuições do cargo,
compulsória para tratamento psiquiátrico, a eliminação provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal,
do concurso não prejudicará a percepção de sua perturbação funcional ou doença que determine a
retribuição, que se fará até que o órgão médico oficial morte; a perda total ou parcial, permanente ou
competente declare seu pleno restabelecimento. temporária, da capacidade física ou mental para o
trabalho.
§ 2º - Aplica-se aos estagiários o disposto no artigo 246,
excetuada a regra estabelecida em seu § 1º. § 2º - Equipara-se ao acidente em serviço o ocorrido no
deslocamento entre a residência e o local do trabalho,
SEÇÃO II
bem como o dano resultante da agressão não provocada,
Da Licença para Tratamento de Saúde sofrida pelo funcionário no desempenho do cargo ou em
razão dele.
Art. 110 – A licença para tratamento de saúde será
concedida, ou prorrogada, ex officio ou a pedido do § 3º - A prova do acidente será feita em processo
funcionário ou de seu representante, quando não possa especial, no prazo de 8 (oito) dias, prorrogável por igual
ele fazê-lo. período, quando as circunstâncias o exigirem.
§ 1º - Em qualquer dos casos é indispensável a inspeção § 4º - Entende-se por doença profissional a que se deve
médica, que será realizada, sempre que necessário, no atribuir, como relação de efeito e causa, às condições
local onde se encontrar o funcionário. inerentes ao serviço ou fatos nele ocorridos.
§ 2º - Incumbe à chefia imediata promover a § 5º - A prova pericial da relação de causa e efeito a que
apresentação do funcionário à inspeção médica, sempre se refere o parágrafo anterior será produzida por junta
que este a solicitar. médica oficial.
Art. 111 – O funcionário não reassumirá o exercício do Art. 116 – A licença para tratamento de saúde será
cargo sem nova inspeção médica, quando a licença concedida sempre com vencimento e vantagens
concedida assim o tiver exigido; realizada essa nova integrais.
inspeção, o respectivo atestado ou laudo médico
SEÇÃO III
concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da
licença, pela readaptação do funcionário ou pela sua Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
aposentadoria.
Art. 117 – O funcionário poderá obter licença por motivo
Art. 112 – Em caso de doença grave, contagiosa ou não, de doença na pessoa de ascendente, descendente,
que imponha cuidados permanentes, poderá a junta colateral consangüíneo ou afim, até o 2º grau civil,
médica, se considerar o doente irrecuperável, cônjuge do qual não esteja legalmente separado, ou
determinar, como resultado da inspeção, sua imediata pessoa que vive a suas expensas e conste do respectivo
aposentadoria. assentamento individual, desde que prove ser
indispensável sua assistência pessoal e esta não possa
Parágrafo único – A inspeção, para os efeitos deste
ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
artigo, será realizada obrigatoriamente por uma junta
composta de pelo menos 3 (três) médicos. Art. 118 – A licença referida no artigo anterior será
concedida, ou prorrogada, a pedido do funcionário.
Art. 113 – O funcionário que se recusar à inspeção
médica ficará impedido do exercício do seu cargo, até Art. 119 – A licença de que trata esta Seção será
que se verifique a inspeção. concedida com vencimento e vantagens integrais nos

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primeiros 12 (doze) meses, e com 2/3 (dois terços) por Público, for mandado servir, ex officio, em outro ponto
outros 12 (doze) meses, no máximo. do território estadual, nacional ou no exterior.
SEÇÃO IV Parágrafo único – Existindo no novo local de residência
órgão estadual, o funcionário nele será lotado, havendo
Da Licença para Repouso à Gestante
claro, ou não havendo, poderá ser-lhe concedida, em
Art. 120 – À funcionária gestante será concedida licença, caso de interesse da Administração, permissão de
pelo prazo de 4 (quatro) meses. exercício, enquanto ali durar sua permanência.
Parágrafo único – Salvo prescrição médica em contrário, Art. 126 – A licença dependerá de pedido devidamente
a licença será concedida a partir do oitavo mês de instruído, que deverá ser renovado de 2 (dois) em 2
gestação. (dois) anos; finda a sua causa, o funcionário deverá
reassumir o exercício dentro de 30 (trinta) dias, a partir
Art. 121 – À funcionária gestante, quando em serviço
dos quais a sua ausência será computada como falta ao
incompatível com seu estado, se aplicará, a partir do
trabalho.
quinto mês da gestação e até o início da licença de que
trata o artigo anterior, o disposto no inciso I, do artigo Art. 127 – Independentemente do regresso do cônjuge, o
58. funcionário poderá reassumir o exercício a qualquer
tempo, não podendo, neste caso, renovar o pedido de
Art. 122 – A licença de que trata esta Seção será
licença senão depois de 2 (dois) anos da data da
concedida com vencimento e vantagens integrais.
reassunção, salvo se o cônjuge for transferido
SEÇÃO V novamente.
Da Licença para Serviço Militar Art. 128 – As normas desta Seção aplicam-se aos
funcionários que vivem maritalmente, desde que haja
Art. 123 – Ao funcionário que for convocado para serviço
impedimento legal ao casamento e convivência por mais
militar ou outro encargo da segurança nacional, será
de 5 (cinco) anos.
concedida licença pelo prazo que durar a sua
incorporação ou convocação. SEÇÃO VII
Da Licença-Prêmio
§ 1º - A licença será concedida à vista do documento Art. 129 – Após cada qüinqüênio de efetivo exercício
oficial que prove a incorporação ou convocação. prestado ao Estado, ou a suas autarquias, ao funcionário
que a requerer, conceder-se-á licença-prêmio de 3 (três)
§ 2º - Do vencimento descontar-se-á a importância que o
meses, com todos os direitos e vantagens de seu cargo
funcionário percebe na qualidade de incorporado, salvo
efetivo.
se optar pelas vantagens do serviço militar.
§ 1º - Não será concedida a licença-prêmio se houver o
§ 3º - Ao funcionário desincorporado ou desconvocado
funcionário, no qüinqüênio correspondente:
conceder-se-á prazo não excedente de 30 (trinta) dias
para que reassuma o exercício, sem perda do 1)sofrido pena de suspensão ou de multa;
vencimento.
2)faltado ao serviço, salvo se abonada a falta;
Art. 124 – Ao funcionário oficial da reserva das Forças
3)gozado as licenças para tratamento de saúde, por
Armadas será também concedida a licença referida no
motivo de doença em pessoa da família e por motivo de
artigo anterior durante os estágios previstos pelos
afastamento do cônjuge, por prazo superior a 90
regulamentos militares.
(noventa) dias, em cada caso.
Parágrafo único – Quando o estágio for remunerado,
§ 2º - Suspender-se-á, até o limite de 90 (noventa) dias,
assegurar-se-lhe-á o direito de opção.
em cada uma das licenças referidas no item 3, do
SEÇÃO VI parágrafo anterior, a contagem de tempo de serviço para
efeito de licença-prêmio.
Da Licença para Acompanhar o Cônjuge
§ 3º - O gozo da licença prevista no inciso III, do art. 97,
Art. 125 – O funcionário casado terá direito à licença sem
não prejudicará a contagem do tempo de serviço para
vencimento quando se cônjuge for exercer mandato
efeito de licença-prêmio.
eletivo ou, sendo militar ou servidor da Administração
Direta, de autarquia, de empresa pública, de sociedade § 4º - Para apuração do qüinqüênio computar-se-á,
de economia mista ou de fundação instituída pelo Poder também, o tempo de serviço prestado anteriormente em

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outro cargo estadual, desde que entre um e outro não Art. 137 – É vedado transformar em licença-prêmio faltas
haja interrupção de exercício. ao serviço ou qualquer outra licença concedida ao
funcionário.
Art. 130 – O direito à licença-prêmio não tem prazo para
ser exercitado. SEÇÃO VIII
Art. 131 – A competência para a concessão de licença- Da Licença para Desempenho de Mandato Legislativo
prêmio é do Diretor da Divisão de Pessoal do ou Executivo
Departamento de Administração de cada Secretaria de
Art. 138 – O funcionário será licenciado sem vencimento
Estado ou de órgão diretamente subordinado ao
ou vantagens de seu cargo efetivo, para desempenho de
Governador.
mandato eletivo, federal ou estadual.
Art. 132 – O funcionário investido em cargo de
Parágrafo único – A licença a que se refere este artigo
provimento em comissão ou função gratificada será
será concedida a partir da diplomação do eleito, pela
licenciado com o vencimento e vantagens do cargo de
Justiça Eleitoral, e perdurará pelo prazo do mandato.
que seja ocupante efetivo.
Art. 139 – O funcionário investido no mandato eletivo de
Art. 133 – Quando o funcionário ocupar cargo em
Prefeito ou Vice-Prefeito ficará licenciado desde a
comissão ou função gratificada por mais de 5 (cinco)
diplomação pela Justiça Eleitoral, até o término do
anos, apurados na forma do artigo 129, assegurar-se-lhe-
mandato, sendo-lhe facultado optar pela percepção do
á, no gozo da licença, importância igual à que venha
vencimento e vantagens do seu cargo efetivo.
percebendo pelo exercício do cargo em comissão ou da
função gratificada. Art. 140 – Quando o funcionário exercer, por nomeação,
mandato executivo federal ou municipal, ficará, desde a
Parágrafo único – Adquirido o direito à licença-prêmio de
posse, licenciado sem vencimento e vantagens do seu
acordo com o estabelecido neste artigo, a ulterior
cargo efetivo, ressalvado, para o âmbito municipal, o
exoneração do cargo em comissão ou dispensa da função
direito de opção pela remuneração do cargo efetivo.
gratificada não prejudicará a forma de remuneração nele
adotada, quando do efetivo gozo da licença pelo Art. 141 – Investido o funcionário no mandato de
funcionário. Vereador e havendo compatibilidade de horários,
perceberá o vencimento e as vantagens do seu cargo
Art. 134 – Em caso de acumulação de cargos, a licença-
sem prejuízo dos subsídios a que faz jus; inexistindo
prêmio será concedida em relação a cada um deles,
compatibilidade, ficará afastado do exercício do seu
simultânea ou separadamente.
cargo sem percepção do vencimento e vantagens.
Parágrafo único – Será independente o cômputo do
CAPÍTULO IV
qüinqüênio em relação a cada um dos cargos
acumuláveis. O Vencimento
Art. 135 – A licença-prêmio poderá ser gozada Art. 142 – Vencimento é a retribuição pelo efetivo
integralmente, ou em períodos de 1 (um) a 2 (dois) exercício do cargo, correspondente à referência ou
meses. símbolo fixado em lei.
Parágrafo único – Se a licença for gozada em períodos Art. 143 – Perderá o vencimento e vantagens do cargo
parcelados, deve ser observado intervalo obrigatório de efetivo o funcionário que se afastar:
1 (um) ano entre o término de um período e o início de
I – para prestar serviço à União, a outro Estado, a
outro.
Município, a sociedade de economia mista, a empresa
Art. 136 – O funcionário poderá, a qualquer tempo, pública, a fundação instituída pelo Poder Público ou a
reassumir o exercício do seu cargo, condicionado o gozo Organização Internacional, salvo quando, a juízo do
dos dias restantes da licença à regra contida no artigo Governador, reconhecido o afastamento como de
anterior. interesse do Estado;
Parágrafo único – Se na interrupção da licença se II – em decorrência de prisão administrativa, salvo se
verificar que o funcionário gozou período não conforme inocentado afinal;
o disposto no artigo 135, o prazo restante da licença
III – para exercer cargo em comissão, ressalvado o direito
referente ao mesmo qüinqüênio, qualquer que seja ele,
de opção e o de acumulação legal;
ficará insuscetível de gozo, sendo computável apenas
para efeito de aposentadoria, nos termos do artigo 80, IV – para estágio experimental.
inciso VII.

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Parágrafo único – Os afastamentos de que tratam os previstos em lei, nem será objeto de penhora, salvo
incisos deste artigo não implicam suspensão de quando se tratar de:
pagamento adicional por tempo de serviço, em cujo gozo
I – prestação de alimentos determinada judicialmente;
se encontre o funcionário.
II – dívida para com a Fazenda Pública.
Art. 144 – O funcionário perderá, ainda, o vencimento e
vantagens do seu cargo: Art. 148 – As reposições e indenizações devidas à
Fazenda Estadual serão descontadas, em parcelas
I – enquanto durar o mandato eletivo, federal ou
mensais consecutivas, não excedentes da décima parte
estadual;
do vencimento ou provento, exceto na ocorrência de má
II – enquanto durar o mandato executivo municipal, fé, hipótese em que não se admitirá parcelamento.
eletivo ou por nomeação, salvo o direito de opção
§ 1º - Será dispensada a reposição nos casos em que a
previsto nos artigos 139 e 140;
percepção indevida tiver decorrido de entendimento
III – quando estiver no efetivo exercício de seu mandato, expressamente aprovado pelo Órgão Central do Sistema
se eleito Vereador, e se, havendo incompatibilidade de de Pessoal Civil ou pela Procuradoria-Geral do Estado.
horários com o exercício de seu cargo, dele ficar
§ 2º - Quando o funcionário for exonerado, demitido ou
afastado.
vier a falecer, a quantia devida será inscrita como dívida
Art. 145 – O funcionário deixará de receber: ativa e cobrada judicialmente.
I – 1/3 (um terço) do vencimento e vantagens, durante o CAPÍTULO V
afastamento por motivo de suspensão preventiva ou
Das Vantagens
recolhimento à prisão por ordem judicial não decorrente
de condenação definitiva, ressalvado o direito à SEÇÃO I
diferença se absolvido afinal, ou se o afastamento
Disposições Gerais
exceder o prazo de condenação definitiva;
Art. 149 – Além do vencimento, poderá o funcionário
II – 2/3 (dois terços) do vencimento e vantagens, durante
perceber as seguintes vantagens pecuniárias:
o cumprimento, sem perda do cargo, de pena privativa
de liberdade; I – adicional por tempo de serviço;
III – vencimento e vantagens do dia em que não II – gratificações;
comparecer ao serviço, salvo o disposto no inciso XIX, do
III – ajuda de custo e transporte ao funcionário mandado
artigo 79;
servir em nova sede;
IV – vencimento e vantagens do dia, se comparecer ao
IV – diárias, àquele que, em objeto de serviço, se
serviço após os 60 (sessenta) minutos seguintes à hora
deslocar eventualmente da sede.
inicial do expediente, ou se sem autorização por mais de
60 (sessenta) minutos; SEÇÃO II
V – 1/3 (um terço) do vencimento e vantagens do dia, se Do Adicional por Tempo de Serviço
comparecer ao serviço dentro dos 60 (sessenta) minutos
Art. 150 – O adicional por tempo de serviço será objeto
seguintes à hora inicial do expediente ou retirar-se sem
de disciplina própria a ser baixada, observado o disposto
autorização, dentro dos 60 (sessenta) minutos finais, ou,
no artigo 19, do Decreto-Lei nº 408, de 02 de fevereiro
ainda, ausentar-se sem autorização por período inferior a
de 1979, e no § 6º do artigo 7º do Decreto-Lei nº 415, de
60 (sessenta) minutos.
20 de fevereiro de 1979.
§ 1º - No caso de faltas sucessivas serão computados,
SEÇÃO III
para efeito de descontos, os sábados, domingos, feriados
e pontos facultativos intercalados. Das Gratificações
§ 2º - Na hipótese do inciso V, os descontos acumuláveis SUBSEÇÃO I
havidos em um mesmo mês não serão convertidos em
Disposições Gerais
faltas para efeito de contagens de tempo de serviço.
Art. 151 – Conceder-se-á gratificação:
Art. 146 – Nenhum funcionário poderá perceber menos
do que o salário-mínimo vigente na capital do Estado. I – de função;
Art. 147 – O vencimento, o provento, ou qualquer II – pelo exercício de cargo em comissão;
vantagem pecuniária não sofrerá descontos além dos III – pela prestação de serviço extraordinário;

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IV – de representação de Gabinete; estiver sujeito o funcionário, no desempenho de seu


cargo efetivo.
V – de representação de Gabinete;
Parágrafo único – A prestação de serviço extraordinário
VI – pela participação em órgão de deliberação coletiva;
poderá dar-se em outro órgão que não o de lotação do
VII – pelo exercício: funcionário, desde que se manifestem favoravelmente os
respectivos dirigentes.
a)de encargos de auxiliar ou membro de banca ou
comissão examinadora de concurso; Art. 159 – A duração normal do trabalho dos funcionários
da Administração Direta poderá, excepcionalmente, ser
b)de atividade temporária de auxiliar ou professor de
acrescida de horas extraordinárias, respeitado o limite de
curso oficialmente instituído.
duas horas diárias, não se admitindo recusa por parte do
SUBSEÇÃO II funcionário em prestá-las.
Da Gratificação de Função Parágrafo único – Os limites a que se refere o artigo
poderão ser ampliados, havendo concordância expressa
Art. 152 – Gratificação de função é a que corresponde ao
do funcionário designado para a realização do serviço
exercício de função gratificada instituída e remunerada
extraordinário, observado, porém, o disposto no artigo
na forma do que dispõe a Seção II, Capítulo II, Título II.
161.
Art. 153 – A gratificação de função será mantida nos
Art. 160 – O acréscimo de horas extraordinárias,
casos de afastamento previstos nos incisos I, II, VII, VIII,
proposto pelo chefe da unidade administrativa
X, XI, XII, XIII, XIV, XVII, exceto convocação para serviço
interessada e ouvida a Inspetoria Setorial de Finanças
militar, e XIX, do artigo 79.
sobre a existência de saldo na dotação orçamentária,
Parágrafo único – Na hipótese do afastamento referido será submetido às autoridades diretamente
no inciso VI do artigo 79, obedecer-se-á, quando for o subordinadas ao Governador, para autorização, que será
caso, ao disposto no artigo 133. publicada no órgão oficial.
Art. 154 – O exercício de função gratificada impede o Parágrafo único – A proposta deverá caracterizar a
recebimento da gratificação pela prestação de serviço natureza da medida e justificar a necessidade da
extraordinário. prestação do serviço em horário extraordinário.
Art. 155 – Além do exercício de função gratificada Art. 161 – A gratificação pela prestação de serviço
regularmente instituída, poderá ser atribuída, na forma extraordinário será paga por hora de trabalho
de regulamentação específica, gratificação de função a prorrogado ou antecipado, ressalvados os casos previstos
funcionários que desempenhem atividades especiais ou neste regulamento.
excedentes às atribuições de seu cargo, vedado o seu
§ 1º - O valor da hora extraordinária será obtido
recebimento cumulativo com as gratificações específicas
dividindo-se o valor da referência correspondente ao
das funções de confiança.
vencimento mensal, que regulou a duração normal do
SUBSEÇÃO III trabalho, por 30 (trinta) vezes o número de horas da
jornada normal, aumentado de 25% (vinte e cinco por
Da Gratificação pelo Exercício de Cargo em Comissão
cento) o resultado, salvo em se tratando de serviço
Art. 156 – A gratificação pelo exercício de cargo em extraordinário noturno, como tal considerado o que for
comissão equivale a 70% do valor fixado para o símbolo a prestado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as
ele correspondente, e a ela faz jus o funcionário que, no 5 (cinco) horas do dia imediato, hipótese em que o
exercício desse cargo, haja optado pelo vencimento do aumento será de 50% (cinqüenta por cento).
seu cargo efetivo, conforme o estabelecido no artigo 23,
§ 2º - A gratificação pela prestação de serviço
segunda parte.
extraordinário não poderá exceder, em cada mês, a 50%
Art. 157 – À gratificação de que trata o artigo anterior, (cinqüenta por cento) do valor da referência
aplica-se o disposto nos artigos 153 e 154. correspondente ao vencimento.
SUBSEÇÃO IV Art. 162 – Ao funcionário não se concederá gratificação
por serviço extraordinário quando:
Da Gratificação pela Prestação de Serviço Extraordinário
I – no exercício de cargo em comissão ou função
Art. 158 – A gratificação pela prestação de serviço
gratificada;
extraordinário se destina a remunerar as atividades
executadas fora do período normal de trabalho a que II – a prestação do serviço extraordinário decorrer de
execução de atividade a ser retribuída pela gratificação:

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a)de representação de Gabinete; § 1º - O valor global da gratificação de representação de


Gabinete, por Secretaria, será aprovado pelo
b)de encargo de auxiliar ou membro de banca ou
Governador, ouvida a Secretaria de Planejamento e
comissão examinadora de concurso;
Coordenação Geral quanto aos aspectos orçamentários e
c)de atividade temporária de auxiliar ou professor de financeiros.
curso oficialmente instituído;
§ 2º - O valor individual da gratificação será fixado em
III – em regime de acumulação de cargos, empregos ou tabela aprovada pelos titulares dos órgãos referidos no
funções. inciso II deste artigo, observado o disposto no parágrafo
anterior, não podendo exceder a 50% (cinqüenta por
Art. 163 – Considerar-se-ão automaticamente
cento) do vencimento do cargo efetivo do funcionário.
autorizadas as horas extraordinárias ocorridas em
virtude de acidente com o equipamento de trabalho, Art. 168 – A gratificação de representação de Gabinete
incêndio, inundação e outros motivos de casos fortuitos não será suspensa nos afastamentos seguintes:
ou de força maior.
I – férias;
Parágrafo único – As horas extraordinárias a que se
II – casamento;
refere este artigo poderão ser compensadas
posteriormente por folga em período equivalente. III – luto;
Art. 164 – Não será submetido ao regime de serviço IV – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
extraordinário:
V – licenças para tratamento de saúde e repouso à
I – o funcionário em gozo de férias ou licenciado; gestante;
II – o ocupante de cargo beneficiado por horário especial VI – faltas até o máximo de 3 (três) durante o mês, por
em virtude do exercício de atividades com risco de vida motivo de doença comprovada pelo órgão competente,
ou saúde. inclusive quando em pessoa da família.
Art. 165 – A gratificação por serviço extraordinário tem SUBSEÇÃO VI
caráter transitório, não gerando a sua percepção
Da Gratificação pela Participação em Órgão de
qualquer direito de incorporação ao vencimento ou
Deliberação Coletiva
provento de aposentadoria, sobre ela não incidindo o
cálculo de qualquer vantagem. Art. 169 – A gratificação pela participação em órgão de
deliberação coletiva destina-se a remunerar a presença
Parágrafo único – O desempenho de atividades em horas
dos componentes dos órgãos colegiados regularmente
extraordinárias não será computado como tempo de
instituídos.
serviço público para qualquer efeito.
§ 1º - A gratificação de que trata este artigo será fixada
SUBSEÇÃO V
por decreto em base percentual calculada sobre o valor
Da Gratificação de Representação de Gabinete de símbolo de cargo em comissão ou função gratificada,
e paga por dia de presença às sessões do órgão
Art. 166 – A gratificação de representação de Gabinete é
colegiado.
a que tem por fundamento a compensação de despesas
de apresentação inerentes ao local do exercício ou a § 2º - Compete ao Governador arbitrar a ajuda de custo a
remuneração de encargos especiais. ser paga ao funcionário designado para missão no
exterior.
Parágrafo único – A representação dos funcionários
ocupantes de cargo em comissão ou função gratificada é Art. 170 – É vedada a participação do funcionário em
a fixada em lei. mais de um órgão de deliberação coletiva, salvo quando
na condição de membro nato.
Art. 167 – A gratificação poderá ser concedida:
Parágrafo único – Quando o funcionário for membro
I – aos funcionários em exercício nos Gabinetes dos
nato de mais de um órgão de deliberação coletiva,
Secretários de Estado, nos Gabinetes da Governadoria e
poderá optar pela gratificação de valor mais elevado.
nos da Procuradoria Geral do Estado e Procuradoria
Geral da Justiça; Art. 171 – A gratificação pela participação em órgão de
deliberação coletiva é acumulável com quaisquer outras
II – Aos funcionários que, a critério dos titulares dos
vantagens pecuniárias atribuídas ao funcionário.
órgãos referidos no inciso anterior, assim devam ser
remunerados.

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Parágrafo único – Durante os afastamentos legais do SUBSEÇÃO I


titular, apenas o suplente perceberá a gratificação pela
Da Ajuda de Custo
participação em órgão de deliberação coletiva.
Art. 179 – Será concedida ajuda de custo, a título de
SUBSEÇÃO VII
compensação das despesas de viagem, mudança e
Da Gratificação pela Participação em Banca instalação, ao funcionário que, em razão de exercício em
Examinadora nova sede com caráter de permanência, efetivamente
deslocar sua residência.
De Concurso ou em Curso Oficialmente Instituído
Art. 180 – A ajuda de custo será arbitrada pelos
Art. 172 – Pelo exercício de encargo de auxiliar ou
Secretários de Estado ou dirigentes de órgãos
membro de banca ou comissão examinadora de
diretamente subordinados ao Governador e não será
concurso ou de atividade temporária de auxiliar ou
inferior a uma nem superior a três vezes a importância
professor de curso oficialmente instituído, ao funcionário
correspondente ao vencimento do funcionário, salvo
será atribuída gratificação conforme o estabelecido nesta
quando se tratar de missão no exterior.
Subseção.
§ 1º - No arbitramento da ajuda de custo serão levados
Art. 173 – Entende-se como encargo de membro de
em conta o vencimento do cargo do funcionário
banca ou comissão examinadora de concurso a tarefa
designado para nova sede ou missão no exterior, as
desempenhada, por designação especial de autoridade
despesas a serem por ele realizadas, bem como as
competente, no planejamento, organização e aplicação
condições de vida no local do novo exercício ou no
de provas, correção e apuração dos resultados, revisão e
desempenho da missão.
decisão dos recursos interpostos, até a classificação
definitiva, nos concursos, provas de seleção ou de § 2º - Compete ao Governador arbitrar a ajuda de custo a
habilitação, quando eventualmente realizados pelos ser paga ao funcionário designado para missão no
órgãos da Administração Direta do Estado para exterior.
provimento de cargos, preenchimento de empregos ou
Art. 181 – Sem prejuízo das diárias que lhe couberem, o
admissão a cursos oficialmente instituídos.
funcionário obrigado a permanecer fora da sede de sua
Art. 174 – Professor de curso oficialmente instituído é o unidade administrativa, em objeto de serviço, por mais
designado pela autoridade competente, para exercer de 30 (trinta) dias, perceberá ajuda de custo
atividade temporária de magistérios nas áreas de correspondente a um mês do vencimento de seu cargo.
treinamento e aperfeiçoamento de pessoal.
Parágrafo único – A ajuda de custo será calculada sobre o
Art. 175 – Somente funcionário do Estado poderá ser valor atribuído ao símbolo do cargo em comissão,
designado para exercer as atividades de auxiliar de banca quando o seu ocupante não for também de cargo
ou comissão examinadora de concurso, ou para a efetivo.
atividade temporária de auxiliar de curso oficialmente
Art. 182 – Não se concederá ajuda de custo:
instituído.
I – ao funcionário que, em virtude de mandato legislativo
Art. 176 – A gratificação pelo exercício de atividade
ou executivo, deixar ou reassumir o exercício do cargo;
temporária de auxiliar de professor de curso oficialmente
instituído somente será atribuída ao funcionário se o II – ao funcionário posto a serviço de qualquer outra
trabalho for realizado além das horas de expediente a entidade de direito público;
que está sujeito.
III – quando a designação para a nova sede se der a
Art. 177 – As gratificações de que trata esta Subseção pedido.
serão arbitradas, em cada caso, pelo Governador,
Art. 183 – O funcionário restituirá a ajuda de custo:
mediante proposta fundamentada do órgão promotor do
curso ou do concurso. I – quando se transportar para a nova sede ou local da
missão, nos prazos determinados;
Art. 178 – A concessão das gratificações de que cuida
esta Subseção não prejudicará a percepção cumulativa II – quando, antes de decorridos 3 (três) meses do
de outras vantagens pecuniárias atribuídas ao deslocamento ou do término da incumbência, regressar,
funcionário. pedir exoneração ou abandonar o serviço.
SEÇÃO IV § 1º - A restituição é de exclusiva responsabilidade do
funcionário e não poderá ser feita parceladamente.
Da Ajuda de Custo e da Indenização de Transporte
Ao Funcionário Mandado Servir em Nova Sede

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§ 2º - O funcionário que houver percebido ajuda de custo § 1º - Atingida a maioridade, os referidos no inciso II
não entrará em gozo de licença-prêmio antes de deste artigo perdem a condição de dependente, exceto a
decorridos 90 (noventa) dias de exercício na nova sede, filha que se conservar solteira e sem economia própria, o
ou de finda a missão. filho inválido e, até completar 24 (vinte e quatro) anos,
quem for estudante, sem exercer qualquer atividade
§ 3º - Não haverá obrigação de restituir:
lucrativa.
1)quando o regresso do funcionário for determinado ex
§ 2º - Para efeito do disposto neste artigo, sem economia
officio ou decorrer de doença comprovada ou de motivo
própria significa não perceber rendimento em
de força maior;
importância igual ou superior ao valor do salário-mínimo
2)quando o pedido de exoneração for apresentado após vigente na região em que resida.
90 (noventa) dias de exercício na nova sede ou local da
Art. 187 – Em face da peculiaridade do serviço, poderá
missão.
ser concedido o pagamento da indenização de despesa
SUBSEÇÃO II de transporte aos funcionários que tenham assegurado o
direito ao uso individual de viaturas oficiais e que
Da Indenização de Transporte
utilizarem veículo próprio no desempenho de suas
Ao Funcionário Mandado Servir em Nova Sede funções, conforme faixas de remuneração a serem
definidas em Resolução do Secretário de Estado de
Art. 184 – Independentemente da ajuda de custo
Administração.
concedida ao funcionário, a este será assegurado
transporte para a nova sede, inclusive para seus § 1º - Na Resolução a que se refere este artigo serão
dependentes. reservadas faixas próprias de indenização de despesa de
transporte a serem atribuídas aos funcionários que, para
§ 1º - O funcionário que utilizar condução própria no
o desempenho de seus cargos, tenham de se deslocar
deslocamento para nova sede fará jus, para indenização
habitualmente pelo interior do Estado.
da despesa de transporte, à percepção da importância
integral correspondente ao valor da tarifa rodoviária no § 2º - Os valores da indenização serão fixados de acordo
mesmo percurso, acrescida de 50% (cinqüenta por cento) com os índices apurados pela Superintendência de
do referido valor por dependente que o acompanhe, até Transportes Oficiais e aprovados pelo Governador.
o máximo de 3 (três).
Art. 188 – A autorização para a utilização da viatura de
§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, a Administração propriedade do funcionário a serviço do Estado será da
fornecerá passagens para o transporte rodoviário dos competência do Secretário de Estado de Administração,
dependentes que comprovadamente não viajem em por intermédio da Superintendência de Transportes
companhia do funcionário. Oficiais, ouvido o órgão interessado.
Art. 185 – Nos deslocamentos a que se refere o artigo Art. 189 – Concedida a autorização, o Estado não se
179, serão custeados pela Administração o transporte do responsabilizará por danos causados a terceiros, ou ao
mobiliário e bagagens do funcionário e de seus veículo, ainda que a ocorrência se verifique em serviço.
dependentes, observado o limite máximo de 12,00m³
Parágrafo único – Todas as despesas decorrentes do uso
(doze metros cúbicos) ou 4.500kg (quatro mil e
do veículo correrão por conta do usuário.
quinhentos quilogramas) por passagem inteira, até o
número de duas, acrescida de 3,00m³ (três metros Art. 190 – Quando convier, o Estado cancelará, em
cúbicos) ou 900kg (novecentos quilogramas) por qualquer época, a atribuição da indenização de despesas
passagem adicional, até o máximo de 3 (três). de transporte, cuja concessão não gerará qualquer
direito à continuidade da respectiva percepção.
Art. 186 – São considerados dependentes do funcionário,
para efeitos desta Subseção: Art. 191 – É vedado o uso de viatura oficial por quem já
seja portador de autorização para utilização de veículo
I – o cônjuge ou a companheira legalmente equiparada;
particular a serviço do Estado.
II – o filho de qualquer condição ou enteado, bem assim
Parágrafo único – A infração do disposto neste artigo
o menor que, mediante autorização judicial, viva sob a
sujeita o funcionário às penalidades cabíveis,
guarda e o sustento do funcionário;
cancelando-se, ainda, a autorização concedida em seu
III – os pais, sem economia própria, que vivam a favor.
expensas do funcionário;
Art. 192 – Ao receber a autorização para utilização de
IV – 1 (um) empregado doméstico, desde que viatura própria em serviço, o usuário assinará, na
comprovada essa condição. Superintendência de Transportes Oficiais, o competente

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“Termo de Compromisso”, submetendo-se aos preceitos Art. 197 – Ao regressar à sede, o funcionário restituirá,
regulamentares da matéria. dentro do prazo de 48 (quarenta e oito) horas, as
importâncias recebidas em excesso.
Parágrafo único – O descumprimento do disposto neste
SEÇÃO V
artigo ocasionará o desconto em folha das importâncias
Das Diárias recebidas em excesso pelo funcionário, sem prejuízo das
sanções disciplinares aplicáveis à espécie.
Art. 193 – Ao funcionário que se deslocar,
temporariamente, em objeto de serviço, da localidade Art. 198 – A concessão indevida de diárias sujeitará a
onde estiver sediada sua unidade administrativa, autoridade que as conceder à reposição de importância
conceder-se-á, além de transporte, diária, a título de correspondente, aplicando-se-lhe, e ao funcionário que
compensação das despesas de alimentação e pousada ou as receber, as cominações estatutárias pertinentes.
somente de alimentação.
CAPÍTULO VI
Parágrafo único – A vantagem de que trata este artigo
Do Direito de Petição
poderá também ser concedida ao servidor contratado,
no exercício de função gratificada, bem como ao Art. 199 – É assegurado ao funcionário o direito de
estagiário. petição em toda a sua amplitude, assim como o de
representar.
Art. 194 – Será concedida diária:
Art. 200 – O requerimento será dirigido à autoridade
I – de alimentação e pousada, nos deslocamentos
competente para decidi-lo e encaminhado por
superiores a 100km (cem quilômetros) de distância da
intermédio daquela a quem estiver imediatamente
sede, desde que o pernoite se realize por exigência do
subordinado o requerente.
serviço;
§ 1º - O erro na indicação da autoridade não prejudicará
II – de alimentação, nos deslocamentos inferiores a
a parte, devendo o processo ser encaminhado, por quem
100km (cem quilômetros) e superiores a 50km
o detiver, à autoridade competente.
(cinqüenta quilômetros) de distância da sede;
§ 2º - Do requerimento constará:
III – em qualquer caso:
1)o nome, cargo, matrícula, unidade administrativa em
a)de alimentação e pousada, quando o afastamento da
que é lotado o funcionário, e sua residência;
sede exceder de 18 (dezoito) horas;
2)os fundamentos, de fato e de direito, da pretenção;
b)de alimentação, quando o afastamento for inferior a 18
(dezoito) e superior a 8 (oito) horas. 3)o pedido, formulado com clareza.
Art. 195 – O valor da diária resultará da incidência de § 3º - Não será recebido, e se o for, não será despachado,
percentuais sobre o valor básico da UFERJ, atendida a sem a prévia satisfação da exigência, o requerimento que
tabela que for expedida por ato do Governador, não contiver as indicações do item 1, do parágrafo
observados, em sua elaboração, a natureza, o local, as anterior.
condições do serviço e o vencimento do funcionário.
§ 4º - O requerimento será instruído com os documentos
Art. 196 – Não se concederá diária: necessários, facultando-se ao funcionário, mediante
petição fundamentada, a respectiva anexação no curso
I – durante o período de trânsito;
do processo.
II – quando o deslocamento se constituir em exigência
§ 5º - Os documentos poderão ser apresentados por
permanente do exercício do cargo ou da função;
cópia, fotocópia, xerocópia ou reprodução permanente
III – quando o município para o qual se deslocar o por processo análogo, autenticada em cartório ou
funcionário seja contíguo ao da sua sede, constituindo- conferida na apresentação pelo servidor que a receber.
se, em relação a este, em unidade urbana e
§ 6º - Excetuam-se da disposição de que trata o
apresentando facilidade de transporte, ressalvadas as
parágrafo precedente as certidões de tempo de serviço,
hipóteses do inciso III do artigo 194;
que serão apresentadas sempre em seus originais, e
IV – quando as despesas do deslocamento correrem por outros documentos que assim sejam exigidos pela
conta de outras entidades subordinadas ou vinculadas à Administração.
Administração Pública.

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§ 7º - Nenhum documento será devolvido sem que dele § 3º - O pedido de reconsideração e o recurso
fique, no processo, cópia ou reprodução autenticada pela hierárquico, quando cabíveis, interrompem a prescrição
repartição. até duas vezes.
Art. 201 – Da decisão que for prolatada caberá, sempre, § 4º - A prescrição interrompida recomeça a correr, pela
pedido de reconsideração. metade do prazo, da data do ato que a interrompeu, ou
do último ato do processo para a interromper.
§ 1º - O pedido de reconsideração será diretamente
encaminhado à autoridade que houver expedido o ato § 5º - Não correrá a prescrição enquanto o processo
ou proferido a decisão, não podendo ser renovado. estiver em estudo.
§ 2º - O requerimento e o pedido de reconsideração Art. 205 – Após despacho decisório, ao funcionário
terão prazo de 8 (oito) dias para sua instrução e interessado ou a seu representante legal é assegurado o
encaminhamento, e serão decididos no prazo máximo de direito de vista do processo administrativo, no recinto do
30 (trinta) dias, salvo em caso que obrigue a realização órgão competente e durante seu horário de expediente.
de diligência ou de estudo especial.
Art. 206 – É assegurada a expedição de certidões de atos
§ 3º - A autoridade que receber o pedido de ou peças de processos administrativos, requeridas para
reconsideração poderá processá-lo como recurso defesa de direito do funcionário ou para esclarecimento
hierárquico, encaminhando-o à autoridade superior. de situações.
Art. 202 – Caberá recurso hierárquico: Art. 207 – A certidão deverá ser requerida com indicação
de finalidade específica a que se destina, a fim de que se
I – do indeferimento do pedido de reconsideração;
possa verificar o legítimo interesse do requerente na sua
II – das decisões sobre os recursos sucessivamente obtenção.
interpostos.
§ 1º - Quando a finalidade da certidão for instruir
§ 1º - Ressalvado o disposto no Decreto-Lei nº 114, de 22 processo judicial, deverão ser mencionados o direito em
de maio de 1975, o recurso será decidido pela autoridade questão, o tipo de ação, o nome das partes e o
imediatamente superior àquela que tiver expedido o ato respectivo juízo, se a ação já tiver sido proposta.
ou proferido a decisão, sucessivamente, em escala
§ 2º - Se o requerimento for assinado por procurador,
ascendente, pelas demais autoridades.
deverá ser juntado o competente instrumento de
§ 2º - No processamento do recurso observar-se-á o mandato.
disposto no § 2º do artigo 201.
Art. 208 – A competência para decidir sobre o pedido de
Art. 203 – O pedido de reconsideração e o recurso certidão é do Secretário de Estado, das autoridades do
hierárquico não têm efeito suspensivo, mas o que for mesmo nível e dos presidentes das autarquias a quem
provido retroagirá, em seus efeitos, à data do ato estiver subordinada a autoridade incumbida de expedi-
impugnado. la, podendo ser delegada.
Art. 204 – O direito de pleitear na esfera administrativa Art. 209 – O pedido de certidão será indeferido quando:
prescreverá:
I – o requerente não tiver interesse legítimo no processo;
I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão,
II – a matéria a certificar se referir a:
cassação de aposentadoria ou disponibilidade e quanto
às questões que envolvam direitos patrimoniais; a)assunto cuja divulgação afete a segurança pública;
II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, b)pareceres ou informações, salvo se a decisão proferida
ressalvados os previstos em leis especiais. aos mesmos se reporte;
§ 1º - Se consumada a prescrição administrativa, poderá c)processo sem decisão final da Administração.
a Administração relevá-la caso seja ilegal o ato
Art. 210 – Caberá o pronunciamento da Procuradoria
impugnado e não estiver exaurido o acesso à via judicial.
Geral do Estado:
§ 2º - Os prazos de prescrição estabelecidos neste artigo
I – nos pedidos de certidões formulados pelo Poder
contar-se-ão da data da ciência do interessado, a qual se
Judiciário;
presumirá da publicação do ato impugnado, ou quando
este for de natureza reservada, da data da ciência do II – no caso de certidões para prova em juízo, se o Estado
interessado, que deverá constar sempre do processo for parte na ação em curso ou a ser proposta;
respectivo.

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III – se a autoridade competente para autorizar a Art. 221 – O funcionário que completar condições para
certidão tiver dúvidas sobre o requerimento, os aposentadoria voluntária fará jus à inclusão, no cálculo
documentos que o instruem ou sobre a maneira de do provento, das vantagens do mais elevado cargo em
atendê-lo. comissão de Direção e Assessoramento Superiores – DAS
ou da função gratificada de Chefia e Assistência
Parágrafo único – Nas hipóteses previstas nos incisos I e
Intermediárias – CAI, que tiver exercido na
III, em que o aludido pronunciamento é obrigatório, a
Administração Direta ou Autárquica no mínimo por um
autoridade, ao encaminhar o processo, deverá instruí-lo
ano, desde que:
previamente com a minuta da certidão a ser expedida.
I – sem interrupção, nos últimos 5 (cinco) anos
Art. 211 – As certidões sobre matéria de pessoal só serão
imediatamente anteriores à passagem para a inatividade,
fornecidas pelo Órgão Central do Sistema de Pessoal
o exercício de cargos em comissão ou funções
Civil, à vista de dados e elementos constantes dos seus
gratificadas;
registros.
II – com interrupção, mas por 10 (dez) anos, o referido
CAPÍTULO VII
exercício.
Da Inatividade
§ 1º - Em se tratando de cargo em comissão, a
SEÇÃO I incorporação da vantagem se fará no valor
correspondente a 70% (setenta por cento) do fixado no
Da Disponibilidade
respectivo símbolo; tratando-se de função gratificada, a
Art. 212 – Extinto o cargo, ou declarada sua vantagem será integralmente incorporada.
desnecessidade, por ato do Poder Executivo, será o
§ 2º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-ão,
funcionário, se estável, colocado em disponibilidade.
igualmente, quaisquer gratificações deferidas ao
§ 1º - O funcionário em disponibilidade perceberá funcionário na qualidade de ocupante de função de
provento proporcional ao tempo de serviço e poderá ser confiança, as quais se incorporarão ao respectivo
aproveitado em cargo de natureza e vencimento provento pelo valor efetivamente percebido.
compatíveis com os do anteriormente ocupado.
Art.122 (Revogado)
§ 2º - Restabelecido o cargo, ainda que modificada a sua
Art.123 (Revogado)
denominação, poderá nele ser aproveitado o funcionário
posto em disponibilidade, quando de sua extinção ou da Art.124 (Revogado)
declaração de sua desnecessidade, ressalvado o direito
TÍTULO VI
de optar por outro cargo em que já tenha sido
aproveitado. Das Concessões
Art. 213 – O funcionário em disponibilidade poderá ser CAPÍTULO I
aposentado.
Disposições Gerais
SEÇÃO II
Da Aposentadoria
Art. 225 - Sem prejuízo do vencimento, direitos e
Art.114 (Revogado) vantagens, o funcionário poderá faltar ao serviço até
(oito) dias consecutivos por motivo de:
Art.115 (Revogado)
I - casamento;
Art.116 (Revogado)
II - falecimento do cônjuge, companheiro ou
Art. 217 – Será aposentado o funcionário que for
companheira, pais, filhos ou irmãos.
considerado inválido para o serviço e não puder ser
readaptado, conforme o previsto no artigo 57. § 1º- Computar-se-ão, para os efeitos deste artigo, os
sábados, domingos e feriados compreendidos no
Art. 218 – A aposentadoria por invalidez será sempre
período.
precedida de licença por período não inferior a 24 (vinte
e quatro) meses, salvo quando ocorrer a hipótese § 2º - A qualidade de companheiro ou companheira,
prevista no artigo 112. exclusivamente para esse efeito, será demonstrada pela
coabitação por prazo mínimo de 02 (dois) anos,
Art.119 (Revogado)
desnecessária em havendo filho comum.
Art.120 (Revogado)

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Art. 226 - Ao licenciado para tratamento de saúde em Art. 231 - O funcionário terá preferência, para sua
virtude de acidente em serviço ou doença profissional, moradia, na locação de imóvel pertencente ao Estado.
que deva ser deslocado de sua sede para qualquer ponto
Parágrafo único - A locação se fará pelo aluguel que for
do território nacional, por exigência do laudo médico,
fixado e mediante concorrência, que versará sobre as
será concedido transporte à conta dos cofres estaduais,
qualificações preferenciais dos candidatos, relativas ao
inclusive para um acompanhante.
número de dependentes, remuneração e tempo de
§ 1º - Será, ainda, concedido transporte à família do serviço público.
funcionário falecido no desempenho do serviço, fora da
Art. 232 - As concessões estabelecidas neste Título
sede de seus trabalhos, inclusive quando no exterior.
aplicam-se:
§ 2º - Correrão, também, por conta do Estado, as
I - aos servidores contratados no exercício de função
despesas com a remoção e com o sepultamento do
gratificada, as constantes dos artigos 225, 226 e 227 e as
funcionário falecido no desempenho do serviço.
dos Capítulos II, III, IV, VI e VII, do Título VI;
Art. 227 - Ao funcionário estudante matriculado em
II - aos estagiários, as dos artigos 225 e 226 e as dos
estabelecimento de ensino de qualquer grau, oficial ou
Capítulos IV, VI e VII, do Título VI.
reconhecido, será permitido faltar ao serviço, sem
prejuízo do seu vencimento ou de quaisquer direitos e
vantagens, nos dias de provas ou de exames, mediante
CAPÍTULO II
apresentação de atestado fornecido pelo respectivo
estabelecimento. Do Salário-Família
Art. 228 - Ao estudante que necessitar mudar de Art. 233 – Salário-família é o auxílio pecuniário especial
domicílio para passar a exercer cargo ou função pública, concedido pelo Estado ao funcionário ou inativo, como
será assegurada transferência do estabelecimento de contribuição ao custeio das despesas de manutenção de
ensino que estiver cursando, para outro da nova sua família.
residência, onde será matriculado em qualquer época,
Parágrafo único – A cada dependente relacionado no
independentemente de vaga, se integrante do sistema
artigo seguinte corresponderá uma cota de salário-
estadual de ensino.
família.
Art. 229 - Os atos que deslocarem ex-offício os
Art. 234 – Conceder-se-á salário-família:
funcionários estudantes de uma para outra cidade
ficarão suspensos, se, na nova sede ou em localidade I – por filho menor de 21 (vinte e um) anos, que não
próxima, não existir estabelecimento congênere, oficial, exerça atividade remunerada;
reconhecido ou equiparado àquele em que o interessado
II – por filho inválido;
esteja matriculado.
III – por filha solteira, separada judicialmente ou
§ 1º - Efetivar-se-á deslocamento se o funcionário
divorciada sem economia própria;
concluir o curso, for reprovado, ou deixar de renovar sua
matrícula. IV – por filho estudante que freqüente curso médio ou
superior e que não exerça atividade lucrativa, até a idade
§ 2º - Anualmente o interessado deverá fazer prova,
de 24 (vinte e quatro) anos;
perante o órgão setorial de pessoal a que esteja
subordinado, de que está matriculado. V – pelo ascendente, sem rendimento próprio, que viva a
expensas do funcionário;
Art. 230 - O funcionário estudante matriculado em
estabelecimento de ensino que não possua curso VI – pela esposa que não exerça atividade remunerada;
noturno, poderá, sempre que possível, ser aproveitado
VII – pelo esposo que não exerça atividade remunerada,
em serviços cujo horário não colida com o relativo ao
por motivo de invalidez permanente;
período das aulas.
VIII – pela companheira, assim conceituada na lei civil.
Parágrafo único - Sendo impossível o aproveitamento a
que se refere o presente artigo, poderá o estudante, com Parágrafo único – Compreendem-se neste artigo o filho
assentimento do respectivo chefe, iniciar o serviço uma de qualquer condição, o enteado, o adotivo e o menor
hora depois do expediente ou dele se retirar uma hora que comprovadamente viva sob a guarda e o sustento do
antes do seu término, conforme o caso, desde que a funcionário.
compense, prorrogando ou antecipando o expediente
Art. 235 – Quando pai e mãe forem funcionários ou
normal. inativos de qualquer órgão público federal, estadual ou

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municipal, e viverem em comum, o salário-família será Parágrafo único – O cancelamento será feito, a
concedido exclusivamente ao pai. requerimento do interessado, nos casos de exercício de
atividade remunerada, falecimento, abandono de lar,
Parágrafo único – Se não viverem em comum, será
casamento, separação judicial ou divórcio do
concedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda;
dependente, respondendo o funcionário ou inativo, civil,
se ambos os tiverem, de acordo com a distribuição dos
penal e administrativamente pela omissão ou inexatidão
dependentes.
de suas declarações.
Art. 236 – Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto e a
Art. 243 – O salário-família, relativo a cada dependente,
madrasta e, na falta deste, os representantes legais dos
será devido a partir do mês em que tiver ocorrido o fato
incapazes ou os que, mediante autorização judicial,
ou ato que lhe deu origem, embora verificado no último
tenham sob sua guarda e sustento os dependentes a que
dia do mês.
se refere o artigo 234.
Art. 244 – Deixará de ser devido o salário-família, relativo
Art. 237 – A cota de salário-família por dependente
a cada dependente, no mês seguinte ao em que se tenha
inválido corresponderá ao triplo da cota normal.
verificado o ato ou fato que haja determinado a sua
Parágrafo único – A invalidez que caracteriza a supressão, embora ocorrido no primeiro dia do mês.
dependência é a comprovada incapacidade total e
CAPÍTULO III
permanente para o trabalho; ou presumida, em caso de
ancianidade. Do Auxílio-Doença
Art. 238 – O salário-família será pago Art. 245 – Após cada período de 12 (doze) meses
independentemente de freqüência do funcionário e não consecutivos de licença para tratamento de saúde, o
poderá sofrer qualquer desconto, nem ser objeto de funcionário terá direito a um mês de vencimento, a título
transação ou consignação em folha de pagamento. de auxílio-doença.
Parágrafo único – O salário-família não está, também, § 1º - Quando ocorrer o falecimento do funcionário, o
sujeito a qualquer imposto ou taxa, nem servirá de base auxílio-doença a que tiver feito jus será pago de acordo
para qualquer contribuição, ainda que de finalidades com as normas que regulam o pagamento de
previdenciária e assistencial. vencimento não recebido.
Art. 239 – O salário-família será pago mesmo nos casos § 2º - O auxílio-doença não sofrerá descontos de
em que o funcionário ou inativo deixar de receber o qualquer espécie, ainda que para fins de previdência e
respectivo vencimento ou provento. assistência.
Art. 240 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o Art. 246 – O tratamento do funcionário acidentado em
salário-família será pago somente em relação a um deles. serviço, acometido de doença profissional ou internado
compulsoriamente para tratamento psiquiátrico, correrá
Art. 241 – Em caso de falecimento do funcionário ou
integralmente por conta dos cofres do Estado, e será
inativo, o salário-família continuará a ser pago aos seus
realizado, sempre que possível, em estabelecimento
beneficiários.
estadual de assistência médica.
Parágrafo único – Se o funcionário ou inativo falecido
§ 1º - Ainda que o funcionário venha a ser aposentado
não se houver habilitado ao salário-família, a
em decorrência de acidente em serviço, de doença
Administração, mediante requerimento de seus
profissional ou de internação compulsória para
beneficiários, providenciará o seu pagamento, desde que
tratamento psiquiátrico, as despesas previstas neste
atendidos os requisitos necessários à concessão desse
artigo continuarão a correr pelos cofres do Estado.
benefício.
§ 2º - Nas hipóteses deste artigo não será devido ao
Art. 242 – O cancelamento do salário-família será feito
funcionário o pagamento do auxílio-doença.
de ofício nos casos de implemento da idade pelo
dependente, salvo se o funcionário ou inativo, no caso de Art. 247 – O titular do órgão competente para a
filho estudante que não exerça atividade remunerada, concessão de licenças médicas aos funcionários do
apresentar comprovação de freqüência de curso Estado decidirá sobre os pedidos de pagamento do
secundário ou superior até 30 (trinta) dias antes de auxílio-doença e do tratamento a que se refere o artigo
completar 21 (vinte e um) anos, e anualmente, por anterior.
ocasião da matrícula escolar, até que atinja 24 (vinte e
Art. 248 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o
quatro) anos.
auxílio-doença devido será pago somente em relação a

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um deles, e calculado sobre o de maior vencimento, se Parágrafo único – Será ainda suspenso o pagamento do
ambos forem estaduais. auxílio quando o funcionário:
CAPÍTULO IV 1)exercer mandato legislativo ou executivo, federal ou
estadual;
Do Auxílio-Funeral
2)exercer mandato municipal e este importar no
Art. 249 – À família do funcionário ou inativo falecido
afastamento do funcionário do exercício de seu cargo;
será concedido auxílio-funeral.
3)for convocado para prestação de serviço militar.
§ 1º - o auxílio será pago:
Art. 255 – O período de 1 (um) ano a que se refere o
1)no valor correspondente a 10 (dez) UFERJs, quando o
inciso I do artigo 253 começa a ser contado a partir da
do vencimento e vantagens ou proventos do falecido for
data em que o funcionário iniciar o exercício na nova
igual ou inferior a esse quantitativo;
sede, recomeçando a contagem do prazo a cada nova
2)no valor correspondente a 20 (vinte) UFERJs, nos designação.
demais casos.
CAPÍTULO VI
§ 2º - A despesa com auxílio-funeral correrá à conta de
Da Pensão Especial em Caso de Morte por Acidente em
dotação orçamentária própria.
Serviço ou Doença Profissional
Art. 250 – Aplica-se ao auxílio-funeral a norma
Art. 256 – Aos beneficiários do funcionário falecido em
estabelecida no artigo 248.
conseqüência de acidente ocorrido em serviço ou doença
§ 1º - Se as despesas do funeral não forem ocorridas por nele adquirida, é assegurada pensão mensal equivalente
pessoa da família do funcionário ou inativo, o respectivo ao vencimento mais as vantagens percebidas em caráter
auxílio será pago a quem as tiver comprovadamente permanente, por ocasião do óbito.
realizado.
Art. 257 – A prova das circunstâncias do falecimento será
§ 2º - O pagamento do auxílio-funeral obedecerá a feita por junta médica oficial, que se valerá, se
processo sumaríssimo, concluído no prazo de 48 necessário, de laudo médico-legal, além da comprovação
(quarenta e oito) horas da apresentação da certidão de a que se refere o § 3º do artigo 115, quando for o caso.
óbito e documentos que comprovem a satisfação da
Art. 258 – Do valor da pensão concedida serão abatidas
despesa pelo requerente, incorrendo em pena de
as importâncias correspondentes à pensão recebida do
suspensão o responsável pelo retardamento.
IPERJ.
CAPÍTULO V
Parágrafo único – Em nenhuma hipótese, a soma das
Do Auxílio-Moradia pensões será inferior ao valor do salário-mínimo vigente
na capital do Estado.
Art. 251 – Será concedido auxílio-moradia ao funcionário
que for designado ex officio para ter exercício definitivo Art. 259 – O disposto neste Capítulo aplica-se, também,
em nova sede e nesta não vier a residir em imóvel aos beneficiários do inativo, quando o evento morte for
pertencente ao Poder Público. conseqüência direta de acidente em serviço ou doença
profissional.
Art. 252 – O auxílio-moradia corresponderá a 20% (vinte
por cento) do vencimento-base do funcionário.
Art. 253 – O pagamento do auxílio-moradia é devido a CAPÍTULO VII
partir da data em que o funcionário passar a ter exercício
Do Prêmio por Sugestões de Interesse da Administração
na nova sede e cessará:
Art. 260 – A Administração estimulará a apresentação,
I – quando completar 1 (um) ano de serviço na nova
por parte de funcionários, de sugestões e trabalhos que
sede;
visem ao aumento da produtividade e à redução de
II – quando passar a residir em imóvel pertencente ao custos operacionais do serviço público.
Poder Público.
Art. 261 – Será estabelecido um prêmio anual, em
Art. 254 – O auxílio-moradia, pago mensalmente junto importância a ser fixada pelo Governador, destinado ao
com vencimento do funcionário, será suspenso nas trabalho que melhor se ajustar às finalidades de sua
hipóteses previstas nos incisos III, IV, V, XVIII e XX do instituição, nos termos de regulamentação própria a ser
artigo 79. baixada pelo Secretário de Estado de Administração.

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Art. 262 – Caberá a uma Comissão, composta de 5 (cinco) Parágrafo único – Para execução do disposto neste artigo
membros, de reconhecida competência em técnicas de poderão ser celebrados convênios com entidades
administração, avaliar e julgar os trabalhos recebidos. públicas ou privadas.
§ 1º - Anualmente será designada a Comissão por ato do Art. 268 – Legislação especial estabelecerá os planos,
Secretário de Estado de Administração, que indicará seu bem como as condições de organização e funcionamento
Presidente. dos serviços assistenciais referidos neste Título.
§ 2º - Integração a Comissão, indicados pelos respectivos Art. 269 – Nos trabalhos insalubres executados pelos
titulares, além do seu Presidente, representantes das servidores do Estado, este é obrigado a fornecer-lhes,
Secretarias de Governo, de Planejamento e Coordenação gratuitamente, os equipamentos próprios exigidos pelas
Geral e de Fazenda e da Fundação Escola de Serviço disposições específicas relativas à higiene e segurança do
Público do Estado do Rio de Janeiro. trabalho.
§ 3º - O julgamento da Comissão será irrecorrível. Parágrafo único – Os equipamentos de que trata este
artigo serão de uso obrigatório pelos servidores do
Art. 263 – Ao autor do trabalho premiado se reconhecerá
Estado, sob pena de suspensão.
a relevância do serviço e o respectivo prêmio será
entregue em ato solene, no dia 28 de outubro. Art. 270 – Aos servidores contratados no exercício de
função gratificada, e aos estagiários, aplicam-se as
Art. 264 – Não será distribuído o prêmio no ano em que
disposições dos incisos IV, VII e VIII, do artigo 266, e as do
os trabalhos apresentados forem julgados insatisfatórios
artigo 269.
pela Comissão.
Parágrafo único – Aplica-se, ainda, aos servidores
TÍTULO VII
contratados quando no exercício de função gratificada, e
Da Previdência e da Assistência aos estagiários a que se refere o § 1º, do artigo 10, o
estabelecido nos incisos I e VI, do artigo 266.
CAPÍTULO ÚNICO
TÍTULO VIII
Art. 265 – O Estado prestará assistência ao funcionário,
ao inativo, e a suas famílias. Do Regime Disciplinar
Art. 266 – Entre as formas de assistência incluem-se: CAPÍTULO I
I – assistência médica, farmacêutica, dentária e Da Acumulação
hospitalar, além de outras julgadas necessárias, inclusive
Art. 271 – É vedada a acumulação remunerada de cargos
em sanatórios e creches;
e funções públicas, exceto a de:
II – a manutenção obrigatória dos sistemas
I – um cargo de juiz com outro de magistério superior;
previdenciários e de seguro social, em favor de todos os
funcionários e inativos; II – dois cargos de professor;
III – plano de seguro compulsório para complementação III – um cargo de professor com outro técnico ou
de proventos e pensões; científico
IV – assistência judiciária; IV – dois cargos privativos de médico.
V – financiamento para aquisição de imóvel destinado à § 1º - A acumulação, em qualquer dos casos, só é
residência; permitida quando haja correlação de matérias e
compatibilidade de horários.
VI – auxílio para a educação dos dependentes;
§ 2º - A proibição de acumular se estende a cargos,
VII – cursos e centros de treinamento, aperfeiçoamento
funções de qualquer modalidade ou empregos no Poder
e especialização profissional;
Público Federal, Estadual ou Municipal, da Administração
VIII – centros de aperfeiçoamento moral e cultural dos Centralizada ou Autárquica, inclusive em sociedade de
funcionários e suas famílias, fora das horas de trabalho. economia mista e empresas públicas.
Art. 267 – A assistência, sob qualquer das formas, será § 3º - A supressão do pagamento relativo a um dos
prestada diretamente pelo Estado ou através de cargos, funções ou empregos referidos no parágrafo
instituições próprias, criadas por lei, às quais poderá o anterior, não descaracteriza a proibição de acumular,
funcionário ou inativo ser obrigatoriamente filiado. salvo nas hipóteses previstas no § 1º do artigo 10, nos
artigos 23 e 24, e no § 4º, do artigo 35.

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Art. 272 – O funcionário não poderá participar de mais serão consideradas na forma do parágrafo único do
de um órgão de deliberação coletiva, com direito à artigo 278.
remuneração, seja qual for a natureza desta, nem
Art. 278 – A correlação de matéria pressupõe a existência
exercer mais de uma função gratificada.
de relação íntima e recíproca entre os conhecimentos
Art. 273 – Fica excluído da proibição de acumular específicos, cujo ensino ou aplicação constitua atribuição
provento o aposentado quanto ao exercício de mandato principal dos cargos acumuláveis, de sorte que o
eletivo, cargo em comissão, função gratificada, ou ao exercício simultâneo favoreça o melhor desempenho de
contrato para prestação de serviços técnicos ou ambos os cargos.
especializados, bem quanto à participação em órgão de
Parágrafo único – Tal relação não se haverá por
deliberação coletiva.
presumida, mas terá de ficar provada mediante consulta
Parágrafo único – Exceto quanto ao exercício de a dados objetivos, tais como os programas de ensino, no
mandato eletivo, o disposto neste artigo não se aplica ao caso de professor, e as atribuições legais, regulamentares
aposentado compulsoriamente, nem ao aposentado por ou regimentais do cargo, no caso de cargo técnico ou
invalidez, se não cessadas as causas determinantes de científico.
sua aposentadoria.
Art. 279 – Para os efeitos deste Capítulo, a expressão
Art. 274 – Não se compreende na proibição de acumular, “cargo” compreende os cargos, funções ou empregos
nem está sujeita a quaisquer limites, a percepção: referidos no § 2º do artigo 271.
I – conjunta, de pensões civis ou militares; Art. 280 – A compatibilidade de horários será
reconhecida quando houver possibilidade do exercício
II – de pensões, com vencimento ou salário;
dos dois cargos, em horários diversos, sem prejuízo do
III – de pensões, com provento de disponibilidade, número regulamentar de horas de trabalhos
aposentadoria, jubilação ou reforma; determinado para cada um.
IV – de proventos resultantes de cargos legalmente § 1º - A verificação dessa compatibilidade far-se-á tendo
acumuláveis; em vista o horário do servidor na unidade administrativa
em que estiver lotado, ainda que ocorra a hipótese de
V – de provento, com vencimento nos casos de
estar dela legalmente afastado.
acumulação legal.
§ 2º - No caso de cargos a serem exercidos no mesmo
Art. 275 – Cargo técnico ou científico é aquele para cujo
local ou em municípios diferentes, levar-se-á em conta a
exercício seja indispensável e predominante a aplicação
necessidade de tempo para a locomoção entre um e
de conhecimento científico ou artístico de nível superior
outro.
de ensino.
Art. 281 – O funcionário que ocupe dois cargos em
Parágrafo único – Considera-se, também, como técnico
regime de acumulação legal poderá ser investido em
ou científico:
cargo em comissão, desde que, com relação a um deles,
1)o cargo para cujo exercício seja exigida habilitação em continue no exercício de suas atribuições, observado
curso legalmente classificado como técnico, de segundo sempre o disposto no artigo anterior.
grau ou de nível superior de ensino;
§ 1º - Ocorrendo a hipótese, o ato de provimento do
2)o cargo de direção, privativo de ocupante de cargo funcionário mencionará em qual das duas condições
técnico ou científico. funcionais está sendo nomeado para que, em relação ao
outro cargo, seja observado o disposto neste artigo.
Art. 276 – Cargo de Professor é o que tem como
atribuição principal e permanente lecionar em qualquer § 2º - O tempo de serviço, bem como quaisquer direitos
grau ou ramo de ensino legalmente previsto. ou vantagens adquiridos em função de determinada
situação jurídica, são insuscetíveis de serem computados
Parágrafo único – Inclui-se, também, para efeito de
ou usufruídos em outras, salvo se extinto seu fato
acumulação, o cargo de direção privativo de professor.
gerador.
Art. 277 – A simples denominação de “técnico” ou
§ 3º - Se computados na hipótese do parágrafo anterior,
“científico” não caracteriza como tal o cargo que não
in fine, em determinada situação, a ela ficarão
satisfizer às condições dos artigos 275 e 276.
indissoluvelmente ligados, ressalvado o caso de ocorrer
Parágrafo único – As atribuições do cargo, para efeito de também sua extinção.
reconhecimento de seu caráter técnico ou científico,
Art. 282 – Verificada, em processo administrativo
disciplinar, a acumulação proibida, e provada a boa fé, o

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funcionário optará por um dos cargos, sem obrigação de XIII – guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos
restituir. de natureza reservada de que tenha conhecimento em
razão do cargo ou função;
§ 1º - Provada a má fé, além de perder ambos os cargos,
restituirá o que tiver percebido indevidamente pelo XIV – submeter-se à inspeção médica determinada por
exercício do cargo que gerou a acumulação. autoridade competente, salvo justa causa.
§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, se o cargo CAPÍTULO III
gerador da acumulação proibida for de outra esfera de
Das Proibições
Poder Público, o funcionário restituirá o que houver
percebido desde a acumulação ilegal. Art. 286 – Ao funcionário é proibido:
§ 3º - Apurada a má fé do inativo, este sofrerá a cassação I – referir-se de modo depreciativo, em informação,
de sua aposentadoria ou disponibilidade, obrigado, parecer ou despacho, às autoridades e atos da
ainda, a restituir o que tiver recebido indevidamente. Administração Pública, ou censurá-los, pela imprensa ou
qualquer outro órgão de divulgação pública, podendo,
Art. 283 – A inexatidão das declarações feitas pelo
porém, em trabalho assinado, criticá-los, do ponto de
funcionário no cumprimento da exigência constante do
vista doutrinário ou da organização do serviço;
inciso IV, do artigo 15, constituirá presunção de má fé,
ensejando, de logo, a suspensão do pagamento do II – retirar, modificar ou substituir livro ou documento de
respectivo vencimento e vantagens, ou provento. órgão estadual, com o fim de criar direito ou obrigação,
ou de alterar a verdade dos fatos, bem como apresentar
Art. 284 – As acumulações serão objeto de estudo e
documento falso com a mesma finalidade;
parecer individuais por parte do órgão estadual para esse
fim criado, que fará a apreciação de sua legalidade, ainda III – valer-se do cargo ou função para lograr proveito
que um dos cargos integre os quadros de outra esfera de pessoal em detrimento da dignidade da função pública;
poder.
IV – coagir ou aliciar subordinados com objetivo de
CAPÍTULO II natureza partidária;
Dos Deveres V – participar de diretoria, gerência, administração,
conselho técnico ou administrativo, de empresa ou
Art. 285 – São deveres do funcionário:
sociedade:
I – assiduidade;
1)contratante, permissionária ou concessionária de
II – pontualidade; serviço público;
III – urbanidade; 2)fornecedora de equipamento ou material de qualquer
natureza ou espécie, a qualquer órgão estadual;
IV – discrição;
3)de consultoria técnica que execute projetos e estudos,
V – boa conduta;
inclusive de viabilidade, para órgãos públicos.
VI – lealdade e respeito às instituições constitucionais e
VI – praticar a usura, em qualquer de suas formas, no
administrativas a que servir;
âmbito do serviço público;
VII – observância das normas legais e regulamentares;
VII – pleitear, como procurador ou intermediário, junto
VIII – observância às ordens superiores, exceto quando aos órgãos estaduais, salvo quando se tratar de
manifestamente ilegais; percepção de vencimento, remuneração, provento ou
vantagem de parente, consangüíneo ou afim, até o
IX – levar ao conhecimento de autoridade superior
segundo grau civil;
irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ou
função; VIII – exigir, solicitar ou receber propinas, comissões,
presentes ou vantagens de qualquer espécie em razão do
X – zelar pela economia e conservação do material que
cargo ou função, ou aceitar promessa de tais vantagens;
lhe for confiado;
IX – revelar fato ou informação de natureza sigilosa, de
XI – providenciar para que esteja sempre em ordem, no
que tenha ciência em razão do cargo ou função, salvo
assentamento individual, sua declaração de família;
quando se tratar de depoimento em processo judicial,
XII – atender prontamente às requisições para defesa da policial ou administrativo;
Fazenda Pública e à expedição de certidões para defesa
de direito;

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X – cometer à pessoa estranha ao serviço do Estado, Art. 291 – As cominações civis, penais e disciplinares
salvo nos casos previstos em lei, o desempenho de poderão cumular-se, sendo umas e outras
encargo que lhe competir ou a seus subordinados; independentes entre si, bem assim as instâncias civil,
penal e administrativa.
XI – dedicar-se, nos locais e horas de trabalho, a
palestras, leituras ou quaisquer outras atividades Parágrafo único – Só é admissível, porém, a ação
estranhas ao serviço, inclusive ao trato de interesses de disciplinar ulterior à absolvição no juízo penal, quando,
natureza particular; embora afastada a qualificação do fato com crime,
persista, residualmente, falta disciplinar.
XII – deixar de comparecer ao trabalho sem causa
justificada; CAPÍTULO V
XIII – empregar material ou quaisquer bens do Estado em Das Penalidades
serviço particular;
Art. 292 – São penas disciplinares:
XIV – retirar objetos de órgãos estaduais, salvo quando
I – advertência;
autorizado por escrito pela autoridade competente;
II – repreensão;
XV – fazer cobranças ou despesas em desacordo com o
estabelecido na legislação fiscal e financeira; III – suspensão;
XVI – deixar de prestar declaração em processo VI – multa;
administrativo disciplinar, quando regularmente
V – destituição de função;
intimado;
VI – demissão;
XVII – exercer cargo ou função pública antes de
atendidos os requisitos legais, ou continuar a exercê-lo, VII – cassação de aposentadoria, jubilação e
sabendo-o indevidamente. disponibilidade.
CAPÍTULO IV Art. 293 – Na aplicação das penas disciplinares serão
consideradas a natureza e a gravidade da infração, os
Da Responsabilidade
danos que dela provierem para o serviço público e os
Art. 287 – Pelo exercício irregular de suas atribuições, o antecedentes funcionais do servidor.
funcionário responde civil, penal e administrativamente.
Parágrafo único – As penas impostas ao funcionário
Art. 288 – A responsabilidade civil decorre de serão registradas em seus assentamentos.
procedimento doloso ou culposo que importe em
Art. 294 – A pena de advertência será aplicada
prejuízo da Fazenda Estadual ou de terceiros.
verbalmente em casos de negligência e comunicada ao
§ 1º - Ressalvado o disposto no artigo 148, in fine, o órgão de pessoal.
prejuízo causado à Fazenda estadual, no que exceder os
Art. 295 – A pena de repreensão será aplicada por escrito
limites da fiança, poderá ser ressarcido mediante
em casos de desobediência ou falta de cumprimento dos
desconto em prestações mensais não excedentes da
deveres, bem como de reincidência específica em
décima parte do vencimento ou remuneração, à falta de
transgressão punível com pena de advertência.
outros bens que respondam pela indenização.
Parágrafo único – Havendo dolo ou má fé, a falta de
§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiros,
cumprimento dos deveres será punida com pena de
responderá o funcionário perante a Fazenda Estadual em
suspensão.
ação regressiva proposta depois de transitar em julgado
a decisão que houver condenado a Fazenda a indenizar o Art. 296 – A pena de suspensão será aplicada nos casos
terceiro prejudicado. de:
Art. 289 – A responsabilidade penal abrange os crimes e I – falta grave;
contravenções imputados ao funcionário nessa
II – desrespeito a proibições que, pela sua natureza, não
qualidade.
ensejarem pena de demissão;
Art. 290 – A responsabilidade administrativa resulta de
III – reincidência em falta já punida com repreensão.
atos praticados ou omissões ocorridas no desempenho
do cargo ou função, ou fora dele, quando § 1º - A pena de suspensão não poderá exceder a 180
comprometedores da dignidade e do decoro da função (cento e oitenta) dias.
pública.

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§ 2º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens da ação disciplinar que couber, na forma do parágrafo
e direitos decorrentes do exercício do cargo. único do artigo 291.
§ 3º - Quando houver conveniência para o serviço, a § 4º - Será, ainda, demitido o funcionário que, nos
pena de suspensão, por iniciativa do chefe imediato do termos da lei penal, incorrer na pena acessória de perda
funcionário, poderá ser convertida em multa, na base de da função pública.
50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou
Art. 299 – O ato de demissão mencionará sempre a causa
remuneração, obrigado, nesse caso, o funcionário a
da penalidade.
permanecer no serviço durante o número de horas de
trabalho normal. Art. 300 – Conforme a gravidade da falta, a demissão
poderá ser aplicada com a nota “a bem do serviço
Art. 297 – A destituição de função dar-se-á quando
público”.
verificada falta de exação no cumprimento do dever.
Art. 301 – A pena de cassação de aposentadoria,
Parágrafo único – O disposto neste artigo não impede a
jubilação ou de disponibilidade será aplicada se ficar
aplicação da pena disciplinar cabível quando o destituído
provado, em processo administrativo disciplinar, que o
for, também, ocupante de cargo efetivo.
aposentado ou disponível:
Art. 298 – A pena de demissão será aplicada nos casos
I – praticou, quando ainda no exercício do cargo, falta
de:
suscetível de determinar demissão;
I – falta relacionada no art. 286, quando de natureza
II – aceitou, ilegalmente, cargo ou função pública,
grave, a juízo da autoridade competente, e se
provada a má fé;
comprovada má fé;
III – perdeu a nacionalidade brasileira, ou, se português,
II – incontinência pública e escandalosa ou prática de
for de declarada extinta a igualdade de direitos e
jogos proibidos;
obrigações civis e do gozo de direitos políticos.
III – embriaguez, habitual ou em serviço;
Parágrafo único – Será cassada a disponibilidade do
IV – ofensa física, em serviço, contra funcionário ou funcionário que não assumir, no prazo legal, o exercício
particular, salvo em legítima defesa; do cargo ou função em que for aproveitado.
V – abandono de cargo; Art. 302 – São competentes para aplicação de penas
disciplinares:
VI – ausência ao serviço, sem causa justificada, por 60
(sessenta) dias, interpoladamente, durante o período de I – O Governador, em qualquer caso e, privativamente,
12 (doze) meses; nos casos de demissão, cassação de aposentadoria,
jubilação ou disponibilidade;
VII – insubordinação grave em serviço;
II – os Secretários de Estado e demais titulares de órgãos
VIII – ineficiência comprovada, com caráter de
diretamente subordinados ao Governador em todos os
habitualidade, no desempenho dos encargos de sua
casos, exceto nos de competência privativa do
competência;
Governador;
IX – desídia no cumprimento dos deveres.
III – os dirigentes de unidades administrativas em geral,
§ 1º - Considera-se abandono de cargo a ausência ao nos casos de penas de advertência, repreensão,
serviço, sem justa causa, por 30 (trinta) dias suspensão até 30 (trinta) dias e multa correspondente.
consecutivos.
§ 1º - A aplicação da pena de destituição de função
§ 2º - Entender-se-á por ausência ao serviço, com justa caberá à autoridade que houver feito a designação do
causa, a que assim for considerada após a devida funcionário.
comprovação em processo administrativo disciplinar,
§ 2º - Nos casos dos incisos II e III, sempre que a pena
caso em que as faltas serão justificadas apenas para fins
decorrer de processo administrativo disciplinar, a
disciplinares
competência para decidir e para aplicá-la é do Secretário
§ 3º - A demissão aplicada nas hipóteses previstas nos de Estado de Administração.
incisos I a IX, quando estas tiverem uma configuração
Art. 303 – Prescreverá:
penal típica, será cancelada e o funcionário reintegrado
administrativamente, se e quando o pronunciamento da I – em 2 (dois) anos, a falta sujeita às penas de
Justiça for favorável ao indiciado, sem prejuízo, porém, advertência, repreensão, multa ou suspensão;
II – em 5 (cinco) anos, a falta sujeita:

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1)à pena de demissão ou destituição de função; desfalque haja oferecido as necessárias garantias de
indenização.
2)à cassação da aposentadoria, jubilação ou
disponibilidade. Art. 308 – A suspensão preventiva até 30 (trinta) dias
será ordenada pelas autoridades mencionadas no artigo
§ 1º - A falta também prevista como crime na lei penal
308, desde que o afastamento do funcionário seja
prescreverá juntamente com este.
necessário para que este não venha a influir na apuração
§ 2º - O curso da prescrição começa a fluir da data do da falta.
evento punível disciplinarmente, ou do seu
§ 1º - A suspensão de que trata este artigo poderá, ainda,
conhecimento, e interrompe-se pela abertura de
ser ordenada pelo Secretário de Estado de
processo administrativo disciplinar.
Administração, no ato de instauração de processo
TÍTULO IX administrativo disciplinar, e estendida até 90 (noventa)
dias, findos os quais cessarão automaticamente os
Do Processo Administrativo Disciplinar e da sua Revisão
efeitos da mesma, ainda que o processo não esteja
CAPÍTULO I concluído.
Disposições Gerais § 2º - O funcionário suspenso preventivamente poderá
ser administrativamente preso.
Art. 304 – Poder disciplinar é a faculdade conferida ao
Administrador Público com o objetivo de possibilitar a § 3º - Não estando preso administrativamente, o
prevenção e repressão de infrações funcionais de seus funcionário que responder por malversação ou alcance
subordinados, no âmbito interno da Administração. de dinheiro ou valores públicos será sempre suspenso
preventivamente, e seu afastamento se prolongará até a
Art. 305 – Constitui infração disciplinar toda ação ou
decisão final do processo administrativo disciplinar.
omissão do funcionário capaz de comprometer a
dignidade e o decoro da função pública, ferir a disciplina Art. 309 – A prisão administrativa e a suspensão
e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou preventiva são medidas acautelatórias e não constituem
causar dano à Administração Pública. pena.
Art. 306 – A autoridade que tiver ciência de qualquer Art. 310 – O funcionário, afastado em decorrência das
irregularidade no serviço público é obrigada a promover- medidas acautelatórias referidas no artigo anterior, terá
lhe a apuração imediata, por meios sumários ou direito:
mediante processo administrativo disciplinar.
I – à contagem de tempo de serviço relativo ao
CAPÍTULO II afastamento, desde que reconhecida sua inocência
afinal;
Da Prisão Administrativa e da Suspensão Preventiva
II – à contagem do tempo de serviço relativo à suspensão
Art. 307 – Cabe aos Secretários de Estado e demais
preventiva, se do processo resultar pena disciplinar de
dirigentes de órgãos diretamente subordinados ao
advertência ou repreensão;
Governador ordenar, fundamentalmente e por escrito, a
prisão administrativa do funcionário responsável pelo III – à contagem do período de afastamento que exceder
alcance, desvio ou omissão em efetuar as entradas, nos do prazo da suspensão disciplinar aplicada.
devidos prazos, de dinheiro ou valores pertencentes à
§ 1º - O cômputo do tempo de serviço nos termos deste
Fazenda Estadual ou que se acharem sob a guarda desta.
artigo implica o direito à percepção do vencimento e
§ 1º - A autoridade que ordenar a prisão comunicará vantagens no período correspondente.
imediatamente o fato à autoridade judiciária competente
§ 2º - Será computado na duração da pena ou suspensão
e providenciará no sentido de ser realizado, com
disciplinar imposta o período de afastamento decorrente
urgência, o processo de tomada de contas.
de medida acautelatória.
§ 2º - A prisão administrativa, que será cumprida em
§ 3º - Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, o
estabelecimento especial e não excederá de 90 (noventa)
funcionário restituirá, na proporção do que houver
dias, será relaxada tão logo seja efetuada a reposição do
recebido, o vencimento e vantagens percebidos na forma
quantum relativo ao alcance ou desfalque.
do disposto no inciso I, do artigo 145.
§ 3º - Não se ordenará a prisão administrativa quando o
CAPÍTULO III
valor da fiança seja suficiente para garantir o
ressarcimento de prejuízo causado à Fazenda Estadual, Da Apuração Sumária de Irregularidade
ou quando o responsável pela malversação, alcance ou

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Art. 311 – A apuração sumária por meio de sindicância exclusivamente, de modo claro e ordenado, os
não ficará adstrita ao rito determinado para o processo elementos fáticos colhidos ao curso da sindicância,
administrativo disciplinar, constituindo-se em simples abstendo-se o relator de quaisquer observações ou
averiguação. conclusões de cunho jurídico, deixando à autoridade
competente a capitulação das eventuais transgressões
Parágrafo único – A critério da autoridade que a
disciplinares verificadas.
instaurar, e segundo a importância maior ou menor do
evento, a sindicância poderá ser realizada por um único Art. 319 – Recebido o relatório, caso tenha sido
funcionário ou por uma Comissão de 3 (três) servidores, configurada irregularidade e identificado o seu autor, a
preferivelmente efetivos. autoridade que houver promovido a sindicância aplicará,
de imediato, a pena disciplinar cabível, ressalvada a
Art. 312 – A instauração de sindicância não impede a
hipótese prevista no artigo 313.
adoção imediata, através de comunicação à autoridade
competente, das medidas acautelatórias previstas no CAPÍTULO IV
Capítulo II, deste Título.
Do Processo Administrativo Disciplinar
Art. 313 – Se, no curso da apuração sumária, ficar
evidenciada falta punível com pena superior à de
suspensão por mais de 30 (trinta) dias, ou multa Art. 320 – O processo administrativo disciplinar
correspondente, o responsável pela apuração precederá sempre a aplicação das penas de suspensão
comunicará o fato ao superior imediato que solicitará, por mais de 30 (trinta) dias, destituição de função,
pelos canais competentes, a instauração de processo demissão, cassação de aposentadoria, jubilação ou
administrativo disciplinar. disponibilidade.
Art. 314 – São competentes para determinar a apuração Art. 321 – A determinação de instauração do processo
sumária de irregularidades, ocorridas no serviço público administrativo disciplinar é da competência do Secretário
do Estado, os dirigentes de unidades administrativas até de Estado de Administração, inclusive em relação a
o nível de Chefe de Seção. servidores autárquicos.
§ 1º - Se o fato envolver a pessoa do chefe da unidade Art. 322 – Promoverá o processo uma das Comissões
administrativa, a abertura de sindicância caberá ao Permanentes de Inquérito Administrativo da Secretaria
superior hierárquico imediato. de Estado de Administração.
§ 2º - Em qualquer caso, a designação será feita por Parágrafo único – Não se aplica a regra estabelecida
escrito. neste artigo aos casos previstos no parágrafo único do
artigo anterior.
Art. 315 – O sindicante deverá colher todas as
informações necessárias, ouvindo o denunciante, à Art. 323 – Se, de imediato ou no curso do processo
autoridade que ordenou a sindicância, quando administrativo disciplinar, ficar evidenciado que a
conveniente; o suspeito, se houver; os servidores e os irregularidade envolve crime, a autoridade instauradora
estranhos eventualmente relacionados com o fato, bem ou o Presidente da Comissão a comunicará ao Ministério
como procedendo à juntada do expediente de Público.
instauração da sindicância e de quaisquer documentos
Parágrafo único – Quando a autoridade policial tiver
capazes de bem esclarecer o ocorrido.
conhecimento de crime praticado por funcionário
Art. 316 – Por se tratar de apuração sumária, as público com violação de dever inerente ao cargo, ou com
declarações do servidor suspeito serão recebidas abuso de poder, fará comunicação do fato à autoridade
também como defesa, dispensada a citação para tal fim, administrativa competente para a instauração do
assegurada, porém, a juntada pelo mesmo, no prazo de 5 processo disciplinar cabível.
(cinco) dias, de quaisquer documentos que considere
Art. 324 – O processo administrativo disciplinar deverá
úteis.
estar concluído no prazo de 90 (noventa) dias, contados
Art. 317 – A sindicância não poderá exceder o prazo de da data em que os autos chegarem à Comissão
30 (trinta) dias, prorrogável uma única vez até 8 (oito) prorrogáveis sucessivamente por períodos de 30 (trinta)
dias em caso de força maior, mediante justificativa à dias, até o máximo de 3 (três), em caso de força maior e
autoridade que houver determinado a sindicância. a juízo do Secretário de Estado de Administração.
Art. 318 – Comprovada a existência ou inexistência de § 1º - A não observância desses prazos não acarretará
irregularidades deverá ser, de imediato, apresentado nulidade do processo, importando, porém, quando não
relatório de caráter expositivo, contendo,

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se tratar de sobrestamento, em responsabilidade estável, bacharel em Direito, para promover-lhe a defesa,


administrativa dos membros da Comissão. ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro
de sua confiança ou a si mesmo, na hipótese da parte
§ 2º - O sobrestamento do processo administrativo
final do caput do artigo anterior.
disciplinar só ocorrerá em caso de absoluta
impossibilidade de prosseguimento, a juízo do Secretário Art. 332 – Em caso de revelia, o Presidente da Comissão
de Estado de Administração. designará, de ofício, um funcionário efetivo, bacharel em
Direito, para defender o indiciado.
Art. 325 – Os órgãos estaduais, sob pena de
responsabilidade de seus titulares, atenderão com a § 1º - O defensor do acusado, quando designado pelo
máxima presteza às solicitações da Comissão, inclusive Presidente da Comissão, não poderá abandonar o
requisição de técnicos e peritos, devendo comunicar processo senão por motivo imperioso, sob pena de
prontamente a impossibilidade de atendimento em caso responsabilidade.
de força maior.
§ 2º - A falta de comparecimento do defensor, ainda que
Art. 326 – A Comissão assegurará, no processo motivada, não determinará o adiantamento de ato algum
administrativo disciplinar, o sigilo necessário à elucidação do processo, devendo o Presidente da Comissão designar
do fato ou o exigido pelo interesse da Administração. substituto, ainda que provisoriamente ou para só o
efeito do ato.
Art. 327 – Quando a infração deixar vestígio, será
indispensável o exame pericial, direto ou indireto, não Art. 333 – Para assistir pessoalmente aos atos
podendo supri-lo a confissão do acusado. processuais, fazendo-se acompanhar de defensor, se
assim o quiser, o acusado será sempre intimado, e
Parágrafo único – A autoridade julgadora não ficará
poderá, nas inquirições, levantar contradita, formular
adstrita ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no
perguntas e reinquirir testemunhas; nas perícias
todo ou em parte.
apresentar assistente e formular quesitos cujas respostas
Art. 328 – A acareação será admitida entre acusados, integrarão o laudo; e fazer juntada de documentos em
entre acusados e testemunhas e entre testemunhas, qualquer fase do processo.
sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos
Parágrafo único – Se, nas perícias, o assistente divergir
ou circunstâncias relevantes.
dos resultados, poderá oferecer observações escritas que
Parágrafo único – Os acareados serão reperguntados, serão examinadas no relatório final e na decisão.
para que expliquem os pontos de divergência, reduzindo-
Art. 334 – No interrogatório do acusado, seu defensor
se a termo o ato de acareação.
não poderá intervir de qualquer modo nas perguntas e
Art. 329 – Ultimada a instrução, será feita, no prazo de 3 nas respostas.
(três) dias, a citação do indiciado para apresentação de
Art. 335 – Antes de indiciado, o funcionário intimado a
defesa no prazo de 10 (dez) dias, sendo-lhe facultada
prestar declarações à Comissão poderá fazer-se
vista do processo, durante todo esse período, na sede da
acompanhar de advogado, que, entretanto, observará o
Comissão.
disposto no artigo anterior.
§ 1º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será
Parágrafo único – Não se deferirá, nessa fase, qualquer
comum e de 20 (vinte) dias.
diligência requerida.
§ 2º - Estando o indiciado em lugar incerto, será citado
Art. 336 – Concluída a defesa, a Comissão remeterá o
por edital, publicado 3 (três) vezes no órgão oficial de
processo à autoridade competente, com relatório onde
imprensa durante 15 (quinze) dias, contando-se o prazo
será exposta a matéria de fato e de direito, concluindo
de 10 (dez) dias para a defesa da última publicação.
pela inocência ou responsabilidade do indiciado,
§ 3º - O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo indicando, no último caso, as disposições legais que
dobro, para diligências consideradas imprescindíveis. entender transgredidas e a pena que julgar cabível.
Art. 330 – Nenhum acusado será julgado sem defesa, que Art. 337 – Recebido o processo, o Secretário de Estado
poderá ser produzida em causa própria. de Administração proferirá a decisão no prazo de 20
(vinte) dias, ou o submeterá, no prazo de 8 (oito) dias, ao
Parágrafo único – A constituição de defensor
Governador, para que julgue nos 20 (vinte) dias seguintes
independerá de instrumento de mandato, se o acusado o
ao seu recebimento.
indicar por ocasião do interrogatório.
Parágrafo único – A autoridade julgadora decidirá à vista
Art. 331 – Sempre que o acusado requeira, será
dos fatos apurados pela Comissão, não ficando, todavia,
designado pelo Presidente da Comissão um funcionário
vinculada às conclusões do relatório.

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Art. 338 – Quando a autoridade julgadora entender que Art. 345 – Não constitui fundamento para a revisão a
os fatos não foram apurados devidamente, determinará simples alegação de injustiça da penalidade.
o reexame do processo.
Art. 346 – O requerimento devidamente instruído será
§ 1º - Na hipótese do artigo, os autos retornarão à encaminhado ao Governador que decidirá sobre o
Comissão para cumprimento das diligências pedido.
expressamente determinadas e consideradas
Art. 347 – Autorizada a revisão, o processo será
indispensáveis à decisão da autoridade julgadora.
encaminhado à Comissão Revisora, que concluirá o
§ 2º - As diligências determinadas na forma do parágrafo encargo no prazo de 90 (noventa) dias, prorrogável pelo
anterior serão cumpridas no prazo máximo de 30 (trinta) período de 30 (trinta) dias, a juízo do Secretário de
dias. Estado de Administração.
§ 3º - Verificado o caso tratado neste artigo, o prazo de Parágrafo único – No desenvolvimento de seus trabalhos
julgamento será contado da data do novo recebimento a Comissão Revisora observará as disposições do
do processo. Capítulo anterior, no que couber, e não colidir com as
deste.
Art. 339 – Em caso de abandono de cargo ou função, a
Comissão iniciará seu trabalho fazendo publicar, por 3 Art. 348 – O julgamento caberá ao Governador, no prazo
(três) vezes, edital de chamada do acusado, no prazo de 30 (trinta) dias, podendo, antes, o Secretário de
máximo de 20 (vinte) dias. Estado de Administração determinar diligências,
concluídas as quais se renovará o prazo.
§ 1º - O prazo para apresentação da defesa pelo acusado
começará a correr da última publicação do edital no Art. 349 – Julgada procedente a revisão, será tornada
órgão oficial. sem efeito a pena imposta, restabelecendo-se todos os
direitos por ela atingidos.
§ 2º - Findo o prazo do parágrafo anterior e não havendo
manifestação do faltoso, ser-lhe-á designado pelo TÍTULO X
Presidente da Comissão defensor, que se desincumbirá
Disposições Gerais e Transitórias
do encargo no prazo de 15 (quinze) dias, contados da
data de sua designação. Art. 350 – O Secretário de Estado de Administração
expedirá os atos complementares de natureza
Art. 340 – A Comissão, recebendo a defesa, fará a sua
procedimental necessários à plena execução das
apreciação sobre as alegações e encaminhará relatório à
disposições do presente Regulamento.
autoridade instauradora, propondo o arquivamento do
processo ou a expedição do ato de demissão, conforme o Art. 351 – O dia 28 de outubro será consagrado ao
caso. Servidor Público do Estado.
Art. 341 – O processo administrativo disciplinar de Art. 352 – Quando, para efeitos específicos, não estiver
abandono de cargo observará, no que couber, as definido de forma diversa, consideram-se pertencentes à
disposições deste Capítulo. família do funcionário, além do cônjuge e filhos,
quaisquer pessoas que, necessária e comprovadamente,
Art. 342 – O funcionário só poderá ser exonerado a
vivam a suas expensas e constem do seu assentamento
pedido após a conclusão do processo administrativo
individual.
disciplinar a que responder e do qual não resultar pena
de demissão. Art. 353 – Os prazos previstos neste Regulamento serão
contados por dias corridos.
CAPÍTULO V
Parágrafo único – Na contagem dos prazos observar-se-á
Da Revisão
ainda:
Art. 343 – Poderá ser requerida a revisão do processo
1)Os prazos dependentes de publicação serão dilatados
administrativo de que haja resultado pena disciplinar,
de tantos dias quantos forem os relativos ao atraso na
quando forem aduzidos fatos ainda não conhecidos,
circulação do órgão oficial;
comprobatórios da inocência do funcionário punido.
2)Excluir-se-á o dia do começo e incluir-se-á o do
Parágrafo único – Tratando-se de funcionário falecido,
vencimento, prorrogando-se este para o primeiro dia útil
desaparecido ou incapacitado de requerer, a revisão
seguinte, quando incidir em Sábado, Domingo, feriado ou
poderá ser solicitada por qualquer pessoa.
ponto facultativo, ou por qualquer motivo não houver ou
Art. 344 – A revisão processar-se-á em apenso ao for suspenso o expediente nas repartições públicas.
processo originário.

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Art. 354 – É vedado ao funcionário e ao contratado servir Art. 364 – As disposições regulamentares de natureza
sob a direção imediata do cônjuge ou parente até o estatutária que decorrerem do Plano de Cargos, lavrado
segundo grau, salvo em funções de confiança ou livre para cumprimento ao artigo 18 da Lei Complementar nº
escolha, não podendo, neste caso, exceder de 2 (dois) o 20, de 1º de julho de 1974, bem como do Plano de
seu número. Vencimentos que lhe corresponde, integrar-se-ão, para
todos os efeitos, neste Regulamento.
Art. 355 – A função de jornalista profissional é
compatível com a de servidor público, desde que este
não exerça aquela atividade no órgão onde trabalha e DECRETO-LEI Nº 218, DE 18 DE
não incida em acumulação ilegal.
Art. 356 – Aos servidores do Estado regidos por
JULHO DE 1975.
legislação especial não se reconhecerão direitos nem se
deferirão vantagens pecuniárias previstos neste Dispõe sobre o regime jurídico peculiar aos funcionários
regulamento, quando, por força do regime especial a que civis do serviço policial do poder executivo do Rio de
se achem sujeitos, fizerem jus a direitos e vantagens com Janeiro e dá outras providências.
a mesma finalidade, ressalvado o caso de acumulação
legal.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO , no
Art. 357 – Por motivo de convicção filosófica, religiosa ou
uso das atribuições que lhe confere o § 1º do art. 2º da
política, nenhum servidor poderá ser privado de
Lei Complementar nº 20, de 1º de julho de 1974.
qualquer de seus direitos, nem sofrer alteração em sua
atividade funcional. DECRETA:
Art. 358 – Com a finalidade de elevar a produtividade dos Título I
servidores e ajustá-los às suas tarefas e ao seu meio de
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
trabalho, o Estado promoverá o treinamento necessário,
na forma de regulamentação própria.
Art. 1º - São policiais, abrangidos por este Decreto-Lei, os
Art. 359 – Mediante seleção e concurso adequados,
funcionários legalmente investidos em cargos do serviço
poderão ser admitidos servidores de capacidade física
policial.
reduzida, inclusive os portadores de cegueira parcial ou
total, para cargos ou empregos especificados em lei. Parágrafo único – Para os efeitos deste Decreto-Lei, é
considerado funcionário policial o ocupante do cargo em
Parágrafo único – Aos servidores admitidos na forma
comissão ou função gratificada com atribuições e
deste artigo, não se concederão quaisquer benefícios,
responsabilidades de natureza policial.
direitos ou vantagens em razão da deficiência física já
existente ao tempo de sua admissão. CAPÍTULO I
Art. 360 – O funcionário que, sem justa causa, deixar de DO INGRESSO
atender a qualquer exigência para cujo cumprimento
seja assinado prazo certo, terá suspenso o pagamento do
Art. 2º - A nomeação será feita:
vencimento e vantagens, até que satisfaça essa
exigência, sem prejuízo das sanções disciplinares I – em caráter efetivo, mediante concurso público;
cabíveis.
II – em comissão.
Art. 361 – Ao funcionário será fornecida, gratuita e
Art. 3º - São requisitos para o ingresso no cargo efetivo:
obrigatoriamente, carteira de identificação funcional.
I – ser de nacionalidade brasileira;
Parágrafo único – A carteira a que se refere este artigo
será padronizada para todos os funcionários do Estado, II – ter no mínimo 18 (dezoito) anos completos e no
segundo modelo a ser aprovado pelo Secretário de máximo 35 (trinta e cinco) anos completos à data do
Estado de Administração, salvo quando, pela natureza da encerramento das inscrições;
atividade exercida, deva obedecer o modelo próprio.
III – estar em gozo dos direitos políticos;
Art. 362 – É vedada a prestação de serviços gratuitos,
IV – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
salvo os excepcionalmente prestados, que surtirão
apenas efeito honorífico. V – possuir condições sociais e familiares compatíveis
com a função policial;
Art. 363 – Este Regulamento é extensivo, no que lhes for
aplicável, aos funcionários das autarquias estaduais.

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VI – gozar de boa saúde, comprovada em inspeção


médica; Capítulo II
VII – possuir aptidão física e psíquica para o exercício da DO CARGO E DA FUNÇÃO
função policial;
VIII – ter sido habilitado e classificado, previamente, em Art. 7º - O exercício de cargo de natureza policial é
concurso pú blico de provas ou de provas e títulos, privativo dos funcionários abrangidos por este Decreto-
realizado pela Academia de Polícia. Lei.
§ 1º - Dependendo da natureza do cargo a ser provido, o Art. 8º - Caracteriza a função policial o exercício de
limite máximo de idade previsto no inciso II deste artigo atividades específicas desempenhadas pela autoridade,
poderá ser reduzido para até 25 (vinte e cinco) anos seus agentes e auxiliares, para assegurar o cumprimento
completos. da lei, manutenção da ordem pública, a proteção de bens
e pessoas, a prevenção da prática dos ilícitos penais e
Art. 4º - O período de validade dos concursos ficará a
atribuições de polícia judiciária.
critério do Secretário de Segurança Pública, assegurando-
se o provimento dos cargos vagos pelos candidatos para Art. 9º - A função policial, fundada na hierarquia e na
esse fim habilitados em concurso, obedecida a ordem de disciplina, é incompatível com qualquer outra atividade,
classificação. salvo as exceções previstas em lei.
Art. 5º - Aos candidatos nomeados será ministrado curso Parágrafo único – Os círculos hierárquicos são âmbitos
profissionalizante na Academia de Polícia, sem prejuízo de convivência entre os policiais de mesma classe e têm
do serviço, de acordo com a conveniência da atividade a finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem,
policial. em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do
respeito mútuo.
Art. 6º - Estágio Probatório é o período de 02 (dois) anos
de efetivo exercício, a contar da data de início deste,
durante o qual são apurados os requisitos necessários à Título II
confirmação do funcionário policial ao cargo efetivo para
Capítulo Único
o qual foi nomeado.
DO CÓDIGO DE ÉTICA POLICIAL
§ 1º - Os requisitos de que trata este artigo são os
seguintes:
Art. 10 – O policial manterá observância, tanto mais
1) aprovação em curso de profissionalização na
rigorosa quanto mais elevado for o grau hierárquico, dos
Academia de Polícia;
seguintes preceitos de ética:
2) idoneidade moral;
I – servir à sociedade como obrigação fundamental;
3) assiduidade;
II – proteger vidas e bens;
4) disciplina;
III – defender o inocente e o fraco contra o engano e a
5) eficiência. opressão;
§ 2º - Não Esta sujeito a novo estágio probatório o IV – preservar a ordem, repelindo a violência;
funcionário que, nomeado para cargo do serviço policial,
V – respeitar os direitos e garantias individuais;
já tenha adquirido estabilidade, sendo, porém, requisito
indispensável à primeira promoção na série de classes a VI – jamais revelar tibieza ante o perigo e o abuso;
aprovação em curso de profissionalização.
VII – exercer a função policial com probidade, discrição e
§ 3º - Trimestralmente, o responsável pelo órgão ou moderação, fazendo observar as leis com lhaneza
unidade administrativa em que esteja lotado o
VIII – não permitir que sentimentos ou animosidades
funcionário policial sujeito a estágio probatório,
pessoais possam influir em suas decisões;
encaminhará ao órgão de pessoal, em boletim próprio, a
apreciação sobre o comportamento do estagiário. IX – ser inflexível, porém justo, no trato com os
delinqüentes;
§ 4º - Quando o funcionário policial em estágio
probatório não preencher quaisquer dos requisitos X – respeitar a dignidade da pessoa humana;
numerados no § 1º deste artigo, deverá o chefe imediato
comunicar o fato ao órgão de pessoal, para o
procedimento na forma da lei.

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XI – preservar a confiança e o apreço de seus concidadã IV – usar indevidamente os bens do Estado ou de


os pelo exemplo de uma conduta irrepreensível na vida terceiros sob sua guarda ou não;
pública e na particular;
V – divulgar notícias sobre serviços ou tarefas em
XII – cultuar o aprimoramento técnico profissional; desenvolvimento ou realizadas pela repartição, ou
contribuir para que sejam divulgadas ou ainda, conceder
XIII – amar a verdade e a responsabilidade como
entrevista sobre as mesmas sem autorização da
fundamentos da ética do serviço policial;
autoridade competente;
XIV – obedecer às ordens superiores, exceto quando
VI – dar, ceder insígnias ou carteira de identidade
manifestamente ilegais;
funcional;
XV – não abandonar o posto em que deva ser substituído
VII – deixar habitualmente de saldar dívidas legítimas ou
sem a chegada do substituto;
de pagar com regularidade pensões a que esteja
XVI – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do serviço obrigado por decisão judicial;
policial;
VIII – manter relações de amizade ou exibir-se em
XVII – prestar auxílio, ainda que não esteja em hora de público, habitualmente, com pessoas de má reputação,
serviço: exceto em razão de serviço;
1 – a fim de prevenir ou reprimir perturbação da ordem IX – permutar o serviço sem expressa autorização de
pública; autoridade competente;
2 – quando solicitado por qualquer pessoa carente de X – ingerir bebidas alcoólicas quando em serviço;
socorro policial, encaminhando-a à autoridade
XI – afastar-se do município onde exerce suas atividades,
competente, quando insuficientes as providências de
sem autorização superior;
suas alçada.
XII – deixar, sem justa causa, de submeter-se à inspeção
Art. 11 – O policial ao se apresentar ao seu chefe, em sua
médica determinada em lei ou por autoridade
primeira lotação, prestará o compromisso seguinte:
competente;
Prometo observar e fazer observar rigorosa obediência
XIII – valer-se do cargo com o fim ostensivo ou velado de
às leis, desempenhar as minhas funções com
obter proveito de natureza político-partidária, para si ou
desprendimento e probidade, considerando inerentes à
para outrem;
minha pessoa a reputação e honorabilidade do órgão
policial a que agora passo a servir. XIV – simular doença para esquivar-se do cumprimento
do dever;
Título III XV – agir, no exercício da função, com displicência,
deslealdade ou negligências;
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
XVI – intitular-se funcionário ou representante de
Capítulo I
repartição ou unidade policial a que não pertença;
DA RESPONSABILIDADE
XVII – maltratar preso sob sua guarda ou usar de
violência desnecessária no exercício da função policial;
Art. 12 – Pelo exercício irregular de suas atribuições o
XVIII – deixar de concluir, nos prazos legais ou
funcionário policial responde civil, penal e
regulamentares, sem motivos justos, inquéritos policiais,
administrativamente.
sindicâncias, atos ou processos administrativos;
Art. 13 – As cominações civis, penais e disciplinares
XIX – participar de atividade comercial ou industrial
poderã o cumular-se, sendo umas e outras
exceto como acionista, quotista ou comanditário;
independentes entre si, bem assim as instâncias civil,
penal e administrativa. XX – deixar de tratar os superiores hierárquicos e os
subordinados com a deferência e urbanidade devidas;
Art. 14 – São transgressões disciplinares:
XXI – coagir ou aliciar subordinados com objetivos
I – falta de assiduidade ou impontualidade habituais;
políticos-partidários;
II – interpor ou traficar influência alheia para solicitar
XXII – praticar usura em qualquer de suas formas;
acesso, remoção, transferência ou comissionamento;
XXIII – apresentar parte, queixa ou representação
III – dar informações inexatas, alterá-las ou desfigurá-las;
infundadas contra superiores hierárquicos;

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XXIV – indispor funcionários contra seus superiores


hierárquicos ou provocar, velada ou ostensivamente,
animosidade entre funcionários;
Capítulo III
XXV – insubordinar-se ou desrespeitar superior
DAS PENAS DISCIPLINARES
hierárquico;
XXVI – empenhar-se em atividades que prejudiquem o
Art. 16 – São penas disciplinares:
fiel desempenho da função policial;
I – advertência;
XXVII – utilizar, ceder, ou permitir que outrem use
objetos arrecadados, recolhidos ou apreendidos pela II – repreensão;
polícia;
III – suspensão;
XXVIII – entregar-se à prática de jogos proibidos, ou ao
IV- (Revogado)
vício da embriaguez, ou qualquer outro vício degradante;
V- (Revogado)
XXIX – portar-se de modo inconveniente em lugar
público ou acessível ao público; VI – demissão;
XXX – esquivar-se, na ausência de autoridade VII – cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
competente, de atender a ocorrências passíveis de
Art. 17 – Na aplicação das penas disciplinares serão
intervenção policial que presencie ou de que tenha
considerados:
conhecimento imediato, mesmo fora de escala de
serviço; I – repercussão do fato;
XXXI – cometer opiniões ou conceitos desfavoráveis aos II – danos decorrentes da transgressão ao serviço
superiores hierárquicos; público;
XXXII – cometer a pessoa estranha à Organização Policial, III – causas de justificação;
fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
IV – circunstâncias atenuantes;
encargos próprios ou da competência de seus
subordinados; V – circunstâncias agravantes;
XXXIII – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de VI – a classificação da gravidade estabelecida no artigo
decisão judicial ou criticá-la; 15.
XXXIV – eximir-se do cumprimento de suas obrigações § 1º - São causas de justificação:
funcionais;
1) motivo de forçam maior plenamente comprovado;
XXXV – violar o Código de Ética Policial.
2) ter sido cometida a transgressão na prática de ação
Art. 15 – As transgressões disciplinares são classificadas meritória, no interesse do serviço, da ordem ou da
como: segurança pública.
I – leves; § 2º - São circunstâncias atenuantes:
II – médias; 1)boa conduta funcional;
III – graves. 2)relevância dos serviços prestados;
§ 1º - São de natureza leve as transgressões enumeradas 3)ter sido cometida a transgressão em defesa de direitos
nos incisos I a XII do artigo anterior. próprios ou de terceiros, ou para evitar mal maior.
§ 2º - São de natureza média as transgressões § 3º - São circunstâncias agravantes:
enumeradas nos incisos XIII a XXI do artigo anterior.
1) má conduta funcional;
§ 3º - São de natureza grave as transgressões
2) prática simultânea ou conexão de duas ou mais
enumeradas nos incisos XXII a XXXV do artigo anterior.
transgressões;
§ 4º - A autoridade competente para decidir a punição
3) reincidência;
poderá agravar a classificação atribuída às transgressões
atendendo às peculiaridades e consequências do caso 4) ser praticada a transgressão em conluio por duas ou
concreto. mais pessoas, durante a execução do serviço, em
presença de subordinados ou em público;

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5) ter sido praticada a transgressão com premeditação artigo 16, aos servidores policiais que lhes forem
ou com abuso de autoridade hierárquica ou funcional. subordinados, limitada a pena de suspensão ao prazo de
30 (trinta) dias.
§ 4º - Não haverá punição quando, no julgamento da
transgressão, for reconhecida uma das causas de Parágrafo único - Quando para qualquer transgressão,
justificação previstas. for prevista mais de uma pena disciplinar, a autoridade
competente, atenta às circunstâncias de cada caso,
Art. 18 – A pena de advertência será aplicada em
decidirá qual a aplicável.
particular e verbalmente, nos casos de falta leve.
Art. 24 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição:
Art. 19 – A pena de repreensão será aplicada, por escrito,
nos casos de falta leve. I - da transgressão disciplinar sujeita à pena de
advertência, repreensão ou suspensão no prazo de 02
Art. 20 - A pena de suspensão, que não poderá exceder a
(dois) anos;
90 (noventa) dias, será aplicada:
II - da transgressão disciplinar sujeita á pena de
I - de 1 (um) a 15 (quinze) dias, nos casos de falta leve; demissão, cassação de aposentadoria ou de
disponibilidade no prazo de 05 (cinco) anos;
II - de 16 (dezesseis) a 40 (quarenta) dias, nos casos de
falta média; III - da transgressão disciplinar prevista na Lei como
infração penal, juntamente com o crime;
III - de 41 (quarenta e um) a 90 (noventa) dias, nos casos
de falta grave. § 1º - O curso do prazo prescricional começa a correr da
data em que o fato se tornou conhecido pela
Parágrafo único - Quando houver conveniência para o
Administração Pública.
serviço policial, a pena de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por
§ 2º - O curso do prazo prescricional interrompe-se com
cento) por dia de vencimento ou remuneração, obrigado,
a instauração da sindicância ou do processo
nesse caso, o policial a permanecer no serviço,
administrativo disciplinar, até decisão final proferida por
cumprindo sua carga horária de trabalho normal.
autoridade competente.
Art. 21 – A pena de prisão disciplinar até 30 (trinta) dias
§ 3º - o curso do prazo prescricional não corre:
poderá ser aplicada nos casos de faltas médias ou graves.
I - enquanto sobrestados a sindicância ou o processo
Parágrafo único – O cumprimento da pena de prisão
administrativo disciplinar para aguardar decisão judicial;
disciplinar deverá ser efetuada em local previamente
designado pelo Secretário de Segurança Pública e II - enquanto insubsistente o vinculo funcional que venha
importa na perda de 50% dos vencimentos a ser restabelecido.
correspondentes aos dias de prisão.
Capítulo IV
Art. 22 – A pena de demissão, cassação de aposentadoria
DA APURAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
ou disponibilidade será aplicada nos casos previstos no
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis. Art. 25 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade
no serviço público é obrigada a promover sua apuração
Art. 23 – São competentes para aplicação das penas
imediata, mediante sindicância ou processo
disciplinares previstas nesse Estatuto:
administrativo disciplinar, assegurados ao acusado o
I - o Governador do Estado, em qualquer caso e contraditório e a ampla defesa.
privativamente nos casos dos incisos VI e VI!, do artigo
Art. 25-A - A apuração das infrações, cuja natureza
16, em relação aos delegados de polícia;
autoriza a aplicação das penalidades previstas nos incisos
II - O Secretário de Estado de Segurança Pública, em 1 a III, do ad. 16, será feita mediante sindicância
qualquer caso, e, privativamente, nos casos dos incisos VI administrativa disciplinar, limitada a penalidade de
e VII do artigo 16, em relação aos demais servidores suspensão a 60 (sessenta) dias.
policiais e suspensão acima de 60 (sessenta) dias;
§ 1º - A sindicância administrativa disciplinar será
III - o Chefe da Polícia Civil, nos casos dos incisos I e II, do concluída no prazo de 60 (sessenta) dias, contados a
artigo 16, e suspensão até 60 (sessenta) dias; partir de sua instauração.
IV - o Corregedor da Policia Civil, nos casos dos incisos I e
§ 2º- Após concluída a sindicância administrativa
II, do artigo 16, e suspensão até 50 (cinqüenta) dias;
disciplinar deverá ser encaminhada á autoridade
V - os dirigentes de unidade de polícia administrativa e competente para decisão.
judiciária da Policia Civil, nos casos dos incisos I a III, do

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§ 3º - Não sendo possível a conclusão da sindicância I - quando existam indícios suficientes da prática de
administrativa disciplinar, no prazo de 60 (sessenta) dias, transgressão disciplinar grave;
a autoridade sindicante encaminhará, sob pena de
II - quando a medida se impuser no interesse da ordem
responsabilidade funcional, no prazo de 10 (dez) dias, ao
pública;
chefe imediato, relatório circunstanciado indicando as
diligências faltantes e solicitando prazo para a sua III - quando houver necessidade do afastamento para
conclusão, que não poderá exceder a 30 (trinta) dias. que o servidor não venha a influir na apuração da falta.
§ 4º - Excepcionalmente, não sendo concluída a Parágrafo único - O afastamento de que trata este artigo
sindicância administrativa disciplinar no prazo total de 90 é medida acautelatória e não constitui pena.
(noventa) dias, a autoridade sindicante, no prazo de 10
Art. 25-D – As autoridades competentes terão 10 (dez)
(dez) dias, justificadamente, sob pena de
dias, após recebidas as conclusões das Comissões de
responsabilidade funcional, encaminhará relatório
Sindicâncias e Processos Administrativos, para proferir a
circunstanciado ao chefe imediato que, em igual prazo
decisão referente ao servidor, sob pena de
abrirá vista ao Chefe da Policia Civil com a indicação das
responsabilidade.
diligências faltantes e a solicitação do prazo necessário à
sua conclusão. Art. 26 – Para as recompensas e punições, o policial terá
seu comportamento classificado em:
Art. 25-B - Quando à transgressão disciplinar for
cominada pena superior a 60 (sessenta) dias de I – excepcional;
suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou de
II – ótimo;
disponibilidade, os autos serão encaminhados ao Chefe
da Polícia Civil, que os remeterá ao Secretário de Estado III – bom;
de Segurança Pública para instauração de processo
IV – regular;
administrativo disciplinar, por distribuição a uma das
Comissões Permanentes de Inquérito Administrativo — V – mau.
CPIAs.
§ 1º - Ao ingressar no serviço público o servidor terá o
§ 1º - O processo administrativo disciplinar deverá ser conceito bom.
ultimado pela Comissão respectiva, presidida por
§ 2º - Os policiais que tiverem anotação de suspensão
delegado de polícia, no prazo de 90 (noventa) dias,
superior a 10 (dez) dias no período anterior à elaboração
contados a partir da sua instauração.
do Boletim de Merecimento, serão incluídos no conceito
§ 2º - Não sendo possível a conclusão do processo do inciso V e no inciso IV, se tais fatos se registraram no
administrativo disciplinar no prazo de 90 (noventa) dias, período de 02 (dois) anos.
as comissões encaminharão, sob pena de
§ 3º - O servidor policial somente será incluído nos
responsabilidade funcional, no prazo de 10 (dez) dias, ao
incisos I e II se não tiver sofrido pena disciplinar de
órgão de supervisão, relatório indicando as diligências
qualquer espécie, nos períodos, respectivamente, de 10
faltantes e solicitando prazo para sua conclusão, que não
(dez) e 05 (cinco) anos que antecederem a elaboração
poderá exceder a 90 (noventa) dias.
dos respectivos Boletins de Merecimento.
§ 3º - Na hipótese de o indiciado ser delegado de polícia,
§ 4º - decorrido o prazo de 10 (dez) anos sem anotação
o processo administrativo disciplinar será presidido
de penas disciplinares, o policial poderá requerer o
obrigatoriamente por outro de nível igual ou superior.
cancelamento das anotações anteriores, o que será
§ 4º - Excepcionalmente, não concluído o processo concedido a critério do Secretário de Segurança Pública.
administrativo disciplinar no prazo total de 180 (cento e
oitenta) dias, o órgão de supervisão encaminhará, sob
Título IV
pena de responsabilidade funcional, no prazo de 10 (dez)
dias, ao Secretário de Estado de Segurança Pública DOS DIREITOS E VANTAGENS
relatório circunstanciado elaborado pelas comissões,
Capítulo I
indicando as diligências faltantes e solicitando o prazo
necessário á sua conclusão. DOS DIREITOS
Art. 25-C - O servidor integrante do Quadro de Pessoal da
Polícia Civil poderá ser afastado do exercício do cargo ou Art. 27 – São direitos pessoais decorrentes do exercício
da função, sem perda de vencimentos, por prazo não da função policial:
superior a 30 (trinta) dias, a critério do Secretário de
Estado de Segurança Pública, nas seguintes hipóteses:

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I – garantia do uso do título em toda a sua plenitude, § 2º - O valor da pensão será sempre revisto, nas
com as vantagens e prerrogativas a ele inerentes; mesmas bases em que se modificarem os valores dos
vencimentos dos funcionários em atividade.
II – estabilidade, nos termos da legislação em vigor;
III – uso das designações hierárquicas;
Capítulo II
IV – desempenho de cargos e funções correspondentes à
DAS FÉRIAS
condição hierárquica;
V – percepção de vencimento correspondente ao padrão
Art. 29 – O funcionário gozará, obrigatoriamente, 30
fixado em lei e de vantagens pecuniárias;
(trinta) dias de férias por ano, concedidas de acordo com
VI – percepção de salário família, diárias e ajuda de escala organizada pelo chefe imediato.
custo;
Art. 30 – É proibida a acumulação de férias, salvo por
VII – carteira funcional imperiosa necessidade de serviço e pelo máximo de 02
(dois) períodos.
VIII – promoções regulares e por bravura, inclusive post
mortem, ascensões regulares, inclusive post mortem; Art. 31 – O funcionário ao entrar em férias, participará ao
chefe imediato seu endereço eventual.
IX – medalhas Mérito Policial e Mérito Especial e outras
condecorações previstas em lei; Art. 32 – Mediante convocação do Secretário de
Segurança Pública, o funcionário policial será obrigado a
X – assistência médica, hospitalar, social e quando ferido,
interromper suas férias em situação de emergente
ou acidentado em serviço, ou em razão da função,
necessidade da segurança nacional ou para manutenção
submetido a processo em decorrência do estrito
da ordem pública.
cumprimento do dever legal.
Parágrafo único – O funcionário terá direito a renovar o
XI – aposentadoria nos termos da lei, com proventos
gozo do período assim interrompido, em época
integrais, independente de tempo de serviço, quando for
oportuna, sempre a critério da administração.
reconhecida a invalidez permanente por motivo de
acidente em serviço ou em conseqüência dele.
Título V
XII – trânsito quando desligado de uma sede para
assumir exercício em outra, situada em município DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
diferente;
Capítulo I
XIII – auxílio funeral;
DA APOSENTADORIA
XIV – prisão domiciliar por tempo de serviço;
XV – férias e licenças previstas em lei; Art. 33 – O servidor policial será aposentado:
XVI – gratificação adicional por tempo de serviço; I – compulsoriamente;
XVII – acesso e transferência regulamentares; II – voluntariamente;
XVIII – garantias devidas ao resguardo da integridade III – por invalidez.
física do policial em caso de cumprimento de pena em
§ 1º - O policial será aposentado com limites de idade e
estabelecimento penal, conquanto sujeito ao sistema
tempo de serviço que vierem a ser fixados em lei.
disciplinar penitenciário;
§ 2º - A aposentadoria por invalidez será sempre
XIX – quando aposentado, porte de arma.
procedida de licença por período não inferior a 24 meses,
Art. 28 - Aos beneficiários do policial falecido, em salvo quando o laudo médico concluir, anteriormente
conseqüência de agressão sofrida no desempenho de àquele prazo, pela incapacidade definitiva para o serviço
suas atribuições ou, ainda, em conseqüência de acidente policial.
ocorrido em serviço ou de moléstia nele adquirida, será
Art. 34 – O aposentado receberá provento integral:
concedida pensão equivalente ao vencimento mais as
vantagens percebidas por ocasião do óbito. I – no caso do incido II do artigo anterior;
§ 1º - a prova das circunstâncias do falecimento será II – quando a invalidez for em conseqüência de acidente
feita de acordo com a legislação em vigor. no exercício de suas atribuições ou em virtude de doença
profissional;

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III – quando acometido de tuberculose ativa, alienação Governador, sujeitando-se o servidor a perda das
mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia vantagens decorrentes estritamente da função policial.
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, estados
Art. 42 – Aquele que, comprovadamente, se revelar
adiantados de Paget (osteíte deformante), com base nas
inapto para o exercício da função policial, sem causa que
conclusões da medicina especializada.
justifique sua demissão ou aposentadoria, será
§ 1º - Considera-se acidente o evento que causar readaptado em outra função, mais compatível com a sua
mediata ou imediatamente, ao policial, dano decorrente capacidade, sem que essa readaptação lhe traga
do exercício das atribuições inerentes ao cargo ou qualquer prejuízo financeiro.
função.
Art. 43 – Aplicam-se aos servidores policiais as
§ 2º - A autoridade policial competente fará registro disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis e
circunstanciado do fato, no qual deverá consignar as demais normas de pessoal, naquilo que não colidir com
provas colhidas, em caso de acidente de serviço. este Decreto-Lei.
§ 3º - As servidor ocupante de cargo policial em Art. 44 – O Poder Executivo, no prazo de 90 (noventa)
comissão, aplicar-se-á o disposto neste artigo, quando dias, baixará o Regulamento deste diploma legal.
enquadrado nos termos do inciso II.
Art. 45 – Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de
Art. 35 – A aposentadoria voluntária mantém o sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
funcionário em exercício até a publicação do respectivo
Rio de Janeiro, 18 de julho de 1975
ato, salvo quando já afastado do cargo.
FLORIANO FARIA LIMA
Art. 36 – O aumento de vencimento que for concedido
ao servidor policial da ativa será dado na mesma
proporção ao inativo. DECRETO Nº 3.044 DE 22 DE
Art. 37 – recompensa é o reconhecimento dos bons
serviços prestados pelo servidor policial.
JANEIRO DE 1980.
Art. 38 – São recompensas:
Aprova o regulamento do estatuto dos policiais do
I– agraciamento com as Medalhas Mérito Estado do Rio de Janeiro.
Policial e Mérito Especial, na forma instituída em lei;
II – elogios individuais e coletivos;
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso
III – dispensa total do serviço até 10 (dez) dias; de suas atribuições legais
IV – cancelamento de pena disciplinar. DECRETA:
Art. 39 – São competentes para conceder a dispensa Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento do Estatuto dos
total do serviço: Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro, a que se refere
I – até 10 (dez) dias: O Secretário de Segurança Pública; o artigo 44 do decreto –lei nº 218, de 18 de julho de
1975, o qual acompanha o presente Decreto.
II – até 05 (cinco) dias: chefes de órgãos subordinados
Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua
diretamente ao Secretário de Segurança Pública;
publicação, revogadas as disposições em contrário.
III – até 02 (dois) dias: os titulares de Delegacias.
Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 1980.
Art. 40 – O cancelamento de pena disciplinar, além da
hipótese prevista no § 4º do artigo 27, pode ser
concedido, como recompensa, em razão de relevantes REGULAMENTO DO ESTATUTO DOS POLICIAIS CIVIS DO
serviços prestados à segurança pública, por decisão do ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Secretário de Estado da Polícia Civil.
Art. 41 – A requisição do funcionário policial para ter Título I
exercício em outra unidade administrativa, respeitados DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
os casos previstos em lei, somente será permitida
quando houver compatibilidade e correlação entre as
Art. 1º - São policiais civis, abrangidos por este Decreto,
atribuições típicas do cargo com as dos serviços da
os funcionários legalmente investidos em cargos de
unidade, sempre com expressa autorização do
provimento efetivo do quadro do serviço policial civil.

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Parágrafo único – Para os efeitos deste Decreto, é a) Delegado de Polícia – diploma de bacharel em direito,
considerado policial o ocupante de cargo isolado de devidamente registrado;
provimento em comissão ou função gratificada, com
b) Escrivão de Polícia – certificado de segundo grau
atribuições e responsabilidades de natureza policial.
escolar ou equivalente;
CAPÍTULO I
c) Detetive – certificado de segundo grau escolar ou
DO INGRESSO
equivalente e carteira de habilitação de motorista
profissional;
Art. 2º - A nomeação será feita:
d) Perito Criminal – diploma de curso superior,
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de devidamente registrado nos conselhos respectivos, nas
classe inicial de série de classe; especialidades inerentes ao cargo;
II – em comissão, quando se tratar de cargo que em e) Perito Legista – diploma de médico, devidamente
virtude de lei, assim deva ser provido; registrado no Conselho Regional de Medicina;
Art. 3º - O ingresso nos cargos de provimento efetivo f) Piloto Policial – certificado de segundo grau escolar ou
exige: equivalente e carta de piloto comercial expedida pelo
Departamento de Aviação Civil (D.A.C.);
I – nacionalidade brasileira;
g) Papiloscopista – certificado de segundo grau escolar
II – idade-limite na forma estabelecida em lei;
ou equivalente;
III – gozo dos direitos políticos, comprovado através de
h) Técnico de Necropsia, Fotógrafo Policial, Inspetor de
documento fornecido pelas entidades públicas,
Salvamento – certificado de primeiro grau escolar ou
responsáveis pelo controle desses direitos;
equivalente;
V – certificado expedido por repartição militar
i) Auxiliar Técnico de Comunicações de Segurança e
competente e título eleitoral que comprovem,
Operador de Telecomunicações de Segurança –
respectivamente, a quitação das obrigações militares e
certificado de primeiro grau ou equivalente e habilitação
eleitorais;
técnica inerente ao cargo;
V – condições sociais familiares compatíveis com a
j) Motorista Policial – conclusão da quarta série do
função policial, a serem apuradas mediante sindicância
primeiro grau escolar ou equivalente e habilitação
reservada;
técnica inerente ao cargo;
VI – boa saúde, comprovada através de inspeção médica,
l) Servente de Necropsia – conclusão da quarta série do
realizada pelo Departamento de Perícias Médicas da
primeiro grau escolar ou equivalente;
Secretaria de Estado da Administração;
m) Guarda vidas – conclusão de quinta série do primeiro
VII – aptidão física e psíquica para o exercício da função
grau escolar ou equivalente;
policial, apurada por profissionais capacitados;
n) Engenheiro de Telecomunicações de Segurança –
VIII – habilitação prévia, em concurso público de provas
diploma de curso de engenharia, devidamente
ou de prova e títulos, realizada na Academia de Polícia;
registrado, nas especialidades inerentes ao cargo;
IX – classificação do habilitado dentre o número de vagas
o) Técnico de Telecomunicações de Segurança –
existentes na classe inicial da série de classes.
certificado de segundo grau escolar ou equivalente e
§ 1º - Os exames e provas práticas, previstas no inciso VI habilitação técnica inerente ao cargo;
e VII, terão caráter eliminatório e precederão à
Art. 4º - O prazo de validade dos concursos será fixado
realização das provas mencionadas no inciso VIII.
no edital de inscrição assegurando-se o provimento dos
§ 2º - Quando o número de inscritos for elevado, cargos vagos aos candidatos habilitados, obedecida a
excepcionalmente os exames e provas práticas previstos ordem de classificação e o disposto nos § 3º e § 4º, do
nos incisos VI e VII poderão ser realizados “a posteriori”, artigo 87, da Constituição Estadual.
somente para os aprovados, a critério do Secretário de
Art. 5º - O policial, nomeado na forma do inciso I do
Estado de Polícia Civil.
artigo 2º, será matriculado “ex-ofício” no curso de
§ 3º - Além dos requisitos enunciados nos incisos I e IX formação profissional na Academia de Polícia, com ou
deste artigo, será exigido dos candidatos a cargos sem prejuízo do serviço, de acordo com a conveniência
policiais por ocasião da inscrição no concurso público, o da atividade policial.
seguinte grau de escolaridade:

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Art. 6º - O policial ficará sujeito a estágio probatório 2 – Ter aptidão profissional comprovada através da
correspondente ao período de dois anos de efetivo correlação entre os encargos típicos do cargo em
exercício, a contar da data do início deste e durante o comissão e os do cargo efetivo, civil ou militar ou em se
qual serão apurados os requisitos indispensáveis a sua tratando de policial inativo, de sua atividade de natureza
confirmação no cargo. privada.
§ 1º - O requisito de que trata este artigo são os Capítulo II
seguintes: DO CARGO E DA FUNÇÃO
1 – aprovação no curso de formação profissional, na
Academia de Polícia; Art. 8º - O exercício de cargo de natureza policial é
privativo dos funcionários abrangidos por este Decreto e
2 – idoneidade moral – conduta do policial apurada
integrantes do quadro do serviço policial civil.
através de pesquisa de seus antecedentes, sob aspectos
sociais e funcionais; Art. 9º - Caracteriza a função policial o exercício de
atividades específicas desempenhadas pela autoridades,
3 – assiduidade – dever do policial de comparecer à
seus agentes e auxiliares, para assegurar o cumprimento
repartição onde trabalha, no horário preestabelecido e, a
da lei, manutenção da ordem pública, proteção de bens e
qualquer hora, quando convocado;
pessoas, prevenção da prática dos ilícitos penais e
4 – disciplina – rigorosa observância e acatamento atribuições de polícia judiciária.
integral às leis, regulamentos, normas e disposições que
Art. 10 – A função policial, fundada na hierarquia e na
fundamentam o organismo policial e coordenam seu
disciplina, é incompatível com qualquer outra atividade,
funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se no
salvo as exceções previstas em lei.
perfeito cumprimento do dever;
Parágrafo único – Os círculos hierárquicos são âmbitos da
5 – eficiência – desempenho com acerto dos encargos
convivência entre policiais da mesma classe e têm a
inerente à função policial;
finalidade de desenvolver o espírito de camaradagem em
§ 2º - O policial que já tenha adquirido estabilidade no ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do
serviço público não estará sujeito a novo estágio respeito mútuo.
probatório quando nomeado, reclassificado, transferido,
Título II
transposto ou transformado sob qualquer forma legal ou
judicial, para cargo no serviço policial, sendo, porém Capítulo Único
obrigatório e requisito indispensável, à primeira
DO CÓDIGO DE ÉTICA POLICIAL
promoção, aprovação no Curso de Formação Profissional
da Academia de Polícia.
Art. 11 – O policial manterá observância, tanto mais
§ 3º - O dirigente do órgão ou unidade administrativa em
rigorosa quanto mais elevado for o grau hierárquico dos
que esteja lotado o policial, sujeito a estágio probatório,
seguintes preceitos de ética:
encaminhará ao órgão central de pessoal da Secretaria
de Estado da Polícia Civil, trimestralmente, em boletim I – servir à sociedade como obrigação fundamental;
próprio, apreciação e respeito do comportamento do
II – proteger vidas e bens;
estagiário, para anotações e providências legais que se
fizerem necessárias. III – defender o inocente e o fraco contra o engano e a
opressão;
Art. 7º - Os cargos em comissão destinam-se a atender a
encargos de direção e assessoramento superiores e IV – preservar a ordem, repelindo a violência;
serão providos, através de livre escolha do Governador,
V – respeitar os direitos e as garantias individuais;
por indicação do Secretário de Estado da Polícia Civil,
dentre os policiais e pessoas que possuam aptidões VI – jamais revelar tibieza ante o perigo e o abuso;
técnicas e reúnem as condições necessárias à investidura
VII – exercer a função policial com probidade, discrição e
no serviço público.
moderação, fazendo observar as leis com clareza;
Parágrafo único – Aquele que for indicado para exercer
VIII – não permitir que sentimentos ou animosidades
cargo em comissão, além dos requisitos dos incisos I, III,
pessoais possa influir em suas decisões;
IV, V e VI do artigo 3º, deverá:
IX – ser inflexível, porém justo, no trato com os
1 – Ter aptidão intelectual necessária ao cargo,
delinqüentes;
comprovada pela apresentação de diploma de curso de
nível superior; X – respeitar a dignidade da pessoa humana;

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XI – preservar a confiança e o apreço de seus remuneração à falta de outros bens que respondam pela
concidadãos pelo exemplo de uma conduta indenização.
irrepreensível na vida pública e na particular;
§ 3º - Tratando-se de danos causados a terceiro,
XII – cultuar o aprimoramento técnico-profissional; responderá o policial perante a Fazenda Estadual em
ação regressiva proposta depois de transitar em julgado
XIII – amar a verdade e a responsabilidade, como
a decisão que houver condenado a Fazenda a indenizar o
fundamentos da ética do serviço policial;
terceiro prejudicado.
XIV – obedecer às ordens superiores, exceto quando
§ 4º - A responsabilidade penal abrange os crimes e
manifestamente ilegais;
contravenções imputados ao policial nessa qualidade.
XV – não abandonar o posto em que deva ser substituído
§ 5º - A responsabilidade administrativa resulta de atos
sem a chegada do substituto;
praticados ou omissões ocorridas no desempenho do
XVI – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do serviço cargo ou fora dele, quando comprometedores de
policial; dignidade e do decoro da função pública.
XVII – prestar auxílio, ainda que não esteja em hora de § 6º - Mesmo absolvido criminalmente o policial
serviço: responderá disciplinarmente se, na espécie, existir falta
administrativa residual.
1 – a fim de prevenir ou reprimir perturbação da ordem
pública; Capítulo II
DA TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES
2 – quando solicitado por qualquer pessoa carente de
socorro policial, encaminhando-se à autoridade
competente, quando insuficientes as providências de sua Art. 16 – São transgressões disciplinares:
alçada.
I – falta de assiduidade ou impontualidade habituais;
Art. 12 – O policial ao se apresentar ao seu chefe, em sua
II – interpor ou traficar influência alheia para solicitar
primeira lotação, prestará o compromisso seguinte:
ascensão, remoção, transferência ou comissionamento;
“Prometo observar e fazer observar rigorosa obediência
III – dar informações inexatas, alterá-las ou desfigurá-las:
às leis, desempenhar as minhas funções com
desprendimento e probidade, considerando inerentes à IV – usar indevidamente os bens do Estado ou de
minha pessoa a reputação e honorabilidade do órgão terceiro, sob sua guarda ou vigilância;
policial que agora passo a servir.”
V – divulgar notícia sobre serviços ou tarefas em
Título III desenvolvimento realizadas pela repartição, ou
DA VIOLAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES contribuir para que sejam divulgadas, ou ainda, conceder
Capítulo I entrevistas sobre as mesmas sem autorização da
DA RESPONSABILIDADE autoridade competente;
VI – dar, ceder ou emprestar arma, insígnias ou carteira
Art. 13 – Cabe ao policial a responsabilidade integral de identidade funcional;
pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e
VII – deixar habitualmente de saldar dívidas legítimas ou
pelos atos que praticar.
de pagar regularmente pensões a que esteja obrigado
Art. 14 – Pelo exercício irregular de suas atribuições o por decisão judicial;
policial responde civil, penal e administrativamente.
VIII – manter relações de amizade ou exibir-se em
Art. 15 – As cominações civis, penais e disciplinares público, habitualmente, com pessoas de má reputação,
poderão acumular-se, sendo umas e outras exceto em razão de serviço;
independentes entre si, bem assim as instâncias civil,
IX – permutar o serviço sem expressa autorização
penal e administrativa.
competente;
§ 1º - A responsabilidade civil decorre de procedimento
X – ingerir bebidas alcoólicas quando em serviço;
doloso ou culposo, que importe em prejuízo à fazenda
Estadual ou a terceiros. XI – afastar-se do município onde exerce suas atividades,
sem autorização superior;
§ 2º - O prejuízo causado à Fazenda Estadual poderá ser
ressarcido mediante desconto em prestações mensais
não excedentes da décima parte do vencimento ou

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XII – deixar, sem justa causa, de submeter-se à inspeção XXXII – cometer a pessoa estranha à organização policial,
médica determinada em lei ou por autoridade fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
competente; encargos próprios ou da competência de seus
subordinados;
XIII – valer-se do cargo com o fim ostensivo ou velado de
obter proveito de natureza político partidária, para si ou XXXIII – desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de
para outrem; decisão judicial ou criticá-la depreciativamente.
XIV – simular doença para esquivar-se ao cumprimento XXXIV – eximir-se do cumprimento de suas obrigações
do dever; funcionais .
XV – agir, no exercício da função, com displicência, XXXV – violar o código de ética policial.
deslealdade ou negligência;
Art. 17 – As transgressões disciplinares são classificadas
XVI – intitular-se funcionário ou representante de como:
repartição ou unidade policial a que não pertença;
I – leves;
XVII – maltratar preso sob sua guarda ou usar de
II – médias;
violência desnecessária no exercício da função policial;
III – graves.
XVIII – deixar de concluir, nos prazos legais ou
regulamentares, sem motivos justos, inquéritos policiais, § 1º - São de natureza leve as transgressões enumeradas
sindicâncias ou processo administrativos; nos incisos I e XII do artigo anterior;
XIX – participar de atividade comercial ou industrial § 2º - São de natureza média as transgressões
exceto como acionista, quotista ou comanditário; enumeradas nos incisos XIII e XXI do artigo anterior;
XX – deixar de tratar os superiores hierárquicos e os § 3º - São de natureza grave as transgressões
subordinados com a deferência e a urbanidade devida; enumeradas nos incisos XXII e XXXV do artigo anterior;
XXI – coagir ou aliciar subordinados com objetivos
§ 4º - A autoridade competente para decidir a punição
político-partidários;
poderá agravar a classificação atribuída às transgressões
XXII – praticar usura em qualquer de suas formas; disciplinares, atendendo às peculiaridades e
conseqüências do caso concreto.
XXIII – apresentar parte, queixa ou representação
infundada contra superiores hierárquicos; § 5º - O agravamento previsto no parágrafo anterior não
ocorrerá nos casos em que já houver sido imposta
XXIV – indispor funcionários contra seus superiores
penalidade aos transgressores, salvo se de mera
hierárquicos ou provocar, velada ou ostensivamente,
advertência ou repreensão.
animosidade entre funcionários;
XXV – insubordinar-se ou desrespeitar superior
hierárquico; Capítulo III
DAS PENAS DISCIPLINARES
XXVI – empenhar-se em atividades que prejudiquem o
fiel desempenho da função policial;
Art. 18 – São penas disciplinares:
XXVII – utilizar, ceder ou permitir que outrem use objetos
arrecadados, recolhidos ou apreendidos pela polícia; I – advertência;
XXVIII – entregar-se a prática de jogos proibidos ou ao II – repreensão;
vício da embriaguez, ou qualquer outro vício degradante;
III – suspensão;
XXIX – portar-se de modo inconveniente em lugar
IV – afastamento do serviço, do cargo ou função;
público ou acessível ao público;
V – prisão disciplinar;
XXX – esquivar-se, na ausência da autoridade
competente, de atender a ocorrências passíveis de VI – demissão;
intervenção policial que presencie ou de que tenha
VII – Cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
conhecimento imediato, mesmo fora da escala de
serviço; Art. 19 – Na aplicação das penas disciplinares serão
considerados:
XXXI – emitir opiniões ou conceitos desfavoráveis aos
superiores hierárquicos; I – repercussão do fato;

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II – danos decorrentes da transgressão ao serviço Art. 23 – O policial poderá ser afastado do serviço ou do
público; exercício do cargo ou de função, sem perda de
vencimentos, por prazo não superior a trinta dias, a
III – causas de justificação;
critério do Secretário de Estado de Polícia Civil, desde
IV – circunstâncias atenuantes; que tenha cometido infração disciplinar ou criminal, cuja
natureza ou circunstância do fato gerador se constitua
V – circunstâncias agravantes;
em motivo de desonra para a Secretaria de Estado da
VI – a classificação da gravidade estabelecida no artigo Polícia Civil ou quando a medida se impuser ao interesse
17. de ordem pública.
§ 1º - São causas de justificação: Parágrafo único – O policial, ainda, será afastado do
exercício de seu cargo, nas seguintes situações:
1 – motivo de força maior, plenamente comprovado;
I – preso preventivamente, pronunciado, denunciado por
2 – Ter sido cometida a transgressão na prática de ação
crime funcional, ou condenado por crime inafiançável em
meritória, no interesse do serviço, da ordem ou da
processo no qual não haja pronúncia, até decisão
segurança pública;
transitada em julgado;
§ 2º - São circunstâncias atenuantes:
II – condenado por sentença definitiva à pena que não
1 – boa conduta funcional; determine demissão, enquanto durar seu cumprimento.
2 – relevância de serviços prestados; Art. 24 – Revogado pelo artigo 5º, inciso LXI da C.F.
3 – Ter sido cometida a transgressão em defesa de Art. 25 – A aplicação das penas previstas nos incisos III, IV
direitos próprios ou de terceiros ou para evitar mal e V do art. 18, será sempre divulgada em Boletim de
maior; Serviço, de circulação restrita aos órgãos da Secretaria de
Estado da Polícia Civil.
§ 3º - São circunstâncias agravantes:
Parágrafo único – Qualquer que seja o resultado do
1 – má conduta funcional;
procedimento disciplinar instaurado, será
2 – prática simultânea de duas ou mais transgressões; obrigatoriamente comunicado à Corregedoria Geral de
Polícia e à Divisão de Pessoal para fins de registro e
3 – reincidência;
anotação na pasta de assentamentos funcionais do
4 – ser praticada a transgressão, em conluio, por duas ou servidor.
mais pessoas, durante a execução de serviço, em
Art. 25 e parágrafo único com redação dada pelo Decreto
presença de subordinados ou em público;
nº 10.543, de 29-10-87. O artigo 2º do mesmo Decreto
5 – ter sido praticada a transgressão com premeditação determina que em todos os dispositivos deste
ou abuso de autoridade hierárquica ou funcional. Regulamento as expressões “Secretário ou Secretaria de
§ 4º - Não haverá punição, quando, na apreciação da Segurança Pública”, estejam substituídas por “Secretário
falta, for reconhecida uma das causas de justificação ou Secretaria de Estado da Polícia Civil.”
prevista no § 1º. Art. 26 – A pena de demissão, cassação de aposentadoria
Art. 20 – A pena de advertência será aplicada em ou disponibilidade será aplicada nos casos previstos no
particular e verbalmente, nos casos de falta leve. Estatuto dos Funcionários Públicos Civis.
Art. 27 – São competentes para aplicação das penas
Art. 21 – A pena de repreensão será aplicada, por escrito,
disciplinares previstas neste Decreto:
nos casos de falta leve, em caráter reservado.
Art. 22 – A pena de suspensão não excederá de noventa I – O Governador do Estado, em qualquer caso e,
privativamente, nos casos de demissão, cassação da
dias, implicando em perda total dos vencimentos
aposentadoria ou disponibilidade;
correspondentes aos dias e era aplicada:
II – O Secretário de Estado da Polícia Civil, nos casos dos
I – de um a quinze dias, nos casos de faltas leves;
incisos III a V do artigo 18;
II – de dezesseis a quarenta dias, nos casos de faltas
III – Os dirigentes de unidades administrativas
médias;
diretamente subordinadas ao Secretário, nos casos dos
III – de quarenta e um a noventa dias, nos casos de faltas incisos I a III do artigo 18, aos policiais que lhes forem
graves. subordinados e desde que a pena de suspensão não
ultrapasse cinqüenta dias.

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IV – Os dirigentes de departamentos não subordinados a) existir causa de justificação;


diretamente ao Secretário, diretores de divisão e
b) existir dúvida ou prova insuficiente sobre a autoria;
titulares de delegacia policial, nos casos dos incisos I a III
do artigo 18, aos policiais que lhes forem subordinados c) Ter fluído o prazo prescricional;
desde que a pena de suspensão não ultrapasse a vinte
d) Não restar provada a existência do fato;
dias.
e) Não ter o sindicato concorrido para a irregularidade
Parágrafo único – Quando, para qualquer transgressão,
administrativa;
for prevista mais de uma pena disciplinar, a autoridade
competente, atenta às circunstâncias de cada caso, f) Não haver na forma típica adequação para a
decidirá qual a aplicável. irregularidade.
Art. 28 – Prescrevem: Art. 31 – Na hipótese de o chefe imediato do
transgressor ser incompetente para aplicação da pena
I – Em dois anos as faltas sujeitas às penas de
disciplinar cabível, os autos serão imediatamente
advertência, repreensão, suspensão, afastamento do
remetidos à autoridade superior, dentro de quarenta e
serviço, do cargo ou função e prisão disciplinar;
oito horas, sob pena de conivência.
II – Em cinco anos, as faltas sujeitas às penas de
Art. 32 – Ocorrendo tratar-se de infração prevista neste
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Regulamento e no Estatuto do Funcionamento Públicos
§ 1º - A falta prevista como crime na lei penal Civis do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro,
prescreverá juntamente com este. instituído pelo Decreto-Lei nº 220, de 18 de julho de
1975, a que seja cominada pena disciplinar superior a
§ 2º - Prescrita a punição, se ainda houver prejuízo
cinqüenta dias de suspensão ou demissão, ou cassação
material decorrente do ato punível, o infrator ficará
de aposentadoria ou disponibilidade, os autos da
sujeito a reparação do dano, na forma da legislação civil
sindicância serão conclusos ao Secretário de Estado da
vigente.
Polícia Civil com proposição de instauração de inquérito
§ 3º - O curso da prescrição começa a fluir da data da administrativo a ser distribuído a uma das comissões
prática do evento punível disciplinarmente e interrompe- permanentes de inquérito administrativo, da Secretaria
se pela abertura de sindicância, apuração sumária ou Estadual de Administração.
inquérito administrativo.
Art. 33 – Para as recompensas e punições, o policial terá
Capítulo IV o seu comportamento classificados em:
DA APURAÇÃO DAS TRANSGRESSÕES DISCIPLINAR
I – excepcional;
Art. 29 – A aplicação das penas disciplinares de
II – ótimo;
suspensão, afastamento do serviço, do cargo ou função e
prisão disciplinar será sempre antecedida de sindicância III – bom;
ou apuração sumária da transgressão cometida pelo
IV – regular;
policial, ressalvado o preceituado no artigo 32.
V- mau.
Art. 30 – A investigação a que se refere o artigo anterior
será ultimada no prazo de dez dias pelo chefe imediato Art. 34 – O policial terá conceito bom ao ingressar no
do transgressor, que em seu relatório fará consignar: serviço público;
1 – data, modo e circunstâncias em que teve notícia ou § 1º - Os policiais que tiverem anotação de suspensão
ciência do fato; superior a dez dias, no período de um ano, anterior ao
calendário das promoções, serão classificados no
2 – versão do fato na forma por que teve conhecimento:
conceito “mau”; e no conceito “regular”, se tais faltas se
3 – elemento de prova ou indício colhido ou constatado e registrarem no período de dois anos.
informação das testemunhas;
§ 2º - O policial somente será classificado nos conceitos
4 – defesa do acusado; “excepcional” e “ótimo”, se não tiver sofrido pena
disciplinar de qualquer espécie, nos períodos,
5 – conclusão;
respectivamente, de dez a cinco anos que antecedam o
6 – decisão, quando for o caso; calendário das promoções.
Parágrafo único – Ocorrerá o arquivamento da Art. 35 – Decorrido o prazo de dez anos sem anotação de
investigação quando: penas disciplinares, o policial poderá requerer o
cancelamento das anotações anteriores, que será

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concedido a critério do Secretário de Estado de Polícia XVII – Gratificação adicional por tempo de serviço, na
Civil. forma prevista no art. 90 e seus parágrafos;
XVIII – Ascensão e transferência, na forma da legislação;
Título IV XIX – Garantias devidas ao resguardo da integridade
DOS DIREITOS E VANTAGENS física do policial em caso de cumprimento de pena em
Capítulo I estabelecimento penal; conquanto sujeito ao sistema
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS disciplinar penitenciário;
Art. 36 – São direitos pessoais decorrentes do exercício XX – Portar arma, com discrição, mesmo quando
da função policial; aposentado.
I – Garantia de uso do título em toda a sua plenitude, Parágrafo único – O policial, vinte e quatro horas após o
com as vantagens prerrogativas a ele inerentes; último dia do período de trânsito, deverá apresentar-se à
unidade policial para a qual foi designado.
II – Estabilidade, nos termos da legislação em vigor;
Art. 37 – Aos beneficiários do policial falecido, em
III – Uso das designações hierárquicas;
conseqüência da agressão sofrida no desempenho de
IV – Desempenho dos cargos e funções correspondentes suas atribuições, em serviço ou fora dele, em razão de
à condição hierárquica; acidente nele ocorrido ou ainda, de moléstia nele
adquirida, será concedida pensão equivalente ao
V – Percepção de vencimento correspondente ao padrão
vencimento, acrescida de todas as vantagens percebidas
fixado em lei e das vantagens pecuniárias;
por ocasião do óbito.
VI – Percepção de salário-família, diárias e ajuda de
§ 1º - A prova das circunstâncias do falecimento será
custo, na forma da legislação em vigor;
feita de acordo com a legislação em vigor.
VII – Carteira funcional e insígnia na forma estabelecida
§ 2º - O valor da pensão será sempre revisto, nas
em legislação própria;
mesmas bases em que se modificarem os valores dos
VIII – Promoções regulares e por bravura, inclusive post- vencimentos dos policiais em atividade.
mortem, ascensões regulares, inclusive post-mortem.
Capítulo II
IX – Medalhas “Mérito Policial” e “Mérito Especial” e
DOS DIREITOS
outras condecorações, na forma prevista em lei, com
Seção I
anotações na folha de assentamentos funcionais;
DAS FÉRIAS
X – Assistência médico-hospitalar, social e judiciária,
quando ferido ou acidentado em serviço ou em razão da
Art. 38 – O policial gozará, obrigatoriamente, trinta dias
função, submetido a processo em decorrência do estrito
de férias por ano, concedida de acordo com escala
cumprimento do dever legal;
organizada pelo dirigente da unidade administrativa a
XI – Aposentadoria nos termos da lei, com proventos que estiver subordinada e comunicada ao órgão central
integrais, independentemente de tempo de serviço, de pessoal da Secretaria de Estado da Polícia Civil, para
quando for reconhecida a invalidez permanente, por fins de publicação e controle.
motivo de acidente em serviço, ou em razão da função,
Art. 39 – é proibido a acumulação de férias, salvo por
ou ainda, em caso de moléstia grave adquirida em
imperiosa necessidade de serviço e pelo máximo de dois
serviço ou em conseqüência dele;
períodos.
XII – Trânsito: o período correspondente a cinco dias de
Art. 40 – O policial, ao entrar em férias, participará ao
afastamento total do serviço, concedido ao policial civil,
chefe imediato seu endereço eventual.
quando desligado de uma sede para assumir exercício
em outra situada em município diferente e se destina a Art. 41 – Mediante convocação do Secretário de Estado
preparativos e à realização de viagem; da Polícia Civil, o policial será obrigado a interromper
suas férias, em situação de emergente necessidade de
XIII – Concessão de auxílio-funeral;
segurança nacional ou para manutenção de ordem
XIV – Prisão domiciliar cumprida na residência do pública.
infrator;
Parágrafo único – O policial terá direito a retornar às
XV – Prisão domiciliar cumprida na residência do infrator; férias interrompidas, em época oportuna, sempre a
critério da administração.
XVI – Férias e licenças previstas em lei;

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Art. 42 – A escala de férias poderá ser alterada, de por outros, aos quais aquele transferir ou delegar
acordo com as necessidades do serviço, por iniciativa do atribuições, e pelo prazo indicado nos repetidos laudos.
superior ao qual estiver imediatamente subordinado,
§ 1º - estando o policial ou pessoa de sua família
comunicada a alteração ao órgão competente, inclusive
absolutamente impossibilitado de locomover-se e não
para efeito de acumulação de períodos.
havendo na localidade qualquer dos órgãos referidos
Art. 43 – Somente depois do primeiro ano de efetivo neste artigo, poderá ser admitido laudo expedido por
exercício, adquirirá o policial direito a férias, as quais órgão médico de outra entidade pública e, na falta,
corresponderão ao ano em que se completar esse atestado passado por médico particular com firma
período. reconhecida.
Art. 44 – é vedado levar à conta de férias qualquer falta § 2º - Nas hipóteses referidas no parágrafo anterior, o
ao trabalho. laudo ou atestado deverá ser encaminhado ao órgão
médico competente, no prazo máximo de três dias
Art. 45 – Excepcionalmente, em razão da natureza do
contados da primeira falta ao serviço médico; a licença
serviço, serão concedidas férias, com início em um
respectiva somente será considerada concedida com a
exercício e término no seguinte, bem como parceladas
homologação do laudo ou atestado, a qual será sempre
em períodos de dez e quinze dias.
publicada.
Art. 46 – Obrigatoriamente, quando ocorrer
§ 3º - Será facultado ao órgão competente, em caso de
movimentação do servidor, deverá ser comunicada a seu
dúvida razoável, exigir nova inspeção por outro médico
novo chefe a sua situação sobre o período de férias.
ou junta oficial.
Seção II
§ 4º - No caso de o laudo ou atestado não ser
DAS LICENÇAS
homologado, o policial será obrigado a reassumir o
Subseção I
exercício do cargo, dentro de três dias contados de
DAS DISPOSIÇÕES EM GERAIS
publicação do despacho ou ciência nos autos, sendo
Art. 47 – Conceder-se-á licença: considerados como de efetivo exercício os dias em que
deixou de comparecer ao serviço por esse motivo.
I – Para tratamento de saúde;
§ 5º - Se, na hipótese do parágrafo anterior, a não
II – Por motivo de doença em pessoa da família;
homologação decorrer de falsa afirmativa por parte do
III – Para repouso à gestante; médico atestante, os dias de ausência do funcionário
serão tidos como falta ao serviço, sujeitos, um e outro, a
IV – Para serviço militar;
processo administrativo disciplinar, que apurará e
V – Para acompanhar o cônjuge; definirá responsabilidade; caso o médico atestante não
esteja vinculado ao Estado, para fins disciplinares este
VI – A título de prêmio;
comunicará o fato ao Ministério Público ou a Conselho
VII – Para desempenho de mandato legislativo ou Regional de Medicina em que seja inscrito.
executivo.
Art. 50 – A licença poderá ser prorrogada “ex-ofício” ou a
Art. 48 – Salvo os casos previstos nos incisos IV, V e VII do pedido.
artigo anterior, o policial não poderá permanecer em
§ 1º - O pedido de prorrogação deverá ser apresentado
licença por prazo superior a vinte quatro meses;
antes de findo o prazo de licença; se indeferido, contar-
§ 1º - Excetua-se do prazo estabelecido neste artigo, a se-á como de licença o período compreendido entre a
licença para tratamento de saúde, quando o policial for data do término e a da publicação do despacho.
considerado recuperável a juízo da junta médica.
§ 2º - A licença concedida dentro de sessenta dias,
§ 2º - Nas licenças dependentes de inspeção médica, contados do término da anterior, será, a critério médico,
expirado o prazo deste artigo e ressalvada a hipótese considerada como sua prorrogação.
referida no parágrafo anterior, o policial será submetido
Art. 51 – Ressalvada a hipótese de faltas por motivo de
a nova inspeção, que concluirá pela sua volta ao serviço,
doença comprovada, inclusive em pessoa da família, até
pela sua readaptação, ou pela aposentadoria, se for
o máximo de três, durante o mês, o tempo necessário à
julgado definitivamente inválido para o serviço público
inspeção médica será considerado como de licença.
policial.
§ 1º - Considerando apto o policial ou pessoas de sua
Art. 49 – As licenças previstas nos incisos I, II e III do
família, reassumirá ele o exercício, sob pena de serem
artigo 47 serão concedidas pelo órgão médico oficial ou
computados como faltas os dias de ausência ao serviço.

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§ 2º - Se da inspeção ficar constatada simulação do Parágrafo Único – A inspeção, para os efeitos deste
policial, as ausências serão havidas como faltas ao artigo, será realizado obrigatoriamente por um junta
serviço e o fato será comunicado ao órgão de pessoal, composta de pelo menos três médicos.
para as providências disciplinares cabíveis.
Art. 59 – O policial que se recusar à inspeção médica
Art. 52 – Ao policial provido em comissão, ou designado ficará impedido do exercício de seu cargo, até que se
para função gratificada, não concederão, nesta verifique a inspeção.
qualidade, as licenças referidas nos incisos IV, V, VI e VII
Parágrafo Único – Os dias em que o policial, por força do
do artigo 47.
disposto neste artigo, ficar impedido do exercício do
Art. 53 – No processamento das licenças dependentes de cargo, serão tidos como faltas ao serviço.
inspeção médica, será observado o devido sigilo sobre os
Art. 60 – No curso da licença, poderá o policial requerer
respectivos laudos e atestados.
inspeção médica, caso se julgue em condições de
Art. 54 – A licença superior a noventa dias, para reassumir o exercício ou de ser aposentado.
tratamento de saúde e por motivo de doença em pessoa
Art. 61 – Quando a licença para tratamento de saúde for
da família, dependerá a inspeção por junta médica.
concedida em decorrência de acidente em serviço ou de
§ 1º - No curso das licenças a que se refere este artigo o doença profissional, esta circunstância se fará
policial abster-se-á de qualquer atividade remunerada, expressamente consignada.
sob pena de interrupção de licença, com perda total do
Art. 62 – Considera-se acidente em serviço, para os
vencimento e demais vantagens, até que reassuma o
efeitos deste Regulamento, aquele que ocorra com
exercício do cargo.
policial civil da ativa, quando:
§ 2º - Os dias correspondentes à perda de vencimento,
I – No exercício de suas atribuições policiais, durante o
de que trata o parágrafo anterior, serão considerados
expediente normal, ou quando determinado por
como faltas ao serviço.
autoridade competente, em sua prorrogação ou
Art. 55 – O policial licenciado comunicará ao chefe antecipação;
imediato o local onde pode ser encontrado.
II – No decurso de viagens em objetivo de serviço,
Subseção II previsto em regulamentos, programas de cursos ou
LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE autorizadas por autoridade competente;.
III – No cumprimento de ordem emanada de autoridade
Art. 56 – A licença para tratamento de saúde será competente;
concedida, ou prorrogada, “ex-ofício” ou a pedido do
IV – No decurso de viagens impostas por remoções;
policial ou de seu representante, quando não possa ele
fazê-lo. V – No deslocamento entre a sua residência e o órgão em
que estiver lotado ou local de trabalho, ou naquele em
§ 1º - Em qualquer dos casos é indispensável a inspeção
que sua missão deva ter início ou prosseguimento e vice-
médica que será realizada, sempre que necessária, no
versa;
local onde se encontrar o policial.
bem como o dano resultante da agressão não
§ 2º - Incumbe à chefia imediata promover a
provocada, sofrida pelo policial no desempenho do cargo
apresentação do policial à inspeção médica, sempre que
ou em razão dele;
este a solicitar.
VI – Em ocorrência policial, na defesa e manutenção da
Art. 57 – O policial não reassumirá o exercício do cargo,
ordem pública mesmo sem determinação explícita;
sem nova inspeção médica, quando a licença concedida
assim o tiver exigido; realizada esta nova inspeção, o VII – No exercício dos deveres previstos em leis,
respectivo atestado ou laudo médico concluirá pela volta regulamentos ou instruções baixadas por autoridade
ao serviço, pela prorrogação da licença, pela readaptação competente.
do policial ou pela sua aposentadoria. § 1º - Aplica-se o disposto neste artigo ao policial que,
embora aguardando a aposentadoria, esteja,
Art. 58 – Em caso de doença grave, contagiosa ou não,
comprovadamente, transmitindo o exercício de suas
que imponha cuidados permanentes, poderá a junta
funções ao seu substituto, bem como ao policial inativo,
médica, se considerar o doente irrecuperável,
quando retorne à atividade.
determinar, como resultado da inspeção, sua imediata
aposentadoria. § 2º - Considera-se também acidente em serviço, para os
fins estabelecidos na legislação vigente, os ocorridos nas

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situações do § 1º, ainda quando não sejam eles a causa


única e exclusiva da morte ou da perda ou redução da Art. 67 – À policial gestante será concedida licença pelo
capacidade do policial, desde que, entre o acidente e a prazo de quatro meses.
morte ou incapacidade para o serviço policial, haja
Parágrafo único – Salvo prescrição médica em contrário,
relação de causa e efeito.
a licença será concedida a partir do oitavo mês de
§ 3º - Considera-se acidente em serviço todo aquele que gestação.
se verifique pelo exercício das atribuições do cargo,
Art. 68 – À policial gestante, quando em serviço
provocando, direta ou indiretamente lesão corporal,
incompatível com seu estado, serão cometidos encargos
perturbações funcional ou doença que determine a
diversos daqueles que estiver exercendo, respeitadas as
morte; a perda total ou parcial permanente ou
atribuições da série de classes e que pertencer.
temporária, da capacidade física ou mental para o
trabalho. Art. 69 – A licença de que trata esta subseção será
concedida com vencimentos e vantagens integrais.
§ 4º - Não se aplica o disposto no presente Regulamento
quando o acidente for resultado de transgressão
disciplinar, imprudência ou desídia do policial acidentado
Subseção V
ou de subordinado seu, com sua aquiescência.
LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR
§ 5º - A autoridade policial competente, nos casos
previstos neste artigo, fará registro minucioso do fato, no
Art. 70 – Ao policial que for convocado para serviço
qual deverá consignar todas as provas colhidas,
militar ou outro encargo de segurança nacional, será
encaminhando expediente relativo ao apurado do órgão
concedida licença pelo prazo que durar a sua
de pessoal da Secretaria, para fim de instauração de
incorporação ou convocação.
sindicância, a ser concluída no prazo de oito dias,
prorrogável por igual período, quando as circunstâncias o § 1º - A licença será concedida à vista de documento
exigirem. oficial que comprove a incorporação ou convocação.
§ 6º - Ao policial ocupante de cargo em comissão ou § 2º - Do vencimento descontar-se-á a importância que o
função gratificada aplicar-se-á o disposto neste artigo. policial percebe na qualidade de incorporado, salvo se
optar pelas vantagens do serviço militar.
Art. 63 – A licença para tratamento de saúde será
concedida sempre com vencimentos e vantagens § 3º - Ao policial desincorporado ou desconvocado
integrais. conceder-se-á prazo , não excedente de trinta dias para
que reassuma o exercício, sem perda de vencimento.
Subseção III
LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA Art. 71 – Ao policial oficial da reserva das Forças Armadas
FAMÍLIA será também concedida a licença referida no artigo
anterior durante os estágios previstos pelos
Art. 64 – O policial poderá requerer licença por motivo
regulamentos militares.
de doença na pessoa de ascendente, descendente,
colateral, consangüíneo ou afins, até o 2º grau civil, Parágrafo Único – Quando o estágio for remunerado,
cônjuge do qual não esteja legalmente separado, ou assegurar-se-lhe-á o direito de opção.
pessoa que viva às suas expensas e conste do respectivo
Subseção VI
assentamento individual, desde que prove ser
LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE
indispensável sua assistência pessoal e esta não possa
ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo. Art. 72 – O policial casado terá direito à licença sem
vencimento, quando seu cônjuge for exercer mandato
Art. 65 – A licença referida no artigo anterior poderá ser
eletivo ou, sendo militar ou servidor da administração
prorrogada, a pedido do policial.
direta, de autarquia, de empresa pública, de sociedade
Art. 66 – A licença de que trata esta subseção não poderá de economia mista ou de fundação instituída pelo Poder
exceder de vinte e quatro meses e será concedida com Público, for mandado servir, “ex-ofício”, em outro ponto
vencimentos e vantagens integrais nos primeiros doze do território estadual, nacional ou no exterior.
meses e com dois terços nos outros doze meses
Parágrafo único – Existindo no novo local de residência
subseqüentes.
órgão estadual, o policial nele será lotado, havendo
Subseção IV claro, ou não havendo poderá ser-lhe concedida, em
LICENÇA PARA REPOUSO GESTANTE caso de interesse de administração, permissão de
exercício, enquanto ali durar sua permanência.

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Art. 73 – A licença dependerá de pedido devidamente Art. 79 – O policial investido em cargo de provimento em
instruído, que deverá ser renovada de dois em dois anos; comissão ou função gratificada será licenciado com o
finda a sua causa, o policial deverá reassumir o exercício, vencimento e vantagens do cargo de que seja ocupante
dentro de trinta dias, a partir dos quais a sua ausência efetivo.
será computada como falta ao trabalho.
Art. 80 – Quando o policial ocupar em comissão ou
Art. 74 – Independentemente do regresso do cônjuge, o função gratificada por mais de cinco anos, apurados na
policial poderá reassumir o exercício a qualquer tempo, forma do art. 76, assegurar-se-lhe-á, no gozo da licença,
não podendo, neste caso, renovar o pedido de licença importância igual à que venha percebendo pelo exercício
senão depois de dois anos da data da reassunção, salvo no cargo em comissão ou da função gratificada.
se o cônjuge for transferido novamente.
Parágrafo único – Adquirido o direito à licença-prêmio,
Art. 75 – As normas desta subseção aplicam-se aos de acordo com o estabelecido neste artigo, a ulterior
policiais que vivam maritalmente, desde que haja exoneração do cargo em comissão ou dispensa da função
impedimento legal ao casamento e convivência por mais gratificada, não prejudicará a forma de remuneração
de cinco anos. nele adotada, quando do efetivo gozo da licença pelo
policial.
Art. 81 – Em caso de acumulação de cargos, a licença-
Subseção VII
prêmio será concedida em relação a cada um deles,
LICENÇA A TÍTULO DE PRÊMIO
simultânea ou separadamente.
Parágrafo Único – Se independente o cômputo do
Art. 76 – Após cada qüinqüênio de efetivo exercício
qüinqüênio em relação a cada um dos cargos
prestado ao Estado, ao policial que a requerer, conceder-
acumulados.
se-á licença-prêmio de três meses com todos os direitos
e vantagens de seu cargo efetivo. Art. 82 – A licença-prêmio poderá ser gozada
integralmente, ou em períodos de um a dois meses.
§ 1º - Não será concedida licença-prêmio se houver
policial, no qüinqüênio correspondente: Parágrafo único – Se a licença for gozada em períodos
parcelados, deve ser observado intervalo obrigatório de
1 – sofrido pena de suspensão ou de multa;
um ano entre o término de um período e o início de
2 – faltado ao serviço, salvo se abonada a falta; outro.
3 – gozado as licenças para tratamento de saúde, por Art. 83 - O policial poderá, a qualquer tempo, reassumir o
motivo de doença em pessoa da família e por motivo de exercício do seu cargo, condicionado o gozo dos dias
afastamento do cônjuge, por prazo superior a noventa restantes da licença à regra contida no artigo anterior.
dias, em cada caso.
Parágrafo único – Se, na interrupção da licença, se
§ 2º - Suspender-se-á, até o limite de noventa dias, em verificar que o policial gozou período não conforme o
cada uma das licenças referidas no item 3 do parágrafo disposto no artigo 82, o prazo restante da licença,
anterior, a contagem do tempo de serviço para efeito de referente ao mesmo qüinqüênio, qualquer que seja ele,
licença-prêmio. ficará insuscetível de gozo, sendo computável em dobro
apenas para efeito de aposentadoria.
§ 3º - O gozo da licença para repouso à gestante não
prejudicará contagem do tempo de serviço para efeito da Art. 84 – é vedado descontar de licença-prêmio, faltas ao
licença-prêmio. serviço ou qualquer licença concedida ao policial.

§ 4º - Para apuração do qüinqüênio, computar-se-á,


também, o tempo de serviço prestado anteriormente em Subseção VIII
outro cargo estadual, desde que entre um e outro não LICENÇA PARA DESEMPENHO DE MANDATO
haja interrupção do exercício. LEGISLATIVO OU EXECUTIVO
Art. 77 – O direito à licença-prêmio não tem prazo para
ser exercitado. Art. 85 – O policial será licenciado sem vencimentos ou
vantagens de seu cargo efetivo, para desempenho de
Art. 78 – A competência para a concessão de licença-
mandato eletivo, federal ou estadual.
prêmio é do Diretor do Departamento de Administração
da Secretaria de Estado da Polícia Civil. Parágrafo único – A licença a que se refere este artigo
será concedida a partir da diplomação do eleito, pela
Justiça Federal e perdurará pelo prazo do mandato.

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Art. 86 – O policial investido no mandato eletivo de na data da entrada em vigor do novo regime de adicional
prefeito ficará licenciado desde a diplomação pela Justiça de tempo de serviço.
Eleitoral até o término do mandato, sendo-lhe facultado
§ 4º - A cada triênio de efetivo exercício corresponderá
optar pela percepção do vencimento e vantagens de seu
um grau de progressão horizontal até o limite de nove
cargo efetivo.
graus.
Art. 87 – Quando o policial for nomeado governador de
§ 5º - O percentual correspondente a cada qüinqüênio ou
território federal, interventor ou prefeito de Capital ou
triênio será de 5% do vencimento-base do policial até o
Município de área de Segurança Nacional ou estância
limite máximo de 35% ou 50%, respectivamente, de
hidromineral, ficará, desde a posse, licenciado sem
conformidade com o § § 2º e 3º deste artigo.
vencimento e vantagens do seu cargo efetivo,
ressalvado, para âmbito Municipal, o direito de opção § 6º - A progressão horizontal é devida a partir do dia
pela remuneração do cargo efetivo. imediato àquele em que o policial completar o triênio ou
qüinqüênio e será concedido independentemente de
Art. 88 – Investido o policial no mandato de vereador e
requerimento do interessado.
havendo compatibilidade de horários, perceberá o
vencimento e as vantagens de seu cargo, sem prejuízo Obs.: O regime hoje em vigor é o de triênios para todo o
dos subsídios a que faz juz; inexistindo compatibilidade, funcionalismo e a Lei nº 1600, de 15-01-90, estabeleceu
ficará afastado do exercício de seu cargo, sem percepção o percentual de 60% como limite.
do vencimento e vantagens.
Capítulo III Seção III
DAS VANTAGENS GRATIFICAÇÕES
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 91 – Conceder-se-á gratificação:
I – de função;
Art. 89 – Além do vencimento, poderá o policial perceber
as seguintes vantagens pecuniárias: II – pelo exercício de cargo em comissão;
I – adicional por tempo de serviço; III – de representação de Gabinete;
II – gratificações; IV – pelo participação em órgão de deliberação coletiva;
III – ajuda de custo e transporte ao policial mandado a) encargo auxiliar ou membro de banca ou comissão
servir em nova sede; examinadora de concurso;
IV – diárias àquele que, em objeto de serviço, se deslocar b) encargo de auxiliar ou professor em curso oficialmente
eventualmente da sede. instituído.
Seção II Subseção I
ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO
Art. 92 – A gratificação de função de chefia, assistência
Art. 90 – O adicional por tempo de serviço é o percentual intermediária e secretariado é aquela definida no
calculado sobre o vencimento-base de cargo efetivo, a parágrafo único do artigo 9 (deste Regulamento e
que faz jus o policial, por qüinqüênio de efetivo exercício, correspondente ao exercício de função gratificada,
decorrente de antigüidade no serviço público, apurado instituída e remunerada na forma que se dispuser em lei.
na forma do título IX.
Art. 93 – A gratificação será mantida nos casos de
§ 1º - A cada qüinqüênio de efetivo exercício, afastamentos previstos nos incisos I, II, VII, VIII, X, XI, XII,
corresponderá um grau de progressão horizontal até o XIII, XIV, XV, XVII, exceto convocação para o serviço
limite de sete graus. militar, e XIX, todos do artigo 259.
§ 2º - O regime de qüinqüênio prevalecerá somente para Parágrafo único – Na hipótese do afastamento do inciso
o ingresso de novos servidores na carreira policial. VI do artigo 259, obedecer-se-á, quando for o caso, ao
disposto no artigo 80.
§ 3º - Ficam assegurados os direitos adquiridos pelos
Art. 94 – Além do exercício de função gratificada
policiais ao recebimento de triênios ou de qüinqüênios,
regularmente instituída, poderá ser atribuída, na forma
segundo o Estado de origem, quando ainda percebidos
de regulamentação específica, gratificação de função a

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funcionários que desempenhem atividades especiais ou V – licença para tratamento de saúde e repouso à
excedentes às atribuições do seu cargo, vedado o seu gestante;
recebimento cumulativo com as gratificações específicas
VI – falta até o máximo de três dias durante o mês, por
das funções de confiança.
motivo de doença comprovada, inclusive quando em
pessoa da família.

Subseção II
DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO EM
Subseção IV
COMISSÃO
GRATIFICAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO EM ÓRGÃO DE
DELIBERAÇÃO COLETIVA
Art. 95 – A gratificação pelo exercício de cargo em
Art. 99 – A gratificação pela participação em órgão de
comissão é aquela definida no art. 7º deste Regulamento
deliberação coletiva destina-se a remunerar a presença
e correspondente a 70% do valor fixado para o cargo em
dos componentes dos órgãos colegiados regularmente
comissão, que será paga juntamente com o vencimento e
instituídos.
vantagens do cargo efetivo, quando o policial não optar
pelo vencimento deste. § 1º - A gratificação de que trata este artigo será fixada
por Resolução, em base percentual, calculada sobre o
§ 1º - Quando a opção não recair sobre o vencimento do
valor do símbolo de cargo efetivo ou em comissão ou
cargo efetivo, perceberá o policial integralmente o valor
função gratificada, e paga por dia de presença às sessões
correspondente ao símbolo do cargo em comissão.
do órgão colegiado.
§ 2º - À gratificação de que trata este artigo, aplica-se o
§ 2º - Não serão remuneradas as sessões que excederem
disposto no parágrafo único do artigo 122.
o número de 12 por mês.
Art. 100 – é vedada a participação do policial em mais de
um órgão de deliberação coletiva, salvo quando na
Subseção III condição de membro nato.
DA GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO DE GABINETE
Parágrafo único – Quando o policial for membro nato de
mais de um órgão de deliberação coletiva, poderá optar
Art. 96 – A gratificação de representação de gabinete é a pela gratificação de valor mais elevado.
que tem por fundamento a compensação de despesas de
Art. 101 – A gratificação pela participação em órgão de
apresentação inerentes ao local do exercício ou à
deliberação coletiva é acumulável com quaisquer outras
remuneração de encargos especiais.
vantagens pecuniárias atribuídas ao policial.
Art. 97 – A gratificação será concedida aos policiais em
Parágrafo único – Durante os afastamentos legais do
exercícios no gabinete do Secretário de Estado da Polícia
titular, apenas o suplente perceberá a gratificação pela
Civil que, a critério deste, assim devam ser remunerados.
participação em órgão de deliberação coletiva.
§ 1º - O valor global da gratificação será aprovado pelo
Governador, ouvida a Secretaria de Planejamento e
Subseção V
Coordenação Geral quanto aos aspectos orçamentários e
GRATIFICAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO EM BANCA
financeiros.
EXAMINADORA DE CONCURSO OU PROFESSOR EM
§ 2º - O valor individual da gratificação será fixado em CURSO OFICIALMENTE INSTITUÍDO
tabela aprovada pelo Secretário de Estado da Polícia
Civil, não podendo exceder a 50% do cargo efetivo do
Art. 102 – Pelo exercício de encargo de auxiliar ou
policial.
membro de banca ou comissão examinadora de
Art. 98 – A gratificação de representação de gabinete não concurso ou de atividade temporária de auxiliar ou
será suspensa nos afastamentos seguintes: professor de curso oficialmente instituído, ao policial
será atribuída gratificação conforme o estabelecido nesta
I – férias;
subseção.
II – casamento;
Art. 103 – Entende-se como encargo de membro de
III – luto; banca ou comissão examinadora de concurso a tarefa
desempenhada, por designação de autoridade
IV – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
competente, no planejamento, organização e aplicação

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da provas, correção e apuração dos resultados, revisão e § 2º - Compete ao Governador arbitrar a ajuda de custo a
decisão dos recursos interpostos, até a classificação ser paga ao policial designado par missão no exterior.
definitiva, nos concursos, provas de seleção ou de
Art. 111 – Sem prejuízo das diárias que lhe couberem o
habilitação e ascensão pela Academia de Polícia, para
policial obrigado a permanecer fora da sede de sua
provimento de cargos, preenchimentos de empregos ou
unidade administrativa, em objeto de serviço, por mais
admissão a cursos oficialmente instituídos.
de trinta dias, perceberá ajuda de custo correspondente
Art. 104 – Professor de curso oficialmente instituído é o a um mês do vencimento do seu cargo.
designado pela autoridade competente, para exercer
Parágrafo único – A ajuda de custo será calculada sobre o
atividade temporária de magistério nas áreas de
valor atribuído ao símbolo do cargo em comissão,
treinamento e aperfeiçoamento de pessoa.
quando o seu ocupante não for também de cargo
Art. 105 – Somente policiais civis (ativos e inativos) e, efetivo.
excepcionalmente, os membros do Ministério Público,
Art. 112 – Não se concederá ajuda de custo:
Magistratura e Técnicos, de reconhecido saber, poderão
ser designados para exercer atividades temporárias de I – ao policial que, em virtude de mandato legislativo ou
auxiliar de ensino ou professor e membro de banca ou executivo, deixar ou reassumir o exercício do cargo;
comissão examinadora de concurso.
II – ao policial posto a serviço de qualquer outra entidade
Art. 106 – A gratificação pelo exercício de atividade do direito público;
temporária de auxiliar ou professor de curso oficialmente
III – quando a designação para a nova sede se der a
instituído somente será atribuída ao policial, se o
pedido.
trabalho for realizado além das horas de expediente a
que está sujeito. Art. 113 – O policial restituirá a ajuda de custo:
Art. 107 – As gratificações de que trata esta subseção I – quando não se transportar para a nova sede ou local
serão arbitradas, em cada caso, pelo Governador, da missão, nos prazos determinados;
proposta pelo Secretário de Estado da Polícia Civil.
III – quando antes de decorridos três meses do
Art. 108 – A concessão das gratificações de que trata esta deslocamento ou do término da incumbência, regressar,
subseção não prejudicará a percepção cumulativa de pedir exoneração ou abandonar o serviço;
outras vantagens pecuniárias atribuídas ao Policial.
§ 1º - A restituição é de exclusiva responsabilidade do
policial e não poderá ser feita parceladamente.
Seção IV
§ 2º - O policial que houver percebido ajuda de custo não
DA AJUDA DE CUSTO E TRANSPORTE
entrará em gozo de licença-prêmio antes de decorridos
noventa dias de exercício na nova sede, ou e finda a
Art. 109 – Será concedida ajuda de custo, a título de missão.
compensação das despesas de viagens, mudanças e
§ 3º - Não haverá obrigação de restituir:
instalação, ao policial que, em razão de remoção, tenha
que deslocar efetivamente sua residência. 1 – quando o regresso do policial for determinado “ex-
ofício” ou decorrer de doença comprovada ou de motivo
Parágrafo único – Considerar-se-á necessária a
de força maior.
transferência de residência quando o policial for
removido para unidade distante mais de 100KM de sua 2 – quando o pedido de exoneração for apresentado
atual residência. após noventa dias de exercício na nova sede ou local da
missão.
Art. 110 – A ajuda de custo será arbitrada pelo Secretário
de Estado da Polícia Civil e nunca inferior a uma e nem
Art. 114 – Independentemente da ajuda de custo,
superior a três vezes a importância correspondente ao
concedida ao policial, a este será assegurado transporte
vencimento do policial, salvo quando se tratar de missão
para a nova sede, inclusive para seus dependentes.
exterior.
§ 1º - O policial que utilizar condução própria no
§ 1º - No arbitramento da ajuda de custo serão levados deslocamento para a nova sede fará jus, para
em conta o vencimento do cargo do policial designado indenização da despesa de transporte, à percepção da
para nova sede ou missão no exterior, as despesas a importância integral correspondente ao valor da tarifa
serem por ele realizadas, bem como as condições de vida rodoviária no mesmo percurso, acrescida de 50% do
no local do novo exercício ou no desempenho de missão. referido valor por dependente que o acompanhe até o
máximo de três.

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§ 2º - Na hipótese do parágrafo anterior, a administração Parágrafo único – A infração do disposto neste artigo
fornecerá passagens para o transporte rodoviário dos sujeita o policial às penalidades cabíveis, cancelando-se,
dependentes que comprovadamente não viajem em ainda, a autorização concedida em seu favor.
companhia do policial.
Art. 121 – Ao receber a autorização para utilização de
Art. 115 – Nos deslocamentos a que se refere o art. 109 veículo próprio, em serviço, o usuário assinará termo de
serão assegurados, ao policial removido para a nova compromisso no Departamento de Administração da
sede, transporte do mobiliário e bagagens, inclusive de Secretaria de Estado da Polícia Civil submetendo-se aos
seus dependentes, assim considerados: preceitos regulamentares da matéria.
I – o cônjuge ou a companheira legalmente equiparada;
Seção V
II – o filho de qualquer condição ou enteado, bem assim
DAS DIÁRIAS
o menor que, mediante autorização judicial, viva sobre a
guarda e o sustento do policial; Art. 122 – Ao policial que se deslocar, temporariamente,
em objeto de serviço, da localidade onde estiver sediada
III – os pais, sem economia própria, que vivam às
sua unidade administrativa, conceder-se-á, além de
expensas do policial;
transporte, diária a título de compensação das despesas
IV – em empregado, doméstico, desde que comprovada de alimentação e pousada, ou, somente, de alimentação.
esta condição.
Parágrafo único – A vantagem de que trata este artigo
§ 1º - Atingida a maioridade, os referidos no inciso II poderá também ser concedida ao servidor contratado,
deste artigo perdem a condição de dependente, exceto a no exercício de função gratificada, bem como estagiário.
filha que se conservar solteira sem economia própria, o
Art. 123 – Será concedida diária:
filho inválido e, até completar vinte e quatro anos quem
for estudante, sem exercer qualquer atividade lucrativa. I – de alimentação e pousada, nos deslocamentos
superiores a 100 km de distância da sede, desde que o
§ 2º - Para efeito do disposto neste artigo, sem economia
pernoite se realize por exigência do serviço:
própria significa não perceber rendimento em
importância igual ou superior ao valor do salário mínimo II – de alimentação nos deslocamentos inferiores a 100
vigente na região em que resida. km e superiores a 50 km de distância da sede;
Art. 116 – Em face da peculiaridade do serviço, poderá III – em qualquer outro caso:
ser concedido o pagamento da indenização de despesa
a) de alimentação e pousada quando o afastamento da
de transporte aos policiais que tenham assegurado o
sede for inferior a oito horas;
direito ao uso individual de viaturas oficiais e que
utilizarem veículo próprio no desempenho de suas b) de alimentação, quando o afastamento da sede for
funções, conforme faixas de remuneração a serem inferior a 18 (dezoito) e superior a 8 (oito) horas;
definidas em Resolução do Secretário de Estado da
Art. 124 – O valor da diária resultará da incidência de
Polícia Civil.
percentual sobre o valor básico da UFERJ, atendida a
Art. 117 – A autorização para utilização de veículos de tabela que for expedida por ato do Governador,
propriedade do policial a serviço do Estado será de observados, em sua elaboração, a natureza, o local, as
competência do Secretário de Estado da Polícia Civil, por condições de serviços e o vencimento do policial.
intermédio do Departamento de Administração.
Art. 125 – Não se concederá diárias:
Art. 118 – Concedida a autorização, o Estado não se
I – durante o período de trânsito;
responsabilizará por danos causados a terceiros ou ao
veículo ainda que a ocorrência se verifique em serviço. II – quando o deslocamento se constitui em exigência
permanente do exercício do cargo ou da função;
Art. 119 – Quando convier, o Estado cancelará, em
qualquer época, a retribuição da indenização de III – quando o município para o qual se deslocar o policial
despesas de transporte, cuja concessão não gerará seja contíguo ao da sua sede, constituindo-se, em relação
qualquer direto à continuidade da respectiva percepção. a este, em unidade urbana e apresentado facilidade de
transporte, ressalvada a hipótese da alínea “c” do inciso
Art. 120 – É vedado o uso de viatura oficial por quem já
II do artigo 123.
seja portador de autorização para utilização de veículo
particular a serviço do Estado. Art. 126 – Ao regressar a sede, o policial restituirá,
dentro do prazo de quarenta e oito horas, as
importâncias recebidas em excesso.

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Parágrafo único – O descumprimento do disposto neste Art. 132 – Os atos que deslocarem “ex-ofício” os policiais
artigo ocasionará o desconto em folha da importâncias estudantes de uma para outras cidades ficarão suspensos
recebidas em excesso pelo policial, sem prejuízo das se, na nova sede ou em localidade próxima, não existir
sanções disciplinares aplicáveis à espécie. estabelecimento congênere, oficial, reconhecido ou
equiparado àquele em que o interessado esteja
Art. 127 – A concessão indevida de diárias sujeitará a
matriculado.
autoridade que as conceder à reposição da importância
correspondente, aplicando-se-lhe, e ao policial que as § 1º - Efetivar-se-á o deslocamento se o policial concluir
receber, as cominações estatutárias pertinentes. o curso, for reprovado, ou deixar de renovar sua
matrícula.
§ 2º - Anualmente o interessado deverá fazer prova,
perante o órgão setorial de pessoa a que esteja
Título V
subordinado, de que está matriculado.
DAS CONCESSÕES
Capítulo I Art. 133 – O policial estudante matriculado em
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS estabelecimento de ensino que não possua curso
noturno, poderá, sempre que possível, ser aproveitado
Art. 128 – Sem prejuízo do vencimento, direitos e
em serviços cujo horário não colida com o relativo ao
vantagens, o policial poderá faltar ao serviço até oito dias
período das aulas.
consecutivos, por motivo de:
Parágrafo único – Sendo impossível o aproveitamento a
I – casamento;
que se refere o presente artigo, poderá o estudante, com
II – falecimento do cônjuge, pais, filhos ou irmãos; assentimento do respectivo chefe, iniciar o serviço uma
hora depois do expediente ou dele se retirar uma hora
Parágrafo único – Computar-se-á, para efeitos deste
antes do seu término, conforme o caso, desde que a
artigo, os sábados, domingos e feriados compreendidos
compense, prorrogando ou antecipando o expediente
no período.
normal.
Art. 129 – Ao licenciado para tratamento de saúde em
Art. 134 – O policial terá preferência, para sua moradia,
virtude de acidente em serviço ou doença profissional,
na locação de imóvel pertencente ao Estado.
que deva ser deslocado de sua sede para qualquer ponto
do território nacional, por exigência do laudo médico, Art. 135 – As concessões estabelecidas neste título
será concedido transporte à conta dos cofres estaduais, aplicam-se:
inclusive para acompanhante.
I – aos servidores contratados no exercício de função
§ 1º - Será, ainda, concedido transporte à família do gratificada, as constantes dos artigos 128, 129 e 130.
policial falecido no desempenho do serviço, fora da sede
II – aos estagiários as dos artigos 128 e 129.
de seus trabalhos, inclusive quando no exterior.
Capítulo II
§ 2º - Correrão, também, por conta do Estado, as
SALÁRIO-FAMÍLIA
despesas com a remoção e com o sepultamento do
policial falecido no desempenho do serviço. Art. 136 – Salário-família é o auxílio pecuniário concedido
pelo Estado ao policial na ativa ou inativo, como
Art. 130 – Ao policial estudante matriculado em
contribuição ao custeio das despesas de manutenção de
estabelecimento de ensino de qualquer grau, oficial ou
sua família.
reconhecido, será permitido faltar ao serviço, sem
prejuízo de seu vencimento ou de quaisquer direito e Parágrafo único – A cada dependente relacionado no
vantagens, nos dias de provas ou de exames, mediante artigo seguinte corresponderá uma cota de salário-
apresentação de atestado fornecido pelo respectivo família.
estabelecimento.
Art. 137 – Conceder-se-á salário-família:
Art. 131 – Ao estudante que necessitar mudar de
I – por filho menor de vinte e um anos, que não exerça
domicílio para passar a exercer o cargo ou função
atividade remunerada;
pública, será assegurada transferência do
estabelecimento de ensino que estiver cursando, para II – por filho inválido;
outro de sua nova residência onde será matriculado em
III – por filha solteira sem economia própria;
qualquer época, independentemente de vaga, se
integrante do sistema estadual de ensino.

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IV – por filha estudante que freqüente curso médio ou para qualquer contribuição, ainda que de finalidade
superior e que não exerça atividade lucrativa, até a idade previdenciária e assistencial.
de 24 anos;
Art. 142 – O salário-família será pago mesmo nos casos
V – pelo ascendente, sem rendimento próprio, que viva em que o policial na ativa ou inativo deixar de receber o
às expensas do policial; respectivo vencimento ou provento.
VI – pela esposa que não exerça atividade remunerada; Art. 143 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o
salário-família será pago somente em relação a um deles.
VII – pelo esposo que não exerça atividade remunerada
por motivo de invalidez permanente; Parágrafo único – No caso de acumulação de cargo
público, emprego ou provento de servidor da
VIII – pela companheira, mulher solteira, viúva,
Administração centralizada ou descentralizada estadual,
desquitada ou divorciada que não exerça atividade
exceto fundações, com idênticas situações de natureza
remunerada, que com ele coabite há mais de cinco anos,
federal, de outros Estados, ou municipal, o salário-família
ou que com ele tenha filho que comprovadamente tenha
não deixará de ser pago pelo Estado do Rio de Janeiro
direito a alimentação.
ainda que a outra entidade a que se vincule o servidor
§ 1º - Compreende-se neste artigo o filho de qualquer também o pague.
condição, enteado, o adotivo e o menor que
Art. 144 – Em caso de falecimento do policial, na ativa ou
comprovadamente viva sob a guarda e o sustento do
inativo, o salário-família continuará a ser pago aos seus
policial.
beneficiários.
§ 2º - O disposto no inciso VIII deste artigo somente se
Parágrafo único – Se o policial, na ativa ou inativo,
aplica ao policial desquitado ou divorciado quando este
falecido, não se houver habilitado ao salário-família, a
não tenha o encargo de alimentar a ex-esposa.
Administração, mediante requerimento de seus
§ 3º - A cada dependente relacionado neste artigo beneficiários, providenciará o seu pagamento, desde que
corresponderá a cota de salário-família. atendidos os requisitos necessários à concessão desse
benefício.
Art. 138 – Quando o pai e mãe forem policiais na ativa ou
inativos, ou um for policial e outro funcionário estadual e Art. 145 – O cancelamento do salário-família, será feito
viverem em comum, o salário-família será concedido de ofício nos casos de implemento de idade pelo
exclusivamente ao pai. dependente, salvo se o policial, na ativa ou inativo, no
caso de filho estudante que não exerça atividade
§ 1º - Se não viverem em comum, será concedido ao que
remunerada apresentar comprovação de freqüência em
tiver os dependentes sob sua guarda; se ambos os
curso secundário ou superior, até trinta dias antes de
tiverem, de acordo com a distribuição dos dependentes.
completar vinte e um anos, anualmente, por ocasião da
§ 2º - Quando pai e mãe forem ambos funcionários ou matrícula escolar, até que atinja vinte e quatro anos.
servidores, um do Estado do Rio de Janeiro e outro de
Parágrafo único – O cancelamento será feito, a
entidade diversa, o Estado pagará o salário-família ao seu
requerimento do interessado, nos casos de exercício de
funcionário ainda que o outro o perceba da entidade a
atividade remunerada, falecimento, abandono de lar,
que estiver vinculado.
casamento, separação judicial ou divórcio do
Art. 139 – Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto e a dependente, respondendo o policial na ativa ou inativo,
madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos civil, penal e administrativamente pela omissão ou
incapazes ou os que, mediante autorização judicial, inexatidão de suas declarações.
tenham sob sua guarda os dependentes a que se refere o
Art. 146 – O salário-família, relativo a cada dependente,
artigo 137.
será devido a partir do mês em que tiver ocorrido o fato
Art. 140 – A cota de salário-família por filho inválido que lhe deu origem, embora verificado no último dia do
corresponderá ao triplo da cota normalmente paga aos mês.
demais dependentes.
Parágrafo único – Deixará de ser devido o salário-família,
Art. 141 – O salário-família será pago relativo cada dependente, no mês seguinte em que se
independentemente da freqüência do policial e não retificou o ato ou fato que haja determinado a sua
poderá sofrer qualquer desconto, nem ser objeto de supressão, embora ocorrido no primeiro dia do mês.
transação ou consignação em folha de pagamento.
Art. 147 – Não será concedido salário-família por esposa
Parágrafo único – O salário-família não está, também, desquitada ou divorciada, sem percepção de alimentos,
sujeito a qualquer imposto ou taxa, nem servirá de base nem quando o valor do benefício não estiver incluído na

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sentença judicial que condenou o policial à pensão


alimentícia, transitada em julgado. Art. 152 – À família do policial ativo ou inativo falecido
será concedido auxílio-funeral.
§ 1º - Na hipótese de a pessoa desquitada ou divorciada
vir, qualquer tempo, a obter judicialmente, a percepção § 1º - O auxílio será pago:
de salário-família, deixará ele de ser pago pela nova
1 – no valor correspondente a dez UFERJ, quando o do
esposa ou companheira.
vencimento e vantagens ou proventos do falecido for
§ 2º - No caso de cancelamento na forma deste artigo e igual ou inferior a esse quantitativo;
parágrafo anterior, se ocorrer o falecimento da esposa
2 – O valor correspondente a vinte UFERJ, nos demais
desquitada ou divorciada em o requerendo a parte
casos.
interessada e desde que persistam os motivos de sua
primeira concessão, será o benefício restabelecido. § 2º - A despesa com auxílio-funeral correrá à conta de
dotação orçamentária própria.
Capítulo III Art. 153 – Aplica-se ao auxílio-funeral a norma
DO AUXÍLIO-DOENÇA estabelecida no art. 151.
Art. 148 – Após cada período de doze meses § 1º - Se as despesas do funeral não ocorreram às
consecutivos de licença para tratamento de saúde, o expensas da família do policial ativo ou inativo, o
policial terá direito a um mês de vencimento, a título de respectivo auxílio será pago a quem se tiver
auxílio-doença. comprovadamente realizado.
§ 1º - Quando ocorrer o falecimento do policial, o auxílio- § 2º - O pagamento do auxílio-funeral obedecerá a
doença a que tiver feito jus será pago de acordo com as processo sumaríssimo, concluído no prazo de quarenta e
normas que regulam o pagamento de vencimento não oito horas da apresentação da certidão de óbito e
recebido. documentos que comprovem a satisfação da despesa
pelo requerente incorrendo em pena de suspensão o
§ 2º - O auxílio-doença não sofrerá descontos de
responsável pelo retardamento.
qualquer espécie, ainda que para fins de assistência e
previdência. Capítulo V
DO AUXÍLIO-MORADIA
Art. 149 – O tratamento do policial acidentado em
serviço, acometido de doença profissional ou internado Art. 154 – Será concedido auxílio-moradia ao policial que
compulsoriamente para tratamento psiquiátrico, correrá for designado “ex-ofício” para ter exercício definitivo em
integralmente por conta dos cofres do Estado, e será nova sede e nesta não vier a residir em imóvel
realizado, sempre que possível, em estabelecimento pertencente ao Poder Público.
estadual de assistência médica.
Parágrafo Único – Ao auxílio previsto neste artigo aplica-
§ 1º - Ainda que o policial venha a ser aposentado em se o disposto no parágrafo único do art. 109.
decorrência de acidente em serviço, de doença
Art. 155 – O auxílio-moradia corresponderá a 20% do
profissional ou de internação compulsória para
vencimento base do policial.
tratamento psiquiátrico, as despesas previstas neste
artigo continuarão a correr pelos cofres do Estado. Art. 156 – O pagamento do auxílio-moradia é devido a
partir da data em que o policial passar a ter exercício na
§ 2º - Nas hipóteses deste artigo não será devido ao
nova sede e cessará:
policial o pagamento do auxílio-doença.
I – quando completar um ano na nova sede;
Art. 150 – O Titular do órgão competente para concessão
de licença médica ao policial do Estado decidirá sobre os II – quando passar a residir em imóvel pertencente ao
pedidos de pagamento do auxílio-doença e do Poder Público.
tratamento a que se refere o artigo anterior.
Art. 157 – O auxílio-moradia, pago mensalmente, junto
Art. 151 – Nos casos de acumulação legal de cargos, o com o vencimento do policial, será suspenso nas
auxílio-doença devido será pago somente em relação a hipóteses previstas nos incisos III, IV e XX do artigo 259.
um deles, e calculado sobre o de maior vencimento, se
1 – exercer mandato legislativo ou executivo, federal ou
ambos forem estaduais.
estadual;
Capítulo IV
2 – exercer mandato municipal e neste importar no
DO AUXÍLIO-FUNERAL
afastamento do policial do exercício de seu cargo;

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3 – for convocado para prestação de serviço militar. Art. 166 – Aos autores dos trabalhos premiados se
reconhecerá a relevância do serviço e os respectivos
Art. 158 – O período de um ano e que se refere o inciso I
prêmios serão entregues em ato solene no dia 29 de
do artigo 156 começa a ser contado a partir da data em
setembro.
que o policial iniciar o exercício em nova sede,
recomeçando a contagem do prazo a cada nova Art. 167 – Não serão distribuídos os prêmios no ano em
designação. que os trabalhos apresentados forem julgados
insatisfatórios pela comissão.
Capítulo VI
DA PENSÃO ESPECIAL
Título VI
DA PROMOÇÃO
Art. 159 – Aos beneficiários do policial falecido em
Capítulo I
conseqüência de acidente ocorrido em serviço ou doença
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
nele adquirida, é assegurada uma pensão mensal
equivalente ao vencimento mais as vantagens percebidas
em caráter permanente, por ocasião do óbito. Art. 168 – A promoção é a passagem de uma classe para
classe imediatamente superior, da mesma categoria
Art. 160 – A prova das circunstâncias do falecimento será
funcional no serviço policial civil, e será efetuada pelos
feita por junta médica oficial, que se valerá, se
critérios de antigüidade e merecimento e, ainda, por
necessário, de laudo médico-legal, além da comprovação
bravura e “post-mortem”.
a que se refere o (5º do art. 62, quando for o caso).
Art. 169 – As séries de classes de detetive e detetive-
Art. 161 – Revogado pela Lei nº 330, de 30-06-80.
inspetor, passam a ser consideradas uma série de
Parágrafo único – Revogado pela Lei nº 330, de 30-06-80. classes, a fim de que, na promoção por bravura, de
detetive de 1ª classe para detetive-inspetor de 3ª classe,
Art. 162 – O disposto neste capítulo aplica-se, também,
não sejam exigidos, excepcionalmente, os requisitos de:
aos beneficiários do inativo, quando o evento morte for
conseqüência direta de acidente em serviço ou doença I – certificado de 2º grau escolar ou equivalente;
profissional.
II – interstício de setecentos e trinta dias, na 1ª classe;
Capítulo VII
III – habilitação em curso específico, ministrado pela
DO PRÊMIO POR SUGESTÕES DE INTERESSE DA
Academia de Polícia, sempre procedido de prova de
ADMINISTRAÇÃO
seleção.
Art. 163 – A administração estimulará a apresentação,
por parte de policiais, de sugestões e trabalhos que § 1º - O promovido, a que se refere este artigo, somente
visem ao aumento da produtividade e à redução de poderá beneficiar-se de outra promoção regular se
custos operacionais do serviço público, de trabalhos preencher os requisitos da lei.
técnico-científicos de natureza policial ou jurídico-penais,
§ 2º - Quando for o caso, o promovido por bravura, ou
julgados do interesse da Secretaria de Estado da Polícia
por outra via legal, inclusive por força de decisão judicial,
Civil.
o nomeado, o transposto, o reclassificado, o
Art. 164 – Serão estabelecidos três prêmios anuais, em transformado e o aproveitado deverão requerer ao
importância a ser fixada pelo Governador, destinados ao Diretor da Academia de Polícia, independentemente de
trabalho que melhor se ajustarem às finalidades de sua quaisquer exigências, matrícula no primeiro curso
instituição nos termos de regulamentação própria a ser específico pertinente, que deverá ser realizado dentro do
baixada pelo Secretário de Estado da Polícia Civil. período de 02 (dois) anos.
Art. 165 – Caberá a uma comissão, composta de cinco Art. 170 – As promoções por antigüidade e por
membros, de reconhecida competência em técnica de merecimento obedecerão obrigatória e alternativamente
administração policial, avaliar e julgar os trabalhos à proporção de uma vaga de antigüidade para uma vaga
recebidos. de merecimento e ao interstício; mínimo de setecentos e
trinta dias.
§ 1º - Anualmente será designada a comissão por ato do
Secretário de Estado da Polícia civil, que indicará seu
Parágrafo único – A promoção para a última classe de
presidente.
cada categoria funcional será feita à razão de uma vaga
por antigüidade e duas vagas por merecimento.
§ 2º - O julgamento da comissão será irrecorrível.

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Art. 171 – Qualquer outra forma de provimento de vaga, Art. 178 – Em benefício do policial, a quem direito cabia a
mesmo aquela por via judicial, não interromperá a promoção, será declarado sem efeito o ato que houver
seqüência dos critérios de que trata o artigo anterior. decretado indevidamente.
Parágrafo único – Para cumprimento de decisão judicial o § 1º - O policial promovido indevidamente não ficará
Poder Executivo criará, em quadro suplementar, cargo obrigado a devolver o que a mais houver recebido.
que se extinguirá com a sua vacância, ressalvada
§ 2º - O policial a quem cabia a promoção será
reintegração.
indenizado de uma só vez, da diferença de padrão de
Art. 172 – As promoções serão realizadas vencimento e vantagens a que tiver direito.
obrigatoriamente, no dia 29 de setembro de cada ano,
Art. 179 – O policial civil que estiver prestando serviço
desde que verificada a existência de vagas e na forma das
fora do organismo da Secretaria de Estado da Polícia
linhas de progressão estabelecidas na legislação vigente.
Civil, bem como em exercício de mandato eletivo federal,
Art. 173 – Não poderá haver promoção para a classe em estadual ou municipal, somente poderá ser promovido
que existir cargo excedente, ressalvado o disposto no por antigüidade, exceto quando no desempenho de
parágrafo único do artigo 171 e no artigo 220. cargo em comissão ou função gratificada, em órgãos
considerados de interesse policial e nos casos previstos
Art. 174 – Para efeito de promoção, o tempo de serviço
em lei.
será contado em anos, meses e dias.
Art. 175 – A antigüidade na classe e o interstício deverão
Capítulo II
ser apurados, improrrogavelmente, até o dia 10 de julho
DO QUADRO DE PROMOÇÃO
de cada ano.
§ 1º - A lista de antigüidade dos policiais civis, em cada
Art. 180 – O policial para ser promovido por antigüidade
classe será publicada no Diário Oficial do Estado, o qual
ou merecimento deverá integrar o Quadro de Promoção
conterá, em anos, meses e dias, o tempo de serviço na
(QPA ou QPM), respectivamente.
classe, na categoria funcional, no serviço policial, no
serviço público estadual e no serviço público em geral e o Art. 181 – Verificada a vaga originária, a indicação para
computado para efeito de aposentadoria e integrar o Quadro de Promoção (QPM ou QPA) deverá
disponibilidade. recair nos policiais civis mais antigos, compreendidos nos
primeiros dois terços do número de cargos da classe
§ 2º - A lista de antigüidade poderá ser contestada até 10
concorrente a que pertencerem, fixado em lei e na
(dez) dias de sua publicação. Após a apreciação dos
conformidade de apuração estabelecida neste
recursos oferecidos pelos interessados será republicada
Regulamento.
de forma definitiva.
Parágrafo único – Para os efeitos deste artigo, os
Art. 176 – Verificada a vaga originária em uma classe,
quantitativos de cargos fixados em lei, serão sempre
serão consideradas abertas todas as decorrentes de seu
acrescidos dos excedentes resultantes de promoção por
preenchimento, dentro de sua respectiva série de
ato de bravura, se houver.
classes.
Art. 182 – O policial indicado para integrar o Quadro de
Parágrafo único – A vaga originária ocorrerá na data:
Promoção (QP) não sendo promovido por merecimento
1 – do falecimento do ocupante do cargo; ou antigüidade, retornará à sua posição na lista de
antigüidade.
2 – da publicação do decreto de aposentadoria,
exoneração ou demissão; Art. 183 – O Quadro de Promoção (QPA ou QPM) será
publicado no órgão de divulgação oficial do Estado, para
3 – da vigência do decreto de promoção, ascensão e do
efeito de contestação, no prazo de 10 (dez) dias,
ato de agregação;
publicando-se, entretanto, apenas, no Boletim
4 – da posse, no caso de nomeação ou transferência para Informativo (BI), o resultado dos eventuais recursos
outro cargo; interpostos, para mera ciência dos interessados.
5 – da publicação do ato que criar o cargo; Art. 184 – As vagas ou quaisquer alterações da folha
funcional do policial, que ocorrerem após o último dia do
Art. 177 – Será considerado promovido, para todos os
semestre anterior à data da promoção, serão
efeitos, o policial civil que vier a falecer ou for
computadas para progressão horizontal seguinte.
aposentado, sem que tenha sido decretada, no prazo
legal, a promoção que lhe cabia por antigüidade. Parágrafo único – excetuam-se da regra deste artigo as
vagas decorrentes dos atos da agregação.

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Art. 185 – Não poderá integrar o Quadro de Promoção Art. 189 – quando houver fusão de classes de padrões de
(QPM), o policial civil que: vencimentos diversos, a antigüidade dos policiais na
nova classe que resultar da fusão será contada do
I – Não obtiver o grau de merecimento igual, pelo menos,
seguinte modo:
à metade do máximo atribuído ao primeiro classificado;
I – Se a fusão de cargos se verificar numa mesma série de
II – Houver sido punido com suspensão acima de 15
classes, dever-se-á manter a posição que cada um
(quinze) dias na classe concorrente, por transgressão
ocupava na escala hierárquica funcional, antes de fusão
disciplinar apurada através de procedimento
dos cargos;
administrativo regular;
II – Se a fusão de cargos se verificar entre séries de
III – Estiver sendo submetido a qualquer procedimento
classes de denominações diversas, ou entre classes
disciplinar decorrente de falta de natureza média ou
singulares, ou, ainda, entre estas e a aquelas, prevalecerá
grave, ou policial ou judicial penal por infração dolosa,
o critério do padrão de vencimento mais elevados para o
exceto se houver indícios veementes de ação em estrito
estabelecimento da hierarquia na nova classe, respeitado
cumprimento do dever legal comprovados pelo
o tempo na classe originária.
interessado perante à SECOP.
Art. 190 – A antigüidade na classe será contada:
IV – Houver sido condenado por crime doloso, inclusive,
em sentença não transitada em julgado, ou estiver no I – nos casos de nomeação, readmissão, reintegração,
gozo de sursis, enquanto não for decretada a extinção da reversão ou aproveitamento a partir da data em que o
punibilidade, salvo desclassificação para excesso culposo. policial entrar em exercício do cargo;
Parágrafo único – Ressalvado os incisos III e IV, o II – nos casos de transferência, ascensão, promoção e
disposto neste artigo não se aplica ao policial civil, em readaptação a partir da vigência do ato respectivo ou da
condições de ser promovido por antigüidade (QPA), sua publicação.
reservando-se, porém, a respectiva vaga até a decisão
Art. 191 – quando ocorrer empate na classificação por
final do inquérito administrativo ou o trânsito em julgado
antigüidade terá preferência, sucessivamente, o policial
de ação penal.
civil:

I – de maior tempo de serviço policial;


Capítulo III
DA PROMOÇÃO POR ANTIGÜIDADE II – de maior tempo de serviço público estadual;
Art. 186 – À promoção por antigüidade recairá no policial III – de maior tempo de serviço público;
civil que tiver maior tempo de efetivo exercício na classe,
IV – de maior prole;
apurado até o último dia de cada semestre.
V – mais idoso.
Art. 187 – A antigüidade será determinada pelo tempo
líquido de exercício do policial civil na classe a que § 1º - Quando se tratar de classe inicial, o primeiro
pertencer. desempate será feito pela classificação extraída da média
aritmética das notas finais da 1ª fase do concurso público
Parágrafo único – Será apenas computado como externo e do respectivos curso de formação profissional,
antigüidade no serviço público o tempo líquido de e das notas finais da prova de seleção e do curso
exercício interino, continuado ou não, em cargo de específico, quando se tratar de concurso interno.
mesma denominação e para o qual tenha o policial civil
§ 2º - Como tempo de serviço público estadual, será
sido nomeado em razão de concurso.
computado o exercício interrompido ou não, em
Art. 188 – quando houver fusão de classes do mesmo qualquer cargo ou função nos órgãos estaduais da
padrão de vencimentos, os policiais contarão, na nova administração direta ou indireta e fundações instituídas
classe, a antigüidade que tiverem na sua classe anterior, pelo Poder Público.
à data de fusão dos cargos, observados os quadros e as
§ 3º - Será computado como tempo de serviço público o
carreiras a que pertencerem.
que tenha sido prestado à União, Estados, Distrito
Parágrafo único – O disposto neste artigo é aplicável aos Federal, Territórios e Municípios, em cargo ou função
casos de transposição, reclassificação, transformação, civil ou militar, ininterruptamente ou não, em órgão de
aproveitamento ou qualquer outra alteração na administração direta ou indireta e fundações instituídas
denominação de cargos de uma série de classe ou de pelo Poder Público, apurado à vista de certidões
uma classe singular, verificada após 15 de março de expedidas pelos registros de freqüência, folha de
1975.

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pagamento ou dos elementos regularmente averbados preenchidos, devendo, porém, ser publicado no B.S. em
no assentamento individual do então servidor. ocasião julgada oportuna pela SECOP, a relação dos
concorrentes, que embora não hajam figurado no
Art. 192 – Na apuração do tempo líquido do efetivo
aludido Quadro, alcançarem um total razoável de pontos.
exercício para determinação da antigüidade na classe,
bem como de desempate previsto no artigo anterior, Art. 194 – O merecimento do policial civil será apurado
serão incluídos os períodos de afastamento decorrentes em pontos positivos e negativos, levando-se em conta os
de: fatores seguintes:
I – férias; I – eficiência revelada no desempenho do cargo ou
função policial e administração policial no seu nível
II – casamento;
hierárquico;
III – luto;
II – procedimento em sua vida pública, particular e o
IV – exercício de outro cargo de governo, ou de direção, conceito que goza na organização policial;
de provimento de comissão, ou em substituição, nos
III – contribuição à organização e à melhoria dos serviços
órgãos estaduais da administração direta ou indireta e
policiais;
fundações instituídas pelo Poder Público:
IV – aprimoramento de sua cultura geral específica,
V – convocação para o serviço militar;
através de cursos especializados;
VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
V – ingresso no serviço policial ou na série de classes a
VII – no exercício de função ou cargo de governo ou que concorre por promoção, mediante concurso público
administração em qualquer parte do território nacional, ou ascensão, ambos de provas escritas de
por nomeação do Presidente da República ou serviço conhecimentos;
prestado à Presidência da República em virtude de
VI – período de curso de formação profissional ou
requisição oficial;
equivalente em estabelecimento de ensino policial,
VIII – desempenho de função federal, estadual ou quando do ingresso no serviço policial ou na série de
municipal; classes, a que concorre por promoção;
IX – licença prêmio; VII – exercício em:
X – licença para tratamento de saúde; a) cargo efetivo;
XI – missão ou estudo de interesse e natureza policial, no b) direção, chefia, assessoramento, assistência e
estrangeiro ou qualquer parte do Território Nacional, secretariado;
quando o afastamento tiver sido autorizado pelo
c) magistério policial;
Governador do Estado e pelo Secretário de Estado de
Polícia Civil, respectivamente, e não perdurar por tempo Art. 195 – A eficiência no desempenho da função policial
superior a um ano; civil será mensurada, através do Boletim de
Merecimento (BM), considerando-se a qualidade do
XII – exercício em comissão de cargos de direção em
trabalho, a auto-suficiência, a iniciativa, o tirocínio, a
sociedade de economia mista, empresas públicas, ou em
colaboração, a ética profissional, o conhecimento do
fundações instituídas pelo Poder Público.
trabalho e o aperfeiçoamento profissional.
XIII – faltas até o máximo de três dias durante o mês por
Art. 196 – A qualidade do trabalho será considerada
motivo de doença comprovada na forma regulamentar;
tendo em vista o grau de exatidão, precisão e
XIV – expressa determinação legal, em outros casos. apresentação.
Capítulo IV Art. 197 – Auto-suficiência é a capacidade demonstrada
DA PROMOÇÃO POR MERECIMENTO pelo policial para desempenhar as tarefas de que foi
incumbido, sem necessidade de assistência ou
Art. 193 – A promoção por merecimento dar-se-á por
supervisão permanente de outrem.
escolha entre os policiais civis que integrarem o quadro
de promoção por merecimento (QPM) obedecendo a Art. 198 – Iniciativa é a capacidade de pensar e agir com
feitura deste à ordem rigorosa de classificação por senso comum, na falta de normas e de processos de
pontos obtidos. trabalho previamente determinados, assim como o de
apresentar sugestões ou idéias tendentes ao
Parágrafo único – O número de integrantes do Q.P.M. aperfeiçoamento do serviço.
corresponderá ao dobro dos cargos vagos a serem

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Art. 199 – Tirocínio é a capacidade demonstrada pelo § 2º - Os Boletins de Merecimento (BM) serão
policial para avaliar e discernir a importância das obrigatoriamente, por quem de direito, encaminhados à
decisões que deve tomar. SECOP, entre os dias 11 e 30 dos meses de janeiro e de
julho de cada ano com os esclarecimentos em apenso,
Art. 200 – Colaboração é qualidade demonstrada pelo
sob pena de responsabilização administrativa, das reais
policial de cooperar com a chefia e com os colegas, na
atividades desempenhadas pelo policial nos últimos seis
realização dos trabalhos afetos ao órgão em que tem
meses, inclusive, se for o caso, no órgão de onde veio
exercício.
removido, para fins preconizados neste capítulo.
Art. 201 – Ética profissional é a capacidade de discrição
Art. 208 – A indisciplina será apurada tendo em vista as
demonstrada pelo policial no exercício de sua atividade,
penalidades de advertência, repreensão, suspensão,
ou em razão dela, modo de agir com cortesia e polidez
afastamento do serviço, do cargo ou de função e prisão
no trato com os colegas e as partes, na sua apresentação
disciplinar, impostas ao policial.
pessoal e na rigorosa observância dos preceitos contidos
no Código de Ética. Parágrafo único – Serão considerados os seguintes
pontos negativos para grupo de três penalidades:
Art. 202 – Conhecimento do trabalho é a capacidade
demonstrada pelo policial para realizar as atribuições I – três advertências – um ponto negativo;
inerentes ao cargo, com pleno conhecimento dos
II – duas advertências e uma repreensão – um ponto
métodos e técnicas de trabalho utilizados.
negativo;
Art. 203 – Aperfeiçoamento funcional é a comprovação,
III – uma advertência e duas repreensões – dois pontos
pelo policial, de capacidade para melhor desempenho
negativos;
das atividades normais do cargo e para realização de
atribuições superiores, relacionadas com aquelas IV – três repreensões – dois pontos negativos;
atividades.
V – suspensão, afastamento ou prisão domiciliar – por
Art. 204 – A Secretaria Executiva da Comissão de dia de penalidade – um ponto negativo.
Promoção atribuirá ao policial, na apuração dos pontos
Art. 209 – O procedimento do policial em sua vida
de que trata o artigo 195, um conceito, devidamente
particular será apurado em investigação reservada,
justificado, que variará de um a cinco pontos, por fator
atribuindo-se, ao final, se for o caso, conceito
de avaliação, consoante informações prestadas pelo
devidamente justificado que variará de zero a cinco
superior imediato do policial.
pontos negativos.
Parágrafo único – Considera-se superior imediato aquele
Parágrafo único – O candidato não integrará o QF
ao qual está diretamente subordinado o policial, desde o
respectivo, se lhe for atribuído o conceito negativo – 5
mais baixo nível da escala hierárquica administrativa.
(menos cinco).
Art. 205 – O procedimento do policial na vida pública
Art. 210 – O conceito de que goza o policial na
será apurado através de informação do seu superior
organização deverá ser apurado na classe concorrente,
imediato, tendo em vista a assiduidade, a pontualidade e
atribuindo-se a cada fator, abaixo relacionado, valorarão
a disciplina consignadas no verso do BM, e, ainda, os
que variará de zero a dois pontos:
assentamentos funcionais.
I – encargos e missões desempenhadas, entre outros, os
Parágrafo único – Para prestar as informações referidas que visem ao aumento de produtividade e à redução de
neste artigo e no anterior, será vedada a eventual custos operacionais dos serviços públicos;
subordinação interpares, cabendo essa tarefa ao chefe
II – Elogios decorrentes do exercício da função policial e
hierárquico do policial.
emanados de autoridade judiciária ou administrativa
Art. 206 – A falta de assiduidade será determinada pela competente;
ausência injustificada do policial ao serviço, computando-
III – medalhas e condecorações;
se um ponto negativo para cada falta.
IV – serviços relevantes prestados a outros órgãos;
Art. 207 – A impontualidade horária será determinada
pelo número de entradas tardias e saídas antecipadas. V – atos de bravura;
§ 1º - A entortadas tardias ou saídas antecipadas serão VI – zelo dos policiais, componentes de Equipe de
adicionadas umas às outras, computando-se um ponto Plantão, na vigilância de presos custodiados nos xadrezes
negativo para cada grupo de três, sendo desprezadas as das unidades policiais, em cada período de 6 (seis)
que não atingirem aquele número dentro do semestre. meses, sem ocorrência de fuga.

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§ 1º - Nos casos de crimes de homicídio, roubo, extorsão - como presidente ou membro: 0,5 (meio) ponto por
mediante seqüestro e tráfico de entorpecentes, será participação, até o limite de 03 (três) pontos;
atribuído 0,5 (meio) ponto ao agente policial que, em
- como secretário: 0,25 (um quarto) de ponto por
efetiva atividade operacional, efetuar prisão em
participação, até o limite de 02 (dois) pontos.
flagrante, realizada com absoluta observância dos
princípios constitucionais e legais que a autorizam. Nos e) membro de órgão de deliberação coletiva de natureza
demais casos criminais, o agente policial receberá 0,25 policial civil: 01 (um) ponto por designação, até o limite
(um quarto) de ponto. Se o policial sofrer lesão corporal de 03 (três) pontos.
de natureza grave, ser-lhe-á concedido 05 (cinco) pontos.
II – aprimoramento de sua cultura geral e específica,
§ 2º - Ao detetive ou Detetive-Inspetor, sem cujo através de cursos na instituição policial ou fora dela:
empenho ou capacidade de iniciativa não teria sido
a) cultura geral:
possível o cumprimento de mandado de prisão, será
concedido 0,25 (um quarto) de ponto. Se, porém, o - 02 (dois pontos por curso superior completo, sem
executor sofrer lesão corporal de natureza grave, ser-lhe- limite, desde que não exigível para o ingresso na série de
á aplicado o disposto no parágrafo anterior. classe;
§ 3º - Na apreciação de sindicância Sumária por ato de - 01 (um) ponto por curso, com duração mínima de 40
bravura, a Comissão de Promoção, se entendê-lo não (quarenta) horas, até o limite de 05 (cinco) pontos.
tipificado, poderá conceder ao policial 05 (cinco) pontos
b) cultura específica:
de merecimento.
- 01 (um) ponto por curso, até o limite de 05 (cinco)
§ 4º - Os pontos preconizados nos parágrafos deste
pontos.
artigo, serão aplicáveis aos eventos ocorridos a partir de
1º de janeiro de 1989, sendo aproveitáveis na promoção III - ingresso no serviço policial ou na série de classes a
seguinte, se implicar em qualquer eventual que concorre por promoção, mediante concurso público
retardamento de processo protecional em curso. ou ascensão, ambos de provas escritas de conhecimento
em que foi exigida:
§ 5º - Caberá à Secretaria Executiva de Comissão de
Promoção a confirmação do enquadramento previsto a) escolaridade de nível superior: cinco pontos;
nos parágrafos anteriores.
b) escolaridade de nível técnico ou 2º grau: três pontos;
Art. 211 – Os incisos III, IV, V e VI do artigo 194 serão
c) escolaridade de nível de 1º grau: dois pontos;
mensurados através dos assentamentos funcionais de
curriculum vitae, atribuindo-se ao policial civil conceito d) escolaridade de nível de 1º grau até a 4ª série: um
na classe concorrente, em cada inciso, que variará na ponto.
forma abaixo:
IV – período de duração do curso de formação
I – contribuição à organização e à melhoria dos serviços profissional ou equivalente em estabelecimento de
policiais, com mensurarão máxima de um ponto por ano; ensino policial, quando ingresso no serviço policial ou na
a) por publicação de trabalhos técnicos policiais em livros série de classes a que concorre por promoção: um ponto
ou revistas ou aqueles que resultarem ou venham por trimestre ou por tempo igual ou superior a quarenta
resultar em Lei, Decreto ou Resolução, desde que e cinco dias, até o limite de cinco pontos.
comprovada sua autoria pela Administração Policial: 0,5
§ 1º - Os cursos de cultura geral, não integrantes dos
(meio) ponto por trabalho publicado, até o limite de 03
requisitos essenciais para o ingresso na série de classes,
(três) pontos;
serão computados em toda a trajetória da vida funcional
b) edição de livros, manuais, coletâneas de natureza do titular, desde que sua duração tenha sido igual ou
policial: 0,5 (meio) ponto por obra editada, até o máximo superior a 240 horas.
de 03 (três) pontos;
§ 2º - Os incisos III e IV desde artigo, só serão
c) edição de apostilas de natureza policial: 0,25 (um considerados na série inicial de classes. O artigo 211, o
quarto) de ponto por apostila, até o máximo de 01 (um) inciso I e alíneas, as alíneas “a” e “b” e os parágrafos 1º e
ponto; 2º têm a redação dada pelo Decreto no 9.460, de 10-12-
86.
d) Comissões Administrativas, instituídas por ato de
dirigente de unidade, a nível departamental, excluídas as Art. 212 – O exercício em cargo efetivo, em direção,
Comissões de Sindicância e as designações por apuração chefia, 0assessoramento, assistência, secretariado ou
sumária e investigação de caráter disciplinar ou policial: magistério policial será mensurado da seguinte forma:

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I – Pelo exercício em cargo efetivo, na classe § 3º - O disposto neste artigo aplica-se aos cargos ou
concorrente, por ano de atividade contínua: funções gratificadas exercidas nos antigos Estados da
Guanabara e do Rio de Janeiro.
a) em Delegacias Policiais:
Art. 213 – Em caso de haver movimentação do policial
- Dos Municípios da Capital e de Niterói, 02 (dois) pontos;
civil, que importe em outra subordinação, o superior
- Dos demais Municípios, distantes até 150 (cento e imediato ao qual estava anteriormente subordinado
cinqüenta) km da Capital, 04 (quatro) pontos, mais 01 poderá ser chamado a prestar esclarecimentos para
(um) ponto se o servidor tiver domicílio no mesmo formação do conceito.
Município:
Art. 214 – O grau de merecimento do policial civil será
II – pelo exercício em Direção, Chefia, Assessoramento,
representado pela soma algébrica dos pontos positivos e
Assistência ou secretariado, no cargo ou função
dos pontos negativos.
desempenhada durante 01 (um) ano:
Art. 215 – Apurado o merecimento, o conceito final dos
a) de direção superior até o nível de divisão ou delegacia:
candidatos à promoção deverá ser divulgado na
04 (quatro) pontos até o limite de 12 (doze) pontos;
imprensa oficial.
b) de assessoramento ou assistência superior: 03 (três)
Parágrafo único – Em igualdade de condições de
pontos até o limite de 09 (nove) pontos;
merecimento, proceder-se-á ao desempate por tempo
c) de chefia de serviço ou assistência intermediária: 02 de serviço na classe e persistindo a igualdade, observar-
(dois) pontos até o limite de 06 (seis) pontos; se-á o disposto no art. 191.
d) de chefia de seção, de setor ou secretariado: 1,5 (um e Art. 216 – Para a escolha dos proventos integrantes do
meio) ponto até o limite de 4.5 (quatro e meio) pontos; Q.P.M., a Comissão de Promoção, além dos pontos
obtidos através dos critérios objetivos, levará em
e) de substituição imediata ou eventual do titular de
consideração os mais antigos na classe concorrente e os
delegacia; 2,5 (dois e meio) ponto até o limite de 4,5
que já estiverem relacionados em QPM anteriores.
(quatro e meio) pontos;
f) de substituição imediata ou eventual de chefe de
Capítulo V
serviço: 1,5 (um e meio) ponto até o limite de 4,5 (quatro
DA PROMOÇÃO POR BRAVURA
e meio) pontos;
g) de substituição imediata ou eventual de chefe de
Art. 217 – A promoção por bravura é aquela conferida ao
seção e de setor; 01 (um) ponto até o limite de 03 (três)
policial civil pela conduta que resultar da prática de ato
pontos.
ou atos não-comuns de coragem e audácia e que,
III – pelo exercício do magistério policial, com mensurado ultrapassando os limites normais do cumprimento do
máxima de 01 (um) ponto por ano: dever, representem feitos úteis às atividades policiais na
manutenção de segurança e ordem públicas, pelos
a) em bancas de concurso de provas seletivas: 0,5 (meio)
resultados alcançados ou pelo exemplo altamente
ponto por banca ou prova seletiva, até o limite de 03
positivo deles emanados, concretizando-se,
(três) pontos;
independentemente do preenchimento de quaisquer
b) como professor: 0,5 (meio) ponto por grupo de três outras condições.
turmas, até o limite de 03 (três) pontos.
Parágrafo único – A bravura, caracterizada nos termos
§ 1º - Para efeito dos incisos I e II, quando o cargo ou deste artigo, determinará a promoção do policial, mesmo
função é exercido em Delegacia Policial, considera-se que do ato praticado tenha resultado sua morte ou
como de um ano, o período de tempo igual ou superior a invalidez.
cento e oitenta dias.
Art. 218 – A autoridade policial civil, para os fins do
§ 2º - exercendo o policial, no período de um ano, artigo anterior, fará registro minucioso do fato,
continuadamente, mais de um cargo ou função apurando-o por meio de sindicância sumária, ultimada
enumerados no inciso II deste artigo, considera-se para no prazo de dez dias, onde consignará todas as provas
efeito de contagem de pontos o cargo ou função mais colhidas e oferecerá relatório conclusivo e imediata
elevado, desde que o exerça por período mínimo de remessa à Comissão de Promoção, por intermédio de sua
cento e oitenta dias. Secretaria Executiva.

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Capítulo VI § 4º - Metade das vagas da classe inicial das séries de


DA PROMOÇÃO “POST-MORTEM” classes principais, nas linhas de ascensão, serão
reservadas para essa forma de provimento, observadas
as exceções estabelecidas em lei.
Art. 219 – A promoção “post-mortem” é efetivada
§ 5º - Não poderá ser inscrito em prova de seleção,
quando o policial civil, independentemente de sua
matriculado em curso específico da ACADEPOL, nem
situação na lista de antigüidade, vier a falecer em uma
ascendido, o policial implicado nas situações descritas
das seguintes situações:
pelos incisos II, III e IV do artigo 185.
I – em ação de manutenção da ordem pública;
Art. 224 – Será de setecentos e trinta dias de efetivo
II – em conseqüência de ferimento recebido na exercício na classe o interstício para o policial concorrer à
manutenção da ordem pública, doença, moléstia, ou ascensão.
enfermidade contraídas nesta situação, ou que nelas
Art. 225 – O policial provido por ascensão passará a
tenha sua causa eficiente.
integrar a nova classe, independentemente de posse.
III – por acidente de serviço;
Parágrafo único – O policial provido por ascensão terá
IV – por ato de bravura. reiniciada a contagem de seu tempo de serviço na nova
classe, para efeito de promoção.
Art. 220 – A promoção por bravura, inclusive “post-
mortem”, far-se-á automática e independentemente Art. 226 – Só poderá concorrer à ascensão o policial que
devassa, considerando-se excedentes os cargos desta possuir o diploma registrado ou certificado de habilitação
forma providos, enquanto não ocorrer promoção regular em curso exigido pela legislação vigente, para o exercício
dos beneficiários. das atividades inerentes ao cargo para o qual terá
ascensão.
Art. 221 – O policial será, também, promovido se, ao
falecer, integrava o quadro de promoção, Art. 227 – As ascensões no Quarto Permanente da Polícia
independentemente de sua posição no mesmo, Civil do Estado do Rio de Janeiro, serão realizadas uma
consideradas as vagas existentes na data do falecimento. vez por ano, no dia 29 de setembro, observada a
existência de cargos vagos e na forma das linhas de
Art. 222 – Para efeito de aplicação do artigo anterior,
progressão dispostas no anexo IV da Lei nº 699, de 14 de
será considerado, quando for o caso, o último quadro de
dezembro de 1983.
promoção em que o policial falecido tenha sido incluído.
§ 1º - As vagas que não forem preenchidas pelo instituto
Título VII
da ascensão poderão ser aproveitadas para concurso
DA ASCENSÃO
público.
Art. 223 – Ascensão é a passagem da última classe de
§ 2º - A ascensão que não se verificar na data referida no
uma categoria funcional para a classe inicial de outra
caput deste artigo terá seus efeitos retroagidos.
categoria funcional, na linha hierárquica definida na
carreira policial, de conformidade com o que se dispuser Art. 228 – O provimento por ascensão, quando o número
em ordenamento próprio. de vagas for inferior ao número de candidatos que
satisfaçam às condições estabelecidas, obedecerá à
§ 1º - A ascensão far-se-á mediante prova de seleção e ordem de classificação na lista respectiva, organizada de
habilitação em curso específico, ministrado na Academia acordo com o grau de habilitação obtido pelo policial,
de Polícia, atendido o requisito de habilitação nas provas do curso específico ministrado pela Academia
profissional comprovado através da apresentação de de Polícia.
diploma respectivo, devidamente registrado, e
Art. 229 – Somente poderá ser provido por ascensão o
observado o interstício na última classe à época da
policial que obtiver, pelo menos, grau final cinqüenta em
inscrição na prova de seleção.
cada disciplina, nos cursos específicos, que terão a
§ 2º - Somente será matriculado no Curso Específico o seguinte apuração:
policial civil que obtiver o grau mínimo de 50 (cinqüenta)
I – nível superior – quatrocentas horas/aulas;
pontos na Prova de Seleção.
II – nível técnico – trezentas e vinte horas/aulas;
§ 3º - Entende-se por série de classe auxiliar aquela da
qual for facultada ascensão à outra, de atividade III – nível 1º grau – sem exigência de curso técnico –
correlata, tarefas mais complexas, maior grau de duzentas e quarenta horas/aulas;
responsabilidade e vencimento superior, entendendo-se
IV – nível 1º grau – cento e sessenta horas/aula.
esta como série de classes principal.

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Art. 230 – Não poderá haver provimento por ascensão na Art. 241 – A transferência será feita a pedido, atendidos
classe em que houver cargo excedente. o interesse e a conveniência do serviço policial.
Art. 231 – Em benefício do policial a quem de direito Art. 242 – No caso de transferência para cargo
cabia a ascensão, será declarado sem efeito o ato que correspondente à atividade profissional, em que se exija
houver decretado o provimento de forma indevida. habilitação específica, esta será condicionada à
comprovação de que o interessado satisfaz àquela
§ 1º - O policial provido indevidamente não ficará
exigência.
obrigado a restituir o que a mais houver recebido.
Art. 243 – Remoção é o ato mediante o qual o policial
§ 2º - O policial a quem cabia o provimento por ascensão
passa a ter exercício em outro órgão, preenchendo claro
será indenizado de uma só vez, da diferença de
de lotação, sem que se modifique sua situação funcional.
vencimentos e vantagens a que tiver direito.
Art. 244 – Dar-se-á remoção:
Art. 232 – A formalização dos atos relativos à ascensão
será processada pela Secretaria Executiva da Comissão I – a pedido;
de Promoções, ressalvada a competência da Academia
II – “ex-ofício”.
de Polícia.
§ 1º - A remoção tanto a pedido como “ex-ofício”
Art. 233 – Aplicam-se à ascensão, no que couber, os
dependerá, em princípio, de claro na lotação.
dispositivos referentes à promoção, por merecimento e
por antigüidade, inclusive “post-mortem”. § 2º - O policial removido, quando de férias, não se
interromperá.
Art. 234 – O órgão setorial de pessoal da Secretaria de
Estado de Polícia Civil, com os elementos que dispuser e § 3º - Não poderá haver remoção de policial que se
os fornecidos pelos dirigentes chefes das unidades encontre em licença de qualquer espécie ou
administrativas, manterá conhecimento mensalmente à freqüentando curso na Academia de Polícia.
Secretaria Executiva da Comissão de Promoções.
§ 4º - Revogado pelo Decreto nº 14.832, de 23-05-90.
Art. 235 – Os policiais que satisfaçam as condições
Art. 245 – No processamento da remoção “ex-ofício”
previstas no presente Regulamento serão inscritos “ex-
serão observados, em princípio, a iniciativa do dirigente
ofício” na Academia de Polícia, para efeito de prova de
ou do chefe da unidade administrativa e a existência de
seleção e curso específico, publicando-se a lista nominal
claro na lotação do órgão para onde se pretender a
do “Diário Oficial” do Estado e “Boletim de Serviço”, por
remoção.
três dias consecutivos, para ciência dos interessados.
Art. 246 – remoção por permuta será processada a
Art. 236 – Dessa publicação contar-se-á o prazo de
pedido, por escrito, de ambas as chefias interessadas.
quinze dias para interposição de recursos, que serão
decididos em igual prazo, findos os quais serão os Art. 247 – quando a remoção for a pedido, serão
policiais submetidos a provas de seleção na Academia de observados o interesse do serviço e a anuência do
Polícia. servidor indicado para permuta.
Art. 237 – A ascensão será feita através de Decreto Parágrafo único – Somente decorridos doze meses da
coletivo, elaborado pela Secretaria Executiva da lotação do policial, poderá ocorrer sua remoção a
Comissão de Promoções, a ser submetido pelo Secretário pedido.
de Estado da Polícia Civil ao Governador do Estado.
Art. 248 – No processamento das remoções serão
Título VIII atendidas a qualificação profissional do policial e a
DA TRANSFERÊNCIA E DA REMOÇÃO necessidade do serviço investigatório da unidade onde
virá ter exercício.
Art. 238 – Transferência é o ato de simples investidura do
policial em cargo de denominação diversa de outra Art. 249 – O policial terá exercício no órgão para o qual
classe, de igual nível de vencimento, na carreira policial. for designado.
Art. 239 – A transferência se fará à vista de comprovação Art. 250 – Até o dia 20 de janeiro de cada ano, atendidas
de habilitação dos interessados para o exercício do novo as diretrizes da Secretaria e as necessidades de
cargo, realizada na Academia de Polícia. segurança pública, serão fixados, por ato resolutivo, os
quantitativos de pessoal que constituirão a lotação de
Art. 240 – Quando se tratar de cargo de classe inicial de
policiais civis em todos os Órgãos da Secretaria de Estado
série de classes, a transferência não poderá ser feita para
da Polícia Civil, até o nível de Divisão ou Delegacia.
cargo vago, destinado a provimento por concurso, já
aberto, ou ascensão programada.

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§ 1º - Entende-se por lotação o número de policiais civis § 1º - Quando em férias, licenciado ou afastado
de cada categoria funcional ou cargo isolado, inclusive os legalmente de seu cargo, esse prazo será contado a partir
ocupantes de cargo ou função de confiança que, segundo do término do impedimento.
as necessidades, devam ter exercício em cada Órgão.
§ 2º - O prazo a que se refere este artigo será
§ 2º - O policial civil nomeado integrará lotação na qual considerado como período de trânsito, computável como
houver claro. de efetivo exercício para todos os efeitos.
§ 3º - As autoridades policiais e seus agentes, providos § 3º - O prazo referido no “caput” deste artigo poderá
nas classes iniciais das respectivas categorias ser prorrogado, no máximo, por igual período, por
profissionais serão preferencialmente lotados nas solicitação do interessado, a juízo da autoridade
unidades de Polícia Administrativa e Judiciária, durante competente para dar-lhe exercício.
os dois primeiros anos de efetivo exercício.
§ 4º - revogado.
Capítulo II
Art. 251 – O policial será afastado do exercício de seu DA APURAÇÃO
cargo:
Art. 256 – A apuração do tempo de serviço será feita em
I – enquanto durar o mandato legislativo ou executivo, dias, não considerado, para qualquer efeito, o exercício
federal ou estadual; de função gratuita.
II – enquanto durar o mandato de vereador, se não Parágrafo único – O número de dias será convertido em
existir compatibilidade de horário entre o seu exercício e anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e
o da função pública; cinco dias.
III – enquanto durar o mandato de vereador, se não Art. 257 – Os dias de efetivo exercício serão computados
existir compatibilidade de horário entre o seu exercício e à vista de documentação própria que comprove a
o da função pública; freqüência.
IV – durante o lapso de tempo que mediar entre o Art. 258 – Admitir-se-á como documentação própria
registro da candidatura eleitora e o dia seguinte ao da comprobatória do tempo de serviço público:
eleição.
I – certidão de tempo de serviço, extraída de folha de
Título IX pagamento;
DO TEMPO DE SERVIÇO
II – certidão de freqüência, extraída do cartão de ponto;
Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS III – justificação judicial.
Art. 252 – O início, a interrupção e o reinício do exercício § 1º - Os elementos provantes indicados nos incisos
serão registrados no assentamento individual do policial. acima são exigíveis na ordem direta de sua enumeração,
somente sendo admitido o posterior, quando
§ 1º - Ao entrar em exercício, o policial apresentará ao
acompanhado de certidão negativa fornecida pelo órgão
órgão competente os elementos necessários à abertura
competente para a expedição do elemento a que se
de seu assentamento individual.
refere o anterior.
§ 2º - O início do exercício e as alterações que nele
§ 2º - Sobre tempo de serviço comprovado mediante
ocorrerem serão comunicados ao órgão setorial de
justificação judicial, será prévia e obrigatoriamente
pessoa, pelo titular da unidade policial ou administrativa
ouvida a Procuradoria Geral do Estado.
em que estiver servindo o policial.
Art. 259 – Será considerado como de efetivo exercício o
Art. 253 – O policial entrará em exercício no prazo de
afastamento por motivo de:
trinta dias contados da data:
I – férias;
Art. 254 – A transferência, a promoção, a ascensão e a
nomeação em novo cargo da carreira policial não II – casamento e luto, até oito dias;
interromperão o exercício para efeito de contagem de
III – exercício de outro cargo ou função de governo ou de
tempo de serviço.
direção, de provimento em comissão ou em substituição,
Art. 255 – O policial removido para outra unidade, dentro no serviço público do Estado do Rio de Janeiro, inclusive
de um mesmo Município, terá prazo de dois dias, respectivas autarquias, empresas públicas e sociedades
contados da data da publicação do referido ato, para de economia mista e fundações instituídas pelo Poder
reiniciar suas atividades.

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Público, ou serviço prestados à Presidência da I – tempo de serviço público federal, estadual e


Repúblicas, em virtude de requisição oficial; municipal;
IV – exercício de outro cargo ou função de governo ou de II – o período de serviço ativo nas Forças Armadas,
direção, de provimento em comissão ou em substituição, computado pelo dobro o tempo de operações em guerra,
no serviço público da união, de outros Estados e dos inclusive quando prestado nas forças auxiliares e na
Municípios, inclusive respectivas autarquias, empresas Marinha Mercante;
públicas e sociedades de economia mista e funções
III – o tempo de serviço prestado com extranumerário ou
instituídas pelo Poder Público, quando o afastamento
sob qualquer outra forma de admissão, desde que
houver sido autorizado pelo Governo, sem prejuízo do
remunerado pelos cofres públicos;
vencimento do policial;
IV – o tempo de serviço prestado em autarquia, empresa
V – estágio experimental;
pública ou sociedade de economia mista;
VI – licença-prêmio;
V – o período de trabalho prestado a instituição de
VII – licença para repouso à gestante; caráter privado que tiver sido transformada em
estabelecimento de serviço público;
VIII – licença para tratamento de saúde;
VI – o tempo em que o policial esteve em disponibilidade
IX – licença por motivo de doença em pessoa da família,
ou aposentado;
desde que não exceda o prazo de doze meses;
VII – em dobro, o tempo de licença-prêmio não gozada;.
X – acidente em serviço;
VIII – em dobro, os períodos de férias não gozadas, a
XI – doença de notificação compulsória;
partir do exercício de 1977, limitadas a sessenta dias,
XII – missão oficial; ressalvado o direito à contagem de períodos anteriores
para os amparados por legislação vigente até a edição do
XIII – estudo no exterior ou em qualquer parte do
Decreto-Lei no 363, de 4 de outubro de 1977;
território nacional, desde que de interesse para a
administração e não ultrapasse o prazo de doze meses; IX – o período em que o policial freqüentou curso de
formação profissional em estabelecimento oficial de
XIV – prestação de prova ou de exame em regular ou em
ensino, integrante de estrutura da Secretaria de Estado
concurso público;
da Polícia Civil, na condição de aluno, em regime diverso
XV – recolhimento à prisão, se absolvido a final; do disciplinado no presente Regulamento, como fora
inicial para provimento no cargo.
XVI – suspensão preventiva, se absolvido a final;
Art. 261 – Ao policial será assegurado a contagem
XVII – convocação para serviço militar ou encargo de
qualquer que tenha sido o regime da relação
segurança nacional, júri e outros serviços obrigatórios
empregatícia, como de serviço público estadual, do
por lei;
tempo prestado anteriormente à administração direta ou
XVIII – trânsito para ter exercício em nova sede; indireta do Estado a Fundações instituídas pelo Poder
Público.
XIX – faltas por motivo de doença, comprovada, inclusive
em pessoa da família, até o máximo de três, durante o Parágrafo único – O disposto neste artigo não se aplica
mês, e outros casos de força maior; para efeitos de concessão de licença-prêmio.
XX - candidatura a cargo eletivo, conforme o disposto no Art. 262 – É vedada a cumulação de tempo de serviço
inciso IV do art. 251; prestado, concorrentemente ou simultaneamente, em
dois ou mais cargos, funções ou empregos em qualquer
XXI – mandato legislativo ou executivo, federal ou
das hipóteses previstas no artigo 260.
estadual;
XXII – mandato de prefeito ou vice-prefeito;
Título X
XXIII – mandato de vereador quando não existir
DA APOSENTADORIA
incompatibilidade de horário entre o seu exercício e de
sua função pública.
Art. 263 – O policial será aposentado:
Art. 260 – Para efeito de aposentadoria ou
disponibilidade será computado: I – compulsoriamente;
II – voluntariamente;

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III – por invalidez; § 2º - Para a continuidade do direito ao recebimento do


auxílio invalidez, o policial ficará sujeito a apresentar
§ 1º - O policial será aposentado com limites de idade e
anualmente declaração de que não exerce nenhuma
tempo de serviço fixados em lei.
atividade remunerada, pública ou privada, e a critério da
§ 2º - A aposentadoria por invalidez será sempre administração submeter-se-á, periodicamente a inspeção
precedida de licença por um período contínuo, não de saúde de controle, sendo que no caso de policial
inferior a vinte e quatro meses, salvo quando o laudo mentalmente enfermo aquela declaração deverá ser
médico concluir, anteriormente aquele prazo, pela firmada por dois policiais em atividade.
incapacidade definitiva do policial para o serviço.
§ 3º - O auxílio-invalidez será suspenso,
Art. 264 – O aposentado receberá provento integral: automaticamente, se for verificado que o policial
beneficiado exerce ou tenha exercido, após recebimento
I – no caso do inciso II do artigo anterior;
do auxílio, qualquer atividade remunerada, sem prejuízo
II – quando a invalidez for conseqüência de acidente no de outras sanções cabíveis, bem como se, em inspeção
exercício de suas atribuições ou em virtude de doença de saúde, for constatado não se encontrar nas condições
profissional; previstas neste artigo.
III – quando acometido de tuberculose ativa, alienação
mental, neoplasia grave, estados adiantados de Paget Título XI
(osteíte deformante), com base nas conclusões de DAS RECOMPENSAS
medicina especializada;
Art. 267 – Recompensa é o reconhecimento dos bons
IV – na inatividade, se acometido de qualquer das serviços prestados pelo policial.
doenças especificadas no inciso anterior e decorrente de
Art. 268 – São recompensas:
acidente no exercício de suas atribuições quando na
atividade. I – agraciamento com medalhas de “Mérito Policial”, na
forma instituída em lei;
Art. 265 – A aposentadoria voluntária; mantém o policial
em exercício até a publicação do respectivo ato, salvo II – elogios individuais e coletivos;
quando já afastado do cargo.
III – dispensa total do serviço até dez dias;
Art. 266 – O policial que foi ou venha a ser aposentado
IV – cancelamento de pena disciplinar.
por incapacidade definitiva e considerado inválido,
impossibilitado total ou permanentemente para Art. 269 – São competentes para conceder dispensa total
qualquer trabalho, não podendo provar os meios de sua de serviço:
subsistência, fará jus a auxílio-invalidez no valor de 25%
I – até dez dias: O Secretário de Estado da Polícia Civil;
calculado sobre o vencimento do cargo efetivo e demais
vantagens, incorporadas ou não, desde que satisfaça II – até cinco dias: os dirigentes de órgãos subordinados
uma das condições abaixo especificadas, devidamente diretamente ao Secretário de Estado da Polícia Civil;
declarada por funda médica;
III – até dois dias: os demais dirigentes de órgãos, até o
I – necessitar de internação em instituição hospitalar nível de divisão, inclusive titulares de delegacias.
apropriada, pública ou particular, de tratamento
Art. 270 – Na apreciação do pedido de cancelamento da
especializado;
pena disciplinar, prevista no artigo 35, poderão ser
II – necessitar de assistência médica ou de cuidados levados em conta os relevantes serviços prestados à
permanentes de enfermagem. segurança pública pelo policial, por decisão do Secretário
de Estado da Polícia Civil.
§ 1º - Quando por deficiência hospitalar ou prescrição
médica comprovada por junta médica, o policial nas Art. 271 – Aquele que comprovadamente, apurado
condições acima, receber tratamento médico na própria através de inquérito administrativo ou perícia médica, se
residência, também fará jus ao auxílio-invalidez, o policial revelar inapto para o exercício da função readaptado em
ficará sujeito a apresentar anualmente declaração de que outra função mais compatível com a sua capacidade, sem
não exerce nenhuma atividade remunerada, pública ou que essa readaptação lhe traga qualquer prejuízo
privada, e a critério da administração submeter-se-á, financeiro.
periodicamente, à inspeção de saúde de controle, sendo
Título XII
que no caso de policial mentalmente enfermo aquela
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
declaração deverá ser firmada por dois policiais em
atividade.

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§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de


Art. 272 – A requisição do policial, para ter exercício em gestão comercial praticados pelos administradores de
órgão da administração direta ou indireta da União, empresas públicas, de sociedade de economia mista e de
Estado, Município, Distrito Federal ou território e concessionárias de serviço público.
empresas estatais, respeitados os casos previstos em lei,
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a
somente será permitida quando houver compatibilidade
várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o
e correlação entre as atribuições típicas do cargo e
mandado de segurança.
aquelas que irá desempenhar na entidade requisitante,
sempre com expressa autorização do Governador, Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se
sujeitando-se o policial à perda das vantagens as consequências de ordem patrimonial do ato contra o
decorrentes estritamente da função policial. qual se requer o mandado houverem de ser suportadas
pela União ou entidade por ela controlada.
Art. 273 – Os cargos de direção, chefia, assessoramento e
assistência de órgãos da Polícia Civil serão exercidos, em Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de
princípio, por policiais civis em exercício ou aposentados. direito, em condições idênticas, de terceiro poderá
impetrar mandado de segurança a favor do direito
Art. 274 – Na primeira promoção e ascensão a serem
originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30
realizadas em decorrência da aplicação deste Decreto,
(trinta) dias, quando notificado judicialmente.
não se exigirá a publicação do Almanaque previsto no
parágrafo único do artigo 174, bem como serão Parágrafo único. O exercício do direito previsto
reduzidos à metade os prazos neles estabelecidos, no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art.
excetuados os de interstício e de estágio probatório. 23 desta Lei, contado da notificação.
Art. 275 – Aplicam-se subsidiariamente aos policiais as Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os
disposições do Estatuto dos funcionários Públicos Civis requisitos legais, impetrar mandado de segurança por
do Estado do Rio de Janeiro aprovado pelo Decreto-Lei telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de
nº 220, de 18 de julho de 1975, seu Regulamento e autenticidade comprovada.
demais normas de pessoal, naquilo que não colidir com o
§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a
Decreto-Lei nº 218, de 18 de julho de 1975, e este
autoridade por telegrama, radiograma ou outro meio
Regulamento.
que assegure a autenticidade do documento e a imediata
ciência pela autoridade.
LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE § 2o O texto original da petição deverá ser apresentado
nos 5 (cinco) dias úteis seguintes.
2009.
§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de
documento eletrônico, serão observadas as regras da
Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil.
e dá outras providências.
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando
se tratar:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: suspensivo, independentemente de caução;
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
proteger direito líquido e certo, não amparado suspensivo;
por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa III - de decisão judicial transitada em julgado.
física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio Parágrafo único. (VETADO)
de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que
categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os
requisitos estabelecidos pela lei processual, será
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que
Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e instruírem a primeira reproduzidos na segunda e
os administradores de entidades autárquicas, bem como indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica
os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual
no exercício de atribuições do poder público, somente no exerce atribuições.
que disser respeito a essas atribuições.

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§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do § 4o Deferida a medida liminar, o processo terá
alegado se ache em repartição ou estabelecimento prioridade para julgamento.
público ou em poder de autoridade que se recuse a
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de
fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará,
liminares previstas neste artigo se estendem à tutela
preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento
antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei
em original ou em cópia autêntica e marcará, para o
no5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo
cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O
Civil.
escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à
segunda via da petição. Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da
medida liminar ex officio ou a requerimento do
§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira
Ministério Público quando, concedida a medida, o
for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio
impetrante criar obstáculo ao normal andamento do
instrumento da notificação.
processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) dias
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem.
praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem
Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48
para a sua prática.
(quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar,
§ 4o (VETADO) remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham
subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem
§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos
tiver a representação judicial da União, do Estado, do
previstos pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro
Município ou da entidade apontada como coatora cópia
de 1973 - Código de Processo Civil.
autenticada do mandado notificatório, assim como
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser indicações e elementos outros necessários às
renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão providências a serem tomadas para a eventual suspensão
denegatória não lhe houver apreciado o mérito. da medida e defesa do ato apontado como ilegal ou
abusivo de poder.
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição
motivada, quando não for o caso de mandado de
inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as
segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou
cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10
quando decorrido o prazo legal para a impetração.
(dez) dias, preste as informações;
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação
grau caberá apelação e, quando a competência para o
judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe
julgamento do mandado de segurança couber
cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
originariamente a um dos tribunais, do ato do relator
ingresse no feito;
caberá agravo para o órgão competente do tribunal que
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, integre.
quando houver fundamento relevante e do ato
§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso
após o despacho da petição inicial.
seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do
impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo
de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. cartório corra o feito juntará aos autos cópia autêntica
dos ofícios endereçados ao coator e ao órgão de
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder
representação judicial da pessoa jurídica interessada,
ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento,
bem como a prova da entrega a estes ou da sua recusa
observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4 o desta
1973 - Código de Processo Civil.
Lei, a comprovação da remessa.
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I
objeto a compensação de créditos tributários, a entrega
do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o
de mercadorias e bens provenientes do exterior, a
representante do Ministério Público, que opinará, dentro
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a
do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza. Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério
o Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão,
§ 3 Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou
a qual deverá ser necessariamente proferida em 30
cassada, persistirão até a prolação da sentença.
(trinta) dias.

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Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em § 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser
ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, suspensas em uma única decisão, podendo o presidente
mediante correspondência com aviso de recebimento, o do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares
inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa supervenientes, mediante simples aditamento do pedido
jurídica interessada. original.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz Art. 16. Nos casos de competência originária dos
observar o disposto no art. 4o desta Lei. tribunais, caberá ao relator a instrução do processo,
sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o
do mérito ou do pedido liminar.
mandado, cabe apelação.
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita
denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão
obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.
competente do tribunal que integre.
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de
recorrer.
segurança e nos respectivos recursos, quando não
§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data
pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em do julgamento, o acórdão será substituído pelas
que for vedada a concessão da medida liminar. respectivas notas taquigráficas, independentemente de
revisão.
§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens
pecuniárias assegurados em sentença concessiva de Art. 18. Das decisões em mandado de segurança
mandado de segurança a servidor público da proferidas em única instância pelos tribunais cabe
administração direta ou autárquica federal, estadual e recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente
municipal somente será efetuado relativamente às previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for
prestações que se vencerem a contar da data do denegada.
ajuizamento da inicial.
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o
direito público interessada ou do Ministério Público e requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e
para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à os respectivos efeitos patrimoniais.
economia públicas, o presidente do tribunal ao qual
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os
couber o conhecimento do respectivo recurso suspender,
respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos
em decisão fundamentada, a execução da liminar e da
judiciais, salvo habeas corpus.
sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito
suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a § 1o Na instância superior, deverão ser levados a
julgamento na sessão seguinte à sua interposição. julgamento na primeira sessão que se seguir à data em
que forem conclusos ao relator.
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o
agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo § 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá
pedido de suspensão ao presidente do tribunal exceder de 5 (cinco) dias.
competente para conhecer de eventual recurso especial
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser
ou extraordinário.
impetrado por partido político com representação no
§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se Congresso Nacional, na defesa de seus interesses
refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade
agravo de instrumento interposto contra a liminar a que partidária, ou por organização sindical, entidade de
se refere este artigo. classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra
de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte,
liminar concedida nas ações movidas contra o poder
dos seus membros ou associados, na forma dos seus
público e seus agentes não prejudica nem condiciona o
estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades,
julgamento do pedido de suspensão a que se refere este
dispensada, para tanto, autorização especial.
artigo.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido
de segurança coletivo podem ser:
efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a
plausibilidade do direito invocado e a urgência na I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os
concessão da medida. transindividuais, de natureza indivisível, de que seja

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titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de janeiro de
com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 1982, e o art. 2oda Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996.
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para Brasília, 7 de agosto de 2009; 188o da Independência e
efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da 121o da República.
atividade ou situação específica da totalidade ou de
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
parte dos associados ou membros do impetrante.
Tarso Genro
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença José Antonio Dias Toffoli
fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo
ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos 1992.
da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu mandado
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
ciência comprovada da impetração da segurança Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos
coletiva. nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de
mandato, cargo, emprego ou função na administração
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só
pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
poderá ser concedida após a audiência do representante
providências.
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá
se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança
extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, CAPÍTULO I
contados da ciência, pelo interessado, do ato
Das Disposições Gerais
impugnado.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts.
agente público, servidor ou não, contra a administração
46 a 49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes
de Processo Civil.
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
segurança, a interposição de embargos infringentes e a patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou
condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de
sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
litigância de má-fé. serão punidos na forma desta lei.
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades
do art. 330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de desta lei os atos de improbidade praticados contra o
1940, o não cumprimento das decisões proferidas em patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício
mandado de segurança, sem prejuízo das sanções ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
administrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja
abril de 1950, quando cabíveis. concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por
cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se,
Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do
leis de organização judiciária deverão ser adaptados às
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
disposições desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta)
dias, contado da sua publicação. Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente
Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua
ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
publicação.
designação, contratação ou qualquer outra forma de
Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
dezembro de 1951, 4.166, de 4 de dezembro de função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
1962, 4.348, de 26 de junho de 1964, 5.021, de 9 de
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que
junho de 1966; o art. 3o da Lei no 6.014, de 27 de
couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,
dezembro de 1973, o art. 1o da Lei no 6.071, de 3 de julho
induza ou concorra para a prática do ato de improbidade

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ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor
indireta. de mercado;
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade público ou o fornecimento de serviço por ente estatal
e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. por preço inferior ao valor de mercado;
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, máquinas, equipamentos ou material de qualquer
dar-se-á o integral ressarcimento do dano. natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o
como o trabalho de servidores públicos, empregados ou
agente público ou terceiro beneficiário os bens ou
terceiros contratados por essas entidades;
valores acrescidos ao seu patrimônio.
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao
direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática
patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,
de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
caberá a autoridade administrativa responsável pelo
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade
inquérito representar ao Ministério Público, para a
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
indisponibilidade dos bens do indiciado.
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o
direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer
integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo
outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
qualidade ou característica de mercadorias ou bens
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art.
patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está 1º desta lei;
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
herança.
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
CAPÍTULO II qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à
evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
Dos Atos de Improbidade Administrativa
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
Seção I
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou
Enriquecimento Ilícito amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo
natureza;
de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício
de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas X - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
notadamente: providência ou declaração a que esteja obrigado;
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio
ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta
gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto lei;
ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
público;
mencionadas no art. 1° desta lei.
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
Seção II
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
Prejuízo ao Erário

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Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa enriqueça ilicitamente;
ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material
ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e
de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
notadamente:
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a bem como o trabalho de servidor público, empregados
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou terceiros contratados por essas entidades.
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
integrantes do acervo patrimonial das entidades
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da
mencionadas no art. 1º desta lei;
gestão associada sem observar as formalidades previstas
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou na lei;
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
integrantes do acervo patrimonial das entidades
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
observar as formalidades previstas na lei.
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie; XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a
incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
transferidos pela administração pública a entidades
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
privadas mediante celebração de parcerias, sem a
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no
observância das formalidades legais ou regulamentares
art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais
aplicáveis à espécie;
e regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação
jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
de bem integrante do patrimônio de qualquer das
públicos transferidos pela administração pública a
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
entidade privada mediante celebração de parcerias, sem
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior
a observância das formalidades legais ou regulamentares
ao de mercado;
aplicáveis à espécie;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
entidades privadas sem a observância das formalidades
VI - realizar operação financeira sem observância das legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e
insuficiente ou inidônea;
análise das prestações de contas de parcerias firmadas
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a pela administração pública com entidades privadas;
observância das formalidades legais ou regulamentares
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela
aplicáveis à espécie;
administração pública com entidades privadas sem a
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de estrita observância das normas pertinentes ou influir de
processo seletivo para celebração de parcerias com qualquer forma para a sua aplicação irregular.
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela
indevidamente;
administração pública com entidades privadas sem a
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não estrita observância das normas pertinentes ou influir de
autorizadas em lei ou regulamento; qualquer forma para a sua aplicação irregular.
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
renda, bem como no que diz respeito à conservação do Seção II-A
patrimônio público;
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a Financeiro ou Tributário
sua aplicação irregular;

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Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores
qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento
manter benefício financeiro ou tributário contrário ao integral do dano, quando houver, perda da função
que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor
do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
Seção III Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
Contra os Princípios da Administração Pública intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de dez anos;
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da administração pública II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da
instituições, e notadamente: função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco
a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou valor do dano e proibição de contratar com o Poder
regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
competência; creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
ofício; majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do
razão das atribuições e que deva permanecer em dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos
segredo; direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de
multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
IV - negar publicidade aos atos oficiais; percebida pelo agente e proibição de contratar com o
V - frustrar a licitude de concurso público; Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
fazê-lo; majoritário, pelo prazo de três anos.
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8
medida política ou econômica capaz de afetar o preço de (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do
mercadoria, bem ou serviço. benefício financeiro ou tributário concedido.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei
fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas o juiz levará em conta a extensão do dano causado,
pela administração pública com entidades privadas. assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de CAPÍTULO IV
acessibilidade previstos na legislação.
Da Declaração de Bens
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da
prestação de serviços na área de saúde sem a prévia Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
celebração de contrato, convênio ou instrumento condicionados à apresentação de declaração dos bens e
congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. ser arquivada no serviço de pessoal competente.
(Regulamento) (Regulamento)
CAPÍTULO III
Das Penas § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis,
semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra
Art. 12. Independentemente das sançõespenais, civis e espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País
administrativas previstas na legislação específica, está o ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência
cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e
utensílios de uso doméstico.

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§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e § 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo
na data em que o agente público deixar o exercício do com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de
mandato, cargo, emprego ou função. Processo Civil.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação,
serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e
o agente público que se recusar a prestar declaração dos aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no
bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
falsa.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da interessada, dentro de trinta dias da efetivação da
Receita Federal na conformidade da legislação do medida cautelar.
Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas
natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a
ações de que trata o caput.
exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as
CAPÍTULO V
ações necessárias à complementação do ressarcimento
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial do patrimônio público.
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à § 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo
autoridade administrativa competente para que seja Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto
instaurada investigação destinada a apurar a prática de no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de
ato de improbidade. 1965. (Redação dada pela Lei nº 9.366, de 1996)
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo
termo e assinada, conterá a qualificação do como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei,
representante, as informações sobre o fato e sua autoria sob pena de nulidade.
e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a juízo para todas as ações posteriormente intentadas que
representação, em despacho fundamentado, se esta não possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste
§ 6o A ação será instruída com documentos ou
artigo. A rejeição não impede a representação ao
justificação que contenham indícios suficientes da
Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
existência do ato de improbidade ou com razões
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a fundamentadas da impossibilidade de apresentação de
autoridade determinará a imediata apuração dos fatos qualquer dessas provas, observada a legislação vigente,
que, em se tratando de servidores federais, será inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei Código de Processo Civil.
nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando
§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará
de servidor militar, de acordo com os respectivos
autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para
regulamentos disciplinares.
oferecer manifestação por escrito, que poderá ser
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao instruída com documentos e justificações, dentro do
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas prazo de quinze dias.
da existência de procedimento administrativo para
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta
apurar a prática de ato de improbidade.
dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou convencido da inexistência do ato de improbidade, da
Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.
representante para acompanhar o procedimento
§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para
administrativo.
apresentar contestação
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade,
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá
a comissão representará ao Ministério Público ou à
agravo de instrumento.
procuradoria do órgão para que requeira ao juízo
competente a decretação do seqüestro dos bens do § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a
agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o
causado dano ao patrimônio público. processo sem julgamento do mérito.

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§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições I - até cinco anos após o término do exercício de
realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto mandato, de cargo em comissão ou de função de
no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal. confiança;
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera II - dentro do prazo prescricional previsto em lei
pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar específicapara faltas disciplinares puníveis com demissão
no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo
4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, efetivo ou emprego.
de 31 de julho de 2003.
III - até cinco anos da data da apresentação à
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de administração pública da prestação de contas final pelas
reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta
ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos Lei.
bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica
CAPÍTULO VIII
prejudicada pelo ilícito.
Das Disposições Finais
CAPÍTULO VI
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Das Disposições Penais
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de
de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais
improbidade contra agente público ou terceiro
disposições em contrário.
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
inocente. Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da
Independência e 104° da República.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
FERNANDO COLLOR
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos
materiais, morais ou à imagem que houver provocado. LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
1993
julgado da sentença condenatória.
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa
competente poderá determinar o afastamento do agente Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
público do exercício do cargo, emprego ou função, sem Federal, institui normas para licitações e contratos da
prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer Administração Pública e dá outras providências.
necessária à instrução processual.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
independe:
Capítulo I
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
salvo quanto à pena de ressarcimento
Seção I
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de Dos Princípios
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços,
Ministério Público, de ofício, a requerimento de inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
autoridade administrativa ou mediante representação no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá Federal e dos Municípios.
requisitar a instauração de inquérito policial ou
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei,
procedimento administrativo.
além dos órgãos da administração direta, os fundos
CAPÍTULO VII especiais, as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de economia mista e
Da Prescrição
demais entidades controladas direta ou indiretamente
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
previstas nesta lei podem ser propostas:

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Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da
compras, alienações, concessões, permissões e locações Previdência Social e que atendam às regras de
da Administração Pública, quando contratadas com acessibilidade previstas na legislação.
terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou abertura.
entidades da Administração Pública e particulares, em
§ 4º (Vetado).
que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja § 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida
qual for a denominação utilizada. margem de preferência para:
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que
princípio constitucional da isonomia, a seleção da atendam a normas técnicas brasileiras; e
proposta mais vantajosa para a administração e a
II - bens e serviços produzidos ou prestados por
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e
empresas que comprovem cumprimento de reserva de
será processada e julgada em estrita conformidade com
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade,
para reabilitado da Previdência Social e que atendam às
da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
regras de acessibilidade previstas na legislação.
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são § 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será
correlatos. estabelecida com base em estudos revistos
periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos,
§ 1o É vedado aos agentes públicos:
que levem em consideração:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de
I - geração de emprego e renda;
convocação, cláusulas ou condições que comprometam,
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e
inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e municipais;
estabeleçam preferências ou distinções em razão da
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de
no País;
qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o específico objeto do contrato, ressalvado o IV - custo adicional dos produtos e serviços; e
disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.
no 8.248, de 23 de outubro de 1991;
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza
nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação
comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer
tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido
outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive
margem de preferência adicional àquela prevista no §
no que se refere a moeda, modalidade e local de
5o.
pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos
de agências internacionais, ressalvado o disposto no § 8o As margens de preferência por produto, serviço,
parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se
outubro de 1991. referem os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder
Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de
o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
desempate, será assegurada preferência,
preço dos produtos manufaturados e serviços
sucessivamente, aos bens e serviços:
estrangeiros.
II - produzidos no País;
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade
de produção ou prestação no País seja inferior:
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam
em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
País. I - à quantidade a ser adquirida ou contratada;
ou
V - produzidos ou prestados por empresas que
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista

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II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
art. 23 desta Lei, quando for o caso. recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões
parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados
de interesse público e mediante prévia justificativa da
Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul.
autoridade competente, devidamente publicada.
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus
serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da
valores corrigidos por critérios previstos no ato
autoridade competente, exigir que o contratado
convocatório e que lhes preservem o valor.
promova, em favor de órgão ou entidade integrante da
administração pública ou daqueles por ela indicados a § 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo
partir de processo isonômico, medidas de compensação pagamento será feito junto com o principal, correrá à
comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições conta das mesmas dotações orçamentárias que
vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, atenderam aos créditos a que se referem.
na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal.
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o
manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do
tecnologia de informação e comunicação, considerados que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados
estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da
licitação poderá ser restrita a bens e serviços com apresentação da fatura.
tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo
Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem
com o processo produtivo básico de que trata a Lei
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
no 10.176, de 11 de janeiro de 2001.
microempresas e empresas de pequeno porte na forma
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício da lei.
financeiro, a relação de empresas favorecidas em
Seção II
decorrência do disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste
Das Definições
artigo, com indicação do volume de recursos destinados
a cada uma delas. Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais I - Obra - toda construção, reforma, fabricação,
normas de licitação e contratos devem privilegiar o recuperação ou ampliação, realizada por execução direta
tratamento diferenciado e favorecido às microempresas ou indireta;
e empresas de pequeno porte na forma da lei.
II - Serviço - toda atividade destinada a obter
determinada utilidade de interesse para a Administração,
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem tais como: demolição, conserto, instalação, montagem,
sobre as demais preferências previstas na legislação operação, conservação, reparação, adaptação,
quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços manutenção, transporte, locação de bens, publicidade,
estrangeiros. seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para
pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm fornecimento de uma só vez ou parceladamente;
direito público subjetivo à fiel observância do pertinente
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a
procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer
terceiros;
cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que
não interfira de modo a perturbar ou impedir a V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas
realização dos trabalhos. cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e
cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto
do art. 23 desta Lei;
nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele
praticado em qualquer esfera da Administração Pública. VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel
cumprimento das obrigações assumidas por empresas
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas
em licitações e contratos;
licitações terão como expressão monetária a moeda
corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e
Lei, devendo cada unidade da Administração, no entidades da Administração, pelos próprios meios;
pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de
bens, locações, realização de obras e prestação de

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VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e
contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes outros dados necessários em cada caso;
regimes:
f) orçamento detalhado do custo global da obra,
a) empreitada por preço global - quando se contrata a fundamentado em quantitativos de serviços e
execução da obra ou do serviço por preço certo e total; fornecimentos propriamente avaliados;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos
execução da obra ou do serviço por preço certo de necessários e suficientes à execução completa da obra,
unidades determinadas; de acordo com as normas pertinentes da Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
c) (Vetado).
XI - Administração Pública - a administração direta e
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de
Municípios, abrangendo inclusive as entidades com
materiais;
personalidade jurídica de direito privado sob controle do
e) empreitada integral - quando se contrata um poder público e das fundações por ele instituídas ou
empreendimento em sua integralidade, compreendendo mantidas;
todas as etapas das obras, serviços e instalações
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade
necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada
administrativa pela qual a Administração Pública opera e
até a sua entrega ao contratante em condições de
atua concretamente;
entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e
legais para sua utilização em condições de segurança XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da
estrutural e operacional e com as características Administração Pública, sendo para a União o Diário
adequadas às finalidades para que foi contratada; Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, o que for definido nas respectivas
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e
leis;
suficientes, com nível de precisão adequado, para
caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas instrumento contratual;
indicações dos estudos técnicos preliminares, que
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de
assegurem a viabilidade técnica e o adequado
contrato com a Administração Pública;
tratamento do impacto ambiental do empreendimento,
e que possibilite a avaliação do custo da obra e a XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial,
definição dos métodos e do prazo de execução, devendo criada pela Administração com a função de receber,
conter os seguintes elementos: examinar e julgar todos os documentos e procedimentos
relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
fornecer visão global da obra e identificar todos os seus XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos
elementos constitutivos com clareza; manufaturados, produzidos no território nacional de
acordo com o processo produtivo básico ou com as
b) soluções técnicas globais e localizadas,
regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo
suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a
federal;
necessidade de reformulação ou de variantes durante as
fases de elaboração do projeto executivo e de realização XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas
das obras e montagem; condições estabelecidas pelo Poder Executivo
federal;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de
materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem XIX - sistemas de tecnologia de informação e
como suas especificações que assegurem os melhores comunicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia
resultados para o empreendimento, sem frustrar o da informação e comunicação cuja descontinuidade
caráter competitivo para a sua execução; provoque dano significativo à administração pública e
que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de
relacionados às informações críticas: disponibilidade,
métodos construtivos, instalações provisórias e
confiabilidade, segurança e confidencialidade.
condições organizacionais para a obra, sem frustrar o
caráter competitivo para a sua execução;
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens,
e) subsídios para montagem do plano de licitação e
insumos, serviços e obras necessários para atividade de
gestão da obra, compreendendo a sua programação, a

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pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de quando o fornecimento de tais materiais e serviços for
tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em feito sob o regime de administração contratada, previsto
projeto de pesquisa aprovado pela instituição e discriminado no ato convocatório.
contratante.
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a
Seção III nulidade dos atos ou contratos realizados e a
Das Obras e Serviços responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a § 7o Não será ainda computado como valor da obra ou
prestação de serviços obedecerão ao disposto neste serviço, para fins de julgamento das propostas de preços,
artigo e, em particular, à seguinte seqüência: a atualização monetária das obrigações de pagamento,
desde a data final de cada período de aferição até a do
I - projeto básico;
respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos
II - projeto executivo; critérios estabelecidos obrigatoriamente no ato
convocatório.
III - execução das obras e serviços.
§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração
§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente
Pública os quantitativos das obras e preços unitários de
precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade
determinada obra executada.
competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores,
à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser § 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que
desenvolvido concomitantemente com a execução das couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de
obras e serviços, desde que também autorizado pela licitação.
Administração.
Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve
o
§ 2 As obras e os serviços somente poderão ser licitados programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus
quando: custos atual e final e considerados os prazos de sua
execução.
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade
competente e disponível para exame dos interessados Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado
em participar do processo licitatório; da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se
existente previsão orçamentária para sua execução total,
II - existir orçamento detalhado em planilhas que
salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de
expressem a composição de todos os seus custos
ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado
unitários;
da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei.
III - houver previsão de recursos orçamentários que
Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente,
assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de
da licitação ou da execução de obra ou serviço e do
obras ou serviços a serem executadas no exercício
fornecimento de bens a eles necessários:
financeiro em curso, de acordo com o respectivo
cronograma; I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física
ou jurídica;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas
metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável
o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso. pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da
qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista
§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção
ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital
de recursos financeiros para sua execução, qualquer que
com direito a voto ou controlador, responsável técnico
seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos
ou subcontratado;
executados e explorados sob o regime de concessão, nos
termos da legislação específica. III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade
o contratante ou responsável pela licitação.
§ 4 É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação,
de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de § 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da
quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na
previsões reais do projeto básico ou executivo. licitação de obra ou serviço, ou na execução, como
consultor ou técnico, nas funções de fiscalização,
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua
supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço
bens e serviços sem similaridade ou de marcas,
da Administração interessada.
características e especificações exclusivas, salvo nos
casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda

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§ 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços
contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração técnicos profissionais especializados os trabalhos
de projeto executivo como encargo do contratado ou relativos a:
pelo preço previamente fixado pela Administração.
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou
§ 3o Considera-se participação indireta, para fins do executivos;
disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou
trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias
jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, financeiras ou tributárias;
fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras
bens e serviços a estes necessários.
ou serviços;
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou
membros da comissão de licitação.
administrativas;
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
seguintes formas:
VII - restauração de obras de arte e bens de valor
I - execução direta;
histórico.
II - execução indireta, nos seguintes regimes:
VIII - (Vetado).
a) empreitada por preço global;
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação,
b) empreitada por preço unitário; os contratos para a prestação de serviços técnicos
profissionais especializados deverão, preferencialmente,
c) (Vetado).
ser celebrados mediante a realização de concurso, com
d) tarefa; estipulação prévia de prêmio ou remuneração.
e) empreitada integra § 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-
se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
Parágrafo único. (Vetado).
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins
especializados que apresente relação de integrantes de
terão projetos padronizados por tipos, categorias ou
seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como
classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às
elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade
condições peculiares do local ou às exigências específicas
de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos
do empreendimento.
integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de objeto do contrato.
obras e serviços serão considerados principalmente os
Seção V
seguintes requisitos:
Das Compras
I - segurança;
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; caracterização de seu objeto e indicação dos recursos
orçamentários para seu pagamento, sob pena de
III - economia na execução, conservação e operação;
nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, dado causa.
tecnologia e matérias-primas existentes no local para
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
execução, conservação e operação;
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem
I - atender ao princípio da padronização, que imponha
prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;
compatibilidade de especificações técnicas e de
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de desempenho, observadas, quando for o caso, as
segurança do trabalho adequadas; condições de manutenção, assistência técnica e garantia
oferecidas;
VII - impacto ambiental.
II - ser processadas através de sistema de registro de
Seção IV
preços;
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

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III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento acesso público, à relação de todas as compras feitas pela
semelhantes às do setor privado; Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar
a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas
quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor
necessárias para aproveitar as peculiaridades do
total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as
mercado, visando economicidade;
compras feitas com dispensa e inexigibilidade de
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos licitação.
órgãos e entidades da Administração Pública.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX
pesquisa de mercado. do art. 24.
§ 2o Os preços registrados serão publicados Seção VI
trimestralmente para orientação da Administração, na Das Alienações
imprensa oficial.
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado subordinada à existência de interesse público
por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, devidamente justificado, será precedida de avaliação e
observadas as seguintes condições: obedecerá às seguintes normas:
I - seleção feita mediante concorrência; I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa
para órgãos da administração direta e entidades
II - estipulação prévia do sistema de controle e
autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as
atualização dos preços registrados;
entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e
III - validade do registro não superior a um ano. de licitação na modalidade de concorrência, dispensada
esta nos seguintes casos:
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a
Administração a firmar as contratações que deles a) dação em pagamento;
poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão
outros meios, respeitada a legislação relativa às
ou entidade da administração pública, de qualquer
licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro
esfera de governo, ressalvado o disposto nas
preferência em igualdade de condições.
alíneas f, h e i;
§ 5o O sistema de controle originado no quadro geral de
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos
preços, quando possível, deverá ser informatizado.
constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
§ 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
d) investidura;
preço constante do quadro geral em razão de
incompatibilidade desse com o preço vigente no e) venda a outro órgão ou entidade da administração
mercado. pública, de qualquer esfera de governo;
§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda: f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão
de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem
bens imóveis residenciais construídos, destinados ou
indicação de marca;
efetivamente utilizados no âmbito de programas
II - a definição das unidades e das quantidades a serem habitacionais ou de regularização fundiária de interesse
adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
cuja estimativa será obtida, sempre que possível, administração pública;
mediante adequadas técnicas quantitativas de
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata
estimação;
o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976,
III - as condições de guarda e armazenamento que não mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da
permitam a deterioração do material. Administração Pública em cuja competência legal inclua-
se tal atribuição;
§ 8o O recebimento de material de valor superior ao
limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão
modalidade de convite, deverá ser confiado a uma de direito real de uso, locação ou permissão de uso de
comissão de, no mínimo, 3 (três) membros. bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área
de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados)
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão
e inseridos no âmbito de programas de regularização
de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo

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fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do
entidades da administração pública; regime legal e administrativo da destinação e da
regularização fundiária de terras públicas;
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, III - vedação de concessões para hipóteses de exploração
onde incidam ocupações até o limite de que trata o§ não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação
1o do art. 6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, de terras públicas, ou nas normas legais ou
para fins de regularização fundiária, atendidos os administrativas de zoneamento ecológico-econômico;
requisitos legais;e e
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de IV - previsão de rescisão automática da concessão,
licitação, dispensada esta nos seguintes casos: dispensada notificação, em caso de declaração de
utilidade, ou necessidade pública ou interesse
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de
social.
interesse social, após avaliação de sua oportunidade e
conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha § 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste
de outra forma de alienação; artigo:
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito
entidades da Administração Pública; a vedação, impedimento ou inconveniente a sua
exploração mediante atividades agropecuárias;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,
observada a legislação específica; II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais,
desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
a dispensa de licitação para áreas superiores a esse
e) venda de bens produzidos ou comercializados por limite;
órgãos ou entidades da Administração Pública, em
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área
virtude de suas finalidades;
decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste
ou entidades da Administração Pública, sem utilização parágrafo.
previsível por quem deles dispõe.
IV – (VETADO)
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta
I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua
lei:
doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica
doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário. I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de
o área remanescente ou resultante de obra pública, área
§ 2 A Administração também poderá conceder título de
esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por
propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse
dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta
qualquer que seja a localização do imóvel; lei;
II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na
ou ato normativo do órgão competente, haja falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins
implementado os requisitos mínimos de cultura, residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a
ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre usinas hidrelétricas, desde que considerados
área rural, observado o limite de que trata o § 1o do art. dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não
6o da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009; integrem a categoria de bens reversíveis ao final da
concessão.
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2 o ficam
dispensadas de autorização legislativa, porém § 4o A doação com encargo será licitada e de seu
submetem-se aos seguintes condicionamentos: instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o
prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção
pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no
por particular seja comprovadamente anterior a 1o de
caso de interesse público devidamente
dezembro de 2004;
justificado;

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§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário III - em jornal diário de grande circulação no Estado e
necessite oferecer o imóvel em garantia de também, se houver, em jornal de circulação no Município
financiamento, a cláusula de reversão e demais ou na região onde será realizada a obra, prestado o
obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo
grau em favor do doador. ainda a Administração, conforme o vulto da licitação,
utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a
§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou
área de competição.
globalmente, em quantia não superior ao limite previsto
no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração § 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em
poderá permitir o leilão. que os interessados poderão ler e obter o texto integral
do edital e todas as informações sobre a licitação.
§ 7o (VETADO).
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a
ou da realização do evento será:
fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do
recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por I - quarenta e cinco dias para:
cento) da avaliação.
a) concurso;
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado
aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de
contemplar o regime de empreitada integral ou quando a
dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da
licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e
autoridade competente, observadas as seguintes regras:
preço"
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - trinta dias para:
II - comprovação da necessidade ou utilidade da
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea
alienação;
"b" do inciso anterior;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo
modalidade de concorrência ou leilão.
"melhor técnica" ou "técnica e preço";
Capítulo II
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não
Da Licitação
especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão;
Seção I
IV - cinco dias úteis para convite.
Das Modalidades, Limites e Dispensa
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se
contados a partir da última publicação do edital
situar a repartição interessada, salvo por motivo de
resumido ou da expedição do convite, ou ainda da
interesse público, devidamente justificado.
efetiva disponibilidade do edital ou do convite e
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer
habilitação de interessados residentes ou sediados em mais tarde.
outros locais.
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das pela mesma forma que se deu o texto original,
concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
dos leilões, embora realizados no local da repartição quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a
interessada, deverão ser publicados com antecedência, formulação das propostas.
no mínimo, por uma vez:
Art. 22. São modalidades de licitação:
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de
I - concorrência;
licitação feita por órgão ou entidade da Administração
Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras II - tomada de preços;
financiadas parcial ou totalmente com recursos federais
III - convite;
ou garantidas por instituições federais;
IV - concurso;
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal
quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por V - leilão.
órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre
Municipal, ou do Distrito Federal;
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de

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qualificação exigidos no edital para execução de seu função dos seguintes limites, tendo em vista o valor
objeto. estimado da contratação:
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada
interessados devidamente cadastrados ou que pela Lei nº 9.648, de 1998) (Vide Decreto nº 9.412, de
atenderem a todas as condições exigidas para 2018) (Vigência)
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil
recebimento das propostas, observada a necessária
reais);
qualificação.
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre
quinhentos mil reais);
interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual quinhentos mil reais);
afixará, em local apropriado, cópia do instrumento
II - para compras e serviços não referidos no inciso
convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
anterior:
correspondente especialidade que manifestarem seu
interesse com antecedência de até 24 (vinte e a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
quatro) horas da apresentação das propostas.
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre cinqüenta mil reais);
quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios
cinqüenta mil reais).
ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com § 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. Administração serão divididas em tantas parcelas
quantas se comprovarem técnica e economicamente
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor
interessados para a venda de bens móveis inservíveis
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à
para a administração ou de produtos legalmente
ampliação da competitividade sem perda da economia
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens
de escala.
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior
lance, igual ou superior ao valor da avaliação. § 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de
bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a
§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça
cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou
mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo
compra, há de corresponder licitação distinta,
convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado,
preservada a modalidade pertinente para a execução do
é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um
objeto em licitação.
interessado, enquanto existirem cadastrados não
convidados nas últimas licitações. § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível,
qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto
ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no
desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção
art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas
do número mínimo de licitantes exigidos no § 3odeste
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso,
artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente
observados os limites deste artigo, a tomada de preços,
justificadas no processo, sob pena de repetição do
quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro
convite.
internacional de fornecedores ou o convite, quando não
§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de houver fornecedor do bem ou serviço no País.
licitação ou a combinação das referidas neste artigo.
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração
o o poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso,
§ 9 Na hipótese do parágrafo 2 deste artigo, a
administração somente poderá exigir do licitante não a concorrência.
cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31,
§ 5o É vedada a utilização da modalidade "convite" ou
que comprovem habilitação compatível com o objeto da
"tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de
licitação, nos termos do edital.
uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os serviços da mesma natureza e no mesmo local que
incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em possam ser realizadas conjunta e concomitantemente,
sempre que o somatório de seus valores caracterizar o

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caso de "tomada de preços" ou "concorrência", sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso,
respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as todas as condições preestabelecidas;
parcelas de natureza específica que possam ser
VI - quando a União tiver que intervir no domínio
executadas por pessoas ou empresas de especialidade
econômico para regular preços ou normalizar o
diversa daquela do executor da obra ou serviço.
abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem
§ 6o As organizações industriais da Administração
preços manifestamente superiores aos praticados no
Federal direta, em face de suas peculiaridades,
mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste
fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que,
artigo também para suas compras e serviços em geral,
observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e,
desde que para a aquisição de materiais aplicados
persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta
exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de
dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante
meios operacionais bélicos pertencentes à
do registro de preços, ou dos serviços;
União.
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que
público interno, de bens produzidos ou serviços
não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é
prestados por órgão ou entidade que integre a
permitida a cotação de quantidade inferior à demandada
Administração Pública e que tenha sido criado para esse
na licitação, com vistas a ampliação da competitividade,
fim específico em data anterior à vigência desta Lei,
podendo o edital fixar quantitativo mínimo para
desde que o preço contratado seja compatível com o
preservar a economia de escala.
praticado no mercado;
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro
IX - quando houver possibilidade de comprometimento
dos valores mencionados no caput deste artigo quando
da segurança nacional, nos casos estabelecidos em
formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo,
decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho
quando formado por maior número.
de Defesa Nacional;
Art. 24. É dispensável a licitação:
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% atendimento das finalidades precípuas da administração,
(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso cujas necessidades de instalação e localização
I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas condicionem a sua escolha, desde que o preço seja
de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e compatível com o valor de mercado, segundo avaliação
serviços da mesma natureza e no mesmo local que prévia;
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual,
por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do desde que atendida a ordem de classificação da licitação
artigo anterior e para alienações, nos casos previstos anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,
mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que devidamente corrigido;
possa ser realizada de uma só vez;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; gêneros perecíveis, no tempo necessário para a
realização dos processos licitatórios correspondentes,
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública,
realizadas diretamente com base no preço do dia;
quando caracterizada urgência de atendimento de
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição
bens necessários ao atendimento da situação dedicada à recuperação social do preso, desde que a
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e contratada detenha inquestionável reputação ético-
serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de profissional e não tenha fins lucrativos;
180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de
contados da ocorrência da emergência ou calamidade,
acordo internacional específico aprovado pelo Congresso
vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
Nacional, quando as condições ofertadas forem
V - quando não acudirem interessados à licitação manifestamente vantajosas para o Poder
anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida Público;

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XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e contratado seja compatível com o praticado no
objetos históricos, de autenticidade certificada, desde mercado.
que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
entidade.
serviços com as organizações sociais, qualificadas no
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários âmbito das respectivas esferas de governo, para
padronizados de uso da administração, e de edições atividades contempladas no contrato de gestão.
técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços
de informática a pessoa jurídica de direito público
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e
interno, por órgãos ou entidades que integrem a
Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a
Administração Pública, criados para esse fim
transferência de tecnologia e para o licenciamento de
específico;
direito de uso ou de exploração de criação
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de protegida.
origem nacional ou estrangeira, necessários à
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
manutenção de equipamentos durante o período de
da Federação ou com entidade de sua administração
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
indireta, para a prestação de serviços públicos de forma
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for
associada nos termos do autorizado em contrato de
indispensável para a vigência da garantia;
consórcio público ou em convênio de cooperação.
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o
XXVII - na contratação da coleta, processamento e
abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas
comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis
ou tropas e seus meios de deslocamento quando em
ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva
estada eventual de curta duração em portos, aeroportos
de lixo, efetuados por associações ou cooperativas
ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa
movimentação operacional ou de adestramento, quando
renda reconhecidas pelo poder público como catadores
a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a
de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
normalidade e os propósitos das operações e desde que
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de
seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do
saúde pública.
inciso II do art. 23 desta Lei:
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços,
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
produzidos ou prestados no País, que envolvam,
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e
administrativo, quando houver necessidade de manter a
defesa nacional, mediante parecer de comissão
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
especialmente designada pela autoridade máxima do
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer
órgão.
de comissão instituída por decreto;
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços
XX - na contratação de associação de portadores de
para atender aos contingentes militares das Forças
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada
Singulares brasileiras empregadas em operações de paz
idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração
no exterior, necessariamente justificadas quanto ao
Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de
preço e à escolha do fornecedor ou executante e
mão-de-obra, desde que o preço contratado seja
ratificadas pelo Comandante da Força.
compatível com o praticado no mercado.
XXX - na contratação de instituição ou organização,
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a
pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e
prestação de serviços de assistência técnica e extensão
serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor
rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência
de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23;
Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de Reforma Agrária, instituído por lei federal.
energia elétrica e gás natural com concessionário,
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
permissionário ou autorizado, segundo as normas da
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de
legislação específica;
dezembro de 2004, observados os princípios gerais de
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou contratação dela constantes.
sociedade de economia mista com suas subsidiárias e
XXXII - na contratação em que houver transferência de
controladas, para a aquisição ou alienação de bens,
tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único
prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de

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setembro de 1990, conforme elencados em ato da I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou


direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
aquisição destes produtos durante as etapas de absorção empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a
tecnológica. preferência de marca, devendo a comprovação de
exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins
órgão de registro do comércio do local em que se
lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
tecnologias sociais de acesso à água para consumo
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
humano e produção de alimentos, para beneficiar as
ainda, pelas entidades equivalentes;
famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta
regular de água. II - para a contratação de serviços técnicos enumerados
no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito
profissionais ou empresas de notória especialização,
público interno de insumos estratégicos para a saúde
vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental
divulgação;
ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão
da administração pública direta, sua autarquia ou III - para contratação de profissional de qualquer setor
fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, artístico, diretamente ou através de empresário
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e exclusivo, desde que consagrado pela crítica
estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e especializada ou pela opinião pública.
financeira necessária à execução desses projetos, ou em
§ 1o Considera-se de notória especialização o
parcerias que envolvam transferência de tecnologia de
profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua
produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde –
especialidade, decorrente de desempenho anterior,
SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha
estudos, experiências, publicações, organização,
sido criada para esse fim específico em data anterior à
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
relacionados com suas atividades, permita inferir que o
compatível com o praticado no mercado.
seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
XXXV - para a construção, a ampliação, a adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
reforma e o aprimoramento de estabelecimentos
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
penais, desde que configurada situação de grave e
de dispensa, se comprovado superfaturamento,
iminente risco à segurança pública.
respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o
do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para agente público responsável, sem prejuízo de outras
compras, obras e serviços contratados por consórcios sanções legais cabíveis.
públicos, sociedade de economia mista, empresa pública
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e
e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da
no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
lei, como Agências Executivas.
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade justificadas, e o retardamento previsto no final do
que integre a administração pública estabelecido no parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser
inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade
ou entidades que produzem produtos estratégicos para o superior, para ratificação e publicação na imprensa
SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a
1990, conforme elencados em ato da direção nacional do eficácia dos atos.
SUS.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de
§ 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste
do caput, quando aplicada a obras e serviços de artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes
engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos elementos:
em regulamentação específica.
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa ou
o
§ 4 Não se aplica a vedação prevista no inciso I de grave e iminente risco à segurança pública que
do caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI justifique a dispensa, quando for o caso;
do caput.
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver
III - justificativa do preço.
inviabilidade de competição, em especial:

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IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
aos quais os bens serão alocados. Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.
Seção II Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica
Da Habilitação limitar-se-á a:
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos I - registro ou inscrição na entidade profissional
interessados, exclusivamente, documentação relativa a: competente;
I - habilitação jurídica; II - comprovação de aptidão para desempenho de
atividade pertinente e compatível em características,
II - qualificação técnica;
quantidades e prazos com o objeto da licitação, e
III - qualificação econômico-financeira; indicação das instalações e do aparelhamento e do
pessoal técnico adequados e disponíveis para a
IV – regularidade fiscal e trabalhista;
realização do objeto da licitação, bem como da
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. qualificação de cada um dos membros da equipe técnica
7o da Constituição Federal. que se responsabilizará pelos trabalhos;
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que
conforme o caso, consistirá em: recebeu os documentos, e, quando exigido, de que
tomou conhecimento de todas as informações e das
I - cédula de identidade;
condições locais para o cumprimento das obrigações
II - registro comercial, no caso de empresa individual; objeto da licitação;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei
devidamente registrado, em se tratando de sociedades especial, quando for o caso.
comerciais, e, no caso de sociedades por ações,
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do
acompanhado de documentos de eleição de seus
"caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a
administradores;
obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades pessoas jurídicas de direito público ou privado,
civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício; devidamente registrados nas entidades profissionais
competentes, limitadas as exigências a:
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa
ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e I - capacitação técnico-profissional: comprovação do
ato de registro ou autorização para funcionamento licitante de possuir em seu quadro permanente, na data
expedido pelo órgão competente, quando a atividade prevista para entrega da proposta, profissional de nível
assim o exigir. superior ou outro devidamente reconhecido pela
entidade competente, detentor de atestado de
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e
responsabilidade técnica por execução de obra ou
trabalhista, conforme o caso, consistirá em:
serviço de características semelhantes, limitadas estas
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor
(CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências
de quantidades mínimas ou prazos máximos;
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes
estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio
ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade II - (Vetado).
e compatível com o objeto contratual;
a) (Vetado).
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal,
b) (Vetado).
Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou
outra equivalente, na forma da lei; § 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor
significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e
definidas no instrumento convocatório.
ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),
demonstrando situação regular no cumprimento dos § 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão
encargos sociais instituídos por lei. através de certidões ou atestados de obras ou serviços
similares de complexidade tecnológica e operacional
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos
equivalente ou superior.
perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação
de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da

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§ 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a índices oficiais quando encerrado há mais de 3
comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita (três) meses da data de apresentação da proposta;
através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida
direito público ou privado.
pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de
§ 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa
ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou física;
ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios
previstas nesta Lei, que inibam a participação na
previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a
licitação.
1% (um por cento) do valor estimado do objeto da
§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de contratação.
canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração
especializado, considerados essenciais para o
da capacidade financeira do licitante com vistas aos
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas
compromissos que terá que assumir caso lhe seja
mediante a apresentação de relação explícita e da
adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores
declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas
mínimos de faturamento anterior, índices de
cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de
rentabilidade ou lucratividade.
localização prévia.
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e
§ 7º (Vetado).
na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no
I - (Vetado). instrumento convocatório da licitação, a exigência de
capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou
II - (Vetado).
ainda as garantias previstas no § 1o do art. 56 desta Lei,
§ 8o No caso de obras, serviços e compras de grande como dado objetivo de comprovação da qualificação
vulto, de alta complexidade técnica, poderá a econômico-financeira dos licitantes e para efeito de
Administração exigir dos licitantes a metodologia de garantia ao adimplemento do contrato a ser
execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou ulteriormente celebrado.
não, antecederá sempre à análise dos preços e será
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a
efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a
§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação,
técnica aquela que envolva alta especialização, como devendo a comprovação ser feita relativamente à data
fator de extrema relevância para garantir a execução do da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a
objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a atualização para esta data através de índices oficiais.
continuidade da prestação de serviços públicos
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos
essenciais.
compromissos assumidos pelo licitante que importem
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins diminuição da capacidade operativa ou absorção de
de comprovação da capacitação técnico-operacional de disponibilidade financeira, calculada esta em função do
que trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de
participar da obra ou serviço objeto da licitação, rotação.
admitindo-se a substituição por profissionais de
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da
experiência equivalente ou superior, desde que aprovada
empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo
pela administração.
de índices contábeis previstos no edital e devidamente
§ 11. (Vetado). justificados no processo administrativo da licitação que
tenha dado início ao certame licitatório, vedada a
§ 12. (Vetado).
exigência de índices e valores não usualmente adotados
Art. 31. A documentação relativa à qualificação para correta avaliação de situação financeira suficiente
econômico-financeira limitar-se-á a: ao cumprimento das obrigações decorrentes da
licitação.
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do
último exercício social, já exigíveis e apresentados na § 6º (Vetado).
forma da lei, que comprovem a boa situação financeira
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação
da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou
poderão ser apresentados em original, por qualquer
balanços provisórios, podendo ser atualizados por
processo de cópia autenticada por cartório competente

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ou por servidor da administração ou publicação em Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de
órgão da imprensa oficial. empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes
normas:
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31
desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, I - comprovação do compromisso público ou particular
nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens de constituição de consórcio, subscrito pelos
para pronta entrega e leilão. consorciados;
§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que
§ 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados nos deverá atender às condições de liderança,
arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em obrigatoriamente fixadas no edital;
sistema informatizado de consulta direta indicado no
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a
edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as
31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-
penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo
se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos
da habilitação.
quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de
§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser qualificação econômico-financeira, o somatório dos
substituída por registro cadastral emitido por órgão ou valores de cada consorciado, na proporção de sua
entidade pública, desde que previsto no edital e o respectiva participação, podendo a Administração
registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30%
Lei. (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante
individual, inexigível este acréscimo para os consórcios
§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no
compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas
País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações
empresas assim definidas em lei;
internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores
mediante documentos equivalentes, autenticados pelos IV - impedimento de participação de empresa
respectivos consulados e traduzidos por tradutor consorciada, na mesma licitação, através de mais de um
juramentado, devendo ter representação legal no Brasil consórcio ou isoladamente;
com poderes expressos para receber citação e responder
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos
administrativa ou judicialmente.
praticados em consórcio, tanto na fase de licitação
§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este quanto na de execução do contrato.
artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos,
§ 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras
salvo os referentes a fornecimento do edital, quando
a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa
solicitado, com os seus elementos constitutivos,
brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.
limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica
da documentação fornecida. § 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover,
antes da celebração do contrato, a constituição e o
§ 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e
registro do consórcio, nos termos do compromisso
no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações
referido no inciso I deste artigo.
internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo
pagamento seja feito com o produto de financiamento Seção III
concedido por organismo financeiro internacional de que Dos Registros Cadastrais
o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da
cooperação, nem nos casos de contratação com empresa
Administração Pública que realizem freqüentemente
estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados
licitações manterão registros cadastrais para efeito de
e entregues no exterior, desde que para este caso tenha
habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no
havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo,
máximo, um ano.
nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada
por unidades administrativas com sede no exterior. § 1o O registro cadastral deverá ser amplamente
divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos
§ 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e
interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável
este artigo poderá ser dispensada, nos termos de
a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa
regulamento, no todo ou em parte, para a contratação
oficial e de jornal diário, a chamamento público para a
de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que
atualização dos registros existentes e para o ingresso de
para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea
novos interessados.
“a” do inciso II do caput do art. 23.

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§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem- X - termo de contrato ou instrumento equivalente,


se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades conforme o caso;
da Administração Pública.
XI - outros comprovantes de publicações;
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou
XII - demais documentos relativos à licitação.
atualização deste, a qualquer tempo, o interessado
fornecerá os elementos necessários à satisfação das Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem
exigências do art. 27 desta Lei. como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes
devem ser previamente examinadas e aprovadas por
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias,
assessoria jurídica da Administração.
tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em
grupos, segundo a qualificação técnica e econômica Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação
avaliada pelos elementos constantes da documentação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou
relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei. sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite
previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o
§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável
processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com
sempre que atualizarem o registro.
uma audiência pública concedida pela autoridade
§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de responsável com antecedência mínima de 15
obrigações assumidas será anotada no respectivo (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do
registro cadastral. edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10
(dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso
previstos para a publicidade da licitação, à qual terão
ou cancelado o registro do inscrito que deixar de
acesso e direito a todas as informações pertinentes e a
satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as
se manifestar todos os interessados.
estabelecidas para classificação cadastral.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se
Seção IV
licitações simultâneas aquelas com objetos similares e
Do Procedimento e Julgamento
com realização prevista para intervalos não superiores a
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que,
abertura de processo administrativo, devidamente também com objetos similares, o edital subseqüente
autuado, protocolado e numerado, contendo a tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o
autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto término do contrato resultante da licitação
e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão antecedente.
juntados oportunamente:
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o ordem em série anual, o nome da repartição interessada
caso; e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o
tipo da licitação, a menção de que será regida por esta
II - comprovante das publicações do edital resumido, na
Lei, o local, dia e hora para recebimento da
forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
documentação e proposta, bem como para início da
III - ato de designação da comissão de licitação, do abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o
leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável seguinte:
pelo convite;
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
IV - original das propostas e dos documentos que as
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou
instruírem;
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; desta Lei, para execução do contrato e para entrega do
objeto da licitação;
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a
licitação, dispensa ou inexigibilidade; III - sanções para o caso de inadimplemento;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o
homologação; projeto básico;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos V - se há projeto executivo disponível na data da
licitantes e respectivas manifestações e decisões; publicação do edital de licitação e o local onde possa ser
examinado e adquirido;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação,
quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;

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VI - condições para participação na licitação, em XVII - outras indicações específicas ou peculiares da


conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de licitação.
apresentação das propostas;
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em
VII - critério para julgamento, com disposições claras e todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir,
parâmetros objetivos; permanecendo no processo de licitação, e dele
extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de
divulgação e fornecimento aos interessados.
comunicação à distância em que serão fornecidos
elementos, informações e esclarecimentos relativos à § 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte
licitação e às condições para atendimento das obrigações integrante:
necessárias ao cumprimento de seu objeto;
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas
IX - condições equivalentes de pagamento entre partes, desenhos, especificações e outros
empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações complementos;
internacionais;
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e preços unitários;
global, conforme o caso, permitida a fixação de preços
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a
máximos e vedados a fixação de preços mínimos,
Administração e o licitante vencedor;
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a
preços de referência, ressalvado o disposto nos IV - as especificações complementares e as normas de
parágrafos 1º e 2º do art. 48; execução pertinentes à licitação.
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação § 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de adimplemento da obrigação contratual a prestação do
índices específicos ou setoriais, desde a data prevista serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de
para apresentação da proposta, ou do orçamento a que parcela destes, bem como qualquer outro evento
essa proposta se referir, até a data do adimplemento de contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão
cada parcela; de documento de cobrança.
XII - (Vetado). § 4o Nas compras para entrega imediata, assim
entendidas aquelas com prazo de entrega até trinta dias
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização
da data prevista para apresentação da proposta, poderão
para execução de obras ou serviços que serão
ser dispensadas:
obrigatoriamente previstos em separado das demais
parcelas, etapas ou tarefas; I - o disposto no inciso XI deste artigo;
XIV - condições de pagamento, prevendo: II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do
inciso XIV deste artigo, correspondente ao período
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias,
compreendido entre as datas do adimplemento e a
contado a partir da data final do período de
prevista para o pagamento, desde que não superior a
adimplemento de cada parcela;
quinze dias.
b) cronograma de desembolso máximo por período, em
§5º A Administração Pública poderá, nos
conformidade com a disponibilidade de recursos
editais de licitação para a contratação de serviços, exigir
financeiros;
da contratada que um percentual mínimo de sua mão de
c) critério de atualização financeira dos valores a serem obraseja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a f
pagos, desde a data final do período de adimplemento inalidade de ressocialização do reeducando, na forma est
de cada parcela até a data do efetivo abelecida em regulamento.
pagamento;
Art. 41. A Administração não pode descumprir as
d) compensações financeiras e penalizações, por normas e condições do edital, ao qual se acha
eventuais atrasos, e descontos, por eventuais estritamente vinculada.
antecipações de pagamentos;
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
e) exigência de seguros, quando for o caso; edital de licitação por irregularidade na aplicação desta
Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta
antes da data fixada para a abertura dos envelopes de
Lei;
habilitação, devendo a Administração julgar e responder
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;

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à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão
faculdade prevista no § 1o do art. 113. executor do contrato, despacho esse ratificado pela
autoridade imediatamente superior.
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital
de licitação perante a administração o licitante que não o § 6o As cotações de todos os licitantes serão para
fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos entrega no mesmo local de destino.
envelopes de habilitação em concorrência, a abertura
Art. 43. A licitação será processada e julgada com
dos envelopes com as propostas em convite, tomada de
observância dos seguintes procedimentos:
preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou
irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em I - abertura dos envelopes contendo a documentação
que tal comunicação não terá efeito de recurso. relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes
não o impedirá de participar do processo licitatório até o inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde
trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos
direito de participar das fases subseqüentes. concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo
sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o
expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política
monetária e do comércio exterior e atender às exigências IV - verificação da conformidade de cada proposta com
dos órgãos competentes. os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços
correntes no mercado ou fixados por órgão oficial
§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar
competente, ou ainda com os constantes do sistema de
preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer
registro de preços, os quais deverão ser devidamente
o licitante brasileiro.
registrados na ata de julgamento, promovendo-se a
§ 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro desclassificação das propostas desconformes ou
eventualmente contratado em virtude da licitação de incompatíveis;
que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda
V - julgamento e classificação das propostas de acordo
brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil
com os critérios de avaliação constantes do edital;
imediatamente anterior à data do efetivo
pagamento. VI - deliberação da autoridade competente quanto à
homologação e adjudicação do objeto da licitação.
§ 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro
serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante § 1o A abertura dos envelopes contendo a
estrangeiro. documentação para habilitação e as propostas será
realizada sempre em ato público previamente designado,
§ 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas
do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos
apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas
licitantes presentes e pela Comissão.
dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que
oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à § 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados
operação final de venda. pelos licitantes presentes e pela Comissão.
§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou § 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em
aquisição de bens com recursos provenientes de qualquer fase da licitação, a promoção de diligência
financiamento ou doação oriundos de agência oficial de destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do
cooperação estrangeira ou organismo financeiro processo, vedada a inclusão posterior de documento ou
multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser informação que deveria constar originariamente da
admitidas, na respectiva licitação, as condições proposta.
decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e,
tratados internacionais aprovados pelo Congresso
no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de
Nacional, bem como as normas e procedimentos
preços e ao convite.
daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de
seleção da proposta mais vantajosa para a § 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes
administração, o qual poderá contemplar, além do preço, (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe
outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos desclassificá-los por motivo relacionado com a
para a obtenção do financiamento ou da doação, e que habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou
também não conflitem com o princípio do julgamento só conhecidos após o julgamento.

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§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em
proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato ato público, para o qual todos os licitantes serão
superveniente e aceito pela Comissão. convocados, vedado qualquer outro processo.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará § 3o No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os
em consideração os critérios objetivos definidos no edital licitantes considerados qualificados a classificação se
ou convite, os quais não devem contrariar as normas e dará pela ordem crescente dos preços propostos,
princípios estabelecidos por esta Lei. prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o
critério previsto no parágrafo anterior.
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério
ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que § 4o Para contratação de bens e serviços de informática,
possa ainda que indiretamente elidir o princípio da a administração observará o disposto no art. 3o da Lei
igualdade entre os licitantes. no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os
fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem
obrigatoriamento o tipo de licitação "técnica e preço",
não prevista no edital ou no convite, inclusive
permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos
financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem
indicados em decreto do Poder Executivo.
preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais
licitantes. § 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação
não previstos neste artigo.
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços
global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, § 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão
incompatíveis com os preços dos insumos e salários de selecionadas tantas propostas quantas necessárias até
mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que que se atinja a quantidade demandada na licitação.
o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido
Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou
limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais
"técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para
e instalações de propriedade do próprio licitante, para os
serviços de natureza predominantemente intelectual, em
quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da
especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,
remuneração.
supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também em geral e, em particular, para a elaboração de estudos
às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou técnicos preliminares e projetos básicos e executivos,
importações de qualquer natureza. ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior.
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo,
devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo § 1o Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de o seguinte procedimento claramente explicitado no
licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo
convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente que a Administração se propõe a pagar:
nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas
pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
técnicas exclusivamente dos licitantes previamente
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de qualificados e feita então a avaliação e classificação
licitação, exceto na modalidade concurso: destas propostas de acordo com os critérios pertinentes
e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da
objetividade no instrumento convocatório e que
proposta mais vantajosa para a Administração
considerem a capacitação e a experiência do
determinar que será vencedor o licitante que apresentar
proponente, a qualidade técnica da proposta,
a proposta de acordo com as especificações do edital ou
compreendendo metodologia, organização, tecnologias e
convite e ofertar o menor preço;
recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a
II - a de melhor técnica; qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas
para a sua execução;
III - a de técnica e preço.
II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos
se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que
de alienação de bens ou concessão de direito real de
tenham atingido a valorização mínima estabelecida no
uso.
instrumento convocatório e à negociação das condições
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e propostas, com a proponente melhor classificada, com
após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a base nos orçamentos detalhados apresentados e

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respectivos preços unitários e tendo como referência o II - propostas com valor global superior ao limite
limite representado pela proposta de menor preço entre estabelecido ou com preços manifestamente
os licitantes que obtiveram a valorização mínima; inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não
venham a ter demonstrada sua viabilidade através de
III - no caso de impasse na negociação anterior,
documentação que comprove que os custos dos insumos
procedimento idêntico será adotado, sucessivamente,
são coerentes com os de mercado e que os coeficientes
com os demais proponentes, pela ordem de classificação,
de produtividade são compatíveis com a execução do
até a consecução de acordo para a contratação;
objeto do contrato, condições estas necessariamente
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos especificadas no ato convocatório da licitação.
licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo
que não obtiverem a valorização mínima estabelecida
consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de
para a proposta técnica.
licitações de menor preço para obras e serviços de
§ 2o Nas licitações do tipo "técnica e preço" será engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a
adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes
anterior, o seguinte procedimento claramente valores:
explicitado no instrumento convocatório:
a) média aritmética dos valores das propostas superiores
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela
preços, de acordo com critérios objetivos administração, ou
preestabelecidos no instrumento convocatório;
b) valor orçado pela administração.
II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo
com a média ponderada das valorizações das propostas
anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80%
técnicas e de preço, de acordo com os pesos
(oitenta por cento) do menor valor a que se referem as
preestabelecidos no instrumento convocatório.
alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do
§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos contrato, prestação de garantia adicional, dentre as
neste artigo poderão ser adotados, por autorização modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a
expressa e mediante justificativa circunstanciada da diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e
maior autoridade da Administração promotora constante o valor da correspondente proposta.
do ato convocatório, para fornecimento de bens e
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou
execução de obras ou prestação de serviços de grande
todas as propostas forem desclassificadas, a
vulto majoritariamente dependentes de tecnologia
administração poderá fixar aos licitantes o prazo de
nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado
oito dias úteis para a apresentação de nova
por autoridades técnicas de reconhecida qualificação,
documentação ou de outras propostas escoimadas das
nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções
causas referidas neste artigo, facultada, no caso de
alternativas e variações de execução, com repercussões
convite, a redução deste prazo para três dias
significativas sobre sua qualidade, produtividade,
úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis,
e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do
licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente procedimento somente poderá revogar a licitação por
fixados no ato convocatório. razões de interesse público decorrente de fato
superveniente devidamente comprovado, pertinente e
§ 4º (Vetado).
suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
serviços, quando for adotada a modalidade de execução mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
de empreitada por preço global, a Administração deverá
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo
fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os
de ilegalidade não gera obrigação de indenizar,
elementos e informações necessários para que os
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta
licitantes possam elaborar suas propostas de preços com
Lei.
total e completo conhecimento do objeto da licitação.
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do
Art. 48. Serão desclassificadas:
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do
I - as propostas que não atendam às exigências do ato art. 59 desta Lei.
convocatório da licitação;
§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório,
fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.

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§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a
aos atos do procedimento de dispensa e de servidor designado pela Administração, procedendo-se
inexigibilidade de licitação. na forma da legislação pertinente.
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato § 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado
com preterição da ordem de classificação das propostas pela Administração para fixação do preço mínimo de
ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, arrematação.
sob pena de nulidade.
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro percentual estabelecido no edital, não inferior a 5%
cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata
propostas serão processadas e julgadas por comissão lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao
permanente ou especial de, no mínimo, 3 arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do
(três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles restante no prazo estipulado no edital de convocação,
servidores qualificados pertencentes aos quadros sob pena de perder em favor da Administração o valor já
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis recolhido.
pela licitação.
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela
o
§ 1 No caso de convite, a Comissão de licitação, à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas.
excepcionalmente, nas pequenas unidades
administrativas e em face da exigüidade de pessoal
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado,
disponível, poderá ser substituída por servidor
principalmente no município em que se realizará.
formalmente designado pela autoridade competente.
§ 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de
Capítulo III
inscrição em registro cadastral, sua alteração ou
DOS CONTRATOS
cancelamento, será integrada por profissionais
legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou Seção I
aquisição de equipamentos. Disposições Preliminares
§ 3o Os membros das Comissões de licitação Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta
responderão solidariamente por todos os atos praticados Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de
pela Comissão, salvo se posição individual divergente direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os
estiver devidamente fundamentada e registrada em ata princípios da teoria geral dos contratos e as disposições
lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão. de direito privado.
§ 4o A investidura dos membros das Comissões § 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e
permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a precisão as condições para sua execução, expressas em
recondução da totalidade de seus membros para a cláusulas que definam os direitos, obrigações e
mesma comissão no período subseqüente. responsabilidades das partes, em conformidade com os
termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por
uma comissão especial integrada por pessoas de § 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do
matéria em exame, servidores públicos ou não. ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as
desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a que estabeleçam:
ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.
I - o objeto e seus elementos característicos;
§ 1o O regulamento deverá indicar:
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
I - a qualificação exigida dos participantes;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios,
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; data-base e periodicidade do reajustamento de preços,
os critérios de atualização monetária entre a data do
III - as condições de realização do concurso e os prêmios
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
a serem concedidos.
IV - os prazos de início de etapas de execução, de
§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá
conclusão, de entrega, de observação e de recebimento
autorizar a Administração a executá-lo quando julgar
definitivo, conforme o caso;
conveniente.

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V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a III - fiança bancária.


indicação da classificação funcional programática e da
§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não
categoria econômica;
excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena seu valor atualizado nas mesmas condições daquele,
execução, quando exigidas; ressalvado o previsto no parágrafo 3o deste artigo.
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as § 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande
penalidades cabíveis e os valores das multas; vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos
financeiros consideráveis, demonstrados através de
VIII - os casos de rescisão;
parecer tecnicamente aprovado pela autoridade
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em competente, o limite de garantia previsto no parágrafo
caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta anterior poderá ser elevado para até dez por cento do
Lei; valor do contrato.
X - as condições de importação, a data e a taxa de § 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada
câmbio para conversão, quando for o caso; ou restituída após a execução do contrato e, quando em
dinheiro, atualizada monetariamente.
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a
dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do § 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de
licitante vencedor; bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e
valor desses bens.
especialmente aos casos omissos;
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda
ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos
a execução do contrato, em compatibilidade com as
orçamentários, exceto quanto aos relativos:
obrigações por ele assumidas, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação. I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas
metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais
§ 1º (Vetado).
poderão ser prorrogados se houver interesse da
§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Administração e desde que isso tenha sido previsto no
Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas ato convocatório;
domiciliadas no estrangeiro, deverá constar
II - à prestação de serviços a serem executados de forma
necessariamente cláusula que declare competente o foro
contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por
da sede da Administração para dirimir qualquer questão
iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de
contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.
preços e condições mais vantajosas para a administração,
§ 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de limitada a sessenta meses;
contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da
III - (Vetado).
arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado
ou Município, as características e os valores pagos, IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de
segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de programas de informática, podendo a duração estender-
março de 1964. se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o
início da vigência do contrato.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada
caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI
poderá ser exigida prestação de garantia nas do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até
contratações de obras, serviços e compras. 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da
administração.
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes
modalidades de garantia: § 1o Os prazos de início de etapas de execução, de
conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública,
as demais cláusulas do contrato e assegurada a
devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural,
manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro,
mediante registro em sistema centralizado de liquidação
desde que ocorra algum dos seguintes motivos,
e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e
devidamente autuados em processo:
avaliados pelos seus valores econômicos, conforme
definido pelo Ministério da Fazenda; I - alteração do projeto ou especificações, pela
Administração;
II - seguro-garantia;

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II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, § 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas


estranho à vontade das partes, que altere econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas
fundamentalmente as condições de execução do para que se mantenha o equilíbrio contratual.
contrato;
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição administrativo opera retroativamente impedindo os
do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
Administração; produzir, além de desconstituir os já produzidos.
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no Parágrafo único. A nulidade não exonera a
contrato, nos limites permitidos por esta Lei; Administração do dever de indenizar o contratado pelo
que este houver executado até a data em que ela for
V - impedimento de execução do contrato por fato ou
declarada e por outros prejuízos regularmente
ato de terceiro reconhecido pela Administração em
comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
documento contemporâneo à sua ocorrência;
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da causa.
Administração, inclusive quanto aos pagamentos
Seção II
previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou
Da Formalização dos Contratos
retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das
sanções legais aplicáveis aos responsáveis. Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados
nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada
cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do
por escrito e previamente autorizada pela autoridade
seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
competente para celebrar o contrato.
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo
indeterminado. que lhe deu origem.
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato
mediante autorização da autoridade superior, o prazo de verbal com a Administração, salvo o de pequenas
que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser compras de pronto pagamento, assim entendidas
prorrogado por até doze meses. aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do
limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
Lei, feitas em regime de adiantamento.
instituído por esta Lei confere à Administração, em
relação a eles, a prerrogativa de: Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das
partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação
que autorizou a sua lavratura, o número do processo da
às finalidades de interesse público, respeitados os
licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
direitos do contratado;
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados contratuais.
no inciso I do art. 79 desta Lei;
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento
III - fiscalizar-lhes a execução; de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial,
que é condição indispensável para sua eficácia, será
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou
providenciada pela Administração até o quinto dia útil do
parcial do ajuste;
mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor,
provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26
vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da desta Lei.
necessidade de acautelar apuração administrativa de
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos
faltas contratuais pelo contratado, bem como na
casos de concorrência e de tomada de preços, bem como
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias compreendidos nos limites destas duas modalidades de
dos contratos administrativos não poderão ser alteradas licitação, e facultativo nos demais em que a
sem prévia concordância do contratado. Administração puder substituí-lo por outros
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de

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empenho de despesa, autorização de compra ou ordem ficam os licitantes liberados dos compromissos
de execução de serviço. assumidos.
§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o Seção III
edital ou ato convocatório da licitação. Da Alteração dos Contratos
§ 2o Em "carta contrato", "nota de empenho de Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser
despesa", "autorização de compra", "ordem de execução alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes
de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no casos:
que couber, o disposto no art. 55 desta Lei..
I - unilateralmente pela Administração:
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei
a) quando houver modificação do projeto ou das
e demais normas gerais, no que couber:
especificações, para melhor adequação técnica aos seus
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação objetivos;
em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo
b) quando necessária a modificação do valor contratual
conteúdo seja regido, predominantemente, por norma
em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa
de direito privado;
de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
II - aos contratos em que a Administração for parte como
II - por acordo das partes:
usuária de serviço público.
a) quando conveniente a substituição da garantia de
§ 4o É dispensável o "termo de contrato" e facultada a
execução;
substituição prevista neste artigo, a critério da
Administração e independentemente de seu valor, nos b) quando necessária a modificação do regime de
casos de compra com entrega imediata e integral dos execução da obra ou serviço, bem como do modo de
bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações fornecimento, em face de verificação técnica da
futuras, inclusive assistência técnica. inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento c) quando necessária a modificação da forma de
dos termos do contrato e do respectivo processo pagamento, por imposição de circunstâncias
licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia supervenientes, mantido o valor inicial atualizado,
autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos vedada a antecipação do pagamento, com relação ao
devidos. cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
contraprestação de fornecimento de bens ou execução
Art. 64. A Administração convocará regularmente o
de obra ou serviço;
interessado para assinar o termo de contrato, aceitar ou
retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à inicialmente entre os encargos do contratado e a
contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. retribuição da administração para a justa remuneração
81 desta Lei. da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma
do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
vez, por igual período, quando solicitado pela parte
imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências
durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução
justificado aceito pela Administração.
do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar econômica extraordinária e extracontratual.
o instrumento equivalente no prazo e condições
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que
ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas
se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte
mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,
e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato,
inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade
e, no caso particular de reforma de edifício ou de
com o ato convocatório, ou revogar a licitação
equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por
independentemente da cominação prevista no art. 81
cento) para os seus acréscimos.
desta Lei.
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega
limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
das propostas, sem convocação para a contratação,

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I - (VETADO) Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o


cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre
serviços e nos ambientes de trabalho.
os contratantes.
Art. 67. A execução do contrato deverá ser
§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados
acompanhada e fiscalizada por um representante da
preços unitários para obras ou serviços, esses serão
Administração especialmente designado, permitida a
fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de
limites estabelecidos no § 1o deste artigo.
informações pertinentes a essa atribuição.
§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se
§ 1o O representante da Administração anotará em
o contratado já houver adquirido os materiais e posto no
registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a
local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela
execução do contrato, determinando o que for
Administração pelos custos de aquisição regularmente
necessário à regularização das faltas ou defeitos
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo
observados.
caber indenização por outros danos eventualmente
decorrentes da supressão, desde que regularmente § 2o As decisões e providências que ultrapassarem a
comprovados. competência do representante deverão ser solicitadas a
seus superiores em tempo hábil para a adoção das
§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados,
medidas convenientes.
alterados ou extintos, bem como a superveniência de
disposições legais, quando ocorridas após a data da Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito
apresentação da proposta, de comprovada repercussão pela Administração, no local da obra ou serviço, para
nos preços contratados, implicarão a revisão destes para representá-lo na execução do contrato.
mais ou para menos, conforme o caso.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir,
§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no
aumente os encargos do contratado, a Administração total ou em parte, o objeto do contrato em que se
deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da
econômico-financeiro inicial. execução ou de materiais empregados.
§ 7o (VETADO) Art. 70. O contratado é responsável pelos danos
causados diretamente à Administração ou a terceiros,
§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao
decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do
reajuste de preços previsto no próprio contrato, as
contrato, não excluindo ou reduzindo essa
atualizações, compensações ou penalizações financeiras
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento
decorrentes das condições de pagamento nele previstas,
pelo órgão interessado.
bem como o empenho de dotações orçamentárias
suplementares até o limite do seu valor corrigido, não Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos
caracterizam alteração do mesmo, podendo ser trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
registrados por simples apostila, dispensando a resultantes da execução do contrato.
celebração de aditamento.
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos
Seção IV encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à
Da Execução dos Contratos Administração Pública a responsabilidade por seu
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas
restringir a regularização e o uso das obras e edificações,
partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as
inclusive perante o Registro de Imóveis.
normas desta Lei, respondendo cada uma pelas
conseqüências de sua inexecução total ou parcial. § 2o A Administração Pública responde solidariamente
com o contratado pelos encargos previdenciários
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do §
resultantes da execução do contrato, nos termos do art.
2o e no inciso II do § 5o do art. 3o desta Lei deverão
31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
cumprir, durante todo o período de execução do
contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa § 3º (Vetado).
com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social,
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem
bem como as regras de acessibilidade previstas na
prejuízo das responsabilidades contratuais e legais,
legislação.
poderá subcontratar partes da obra, serviço ou
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração.

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Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do
recebido: edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes
e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais
I - em se tratando de obras e serviços:
para a boa execução do objeto do contrato correm por
a) provisoriamente, pelo responsável por seu conta do contratado.
acompanhamento e fiscalização, mediante termo
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte,
circunstanciado, assinado pelas partes em até 15
obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo
(quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
com o contrato.
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada
Seção V
pela autoridade competente, mediante termo
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso
do prazo de observação, ou vistoria que comprove a Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja
adequação do objeto aos termos contratuais, observado a sua rescisão, com as conseqüências contratuais e as
o disposto no art. 69 desta Lei; previstas em lei ou regulamento.
II - em se tratando de compras ou de locação de Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
equipamentos:
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais,
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação especificações, projetos ou prazos;
da conformidade do material com a especificação;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais,
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e especificações, projetos e prazos;
quantidade do material e conseqüente aceitação.
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a
§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande Administração a comprovar a impossibilidade da
vulto, o recebimento far-se-á mediante termo conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos
circunstanciado e, nos demais, mediante recibo. prazos estipulados;
§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou
responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra fornecimento;
ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento,
execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos
sem justa causa e prévia comunicação à Administração;
pela lei ou pelo contrato.
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a
§ 3o O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste
associação do contratado com outrem, a cessão ou
artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo
transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão
em casos excepcionais, devidamente justificados e
ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
previstos no edital.
VII - o desatendimento das determinações regulares da
§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua
verificação a que se refere este artigo não serem,
execução, assim como as de seus superiores;
respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos
prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução,
comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;
anteriores à exaustão dos mesmos.
IX - a decretação de falência ou a instauração de
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório insolvência civil;
nos seguintes casos:
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada; contratado;
II - serviços profissionais; XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou
da estrutura da empresa, que prejudique a execução do
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23,
contrato;
inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se
componham de aparelhos, equipamentos e instalações XII - razões de interesse público, de alta relevância e
sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade. amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela
máxima autoridade da esfera administrativa a que está
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento
subordinado o contratante e exaradas no processo
será feito mediante recibo.
administrativo a que se refere o contrato;

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XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, § 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII
serviços ou compras, acarretando modificação do valor a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do
inicial do contrato além do limite permitido no § 1o do contratado, será este ressarcido dos prejuízos
art. 65 desta Lei; regularmente comprovados que houver sofrido, tendo
ainda direito a:
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da
Administração, por prazo superior a 120 (cento e I - devolução de garantia;
vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a
perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por
data da rescisão;
repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo,
independentemente do pagamento obrigatório de III - pagamento do custo da desmobilização.
indenizações pelas sucessivas e contratualmente
§ 3º (Vetado).
imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras
previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o § 4º (Vetado).
direito de optar pela suspensão do cumprimento das
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do
obrigações assumidas até que seja normalizada a
contrato, o cronograma de execução será prorrogado
situação;
automaticamente por igual tempo.
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo
pagamentos devidos pela Administração decorrentes de
anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem
obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já
prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e
assegurado ao contratado o direito de optar pela local em que se encontrar, por ato próprio da
suspensão do cumprimento de suas obrigações até que Administração;
seja normalizada a situação;
II - ocupação e utilização do local, instalações,
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de equipamentos, material e pessoal empregados na
área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou execução do contrato, necessários à sua continuidade, na
fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, da Administração, e dos valores das multas e
regularmente comprovada, impeditiva da execução do indenizações a ela devidos;
contrato.
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. limite dos prejuízos causados à Administração.
27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
§ 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão deste artigo fica a critério da Administração, que poderá
formalmente motivados nos autos do processo, dar continuidade à obra ou ao serviço por execução
assegurado o contraditório e a ampla defesa. direta ou indireta.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser: § 2o É permitido à Administração, no caso de concordata
do contratado, manter o contrato, podendo assumir o
I - determinada por ato unilateral e escrito da
controle de determinadas atividades de serviços
Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e
essenciais.
XVII do artigo anterior;
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a
ser precedido de autorização expressa do Ministro de
termo no processo da licitação, desde que haja
Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal,
conveniência para a Administração;
conforme o caso.
III - judicial, nos termos da legislação;
§ 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior
IV - (Vetado). permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida
prevista no inciso I deste artigo.
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser
precedida de autorização escrita e fundamentada da Capítulo IV
autoridade competente. DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA
JUDICIAL

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Seção I § 1o A multa a que alude este artigo não impede que a


Disposições Gerais Administração rescinda unilateralmente o contrato e
aplique as outras sanções previstas nesta Lei.
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em
assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento § 2o A multa, aplicada após regular processo
equivalente, dentro do prazo estabelecido pela administrativo, será descontada da garantia do
Administração, caracteriza o descumprimento total da respectivo contratado.
obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades
§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia
legalmente estabelecidas.
prestada, além da perda desta, responderá o contratado
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica pela sua diferença, a qual será descontada dos
aos licitantes convocados nos termos do art. 64, pagamentos eventualmente devidos pela Administração
§ 2o desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.
mesmas condições propostas pelo primeiro
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a
adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos ao contratado as seguintes sanções:
em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a
I - advertência;
frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções
previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório
prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ou no contrato;
ato ensejar.
III - suspensão temporária de participação em licitação e
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que impedimento de contratar com a Administração, por
simplesmente tentados, sujeitam os seus autores, prazo não superior a 2 (dois) anos;
quando servidores públicos, além das sanções penais, à
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
com a Administração Pública enquanto perdurarem os
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta motivos determinantes da punição ou até que seja
Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou promovida a reabilitação perante a própria autoridade
sem remuneração, cargo, função ou emprego público. que aplicou a penalidade, que será concedida sempre
que o contratado ressarcir a Administração pelos
§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
aplicada com base no inciso anterior.
paraestatal, assim consideradas, além das fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista, as § 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia
demais entidades sob controle, direto ou indireto, do prestada, além da perda desta, responderá o contratado
Poder Público. pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou cobrada
§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte,
judicialmente.
quando os autores dos crimes previstos nesta Lei forem
ocupantes de cargo em comissão ou de função de § 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste
confiança em órgão da Administração direta, autarquia, artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso
empresa pública, sociedade de economia mista, II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo
fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
indiretamente pelo Poder Público.
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem competência exclusiva do Ministro de Estado, do
às licitações e aos contratos celebrados pela União, Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso,
Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas facultada a defesa do interessado no respectivo
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista,
mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos
sob seu controle direto ou indireto. de sua aplicação.
Seção II Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo
Das Sanções Administrativas anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou
aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato
esta Lei:
sujeitará o contratado à multa de mora, na forma
prevista no instrumento convocatório ou no contrato.

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I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de multa.
quaisquer tributos;
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o
objetivos da licitação; ensejo de devassá-lo:
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
com a Administração em virtude de atos ilícitos
Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de
praticados.
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
Seção III vantagem de qualquer tipo:
Dos Crimes e das Penas
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa,
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses além da pena correspondente à violência.
previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. oferecida.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública,
tendo comprovadamente concorrido para a consumação licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou
da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder
I - elevando arbitrariamente os preços;
Público.
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste,
falsificada ou deteriorada;
combinação ou qualquer outro expediente, o caráter
competitivo do procedimento licitatório, com o intuito III - entregando uma mercadoria por outra;
de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da
da adjudicação do objeto da licitação:
mercadoria fornecida;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse onerosa a proposta ou a execução do contrato:
privado perante a Administração, dando causa à
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja
invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com
empresa ou profissional declarado inidôneo:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer
modificação ou vantagem, inclusive prorrogação Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que,
contratual, em favor do adjudicatário, durante a declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a
execução dos contratos celebrados com o Poder Público, Administração.
sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a
ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda,
inscrição de qualquer interessado nos registros
pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
cadastrais ou promover indevidamente a alteração,
exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta
suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:
Lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.
multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98
que, tendo comprovadamente concorrido para a
desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na
consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou
sentença e calculada em índices percentuais, cuja base
se beneficia, injustamente, das modificações ou
corresponderá ao valor da vantagem efetivamente
prorrogações contratuais.
obtida ou potencialmente auferível pelo agente.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de
§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão
qualquer ato de procedimento licitatório:
ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5%

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(cinco por cento) do valor do contrato licitado ou Capítulo V


celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação. DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da
conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual aplicação desta Lei cabem:
ou Municipal.
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da
Seção IV intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
Do Processo e do Procedimento Judicial
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal
b) julgamento das propostas;
pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público
promovê-la. c) anulação ou revogação da licitação;
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os d) indeferimento do pedido de inscrição em registro
efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, cadastral, sua alteração ou cancelamento;
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art.
sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a
79 desta Lei;
ocorrência.
f) aplicação das penas de advertência, suspensão
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal,
temporária ou de multa;
mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo
apresentante e por duas testemunhas. II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da
intimação da decisão relacionada com o objeto da
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que
licitação ou do contrato, de que não caiba recurso
conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais
hierárquico;
ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos
integrantes do sistema de controle interno de qualquer III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de
dos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o
nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo
documentos necessários ao oferecimento da denúncia. de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da § 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas
pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos a
aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita
do Código de Processo Penal. mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os
casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o
prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a
prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa
decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta
escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo
aos interessados e lavrada em ata.
juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em
número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais § 2o O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I
provas que pretenda produzir. deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a
autoridade competente, motivadamente e presentes
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da
razões de interesse público, atribuir ao recurso
defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas
interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o
prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais. § 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais
licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos
(cinco) dias úteis.
dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10
(dez) dias para proferir a sentença. § 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por
intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no
poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5
prazo de 5 (cinco) dias.
(cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir,
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão
penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis,
execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, contado do recebimento do recurso, sob pena de
subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de responsabilidade.
Execução Penal.

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§ 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido órgãos integrantes do sistema de controle interno contra
de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do
processo estejam com vista franqueada ao interessado. disposto neste artigo.
§ 6o Em se tratando de licitações efetuadas na § 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do
modalidade de "carta convite" os prazos estabelecidos sistema de controle interno poderão solicitar para
nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de
dois dias úteis. recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já
publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da
Capítulo VI
Administração interessada à adoção de medidas
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta forem determinadas.
Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a
vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos,
pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser
exceto quando for explicitamente disposto em contrário.
procedida sempre que o objeto da licitação recomende
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos análise mais detida da qualificação técnica dos
referidos neste artigo em dia de expediente no órgão ou interessados.
na entidade.
§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, feita mediante proposta da autoridade competente,
premiar ou receber projeto ou serviço técnico aprovada pela imediatamente superior.
especializado desde que o autor ceda os direitos
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências
patrimoniais a ele relativos e a Administração possa
desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos
utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de
interessados, ao procedimento e à analise da
concurso ou no ajuste para sua elaboração.
documentação.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir
imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de
normas relativas aos procedimentos operacionais a
privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento
serem observados na execução das licitações, no âmbito
de todos os dados, documentos e elementos de
de sua competência, observadas as disposições desta Lei.
informação pertinentes à tecnologia de concepção,
desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo,
natureza e aplicação da obra. após aprovação da autoridade competente, deverão ser
publicadas na imprensa oficial.
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais
de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
perante a entidade interessada, responder pela sua boa couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros
execução, fiscalização e pagamento. instrumentos congêneres celebrados por órgãos e
entidades da Administração.
§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da
qual, nos termos do edital, decorram contratos § 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos
administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos órgãos ou entidades da Administração Pública depende
entes da Federação consorciados. de prévia aprovação de competente plano de trabalho
proposto pela organização interessada, o qual deverá
§ 2o É facultado à entidade interessada o
conter, no mínimo, as seguintes informações:
acompanhamento da licitação e da execução do
contrato. I - identificação do objeto a ser executado;
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos II - metas a serem atingidas;
contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei
III - etapas ou fases de execução;
será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma
da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
da Administração responsáveis pela demonstração da
V - cronograma de desembolso;
legalidade e regularidade da despesa e execução, nos
termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem
controle interno nela previsto. assim da conclusão das etapas ou fases programadas;
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de
jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos engenharia, comprovação de que os recursos próprios

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para complementar a execução do objeto estão contas especial do responsável, providenciada pela
devidamente assegurados, salvo se o custo total do autoridade competente do órgão ou entidade titular dos
empreendimento recair sobre a entidade ou órgão recursos.
descentralizador.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações
§ 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão realizados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e
repassador dará ciência do mesmo à Assembléia Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas
Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva. desta Lei, no que couber, nas três esferas
administrativas.
§ 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita
conformidade com o plano de aplicação aprovado, Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e
exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão as entidades da administração indireta deverão adaptar
retidas até o saneamento das impropriedades suas normas sobre licitações e contratos ao disposto
ocorrentes: nesta Lei.
I - quando não tiver havido comprovação da boa e Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e
regular aplicação da parcela anteriormente recebida, na fundações públicas e demais entidades controladas
forma da legislação aplicável, inclusive mediante direta ou indiretamente pela União e pelas entidades
procedimentos de fiscalização local, realizados referidas no artigo anterior editarão regulamentos
periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às
dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de disposições desta Lei.
controle interno da Administração Pública;
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação artigo, no âmbito da Administração Pública, após
dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento aprovados pela autoridade de nível superior a que
das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e
aos princípios fundamentais de Administração Pública entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.
nas contratações e demais atos praticados na execução
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
do convênio, ou o inadimplemento do executor com
anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que
relação a outras cláusulas conveniais básicas;
os fará publicar no Diário Oficial da União, observando
III - quando o executor deixar de adotar as medidas como limite superior a variação geral dos preços do
saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos mercado, no período.
recursos ou por integrantes do respectivo sistema de
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações
controle interno.
instauradas e aos contratos assinados anteriormente à
§ 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos
serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de parágrafos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78,
poupança de instituição financeira oficial se a previsão de bem assim o disposto no "caput" do art. 5o, com relação
seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de ao pagamento das obrigações na ordem cronológica,
aplicação financeira de curto prazo ou operação de podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias
mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, contados da vigência desta Lei, separadamente para as
quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos obrigações relativas aos contratos regidos por legislação
menores que um mês. anterior à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 5o As receitas financeiras auferidas na forma do Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do
parágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas a patrimônio da União continuam a reger-se pelas
crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de
objeto de sua finalidade, devendo constar de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de
demonstrativo específico que integrará as prestações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a
contas do ajuste. concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam
regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei,
§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou
no que couber.
extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos
financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á
receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, procedimento licitatório específico, a ser estabelecido
serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos no Código Brasileiro de Aeronáutica.
recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do
Art. 123. Em suas licitações e contratações
evento, sob pena da imediata instauração de tomada de
administrativas, as repartições sediadas no exterior

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observarão as peculiaridades locais e os princípios Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei
básicos desta Lei, na forma de regulamentação posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
específica. dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para
permissão ou concessão de serviços públicos os
dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo
específica sobre o assunto. favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda
que decididos por sentença condenatória transitada em
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV julgado.
do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para
concessão de serviços com execução prévia de obras em Lei excepcional ou temporária
que não foram previstos desembolso por parte da
Administração Pública concedente.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua decorrido o período de sua duração ou cessadas as
publicação. circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência.
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário,
especialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de
novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, Tempo do crime
de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de
setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da
dezembro de 1966. ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado.
Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e
105o da República.
Territorialidade
ITAMAR FRANCO
Rubens Ricupero Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de
Romildo Canhim convenções, tratados e regras de direito internacional,
ao crime cometido no território nacional.

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como


DIREITO PENAL extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço
do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
CÓDIGO PENAL mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou
em alto-mar.
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que praticados a bordo de aeronaves ou embarcações
lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas
Lei: em pouso no território nacional ou em vôo no espaço
aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
PARTE GERAL territorial do Brasil.
TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL Lugar do crime

Anterioridade da Lei Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que


ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não como onde se produziu ou deveria produzir-se o
há pena sem prévia cominação legal resultado.

Lei penal no tempo Extraterritorialidade

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Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime
no estrangeiro: cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil,
se, reunidas as condições previstas no parágrafo
I - os crimes: anterior:

a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
República;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do
Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, Pena cumprida no estrangeiro
de empresa pública, sociedade de economia mista,
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas,
c) contra a administração pública, por quem está a seu ou nela é computada, quando idênticas.
serviço;
Eficácia de sentença estrangeira
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
domiciliado no Brasil; Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da
lei brasileira produz na espécie as mesmas
II - os crimes: conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a I - obrigar o condenado à reparação do dano, a
reprimir; restituições e a outros efeitos civis;

b) praticados por brasileiro; II - sujeitá-lo a medida de segurança.

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, Parágrafo único - A homologação depende:


mercantes ou de propriedade privada, quando em
território estrangeiro e aí não sejam julgados. a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da
parte interessada;
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a
lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no b) para os outros efeitos, da existência de tratado de
estrangeiro. extradição com o país de cuja autoridade judiciária
emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira requisição do Ministro da Justiça.
depende do concurso das seguintes condições:
Contagem de prazo
a) entrar o agente no território nacional;
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
b) ser o fato punível também no país em que foi Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
praticado; comum.

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei Frações não computáveis da pena
brasileira autoriza a extradição;
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena
ter aí cumprido a pena; de multa, as frações de cruzeiro.

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por Legislação especial
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a
lei mais favorável. Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos
fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser
de modo diverso.

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TÍTULO II Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de


DO CRIME prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados.
Relação de causalidade
Arrependimento posterior
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do
crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa,
resultado não teria ocorrido. até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois
Superveniência de causa independente terços.

§ 1º - A superveniência de causa relativamente Crime impossível


independente exclui a imputação quando, por si só,
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia
imputam-se a quem os praticou. absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do
objeto, é impossível consumar-se o crime.
Relevância da omissão
Art. 18 - Diz-se o crime:
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o
omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O Crime doloso
dever de agir incumbe a quem:
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou o risco de produzi-lo;
vigilância;
Crime culposo
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de
impedir o resultado; II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por
imprudência, negligência ou imperícia.
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da
ocorrência do resultado. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei,
ninguém pode ser punido por fato previsto como crime,
Art. 14 - Diz-se o crime: senão quando o pratica dolosamente.

Crime consumado Agravação pelo resultado

I - consumado, quando nele se reúnem todos os Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a
elementos de sua definição legal; pena, só responde o agente que o houver causado ao
menos culposamente.
Tentativa
Erro sobre elementos do tipo
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal
de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
Pena de tentativa culposo, se previsto em lei.

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se Descriminantes putativas


a tentativa com a pena correspondente ao crime
consumado, diminuída de um a dois terços. § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente
justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato
Desistência voluntária e arrependimento eficaz que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção
de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível
como crime culposo.

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Erro determinado por terceiro § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem
tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o
erro. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a
Erro sobre a pessoa dois terços.

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é Legítima defesa


praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Erro sobre a ilicitude do fato
TÍTULO III
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro DA IMPUTABILIDADE PENAL
sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Inimputáveis

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença
agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
atingir essa consciência. inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Coação irresistível e obediência hierárquica
Redução de pena
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou
em estrita obediência a ordem, não manifestamente Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde
coação ou da ordem. mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o
Exclusão de ilicitude caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
Menores de dezoito anos
I - em estado de necessidade;
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são
II - em legítima defesa; penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação especial.
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito. Emoção e paixão

Excesso punível Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses I - a emoção ou a paixão;


deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Embriaguez
Estado de necessidade
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem substância de efeitos análogos.
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas completa, proveniente de caso fortuito ou força maior,
circunstâncias, não era razoável exigir-se. era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente

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incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de SEÇÃO I


determinar-se de acordo com esse entendimento. DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o Reclusão e detenção


agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção,
do fato ou de determinar-se de acordo com esse em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de
entendimento. transferência a regime fechado.

TÍTULO IV § 1º - Considera-se:
DO CONCURSO DE PESSOAS
a) regime fechado a execução da pena em
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o estabelecimento de segurança máxima ou média;
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de
sua culpabilidade. b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia
agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena
pode ser diminuída de um sexto a um terço. c) regime aberto a execução da pena em casa de
albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido executadas em forma progressiva, segundo o mérito do
previsível o resultado mais grave. condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais
Circunstâncias incomunicáveis rigoroso:

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá
condições de caráter pessoal, salvo quando elementares começar a cumpri-la em regime fechado;
do crime.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior
Casos de impunibilidade a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde
o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o
auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-
tentado. la em regime aberto.

TÍTULO V § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento


DAS PENAS da pena far-se-á com observância dos critérios previstos
no art. 59 deste Código.
CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA § 4o O condenado por crime contra a administração
pública terá a progressão de regime do cumprimento da
Art. 32 - As penas são: pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à
devolução do produto do ilícito praticado, com os
I - privativas de liberdade; acréscimos legais.

II - restritivas de direitos; Regras do regime fechado

III - de multa. Art. 34 - O condenado será submetido, no início do


cumprimento da pena, a exame criminológico de
classificação para individualização da execução.

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§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período Trabalho do preso


diurno e a isolamento durante o repouso noturno.
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado,
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social.
estabelecimento, na conformidade das aptidões ou
ocupações anteriores do condenado, desde que Legislação especial
compatíveis com a execução da pena.
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os
fechado, em serviços ou obras públicas. deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e
transferência dos regimes e estabelecerá as infrações
Regras do regime semi-aberto disciplinares e correspondentes sanções

Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, Superveniência de doença mental


caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena
em regime semi-aberto. Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental
deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento
durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial adequado.
ou estabelecimento similar.
Detração
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a
freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e
instrução de segundo grau ou superior. na medida de segurança, o tempo de prisão provisória,
no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e
Regras do regime aberto o de internação em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior.
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e
senso de responsabilidade do condenado. SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e
sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer Penas restritivas de direitos
outra atividade autorizada, permanecendo recolhido
durante o período noturno e nos dias de folga. Art. 43. As penas restritivas de direitos são:

§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se I - prestação pecuniária;


praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os
fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa II - perda de bens e valores;
cumulativamente aplicada.
III - limitação de fim de semana.
Regime especial
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em públicas;
estabelecimento próprio, observando-se os deveres e
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no
V - interdição temporária de direitos;
que couber, o disposto neste Capítulo.
VI - limitação de fim de semana.
Direitos do preso
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos
substituem as privativas de liberdade, quando:
pela perda da liberdade, impondo-se a todas as
autoridades o respeito à sua integridade física e moral.

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I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação
quatro anos e o crime não for cometido com violência ou do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em
grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena prestação de outra natureza.
aplicada, se o crime for culposo;
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos
II – o réu não for reincidente em crime doloso; condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial,
em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e terá como teto – o que for maior – o montante do
a personalidade do condenado, bem como os motivos e prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou
as circunstâncias indicarem que essa substituição seja por terceiro, em conseqüência da prática do crime.
suficiente.
§ 4o (VETADO)
§ 1o (VETADO)
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a públicas
substituição pode ser feita por multa ou por uma pena
restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a
privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena entidades públicas é aplicável às condenações superiores
restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de a seis meses de privação da liberdade.
direitos.
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a
o
§ 3 Se o condenado for reincidente, o juiz poderá entidades públicas consiste na atribuição de tarefas
aplicar a substituição, desde que, em face de condenação gratuitas ao condenado.
anterior, a medida seja socialmente recomendável e a
reincidência não se tenha operado em virtude da prática § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em
do mesmo crime. entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e
outros estabelecimentos congêneres, em programas
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa comunitários ou estatais.
de liberdade quando ocorrer o descumprimento
injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena § 3o As tarefas a que se refere o § 1 o serão atribuídas
privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo conforme as aptidões do condenado, devendo ser
cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de
saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada
normal de trabalho.
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de
liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é
decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em
se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena
anterior. privativa de liberdade fixada.

Conversão das penas restritivas de direitos Interdição temporária de direitos

Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos
anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 são:
e 48.
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em pública, bem como de mandato eletivo;
dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade
pública ou privada com destinação social, de importância II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício
fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem que dependam de habilitação especial, de licença ou
superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O autorização do poder público;
valor pago será deduzido do montante de eventual
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes
os beneficiários.

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III - suspensão de autorização ou de habilitação para c) concedida a suspensão condicional da pena.


dirigir veículo.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos
IV – proibição de freqüentar determinados lugares. indispensáveis ao sustento do condenado e de sua
família.
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou
exame públicos. Conversão da Multa e revogação

Limitação de fim de semana Modo de conversão.

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória,
obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-
5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da
estabelecimento adequado. Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas
interruptivas e suspensivas da prescrição.
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser
ministrados ao condenado cursos e palestras ou § 1º - e § 2º -
atribuídas atividades educativas.
Suspensão da execução da multa
SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se
sobrevém ao condenado doença mental.
Multa
CAPÍTULO II
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao DA COMINAÇÃO DAS PENAS
fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e
calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, Penas privativas de liberdade
no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não limites estabelecidos na sanção correspondente a cada
podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário tipo legal de crime.
mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior
a 5 (cinco) vezes esse salário. Penas restritivas de direitos

§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis,
execução, pelos índices de correção monetária. independentemente de cominação na parte especial, em
substituição à pena privativa de liberdade, fixada em
Pagamento da multa quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos.

Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos
depois de transitada em julgado a sentença. A incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da
requerimento do condenado e conforme as pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o
circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se disposto no § 4o do art. 46.
realize em parcelas mensais.
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime
desconto no vencimento ou salário do condenado cometido no exercício de profissão, atividade, ofício,
quando: cargo ou função, sempre que houver violação dos
deveres que lhes são inerentes.
a) aplicada isoladamente;
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de
direitos; trânsito.

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Pena de multa I - a reincidência;

Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, II - ter o agente cometido o crime:
tem os limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste
Código. a) por motivo fútil ou torpe;

Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
art. 44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se impunidade ou vantagem de outro crime;
independentemente de cominação na parte especial.
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação,
CAPÍTULO III ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a
DA APLICAÇÃO DA PENA defesa do ofendido;

Fixação da pena d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou


outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos perigo comum;
antecedentes, à conduta social, à personalidade do
agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
reprovação e prevenção do crime: relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade,
ou com violência contra a mulher na forma da lei
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; específica;

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a
previstos; cargo, ofício, ministério ou profissão;

III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo
liberdade; ou mulher grávida;

IV - a substituição da pena privativa da liberdade i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da
aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. autoridade;

Critérios especiais da pena de multa j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou


qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, do ofendido;
principalmente, à situação econômica do réu.
l) em estado de embriaguez preordenada.
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz
considerar que, em virtude da situação econômica do Agravantes no caso de concurso de pessoas
réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao
Multa substitutiva agente que:

§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige
superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de a atividade dos demais agentes;
multa, observados os critérios dos incisos II e III do art.
44 deste Código. II - coage ou induz outrem à execução material do crime;

Circunstâncias agravantes III - instiga ou determina a cometer o crime alguém


sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, condição ou qualidade pessoal;
quando não constituem ou qualificam o crime:

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IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de
promessa de recompensa. circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime,
embora não prevista expressamente em lei.
Reincidência
Concurso de circunstâncias agravantes eatenuantes
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente
comete novo crime, depois de transitar em julgado a Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena
sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias
condenado por crime anterior. preponderantes, entendendo-se como tais as que
resultam dos motivos determinantes do crime, da
Art. 64 - Para efeito de reincidência: personalidade do agente e da reincidência.

I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data Cálculo da pena


do cumprimento ou extinção da pena e a infração
posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao
(cinco) anos, computado o período de prova da critério do art. 59 deste Código; em seguida serão
suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes;
revogação; por último, as causas de diminuição e de aumento.

II - não se consideram os crimes militares próprios e Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou
políticos. de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz
limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição,
Circunstâncias atenuantes prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou
diminua.
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
Concurso material
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do
fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
II - o desconhecimento da lei; não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de
liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-
III - ter o agente:
se primeiro aquela.
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver
ou moral;
sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa,
por um dos crimes, para os demais será incabível a
b) procurado, por sua espontânea vontade e com substituição de que trata o art. 44 deste Código.
eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as
conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de
dano;
direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que
forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou
em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou
Concurso formal
sob a influência de violenta emoção, provocada por ato
injusto da vítima;
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se
autoria do crime;
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até metade. As penas
e) cometido o crime sob a influência de multidão em
aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou
tumulto, se não o provocou.
omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de

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desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas
anterior. de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas
cabível pela regra do art. 69 deste Código. de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos,
devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo
Crime continuado deste artigo.

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início
ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação,
espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de desprezando-se, para esse fim, o período de pena já
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes cumprido.
ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais Concurso de infrações
grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um
sexto a dois terços. Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á
primeiramente a pena mais grave.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à CAPÍTULO IV
pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, Requisitos da suspensão da pena
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a
mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não
do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2
(dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
Multas no concurso de crimes
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são
aplicadas distinta e integralmente.
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as
Erro na execução circunstâncias autorizem a concessão do benefício;

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista
de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que no art. 44 deste Código.
pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde
como se tivesse praticado o crime contra aquela,
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não
atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste
impede a concessão do benefício.
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o
agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70
deste Código. § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não
superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro
a seis anos, desde que o condenado seja maior de
Resultado diverso do pretendido
setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a
suspensão.
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por
acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado
resultado diverso do pretendido, o agente responde por
ficará sujeito à observação e ao cumprimento das
culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre
condições estabelecidas pelo juiz.
também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art.
70 deste Código.
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado
prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à
Limite das penas
limitação de fim de semana (art. 48).

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§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo Cumprimento das condições


impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art.
59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido
poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas revogação, considera-se extinta a pena privativa de
seguintes condições, aplicadas cumulativamente: liberdade.

a) proibição de freqüentar determinados lugares; CAPÍTULO V


DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
autorização do juiz; Requisitos do livramento condicional

c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional
mensalmente, para informar e justificar suas atividades. ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou
superior a 2 (dois) anos, desde que:
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições
a que fica subordinada a suspensão, desde que I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado
adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. não for reincidente em crime doloso e tiver bons
antecedentes;
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas
de direitos nem à multa. II - cumprida mais da metade se o condenado for
reincidente em crime doloso;
Revogação obrigatória
III - comprovado comportamento satisfatório durante a
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe
prazo, o beneficiário: foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência
mediante trabalho honesto;
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime
doloso; IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de
fazê-lo, o dano causado pela infração;
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de
multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de
do dano; condenação por crime hediondo, prática de tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente
Código. específico em crimes dessa natureza.

Revogação facultativa Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso,


cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado concessão do livramento ficará também subordinada à
descumpre qualquer outra condição imposta ou é constatação de condições pessoais que façam presumir
irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por que o liberado não voltará a delinqüir.
contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva
de direitos. Soma de penas

Prorrogação do período de prova Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas


devem somar-se para efeito do livramento.
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro
crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo Especificações das condições
da suspensão até o julgamento definitivo.
Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao subordinado o livramento.
invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o
máximo, se este não foi o fixado. Revogação do livramento

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Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que
condenado a pena privativa de liberdade, em sentença constitua proveito auferido pelo agente com a prática do
irrecorrível: fato criminoso.

I - por crime cometido durante a vigência do benefício; § 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores
equivalentes ao produto ou proveito do crime quando
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 estes não forem encontrados ou quando se localizarem
deste Código. no exterior.

Revogação facultativa § 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias


previstas na legislação processual poderão abranger bens
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se ou valores equivalentes do investigado ou acusado para
o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações posterior decretação de perda.
constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente
condenado, por crime ou contravenção, a pena que não Art. 92 - São também efeitos da condenação:
seja privativa de liberdade.
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
Efeitos da revogação
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados
novamente concedido, e, salvo quando a revogação com abuso de poder ou violação de dever para com a
resulta de condenação por outro crime anterior àquele Administração Pública;
benefício, não se desconta na pena o tempo em que
esteve solto o condenado. b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por
tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.
Extinção
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena
enquanto não passar em julgado a sentença em processo de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular
a que responde o liberado, por crime cometido na do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro
vigência do livramento. descendente ou contra tutelado ou curatelado;
(Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é
revogado, considera-se extinta a pena privativa de III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado
liberdade. como meio para a prática de crime doloso.

CAPÍTULO VI Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não


DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO são automáticos, devendo ser motivadamente
declarados na sentença.
Efeitos genéricos e específicos
CAPÍTULO VII
Art. 91 - São efeitos da condenação: DA REABILITAÇÃO

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado Reabilitação


pelo crime;
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do em sentença definitiva, assegurando ao condenado o
lesado ou de terceiro de boa-fé: sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação.

a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir
coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste
constitua fato ilícito; Código, vedada reintegração na situação anterior, nos
casos dos incisos I e II do mesmo artigo.

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Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por
2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer tempo indeterminado, perdurando enquanto não for
modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se averiguada, mediante perícia médica, a cessação de
o período de prova da suspensão e o do livramento periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3
condicional, se não sobrevier revogação, desde que o (três) anos.
condenado:
Perícia médica
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a
efetiva e constante de bom comportamento público e qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.
privado;
Desinternação ou liberação condicional
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou
demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o § 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre
dia do pedido, ou exiba documento que comprove a condicional devendo ser restabelecida a situação
renúncia da vítima ou novação da dívida. anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano,
pratica fato indicativo de persistência de sua
Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser periculosidade.
requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja
instruído com novos elementos comprobatórios dos § 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial,
requisitos necessários. poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa
providência for necessária para fins curativos.
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for Substituição da pena por medida de segurança para o
condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a semi-imputável
pena que não seja de multa.
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste
TÍTULO VI Código e necessitando o condenado de especial
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode
ser substituída pela internação, ou tratamento
Espécies de medidas de segurança ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três)
anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a
Art. 96. As medidas de segurança são: 4º.

I - Internação em hospital de custódia e tratamento Direitos do internado


psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento
adequado; Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento
dotado de características hospitalares e será submetido a
II - sujeição a tratamento ambulatorial. tratamento.

Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe TÍTULO VII


medida de segurança nem subsiste a que tenha sido DA AÇÃO PENAL
imposta.
Ação pública e de iniciativa privada
Imposição da medida de segurança para inimputável
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará expressamente a declara privativa do ofendido.
sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como
crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê- § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério
lo a tratamento ambulatorial. Público, dependendo, quando a lei o exige, de
representação do ofendido ou de requisição do Ministro
Prazo da Justiça.

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§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso
queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para ou tácito:
representá-lo.
I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos aproveita;
crimes de ação pública, se o Ministério Público não
oferece denúncia no prazo legal. II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o
direito dos outros;
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido
declarado ausente por decisão judicial, o direito de III - se o querelado o recusa, não produz efeito.
oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato
incompatível com a vontade de prosseguir na ação.
A ação penal no crime complexo
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou julgado a sentença condenatória.
circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos,
constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, TÍTULO VIII
desde que, em relação a qualquer destes, se deva DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
proceder por iniciativa do Ministério Público.
Extinção da punibilidade
Irretratabilidade da representação
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
Art. 102 - A representação será irretratável depois de
oferecida a denúncia.
I - pela morte do agente;

Decadência do direito de queixa ou de representação


II - pela anistia, graça ou indulto;

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o


III - pela retroatividade de lei que não mais considera o
ofendido decai do direito de queixa ou de representação
fato como criminoso;
se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses,
contado do dia em que veio a saber quem é o autor do
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do
dia em que se esgota o prazo para oferecimento da
denúncia. V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão
aceito, nos crimes de ação privada;
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a
admite;
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido
quando renunciado expressa ou tacitamente.
VII - (Revogado)
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de
queixa a prática de ato incompatível com a vontade de VIII - (Revogado)
exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o
ofendido a indenização do dano causado pelo crime. IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Perdão do ofendido Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é


pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que agravante de outro não se estende a este. Nos crimes
somente se procede mediante queixa, obsta ao conexos, a extinção da punibilidade de um deles não
prosseguimento da ação. impede, quanto aos outros, a agravação da pena
resultante da conexão.

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Prescrição antes de transitar em julgado a sentença I - do dia em que o crime se consumou;

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a
sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste atividade criminosa;
Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de
liberdade cominada ao crime, verificando-se: III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a
permanência;
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a assentamento do registro civil, da data em que o fato se
oito anos e não excede a doze; tornou conhecido.

III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e
quatro anos e não excede a oito; adolescentes, previstos neste Código ou em legislação
especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito)
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a
anos e não excede a quatro; ação penal.

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um Termo inicial da prescrição após a sentença
ano ou, sendo superior, não excede a dois; condenatória irrecorrível

VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição
(um) ano. começa a correr:

Prescrição das penas restritivas de direito I - do dia em que transita em julgado a sentença
condenatória, para a acusação, ou a que revoga a
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de suspensão condicional da pena ou o livramento
direito os mesmos prazos previstos para as privativas de condicional;
liberdade.
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final quando o tempo da interrupção deva computar-se na
condenatória pena.

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a Prescrição no caso de evasão do condenado ou de
sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e revogação do livramento condicional
verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais
se aumentam de um terço, se o condenado é Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de
reincidente. revogar-se o livramento condicional, a prescrição é
regulada pelo tempo que resta da pena.
§ 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com
trânsito em julgado para a acusação ou depois de Prescrição da multa
improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não
podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:
data anterior à da denúncia ou queixa.
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada
§ 2o (Revogado). ou aplicada;

Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da
a sentença final pena privativa de liberdade, quando a multa for
alternativa ou cumulativamente cominada ou
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a cumulativamente aplicada.
sentença final, começa a correr:
Redução dos prazos de prescrição

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Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da
prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,
menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, isoladamente.
maior de 70 (setenta) anos.
Perdão judicial
Causas impeditivas da prescrição
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a será considerada para efeitos de reincidência.
prescrição não corre:
PARTE ESPECIAL
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão
de que dependa o reconhecimento da existência do TÍTULO I
crime; DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. CAPÍTULO I


DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a
sentença condenatória, a prescrição não corre durante o Homicídio simples
tempo em que o condenado está preso por outro
motivo. Art. 121. Matar alguém:

Causas interruptivas da prescrição Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: Caso de diminuição de pena

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de
II - pela pronúncia; violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; terço.

IV - pela publicação da sentença ou acórdão Homicídio qualificado


condenatórios recorríveis;
§ 2° Se o homicídio é cometido:
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por
VI - pela reincidência. outro motivo torpe;

§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, II - por motivo fútil;


a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente
a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
a interrupção relativa a qualquer deles. resultar perigo comum;

§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação


inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a
novamente, do dia da interrupção. defesa do ofendido;

Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade
graves. ou vantagem de outro crime:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

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Feminicídio I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores


ao parto;
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo
feminino: II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de
60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. doenças degenerativas que acarretem condição limitante
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança pela Lei nº 13.771, de 2018)
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente III - na presença física ou virtual de descendente ou de
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa ascendente da vítima; (Redação dada pela Lei nº
condição: 13.771, de 2018)

Pena - reclusão, de doze a trinta anos. IV - em descumprimento das medidas protetivas de


urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela
feminino quando o crime envolve: Lei nº 13.771, de 2018)

I - violência doméstica e familiar; Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou
prestar-lhe auxílio para que o faça:
Homicídio culposo
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se
§ 3º Se o homicídio é culposo: consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa
de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Pena - detenção, de um a três anos.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
Aumento de pena
o
§ 4 No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3
(um terço), se o crime resulta de inobservância de regra I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
de prestar imediato socorro à vítima, não procura II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer
diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar causa, a capacidade de resistência.
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado Infanticídio
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
(sessenta) anos. Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o
próprio filho, durante o parto ou logo após:
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá
deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração Pena - detenção, de dois a seis anos.
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária. Aborto provocado pela gestante ou com seu
consentimento
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a
metade se o crime for praticado por milícia privada, sob Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que
o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por outrem lho provoque:
grupo de extermínio.
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um
terço) até a metade se o crime for praticado:
Aborto provocado por terceiro

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Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da II - perigo de vida;


gestante:
III - debilidade permanente de membro, sentido ou
Pena - reclusão, de três a dez anos. função;

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da IV - aceleração de parto:


gestante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2° Se resulta:
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a
gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou I - Incapacidade permanente para o trabalho;
debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante
fraude, grave ameaça ou violência II - enfermidade incuravel;

Forma qualificada III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores IV - deformidade permanente;
são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do
aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a
V - aborto:
gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
sobrevém a morte.

Lesão corporal seguida de morte


Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico

Aborto necessário § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que


o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de
produzí-lo:
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
Diminuição de pena
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
precedido de consentimento da gestante ou, quando
incapaz, de seu representante legal. § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
CAPÍTULO II
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
DAS LESÕES CORPORAIS
terço.

Lesão corporal
Substituição da pena

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de


§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
outrem:
substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo
Lesão corporal de natureza grave anterior;

§ 1º Se resulta: II - se as lesões são recíprocas.

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de Lesão corporal culposa


trinta dias;

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§ 6° Se a lesão é culposa: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Pena - detenção, de dois meses a um ano. § 2º - Somente se procede mediante representação.

Aumento de pena Perigo de contágio de moléstia grave

§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de
Código. produzir o contágio:

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
121.
Perigo para a vida ou saúde de outrem
Violência Doméstica
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, direto e iminente:
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de constitui crime mais grave.
coabitação ou de hospitalidade:
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a
perigo decorre do transporte de pessoas para a
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1 o a 3o deste artigo, se prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer
as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, natureza, em desacordo com as normas legais.
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
Abandono de incapaz
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será
aumentada de um terço se o crime for cometido contra Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado,
pessoa portadora de deficiência. guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo,
incapaz de defender-se dos riscos resultantes do
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou abandono:
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Pena - detenção, de seis meses a três anos.
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, grave:
em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a
dois terços.
Pena - reclusão, de um a cinco anos.

CAPÍTULO III
§ 2º - Se resulta a morte:
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Perigo de contágio venéreo
Aumento de pena
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou
qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea,
de que sabe ou deve saber que está contaminado: § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de
um terço:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
I - se o abandono ocorre em lugar ermo;
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:

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II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, educação, ensino, tratamento ou custódia, quer


irmão, tutor ou curador da vítima. privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis,
quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado,
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos quer abusando de meios de correção ou disciplina:

Exposição ou abandono de recém-nascido Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
ocultar desonra própria:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
§ 2º - Se resulta a morte: praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.

Pena - detenção, de dois a seis anos. CAPÍTULO IV


DA RIXA
Omissão de socorro
Rixa
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível
fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo contendores:
ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de
natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte. CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar
emergencial Calúnia

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente
qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de fato definido como crime:
formulários administrativos, como condição para o
atendimento médico-hospitalar emergencial: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a
imputação, a propala ou divulga.
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da
negativa de atendimento resulta lesão corporal de § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.
Exceção da verdade
Maus-tratos
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob
sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de

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I - se, constituindo o fato imputado crime de ação Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-
privada, o ofendido não foi condenado por sentença se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
irrecorrível;
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas governo estrangeiro;
no nº I do art. 141;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da
Difamação injúria.

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou
sua reputação: portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga
ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Exceção da verdade
Exclusão do crime
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
relativa ao exercício de suas funções.
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela
Injúria parte ou por seu procurador;

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou
o decoro: científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar
ou difamar;
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: público, em apreciação ou informação que preste no
cumprimento de dever do ofício.
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
diretamente a injúria; Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela
injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra
injúria. Retratação

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de
considerem aviltantes: pena.

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha
da pena correspondente à violência. praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de
meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a praticou a ofensa.
condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere
Pena - reclusão de um a três anos e multa. calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido
pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a
dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias,
Disposições comuns
responde pela ofensa.

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Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente Seqüestro e cárcere privado
se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do
art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante
seqüestro ou cárcere privado:
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. Pena - reclusão, de um a três anos.
141 deste Código, e mediante representação do
ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
CAPÍTULO VI companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima
SEÇÃO I em casa de saúde ou hospital;
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
Constrangimento ilegal
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito)
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou anos;
grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não
manda:
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da
natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Aumento de pena
Redução a condição análoga à de escravo
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro,
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de
três pessoas, ou há emprego de armas. Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de
escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as
degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer
correspondentes à violência.
meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o
empregador ou preposto:
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o pena correspondente à violência.
consentimento do paciente ou de seu representante
legal, se justificada por iminente perigo de vida;
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:

II - a coação exercida para impedir suicídio.


I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por
parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de
Ameaça trabalho;

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou
ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal se apodera de documentos ou objetos pessoais do
injusto e grave: trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é


cometido:
Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação.

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I – contra criança ou adolescente; Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou


astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião de quem de direito, em casa alheia ou em suas
ou origem. dependências:

Tráfico de Pessoas Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, § 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar
transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou
grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a por duas ou mais pessoas:
finalidade de:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; correspondente à violência.

II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de § 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é


escravo; cometido por funcionário público, fora dos casos legais,
ou com inobservância das formalidades estabelecidas em
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; lei, ou com abuso do poder.

IV - adoção ilegal; ou § 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em


casa alheia ou em suas dependências:
V - exploração sexual.
I - durante o dia, com observância das formalidades
legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum


§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se:
crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser.
I - o crime for cometido por funcionário público no
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las;

I - qualquer compartimento habitado;


II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou
pessoa idosa ou com deficiência;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco,
domésticas, de coabitação, de hospitalidade, de III - compartimento não aberto ao público, onde alguém
dependência econômica, de autoridade ou de exerce profissão ou atividade.
superioridade hierárquica inerente ao exercício de
emprego, cargo ou função; ou § 5º - Não se compreendem na expressão "casa":

IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação
território nacional coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
parágrafo anterior;
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente
for primário e não integrar organização criminosa. II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

SEÇÃO II SEÇÃO III


DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS CRIMES CONTRA A
DODOMICÍLIO INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de domicílio Violação de correspondência

Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de


correspondência fechada, dirigida a outrem:

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Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de
documento particular ou de correspondência
Sonegação ou destruição de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja
divulgação possa produzir dano a outrem:
§ 1º - Na mesma pena incorre:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
I - quem se apossa indevidamente de correspondência
alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a § 1º Somente se procede mediante representação.
sonega ou destrói;
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não
telefônica nos sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública:
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou
utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação
telefônica entre outras pessoas; § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração
Pública, a ação penal será incondicionada.
III - quem impede a comunicação ou a conversação
referidas no número anterior; Violação do segredo profissional

IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de
radioelétrico, sem observância de disposição legal. que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, e cuja revelação possa produzir dano a
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano outrem:
para outrem.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função
em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou Parágrafo único - Somente se procede mediante
telefônico: representação.

Pena - detenção, de um a três anos. Invasão de dispositivo informático

§ 4º - Somente se procede mediante representação, Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio,
salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º. conectado ou não à rede de computadores, mediante
violação indevida de mecanismo de segurança e com o
Correspondência comercial fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações
sem autorização expressa ou tácita do titular do
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter
estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou vantagem ilícita:
em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir
correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Pena - detenção, de três meses a dois anos. § 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de
Parágrafo único - Somente se procede mediante computador com o intuito de permitir a prática da
representação. conduta definida no caput.

SEÇÃO IV § 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da


DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS invasão resulta prejuízo econômico.
SEGREDOS
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de
Divulgação de segredo comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais

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ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a


lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão
invadido: pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa, se a conduta não constitui crime mais grave. § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou
qualquer outra que tenha valor econômico.
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a
dois terços se houver divulgação, comercialização ou Furto qualificado
transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou
informações obtidos. § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa,
se o crime é cometido:
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o
crime for praticado contra: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à
subtração da coisa;
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude,
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal escalada ou destreza;

III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado III - com emprego de chave falsa;
Federal, de Assembléia Legislativa de Estado, da Câmara
Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
ou
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta e multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. análogo que cause perigo comum.(Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)
Ação penal
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente subtração for de veículo automotor que venha a ser
se procede mediante representação, salvo se o crime é transportado para outro Estado ou para o exterior.
cometido contra a administração pública direta ou
indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, § 6 º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se
Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas a subtração for de semovente domesticável de produção,
concessionárias de serviços públicos. ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtração.
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO § 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e
multa, se a subtração for de substâncias explosivas ou de
CAPÍTULO I acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem
DO FURTO sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela
Lei nº 13.654, de 2018).
Furto
Furto de coisa comum
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel: Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio,
para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém,
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. a coisa comum:

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
praticado durante o repouso noturno.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.

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§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum § 3º Se da violência resulta:(Redação dada pela Lei nº
fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito 13.654, de 2018)
o agente.
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete)
CAPÍTULO II a 18 (dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº
DO ROUBO E DA EXTORSÃO 13.654, de 2018)

Roubo II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta)


anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, Extorsão
ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência: Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar
que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de
subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime
ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas,
ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: terço até metade.
(Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o
I – (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.654, de disposto no § 3º do artigo anterior.
2018)
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a
obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão,
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta
o agente conhece tal circunstância. lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a
ser transportado para outro Estado ou para o exterior; Extorsão mediante seqüestro

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si
restringindo sua liberdade. ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou
preço do resgate:
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem Pena - reclusão, de oito a quinze anos..
sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela
Lei nº 13.654, de 2018) § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro)
horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):(Incluído maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
pela Lei nº 13.654, de 2018) por bando ou quadrilha.

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
arma de fogo;(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo
mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº 13.654,
de 2018) § 3º - Se resulta a morte:

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Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente CAPÍTULO IV


que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do DO DANO
seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Dano
Extorsão indireta
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida,
abusando da situação de alguém, documento que pode Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou
contra terceiro: Dano qualificado

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Parágrafo único - Se o crime é cometido:

CAPÍTULO III I - com violência à pessoa ou grave ameaça;


DA USURPAÇÃO
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva,
Alteração de limites se o fato não constitui crime mais grave

Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito
qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública,
apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel empresa pública, sociedade de economia mista ou
alheia: empresa concessionária de serviços públicos;

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável
para a vítima:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além
Usurpação de águas da pena correspondente à violência.

I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, Introdução ou abandono de animais em propriedade


águas alheias; alheia

Esbulho possessório Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade


alheia, sem consentimento de quem de direito, desde
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou que o fato resulte prejuízo:
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou
edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou
pena a esta cominada. histórico

§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada
violência, somente se procede mediante queixa. pela autoridade competente em virtude de valor
artístico, arqueológico ou histórico:
Supressão ou alteração de marca em animais
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado
ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de Alteração de local especialmente protegido
propriedade:

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Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade III - pagar benefício devido a segurado, quando as
competente, o aspecto de local especialmente protegido respectivas cotas ou valores já tiverem sido
por lei: reembolsados à empresa pela previdência social.

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. § 2o É extinta a punibilidade se o agente,


espontaneamente, declara, confessa e efetua o
Ação penal pagamento das contribuições, importâncias ou valores e
presta as informações devidas à previdência social, na
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu forma definida em lei ou regulamento, antes do início da
parágrafo e do art. 164, somente se procede mediante ação fiscal.
queixa.
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar
CAPÍTULO V somente a de multa se o agente for primário e de bons
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA antecedentes, desde que:

Apropriação indébita I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes


de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição
social previdenciária, inclusive acessórios; ou
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem
a posse ou a detenção:
II – o valor das contribuições devidas, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
Aumento de pena
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente
aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo
recebeu a coisa:
valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele
estabelecido, administrativamente, como sendo o
I - em depósito necessário; mínimo para o ajuizamento de suas execuções
fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018)
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial; Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou
força da natureza
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao
Apropriação indébita previdenciária seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e
forma legal ou convencional: Parágrafo único - Na mesma pena incorre:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Apropriação de tesouro

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no
todo ou em parte, da quota a que tem direito o
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra proprietário do prédio;
importância destinada à previdência social que tenha
sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a Apropriação de coisa achada
terceiros ou arrecadada do público;
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
II – recolher contribuições devidas à previdência social total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou
que tenham integrado despesas contábeis ou custos legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; competente, dentro no prazo de quinze dias.

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Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o Fraude no pagamento por meio de cheque
disposto no art. 155, § 2º.
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em
CAPÍTULO VI poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é
Estelionato cometido em detrimento de entidade de direito público
ou de instituto de economia popular, assistência social
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, ou beneficência.
em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em
erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio Estelionato contra idoso
fraudulento:
§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de contra idoso.
quinhentos mil réis a dez contos de réis.
Duplicata simulada
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o
prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que
no art. 155, § 2º. não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade
ou qualidade, ou ao serviço prestado.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Disposição de coisa alheia como própria
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro
garantia coisa alheia como própria; de Duplicatas.

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria Abuso de incapazes

II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de
coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da
imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo
pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir
dessas circunstâncias; efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:

Defraudação de penhor Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo Induzimento à especulação


credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia,
quando tem a posse do objeto empenhado; Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da
inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental
Fraude na entrega de coisa de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à
especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de devendo saber que a operação é ruinosa:
coisa que deve entregar a alguém;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Fraude para recebimento de indenização ou valor de
seguro Fraude no comércio

V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o
própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as adquirente ou consumidor:
conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de
haver indenização ou valor de seguro;

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I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por
falsificada ou deteriorada; qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros
títulos da sociedade;
II - entregando uma mercadoria por outra:
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro,
dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a assembléia geral;
qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo
caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por
valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando
precioso, metal de ou outra qualidade: a lei o permite;

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito
social, aceita em penhor ou em caução ações da própria
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. sociedade;

Outras fraudes VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em


desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui
lucros ou dividendos fictícios;
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em
hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de
recursos para efetuar o pagamento: VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta
pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a
aprovação de conta ou parecer;
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
Parágrafo único - Somente se procede mediante
representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias,
deixar de aplicar a pena. IX - o representante da sociedade anônima estrangeira,
autorizada a funcionar no País, que pratica os atos
mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao
Fraudes e abusos na fundação ou administração de
Governo.
sociedade por ações

§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois


Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações,
anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem
fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público
para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações
ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da
de assembléia geral.
sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela
relativo:
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou
"warrant"
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato
não constitui crime contra a economia popular.
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant,
em desacordo com disposição legal:
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui
crime contra a economia popular:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações,
que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou Fraude à execução
comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação
falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando,
oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
elas relativo;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.

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CAPÍTULO VII Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir,


DA RECEPTAÇÃO ocultar, ter em depósito ou vender, com a finalidade de
produção ou de comercialização, semovente
Receptação domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido
em partes, que deve saber ser produto de crime:
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de
boa-fé, a adquira, receba ou oculte: CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos
Receptação qualificada crimes previstos neste título, em prejuízo:

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;


ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender,
expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto
de crime: Art. 182 - Somente se procede mediante representação,
se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do
parágrafo anterior, qualquer forma de comércio irregular II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
ou clandestino, inclusive o exercício em residência.
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou
pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos
condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida anteriores:
por meio criminoso:
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral,
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou quando haja emprego de grave ameaça ou violência à
ambas as penas. pessoa;

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou II - ao estranho que participa do crime.


isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, ou superior a 60 (sessenta) anos.
pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias,
deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se
TÍTULO III
o disposto no § 2º do art. 155.
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de


CAPÍTULO I
Estado, do Distrito Federal, de Município ou de
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária de
Violação de direito autoral
serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo.
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são
conexos:
Receptação de animal

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Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou II – ação penal pública incondicionada, nos crimes
multa. previstos nos §§ 1o e 2o do art. 184;

§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou III – ação penal pública incondicionada, nos crimes
parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por cometidos em desfavor de entidades de direito público,
qualquer meio ou processo, de obra intelectual, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
interpretação, execução ou fonograma, sem autorização mista ou fundação instituída pelo Poder Público;
expressa do autor, do artista intérprete ou executante,
do produtor, conforme o caso, ou de quem os IV – ação penal pública condicionada à representação,
represente: nos crimes previstos no § 3o do art. 184.

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. CAPÍTULO II


DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito
de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à Violação de privilégio de invenção
venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em
depósito, original ou cópia de obra intelectual ou Art 187. (Revogado)
fonograma reproduzido com violação do direito de autor,
do direito de artista intérprete ou executante ou do
Falsa atribuição de privilégio
direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga
original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem
Art 188. (Revogado)
a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de
quem os represente.
Usurpação ou indevida exploração de modelo ou
desenho privilegiado
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público,
mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer
outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção Art. 189. (Revogado)
da obra ou produção para recebê-la em um tempo e
lugar previamente determinados por quem formula a Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho
demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem
autorização expressa, conforme o caso, do autor, do Art. 190.(Revogado)
artista intérprete ou executante, do produtor de
fonograma, ou de quem os represente: Art. 191.(Revogado)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. CAPÍTULO III


DOS CRIMES CONTRA AS
§ 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO
tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os
que lhe são conexos, em conformidade com o previsto Violação do direito de marca
na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia
de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, Art. 192. (Revogado)
para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto
ou indireto.
Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos

Usurpação de nome ou pseudônimo alheio


Art. 193.(Revogado)

Art. 185 - (Revogado)


Marca com falsa indicação de procedência

Art. 186. Procede-se mediante:


Art. 194. (Revogado)

I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;


Art. 195.(Revogado)

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CAPÍTULO IV Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo


DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL de trabalho, praticando violência contra pessoa ou
contra coisa:
Concorrência desleal
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da
Art. 196. (Revogado) pena correspondente à violência.

TÍTULO IV Parágrafo único - Para que se considere coletivo o


DOS CRIMES CONTRA abandono de trabalho é indispensável o concurso de,
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO pelo menos, três empregados.

Atentado contra a liberdade de trabalho Paralisação de trabalho de interesse coletivo

Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo
grave ameaça: de trabalho, provocando a interrupção de obra pública
ou serviço de interesse coletivo:
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou
indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
período ou em determinados dias:
Invasão de estabelecimento industrial,comercial ou
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da agrícola. Sabotagem
pena correspondente à violência;
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial,
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou
ou a participar de parede ou paralisação de atividade embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo
econômica: fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele
existentes ou delas dispor:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além
da pena correspondente à violência. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e Frustração de direito assegurado por lei trabalhista
boicotagem violenta
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou assegurado pela legislação do trabalho:
grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não
fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria- Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da
prima ou produto industrial ou agrícola: pena correspondente à violência.

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da § 1º Na mesma pena incorre quem:
pena correspondente à violência.
I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de
Atentado contra a liberdade de associação determinado estabelecimento, para impossibilitar o
desligamento do serviço em virtude de dívida;
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou
grave ameaça, a participar ou deixar de participar de II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer
determinado sindicato ou associação profissional: natureza, mediante coação ou por meio da retenção de
seus documentos pessoais ou contratuais.
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da
pena correspondente à violência. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a
vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante,
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou indígena ou portadora de deficiência física ou mental
perturbação da ordem
Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho

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Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, perturbar cerimônia ou prática de culto religioso;
obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho: vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
Exercício de atividade com infração de decisão aumentada de um terço, sem prejuízo da
administrativa correspondente à violência.

Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por CAPÍTULO II


decisão administrativa: DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária

Aliciamento para o fim de emigração Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia
funerária:
Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com
o fim de levá-los para território estrangeiro. Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
aumentada de um terço, sem prejuízo da
Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do correspondente à violência.
território nacional
Violação de sepultura
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de
uma para outra localidade do território nacional: Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:

Pena - detenção de um a três anos, e multa. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar Destruição, subtração ou ocultação de cadáver


trabalhadores fora da localidade de execução do
trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte
ou cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, dele:
ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local
de origem. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a Vilipêndio a cadáver


vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante,
indígena ou portadora de deficiência física ou mental.
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:

TÍTULO V
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
CAPÍTULO I
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a


Estupro
ele relativo
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por
grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
motivo de crença ou função religiosa; impedir ou
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:

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Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é
menor de 18 (dezoito) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de CAPÍTULO I-A
14 (catorze) anos:
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
(Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Registro não autorizado da intimidade sexual
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por
Art. 214 -(Revogado) qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato
sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem
Violação sexual mediante fraude autorização dos participantes: (Incluído pela Lei nº
13.772, de 2018)
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade
da vítima: Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza
montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou
ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo. (Incluído
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de pela Lei nº 13.772, de 2018)
obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
CAPÍTULO II
Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718, de DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
2018)
Sedução
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência
ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria Art. 217 -(Revogado)
lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018) Estupro de vulnerável

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
de 2018)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
Art. 216.(Revogado)
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações
Assédio sexual descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou
deficiência mental, não tem o necessário discernimento
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa,
vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o não pode oferecer resistência.
agente da sua condição de superior hierárquico ou
ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou § 2o (VETADO)
função.
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. grave:

Parágrafo único. (VETADO) Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.

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§ 4o Se da conduta resulta morte: II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local


em que se verifiquem as práticas referidas
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. no caput deste artigo.

§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito
deste artigo aplicam-se independentemente do obrigatório da condenação a cassação da licença de
consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido localização e de funcionamento do estabelecimento.
relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela
Lei nº 13.718, de 2018) Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro
de vulnerável, de cena de sexo ou de
Corrupção de menores pornografia (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
satisfazer a lascívia de outrem: vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar,
por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. de massa ou sistema de informática ou telemática -,
fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que
contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável
Parágrafo único. (VETADO)
ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou pornografia: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
adolescente
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14
constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718,
(catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção de 2018)
carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia
própria ou de outrem:
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de
terços) se o crime é praticado por agente que mantém
exploração sexual de criança ou adolescente ou de
ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima
vulnerável.
ou com o fim de vingança ou humilhação. (Incluído pela
Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou
outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei nº 13.718, de
(dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência 2018)
mental, não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas
abandone:
descritas no caput deste artigo em publicação de
natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
com a adoção de recurso que impossibilite a
identificação da vítima, ressalvada sua prévia
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
econômica, aplica-se também multa. anos. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

§ 2o Incorre nas mesmas penas: CAPÍTULO III


DO RAPTO
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso
com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 Rapto violento ou mediante fraude
(catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;
Art. 219 – Revogado

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Rapto consensual Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Art. 220 -(Revogado) b) para controlar o comportamento social ou sexual da


vítima. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Diminuição de pena
CAPÍTULO V
Art. 221 -(Revogado) DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
Concurso de rapto e outro crime EXPLORAÇÃO SEXUAL

Art. 222 -(Revogado) Mediação para servir a lascívia de outrem

CAPÍTULO IV Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de


DISPOSIÇÕES GERAIS outrem:

Art. 223 -(Revogado) Pena - reclusão, de um a três anos.

Art. 224 -(Revogado) § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18


(dezoito) anos, ou se o agente é seu ascendente,
descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou
Ação penal
curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de
educação, de tratamento ou de guarda:
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste
Título, procede-se mediante ação penal pública
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
incondicionada. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de
2018)
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência,
grave ameaça ou fraude:
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei
nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena
correspondente à violência.
Aumento de pena

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se


Art. 226. A pena é aumentada:
também multa.
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o
Favorecimento da prostituição ou outra forma de
concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;
exploração sexual
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor,
forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou
curador, preceptor ou empregador da vítima ou por
dificultar que alguém a abandone:
qualquer outro título tiver autoridade sobre
ela; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
III –(REVOGADO)
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta,
irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é
preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância:
Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais
agentes; (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência,
grave ameaça ou fraude:

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Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em
correspondente à violência. país estrangeiro:

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
também multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por
Casa de prostituição qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica,
a saída de estrangeiro do território nacional para
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, ingressar ilegalmente em país estrangeiro.
estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja,
ou não, intuito de lucro ou mediação direta do § 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um
proprietário ou gerente: terço) se

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. I - o crime é cometido com violência; ou

Rufianismo II - a vítima é submetida a condição desumana ou


degradante.
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia,
participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se § 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem
sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça: prejuízo das correspondentes às infrações conexas.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. CAPÍTULO VI


DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
§ 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14
(catorze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, Ato obsceno
padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge,
companheiro, tutor ou curador, preceptor ou Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou
empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou aberto ou exposto ao público:
outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Escrito ou objeto obsceno

§ 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob
ameaça, fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de
livre manifestação da vontade da vítima: exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou
qualquer objeto obsceno:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo
da pena correspondente à violência. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
sexual
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público
Art. 231 - (Revogado) qualquer dos objetos referidos neste artigo;

Art. 231-A.(Revogado) II - realiza, em lugar público ou acessível ao público,


representação teatral, ou exibição cinematográfica de
Art. 232 -(Revogado) caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que
tenha o mesmo caráter;
Promoção de migração ilegal
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou
Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.
obter vantagem econômica, a entrada ilegal de

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CAPÍTULO VII Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro


DISPOSIÇÕES GERAIS essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior:

Aumento de pena Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do
aumentada: contraente enganado e não pode ser intentada senão
depois de transitar em julgado a sentença que, por
I – (VETADO) motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

II – (VETADO) Conhecimento prévio de impedimento

III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência
gravidez; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018) de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente Pena - detenção, de três meses a um ano.
transmite à vítima doença sexualmente transmissível de
que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é Simulação de autoridade para celebração de casamento
idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela
Lei nº 13.718, de 2018) Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para
celebração de casamento:
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes
definidos neste Título correrão em segredo de justiça. Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não
constitui crime mais grave.
Art. 234-C. (VETADO)
Simulação de casamento
TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra
pessoa:
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não
constitui elemento de crime mais grave.
Bigamia
Adultério
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo
casamento: Art. 240 - (Revogado)

Pena - reclusão, de dois a seis anos. CAPÍTULO II


DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento
com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é Registro de nascimento inexistente
punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro nascimento inexistente:
casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia,
considera-se inexistente o crime. Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Induzimento a erro essencial e ocultação de Parto suposto. Supressão ou alteração de direito


impedimento inerente ao estado civil de recém-nascido

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Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como § 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão,
seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o
substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao menor é enviado para o exterior.
estado civil:
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior
Pena - reclusão, de dois a seis anos. quem, embora excluído o perigo moral ou material,
auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de para o exterior, com o fito de obter lucro.
reconhecida nobreza:
Abandono intelectual
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz
deixar de aplicar a pena. Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução
primária de filho em idade escolar:
Sonegação de estado de filiação
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra
instituição de assistência filho próprio ou alheio, Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos,
ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou
fim de prejudicar direito inerente ao estado civil: vigilância:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva
com pessoa viciosa ou de má vida;
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de
ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de
Abandono material igual natureza;

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;
subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18
(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a
ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não comiseração pública:
lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando
ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa,
de socorrer descendente ou ascendente, gravemente CAPÍTULO IV
enfermo: DOS CRIMES CONTRA O
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de
uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de
incapazes
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo
solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a
por abandono injustificado de emprego ou função, o fugir do lugar em que se acha por determinação de quem
pagamento de pensão alimentícia judicialmente sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de
acordada, fixada ou majorada. ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do
tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou
Entrega de filho menor a pessoa inidônea interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a
quem legitimamente o reclame:
Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a
pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
menor fica moral ou materialmente em perigo:
Subtração de incapazes
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

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Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou de ordem judicial: h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não Incêndio culposo
constitui elemento de outro crime.
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou meses a dois anos.
curador do interdito não o exime de pena, se destituído
ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, Explosão
curatela ou guarda.
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou
este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode simples colocação de engenho de dinamite ou de
deixar de aplicar pena. substância de efeitos análogos:

TÍTULO VIII Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.


DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou
CAPÍTULO I explosivo de efeitos análogos:
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Incêndio
Aumento de pena
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem:
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre
qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas
enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
Aumento de pena
Modalidade culposa
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de
pecuniária em proveito próprio ou alheio; seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção,
de três meses a um ano.
II - se o incêndio é:
Uso de gás tóxico ou asfixiante
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou
obra de assistência social ou de cultura; asfixiante:

c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.


transporte coletivo;
Modalidade Culposa
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
Pena - detenção, de três meses a um ano.
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;

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Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de Formas qualificadas de crime de perigo comum
explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de
transportar, sem licença da autoridade, substância ou liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é
engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta
destinado à sua fabricação: lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta
morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo,
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. aumentada de um terço.

Inundação Difusão de doença ou praga

Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar
integridade física ou o patrimônio de outrem: dano a floresta, plantação ou animais de utilidade
econômica:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de
dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
culpa.
Modalidade culposa
Perigo de inundação
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio detenção, de um a seis meses, ou multa.
próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade
física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou CAPÍTULO II
obra destinada a impedir inundação: DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Desabamento ou desmoronamento Perigo de desastre ferroviário

Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de
expondo a perigo a vida, a integridade física ou o ferro:
patrimônio de outrem:
I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. parcialmente, linha férrea, material rodante ou de
tração, obra-de-arte ou instalação;
Modalidade culposa
II - colocando obstáculo na linha;
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos
Pena - detenção, de seis meses a um ano. veículos ou interrompendo ou embaraçando o
funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;
Subtração, ocultação ou inutilização de material de
salvamento IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:

Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou
calamidade, aparelho, material ou qualquer meio Desastre ferroviário
destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou
salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal § 1º - Se do fato resulta desastre:
natureza:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

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§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre: Forma qualificada

Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts.
260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
estrada de ferro qualquer via de comunicação em que
circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por Arremesso de projétil
meio de cabo aéreo.
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em
Atentado contra a segurança de transporte marítimo, movimento, destinado ao transporte público por terra,
fluvial ou aéreo por água ou pelo ar:

Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, Pena - detenção, de um a seis meses.
própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a
impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a
aérea: pena é de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta
morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. terço.

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo Atentado contra a segurança de serviço de utilidade
pública
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe
de embarcação ou a queda ou destruição de aeronave: Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o
funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. qualquer outro de utilidade pública:

Prática do crime com o fim de lucro Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um
pratica o crime com intuito de obter vantagem terço) até a metade, se o dano ocorrer em virtude de
econômica, para si ou para outrem. subtração de material essencial ao funcionamento dos
serviços.
Modalidade culposa
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico,
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro: telefônico, informático, telemático ou de informação de
utilidade pública
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico,
radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o
Atentado contra a segurança de outro meio de
restabelecimento:
transporte

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.


Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte
público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
§ 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço
telemático ou de informação de utilidade pública, ou
Pena - detenção, de um a dois anos.
impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão,
§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é
de dois a cinco anos.
cometido por ocasião de calamidade pública.
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA
Pena - detenção, de três meses a um ano.

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Epidemia Corrupção ou poluição de água potável

Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso
germes patogênicos: comum ou particular, tornando-a imprópria para
consumo ou nociva à saúde:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em
dobro. Modalidade culposa

§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a Parágrafo único - Se o crime é culposo:


dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos.
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Infração de medida sanitária preventiva
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, substância ou produtos alimentícios
destinada a impedir introdução ou propagação de
doença contagiosa: Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar
substância ou produto alimentício destinado a consumo,
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor
nutritivo:
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o
agente é funcionário da saúde pública ou exerce a Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
profissão de médico, farmacêutico, dentista ou
enfermeiro. § 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica,
vende, expõe à venda, importa, tem em depósito para
Omissão de notificação de doença vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo a substância alimentícia ou o produto
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade falsificado, corrompido ou adulterado.
pública doença cuja notificação é compulsória:
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. ações previstas neste artigo em relação a bebidas, com
ou sem teor alcoólico.
Envenenamento de água potável ou de substância
alimentícia ou medicinal Modalidade culposa

Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou § 2º - Se o crime é culposo:


particular, ou substância alimentícia ou medicinal
destinada a consumo: Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Pena - reclusão, de dez a quinze anos. Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de


produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a
consumo ou tem em depósito, para o fim de ser Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar
distribuída, a água ou a substância envenenada. produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais:

Modalidade culposa Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa.

§ 2º - Se o crime é culposo: § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende,


expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o
produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado.

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§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere Produto ou substância nas condições dos dois artigos
este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os anteriores
insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os
de uso em diagnóstico. Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para
vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica produto nas condições dos arts. 274 e 275.
as ações previstas no § 1º em relação a produtos em
qualquer das seguintes condições: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância Substância destinada à falsificação


sanitária competente;
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou
II - em desacordo com a fórmula constante do registro ceder substância destinada à falsificação de produtos
previsto no inciso anterior; alimentícios, terapêuticos ou medicinais:

III - sem as características de identidade e qualidade Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
admitidas para a sua comercialização;
Outras substâncias nocivas à saúde pública
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua
atividade; Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em
depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a
V - de procedência ignorada; consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que
não destinada à alimentação ou a fim medicinal:
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da
autoridade sanitária competente. Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Modalidade culposa Modalidade culposa

§ 2º - Se o crime é culposo: Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Emprego de processo proibido ou de substância não Substância avariada


permitida
Art. 279 -
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a
consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria Medicamento em desacordo com receita médica
corante, substância aromática, anti-séptica,
conservadora ou qualquer outra não expressamente
Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo
permitida pela legislação sanitária:
com receita médica:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.


Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.

Invólucro ou recipiente com falsa indicação


Modalidade culposa

Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de


Parágrafo único - Se o crime é culposo:
produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a
existência de substância que não se encontra em seu
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a
mencionada:
Comércio clandestino ou facilitação de uso de
entorpecentes
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

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COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU
PSÍQUICA. Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

Art. 281. (Revogado) Apologia de crime ou criminoso

Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato
farmacêutica criminoso ou de autor de crime:

Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização
legal ou excedendo-lhe os limites: Associação Criminosa

Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o
fim específico de cometer crimes:
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de
lucro, aplica-se também multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Charlatanismo Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a


associação é armada ou se houver a participação de
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou criança ou adolescente.
infalível:
Constituição de milícia privada
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou
Curandeirismo custear organização paramilitar, milícia particular, grupo
ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos
Art. 284 - Exercer o curandeirismo: crimes previstos neste Código:

I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.


habitualmente, qualquer substância;
TÍTULO X
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

III - fazendo diagnósticos: CAPÍTULO I


DA MOEDA FALSA
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Moeda Falsa
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante
remuneração, o agente fica também sujeito à multa. Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda
metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no
Forma qualificada estrangeiro:

Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art.
267. § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta
própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende,
TÍTULO IX troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA moeda falsa.

Incitação ao crime § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,


moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de

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conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro
meses a dois anos, e multa. qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre
na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa.
multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal
de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a CAPÍTULO II
fabricação ou emissão: DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado Falsificação de papéis públicos


em lei;
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
II - de papel-moeda em quantidade superior à
autorizada. I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou
qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz de tributo;
circular moeda, cuja circulação não estava ainda
autorizada. II - papel de crédito público que não seja moeda de curso
legal;
Crimes assimilados ao de moeda falsa
III - vale postal;
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo
de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa
verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete econômica ou de outro estabelecimento mantido por
recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal entidade de direito público;
indicativo de sua inutilização; restituir à circulação
cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro
recolhidos para o fim de inutilização: documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou
a depósito ou caução por que o poder público seja
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. responsável;

Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de
anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que transporte administrada pela União, por Estado ou por
trabalha na repartição onde o dinheiro se achava Município:
recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Petrechos para falsificação de moeda
§ 1o Incorre na mesma pena quem:
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou
gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis
instrumento ou qualquer objeto especialmente falsificados a que se refere este artigo;
destinado à falsificação de moeda:
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede,
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo
falsificado destinado a controle tributário;
Emissão de título ao portador sem permissão legal
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta,
ficha, vale ou título que contenha promessa de fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago: industrial, produto ou mercadoria:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a
controle tributário, falsificado;

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b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação.
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas,
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. ou identificadores de órgãos ou entidades da
Administração Pública.
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o
anterior. crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
sexta parte.
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo
de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, Falsificação de documento público
a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de
conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento
detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. público, ou alterar documento público verdadeiro:

§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o
outros logradouros públicos e em residências. crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
sexta parte.
Petrechos de falsificação
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar público o emanado de entidade paraestatal, o título ao
objeto especialmente destinado à falsificação de portador ou transmissível por endosso, as ações de
qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento
particular.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o inserir:
crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de
sexta parte. I – na folha de pagamento ou em documento de
informações que seja destinado a fazer prova perante a
CAPÍTULO III previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
DA FALSIDADE DOCUMENTAL segurado obrigatório;

Falsificação do selo ou sinal público II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do


empregado ou em documento que deva produzir efeito
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
da que deveria ter sido escrita;
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da
União, de Estado ou de Município; III – em documento contábil ou em qualquer outro
documento relacionado com as obrigações da empresa
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: da que deveria ter constado.

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos
documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e
seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
contrato de trabalho ou de prestação de serviços.

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Falsificação de documento particular habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus
ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento vantagem:
particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-
Falsificação de cartão se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, Falsidade de atestado médico


equipara-se a documento particular o cartão de crédito
ou débito. Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão,
atestado falso:
Falsidade ideológica
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular,
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de
fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser lucro, aplica-se também multa.
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica
documento é público, e reclusão de um a três anos, e que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução
multa, se o documento é particular. ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no
verso do selo ou peça:
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e
comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
falsificação ou alteração é de assentamento de registro
civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para
fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
Falso reconhecimento de firma ou letra
Uso de documento falso
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de
função pública, firma ou letra que o não seja: Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados
ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
documento é público; e de um a três anos, e multa, se o Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
documento é particular.
Supressão de documento
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento
função pública, fato ou circunstância que habilite alguém público ou particular verdadeiro, de que não podia
a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de dispor:
caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o
Pena - detenção, de dois meses a um ano. documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e
multa, se o documento é particular.
Falsidade material de atestado ou certidão
CAPÍTULO IV
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou DE OUTRAS FALSIDADES
certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado
verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que

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Falsificação do sinal empregado no contraste de metal Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros
fins Adulteração de sinal identificador de veículo automotor

Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou
ou sinal empregado pelo poder público no contraste de qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar componente ou equipamento:
marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que pública ou em razão dela, a pena é aumentada de um
usa a autoridade pública para o fim de fiscalização terço.
sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados
objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade § 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público
legal: que contribui para o licenciamento ou registro do veículo
remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa. material ou informação oficial.

Falsa identidade CAPÍTULO V

Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou
alheio, ou para causar dano a outrem: Fraudes em certames de interesse público

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o
fato não constitui elemento de crime mais grave. fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a
credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de
eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento I - concurso público;
de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se
utilize, documento dessa natureza, próprio ou de
II - avaliação ou exame públicos;
terceiro:
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior;
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa,
ou
se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
Fraude de lei sobre estrangeiro
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer
no território nacional, nome que não é o seu:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou
facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
autorizadas às informações mencionadas no caput.

Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade


§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração
para promover-lhe a entrada em território nacional:
pública:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.


Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou


§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
possuidor de ação, título ou valor pertencente a
cometido por funcionário público.
estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a
propriedade ou a posse de tais bens:

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TÍTULO XI Modificação ou alteração não autorizada de sistema de


DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA informações

CAPÍTULO I Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema


DOS CRIMES PRATICADOS de informações ou programa de informática sem
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO autorização ou solicitação de autoridade competente:
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e
Peculato multa.

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou até a metade se da modificação ou alteração resulta
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou dano para a Administração Pública ou para o
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: administrado.

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
documento
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público,
embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento,
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que inutilizá-lo, total ou parcialmente:
lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
Peculato culposo constitui crime mais grave.

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o Emprego irregular de verbas ou rendas públicas


crime de outrem:
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação
Pena - detenção, de três meses a um ano. diversa da estabelecida em lei:

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.


dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena Concussão
imposta.
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
Peculato mediante erro de outrem indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Excesso de exação

Inserção de dados falsos em sistema de informações § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição


social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso,
inserção de dados falsos, alterar ou excluir que a lei não autoriza:
indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou
para outrem ou para causar dano: ) § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de
outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. cofres públicos:

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Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Advocacia administrativa

Corrupção passiva Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse


privado perante a administração pública, valendo-se da
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, qualidade de funcionário:
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em
conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário Violência arbitrária
retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional. Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a
pretexto de exercê-la:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena
cedendo a pedido ou influência de outrem: correspondente à violência.

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Abandono de função

Facilitação de contrabando ou descaminho Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos
permitidos em lei:
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a
prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Prevaricação Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de de fronteira:
lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente prolongado
público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso
a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de
comunicação com outros presos ou com o ambiente
satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la,
externo:
sem autorização, depois de saber oficialmente que foi
exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Condescendência criminosa
Violação de sigilo funcional
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de
responsabilizar subordinado que cometeu infração no
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não
cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-
levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
lhe a revelação:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

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Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento
e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o Resistência
acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de
informações ou banco de dados da Administração Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante
Pública; violência ou ameaça a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
Pública ou a outrem: § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Pena - reclusão, de um a três anos.

Violação do sigilo de proposta de concorrência § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
das correspondentes à violência.
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência
pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá- Desobediência
lo:
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. público:

Funcionário público Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os Desacato


efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da
função ou em razão dela:
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
quem trabalha para empresa prestadora de serviço
contratada ou conveniada para a execução de atividade
Tráfico de Influência
típica da Administração Pública.

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para


§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os
outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
de influir em ato praticado por funcionário público no
ocupantes de cargos em comissão ou de função de
exercício da função:
direção ou assessoramento de órgão da administração
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

CAPÍTULO II Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o


DOS CRIMES PRATICADOS POR agente alega ou insinua que a vantagem é também
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL destinada ao funcionário.

Usurpação de função pública Corrupção ativa

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:

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Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.
funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir
ou retardar ato de ofício: § 1o Incorre na mesma pena quem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que
em razão da vantagem ou promessa, o funcionário dependa de registro, análise ou autorização de órgão
retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo público competente;
dever funcional.
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira
Descaminho destinada à exportação;

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no
pelo consumo de mercadoria exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria proibida pela lei brasileira;
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou
§ 1o Incorre na mesma pena quem: alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria proibida pela lei brasileira.
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
permitidos em lei; § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os
efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
inclusive o exercido em residências.
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de
exercício de atividade comercial ou industrial, contrabando é praticado em transporte aéreo, marítimo
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu ou fluvial.
clandestinamente no País ou importou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência
introdução clandestina no território nacional ou de
importação fraudulenta por parte de outrem; Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência
pública ou venda em hasta pública, promovida pela
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou administração federal, estadual ou municipal, ou por
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar
mercadoria de procedência estrangeira, concorrente ou licitante, por meio de violência, grave
desacompanhada de documentação legal ou ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa,
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos além da pena correspondente à violência.
deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou
clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se
exercido em residências. abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem
oferecida.
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de
descaminho é praticado em transporte aéreo, marítimo Inutilização de edital ou de sinal
ou fluvial.
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou
Contrabando conspurcar edital afixado por ordem de funcionário
público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:

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determinação legal ou por ordem de funcionário público, previdência social, administrativamente, como sendo o
para identificar ou cerrar qualquer objeto: mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de
pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil,
Subtração ou inutilização de livro ou documento quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de
um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa.
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente,
livro oficial, processo ou documento confiado à custódia § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será
de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do
serviço público: reajuste dos benefícios da previdência social.

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não CAPÍTULO II-A


constitui crime mais grave. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
Sonegação de contribuição previdenciária
Corrupção ativa em transação comercial internacional
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social
previdenciária e qualquer acessório, mediante as Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou
seguintes condutas: indiretamente, vantagem indevida a funcionário público
estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à
documento de informações previsto pela legislação transação comercial internacional:
previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.
equiparado que lhe prestem serviços;
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço),
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo pratica infringindo dever funcional.
tomador de serviços;
Tráfico de influência em transação comercial
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros internacional
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais
fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou
para outrem, direta ou indiretamente, vantagem ou
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. promessa de vantagem a pretexto de influir em ato
praticado por funcionário público estrangeiro no
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, exercício de suas funções, relacionado a transação
espontaneamente, declara e confessa as contribuições, comercial internacional:
importâncias ou valores e presta as informações devidas
à previdência social, na forma definida em lei ou Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
regulamento, antes do início da ação fiscal.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar agente alega ou insinua que a vantagem é também
somente a de multa se o agente for primário e de bons destinada a funcionário estrangeiro.
antecedentes, desde que:
Funcionário público estrangeiro
I – (VETADO)
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro,
II – o valor das contribuições devidas, inclusive para os efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função

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pública em entidades estatais ou em representações Falso testemunho ou falsa perícia


diplomáticas de país estrangeiro.
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou
estrangeiro quem exerce cargo, emprego ou função em intérprete em processo judicial, ou administrativo,
empresas controladas, diretamente ou indiretamente, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
pelo Poder Público de país estrangeiro ou em
organizações públicas internacionais. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

CAPÍTULO III § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o


crime é praticado mediante suborno ou se cometido com
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal, ou em processo civil em que for parte
Reingresso de estrangeiro expulso entidade da administração pública direta ou indireta.

Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no
que dele foi expulso: processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou
declara a verdade.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de
nova expulsão após o cumprimento da pena. Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer
outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor
Denunciação caluniosa ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a
verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação:
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial,
de processo judicial, instauração de investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de
que o sabe inocente: Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a
um terço, se o crime é cometido com o fim de obter
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. prova destinada a produzir efeito em processo penal ou
em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se
serve de anonimato ou de nome suposto.
Coação no curso do processo
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é
de prática de contravenção. Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim
de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
Comunicação falsa de crime ou de contravenção
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-
lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da
não se ter verificado:
pena correspondente à violência.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Exercício arbitrário das próprias razões
Auto-acusação falsa
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para
satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime o permite:
inexistente ou praticado por outrem:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa,
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
além da pena correspondente à violência.

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Parágrafo único - Se não há emprego de violência, Exercício arbitrário ou abuso de poder


somente se procede mediante queixa.
Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa liberdade individual, sem as formalidades legais ou com
própria, que se acha em poder de terceiro por abuso de poder:
determinação judicial ou convenção:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário
Fraude processual que:

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de estabelecimento destinado a execução de pena privativa
coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou de liberdade ou de medida de segurança;
o perito:
II - prolonga a execução de pena ou de medida de
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou
de executar imediatamente a ordem de liberdade;
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir
efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia
penas aplicam-se em dobro. a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;

Favorecimento pessoal IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de
pública autor de crime a que é cominada pena de segurança
reclusão:
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. legalmente presa ou submetida a medida de segurança
detentiva:
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de
descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento reclusão, de dois a seis anos.
de pena.
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-
Favorecimento real se também a pena correspondente à violência.

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co- § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o
autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda
seguro o proveito do crime: está o preso ou o internado.

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da


custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou meses a um ano, ou multa.
facilitar a entrada de aparelho telefônico de
comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização Evasão mediante violência contra a pessoa
legal, em estabelecimento prisional.
Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. indivíduo submetido a medida de segurança detentiva,
usando de violência contra a pessoa:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se
correspondente à violência. o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade
também se destina a qualquer das pessoas referidas
Arrebatamento de preso neste artigo.

Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder Violência ou fraude em arrematação judicial
de quem o tenha sob custódia ou guarda:
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação
Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou
correspondente à violência. licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
oferecimento de vantagem:
Motim de presos
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa,
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem além da pena correspondente à violência.
ou disciplina da prisão:
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena suspensão de direito
correspondente à violência.
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade
Patrocínio infiel ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão
judicial:
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou
procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
CAPÍTULO IV
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
Contratação de operação de crédito
Patrocínio simultâneo ou tergiversação
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de
crédito, interno ou externo, sem prévia autorização
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o
legislativa:
advogado ou procurador judicial que defende na mesma
causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena,
autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de
externo:
restituir autos, documento ou objeto de valor
probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou
procurador: I – com inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal;
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa
o limite máximo autorizado por lei.
Exploração de prestígio

Inscrição de despesas não empenhadas em restos a


Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra
pagar
utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha: Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a
pagar, de despesa que não tenha sido previamente
empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

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Assunção de obrigação no último ano do mandato ou Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
legislatura
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de
obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os
do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser crimes contra a existência, a segurança e a integridade
paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste do Estado e contra a guarda e o emprego da economia
parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de
contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: responsabilidade do Presidente da República e dos
Governadores ou Interventores, e os crimes militares,
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. revogam-se as disposições em contrário.

Ordenação de despesa não autorizada Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de
janeiro de 1942.
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Independência e 52º da República.

Prestação de garantia graciosa GETÚLIO VARGAS


Francisco Campos
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem
que tenha sido constituída contragarantia em valor igual
ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da
lei:
LEIS PENAIS ESPECIAIS.
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE
Não cancelamento de restos a pagar OUTUBRO DE 1941.
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
Lei das Contravenções Penais
promover o cancelamento do montante de restos a
pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei: O Presidente da República, usando das atribuições que
lhe confere o artigo 180 da Constituição,
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. DECRETA:

Aumento de despesa total com pessoal no último ano LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS
do mandato ou legislatura PARTE GERAL
Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que
Código Penal, sempre que a presente lei não disponha de
acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos
modo diverso.
cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura: ) Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção
praticada no território nacional.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação
ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o
Oferta pública ou colocação de títulos no mercado dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra,
qualquer efeito jurídico.
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta
pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou Art. 5º As penas principais são:
sem que estejam registrados em sistema centralizado de
I – prisão simples.
liquidação e de custódia:
II – multa.

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Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a
rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou que se referem os ns. I e II do art. 78 do Código Penal:
seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto
I – o condenado por motivo de contravenção cometido,
ou aberto.
em estado de embriaguez pelo álcool ou substância de
§ 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre efeitos análogos, quando habitual a embriaguez;
separado dos condenados a pena de reclusão ou de
II – o condenado por vadiagem ou mendicância;
detenção.
Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em
§ 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não
instituto de trabalho, de reeducação ou de ensino
excede a quinze dias.
profissional, pelo prazo mínimo de um ano:
Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica
I – o condenado por vadiagem (art. 59);
uma contravenção depois de passar em julgado a
sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu
estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por parágrafo);
motivo de contravenção.
Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão manicômio judiciário ou em casa de custódia e
da lei, quando escusaveis, a pena pode deixar de ser tratamento é de seis meses.
aplicada.
Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de
Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo decretar a internação, submeter o indivíduo a liberdade
com o que dispõe o Código Penal sobre a conversão de vigiada.
multa em detenção.
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade
Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a proceder de ofício.
conversão em prisão simples se faz entre os limites de
PARTE ESPECIAL
quinze dias e três meses.
CAPÍTULO I
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode,
em caso algum, ser superior a cinco anos, nem a DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA
importância das multas ultrapassar cinquenta contos.
Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz vender, sem permissão da autoridade, arma ou munição:
pode suspender por tempo não inferior a um ano nem
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa,
superior a três, a execução da pena de prisão simples,
de um a cinco contos de réis, ou ambas
bem como conceder livramento condicional.
cumulativamente, se o fato não constitue crime contra a
Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença ordem política ou social.
e as seguintes interdições de direitos:
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de
I – a incapacidade temporária para profissão ou dependência desta, sem licença da autoridade:
atividade, cujo exercício dependa de habilitação especial,
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou
licença ou autorização do poder público;
multa, de duzentos mil réis a três contos de réis, ou
lI – a suspensão dos direitos políticos. ambas cumulativamente.
Parágrafo único. Incorrem: § 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o
agente já foi condenado, em sentença irrecorrivel, por
a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o
violência contra pessoa.
condenado por motivo de contravenção cometida com
abuso de profissão ou atividade ou com infração de § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a
dever a ela inerente; três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de
réis, quem, possuindo arma ou munição:
b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa
de liberdade, enquanto dure a execução do pena ou a a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade,
aplicação da medida de segurança detentiva. quando a lei o determina;
Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa
medidas de segurança estabelecidas no Código Penal, à inexperiente no manejo de arma a tenha consigo;
exceção do exílio local.

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c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se Art. 26. Abrir alguem, no exercício de profissão de
apodere facilmente alienado, menor de 18 anos ou serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por
pessoa inexperiente em manejá-la. incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha
certificado previamente, fechadura ou qualquer outro
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto
aparelho destinado à defesa de lugar nu objeto:
destinado a provocar aborto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil
multa, de duzentos mil réis a um conto de réis.
cruzeiros.
CAPÍTULO III
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem:
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
PÚBLICA
multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o fato não
constitue crime. Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em
suas adjacências, em via pública ou em direção a ela:
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de
anos. trezentos mil réis a três contos de réis.
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de
internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis
como doente mental: a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em
suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
licença da autoridade, causa deflagração perigosa,
§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar queima fogo de artifício ou solta balão aceso.
a autoridade competente, no prazo legal, internação que
Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por
tenha admitido, por motivo de urgência, sem as
erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa:
formalidades legais.
Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a
constitui crime contra a incolumidade pública.
três meses, ou multa de quinhentos mil réis a cinco
contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições Art. 30. Omitir alguém a providência reclamada pelo
legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja
psiquiátrico pessoa nele, internada. conservação lhe incumbe:
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora Pena – multa, de um a cinco contos de réis.
do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de
Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa
quem de direito:
inexperiente, ou não guardar com a devida cautela
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou animal perigoso:
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou
CAPÍLULO II multa, de cem mil réis a um conto de réis.
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou
empregado usualmente na prática de crime de furto: corrida, ou o confia à pessoa inexperiente;
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança
de trezentos mil réis a três contos de réis. alheia;
Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a
por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à segurança alheia.
liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via
mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou
pública, ou embarcação a motor em águas públicas:
instrumentos empregados usualmente na prática de
crime de furto, desde que não prove destinação legítima: Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente
de duzentos mil réis a dois contos de réis. licenciado:

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Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e § 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. de aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação.
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo
em águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia: inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato
oficial, em assembléia ou espetáculo público, se o fato
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
não constitue infração penal mais grave;
multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou
Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
ou a vôos baixos, fora da zona em que a lei o permite, ou
fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo
esse fim: inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir
pânico ou tumulto:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou
obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e Art. 42. Perturbar alguém o trabalho ou o sossego
destinado a evitar perigo a transeuntes: alheios:
Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou I – com gritaria ou algazarra;
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: desacordo com as prescrições legais;
a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais
natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a acústicos;
transeuntes;
IV – provocando ou não procurando impedir barulho
b) remove qualquer outro sinal de serviço público. produzido por animal de que tem a guarda:
Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
ofender, sujar ou molestar alguém:
CAPÍTULO V
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,
Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de
sem as devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa
curso legal no país:
que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou
de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguém. Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto
vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém: que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com
moeda:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
CAPÍTULO IV
Art. 45. Fingir-se funcionário público:
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA
Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco
quinhentos mil réis a três contos de réis.
pessoas, que se reunam periodicamente, sob
compromisso de ocultar à autoridade a existência, Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de
objetivo, organização ou administração da associação: função pública que não exerce; usar, indevidamente, de
sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja
Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de
regulado por lei.
trezentos mil réis a três contos de réis.
Pena – multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante
não constitui infração penal mais grave.
de prédio que o cede, no todo ou em parte, para reunião
de associação que saiba ser de caráter secreto. CAPÍTULO VI

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DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos


TRABALHO hóspedes e moradores se proporciona jogo de azar;
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou c) a sede ou dependência de sociedade ou associação,
anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que em que se realiza jogo de azar;
por lei está subordinado o seu exercício:
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou azar, ainda que se dissimule esse destino.
multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem
Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, autorização legal:
comércio de antiguidades, de obras de arte, ou de
Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa,
manuscritos e livros antigos ou raros:
de cinco a dez contos de réis, estendendo-se os efeitos
Pena – prisão simples de um a seis meses, ou multa, de da condenação à perda dos moveis existentes no local.
um a dez contos de réis.
§ 1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou
Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula expõe à venda, tem sob sua guarda para o fim de venda,
ou à escrituração de indústria, de comércio, ou de outra introduz ou tenta introduzir na circulação bilhete de
atividade: loteria não autorizada.
Pena – multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis. § 2º Considera-se loteria toda operação que, mediante a
distribuição de bilhete, listas, cupões, vales, sinais,
CAPÍTULO VII
símbolos ou meios análogos, faz depender de sorteio a
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra
COSTUMES natureza.
Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar § 3º Não se compreendem na definição do parágrafo
público ou acessivel ao público, mediante o pagamento anterior os sorteios autorizados na legislação especial.
de entrada ou sem ele:
Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio,
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, bilhete de loteria, rifa ou tômbola estrangeiras:
de dois a quinze contos de réis, estendendo-se os efeitos
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e
da condenação à perda dos moveis e objetos de
multa, de um a cinco contos de réis.
decoração do local.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende,
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os
expõe à venda, tem sob sua guarda. para o fim de venda,
empregados ou participa do jogo pessoa menor de
introduz ou tenta introduzir na circulação, bilhete de
dezoito anos.
loteria estrangeira.
§ 2o Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil
Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de
reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), quem é
loteria estadual em território onde não possa legalmente
encontrado a participar do jogo, ainda que pela internet
circular:
ou por qualquer outro meio de comunicação, como
ponteiro ou apostador. Pena – prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de
um a três contos de réis.
§ 3º Consideram-se, jogos de azar:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende,
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva
expõe à venda, tem sob sua guarda, para o fim de venda,
ou principalmente da sorte;
introduz ou tonta introduzir na circulação, bilhete de
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo loteria estadual, em território onde não possa
ou de local onde sejam autorizadas; legalmente circular.
c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva. Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de
loteria estrangeira:
§ 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar
acessivel ao público: Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de
duzentos mil réis a um conto de réis.
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar,
quando deles habitualmente participam pessoas que não Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou
sejam da família de quem a ocupa; tem sob sua guarda lista de sorteio de loteria estadual,
em território onde esta não possa legalmente circular.

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Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades
de bilhetes, lista de sorteio, avisos ou cartazes relativos a mentais;
loteria, em lugar onde ela não possa legalmente circular:
IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente
Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de proibida de freqüentar lugares onde se consome bebida
duzentos mil réis a dois contos de réis. de tal natureza:
Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa,
sorteio ou avisos de loteria, onde ela não possa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis.
legalmente circular:
Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a
Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de trabalho excessivo:
cem a quinhentos mil réis.
Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa,
Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de cem a quinhentos mil réis.
de rádio, cinema, ou qualquer outra forma, ainda que
§ 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para
disfarçadamente, anúncio, aviso ou resultado de
fins didáticos ou científicos, realiza em lugar público ou
extração de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes
exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em
não seria legal:
animal vivo.
Pena – multa, de um a dez contos de réis.
§ 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o
Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado com
bicho, ou praticar qualquer ato relativo à sua realização crueldade, em exibição ou espetáculo público.
ou exploração:
Art. 65. Molestar alguém ou perturbar-lhe a
Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e tranqüilidade, por acinte ou por motivo reprovável:
multa, de dois a vinte contos de réis.
Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou
Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
mil réis a dois contos de réis, aquele que participa da
CAPÍTULO VIII
loteria, visando a obtenção de prêmio, para si ou para
terceiro. DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade,
sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente:
assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à
I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no
própria subsistência mediante ocupação ilícita:
exercício de função pública, desde que a ação penal não
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. dependa de representação;
Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no
que assegure ao condenado meios bastantes de exercício da medicina ou de outra profissão sanitária,
subsistência, extingue a pena. desde que a ação penal não dependa de representação e
a comunicação não exponha o cliente a procedimento
Art.60 (Revogado)
criminal:
Art.61 (Revogado)
Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis.
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de
Art. 67. Inumar ou exumar cadaver, com infração das
embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em
disposições legais:
perigo a segurança própria ou alheia:
Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou
duzentos mil réis a dois contos de réis.
multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta,
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o
solicitados ou exigidos, dados ou indicações
contraventor é internado em casa de custódia e
concernentes à própria identidade, estado, profissão,
tratamento.
domicílio e residência:
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.
I- Revogado
Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de
II – a quem se acha em estado de embriaguez; um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois

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contos de réis, se o fato não constitue infração penal IV - negar ou deixar o fornecedor de serviços essenciais
mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, faz de entregar ao freguês a nota relativa à prestação de
declarações inverídicas a respeito de sua identidade serviço, desde que a importância exceda de quinze
pessoal, estado, profissão, domicílio e residência. cruzeiros, e com a indicação do preço, do nome e
endereço do estabelecimento, do nome da firma ou
Art.69 (Revogado)
responsável, da data e local da transação e do nome e
Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do residência do freguês;
monopólio postal da União:
Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, V - misturar gêneros e mercadorias de espécies
de três a dez contos de réis, ou ambas cumulativamente. diferentes, expô-los à venda ou vendê-los, como puros;
misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais
DISPOSIÇÕES FINAIS para expô-los à venda ou vendê-los por preço marcado
Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, para os de mais alto custo;
caça e pesca, revogam-se as disposições em contrário.
VI - transgredir tabelas oficiais de gêneros e mercadorias,
Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de ou de serviços essenciais, bem como expor à venda ou
1942. oferecer ao público ou vender tais gêneros, mercadorias
Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1941; 120º da ou serviços, por preço superior ao tabelado, assim como
Independência e 58º da República. não manter afixadas, em lugar visível e de fácil leitura, as
tabelas de preços aprovadas pelos órgãos competentes;
GETULIO VARGAS.
Francisco Campos.
VII - negar ou deixar o vendedor de fornecer nota ou
caderno de venda de gêneros de primeira necessidade,
LEI Nº 1.521, DE 26 DE DEZEMBRO seja à vista ou a prazo, e cuja importância exceda de dez
cruzeiros, ou de especificar na nota ou caderno - que
DE 1951. serão isentos de selo - o preço da mercadoria vendida, o
nome e o endereço do estabelecimento, a firma ou o
responsável, a data e local da transação e o nome e
Altera dispositivos da legislação vigente sobre crimes residência do freguês;
contra a economia popular.
VIII - celebrar ajuste para impor determinado preço de
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o revenda ou exigir do comprador que não compre de
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: outro vendedor;

Art. 1º. Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes e as IX - obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento
contravenções contra a economia popular, Esta Lei do povo ou de número indeterminado de pessoas
regulará o seu julgamento. mediante especulações ou processos fraudulentos ("bola
de neve", "cadeias", "pichardismo" e quaisquer outros
Art. 2º. São crimes desta natureza: equivalentes);

I - recusar individualmente em estabelecimento X - violar contrato de venda a prestações, fraudando


comercial a prestação de serviços essenciais à sorteios ou deixando de entregar a coisa vendida, sem
subsistência; sonegar mercadoria ou recusar vendê-la a devolução das prestações pagas, ou descontar destas,
quem esteja em condições de comprar a pronto nas vendas com reserva de domínio, quando o contrato
pagamento; for rescindido por culpa do comprador, quantia maior do
que a correspondente à depreciação do objeto.
II - favorecer ou preferir comprador ou freguês em
detrimento de outro, ressalvados os sistemas de entrega XI - fraudar pesos ou medidas padronizados em lei ou
ao consumo por intermédio de distribuidores ou regulamentos; possuí-los ou detê-los, para efeitos de
revendedores; comércio, sabendo estarem fraudados.

III - expor à venda ou vender mercadoria ou produto Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
alimentício, cujo fabrico haja desatendido a multa, de dois mil a cinquenta mil cruzeiros.
determinações oficiais, quanto ao peso e composição;

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Parágrafo único. Na configuração dos crimes previstos IX - gerir fraudulenta ou temerariamente bancos ou
nesta Lei, bem como na de qualquer outro de defesa da estabelecimentos bancários, ou de capitalização;
economia popular, sua guarda e seu emprego sociedades de seguros, pecúlios ou pensões vitalícias;
considerar-se-ão como de primeira necessidade ou sociedades para empréstimos ou financiamento de
necessários ao consumo do povo, os gêneros, artigos, construções e de vendas e imóveis a prestações, com ou
mercadorias e qualquer outra espécie de coisas ou bens sem sorteio ou preferência por meio de pontos ou
indispensáveis à subsistência do indivíduo em condições quotas; caixas econômicas; caixas Raiffeisen; caixas
higiênicas e ao exercício normal de suas atividades. Estão mútuas, de beneficência, socorros ou empréstimos;
compreendidos nesta definição os artigos destinados à caixas de pecúlios, pensão e aposentadoria; caixas
alimentação, ao vestuário e à iluminação, os terapêuticos construtoras; cooperativas; sociedades de economia
ou sanitários, o combustível, a habitação e os materiais coletiva, levando-as à falência ou à insolvência, ou não
de construção. cumprindo qualquer das cláusulas contratuais com
prejuízo dos interessados;
Art. 3º. São também crimes desta natureza:
X - fraudar de qualquer modo escriturações,
I - destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem lançamentos, registros, relatórios, pareceres e outras
autorização legal, com o fim de determinar alta de informações devidas a sócios de sociedades civis ou
preços, em proveito próprio ou de terceiro, matérias- comerciais, em que o capital seja fracionado em ações ou
primas ou produtos necessários ao consumo do povo; quotas de valor nominativo igual ou inferior a um mil
cruzeiros com o fim de sonegar lucros, dividendos,
II - abandonar ou fazer abandonar lavoura ou plantações, percentagens, rateios ou bonificações, ou de desfalcar ou
suspender ou fazer suspender a atividade de fábricas, de desviar fundos de reserva ou reservas técnicas.
usinas ou quaisquer estabelecimentos de produção, ou
meios de transporte, mediante indenização paga pela Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 10 (dez) anos, e
desistência da competição; multa, de vinte mil a cem mil cruzeiros.

III - promover ou participar de consórcio, convênio, Art. 4º. Constitui crime da mesma natureza a usura
ajuste, aliança ou fusão de capitais, com o fim de impedir pecuniária ou real, assim se considerando:
ou dificultar, para o efeito de aumento arbitrário de
lucros, a concorrência em matéria de produção, a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais,
transportes ou comércio; sobre dívidas em dinheiro superiores à taxa permitida
por lei; cobrar ágio superior à taxa oficial de câmbio,
IV - reter ou açambarcar matérias-primas, meios de sobre quantia permutada por moeda estrangeira; ou,
produção ou produtos necessários ao consumo do povo, ainda, emprestar sob penhor que seja privativo de
com o fim de dominar o mercado em qualquer ponto do instituição oficial de crédito;
País e provocar a alta dos preços;
b) obter, ou estipular, em qualquer contrato, abusando
V - vender mercadorias abaixo do preço de custo com o da premente necessidade, inexperiência ou leviandade
fim de impedir a concorrência. de outra parte, lucro patrimonial que exceda o quinto do
valor corrente ou justo da prestação feita ou prometida.
VI - provocar a alta ou baixa de preços de mercadorias,
títulos públicos, valores ou salários por meio de notícias Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
falsas, operações fictícias ou qualquer outro artifício; multa, de cinco mil a vinte mil cruzeiros.

VII - dar indicações ou fazer afirmações falsas em § 1º. Nas mesmas penas incorrerão os procuradores,
prospectos ou anúncios, para fim de substituição, mandatários ou mediadores que intervierem na
compra ou venda de títulos, ações ou quotas; operação usuária, bem como os cessionários de crédito
usurário que, cientes de sua natureza ilícita, o fizerem
VIII - exercer funções de direção, administração ou valer em sucessiva transmissão ou execução judicial.
gerência de mais de uma empresa ou sociedade do
mesmo ramo de indústria ou comércio com o fim de § 2º. São circunstâncias agravantes do crime de usura:
impedir ou dificultar a concorrência;
I - ser cometido em época de grave crise econômica;

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II - ocasionar grave dano individual; Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V,
Título II, Livro II, do Código de Processo Penal, o processo
III - dissimular-se a natureza usurária do contrato; das contravenções e dos crimes contra a economia
popular, não submetidos ao julgamento pelo júri;
IV - quando cometido:
§ 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por
a) por militar, funcionário público, ministro de culto portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias.
religioso; por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima; § 2º. O prazo para oferecimento da denúncia será de 2
(dois) dias, esteja ou não o réu preso.
b) em detrimento de operário ou de agricultor; de menor
de 18 (dezoito) anos ou de deficiente mental, interditado § 3º. A sentença do juiz será proferida dentro do prazo
ou não. de 30 (trinta) dias contados do recebimento dos autos da
autoridade policial (art. 536 do Código de Processo
Art. 5º Nos crimes definidos nesta lei, haverá suspensão Penal).
da pena e livramento condicional em todos os casos
permitidos pela legislação comum. Será a fiança § 4º. A retardação injustificada, pura e simples, dos
concedida nos têrmos da legislação em vigor, devendo prazos indicados nos parágrafos anteriores, importa em
ser arbitrada dentro dos limites de Cr$ 5.000,00 (cinco crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal).
mil cruzeiros) a Cr$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzeiros),
nas hipóteses do artigo 2º, e dentro dos limites de Cr$ Art. 11. No Distrito Federal, o processo das infrações
10.000,00 (dez mil cruzeiros) a Cr$100.000,00 (cem mil penais relativas à economia popular caberá,
cruzeiros) nos demais casos, reduzida à metade dentro indistintamente, a todas as varas criminais com exceção
dêsses limites, quando o infrator fôr empregado do das 1ª e 20ª, observadas as disposições quanto aos
estabelecimento comercial ou industrial, ou não ocupe crimes da competência do júri de que trata o art. 12.
cargo ou posto de direção dos negócios.
Art. 12. São da competência do Júri os crimes previstos
Art. 6º. Verificado qualquer crime contra a economia no art. 2º desta Lei.
popular ou contra a saúde pública (Capítulo III do Título
VIII do Código Penal) e atendendo à gravidade do fato, Art. 13. O Júri compõe de um juiz, que é o seu
sua repercussão e efeitos, o juiz, na sentença, declarará a presidente, e de vinte jurados sorteados dentre os
interdição de direito, determinada no art. 69, IV, do eleitores de cada zona eleitoral, de uma lista de cento e
Código Penal, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, assim cinqüenta a duzentos eleitores, cinco dos quais
como, mediante representação da autoridade policial, constituirão o conselho de sentença em cada sessão de
poderá decretar, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a julgamento.
suspensão provisória, pelo prazo de 15 (quinze) dias, do
exercício da profissão ou atividade do infrator. Art. 14. A lista a que se refere o artigo anterior será
semestralmente organizada pelo presidente do Júri, sob
Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que sua responsabilidade, entre pessoas de notória
absolverem os acusados em processo por crime contra a idoneidade, incluídos de preferência os chefes de família
economia popular ou contra a saúde pública, ou quando e as donas de casa.
determinarem o arquivamento dos autos do respectivo
inquérito policial. Art. 15. Até o dia quinze de cada mês, far-se-á o sorteio
dos jurados que devam constituir o tribunal do mês
Art. 8º. Nos crimes contra a saúde pública, os exames seguinte.
periciais serão realizados, no Distrito Federal, pelas
repartições da Secretaria-Geral da Saúde e Assistência e Art. 16. o Júri funcionará quando estiverem presentes,
da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio da pelo menos quinze jurados.
Prefeitura ou pelo Gabinete de Exames Periciais do
Departamento de Segurança Pública e nos Estados e
Art. 17. O presidente do Júri fará as convocações para o
Territórios pelos serviços congêneres, valendo qualquer
julgamento com quarenta e oito horas de antecedência
dos laudos como corpo de delito.
pelo menos, observada a ordem de recebimento dos
processos.
Art.9 (Revogado pela Lei nº 6.649, de 1979)

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Art. 18. Além dos casos de suspeição e impedimento VI) Se o Juiz assim não proceder, sem manifestar,
previstos em Lei, não poderá servir jurado da mesma entretanto, sua opinião, determinará a remessa do
atividade profissional do acusado. processo ao presidente do Júri ou que se faça a inclusão
do processo na pauta do julgamento se lhe couber a
Art. 19. Poderá ser constituído um Júri em cada zona presidência.
eleitoral.
VII) São dispensadas a pronúncia e a formação de libelo.
Art. 20. A presidência do Júri caberá ao Juiz do processo,
salvo quando a Lei de organização judiciária atribuir a Art. 24 O órgão do Ministério Público, o réu e o seu
presidência a outro. defensor, serão intimados do dia designado para o
julgamento. Será julgado à revelia o réu sôlto que deixar
Art. 21. No Distrito Federal, poderá o juiz presidente do de comparecer sem justa causa.
Júri representar ao Tribunal de Justiça para que seja
substituído na presidência do Júri por Juiz substituto ou Art. 25 Poderão ser ouvidas em plenário as testemunhas
Juízes substitutos, nos têrmos do art. 20 da Lei nº 1.301, da instrução que, previamente, e com quarenta e oito
de w28 de dezembro de 1950. Servirá no Júri o Promotor horas de antecedência, forem indicadas pelo Ministério
Público que for designado. Público ou pelo acusado.

Art. 22. O Júri poderá funcionar com pessoal, material e Art. 26 Em plenário, constituído o conselho de sentença,
instalações destinados aos serviços eleitorais. o Juiz tomará aos jurados o juramento de bem e
sinceramente decidirem a causa, proferindo o voto a
Art. 23. Nos processos da competência do Júri far-se-á a bem da verdade e da justiça.
instrução contraditória, observado o disposto no Código
de Processo Penal, relativamente ao processo comum Art. 27. Qualificado a réu e sendo-lhe permitida qualquer
(livro II, título I, capítulo I) com às seguintes declaração a bem da defesa, observada as formalidades
modificações: processuais, aplicáveis e constantes da seção IV do cap. II
do livro Il, tit. I do Código de Processo Penal, o juiz abrirá
I) o número de testemunhas, tanto para a acusação os debates, dando a palavra ao órgão do Ministério
como para a defesa, será de seis no máximo. Público e ao assistente, se houver, para dedução da
acusação e ao defensor para produzir a defesa.
II) Serão ouvidas as testemunhas de acusação e de
defesa, dentro do prazo de quinze dias se o réu estiver Art. 28. O tempo, destinado à acusação e à defesa será
prêso, e de vinte quando sôlto. de uma hora para cada uma. Havendo mais de um réu, o
tempo será elevado ao dôbro, desde que assim seja
III) Havendo acôrdo entre o Ministério Público e o réu, requerido. Não haverá réplica nem tréplica.
por seu defensor, mediante têrmo lavrado nos autos,
será dispensada a inquirição das testemunhas arroladas Art. 29. No julgamento que se realizará em sala secreta
pelas partes e cujos depoimentos constem do inquérito com a presença do Juiz, do escrivão e de um oficial de
policial. Justiça, bem como dos acusadores e dos defensores que
se conservarão em seus lugares sem intervir na votação,
IV) Ouvidas as testemunhas e realizada qualquer os jurados depositarão na urna a resposta - sim ou não -
diligência porventura requeda, o Juiz, depois de sanadas ao quesito único indagando se o réu praticou o crime que
as nulidades e irregularidades e determinar ou realizar lhe foi imputado.
qualquer outra diligência, que entender conveniente,
ouvirá, nos autos, sucessivamente, por quarenta e oito Parágrafo único. Em seguida, o Juiz, no caso de
horas, o órgão do Ministério Público e o defensor. condenação, lavrará sentença tendo em vista as
circunstâncias atenuantes ou agravantes existentes nos
V) Em seguida, o Juiz poderá absolver, desde logo, o autos e levando em conta na aplicação da pena o
acusado, quando estiver provado que êle não praticou o disposto nos arts. 42 e 43 do Código Penal.
crime, fundamentando a sentença e recorrendo ex-
officio. Art. 30. Das decisões do Júri, e nos têrmos da legislação
em vigor, cabe apelação, sem efeito suspensivo, em
qualquer caso.

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Art. 31. Em tudo mais que couber e não contrariar esta V - ordenar ou efetuar despesas não autorizadas por lei,
Lei aplicar-se-á o Código de Processo Penal. ou realizá-Ias em desacordo com as normas financeiras
pertinentes;
Art. 32. É o Poder Executivo autorizado a abrir ao Poder
Judiciário o crédito especial de Cr$ 2.000.000,00 (dois VI - deixar de prestar contas anuais da administração
milhões de cruzeiros) para ocorrer, Vetado, às despesas financeira do Município a Câmara de Vereadores, ou ao
do pessoal e material necessários à execução desta Lei órgão que a Constituição do Estado indicar, nos prazos e
no Distrito Federal e nos Territórios. condições estabelecidos;

Art. 33. Esta Lei entrará em vigor sessenta dias depois de VII - Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao órgão
sua publicação, aplicando-se aos processos iniciados na competente, da aplicação de recursos, empréstimos
sua vigência. subvenções ou auxílios internos ou externos, recebidos a
qualquer titulo;
Art. 34. Revogam-se as disposições em contrário.
VIII - Contrair empréstimo, emitir apólices, ou obrigar o
Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 1951; 130º da Município por títulos de crédito, sem autorização da
Independência e 63º da República. Câmara, ou em desacordo com a lei;

GETÚLIO VARGAS IX - Conceder empréstimo, auxílios ou subvenções sem


Francisco Negrão de Lima autorização da Câmara, ou em desacordo com a lei;
Horácio Lafer
X - Alienar ou onerar bens imóveis, ou rendas municipais,
sem autorização da Câmara, ou em desacordo com a lei;
DECRETO-LEI Nº 201, DE 27 DE
XI - Adquirir bens, ou realizar serviços e obras, sem
FEVEREIRO DE 1967. concorrência ou coleta de preços, nos casos exigidos em
lei;
Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e
Vereadores, e dá outras providências. XII - Antecipar ou inverter a ordem de pagamento a
credores do Município, sem vantagem para o erário;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que
lhe confere o parágrafo 2º, do artigo 9º, do Ato XIII - Nomear, admitir ou designar servidor, contra
Institucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966, expressa disposição de lei;

DECRETA: XIV - Negar execução a lei federal, estadual ou municipal,


ou deixar de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos recusa ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade
Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, competente;
independentemente do pronunciamento da Câmara dos
Vereadores: XV - Deixar de fornecer certidões de atos ou contratos
municipais, dentro do prazo estabelecido em lei.
I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los
em proveito próprio ou alheio; XVI – deixar de ordenar a redução do montante da dívida
consolidada, nos prazos estabelecidos em lei, quando o
Il - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do
alheio, de bens, rendas ou serviços públicos; limite máximo fixado pelo Senado Federal;

Ill - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas XVII – ordenar ou autorizar a abertura de crédito em
públicas; desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado
Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de
IV - empregar subvenções, auxílios, empréstimos ou crédito adicional ou com inobservância de prescrição
recursos de qualquer natureza, em desacordo com os legal;
planos ou programas a que se destinam;

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XVIII – deixar de promover ou de ordenar, na forma da II - Ao receber a denúncia, o Juiz manifestar-se-á,


lei, o cancelamento, a amortização ou a constituição de obrigatória e motivadamente, sobre a prisão preventiva
reserva para anular os efeitos de operação de crédito do acusado, nos casos dos itens I e II do artigo anterior, e
realizada com inobservância de limite, condição ou sobre o seu afastamento do exercício do cargo durante a
montante estabelecido em lei; instrução criminal, em todos os casos.

XIX – deixar de promover ou de ordenar a liquidação III - Do despacho, concessivo ou denegatório, de prisão
integral de operação de crédito por antecipação de preventiva, ou de afastamento do cargo do acusado,
receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e caberá recurso, em sentido estrito, para o Tribunal
demais encargos, até o encerramento do exercício competente, no prazo de cinco dias, em autos apartados.
financeiro; O recurso do despacho que decreta a prisão preventiva
ou o afastamento do cargo terá efeito suspensivo.
XX – ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a
realização de operação de crédito com qualquer um dos § 1º Os órgãos federais, estaduais ou municipais,
demais entes da Federação, inclusive suas entidades da interessados na apuração da responsabilidade do
administração indireta, ainda que na forma de novação, Prefeito, podem requerer a abertura do inquérito policial
refinanciamento ou postergação de dívida contraída ou a instauração da ação penal pelo Ministério Público,
anteriormente; bem como intervir, em qualquer fase do processo, como
assistente da acusação.
XXI – captar recursos a título de antecipação de receita
de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não § 2º Se as previdências para a abertura do inquérito
tenha ocorrido; policial ou instauração da ação penal não forem
atendidas pela autoridade policial ou pelo Ministério
XXII – ordenar ou autorizar a destinação de recursos Público estadual, poderão ser requeridas ao Procurador-
provenientes da emissão de títulos para finalidade Geral da República.
diversa da prevista na lei que a autorizou;
Art. 3º O Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir o
XXIII – realizar ou receber transferência voluntária em Prefeito, fica sujeito ao mesmo processo do substituído,
desacordo com limite ou condição estabelecida em ainda que tenha cessado a substituição.
lei.
Art. 4º São infrações político-administrativas dos
§1º Os crimes definidos neste artigo são de ação pública, Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara
punidos os dos itens I e II, com a pena de reclusão, de dos Vereadores e sancionadas com a cassação do
dois a doze anos, e os demais, com a pena de detenção, mandato:
de três meses a três anos.
I - Impedir o funcionamento regular da Câmara;
§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes
definidos neste artigo, acarreta a perda de cargo e a II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e
inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de demais documentos que devam constar dos arquivos da
cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços
prejuízo da reparação civil do dano causado ao municipais, por comissão de investigação da Câmara ou
patrimônio público ou particular. auditoria, regularmente instituída;

Art. 2º O processo dos crimes definidos no artigo III - Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os
anterior é o comum do juízo singular, estabelecido pelo pedidos de informações da Câmara, quando feitos a
Código de Processo Penal, com as seguintes tempo e em forma regular;
modificações:
IV - Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e
I - Antes de receber a denúncia, o Juiz ordenará a atos sujeitos a essa formalidade;
notificação do acusado para apresentar defesa prévia, no
prazo de cinco dias. Se o acusado não for encontrado V - Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e
para a notificação, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem em forma regular, a proposta orçamentária;
caberá apresentar a defesa, dentro no mesmo prazo.

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VI - Descumprir o orçamento aprovado para o exercício arquivamento da denúncia, o qual, neste caso, será
financeiro, submetido ao Plenário. Se a Comissão opinar pelo
prosseguimento, o Presidente designará desde logo, o
VII - Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de início da instrução, e determinará os atos, diligências e
sua competência ou omitir-se na sua prática; audiências que se fizerem necessários, para o
depoimento do denunciado e inquirição das
VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, testemunhas.
direitos ou interesses do Município sujeito à
administração da Prefeitura; IV - O denunciado deverá ser intimado de todos os atos
do processo, pessoalmente, ou na pessoa de seu
IX - Ausentar-se do Município, por tempo superior ao procurador, com a antecedência, pelo menos, de vinte e
permitido em lei, ou afastar-se da Prefeitura, sem quatro horas, sendo lhe permitido assistir as diligências e
autorização da Câmara dos Vereadores; audiências, bem como formular perguntas e reperguntas
às testemunhas e requerer o que for de interesse da
defesa.
X - Proceder de modo incompatível com a dignidade e o
decoro do cargo.
V – concluída a instrução, será aberta vista do processo
ao denunciado, para razões escritas, no prazo de 5
Art. 5º O processo de cassação do mandato do Prefeito
(cinco) dias, e, após, a Comissão processante emitirá
pela Câmara, por infrações definidas no artigo anterior,
parecer final, pela procedência ou improcedência da
obedecerá ao seguinte rito, se outro não for estabelecido
acusação, e solicitará ao Presidente da Câmara a
pela legislação do Estado respectivo:
convocação de sessão para julgamento. Na sessão de
julgamento, serão lidas as peças requeridas por qualquer
I - A denúncia escrita da infração poderá ser feita por
dos Vereadores e pelos denunciados, e, a seguir, os que
qualquer eleitor, com a exposição dos fatos e a indicação
desejarem poderão manifestar-se verbalmente, pelo
das provas. Se o denunciante for Vereador, ficará
tempo máximo de 15 (quinze) minutos cada um, e, ao
impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a
final, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo
Comissão processante, podendo, todavia, praticar todos
máximo de 2 (duas) horas para produzir sua defesa
os atos de acusação. Se o denunciante for o Presidente oral;
da Câmara, passará a Presidência ao substituto legal,
para os atos do processo, e só votará se necessário para
VI - Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações
completar o quorum de julgamento. Será convocado o
nominais, quantas forem as infrações articuladas na
suplente do Vereador impedido de votar, o qual não
denúncia. Considerar-se-á afastado, definitivamente, do
poderá integrar a Comissão processante.
cargo, o denunciado que for declarado pelo voto de dois
terços, pelo menos, dos membros da Câmara, em curso
II - De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na
de qualquer das infrações especificadas na denúncia.
primeira sessão, determinará sua leitura e consultará a
Concluído o julgamento, o Presidente da Câmara
Câmara sobre o seu recebimento. Decidido o
proclamará imediatamente o resultado e fará lavrar ata
recebimento, pelo voto da maioria dos presentes, na
que consigne a votação nominal sobre cada infração, e,
mesma sessão será constituída a Comissão processante,
se houver condenação, expedirá o competente decreto
com três Vereadores sorteados entre os desimpedidos,
legislativo de cassação do mandato de Prefeito. Se o
os quais elegerão, desde logo, o Presidente e o Relator.
resultado da votação for absolutório, o Presidente
determinará o arquivamento do processo. Em qualquer
III - Recebendo o processo, o Presidente da Comissão dos casos, o Presidente da Câmara comunicará à Justiça
iniciará os trabalhos, dentro em cinco dias, notificando o Eleitoral o resultado.
denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e
documentos que a instruírem, para que, no prazo de dez
VII - O processo, a que se refere este artigo, deverá estar
dias, apresente defesa prévia, por escrito, indique as
concluído dentro em noventa dias, contados da data em
provas que pretender produzir e arrole testemunhas, até
que se efetivar a notificação do acusado. Transcorrido o
o máximo de dez. Se estiver ausente do Município, a
prazo sem o julgamento, o processo será arquivado, sem
notificação far-se-á por edital, publicado duas vezes, no
prejuízo de nova denúncia ainda que sobre os mesmos
órgão oficial, com intervalo de três dias, pelo menos,
fatos.
contado o prazo da primeira publicação. Decorrido o
prazo de defesa, a Comissão processante emitirá parecer
dentro em cinco dias, opinando pelo prosseguimento ou

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Art. 6º Extingue-se o mandato de Prefeito, e, assim, deve de recebimento, para apreciação de matéria urgente,
ser declarado pelo Presidente da Câmara de Vereadores, assegurada ampla defesa, em ambos os casos.
quando:
IV - Incidir nos impedimentos para o exercício do
I - Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação mandato, estabelecidos em lei e não se
dos direitos políticos, ou condenação por crime funcional desincompatibilizar até a posse, e, nos casos
ou eleitoral. supervenientes, no prazo fixado em lei ou pela Câmara.

II - Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela § 1º Ocorrido e comprovado o ato ou fato extintivo, o
Câmara, dentro do prazo estabelecido em lei. Presidente da Câmara, na primeira sessão, comunicará
ao plenário e fará constar da ata a declaração da
III - Incidir nos impedimentos para o exercício do cargo, extinção do mandato e convocará imediatamente o
estabelecidos em lei, e não se desincompatibilizar até a respectivo suplente.
posse, e, nos casos supervenientes, no prazo que a lei ou
a Câmara fixar. § 2º Se o Presidente da Câmara omitir-se nas
providências no parágrafo anterior, o suplente do
Parágrafo único. A extinção do mandato independe de Vereador ou o Prefeito Municipal poderá requerer a
deliberação do plenário e se tornará efetiva desde a declaração de extinção do mandato, por via judicial, e se
declaração do fato ou ato extintivo pelo Presidente e sua procedente, o juiz condenará o Presidente omisso nas
inserção em ata. custas do processo e honorários de advogado que fixará
de plano, importando a decisão judicial na destituição
Art. 7º A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador, automática do cargo da Mesa e no impedimento para
quando: nova investidura durante toda a legislatura.

I - Utilizar-se do mandato para a prática de atos de § 3º O disposto no item III não se aplicará às sessões
corrupção ou de improbidade administrativa; extraordinárias que forem convocadas pelo Prefeito,
durante os períodos de recesso das Câmaras
Municipais.
II - Fixar residência fora do Município;

Art. 9º O presente decreto-lei entrará em vigor na data


III - Proceder de modo incompatível com a dignidade, da
de sua publicação, revogadas as Leis números 211, de 7
Câmara ou faltar com o decoro na sua conduta pública.
de janeiro de 1948, e 3.528, de 3 de janeiro de 1959, e
demais disposições em contrário.
§ 1º O processo de cassação de mandato de Vereador é,
no que couber, o estabelecido no art. 5º deste decreto-
Brasília, 24 de fevereiro de 1967; 146º da Independência
lei.
e 79º da República.
Art. 8º Extingue-se o mandato do Vereador e assim será
H. CASTELLO BRANCO
declarado pelo Presidente da Câmara, quando:
Carlos Medeiros Silva
I - Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação
dos direitos políticos ou condenação por crime funcional
ou eleitoral;
LEI Nº 4.737, DE 15 DE JULHO DE
1965.
II - Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela
Câmara, dentro do prazo estabelecido em lei;
Institui o Código Eleitoral.
III - deixar de comparecer, em cada sessão legislativa
anual, à terça parte das sessões ordinárias da Câmara
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que sanciono a
Municipal, salvo por motivo de doença comprovada,
seguinte Lei, aprovada pelo Congresso Nacional, nos
licença ou missão autorizada pela edilidade; ou, ainda,
termos do art. 4º, caput, do Ato Institucional, de 9 de
deixar de comparecer a cinco sessões extraordinárias
abril de 1964.
convocadas pelo prefeito, por escrito e mediante recibo
PARTE PRIMEIRA

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INTRODUÇÃO b) os que se encontrem fora do seu domicílio;

Art. 1º Este Código contém normas destinadas a c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os
assegurar a organização e o exercício de direitos políticos impossibilite de votar.
precipuamente os de votar e ser votado.
Art. 7° O eleitor que deixar de votar e não se justificar
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após a
Instruções para sua fiel execução. realização da eleição, incorrerá na multa de 5 (cinco) a 20
(vinte) por cento do salário-mínimo da zona de
Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido em residência, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma
seu nome, por mandatários escolhidos, direta e prevista no art. 367.
secretamente, dentre candidatos indicados por partidos
políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta nos Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar
casos previstos na Constituição e leis específicas. perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após a
realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10
Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investidura em (dez) por cento sobre o salário-mínimo da região,
cargo eletivo, respeitadas as condições constitucionais e imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista
legais de elegibilidade e incompatibilidade. no art. 367.

Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos § 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a
que se alistarem na forma da lei. respectiva multa ou de que se justificou devidamente,
não poderá o eleitor:
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:
I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou
I - os analfabetos; função pública, investir-se ou empossar-se neles;

II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional; II - receber vencimentos, remuneração, salário ou
proventos de função ou emprego público, autárquico ou
para estatal, bem como fundações governamentais,
III - os que estejam privados, temporária ou
empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza,
definitivamente dos direitos políticos.
mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que
exerçam serviço público delegado, correspondentes ao
Parágrafo único - Os militares são alistáveis, desde que
segundo mês subsequente ao da eleição;
oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha,
subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das
III - participar de concorrência pública ou administrativa
escolas militares de ensino superior para formação de
da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal
oficiais.
ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os
IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de
brasileiros de um e outro sexo, salvo:
economia mista, caixas econômicas federais ou
estaduais, nos institutos e caixas de previdência social,
I - quanto ao alistamento:
bem como em qualquer estabelecimento de crédito
mantido pelo governo, ou de cuja administração este
a) os inválidos; participe, e com essas entidades celebrar contratos;

b) os maiores de setenta anos; V - obter passaporte ou carteira de identidade;

c) os que se encontrem fora do país. VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino


oficial ou fiscalizado pelo governo;
II - quanto ao voto:
VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação
a) os enfermos; do serviço militar ou imposto de renda.

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§ 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 PARTE SEGUNDA


anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, nº 1, sem
prova de estarem alistados não poderão praticar os atos DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL
relacionados no parágrafo anterior.
Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:
§ 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo
eletrônico de dados, será cancelada a inscrição do eleitor I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da
que não votar em 3 (três) eleições consecutivas, não República e jurisdição em todo o País;
pagar a multa ou não se justificar no prazo de 6 (seis)
meses, a contar da data da última eleição a que deveria
II - um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no
ter comparecido.
Distrito Federal e, mediante proposta do Tribunal
Superior, na Capital de Território;
§ 4o O disposto no inciso V do § 1 o não se aplica ao
eleitor no exterior que requeira novo passaporte para
III - juntas eleitorais;
identificação e retorno ao Brasil.
IV - juizes eleitorais.
Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos
ou o naturalizado que não se alistar até um ano depois
Art. 13. O número de juizes dos Tribunais Regionais não
de adquirida a nacionalidade brasileira, incorrerá na
será reduzido, mas poderá ser elevado até nove,
multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o valor do
mediante proposta do Tribunal Superior, e na forma por
salário-mínimo da região, imposta pelo juiz e cobrada no
ele sugerida.
ato da inscrição eleitoral através de selo federal
inutilizado no próprio requerimento.
Art. 14. Os juizes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo
justificado, servirão obrigatoriamente por dois anos, e
Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado
nunca por mais de dois biênios consecutivos.
que requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo
primeiro dia anterior à eleição subseqüente à data em
que completar dezenove anos. § 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem
o desconto de qualquer afastamento nem mesmo o
decorrente de licença, férias, ou licença especial, salvo
Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do disposto
no caso do § 3º.
nos arts. 7º e 8º incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três)
salários-mínimos vigentes na zona eleitoral ou de
suspensão disciplinar até 30 (trinta) dias. § 2º Os juizes afastados por motivo de licença férias e
licença especial, de suas funções na Justiça comum,
ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral
Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não votarem
pelo tempo correspondente exceto quando com
por motivo justificado e aos não alistados nos termos dos
períodos de férias coletivas, coincidir a realização de
artigos 5º e 6º, nº 1, documento que os isente das
eleição, apuração ou encerramento de alistamento.
sanções legais.

§ 3o Da homologação da respectiva convenção partidária


Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se
até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo
se encontrar fora de sua zona e necessitar documento de
eleitoral, não poderão servir como juízes nos Tribunais
quitação com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o
pagamento perante o Juízo da zona em que estiver. Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente
consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato
a cargo eletivo registrado na circunscrição.
§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o
eleitor quiser aguardar que o juiz da zona em que se
§ 4º No caso de recondução para o segundo biênio
encontrar solicite informações sobre o arbitramento ao
Juízo da inscrição. observar-se-ão as mesmas formalidades indispensáveis à
primeira investidura.
§. 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento
Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos
través de selos federais inutilizados no próprio
Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e
requerimento, o juiz que recolheu a multa comunicará o
pelo mesmo processo, em número igual para cada
fato ao da zona de inscrição e fornecerá ao requerente
categoria.
comprovante do pagamento.

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TÍTULO I III - a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal


Superior Eleitoral;
DO TRIBUNAL SUPERIOR
IV - sempre que entender necessário.
Art. 16. Compõe-se o Tribunal Superior
Eleitoral: § 3º Os provimentos emanados da Corregedoria Geral
vinculam os Corregedores Regionais, que lhes devem dar
I - mediante eleição, pelo voto secreto: imediato e preciso cumprimento.

a) de três juizes, dentre os Ministros do Supremo Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto
Tribunal Federal; e ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador Geral da
República, funcionando, em suas faltas e impedimentos,
b) de dois juizes, dentre os membros do Tribunal Federal seu substituto legal.
de Recursos;
Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar
II - por nomeação do Presidente da República, de dois outros membros do Ministério Público da União, com
entre seis advogados de notável saber jurídico e exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das
idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal
Federal. Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento.

§ 1º - Não podem fazer parte do Tribunal Superior Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de
Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda votos, em sessão pública, com a presença da maioria de
que por afinidade, até o quarto grau, seja o vínculo seus membros.
legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver
sido escolhido por último. Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim
na interpretação do Código Eleitoral em face da
§ 2º - A nomeação de que trata o inciso II deste artigo Constituição e cassação de registro de partidos políticos,
não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público como sobre quaisquer recursos que importem anulação
de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, geral de eleições ou perda de diplomas, só poderão ser
proprietário ou sócio de empresa beneficiada com tomadas com a presença de todos os seus membros. Se
subvenção, privilegio, isenção ou favor em virtude de ocorrer impedimento de algum juiz, será convocado o
contrato com a administração pública; ou que exerça substituto ou o respectivo suplente.
mandato de caráter político, federal, estadual ou
municipal. Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer
interessado poderá argüir a suspeição ou impedimento
Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu dos seus membros, do Procurador Geral ou de
presidente um dos ministros do Supremo Tribunal funcionários de sua Secretaria, nos casos previstos na lei
Federal, cabendo ao outro a vice-presidência, e para processual civil ou penal e por motivo de parcialidade
Corregedor Geral da Justiça Eleitoral um dos seus partidária, mediante o processo previsto em regimento.
membros.
Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o
§ 1º As atribuições do Corregedor Geral serão fixadas excipiente a provocar ou, depois de manifestada a causa,
pelo Tribunal Superior Eleitoral. praticar ato que importe aceitação do argüido.

§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Art. 21 Os Tribunais e juizes inferiores devem dar
Geral se locomoverá para os Estados e Territórios nos imediato cumprimento às decisões, mandados,
seguintes casos: instruções e outros atos emanados do Tribunal Superior
Eleitoral.
I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral;
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:
II - a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais;
I - Processar e julgar originariamente:

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a) o registro e a cassação de registro de partidos I - elaborar o seu regimento interno;


políticos, dos seus diretórios nacionais e de candidatos à
Presidência e vice-presidência da República; II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral,
propondo ao Congresso Nacional a criação ou extinção
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e dos cargos administrativos e a fixação dos respectivos
juizes eleitorais de Estados diferentes; vencimentos, provendo-os na forma da lei;

c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao III - conceder aos seus membros licença e férias assim
Procurador Geral e aos funcionários da sua Secretaria; como afastamento do exercício dos cargos efetivos;

d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem IV - aprovar o afastamento do exercício dos cargos
conexos cometidos pelos seus próprios juizes e pelos efetivos dos juizes dos Tribunais Regionais Eleitorais;
juizes dos Tribunais Regionais;
V - propor a criação de Tribunal Regional na sede de
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em qualquer dos Territórios;
matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente da
República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do número
Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver dos juizes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a
perigo de se consumar a violência antes que o juiz forma desse aumento;
competente possa prover sobre a impetração;
VII - fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei Presidente da República, senadores e deputados
aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à federais, quando não o tiverem sido por lei:
apuração da origem dos seus recursos;
VIII - aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou
g) as impugnações á apuração do resultado geral, a criação de novas zonas;
proclamação dos eleitos e expedição de diploma na
eleição de Presidente e Vice-Presidente da República; IX - expedir as instruções que julgar convenientes à
execução deste Código;
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não
decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias X - fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores
da conclusão ao relator, formulados por partido, Regionais e auxiliares em diligência fora da sede;
candidato, Ministério Público ou parte legitimamente
interessada.
XI - enviar ao Presidente da República a lista tríplice
organizada pelos Tribunais de Justiça nos termos do ar.
i) as reclamações contra os seus próprios juizes que, no 25;
prazo de trinta dias a contar da conclusão, não houverem
julgado os feitos a eles distribuídos.
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que
lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição,
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde federal ou órgão nacional de partido político;
que intentada dentro de cento e vinte dias de decisão
irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato
XIII - autorizar a contagem dos votos pelas mesas
eletivo até o seu trânsito em julgado.
receptoras nos Estados em que essa providência for
solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;
II - julgar os recursos interpostos das decisões dos
Tribunais Regionais nos termos do Art. 276 inclusive os
XIV - requisitar a força federal necessária ao
que versarem matéria administrativa.
cumprimento da lei, de suas próprias decisões ou das
decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são para garantir a votação e a apuração;
irrecorrível, salvo nos casos do Art. 281.
XV - organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal
Superior,

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XVI - requisitar funcionários da União e do Distrito b) de dois juizes de direito, escolhidos pelo Tribunal de
Federal quando o exigir o acúmulo ocasional do serviço Justiça;
de sua Secretaria;
II - do juiz federal e, havendo mais de um, do que for
XVII - publicar um boletim eleitoral; escolhido pelo Tribunal Federal de Recursos; e

XVIII - tomar quaisquer outras providências que julgar III - por nomeação do Presidente da República de dois
convenientes à execução da legislação eleitoral. dentre seis cidadãos de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como Chefe do Justiça.
Ministério Público Eleitoral;
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal
I - assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte Regional serão eleitos por este dentre os três
nas discussões; desembargadores do Tribunal de Justiça; o terceiro
desembargador será o Corregedor Regional da Justiça
II - exercer a ação pública e promovê-la até final, em Eleitoral.
todos os feitos de competência originária do Tribunal;
§ 1º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas
III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em caráter supletivo
Tribunal; ou complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral
perante o qual servir.
IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os
assuntos submetidos à deliberação do Tribunal, quando § 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor
solicitada sua audiência por qualquer dos juizes, ou por Regional se locomoverá para as zonas eleitorais nos
iniciativa sua, se entender necessário; seguintes casos:

V - defender a jurisdição do Tribunal; I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do


Tribunal Regional Eleitoral;
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observância das
leis eleitorais, especialmente quanto à sua aplicação II - a pedido dos juizes eleitorais;
uniforme em todo o País;
III - a requerimento de Partido, deferido pelo Tribunal
VII - requisitar diligências, certidões e esclarecimentos Regional;
necessários ao desempenho de suas atribuições;
IV - sempre que entender necessário.
VIII - expedir instruções aos órgãos do Ministério Público
junto aos Tribunais Regionais; Art. 27. Servirá como Procurador Regional junto a cada
Tribunal Regional Eleitoral o Procurador da República no
IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, respectivo Estado e, onde houver mais de um, aquele
pessoalmente ou por intermédio de Procurador que que for designado pelo Procurador Geral da República.
designe, nas diligências a serem realizadas.
§ 1º No Distrito Federal, serão as funções de Procurador
TÍTULO II Regional Eleitoral exercidas pelo Procurador Geral da
Justiça do Distrito Federal.
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS
§ 2º Substituirá o Procurador Regional, em suas faltas ou
impedimentos, o seu substituto legal.
Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-
ão:
§ 3º Compete aos Procuradores Regionais exercer,
perante os Tribunais junto aos quais servirem, as
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
atribuições do Procurador Geral.
a) de dois juizes, dentre os desembargadores do Tribunal
de Justiça;

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§ 4º Mediante prévia autorização do Procurador Geral, d) os crimes eleitorais cometidos pelos juizes eleitorais;
podendo os Procuradores Regionais requisitar, para
auxiliá-los nas suas funções, membros do Ministério e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em
Público local, não tendo estes, porém, assento nas matéria eleitoral, contra ato de autoridades que
sessões do Tribunal. respondam perante os Tribunais de Justiça por crime de
responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados ou
Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de concedidos pelos juizes eleitorais; ou, ainda, o habeas
votos, em sessão pública, com a presença da maioria de corpus quando houver perigo de se consumar a violência
seus membros. antes que o juiz competente possa prover sobre a
impetração;
§ 1º No caso de impedimento e não existindo quorum,
será o membro do Tribunal substituído por outro da f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei
mesma categoria, designado na forma prevista na aos partidos políticos, quanto a sua contabilidade e à
Constituição. apuração da origem dos seus recursos;

§ 2º Perante o Tribunal Regional, e com recurso g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos
voluntário para o Tribunal Superior qualquer interessado pelos juizes eleitorais em trinta dias da sua conclusão
poderá argüir a suspeição dos seus membros, do para julgamento, formulados por partido candidato
Procurador Regional, ou de funcionários da sua Ministério Público ou parte legitimamente interessada
Secretaria, assim como dos juizes e escrivães eleitorais, sem prejuízo das sanções decorrentes do excesso de
nos casos previstos na lei processual civil e por motivo de prazo.
parcialidade partidária, mediante o processo previsto em
regimento. II - julgar os recursos interpostos:

§ 3º No caso previsto no parágrafo anterior será a) dos atos e das decisões proferidas pelos juizes e juntas
observado o disposto no parágrafo único do art. eleitorais.
20.
b) das decisões dos juizes eleitorais que concederem ou
§ 4o As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer denegarem habeas corpus ou mandado de segurança.
ações que importem cassação de registro, anulação geral
de eleições ou perda de diplomas somente poderão ser Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são
tomadas com a presença de todos os seus irrecorríveis, salvo nos casos do Art. 276.
membros.
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais
§ 5o No caso do § 4o, se ocorrer impedimento de algum Regionais:
juiz, será convocado o suplente da mesma classe.
I - elaborar o seu regimento interno;
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais:
II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional
I - processar e julgar originariamente: provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao
Congresso Nacional, por intermédio do Tribunal Superior
a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios a criação ou supressão de cargos e a fixação dos
estaduais e municipais de partidos políticos, bem como respectivos vencimentos;
de candidatos a Governador, Vice-Governadores, e
membro do Congresso Nacional e das Assembléias III - conceder aos seus membros e aos juizes eleitorais
licença e férias, assim como afastamento do exercício
b) os conflitos de jurisdição entre juizes eleitorais do dos cargos efetivos submetendo, quanto aqueles, a
respectivo Estado; decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral;

c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros ao IV - fixar a data das eleições de Governador e Vice-
Procurador Regional e aos funcionários da sua Secretaria Governador, deputados estaduais, prefeitos, vice-
assim como aos juizes e escrivães eleitorais; prefeitos , vereadores e juizes de paz, quando não
determinada por disposição constitucional ou legal;

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V - constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva XIX - suprimir os mapas parciais de apuração mandando
sede e jurisdição; utilizar apenas os boletins e os mapas totalizadores,
desde que o menor número de candidatos às eleições
VI - indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou proporcionais justifique a supressão, observadas as
seções em que a contagem dos votos deva ser feita pela seguintes normas:
mesa receptora;
a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao
VII - apurar com os resultados parciais enviados pelas Tribunal Regional que suprima a exigência dos mapas
juntas eleitorais, os resultados finais das eleições de parciais de apuração;
Governador e Vice-Governador de membros do
Congresso Nacional e expedir os respectivos diplomas, b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato ou
remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias após a partido poderá, no prazo de três dias, recorrer para o
diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das atas de seus Tribunal Superior, que decidirá em cinco dias;
trabalhos;
c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será
VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que admitida até seis meses antes da data da
lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou eleição;
partido político;
d) os boletins e mapas de apuração serão impressos
IX - dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, pelos Tribunais Regionais, depois de aprovados pelo
submetendo essa divisão, assim como a criação de novas Tribunal Superior;
zonas, à aprovação do Tribunal Superior;
e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na elaboração
X - aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva dos modelos dos boletins e mapas de apuração a fim de
responder pela escrivania eleitoral durante o biênio; que estes atendam às peculiaridade locais,
encaminhando os modelos que aprovar, acompanhados
XII - requisitar a força necessária ao cumprimento de das sugestões ou impugnações formuladas pelos
suas decisões solicitar ao Tribunal Superior a requisição partidos, à decisão do Tribunal Superior.
de força federal;
Art. 31. Faltando num Território o Tribunal Regional,
XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos ficará a respectiva circunscrição eleitoral sob a jurisdição
Estados, ao seu presidente e, no interior, aos juizes do Tribunal Regional que o Tribunal Superior designar.
eleitorais, a requisição de funcionários federais,
estaduais ou municipais para auxiliarem os escrivães TÍTULO III
eleitorais, quando o exigir o acúmulo ocasional do
serviço; DOS JUIZES ELEITORAIS

XIV - requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma das zonas
Federal e em cada Estado ou Território, funcionários dos eleitorais a um juiz de direito em efetivo exercício e, na
respectivos quadros administrativos, no caso de acúmulo falta deste, ao seu substituto legal que goze das
ocasional de serviço de suas Secretarias; prerrogativas do Art. 95 da Constituição.

XV - aplicar as penas disciplinares de advertência e de Parágrafo único. Onde houver mais de uma vara o
suspensão até 30 (trinta) dias aos juizes eleitorais; Tribunal Regional designara aquela ou aquelas, a que
incumbe o serviço eleitoral.
XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do
Tribunal Superior; Art. 33. Nas zonas eleitorais onde houver mais de uma
serventia de justiça, o juiz indicará ao Tribunal Regional a
XVII - determinar, em caso de urgência, providências que deve ter o anexo da escrivania eleitoral pelo prazo
para a execução da lei na respectiva circunscrição; de dois anos.

XVIII - organizar o fichário dos eleitores do Estado. § 1º Não poderá servir como escrivão eleitoral, sob pena
de demissão, o membro de diretório de partido político,

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nem o candidato a cargo eletivo, seu cônjuge e parente XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em
consangüíneo ou afim até o segundo grau. audiência pública anunciada com pelo menos 5 (cinco)
dias de antecedência, os membros das mesas receptoras;
§ 2º O escrivão eleitoral, em suas faltas e impedimentos,
será substituído na forma prevista pela lei de organização XV - instruir os membros das mesas receptoras sobre as
judiciária local. suas funções;

Art. 34. Os juizes despacharão todos os dias na sede da XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se
sua zona eleitoral. verificarem nas mesas receptoras;

Art. 35. Compete aos juizes: XVII - tomar todas as providências ao seu alcance para
evitar os atos viciosos das eleições;
I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações
do Tribunal Superior e do Regional; XVIII -fornecer aos que não votaram por motivo
justificado e aos não alistados, por dispensados do
II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns alistamento, um certificado que os isente das sanções
que lhe forem conexos, ressalvada a competência legais;
originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais;
XIX - comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a
III - decidir habeas corpus e mandado de segurança, em realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos
matéria eleitoral, desde que essa competência não esteja delegados de partidos credenciados, o número de
atribuída privativamente a instância superior. eleitores que votarem em cada uma das seções da zona
sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da
IV - fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e zona.
presteza do serviço eleitoral;
TÍTULO IV
V - tomar conhecimento das reclamações que lhe forem
feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, DAS JUNTAS ELEITORAIS
e determinando as providências que cada caso exigir;
Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de
VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a direito, que será o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro)
serventia de justiça que deve ter o anexo da escrivania cidadãos de notória idoneidade.
eleitoral;
§ 1º Os membros das juntas eleitorais serão nomeados
VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a 60 (sessenta) dia antes da eleição, depois de aprovação
inscrição e a exclusão de eleitores; do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem
cumpre também designar-lhes a sede.
IX- expedir títulos eleitorais e conceder transferência de
eleitor; § 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das
pessoas indicadas para compor as juntas serão
X - dividir a zona em seções eleitorais; publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer
partido, no prazo de 3 (três) dias, em petição
fundamentada, impugnar as indicações.
XI mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos
eleitores de cada seção, para remessa a mesa receptora,
juntamente com a pasta das folhas individuais de § 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas,
votação; escrutinadores ou auxiliares:

XII - ordenar o registro e cassação do registro dos I - os candidatos e seus parentes, ainda que por
candidatos aos cargos eletivos municiais e comunicá-los afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o
ao Tribunal Regional; cônjuge;

XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições


os locais das seções;

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II - os membros de diretorias de partidos políticos I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições


devidamente registrados e cujos nomes tenham sido realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição.
oficialmente publicados;
II - resolver as impugnações e demais incidentes
III - as autoridades e agentes policiais, bem como os verificados durante os trabalhos da contagem e da
funcionários no desempenho de cargos de confiança do apuração;
Executivo;
III - expedir os boletins de apuração mencionados no Art.
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral. 178;

Art. 37. Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
permitir o número de juizes de direito que gozem das
garantias do Art. 95 da Constituição, mesmo que não Parágrafo único. Nos municípios onde houver mais de
sejam juizes eleitorais. uma junta eleitoral a expedição dos diplomas será feita
pelo que for presidida pelo juiz eleitoral mais antigo, à
Parágrafo único. Nas zonas em que houver de ser qual as demais enviarão os documentos da eleição.
organizada mais de uma Junta, ou quando estiver vago o
cargo de juiz eleitoral ou estiver este impedido, o Art. 41. Nas zonas eleitorais em que for autorizada a
presidente do Tribunal Regional, com a aprovação deste, contagem prévia dos votos pelas mesas receptoras,
designará juizes de direito da mesma ou de outras compete à Junta Eleitoral tomar as providências
comarcas, para presidirem as juntas eleitorais. mencionadas no Art. 195.

Art. 38. Ao presidente da Junta é facultado nomear, PARTE TERCEIRA


dentre cidadãos de notória idoneidade, escrutinadores e
auxiliares em número capaz de atender a boa marcha DO ALISTAMENTO
dos trabalhos.
TÍTULO I
§ 1º É obrigatória essa nomeação sempre que houver
mais de dez urnas a apurar.
DA QUALIFICAÇÃO E INSCRIÇÃO

§ 2º Na hipótese do desdobramento da Junta em


Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e
Turmas, o respectivo presidente nomeará um
inscrição do eleitor.
escrutinador para servir como secretário em cada turma.
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio
§ 3º Além dos secretários a que se refere o parágrafo
eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente,
anterior, será designado pelo presidente da Junta um
e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á
escrutinador para secretário-geral competindo-lhe;
domicílio qualquer delas.

I - lavrar as atas;
Art. 43. O alistando apresentará em cartório ou local
previamente designado, requerimento em fórmula que
II - tomar por termo ou protocolar os recursos, neles obedecerá ao modelo aprovado pelo Tribunal Superior.
funcionando como escrivão;
Art. 44. O requerimento, acompanhado de 3 (três)
III - totalizar os votos apurados. retratos, será instruído com um dos seguintes
documentos, que não poderão ser supridos mediante
Art. 39. Até 30 (trinta) dias antes da eleição o presidente justificação:
da Junta comunicará ao Presidente do Tribunal Regional
as nomeações que houver feito e divulgará a composição I - carteira de identidade expedida pelo órgão
do órgão por edital publicado ou afixado, podendo competente do Distrito Federal ou dos Estados;
qualquer partido oferecer impugnação motivada no
prazo de 3 (três) dias.
II - certificado de quitação do serviço militar;

Art. 40. Compete à Junta Eleitoral;


III - certidão de idade extraída do Registro Civil;

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IV - instrumento público do qual se infirá, por direito ter § 6º Quinzenalmente o juiz eleitoral fará publicar pela
o requerente idade superior a dezoito anos e do qual imprensa, onde houver ou por editais, a lista dos pedidos
conste, também, os demais elementos necessários à sua de inscrição, mencionando os deferidos, os indeferidos e
qualificação; os convertidos em diligência, contando-se dessa
publicação o prazo para os recursos a que se refere o
V - documento do qual se infira a nacionalidade parágrafo seguinte.
brasileira, originária ou adquirida, do requerente.
§ 7º Do despacho que indeferir o requerimento de
Parágrafo único. Será devolvido o requerimento que não inscrição caberá recurso interposto pelo alistando, e do
contenta os dados constantes do modelo oficial, na que o deferir poderá recorrer qualquer delegado de
mesma ordem, e em caracteres inequívocos. partido.

Art. 45. O escrivão, o funcionário ou o preparador § 8º Os recursos referidos no parágrafo anterior serão
recebendo a fórmula e documentos determinará que o julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral dentro de 5
alistando date e assine a petição e em ato contínuo (cinco) dias.
atestará terem sido a data e a assinatura lançados na sua
presença; em seguida, tomará a assinatura do § 9º Findo esse prazo, sem que o alistando se manifeste,
requerente na folha individual de votação" e nas duas ou logo que seja desprovido o recurso em instância
vias do título eleitoral, dando recibo da petição e do superior, o juiz inutilizará a folha individual de votação
documento. assinada pelo requerente, a qual ficará fazendo parte
integrante do processo e não poderá, em qualquer
§ 1º O requerimento será submetido ao despacho do juiz tempo, se substituída, nem dele retirada, sob pena de
nas 48 (quarenta e oito), horas seguintes. incorrer o responsável nas sanções previstas no Art. 293.

§ 2º Poderá o juiz se tiver dúvida quanto a identidade do § 10. No caso de indeferimento do pedido, o Cartório
requerente ou sobre qualquer outro requisito para o devolverá ao requerente, mediante recibo, as fotografias
alistamento, converter o julgamento em diligência para e o documento com que houver instruído o seu
que o alistando esclareça ou complete a prova ou, se for requerimento.
necessário, compareça pessoalmente à sua presença.
§ 11. O título eleitoral e a fôlha individual de votação
§ 3º Se se tratar de qualquer omissão ou irregularidade sòmente serão assinados pelo juiz eleitoral depois de
que possa ser sanada, fixará o juiz para isso prazo preenchidos pelo cartório e de deferido o pedido, sob as
razoável. penas do artigo 293.

§ 4º Deferido o pedido, no prazo de cinco dias, o título e § 12. É obrigatória a remessa ao Tribunal Regional da
o documento que instruiu o pedido serão entregues pelo ficha do eleitor, após a expedição do seu
juiz, escrivão, funcionário ou preparador. A entrega far- título.
se-á ao próprio eleitor, mediante recibo, ou a quem o
eleitor autorizar por escrito o recebimento, cancelando- Art. 46. As folhas individuais de votação e os títulos serão
se o título cuja assinatura não for idêntica à do confeccionados de acordo com o modelo aprovado pelo
requerimento de inscrição e à do recibo. Tribunal, Superior Eleitoral.

O recibo será obrigatoriamente anexado ao processo § 1º Da folha individual de votação e do título eleitoral
eleitoral, incorrendo o juiz que não o fizer na multa de constará a indicação da seção em que o eleitor tiver sido
um a cinco salários-mínimos regionais na qual incorrerão inscrito a qual será localizada dentro do distrito judiciário
ainda o escrivão, funcionário ou preparador, se ou administrativo de sua residência e o mais próximo
responsáveis bem como qualquer deles, se entregarem dela, considerados a distância e os meios de transporte.
ao eleitor o título cuja assinatura não for idêntica à do
requerimento de inscrição e do recibo ou o fizerem a § 2º As folhas individuais de votação serão conservadas
pessoa não autorizada por escrito. em pastas, uma para cada seção eleitoral; às mesas
receptoras serão por estas encaminhadas com a urna e
§ 5º A restituição de qualquer documento não poderá os demais documentos da eleição às juntas eleitorais,
ser feita antes de despachado o pedido de alistamento que as devolverão, findos os trabalhos da apuração, ao
pelo juiz eleitoral. respectivo cartório, onde ficarão guardadas.

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§ 3º O eleitor ficará vinculado permanentemente à seção Art. 48. O empregado mediante comunicação com 48
eleitoral indicada no seu título, salvo: (quarenta e oito) horas de antecedência, poderá deixar
de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário e por
I - se se transferir de zona ou Município hipótese em que tempo não excedente a 2 (dois) dias, para o fim de se
deverá requerer transferência. alistar eleitor ou requerer transferência.

II - se, até 100 (cem) dias antes da eleição, provar, Art. 49. Os cegos alfabetizados pelo sistema "Braille",
perante o Juiz Eleitoral, que mudou de residência dentro que reunirem as demais condições de alistamento,
do mesmo Município, de um distrito para outro ou para podem qualificar-se mediante o preenchimento da
lugar muito distante da seção em que se acha inscrito, fórmula impressa e a aposição do nome com as letras do
caso em que serão feitas na folha de votação e no título referido alfabeto.
eleitoral, para esse fim exibido as alterações
correspondentes, devidamente autenticadas pela § 1º De forma idêntica serão assinadas a folha individual
autoridade judiciária. de votação e as vias do título.

§ 4º O eleitor poderá, a qualquer tempo requerer ao juiz § 2º Esses atos serão feitos na presença também de
eleitoral a retificação de seu título eleitoral ou de sua funcionários de estabelecimento especializado de
folha individual de votação, quando neles constar erro amparo e proteção de cegos, conhecedor do sistema
evidente, ou indicação de seção diferente daquela a que "Braille", que subscreverá, com o Escrivão ou funcionário
devesse corresponder a residência indicada no pedido de designado, o seguinte declaração a ser lançada no
inscrição ou transferência. modelo de requerimento; "Atestamos que a presente
fórmula bem como a folha individual de votação e vias
§ 5º O título eleitoral servirá de prova de que o eleitor do título foram subscritas pelo próprio, em nossa
está inscrito na seção em que deve votar. E, uma vez presença".
datado e assinado pelo presidente da mesa receptora,
servirá também de prova de haver o eleitor Art. 50. O juiz eleitoral providenciará para que se
votado. proceda ao alistamento nas próprias sedes dos
estabelecimentos de proteção aos cegos, marcando
Art. 47. As certidões de nascimento ou casamento, previamente, dia e hora para tal fim, podendo se
quando destinadas ao alistamento eleitoral, serão inscrever na zona eleitoral correspondente todos os
fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos pedidos cegos do município.
apresentados em cartório pelos alistandos ou delegados
de partido. § 1º Os eleitores inscritos em tais condições deverão ser
localizados em uma mesma seção da respectiva zona.
§1º Os cartórios de Registro Civil farão, ainda,
gratuitamente, o registro de nascimento visando ao § 2º Se no alistamento realizado pela forma prevista nos
fornecimento de certidão aos alistandos, desde que artigos anteriores, o número de eleitores não alcançar o
provem carência de recursos, ou aos Delegados de mínimo exigido, este se completará com a inclusão de
Partido, para fins eleitorais. outros ainda que não sejam cegos.

§ 2º Em cada Cartório de Registro Civil haverá um livro Art.51. (Revogado pela Lei nº 7.914, de 1989)
especial aberto e rubricado pelo Juiz Eleitoral, onde o
cidadão ou o delegado de partido deixará expresso o CAPÍTULO I
pedido de certidão para fins eleitorais, datando-
o.
DA SEGUNDA VIA

§ 3º O escrivão, dentro de quinze dias da data do pedido,


Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título,
concederá a certidão, ou justificará, perante o Juiz
requererá o eleitor ao juiz do seu domicílio eleitoral, até
Eleitoral por que deixa de fazê-lo.
10 (dez) dias antes da eleição, que lhe expeça segunda
via.
§ 4º A infração ao disposto neste artigo sujeitará o
escrivão às penas do Art. 293.
§ 1º O pedido de segunda via será apresentado em
cartório, pessoalmente, pelo eleitor, instruído o

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requerimento, no caso de inutilização ou dilaceração, § 1º A transferência só será admitida satisfeitas as


com a primeira via do título. seguintes exigências:

§ 2º No caso de perda ou extravio do título, o juiz, após I - entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo
receber o requerimento de segunda via, fará publicar, domicílio até 100 (cem) dias antes da data da eleição.
pelo prazo de 5 (cinco) dias, pela imprensa, onde houver,
ou por editais, a notícia do extravio ou perda e do II - transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição
requerimento de segunda via, deferindo o pedido, findo primitiva;
este prazo, se não houver impugnação.
III - residência mínima de 3 (três) meses no novo
Art. 53. Se o eleitor estiver fora do seu domicílio eleitoral domicílio, atestada pela autoridade policial ou provada
poderá requerer a segunda via ao juiz da zona em que se por outros meios convincentes.
encontrar, esclarecendo se vai recebê-la na sua zona ou
na em que requereu. § 2º O disposto nos nºs II e III, do parágrafo anterior, não
se aplica quando se tratar de transferência de título
§ 1º O requerimento, acompanhado de um novo título eleitoral de servidor público civil, militar, autárquico, ou
assinado pelo eleitor na presença do escrivão ou de de membro de sua família, por motivo de remoção ou
funcionário designado e de uma fotografia, será transferência.
encaminhado ao juiz da zona do eleitor.
Art. 56. No caso de perda ou extravio do título anterior
§ 2º Antes de processar o pedido, na forma prevista no declarado esse fato na petição de transferência, o juiz do
artigo anterior, o juiz determinará que se confira a novo domicílio, como ato preliminar, requisitará, por
assinatura constante do novo título com a da folha telegrama, a confirmação do alegado à Zona Eleitoral
individual de votação ou do requerimento de inscrição. onde o requerente se achava inscrito.

§ 3º Deferido o pedido, o título será enviado ao juiz da § 1º O Juiz do antigo domicílio, no prazo de 5 (cinco) dias,
Zona que remeteu o requerimento, caso o eleitor haja responderá por ofício ou telegrama, esclarecendo se o
solicitado essa providência, ou ficará em cartório interessado é realmente eleitor, se a inscrição está em
aguardando que o interessado o procure. vigor, e, ainda, qual o número e a data da inscrição
respectiva.
§ 4º O pedido de segunda-via formulado nos termos
deste artigo só poderá ser recebido até 60 (sessenta) dias § 2º A informação mencionada no parágrafo anterior,
antes do pleito. suprirá a falta do título extraviado, ou perdido, para o
efeito da transferência, devendo fazer parte integrante
Art. 54. O requerimento de segunda-via, em qualquer do processo.
das hipóteses, deverá ser assinado sobre selos federais,
correspondentes a 2% (dois por cento) do salário-mínimo Art. 57. O requerimento de transferência de domicílio
da zona eleitoral de inscrição. eleitoral será imediatamente publicado na imprensa
oficial na Capital, e em cartório nas demais localidades,
Parágrafo único. Somente será expedida segunda-via a podendo os interessados impugná-lo no prazo de dez
eleitor que estiver quite com a Justiça Eleitoral, exigindo- dias.
se, para o que foi multado e ainda não liquidou a dívida,
o prévio pagamento, através de selo federal inutilizado § 1º Certificado o cumprimento do disposto neste artigo
nos autos. o pedido deverá ser desde logo decidido, devendo o
despacho do juiz ser publicado pela mesma
CAPÍTULO II forma.

DA TRANSFERÊNCIA § 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral,


no prazo de 3 (três) dias, o eleitor que pediu a
Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao transferência, sendo-lhe a mesma negada, ou qualquer
eleitor requerer ao juiz do novo domicílio sua delegado de partido, quando o pedido for deferido.
transferência, juntando o título anterior.

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§ 3º Dentro de 5 (cinco) dias, o Tribunal Regional IV - se o eleitor havia assinado ficha de registro de
Eleitoral decidirá do recurso interposto nos termos do partido, comunicará ao juiz do novo domicílio e, ainda,
parágrafo anterior. ao Tribunal Regional, se a transferência foi concedida
para outro Estado.
§ 4º Só será expedido o novo título decorridos os prazos
previstos neste artigo e respectivos parágrafos. Art. 60. O eleitor transferido não poderá votar no novo
domicílio eleitoral em eleição suplementar à que tiver
Art. 58. Expedido o novo título o juiz comunicará a sido realizada antes de sua transferência.
transferência ao Tribunal Regional competente, no prazo
de 10 (dez) dias, enviando-lhe o título eleitoral, se Art. 61. Somente será concedida transferência ao eleitor
houver, ou documento a que se refere o § 1º do artigo que estiver quite com a Justiça Eleitoral.
56.
§ 1º Se o requerente não instruir o pedido de
§ 1º Na mesma data comunicará ao juiz da zona de transferência com o título anterior, o juiz do novo
origem a concessão da transferência e requisitará a domicílio, ao solicitar informação ao da zona de origem,
"folha individual de votação". indagará se o eleitor está quite com a Justiça Eleitoral, ou
não o estando, qual a importância da multa imposta e
§ 2º Na nova folha individual de votação ficará não paga.
consignado, na coluna destinada a "anotações", que a
inscrição foi obtida por transferência, e, de acordo com § 2º Instruído o pedido com o título, e verificado que o
os elementos constantes do título primitivo, qual o eleitor não votou em eleição anterior, o juiz do novo
ultimo pleito em que o eleitor transferido votou. Essa domicílio solicitará informações sobre o valor da multa
anotação constará também, de seu título. arbitrada na zona de origem, salvo se o eleitor não quiser
aguardar a resposta, hipótese em que pagará o máximo
§ 3º O processo de transferência só será arquivado após previsto.
o recebimento da folha individual de votação da Zona de
origem, que dele ficará constando, devidamente § 3º O pagamento da multa, em qualquer das hipóteses
inutilizada, mediante aposição de carimbo a tinta dos parágrafos anteriores, será comunicado ao juízo de
vermelha. origem para as necessárias anotações.

§ 4º No caso de transferência de município ou distrito CAPÍTULO III


dentro da mesma zona, deferido o pedido, o juiz
determinará a transposição da folha individual de DOS PREPARADORES
votação para a pasta correspondente ao novo domicílio,
a anotação de mudança no título eleitoral e comunicará Art.62. (Revogado pela Lei nº 8.868, de 1994)
ao Tribunal Regional para a necessária averbação na
ficha do eleitor.
Art.63. (Revogado pela Lei nº 8.868, de 1994)

Art. 59. Na Zona de origem, recebida do juiz do novo


Art.64. (Revogado pela Lei nº 8.868, de 1994)
domicílio a comunicação de transferência, o juiz tomará
as seguintes providencias:
Art.65. (Revogado pela Lei nº 8.868, de 1994)
I - determinará o cancelamento da inscrição do
CAPÍTULO IV
transferido e a remessa dentro de três dias, da folha
individual de votação ao juiz requisitante;
DOS DELEGADOS DE PARTIDO PERANTE O
ALISTAMENTO
II - ordenará a retirada do fichário da segunda parte do
título;
Art. 66. É licito aos partidos políticos, por seus delegados:
III - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional a
que estiver subordinado, que fará a devida anotação na I - acompanhar os processos de inscrição;
ficha de seus arquivos;

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II - promover a exclusão de qualquer eleitor inscrito definitivamente ultimados e o número dos respectivos
ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja exclusão títulos eleitorais.
esteja sendo promovida;
§ 2º O despacho de pedido de inscrição, transferência,
III - examinar, sem perturbação do serviço e em presença ou segunda via, proferido após esgotado o prazo legal,
dos servidores designados, os documentos relativos ao sujeita o juiz eleitoral às penas do Art. 291.
alistamento eleitoral, podendo deles tirar cópias ou
fotocópias. Art. 69. Os títulos eleitorais resultantes dos pedidos de
inscrição ou de transferência serão entregues até 30
§ 1º Perante o juízo eleitoral, cada partido poderá (trinta) dias antes da eleição.
nomear 3 (três) delegados.
Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue ao
§ 2º Perante os preparadores, cada partido poderá eleitor até a véspera do pleito.
nomear até 2 (dois) delegados, que assistam e fiscalizem
os seus atos. Art. 70. O alistamento reabrir-se-á em cada zona, logo
que estejam concluídos os trabalhos da sua junta
§ 3º Os delegados a que se refere este artigo serão eleitoral.
registrados perante os juízes eleitorais, a requerimento
do presidente do Diretório Municipal. TÍTULO II

§ 4º O delegado credenciado junto ao Tribunal Regional DO CANCELAMENTO E DA EXCLUSÃO


Eleitoral poderá representar o partido junto a qualquer
juízo ou preparador do Estado, assim como o delegado Art. 71. São causas de cancelamento:
credenciado perante o Tribunal Superior Eleitoral poderá
representar o partido perante qualquer Tribunal
I - a infração dos artigos. 5º e 42;
Regional, juízo ou preparador.
II - a suspensão ou perda dos direitos políticos;
CAPÍTULO V
III - a pluralidade de inscrição;
DO ENCERRAMENTO DO ALISTAMENTO
IV - o falecimento do eleitor;
Art. 67. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou
de transferência será recebido dentro dos 100 (cem) dias
anteriores à data da eleição. V - deixar de votar em 3 (três) eleições
consecutivas.
Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às 14
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas
(quatorze) horas do 69 (sexagésimo nono) dia anterior à
neste artigo acarretará a exclusão do eleitor, que poderá
eleição, o juiz eleitoral declarará encerrada a inscrição de
ser promovida ex ofício , a requerimento de delegado de
eleitores na respectiva zona e proclamará o número dos
partido ou de qualquer eleitor.
inscritos até as 18 (dezoito) horas do dia anterior, o que
comunicará incontinente ao Tribunal Regional Eleitoral,
por telegrama, e fará público em edital, imediatamente § 2º No caso de ser algum cidadão maior de 18 (dezoito)
afixado no lugar próprio do juízo e divulgado pela anos privado temporária ou definitivamente dos direitos
imprensa, onde houver, declarando nele o nome do políticos, a autoridade que impuser essa pena
último eleitor inscrito e o número do respectivo título, providenciará para que o fato seja comunicado ao juiz
fornecendo aos diretórios municipais dos partidos cópia eleitoral ou ao Tribunal Regional da circunscrição em que
autêntica desse edital. residir o réu.

§ 1º Na mesma data será encerrada a transferência de § 3º Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do Art. 293,
eleitores, devendo constar do telegrama do juiz eleitoral enviarão, até o dia 15 (quinze) de cada mês, ao juiz
ao Tribunal Regional Eleitoral, do edital e da cópia deste eleitoral da zona em que oficiarem, comunicação dos
fornecida aos diretórios municipais dos partidos e da óbitos de cidadãos alistáveis, ocorridos no mês anterior,
publicação da imprensa, os nomes dos 10 (dez) últimos para cancelamento das inscrições.
eleitores, cujos processos de transferência estejam

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§ 4º Quando houver denúncia fundamentada de fraude I - mandará autuar a petição ou representação com os
no alistamento de uma zona ou município, o Tribunal documentos que a instruírem:
Regional poderá determinar a realização de correição e,
provada a fraude em proporção comprometedora, II - fará publicar edital com prazo de 10 (dez) dias para
ordenará a revisão do eleitorado obedecidas as ciência dos interessados, que poderão contestar dentro
Instruções do Tribunal Superior e as recomendações que, de 5 (cinco) dias;
subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de ofício
das inscrições correspondentes aos títulos que não forem III - concederá dilação probatória de 5 (cinco) a 10 (dez)
apresentados à revisão. dias, se requerida;

Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode o IV - decidirá no prazo de 5 (cinco) dias.
eleitor votar validamente.
Art. 78. Determinado, por sentença, o cancelamento, o
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as cartório tomará as seguintes providências:
quais hajam sido interpostos recursos das decisões que
as deferiram, desde que tais recursos venham a ser
I - retirará, da respectiva pasta, a folha de votação,
providos pelo Tribunal Regional ou Tribunal Superior,
registrará a ocorrência no local próprio para
serão nulos os votos se o seu número fôr suficiente para
"Anotações"e juntá-la-á ao processo de cancelamento;
alterar qualquer representação partidária ou
classificação de candidato eleito pelo princípio
majoritário. II - registrará a ocorrência na coluna de "observações" do
livro de inscrição;
Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo
III - excluirá dos fichários as respectivas fichas,
interessado, por outro eleitor ou por delegado de
colecionando-as à parte;
partido.

IV - anotará, de forma sistemática, os claros abertos na


Art. 74. A exclusão será mandada processar "ex ofício"
pasta de votação para o oportuno preenchimento dos
pelo juiz eleitoral, sempre que tiver conhecimento de
mesmos;
alguma das causas do cancelamento.

V - comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional


Art. 75. O Tribunal Regional, tomando conhecimento
para anotação no seu fichário.
através de seu fichário, da inscrição do mesmo eleitor em
mais de uma zona sob sua jurisdição, comunicará o fato
ao juiz competente para o cancelamento, que de Art. 79. No caso de exclusão por falecimento, tratando-se
preferência deverá recair: de caso notório, serão dispensadas as formalidades
previstas nos nºs. II e III do artigo 77.
I - na inscrição que não corresponda ao domicílio
eleitoral; Art. 80. Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso no
prazo de 3 (três) dias, para o Tribunal Regional,
interposto pelo excluído ou por delegado de partido.
II - naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;

Art. 81. Cessada a causa do cancelamento, poderá o


III - naquela cujo título não haja sido utilizado para o
exercício do voto na última eleição; interessado requerer novamente a sua qualificação e
inscrição.
IV - na mais antiga.
PARTE QUARTA
Art. 76. Qualquer irregularidade determinante de
DAS ELEIÇÕES
exclusão será comunicada por escrito e por iniciativa de
qualquer interessado ao juiz eleitoral, que observará o
processo estabelecido no artigo seguinte. TÍTULO I

Art. 77. O juiz eleitoral processará a exclusão pela forma DO SISTEMA ELEITORAL
seguinte:

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Art. 82. O sufrágio e universal e direto; o voto, II - nos Tribunais Regionais Eleitorais os candidatos a
obrigatório e secreto. senador, deputado federal, governador e vice-
governador e deputado estadual;
Art. 83. Na eleição de presidente e vice-presidente da
República, governadores e vice-governadores dos III - nos Juízos Eleitorais os candidatos a vereador,
Estados, senadores federais e seus suplentes, deputado prefeito e vice-prefeito e juiz de paz.
federal nos Territórios, prefeitos municipais e vice-
prefeitos e juízes de paz, prevalecerá o princípio Art. 90. Somente poderão inscrever candidatos os
majoritário. partidos que possuam diretório devidamente registrado
na circunscrição em que se realizar a eleição.
Art. 83. Na eleição direta para o Senado Federal, para
Prefeito e Vice-Prefeito, adotar-se-á o princípio Art. 91. O registro de candidatos a presidente e vice-
majoritário. presidente, governador e vice-governador, ou prefeito e
vice-prefeito, far-se-á sempre em chapa única e
Art. 84. A eleição para a Câmara dos Deputados, indivisível, ainda que resulte a indicação de aliança de
Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais, partidos.
obedecerá ao princípio da representação proporcional na
forma desta lei. § 1º O registro de candidatos a senador far-se-á com o
do suplente partidário.
Art. 85. A eleição para deputados federais, senadores e
suplentes, presidente e vice-presidente da República, § 2º Nos Territórios far-se-á o registro do candidato a
governadores, vice-governadores e deputados estaduais deputado com o do suplente.
far-se-á, simultaneamente, em todo o País.
Art.92. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 30.9.1997)
Art. 86. Nas eleições presidenciais, a circunscrição serão
País; nas eleições federais e estaduais, o Estado; e nas Art. 93. O prazo de entrada em cartório ou na Secretaria
municipais, o respectivo município. do Tribunal, conforme o caso, de requerimento de
registro de candidato a cargo eletivo terminará,
CAPÍTULO I improrrogavelmente, às dezenove horas do dia 15 de
agosto do ano em que se realizarem as
DO REGISTRO DOS CANDIDATOS eleições.

Art. 87. Somente podem concorrer às eleições § 1o Até vinte dias antes da data das eleições, todos os
candidatos registrados por partidos. requerimentos, inclusive os que tiverem sido
impugnados, devem estar julgados pelas instâncias
Parágrafo único. Nenhum registro será admitido fora do ordinárias, e publicadas as decisões a eles
período de 6 (seis) meses antes da eleição. relativas.

Art. 88. Não é permitido registro de candidato embora § 2o As convenções partidárias para a escolha dos
para cargos diferentes, por mais de uma circunscrição ou candidatos serão realizadas, no máximo, até 5 de agosto
para mais de um cargo na mesma circunscrição. do ano em que se realizarem as eleições.

Parágrafo único. Nas eleições realizadas pelo sistema § 3º Nesse caso, se se tratar de eleição municipal, o juiz
proporcional o candidato deverá ser filiado ao partido, eleitoral deverá apresentar a sentença no prazo de 2
na circunscrição em que concorrer, pelo tempo que fôr (dois) dias, podendo o recorrente, nos 2 (dois) dias
fixado nos respectivos estatutos. seguintes, aditar as razões do recurso; no caso de
registro feito perante o Tribunal, se o relator não
Art. 89. Serão registrados: apresentar o acórdão no prazo de 2 (dois) dias, será
designado outro relator, na ordem da votação, o qual
deverá lavrar o acórdão do prazo de 3 (três) dias,
I - no Tribunal Superior Eleitoral os candidatos a
podendo o recorrente, nesse mesmo prazo, aditar as
presidente e vice-presidente da República;
suas razões.

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Art. 94.O registro pode ser promovido por delegado de § 1º O edital será publicado na Imprensa Oficial, nas
partido, autorizado em documento autêntico, inclusive capitais, e afixado em cartório, no local de costume, nas
telegrama de quem responda pela direção partidária e demais zonas.
sempre com assinatura reconhecida por tabelião.
§ 2º Do pedido de registro caberá, no prazo de 2 (dois)
§ 1º O requerimento de registro deverá ser instruído: dias, a contar da publicação ou afixação do edital,
impugnação articulada por parte de candidato ou de
I - com a cópia autêntica da ata da convenção que partido político.
houver feito a escolha do candidato, a qual deverá ser
conferida com o original na Secretaria do Tribunal ou no § 3º Poderá, também, qualquer eleitor, com fundamento
cartório eleitoral; em inelegibilidade ou incompatibilidade do candidato ou
na incidência deste no artigo 96 impugnar o pedido de
II - com autorização do candidato, em documento com a registro, dentro do mesmo prazo, oferecendo prova do
assinatura reconhecida por tabelião; alegado.

III - com certidão fornecida pelo cartório eleitoral da zona § 4º Havendo impugnação, o partido requerente do
de inscrição, em que conste que o registrando é eleitor; registro terá vista dos autos, por 2 (dois) dias, para falar
sobre a mesma, feita a respectiva intimação na forma do
IV - com prova de filiação partidária, salvo para os § 1º.
candidatos a presidente e vice-presidente, senador e
respectivo suplente, governador e vice-governador, Art. 98. Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas as
prefeito e vice-prefeito; seguintes condições:

V - com fôlha-corrida fornecida pelos cartórios I - o militar que tiver menos de 5 (cinco) anos de serviço,
competentes, para que se verifique se o candidato está será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço
no gozo dos direitos políticos (Art. 132, III, e 135 da ativo;
Constituição Federal); (Redação dada pela Lei
nº 4.961, de 4.5.1966) II - o militar em atividade com 5 (cinco) ou mais anos de
serviço ao se candidatar a cargo eletivo, será afastado,
VI - com declaração de bens, de que constem a temporariamente, do serviço ativo, como agregado, para
origem e as mutações patrimoniais. tratar de interesse particular;

§ 2º A autorização do candidato pode ser dirigida III - o militar não excluído e que vier a ser eleito será, no
diretamente ao órgão ou juiz competente para o ato da diplomação, transferido para a reserva ou
registro. reformado.

Art. 95. O candidato poderá ser registrado sem o Parágrafo único. O Juízo ou Tribunal que deferir o
prenome, ou com o nome abreviado, desde que a registro de militar candidato a cargo eletivo comunicará
supressão não estabeleça dúvida quanto à sua imediatamente a decisão à autoridade a que o mesmo
identidade. estiver subordinado, cabendo igual obrigação ao partido,
quando lançar a candidatura.
Art. 96. Será negado o registro a candidato que, pública
ou ostensivamente faça parte, ou seja adepto de partido Art. 99. Nas eleições majoritárias poderá qualquer
político cujo registro tenha sido cassado com partido registrar na mesma circunscrição candidato já
fundamento no artigo 141, § 13, da Constituição Federal. por outro registrado, desde que o outro partido e o
candidato o consintam por escrito até 10 (dez) dias antes
Art. 97. Protocolado o requerimento de registro, o da eleição, observadas as formalidades do Art. 94.
presidente do Tribunal ou o juiz eleitoral, no caso de
eleição municipal ou distrital, fará publicar Parágrafo único. A falta de consentimento expresso
imediatamente edital para ciência dos interessados. acarretará a anulação do registro promovido, podendo o
partido prejudicado requerê-la ou recorrer da resolução
que ordenar o registro.

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Art. 100. Nas eleições realizadas pelo sistema § 2º Nas eleições majoritárias, se o candidato vier a
proporcional, o Tribunal Superior Eleitoral, até 6 (seis) falecer ou renunciar dentro do período de 60 (sessenta)
meses antes do pleito, reservará para cada Partido, por dias mencionados no parágrafo anterior, o partido
sorteio, em sessão realizada com a presença dos poderá substituí-lo; se o registro do novo candidato
Delegados de Partido, uma série de números a partir de estiver deferido até 30 (trinta) dias antes do pleito serão
100 (cem). utilizadas as já impressas, computando-se para o novo
candidato os votos dados ao anteriormente registrado.
§ 1º A sessão a que se refere o caput deste artigo será
anunciada aos Partidos com antecedência mínima de 5 §3º Considerar-se-á nulo o voto dado ao candidato que
(cinco) dias. haja pedido o cancelamento de sua inscrição salvo na
hipótese prevista no parágrafo anterior, in fine.
§ 2º As convenções partidárias para escolha dos
candidatos sortearão, por sua vez, em cada Estado e § 4º Nas eleições proporcionais, ocorrendo a hipótese
município, os números que devam corresponder a cada prevista neste artigo, ao substituto será atribuído o
candidato. número anteriormente dado ao candidato cujo registro
foi cancelado.
§ 3º Nas eleições para Deputado Federal, se o número de
Partidos não for superior a 9 (nove), a cada um § 5º Em caso de morte, renúncia, inelegibilidade e
corresponderá obrigatoriamente uma centena, devendo preenchimento de vagas existentes nas respectivas
a numeração dos candidatos ser sorteada a partir da chapas, tanto em eleições proporcionais quanto
unidade, para que ao primeiro candidato do primeiro majoritárias, as substituições e indicações se processarão
Partido corresponda o número 101 (cento e um), ao do pelas Comissões Executivas.
segundo Partido 201 (duzentos e um), e assim
sucessivamente. Art. 102. Os registros efetuados pelo Tribunal Superior
serão imediatamente comunicados aos Tribunais
§ 4º Concorrendo 10 (dez) ou mais Partidos, a cada um Regionais e por estes aos juízes eleitorais.
corresponderá uma centena a partir de 1.101 (um mil
cento e um), de maneira que a todos os candidatos CAPÍTULO II
sejam atribuídos sempre 4 (quatro) algarismos,
suprimindo-se a numeração correspondente à série DO VOTO SECRETO
2.001 (dois mil e um) a 2.100 (dois mil e cem), para
reiniciá-la em 2.101 (dois mil cento e um), a partir do
Art. 103. O sigilo do voto é assegurado mediante as
décimo Partido.
seguintes providências:

§ 5º Na mesma sessão, o Tribunal Superior Eleitoral


I - uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de acordo
sorteará as séries correspondentes aos Deputados
com modelo aprovado pelo Tribunal Superior;
Estaduais e Vereadores, observando, no que couber, as
normas constantes dos parágrafos anteriores, e de
II - isolamento do eleitor em cabine indevassável para o
maneira que a todos os candidatos sejam atribuídos
sempre número de 4 (quatro) algarismos. só efeito de assinalar na cédula o candidato de sua
escolha e, em seguida, fechá-la;
Art. 101. Pode qualquer candidato requerer, em petição
III - verificação da autenticidade da cédula oficial à vista
com firma reconhecida, o cancelamento do registro do
das rubricas;
seu nome.

IV - emprego de urna que assegure a inviolabilidade do


§1º Desse fato, o presidente do Tribunal ou o juiz,
sufrágio e seja suficientemente ampla para que não se
conforme o caso, dará ciência imediata ao partido que
acumulem as cédulas na ordem que forem introduzidas.
tenha feito a inscrição, ao qual ficará ressalvado o direito
de substituir por outro o nome cancelado, observadas
todas as formalidades exigidas para o registro e desde CAPÍTULO III
que o novo pedido seja apresentado até 60 (sessenta)
dias antes do pleito. DA CÉDULA OFICIAL

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Art. 104. As cédulas oficiais serão confeccionadas e § 1º - A deliberação sobre coligação caberá à Convenção
distribuídas exclusivamente pela Justiça Eleitoral, Regional de cada Partido, quando se tratar de eleição
devendo ser impressas em papel branco, opaco e pouco para a Câmara dos Deputados e Assembléias Legislativas,
absorvente. A impressão será em tinta preta, com tipos e à Convenção Municipal, quando se tratar de eleição
uniformes de letra. para a Câmara de Vereadores, e será aprovada mediante
a votação favorável da maioria, presentes 2/3 (dois
§ 1º Os nomes dos candidatos para as eleições terços) dos convencionais, estabelecendo-se, na mesma
majoritárias devem figurar na ordem determinada por oportunidade, o número de candidatos que caberá a
sorteio. cada Partido.

§ 2º O sorteio será realizado após o deferimento do § 2º - Cada Partido indicará em Convenção os seus
último pedido de registro, em audiência presidida pelo candidatos e o registro será promovido em conjunto pela
juiz ou presidente do Tribunal, na presença dos Coligação.
candidatos e delegados de partido.
Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se
§ 3º A realização da audiência será anunciada com 3 o número de votos válidos apurados pelo de lugares a
(três) dias de antecedência, no mesmo dia em que for preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a
deferido o último pedido de registro, devendo os fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se
delegados de partido ser intimados por ofício sob superior.
protocolo.
Art. 107 - Determina-se para cada Partido ou coligação o
§ 4º Havendo substituição de candidatos após o sorteio, quociente partidário, dividindo-se pelo quociente
o nome do novo candidato deverá figurar na cédula na eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma
seguinte ordem: legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração.

I - se forem apenas 2 (dois), em último lugar; Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados
por um partido ou coligação que tenham obtido votos
II - se forem 3 (três), em segundo lugar; em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do
quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo
quociente partidário indicar, na ordem da votação
III - se forem mais de 3 (três), em penúltimo lugar;
nominal que cada um tenha recebido.
IV - se permanecer apenas 1 (um) candidato e forem
Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em razão
substituídos 2 (dois) ou mais, aquele ficará em primeiro
da exigência de votação nominal mínima a que se refere
lugar, sendo realizado novo sorteio em relação aos
o caput serão distribuídos de acordo com as regras do
demais.
art. 109.
§ 5º Para as eleições realizadas pelo sistema
Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação
proporcional a cédula conterá espaço para que o eleitor
dos quocientes partidários e em razão da exigência de
escreva o nome ou o número do candidato de sua
votação nominal mínima a que se refere o art. 108 serão
preferência e indique a sigla do partido.
distribuídos de acordo com as seguintes regras:
§ 6º As cédulas oficiais serão confeccionadas de maneira
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a
tal que, dobradas, resguardem o sigilo do voto, sem que
cada partido ou coligação pelo número de lugares
seja necessário o emprego de cola para fechá-las.
definido para o partido pelo cálculo do quociente
partidário do art. 107, mais um, cabendo ao partido ou
CAPÍTULO IV
coligação que apresentar a maior média um dos lugares a
preencher, desde que tenha candidato que atenda à
DA REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL exigência de votação nominal mínima;

Art. 105 - Fica facultado a 2 (dois) ou mais Partidos II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a
coligarem-se para o registro de candidatos comuns a preencher;
deputado federal, deputado estadual e
vereador.

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III - quando não houver mais partidos ou coligações com Art. 115. O s juízes eleitorais, sob pena de
candidatos que atendam às duas exigências do inciso I, as responsabilidade comunicarão ao Tribunal Regional, até
cadeiras serão distribuídas aos partidos que apresentem 30 (trinta) dias antes de cada eleição, o número de
as maiores médias. eleitores alistados.

§ 1o O preenchimento dos lugares com que cada partido Art. 116. A Justiça Eleitoral fará ampla divulgação através
ou coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem dos comunicados transmitidos em obediência ao
de votação recebida por seus candidatos. disposto no Art. 250 § 5º pelo rádio e televisão, bem
assim por meio de cartazes afixados em lugares públicos,
§ 2o Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos dos nomes dos candidatos registrados, com indicação do
os partidos e coligações que participaram do pleito. partido a que pertençam, bem como do número sob que
foram inscritos, no caso dos candidatos a deputado e a
Art. 110. Em caso de empate, haver-se-á por eleito o vereador.
candidato mais idoso.
CAPÍTULO I
Art. 111 - Se nenhum Partido ou coligação alcançar o
quociente eleitoral, considerar-se-ão eleitos, até serem DAS SEÇÕES ELEITORAIS
preenchidos todos os lugares, os candidatos mais
votados. Art. 117. As seções eleitorais, organizadas à medida em
que forem sendo deferidos os pedidos de inscrição, não
Art.112. Considerar-se-ão suplentes da representação terão mais de 400 (quatrocentos) eleitores nas capitais e
partidária: de 300 (trezentos) nas demais localidades, nem menos
de 50 (cinqüenta) eleitores.
I - os mais votados sob a mesma legenda e não eleitos
efetivos das listas dos respectivos partidos; § 1º Em casos excepcionais, devidamente justificados, o
Tribunal Regional poderá autorizar que sejam
II - em caso de empate na votação, na ordem ultrapassados os índices previstos neste artigo desde que
decrescente da idade. essa providência venha facilitar o exercício do voto,
aproximando o eleitor do local designado para a votação.
Parágrafo único. Na definição dos suplentes da
representação partidária, não há exigência de votação § 2º Se em seção destinada aos cegos, o número de
nominal mínima prevista pelo art. 108. eleitores não alcançar o mínimo exigido este se
completará com outros, ainda que não sejam cegos.
Art. 113. Na ocorrência de vaga, não havendo suplente
para preenchê-la, far-se-á eleição, salvo se faltarem Art. 118. Os juízes eleitorais organizarão relação de
menos de nove meses para findar o período de mandato. eleitores de cada seção a qual será remetida aos
presidentes das mesas receptoras para facilitação do
processo de votação.
TÍTULO II

CAPÍTULO II
DOS ATOS PREPARATÓRIOS DA VOTAÇÃO

DAS MESAS RECEPTORAS


Art. 114. Até 70 (setenta) dias antes da data marcada
para a eleição, todos os que requererem inscrição como
eleitor, ou transferência, já devem estar devidamente Art. 119. A cada seção eleitoral corresponde uma mesa
qualificados e os respectivos títulos prontos para a receptora de votos.
entrega, se deferidos pelo juiz eleitoral.
Art. 120. Constituem a mesa receptora um presidente,
Parágrafo único. Será punido nos termos do art. 293 o um primeiro e um segundo mesários, dois secretários e
juiz eleitoral, o escrivão eleitoral, o preparador ou o um suplente, nomeados pelo juiz eleitoral sessenta dias
funcionário responsável pela transgressão do antes da eleição, em audiência pública, anunciado pelo
preceituado neste artigo ou pela não entrega do título menos com cinco dias de antecedência.
pronto ao eleitor que o procurar.
§ 1º Não podem ser nomeados presidentes e mesários:

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I - os candidatos e seus parentes ainda que por afinidade, § 3º O partido que não houver reclamado contra a
até o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônjuge; composição da mesa não poderá argüir sob esse
fundamento, a nulidade da seção respectiva.
II - os membros de diretórios de partidos desde que
exerça função executiva; Art. 122. Os juízes deverão instruir os mesários sobre o
processo da eleição, em reuniões para esse fim
III - as autoridades e agentes policiais, bem como os convocadas com a necessária antecedência.
funcionários no desempenho de cargos de confiança do
Executivo; Art. 123. Os mesários substituirão o presidente, de modo
que haja sempre quem responda pessoalmente pela
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral. ordem e regularidade do processo eleitoral, e assinarão a
ata da eleição.
§ 2º Os mesários serão nomeados, de preferência entre
os eleitores da própria seção, e, dentre estes, os § 1º O presidente deve estar presente ao ato de abertura
diplomados em escola superior, os professores e os e de encerramento da eleição, salvo força maior,
serventuários da Justiça. comunicando o impedimento aos mesários e secretários
pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes da abertura
§ 3º O juiz eleitoral mandará publicar no jornal oficial, dos trabalhos, ou imediatamente, se o impedimento se
onde houver, e, não havendo, em cartório, as nomeações der dentro desse prazo ou no curso da eleição.
que tiver feito, e intimará os mesários através dessa
publicação, para constituírem as mesas no dia e lugares § 2º Não comparecendo o presidente até as sete horas e
designados, às 7 horas. trinta minutos, assumirá a presidência o primeiro
mesário e, na sua falta ou impedimento, o segundo
§ 4º Os motivos justos que tiverem os nomeados para mesário, um dos secretários ou o suplente.
recusar a nomeação, e que ficarão a livre apreciação do
juiz eleitoral, somente poderão ser alegados até 5 (cinco) § 3º Poderá o presidente, ou membro da mesa que
dias a contar da nomeação, salvo se sobrevindos depois assumir a presidência, nomear ad hoc, dentre os
desse prazo. eleitores presentes e obedecidas as prescrições do § 1º,
do Art. 120, os que forem necessários para completar a
§ 5º Os nomeados que não declararem a existência de mesa.
qualquer dos impedimentos referidos no § 1º incorrem
na pena estabelecida pelo Art. 310. Art. 124. O membro da mesa receptora que não
comparecer no local, em dia e hora determinados para a
Art. 121. Da nomeação da mesa receptora qualquer realização de eleição, sem justa causa apresentada ao
partido poderá reclamar ao juiz eleitoral, no prazo de 2 juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após, incorrerá na multa
(dois) dias, a contar da audiência, devendo a decisão ser de 50% (cinqüenta por cento) a 1 (um) salário-mínimo
proferida em igual prazo. vigente na zona eleitoral cobrada mediante selo federal
inutilizado no requerimento em que for solicitado o
arbitramento ou através de executivo fiscal.
§ 1º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o
Tribunal Regional, interposto dentro de 3 (três) dias,
devendo, dentro de igual prazo, ser resolvido. § 1º Se o arbitramento e pagamento da multa não for
requerido pelo mesário faltoso, a multa será arbitrada e
cobrada na forma prevista no artigo 367.
§ 2º Se o vício da constituição da mesa resultar da
incompatibilidade prevista no nº I, do § 1º, do Art. 120, e
o registro do candidato for posterior à nomeação do § 2º Se o faltoso for servidor público ou autárquico, a
mesário, o prazo para reclamação será contado da pena será de suspensão até 15 (quinze) dias.
publicação dos nomes dos candidatos registrados. Se
resultar de qualquer das proibições dos nºs II, III e IV, e § 3º As penas previstas neste artigo serão aplicadas em
em virtude de fato superveniente, o prazo se contará do dobro se a mesa receptora deixar de funcionar por culpa
ato da nomeação ou eleição. dos faltosos.

§ 4º Será também aplicada em dobro observado o


disposto nos §§ 1º e 2º, a pena ao membro da mesa que
abandonar os trabalhos no decurso da votação sem justa

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causa apresentada ao juiz até 3 (três) dias após a VII - assinar as fórmulas de observações dos fiscais ou
ocorrência. delegados de partido, sobre as votações;

Art. 125. Não se reunindo, por qualquer motivo, a mesa VIII - fiscalizar a distribuição das senhas e, verificando
receptora, poderão os eleitores pertencentes à que não estão sendo distribuídas segundo a sua ordem
respectiva seção votar na seção mais próxima, sob a numérica, recolher as de numeração intercalada, acaso
jurisdição do mesmo juiz, recolhendo-se os seus votos à retidas, as quais não se poderão mais distribuir.
urna da seção em que deveriam votar, a qual será
transportada para aquela em que tiverem de votar. IX - anotar o não comparecimento do eleitor no verso da
folha individual de votação.
§ 1º As assinaturas dos eleitores serão recolhidas nas
folhas de votação da seção a que pertencerem, as quais, Art. 128. Compete aos secretários:
juntamente com as cédulas oficiais e o material restante,
acompanharão a urna. I - distribuir aos eleitores as senhas de entrada
previamente rubricadas ou carimbadas segundo a
§ 2º O transporte da urna e dos documentos da seção respectiva ordem numérica;
será providenciado pelo presidente da mesa, mesário ou
secretário que comparecer, ou pelo próprio juiz, ou II - lavrar a ata da eleição;
pessoa que ele designar para esse fim, acompanhando-a
os fiscais que o desejarem.
III - cumprir as demais obrigações que lhes forem
atribuídas em instruções.
Art. 126. Se no dia designado para o pleito deixarem de
se reunir todas as mesas de um município, o presidente
Parágrafo único. As atribuições mencionadas no n.º 1
do Tribunal Regional determinará dia para se realizar o
serão exercidas por um dos secretários e os constantes
mesmo, instaurando-se inquérito para a apuração das
dos nºs. II e III pelo outro.
causas da irregularidade e punição dos responsáveis.
Art. 129. Nas eleições proporcionais os presidentes das
Parágrafo único. Essa eleição deverá ser marcada dentro
mesas receptoras deverão zelar pela preservação das
de 15 (quinze) dias, pelo menos, para se realizar no prazo
listas de candidatos afixadas dentro das cabinas
máximo de 30 (trinta) dias.
indevassáveis tomando imediatas providências para a
colocação de nova lista no caso de inutilizarão total ou
Art. 127. Compete ao presidente da mesa receptora, e, parcial.
em sua falta, a quem o substituir:
Parágrafo único. O eleitor que inutilizar ou arrebatar as
I - receber os votos dos eleitores; listas afixadas nas cabinas indevassáveis ou nos edifícios
onde funcionarem mesas receptoras, incorrerá nas penas
II - decidir imediatamente todas as dificuldades ou do artigo 297.
dúvidas que ocorrerem;
Art. 130. Nos estabelecimentos de internação coletiva de
III - manter a ordem, para o que disporá de força pública hansenianos os membros das mesas receptoras serão
necessária; escolhidos de preferência entre os médicos e
funcionários sadios do próprio estabelecimento.
IV - comunicar ao juiz eleitoral, que providenciará
imediatamente as ocorrências cuja solução deste CAPÍTULO III
dependerem;
DA FISCALIZAÇÃO PERANTE AS MESAS RECEPTORAS
V - remeter à Junta Eleitoral todos os papéis que tiverem
sido utilizados durante a recepção dos votos; Art. 131. Cada partido poderá nomear 2 (dois) delegados
em cada município e 2 (dois) fiscais junto a cada mesa
VI - autenticar, com a sua rubrica, as cédulas oficiais e receptora, funcionando um de cada vez.
numerá-las nos termos das Instruções do Tribunal
Superior Eleitoral;

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§ 1º Quando o município abranger mais de uma zona II - relações dos partidos e dos candidatos registrados, as
eleitoral cada partido poderá nomear 2 (dois) delegados quais deverão ser afixadas no recinto das seções
junto a cada uma delas. eleitorais em lugar visível, e dentro das cabinas
indevassáveis as relações de candidatos a eleições
§ 2º A escolha de fiscal e delegado de partido não poderá proporcionais;
recair em quem, por nomeação do juiz eleitoral, já faça
parte da mesa receptora. III - as folhas individuais de votação dos eleitores da
seção, devidamente acondicionadas;
§ 3º As credenciais expedidas pelos partidos, para os
fiscais, deverão ser visadas pelo juiz eleitoral. IV - uma folha de votação para os eleitores de outras
seções, devidamente rubricada;
§ 4º Para esse fim, o delegado do partido encaminhará as
credenciais ao Cartório, juntamente com os títulos V - uma urna vazia, vedada pelo juiz eleitoral, com tiras
eleitorais dos fiscais credenciados, para que, verificado de papel ou pano forte;
pelo escrivão que as inscrições correspondentes as
títulos estão em vigor e se referem aos nomeados, VI - sobrecartas maiores para os votos impugnados ou
carimbe as credenciais e as apresente ao juiz para o sobre os quais haja dúvida;
visto.
VII - cédulas oficiais;
§ 5º As credenciais que não forem encaminhadas ao
Cartório pelos delegados de partido, para os fins do VIII - sobrecartas especiais para remessa à Junta Eleitoral
parágrafo anterior, poderão ser apresentadas pelos dos documentos relativos à eleição;
próprios fiscais para a obtenção do visto do juiz eleitoral.
IX - senhas para serem distribuídas aos eleitores;
§ 6º Se a credencial apresentada ao presidente da mesa
receptora não estiver autenticada na forma do § 4º, o
fiscal poderá funcionar perante a mesa, mas o seu voto
X - tinta, canetas, penas, lápis e papel, necessários aos
não será admitido, a não ser na seção em que o seu
trabalhos;
nome estiver incluído.
XI - folhas apropriadas para impugnação e folhas para
§ 7º O fiscal de cada partido poderá ser substituído por
observação de fiscais de partidos;
outro no curso dos trabalhos eleitorais.
XII - modelo da ata a ser lavrada pela mesa
Art. 132. Pelas mesas receptoras serão admitidos a
receptora;
fiscalizar a votação, formular protestos e fazer
impugnações, inclusive sobre a identidade do eleitor, os
XIII - material necessário para vedar, após a votação, a
candidatos registrados, os delegados e os fiscais dos
fenda da urna;
partidos.

XIV - um exemplar das Instruções do Tribunal Superior


TÍTULO III
Eleitoral;
DO MATERIAL PARA A VOTAÇÃO
XV - material necessário à contagem dos votos quando
autorizada;
Art. 133. Os juízes eleitorais enviarão ao presidente de
cada mesa receptora, pelo menos 72 (setenta e duas)
horas antes da eleição, o seguinte material. XVI - outro qualquer material que o Tribunal Regional
julgue necessário ao regular funcionamento da mesa.
I - relação dos eleitores da seção que poderá ser
§ 1º O material de que trata este artigo deverá ser
dispensada, no todo ou em parte, pelo respectivo
remetido por protocolo ou pelo correio acompanhado de
Tribunal Regional Eleitoral em decisão fundamentada e
aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral. uma relação ao pé da qual o destinatário declarará o que
recebeu e como o recebeu, e aporá sua assinatura.

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§ 2º Os presidentes da mesa que não tiverem recebido § 6º Os Tribunais Regionais, nas capitais, e os juízes
até 48 (quarenta e oito) horas antes do pleito o referido eleitorais, nas demais zonas, farão ampla divulgação da
material deverão diligenciar para o seu recebimento. localização das seções.

§ 3º O juiz eleitoral, em dia e hora previamente § 6o-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada
designados em presença dos fiscais e delegados dos eleição, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para
partidos, verificará, antes de fechar e lacrar as urnas, se orientá-los na escolha dos locais de votação, de maneira
estas estão completamente vazias; fechadas, enviará a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou
uma das chaves, se houver, ao presidente da Junta com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos
Eleitoral e a da fenda, também se houver, ao presidente sistemas de transporte que lhe dão acesso.
da mesa receptora, juntamente com a urna.
§ 6oB (VETADO)
Art. 134. Nos estabelecimentos de internação coletiva
para hansenianos serão sempre utilizadas urnas de lona. § 7º Da designação dos lugares de votação poderá
qualquer partido reclamar ao juiz eleitoral, dentro de
três dias a contar da publicação, devendo a decisão ser
proferida dentro de quarenta e oito horas.
TÍTULO IV
§ 8º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o
DA VOTAÇÃO Tribunal Regional, interposto dentro de três dias,
devendo no mesmo prazo, ser resolvido.
CAPÍTULO I
§ 9º Esgotados os prazos referidos nos §§ 7º e 8º deste
DOS LUGARES DA VOTAÇÃO artigo, não mais poderá ser alegada, no processo
eleitoral, a proibição contida em seu § 5º.
Art. 135. Funcionarão as mesas receptoras nos lugares
designados pelos juízes eleitorais 60 (sessenta) dias antes Art. 136. Deverão ser instaladas seções nas vilas e
da eleição, publicando-se a designação. povoados, assim como nos estabelecimentos de
internação coletiva, inclusive para cegos e nos
leprosários onde haja, pelo menos, 50 (cinqüenta)
§ 1º A publicação deverá conter a seção com a
eleitores.
numeração ordinal e local em que deverá funcionar com
a indicação da rua, número e qualquer outro elemento
que facilite a localização pelo eleitor. Parágrafo único. A mesa receptora designada para
qualquer dos estabelecimentos de internação coletiva
deverá funcionar em local indicado pelo respectivo
§ 2º Dar-se-á preferência aos edifícios públicos,
diretório mesmo critério será adotado para os
recorrendo-se aos particulares se faltarem aqueles em
estabelecimentos especializados para proteção dos
número e condições adequadas.
cegos.
§ 3º A propriedade particular será obrigatória e
Art.137. Até 10 (dez) dias antes da eleição, pelo menos,
gratuitamente cedida para esse fim.
comunicarão os juízes eleitorais aos chefes das
repartições públicas e aos proprietários, arrendatários ou
§ 4º É expressamente vedado uso de propriedade administradores das propriedades particulares a
pertencente a candidato, membro do diretório de
resolução de que serão os respectivos edifícios, ou parte
partido, delegado de partido ou autoridade policial, bem
deles, utilizados para pronunciamento das mesas
como dos respectivos cônjuges e parentes, receptoras.
consangüíneos ou afins, até o 2º grau, inclusive.
Art. 138. No local destinado a votação, a mesa ficará em
§ 5º Não poderão ser localizadas seções eleitorais em
recinto separado do público; ao lado haverá uma cabina
fazenda sítio ou qualquer propriedade rural privada, indevassável onde os eleitores, à medida que
mesmo existindo no local prédio público, incorrendo o
comparecerem, possam assinalar a sua preferência na
juiz nas penas do Art. 312, em caso de cédula.
infringência.

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Parágrafo único. O juiz eleitoral providenciará para que § 2º Observada a prioridade assegurada aos candidatos,
nós edifícios escolhidos sejam feitas as necessárias têm preferência para votar o juiz eleitoral da zona, seus
adaptações. auxiliares de serviço, os eleitores de idade avançada os
enfermos e as mulheres grávidas.
CAPÍTULO II
Art. 144. O recebimento dos votos começará às 8 (oito)e
DA POLÍCIA DOS TRABALHOS ELEITORAIS terminará, salvo o disposto no Art. 153, às 17 (dezessete)
horas.
Art. 139. Ao presidente da mesa receptora e ao juiz
eleitoral cabe a polícia dos trabalhos eleitorais. Art. 145. O presidente, mesários, secretários, suplentes e
os delegados e fiscais de partido votarão, perante as
Art. 140. Somente podem permanecer no recinto da mesas em que servirem, sendo que os delegados e
mesa receptora os seus membros, os candidatos, um fiscais, desde que a credencial esteja visada na forma do
fiscal, um delegado de cada partido e, durante o tempo artigo 131, § 3º; quando eleitores de outras seções, seus
necessário à votação, o eleitor. votos serão tomados em separado.

§ 1º O presidente da mesa, que é, durante os trabalhos, a Parágrafo único. Com as cautelas constantes do ar. 147,
autoridade superior, fará retirar do recinto ou do edifício § 2º, poderão ainda votar fora da respectiva seção:
quem não guardar a ordem e compostura devidas e
estiver praticando qualquer ato atentatório da liberdade I - o juiz eleitoral, em qualquer seção da zona sob sua
eleitoral. jurisdição, salvo em eleições municipais, nas quais
poderá votar em qualquer seção do município em que
§ 2º Nenhuma autoridade estranha a mesa poderá for eleitor;
intervir, sob pretexto algum, em seu funcionamento,
salvo o juiz eleitoral. II - o Presidente da República, o qual poderá votar em
qualquer seção, eleitoral do país, nas eleições
Art. 141. A força armada conservar-se-á a cem metros da presidenciais; em qualquer seção do Estado em que for
seção eleitoral e não poderá aproximar-se do lugar da eleitor nas eleições para governador, vice-governador,
votação, ou dele penetrar, sem ordem do presidente da senador, deputado federal e estadual; em qualquer
mesa. seção do município em que estiver inscrito, nas eleições
para prefeito, vice-prefeito e vereador;
CAPÍTULO III
III - os candidatos à Presidência da República, em
qualquer seção eleitoral do país, nas eleições
DO INÍCIO DA VOTAÇÃO
presidenciais, e, em qualquer seção do Estado em que
forem eleitores, nas eleições de âmbito estadual;
Art. 142. No dia marcado para a eleição, às 7 (sete)
horas, o presidente da mesa receptora os mesários e os
IV - os governadores, vice-governadores, senadores,
secretários verificarão se no lugar designado estão em
deputados federais e estaduais, em qualquer seção do
orem o material remetido pelo juiz e a urna destinada a
Estado, nas eleições de âmbito nacional e estadual; em
recolher os votos, bem como se estão presentes os
qualquer seção do município de que sejam eleitores, nas
fiscais de partido.
eleições municipais;
Art. 143. As 8 (oito) horas, supridas as deficiências
V - os candidatos a governador, vice-governador,
declarará o presidente iniciados os trabalhos,
senador, deputado federal e estadual, em qualquer
procedendo-se em seguida à votação, que começará
seção do Estado de que sejam eleitores, nas eleições de
pelos candidatos e eleitores presentes.
âmbito nacional e estadual;
§ 1º Os membros da mesa e os fiscais de partido deverão
VI - os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, em
votar no correr da votação, depois que tiverem votado os
qualquer seção de município que representarem, desde
eleitores que já se encontravam presentes no momento
que eleitores do Estado, sendo que, no caso de eleições
da abertura dos trabalhos, ou no encerramento da
municipais, nelas somente poderão votar se inscritos no
votação.
município;

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VII - os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador, VI - o eleitor será admitido a votar, ainda que deixe de
em qualquer seção de município, desde que dele sejam exibir no ato da votação o seu título, desde que seja
eleitores; inscrito na seção e conste da respectiva pasta a sua folha
individual de votação; nesse caso, a prova de ter votado
VIII - os militares, removidos ou transferidos dentro do será feita mediante certidão que obterá posteriormente,
período de 6 (seis) meses antes do pleito, poderão votar no juízo competente;
nas eleições para presidente e vice-presidente da
República na localidade em que estiverem servindo. VII - no caso da omissão da folha individual na respectiva
pasta verificada no ato da votação, será o eleitor, ainda,
IX - os policiais militares em serviço. admitido a votar, desde que exiba o seu título eleitoral e
dele conste que o portador é inscrito na seção, sendo o
seu voto, nesta hipótese, tomando em separado e
colhida sua assinatura na folha de votação modelo 2
(dois). Como ato preliminar da apuração do voto,
CAPÍTULO IV
averiguar-se-á se trata de eleitor em condições de votar,
inclusive se realmente pertence à seção;
DO ATO DE VOTAR
VIII - verificada a ocorrência de que trata o número
Art. 146. Observar-se-á na votação o seguinte:
anterior, a Junta Eleitoral, antes de encerrar os seus
trabalhos, apurará a causa da omissão. Se tiver havido
I - o eleitor receberá, ao apresentar-se na seção, e antes culpa ou dolo, será aplicada ao responsável, na primeira
de penetrar no recinto da mesa, uma senha numerada, hipótese, a multa de até 2 (dois) salários-mínimos, e, na
que o secretário rubricará, no momento, depois de segunda, a de suspensão até 30 (trinta) dias;
verificar pela relação dos eleitores da seção, que o seu
nome constada respectiva pasta;
IX - na cabina indevassável, onde não poderá
permanecer mais de um minuto, o eleitor indicará os
II - no verso da senha o secretário anotará o número de candidatos de sua preferência e dobrará a cédula oficial,
ordem da folha individual da pasta, número esse que observadas as seguintes normas:
constará da relação enviada pelo cartório à mesa
receptora;
a) assinalando com uma cruz, ou de modo que torne
expressa a sua intenção, o quadrilátero correspondente
III - admitido a penetrar no recinto da mesa, segundo a ao candidato majoritário de sua preferência;
ordem numérica das senhas, o eleitor apresentará ao
presidente seu título, o qual poderá ser examinado por
b) escrevendo o nome, o prenome, ou o número do
fiscal ou delegado de partido, entregando, no mesmo
candidato de sua preferência nas eleições
ato, a senha;
proporcionais.

IV - pelo número anotado no verso da senha, o


c) escrevendo apenas a sigla do partido de sua
presidente, ou mesário, localizará a folha individual de
preferência, se pretender votar só na legenda;
votação, que será confrontada com o título e poderá
também ser examinada por fiscal ou delegado de
partido;
X - ao sair da cabina o eleitor depositará na urna a
cédula;
V - achando-se em ordem o título e a folha individual e
não havendo dúvida sobre a identidade do eleitor, o
XI - ao depositar a cédula na urna o eleitor deverá fazê-lo
presidente da mesa o convidará a lançar sua assinatura
de maneira a mostrar a parte rubricada à mesa e aos
no verso da folha individual de votação; em seguida
fiscais de partido, para que verifiquem sem nela tocar, se
entregar-lhe-á a cédula única rubricada no ato pelo
não foi substituída;
presidente e mesários e numerada de acordo com as
Instruções do Tribunal Superior instruindo-o sobre a
forma de dobrá-la, fazendo-o passar a cabina XII - se a cédula oficial não for a mesmo, será o eleitor
indevassável, cuja porta ou cortina será encerrada em convidado a voltar à cabina indevassável e a trazer seu
seguida; voto na cédula que recebeu; senão quiser tornar à cabina
ser-lhe-á recusado a ocorrência na ata e ficando o eleitor
retido pela mesa, e à sua disposição, até o término da

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votação ou a devolução da cédula oficial já rubricada e Art. 148. O eleitor somente poderá votar na seção
numerada; eleitoral em que estiver incluído o seu nome.

XIII - se o eleitor, ao receber a cédula ou ao recolher-se à § 1º Essa exigência somente poderá ser dispensada nos
cabia de votação, verificar que a cédula se acha casos previstos no Art. 145 e seus parágrafos.
estragada ou, de qualquer modo, viciada ou assinalada
ou se ele próprio, por imprudência, imprevidência ou § 2º Aos eleitores mencionados no Art. 145 não será
ignorância, a inutilizar, estragar ou assinalar permitido votar sem a exibição do título, e nas folhas de
erradamente, poderá pedir uma outra ao presidente da votação modelo 2 (dois), nas quais lançarão suas
seção eleitoral, restituindo, porém, a primeira, a qual assinaturas, serão sempre anotadas na coluna própria as
será imediatamente inutilizada à vista dos presentes e seções mencionadas nos título retidos.
sem quebra do sigilo do que o eleitor haja nela
assinalado; § 3º Quando se tratar de candidato, o presidente da
mesa receptora verificará, previamente, se o nome figura
XIV - introduzida a sobrecarta na urna, o presidente da na relação enviada à seção, e quando se tratar de fiscal
mesa devolverá o título ao eleitor, depois de datá-lo e de partido, se a credencial está devidamente visada pelo
assiná-lo; em seguida rubricará, no local próprio, a folha juiz eleitoral.
individual de votação.
Art. 149. Não será admitido recurso contra a votação, se
Art. 147. O presidente da mesa dispensará especial não tiver havido impugnação perante a mesa receptora,
atenção à identidade de cada eleitor admitido a votar no ato da votação, contra as nulidades argüidas.
Existindo dúvida a respeito, deverá exigir-lhe a exibição
da respectiva carteira, e, na falta desta, interrogá-lo Art. 150. O eleitor cego poderá:
sobre os dados constantes do título, ou da folha
individual de votação, confrontando a assinatura do
I - assinar a folha individual de votação em letras do
mesmo com a feita na sua presença pelo eleitor, e
alfabeto comum ou do sistema Braille;
mencionando na ata a dúvida suscitada.
II - assinalar a cédula oficial, utilizando também qualquer
§ 1º A impugnação à identidade do eleitor, formulada
sistema;
pelos membros da mesa, fiscais, delegados, candidatos
ou qualquer eleitor, será apresentada verbalmente ou
por escrito, antes de ser o mesmo admitido a votar. III - usar qualquer elemento mecânico que trouxer
consigo, ou lhe for fornecido pela mesa, e que lhe
possibilite exercer o direito de voto.
§ 2º Se persistir a dúvida ou for mantida a impugnação,
tomará o presidente da mesa as seguintes providências:
Art.151.(Revogado pela Lei nº 7.914, de 7.12.1989)
I - escreverá numa sobrecarta branca o seguinte:
"Impugnado por "F"; Art. 152. Poderão ser utilizadas máquinas de votar, a
critério e mediante regulamentação do Tribunal Superior
Eleitoral.
II - entregará ao eleitor a sobrecarta branca, para que
ele, na presença da mesa e dos fiscais, nela coloque a
CAPÍTULO V
cédula oficial que assinalou, assim como o seu título, a
folha de impugnação e qualquer outro documento
oferecido pelo impugnante; DO ENCERRAMENTO DA VOTAÇÃO

III - determinará ao eleitor que feche a sobrecarta branca Art. 153. Às 17 (dezessete) horas, o presidente fará
e a deposite na urna; entregar as senhas a todos os eleitores presentes e, em
seguida, os convidará, em voz alta, a entregar à mesa
seus títulos, para que sejam admitidos a votar.
IV - anotará a impugnação na ata.

Parágrafo único. A votação continuará na ordem


§3º O voto em separado, por qualquer motivo, será
sempre tomado na forma prevista no parágrafo anterior. numérica das senhas e o título será devolvido ao eleitor,
logo que tenha votado.

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Art. 154. Terminada a votação e declarado o seu j) a ressalva das rasuras, emendas e entrelinhas
encerramento elo presidente, tomará estes as seguintes porventura existentes nas folhas de votação e na ata, ou
providências: a declaração de não existirem;

I - vedará a fenda de introdução da cédula na urna, de IV - mandará, em caso de insuficiência de espaço no


modo a cobri-la inteiramente com tiras de papel ou pano modelo destinado ao preenchimento, prosseguir a ata
forte, rubricadas pelo presidente e mesários e, em outra folha devidamente rubricada por ele, mesários
facultativamente, pelos fiscais presentes, separará todas e fiscais que o desejarem, mencionado esse fato na
as folhas de votação correspondentes aos eleitores própria ata;
faltosos e fará constar, no verso de cada uma delas na
parte destinada à assinatura do eleitor, a falta verificada, V - assinará a ata com os demais membros da mesa,
por meio de breve registro, que autenticará com a sua secretários e fiscais que quiserem;
assinatura.
VI - entregará a urna e os documentos do ato eleitoral ao
II - encerrará, com a sua assinatura, a folha de votação presidente da Junta ou à agência do Correio mais
modelo 2 (dois), que poderá ser também assinada pelos próxima, ou a outra vizinha que ofereça melhores
fiscais; condições de segurança e expedição, sob recibo em
triplicata com a indicação de hora, devendo aqueles
III - mandará lavra, por um dos secretários, a ata da documentos ser encerrados em sobrecartas rubricadas
eleição, preenchendo o modelo fornecido pela Justiça por êle e pelos fiscais que o quiserem;
Eleitoral, para que conste:
VII - comunicará em ofício, ou impresso próprio, ao juiz
a) os nomes dos membros da mesa que hajam eleitoral da zona a realização da eleição, o número de
comparecido, inclusive o suplente; eleitores que votaram e a remessa da urna e dos
documentos à Junta Eleitoral;
b) as substituições e nomeações feitas;
VIII - enviará em sobrecarta fechada uma das vias do
c) os nomes dos fiscais que hajam comparecido e dos recibo do Correio à Junta Eleitoral e a outra ao Tribunal
que se retiraram durante a votação; Regional.

d) a causa, se houver, do retardamento para o começo § 1º Os Tribunais Regionais poderão prescrever outros
da votação; meios de vedação das urnas.

e) o número, por extenso, dos eleitores da seção que § 2º No Distrito Federal e nas capitais dos Estados
compareceram e votaram e o número dos que deixaram poderão os Tribunais Regionais determinar normas
de comparecer; diversas para a entrega de urnas e papéis eleitorais, com
as cautelas destinadas a evitar violação ou extravio.
f) o número, por extenso, de eleitores de outras seções
que hajam votado e cujos votos hajam sido recolhidos ao Art. 155. O presidente da Junta Eleitoral e as agências do
invólucro especial; Correio tomarão as providências necessárias para o
recebimento da urna e dos documentos referidos no
g) o motivo de não haverem votado alguns dos eleitores artigo anterior.
que compareceram;
§1º Os fiscais e delegados de partidos têm direito de
h) os protestos e as impugnações apresentados pelos vigiar e acompanhar a urna desde o momento da eleição,
fiscais, assim como as decisões sobre eles proferidas, durante a permanência nas agências do Correio e até a
tudo em seu inteiro teor; entrega à Junta Eleitoral.

i) a razão de interrupção da votação, se tiver havido, e o § 2º A urna ficará permanentemente à vista dos
tempo de interrupção; interessados e sob a guarda de pessoa designada pelo
presidente da Junta Eleitoral.

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Art. 156. Até as 12 (doze) horas do dia seguinte à DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


realização da eleição, o juiz eleitoral é obrigado, sob
pena de responsabilidade e multa de 1 (um) a 2 (dois) Art. 159. A apuração começará no dia seguinte ao das
salários-mínimos, a comunicar ao Tribunal Regional, e eleições e, salvo motivo justificado, deverá terminar
aos delegados de partido perante ele credenciados, o dentro de 10 (dez) dias.
número de eleitores que votaram em cada uma das
seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de § 1º Iniciada a apuração, os trabalhos não serão
votantes da zona. interrompidos aos sábados, domingos e dias feriados,
devendo a Junta funcionar das 8 (oito) às 18 (dezoito)
§ 1º Se houver retardamento nas medidas referidas no horas, pelo menos.
Art. 154, o juiz eleitoral, assim que receba o ofício
constante desse dispositivo, nº VII, fará a comunicação § 2º Em caso de impossibilidade de observância do prazo
constante deste artigo. previsto neste artigo, o fato deverá ser imediatamente
justificado perante o Tribunal Regional, mencionando-se
§ 2º Essa comunicação será feita por via postal, em as horas ou dias necessários para o adiamento que não
ofícios registrados de que o juiz eleitoral guardará cópia poderá exceder a cinco dias.
no arquivo da zona, acompanhada do recibo do Correio.
§ 3º Esgotado o prazo e a prorrogação estipulada neste
§ 3º Qualquer candidato, delegado ou fiscal de partido artigo ou não tendo havido em tempo hábil o pedido de
poderá obter, por certidão, o teor da comunicação a que prorrogação, a respectiva Junta Eleitoral perde a
se refere este artigo, sendo defeso ao juiz eleitoral competência para prosseguir na apuração devendo o seu
recusá-la ou procrastinar a sua entrega ao requerente. presidente remeter, imediatamente ao Tribunal
Regional, todo o material relativo à votação.
Art.157.(Revogado pela Lei nº 7.914, de 7.12.1989)
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo
TÍTULO V anterior, competirá ao Tribunal Regional fazer a
apuração.
DA APURAÇÃO
§ 5º Os membros da Junta Eleitoral responsáveis pela
CAPÍTULO I inobservância injustificada dos prazos fixados neste
artigo estarão sujeitos à multa de dois a dez salários-
DOS ÓRGÃOS APURADORES mínimos, aplicada pelo Tribunal Regional.

Art. 158. A apuração compete: Art. 160. Havendo conveniência, em razão do número de
urnas a apurar, a Junta poderá subdividir-se em turmas,
até o limite de 5 (cinco), todas presididas por algum dos
I - às Juntas Eleitorais quanto às eleições realizadas na
seus componentes.
zona sob sua jurisdição;

Parágrafo único. As dúvidas que forem levantadas em


II - aos Tribunais Regionais a referente às eleições para
cada turma serão decididas por maioria de votos dos
governador, vice-governador, senador, deputado federal
membros da Junta.
e estadual, de acordo com os resultados parciais
enviados pelas Junta Eleitorais;
Art. 161. Cada partido poderá credenciar perante as
Juntas até 3 (três) fiscais, que se revezem na fiscalização
III - ao Tribunal Superior Eleitoral nas eleições para
dos trabalhos.
presidente e vice-presidente da República , pelos
resultados parciais remetidos pelos Tribunais Regionais.
§ 1º Em caso de divisão da Junta em turmas, cada partido
poderá credenciar até 3 (três) fiscais para cada turma.
CAPÍTULO II

§ 2º Não será permitida, na Junta ou turma, a atuação de


DA APURAÇÃO NAS JUNTAS
mais de 1 (um) fiscal de cada partido.
SEÇÃO I

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Art. 162. Cada partido poderá credenciar mais de 1 (um) VIII - se votou eleitor excluído do alistamento, sem ser o
delegado perante a Junta, mas no decorrer da apuração seu voto tomado em separado;
só funcionará 1 (um) de cada vez.
IX - se votou eleitor de outra seção, a não ser nos casos
Art. 163. Iniciada a apuração da urna, não será a mesma expressamente admitidos;
interrompida, devendo ser concluída.
X - se houve demora na entrega da urna e dos
Parágrafo único. Em caso de interrupção por motivo de documentos conforme determina o nº VI, do Art. 154.
força maior, as cédulas e as folhas de apuração serão
recolhidas à urna e esta fechada e lacrada, o que XI - se consta nas folhas individuais de votação dos
constará da ata. eleitores faltosos o devido registro de sua falta.

Art. 164. É vedado às Juntas Eleitorais a divulgação, por § 1º Se houver indício de violação da urna, proceder-se-á
qualquer meio, de expressões, frases ou desenhos da seguinte forma:
estranhos ao pleito, apostos ou contidos nas cédulas.
I - antes da apuração, o presidente da Junta indicará
§ 1º Aos membros, escrutinadores e auxiliares das Juntas pessoa idônea para servir como perito e examinar a urna
que infringirem o disposto neste artigo será aplicada a com assistência do representante do Ministério Público;
multa de 1 (um) a 2 (dois) salários-mínimos vigentes na
Zona Eleitoral, cobrados através de executivo fiscal ou da II - se o perito concluir pela existência de violação e o seu
inutilizarão de selos federais no processo em que for parecer for aceito pela Junta, o presidente desta
arbitrada a multa. comunicará a ocorrência ao Tribunal Regional, para as
providências de lei;
§ 2º Será considerada dívida líquida e certa, para efeito
de cobrança, a que for arbitrada pelo Tribunal Regional e III - se o perito e o representante do Ministério Público
inscrita em livro próprio na Secretaria desse órgão. concluírem pela inexistência de violação, far-se-á a
apuração;
SEÇÃO II
IV - se apenas o representante do Ministério Público
DA ABERTURA DA URNA entender que a urna foi violada, a Junta decidirá,
podendo aquele, se a decisão não for unânime, recorrer
Art. 165. Antes de abrir cada urna a Junta verificará: imediatamente para o Tribunal Regional;

I - se há indício de violação da urna; V - não poderão servir de peritos os referidos no Art. 36,
§ 3º, nºs. I a IV.
II - se a mesa receptora se constituiu legalmente;
§ 2º s impugnações fundadas em violação da urna
III - se as folhas individuais de votação e as folhas modelo somente poderão ser apresentadas até a abertura desta.
2 (dois) são autênticas;
§ 3º Verificado qualquer dos casos dos nºs. II, III, IV e V
IV - se a eleição se realizou no dia, hora e local do artigo, a Junta anulará a votação, fará a apuração dos
designados e se a votação não foi encerrada antes das 17 votos em separado e recorrerá de ofício para o Tribunal
(dezessete) horas; Regional.

V - se foram infringidas as condições que resguardam o § 4º Nos casos dos números VI, VII, VIII, IX e X, a Junta
sigilo do voto; decidirá se a votação é válida, procedendo à apuração
definitiva em caso afirmativo, ou na forma do parágrafo
VI - se a seção eleitoral foi localizada com infração ao anterior, se resolver pela nulidade da votação.
disposto nos §§ 4º e 5º do Art. 135;
§ 5º A junta deixará de apurar os votos de urna que não
VII - se foi recusada, sem fundamento legal, a fiscalização estiver acompanhada dos documentos legais e lavrará
de partidos aos atos eleitorais; termo relativo ao fato, remetendo-a, com cópia da sua
decisão, ao Tribunal Regional.

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Art. 166. Aberta a urna, a Junta verificará se o número de Art. 170. As impugnações quanto à identidade do eleitor,
cédulas oficiais corresponde ao de votantes. apresentadas no ato da votação, serão resolvidas pelo
confronto da assinatura tomada no verso da folha
§ 1º A incoincidência entre o número de votantes e o de individual de votação com a existente no anverso; se o
cédulas oficiais encontradas na urna não constituirá eleitor votou em separado, no caso de omissão da folha
motivo de nulidade da votação, desde que não resulte de individual na respectiva pasta, confrontando-se a
fraude comprovada. assinatura da folha modelo 2 (dois) com a do título
eleitoral.
§ 2º Se a Junta entender que a incoincidência resulta de
fraude, anulará a votação, fará a apuração em separado Art. 171 Não será admitido recurso contra a apuração, se
e recorrerá de ofício para o Tribunal Regional. não tiver havido impugnação perante a Junta, no ato
apuração, contra as nulidades argüidas.
Art. 167. Resolvida a apuração da urna, deverá a Junta
inicialmente: Art. 172. Sempre que houver recurso fundado em
contagem errônea de votos, vícios de cédulas ou de
I - examinar as sobrecartas brancas contidas na urna, sobrecartas para votos em separado, deverão as cédulas
anulando os votos referentes aos eleitores que não ser conservadas em invólucro lacrado, que acompanhará
podiam votar; o recurso e deverá ser rubricado pelo juiz eleitoral, pelo
recorrente e pelos delegados de partido que o
desejarem.
II - misturar as cédulas oficiais dos que podiam votar
com as demais existentes na urna.
SEÇÃO IV
Art. 168. As questões relativas à existência de rasuras,
emendas e entrelinhas nas folhas de votação e na ata da DA CONTAGEM DOS VOTOS
eleição, somente poderão ser suscitadas na fase
correspondente à abertura das urnas. Art. 173. Resolvidas as impugnações a Junta passará a
apurar os votos.
SEÇÃO III
Parágrafo único. Na apuração, poderá ser utilizado
DAS IMPUGNAÇÕES E DOS RECURSOS sistema eletrônico, a critério do Tribunal Superior
Eleitoral e na forma por ele estabelecida.
Art. 169. À medida que os votos forem sendo apurados,
poderão os fiscais e delegados de partido, assim como os Art. 174. As cédulas oficiais, à medida em que forem
candidatos, apresentar impugnações que serão decididas sendo abertas, serão examinadas e lidas em voz alta por
de plano pela Junta. um dos componentes da Junta.

§ 1º As Juntas decidirão por maioria de votos as § 1º Após fazer a declaração dos votos em branco e
impugnações. antes de ser anunciado o seguinte, será aposto na
cédula, no lugar correspondente à indicação do voto, um
carimbo com a expressão "em branco", além da rubrica
§ 2º De suas decisões cabe recurso imediato, interposto
do presidente da turma.
verbalmente ou por escrito, que deverá ser
fundamentado no prazo de 48 (quarenta e oito) horas
para que tenha seguimento. § 2º O mesmo processo será adaptado para o voto
nulo.
§ 3º O recurso, quando ocorrerem eleições simultâneas,
indicará expressamente eleição a que se refere. § 3º Não poderá ser iniciada a apuração dos votos da
urna subseqüente sob as penas do Art. 345, sem que os
votos em branco da anterior estejam todos registrados
§ 4º Os recursos serão instruídos de ofício, com certidão
pela forma referida no § 1º.
da decisão recorrida; se interpostos verbalmente,
constará também da certidão o trecho correspondente
do boletim. § 4º As questões relativas às cédulas somente poderão
ser suscitadas nessa oportunidade.

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Art. 175. Serão nulas as cédulas: I - que não II - se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato
corresponderem ao modelo oficial; do mesmo Partido;

I - que não corresponderem ao modelo oficial; III - se o eleitor, escrevendo apenas os números, indicar
mais de um candidato do mesmo Partido;
II - que não estiverem devidamente autenticadas;
IV - se o eleitor não indicar o candidato através do nome
III - que contiverem expressões, frases ou sinais que ou do número com clareza suficiente para distingui-lo de
possam identificar o voto. outro candidato do mesmo Partido.

§ 1º Serão nulos os votos, em cada eleição majoritária: Art. 177. Na contagem dos votos para as eleições
realizadas pelo sistema proporcional observar-se-ão,
I - quando forem assinalados os nomes de dois ou mais ainda, as seguintes normas:
candidatos para o mesmo cargo;
I - a inversão, omissão ou erro de grafia do nome ou
II - quando a assinalação estiver colocada fora do prenome não invalidará o voto, desde que seja possível a
quadrilátero próprio, desde que torne duvidosa a identificação do candidato;
manifestação da vontade do eleitor.
II - se o eleitor escrever o nome de um candidato e o
§ 2º Serão nulos os votos, em cada eleição pelo sistema número correspondente a outro da mesma legenda ou
proporcional: não, contar-se-á o voto para o candidato cujo nome foi
escrito, bem como para a legenda a que
pertence;
I - quando o candidato não for indicado, através do nome
ou do número, com clareza suficiente para distinguí-lo de
outro candidato ao mesmo cargo, mas de outro partido, III - se o eleitor escrever o nome ou o número de um
e o eleitor não indicar a legenda; candidato e a legenda de outro Partido, contar-se-á o
voto para o candidato cujo nome ou número foi
escrito;
II - se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato
ao mesmo cargo, pertencentes a partidos diversos, ou,
indicando apenas os números, o fizer também de IV - se o eleitor escrever o nome ou o número de um
candidatos de partidos diferentes; candidato a Deputado Federal na parte da cédula
referente a Deputado Estadual ou vice-versa, o voto será
contado para o candidato cujo nome ou número foi
III - se o eleitor, não manifestando preferência por
escrito;
candidato, ou o fazendo de modo que não se possa
identificar o de sua preferência, escrever duas ou mais
legendas diferentes no espaço relativo à mesma eleição. V - se o eleitor escrever o nome ou o número de
candidatos em espaço da cédula que não seja o
correspondente ao cargo para o qual o candidato foi
§ 3º Serão nulos, para todos os efeitos, os votos dados a
registrado, será o voto computado para o candidato e
candidatos inelegíveis ou não registrados.
respectiva legenda, conforme o registro.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica
Art. 178. O voto dado ao candidato a Presidente da
quando a decisão de inelegibilidade ou de cancelamento
República entender-se-á dado também ao candidato a
de registro for proferida após a realização da eleição a
vice-presidente, assim como o dado aos candidatos a
que concorreu o candidato alcançado pela sentença,
governador, senador, deputado federal nos territórios,
caso em que os votos serão contados para o partido pelo
prefeito e juiz de paz entender-se-á dado ao respectivo
qual tiver sido feito o seu registro.
vice ou suplente.
Art. 176. Contar-se-á o voto apenas para a legenda, nas
Art. 179. Concluída a contagem dos votos a Junta ou
eleições pelo sistema proporcional:
turma deverá:
I - se o eleitor escrever apenas a sigla partidária, não
I - transcrever nos mapas referentes à urna a votação
indicando o candidato de sua preferência;
apurada;

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II - expedir boletim contendo o resultado da respectiva Art. 180. O disposto no artigo anterior e em todos os
seção, no qual serão consignados o número de votantes, seus parágrafos aplica-se às eleições municipais,
a votação individual de cada candidato, os votos de cada observadas somente as seguintes alterações:
legenda partidária, os votos nulos e os em branco, bem
como recursos, se houver. I - o boletim de apuração poderá ser apresentado à Junta
até 3 (três) dia depois de totalizados os resultados,
§ 1º Os mapas, em todas as suas folhas, e os boletins de devendo os partidos ser cientificados, através de seus
apuração, serão assinados pelo presidente e membros da delegados, da data em que começará a correr esse prazo;
Junta e pelos fiscais de partido que o desejarem.
II - apresentado o boletim será observado o disposto nos
§ 2º O boletim a que se refere e este artigo obedecerá a §§ 7º e 8º do artigo anterior, devendo a recontagem ser
modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, procedida pela própria Junta.
podendo porém, na sua falta, ser substituído por
qualquer outro expedido por Tribunal Regional ou pela Art. 181. Salvo nos casos mencionados nos artigos
própria Junta Eleitoral. anteriores, a recontagem de votos só poderá ser deferida
pelos Tribunais Regionais, em recurso interposto
§ 3º Um dos exemplares do boletim de apuração será imediatamente após a apuração de cada urna.
imediatamente afixado na sede da Junta, em local que
possa ser copiado por qualquer pessoa. Parágrafo único. Em nenhuma outra hipótese poderá a
Junta determinar a reabertura de urnas já apuradas para
§ 4º Cópia autenticada do boletim de apuração será recontagem de votos.
entregue a cada partido, por intermédio do delegado ou
fiscal presente, mediante recibo. Art. 182. Os títulos dos eleitores estranhos à seção serão
separados, para remessa, depois de terminados os
§ 5º O boletim de apuração ou sua cópia autenticada trabalhos da Junta, ao juiz eleitoral da zona neles
com a assinatura do juiz e pelo menos de um dos mencionadas, a fim de que seja anotado na folha
membros da Junta, podendo ser apresentado ao Tribunal individual de votação o voto dado em outra seção.
Regional, nas eleições federais e estaduais, sempre que o
número de votos constantes dos mapas recebidos pela Parágrafo único. Se, ao ser feita a anotação, no confronto
Comissão Apuradora não coincidir com os nele do título com a folha individual, se verificar
consignados. incoincidência ou outro indício de fraude, serão autuados
tais documentos e o juiz determinará as providências
§ 6º O partido ou candidato poderá apresentar o boletim necessárias para apuração do fato e conseqüentes
na oportunidade concedida pelo Art. 200, quando terá medidas legais.
vista do relatório da Comissão Apuradora, ou antes, se
durante os trabalhos da Comissão tiver conhecimento da Art. 183. Concluída a apuração, e antes de se passar à
incoincidência de qualquer resultado. subseqüente, as cédulas serão recolhidas à urna, sendo
esta fechada e lacrada, não podendo ser reaberta senão
§ 7º Apresentado o boletim, será aberta vista aos demais depois de transitada em julgado a diplomação, salvo nos
partidos, pelo prazo de 2 (dois) dias, os quais somente casos de recontagem de votos.
poderão contestar o erro indicado com a apresentação
de boletim da mesma urna, revestido das mesmas Parágrafo único. O descumprimento do disposto no
formalidades. presente artigo, sob qualquer pretexto, constitui o crime
eleitoral previsto no Art. 314.
§ 8º Se o boletim apresentado na contestação consignar
outro resultado, coincidente ou não com o que figurar no Art. 184. Terminada a apuração, a Junta remeterá ao
mapa enviado pela Junta, a urna será requisitada e Tribunal Regional no prazo de vinte e quatro horas, todos
recontada pelo próprio Tribunal Regional, em sessão. os papéis eleitorais referentes às eleições estaduais ou
federais, acompanhados dos documentos referentes à
§ 9º A não expedição do boletim imediatamente após a apuração, juntamente com a ata geral dos seus
apuração de cada urna e antes de se passa à trabalhos, na qual serão consignadas as votações
subseqüente, sob qualquer pretexto, constitui o crime apuradas para cada legenda e candidato e os votos não
previsto no Art. 313. apurados com a declaração dos motivos porque o não
foram.

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§ 1º Essa remessa será feita em invólucros fechado, IV - as impugnações feitas, a solução que lhes foi dada e
lacrado e rubricado pelos membros da Junta, delegados e os recursos interpostos;
fiscais de Partido, por via postal ou sob protocolo,
conforme for mais rápida e segura a chegada ao V - a votação de cada legenda na eleição para vereador;
destino.
VI - o quociente eleitoral e os quocientes partidários;
§ 2º Se a remessa dos papéis eleitorais de que trata este
artigo não se verificar no prazo nele estabelecido os VII - a votação dos candidatos a vereador, incluídos em
membros da Junta estarão sujeitos à multa cada lista registrada, na ordem da votação recebida;
correspondente à metade do salário-mínimo regional por
dia de retardamento.
VIII - a votação dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e
a juiz de paz, na ordem da votação recebida.
§ 3º Decorridos quinze dias sem que o Tribunal Regional
tenha recebido os papéis referidos neste artigo ou
§ 2º Cópia da ata geral da eleição municipal,
comunicação de sua expedição, determinará ao
devidamente autenticada pelo juiz, será enviada ao
Corregedor Regional ou Juiz Eleitoral mais próximo que
Tribunal Regional e ao Tribunal Superior Eleitoral.
os faça apreender e enviar imediatamente, transferindo-
se para o Tribunal Regional a competência para decidir
Art. 187. Verificando a Junta Apuradora que os votos das
sobre os mesmos.
seções anuladas e daquelas cujos eleitores foram
impedidos de votar, poderão alterar a representação de
Art. 185. Sessenta dias após o trânsito em julgado da
qualquer partido ou classificação de candidato eleito
diplomação de todos os candidatos, eleitos nos pleitos
pelo princípio majoritário, nas eleições municipais, fará
eleitorais realizados simultaneamente e prévia
imediata comunicação do fato ao Tribunal Regional, que
publicação de edital de convocação, as cédulas serão
marcará, se for o caso, dia para a renovação da votação
retiradas das urnas e imediatamente incineradas, na
naquelas seções.
presença do Juiz Eleitoral e em ato público, vedado a
qualquer pessoa inclusive ao Juiz, o seu exame na
ocasião da incineração. § 1º Nas eleições suplementares municipais observar-se-
á, no que couber, o disposto no Art. 201.
Parágrafo único. Poderá ainda a Justiça Eleitoral,
§ 2º Essas eleições serão realizadas perante novas mesas
tomadas as medidas necessárias à garantia do sigilo,
receptoras, nomeadas pelo juiz eleitoral, e apuradas pela
autorizar a reciclagem industrial das cédulas, em
proveito do ensino público de primeiro grau ou de própria Junta que, considerando os anteriores e os novos
instituições beneficentes. resultados, confirmará ou invalidará os diplomas que
houver expedido.
Art. 186. Com relação às eleições municipais e distritais,
§ 3º Havendo renovação de eleições para os cargos de
uma vez terminada a apuração de todas as urnas, a Junta
prefeito e vice-prefeito, os diplomas somente serão
resolverá as dúvidas não decididas, verificará o total dos
expedidos depois de apuradas as eleições
votos apurados, inclusive os votos em branco,
suplementares.
determinará o quociente eleitoral e os quocientes
partidários e proclamará os candidatos eleitos.
§ 4º Nas eleições suplementares, quando ser referirem a
mandatos de representação proporcional, a votação e a
§ 1º O presidente da Junta fará lavrar, por um dos
apuração far-se-ão exclusivamente para as legendas
secretários, a ata geral concernente às eleições referidas
registradas.
neste artigo, da qual constará o seguinte:

SEÇÃO V
I - as seções apuradas e o número de votos apurados em
cada urna;
DA CONTAGEM DOS VOTOS PELA MESA RECEPTORA
II - as seções anuladas, os motivos por que foram e o
número de votos não apurados; Art. 188. O Tribunal Superior Eleitoral poderá autorizar a
contagem de votos pelas mesas receptoras, nos Estados
III- as seções onde não houve eleição e os motivos; em que o Tribunal Regional indicar as zonas ou seções
em que esse sistema deva ser adotado.

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Art. 189. Os mesários das seções em que for efetuada a § 1º O juiz eleitoral poderá, havendo possibilidade,
contagem dos votos serão nomeados escrutinadores da designar funcionários para recolher as urnas e demais
junta. documentos nos próprios locais da votação ou instalar
postos e locais diversos para o seu recebimento.
Art. 190. Não será efetuada a contagem dos votos pela
mesa se esta não se julgar suficientemente garantida, ou § 2º Os fiscais e delegados de partido podem vigiar e
se qualquer eleitor houver votado sob impugnação, acompanhar a urna desde o momento da eleição,
devendo a mesa, em um ou outro caso, proceder na durante a permanência nos postos arrecadadores e até a
forma determinada para as demais, das zonas em que a entrega à Junta.
contagem não foi autorizada.
Art. 195. Recebida a urna e documentos, a Junta deverá:
Art. 191. Terminada a votação, o presidente da mesa
tomará as providências mencionadas nas alíneas II, III, IV I - examinar a sua regularidade, inclusive quanto ao
e V do Art. 154. funcionamento normal da seção;

Art. 192. Lavrada e assinada ata, o presidente da mesa, II - rever o boletim de contagem de votos da mesa
na presença dos demais membros, fiscais e delegados do receptora, a fim de verificar se está aritmeticamente
partido, abrirá a urna e o invólucro e verificará se o certo, fazendo dele constar que, conferido, nenhum erro
número de cédulas oficiais coincide com o de votantes. foi encontrado;

§ 1º Se não houver coincidência entre o número de III - abrir a urna e conferir os votos sempre que a
votantes e o de cédulas oficiais encontradas na urna e no contagem da mesa receptora não permitir o fechamento
invólucro a mesa receptora não fará a contagem dos dos resultados;
votos.
IV - proceder à apuração se da ata da eleição constar
§ 2º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo impugnação de fiscal, delegado, candidato ou membro
anterior, o presidente da mesa determinará que as da própria mesa em relação ao resultado de contagem
cédulas e as sobrecartas sejam novamente recolhidas a dos votos;
urna e ao invólucro, os quais serão fechados e lacrados,
procedendo, em seguida, na forma recomendada pelas V - resolver todas as impugnações constantes da ata da
alíneas VI, VII e VIII e do Art. 54. eleição;

Art. 193. Havendo coincidência entre o número de VI - praticar todos os atos previstos na competência das
cédulas e o de votantes deverá a mesa, inicialmente, Juntas Eleitorais.
misturar as cédulas contidas nas sobrecartas brancas, da
urna e do invólucro, com as demais.
Art. 196. De acordo com as instruções recebidas a Junta
Apuradora poderá reunir os membros das mesas
§ 1º Em seguida proceder-se-á à abertura das cédulas e receptoras e demais componentes da Junta em local
contagem dos votos, observando-se o disposto nos amplo e adequado no dia seguinte ao da eleição, em
artigos. 169 e seguintes, no que couber. horário previamente fixado, e a proceder à apuração na
forma estabelecida nos artigos. 159 e seguintes, de uma
§ 2º Terminada a contagem dos votos será lavrada ata só vez ou em duas ou mais etapas.
resumida, de acordo com modelo aprovado pelo Tribunal
Superior e da qual constarão apenas as impugnações Parágrafo único. Nesse caso cada partido poderá
acaso apresentadas, figurando os resultados no boletim credenciar um fiscal para acompanhar a apuração de
que se incorporará à ata, e do qual se dará cópia aos cada urna, realizando-se esta sob a supervisão do juiz e
fiscais dos partidos. dos demais membros da Junta, aos quais caberá decidir,
em cada caso, as impugnações e demais incidentes
Art. 194. Após a lavratura da ata, que deverá ser assinada verificados durante os trabalhos.
pelos membros da mesa e fiscais e delegados de partido,
as cédulas e as sobrecartas serão recolhidas à urna,
sendo esta fechada, lacrada e entregue ao juiz eleitoral
pelo presidente da mesa ou por um dos mesários,
CAPÍTULO III
mediante recibo.

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DA APURAÇÃO NOS TRIBUNAIS REGIONAIS § 4º Os trabalhos da Comissão Apuradora poderão ser


acompanhados por delegados dos partidos interessados,
Art. 197. Na apuração, compete ao Tribunal Regional. sem que, entretanto, neles intervenha com protestos,
impugnações ou recursos.
I - resolver as dúvidas não decididas e os recursos
interpostos sobre as eleições federais e estaduais e § 5º Ao final dos trabalhos, a Comissão Apuradora
apurar as votações que haja validado em grau de apresentará ao Tribunal Regional os mapas gerais da
recurso; apuração e um relatório, que mencione:

II - verificar o total dos votos apurados entre os quais se I - o número de votos válidos e anulados em cada Junta
incluem os em branco; Eleitoral, relativos a cada eleição;

III - Determinar os quocientes, eleitoral e partidário, bem II - as seções apuradas e os votos nulos e anulados de
como a distribuição das sobras; cada uma;

IV - proclamar os eleitos e expedir os respectivos III - as seções anuladas, os motivos por que o foram e o
diplomas; número de votos anulados ou não apurados;

V - fazer a apuração parcial das eleições para Presidente IV - as seções onde não houve eleição e os motivos;
e Vice-presidente da República.
V - as impugnações apresentadas às Juntas e como foram
Art. 198. A apuração pelo Tribunal Regional começará no resolvidas por elas, assim como os recursos que tenham
dia seguinte ao em que receber os primeiros resultados sido interposto:
parciais das Juntas e prosseguirá sem interrupção,
inclusive nos sábados, domingos e feriados, de acordo VI - a votação de cada partido;
com o horário previamente publicado, devendo terminar
30 (trinta) dias depois da eleição. VII - a votação de cada candidato;

§ 1º Ocorrendo motivos relevantes, expostos com a VIII - o quociente eleitoral;


necessária antecedência, o Tribunal Superior poderá
conceder prorrogação desse prazo, uma só vez e por IX - os quocientes partidários;
quinze dias.
X- a distribuição das sobras.
§ 2º Se o Tribunal Regional não terminar a apuração no
prazo legal, seus membros estarão sujeitos à multa
Art. 200. O relatório a que se refere o artigo anterior
correspondente à metade do salário-mínimo regional por
ficará na Secretaria do Tribunal, pelo prazo de 3 (três)
dia de retardamento.
dias, para exame dos partidos e candidatos interessados,
que poderão examinar também os documentos em que
Art. 199. Antes de iniciar a apuração o Tribunal Regional êle se baseou.
constituirá com 3 (três) de seus membros, presidida por
um destes, uma Comissão Apuradora.
§ 1º Terminado o prazo supra, os partidos poderão
apresentar as suas reclamações, dentro de 2 (dois) dias,
§ 1º O Presidente da Comissão designará um funcionário sendo estas submetidas a parecer da Comissão
do Tribunal para servir de secretário e para auxiliarem os Apuradora que, no prazo de 3 (três) dias, apresentará
seus trabalhos, tantos outros quantos julgar necessários. aditamento ao relatório com a proposta das
modificações que julgar procedentes, ou com a
§ 2º De cada sessão da Comissão Apuradora será lavrada justificação da improcedência das argüições.
ata resumida.
§ 2º O Tribunal Regional, antes de aprovar o relatório da
§ 3º A Comissão Apuradora fará publicar no órgão oficial, Comissão Apuradora e, em três dias improrrogáveis,
diariamente, um boletim com a indicação dos trabalhos julgará as impugnações e as reclamações não providas
realizados e do número de votos atribuídos a cada pela Comissão Apuradora, e, se as deferir, voltará o
candidato.

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relatório à Comissão para que sejam feitas as alterações II - as seções anuladas, as razões por que o foram e o
resultantes da decisão. número de votos não apurados;

Art. 201. De posse do relatório referido no artigo III - as seções onde não tenha havido eleição e os
anterior, reunir-se-á o Tribunal, no dia seguinte, para o motivos;
conhecimento do total dos votos apurados, e, em
seguida, se verificar que os votos das seções anuladas e IV - as impugnações apresentadas às juntas eleitorais e
daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar, como foram resolvidas;
poderão alterar a representação de candidato eleito pelo
princípio majoritário, ordenará a realização de novas V - as seções em que se vai realizar ou renovar a eleição;
eleições.
VI - a votação obtida pelos partidos;
Parágrafo único. As novas eleições obedecerão às
seguintes normas:
VII - o quociente eleitoral e o partidário;

I - o Presidente do Tribunal fixará, imediatamente, a


VIII - os nomes dos votados na ordem decrescente dos
data, para que se realizem dentro de 15 (quinze) dias, no
votos;
mínimo, e de 30 (trinta) dias no máximo, a contar do
despacho que a fixar, desde que não tenha havido
IX - os nomes dos eleitos;
recurso contra a anulação das seções;

II - somente serão admitidos a votar os eleitores da X - os nomes dos suplentes, na ordem em que devem
substituir ou suceder.
seção, que hajam comparecido a eleição anulada, e os de
outras seções que ali houverem votado;
§ 1º Na mesma sessão o Tribunal Regional proclamará os
eleitos e os respectivos suplentes e marcará a data para a
III - nos casos de coação que haja impedido o
expedição solene dos diplomas em sessão pública, salvo
comparecimento dos eleitores às urnas, no de
quanto a governador e vice-governador, se ocorrer a
encerramento da votação antes da hora legal, e quando
hipótese prevista na Emenda Constitucional nº 13.
a votação tiver sido realizada em dia, hora e lugar
diferentes dos designados, poderão votar todos os
eleitores da seção e somente estes; § 2º O vice-governador e o suplente de senador,
considerar-se-ão eleitos em virtude da eleição do
governador e do senador com os quais se candidatarem.
IV - nas zonas onde apenas uma seção for anulada, o juiz
eleitoral respectivo presidirá a mesa receptora; se
houver mais de uma seção anulada, o presidente do § 3º Os candidatos a governador e vice-governador
Tribunal Regional designará os juízes presidentes das somente serão diplomados depois de realizadas as
respectivas mesas receptoras. eleições suplementares referentes a esses cargos.

V - as eleições realizar-se-ão nos mesmos locais § 4º Um traslado da ata da sessão, autenticado com a
anteriormente designados, servindo os mesários e assinatura de todos os membros do Tribunal que
secretários que pelo juiz forem nomeados, com a assinaram a ata original, será remetida ao Presidente do
antecedência de, pelo menos, cinco dias, salvo se a Tribunal Superior.
anulação for decretada por infração dos §§ 4º e 5º do
Art. 135; § 5º O Tribunal Regional comunicará o resultado da
eleição ao Senado Federal, Câmara dos Deputados e
VI - as eleições assim realizadas serão apuradas pelo Assembléia Legislativa.
Tribunal Regional.
Art. 203. Sempre que forem realizadas eleições de
Art. 202. Da reunião do Tribunal Regional será lavrada âmbito estadual juntamente com eleições para
ata geral, assinada pelos seus membros e da qual presidente e vice-presidente da República, o Tribunal
constarão: Regional desdobrará os seus trabalhos de apuração,
fazendo tanto para aquelas como para esta, uma ata
geral.
I - as seções apuradas e o número de votos apurados em
cada uma;

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§ 1º A Comissão Apuradora deverá, também, apresentar delegados de partido especialmente convocados para
relatórios distintos, um dos quais referente apenas às esse fim e pelos resultados constantes do boletim de
eleições presidenciais. apuração que deverá ficar arquivado no Juízo.

§ 2º Concluídos os trabalhos da apuração o Tribunal CAPÍTULO IV


Regional remeterá ao Tribunal Superior os resultados
parciais das eleições para presidente e vice-presidente da DA APURAÇÃO NO TRIBUNAL SUPERIOR
República, acompanhados de todos os papéis que lhe
digam respeito. Art. 205. O Tribunal Superior fará a apuração geral das
eleições para presidente e vice-presidente da República
Art. 204. O Tribunal Regional julgando conveniente, pelos resultados verificados pelos Tribunais Regionais em
poderá determinar que a totalização dos resultados de cada Estado.
cada urna seja realizada pela própria Comissão
Apuradora. Art. 206. Antes da realização da eleição o Presidente do
Tribunal sorteará, dentre os juízes, o relator de cada
Parágrafo único. Ocorrendo essa hipótese serão grupo de Estados, ao qual serão distribuídos todos os
observadas as seguintes regras: recursos e documentos da eleição referentes ao
respectivo grupo.
I - a decisão do Tribunal será comunicada, até 30 (trinta)
dias antes da eleição aos juízes eleitorais, aos diretórios Art. 207. Recebidos os resultados de cada Estado, e
dos partidos e ao Tribunal Superior; julgados os recursos interpostos das decisões dos
Tribunais Regionais, o relator terá o prazo de 5 (cinco)
II - iniciada a apuração os juízes eleitorais remeterão ao dias para apresentar seu relatório, com as conclusões
Tribunal Regional, diariamente, sob registro postal ou seguintes:
por portador, os mapas de todas as urnas apuradas no
dia; I - os totais dos votos válidos e nulos do Estado;

III - os mapas serão acompanhados de ofício sucinto, que II - os votos apurados pelo Tribunal Regional que devem
esclareça apenas a que seções correspondem e quantas ser anulados;
ainda faltam para completar a apuração da zona;
III - os votos anulados pelo Tribunal Regional que devem
IV - havendo sido interposto recurso em relação a urna ser computados como válidos;
correspondente aos mapas enviados, o juiz fará constar
do ofício, em seguida à indicação da seção, entre IV - a votação de cada candidato;
parênteses, apenas esse esclarecimento - "houve
recurso";
V - o resumo das decisões do Tribunal Regional sobre as
dúvidas e impugnações, bem como dos recursos que
V - a ata final da junta não mencionará, no seu texto, a hajam sido interpostos para o Tribunal Superior, com as
votação obtida pelos partidos e candidatos, a qual ficará respectivas decisões e indicação das implicações sobre os
constando dos boletins de apuração do Juízo, que dela resultados.
ficarão fazendo parte integrante;
Art. 208. O relatório referente a cada Estado ficará na
VI - cópia autenticada da ata, assinada por todos os que Secretaria do Tribunal, pelo prazo de dois dias, para
assinaram o original, será enviada ao Tribunal Regional exame dos partidos e candidatos interessados, que
na forma prevista no art. 184; poderão examinar também os documentos em que ele
se baseou e apresentar alegações ou documentos sobre
VII - a Comissão Apuradora, à medida em que for o relatório, no prazo de 2 (dois) dias.
recebendo os mapas, passará a totalizar os votos,
aguardando, porém, a chegada da cópia autêntica da ata Parágrafo único. Findo esse prazo serão os autos
para encerrar a totalização referente a cada zona; conclusos ao relator, que, dentro em 2 (dois) dias, os
apresentará a julgamento, que será previamente
VIII - no caso de extravio de mapa o juiz eleitoral anunciado.
providenciará a remessa de 2a.via, preenchida à vista dos

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Art. 209. Na sessão designada será o feito chamado a § 2º Os candidatos a presidente e vice-presidente da
julgamento de preferência a qualquer outro processo. República somente serão diplomados depois de
realizadas as eleições suplementares referentes a esses
§ 1º Se o relatório tiver sido impugnado, os partidos cargos.
interessados poderão, no prazo de 15 (quinze) minutos,
sustentar oralmente as suas conclusões. Art. 213. Não se verificando a maioria absoluta, o
Congresso Nacional, dentro de quinze dias após haver
§ 2º Se do julgamento resultarem alterações na apuração recebido a respectiva comunicação do Presidente do
efetuada pelo Tribunal Regional, o acórdão determinará Tribunal Superior Eleitoral, reunir-se-á em sessão pública
que a Secretaria, dentro em 5 (cinco) dias, levante as para se manifestar sobre o candidato mais votado, que
folhas de apuração parcial das seções cujos resultados será considerado eleito se, em escrutínio secreto, obtiver
tiverem sido alterados, bem como o mapa geral da metade mais um dos votos dos seus membros.
respectiva circunscrição, de acordo com as alterações
decorrentes do julgado, devendo o mapa, após o visto do § 1º Se não ocorrer a maioria absoluta referida no caput
relator, ser publicado na Secretaria. deste artigo, renovar-se-á, até 30 (trinta) dias depois, a
eleição em todo país, à qual concorrerão os dois
§ 3º A esse mapa admitir-se-á, dentro em 48 (quarenta e candidatos mais votados, cujos registros estarão
oito) horas de sua publicação, impugnação fundada em automaticamente revalidados.
erro de conta ou de cálculo, decorrente da própria
sentença. § 2º No caso de renúncia ou morte, concorrerá à eleição
prevista no parágrafo anterior o substituto registrado
Art. 210. Os mapas gerais de todas as circunscrições com pelo mesmo partido político ou coligação partidária.
as impugnações, se houver, e a folha de apuração final
levantada pela secretaria, serão autuados e distribuídos a Art. 214. O presidente e o vice-presidente da República
um relator geral, designado pelo Presidente. tomarão posse a 15 (quinze) de março, em sessão do
Congresso Nacional.
Parágrafo único. Recebidos os autos, após a audiência do
Procurador Geral, o relator, dentro de 48 (quarenta e Parágrafo único. No caso do § 1º do artigo anterior, a
oito) horas, resolverá as impugnações relativas aos erros posse realizar-se-á dentro de 15 (quinze) dias a contar da
de conta ou de cálculo, mandando fazer as correções, se proclamação do resultado da segunda eleição,
fôr o caso, e apresentará, a seguir, o relatório final com expirando, porém, o mandato a 15 (quinze) de março do
os nomes dos candidatos que deverão ser proclamados quarto ano.
eleitos e os dos demais candidatos, na ordem
decrescente das votações. CAPÍTULO V

Art. 211. Aprovada em sessão especial a apuração geral, DOS DIPLOMAS


o Presidente anunciará a votação dos candidatos,
proclamando a seguir eleito presidente da República o Art. 215. Os candidatos eleitos, assim como os suplentes,
candidato, mais votado que tiver obtido maioria absoluta receberão diploma assinado pelo Presidente do Tribunal
de votos, excluídos, para a apuração desta, os em branco Regional ou da Junta Eleitoral, conforme o caso.
e os nulos.
Parágrafo único. Do diploma deverá constar o nome do
Art. 212. Verificando que os votos das seções anuladas e candidato, a indicação da legenda sob a qual concorreu,
daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar, em o cargo para o qual foi eleito ou a sua classificação como
todo o país, poderão alterar a classificação de candidato, suplente, e, facultativamente, outros dados a critério do
ordenará o Tribunal Superior a realização de novas juiz ou do Tribunal.
eleições.
Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o
§ 1º Essas eleições serão marcadas desde logo pelo recurso interposto contra a expedição do diploma,
Presidente do Tribunal Superior e terão lugar no primeiro poderá o diplomado exercer o mandato em toda a sua
domingo ou feriado que ocorrer após o 15º (décimo plenitude.
quinto) dia a contar da data do despacho, devendo ser
observado o disposto nos números II a VI do parágrafo
único do Art. 201.

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Art. 217. Apuradas as eleições suplementares o juiz ou o II - quando for negado ou sofrer restrição o direito de
Tribunal reverá a apuração anterior, confirmando ou fiscalizar, e o fato constar da ata ou de protesto
invalidando os diplomas que houver expedido. interposto, por escrito, no momento:

Parágrafo único. No caso de provimento, após a III - quando votar, sem as cautelas do Art. 147, §
diplomação, de recurso contra o registro de candidato ou 2º.
de recurso parcial, será também revista a apuração
anterior, para confirmação ou invalidação de diplomas, a) eleitor excluído por sentença não cumprida por
observado o disposto no § 3º do Art. 261. ocasião da remessa das folhas individuais de votação à
mesa, desde que haja oportuna reclamação de partido;
Art. 218. O presidente de Junta ou de Tribunal que
diplomar militar candidato a cargo eletivo, comunicará b) eleitor de outra seção, salvo a hipótese do Art. 145;
imediatamente a diplomação à autoridade a que o
mesmo estiver subordinado, para os fins do Art. 98. c) alguém com falsa identidade em lugar do eleitor
chamado.
CAPÍTULO VI
Art. 222. É também anulável a votação, quando viciada
DAS NULIDADES DA VOTAÇÃO de falsidade, fraude, coação, uso de meios de que trata o
Art. 237, ou emprego de processo de propaganda ou
Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá captação de sufrágios vedado por lei.
sempre aos fins e resultados a que ela se dirige,
abstendo-se de pronunciar nulidades sem demonstração Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de
de prejuízo. ofício pela Junta, só poderá ser argüida quando de sua
prática, não mais podendo ser alegada, salvo se a
Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá argüição se basear em motivo superveniente ou de
ser requerida pela parte que lhe deu causa nem a ela ordem constitucional.
aproveitar.
§ 1º Se a nulidade ocorrer em fase na qual não possa ser
Art. 220. É nula a votação: alegada no ato, poderá ser argüida na primeira
oportunidade que para tanto se apresente.
I - quando feita perante mesa não nomeada pelo juiz
eleitoral, ou constituída com ofensa à letra da lei; § 2º Se se basear em motivo superveniente deverá ser
alegada imediatamente, assim que se tornar conhecida,
II - quando efetuada em folhas de votação falsas; podendo as razões do recurso ser aditadas no prazo de 2
(dois) dias.
III - quando realizada em dia, hora, ou local diferentes do
designado ou encerrada antes das 17 horas; § 3º A nulidade de qualquer ato, baseada em motivo de
ordem constitucional, não poderá ser conhecida em
IV - quando preterida formalidade essencial do sigilo dos recurso interposto fora do prazo. Perdido o prazo numa
sufrágios. fase própria, só em outra que se apresentar poderá ser
argüida.
V - quando a seção eleitoral tiver sido localizada com
infração do disposto nos §§ 4º e 5º do art. 135. Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos
votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas
eleições federais e estaduais ou do município nas
Parágrafo único. A nulidade será pronunciada quando o
eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais
órgão apurador conhecer do ato ou dos seus efeitos e o
votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição
encontrar provada, não lhe sendo lícito supri-la, ainda
dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.
que haja consenso das partes.

§ 1º Se o Tribunal Regional na área de sua competência,


Art. 221. É anulável a votação:
deixar de cumprir o disposto neste artigo, o Procurador
Regional levará o fato ao conhecimento do Procurador
I - quando houver extravio de documento reputado
essencial;

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Geral, que providenciará junto ao Tribunal Superior para investidos, no que for aplicável, da funções
que seja marcada imediatamente nova eleição. administrativas de juiz eleitoral.

§ 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste Parágrafo único. Será aplicável às mesas receptoras o
capítulo o Ministério Público promoverá, imediatamente processo de composição e fiscalização partidária vigente
a punição dos culpados. para as que funcionam no território nacional.

§ 3o A decisão da Justiça Eleitoral que importe o Art. 228. Até 30 (trinta) dias antes da realização da
indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a eleição todos os brasileiros eleitores, residentes no
perda do mandato de candidato eleito em pleito estrangeiro, comunicarão à sede da Missão diplomática
majoritário acarreta, a realização de novas eleições, ou ao consulado geral, em carta, telegrama ou qualquer
independentemente do número de votos anulados. outra via, a sua condição de eleitor e sua residência.

§ 4o A eleição a que se refere o § 3o correrá a expensas § 1º Com a relação dessas comunicações e com os dados
da Justiça Eleitoral e será: do registro consular, serão organizadas as folhas de
votação, e notificados os eleitores da hora e local da
I - indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de votação.
seis meses do final do mandato;
§ 2º No dia da eleição só serão admitidos a votar os que
II - direta, nos demais casos. constem da folha de votação e os passageiros e
tripulantes de navios e aviões de guerra e mercantes
que, no dia, estejam na sede das sessões eleitorais.

CAPÍTULO VII Art. 229. Encerrada a votação, as urnas serão enviadas


pelos cônsules gerais às sedes das Missões Diplomáticas.
Estas as remeterão, pela mala diplomática, ao Ministério
DO VOTO NO EXTERIOR
das Relações Exteriores, que delas fará entrega ao
Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, a quem
Art. 225. Nas eleições para presidente e vice-presidente
competirá a apuração dos votos e julgamento das
da República poderá votar o eleitor que se encontrar no
dúvidas e recursos que hajam sido interpostos.
exterior.
Parágrafo único. Todo o serviço de transporte do
§ 1º Para esse fim serão organizadas seções eleitorais,
material eleitoral será feito por via aérea.
nas sedes das Embaixadas e Consulados Gerais.
Art. 230. Todos os eleitores que votarem no exterior
§ 2º Sendo necessário instalar duas ou mais seções terão os seus títulos apreendidos pela mesa receptora.
poderá ser utilizado local em que funcione serviço do
governo brasileiro.
Parágrafo único. A todo eleitor que votar no exterior será
concedido comprovante para a comunicação legal ao juiz
Art. 226. Para que se organize uma seção eleitoral no
eleitoral de sua zona.
exterior é necessário que na circunscrição sob a
jurisdição da Missão Diplomática ou do Consulado Geral
Art. 231. Todo aquele que, estando obrigado a votar, não
haja um mínimo de 30 (trinta) eleitores inscritos.
o fizer, fica sujeito, além das penalidades previstas para o
eleitor que não vota no território nacional, à proibição de
Parágrafo único. Quando o número de eleitores não
requerer qualquer documento perante a repartição
atingir o mínimo previsto no parágrafo anterior, os
diplomática a que estiver subordinado, enquanto não se
eleitores poderão votar na mesa receptora mais próxima,
justificar.
desde que localizada no mesmo país, de acordo com a
comunicação que lhes fôr feita.
Art. 232. Todo o processo eleitoral realizado no
estrangeiro fica diretamente subordinado ao Tribunal
Art. 227. As mesas receptoras serão organizadas pelo Regional do Distrito Federal.
Tribunal Regional do Distrito Federal mediante proposta
dos chefes de Missão e cônsules gerais, que ficarão

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Art. 233. O Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério das TÍTULO I


Relações Exteriores baixarão as instruções necessárias e
adotarão as medidas adequadas para o voto no exterior. DAS GARANTIAS ELEITORAIS

Art. 233-A. Aos eleitores em trânsito no território Art. 234. Ninguém poderá impedir ou embaraçar o
nacional é assegurado o direito de votar para Presidente exercício do sufrágio.
da República, Governador, Senador, Deputado Federal,
Deputado Estadual e Deputado Distrital em urnas Art. 235. O juiz eleitoral, ou o presidente da mesa
especialmente instaladas nas capitais e nos Municípios receptora, pode expedir salvo-conduto com a cominação
com mais de cem mil eleitores. de prisão por desobediência até 5 (cinco) dias, em favor
do eleitor que sofrer violência, moral ou física, na sua
§ 1o O exercício do direito previsto neste artigo sujeita- liberdade de votar, ou pelo fato de haver votado.
se à observância das regras seguintes:
Parágrafo único. A medida será válida para o período
I - para votar em trânsito, o eleitor deverá habilitar-se compreendido entre 72 (setenta e duas) horas antes até
perante a Justiça Eleitoral no período de até quarenta e 48 (quarenta e oito) horas depois do pleito.
cinco dias da data marcada para a eleição, indicando o
local em que pretende votar; Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco)
dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do
II - aos eleitores que se encontrarem fora da unidade da encerramento da eleição, prender ou deter qualquer
Federação de seu domicílio eleitoral somente é eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de
assegurado o direito à habilitação para votar em trânsito sentença criminal condenatória por crime inafiançável,
nas eleições para Presidente da República; ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto.

III - os eleitores que se encontrarem em trânsito dentro § 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de
da unidade da Federação de seu domicílio eleitoral partido, durante o exercício de suas funções, não
poderão votar nas eleições para Presidente da República, poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de flagrante
Governador, Senador, Deputado Federal, Deputado delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde
Estadual e Deputado Distrital. 15 (quinze) dias antes da eleição.

§ 2o Os membros das Forças Armadas, os integrantes § 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será
dos órgãos de segurança pública a que se refere o art. imediatamente conduzido à presença do juiz competente
144 da Constituição Federal, bem como os integrantes que, se verificar a ilegalidade da detenção, a relaxará e
das guardas municipais mencionados no § 8o do mesmo promoverá a responsabilidade do coator.
art. 144, poderão votar em trânsito se estiverem em
serviço por ocasião das eleições. Art. 237. A interferência do poder econômico e o desvio
ou abuso do poder de autoridade, em desfavor da
§ 3o As chefias ou comandos dos órgãos a que estiverem liberdade do voto, serão coibidos e punidos.
subordinados os eleitores mencionados no § 2o enviarão
obrigatoriamente à Justiça Eleitoral, em até quarenta e § 1º O eleitor é parte legítima para denunciar os
cinco dias da data das eleições, a listagem dos que culpados e promover-lhes a responsabilidade, e a
estarão em serviço no dia da eleição com indicação das nenhum servidor público. Inclusive de autarquia, de
seções eleitorais de origem e destino. entidade paraestatal e de sociedade de economia mista,
será lícito negar ou retardar ato de ofício tendente a esse
§ 4o Os eleitores mencionados no § 2o, uma vez fim.
habilitados na forma do § 3o, serão cadastrados e
votarão nas seções eleitorais indicadas nas listagens § 2º Qualquer eleitor ou partido político poderá se dirigir
mencionadas no § 3o independentemente do número de ao Corregedor Geral ou Regional, relatando fatos e
eleitores do Município. indicando provas, e pedir abertura de investigação para
apurar uso indevido do poder econômico, desvio ou
PARTE QUINTA abuso do poder de autoridade, em benefício de
candidato ou de partido político.
DISPOSIÇÕES VÁRIAS

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§ 3º O Corregedor, verificada a seriedade da denúncia II - que provoque animosidade entre as forças armadas
procederá ou mandará proceder a investigações, ou contra elas, ou delas contra as classes e instituições
regendo-se estas, no que lhes for aplicável, pela Lei nº civis;
1.579 de 18 de março de 1952.
III - de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;
Art. 238. É proibida, durante o ato eleitoral, a presença
de força pública no edifício em que funcionar mesa IV - de instigação à desobediência coletiva ao
receptora, ou nas imediações, observado o disposto no cumprimento da lei de ordem pública;
Art. 141.
V - que implique em oferecimento, promessa ou
Art. 239. Aos partidos políticos é assegurada a prioridade solicitação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou vantagem
postal durante os 60 (sessenta) dias anteriores à de qualquer natureza;
realização das eleições, para remessa de material de
propaganda de seus candidatos registrados. VI - que perturbe o sossego público, com algazarra ou
abusos de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
TÍTULO II
VII - por meio de impressos ou de objeto que pessoa
DA PROPAGANDA PARTIDÁRIA inexperiente ou rústica possa confundir com moeda;

Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos VIII - que prejudique a higiene e a estética urbana ou
somente é permitida após o dia 15 de agosto do ano da contravenha a posturas municiais ou a outra qualquer
eleição. restrição de direito;

Parágrafo único. É vedada, desde quarenta e oito horas IX - que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas,
antes até vinte e quatro horas depois da eleição, bem como órgãos ou entidades que exerçam autoridade
qualquer propaganda política mediante radiodifusão, pública.
televisão, comícios ou reuniões públicas.
§ 1º O ofendido por calúnia, difamação ou injúria, sem
Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a prejuízo e independentemente da ação penal
responsabilidade dos partidos e por eles paga, competente, poderá demandar, no Juízo Civil a
imputando-lhes solidariedade nos excessos praticados reparação do dano moral respondendo por este o
pelos seus candidatos e adeptos. ofensor e, solidariamente, o partido político deste,
quando responsável por ação ou omissão a quem que
Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é favorecido pelo crime, haja de qualquer modo
restrita aos candidatos e aos respectivos partidos, não contribuído para ele.
alcançando outros partidos, mesmo quando integrantes
de uma mesma coligação. § 2º No que couber aplicar-se-ão na reparação do dano
moral, referido no parágrafo anterior, os artigos. 81 a 88
Art. 242. A propaganda, qualquer que seja a sua forma da Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962.
ou modalidade, mencionará sempre a legenda partidária
e só poderá ser feita em língua nacional, não devendo § 3º É assegurado o direito de resposta a quem for,
empregar meios publicitários destinados a criar, injuriado difamado ou caluniado através da imprensa
artificialmente, na opinião pública, estados mentais, rádio, televisão, ou alto-falante, aplicando-se, no que
emocionais ou passionais. couber, os artigos. 90 e 96 da Lei nº 4.117, de 27 de
agosto de 1962.
Art. 243. Não será tolerada propaganda:
Art. 244. É assegurado aos partidos políticos registrados
I - de guerra, de processos violentos para subverter o o direito de, independentemente de licença da
regime, a ordem política e social ou de preconceitos de autoridade pública e do pagamento de qualquer
raça ou de classes; contribuição:

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I - fazer inscrever, na fachada de suas sedes e § 3º Aos órgãos da Justiça Eleitoral compete julgar das
dependências, o nome que os designe, pela forma que reclamações sobre a localização dos comícios e
melhor lhes parecer; providências sobre a distribuição eqüitativa dos locais
aos partidos.
II - instalar e fazer funcionar, normalmente, das quatorze
às vinte e duas horas, nos três meses que antecederem Art.247. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 30.9.1997)
as eleições, alto-falantes, ou amplificadores de voz, nos
locais referidos, assim como em veículos seus, ou à sua Art. 248. Ninguém poderá impedir a propaganda
disposição, em território nacional, com observância da eleitoral, nem inutilizar, alterar ou perturbar os meios
legislação comum. lícitos nela empregados.

Parágrafo único. Os meios de propaganda a que se refere Art. 249. O direito de propaganda não importa restrição
o nº II deste artigo não serão permitidos, a menos de 500 ao poder de polícia quando este deva ser exercido em
metros: benefício da ordem pública.

I - das sedes do Executivo Federal, dos Estados, Art.250. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 30.9.1997)
Territórios e respectivas Prefeituras Municipais;
Art. 251. No período destinado à propaganda eleitoral
II - das Câmaras Legislativas Federais, Estaduais e gratuita não prevalecerão quaisquer contratos ou ajustes
Municipais; firmados pelas empresas que possam burlar ou tornar
inexeqüível qualquer dispositivo deste Código ou das
III - dos Tribunais Judiciais; instruções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

IV - dos hospitais e casas de saúde; Art.252. (Revogado)

V - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, Art.253. (Revogado)


quando em funcionamento;
Art.254. . (Revogado)
VI - dos quartéis e outros estabelecimentos militares.
Art. 255. Nos 15 (quinze) dias anteriores ao pleito é
Art. 245. A realização de qualquer ato de propaganda proibida a divulgação, por qualquer forma, de resultados
partidária ou eleitoral, em recinto aberto, não depende de prévias ou testes pré-eleitorais.
de licença da polícia.
Art. 256. As autoridades administrativas federais,
§ 1º Quando o ato de propaganda tiver de realizar-se em estaduais e municipais proporcionarão aos partidos, em
lugar designado para a celebração de comício, na forma igualdade de condições, as facilidades permitidas para a
do disposto no art. 3º da Lei nº 1.207, de 25 de outubro respectiva propaganda.
de 1950, deverá ser feita comunicação à autoridade
policial, pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes de § 1º No período da campanha eleitoral,
sua realização. independentemente do critério de prioridade, os
serviços telefônicos, oficiais ou concedidos, farão
§ 2º Não havendo local anteriormente fixado para a instalar, na sede dos diretórios devidamente registrados,
celebração de comício, ou sendo impossível ou difícil telefones necessários, mediante requerimento do
nele realizar-se o ato de propaganda eleitoral, ou respectivo presidente e pagamento das taxas
havendo pedido para designação de outro local, a devidas.
comunicação a que se refere o parágrafo anterior será
feita, no mínimo, com antecedência, de 72 (setenta e § 2º O Tribunal Superior Eleitoral baixará as instruções
duas) horas, devendo a autoridade policial, em qualquer necessárias ao cumprimento do disposto no parágrafo
desses casos, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes, anterior fixado as condições a serem observadas.
designar local amplo e de fácil acesso, de modo que não
impossibilite ou frustre a reunião. TÍTULO III

DOS RECURSOS

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CAPÍTULO I Tribunal Superior, serão eles julgados seguidamente, em


uma ou mais sessões.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 2º As decisões com os esclarecimentos necessários ao
Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito cumprimento, serão comunicadas de uma só vez ao juiz
suspensivo. eleitoral ou ao presidente do Tribunal Regional.

§ 1o A execução de qualquer acórdão será feita § 3º Se os recursos de um mesmo município ou Estado


imediatamente, através de comunicação por ofício, deram entrada em datas diversas, sendo julgados
telegrama, ou, em casos especiais, a critério do separadamente, o juiz eleitoral ou o presidente do
presidente do Tribunal, através de cópia do Tribunal Regional, aguardará a comunicação de todas as
acórdão. decisões para cumpri-las, salvo se o julgamento dos
demais importar em alteração do resultado do pleito que
§ 2o O recurso ordinário interposto contra decisão não tenha relação com o recurso já julgado.
proferida por juiz eleitoral ou por Tribunal Regional
Eleitoral que resulte em cassação de registro, § 4º Em todos os recursos, no despacho que determinar
afastamento do titular ou perda de mandato eletivo será a remessa dos autos à instância superior, o juízo "a quo"
recebido pelo Tribunal competente com efeito esclarecerá quais os ainda em fase de processamento e,
suspensivo. no último, quais os anteriormente remetidos.

§ 3o O Tribunal dará preferência ao recurso sobre § 5º Ao se realizar a diplomação, se ainda houver recurso
quaisquer outros processos, ressalvados os de habeas pendente de decisão em outra instância, será consignado
corpus e de mandado de segurança. que os resultados poderão sofrer alterações decorrentes
desse julgamento.
Art. 258. Sempre que a lei não fixar prazo especial, o
recurso deverá ser interposto em três dias da publicação § 6º Realizada a diplomação, e decorrido o prazo para
do ato, resolução ou despacho. recurso, o juiz ou presidente do Tribunal Regional
comunicará à instância superior se foi ou não interposto
Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de recurso.
recurso, salvo quando neste se discutir matéria
constitucional. Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá
somente nos casos de inelegibilidade superveniente ou
Parágrafo único. O recurso em que se discutir matéria de natureza constitucional e de falta de condição de
constitucional não poderá ser interposto fora do prazo. elegibilidade.
Perdido o prazo numa fase própria, só em outra que se
apresentar poderá ser interposto. I - (revogado);

Art. 260. A distribuição do primeiro recurso que chegar II - (revogado);


ao Tribunal Regional ou Tribunal Superior, prevenirá a
competência do relator para todos os demais casos do III - (revogado);
mesmo município ou Estado.
IV - (revogado);
Art. 261. Os recursos parciais, entre os quais não se
incluem os que versarem matéria referente ao registro Art. 263. No julgamento de um mesmo pleito eleitoral, as
de candidatos, interpostos para os Tribunais Regionais no decisões anteriores sobre questões de direito constituem
caso de eleições municipais, e para o Tribunal Superior prejulgados para os demais casos, salvo se contra a tese
no caso de eleições estaduais ou federais, serão julgados votarem dois terços dos membros do Tribunal.
à medida que derem entrada nas respectivas Secretarias.
Art. 264. Para os Tribunais Regionais e para o Tribunal
§ 1º Havendo dois ou mais recursos parciais de um Superior caberá, dentro de 3 (três) dias, recurso dos atos,
mesmo município ou Estado, ou se todos, inclusive os de resoluções ou despachos dos respectivos presidentes.
diplomação já estiverem no Tribunal Regional ou no
CAPÍTULO II

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DOS RECURSOS PERANTE AS JUNTAS E JUÍZOS § 6º Findos os prazos a que se referem os parágrafos
ELEITORAIS anteriores, o juiz eleitoral fará, dentro de 48 (quarenta e
oito) horas, subir os autos ao Tribunal Regional com a sua
Art. 265. Dos atos, resoluções ou despachos dos juízes ou resposta e os documentos em que se fundar, sujeito à
juntas eleitorais caberá recurso para o Tribunal Regional. multa de dez por cento do salário-mínimo regional por
dia de retardamento, salvo se entender de reformar a
Parágrafo único. Os recursos das decisões das Juntas sua decisão.
serão processados na forma estabelecida pelos artigos.
169 e seguintes. § 7º Se o juiz reformar a decisão recorrida, poderá o
recorrido, dentro de 3 (três) dias, requerer suba o
Art. 266. O recurso independerá de termo e será recurso como se por ele interposto.
interposto por petição devidamente fundamentada,
dirigida ao juiz eleitoral e acompanhada, se o entender o CAPÍTULO III
recorrente, de novos documentos.
DOS RECURSOS NOS TRIBUNAIS REGIONAIS
Parágrafo único. Se o recorrente se reportar a coação,
fraude, uso de meios de que trata o art. 237 ou emprego Art. 268. No Tribunal Regional nenhuma alegação escrita
de processo de propaganda ou captação de sufrágios ou nenhum documento poderá ser oferecido por
vedado por lei, dependentes de prova a ser determinada qualquer das partes, salvo o disposto no art. 270.
pelo Tribunal, bastar-lhe-á indicar os meios a elas
conducentes. Art. 269. Os recursos serão distribuídos a um relator em
24 (vinte e quatro) horas e na ordem rigorosa da
Art. 267. Recebida a petição, mandará o juiz intimar o antigüidade dos respectivos membros, esta última
recorrido para ciência do recurso, abrindo-se-lhe vista exigência sob pena de nulidade de qualquer ato ou
dos autos a fim de, em prazo igual ao estabelecido para a decisão do relator ou do Tribunal.
sua interposição, oferecer razões, acompanhadas ou não
de novos documentos. § 1º Feita a distribuição, a Secretaria do Tribunal abrirá
vista dos autos à Procuradoria Regional, que deverá
§ 1º A intimação se fará pela publicação da notícia da emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias.
vista no jornal que publicar o expediente da Justiça
Eleitoral, onde houver, e nos demais lugares, § 2º Se a Procuradoria não emitir parecer no prazo
pessoalmente pelo escrivão, independente de iniciativa fixado, poderá a parte interessada requerer a inclusão do
do recorrente. processo na pauta, devendo o Procurador, nesse caso,
proferir parecer oral na assentada do julgamento.
§ 2º Onde houver jornal oficial, se a publicação não
ocorrer no prazo de 3 (três) dias, a intimação se fará Art. 270. Se o recurso versar sobre coação, fraude, uso
pessoalmente ou na forma prevista no parágrafo de meios de que trata o Art. 237, ou emprego de
seguinte. processo de propaganda ou captação de sufrágios
vedado por lei dependente de prova indicada pelas
§ 3º Nas zonas em que se fizer intimação pessoal, se não partes ao interpô-lo ou ao impugná-lo, o relator no
for encontrado o recorrido dentro de 48 (quarenta e Tribunal Regional deferi-la-á em vinte e quatro horas da
oito) horas, a intimação se fará por edital afixado no conclusão, realizado-se ela no prazo improrrogável de
fórum, no local de costume. cinco dias.

§ 4º Todas as citações e intimações serão feitas na forma § 1º Admitir-se-ão como meios de prova para apreciação
estabelecida neste artigo. pelo Tribunal as justificações e as perícias processadas
perante o juiz eleitoral da zona, com citação dos partidos
§ 5º Se o recorrido juntar novos documentos, terá o que concorreram ao pleito e do representante do
recorrente vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas Ministério Público.
para falar sobre os mesmos, contado o prazo na forma
deste artigo. § 2º Indeferindo o relator a prova , serão os autos, a
requerimento do interessado, nas vinte e quatro horas
seguintes, presentes à primeira sessão do Tribunal, que
deliberará a respeito.

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§ 3º Protocoladas as diligências probatórias, ou com a se não forem encontradas no prazo de 48 (quarenta e


juntada das justificações ou diligências, a Secretaria do oito) horas, a intimação se fará por edital afixado no
Tribunal abrirá, sem demora, vista dos autos, por vinte e Tribunal, no local de costume.
quatro horas, seguidamente, ao recorrente e ao
recorrido para dizerem a respeito. § 2º O disposto no parágrafo anterior aplicar-se-á a todos
os casos de citação ou intimação.
§ 4º Findo o prazo acima, serão os autos conclusos ao
relator. Art. 275. São admissíveis embargos de declaração nas
hipóteses previstas no Código de Processo Civil.
Art. 271. O relator devolverá os autos à Secretaria no
prazo improrrogável de 8 (oito) dias para, nas 24 (vinte e § 1o Os embargos de declaração serão opostos no prazo
quatro) horas seguintes, ser o caso incluído na pauta de de 3 (três) dias, contado da data de publicação da
julgamento do Tribunal. decisão embargada, em petição dirigida ao juiz ou
relator, com a indicação do ponto que lhes deu causa.
§ 1º Tratando-se de recurso contra a expedição de
diploma, os autos, uma vez devolvidos pelo relator, serão § 2o Os embargos de declaração não estão sujeitos a
conclusos ao juiz imediato em antigüidade como revisor, preparo.
o qual deverá devolvê-los em 4 (quatro) dias.
§ 3o O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 2º As pautas serão organizadas com um número de
processos que possam ser realmente julgados, § 4o Nos tribunais:
obedecendo-se rigorosamente a ordem da devolução
dos mesmos à Secretaria pelo Relator, ou Revisor, nos
I - o relator apresentará os embargos em mesa na sessão
recursos contra a expedição de diploma, ressalvadas as
subseqüente, proferindo voto;
preferências determinadas pelo regimento do Tribunal.
II - não havendo julgamento na sessão referida no inciso
Art. 272. Na sessão do julgamento, uma vez feito o
I, será o recurso incluído em pauta;
relatório pelo relator, cada uma das partes poderá, no
prazo improrrogável de dez minutos , sustentar
III - vencido o relator, outro será designado para lavrar o
oralmente as suas conclusões.
acórdão.
Parágrafo único. Quando se tratar de julgamento de
§ 5o Os embargos de declaração interrompem o prazo
recursos contra a expedição de diploma, cada parte terá
para a interposição de recurso.
vinte minutos para sustentação oral.

Art. 273. Realizado o julgamento, o relator, se vitorioso, § 6o Quando manifestamente protelatórios os embargos
de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão
ou o relator designado para redigir o acórdão,
fundamentada, condenará o embargante a pagar ao
apresentará a redação deste, o mais tardar, dentro em 5
(cinco) dias. embargado multa não excedente a 2 (dois) salários-
mínimos.
§ 1º O acórdão conterá uma síntese das questões
debatidas e decididas. § 7o Na reiteração de embargos de declaração
manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até
10 (dez) salários-mínimos.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, se o
Tribunal dispuser de serviço taquigráfico, serão juntas ao
processo as notas respectivas. Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são
terminativas, salvo os casos seguintes em que cabe
recurso para o Tribunal Superior:
Art. 274. O acórdão, devidamente assinado, será
publicado, valendo como tal a inserção da sua conclusão
I - especial:
no órgão oficial.

a) quando forem proferidas contra expressa disposição


§1º Se o órgão oficial não publicar o acórdão no prazo de
de lei;
3 (três) dias, as partes serão intimadas pessoalmente e,

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b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei I - a exposição do fato e do direito;


entre dois ou mais tribunais eleitorais.
II - as razões do pedido de reforma da decisão;
II - ordinário:
III - a indicação das peças do processo que devem ser
a) quando versarem sobre expedição de diplomas nas trasladadas.
eleições federais e estaduais;
§ 2º Serão obrigatoriamente trasladadas a decisão
b) quando denegarem habeas corpus ou mandado de recorrida e a certidão da intimação.
segurança.
§ 3º Deferida a formação do agravo, será intimado o
§ 1º É de 3 (três) dias o prazo para a interposição do recorrido para, no prazo de 3 (três) dias, apresentar as
recurso, contado da publicação da decisão nos casos dos suas razões e indicar as peças dos autos que serão
nº I, letras a e b e II, letra b e da sessão da diplomação no também trasladadas.
caso do nº II, letra a.
§ 4º Concluída a formação do instrumento o presidente
§ 2º Sempre que o Tribunal Regional determinar a do Tribunal determinará a remessa dos autos ao Tribunal
realização de novas eleições, o prazo para a interposição Superior, podendo, ainda, ordenar a extração e a juntada
dos recursos, no caso do nº II, a, contar-se-á da sessão de peças não indicadas pelas partes.
em que, feita a apuração das sessões renovadas, fôr
proclamado o resultado das eleições suplementares. § 5º O presidente do Tribunal não poderá negar
seguimento ao agravo, ainda que interposto fora do
Art. 277. Interposto recurso ordinário contra decisão do prazo legal.
Tribunal Regional, o presidente poderá, na própria
petição, mandar abrir vista ao recorrido para que, no § 6º Se o agravo de instrumento não for conhecido,
mesmo prazo, ofereça as suas razões. porque interposto fora do prazo legal, o Tribunal
Superior imporá ao recorrente multa correspondente a
Parágrafo único. Juntadas as razões do recorrido, serão valor do maior salário-mínimo vigente no país, multa
os autos remetidos ao Tribunal Superior. essa que será inscrita e cobrada na forma prevista no art.
367.
Art. 278. Interposto recurso especial contra decisão do
Tribunal Regional, a petição será juntada nas 48 § 7º Se o Tribunal Regional dispuser de aparelhamento
(quarenta e oito) horas seguintes e os autos conclusos ao próprio, o instrumento deverá ser formado com
presidente dentro de 24 (vinte e quatro) horas. fotocópias ou processos semelhantes, pagas as despesas,
pelo preço do custo, pelas partes, em relação às peças
§ 1º O presidente, dentro em 48 (quarenta e oito) horas que indicarem.
do recebimento dos autos conclusos, proferirá despacho
fundamentado, admitindo ou não o recurso. CAPÍTULO IV

§ 2º Admitido o recurso, será aberta vista dos autos ao DOS RECURSOS NO TRIBUNAL SUPERIOR
recorrido para que, no mesmo prazo, apresente as suas
razões. Art. 280. Aplicam-se ao Tribunal Superior as disposições
dos artigos. 268, 269, 270, 271 (caput), 272, 273, 274 e
§ 3º Em seguida serão os autos conclusos ao presidente, 275.
que mandará remetê-los ao Tribunal Superior.
Art. 281. São irrecorríveis as decisões do Tribunal
Art. 279. Denegado o recurso especial, o recorrente Superior, salvo as que declararem a invalidade de lei ou
poderá interpor, dentro em 3 (três) dias, agravo de ato contrário à Constituição Federal e as denegatórias de
instrumento. "habeas corpus"ou mandado de segurança, das quais
caberá recurso ordinário para o Supremo Tribunal
§ 1º O agravo de instrumento será interposto por petição Federal, interposto no prazo de 3 (três) dias.
que conterá:

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§ 1º Juntada a petição nas 48 (quarenta e oito) horas Art. 284. Sempre que este Código não indicar o grau
seguintes, os autos serão conclusos ao presidente do mínimo, entende-se que será ele de quinze dias para a
Tribunal, que, no mesmo prazo, proferirá despacho pena de detenção e de um ano para a de reclusão.
fundamentado, admitindo ou não o recurso.
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou
§ 2º Admitido o recurso será aberta vista dos autos ao atenuação da pena sem mencionar o "quantum", deve o
recorrido para que, dentro de 3 (três) dias, apresente as juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guardados os
suas razões. limites da pena cominada ao crime.

§ 3º Findo esse prazo os autos serão remetidos ao Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao
Supremo Tribunal Federal. Tesouro Nacional, de uma soma de dinheiro, que é fixada
em dias-multa. Seu montante é, no mínimo, 1 (um) dia-
Art. 282. Denegado recurso, o recorrente poderá multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-multa.
interpor, dentro de 3 (três) dias, agravo de instrumento,
observado o disposto no Art. 279 e seus parágrafos, § 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o
aplicada a multa a que se refere o § 6º pelo Supremo prudente arbítrio do juiz, devendo este ter em conta as
Tribunal Federal. condições pessoais e econômicas do condenado, mas
não pode ser inferior ao salário-mínimo diário da região,
TÍTULO IV nem superior ao valor de um salário-mínimo mensal.

DISPOSIÇÕES PENAIS § 2º A multa pode ser aumentada até o triplo, embora


não possa exceder o máximo genérico caput, se o juiz
CAPÍTULO I considerar que, em virtude da situação econômica do
condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no máximo,
ao crime de que se trate.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as


Art. 283. Para os efeitos penais são considerados
regras gerais do Código Penal.
membros e funcionários da Justiça Eleitoral:

Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da


I - os magistrados que, mesmo não exercendo funções
imprensa, do rádio ou da televisão, aplicam-se
eleitorais, estejam presidindo Juntas Apuradoras ou se
exclusivamente as normas deste Código e as remissões a
encontrem no exercício de outra função por designação
outra lei nele contempladas.
de Tribunal Eleitoral;

CAPÍTULO II
II - Os cidadãos que temporariamente integram órgãos
da Justiça Eleitoral;
DOS CRIMES ELEITORAIS
III - Os cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas
receptoras ou Juntas Apuradoras; Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:

IV - Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral. Pena - Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a
15 dias-multa.
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, além dos indicados no presente artigo, quem, Art. 290 Induzir alguém a se inscrever eleitor com
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce infração de qualquer dispositivo deste Código.
cargo, emprego ou função pública.
Pena - Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce multa.
cargo, emprego ou função em entidade paraestatal ou
em sociedade de economia mista. Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de
alistando.

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Pena - Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100
quinze dias-multa. dias-multa.

Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário
fundamento legal, a inscrição requerida: da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do
cargo a pena é agravada.
Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato
alistamento: ou partido, ainda que os fins visados não sejam
conseguidos:
Art. 294. (Revogado pela Lei nº 8.868, de 14.4.1994)
Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a
quinze dias-multa.
Pena - Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento
de 30 a 60 dias-multa. Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de
impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto a
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive
eleitor: o fornecimento gratuito de alimento e transporte
coletivo:
Pena - Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a
60 dias-multa. Pena - reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento
de 200 a 300 dias-multa.
Art. 296. Promover desordem que prejudique os
trabalhos eleitorais; Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços
necessários à realização de eleições, tais como
transporte e alimentação de eleitores, impressão,
Pena - Detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
dias-multa.

Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.


Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:

Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia


Pena - Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100
da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de
dias-multa.
utilidades, alimentação e meios de transporte, ou
conceder exclusividade dos mesmos a determinado
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa
partido ou candidato:
receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato, com
violação do disposto no Art. 236:
Pena - pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Pena - Reclusão até quatro anos.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora,
salvo o juiz eleitoral, no seu funcionamento sob qualquer
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, pretexto:
para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer
outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir
Pena - detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90
ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja
dias-multa.
aceita:

Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores


Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a
devem ser chamados a votar:
quinze dias-multa.

Pena - pagamento de 15 a 30 dias-multa.


Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade
para coagir alguém a votar ou não votar em determinado
candidato ou partido: Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada
ou por qualquer forma marcada:

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Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 que dispensada a providencia pelos fiscais, delegados ou
dias-multa. candidatos presentes:

Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a
oportunidade que não a de entrega da mesma ao eleitor. 120 dias-multa.

Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a
dias-multa. contagem dos votos for procedida pela mesa receptora
incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em que não fecharem e lacrarem a urna após a contagem.
lugar de outrem:
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração
Pena - reclusão até três anos. a votação obtida por qualquer candidato ou lançar
nesses documentos votação que não corresponda às
Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa cédulas apuradas:
receptora que seja praticada, qualquer irregularidade
que determine a anulação de votação, salvo no caso do Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
Art. 311: dias-multa.

Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da
120 dias-multa. eleição ou da apuração os protestos devidamente
formulados ou deixar de remetê-los à instância superior:
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está
inscrito, salvo nos casos expressamente previstos, e Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
permitir, o presidente da mesa receptora, que o voto dias-multa.
seja admitido:
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos
Pena - detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 invólucros.
dias-multa para o eleitor e de 20 a 30 dias-multa para o
presidente da mesa. Pena - reclusão de três a cinco anos.

Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto: Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos
da urna quando qualquer eleitor houver votado sob
Pena - detenção até dois anos. impugnação (art. 190):

Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60
o boletim de apuração imediatamente após a apuração dias-multa.
de cada urna e antes de passar à subseqüente, sob
qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de
pelos fiscais, delegados ou candidatos presentes: registro de um ou mais partidos:

Pena - pagamento de 90 a 120 dias-multa. Pena - detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30


dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a
contagem fôr procedida pela mesa receptora incorrerão Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em
na mesma pena o presidente e os mesários que não dois ou mais partidos:
expedirem imediatamente o respectivo boletim.
Pena - pagamento de 10 a 20 dias-multa.
Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher
as cédulas apuradas na respectiva urna, fechá-la e lacrá- Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma
la, assim que terminar a apuração de cada seção e antes ficha de registro de partido:
de passar à subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda

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Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 20 a § 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
40 dias-multa.
I - se o ofendido, de forma reprovável, provocou
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe diretamente a injúria;
inveridicos, em relação a partidos ou candidatos e
capazes de exercerem influência perante o eleitorado: II - no caso de extorsão imediata, que consista em outra
injúria.
Pena - detenção de dois meses a um ano, ou pagamento
de 120 a 150 dias-multa. § 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
que, por sua natureza ou meio empregado, se
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é considerem aviltantes:
cometido pela imprensa, rádio ou televisão.
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou 5 a 20 dias-multa, além das penas correspondentes à
visando fins de propaganda, imputando-lhe falsamente violência prevista no Código Penal.
fato definido como crime:
Art. 327. As penas cominadas nos artigos. 324, 325 e 326,
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e pagamento aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
de 10 a 40 dias-multa. cometido:

§ 1° Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a I - contra o Presidente da República ou chefe de governo
imputação, a propala ou divulga. estrangeiro;

§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
mas não é admitida:
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação facilite a divulgação da ofensa.
privada, o ofendido, não foi condenado por sentença
irrecorrível; Art. 328. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 30.9.1997)

II - se o fato é imputado ao Presidente da República ou Art. 329. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 30.9.1997)
chefe de governo estrangeiro;
Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o repara o dano antes da sentença final, o juiz pode reduzir
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. a pena.

Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de
visando a fins de propaganda, imputando-lhe fato propaganda devidamente empregado:
ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção até seis meses ou pagamento de 90 a
Pena - detenção de três meses a um ano, e pagamento 120 dias-multa.
de 5 a 30 dias-multa.
Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se
admite se ofendido é funcionário público e a ofensa é Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60
relativa ao exercício de suas funções. dias-multa.

Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou Art.333. (Revogado pela Lei nº 9.504, de 30.9.1997)
visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a dignidade
ou o decoro:
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas,
distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para
Pena - detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a propaganda ou aliciamento de eleitores:
60 dias-multa.

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Pena - detenção de seis meses a um ano e cassação do Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário
registro se o responsável for candidato. da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, a pena é agravada.
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua
forma, em língua estrangeira: Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer,
ainda que gratuitamente, subtrair ou guardar urnas,
Pena - detenção de três a seis meses e pagamento de 30 objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo da
a 60 dias-multa. Justiça Eleitoral:

Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao Pena - reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-
presente artigo importa na apreensão e perda do multa.
material utilizado na propaganda.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário
Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração da Justiça Eleitoral e comete o crime prevalecendo-se do
de qualquer dos artigos. 322, 323, 324, 325, 326,328, cargo, a pena é agravada.
329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o juiz verificar, de
acordo com o seu livre convencionamento, se diretório Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor
local do partido, por qualquer dos seus membros, ou qualquer outro funcionário de órgão oficial federal,
concorreu para a prática de delito, ou dela se beneficiou estadual, ou municipal, as decisões, citações ou
conscientemente. intimações da Justiça Eleitoral:

Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório Pena - detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60
responsável pena de suspensão de sua atividade eleitoral dias-multa.
por prazo de 6 a 12 meses, agravada até o dôbro nas
reincidências. Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público,
no prazo legal, denúncia ou deixar de promover a
Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não execução de sentença condenatória:
estiver no gozo dos seus direitos políticos, de atividades
partidárias inclusive comícios e atos de propaganda em Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a
recintos fechados ou abertos: 90 dias-multa.

Pena - detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art.
dias-multa. 357:

Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 60 a
pelas emissoras de rádio ou televisão que autorizar 90 dias-multa.
transmissões de que participem os mencionados neste
artigo, bem como o diretor de jornal que lhes divulgar os Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem
pronunciamentos. justa causa:

Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a
prevista no Art. 239: 120 dias-multa.

Pena - Pagamento de 30 a 60 dias-multa. Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou


qualquer funcionário dos órgãos da Justiça Eleitoral, nos
Art. 339 - Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo prazos legais, os deveres impostos por este Código, se a
votos, ou documentos relativos à eleição: infração não estiver sujeita a outra penalidade:

Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a Pena - pagamento de trinta a noventa dias-multa.
15 dias-multa.
Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:

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Pena - detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 disco fonográfico ou fita de ditafone a que se incorpore
dias-multa. declaração ou imagem destinada à prova de fato
juridicamente relevante.
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade
responsável, os servidores que prestarem serviços e os Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da
candidatos, membros ou diretores de partido que derem função pública, firma ou letra que o não seja, para fins
causa à infração. eleitorais:

Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15
diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral ou dias-multa se o documento é público, e reclusão até três
opor embaraços à sua execução: anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento
é particular.
Pena - detenção de três meses a um ano e pagamento de
10 a 20 dias-multa. Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos
falsificados ou alterados, a que se referem os artigos. 348
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento a 352:
público, ou alterar documento público verdadeiro, para
fins eleitorais: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

Pena - reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem,
30 dias-multa. documento público ou particular, material ou
ideologicamente falso para fins eleitorais:
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada. Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador
público o emanado de entidade paraestatal inclusive financeiro da campanha, ou quem de fato exerça essa
Fundação do Estado. função, de bens, recursos ou valores destinados ao
financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio:
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento
particular ou alterar documento particular verdadeiro, Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
para fins eleitorais:
CAPÍTULO III
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10
dias-multa. DO PROCESSO DAS INFRAÇÕES

Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou de ação pública.
fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, para fins eleitorais: Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de
infração penal deste Código deverá comunicá-la ao juiz
Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 eleitoral da zona onde a mesma se verificou.
dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três
anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento § 1º Quando a comunicação for verbal, mandará a
é particular. autoridade judicial reduzi-la a termo, assinado pelo
apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é órgão do Ministério Público local, que procederá na
funcionário público e comete o crime prevalecendo-se forma deste Código.
do cargo ou se a falsificação ou alteração é de
assentamentos de registro civil, a pena é agravada. § 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores
esclarecimentos e documentos complementares ou
Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 e 350) para outros elementos de convicção, deverá requisitá-los
os efeitos penais, a fotografia, o filme cinematográfico, o

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diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de
que possam fornecê-los. 10 (dez) dias para oferecer alegações escritas e arrolar
testemunhas.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público
oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10 (dez) dias. Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da
defesa e praticadas as diligências requeridas pelo
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo juiz,
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das partes
comunicação, o juiz, no caso de considerar - acusação e defesa - para alegações finais.
improcedentes as razões invocadas, fará remessa da
comunicação ao Procurador Regional, e êste oferecerá a Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao
denúncia, designará outro Promotor para oferecê-la, ou juiz dentro de quarenta e oito horas, terá o mesmo 10
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então (dez) dias para proferir a sentença.
estará o juiz obrigado a atender.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso absolvição cabe recurso para o Tribunal Regional, a ser
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do interposto no prazo de 10 (dez) dias.
acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificação do crime e, quando Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional fôr
necessário, o rol das testemunhas. condenatória, baixarão imediatamente os autos à
instância inferior para a execução da sentença, que será
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados da data da vista
denúncia no prazo legal representará contra êle a ao Ministério Público.
autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade penal. Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar
de promover a execução da sentença serão aplicadas as
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior normas constantes dos parágrafos 3º, 4º e 5º do Art.
o juiz solicitará ao Procurador Regional a designação de 357.
outro promotor, que, no mesmo prazo, oferecerá a
denúncia. Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais
e dos comuns que lhes forem conexos, assim como nos
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação recursos e na execução, que lhes digam respeito, aplicar-
contra o órgão do Ministério Público se o juiz, no prazo se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de
de 10 (dez) dias, não agir de ofício. Processo Penal.

Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando: TÍTULO V

I - o fato narrado evidentemente não constituir crime; DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou Art. 365. O serviço eleitoral prefere a qualquer outro, é
outra causa; obrigatório e não interrompe o interstício de promoção
dos funcionários para ele requisitados.
III - fôr manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar
condição exigida pela lei para o exercício da ação penal. Art. 366. Os funcionários de qualquer órgão da Justiça
Eleitoral não poderão pertencer a diretório de partido
Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição da político ou exercer qualquer atividade partidária, sob
denúncia não obstará ao exercício da ação penal, desde pena de demissão.
que promovida por parte legítima ou satisfeita a
condição. Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer multa,
salvo no caso das condenações criminais, obedecerão às
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e seguintes normas:
hora para o depoimento pessoal do acusado, ordenando
a citação deste e a notificação do Ministério Público.

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I - No arbitramento será levada em conta a condição § 3º O alistando, ou o eleitor, que comprovar


econômica do eleitor; devidamente o seu estado de pobreza, ficará isento do
pagamento de multa.
II - Arbitrada a multa, de ofício ou a requerimento do
eleitor, o pagamento será feito através de selo federal § 4º Fica autorizado o Tesouro Nacional a emitir sêlos,
inutilizado no próprio requerimento ou no respectivo sob a designação "Selo Eleitoral", destinados ao
processo; pagamento de emolumentos, custas, despesas e multas,
tanto as administrativas como as penais, devidas à
III - Se o eleitor não satisfizer o pagamento no prazo de Justiça Eleitoral.
30 (trinta) dias, será considerada dívida líquida e certa,
para efeito de cobrança mediante executivo fiscal, a que § 5º Os pagamentos de multas poderão ser feitos através
for inscrita em livro próprio no Cartório Eleitoral; de guias de recolhimento, se a Justiça Eleitoral não
dispuser de sêlo eleitoral em quantidade suficiente para
IV - A cobrança judicial da dívida será feita por ação atender aos interessados.
executiva na forma prevista para a cobrança da dívida
ativa da Fazenda Pública, correndo a ação perante os Art. 368. Os atos requeridos ou propostos em tempo
juízos eleitorais; oportuno, mesmo que não sejam apreciados no prazo
legal, não prejudicarão aos interessados.
V - Nas Capitais e nas comarcas onde houver mais de um
Promotor de Justiça, a cobrança da dívida far-se-á por Art. 368-A. A prova testemunhal singular, quando
intermédio do que for designado pelo Procurador exclusiva, não será aceita nos processos que possam
Regional Eleitoral; levar à perda do mandato.

VI - Os recursos cabíveis, nos processos para cobrança da Art. 369. O Governo da União fornecerá, para ser
dívida decorrente de multa, serão interpostos para a distribuído por intermédio dos Tribunais Regionais, todo
instância superior da Justiça Eleitoral; o material destinado ao alistamento eleitoral e às
eleições.
VII - Em nenhum caso haverá recurso de ofício;
Art. 370. As transmissões de natureza eleitoral, feitas por
VIII - As custas, nos Estados, Distrito Federal e Territórios autoridades e repartições competentes, gozam de
serão cobradas nos termos dos respectivos Regimentos franquia postal, telegráfica, telefônica, radiotelegráfica
de Custas; ou radiotelefônica, em linhas oficiais ou nas que sejam
obrigadas a serviço oficial.
IX - Os juízes eleitorais comunicarão aos Tribunais
Regionais, trimestralmente, a importância total das Art. 371. As repartições públicas são obrigadas, no prazo
multas impostas, nesse período e quanto foi arrecadado máximo de 10 (dez) dias, a fornecer às autoridades, aos
através de pagamentos feitos na forma dos números II e representantes de partidos ou a qualquer alistando as
III; informações e certidões que solicitarem relativas à
matéria eleitoral, desde que os interessados manifestem
X - Idêntica comunicação será feita pelos Tribunais especificamente as razões e os fins do pedido.
Regionais ao Tribunal Superior.
Art. 372. Os tabeliães não poderão deixar de reconhecer
§ 1º As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais serão nos documentos necessários à instrução dos
consideradas líquidas e certas, para efeito de cobrança requerimentos e recursos eleitorais, as firmas de pessoas
mediante executivo fiscal desde que inscritas em livro de seu conhecimento, ou das que se apresentarem com
próprio na Secretaria do Tribunal competente. 2 (dois) abonadores conhecidos.

§ 2º A multa pode ser aumentada até dez vezes, se o juiz, Ar. 373. São isentos de sê-lo os requerimentos e todos os
ou Tribunal considerar que, em virtude da situação papéis destinados a fins eleitorais e é gratuito o
econômica do infrator, é ineficaz, embora aplicada no reconhecimento de firma pelos tabeliães, para os
máximo. mesmos fins.

Parágrafo único. Nos processos -crimes e nos executivos


fiscais referente a cobrança de multas serão pagas custas

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nos termos do Regimento de Custas de cada Estado, Art. 379. Serão considerados de relevância os serviços
sendo as devidas à União pagas através de sê-los federais prestados pelos mesários e componentes das Juntas
inutilizados nos autos. Apuradoras.

Art. 374. Os membros dos tribunais eleitorais, os juízes § 1º Tratando-se de servidor público, em caso de
eleitorais e os servidores públicos requisitados para os promoção a prova de haver prestado tais serviços será
órgãos da Justiça Eleitoral, que, em virtude de suas levada em consideração para efeito de desempate,
funções nos mencionados órgãos não tiverem as férias depois de observados os critérios já previstos em leis ou
que lhes couberem, poderão gozá-las no ano seguinte , regulamentos.
acumuladas ou não.
§ 2º Persistindo o empate de que trata o parágrafo
Art. 375. Nas áreas contestadas, enquanto não forem anterior, terá preferência, para a promoção, o
fixados definitivamente os limites interestaduais, far-se- funcionário que tenha servido maior número de vezes.
ão as eleições sob a jurisdição do Tribunal Regional da
circunscrição eleitoral em que, do ponto de vista da § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos membros
administração judiciária estadual, estejam elas incluídas. ou servidores de Justiça Eleitoral.

Art. 376. A proposta orçamentária da Justiça Eleitoral Art. 380. Será feriado nacional o dia em que se
será anualmente elaborada pelo Tribunal Superior, de realizarem eleições de data fixada pela Constituição
acordo com as propostas parciais que lhe forem Federal; nos demais casos, serão as eleições marcadas
remetidas pelos Tribunais Regionais, e dentro das para um domingo ou dia já considerado feriado por lei
normas legais vigentes. anterior.

Parágrafo único. Os pedidos de créditos adicionais que se Art. 381. Esta lei não altera a situação das candidaturas a
fizerem necessários ao bom andamento dos serviços Presidente ou Vice-Presidente da República e a
eleitorais, durante o exercício serão encaminhados em Governador ou Vice-Governador de Estado, desde que
relação trimestral à Câmara dos Deputados, por resultantes de convenções partidárias regulares e já
intermédio do Tribunal Superior. registradas ou em processo de registro, salvo a
ocorrência de outros motivos de ordem legal ou
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, constitucional que as prejudiquem.
estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado,
sociedade de economia mista, entidade mantida ou Parágrafo único. Se o registro requerido se referir
subvencionada pelo poder público, ou que realiza isoladamente a Presidente ou a Vice-Presidente da
contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas República e a Governador ou Vice-Governador de Estado,
dependências não poderá ser utilizado para beneficiar a validade respectiva dependerá de complementação da
partido ou organização de caráter político. chapa conjunta na firma e nos prazos previstos neste
Código (Constituição, art. 81, com a redação dada
Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado pela Emenda Constitucional nº 9).
efetivo, a qualquer tempo, pelo órgão competente da
Justiça Eleitoral, conforme o âmbito nacional, regional ou Art. 382. Este Código entrará em vigor 30 dias após a sua
municipal do órgão infrator mediante representação publicação.
fundamentada partidário, ou de qualquer eleitor.
Art. 383. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 378. O Tribunal Superior organizará, mediante
proposta do Corregedor Geral, os serviços da Brasília, 15 de julho de 1965. 144º da Independência
Corregedoria, designando para desempenhá-los e 77º da República
funcionários efetivos do seu quadro e transformando o
cargo de um deles, diplomado em direito e de conduta
H. CASTELLO BRANCO
moral irrepreensível, no de Escrivão da Corregedoria
Milton Soares Campos
símbolo PJ - 1, a cuja nomeação serão inerentes, assim
na Secretaria como nas diligências, as atribuições de
titular de ofício de Justiça.

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exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia


LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE para emprego cujas atividades não justifiquem essas
exigências.
1989.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou comercial, negando-se a servir, atender ou receber
de cor cliente ou comprador.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Pena: reclusão de um a três anos.


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes de aluno em estabelecimento de ensino público ou
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, privado de qualquer grau.
etnia, religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Art. 2º (Vetado).
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).
devidamente habilitado, a qualquer cargo da
Administração Direta ou Indireta, bem como das Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em
concessionárias de serviços públicos. hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento
similar.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por
motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em
procedência nacional, obstar a promoção restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes
funcional. abertos ao público.

Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. Pena: reclusão de um a três anos.

Pena: reclusão de dois a cinco anos. Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em
estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de clubes sociais abertos ao público.
discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes
do preconceito de descendência ou origem nacional ou Pena: reclusão de um a três anos.
étnica:
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de
empregado em igualdade de condições com os demais massagem ou estabelecimento com as mesmas
trabalhadores finalidades.

II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar Pena: reclusão de um a três anos.


outra forma de benefício profissional;
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado públicos ou residenciais e elevadores ou escada de
no ambiente de trabalho, especialmente quanto ao acesso aos mesmos:
salário.
Pena: reclusão de um a três anos.
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de
serviços à comunidade, incluindo atividades de Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos,
promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô
qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, ou qualquer outro meio de transporte concedido.

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Pena: reclusão de um a três anos. II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas,


televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço meio;
em qualquer ramo das Forças Armadas.
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas
Pena: reclusão de dois a quatro anos. de informação na rede mundial de computadores.

Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, § 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação,
o casamento ou convivência familiar e social. após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
material apreendido.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
Art. 15. (Vetado). publicação.

Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário.
ou função pública, para o servidor público, e a suspensão
do funcionamento do estabelecimento particular por Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e
prazo não superior a três meses. 101º da República.

Art. 17. (Vetado). JOSÉ SARNEY


Paulo Brossard
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta
Lei não são automáticos, devendo ser motivadamente
declarados na sentença. LEI N° 7.960 DE 11 DE DEZEMBRO
Art. 19. (Vetado).
DE 1989.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou Dispõe sobre prisão temporária.
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
nacional.)
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Pena: reclusão de um a três anos e multa. Art. 1° Caberá prisão temporária:


I - quando imprescindível para as investigações do
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular inquérito policial;
símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou
propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não
fins de divulgação do nazismo. fornecer elementos necessários ao esclarecimento de
sua identidade;
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. III - quando houver fundadas razões, de acordo com
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
cometido por intermédio dos meios de comunicação a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
social ou publicação de qualquer natureza:
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido
deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus
desobediência: §§ 1°, 2° e 3°);

I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos


exemplares do material respectivo;

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f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer,
223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei nº obrigatoriamente, separados dos demais detentos.
2.848, de 1940)
Art. 4° O art. 4° da Lei n° 4.898, de 9 de dezembro de
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua 1965, fica acrescido da alínea i, com a seguinte redação:
combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
"Art. 4
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art.
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou
223 caput, e parágrafo único);
de medida de segurança, deixando de expedir em tempo
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade;"
j) envenenamento de água potável ou substância
alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, Art. 5° Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá
caput, combinado com art. 285); um plantão permanente de vinte e quatro horas do
Poder Judiciário e do Ministério Público para apreciação
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
dos pedidos de prisão temporária.
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de
Art. 6° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas;
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de
outubro de 1976); Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168° da Independência
e 101° da República.
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16
de junho de 1986). JOSÉ SARNEY
J. Saulo Ramos
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo.
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em
face da representação da autoridade policial ou de LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO
requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5
(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de
DE 1990.
extrema e comprovada necessidade.
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial,
contra as relações de consumo, e dá outras
o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
providências
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá
ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24
(vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
da representação ou do requerimento. Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do
Ministério Público e do Advogado, determinar que o
CAPÍTULO I
preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
Dos Crimes Contra a Ordem Tributária
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a
exame de corpo de delito. SeçãoI
Dos crimes praticados por particulares
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á
mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será
entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer
expedição de mandado judicial. acessório, mediante as seguintes condutas:
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às
preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição autoridades fazendárias;
Federal.
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza,
deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
já tiver sido decretada sua prisão preventiva.

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III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer
de venda, ou qualquer outro documento relativo à documento, de que tenha a guarda em razão da função;
operação tributável; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente,
acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar
ou contribuição social;
documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem,
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de
antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela,
mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente
vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal
realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena -
reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da
autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse
convertido em horas em razão da maior ou menor privado perante a administração fazendária, valendo-se
complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de
atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
no inciso V.
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
CAPÍTULO II
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre Dos crimes Contra a Economia e as Relações de
rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para Consumo
eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de
tributo;
Art. 4° Constitui crime contra a ordem econômica:
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou
de contribuição social, descontado ou cobrado, na I - abusar do poder econômico, dominando o mercado
qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria ou eliminando, total ou parcialmente, a concorrência
recolher aos cofres públicos; mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de
empresas;
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o
contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a a) (revogada);
parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de
b) (revogada);
contribuição como incentivo fiscal;
c) (revogada);
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o
estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto d) (revogada);
liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
e) (revogada);
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de
f) (revogada);
dados que permita ao sujeito passivo da obrigação
tributária possuir informação contábil diversa daquela II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre
que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. ofertantes, visando:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas
multa. ou produzidas;
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou
grupo de empresas;
SeçãoII
Dos crimes praticados por funcionários públicos c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede
de distribuição ou de fornecedores.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa.
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem
tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de III - (revogado);
7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo
IV - (revogado);
I):
V - (revogado);

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VI - (revogado); Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX


pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a
VII - (revogado)
detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:
CAPÍTULO III
I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou Das Multas
freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo
Art. 8° Nos crimes definidos nos arts. 1° a 3° desta lei, a
por intermédio de distribuidores ou revendedores;
pena de multa será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, e sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e
tipo, especificação, peso ou composição esteja em suficiente para reprovação e prevenção do crime.
desacordo com as prescrições legais, ou que não
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em
corresponda à respectiva classificação oficial;
valor não inferior a 14 (quatorze) nem superior a 200
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies (duzentos) Bônus do Tesouro Nacional BTN.
diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda como
Art. 9° A pena de detenção ou reclusão poderá ser
puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades
convertida em multa de valor equivalente a:
desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço
estabelecido para os demais mais alto custo; I - 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões)
de BTN, nos crimes definidos no art. 4°;
IV - fraudar preços por meio de:
II - 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade,
crimes definidos nos arts. 5° e 6°;
de elementos tais como denominação, sinal externo,
marca, embalagem, especificação técnica, descrição, III - 50.000 (cinqüenta mil) até 1.000.000 (um milhão de
volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou BTN), nos crimes definidos no art. 7°.
serviço;
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente situação econômica do réu, verifique a insuficiência ou
oferecido à venda em conjunto; excessiva onerosidade das penas pecuniárias previstas
nesta lei, poderá diminuí-las até a décima parte ou elevá-
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à
las ao décuplo.
venda em separado;
CAPÍTULO IV
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na
Das Disposições Gerais
produção do bem ou na prestação dos serviços;
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou
pessoa jurídica, concorre para os crimes definidos nesta
serviços, mediante a exigência de comissão ou de taxa de
lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de
juros ilegais;
sua culpabilidade.
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for
quem pretenda comprá-los nas condições publicamente
efetuada por sistema de entrega ao consumo ou por
ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;
intermédio de outro em que o preço ao consumidor é
VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente,
indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a o ato por este praticado não alcança o distribuidor ou
natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de revendedor.
qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3
publicitária;
(um terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1°,
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou 2° e 4° a 7°:
mercadoria, com o fim de provocar alta de preço, em
I - ocasionar grave dano à coletividade;
proveito próprio ou de terceiros;
II - ser o crime cometido por servidor público no exercício
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à
de suas funções;
venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou
mercadoria, em condições impróprias ao consumo; III - ser o crime praticado em relação à prestação de
serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
saúde.
Art. 13. (Vetado).

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Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal FERNANDO COLLOR
pública, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100 do Jarbas Passarinho
Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Zélia M. Cardoso de Mello
Penal.
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do
Ministério Público nos crimes descritos nesta lei,
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE
fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a 1996.
autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os
elementos de convicção.
Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5° da
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, Constituição Federal.
cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou
partícipe que através de confissão espontânea revelar à O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
a sua pena reduzida de um a dois terços.
Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de
Abastecimento e Preços, quando e se necessário, qualquer natureza, para prova em investigação criminal e
providenciar a desapropriação de estoques, a fim de em instrução processual penal, observará o disposto
evitar crise no mercado ou colapso no abastecimento. nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da
ação principal, sob segredo de justiça.
Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7
de dezembro de 1940 - Código Penal, passa a ter a Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à
seguinte redação: interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de
informática e telemática.
"Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que
não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade Art. 2° Não será admitida a interceptação de
ou qualidade, ou ao serviço prestado. comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa".
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou
Art. 20. O § 1° do art. 316 do Decreto-Lei n° 2 848, de 7
participação em infração penal;
de dezembro de 1940 Código Penal, passa a ter a
seguinte redação: II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
"Art. 316. ............................................................ III - o fato investigado constituir infração penal punida,
no máximo, com pena de detenção.
§ 1° Se o funcionário exige tributo ou contribuição social
que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a com clareza a situação objeto da investigação, inclusive
lei não autoriza; com a indicação e qualificação dos investigados, salvo
impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas
Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de
poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a
dezembro de 1940 Código Penal, quanto à fixação da
requerimento:
pena, passa a ter a seguinte redação:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
"Art. 318. ............................................................
II - do representante do Ministério Público, na
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".
investigação criminal e na instrução processual penal.
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário e, em telefônica conterá a demonstração de que a sua
especial, o art. 279 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de realização é necessária à apuração de infração penal,
dezembro de 1940 - Código Penal. com indicação dos meios a serem empregados.
Brasília, 27 de dezembro de 1990; 169° da Independência § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o
e 102° da República. pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam
presentes os pressupostos que autorizem a

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interceptação, caso em que a concessão será Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
condicionada à sua redução a termo.
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, publicação.
decidirá sobre o pedido.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de
Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e
nulidade, indicando também a forma de execução da
108º da República.
diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze
dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
indispensabilidade do meio de prova. Nelson A. Jobim
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá
os procedimentos de interceptação, dando ciência ao LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE
Ministério Público, que poderá acompanhar a sua
realização. 1997.
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da
comunicação interceptada, será determinada a sua
Define os crimes de tortura e dá outras providências.
transcrição.
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
acompanhado de auto circunstanciado, que deverá
Art. 1º Constitui crime de tortura:
conter o resumo das operações realizadas.
I - constranger alguém com emprego de violência ou
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
providência do art. 8° , ciente o Ministério Público.
a) com o fim de obter informação, declaração ou
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar
serviços e técnicos especializados às concessionárias de b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
serviço público.
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados,
autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça,
apensados aos autos do inquérito policial ou do processo
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de
criminal, preservando-se o sigilo das diligências,
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
gravações e transcrições respectivas.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser
realizada imediatamente antes do relatório da § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento
de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto previsto em lei ou não resultante de medida legal.
nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre
inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a na pena de detenção de um a quatro anos.
instrução processual ou após esta, em virtude de
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
requerimento do Ministério Público ou da parte
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
interessada.
resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do
acusado ou de seu representante legal. I - se o crime é cometido por agente público;
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
comunicações telefônicas, de informática ou telemática, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial (sessenta) anos;
ou com objetivos não autorizados em lei.
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

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§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função especiais organizados com base nas disposições desta
ou emprego público e a interdição para seu exercício Lei.
pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 1o A União, os Estados e o Distrito Federal poderão
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de celebrar convênios, acordos, ajustes ou termos de
graça ou anistia. parceria entre si ou com entidades não-governamentais
objetivando a realização dos programas.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em § 2o A supervisão e a fiscalização dos convênios, acordos,
regime fechado. ajustes e termos de parceria de interesse da União
ficarão a cargo do órgão do Ministério da Justiça com
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o
atribuições para a execução da política de direitos
crime não tenha sido cometido em território nacional,
humanos.
sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em
local sob jurisdição brasileira. Art. 2o A proteção concedida pelos programas e as
medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidade
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
da coação ou da ameaça à integridade física ou
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de psicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-las
julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. pelos meios convencionais e a sua importância para a
produção da prova.
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e
109º da República. § 1o A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao
cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
dependentes que tenham convivência habitual com a
Nelson A. Jobim vítima ou testemunha, conforme o especificamente
necessário em cada caso.

LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE § 2o Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja


personalidade ou conduta seja incompatível com as
1999. restrições de comportamento exigidas pelo programa, os
condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados
ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas
LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999.
modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a eventual
Estabelece normas para a organização e a manutenção prestação de medidas de preservação da integridade
de programas especiais de proteção a vítimas e a física desses indivíduos por parte dos órgãos de
testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal de segurança pública.
Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e
§ 3o O ingresso no programa, as restrições de segurança
dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que
e demais medidas por ele adotadas terão sempre a
tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à
anuência da pessoa protegida, ou de seu representante
investigação policial e ao processo criminal.
legal.
§ 4o Após ingressar no programa, o protegido ficará
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o obrigado ao cumprimento das normas por ele prescritas.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 5o As medidas e providências relacionadas com os
programas serão adotadas, executadas e mantidas em
sigilo pelos protegidos e pelos agentes envolvidos em sua
CAPÍTULO I
execução.
DA PROTEÇÃO ESPECIAL A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS
Art. 3o Toda admissão no programa ou exclusão dele será
precedida de consulta ao Ministério Público sobre o
disposto no art. 2o e deverá ser subsequentemente
Art. 1o As medidas de proteção requeridas por vítimas ou
comunicada à autoridade policial ou ao juiz competente.
por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou
expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com Art. 4o Cada programa será dirigido por um conselho
a investigação ou processo criminal serão prestadas pela deliberativo em cuja composição haverá representantes
União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos
das respectivas competências, na forma de programas públicos e privados relacionados com a segurança
pública e a defesa dos direitos humanos.

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§ 1o A execução das atividades necessárias ao programa cumulativamente em benefício da pessoa protegida,


ficará a cargo de um dos órgãos representados no segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:
conselho deliberativo, devendo os agentes dela
I - segurança na residência, incluindo o controle de
incumbidos ter formação e capacitação profissional
telecomunicações;
compatíveis com suas tarefas.
§ 2o Os órgãos policiais prestarão a colaboração e o apoio
necessários à execução de cada programa. II - escolta e segurança nos deslocamentos da residência,
inclusive para fins de trabalho ou para a prestação de
Art.5o A solicitação objetivando ingresso no programa
depoimentos;
poderá ser encaminhada ao órgão executor:
III - transferência de residência ou acomodação
I - pelo interessado;
provisória em local compatível com a proteção;
II - por representante do Ministério Público;
IV - preservação da identidade, imagem e dados
III - pela autoridade policial que conduz a investigação pessoais;
criminal;
V - ajuda financeira mensal para prover as despesas
IV - pelo juiz competente para a instrução do processo necessárias à subsistência individual ou familiar, no caso
criminal; de a pessoa protegida estar impossibilitada de
desenvolver trabalho regular ou de inexistência de
V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de
qualquer fonte de renda;
defesa dos direitos humanos.
VI - suspensão temporária das atividades funcionais, sem
§ 1o A solicitação será instruída com a qualificação da
prejuízo dos respectivos vencimentos ou vantagens,
pessoa a ser protegida e com informações sobre a sua
quando servidor público ou militar;
vida pregressa, o fato delituoso e a coação ou ameaça
que a motiva. VII - apoio e assistência social, médica e psicológica;
o
§2 Para fins de instrução do pedido, o órgão executor VIII - sigilo em relação aos atos praticados em virtude da
poderá solicitar, com a aquiescência do interessado: proteção concedida;
I - documentos ou informações comprobatórios de sua IX - apoio do órgão executor do programa para o
identidade, estado civil, situação profissional, patrimônio cumprimento de obrigações civis e administrativas que
e grau de instrução, e da pendência de obrigações civis, exijam o comparecimento pessoal.
administrativas, fiscais, financeiras ou penais;
Parágrafo único. A ajuda financeira mensal terá um teto
II - exames ou pareceres técnicos sobre a sua fixado pelo conselho deliberativo no início de cada
personalidade, estado físico ou psicológico. exercício financeiro.
§3o Em caso de urgência e levando em consideração a Art. 8o Quando entender necessário, poderá o conselho
procedência, gravidade e a iminência da coação ou deliberativo solicitar ao Ministério Público que requeira
ameaça, a vítima ou testemunha poderá ser colocada ao juiz a concessão de medidas cautelares direta ou
provisoriamente sob a custódia de órgão policial, pelo indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção.
órgão executor, no aguardo de decisão do conselho
Art. 9o Em casos excepcionais e considerando as
deliberativo, com comunicação imediata a seus membros
características e gravidade da coação ou ameaça, poderá
e ao Ministério Público.
o conselho deliberativo encaminhar requerimento da
Art. 6o O conselho deliberativo decidirá sobre: pessoa protegida ao juiz competente para registros
públicos objetivando a alteração de nome completo.
I - o ingresso do protegido no programa ou a sua
exclusão; § 1o A alteração de nome completo poderá estender-se
às pessoas mencionadas no § 1o do art. 2o desta Lei,
II - as providências necessárias ao cumprimento do
inclusive aos filhos menores, e será precedida das
programa.
providências necessárias ao resguardo de direitos de
Parágrafo único. As deliberações do conselho serão terceiros.
tomadas por maioria absoluta de seus membros e sua
§ 2o O requerimento será sempre fundamentado e o juiz
execução ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.
ouvirá previamente o Ministério Público, determinando,
Art.7o Os programas compreendem, dentre outras, as em seguida, que o procedimento tenha rito sumaríssimo
seguintes medidas, aplicáveis isolada ou e corra em segredo de justiça.

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§ 3 o Concedida a alteração pretendida, o juiz com a investigação e o processo criminal, desde que
determinará na sentença, observando o sigilo dessa colaboração tenha resultado:
indispensável à proteção do interessado:
I - a identificação dos demais coautores ou partícipes da
I - a averbação no registro original de nascimento da ação criminosa;
menção de que houve alteração de nome completo em
II - a localização da vítima com a sua integridade física
conformidade com o estabelecido nesta Lei, com
preservada;
expressa referência à sentença autoriza tória e ao juiz
que a exarou e sem a aposição do nome alterado; III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.
II - a determinação aos órgãos competentes para o Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará
fornecimento dos documentos decorrentes da alteração; em conta a personalidade do beneficiado e a natureza,
circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato
III - a remessa da sentença ao órgão nacional
criminoso.
competente para o registro único de identificação civil,
cujo procedimento obedecerá às necessárias restrições Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar
de sigilo. voluntariamente com a investigação policial e o processo
criminal na identificação dos demais coautores ou
§4o O conselho deliberativo, resguardado o sigilo das
partícipes do crime, na localização da vítima com vida e
informações, manterá controle sobre a localização do
na recuperação total ou parcial do produto do crime, no
protegido cujo nome tenha sido alterado.
caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois
§ 5o Cessada a coação ou ameaça que deu causa à terços.
alteração, ficará facultado ao protegido solicitar ao juiz
Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na
competente o retorno à situação anterior, com a
prisão ou fora dela, medidas especiais de segurança e
alteração para o nome original, em petição que será
proteção a sua integridade física, considerando ameaça
encaminhada pelo conselho deliberativo e terá
ou coação eventual ou efetiva.
manifestação prévia do Ministério Público.
§ 1o Estando sob prisão temporária, preventiva ou em
Art. 10. A exclusão da pessoa protegida de programa de
decorrência de flagrante delito, o colaborador será
proteção a vítimas e a testemunhas poderá ocorrer a
custodiado em dependência separada dos demais
qualquer tempo:
presos.
I - por solicitação do próprio interessado;
§ 2o Durante a instrução criminal, poderá o juiz
II - por decisão do conselho deliberativo, em competente determinar em favor do colaborador
consequência de: qualquer das medidas previstas no art. 8o desta Lei.
a) cessação dos motivos que ensejaram a proteção; § 3 o No caso de cumprimento da pena em regime
fechado, poderá o juiz criminal determinar medidas
b) conduta incompatível do protegido.
especiais que proporcionem a segurança do colaborador
Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá a em relação aos demais apenados.
duração máxima de dois anos.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único. Em circunstâncias excepcionais,
Art. 16. O art. 57 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de
perdurando os motivos que autorizam a admissão, a
1973, fica acrescido do seguinte § 7o:
permanência poderá ser prorrogada.
"§ 7º Quando a alteração de nome for concedida em
Art. 12. Fica instituído, no âmbito do órgão do Ministério
razão de fundada coação ou ameaça decorrente de
da Justiça com atribuições para a execução da política de
colaboração com a apuração de crime, o juiz competente
direitos humanos, o Programa Federal de Assistência a
determinará que haja a averbação no registro de origem
Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas, a ser
de menção da existência de sentença concessiva da
regulamentado por decreto do Poder Executivo.
alteração, sem a averbação do nome alterado, que
CAPÍTULO II somente poderá ser procedida mediante determinação
posterior, que levará em consideração a cessação da
DA PROTEÇÃO AOS RÉUS COLABORADORES
coação ou ameaça que deu causa à alteração."
Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das
Art. 17. O parágrafo único do art. 58 da Lei nº 6.015, de
partes, conceder o perdão judicial e a consequente
31 de dezembro de 1973, com a redação dada pela Lei no
extinção da punibilidade ao acusado que, sendo
9.708, de 18 de novembro de 1998, passa a ter a
primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente
seguinte redação:

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"Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
admitida em razão de fundada coação ou ameaça Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
decorrente da colaboração com a apuração de crime, por
determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido TÍTULO I
o Ministério Público." (NR) DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 18. O art. 18 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de
Art. 1oÉ instituído o Estatuto do Idoso, destinado a
1973, passa a ter a seguinte redação:
regular os direitos assegurados às pessoas com idade
"Art. 18. Ressalvado o disposto nos arts. 45, 57, § 7o, e igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
95, parágrafo único, a certidão será lavrada
independentemente de despacho judicial, devendo Art. 2oO idoso goza de todos os direitos fundamentais
mencionar o livro de registro ou o documento arquivado inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
no cartório." (NR) integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei
ou por outros meios, todas as oportunidades e
Art. 19. A União poderá utilizar estabelecimentos
facilidades, para preservação de sua saúde física e
especialmente destinados ao cumprimento de pena de
mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual,
condenados que tenham prévia e voluntariamente
espiritual e social, em condições de liberdade e
prestado a colaboração de que trata esta Lei.
dignidade.
Parágrafo único. Para fins de utilização desses
estabelecimentos, poderá a União celebrar convênios Art. 3oÉ obrigação da família, da comunidade, da
com os Estados e o Distrito Federal. sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com
Art. 19-A. Terão prioridade na tramitação o inquérito e o absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à
processo criminal em que figure indiciado, acusado, saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte,
vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
protegidas pelos programas de que trata esta Lei. dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
(Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011) comunitária.

Parágrafo único. Qualquer que seja o rito processual § 1º A garantia de prioridade compreende:
criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente
o depoimento das pessoas incluídas nos programas de I – atendimento preferencial imediato e individualizado
proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a junto aos órgãos públicos e privados prestadores de
eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou serviços à população;
o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a
instrução criminal. II – preferência na formulação e na execução de políticas
Art. 20. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei, sociais públicas específicas;
pela União, correrão à conta de dotação consignada no
orçamento. III – destinação privilegiada de recursos públicos nas
áreas relacionadas com a proteção ao idoso;
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação. IV – viabilização de formas alternativas de participação,
Brasília, 13 de julho de 1999; 178o da Independência e ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;
111o da República.
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO família, em detrimento do atendimento asilar, exceto
Renan Calheiros dos que não a possuam ou careçam de condições de
manutenção da própria sobrevivência;

LEI Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas


áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de
DE 2003 serviços aos idosos;

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a
providências. divulgação de informações de caráter educativo sobre os
aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

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VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos,
assistência social locais. individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto leis.
de Renda. § 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os
seguintes aspectos:
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial
aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e
necessidades sempre preferencialmente em relação aos espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
demais idosos.
II – opinião e expressão;
Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de
negligência, discriminação, violência, crueldade ou III – crença e culto religioso;
opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou
omissão, será punido na forma da lei. IV – prática de esportes e de diversões;
§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos
direitos do idoso. V – participação na vida familiar e comunitária;
VI – participação na vida política, na forma da lei;
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
prevenção outras decorrentes dos princípios por ela VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
adotados.
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
o
Art. 5 A inobservância das normas de prevenção integridade física, psíquica e moral, abrangendo a
importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica preservação da imagem, da identidade, da autonomia,
nos termos da lei. de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos
pessoais.
Art. 6oTodo cidadão tem o dever de comunicar à
autoridade competente qualquer forma de violação a § 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso,
esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano,
conhecimento. violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Art. 7oOs Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito CAPÍTULO III


Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, DOS ALIMENTOS
de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos
direitos do idoso, definidos nesta Lei. Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma
da lei civil.
TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o
idoso optar entre os prestadores.
CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser
celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor
Art. 8oO envelhecimento é um direito personalíssimo e a Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de
sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da título executivo extrajudicial nos termos da lei processual
legislação vigente. civil.

Art. 9oÉ obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a Art. 14.Se o idoso ou seus familiares não possuírem
proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-
políticas sociais públicas que permitam um se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da
envelhecimento saudável e em condições de dignidade. assistência social.

CAPÍTULO II CAPÍTULO IV
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE DO DIREITO À SAÚDE

Art. 10.É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à Art. 15.É assegurada a atenção integral à saúde do idoso,
pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS,

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garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em § 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento


conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do
a prevenção, promoção, proteção e recuperação da Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou
saúde, incluindo a atenção especial às doenças que pelo serviço privado de saúde, contratado ou
afetam preferencialmente os idosos. conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS,
para expedição do laudo de saúde necessário ao
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso exercício de seus direitos sociais e de isenção
serão efetivadas por meio de: tributária.

I – cadastramento da população idosa em base § 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de


territorial; oitenta anos terão preferência especial sobre os demais
idosos, exceto em caso de emergência.
II – atendimento geriátrico e gerontológico em
ambulatórios; Art. 16.Ao idoso internado ou em observação é
assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal de saúde proporcionar as condições adequadas para a
especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social; sua permanência em tempo integral, segundo o critério
médico.
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para
a população que dele necessitar e esteja impossibilitada Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde
de se locomover, inclusive para idosos abrigados e responsável pelo tratamento conceder autorização para
acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem o acompanhamento do idoso ou, no caso de
fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o impossibilidade, justificá-la por escrito.
Poder Público, nos meios urbano e rural;
Art. 17.Ao idoso que esteja no domínio de suas
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo
para redução das seqüelas decorrentes do agravo da tratamento de saúde que lhe for reputado mais
saúde. favorável.

§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso proceder à opção, esta será feita:
continuado, assim como próteses, órteses e outros
recursos relativos ao tratamento, habilitação ou I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
reabilitação.
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de este não puder ser contactado em tempo hábil;
saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão
da idade. III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida
e não houver tempo hábil para consulta a curador ou
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com familiar;
limitação incapacitante terão atendimento especializado,
nos termos da lei. IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou
familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato
§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo ao Ministério Público.
perante os órgãos públicos, hipótese na qual será
admitido o seguinte procedimento: Art. 18.As instituições de saúde devem atender aos
critérios mínimos para o atendimento às necessidades do
I - quando de interesse do poder público, o agente idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos
promoverá o contato necessário com o idoso em sua profissionais, assim como orientação a cuidadores
residência; ou familiares e grupos de auto-ajuda.

II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de
representar por procurador legalmente constituído. violência praticada contra idosos serão objeto de
notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos
e privados à autoridade sanitária, bem como serão

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obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou
seguintes órgãos: horários especiais voltados aos idosos, com finalidade
informativa, educativa, artística e cultural, e ao público
I – autoridade policial; sobre o processo de envelhecimento.

II – Ministério Público; Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão


às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo
III – Conselho Municipal do Idoso; da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou
a distância, constituídos por atividades formais e não
IV – Conselho Estadual do Idoso; formais.

V – Conselho Nacional do Idoso. Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de


§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará
contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão
local público ou privado que lhe cause morte, dano ou editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura,
sofrimento físico ou psicológico. considerada a natural redução da capacidade visual.

§ 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória CAPÍTULO VI


prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
de 30 de outubro de 1975.
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade
CAPÍTULO V profissional, respeitadas suas condições físicas,
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER intelectuais e psíquicas.

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, Art. 27.Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou
lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite
respeitem sua peculiar condição de idade. máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados
os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Art. 21.O Poder Público criará oportunidades de acesso
do idoso à educação, adequando currículos, Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em
metodologias e material didático aos programas concurso público será a idade, dando-se preferência ao
educacionais a ele destinados. de idade mais elevada.

§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo Art. 28.O Poder Público criará e estimulará programas
relativo às técnicas de comunicação, computação e de:
demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida
moderna. I – profissionalização especializada para os idosos,
aproveitando seus potenciais e habilidades para
§ 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter atividades regulares e remuneradas;
cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e
vivências às demais gerações, no sentido da preservação II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria,
da memória e da identidade culturais. com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de
estímulo a novos projetos sociais, conforme seus
Art. 22.Nos currículos mínimos dos diversos níveis de interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e
ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao de cidadania;
processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização
do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir III – estímulo às empresas privadas para admissão de
conhecimentos sobre a matéria. idosos ao trabalho.
Art. 23.A participação dos idosos em atividades culturais CAPÍTULO VII
e de lazer será proporcionada mediante descontos de DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos
para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, Art. 29.Os benefícios de aposentadoria e pensão do
bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. Regime Geral da Previdência Social observarão, na sua

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concessão, critérios de cálculo que preservem o valor


real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, Art. 35.Todas as entidades de longa permanência, ou
nos termos da legislação vigente. casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de
serviços com a pessoa idosa abrigada.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em
manutenção serão reajustados na mesma data de § 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é
reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas facultada a cobrança de participação do idoso no custeio
respectivas datas de início ou do seu último da entidade.
reajustamento, com base em percentual definido em
regulamento, observados os critérios estabelecidos pela § 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho
Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma de
participação prevista no § 1o, que não poderá exceder a
Art. 30.A perda da condição de segurado não será 70% (setenta por cento) de qualquer benefício
considerada para a concessão da aposentadoria por previdenciário ou de assistência social percebido pelo
idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o idoso.
tempo de contribuição correspondente ao exigido para
efeito de carência na data de requerimento do § 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu
benefício. representante legal firmar o contrato a que se refere o
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto caput deste artigo.
no caput observará o disposto no caput e § 2o do art. 3o
da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não Art. 36.O acolhimento de idosos em situação de risco
havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir da social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da dependência econômica, para os efeitos legais.
Lei no 8.213, de 1991.
CAPÍTULO IX
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, DA HABITAÇÃO
efetuado com atraso por responsabilidade da
Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice Art. 37.O idoso tem direito a moradia digna, no seio da
utilizado para os reajustamentos dos benefícios do família natural ou substituta, ou desacompanhado de
Regime Geral de Previdência Social, verificado no seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em
período compreendido entre o mês que deveria ter sido instituição pública ou privada.
pago e o mês do efetivo pagamento.
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de
o
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1 de Maio, é a data- longa permanência será prestada quando verificada
base dos aposentados e pensionistas. inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou
carência de recursos financeiros próprios ou da família.
CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL § 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso
fica obrigada a manter identificação externa visível, sob
Art. 33.A assistência social aos idosos será prestada, de pena de interdição, além de atender toda a legislação
forma articulada, conforme os princípios e diretrizes pertinente.
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política
Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais § 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a
normas pertinentes. manter padrões de habitação compatíveis com as
necessidades deles, bem como provê-los com
Art. 34.Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, alimentação regular e higiene indispensáveis às normas
que não possuam meios para prover sua subsistência, sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.
nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos Art. 38.Nos programas habitacionais, públicos ou
da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de
prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer observado o seguinte:
membro da família nos termos do caput não será
computado para os fins do cálculo da renda familiar per
capita a que se refere a Loas.

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I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir
unidades habitacionais residenciais para atendimento os mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos
aos idosos; previstos nos incisos I e II.

II – implantação de equipamentos urbanos comunitários Art. 41.É assegurada a reserva, para os idosos, nos
voltados ao idoso; termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos
estacionamentos públicos e privados, as quais deverão
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e ser posicionadas de forma a garantir a melhor
urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso; comodidade ao idoso.

IV – critérios de financiamento compatíveis com os Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do
rendimentos de aposentadoria e pensão. idoso nos procedimentos de embarque e desembarque
nos veículos do sistema de transporte coletivo.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas
para atendimento a idosos devem situar-se, TÍTULO III
preferencialmente, no pavimento térreo. DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO X CAPÍTULO I
DO TRANSPORTE DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 39.Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica Art. 43.As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis
assegurada a gratuidade dos transportes coletivos sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços ameaçados ou violados:
seletivos e especiais, quando prestados paralelamente
aos serviços regulares. I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou
apresente qualquer documento pessoal que faça prova entidade de atendimento;
de sua idade.
III – em razão de sua condição pessoal.
§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este
artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos CAPÍTULO II
assentos para os idosos, devidamente identificados com DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
a placa de reservado preferencialmente para idosos.
Art. 44.As medidas de proteção ao idoso previstas nesta
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e
entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o
critério da legislação local dispor sobre as condições para fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
exercício da gratuidade nos meios de transporte
previstos no caput deste artigo. Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a
Art. 40.No sistema de transporte coletivo interestadual requerimento daquele, poderá determinar, dentre
observar-se-á, nos termos da legislação específica: outras, as seguintes medidas:
(Regulamento)
I – encaminhamento à família ou curador, mediante
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para termo de responsabilidade;
idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos; II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;

II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime
no valor das passagens, para os idosos que excederem as ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois)
salários-mínimos. IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de
auxílio, orientação e tratamento a usuários dependentes

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de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de
de sua convivência que lhe cause perturbação; atendimento, observados os seguintes requisitos:

V – abrigo em entidade; I – oferecer instalações físicas em condições adequadas


de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
VI – abrigo temporário.
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho
TÍTULO IV compatíveis com os princípios desta Lei;
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO
III – estar regularmente constituída;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.

Art. 46.A política de atendimento ao idoso far-se-á por Art. 49.As entidades que desenvolvam programas de
meio do conjunto articulado de ações governamentais e institucionalização de longa permanência adotarão os
não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito seguintes princípios:
Federal e dos Municípios.
I – preservação dos vínculos familiares;
Art. 47.São linhas de ação da política de atendimento:
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo
de janeiro de 1994; em caso de força maior;

II – políticas e programas de assistência social, em IV – participação do idoso nas atividades comunitárias,


caráter supletivo, para aqueles que necessitarem; de caráter interno e externo;

III – serviços especiais de prevenção e atendimento às V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso,
crueldade e opressão; VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento
de ambiente de respeito e dignidade.
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de
responsáveis por idosos abandonados em hospitais e atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente
instituições de longa permanência; pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem
prejuízo das sanções administrativas.
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos
direitos dos idosos; Art. 50.Constituem obrigações das entidades de
atendimento:
VI – mobilização da opinião pública no sentido da
participação dos diversos segmentos da sociedade no I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com
atendimento do idoso. o idoso, especificando o tipo de atendimento, as
obrigações da entidade e prestações decorrentes do
CAPÍTULO II contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO
II – observar os direitos e as garantias de que são
Art. 48.As entidades de atendimento são responsáveis titulares os idosos;
pela manutenção das próprias unidades, observadas as
normas de planejamento e execução emanadas do órgão III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e
competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei alimentação suficiente;
no 8.842, de 1994.
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas
Parágrafo único. As entidades governamentais e não- de habitabilidade;
governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à
inscrição de seus programas, junto ao órgão competente V – oferecer atendimento personalizado;
da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa
Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou

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VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos Art. 53.O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar
familiares; com a seguinte redação:

VII – oferecer acomodações apropriadas para "Art. 7oCompete aos Conselhos de que trata o art. 6 o
recebimento de visitas; desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização
e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a respectivas instâncias político-administrativas." (NR)
necessidade do idoso;
Art. 54.Será dada publicidade das prestações de contas
IX – promover atividades educacionais, esportivas, dos recursos públicos e privados recebidos pelas
culturais e de lazer; entidades de atendimento.

X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, Art. 55.As entidades de atendimento que descumprirem
de acordo com suas crenças; as determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo
da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso; prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido
processo legal:
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda
ocorrência de idoso portador de doenças infecto- I – as entidades governamentais:
contagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público a) advertência;
requisite os documentos necessários ao exercício da
cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei; b) afastamento provisório de seus dirigentes;

XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
móveis que receberem dos idosos;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e
circunstâncias do atendimento, nome do idoso, II – as entidades não-governamentais:
responsável, parentes, endereços, cidade, relação de
seus pertences, bem como o valor de contribuições, e a) advertência;
suas alterações, se houver, e demais dados que
possibilitem sua identificação e a individualização do b) multa;
atendimento; c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas
públicas;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as
providências cabíveis, a situação de abandono moral ou d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
material por parte dos familiares;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com público.
formação específica.
§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer
Art. 51.As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos tipo de fraude em relação ao programa, caberá o
prestadoras de serviço ao idoso terão direito à afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da
assistência judiciária gratuita. unidade e a suspensão do programa.

CAPÍTULO III § 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas


DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO públicas ocorrerá quando verificada a má aplicação ou
desvio de finalidade dos recursos.
Art. 52.As entidades governamentais e não-
governamentais de atendimento ao idoso serão § 3o Na ocorrência de infração por entidade de
fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, atendimento, que coloque em risco os direitos
Vigilância Sanitária e outros previstos em lei. assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao
Ministério Público, para as providências cabíveis,
inclusive para promover a suspensão das atividades ou

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dissolução da entidade, com a proibição de atendimento auto de infração elaborado por servidor efetivo e
a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das assinado, se possível, por duas testemunhas.
providências a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.
§ 1o No procedimento iniciado com o auto de infração
o
§ 4 Na aplicação das penalidades, serão consideradas a poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos a natureza e as circunstâncias da infração.
que dela provierem para o idoso, as circunstâncias
agravantes ou atenuantes e os antecedentes da § 2o Sempre que possível, à verificação da infração
entidade. seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será lavrado
dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo
CAPÍTULO IV justificado.
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a
Art. 56.Deixar a entidade de atendimento de cumprir as apresentação da defesa, contado da data da intimação,
determinações do art. 50 desta Lei: que será feita:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando
3.000,00 (três mil reais), se o fato não for caracterizado for lavrado na presença do infrator;
como crime, podendo haver a interdição do
estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências II – por via postal, com aviso de recebimento.
legais.
Art. 62.Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a
Parágrafo único. No caso de interdição do autoridade competente aplicará à entidade de
estabelecimento de longa permanência, os idosos atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo
abrigados serão transferidos para outra instituição, a da iniciativa e das providências que vierem a ser
expensas do estabelecimento interditado, enquanto adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
durar a interdição. instituições legitimadas para a fiscalização.

Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida
por estabelecimento de saúde ou instituição de longa ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade
permanência de comunicar à autoridade competente os competente aplicará à entidade de atendimento as
casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento: sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no caso de fiscalização.
reincidência.
CAPÍTULO VI
Art. 58.Deixar de cumprir as determinações desta Lei DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM
sobre a prioridade no atendimento ao idoso: ENTIDADE DE ATENDIMENTO
Art. 64.Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ administrativo de que trata este Capítulo as disposições
1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo das Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de
juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso. 29 de janeiro de 1999.

CAPÍTULO V Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade


DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS em entidade governamental e não-governamental de
NORMAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO atendimento ao idoso terá início mediante petição
fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do
Art. 59.Os valores monetários expressos no Capítulo IV Ministério Público.
serão atualizados anualmente, na forma da lei.
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar
administrativa por infração às normas de proteção ao liminarmente o afastamento provisório do dirigente da
idoso terá início com requisição do Ministério Público ou entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para

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evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão § 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude
fundamentada. este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o
benefício à autoridade judiciária competente para decidir
Art. 67.O dirigente da entidade será citado para, no o feito, que determinará as providências a serem
prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, cumpridas, anotando-se essa circunstância em local
podendo juntar documentos e indicar as provas a visível nos autos do processo.
produzir.
§ 2o A prioridade não cessará com a morte do
Art. 68.Apresentada a defesa, o juiz procederá na beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge
conformidade do art. 69 ou, se necessário, designará supérstite, companheiro ou companheira, com união
audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a estável, maior de 60 (sessenta) anos.
necessidade de produção de outras provas.
§ 3o A prioridade se estende aos processos e
§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o procedimentos na Administração Pública, empresas
Ministério Público terão 5 (cinco) dias para oferecer prestadoras de serviços públicos e instituições
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em financeiras, ao atendimento preferencial junto à
igual prazo. Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito
Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária.
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou
definitivo de dirigente de entidade governamental, a § 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao
autoridade judiciária oficiará a autoridade administrativa idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados
imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo com a destinação a idosos em local visível e caracteres
de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à legíveis.
substituição.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade especial aos maiores de oitenta anos.
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o CAPÍTULO II
processo será extinto, sem julgamento do mérito. DO MINISTÉRIO PÚBLICO

§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente Art. 72. (VETADO)


da entidade ou ao responsável pelo programa de
atendimento. Art. 73.As funções do Ministério Público, previstas nesta
Lei, serão exercidas nos termos da respectiva Lei
TÍTULO V Orgânica.
DO ACESSO À JUSTIÇA
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a
proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos,
Art. 69.Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste individuais indisponíveis e individuais homogêneos do
Capítulo, o procedimento sumário previsto no Código de idoso;
Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos
previstos nesta Lei. II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de
interdição total ou parcial, de designação de curador
Art. 70.O Poder Público poderá criar varas especializadas especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e
e exclusivas do idoso. oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos
de idosos em condições de risco;
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos
processos e procedimentos e na execução dos atos e III – atuar como substituto processual do idoso em
diligências judiciais em que figure como parte ou situação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta
interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 Lei;
(sessenta) anos, em qualquer instância.

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IV – promover a revogação de instrumento procuratório Art. 75.Nos processos e procedimentos em que não for
do idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
quando necessário ou o interesse público justificar; defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
V – instaurar procedimento administrativo e, para podendo juntar documentos, requerer diligências e
instruí-lo: produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.

a) expedir notificações, colher depoimentos ou Art. 76.A intimação do Ministério Público, em qualquer
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento caso, será feita pessoalmente.
injustificado da pessoa notificada, requisitar condução
coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar; Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício
b) requisitar informações, exames, perícias e pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
documentos de autoridades municipais, estaduais e
federais, da administração direta e indireta, bem como CAPÍTULO III
promover inspeções e diligências investigatórias; DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS,
COLETIVOS E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU
c) requisitar informações e documentos particulares de HOMOGÊNEOS
instituições privadas;
Art. 78.As manifestações processuais do representante
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências do Ministério Público deverão ser fundamentadas.
investigatórias e a instauração de inquérito policial, para
a apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção Art. 79.Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
ao idoso; responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados ao
idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias insatisfatório de:
legais assegurados ao idoso, promovendo as medidas
judiciais e extrajudiciais cabíveis; I – acesso às ações e serviços de saúde;

VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de II – atendimento especializado ao idoso portador de


atendimento e os programas de que trata esta Lei, deficiência ou com limitação incapacitante;
adotando de pronto as medidas administrativas ou
judiciais necessárias à remoção de irregularidades III – atendimento especializado ao idoso portador de
porventura verificadas; doença infecto-contagiosa;

IX – requisitar força policial, bem como a colaboração IV – serviço de assistência social visando ao amparo do
dos serviços de saúde, educacionais e de assistência idoso.
social, públicos, para o desempenho de suas
atribuições; Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não
X – referendar transações envolvendo interesses e excluem da proteção judicial outros interesses difusos,
direitos dos idosos previstos nesta Lei. coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos,
próprios do idoso, protegidos em lei.
§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações
cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, Art. 80.As ações previstas neste Capítulo serão propostas
nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei. no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá
competência absoluta para processar a causa,
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem ressalvadas as competências da Justiça Federal e a
outras, desde que compatíveis com a finalidade e competência originária dos Tribunais Superiores.
atribuições do Ministério Público.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses
§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou
de suas funções, terá livre acesso a toda entidade de homogêneos, consideram-se legitimados,
atendimento ao idoso. concorrentemente:

I – o Ministério Público;

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deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando


II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os vinculados ao atendimento ao idoso.
Municípios;
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta)
III – a Ordem dos Advogados do Brasil; dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas
por meio de execução promovida pelo Ministério
IV – as associações legalmente constituídas há pelo Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos
menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins demais legitimados em caso de inércia daquele.
institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa
idosa, dispensada a autorização da assembléia, se houver Art. 85.O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos
prévia autorização estatutária. recursos, para evitar dano irreparável à parte.

§ 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Art. 86.Transitada em julgado a sentença que impuser
Ministérios Públicos da União e dos Estados na defesa condenação ao Poder Público, o juiz determinará a
dos interesses e direitos de que cuida esta Lei. remessa de peças à autoridade competente, para
apuração da responsabilidade civil e administrativa do
§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por agente a que se atribua a ação ou omissão.
associação legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado deverá assumir a titularidade ativa. Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em
julgado da sentença condenatória favorável ao idoso sem
Art. 82.Para defesa dos interesses e direitos protegidos que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o
por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos demais
pertinentes. legitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo,
em caso de inércia desse órgão.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
exercício de atribuições de Poder Público, que lesem adiantamento de custas, emolumentos, honorários
direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação periciais e quaisquer outras despesas.
mandamental, que se regerá pelas normas da lei do
mandado de segurança. Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao
Ministério Público.
Art. 83.Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela Art. 89.Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá,
específica da obrigação ou determinará providências que provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe
assegurem o resultado prático equivalente ao informações sobre os fatos que constituam objeto de
adimplemento. ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.

§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e
havendo justificado receio de ineficácia do provimento tribunais, no exercício de suas funções, quando tiverem
final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou conhecimento de fatos que possam configurar crime de
após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de
de Processo Civil. ação para sua defesa, devem encaminhar as peças
pertinentes ao Ministério Público, para as providências
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1 o ou na sentença, cabíveis.
impor multa diária ao réu, independentemente do
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a Art. 91.Para instruir a petição inicial, o interessado
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento poderá requerer às autoridades competentes as
do preceito. certidões e informações que julgar necessárias, que
serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida Art. 92.O Ministério Público poderá instaurar sob sua
desde o dia em que se houver configurado. presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
pessoa, organismo público ou particular, certidões,
Art. 84.Os valores das multas previstas nesta Lei informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar,
reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.

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§ 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar,
diligências, se convencer da inexistência de fundamento menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer
para a propositura da ação civil ou de peças informativas, motivo.
determinará o seu arquivamento, fazendo-o
fundamentadamente. § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a
vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade
§ 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de do agente.
informação arquivados serão remetidos, sob pena de se
incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Art. 97.Deixar de prestar assistência ao idoso, quando
Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de
Coordenação e Revisão do Ministério Público. iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua
assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir,
§ 3o Até que seja homologado ou rejeitado o nesses casos, o socorro de autoridade pública:
arquivamento, pelo Conselho Superior do Ministério
Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão do Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Ministério Público, as associações legitimadas poderão
apresentar razões escritas ou documentos, que serão Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da
juntados ou anexados às peças de informação. omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte.
§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de
Coordenação e Revisão do Ministério Público de Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde,
homologar a promoção de arquivamento, será designado entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não
outro membro do Ministério Público para o ajuizamento prover suas necessidades básicas, quando obrigado por
da ação. lei ou mandado:

TÍTULO VI Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e


DOS CRIMES multa.

CAPÍTULO I Art. 99.Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou


DISPOSIÇÕES GERAIS psíquica, do idoso, submetendo-o a condições
desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e
Art. 93.Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou
disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985. sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:

Art. 94.Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos,
aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF)
§ 2o Se resulta a morte:
CAPÍTULO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

Art. 95.Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal Art. 100.Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis)
pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. meses a 1 (um) ano e multa:
181 e 182 do Código Penal.
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou por motivo de idade;
dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios
de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou
outro meio ou instrumento necessário ao exercício da trabalho;
cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar Art. 108.Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa
de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa sem discernimento de seus atos, sem a devida
idosa; representação legal:

IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação
civil a que alude esta Lei; TÍTULO VII
Disposições Finais e Transitórias
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos
indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Art. 109.Impedir ou embaraçar ato do representante do
Lei, quando requisitados pelo Ministério Público. Ministério Público ou de qualquer outro agente
fiscalizador:
Art. 101.Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem
justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
ações em que for parte ou interveniente o idoso:
Art. 110.O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 1940, Código Penal, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
Art. 102.Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, "Art. 61. ........................................................................
pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando- II - ............................................................................
lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. ou mulher grávida;

Art. 103.Negar o acolhimento ou a permanência do "Art. 121.


idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar
procuração à entidade de atendimento: § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3
(um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
de prestar imediato socorro à vítima, não procura
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
como qualquer outro documento com objetivo de aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida: contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
(sessenta) anos.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e
multa. "Art. 133.

Art. 105.Exibir ou veicular, por qualquer meio de § 3o


comunicação, informações ou imagens depreciativas ou
injuriosas à pessoa do idoso: III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)

Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. "Art. 140.

Art. 106.Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos
atos a outorgar procuração para fins de administração de referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a
bens ou deles dispor livremente: condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. "Art. 141.

Art. 107.Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou
contratar, testar ou outorgar procuração: portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. "Art. 148. ............................................................................

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§ 1o............................................................................ por qualquer causa, diminuída ou suprimida a


capacidade de discernimento ou de autodeterminação:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do
agente ou maior de 60 (sessenta) anos. Art. 114.O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de
2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 159............................................................................ "Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por
horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou crianças de colo terão atendimento prioritário, nos
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido termos desta Lei." (NR)
por bando ou quadrilha.
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao
"Art. 183............................................................................ Fundo Nacional de Assistência Social, até que o Fundo
Nacional do Idoso seja criado, os recursos necessários,
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual em cada exercício financeiro, para aplicação em
ou superior a 60 (sessenta) anos." (NR) programas e ações relativos ao idoso.

"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a Art. 116.Serão incluídos nos censos demográficos dados
subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 relativos à população idosa do País.
(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de
ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não Art. 117.O Poder Executivo encaminhará ao Congresso
lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando Nacional projeto de lei revendo os critérios de concessão
ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei
acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o
de socorrer descendente ou ascendente, gravemente acesso ao direito seja condizente com o estágio de
enfermo: desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País.

Art. 111.O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de Art. 118.Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa)
outubro de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a dias da sua publicação, ressalvado o disposto no caput do
vigorar acrescido do seguinte parágrafo único: art. 36, que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.

"Art. 21.
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço)
até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos."
2006.
(NR)
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.
Art. 112.O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
de abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226
da Constituição Federal, da Convenção sobre a
"Art. 1o
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
§ 4o
as Mulheres e da Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de
(sessenta) anos;
Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução
Art. 113.O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de
Penal; e dá outras providências.
outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte
redação:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
"Art. 18. Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a TÍTULO I


menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

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Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana patrimonial:
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher e de outros tratados internacionais ratificados I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como
pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou
criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e agregadas;
proteção às mulheres em situação de violência
doméstica e familiar.
II - no âmbito da família, compreendida como a
comunidade formada por indivíduos que são ou se
Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, consideram aparentados, unidos por laços naturais, por
raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível afinidade ou por vontade expressa;
educacional, idade e religião, goza dos direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o
asseguradas as oportunidades e facilidades para viver
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu
independentemente de coabitação.
aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste


Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições para
artigo independem de orientação sexual.
o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia,
ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à constitui uma das formas de violação dos direitos
convivência familiar e comunitária. humanos.

§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem CAPÍTULO II


garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das
relações domésticas e familiares no sentido de DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
resguardá-las de toda forma de negligência, CONTRA A MULHER
discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão. Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar
contra a mulher, entre outras:
§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar
as condições necessárias para o efetivo exercício dos I - a violência física, entendida como qualquer conduta
direitos enunciados no caput. que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os II - a violência psicológica, entendida como qualquer
fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
condições peculiares das mulheres em situação de auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
violência doméstica e familiar. desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante
TÍTULO II ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A insulto, chantagem, ridicularização, exploração e
MULHER limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autode-
terminação;
CAPÍTULO I

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta


DISPOSIÇÕES GERAIS
que a constranja a presenciar, a manter ou a participar
de relação sexual não desejada, mediante intimidação,

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ameaça, coação ou uso da força; que a induza a IV - a implementação de atendimento policial


comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua especializado para as mulheres, em particular nas
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método Delegacias de Atendimento à Mulher;
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez,
ao aborto ou à prostituição, mediante coação, V - a promoção e a realização de campanhas educativas
chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou de prevenção da violência doméstica e familiar contra a
anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em
geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer proteção aos direitos humanos das mulheres;
conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes,
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos termos ou outros instrumentos de promoção de parceria
ou recursos econômicos, incluindo os destinados a entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades
satisfazer suas necessidades; não-governamentais, tendo por objetivo a
implementação de programas de erradicação da
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta violência doméstica e familiar contra a mulher;
que configure calúnia, difamação ou injúria.
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar,
TÍTULO III da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos
profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR de raça ou etnia;

CAPÍTULO I VIII - a promoção de programas educacionais que


disseminem valores éticos de irrestrito respeito à
dignidade da pessoa humana com a perspectiva de
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
gênero e de raça ou etnia;

Art. 8o A política pública que visa coibir a violência


IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os
doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio
níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos
de um conjunto articulado de ações da União, dos
humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações
problema da violência doméstica e familiar contra a
não-governamentais, tendo por diretrizes:
mulher.

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do


CAPÍTULO II
Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas
de segurança pública, assistência social, saúde,
educação, trabalho e habitação; DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e
outras informações relevantes, com a perspectiva de Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência
gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
conseqüências e à freqüência da violência doméstica e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei
familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de
a serem unificados nacionalmente, e a avaliação Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre
periódica dos resultados das medidas adotadas; outras normas e políticas públicas de proteção, e
emergencialmente quando for o caso.
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos
valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a § 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da
coibir os papéis estereotipados que legitimem ou mulher em situação de violência doméstica e familiar no
exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo cadastro de programas assistenciais do governo federal,
com o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do estadual e municipal.
art. 3o e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;

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§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência testemunhas terão contato direto com investigados ou
doméstica e familiar, para preservar sua integridade suspeitos e pessoas a eles relacionadas;
física e psicológica:
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, inquirições sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal,
integrante da administração direta ou indireta; cível e administrativo, bem como questionamentos sobre
a vida privada.
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando
necessário o afastamento do local de trabalho, por até § 2o Na inquirição de mulher em situação de violência
seis meses. doméstica e familiar ou de testemunha de delitos de que
trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte
§ 3o A assistência à mulher em situação de violência procedimento:
doméstica e familiar compreenderá o acesso aos
benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e I - a inquirição será feita em recinto especialmente
tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de projetado para esse fim, o qual conterá os equipamentos
emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente próprios e adequados à idade da mulher em situação de
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e
Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos à gravidade da violência sofrida;
necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.
II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por
CAPÍTULO III profissional especializado em violência doméstica e
familiar designado pela autoridade judiciária ou
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL policial;

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou
violência doméstica e familiar contra a mulher, a magnético, devendo a degravação e a mídia integrar o
autoridade policial que tomar conhecimento da inquérito.
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais
cabíveis. Art. 11. No atendimento à mulher em situação de
violência doméstica e familiar, a autoridade policial
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste deverá, entre outras providências:
artigo ao descumprimento de medida protetiva de
urgência deferida. I - garantir proteção policial, quando necessário,
comunicando de imediato ao Ministério Público e ao
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência Poder Judiciário;
doméstica e familiar o atendimento policial e pericial
especializado, ininterrupto e prestado por servidores - II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde
preferencialmente do sexo feminino - previamente e ao Instituto Médico Legal;
capacitados.
III - fornecer transporte para a ofendida e seus
§ 1o A inquirição de mulher em situação de violência dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
doméstica e familiar ou de testemunha de violência risco de vida;
doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher,
obedecerá às seguintes diretrizes: IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar
a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional domicílio familiar;
da depoente, considerada a sua condição peculiar de
pessoa em situação de violência doméstica e V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta
familiar; Lei e os serviços disponíveis.

II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e
situação de violência doméstica e familiar, familiares e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência,

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deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os equipes especializadas para o atendimento e a


seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles investigação das violências graves contra a mulher.
previstos no Código de Processo Penal:
Art. 12-B. (VETADO).
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e
tomar a representação a termo, se apresentada; § 1o (VETADO).

II - colher todas as provas que servirem para o § 2o (VETADO.


esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
§ 3o A autoridade policial poderá requisitar os serviços
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, públicos necessários à defesa da mulher em situação de
expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, violência doméstica e familiar e de seus
para a concessão de medidas protetivas de urgência; dependentes.

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de TÍTULO IV


delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
necessários;
DOS PROCEDIMENTOS

V - ouvir o agressor e as testemunhas;


CAPÍTULO I

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos


DISPOSIÇÕES GERAIS
autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a
existência de mandado de prisão ou registro de outras
ocorrências policiais contra ele; Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das
causas cíveis e criminais decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito
ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo
policial ao juiz e ao Ministério Público.
Civil e da legislação específica relativa à criança, ao
adolescente e ao idoso que não conflitarem com o
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela estabelecido nesta Lei.
autoridade policial e deverá conter:
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar
I - qualificação da ofendida e do agressor; contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
competência cível e criminal, poderão ser criados pela
II - nome e idade dos dependentes; União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos
Estados, para o processo, o julgamento e a execução das
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas causas decorrentes da prática de violência doméstica e
solicitadas pela ofendida. familiar contra a mulher.

§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se
referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de todos em horário noturno, conforme dispuserem as normas de
os documentos disponíveis em posse da ofendida. organização judiciária.

§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os
prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
saúde.
I - do seu domicílio ou de sua residência;
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação
de suas políticas e planos de atendimento à mulher em II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
situação de violência doméstica e familiar, darão
prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de III - do domicílio do agressor.
Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher
(Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de

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Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à entender necessário à proteção da ofendida, de seus
representação da ofendida de que trata esta Lei, só será familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em Público.
audiência especialmente designada com tal finalidade,
antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da
Público. instrução criminal, caberá a prisão preventiva do
agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência do Ministério Público ou mediante representação da
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta autoridade policial.
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão
de multa. preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de
motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la,
CAPÍTULO II se sobrevierem razões que a justifiquem.

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos
processuais relativos ao agressor, especialmente dos
Seção I pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo
da intimação do advogado constituído ou do defensor
público.
Disposições Gerais

Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar


Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da
intimação ou notificação ao agressor.
ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as


medidas protetivas de urgência; Seção II

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o
de assistência judiciária, quando for o caso; Agressor

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e
providências cabíveis. familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz
poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser
urgência, entre outras:
concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério
Público ou a pedido da ofendida.
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas,
o com comunicação ao órgão competente, nos termos
§ 1 As medidas protetivas de urgência poderão ser
da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
concedidas de imediato, independentemente de
audiência das partes e de manifestação do Ministério
Público, devendo este ser prontamente comunicado. II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência
com a ofendida;
§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas
isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre
que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das
ou violados. testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre
estes e o agressor;
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público
ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas b) contato com a ofendida, seus familiares e
protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se testemunhas por qualquer meio de comunicação;

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c) freqüentação de determinados lugares a fim de III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem
preservar a integridade física e psicológica da ofendida; prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e
alimentos;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes
menores, ouvida a equipe de atendimento IV - determinar a separação de corpos.
multidisciplinar ou serviço similar;
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios. sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
particular da mulher, o juiz poderá determinar,
§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
aplicação de outras previstas na legislação em vigor,
sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo
o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao agressor à ofendida;
Ministério Público.
II - proibição temporária para a celebração de atos e
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando- contratos de compra, venda e locação de propriedade
se o agressor nas condições mencionadas no caput e em comum, salvo expressa autorização judicial;
incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de
2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida
ou instituição as medidas protetivas de urgência ao agressor;
concedidas e determinará a restrição do porte de armas,
ficando o superior imediato do agressor responsável pelo
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito
cumprimento da determinação judicial, sob pena de
judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da
incorrer nos crimes de prevaricação ou de
prática de violência doméstica e familiar contra a
desobediência, conforme o caso.
ofendida.

§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas


Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório
de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer
competente para os fins previstos nos incisos II e III deste
momento, auxílio da força policial.
artigo.

§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que


Seção IV
couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de
Processo Civil).
Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Seção III Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere
medidas protetivas de urgência previstas nesta
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo anos. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
de outras medidas: § 1o A configuração do crime independe da
competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a
programa oficial ou comunitário de proteção ou de § 2o Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a
atendimento; autoridade judicial poderá conceder fiança. (Incluído
pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 3o O disposto neste artigo não exclui a aplicação de
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus outras sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de
dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento 2018)
do agressor;
CAPÍTULO III

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

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Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for mento, prevenção e outras medidas, voltados para a
parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da ofendida, o agressor e os familiares, com especial
violência doméstica e familiar contra a mulher. atenção às crianças e aos adolescentes.

Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação
outras atribuições, nos casos de violência doméstica e mais aprofundada, o juiz poderá determinar a
familiar contra a mulher, quando necessário: manifestação de profissional especializado, mediante a
indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde,
de educação, de assistência social e de segurança, entre Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua
outros; proposta orçamentária, poderá prever recursos para a
criação e manutenção da equipe de atendimento
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes
de atendimento à mulher em situação de violência Orçamentárias.
doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas
administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a TÍTULO VI
quaisquer irregularidades constatadas;
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher. Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas
CAPÍTULO IV criminais acumularão as competências cível e criminal
para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA de violência doméstica e familiar contra a mulher,
observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada
pela legislação processual pertinente.
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais,
a mulher em situação de violência doméstica e familiar
deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência,
previsto no art. 19 desta Lei. nas varas criminais, para o processo e o julgamento das
causas referidas no caput.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de
violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de TÍTULO VII
Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita,
nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante DISPOSIÇÕES FINAIS
atendimento específico e humanizado.
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência
TÍTULO V Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser
acompanhada pela implantação das curadorias
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR necessárias e do serviço de assistência judiciária.

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os
contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar Municípios poderão criar e promover, no limite das
com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser respectivas competências:
integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde. I - centros de atendimento integral e multidisciplinar
para mulheres e respectivos dependentes em situação
Art. 30. Compete à equipe de atendimento de violência doméstica e familiar;
multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por II - casas-abrigos para mulheres e respectivos
escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria dependentes menores em situação de violência
Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, doméstica e familiar;
e desenvolver trabalhos de orientação, encaminha-

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III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de
saúde e centros de perícia médico-legal especializados no outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a
atendimento à mulher em situação de violência vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
doméstica e familiar;
“Art. 313.
IV - programas e campanhas de enfrentamento da
violência doméstica e familiar; IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos da lei específica, para
V - centros de educação e de reabilitação para os garantir a execução das medidas protetivas de urgência.”
agressores. (NR)

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei
Municípios promoverão a adaptação de seus órgãos e de no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei. passa a vigorar com a seguinte redação:

Art. 37. A defesa dos interesses e direitos “Art. 61. II -


transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,
concorrentemente, pelo Ministério Público e por f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
associação de atuação na área, regularmente constituída relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade,
há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil. ou com violência contra a mulher na forma da lei
específica;” (NR)
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá
ser dispensado pelo juiz quando entender que não há Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
outra entidade com representatividade adequada para o dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as
ajuizamento da demanda coletiva. seguintes alterações:

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e “Art. 129.


familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de
dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente,
Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com
e informações relativo às mulheres.
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos coabitação ou de hospitalidade:
Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas
informações criminais para a base de dados do
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
Ministério da Justiça.

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será


Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
aumentada de um terço se o crime for cometido contra
Municípios, no limite de suas competências e nos termos
pessoa portadora de deficiência.” (NR)
das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão
estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada
exercício financeiro, para a implementação das medidas Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de
estabelecidas nesta Lei. 1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a
seguinte redação:
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem
outras decorrentes dos princípios por ela adotados. “Art. 152

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica
familiar contra a mulher, independentemente da pena contra a mulher, o juiz poderá determinar o
prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro comparecimento obrigatório do agressor a programas de
de 1995. recuperação e reeducação.” (NR)

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Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos,
dias após sua publicação. em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,
respeitadas as ressalvas supramencionadas.
Brasília, 7 de agosto de 2006; 185o da Independência e
118o da República. TÍTULO II

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
DROGAS
Dilma Rousseff
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar,
organizar e coordenar as atividades relacionadas com:
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE
2006. I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção
social de usuários e dependentes de drogas;

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico


ilícito de drogas.
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre
Drogas Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso CAPÍTULO I
indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; estabelece normas para DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito
de drogas; define crimes e dá outras providências. DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
DROGAS
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 4o São princípios do Sisnad:

TÍTULO I I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa


humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES liberdade;

Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas II - o respeito à diversidade e às especificidades
Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para populacionais existentes;
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas III - a promoção dos valores éticos, culturais e de
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como
ilícito de drogas e define crimes. fatores de proteção para o uso indevido de drogas e
outros comportamentos correlacionados;
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como
drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla
dependência, assim especificados em lei ou relacionados participação social, para o estabelecimento dos
em listas atualizadas periodicamente pelo Poder fundamentos e estratégias do Sisnad;
Executivo da União.
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da
drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a participação social nas atividades do Sisnad;
exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser
extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores
autorização legal ou regulamentar, bem como o que correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua
estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de
plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. VII - a integração das estratégias nacionais e
internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste

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de repressão à sua produção não autorizada e ao seu Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação
tráfico ilícito; central e a execução descentralizada das atividades
realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital,
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e estadual e municipal e se constitui matéria definida no
dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação regulamento desta Lei.
mútua nas atividades do Sisnad;
Art. 8o (VETADO)
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que
reconheça a interdependência e a natureza CAPÍTULO III
complementar das atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e Art. 9o (VETADO)
dependentes de drogas, repressão da produção não
autorizada e do tráfico ilícito de drogas; Art. 10. (VETADO)

X - a observância do equilíbrio entre as atividades de Art. 11. (VETADO)


prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à Art. 12. (VETADO)
sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito,
visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social; Art. 13. (VETADO)

XI - a observância às orientações e normas emanadas do Art. 14. (VETADO)


Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
CAPÍTULO IV
o
Art. 5 O Sisnad tem os seguintes objetivos:
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a INFORMAÇÕES
torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de
risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e SOBRE DROGAS
outros comportamentos correlacionados;
Art. 15. (VETADO)
II - promover a construção e a socialização do
conhecimento sobre drogas no país; Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da
atenção à saúde e da assistência social que atendam
III - promover a integração entre as políticas de usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social órgão competente do respectivo sistema municipal de
de usuários e dependentes de drogas e de repressão à saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos,
sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as preservando a identidade das pessoas, conforme
políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo orientações emanadas da União.
da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao
IV - assegurar as condições para a coordenação, a tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de
integração e a articulação das atividades de que trata o informações do Poder Executivo.
art. 3o desta Lei.
TÍTULO III

DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO,


CAPÍTULO II ATENÇÃO E

DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE


DROGAS
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
DROGAS CAPÍTULO I

Art. 6o (VETADO) DA PREVENÇÃO

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Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção
indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino
direcionadas para a redução dos fatores de público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares
vulnerabilidade e risco e para a promoção e o Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
fortalecimento dos fatores de proteção.
XII - a observância das orientações e normas emanadas
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de do Conad;
drogas devem observar os seguintes princípios e
diretrizes: XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle
social de políticas setoriais específicas.
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como
fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso
na sua relação com a comunidade à qual pertence; indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente
deverão estar em consonância com as diretrizes
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da
científica como forma de orientar as ações dos serviços Criança e do Adolescente - Conanda.
públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos
e estigmatização das pessoas e dos serviços que as CAPÍTULO II
atendam;
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade SOCIAL
individual em relação ao uso indevido de drogas;
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a
colaboração mútua com as instituições do setor privado Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e
e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependente de drogas e respectivos familiares, para
dependentes de drogas e respectivos familiares, por efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da
meio do estabelecimento de parcerias; qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos
associados ao uso de drogas.
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e
adequadas às especificidades socioculturais das diversas Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do
populações, bem como das diferentes drogas utilizadas; usuário ou do dependente de drogas e respectivos
familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento para sua integração ou reintegração em redes sociais.
do uso” e da redução de riscos como resultados
desejáveis das atividades de natureza preventiva, Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção
quando da definição dos objetivos a serem alcançados; social do usuário e do dependente de drogas e
respectivos familiares devem observar os seguintes
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais princípios e diretrizes:
vulneráveis da população, levando em consideração as
suas necessidades específicas; I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas,
independentemente de quaisquer condições, observados
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que os direitos fundamentais da pessoa humana, os
atuam em atividades de prevenção do uso indevido de princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da
drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de Política Nacional de Assistência Social;
drogas e respectivos familiares;
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, reinserção social do usuário e do dependente de drogas
artísticas, profissionais, entre outras, como forma de e respectivos familiares que considerem as suas
inclusão social e de melhoria da qualidade de vida; peculiaridades socioculturais;

X - o estabelecimento de políticas de formação III - definição de projeto terapêutico individualizado,


continuada na área da prevenção do uso indevido de orientado para a inclusão social e para a redução de
drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis riscos e de danos sociais e à saúde;
de ensino;

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IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos III - medida educativa de comparecimento a programa ou
respectivos familiares, sempre que possível, de forma curso educativo.
multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
V - observância das orientações e normas emanadas do consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
Conad; destinadas à preparação de pequena quantidade de
substância ou produto capaz de causar dependência
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle física ou psíquica.
social de políticas setoriais específicas.
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios substância apreendida, ao local e às condições em que se
desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais,
dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22
desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada. § 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco)
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os meses.
Municípios poderão conceder benefícios às instituições
privadas que desenvolverem programas de reinserção no § 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos
mercado de trabalho, do usuário e do dependente de incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
drogas encaminhados por órgão oficial. prazo máximo de 10 (dez) meses.

Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins § 5o A prestação de serviços à comunidade será
lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e cumprida em programas comunitários, entidades
da assistência social, que atendam usuários ou educacionais ou assistenciais, hospitais,
dependentes de drogas poderão receber recursos do estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem
Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da
e financeira. prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e
dependentes de drogas.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em
razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo § 6o Para garantia do cumprimento das medidas
pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a
segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário. submetê-lo, sucessivamente a:

CAPÍTULO III I - admoestação verbal;

DOS CRIMES E DAS PENAS II - multa.

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser § 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento
substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério de saúde, preferencialmente ambulatorial, para
Público e o defensor. tratamento especializado.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, refere o inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à
drogas sem autorização ou em desacordo com reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-
determinação legal ou regulamentar será submetido às multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta)
seguintes penas: nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
segundo a capacidade econômica do agente, o valor de
I - advertência sobre os efeitos das drogas; um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário
mínimo.
II - prestação de serviços à comunidade;

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Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da § 2o (Revogado).


multa a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à
conta do Fundo Nacional Antidrogas. § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a
plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a proteção ao meio ambiente, o disposto noDecreto
execução das penas, observado, no tocante à no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber,
interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e dispensada a autorização prévia do órgão próprio do
seguintes do Código Penal. Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

TÍTULO IV § 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão


expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA Constituição Federal, de acordo com a legislação em
vigor.
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
CAPÍTULO II
CAPÍTULO I
DOS CRIMES
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter
competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, em depósito, transportar, trazer consigo, guardar,
preparar, possuir, manter em depósito, importar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer
exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, desacordo com determinação legal ou regulamentar:
para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à
sua preparação, observadas as demais exigências legais. Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e
pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente quinhentos) dias-multa.
destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que
recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire,
medidas necessárias para a preservação da prova. vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que
§ 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
prazo máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se as determinação legal ou regulamentar, matéria-prima,
amostras necessárias à preservação da prova. insumo ou produto químico destinado à preparação de
drogas;
§ 2o A incineração prevista no § 1o deste artigo será
precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou
Público, e executada pela autoridade de polícia judiciária em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
competente, na presença de representante do Ministério de plantas que se constituam em matéria-prima para a
Público e da autoridade sanitária competente, mediante preparação de drogas;
auto circunstanciado e após a perícia realizada no local
da incineração. III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem
a propriedade, posse, administração, guarda ou
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda
destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50- que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
A, que recolherá quantidade suficiente para exame com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico
pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das ilícito de drogas.
condições encontradas, com a delimitação do local,
asseguradas as medidas necessárias para a preservação § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido
da prova. de droga:

§ 1o (Revogado). (Vide ADI nº 4.274)

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Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento
100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.

§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas,
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses
consumirem: excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e
pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-
no art. 28. multa.

§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao
artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a Conselho Federal da categoria profissional a que
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de pertença o agente.
direitos, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o
nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº consumo de drogas, expondo a dano potencial a
5, de 2012) incolumidade de outrem:

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além
vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, da apreensão do veículo, cassação da habilitação
guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de
destinado à fabricação, preparação, produção ou 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
transformação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar: Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas
cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos)
de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for
de transporte coletivo de passageiros.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim
de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: aumentadas de um sexto a dois terços, se:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento I - a natureza, a procedência da substância ou do produto
de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a
transnacionalidade do delito;
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste
artigo incorre quem se associa para a prática reiterada II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função
do crime definido no art. 36 desta Lei. pública ou no desempenho de missão de educação,
poder familiar, guarda ou vigilância;
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos
crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais,
pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de
mil) dias-multa. locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
organização ou associação destinados à prática de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e em transportes públicos;
34 desta Lei:

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IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer entendimento.
processo de intimidação difusa ou coletiva;
Parágrafo único. Quando absolver o agente,
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à
entre estes e o Distrito Federal; época do fato previsto neste artigo, as condições
referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz,
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou na sentença, o seu encaminhamento para tratamento
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, médico adequado.
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e
determinação; Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a
dois terços se, por força das circunstâncias previstas no
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação
ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
voluntariamente com a investigação policial e o processo entendimento.
criminal na identificação dos demais co-autores ou
partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em
produto do crime, no caso de condenação, terá pena avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento
reduzida de um terço a dois terços. do agente para tratamento, realizada por profissional de
saúde com competência específica na forma da lei,
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com determinará que a tal se proceda, observado o disposto
preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código no art. 26 desta Lei.
Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do
produto, a personalidade e a conduta social do agente. CAPÍTULO III

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 DO PROCEDIMENTO PENAL


a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42
desta Lei, determinará o número de dias-multa, Art. 48. O procedimento relativo aos processos por
atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste
dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições
superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de § 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art.
crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes
ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e
econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099,
ainda que aplicadas no máximo. de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados
Especiais Criminais.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e
34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de § 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta
sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor
vedada a conversão de suas penas em restritivas de do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo
direitos. competente ou, na falta deste, assumir o compromisso
de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste e providenciando-se as requisições dos exames e perícias
artigo, dar-se-á o livramento condicional após o necessários.
cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
concessão ao reincidente específico. § 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências
previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da pela autoridade policial, no local em que se encontrar,
dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso vedada a detenção do agente.
fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação
ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal § 4o Concluídos os procedimentos de que trata o §
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter 2o deste artigo, o agente será submetido a exame de

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corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de da data da apreensão, guardando-se amostra necessária


polícia judiciária entender conveniente, e em seguida à realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que
liberado. couber, o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50.

§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de
de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90
Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação (noventa) dias, quando solto.
imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser
especificada na proposta. Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo
podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, Público, mediante pedido justificado da autoridade de
caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as polícia judiciária.
circunstâncias o recomendem, empregará os
instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta
previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999. Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os
autos do inquérito ao juízo:
Seção I
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
Da Investigação justificando as razões que a levaram à classificação do
delito, indicando a quantidade e natureza da substância
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de ou do produto apreendido, o local e as condições em que
polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da
juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do
do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, agente; ou
em 24 (vinte e quatro) horas.
II - requererá sua devolução para a realização de
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em diligências necessárias.
flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é
suficiente o laudo de constatação da natureza e Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem
quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na prejuízo de diligências complementares:
falta deste, por pessoa idônea.
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo
§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o § resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente
1o deste artigo não ficará impedido de participar da até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e
elaboração do laudo definitivo. julgamento;

§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e
juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade valores de que seja titular o agente, ou que figurem em
formal do laudo de constatação e determinará a seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao
destruição das drogas apreendidas, guardando-se juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
amostra necessária à realização do laudo definitivo. instrução e julgamento.

§ 4o A destruição das drogas será executada pelo Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa
delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos
dias na presença do Ministério Público e da autoridade previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o
sanitária. Ministério Público, os seguintes procedimentos
investigatórios:
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a
destruição das drogas referida no § 3 o, sendo lavrado I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de
auto circunstanciado pelo delegado de polícia, investigação, constituída pelos órgãos especializados
certificando-se neste a destruição total delas. pertinentes;

Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas,
ocorrência de prisão em flagrante será feita por seus precursores químicos ou outros produtos utilizados
incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado em sua produção, que se encontrem no território

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brasileiro, com a finalidade de identificar e Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os


responsabilizar maior número de integrantes de laudos periciais.
operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação
penal cabível. § 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração
do disposto nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 a 37 desta Lei,
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o
autorização será concedida desde que sejam conhecidos afastamento cautelar do denunciado de suas atividades,
o itinerário provável e a identificação dos agentes do se for funcionário público, comunicando ao órgão
delito ou de colaboradores. respectivo.

Seção II § 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será


realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao
Da Instrução Criminal recebimento da denúncia, salvo se determinada a
realização de avaliação para atestar dependência de
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças
de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o
no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes interrogatório do acusado e a inquirição das
providências: testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao
representante do Ministério Público e ao defensor do
I - requerer o arquivamento; acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte)
minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a
II - requisitar as diligências que entender necessárias; critério do juiz.

III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz
e requerer as demais provas que entender pertinentes. indagará das partes se restou algum fato para ser
esclarecido, formulando as perguntas correspondentes
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a se o entender pertinente e relevante.
notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por
escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença
de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que
§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e os autos para isso lhe sejam conclusos.
exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar
todas as razões de defesa, oferecer documentos e § 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido
justificações, especificar as provas que pretende produzir controvérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou
e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas. quantidade da substância ou do produto, ou sobre a
regularidade do respectivo laudo, determinará que se
§ 2o As exceções serão processadas em apartado, nos proceda na forma do art. 32, § 1o, desta Lei,
termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 preservando-se, para eventual contraprova, a fração que
de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. fixar.

§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz § 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em
nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, decisão motivada e, ouvido o Ministério Público, quando
concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. a quantidade ou valor da substância ou do produto o
indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) autos do laudo toxicológico.
dias.
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e
§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-
de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes,
realização de diligências, exames e perícias. assim reconhecido na sentença condenatória.

Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora CAPÍTULO IV


para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a
citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério

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DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e


BENS DO ACUSADO quaisquer outros meios de transporte, os maquinários,
utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza,
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei,
Público ou mediante representação da autoridade de após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da
polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas,
indícios suficientes, poderá decretar, no curso do que serão recolhidas na forma de legislação específica.
inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras
medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e § 1o Comprovado o interesse público na utilização de
imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes qualquer dos bens mencionados neste artigo, a
previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso,
com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua
144 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - conservação, mediante autorização judicial, ouvido o
Código de Processo Penal. Ministério Público.

§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste
artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques
(cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de
acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de
da decisão. imediato, requerer ao juízo competente a intimação do
Ministério Público.
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o
juiz decidirá pela sua liberação. § 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao
juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerário
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem apreendido em moeda nacional, se for o caso, a
o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz compensação dos cheques emitidos após a instrução do
determinar a prática de atos necessários à conservação inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos,
de bens, direitos ou valores. e o depósito das correspondentes quantias em conta
judicial, juntando-se aos autos o recibo.
§ 4o A ordem de apreensão ou seqüestro de bens,
direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido § 4o Após a instauração da competente ação penal, o
o Ministério Público, quando a sua execução imediata Ministério Público, mediante petição autônoma,
possa comprometer as investigações. requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar,
proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar
dos fatos e comprovado o interesse público ou social, para serem colocados sob uso e custódia da autoridade
ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou
autorização do juízo competente, ouvido o Ministério militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso
Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos indevido de drogas e operações de repressão à produção
poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e exclusivamente no interesse dessas atividades.
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
na repressão à produção não autorizada e ao tráfico § 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os
ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas fins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de
atividades. alienação deverá conter a relação de todos os demais
bens apreendidos, com a descrição e a especificação de
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, cada um deles, e informações sobre quem os tem sob
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade custódia e o local onde se encontram.
de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e
controle a expedição de certificado provisório de registro § 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva
e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha petição será autuada em apartado, cujos autos terão
deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de tramitação autônoma em relação aos da ação penal
multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em principal.
julgado da decisão que decretar o seu perdimento em
favor da União.

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§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos direitos e valores declarados perdidos em favor da União,
serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de indicando, quanto aos bens, o local em que se encontram
nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os
utilizados para a sua prática e risco de perda de valor fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.
econômico pelo decurso do tempo, determinará a
avaliação dos bens relacionados, cientificará a Senad e Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar
intimará a União, o Ministério Público e o interessado, convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com
este, se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias. organismos orientados para a prevenção do uso indevido
de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências dependentes e a atuação na repressão à produção não
sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na
homologará o valor atribuído aos bens e determinará liberação de equipamentos e de recursos por ela
sejam alienados em leilão. arrecadados, para a implantação e execução de
programas relacionados à questão das drogas.
§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em
conta judicial a quantia apurada, até o final da ação TÍTULO V
penal respectiva, quando será transferida ao Funad,
juntamente com os valores de que trata o § 3o deste DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
artigo.
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e
interpostos contra as decisões proferidas no curso do do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis
procedimento previsto neste artigo. e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
espírito das Convenções das Nações Unidas e outros
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste instrumentos jurídicos internacionais relacionados à
artigo, recaindo a autorização sobre veículos, questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo
embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a
de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e outros países e organismos internacionais e, quando
controle a expedição de certificado provisório de registro necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:
e licenciamento, em favor da autoridade de polícia
judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, I - intercâmbio de informações sobre legislações,
ficando estes livres do pagamento de multas, encargos e experiências, projetos e programas voltados para
tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e
que decretar o seu perdimento em favor da União. de reinserção social de usuários e dependentes de
drogas;
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá
sobre o perdimento do produto, bem ou valor II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e
apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível. tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico
de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes precursores químicos;
tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela
cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre
União, serão revertidos diretamente ao Funad. produtores e traficantes de drogas e seus precursores
químicos.
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos
e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já TÍTULO VI
tenha sido decretado em favor da União.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a
fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art.
2o deste artigo. 1o desta Lei, até que seja atualizada a terminologia da
lista mencionada no preceito, denominam-se drogas
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e
juiz do processo, de ofício ou a requerimento do outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS no 344,
Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, de 12 de maio de 1998.

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Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos
no 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito
Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e transnacional, são da competência da Justiça Federal.
respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios
firmados e do fornecimento de dados necessários à Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios
atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas que não sejam sede de vara federal serão processados e
respectivas polícias judiciárias. julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Art. 71. (VETADO)


Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros,
destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz,
na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e de ofício, mediante representação da autoridade de
reinserção social de usuários e dependentes e na polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito Público, determinará que se proceda, nos limites de sua
de drogas. jurisdição e na forma prevista no § 1o do art. 32 desta Lei,
à destruição de drogas em processos já encerrados.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial
de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o
pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante
serviços de saúde que produzirem, venderem, representação do delegado de polícia ou a requerimento
adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem do Ministério Público, determinará a destruição das
drogas ou de qualquer outro em que existam essas amostras guardadas para contraprova, certificando isso
substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o nos autos.
qual tramite o feito:
Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou Estados visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito
liquidação, sejam lacradas suas instalações; e do uso indevido de drogas.

II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os
adoção das medidas necessárias ao recebimento e Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e
guarda, em depósito, das drogas arrecadadas; repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e
com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção
acompanhar o feito. social de usuários e dependentes de drogas.

§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco)
produtos não proscritos referidos no inciso II do caput dias após a sua publicação.
deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas
regularmente habilitadas na área de saúde ou de Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de
pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a 1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
ser dada ao produto a ser arrematado.
Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independência
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3 o deste e 118o da República.
artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à
hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do
Ministério Público.
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE
o
§ 3 Figurando entre o praceado e não arrematadas
especialidades farmacêuticas em condições de emprego
2013.
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do
Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013.
saúde.
Define organização criminosa e dispõe sobre a
investigação criminal, os meios de obtenção da prova,

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infrações penais correlatas e o procedimento criminal; § 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois
altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 terços):
(Código Penal); revoga a Lei no 9.034, de 3 de maio de
I - se há participação de criança ou adolescente;
1995; e dá outras providências.
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a
organização criminosa dessa condição para a prática de
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
infração penal;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-
se, no todo ou em parte, ao exterior;
CAPÍTULO I
IV - se a organização criminosa mantém conexão com
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA outras organizações criminosas independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a
o transnacionalidade da organização.
Art. 1 Esta Lei define organização criminosa e dispõe
sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da § 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário
prova, infrações penais correlatas e o procedimento público integra organização criminosa, poderá o juiz
criminal a ser aplicado. determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a
§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de
medida se fizer necessária à investigação ou instrução
4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e
processual.
caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter, direta ou § 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará
indiretamente, vantagem de qualquer natureza, ao funcionário público a perda do cargo, função,
mediante a prática de infrações penais cujas penas emprego ou mandato eletivo e a interdição para o
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8
sejam de caráter transnacional. (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
§ 2o Esta Lei se aplica também: § 7o Se houver indícios de participação de policial nos
crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção
instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério
internacional quando, iniciada a execução no País, o
Público, que designará membro para acompanhar o feito
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro,
até a sua conclusão.
ou reciprocamente;
CAPÍTULO II
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas
voltadas para a prática dos atos de terrorismo DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA
legalmente definidos. (Redação dada pela lei nº 13.260, PROVA
de 2016)
Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão
o
Art. 2 Promover, constituir, financiar ou integrar, permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização seguintes meios de obtenção da prova:
criminosa:
I - colaboração premiada;
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos,
prejuízo das penas correspondentes às demais infrações
ópticos ou acústicos;
penais praticadas.
III - ação controlada;
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de
qualquer forma, embaraça a investigação de infração IV - acesso a registros de ligações telefônicas e
penal que envolva organização criminosa. telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de
dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou
§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação
comerciais;
da organização criminosa houver emprego de arma de
fogo. V - interceptação de comunicações telefônicas e
telemáticas, nos termos da legislação específica;
§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando,
individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal,
que não pratique pessoalmente atos de execução. nos termos da legislação específica;

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VII - infiltração, por policiais, em atividade de o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de


investigação, na forma do art. 11; 1941 (Código de Processo Penal).
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, § 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o
distritais, estaduais e municipais na busca de provas e processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso
informações de interesse da investigação ou da instrução por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período,
criminal. até que sejam cumpridas as medidas de colaboração,
suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 1o Havendo necessidade justificada de manter sigilo
sobre a capacidade investigatória, poderá ser dispensada § 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério
licitação para contratação de serviços técnicos Público poderá deixar de oferecer denúncia se o
especializados, aquisição ou locação de equipamentos colaborador:
destinados à polícia judiciária para o rastreamento e
I - não for o líder da organização criminosa;
obtenção de provas previstas nos incisos II e V. (Incluído
pela Lei nº 13.097, de 2015) II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos
termos deste artigo.
§ 2o No caso do § 1o, fica dispensada a publicação de que
trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666, de 21 § 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a pena
de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a
controle interno da realização da contratação progressão de regime ainda que ausentes os requisitos
objetivos.
Seção I
§ 6o O juiz não participará das negociações realizadas
Da Colaboração Premiada
entre as partes para a formalização do acordo de
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes, colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o
conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois investigado e o defensor, com a manifestação do
terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o
restritiva de direitos daquele que tenha colaborado Ministério Público e o investigado ou acusado e seu
efetiva e voluntariamente com a investigação e com o defensor.
processo criminal, desde que dessa colaboração advenha
§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6o, o respectivo
um ou mais dos seguintes resultados:
termo, acompanhado das declarações do colaborador e
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da de cópia da investigação, será remetido ao juiz para
organização criminosa e das infrações penais por eles homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,
praticadas; legalidade e voluntariedade, podendo para este fim,
sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de
defensor.
tarefas da organização criminosa;
§ 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta que
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das
não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso
atividades da organização criminosa;
concreto.
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do
§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador
proveito das infrações penais praticadas pela
poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser
organização criminosa;
ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo
V - a localização de eventual vítima com a sua delegado de polícia responsável pelas investigações.
integridade física preservada.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em
§ 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício levará que as provas autoincriminatórias produzidas pelo
em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente
circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato em seu desfavor.
criminoso e a eficácia da colaboração.
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo
§ 2o Considerando a relevância da colaboração prestada, homologado e sua eficácia.
o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não
polícia, nos autos do inquérito policial, com a
denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a
manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou
requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade
representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao
judicial.
colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido
previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber,

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§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de distribuição, que decidirá no prazo de 48 (quarenta e
colaboração será feito pelos meios ou recursos de oito) horas.
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica
§ 2o O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao
similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior
Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma
fidelidade das informações.
de garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador defensor, no interesse do representado, amplo acesso
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao aos elementos de prova que digam respeito ao exercício
silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a do direito de defesa, devidamente precedido de
verdade. autorização judicial, ressalvados os referentes às
diligências em andamento.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
execução da colaboração, o colaborador deverá estar § 3o O acordo de colaboração premiada deixa de ser
assistido por defensor. sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o
disposto no art. 5o.
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida
com fundamento apenas nas declarações de agente Seção II
colaborador.
Da Ação Controlada
Art. 5o São direitos do colaborador:
Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a
I - usufruir das medidas de proteção previstas na intervenção policial ou administrativa relativa à ação
legislação específica; praticada por organização criminosa ou a ela vinculada,
desde que mantida sob observação e acompanhamento
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações
para que a medida legal se concretize no momento mais
pessoais preservados;
eficaz à formação de provas e obtenção de informações.
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais
§ 1o O retardamento da intervenção policial ou
coautores e partícipes;
administrativa será previamente comunicado ao juiz
IV - participar das audiências sem contato visual com os competente que, se for o caso, estabelecerá os seus
outros acusados; limites e comunicará ao Ministério Público.
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de § 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de
comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua forma a não conter informações que possam indicar a
prévia autorização por escrito; operação a ser efetuada.
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos § 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos
demais corréus ou condenados. autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das
Art. 6o O termo de acordo da colaboração premiada
investigações.
deverá ser feito por escrito e conter:
§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
circunstanciado acerca da ação controlada.
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do
Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de
delegado de polícia;
fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu administrativa somente poderá ocorrer com a
defensor; cooperação das autoridades dos países que figurem
como provável itinerário ou destino do investigado, de
IV - as assinaturas do representante do Ministério
modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto,
Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de
objeto, instrumento ou proveito do crime.
seu defensor;
Seção III
V - a especificação das medidas de proteção ao
colaborador e à sua família, quando necessário. Da Infiltração de Agentes
o
Art. 7 O pedido de homologação do acordo será Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de
sigilosamente distribuído, contendo apenas informações investigação, representada pelo delegado de polícia ou
que não possam identificar o colaborador e o seu objeto. requerida pelo Ministério Público, após manifestação
técnica do delegado de polícia quando solicitada no
§ 1o As informações pormenorizadas da colaboração
curso de inquérito policial, será precedida de
serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a

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circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração,
que estabelecerá seus limites. a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da
investigação, quando inexigível conduta diversa.
§ 1o Na hipótese de representação do delegado de
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Art. 14. São direitos do agente:
Ministério Público.
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
§ 2o Será admitida a infiltração se houver indícios de
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que
infração penal de que trata o art. 1o e se a prova não
couber, o disposto no art. 9o da Lei no 9.807, de 13 de
puder ser produzida por outros meios disponíveis.
julho de 1999, bem como usufruir das medidas de
§ 3o A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 proteção a testemunhas;
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações,
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz
desde que comprovada sua necessidade.
e demais informações pessoais preservadas durante a
§ 4o Findo o prazo previsto no § 3 o, o relatório investigação e o processo criminal, salvo se houver
circunstanciado será apresentado ao juiz competente, decisão judicial em contrário;
que imediatamente cientificará o Ministério Público.
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado
§ 5o No curso do inquérito policial, o delegado de polícia ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia
poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério autorização por escrito.
Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da
Seção IV
atividade de infiltração.
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
Informações
representação do delegado de polícia para a infiltração
de agentes conterão a demonstração da necessidade da Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público
medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando terão acesso, independentemente de autorização
possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que
e o local da infiltração. informem exclusivamente a qualificação pessoal, a
filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral,
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
empresas telefônicas, instituições financeiras,
distribuído, de forma a não conter informações que
provedores de internet e administradoras de cartão de
possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar
crédito.
o agente que será infiltrado.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo
§ 1o As informações quanto à necessidade da operação
prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e permanente do
de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz
juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia aos
competente, que decidirá no prazo de 24 (vinte e quatro)
bancos de dados de reservas e registro de viagens.
horas, após manifestação do Ministério Público na
hipótese de representação do delegado de polícia, Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel
devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das
das investigações e a segurança do agente infiltrado. autoridades mencionadas no art. 15, registros de
identificação dos números dos terminais de origem e de
§ 2o Os autos contendo as informações da operação de
destino das ligações telefônicas internacionais,
infiltração acompanharão a denúncia do Ministério
interurbanas e locais.
Público, quando serão disponibilizados à defesa,
assegurando-se a preservação da identidade do agente. Seção V
§ 3o Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da
sofre risco iminente, a operação será sustada mediante Prova
requisição do Ministério Público ou pelo delegado de
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o
polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
à autoridade judicial.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a
devida proporcionalidade com a finalidade da Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de
investigação, responderá pelos excessos praticados. colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a
pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações
sobre a estrutura de organização criminosa que sabe
inverídicas:

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Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
investigações que envolvam a ação controlada e a associação é armada ou se houver a participação de
infiltração de agentes: criança ou adolescente.” (NR)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros,
seguinte redação:
documentos e informações requisitadas pelo juiz,
Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de “Art. 342.
investigação ou do processo: ...................................................................................
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
multa.
............................................................................................
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de ......” (NR)
forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso
Art. 26. Revoga-se a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995.
dos dados cadastrais de que trata esta Lei.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45
CAPÍTULO III
(quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Brasília, 2 de agosto de 2013; 192o da Independência e
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações 125o da República.
penais conexas serão apurados mediante procedimento
DILMA ROUSSEFF
ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado José Eduardo Cardozo
o disposto no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO
encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder
a 120 (cento e vinte) dias quando o réu estiver preso, DE 1965.
prorrogáveis em até igual período, por decisão
fundamentada, devidamente motivada pela
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.
complexidade da causa ou por fato procrastinatório
atribuível ao réu.
Regula o Direito de Representação e o processo de
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos
pela autoridade judicial competente, para garantia da de abuso de autoridade.
celeridade e da eficácia das diligências investigatórias,
assegurando-se ao defensor, no interesse do O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
representado, amplo acesso aos elementos de prova que Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
digam respeito ao exercício do direito de defesa,
devidamente precedido de autorização judicial,
Art. 1º O direito de representação e o processo de
ressalvados os referentes às diligências em andamento.
responsabilidade administrativa civil e penal, contra as
Parágrafo único. Determinado o depoimento do autoridades que, no exercício de suas funções,
investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista cometerem abusos, são regulados pela presente lei.
dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no
prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, Art. 2º O direito de representação será exercido por meio
podendo ser ampliado, a critério da autoridade de petição:
responsável pela investigação.
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de a) dirigida à autoridade superior que tiver competência
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a
seguinte redação: respectiva sanção;

“Associação Criminosa
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o competência para iniciar processo-crime contra a
fim específico de cometer crimes: autoridade culpada.

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Parágrafo único. A representação será feita em duas vias despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei,
e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
autoridade, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial
máximo de três, se as houver. recibo de importância recebida a título de carceragem,
custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer
atentado: h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa
natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou
a) à liberdade de locomoção; desvio de poder ou sem competência legal;

b) à inviolabilidade do domicílio; i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou


de medida de segurança, deixando de expedir em tempo
c) ao sigilo da correspondência; oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade.
d) à liberdade de consciência e de crença;
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei,
e) ao livre exercício do culto religioso; quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e
sem remuneração.
f) à liberdade de associação;

Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à


g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
sanção administrativa civil e penal.
do voto;

§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo


h) ao direito de reunião;
com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
i) à incolumidade física do indivíduo;
a) advertência;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
b) repreensão;
profissional.

c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de


Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
cinco a cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e
vantagens;
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
d) destituição de função;
poder;

e) demissão;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame
ou a constrangimento não autorizado em lei;
f) demissão, a bem do serviço público.
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz
competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa; § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
dano, consistirá no pagamento de uma indenização de
quinhentos a dez mil cruzeiros.
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou
detenção ilegal que lhe seja comunicada;
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as
regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha
em:
a prestar fiança, permitida em lei;

a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;


f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial
carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra
b) detenção por dez dias a seis meses;

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c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a
qualquer outra função pública por prazo até três anos. representação da vítima, aquele, no prazo de quarenta e
oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua
ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. citação, e, bem assim, a designação de audiência de
instrução e julgamento.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de
autoridade policial, civil ou militar, de qualquer § 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada
categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou em duas vias.
acessória, de não poder o acusado exercer funções de
natureza policial ou militar no município da culpa, por Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de
prazo de um a cinco anos. autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o
acusado poderá:
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a
aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou a) promover a comprovação da existência de tais
militar competente determinará a instauração de vestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas;
inquérito para apurar o fato.
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas audiência de instrução e julgamento, a designação de um
estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, perito para fazer as verificações necessárias.
civis ou militares, que estabeleçam o respectivo
processo. § 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e
prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o
§ 2º não existindo no município no Estado ou na apresentarão por escrito, querendo, na audiência de
legislação militar normas reguladoras do inquérito instrução e julgamento.
administrativo serão aplicadas supletivamente, as
disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de § 2º No caso previsto na letra a deste artigo a
outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos representação poderá conter a indicação de mais duas
Civis da União). testemunhas.

§ 3º O processo administrativo não poderá ser Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de
sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação apresentar a denúncia requerer o arquivamento da
penal ou civil. representação, o Juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa da
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a
da autoridade civil ou militar. denúncia, ou designará outro órgão do Ministério Público
para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à então deverá o Juiz atender.
autoridade administrativa ou independentemente dela,
poderá ser promovida pela vítima do abuso, a Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a
responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação
culpada. privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém,
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
Art. 10. Vetado substitutiva e intervir em todos os termos do processo,
interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código do querelante, retomar a ação como parte principal.
de Processo Civil.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente quarenta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou
de inquérito policial ou justificação por denúncia do rejeitando a denúncia.
Ministério Público, instruída com a representação da
vítima do abuso. § 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz
designará, desde logo, dia e hora para a audiência de

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instrução e julgamento, que deverá ser realizada, minutos para cada um, prorrogável por mais dez (10), a
improrrogavelmente. dentro de cinco dias. critério do Juiz.

§ 2º A citação do réu para se ver processar, até Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá
julgamento final e para comparecer à audiência de imediatamente a sentença.
instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto
que, será acompanhado da segunda via da representação Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no
e da denúncia. livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em
resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e
ser apresentada em juízo, independentemente de a sentença.
intimação.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de Ministério Público ou o advogado que houver subscrito a
precatória para a audiência ou a intimação de queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra
"b", requerimentos para a realização de diligências, Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte
perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho forem difíceis e não permitirem a observância dos prazos
motivado, considere indispensáveis tais providências. fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre
motivadamente, até o dobro.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro
dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas
audiência, apregoando em seguida o réu, as do Código de Processo Penal, sempre que compatíveis
testemunhas, o perito, o representante do Ministério com o sistema de instrução e julgamento regulado por
Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o esta lei.
advogado ou defensor do réu.
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças,
Parágrafo único. A audiência somente deixará de caberão os recursos e apelações previstas no Código de
realizar-se se ausente o Juiz. Processo Penal.

Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
não houver comparecido, os presentes poderão retirar-
se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência
audiência. e 77º da República.

Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será H. CASTELLO BRANCO


pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar- Juracy Magalhães
se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na
sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz
designar. LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o 1990.
interrogatório do réu, se estiver presente.
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu
advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
funcionar na audiência e nos ulteriores termos do outras providências.
processo.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Juiz dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público
ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao Título I
advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze
Das Disposições Preliminares

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Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta
e ao adolescente. os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a condição peculiar da criança e do adolescente como
pessoa até doze anos de idade incompletos, e pessoas em desenvolvimento.
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Título II
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito Dos Direitos Fundamentais
e vinte e um anos de idade.
Capítulo I
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem Do Direito à Vida e à Saúde
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à
as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, públicas que permitam o nascimento e o
em condições de liberdade e de dignidade. desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
dignas de existência.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei
aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos
discriminação de nascimento, situação familiar, idade, programas e às políticas de saúde da mulher e de
sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição
condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao
condição econômica, ambiente social, região e local de puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal
moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.
famílias ou a comunidade em que vivem.
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade profissionais da atenção primária.
em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à § 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante
saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à garantirão sua vinculação, no último trimestre da
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à gestação, ao estabelecimento em que será realizado o
liberdade e à convivência familiar e comunitária. parto, garantido o direito de opção da mulher.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: § 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado
assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência
circunstâncias; na atenção primária, bem como o acesso a outros
serviços e a grupos de apoio à amamentação.
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou
de relevância pública; § 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-
c) preferência na formulação e na execução das políticas natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as
sociais públicas; consequências do estado puerperal.

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas § 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser
relacionadas com a proteção à infância e à juventude. prestada também a gestantes e mães que manifestem
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de como a gestantes e mães que se encontrem em situação
qualquer forma de negligência, discriminação, de privação de liberdade.
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, § 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
aos seus direitos fundamentais. acompanhante de sua preferência durante o período do

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pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela
imediato. autoridade administrativa competente;

§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre III - proceder a exames visando ao diagnóstico e
aleitamento materno, alimentação complementar terapêutica de anormalidades no metabolismo do
saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
como sobre formas de favorecer a criação de vínculos
afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
criança. necessariamente as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato;
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras neonato a permanência junto à mãe.
intervenções cirúrgicas por motivos médicos.
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação,
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da prestando orientações quanto à técnica adequada,
gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar,
de pré-natal, bem como da puérpera que não utilizando o corpo técnico já existente.
comparecer às consultas pós-parto.
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente,
mulher com filho na primeira infância que se encontrem por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o
sob custódia em unidade de privação de liberdade, princípio da equidade no acesso a ações e serviços para
ambiência que atenda às normas sanitárias e promoção, proteção e recuperação da saúde.
assistenciais do Sistema Único de Saúde para o
acolhimento do filho, em articulação com o sistema de § 1o A criança e o adolescente com deficiência serão
ensino competente, visando ao desenvolvimento integral atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
da criança. necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação
e reabilitação.
Art. 9º O poder público, as instituições e os
empregadores propiciarão condições adequadas ao § 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses,
submetidas a medida privativa de liberdade. próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao
tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou voltadas às suas necessidades específicas.
coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à
avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao § 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou
aleitamento materno e à alimentação complementar frequente de crianças na primeira infância receberão
saudável, de forma contínua. formação específica e permanente para a detecção de
sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva como para o acompanhamento que se fizer
neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou necessário.
unidade de coleta de leite humano.
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde,
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de
atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, cuidados intermediários, deverão proporcionar
são obrigados a: condições para a permanência em tempo integral de um
dos pais ou responsável, nos casos de internação de
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através criança ou adolescente.
de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-
sua impressão plantar e digital e da impressão digital da tratos contra criança ou adolescente serão
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da

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respectiva localidade, sem prejuízo de outras Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à
providências legais. liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
humanas em processo de desenvolvimento e como
§ 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente Constituição e nas leis.
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da
Infância e da Juventude. Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
aspectos:
§ 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
entrada, os serviços de assistência social em seu I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
componente especializado, o Centro de Referência comunitários, ressalvadas as restrições legais;
Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e II - opinião e expressão;
do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
atendimento das crianças na faixa etária da primeira III - crença e culto religioso;
infância com suspeita ou confirmação de violência de
qualquer natureza, formulando projeto terapêutico IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
singular que inclua intervenção em rede e, se necessário,
acompanhamento domiciliar. V - participar da vida familiar e comunitária, sem
discriminação;
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas
de assistência médica e odontológica para a prevenção VI - participar da vida política, na forma da lei;
das enfermidades que ordinariamente afetam a
população infantil, e campanhas de educação sanitária VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
para pais, educadores e alunos.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade
o
§ 1 É obrigatória a vacinação das crianças nos casos da integridade física, psíquica e moral da criança e do
recomendados pelas autoridades sanitárias. adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças,
§ 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à dos espaços e objetos pessoais.
saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança
de cuidado direcionadas à mulher e à criança. e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório
§ 3o A atenção odontológica à criança terá função ou constrangedor.
educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes
de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré- Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser
natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
anos de vida, com orientações sobre saúde bucal. tratamento cruel ou degradante, como formas de
correção, disciplina, educação ou qualquer outro
§ 4o A criança com necessidade de cuidados pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
odontológicos especiais será atendida pelo Sistema ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos
Único de Saúde. executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos ou protegê-los.
seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou
outro instrumento construído com a finalidade de Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
facilitar a detecção, em consulta pediátrica de
acompanhamento da criança, de risco para o seu I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva
desenvolvimento psíquico. aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
adolescente que resulte em:
Capítulo II
a) sofrimento físico; ou
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
b) lesão;

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II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em
cruel de tratamento em relação à criança ou ao programa de acolhimento familiar ou institucional terá
adolescente que: sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três)
meses, devendo a autoridade judiciária competente, com
a) humilhe; ou base em relatório elaborado por equipe interprofissional
ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela
b) ameace gravemente; ou possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação
em família substituta, em quaisquer das modalidades
c) ridicularize. previstas no art. 28 desta Lei.

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os § 2o A permanência da criança e do adolescente em


responsáveis, os agentes públicos executores de medidas programa de acolhimento institucional não se prolongará
socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada
cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los necessidade que atenda ao seu superior interesse,
ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou devidamente fundamentada pela autoridade
tratamento cruel ou degradante como formas de judiciária.
correção, disciplina, educação ou qualquer outro
pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções § 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou
cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de adolescente à sua família terá preferência em relação a
acordo com a gravidade do caso: qualquer outra providência, caso em que será esta
incluída em serviços e programas de proteção, apoio e
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e
de proteção à família; IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do
art. 129 desta Lei.
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou
psiquiátrico; § 4o Será garantida a convivência da criança e do
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade,
III - encaminhamento a cursos ou programas de por meio de visitas periódicas promovidas pelo
orientação; responsável ou, nas hipóteses de acolhimento
institucional, pela entidade responsável,
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento independentemente de autorização judicial.
especializado;
§ 5o Será garantida a convivência integral da criança com
V - advertência. a mãe adolescente que estiver em acolhimento
institucional.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão
aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras § 6o A mãe adolescente será assistida por equipe
providências legais. especializada multidisciplinar.

Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse


em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
Capítulo III nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da
Juventude.
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe
Seção I interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
que apresentará relatório à autoridade judiciária,
Disposições Gerais considerando inclusive os eventuais efeitos do estado
gestacional e puerperal.
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em § 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária
família substituta, assegurada a convivência familiar e poderá determinar o encaminhamento da gestante ou
comunitária, em ambiente que garanta seu mãe, mediante sua expressa concordância, à rede
desenvolvimento integral. pública de saúde e assistência social para atendimento
especializado.

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§ 3o A busca à família extensa, conforme definida nos comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento
termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional
respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, e financeiro.
prorrogável por igual período.
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas
§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros
de não existir outro representante da família extensa de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos
apto a receber a guarda, a autoridade judiciária pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte.
competente deverá decretar a extinção do poder familiar
e determinar a colocação da criança sob a guarda § 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou
provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de adolescente a fim de colaborar para o seu
entidade que desenvolva programa de acolhimento desenvolvimento.
familiar ou institucional.
§ 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser
o
§ 5 Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou apadrinhado será definido no âmbito de cada programa
de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou
indicado, deve ser manifestada na audiência a que se adolescentes com remota possibilidade de reinserção
refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo familiar ou colocação em família adotiva.
sobre a entrega.
§ 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão
o genitor nem representante da família extensa para ser executados por órgãos públicos ou por organizações
confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a da sociedade civil.
guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder
familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda § 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento,
provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. os responsáveis pelo programa e pelos serviços de
acolhimento deverão imediatamente notificar a
§ 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 autoridade judiciária competente.
(quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do
dia seguinte à data do término do estágio de convivência. Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e
§ 8o Na hipótese de desistência pelos genitores - qualificações, proibidas quaisquer designações
manifestada em audiência ou perante a equipe discriminatórias relativas à filiação.
interprofissional - da entrega da criança após o
nascimento, a criança será mantida com os genitores, e Art. 21. Familiar será exercido, em igualdade de
será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser
o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito
oitenta) dias. de, em caso de discordância, recorrer à autoridade
judiciária competente para a solução da divergência.
§ 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o
nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir
crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no as determinações judiciais.
prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do
acolhimento. Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm
direitos iguais e deveres e responsabilidades
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de compartilhados no cuidado e na educação da criança,
acolhimento institucional ou familiar poderão participar devendo ser resguardado o direito de transmissão
de programa de apadrinhamento. familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
direitos da criança estabelecidos nesta Lei.
§ 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e
proporcionar à criança e ao adolescente vínculos
externos à instituição para fins de convivência familiar e

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Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não Subseção I


constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão
do poder familiar. Disposições Gerais

§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á
decretação da medida, a criança ou o adolescente será mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente
mantido em sua família de origem, a qual deverá da situação jurídica da criança ou adolescente, nos
obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas termos desta Lei.
oficiais de proteção, apoio e promoção.
§ 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente
o
§ 2 A condenação criminal do pai ou da mãe não será previamente ouvido por equipe interprofissional,
implicará a destituição do poder familiar, exceto na respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua
de reclusão, contra o próprio filho ou filha. opinião devidamente considerada.

Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,
decretadas judicialmente, em procedimento será necessário seu consentimento, colhido em
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem audiência.
como na hipótese de descumprimento injustificado dos
deveres e obrigações a que alude o art. 22. § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau
de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade,
Seção II a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes
da medida.
Da Família Natural
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada
formada pelos pais ou qualquer deles e seus a comprovada existência de risco de abuso ou outra
descendentes. situação que justifique plenamente a excepcionalidade
de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso,
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
ampliada aquela que se estende para além da unidade
pais e filhos ou da unidade do casal, formada por § 5o A colocação da criança ou adolescente em família
parentes próximos com os quais a criança ou adolescente substituta será precedida de sua preparação gradativa e
convive e mantém vínculos de afinidade e acompanhamento posterior, realizados pela equipe
afetividade. interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser responsáveis pela execução da política municipal de
reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no garantia do direito à convivência familiar.
próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
escritura ou outro documento público, qualquer que seja § 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena
a origem da filiação. ou proveniente de comunidade remanescente de
quilombo, é ainda obrigatório:
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade
deixar descendentes. social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo pela Constituição Federal;
ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem
qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma
Seção III etnia;

Da Família Substituta III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão


federal responsável pela política indigenista, no caso de

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crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, Art. 34. O poder público estimulará, por meio de
perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o
irá acompanhar o caso. acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou
adolescente afastado do convívio familiar.
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a
pessoa que revele, por qualquer modo, § 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas
incompatibilidade com a natureza da medida ou não de acolhimento familiar terá preferência a seu
ofereça ambiente familiar adequado. acolhimento institucional, observado, em qualquer caso,
o caráter temporário e excepcional da medida, nos
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá termos desta Lei.
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
entidades governamentais ou não-governamentais, sem § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal
autorização judicial. cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
receber a criança ou adolescente mediante guarda,
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
constitui medida excepcional, somente admissível na
modalidade de adoção. § 3o A União apoiará a implementação de serviços de
acolhimento em família acolhedora como política
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável pública, os quais deverão dispor de equipe que organize
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes
o encargo, mediante termo nos autos. em residências de famílias selecionadas, capacitadas e
acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.
Subseção II
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais,
Da Guarda distritais e municipais para a manutenção dos serviços de
acolhimento em família acolhedora, facultando-se o
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência repasse de recursos para a própria família acolhedora.
material, moral e educacional à criança ou adolescente,
conferindo a seu detentor o direito de opor-se a Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
terceiros, inclusive aos pais. mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
Público.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos Subseção III
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção
por estrangeiros. Da Tutela

§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a
casos de tutela e adoção, para atender a situações pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
responsável, podendo ser deferido o direito de Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a
representação para a prática de atos determinados. prévia decretação da perda ou suspensão do poder
familiar e implica necessariamente o dever de guarda.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
condição de dependente, para todos os fins e efeitos de Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
direito, inclusive previdenciários. documento autêntico, conforme previsto no parágrafo
único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias
contrário, da autoridade judiciária competente, ou após a abertura da sucessão, ingressar com pedido
quando a medida for aplicada em preparação para destinado ao controle judicial do ato, observando o
adoção, o deferimento da guarda de criança ou procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.
adolescente a terceiros não impede o exercício do direito
de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão
alimentos, que serão objeto de regulamentação observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta
específica, a pedido do interessado ou do Ministério Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada
Público. na disposição de última vontade, se restar comprovado

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que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe § 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os
outra pessoa em melhores condições de assumi-la. adotantes sejam casados civilmente ou mantenham
união estável, comprovada a estabilidade da família.
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no
art. 24. § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos
mais velho do que o adotando.

§ 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-


Subseção IV companheiros podem adotar conjuntamente, contanto
que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e
Da Adoção desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
na constância do período de convivência e que seja
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á comprovada a existência de vínculos de afinidade e
segundo o disposto nesta Lei. afetividade com aquele não detentor da guarda, que
justifiquem a excepcionalidade da concessão.
§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual
se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos § 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que
de manutenção da criança ou adolescente na família demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto
25 desta Lei. no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
Código Civil.
§ 2o É vedada a adoção por procuração.
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após
§ 3o Em caso de conflito entre direitos e interesses do inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.
biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses
do adotando. Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, legítimos.
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a
guarda ou tutela dos adotantes. Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e
saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, adotar o pupilo ou o curatelado.
com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou
salvo os impedimentos matrimoniais. do representante legal do adotando.

§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do § 1º. O consentimento será dispensado em relação à
outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos
e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos ou tenham sido destituídos do r poder familiar.
parentes.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, idade, será também necessário o seu consentimento.
seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,
descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a Art. 46. A adoção será precedida de estágio de
ordem de vocação hereditária. convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo
máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, criança ou adolescente e as peculiaridades do caso.
independentemente do estado civil.
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do
adotando. adotante durante tempo suficiente para que seja
possível avaliar a conveniência da constituição do
vínculo.

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§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a § 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do
dispensa da realização do estágio de convivência. adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá
determinar a modificação do prenome.
§ 2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste
artigo pode ser prorrogado por até igual período, § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
mediante decisão fundamentada da autoridade adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado
judiciária. o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.

§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou § 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
domiciliado fora do País, o estágio de convivência será julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese
de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá
(quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual força retroativa à data do óbito.
período, uma única vez, mediante decisão fundamentada
da autoridade judiciária. § 8o O processo relativo à adoção assim como outros a
ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-
§ 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo, se seu armazenamento em microfilme ou por outros
deverá ser apresentado laudo fundamentado pela meios, garantida a sua conservação para consulta a
equipe mencionada no § 4o deste artigo, que qualquer tempo.
recomendará ou não o deferimento da adoção à
autoridade judiciária. § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
adoção em que o adotando for criança ou adolescente
§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela com deficiência ou com doença crônica.
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e
da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção
responsáveis pela execução da política de garantia do será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única
direito à convivência familiar, que apresentarão relatório vez por igual período, mediante decisão fundamentada
minucioso acerca da conveniência do deferimento da da autoridade judiciária.
medida.
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem
§ 5o O estágio de convivência será cumprido no território biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao
nacional, preferencialmente na comarca de residência da processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais
criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade incidentes, após completar 18 (dezoito) anos.
limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a
competência do juízo da comarca de residência da Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá
criança. ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito)
anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença jurídica e psicológica.
judicial, que será inscrita no registro civil mediante
mandado do qual não se fornecerá certidão. Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder
familiar dos pais naturais.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como
pais, bem como o nome de seus ascendentes. Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada
comarca ou foro regional, um registro de crianças e
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o adolescentes em condições de serem adotados e outro
registro original do adotado. de pessoas interessadas na adoção.

§ 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o
residência. Ministério Público.

§ 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não
constar nas certidões do registro. satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das
hipóteses previstas no art. 29.

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§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida guarda de família cadastrada em programa de


de um período de preparação psicossocial e jurídica, acolhimento familiar.
orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos § 12. A alimentação do cadastro e a convocação
responsáveis pela execução da política municipal de criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas
garantia do direito à convivência familiar. pelo Ministério Público.

§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de
referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com candidato domiciliado no Brasil não cadastrado
crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou previamente nos termos desta Lei quando:
institucional em condições de serem adotados, a ser
realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da I - se tratar de pedido de adoção unilateral;
equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com
apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de II - for formulada por parente com o qual a criança ou
acolhimento e pela execução da política municipal de adolescente mantenha vínculos de afinidade e
garantia do direito à convivência familiar. afetividade;

§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda
e nacional de crianças e adolescentes em condições de legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente,
serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à desde que o lapso de tempo de convivência comprove a
adoção. fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja
constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.
residentes fora do País, que somente serão consultados
na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
cadastros mencionados no § 5o deste artigo. candidato deverá comprovar, no curso do procedimento,
que preenche os requisitos necessários à adoção,
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de conforme previsto nesta Lei.
adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-
lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas
melhoria do sistema. interessadas em adotar criança ou adolescente com
deficiência, com doença crônica ou com necessidades
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de específicas de saúde, além de grupo de irmãos.
48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
adolescentes em condições de serem adotados que não Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na
tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das qual o pretendente possui residência habitual em país-
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993,
adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em
5o deste artigo, sob pena de responsabilidade. Matéria de Adoção Internacional, promulgada
pelo Decreto no 3.087, de 21 junho de 1999, e deseja
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela adotar criança em outro país-parte da Convenção.
manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
posterior comunicação à Autoridade Central Federal § 1o A adoção internacional de criança ou adolescente
Brasileira. brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
quando restar comprovado:
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de
pretendentes habilitados residentes no País com perfil I - que a colocação em família adotiva é a solução
compatível e interesse manifesto pela adoção de criança adequada ao caso concreto;
ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será
realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
adoção internacional. colocação da criança ou adolescente em família adotiva
brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil
interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente, com perfil compatível com a criança ou adolescente,
sempre que possível e recomendável, será colocado sob após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei;

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III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade
foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de Central Estadual, a compatibilidade da legislação
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a estrangeira com a nacional, além do preenchimento por
medida, mediante parecer elaborado por equipe parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2o do e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz
art. 28 desta Lei. do que dispõe esta Lei como da legislação do país de
acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um)
preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção ano;
internacional de criança ou adolescente brasileiro.
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será
§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo
Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de da Infância e da Juventude do local em que se encontra a
adoção internacional. criança ou adolescente, conforme indicação efetuada
pela Autoridade Central Estadual.
Art. 52. A adoção internacional observará o
procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com § 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar,
as seguintes adaptações: admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
internacional sejam intermediados por organismos
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar credenciados.
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular
pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade § 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o
Central em matéria de adoção internacional no país de credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua encarregados de intermediar pedidos de habilitação à
residência habitual; adoção internacional, com posterior comunicação às
Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet.
que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar,
emitirá um relatório que contenha informações sobre a § 3o Somente será admissível o credenciamento de
identidade, a capacidade jurídica e adequação dos organismo que:
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e
médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção
aptidão para assumir uma adoção internacional; de Haia e estejam devidamente credenciados pela
Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o país de acolhida do adotando para atuar em adoção
relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a internacional no Brasil;
Autoridade Central Federal Brasileira;
II - satisfizerem as condições de integridade moral,
IV - o relatório será instruído com toda a documentação competência profissional, experiência e responsabilidade
necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade
equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da Central Federal Brasileira;
legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
de vigência; III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua
formação e experiência para atuar na área de adoção
V - os documentos em língua estrangeira serão internacional;
devidamente autenticados pela autoridade consular,
observados os tratados e convenções internacionais, e IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela
público juramentado; Autoridade Central Federal Brasileira.

VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer § 4o Os organismos credenciados deverão ainda:


exigências e solicitar complementação sobre o estudo
psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas
realizado no país de acolhida; condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades

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competentes do país onde estiverem sediados, do país § 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade
de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; judiciária determinará a expedição de alvará com
autorização de viagem, bem como para obtenção de
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas passaporte, constando, obrigatoriamente, as
e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada características da criança ou adolescente adotado, como
formação ou experiência para atuar na área de adoção idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares,
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia assim como foto recente e a aposição da impressão
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal digital do seu polegar direito, instruindo o documento
Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão com cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito
federal competente; em julgado.

III - estar submetidos à supervisão das autoridades § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a
competentes do país onde estiverem sediados e no país qualquer momento, solicitar informações sobre a
de acolhida, inclusive quanto à sua composição, situação das crianças e adolescentes adotados
funcionamento e situação financeira;
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a credenciados, que sejam considerados abusivos pela
cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam
bem como relatório de acompanhamento das adoções devidamente comprovados, é causa de seu
internacionais efetuadas no período, cuja cópia será descredenciamento.
encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a representados por mais de uma entidade credenciada
Autoridade Central Estadual, com cópia para a para atuar na cooperação em adoção internacional.
Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou
mantido até a juntada de cópia autenticada do registro domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1
civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para (um) ano, podendo ser renovada.
o adotado;
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal dirigentes de programas de acolhimento institucional ou
Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento familiar, assim como com crianças e adolescentes em
estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo condições de serem adotados, sem a devida autorização
lhes sejam concedidos. judicial.

§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá
4o deste artigo pelo organismo credenciado poderá limitar ou suspender a concessão de novos
acarretar a suspensão de seu credenciamento. credenciamentos sempre que julgar necessário,
mediante ato administrativo fundamentado.
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos. descredenciamento, o repasse de recursos provenientes
de organismos estrangeiros encarregados de intermediar
§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser pedidos de adoção internacional a organismos nacionais
concedida mediante requerimento protocolado na ou a pessoas físicas.
Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta)
dias anteriores ao término do respectivo prazo de Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão
validade. ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do
Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que respectivo Conselho de Direitos da Criança e do
concedeu a adoção internacional, não será permitida a Adolescente
saída do adotando do território nacional.
Art. 52-Bz A adoção por brasileiro residente no exterior
em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo

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de adoção tenha sido processado em conformidade com Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à
a legislação vigente no país de residência e atendido o educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida pessoa, preparo para o exercício da cidadania e
Convenção, será automaticamente recepcionada com o qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
reingresso no Brasil.
I - igualdade de condições para o acesso e permanência
§ 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea na escola;
“c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a
sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Justiça.
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
§ 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em recorrer às instâncias escolares superiores;
país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez
reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação IV - direito de organização e participação em entidades
da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de estudantis;
Justiça.
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil residência.
for o país de acolhida, a decisão da autoridade
competente do país de origem da criança ou do Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter
adolescente será conhecida pela Autoridade Central ciência do processo pedagógico, bem como participar da
Estadual que tiver processado o pedido de habilitação definição das propostas educacionais.
dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade
Central Federal e determinará as providências Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
necessárias à expedição do Certificado de Naturalização adolescente:
Provisório.
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
Público, somente deixará de reconhecer os efeitos
daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade
manifestamente contrária à ordem pública ou não ao ensino médio;
atende ao interesse superior da criança ou do
adolescente. III - atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede
§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, regular de ensino;
prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá
imediatamente requerer o que for de direito para IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de
resguardar os interesses da criança ou do adolescente, zero a cinco anos de idade;
comunicando-se as providências à Autoridade Central
Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da
Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de
origem. cada um;

Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida condições do adolescente trabalhador;
no país de origem porque a sua legislação a delega ao
país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com VII - atendimento no ensino fundamental, através de
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país programas suplementares de material didático-escolar,
que não tenha aderido à Convenção referida, o processo transporte, alimentação e assistência à saúde.
de adoção seguirá as regras da adoção nacional.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
Capítulo IV público subjetivo.

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

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§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos
poder público ou sua oferta irregular importa seguintes princípios:
responsabilidade da autoridade competente.
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos regular;
no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola. II - atividade compatível com o desenvolvimento do
adolescente;
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de III - horário especial para o exercício das atividades.
ensino.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino assegurada bolsa de aprendizagem.
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos
de: Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze
anos, são assegurados os direitos trabalhistas e
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; previdenciários.

II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é
esgotados os recursos escolares; assegurado trabalho protegido.

III - elevados níveis de repetência. Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime
familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, em entidade governamental ou não-governamental, é
experiências e novas propostas relativas a calendário, vedado trabalho:
seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação,
com vistas à inserção de crianças e adolescentes I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um
excluídos do ensino fundamental obrigatório. dia e as cinco horas do dia seguinte;

Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os II - perigoso, insalubre ou penoso;


valores culturais, artísticos e históricos próprios do
contexto social da criança e do adolescente, garantindo- III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao
se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
cultura.
IV - realizado em horários e locais que não permitam a
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da freqüência à escola.
União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos
e espaços para programações culturais, esportivas e de Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
lazer voltadas para a infância e a juventude. educativo, sob responsabilidade de entidade
governamental ou não-governamental sem fins
Capítulo V lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele
participe condições de capacitação para o exercício de
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho atividade regular remunerada.

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade
quatorze anos de idade, salvo na condição de laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao
aprendiz. desenvolvimento pessoal e social do educando
prevalecem sobre o aspecto produtivo.
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é
regulada por legislação especial, sem prejuízo do § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
disposto nesta Lei. trabalho efetuado ou a participação na venda dos
produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico- educativo.
profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da
legislação de educação em vigor.

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Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem
à proteção no trabalho, observados os seguintes a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde
aspectos, entre outros: a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e
responsáveis com o objetivo de promover a informação,
I - respeito à condição peculiar de pessoa em a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao
desenvolvimento; uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante no processo educativo;
II - capacitação profissional adequada ao mercado de
trabalho. VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a
articulação de ações e a elaboração de planos de atuação
Título III conjunta focados nas famílias em situação de violência,
com participação de profissionais de saúde, de
Da Prevenção assistência social e de educação e de órgãos de
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
Capítulo I adolescente.

Disposições Gerais Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes


com deficiência terão prioridade de atendimento nas
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ações e políticas públicas de prevenção e proteção.
ameaça ou violação dos direitos da criança e do
adolescente. Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem
nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a
Municípios deverão atuar de forma articulada na reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas
elaboração de políticas públicas e na execução de ações ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e
destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de adolescentes.
tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes, Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela
tendo como principais ações: comunicação de que trata este artigo, as pessoas
encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
I - a promoção de campanhas educativas permanentes ministério, profissão ou ocupação, do cuidado,
para a divulgação do direito da criança e do adolescente assistência ou guarda de crianças e adolescentes,
de serem educados e cuidados sem o uso de castigo punível, na forma deste Estatuto, o injustificado
físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
instrumentos de proteção aos direitos humanos;
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
Ministério Público e da Defensoria Pública, com o espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Criança e do Adolescente e com as entidades não
governamentais que atuam na promoção, proteção e Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
defesa dos direitos da criança e do adolescente; prevenção especial outras decorrentes dos princípios por
ela adotados.
III - a formação continuada e a capacitação dos
profissionais de saúde, educação e assistência social e Art. 73. A inobservância das normas de prevenção
dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e importará em responsabilidade da pessoa física ou
defesa dos direitos da criança e do adolescente para o jurídica, nos termos desta Lei.
desenvolvimento das competências necessárias à
prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico
e ao enfrentamento de todas as formas de violência
contra a criança e o adolescente; Capítulo II

IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica Da Prevenção Especial


de conflitos que envolvam violência contra a criança e o
adolescente; Seção I

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Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão
Espetáculos respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da
família.
Art. 74. O poder público, através do órgão competente,
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere
recomendem, locais e horários em que sua apresentação ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem
se mostre inadequada. apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que
não seja permitida a entrada e a permanência de
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e crianças e adolescentes no local, afixando aviso para
espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de orientação do público.
fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação
destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária Seção II
especificada no certificado de classificação.
Dos Produtos e Serviços
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às
diversões e espetáculos públicos classificados como Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente
adequados à sua faixa etária. de:

Parágrafo único. As crianças menores de dez anos I - armas, munições e explosivos;


somente poderão ingressar e permanecer nos locais de
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos II - bebidas alcoólicas;
pais ou responsável.
III - produtos cujos componentes possam causar
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente dependência física ou psíquica ainda que por utilização
exibirão, no horário recomendado para o público infanto indevida;
juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas,
culturais e informativas. IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de
sua transmissão, apresentação ou exibição. V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.


funcionários de empresas que explorem a venda ou
aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou
que não haja venda ou locação em desacordo com a adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
classificação atribuída pelo órgão competente. congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos
pais ou responsável.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão
exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra Seção III
e a faixa etária a que se destinam.
Da Autorização para Viajar
Art. 78. As revistas e publicações contendo material
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da
deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou
com a advertência de seu conteúdo. responsável, sem expressa autorização judicial.

Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas § 1º A autorização não será exigida quando:
que contenham mensagens pornográficas ou obscenas
sejam protegidas com embalagem opaca. a) tratar-se de comarca contígua à da residência da
criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público na mesma região metropolitana;
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações,
fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas b) a criança estiver acompanhada:

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1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos
comprovado documentalmente o parentesco; direitos da criança e do adolescente.

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, VI - políticas e programas destinados a prevenir ou
mãe ou responsável. abreviar o período de afastamento do convívio familiar e
a garantir o efetivo exercício do direito à convivência
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou familiar de crianças e adolescentes;
responsável, conceder autorização válida por dois anos.
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a de guarda de crianças e adolescentes afastados do
autorização é dispensável, se a criança ou adolescente: convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial,
de crianças maiores ou de adolescentes, com
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou necessidades específicas de saúde ou com deficiências e
responsável; de grupos de irmãos.

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
expressamente pelo outro através de documento com
firma reconhecida. I - municipalização do atendimento;

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional
nenhuma criança ou adolescente nascido em território dos direitos da criança e do adolescente, órgãos
nacional poderá sair do País em companhia de deliberativos e controladores das ações em todos os
estrangeiro residente ou domiciliado no exterior. níveis, assegurada a participação popular paritária por
meio de organizações representativas, segundo leis
Parte Especial federal, estaduais e municipais;

Título I III - criação e manutenção de programas específicos,


observada a descentralização político-administrativa;
Da Política de Atendimento
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e
Capítulo I municipais vinculados aos respectivos conselhos dos
direitos da criança e do adolescente;
Disposições Gerais
V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e
e do adolescente far-se-á através de um conjunto Assistência Social, preferencialmente em um mesmo
articulado de ações governamentais e não- local, para efeito de agilização do atendimento inicial a
governamentais, da União, dos estados, do Distrito adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;
Federal e dos municípios.
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
encarregados da execução das políticas sociais básicas e
I - políticas sociais básicas; de assistência social, para efeito de agilização do
atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em
II - serviços, programas, projetos e benefícios de programas de acolhimento familiar ou institucional, com
assistência social de garantia de proteção social e de vista na sua rápida reintegração à família de origem ou,
prevenção e redução de violações de direitos, seus se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua
agravamentos ou reincidências; colocação em família substituta, em quaisquer das
modalidades previstas no art. 28 desta Lei;
III - serviços especiais de prevenção e atendimento
médico e psicossocial às vítimas de negligência, maus- VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão; participação dos diversos segmentos da sociedade.

IV - serviço de identificação e localização de pais, VIII - especialização e formação continuada dos


responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; profissionais que trabalham nas diferentes áreas da

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atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos § 2o Os recursos destinados à implementação e


sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento manutenção dos programas relacionados neste artigo
infantil; serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos
públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e
IX - formação profissional com abrangência dos diversos Assistência Social, dentre outros, observando-se o
direitos da criança e do adolescente que favoreça a princípio da prioridade absoluta à criança e ao
intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da
adolescente e seu desenvolvimento integral; Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do
art. 4o desta Lei.
X - realização e divulgação de pesquisas sobre
desenvolvimento infantil e sobre prevenção da § 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo
violência. Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos constituindo-se critérios para renovação da autorização
conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança de funcionamento:
e do adolescente é considerada de interesse público
relevante e não será remunerada. I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem
como às resoluções relativas à modalidade de
Capítulo II atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis;
Das Entidades de Atendimento
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
Seção I atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público
e pela Justiça da Infância e da Juventude;
Disposições Gerais
III - em se tratando de programas de acolhimento
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis institucional ou familiar, serão considerados os índices de
pela manutenção das próprias unidades, assim como sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à
pelo planejamento e execução de programas de família substituta, conforme o caso.
proteção e sócio-educativos destinados a crianças e
adolescentes, em regime de: Art. 91. As entidades não-governamentais somente
poderão funcionar depois de registradas no Conselho
I - orientação e apoio sócio-familiar; Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o
qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; autoridade judiciária da respectiva localidade.

III - colocação familiar; § 1o Será negado o registro à entidade que:

IV - acolhimento institucional; a) não ofereça instalações físicas em condições


adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e
V - prestação de serviços à comunidade; segurança;

VI - liberdade assistida; b) não apresente plano de trabalho compatível com os


princípios desta Lei;
VII - semiliberdade; e
c) esteja irregularmente constituída;
VIII - internação.
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
§ 1o As entidades governamentais e não governamentais
deverão proceder à inscrição de seus programas, e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e
especificando os regimes de atendimento, na forma deliberações relativas à modalidade de atendimento
definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da
da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das Criança e do Adolescente, em todos os níveis.
inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação
ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária.

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§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, § 4o Salvo determinação em contrário da autoridade
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e judiciária competente, as entidades que desenvolvem
do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento programas de acolhimento familiar ou institucional, se
de sua renovação, observado o disposto no § 1o deste necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos
artigo. órgãos de assistência social, estimularão o contato da
criança ou adolescente com seus pais e parentes, em
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os deste artigo.
seguintes princípios:
§ 5o As entidades que desenvolvem programas de
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da acolhimento familiar ou institucional somente poderão
reintegração familiar; receber recursos públicos se comprovado o atendimento
dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.
II - integração em família substituta, quando esgotados
os recursos de manutenção na família natural ou § 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo
extensa; dirigente de entidade que desenvolva programas de
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos; destituição, sem prejuízo da apuração de sua
responsabilidade administrativa, civil e criminal.
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-
educação; § 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três)
anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial
V - não desmembramento de grupos de irmãos; atenção à atuação de educadores de referência estáveis
e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as
outras entidades de crianças e adolescentes abrigados; de afeto como prioritárias.

VII - participação na vida da comunidade local; Art. 93. As entidades que mantenham programa de
acolhimento institucional poderão, em caráter
VIII - preparação gradativa para o desligamento; excepcional e de urgência, acolher crianças e
adolescentes sem prévia determinação da autoridade
IX - participação de pessoas da comunidade no processo competente, fazendo comunicação do fato em até 24
educativo. (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude,
sob pena de responsabilidade.
§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa
de acolhimento institucional é equiparado ao guardião, Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade
para todos os efeitos de direito. judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário
com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as
§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem medidas necessárias para promover a imediata
programas de acolhimento familiar ou institucional reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se
remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 por qualquer razão não for isso possível ou
(seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação recomendável, para seu encaminhamento a programa de
de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, acolhimento familiar, institucional ou a família
para fins da reavaliação prevista no § 1 o do art. 19 desta substituta, observado o disposto no § 2o do art. 101
Lei. desta Lei.

§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
permanente qualificação dos profissionais que atuam
direta ou indiretamente em programas de acolhimento I - observar os direitos e garantias de que são titulares os
institucional e destinados à colocação familiar de adolescentes;
crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. II - não restringir nenhum direito que não tenha sido
objeto de restrição na decisão de internação;

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III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas idade, acompanhamento da sua formação, relação de
unidades e grupos reduzidos; seus pertences e demais dados que possibilitem sua
identificação e a individualização do atendimento.
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de
respeito e dignidade ao adolescente; § 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações
constantes deste artigo às entidades que mantêm
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da programas de acolhimento institucional e
preservação dos vínculos familiares; familiar.

VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este
os casos em que se mostre inviável ou impossível o artigo as entidades utilizarão preferencialmente os
reatamento dos vínculos familiares; recursos da comunidade.

VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que
de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda
objetos necessários à higiene pessoal; que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros,
profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos; tratos.

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, Seção II


odontológicos e farmacêuticos;
Da Fiscalização das Entidades
X - propiciar escolarização e profissionalização;
Art. 95. As entidades governamentais e não-
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas
pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que Tutelares.
desejarem, de acordo com suas crenças;
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; serão apresentados ao estado ou ao município, conforme
a origem das dotações orçamentárias.
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo
máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de
autoridade competente; atendimento que descumprirem obrigação constante do
art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado de seus dirigentes ou prepostos:
sobre sua situação processual;
I - às entidades governamentais:
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os
casos de adolescentes portadores de moléstias infecto- a) advertência;
contagiosas;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences
dos adolescentes; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

XVIII - manter programas destinados ao apoio e d) fechamento de unidade ou interdição de programa.


acompanhamento de egressos;
II - às entidades não-governamentais:
XIX - providenciar os documentos necessários ao
exercício da cidadania àqueles que não os tiverem; a) advertência;

XX - manter arquivo de anotações onde constem data e b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas
circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, públicas;
seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo,

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c) interdição de unidades ou suspensão de programa; direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na
Constituição Federal;
d) cassação do registro.
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei
entidades de atendimento, que coloquem em risco os deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos
direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
comunicado ao Ministério Público ou representado
perante autoridade judiciária competente para as III - responsabilidade primária e solidária do poder
providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades público: a plena efetivação dos direitos assegurados a
ou dissolução da entidade. crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição
Federal, salvo nos casos por esta expressamente
§ 2o As pessoas jurídicas de direito público e as ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária
organizações não governamentais responderão pelos das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da
danos que seus agentes causarem às crianças e aos municipalização do atendimento e da possibilidade da
adolescentes, caracterizado o descumprimento dos execução de programas por entidades não
princípios norteadores das atividades de proteção governamentais;
específica.
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a
Título II intervenção deve atender prioritariamente aos interesses
e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
Das Medidas de Proteção consideração que for devida a outros interesses legítimos
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no
Capítulo I caso concreto;

Disposições Gerais V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da


criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida
adolescente são aplicáveis sempre que os direitos privada;
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; competentes deve ser efetuada logo que a situação de
perigo seja conhecida;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida
III - em razão de sua conduta. exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação
seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à
Capítulo II proteção da criança e do adolescente;

Das Medidas Específicas de Proteção VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve


ser a necessária e adequada à situação de perigo em que
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser a criança ou o adolescente se encontram no momento
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como em que a decisão é tomada;
substituídas a qualquer tempo.
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que para com a criança e o adolescente;
visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários. X - prevalência da família: na promoção de direitos e na
proteção da criança e do adolescente deve ser dada
Parágrafo único. São também princípios que regem a prevalência às medidas que os mantenham ou
aplicação das medidas: reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso
não for possível, que promovam a sua integração em
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de família adotiva;
direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos

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XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o afastamento da criança ou adolescente do convívio


adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento familiar é de competência exclusiva da autoridade
e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável judiciária e importará na deflagração, a pedido do
devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse,
determinaram a intervenção e da forma como esta se de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta
processa; aos pais ou ao responsável legal o exercício do
contraditório e da ampla defesa.
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de § 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os encaminhados às instituições que executam programas
seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a de acolhimento institucional, governamentais ou não,
participar nos atos e na definição da medida de por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela
promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará,
devidamente considerada pela autoridade judiciária dentre outros:
competente, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art.
28 desta Lei. I - sua identificação e a qualificação completa de seus
pais ou de seu responsável, se conhecidos;
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no
art. 98, a autoridade competente poderá determinar, II - o endereço de residência dos pais ou do responsável,
dentre outras, as seguintes medidas: com pontos de referência;

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados
termo de responsabilidade; em tê-los sob sua guarda;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao


convívio familiar.
III - matrícula e freqüência obrigatórias em
estabelecimento oficial de ensino fundamental; § 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou
do adolescente, a entidade responsável pelo programa
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou de acolhimento institucional ou familiar elaborará um
comunitários de proteção, apoio e promoção da família, plano individual de atendimento, visando à reintegração
da criança e do adolescente; familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e
fundamentada em contrário de autoridade judiciária
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou competente, caso em que também deverá contemplar
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; sua colocação em família substituta, observadas as
regras e princípios desta Lei.
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e § 5o O plano individual será elaborado sob a
toxicômanos; responsabilidade da equipe técnica do respectivo
programa de atendimento e levará em consideração a
VII - acolhimento institucional; opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais
ou do responsável.
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros:
IX - colocação em família substituta.
I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como II - os compromissos assumidos pelos pais ou
forma de transição para reintegração familiar ou, não responsável; e
sendo esta possível, para colocação em família
substituta, não implicando privação de liberdade. III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com
a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso
para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e seja esta vedada por expressa e fundamentada
das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o determinação judicial, as providências a serem tomadas

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para sua colocação em família substituta, sob direta Art. 102. As medidas de proteção de que trata este
supervisão da autoridade judiciária. Capítulo serão acompanhadas da regularização do
registro civil.
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no
local mais próximo à residência dos pais ou do § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o
responsável e, como parte do processo de reintegração assento de nascimento da criança ou adolescente será
familiar, sempre que identificada a necessidade, a família feito à vista dos elementos disponíveis, mediante
de origem será incluída em programas oficiais de requisição da autoridade judiciária.
orientação, de apoio e de promoção social, sendo
facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o § 2º Os registros e certidões necessários à regularização
adolescente acolhido. de que trata este artigo são isentos de multas, custas e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o
responsável pelo programa de acolhimento familiar ou § 3o Caso ainda não definida a paternidade, será
institucional fará imediata comunicação à autoridade deflagrado procedimento específico destinado à sua
judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29
prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. de dezembro de 1992.

§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de § 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é


reintegração da criança ou do adolescente à família de dispensável o ajuizamento de ação de investigação de
origem, após seu encaminhamento a programas oficiais paternidade pelo Ministério Público se, após o não
ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir
será enviado relatório fundamentado ao Ministério a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada
Público, no qual conste a descrição pormenorizada das para adoção.
providências tomadas e a expressa recomendação,
subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis § 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a
pela execução da política municipal de garantia do qualquer tempo, do nome do pai no assento de
direito à convivência familiar, para a destituição do poder nascimento são isentos de multas, custas e
familiar, ou destituição de tutela ou guarda. emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o § 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação
prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de requerida do reconhecimento de paternidade no assento
destituição do poder familiar, salvo se entender de nascimento e a certidão correspondente.
necessária a realização de estudos complementares ou
de outras providências indispensáveis ao ajuizamento da Título III
demanda.
Da Prática de Ato Infracional
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca
ou foro regional, um cadastro contendo informações Capítulo I
atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime
de acolhimento familiar e institucional sob sua Disposições Gerais
responsabilidade, com informações pormenorizadas
sobre a situação jurídica de cada um, bem como as Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita
providências tomadas para sua reintegração familiar ou como crime ou contravenção penal.
colocação em família substituta, em qualquer das
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do considerada a idade do adolescente à data do fato.
Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
deliberar sobre a implementação de políticas públicas Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
que permitam reduzir o número de crianças e corresponderão as medidas previstas no art. 101.
adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o
período de permanência em programa de acolhimento. Capítulo II

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Dos Direitos Individuais V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade


competente;
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua
liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária responsável em qualquer fase do procedimento.
competente.
Capítulo IV
Parágrafo único. O adolescente tem direito à
identificação dos responsáveis pela sua apreensão, Das Medidas Sócio-Educativas
devendo ser informado acerca de seus direitos.
Seção I
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local
onde se encontra recolhido serão incontinenti Disposições Gerais
comunicados à autoridade judiciária competente e à
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada. Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena seguintes medidas:
de responsabilidade, a possibilidade de liberação
imediata. I - advertência;

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser II - obrigação de reparar o dano;
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco
dias. III - prestação de serviços à comunidade;

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e IV - liberdade assistida;


basear-se em indícios suficientes de autoria e
materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da V - inserção em regime de semi-liberdade;
medida.
VI - internação em estabelecimento educacional;
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
submetido a identificação compulsória pelos órgãos VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
confrontação, havendo dúvida fundada. § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a
sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a
Capítulo III gravidade da infração.

Das Garantias Processuais § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será


admitida a prestação de trabalho forçado.
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua
liberdade sem o devido processo legal. § 3º Os adolescentes portadores de doença ou
deficiência mental receberão tratamento individual e
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, especializado, em local adequado às suas condições.
as seguintes garantias:
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato e 100.
infracional, mediante citação ou meio equivalente;
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar- a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas
se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas suficientes da autoria e da materialidade da infração,
necessárias à sua defesa; ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art.
127.
III - defesa técnica por advogado;
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos sempre que houver prova da materialidade e indícios
necessitados, na forma da lei; suficientes da autoria.

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Seção II Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a


supervisão da autoridade competente, a realização dos
Da Advertência seguintes encargos, entre outros:

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação I - promover socialmente o adolescente e sua família,
verbal, que será reduzida a termo e assinada. fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário,
em programa oficial ou comunitário de auxílio e
Seção III assistência social;

Da Obrigação de Reparar o Dano II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento


escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos matrícula;
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o III - diligenciar no sentido da profissionalização do
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
prejuízo da vítima.
IV - apresentar relatório do caso.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a
medida poderá ser substituída por outra adequada. Seção VI

Seção IV Do Regime de Semi-liberdade

Da Prestação de Serviços à Comunidade Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser


determinado desde o início, ou como forma de transição
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste para o meio aberto, possibilitada a realização de
na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por atividades externas, independentemente de autorização
período não excedente a seis meses, junto a entidades judicial.
assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas § 1º São obrigatórias a escolarização e a
comunitários ou governamentais. profissionalização, devendo, sempre que possível, ser
utilizados os recursos existentes na comunidade.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as
aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante § 2º A medida não comporta prazo determinado
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não internação.
prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal de
trabalho.

Seção V Seção VII

Da Liberdade Assistida Da Internação

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que Art. 121. A internação constitui medida privativa da
se afigurar a medida mais adequada para o fim de liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a
entidade ou programa de atendimento. critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa
determinação judicial em contrário.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
de seis meses, podendo a qualquer tempo ser § 2º A medida não comporta prazo determinado,
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.

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§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
internação excederá a três anos.
IV - ser informado de sua situação processual, sempre
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, que solicitada;
o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime
de semi-liberdade ou de liberdade assistida. V - ser tratado com respeito e dignidade;

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de VI - permanecer internado na mesma localidade ou
idade. naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou
responsável;
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será
precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
Público.
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá
ser revista a qualquer tempo pela autoridade IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
judiciária. pessoal;

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada X - habitar alojamento em condições adequadas de
quando: higiene e salubridade;

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave XI - receber escolarização e profissionalização;


ameaça ou violência a pessoa;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
II - por reiteração no cometimento de outras infrações
graves; XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;

III - por descumprimento reiterado e injustificável da XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença,
medida anteriormente imposta. e desde que assim o deseje;

§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de
artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo local seguro para guardá-los, recebendo comprovante
ser decretada judicialmente após o devido processo daqueles porventura depositados em poder da entidade;
legal.
XVI - receber, quando de sua desinternação, os
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, documentos pessoais indispensáveis à vida em
havendo outra medida adequada. sociedade.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por § 2º A autoridade judiciária poderá suspender
critérios de idade, compleição física e gravidade da temporariamente a visita, inclusive de pais ou
infração. responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.
Parágrafo único. Durante o período de internação,
inclusive provisória, serão obrigatórias atividades Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e
pedagógicas. mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
adequadas de contenção e segurança.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de
liberdade, entre outros, os seguintes: Capítulo V

I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Da Remissão


Ministério Público;
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; apuração de ato infracional, o representante do

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Ministério Público poderá conceder a remissão, como X - suspensão ou destituição do poder


forma de exclusão do processo, atendendo às familiar.
circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto
social, bem como à personalidade do adolescente e sua Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos
maior ou menor participação no ato infracional. incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos
arts. 23 e 24.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão
da remissão pela autoridade judiciária importará na Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão
suspensão ou extinção do processo. ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
autoridade judiciária poderá determinar, como medida
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade,
nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a
incluir eventualmente a aplicação de qualquer das fixação provisória dos alimentos de que necessitem a
medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime criança ou o adolescente dependentes do agressor.
de semi-liberdade e a internação.
Título V
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá
ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante Do Conselho Tutelar
pedido expresso do adolescente ou de seu representante
legal, ou do Ministério Público. Capítulo I

Título IV Disposições Gerais

Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, definidos nesta Lei.
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da Art. 132. Em cada Município e em cada Região
família; Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1
(um) Conselho Tutelar como órgão integrante da
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de administração pública local, composto de 5 (cinco)
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e membros, escolhidos pela população local para mandato
toxicômanos; de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução,
mediante novo processo de escolha.
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
psiquiátrico; Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
IV - encaminhamento a cursos ou programas de
orientação; I - reconhecida idoneidade moral;

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e II - idade superior a vinte e um anos;


acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;
III - residir no município.
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a
tratamento especializado; Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local,
dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar,
VII - advertência; inclusive quanto à remuneração dos respectivos
membros, aos quais é assegurado o direito a:
VIII - perda da guarda;
I - cobertura previdenciária;
IX - destituição da tutela;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
(um terço) do valor da remuneração mensal;

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III - licença-maternidade; IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da


proposta orçamentária para planos e programas de
IV - licença-paternidade; atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

V - gratificação natalina. X - representar, em nome da pessoa e da família, contra


a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal II, da Constituição Federal;
e da do Distrito Federal previsão dos recursos
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à XI - representar ao Ministério Público para efeito das
remuneração e formação continuada dos conselheiros ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
tutelares. esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou
do adolescente junto à família natural.
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro
constituirá serviço público relevante e estabelecerá XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos
presunção de idoneidade moral. profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças
Capítulo II e adolescentes.

Das Atribuições do Conselho Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o


Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao
Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses motivos de tal entendimento e as providências tomadas
previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas para a orientação, o apoio e a promoção social da
previstas no art. 101, I a VII; família.

II - atender e aconselhar os pais ou responsável, Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente
aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII; poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido
de quem tenha legítimo interesse.
III - promover a execução de suas decisões, podendo
para tanto: Capítulo III

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, Da Competência


educação, serviço social, previdência, trabalho e
segurança; Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
competência constante do art. 147.
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de
descumprimento injustificado de suas deliberações. Capítulo IV

IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que Da Escolha dos Conselheiros


constitua infração administrativa ou penal contra os
direitos da criança ou adolescente; Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal
competência; dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização
do Ministério Público.
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o § 1o O processo de escolha dos membros do Conselho
adolescente autor de ato infracional; Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território
nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do
VII - expedir notificações; mês de outubro do ano subsequente ao da eleição
presidencial.
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
criança ou adolescente quando necessário;

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§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia responsável, ou quando carecer de representação ou
10 de janeiro do ano subsequente ao processo de assistência legal ainda que eventual.
escolha.
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho e administrativos que digam respeito a crianças e
Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de
qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não
valor. poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se
fotografia, referência a nome, apelido, filiação,
Capítulo V parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e
sobrenome.
Dos Impedimentos
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho se refere o artigo anterior somente será deferida pela
marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e autoridade judiciária competente, se demonstrado o
genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, interesse e justificada a finalidade.
tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Capítulo II
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do
conselheiro, na forma deste artigo, em relação à Da Justiça da Infância e da Juventude
autoridade judiciária e ao representante do Ministério
Público com atuação na Justiça da Infância e da Seção I
Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou
distrital. Disposições Gerais

Título VI Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar


varas especializadas e exclusivas da infância e da
Do Acesso à Justiça juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de
Capítulo I infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive
em plantões.
Disposições Gerais
Seção II
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e Do Juiz
ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa
que dela necessitarem, através de defensor público ou função, na forma da lei de organização judiciária local.
advogado nomeado.
Art. 147. A competência será determinada:
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da
Infância e da Juventude são isentas de custas e I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-
fé. II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente,
à falta dos pais ou responsável.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão
representados e os maiores de dezesseis e menores de § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a
vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as
curadores, na forma da legislação civil ou processual. regras de conexão, continência e prevenção.

Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
especial à criança ou adolescente, sempre que os autoridade competente da residência dos pais ou
interesses destes colidirem com os de seus pais ou

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responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que f) designar curador especial em casos de apresentação
abrigar a criança ou adolescente. de queixa ou representação, ou de outros procedimentos
judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de
§ 3º Em caso de infração cometida através de criança ou adolescente;
transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja
mais de uma comarca, será competente, para aplicação g) conhecer de ações de alimentos;
da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede
estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia h) determinar o cancelamento, a retificação e o
para todas as transmissoras ou retransmissoras do suprimento dos registros de nascimento e óbito.
respectivo estado.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar,
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
competente para:
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
I - conhecer de representações promovidas pelo desacompanhado dos pais ou responsável, em:
Ministério Público, para apuração de ato infracional
atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis; a) estádio, ginásio e campo desportivo;

II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou b) bailes ou promoções dançantes;


extinção do processo;
c) boate ou congêneres;
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
d) casa que explore comercialmente diversões
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses eletrônicas;
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
adolescente, observado o disposto no art. 209; e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.

V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em II - a participação de criança e adolescente em:


entidades de atendimento, aplicando as medidas
cabíveis; a) espetáculos públicos e seus ensaios;

VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de b) certames de beleza.


infrações contra norma de proteção à criança ou
adolescente; § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho
Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. a) os princípios desta Lei;

Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou b) as peculiaridades locais;


adolescente nas hipóteses do art. 98, é também
competente a Justiça da Infância e da Juventude para o c) a existência de instalações adequadas;
fim de:
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, freqüência de crianças e adolescentes;
perda ou modificação da tutela ou guarda;
f) a natureza do espetáculo.
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
casamento;d) conhecer de pedidos baseados em § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo
discordância paterna ou materna, em relação ao deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
exercício do poder familiar; determinações de caráter geral.

e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, Seção III


quando faltarem os pais;

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Dos Serviços Auxiliares Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
para o fim de afastamento da criança ou do adolescente
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua de sua família de origem e em outros procedimentos
proposta orçamentária, prever recursos para necessariamente contenciosos.
manutenção de equipe interprofissional, destinada a
assessorar a Justiça da Infância e da Juventude. Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre Seção II


outras atribuições que lhe forem reservadas pela
legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim
desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão
encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a do poder familiar terá início por provocação do
imediata subordinação à autoridade judiciária, Ministério Público ou de quem tenha legítimo
assegurada a livre manifestação do ponto de vista interesse.
técnico.
Art. 156. A petição inicial indicará:
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de
servidores públicos integrantes do Poder Judiciário I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou
de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do
exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a requerente e do requerido, dispensada a qualificação em
autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de se tratando de pedido formulado por representante do
perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de Ministério Público;
março de 2015 (Código de Processo Civil).
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
Capítulo III
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde
Dos Procedimentos logo, o rol de testemunhas e documentos.

Seção I Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade


judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a
Disposições Gerais suspensão do poder familiar, liminar ou
incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa,
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam- ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa
se subsidiariamente as normas gerais previstas na idônea, mediante termo de responsabilidade.
legislação processual pertinente.
§ 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, determinará, concomitantemente ao despacho de
prioridade absoluta na tramitação dos processos e citação e independentemente de requerimento do
procedimentos previstos nesta Lei, assim como na interessado, a realização de estudo social ou perícia por
execução dos atos e diligências judiciais a eles equipe interprofissional ou multidisciplinar para
referentes. comprovar a presença de uma das causas de suspensão
ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei
seus procedimentos são contados em dias corridos, no 13.431, de 4 de abril de 2017.
excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento,
vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o § 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades
Ministério Público. indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à
equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no §
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não 1odeste artigo, de representantes do órgão federal
corresponder a procedimento previsto nesta ou em responsável pela política indigenista, observado o
outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os disposto no § 6o do art. 28 desta Lei.
fatos e ordenar de ofício as providências necessárias,
ouvido o Ministério Público.

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Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez § 2o (Revogado).


dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a
serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda,
testemunhas e documentos. será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva
da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
meios para sua realização. implicações da medida.

§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles
pessoalmente. § 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o forem identificados e estiverem em local conhecido,
oficial de justiça houver procurado o citando em seu ressalvados os casos de não comparecimento perante a
domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, Justiça quando devidamente citados.
havendo suspeita de ocultação, informar qualquer
pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a
dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora autoridade judicial requisitará sua apresentação para a
que designar, nos termos doart. 252 e seguintes da Lei oitiva.
no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Civil). Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária
dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias,
§ 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em salvo quando este for o requerente, designando, desde
local incerto ou não sabido, serão citados por edital no logo, audiência de instrução e julgamento.
prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado
o envio de ofícios para a localização. § 1º (Revogado).

Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de § 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério
constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se
de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado
nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de por escrito, manifestando-se sucessivamente o
resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo
despacho de nomeação. tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por
mais 10 (dez) minutos.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de
liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no § 3o A decisão será proferida na audiência, podendo a
momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data
nomeado defensor. para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.

Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária § 4o Quando o procedimento de destituição de poder
requisitará de qualquer repartição ou órgão público a familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá
apresentação de documento que interesse à causa, de necessidade de nomeação de curador especial em favor
ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério da criança ou adolescente.
Público.
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá
concluído o estudo social ou a perícia realizada por ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção
equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por ou o adolescente com vistas à colocação em família
5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e substituta.
decidirá em igual prazo.
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento suspensão do poder familiar será averbada à margem do
das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva registro de nascimento da criança ou do adolescente.
de testemunhas que comprovem a presença de uma das
causas de suspensão ou destituição do poder familiar Seção III
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10
de janeiro de 2002, ou no art. 24 desta Lei. Da Destituição da Tutela

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Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o § 3o São garantidos a livre manifestação de vontade dos
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
processual civil e, no que couber, o disposto na seção informações.
anterior.
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá
Seção IV validade se não for ratificado na audiência a que se
refere o § 1o deste artigo.
Da Colocação em Família Substituta
§ 5o O consentimento é retratável até a data da
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de realização da audiência especificada no § 1o deste artigo,
colocação em família substituta: e os pais podem exercer o arrependimento no prazo de
10 (dez) dias, contado da data de prolação da sentença
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual de extinção do poder familiar.
cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de após o nascimento da criança.
seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou
adolescente, especificando se tem ou não parente vivo; § 7o A família natural e a família substituta receberão a
devida orientação por intermédio de equipe técnica
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
seus pais, se conhecidos; Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política municipal de
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, garantia do direito à convivência familiar.
anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou requerimento das partes ou do Ministério Público,
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente. determinará a realização de estudo social ou, se possível,
perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se- concessão de guarda provisória, bem como, no caso de
ão também os requisitos específicos. adoção, sobre o estágio de convivência.

Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda
destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o
aderido expressamente ao pedido de colocação em adolescente será entregue ao interessado, mediante
família substituta, este poderá ser formulado termo de responsabilidade.
diretamente em cartório, em petição assinada pelos
próprios requerentes, dispensada a assistência de Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo
advogado. pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o
adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade
judiciária em igual prazo.
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
devidamente assistidas por advogado ou por defensor Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
público, para verificar sua concordância com a adoção, perda ou a suspensão dopoder familiar constituir
no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do pressuposto lógico da medida principal de colocação em
protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, família substituta, será observado o procedimento
tomando por termo as declarações; e contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.

II - declarará a extinção do poder familiar. Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda


poderá ser decretada nos mesmos autos do
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar procedimento, observado o disposto no art. 35.
será precedido de orientações e esclarecimentos
prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o
Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art.
sobre a irrevogabilidade da medida. 47.

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Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial
sob a guarda de pessoa inscrita em programa de encaminhará, desde logo, o adolescente ao
acolhimento familiar será comunicada pela autoridade representante do Ministério Público, juntamente com
judiciária à entidade por este responsável no prazo cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
máximo de 5 (cinco) dias.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a
Seção V autoridade policial encaminhará o adolescente à
entidade de atendimento, que fará a apresentação ao
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente representante do Ministério Público no prazo de vinte e
quatro horas.
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem
judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade § 2º Nas localidades onde não houver entidade de
judiciária. atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade
policial. À falta de repartição policial especializada, o
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato adolescente aguardará a apresentação em dependência
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade separada da destinada a maiores, não podendo, em
policial competente. qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo
anterior.
Parágrafo único. Havendo repartição policial
especializada para atendimento de adolescente e em se Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade
tratando de ato infracional praticado em co-autoria com policial encaminhará imediatamente ao representante
maior, prevalecerá a atribuição da repartição do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou
especializada, que, após as providências necessárias e boletim de ocorrência.
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição
policial própria. Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver
indícios de participação de adolescente na prática de ato
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional infracional, a autoridade policial encaminhará ao
cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, representante do Ministério Público relatório das
a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. investigações e demais documentos.
106, parágrafo único, e 107, deverá:
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o infracional não poderá ser conduzido ou transportado
adolescente; em compartimento fechado de veículo policial, em
condições atentatórias à sua dignidade, ou que
II - apreender o produto e os instrumentos da infração; impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob
pena de responsabilidade.
III - requisitar os exames ou perícias necessários à
comprovação da materialidade e autoria da infração. Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de devidamente autuados pelo cartório judicial e com
ocorrência circunstanciada. informação sobre os antecedentes do adolescente,
procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e
responsável, o adolescente será prontamente liberado testemunhas.
pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o
do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo representante do Ministério Público notificará os pais ou
impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, responsável para apresentação do adolescente, podendo
pela gravidade do ato infracional e sua repercussão requisitar o concurso das polícias civil e militar.
social, deva o adolescente permanecer sob internação
para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo
da ordem pública. anterior, o representante do Ministério Público poderá:

I - promover o arquivamento dos autos;

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II - conceder a remissão; § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a


autoridade judiciária dará curador especial ao
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de adolescente.
medida sócio-educativa.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
concedida a remissão pelo representante do Ministério determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
Público, mediante termo fundamentado, que conterá o apresentação.
resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade
judiciária para homologação. § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a
sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a ou responsável.
autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
cumprimento da medida. Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa estabelecimento prisional.
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante
despacho fundamentado, e este oferecerá § 1º Inexistindo na comarca entidade com as
representação, designará outro membro do Ministério características definidas no art. 123, o adolescente
Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento deverá ser imediatamente transferido para a localidade
ou a remissão, que só então estará a autoridade mais próxima.
judiciária obrigada a homologar.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do adolescente aguardará sua remoção em repartição
Ministério Público não promover o arquivamento ou policial, desde que em seção isolada dos adultos e com
conceder a remissão, oferecerá representação à instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o
autoridade judiciária, propondo a instauração de prazo máximo de cinco dias, sob pena de
procedimento para aplicação da medida sócio-educativa responsabilidade.
que se afigurar a mais adequada.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
§ 1º A representação será oferecida por petição, que responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional
infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, qualificado.
podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária
instalada pela autoridade judiciária. § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída proferindo decisão.
da autoria e materialidade.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a de internação ou colocação em regime de semi-
conclusão do procedimento, estando o adolescente liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o
internado provisoriamente, será de quarenta e cinco adolescente não possui advogado constituído, nomeará
dias. defensor, designando, desde logo, audiência em
continuação, podendo determinar a realização de
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade diligências e estudo do caso.
judiciária designará audiência de apresentação do
adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no
ou manutenção da internação, observado o disposto no prazo de três dias contado da audiência de apresentação,
art. 108 e parágrafo. oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.

§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as


cientificados do teor da representação, e notificados a testemunhas arroladas na representação e na defesa
comparecer à audiência, acompanhados de advogado. prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da
equipe interprofissional, será dada a palavra ao
representante do Ministério Público e ao defensor,

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sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada I – será precedida de autorização judicial devidamente
um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os
judiciária, que em seguida proferirá decisão. limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o
Ministério Público;
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
comparecer, injustificadamente à audiência de II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério
apresentação, a autoridade judiciária designará nova Público ou representação de delegado de polícia e
data, determinando sua condução coercitiva. conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance
das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou pessoas investigadas e, quando possível, os dados de
suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer conexão ou cadastrais que permitam a identificação
fase do procedimento, antes da sentença. dessas pessoas;

Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias,
medida, desde que reconheça na sentença: sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total
não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja
I - estar provada a inexistência do fato; demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da
autoridade judicial.
II - não haver prova da existência do fato;
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão
III - não constituir o fato ato infracional; requisitar relatórios parciais da operação de infiltração
antes do término do prazo de que trata o inciso II do §
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido 1º deste artigo.
para o ato infracional.
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o artigo, consideram-se:
adolescente internado, será imediatamente colocado em
liberdade. I – dados de conexão: informações referentes a hora,
data, início, término, duração, endereço de Protocolo de
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da
internação ou regime de semi-liberdade será feita: conexão;

I - ao adolescente e ao seu defensor; II – dados cadastrais: informações referentes a nome e


endereço de assinante ou de usuário registrado ou
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais autenticado para a conexão a quem endereço de IP,
ou responsável, sem prejuízo do defensor. identificação de usuário ou código de acesso tenha sido
atribuído no momento da conexão.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á
unicamente na pessoa do defensor. § 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não
será admitida se a prova puder ser obtida por outros
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, meios.
deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da
sentença. Art. 190-B. As informações da operação de infiltração
serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável
Seção V-A pela autorização da medida, que zelará por seu
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação sigilo.
de Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de
Adolescente” Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet Público e ao delegado de polícia responsável pela
com o fim de investigar os crimes previstos nos arts. operação, com o objetivo de garantir o sigilo das
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e investigações.
nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua
obedecerá às seguintes regras: identidade para, por meio da internet, colher indícios de

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autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e necessário, a autoridade judiciária designará audiência
nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei de instrução e julgamento, intimando as partes.
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar Ministério Público terão cinco dias para oferecer
de observar a estrita finalidade da investigação alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em
responderá pelos excessos praticados. igual prazo.

Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou


poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante definitivo de dirigente de entidade governamental, a
procedimento sigiloso e requisição da autoridade autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa
judicial, as informações necessárias à efetividade da imediatamente superior ao afastado, marcando prazo
identidade fictícia criada. para a substituição.

Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade
esta Seção será numerado e tombado em livro judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
específico. irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o
processo será extinto, sem julgamento de mérito.
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos
eletrônicos praticados durante a operação deverão ser § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao da entidade ou programa de atendimento.
juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
circunstanciado. Seção VII

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de
no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados Proteção à Criança e ao Adolescente
e apensados ao processo criminal juntamente com o
inquérito policial, assegurando-se a preservação da Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade
identidade do agente policial infiltrado e a intimidade administrativa por infração às normas de proteção à
das crianças e dos adolescentes envolvidos. criança e ao adolescente terá início por representação do
Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de
Seção VI infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário
credenciado, e assinado por duas testemunhas, se
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de possível.
Atendimento
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se
em entidade governamental e não-governamental terá a natureza e as circunstâncias da infração.
início mediante portaria da autoridade judiciária ou
representação do Ministério Público ou do Conselho § 2º Sempre que possível, à verificação da infração
Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso
fatos. contrário, dos motivos do retardamento.

Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, apresentação de defesa, contado da data da intimação,
decretar liminarmente o afastamento provisório do que será feita:
dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada.
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no lavrado na presença do requerido;
prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo
juntar documentos e indicar as provas a produzir. II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
habilitado, que entregará cópia do auto ou da
representação ao requerido, ou a seu representante
legal, lavrando certidão;

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III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
encontrado o requerido ou seu representante legal; postulantes em juízo e testemunhas;

IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não III - requerer a juntada de documentos complementares
sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante e a realização de outras diligências que entender
legal. necessárias.

Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe
a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo. Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que
conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária preparo dos postulantes para o exercício de uma
procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo paternidade ou maternidade responsável, à luz dos
necessário, designará audiência de instrução e requisitos e princípios desta Lei.
julgamento.
§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão programa oferecido pela Justiça da Infância e da
sucessivamente o Ministério Público e o procurador do Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, responsáveis pela execução da política municipal de
prorrogável por mais dez, a critério da autoridade garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de
judiciária, que em seguida proferirá sentença. apoio à adoção devidamente habilitados perante a
Justiça da Infância e da Juventude, que inclua preparação
Seção VIII psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial,
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção de crianças ou de adolescentes com deficiência, com
doenças crônicas ou com necessidades específicas de
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no saúde, e de grupos de irmãos.
Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste:
§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa
I - qualificação completa; obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo
incluirá o contato com crianças e adolescentes em
II - dados familiares; regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser
realizado sob orientação, supervisão e avaliação da
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e
casamento, ou declaração relativa ao período de união dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos
estável; responsáveis pelo programa de acolhimento familiar e
institucional e pela execução da política municipal de
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no garantia do direito à convivência familiar.
Cadastro de Pessoas Físicas;
§ 3o É recomendável que as crianças e os adolescentes
V - comprovante de renda e domicílio; acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora
sejam preparados por equipe interprofissional antes da
VI - atestados de sanidade física e mental inclusão em família adotiva.

VII - certidão de antecedentes criminais; Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da
participação no programa referido no art. 197-C desta
VIII - certidão negativa de distribuição cível. Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 pelo Ministério Público e determinará a juntada do
(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao estudo psicossocial, designando, conforme o caso,
Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias audiência de instrução e julgamento.
poderá:
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências,
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária
interprofissional encarregada de elaborar o estudo determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a
técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei;

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seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) II - em todos os recursos, salvo nos embargos de
dias, decidindo em igual prazo. declaração, o prazo para o Ministério Público e para a
defesa será sempre de 10 (dez) dias;
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será
inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, III - os recursos terão preferência de julgamento e
sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo dispensarão revisor;
com ordem cronológica de habilitação e conforme a
disponibilidade de crianças ou adolescentes VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
adotáveis. instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no
caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente despacho fundamentado, mantendo ou reformando a
poderá deixar de ser observada pela autoridade decisão, no prazo de cinco dias;
judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta
Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
interesse do adotando. remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
dentro de vinte e quatro horas, independentemente de
§ 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos
mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe autos dependerá de pedido expresso da parte
interprofissional interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
dias, contados da intimação.
§ 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova
adoção, será dispensável a renovação da habilitação, Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art.
bastando a avaliação por equipe interprofissional. 149 caberá recurso de apelação.

§ 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz
à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será
do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se
concedida. tratar de adoção internacional ou se houver perigo de
dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.
§ 5o A desistência do pretendente em relação à guarda
para fins de adoção ou a devolução da criança ou do Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer
adolescente depois do trânsito em julgado da sentença dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação,
de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
adoção e na vedação de renovação da habilitação, salvo
decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das demais
sanções previstas na legislação vigente. Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e
de destituição de poder familiar, em face da relevância
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da das questões, serão processados com prioridade
habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos,
prorrogável por igual período, mediante decisão ficando vedado que aguardem, em qualquer situação,
fundamentada da autoridade judiciária. oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para
julgamento sem revisão e com parecer urgente do
Capítulo IV Ministério Público.

Dos Recursos Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa


para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância contado da sua conclusão.
e da Juventude, inclusive os relativos à execução das
medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de data do julgamento e poderá na sessão, se entender
Processo Civil), com as seguintes adaptações: necessário, apresentar oralmente seu parecer

I - os recursos serão interpostos independentemente de Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
preparo; instauração de procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o descumprimento das

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providências e do prazo previstos nos artigos policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas
anteriores. de proteção à infância e à juventude;

Capítulo V VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias


legais assegurados às crianças e adolescentes,
Do Ministério Público promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais
cabíveis;
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta
Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica. IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e
habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal,
Art. 201. Compete ao Ministério Público: na defesa dos interesses sociais e individuais
indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
I - conceder a remissão como forma de exclusão do
processo; X - representar ao juízo visando à aplicação de
penalidade por infrações cometidas contra as normas de
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da
às infrações atribuídas a adolescentes; promoção da responsabilidade civil e penal do infrator,
quando cabível;
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os
procedimentos de suspensão e destituição dopoder XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e atendimento e os programas de que trata esta Lei,
guardiães, bem como oficiar em todos os demais adotando de pronto as medidas administrativas ou
procedimentos da competência da Justiça da Infância e judiciais necessárias à remoção de irregularidades
da Juventude; porventura verificadas;

IV - promover, de ofício ou por solicitação dos XII - requisitar força policial, bem como a colaboração
interessados, a especialização e a inscrição de hipoteca dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de
legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e assistência social, públicos ou privados, para o
quaisquer administradores de bens de crianças e desempenho de suas atribuições.
adolescentes nas hipóteses do art. 98;
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a
relativos à infância e à adolescência, inclusive os Constituição e esta Lei.
definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição
Federal; § 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem
outras, desde que compatíveis com a finalidade do
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para Ministério Público.
instruí-los:
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício
a) expedir notificações para colher depoimentos ou de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento encontre criança ou adolescente.
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive
pela polícia civil ou militar; § 4º O representante do Ministério Público será
responsável pelo uso indevido das informações e
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
documentos de autoridades municipais, estaduais e
federais, da administração direta ou indireta, bem como § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso
promover inspeções e diligências investigatórias; VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério
Público:
c) requisitar informações e documentos a particulares e
instituições privadas; a) reduzir a termo as declarações do reclamante,
instaurando o competente procedimento, sob sua
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências presidência;
investigatórias e determinar a instauração de inquérito

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b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se
reclamada, em dia, local e horário previamente tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver
notificados ou acertados; sido indicado por ocasião de ato formal com a presença
da autoridade judiciária.
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos
serviços públicos e de relevância pública afetos à criança Capítulo VII
e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua
perfeita adequação. Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos
e Coletivos
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for
parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados
hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, à criança e ao adolescente, referentes ao não
podendo juntar documentos e requerer diligências, oferecimento ou oferta irregular:
usando os recursos cabíveis.
I - do ensino obrigatório;
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer
caso, será feita pessoalmente. II - de atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência;
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado. de zero a cinco anos de idade;

Art. 205. As manifestações processuais do representante IV - de ensino noturno regular, adequado às condições
do Ministério Público deverão ser fundamentadas. do educando;

Capítulo VI V - de programas suplementares de oferta de material


didático-escolar, transporte e assistência à saúde do
Do Advogado educando do ensino fundamental;

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou VI - de serviço de assistência social visando à proteção à
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem
interesse na solução da lide poderão intervir nos como ao amparo às crianças e adolescentes que dele
procedimentos de que trata esta Lei, através de necessitem;
advogado, o qual será intimado para todos os atos,
pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
segredo de justiça.
VIII - de escolarização e profissionalização dos
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária adolescentes privados de liberdade.
integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a e promoção social de famílias e destinados ao pleno
prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, exercício do direito à convivência familiar por crianças e
será processado sem defensor. adolescentes.

§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á X - de programas de atendimento para a execução das
nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo medidas socioeducativas e aplicação de medidas de
tempo, constituir outro de sua preferência. proteção.

§ 2º A ausência do defensor não determinará o XI - de políticas e programas integrados de atendimento


adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de
nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o violência. (Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017)
só efeito do ato.
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou

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coletivos, próprios da infância e da adolescência, atribuições do poder público, que lesem direito líquido e
protegidos pela Constituição e pela Lei. certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que
se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou
adolescentes será realizada imediatamente após Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento
notificação aos órgãos competentes, que deverão de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a
comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia tutela específica da obrigação ou determinará
Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e providências que assegurem o resultado prático
internacionais, fornecendo-lhes todos os dados equivalente ao do adimplemento.
necessários à identificação do desaparecido.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão havendo justificado receio de ineficácia do provimento
propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta após justificação prévia, citando o réu.
para processar a causa, ressalvadas a competência da
Justiça Federal e a competência originária dos tribunais § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou
superiores. na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados para o cumprimento do preceito.
concorrentemente:
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
I - o Ministério Público; julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida
desde o dia em que se houver configurado o
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e descumprimento.
os territórios;
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo
III - as associações legalmente constituídas há pelo gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do
menos um ano e que incluam entre seus fins Adolescente do respectivo município.
institucionais a defesa dos interesses e direitos
protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o
assembléia, se houver prévia autorização estatutária. trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de
execução promovida pelo Ministério Público, nos
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais
Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa legitimados.
dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de
associação legitimada, o Ministério Público ou outro crédito, em conta com correção monetária.
legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar recursos, para evitar dano irreparável à parte.
dos interessados compromisso de ajustamento de sua
conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser
executivo extrajudicial. condenação ao poder público, o juiz determinará a
remessa de peças à autoridade competente, para
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos apuração da responsabilidade civil e administrativa do
por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações agente a que se atribua a ação ou omissão.
pertinentes.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as da sentença condenatória sem que a associação autora
normas do Código de Processo Civil. lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério
Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de

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Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de
réu os honorários advocatícios arbitrados na informação.
conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11
de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), quando § 4º A promoção de arquivamento será submetida a
reconhecer que a pretensão é manifestamente exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério
infundada. Público, conforme dispuser o seu regimento.

Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a § 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a


associação autora e os diretores responsáveis pela promoção de arquivamento, designará, desde logo,
propositura da ação serão solidariamente condenados ao outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da
décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por ação.
perdas e danos.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas. Título VII

Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
deverá provocar a iniciativa do Ministério Público,
prestando-lhe informações sobre fatos que constituam Capítulo I
objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de
convicção. Dos Crimes

Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e Seção I


tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Disposições Gerais
Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão,
poderá requerer às autoridades competentes as sem prejuízo do disposto na legislação penal.
certidões e informações que julgar necessárias, que
serão fornecidas no prazo de quinze dias. Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
pessoa, organismo público ou particular, certidões, Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, pública incondicionada
o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
Seção II
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
diligências, se convencer da inexistência de fundamento Dos Crimes em Espécie
para a propositura da ação cível, promoverá o
arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente
informativas, fazendo-o fundamentadamente. de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como de
informação arquivados serão remetidos, sob pena de se fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião
incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao da alta médica, declaração de nascimento, onde constem
Conselho Superior do Ministério Público. as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
neonato:
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção
de arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Ministério público, poderão as associações legitimadas
apresentar razões escritas ou documentos, que serão Parágrafo único. Se o crime é culposo:

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Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos
exames referidos no art. 10 desta Lei: Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.

Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou
pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua ou efetiva a paga ou recompensa.
liberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em
flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato
da autoridade judiciária competente: destinado ao envio de criança ou adolescente para o
exterior com inobservância das formalidades legais ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos. com o fito de obter lucro:

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
procede à apreensão sem observância das formalidades
legais. Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
ameaça ou fraude:
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
comunicação à autoridade judiciária competente e à correspondente à violência.
família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito
ou pornográfica, envolvendo criança ou
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua adolescente:
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Pena - detenção de seis meses a dois anos. § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa participação de criança ou adolescente nas cenas
causa, de ordenar a imediata liberação de criança ou referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com
adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade esses contracena.
da apreensão:
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
Pena - detenção de seis meses a dois anos. comete o crime:

Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto
nesta Lei em benefício de adolescente privado de de exercê-la;
liberdade:
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de
Pena - detenção de seis meses a dois anos. coabitação ou de hospitalidade;

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade III – prevalecendo-se de relações de parentesco
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção,
do Ministério Público no exercício de função prevista de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou
nesta Lei:

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de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre II – membro de entidade, legalmente constituída, que
ela, ou com seu consentimento. inclua, entre suas finalidades institucionais, o
recebimento, o processamento e o encaminhamento de
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: III – representante legal e funcionários responsáveis de
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e rede de computadores, até o recebimento do material
multa. relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério
Público ou ao Poder Judiciário.
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão
inclusive por meio de sistema de informática ou manter sob sigilo o material ilícito referido.
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica Art. 241-C. Simular a participação de criança ou
envolvendo criança ou adolescente: adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica
por meio de adulteração, montagem ou modificação de
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
representação visual:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento
das fotografias, cenas ou imagens de que trata Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
o caput deste artigo; vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou
divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de o material produzido na forma do caput deste artigo.
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que
trata o caput deste artigo. Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § com ela praticar ato libidinoso:
1o deste artigo são puníveis quando o responsável legal
pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
o caput deste artigo. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer I – facilita ou induz o acesso à criança de material
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica fim de com ela praticar ato libidinoso;
envolvendo criança ou adolescente:
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e com o fim de induzir criança a se exibir de forma
multa. pornográfica ou sexualmente explícita.

§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
de pequena quantidade o material a que se refere expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
o caput deste artigo. compreende qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma
a finalidade de comunicar às autoridades competentes a criança ou adolescente para fins primordialmente
ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, sexuais.
241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita
por: Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente
I – agente público no exercício de suas funções; arma, munição ou explosivo:

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Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. Capítulo II

Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, Das Infrações Administrativas
ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança
ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
outros produtos cujos componentes possam causar estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
dependência física ou psíquica: fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
autoridade competente os casos de que tenha
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
o fato não constitui crime mais grave. maus-tratos contra criança ou adolescente:

Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou Pena - multa de três a vinte salários de referência,
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que,
pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de
qualquer dano físico em caso de utilização indevida: entidade de atendimento o exercício dos direitos
constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. Lei:

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais Pena - multa de três a vinte salários de referência,
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
à exploração sexual:
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da autorização devida, por qualquer meio de comunicação,
perda de bens e valores utilizados na prática criminosa nome, ato ou documento de procedimento policial,
em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do administrativo ou judicial relativo a criança ou
Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito adolescente a que se atribua ato infracional:
Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o
direito de terceiro de boa-fé. Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
submissão de criança ou adolescente às práticas parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
referidas no caput deste artigo. envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que
lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta
cassação da licença de localização e de funcionamento ou indiretamente.
do estabelecimento.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista
de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a
ou induzindo-o a praticá-la: apreensão da publicação.

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a
quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de apreensãoda publicação
quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo Expressão declara inconstitucional pela ADIN 869-2).
da internet.
Art.. 248 (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017)
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são
aumentadas de um terço no caso de a infração cometida Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os
ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no8.072, deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de
de 25 de julho de 1990. tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade
judiciária ou Conselho Tutelar:

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Pena - multa de três a vinte salários de referência, Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. classificado pelo órgão competente como inadequado às
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, reincidência, a autoridade poderá determinar a
em hotel, pensão, motel ou congênere: suspensão do espetáculo ou o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
Pena – multa.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de programação em vídeo, em desacordo com a
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o classificação atribuída pelo órgão competente:
fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze)
dias. Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a determinar o fechamento do estabelecimento por até
30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente quinze dias.
fechado e terá sua licença cassada.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por 79 desta Lei:
qualquer meio, com inobservância do disposto nos arts.
83, 84 e 85 desta Lei: Pena - multa de três a vinte salários de referência,
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem
Pena - multa de três a vinte salários de referência, prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o
espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão,
acesso, à entrada do local de exibição, informação ou sobre sua participação no espetáculo:
destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e
a faixa etária especificada no certificado de classificação: Pena - multa de três a vinte salários de referência; em
caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá
Pena - multa de três a vinte salários de referência, determinar o fechamento do estabelecimento por até
aplicando-se o dobro em caso de reincidência. quinze dias.

Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de
representações ou espetáculos, sem indicar os limites de providenciar a instalação e operacionalização dos
idade a que não se recomendem: cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta
Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
duplicada em caso de reincidência, aplicável, Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00
separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de (três mil reais).
divulgação ou publicidade.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem adolescentes em condições de serem adotadas, de
aviso de sua classificação: pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e
adolescentes em regime de acolhimento institucional ou
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; familiar.
duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária
poderá determinar a suspensão da programação da Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
emissora por até dois dias. estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
efetuar imediato encaminhamento à autoridade
judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou
gestante interessada em entregar seu filho para adoção:

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Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 § 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos
(três mil reais). direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de
utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário subsidiadas e demais receitas, aplicando
de programa oficial ou comunitário destinado à garantia necessariamente percentual para incentivo ao
do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e
comunicação referida no caput deste artigo. adolescentes e para programas de atenção integral à
primeira infância em áreas de maior carência
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no socioeconômica e em situações de calamidade.
inciso II do art. 81:
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a
10.000,00 (dez mil reais); comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos
deste artigo .
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento
comercial até o recolhimento da multa aplicada. § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca
a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo
Disposições Finais e Transitórias Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos
incentivos fiscais referidos neste artigo.
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei § 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei
dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que
diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e trata o inciso I do caput:
ao que estabelece o Título V do Livro II.
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios limite em conjunto com outras deduções do imposto;
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às e
diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
II - não poderá ser computada como despesa operacional
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos na apuração do lucro real.
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário
comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que
imposto de renda, obedecidos os seguintes limites: trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua
Declaração de Ajuste Anual.

I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido § 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida
apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no até os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto
lucro real; e apurado na declaração:

II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado I - (VETADO);


pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de II - (VETADO
dezembro de 1997.
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de
§ 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas 2012.
com os recursos captados pelos fundos nacional,
estaduais e municipais dos direitos da criança e do § 2o A dedução de que trata o caput:
adolescente, serão consideradas as disposições do Plano
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do
Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e imposto sobre a renda apurado na declaração de que
Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira trata o inciso II do caput do art. 260;
Infância.
II - não se aplica à pessoa física que:

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a) utilizar o desconto simplificado; devem emitir recibo em favor do doador, assinado por
pessoa competente e pelo presidente do Conselho
b) apresentar declaração em formulário; ou correspondente, especificando:

c) entregar a declaração fora do prazo; I - número de ordem;

III - só se aplica às doações em espécie; e II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
endereço do emitente;
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções
em vigor. III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
doador;
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a
data de vencimento da primeira quota ou quota única do IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
imposto, observadas instruções específicas da Secretaria
da Receita Federal do Brasil. V - ano-calendário a que se refere a doação.

§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido § 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo
no § 3o implica a glosa definitiva desta parcela de pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os
dedução, ficando a pessoa física obrigada ao valores doados mês a mês.
recolhimento da diferença de imposto devido apurado
na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais § 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve
previstos na legislação. conter a identificação dos bens, mediante descrição em
campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,
§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no CNPJ e endereço dos avaliadores.
respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos
Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador
municipais, distrital, estaduais e nacional deverá:
concomitantemente com a opção de que trata o caput,
respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
documentação hábil;
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260
poderá ser deduzida: II - baixar os bens doados na declaração de bens e
direitos, quando se tratar de pessoa física, e na
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
III - considerar como valor dos bens doados:
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual,
para as pessoas jurídicas que apuram o imposto a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
anualmente. declaração do imposto de renda, desde que não exceda o
valor de mercado;
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro
do período a que se refere a apuração do imposto. b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos
bens.
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei
podem ser efetuadas em espécie ou em bens. Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não
será considerado na determinação do valor dos bens
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie doados, exceto se o leilão for determinado por
devem ser depositadas em conta específica, em autoridade judiciária.
instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos
fundos de que trata o art. 260. Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts.
260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do dedução perante a Receita Federal do Brasil.
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais

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Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos
das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais ação judicial proposta pelo Ministério Público, que
devem: poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação
de qualquer cidadão.
I - manter conta bancária específica destinada
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo; Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à
II - manter controle das doações recebidas; e III - Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro
informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação
Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do
seguintes dados por doador: Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais,
com a indicação dos respectivos números de inscrição no
a) nome, CNPJ ou CPF; CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em
instituições financeiras públicas, destinadas
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.
ou em bens.
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações expedirá as instruções necessárias à aplicação do
previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal disposto nos arts. 260 a 260-K.
do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério
Público. Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
criança e do adolescente, os registros, inscrições e
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único,
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade
divulgarão amplamente à comunidade: judiciária da comarca a que pertencer a entidade.

I - o calendário de suas reuniões; Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos
estados e municípios, e os estados aos municípios, os
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de recursos referentes aos programas e atividades previstos
atendimento à criança e ao adolescente; nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos
direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos
III - os requisitos para a apresentação de projetos a níveis.
serem beneficiados com recursos dos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos
distrital ou municipais; Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão
exercidas pela autoridade judiciária.
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
calendário e o valor dos recursos previstos para Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de
implementação das ações, por projeto; 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes
alterações:
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva
destinação, por projeto atendido, inclusive com 1) Art. 121
cadastramento na base de dados do Sistema de
Informações sobre a Infância e a Adolescência; e - § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um
a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com terço, se o crime resulta de inobservância de regra
recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
Adolescente nacional, estaduais, distrital e de prestar imediato socorro à vítima, não procura
municipais. diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada aumentada de um terço, se o crime é praticado contra
Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos pessoa menor de catorze anos.
incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.
2) Art. 129

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§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697,
qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as
demais disposições em contrário.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.
121. Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e
102º da República.
3) Art. 136
FERNANDO COLLOR
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é
praticado contra pessoa menor de catorze anos.
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO
4) Art. 213
DE 1997.
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
5) Art. 214 Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:


CAPÍTULO I
Pena - reclusão de três a nove anos.»

Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
de 1973, fica acrescido do seguinte item:
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias
"Art. 102 terrestres do território nacional, abertas à circulação,
rege-se por este Código.
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos,
União, da administração direta ou indireta, inclusive conduzidos ou não, para fins de circulação, parada,
fundações instituídas e mantidas pelo poder público estacionamento e operação de carga ou descarga.
federal promoverão edição popular do texto integral
deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas e § 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de
das entidades de atendimento e de defesa dos direitos todos e dever dos órgãos e entidades componentes do
da criança e do adolescente. Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no
âmbito das respectivas competências, adotar as medidas
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla destinadas a assegurar esse direito.
divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos
meios de comunicação social. (Redação dada dada § 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema
pela Lei nº 13.257, de 2016) Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das
respectivas competências, objetivamente, por danos
Parágrafo único. A divulgação a que se refere causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou
o caput será veiculada em linguagem clara, erro na execução e manutenção de programas, projetos
compreensível e adequada a crianças e adolescentes, e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito
especialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) seguro.
anos. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4º (VETADO)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
publicação.
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas
ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da
esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei. saúde e do meio-ambiente.

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Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as III - estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de
avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as informações entre os seus diversos órgãos e entidades, a
estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado fim de facilitar o processo decisório e a integração do
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de Sistema.
acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias
especiais. Seção II

Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são Da Composição e da Competência do Sistema Nacional
consideradas vias terrestres as praias abertas à de Trânsito
circulação pública, as vias internas pertencentes aos
condomínios constituídos por unidades autônomas e as Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os
vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos seguintes órgãos e entidades:
privados de uso coletivo.
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN,
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e
qualquer veículo, bem como aos proprietários, consultivo;
condutores dos veículos nacionais ou estrangeiros e às
pessoas nele expressamente mencionadas.
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o
Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE,
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os órgãos normativos, consultivos e coordenadores;
efeitos deste Código são os constantes do Anexo I.
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da
CAPÍTULO II União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da
Seção I União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Disposições Gerais V - a Polícia Rodoviária Federal;

Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal;
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito e
Federal e dos Municípios que tem por finalidade o
exercício das atividades de planejamento, administração,
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações -
normatização, pesquisa, registro e licenciamento de
JARI.
veículos, formação, habilitação e reciclagem de
condutores, educação, engenharia, operação do sistema
Art. 7o-A. A autoridade portuária ou a entidade
viário, policiamento, fiscalização, julgamento de
infrações e de recursos e aplicação de penalidades. concessionária de porto organizado poderá celebrar
convênios com os órgãos previstos no art. 7o, com a
interveniência dos Municípios e Estados, juridicamente
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de
interessados, para o fim específico de facilitar a autuação
Trânsito:
por descumprimento da legislação de trânsito.

I - estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito,


§ 1o O convênio valerá para toda a área física do porto
com vistas à segurança, à fluidez, ao conforto, à defesa
organizado, inclusive, nas áreas dos terminais
ambiental e à educação para o trânsito, e fiscalizar seu
alfandegados, nas estações de transbordo, nas
cumprimento;
instalações portuárias públicas de pequeno porte e nos
respectivos estacionamentos ou vias de trânsito
II - fixar, mediante normas e procedimentos, a internas.
padronização de critérios técnicos, financeiros e
administrativos para a execução das atividades de
§ 2o (VETADO)
trânsito;
§ 3o (VETADO)

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Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios XVIII - (VETADO)


organizarão os respectivos órgãos e entidades executivos
de trânsito e executivos rodoviários, estabelecendo os XIX - (VETADO)
limites circunscricionais de suas atuações.
XX - um representante do ministério ou órgão
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
ou órgão da Presidência responsável pela coordenação
máxima do Sistema Nacional de Trânsito, ao qual estará XXI - (VETADO)
vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão máximo
executivo de trânsito da União.
XXII - um representante do Ministério da Saúde.

Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com


XXIII - 1 (um) representante do Ministério da Justiça.
sede no Distrito Federal e presidido pelo dirigente do
órgão máximo executivo de trânsito da União, tem a
seguinte composição:
XXIV - 1 (um) representante do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
I - (VETADO)
XXV - 1 (um) representante da Agência Nacional de
II - (VETADO)
Transportes Terrestres (ANTT).

III - um representante do Ministério da Ciência e


§ 1º (VETADO)
Tecnologia;
§ 2º (VETADO)
IV - um representante do Ministério da Educação e do
Desporto;
§ 3º (VETADO)
V - um representante do Ministério do Exército;
Art. 11. (VETADO)
VI - um representante do Ministério do Meio Ambiente e
Art. 12. Compete ao CONTRAN:
da Amazônia Legal;

I - estabelecer as normas regulamentares referidas neste


VII - um representante do Ministério dos Transportes;
Código e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito;
VIII - (VETADO)
II - coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito,
objetivando a integração de suas atividades;
IX - (VETADO)
III - (VETADO)
X - (VETADO)
IV - criar Câmaras Temáticas;
XI - (VETADO)
V - estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para
XII - (VETADO)
o funcionamento dos CETRAN e CONTRANDIFE;

XIII - (VETADO)
VI - estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;

XIV - (VETADO)
VII - zelar pela uniformidade e cumprimento das normas
contidas neste Código e nas resoluções complementares;
XV - (VETADO)
VIII - estabelecer e normatizar os procedimentos para a
XVI - (VETADO) aplicação das multas por infrações, a arrecadação e o
repasse dos valores arrecadados;
XVII - (VETADO)

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IX - responder às consultas que lhe forem formuladas, I - (VETADO)


relativas à aplicação da legislação de trânsito;
II - (VETADO)
X - normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem,
habilitação, expedição de documentos de condutores, e III - (VETADO)
registro e licenciamento de veículos;
IV - (VETADO)
XI - aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de
sinalização e os dispositivos e equipamentos de trânsito; Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito -
CETRAN e ao Conselho de Trânsito do Distrito Federal -
XII - apreciar os recursos interpostos contra as decisões CONTRANDIFE:
das instâncias inferiores, na forma deste Código;
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
XIII - avocar, para análise e soluções, processos sobre trânsito, no âmbito das respectivas atribuições;
conflitos de competência ou circunscrição, ou, quando
necessário, unificar as decisões administrativas; e II - elaborar normas no âmbito das respectivas
competências;
XIV - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência
de trânsito no âmbito da União, dos Estados e do Distrito III - responder a consultas relativas à aplicação da
Federal. legislação e dos procedimentos normativos de trânsito;

XV - normatizar o processo de formação do candidato à IV - estimular e orientar a execução de campanhas


obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, educativas de trânsito;
estabelecendo seu conteúdo didático-pedagógico, carga
horária, avaliações, exames, execução e fiscalização.
V - julgar os recursos interpostos contra decisões:

a) das JARI;
Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos
vinculados ao CONTRAN, são integradas por especialistas
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos
e têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e
casos de inaptidão permanente constatados nos exames
embasamento técnico sobre assuntos específicos para
de aptidão física, mental ou psicológica;
decisões daquele colegiado.

VI - indicar um representante para compor a comissão


§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas
examinadora de candidatos portadores de deficiência
representantes de órgãos e entidades executivos da
física à habilitação para conduzir veículos automotores;
União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
Municípios, em igual número, pertencentes ao Sistema
Nacional de Trânsito, além de especialistas VII - (VETADO)
representantes dos diversos segmentos da sociedade
relacionados com o trânsito, todos indicados segundo VIII - acompanhar e coordenar as atividades de
regimento específico definido pelo CONTRAN e administração, educação, engenharia, fiscalização,
designados pelo ministro ou dirigente coordenador policiamento ostensivo de trânsito, formação de
máximo do Sistema Nacional de Trânsito. condutores, registro e licenciamento de veículos,
articulando os órgãos do Sistema no Estado, reportando-
§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no se ao CONTRAN;
parágrafo anterior, serão representados por pessoa
jurídica e devem atender aos requisitos estabelecidos IX - dirimir conflitos sobre circunscrição e competência
pelo CONTRAN. de trânsito no âmbito dos Municípios; e

§ 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão X - informar o CONTRAN sobre o cumprimento das
eleitos pelos respectivos membros. exigências definidas nos §§ 1º e 2º do art. 333.

§ 4º (VETADO) XI - designar, em caso de recursos deferidos e na


hipótese de reavaliação dos exames, junta especial de

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saúde para examinar os candidatos à habilitação para I - cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a
conduzir veículos automotores. execução das normas e diretrizes estabelecidas pelo
CONTRAN, no âmbito de suas atribuições;
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados
pelo órgão, não cabe recurso na esfera administrativa. II - proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos
órgãos delegados, ao controle e à fiscalização da
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE execução da Política Nacional de Trânsito e do Programa
são nomeados pelos Governadores dos Estados e do Nacional de Trânsito;
Distrito Federal, respectivamente, e deverão ter
reconhecida experiência em matéria de trânsito. III - articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de
Trânsito, de Transporte e de Segurança Pública,
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são objetivando o combate à violência no trânsito,
nomeados pelos Governadores dos Estados e do Distrito promovendo, coordenando e executando o controle de
Federal, respectivamente. ações para a preservação do ordenamento e da
segurança do trânsito;
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE
deverão ser pessoas de reconhecida experiência em IV - apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de
trânsito. improbidade contra a fé pública, o patrimônio, ou a
administração pública ou privada, referentes à segurança
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do do trânsito;
CONTRANDIFE é de dois anos, admitida a recondução.
V - supervisionar a implantação de projetos e programas
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de relacionados com a engenharia, educação,
trânsito ou rodoviário funcionarão Juntas Administrativas administração, policiamento e fiscalização do trânsito e
de Recursos de Infrações - JARI, órgãos colegiados outros, visando à uniformidade de procedimento;
responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos
contra penalidades por eles impostas. VI - estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e
habilitação de condutores de veículos, a expedição de
Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, documentos de condutores, de registro e licenciamento
observado o disposto no inciso VI do art. 12, e apoio de veículos;
administrativo e financeiro do órgão ou entidade junto
ao qual funcionem. VII - expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional
de Habilitação, os Certificados de Registro e o de
Art. 17. Compete às JARI: Licenciamento Anual mediante delegação aos órgãos
executivos dos Estados e do Distrito Federal;
I - julgar os recursos interpostos pelos infratores;
VIII - organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras
de Habilitação - RENACH;
II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito
e executivos rodoviários informações complementares
relativas aos recursos, objetivando uma melhor análise IX - organizar e manter o Registro Nacional de Veículos
da situação recorrida; Automotores - RENAVAM;

III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de X - organizar a estatística geral de trânsito no território
trânsito e executivos rodoviários informações sobre nacional, definindo os dados a serem fornecidos pelos
problemas observados nas autuações e apontados em demais órgãos e promover sua divulgação;
recursos, e que se repitam sistematicamente.
XI - estabelecer modelo padrão de coleta de informações
Art. 18. (VETADO) sobre as ocorrências de acidentes de trânsito e as
estatísticas do trânsito;
Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito
da União: XII - administrar fundo de âmbito nacional destinado à
segurança e à educação de trânsito;

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XIII - coordenar a administração do registro das infrações profissional de interesse do trânsito, e promovendo a sua
de trânsito, da pontuação e das penalidades aplicadas no realização;
prontuário do infrator, da arrecadação de multas e do
repasse de que trata o § 1º do art. 320; XXIV - opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito
interestadual e internacional;
XIV - fornecer aos órgãos e entidades do Sistema
Nacional de Trânsito informações sobre registros de XXV - elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as
veículos e de condutores, mantendo o fluxo permanente normas e requisitos de segurança veicular para
de informações com os demais órgãos do Sistema; fabricação e montagem de veículos, consoante sua
destinação;
XV - promover, em conjunto com os órgãos competentes
do Ministério da Educação e do Desporto, de acordo com XXVI - estabelecer procedimentos para a concessão do
as diretrizes do CONTRAN, a elaboração e a código marca-modelo dos veículos para efeito de
implementação de programas de educação de trânsito registro, emplacamento e licenciamento;
nos estabelecimentos de ensino;
XXVII - instruir os recursos interpostos das decisões do
XVI - elaborar e distribuir conteúdos programáticos para CONTRAN, ao ministro ou dirigente coordenador máximo
a educação de trânsito; do Sistema Nacional de Trânsito;

XVII - promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre XXVIII - estudar os casos omissos na legislação de trânsito
o trânsito; e submetê-los, com proposta de solução, ao Ministério
ou órgão coordenador máximo do Sistema Nacional de
XVIII - elaborar, juntamente com os demais órgãos e Trânsito;
entidades do Sistema Nacional de Trânsito, e submeter à
aprovação do CONTRAN, a complementação ou XXIX - prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e
alteração da sinalização e dos dispositivos e financeiro ao CONTRAN.
equipamentos de trânsito;
XXX - organizar e manter o Registro Nacional de Infrações
XIX - organizar, elaborar, complementar e alterar os de Trânsito (Renainf).
manuais e normas de projetos de implementação da
sinalização, dos dispositivos e equipamentos de trânsito § 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência
aprovados pelo CONTRAN; técnica ou administrativa ou a prática constante de atos
de improbidade contra a fé pública, contra o patrimônio
XX – expedir a permissão internacional para conduzir ou contra a administração pública, o órgão executivo de
veículo e o certificado de passagem nas alfândegas trânsito da União, mediante aprovação do CONTRAN,
mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados e assumirá diretamente ou por delegação, a execução total
do Distrito Federal ou a entidade habilitada para esse fim ou parcial das atividades do órgão executivo de trânsito
pelo poder público federal; estadual que tenha motivado a investigação, até que as
irregularidades sejam sanadas.
XXI - promover a realização periódica de reuniões
regionais e congressos nacionais de trânsito, bem como § 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito
propor a representação do Brasil em congressos ou da União disporá sobre sua estrutura organizacional e
reuniões internacionais; seu funcionamento.

XXII - propor acordos de cooperação com organismos § 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e
internacionais, com vistas ao aperfeiçoamento das ações executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito
inerentes à segurança e educação de trânsito; Federal e dos Municípios fornecerão, obrigatoriamente,
mês a mês, os dados estatísticos para os fins previstos no
XXIII - elaborar projetos e programas de formação, inciso X.
treinamento e especialização do pessoal encarregado da
execução das atividades de engenharia, educação, § 4º (VETADO).
policiamento ostensivo, fiscalização, operação e
administração de trânsito, propondo medidas que
estimulem a pesquisa científica e o ensino técnico-

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Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito XI - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
das rodovias e estradas federais: produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos
trânsito, no âmbito de suas atribuições; órgãos ambientais.

II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos
operações relacionadas com a segurança pública, com o rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e
objetivo de preservar a ordem, incolumidade das dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de
III - aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações trânsito, no âmbito de suas atribuições;
de trânsito, as medidas administrativas decorrentes e os
valores provenientes de estada e remoção de veículos, II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito
objetos, animais e escolta de veículos de cargas de veículos, de pedestres e de animais, e promover o
superdimensionadas ou perigosas; desenvolvimento da circulação e da segurança de
ciclistas;
IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de
trânsito e dos serviços de atendimento, socorro e III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização,
salvamento de vítimas; os dispositivos e os equipamentos de controle viário;

V - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar IV - coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes
medidas de segurança relativas aos serviços de remoção de trânsito e suas causas;
de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de
VI - assegurar a livre circulação nas rodovias federais, policiamento ostensivo de trânsito, as respectivas
podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das
normas legais relativas ao direito de vizinhança, VI - executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as
promovendo a interdição de construções e instalações penalidades de advertência, por escrito, e ainda as
não autorizadas; multas e medidas administrativas cabíveis, notificando os
infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VII - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre
acidentes de trânsito e suas causas, adotando ou VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção
indicando medidas operacionais preventivas e de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas
encaminhando-os ao órgão rodoviário federal; superdimensionadas ou perigosas;

VIII - implementar as medidas da Política Nacional de VIII - fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas
Segurança e Educação de Trânsito; administrativas cabíveis, relativas a infrações por excesso
de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como
IX - promover e participar de projetos e programas de notificar e arrecadar as multas que aplicar;
educação e segurança, de acordo com as diretrizes
estabelecidas pelo CONTRAN; IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95,
aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele
X - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema previstas;
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e
compensação de multas impostas na área de sua X - implementar as medidas da Política Nacional de
competência, com vistas à unificação do licenciamento, à Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
simplificação e à celeridade das transferências de
veículos e de prontuários de condutores de uma para XI - promover e participar de projetos e programas de
outra unidade da Federação; educação e segurança, de acordo com as diretrizes
estabelecidas pelo CONTRAN;

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XII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema VII - arrecadar valores provenientes de estada e remoção
Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e de veículos e objetos;
compensação de multas impostas na área de sua
competência, com vistas à unificação do licenciamento, à VIII - comunicar ao órgão executivo de trânsito da União
simplificação e à celeridade das transferências de a suspensão e a cassação do direito de dirigir e o
veículos e de prontuários de condutores de uma para recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
outra unidade da Federação;
IX - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre
XIII - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído acidentes de trânsito e suas causas;
produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de X - credenciar órgãos ou entidades para a execução de
dar apoio às ações específicas dos órgãos ambientais atividades previstas na legislação de trânsito, na forma
locais, quando solicitado; estabelecida em norma do CONTRAN;

XIV - vistoriar veículos que necessitem de autorização XI - implementar as medidas da Política Nacional de
especial para transitar e estabelecer os requisitos Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
técnicos a serem observados para a circulação desses
veículos.
XII - promover e participar de projetos e programas de
educação e segurança de trânsito de acordo com as
Parágrafo único. (VETADO) diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;

Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
trânsito dos Estados e do Distrito Federal, no âmbito de Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e
sua circunscrição: compensação de multas impostas na área de sua
competência, com vistas à unificação do licenciamento, à
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de simplificação e à celeridade das transferências de
trânsito, no âmbito das respectivas atribuições; veículos e de prontuários de condutores de uma para
outra unidade da Federação;
II - realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação,
aperfeiçoamento, reciclagem e suspensão de XIV - fornecer, aos órgãos e entidades executivos de
condutores, expedir e cassar Licença de Aprendizagem, trânsito e executivos rodoviários municipais, os dados
Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação, cadastrais dos veículos registrados e dos condutores
mediante delegação do órgão federal competente; habilitados, para fins de imposição e notificação de
penalidades e de arrecadação de multas nas áreas de
III - vistoriar, inspecionar quanto às condições de suas competências;
segurança veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e
licenciar veículos, expedindo o Certificado de Registro e o XV - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído
Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão produzidos pelos veículos automotores ou pela sua
federal competente; carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de
dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos
IV - estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, órgãos ambientais locais;
as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
XVI - articular-se com os demais órgãos do Sistema
V - executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do
medidas administrativas cabíveis pelas infrações respectivo CETRAN.
previstas neste Código, excetuadas aquelas relacionadas
nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular do Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do
Poder de Polícia de Trânsito; Distrito Federal:

VI - aplicar as penalidades por infrações previstas neste I - (VETADO)


Código, com exceção daquelas relacionadas nos incisos
VII e VIII do art. 24, notificando os infratores e II - (VETADO)
arrecadando as multas que aplicar;

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III - executar a fiscalização de trânsito, quando e parada previstas neste Código, notificando os infratores
conforme convênio firmado, como agente do órgão ou e arrecadando as multas que aplicar;
entidade executivos de trânsito ou executivos
rodoviários, concomitantemente com os demais agentes VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas
credenciados; administrativas cabíveis relativas a infrações por excesso
de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como
IV - (VETADO) notificar e arrecadar as multas que aplicar;

V - (VETADO) IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95,


aplicando as penalidades e arrecadando as multas nele
VI - (VETADO) previstas;

VII - (VETADO) X - implantar, manter e operar sistema de


estacionamento rotativo pago nas vias;
Parágrafo único. (VETADO)
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de de veículos e objetos, e escolta de veículos de cargas
trânsito dos Municípios, no âmbito de sua superdimensionadas ou perigosas;
circunscrição:
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de medidas de segurança relativas aos serviços de remoção
trânsito, no âmbito de suas atribuições; de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;

II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema
de veículos, de pedestres e de animais, e promover o Nacional de Trânsito para fins de arrecadação e
desenvolvimento da circulação e da segurança de compensação de multas impostas na área de sua
ciclistas; competência, com vistas à unificação do licenciamento, à
simplificação e à celeridade das transferências de
veículos e de prontuários dos condutores de uma para
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização,
outra unidade da Federação;
os dispositivos e os equipamentos de controle viário;

XIV - implantar as medidas da Política Nacional de


IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os
Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
acidentes de trânsito e suas causas;

XV - promover e participar de projetos e programas de


V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia
educação e segurança de trânsito de acordo com as
ostensiva de trânsito, as diretrizes para o policiamento
diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
ostensivo de trânsito;

XVI - planejar e implantar medidas para redução da


VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres,
circulação de veículos e reorientação do tráfego, com o
edificações de uso público e edificações privadas de uso
objetivo de diminuir a emissão global de poluentes;
coletivo, autuar e aplicar as medidas administrativas
cabíveis e as penalidades de advertência por escrito e
multa, por infrações de circulação, estacionamento e XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação,
parada previstas neste Código, no exercício regular do veículos de tração e propulsão humana e de tração
poder de polícia de trânsito, notificando os infratores e animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e
arrecadando as multas que aplicar, exercendo iguais arrecadando multas decorrentes de infrações;
atribuições no âmbito de edificações privadas de uso
coletivo, somente para infrações de uso de vagas XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de
reservadas em estacionamentos; propulsão humana e de tração animal;

VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema
multa, por infrações de circulação, estacionamento e Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação do
respectivo CETRAN;

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XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter
produzidos pelos veículos automotores ou pela sua domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e
carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
dar apoio às ações específicas de órgão ambiental local,
quando solicitado; Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas
à circulação obedecerá às seguintes normas:
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização
especial para transitar e estabelecer os requisitos I - a circulação far-se-á pelo lado direito da via,
técnicos a serem observados para a circulação desses admitindo-se as exceções devidamente sinalizadas;
veículos.
II - o condutor deverá guardar distância de segurança
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem
municipal serão exercidas no Distrito Federal por seu como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no
órgão ou entidade executivos de trânsito. momento, a velocidade e as condições do local, da
circulação, do veículo e as condições climáticas;
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste
artigo, os Municípios deverão integrar-se ao Sistema III - quando veículos, transitando por fluxos que se
Nacional de Trânsito, conforme previsto no art. 333 cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá
deste Código. preferência de passagem:

Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de
Nacional de Trânsito poderão celebrar convênio rodovia, aquele que estiver circulando por ela;
delegando as atividades previstas neste Código, com
vistas à maior eficiência e à segurança para os usuários b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por
da via. ela;

Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
poderão prestar serviços de capacitação técnica,
assessoria e monitoramento das atividades relativas ao
IV - quando uma pista de rolamento comportar várias
trânsito durante prazo a ser estabelecido entre as partes,
faixas de circulação no mesmo sentido, são as da direita
com ressarcimento dos custos apropriados.
destinadas ao deslocamento dos veículos mais lentos e
de maior porte, quando não houver faixa especial a eles
CAPÍTULO III destinada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem
e ao deslocamento dos veículos de maior velocidade;
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
V - o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos
Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem: acostamentos, só poderá ocorrer para que se adentre ou
se saia dos imóveis ou áreas especiais de
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou estacionamento;
obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de
animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas VI - os veículos precedidos de batedores terão prioridade
ou privadas; de passagem, respeitadas as demais normas de
circulação;
II - abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso,
atirando, depositando ou abandonando na via objetos ou VII - os veículos destinados a socorro de incêndio e
substâncias, ou nela criando qualquer outro obstáculo. salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação
de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e
públicas, o condutor deverá verificar a existência e as parada, quando em serviço de urgência e devidamente
boas condições de funcionamento dos equipamentos de identificados por dispositivos regulamentares de alarme
uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de sonoro e iluminação vermelha intermitente, observadas
combustível suficiente para chegar ao local de destino. as seguintes disposições:

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a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de
a proximidade dos veículos, todos os condutores deverão trânsito de origem, acionando a luz indicadora de direção
deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para do veículo ou fazendo gesto convencional de braço,
a direita da via e parando, se necessário; adotando os cuidados necessários para não pôr em
perigo ou obstruir o trânsito dos veículos que
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão ultrapassou;
aguardar no passeio, só atravessando a via quando o
veículo já tiver passado pelo local; XII - os veículos que se deslocam sobre trilhos terão
preferência de passagem sobre os demais, respeitadas as
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de normas de circulação.
iluminação vermelha intermitente só poderá ocorrer
quando da efetiva prestação de serviço de urgência; XIII - (VETADO).

d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento § 1º As normas de ultrapassagem previstas nas


deverá se dar com velocidade reduzida e com os devidos alíneas a e b do inciso X e a e b do inciso XI aplicam-se à
cuidados de segurança, obedecidas as demais normas transposição de faixas, que pode ser realizada tanto pela
deste Código; faixa da esquerda como pela da direita.

VIII - os veículos prestadores de serviços de utilidade § 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta


pública, quando em atendimento na via, gozam de livre estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os
parada e estacionamento no local da prestação de veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela
serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo segurança dos menores, os motorizados pelos não
estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN; motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

IX - a ultrapassagem de outro veículo em movimento Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o
deverá ser feita pela esquerda, obedecida a sinalização segue tem o propósito de ultrapassá-lo, deverá:
regulamentar e as demais normas estabelecidas neste
Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado I - se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-
estiver sinalizando o propósito de entrar à esquerda; se para a faixa da direita, sem acelerar a marcha;

X - todo condutor deverá, antes de efetuar uma II - se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se
ultrapassagem, certificar-se de que: naquela na qual está circulando, sem acelerar a marcha.

a) nenhum condutor que venha atrás haja começado Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila,
uma manobra para ultrapassá-lo; deverão manter distância suficiente entre si para
permitir que veículos que os ultrapassem possam se
b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja intercalar na fila com segurança.
indicado o propósito de ultrapassar um terceiro;
Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa um veículo de transporte coletivo que esteja parado,
extensão suficiente para que sua manobra não ponha em efetuando embarque ou desembarque de passageiros,
perigo ou obstrua o trânsito que venha em sentido deverá reduzir a velocidade, dirigindo com atenção
contrário; redobrada ou parar o veículo com vistas à segurança dos
pedestres.
XI - todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, vias com duplo sentido de direção e pista única, nos
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou por trechos em curvas e em aclives sem visibilidade
meio de gesto convencional de braço; suficiente, nas passagens de nível, nas pontes e viadutos
e nas travessias de pedestres, exceto quando houver
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, sinalização permitindo a ultrapassagem.
de tal forma que deixe livre uma distância lateral de
segurança;

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Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor características da via, do veículo, das condições
não poderá efetuar ultrapassagem. meteorológicas e da movimentação de pedestres e
ciclistas.
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra
deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às
para os demais usuários da via que o seguem, precedem seguintes determinações:
ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua
direção e sua velocidade. I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo,
utilizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos
Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique túneis providos de iluminação pública e nas
um deslocamento lateral, o condutor deverá indicar seu rodovias;
propósito de forma clara e com a devida antecedência,
por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou II - nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta,
fazendo gesto convencional de braço. exceto ao cruzar com outro veículo ou ao segui-lo;

Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a III - a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e
transposição de faixas, movimentos de conversão à por curto período de tempo, com o objetivo de advertir
direita, à esquerda e retornos. outros motoristas, só poderá ser utilizada para indicar a
intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ou
Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, para indicar a existência de risco à segurança para os
procedente de um lote lindeiro a essa via, deverá dar veículos que circulam no sentido contrário;
preferência aos veículos e pedestres que por ela estejam
transitando. IV - o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de
posição do veículo quando sob chuva forte, neblina ou
Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à cerração;
esquerda e a operação de retorno deverão ser feitas nos
locais apropriados e, onde estes não existirem, o V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes
condutor deverá aguardar no acostamento, à direita, situações:
para cruzar a pista com segurança.
a) em imobilizações ou situações de emergência;
Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra
via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá: b) quando a regulamentação da via assim o determinar;

I - ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo VI - durante a noite, em circulação, o condutor manterá
possível do bordo direito da pista e executar sua acesa a luz de placa;
manobra no menor espaço possível;
VII - o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de
II - ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o posição quando o veículo estiver parado para fins de
máximo possível de seu eixo ou da linha divisória da embarque ou desembarque de passageiros e carga ou
pista, quando houver, caso se trate de uma pista com descarga de mercadorias.
circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo,
tratando-se de uma pista de um só sentido.
Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo
regular de passageiros, quando circularem em faixas
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de próprias a eles destinadas, e os ciclos motorizados
direção, o condutor deverá ceder passagem aos deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e a
pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em noite.
sentido contrário pela pista da via da qual vai sair,
respeitadas as normas de preferência de passagem.
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de
buzina, desde que em toque breve, nas seguintes
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá situações:
ser feita nos locais para isto determinados, quer por
meio de sinalização, quer pela existência de locais
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar
apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam
acidentes;
condições de segurança e fluidez, observadas as

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II - fora das áreas urbanas, quando for conveniente circunscrição sobre a via e é considerada
advertir a um condutor que se tem o propósito de estacionamento.
ultrapassá-lo.
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu nos estacionamentos, o veículo deverá ser posicionado
veículo, salvo por razões de segurança. no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de
rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá as exceções devidamente sinalizadas.
observar constantemente as condições físicas da via, do
veículo e da carga, as condições meteorológicas e a § 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos
intensidade do trânsito, obedecendo aos limites parados, estacionados ou em operação de carga ou
máximos de velocidade estabelecidos para a via, além descarga deverão estar situados fora da pista de
de: rolamento.

I - não obstruir a marcha normal dos demais veículos em § 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas
circulação sem causa justificada, transitando a uma rodas será feito em posição perpendicular à guia da
velocidade anormalmente reduzida; calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver
sinalização que determine outra condição.
II - sempre que quiser diminuir a velocidade de seu
veículo deverá antes certificar-se de que pode fazê-lo § 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do
sem risco nem inconvenientes para os outros condutor poderá ser feito somente nos locais previstos
condutores, a não ser que haja perigo iminente; neste Código ou naqueles regulamentados por
sinalização específica.
III - indicar, de forma clara, com a antecedência
necessária e a sinalização devida, a manobra de redução Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a
de velocidade. porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo
sem antes se certificarem de que isso não constitui
Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de perigo para eles e para outros usuários da via.
cruzamento, o condutor do veículo deve demonstrar
prudência especial, transitando em velocidade Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem
moderada, de forma que possa deter seu veículo com ocorrer sempre do lado da calçada, exceto para o
segurança para dar passagem a pedestre e a veículos que condutor.
tenham o direito de preferência.
Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo adjacentes às estradas e rodovias obedecerá às
lhe seja favorável, nenhum condutor pode entrar em condições de segurança do trânsito estabelecidas pelo
uma interseção se houver possibilidade de ser obrigado a órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstruindo
ou impedindo a passagem do trânsito transversal. Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios
constituídos por unidades autônomas, a sinalização de
Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização regulamentação da via será implantada e mantida às
temporária de um veículo no leito viário, em situação de expensas do condomínio, após aprovação dos projetos
emergência, deverá ser providenciada a imediata pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo
CONTRAN. Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos
pela direita da pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou
Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a acostamento, sempre que não houver faixa especial a
parada deverá restringir-se ao tempo indispensável para eles destinada, devendo seus condutores obedecer, no
embarque ou desembarque de passageiros, desde que que couber, às normas de circulação previstas neste
não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a Código e às que vierem a ser fixadas pelo órgão ou
locomoção de pedestres. entidade com circunscrição sobre a via.

Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será


regulamentada pelo órgão ou entidade com

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Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem regulamentado para a via, com preferência sobre os
circular nas vias quando conduzidos por um guia, veículos automotores.
observado o seguinte:
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com
I - para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de
ser divididos em grupos de tamanho moderado e bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos
separados uns dos outros por espaços suficientes para automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.
não obstruir o trânsito;
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado
II - os animais que circularem pela pista de rolamento pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via,
deverão ser mantidos junto ao bordo da pista. será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.

Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua
ciclomotores só poderão circular nas vias: utilização, classificam-se em:

I - utilizando capacete de segurança, com viseira ou I - vias urbanas:


óculos protetores;
a) via de trânsito rápido;
II - segurando o guidom com as duas mãos;
b) via arterial;
III - usando vestuário de proteção, de acordo com as
especificações do CONTRAN. c) via coletora;

Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e d) via local;


ciclomotores só poderão ser transportados:
II - vias rurais:
I - utilizando capacete de segurança;
a) rodovias;
II - em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento
suplementar atrás do condutor; b) estradas.

III - usando vestuário de proteção, de acordo com as Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será
especificações do CONTRAN. indicada por meio de sinalização, obedecidas suas
características técnicas e as condições de trânsito.
Art. 56. (VETADO)
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a
Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela velocidade máxima será de:
direita da pista de rolamento, preferencialmente no
centro da faixa mais à direita ou no bordo direito da pista I - nas vias urbanas:
sempre que não houver acostamento ou faixa própria a
eles destinada, proibida a sua circulação nas vias de
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito
trânsito rápido e sobre as calçadas das vias urbanas.
rápido:

Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou


b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
mais faixas de trânsito e a da direita for destinada ao uso
exclusivo de outro tipo de veículo, os ciclomotores
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
deverão circular pela faixa adjacente à da direita.

d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;


Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a
circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não
houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando II - nas vias rurais:
não for possível a utilização destes, nos bordos da pista
de rolamento, no mesmo sentido de circulação a) nas rodovias de pista dupla:

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1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor
automóveis, camionetas e motocicletas; de terceiros;

2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos
demais veículos; custos operacionais em que o órgão ou entidade
permissionária incorrerá.
3. (revogado);
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a
b) nas rodovias de pista simples: via arbitrará os valores mínimos da caução ou fiança e do
contrato de seguro.
1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para
automóveis, camionetas e motocicletas; CAPÍTULO III-A

2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS
demais veículos; PROFISSIONAIS

c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos
hora). motoristas profissionais:

§ 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com I - de transporte rodoviário coletivo de passageiros;


circunscrição sobre a via poderá regulamentar, por meio
de sinalização, velocidades superiores ou inferiores
àquelas estabelecidas no parágrafo anterior. II - de transporte rodoviário de cargas.

Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à § 1o (Revogado).


metade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas
as condições operacionais de trânsito e da via. § 2o (Revogado).

Art. 63. (VETADO) § 3o (Revogado).

Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem § 4o (Revogado).
ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções
regulamentadas pelo CONTRAN. § 5o (Revogado).

Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para § 6o (Revogado).


condutor e passageiros em todas as vias do território
nacional, salvo em situações regulamentadas pelo
§ 7o (Revogado).
CONTRAN.
§ 8o (VETADO).
Art. 66. (VETADO)
Art 67-B. VETADO).
Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive
seus ensaios, em via aberta à circulação, só poderão ser
Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por
realizadas mediante prévia permissão da autoridade de
trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de: mais de 5 (cinco) horas e meia ininterruptas veículos de
transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de
transporte rodoviário de cargas.
I - autorização expressa da respectiva confederação
desportiva ou de entidades estaduais a ela filiadas;
§ 1o Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso
dentro de cada 6 (seis) horas na condução de veículo de
II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais
transporte de carga, sendo facultado o seu
à via;
fracionamento e o do tempo de direção desde que não

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ultrapassadas 5 (cinco) horas e meia contínuas no profissional às penalidades daí decorrentes, previstas
exercício da condução. neste Código.

§ 1o-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para § 2o O tempo de direção será controlado mediante
descanso a cada 4 (quatro) horas na condução de veículo registrador instantâneo inalterável de velocidade e
rodoviário de passageiros, sendo facultado o seu tempo e, ou por meio de anotação em diário de bordo,
fracionamento e o do tempo de direção. ou papeleta ou ficha de trabalho externo, ou por meios
eletrônicos instalados no veículo, conforme norma do
§ 2o Em situações excepcionais de inobservância Contran.
justificada do tempo de direção, devidamente
registradas, o tempo de direção poderá ser elevado pelo § 3o O equipamento eletrônico ou registrador deverá
período necessário para que o condutor, o veículo e a funcionar de forma independente de qualquer
carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança e o interferência do condutor, quanto aos dados
atendimento demandados, desde que não haja registrados.
comprometimento da segurança rodoviária.
§ 4o A guarda, a preservação e a exatidão das
o
§ 3 O condutor é obrigado, dentro do período de 24 informações contidas no equipamento registrador
(vinte e quatro) horas, a observar o mínimo de 11 (onze) instantâneo inalterável de velocidade e de tempo são de
horas de descanso, que podem ser fracionadas, responsabilidade do condutor.
usufruídas no veículo e coincidir com os intervalos
mencionados no § 1o, observadas no primeiro período 8 CAPÍTULO IV
(oito) horas ininterruptas de descanso. DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO
MOTORIZADOS
§ 4o Entende-se como tempo de direção ou de condução
apenas o período em que o condutor estiver Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos
efetivamente ao volante, em curso entre a origem e o passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e
destino. dos acostamentos das vias rurais para circulação,
podendo a autoridade competente permitir a utilização
§ 5o Entende-se como início de viagem a partida do de parte da calçada para outros fins, desde que não seja
veículo na ida ou no retorno, com ou sem carga, prejudicial ao fluxo de pedestres.
considerando-se como sua continuação as partidas nos
dias subsequentes até o destino. § 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta
equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.
§ 6o O condutor somente iniciará uma viagem após o
cumprimento integral do intervalo de descanso previsto § 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou
no § 3o deste artigo. quando não for possível a utilização destes, a circulação
de pedestres na pista de rolamento será feita com
§ 7o Nenhum transportador de cargas ou coletivo de prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em
passageiros, embarcador, consignatário de cargas, fila única, exceto em locais proibidos pela sinalização e
operador de terminais de carga, operador de transporte nas situações em que a segurança ficar comprometida.
multimodal de cargas ou agente de cargas ordenará a
qualquer motorista a seu serviço, ainda que § 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou
subcontratado, que conduza veículo referido quando não for possível a utilização dele, a circulação de
no caput sem a observância do disposto no § 6o. pedestres, na pista de rolamento, será feita com
prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em
Art. 67-D. (VETADO). fila única, em sentido contrário ao deslocamento de
veículos, exceto em locais proibidos pela sinalização e
Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por nas situações em que a segurança ficar comprometida.
controlar e registrar o tempo de condução estipulado no
art. 67-C, com vistas à sua estrita observância. § 4º (VETADO)

§ 1o A não observância dos períodos de descanso § 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de
estabelecidos no art. 67-C sujeitará o motorista arte a serem construídas, deverá ser previsto passeio

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destinado à circulação dos pedestres, que não deverão, travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo
nessas condições, usar o acostamento. liberando a passagem dos veículos.

§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a
para pedestres, o órgão ou entidade com circunscrição via manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de
sobre a via deverá assegurar a devida sinalização e pedestres em boas condições de visibilidade, higiene,
proteção para circulação de pedestres. segurança e sinalização.

Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre CAPÍTULO V


tomará precauções de segurança, levando em conta,
principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade DO CIDADÃO
dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a
ele destinadas sempre que estas existirem numa Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de
distância de até cinqüenta metros dele, observadas as solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema
seguintes disposições: Nacional de Trânsito, sinalização, fiscalização e
implantação de equipamentos de segurança, bem como
I - onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da sugerir alterações em normas, legislação e outros
via deverá ser feito em sentido perpendicular ao de seu assuntos pertinentes a este Código.
eixo;
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema
II - para atravessar uma passagem sinalizada para Nacional de Trânsito têm o dever de analisar as
pedestres ou delimitada por marcas sobre a pista: solicitações e responder, por escrito, dentro de prazos
mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimento,
a) onde houver foco de pedestres, obedecer às esclarecendo ou justificando a análise efetuada, e, se
indicações das luzes; pertinente, informando ao solicitante quando tal evento
ocorrerá.
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o
semáforo ou o agente de trânsito interrompa o fluxo de Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem
veículos; esclarecer quais as atribuições dos órgãos e entidades
pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito e como
III - nas interseções e em suas proximidades, onde não proceder a tais solicitações.
existam faixas de travessia, os pedestres devem
atravessar a via na continuação da calçada, observadas CAPÍTULO VI
as seguintes normas:
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar
de que podem fazê-lo sem obstruir o trânsito de Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e
veículos; constitui dever prioritário para os componentes do
Sistema Nacional de Trânsito.
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os
pedestres não deverão aumentar o seu percurso, § 1º É obrigatória a existência de coordenação
demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade. educacional em cada órgão ou entidade componente do
Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via
sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade § 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito
de passagem, exceto nos locais com sinalização deverão promover, dentro de sua estrutura
semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições organizacional ou mediante convênio, o funcionamento
deste Código. de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões
estabelecidos pelo CONTRAN.
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização
semafórica de controle de passagem será dada Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas
preferência aos pedestres que não tenham concluído a e os cronogramas das campanhas de âmbito nacional
que deverão ser promovidas por todos os órgãos ou

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entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em especial SUS, sendo intensificadas nos períodos e na forma
nos períodos referentes às férias escolares, feriados estabelecidos no art. 76.
prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.
Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de componentes do Sistema Nacional de Trânsito os
Trânsito deverão promover outras campanhas no âmbito mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E para a
de sua circunscrição e de acordo com as peculiaridades veiculação de mensagens educativas de trânsito em todo
locais. o território nacional, em caráter suplementar às
campanhas previstas nos arts. 75 e 77.
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de
caráter permanente, e os serviços de rádio e difusão Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação
sonora de sons e imagens explorados pelo poder público ou promoção, nos meios de comunicação social, de
são obrigados a difundi-las gratuitamente, com a produto oriundo da indústria automobilística ou afim,
freqüência recomendada pelos órgãos competentes do incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa de
Sistema Nacional de Trânsito. trânsito a ser conjuntamente veiculada.

Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na § 1o Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se
pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de produtos oriundos da indústria automobilística ou
planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e afins:
entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de
Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e I – os veículos rodoviários automotores de qualquer
dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação. espécie, incluídos os de passageiros e os de carga;

Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados
Ministério da Educação e do Desporto, mediante nos veículos mencionados no inciso I.
proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das
Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante § 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se à
convênio, promoverá: propaganda de natureza comercial, veiculada por
iniciativa do fabricante do produto, em qualquer das
I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um seguintes modalidades:
currículo interdisciplinar com conteúdo programático
sobre segurança de trânsito; I – rádio;

II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o II – televisão;


trânsito nas escolas de formação para o magistério e o
treinamento de professores e multiplicadores;
III – jornal;

III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para


IV – revista;
levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao
trânsito;
V – outdoor.
IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de
trânsito junto aos núcleos interdisciplinares § 3o Para efeito do disposto no § 2o, equiparam-se ao
fabricante o montador, o encarroçador, o importador e o
universitários de trânsito, com vistas à integração
universidades-sociedade na área de trânsito. revendedor autorizado dos veículos e demais produtos
discriminados no § 1o deste artigo.
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao
Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada
Ministério da Saúde, mediante proposta do CONTRAN,
em outdoor instalado à margem de rodovia, dentro ou
estabelecer campanha nacional esclarecendo condutas a
serem seguidas nos primeiros socorros em caso de fora da respectiva faixa de domínio, a obrigação prevista
acidente de trânsito. no art. 77-B estende-se à propaganda de qualquer tipo
de produto e anunciante, inclusive àquela de caráter
institucional ou eleitoral.
Parágrafo único. As campanhas terão caráter
permanente por intermédio do Sistema Único de Saúde -

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Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO


especificará o conteúdo e o padrão de apresentação das
mensagens, bem como os procedimentos envolvidos na Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo
respectiva veiculação, em conformidade com as da via, sinalização prevista neste Código e em legislação
diretrizes fixadas para as campanhas educativas de complementar, destinada a condutores e pedestres,
trânsito a que se refere o art. 75. vedada a utilização de qualquer outra.

Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em § 1º A sinalização será colocada em posição e condições
desacordo com as condições fixadas nos arts. 77-A a 77-D que a tornem perfeitamente visível e legível durante o
constitui infração punível com as seguintes sanções: dia e a noite, em distância compatível com a segurança
do trânsito, conforme normas e especificações do
I – advertência por escrito; CONTRAN.

II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, § 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter


de qualquer outra propaganda do produto, pelo prazo de experimental e por período prefixado, a utilização de
até 60 (sessenta) dias; sinalização não prevista neste Código.

III - multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete § 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização
reais) a R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco nas vias internas pertencentes aos condomínios
reais), cobrada do dobro até o quíntuplo em caso de constituídos por unidades autônomas e nas vias e áreas
reincidência. de estacionamento de estabelecimentos privados de uso
coletivo é de seu proprietário.
§ 1o As sanções serão aplicadas isolada ou
cumulativamente, conforme dispuser o regulamento. Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido
colocar luzes, publicidade, inscrições, vegetação e
mobiliário que possam gerar confusão, interferir na
§ 2o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, visibilidade da sinalização e comprometer a segurança do
qualquer infração acarretará a imediata suspensão da trânsito.
veiculação da peça publicitária até que sejam cumpridas
as exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e
respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se
Desporto, do Trabalho, dos Transportes e da Justiça, por relacionem com a mensagem da sinalização.
intermédio do CONTRAN, desenvolverão e
implementarão programas destinados à prevenção de Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer
acidentes. legendas ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à
prévia aprovação do órgão ou entidade com
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total circunscrição sobre a via.
dos valores arrecadados destinados à Previdência Social,
do Prêmio do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com
causados por Veículos Automotores de Via Terrestre - circunscrição sobre a via poderá retirar ou determinar a
DPVAT, de que trata a Lei nº 6.194, de 19 de dezembro imediata retirada de qualquer elemento que prejudique
de 1974, serão repassados mensalmente ao a visibilidade da sinalização viária e a segurança do
Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para trânsito, com ônus para quem o tenha colocado.
aplicação exclusiva em programas de que trata este
artigo. Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de
trânsito com circunscrição sobre a via à travessia de
Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito pedestres deverão ser sinalizados com faixas pintadas ou
poderão firmar convênio com os órgãos de educação da demarcadas no leito da via.
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
objetivando o cumprimento das obrigações estabelecidas Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina,
neste capítulo. oficinas, estacionamentos ou garagens de uso coletivo
deverão ter suas entradas e saídas devidamente
CAPÍTULO VII identificadas, na forma regulamentada pelo CONTRAN.

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Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado CAPÍTULO VIII


de que trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão
ser sinalizadas com as respectivas placas indicativas de DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA
destinação e com placas informando os dados sobre a FISCALIZAÇÃO E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE
infração por estacionamento indevido. TRÂNSITO

Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em: Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e
regulamentos a serem adotados em todo o território
I - verticais; nacional quando da implementação das soluções
adotadas pela Engenharia de Tráfego, assim como
II - horizontais; padrões a serem praticados por todos os órgãos e
entidades do Sistema Nacional de Trânsito.
III - dispositivos de sinalização auxiliar;
Art. 92. (VETADO)
IV - luminosos;
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa
V - sonoros; transformar-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser
aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade
com circunscrição sobre a via e sem que do projeto
VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
conste área para estacionamento e indicação das vias de
acesso adequadas.
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue
após sua construção, ou reaberta ao trânsito após a
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à
realização de obras ou de manutenção, enquanto não
segurança de veículos e pedestres, tanto na via quanto
estiver devidamente sinalizada, vertical e
na calçada, caso não possa ser retirado, deve ser devida
horizontalmente, de forma a garantir as condições
e imediatamente sinalizado.
adequadas de segurança na circulação.

Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações


Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras
transversais e de sonorizadores como redutores de
deverá ser afixada sinalização específica e adequada.
velocidade, salvo em casos especiais definidos pelo órgão
ou entidade competente, nos padrões e critérios
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de estabelecidos pelo CONTRAN.
prevalência:
Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar
I - as ordens do agente de trânsito sobre as normas de
ou interromper a livre circulação de veículos e pedestres,
circulação e outros sinais;
ou colocar em risco sua segurança, será iniciada sem
permissão prévia do órgão ou entidade de trânsito com
II - as indicações do semáforo sobre os demais sinais; circunscrição sobre a via.

III - as indicações dos sinais sobre as demais normas de § 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela
trânsito. execução ou manutenção da obra ou do evento.

Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste § 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de
Código por inobservância à sinalização quando esta for trânsito com circunscrição sobre a via avisará a
insuficiente ou incorreta. comunidade, por intermédio dos meios de comunicação
social, com quarenta e oito horas de antecedência, de
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição qualquer interdição da via, indicando-se os caminhos
sobre a via é responsável pela implantação da alternativos a serem utilizados.
sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou
incorreta colocação. § 3º O descumprimento do disposto neste artigo será
punido com multa de R$ 81,35 (oitenta e um reais e
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no trinta e cinco centavos) a R$ 488,10 (quatrocentos e
que se refere à interpretação, colocação e uso da oitenta e oito reais e dez centavos), independentemente
sinalização. das cominações cíveis e penais cabíveis, além de multa

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diária no mesmo valor até a regularização da situação, a 8 - microônibus;


partir do prazo final concedido pela autoridade de
trânsito, levando-se em consideração a dimensão da 9 - ônibus;
obra ou do evento e o prejuízo causado ao trânsito.
10 - bonde;
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância
de qualquer das normas previstas neste e nos arts. 93 e 11 - reboque ou semi-reboque;
94, a autoridade de trânsito aplicará multa diária na base
de cinqüenta por cento do dia de vencimento ou
12 - charrete;
remuneração devida enquanto permanecer a
irregularidade.
b) de carga:

1 - motoneta;
CAPÍTULO IX
DOS VEÍCULOS 2 - motocicleta;

3 - triciclo;
Seção I

4 - quadriciclo;
Disposições Gerais

5 - caminhonete;
Art. 96. Os veículos classificam-se em:

6 - caminhão;
I - quanto à tração:

7 - reboque ou semi-reboque;
a) automotor;

8 - carroça;
b) elétrico;

9 - carro-de-mão;
c) de propulsão humana;

c) misto:
d) de tração animal;

1 - camioneta;
e) reboque ou semi-reboque;

2 - utilitário;
II - quanto à espécie:

3 - outros;
a) de passageiros:

d) de competição;
1 - bicicleta;

e) de tração:
2 - ciclomotor;

1 - caminhão-trator;
3 - motoneta;

2 - trator de rodas;
4 - motocicleta;

3 - trator de esteiras;
5 - triciclo;

4 - trator misto;
6 - quadriciclo;

f) especial;
7 - automóvel;

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g) de coleção; Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos


poderá transitar com lotação de passageiros, com peso
III - quanto à categoria: bruto total, ou com peso bruto total combinado com
peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, nem
a) oficial; ultrapassar a capacidade máxima de tração da unidade
tratora.
b) de representação diplomática, de repartições
consulares de carreira ou organismos internacionais § 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros
acreditados junto ao Governo brasileiro; poderão ser dotados de pneus extralargos.

c) particular; § 2º O Contran regulamentará o uso de pneus


extralargos para os demais veículos.
d) de aluguel;
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte
de passageiros de até 15 m (quinze metros) de
e) de aprendizagem.
comprimento na configuração de chassi 8x2.
Art. 97. As características dos veículos, suas
Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado
especificações básicas, configuração e condições
no transporte de carga indivisível, que não se enquadre
essenciais para registro, licenciamento e circulação serão
nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo
estabelecidas pelo CONTRAN, em função de suas
CONTRAN, poderá ser concedida, pela autoridade com
aplicações.
circunscrição sobre a via, autorização especial de
trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem,
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá,
atendidas as medidas de segurança consideradas
sem prévia autorização da autoridade competente, fazer necessárias.
ou ordenar que sejam feitas no veículo modificações de
suas características de fábrica.
§ 1º A autorização será concedida mediante
requerimento que especificará as características do
Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados
veículo ou combinação de veículos e de carga, o
que sofrerem alterações ou conversões são obrigados a
percurso, a data e o horário do deslocamento inicial.
atender aos mesmos limites e exigências de emissão de
poluentes e ruído previstos pelos órgãos ambientais
§ 2º A autorização não exime o beneficiário da
competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade
responsabilidade por eventuais danos que o veículo ou a
executora das modificações e ao proprietário do veículo
combinação de veículos causar à via ou a terceiros.
a responsabilidade pelo cumprimento das exigências.

§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões


Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o
poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição
veículo cujo peso e dimensões atenderem aos limites
sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo
estabelecidos pelo CONTRAN.
de seis meses, atendidas as medidas de segurança
consideradas necessárias.
§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de
pesagem ou pela verificação de documento fiscal, na
Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente
forma estabelecida pelo CONTRAN.
equipado quando transitar, de modo a evitar o
derramamento da carga sobre a via.
§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de
peso bruto total e peso bruto transmitido por eixo de
Parágrafo único. O CONTRAN fixará os requisitos
veículos à superfície das vias, quando aferido por
mínimos e a forma de proteção das cargas de que trata
equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
este artigo, de acordo com a sua natureza.
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na
Seção II
pesagem de veículos serão aferidos de acordo com a
metodologia e na periodicidade estabelecidas pelo
CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia Da Segurança dos Veículos
legal.

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Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando I - cinto de segurança, conforme regulamentação
atendidos os requisitos e condições de segurança específica do CONTRAN, com exceção dos veículos
estabelecidos neste Código e em normas do CONTRAN. destinados ao transporte de passageiros em percursos
em que seja permitido viajar em pé;
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os
encarroçadores de veículos deverão emitir certificado de II - para os veículos de transporte e de condução escolar,
segurança, indispensável ao cadastramento no os de transporte de passageiros com mais de dez lugares
RENAVAM, nas condições estabelecidas pelo CONTRAN. e os de carga com peso bruto total superior a quatro mil,
quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e registrador instantâneo inalterável de velocidade e
a periodicidade para que os fabricantes, os tempo;
importadores, os montadores e os encarroçadores
comprovem o atendimento aos requisitos de segurança III - encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos
veicular, devendo, para isso, manter disponíveis a automotores, segundo normas estabelecidas pelo
qualquer tempo os resultados dos testes e ensaios dos CONTRAN;
sistemas e componentes abrangidos pela legislação de
segurança veicular. IV - (VETADO)

Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições V - dispositivo destinado ao controle de emissão de gases
de segurança, de controle de emissão de gases poluentes poluentes e de ruído, segundo normas estabelecidas pelo
e de ruído avaliadas mediante inspeção, que será CONTRAN.
obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas pelo
CONTRAN para os itens de segurança e pelo CONAMA VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna
para emissão de gases poluentes e ruído. dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho
retrovisor do lado esquerdo.
§ 1º (VETADO)
VII - equipamento suplementar de retenção - air
§ 2º (VETADO) bag frontal para o condutor e o passageiro do banco
dianteiro.
§ 3º (VETADO)
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos
§ 4º (VETADO) obrigatórios dos veículos e determinará suas
especificações técnicas.
§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção
aos veículos reprovados na inspeção de segurança e na § 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento
de emissão de gases poluentes e ruído. ou acessório proibido, sendo o infrator sujeito às
penalidades e medidas administrativas previstas neste
§ 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, Código.
durante 3 (três) anos a partir do primeiro licenciamento,
os veículos novos classificados na categoria particular, § 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os
com capacidade para até 7 (sete) passageiros, desde que encarroçadores de veículos e os revendedores devem
mantenham suas características originais de fábrica e comercializar os seus veículos com os equipamentos
não se envolvam em acidente de trânsito com danos de obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais
média ou grande monta. estabelecidos pelo CONTRAN.

§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que § 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o
trata o § 6º será de 2 (dois) anos, desde que mantenham atendimento do disposto neste artigo.
suas características originais de fábrica e não se
envolvam em acidente de trânsito com danos de média § 5o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste
ou grande monta. artigo será progressivamente incorporada aos novos
projetos de automóveis e dos veículos deles derivados,
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, fabricados, importados, montados ou encarroçados, a
entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN: partir do 1o (primeiro) ano após a definição pelo Contran

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das especificações técnicas pertinentes e do respectivo II - o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos
cronograma de implantação e a partir do 5o (quinto) ano, veículos em movimento, salvo nos que possuam espelhos
após esta definição, para os demais automóveis zero retrovisores em ambos os lados.
quilômetro de modelos ou projetos já existentes e
veículos deles derivados. III - aposição de inscrições, películas refletivas ou não,
painéis decorativos ou pinturas, quando comprometer a
§ 6o A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste segurança do veículo, na forma de regulamentação do
artigo não se aplica aos veículos destinados à CONTRAN.
exportação.
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter
Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de publicitário ou qualquer outra que possa desviar a
modificação de veículo ou, ainda, quando ocorrer atenção dos condutores em toda a extensão do pára-
substituição de equipamento de segurança especificado brisa e da traseira dos veículos, salvo se não colocar em
pelo fabricante, será exigido, para licenciamento e risco a segurança do trânsito.
registro, certificado de segurança expedido por
instituição técnica credenciada por órgão ou entidade de Art. 112 (Revogado pela Lei nº 9.792, de 1999)
metrologia legal, conforme norma elaborada pelo
CONTRAN. Art. 113. Os importadores, as montadoras, as
encarroçadoras e fabricantes de veículos e autopeças são
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao responsáveis civil e criminalmente por danos causados
transporte individual ou coletivo de passageiros, deverão aos usuários, a terceiros, e ao meio ambiente,
satisfazer, além das exigências previstas neste Código, às decorrentes de falhas oriundas de projetos e da
condições técnicas e aos requisitos de segurança, higiene qualidade dos materiais e equipamentos utilizados na
e conforto estabelecidos pelo poder competente para sua fabricação.
autorizar, permitir ou conceder a exploração dessa
atividade. Seção III

Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a Da Identificação do Veículo
autoridade com circunscrição sobre a via poderá
autorizar, a título precário, o transporte de passageiros
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente
em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas as
por caracteres gravados no chassi ou no monobloco,
condições de segurança estabelecidas neste Código e
reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o
pelo CONTRAN.
CONTRAN.

Parágrafo único. A autorização citada no caput não


§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou
poderá exceder a doze meses, prazo a partir do qual a
montador, de modo a identificar o veículo, seu fabricante
autoridade pública responsável deverá implantar o
e as suas características, além do ano de fabricação, que
serviço regular de transporte coletivo de passageiros, em
não poderá ser alterado.
conformidade com a legislação pertinente e com os
dispositivos deste Código.
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de
prévia autorização da autoridade executiva de trânsito e
Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados
somente serão processadas por estabelecimento por ela
ao transporte de passageiros só pode ser realizado de
credenciado, mediante a comprovação de propriedade
acordo com as normas estabelecidas pelo CONTRAN.
do veículo, mantida a mesma identificação anterior,
inclusive o ano de fabricação.
Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas
características para competição ou finalidade análoga só
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão
poderá circular nas vias públicas com licença especial da
da autoridade executiva de trânsito, fazer, ou ordenar
autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados.
que se faça, modificações da identificação de seu veículo.

Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:


Art. 115. O veículo será identificado externamente por
meio de placas dianteira e traseira, sendo esta lacrada
I - (VETADO)

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em sua estrutura, obedecidas as especificações e usuários específicos, na forma de regulamento a ser


modelos estabelecidos pelo CONTRAN. emitido, conjuntamente, pelo Conselho Nacional de
Justiça - CNJ, pelo Conselho Nacional do Ministério
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para Público - CNMP e pelo Conselho Nacional de Trânsito -
cada veículo e o acompanharão até a baixa do registro, CONTRAN.
sendo vedado seu reaproveitamento.
§ 8o Os veículos artesanais utilizados para trabalho
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira agrícola (jericos), para efeito do registro de que trata o §
Nacional serão usadas somente pelos veículos de 4o-A, ficam dispensados da exigência prevista no art.
representação pessoal do Presidente e do Vice- 106.
Presidente da República, dos Presidentes do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados, do Presidente e dos § 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a
Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Ministros de identificação do veículo ao qual estão atreladas são
Estado, do Advogado-Geral da União e do Procurador- dispensadas da utilização do lacre previsto no caput, na
Geral da República. forma a ser regulamentada pelo Contran.

§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos
Tribunais Federais, dos Governadores, Prefeitos, Estados e do Distrito Federal, devidamente registrados e
Secretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes das licenciados, somente quando estritamente usados em
Assembléias Legislativas, das Câmaras Municipais, dos serviço reservado de caráter policial, poderão usar placas
Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, particulares, obedecidos os critérios e limites
e do respectivo chefe do Ministério Público e ainda dos estabelecidos pela legislação que regulamenta o uso de
Oficiais Generais das Forças Armadas terão placas veículo oficial.
especiais, de acordo com os modelos estabelecidos pelo
CONTRAN. Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os
coletivos de passageiros deverão conter, em local
§ 4o Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara, do
arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar peso bruto total (PBT), do peso bruto total combinado
trabalhos de construção ou de pavimentação são sujeitos (PBTC) ou capacidade máxima de tração (CMT) e de sua
ao registro na repartição competente, se transitarem em lotação, vedado o uso em desacordo com sua
via pública, dispensados o licenciamento e o classificação.
emplacamento.
CAPÍTULO X
§ 4o-A. Os tratores e demais aparelhos automotores
destinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
executar trabalhos agrícolas, desde que facultados a
transitar em via pública, são sujeitos ao registro único, Art. 118. A circulação de veículo no território nacional,
sem ônus, em cadastro específico do Ministério da independentemente de sua origem, em trânsito entre o
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, acessível aos Brasil e os países com os quais exista acordo ou tratado
componentes do Sistema Nacional de Trânsito. internacional, reger-se-á pelas disposições deste Código,
pelas convenções e acordos internacionais ratificados.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de
uso bélico. Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de
controle de fronteira comunicarão diretamente ao
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados RENAVAM a entrada e saída temporária ou definitiva de
da placa dianteira. veículos.

§ 7o Excepcionalmente, mediante autorização específica § 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão sair
e fundamentada das respectivas corregedorias e com a do território nacional sem o prévio pagamento ou o
devida comunicação aos órgãos de trânsito competentes, depósito, judicial ou administrativo, dos valores
os veículos utilizados por membros do Poder Judiciário e correspondentes às infrações de trânsito cometidas e ao
do Ministério Público que exerçam competência ou ressarcimento de danos que tiverem causado ao
atribuição criminal poderão temporariamente ter placas patrimônio público ou de particulares,
especiais, de forma a impedir a identificação de seus

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independentemente da fase do processo administrativo Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo
ou judicial envolvendo a questão. Certificado de Registro de Veículo quando:

§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem o I - for transferida a propriedade;


cumprimento do disposto no § 1º e que posteriormente
forem flagrados tentando ingressar ou já em circulação II - o proprietário mudar o Município de domicílio ou
no território nacional serão retidos até a regularização da residência;
situação.
III - for alterada qualquer característica do veículo;
CAPÍTULO XI
IV - houver mudança de categoria.
DO REGISTRO DE VEÍCULOS
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo
Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, para o proprietário adotar as providências necessárias à
reboque ou semi-reboque, deve ser registrado perante o efetivação da expedição do novo Certificado de Registro
órgão executivo de trânsito do Estado ou do Distrito de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos
Federal, no Município de domicílio ou residência de seu as providências deverão ser imediatas.
proprietário, na forma da lei.
§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residência
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do no mesmo Município, o proprietário comunicará o novo
Distrito Federal somente registrarão veículos oficiais de endereço num prazo de trinta dias e aguardará o novo
propriedade da administração direta, da União, dos licenciamento para alterar o Certificado de
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de Licenciamento Anual.
qualquer um dos poderes, com indicação expressa, por
pintura nas portas, do nome, sigla ou logotipo do órgão § 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao
ou entidade em cujo nome o veículo será registrado, órgão executivo de trânsito que expediu o anterior e ao
excetuando-se os veículos de representação e os RENAVAM.
previstos no art. 116.
Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de Registro de Veículo serão exigidos os seguintes
uso bélico. documentos:

Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado I - Certificado de Registro de Veículo anterior;
de Registro de Veículo - CRV de acordo com os modelos e
especificações estabelecidos pelo CONTRAN, contendo
II - Certificado de Licenciamento Anual;
as características e condições de invulnerabilidade à
falsificação e à adulteração.
III - comprovante de transferência de propriedade,
quando for o caso, conforme modelo e normas
Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de
estabelecidas pelo CONTRAN;
Veículo o órgão executivo de trânsito consultará o
cadastro do RENAVAM e exigirá do proprietário os
seguintes documentos: IV - Certificado de Segurança Veicular e de emissão de
poluentes e ruído, quando houver adaptação ou
alteração de características do veículo;
I - nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor,
ou documento equivalente expedido por autoridade
competente; V - comprovante de procedência e justificativa da
propriedade dos componentes e agregados adaptados
ou montados no veículo, quando houver alteração das
II - documento fornecido pelo Ministério das Relações
características originais de fábrica;
Exteriores, quando se tratar de veículo importado por
membro de missões diplomáticas, de repartições
VI - autorização do Ministério das Relações Exteriores, no
consulares de carreira, de representações de organismos
internacionais e de seus integrantes. caso de veículo da categoria de missões diplomáticas, de
repartições consulares de carreira, de representações de
organismos internacionais e de seus integrantes;

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VII - certidão negativa de roubo ou furto de veículo, Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser
expedida no Município do registro anterior, que poderá esta comunicada, de imediato, ao RENAVAM.
ser substituída por informação do RENAVAM;
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro
VIII - comprovante de quitação de débitos relativos a de Veículo enquanto houver débitos fiscais e de multas
tributos, encargos e multas de trânsito vinculados ao de trânsito e ambientais, vinculadas ao veículo,
veículo, independentemente da responsabilidade pelas independentemente da responsabilidade pelas infrações
infrações cometidas; cometidas.

X - comprovante relativo ao cumprimento do disposto no Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de
art. 98, quando houver alteração nas características propulsão humana e dos veículos de tração animal
originais do veículo que afetem a emissão de poluentes e obedecerão à regulamentação estabelecida em
ruído; legislação municipal do domicílio ou residência de seus
proprietários.
XI - comprovante de aprovação de inspeção veicular e de
poluentes e ruído, quando for o caso, conforme Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos
regulamentações do CONTRAN e do CONAMA. automotores destinados a puxar ou a arrastar
maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas
Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os será efetuado, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura,
agregados e as características originais do veículo Pecuária e Abastecimento, diretamente ou mediante
deverão ser prestadas ao RENAVAM: convênio.

I - pelo fabricante ou montadora, antes da CAPÍTULO XII


comercialização, no caso de veículo nacional;
DO LICENCIAMENTO
II - pelo órgão alfandegário, no caso de veículo
importado por pessoa física; Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado,
reboque ou semi-reboque, para transitar na via, deverá
III - pelo importador, no caso de veículo importado por ser licenciado anualmente pelo órgão executivo de
pessoa jurídica. trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver
registrado o veículo.
Parágrafo único. As informações recebidas pelo
RENAVAM serão repassadas ao órgão executivo de § 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de
trânsito responsável pelo registro, devendo este uso bélico.
comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o veículo
registrado. § 2º No caso de transferência de residência ou domicílio,
é válido, durante o exercício, o licenciamento de origem.
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou
destinado à desmontagem, deverá requerer a baixa do Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será
registro, no prazo e forma estabelecidos pelo Contran, expedido ao veículo licenciado, vinculado ao Certificado
vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi de Registro, no modelo e especificações estabelecidos
de forma a manter o registro anterior. pelo CONTRAN.

Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é § 1º O primeiro licenciamento será feito
da companhia seguradora ou do adquirente do veículo simultaneamente ao registro.
destinado à desmontagem, quando estes sucederem ao
proprietário. § 2º O veículo somente será considerado licenciado
estando quitados os débitos relativos a tributos,
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só encargos e multas de trânsito e ambientais, vinculados
efetuará a baixa do registro após prévia consulta ao ao veículo, independentemente da responsabilidade
cadastro do RENAVAM. pelas infrações cometidas.

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§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá I - registro como veículo de passageiros;


comprovar sua aprovação nas inspeções de segurança
veicular e de controle de emissões de gases poluentes e II - inspeção semestral para verificação dos
de ruído, conforme disposto no art. 104. equipamentos obrigatórios e de segurança;

Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao III - pintura de faixa horizontal na cor amarela, com
licenciamento e terão sua circulação regulada pelo quarenta centímetros de largura, à meia altura, em toda
CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o Município a extensão das partes laterais e traseira da carroçaria,
de destino. com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de
veículo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores
§ 1o O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos aqui indicadas devem ser invertidas;
veículos importados, durante o trajeto entre a alfândega
ou entreposto alfandegário e o Município de destino. IV - equipamento registrador instantâneo inalterável de
velocidade e tempo;
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de
Licenciamento Anual. V - lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas
nas extremidades da parte superior dianteira e lanternas
Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no de luz vermelha dispostas na extremidade superior da
momento da fiscalização, for possível ter acesso ao parte traseira;
devido sistema informatizado para verificar se o veículo
está licenciado. VI - cintos de segurança em número igual à lotação;

Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o VII - outros requisitos e equipamentos obrigatórios
proprietário antigo deverá encaminhar ao órgão estabelecidos pelo CONTRAN.
executivo de trânsito do Estado dentro de um prazo de
trinta dias, cópia autenticada do comprovante de Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior
transferência de propriedade, devidamente assinado e deverá ser afixada na parte interna do veículo, em local
datado, sob pena de ter que se responsabilizar visível, com inscrição da lotação permitida, sendo vedada
solidariamente pelas penalidades impostas e suas a condução de escolares em número superior à
reincidências até a data da comunicação. capacidade estabelecida pelo fabricante.

Parágrafo único. O comprovante de transferência de Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de
propriedade de que trata o caput poderá ser substituído escolares deve satisfazer os seguintes requisitos:
por documento eletrônico, na forma regulamentada pelo
Contran.
I - ter idade superior a vinte e um anos;

Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao


II - ser habilitado na categoria D;
transporte individual ou coletivo de passageiros de linhas
regulares ou empregados em qualquer serviço
III - (VETADO)
remunerado, para registro, licenciamento e respectivo
emplacamento de característica comercial, deverão estar
devidamente autorizados pelo poder público IV - não ter cometido nenhuma infração grave ou
concedente. gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias
durante os doze últimos meses;
CAPÍTULO XIII
V - ser aprovado em curso especializado, nos termos da
regulamentação do CONTRAN.
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES

Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a


Art. 136. Os veículos especialmente destinados à
competência municipal de aplicar as exigências previstas
condução coletiva de escolares somente poderão circular
em seus regulamentos, para o transporte de escolares.
nas vias com autorização emitida pelo órgão ou entidade
executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
exigindo-se, para tanto: CAPÍTULO XIII-A

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DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE II - saber ler e escrever;

III - possuir Carteira de Identidade ou equivalente.


Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao
transporte remunerado de mercadorias – moto-frete – Parágrafo único. As informações do candidato à
somente poderão circular nas vias com autorização habilitação serão cadastradas no RENACH.
emitida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos
Estados e do Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à
aprendizagem para conduzir veículos automotores e
I – registro como veículo da categoria de aluguel; elétricos e à autorização para conduzir ciclomotores
serão regulamentados pelo CONTRAN.
II – instalação de protetor de motor mata-cachorro,
fixado no chassi do veículo, destinado a proteger o motor § 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão
e a perna do condutor em caso de tombamento, nos humana e de tração animal ficará a cargo dos Municípios.
termos de regulamentação do Conselho Nacional de
Trânsito – Contran; § 2º (VETADO)

III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em
nos termos de regulamentação do Contran; outro país está subordinado às condições estabelecidas
em convenções e acordos internacionais e às normas do
IV – inspeção semestral para verificação dos CONTRAN.
equipamentos obrigatórios e de segurança.
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas
§ 1o A instalação ou incorporação de dispositivos para categorias de A a E, obedecida a seguinte gradação:
transporte de cargas deve estar de acordo com a
regulamentação do Contran. I - Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas
ou três rodas, com ou sem carro lateral;
§ 2o É proibido o transporte de combustíveis, produtos
inflamáveis ou tóxicos e de galões nos veículos de que II - Categoria B - condutor de veículo motorizado, não
trata este artigo, com exceção do gás de cozinha e de abrangido pela categoria A, cujo peso bruto total não
galões contendo água mineral, desde que com o auxílio exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja
de side-car, nos termos de regulamentação do lotação não exceda a oito lugares, excluído o do
Contran. motorista;

Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a III - Categoria C - condutor de veículo motorizado
competência municipal ou estadual de aplicar as utilizado em transporte de carga, cujo peso bruto total
exigências previstas em seus regulamentos para as exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
atividades de moto-frete no âmbito de suas
circunscrições.
IV - Categoria D - condutor de veículo motorizado
utilizado no transporte de passageiros, cuja lotação
CAPÍTULO XIV exceda a oito lugares, excluído o do motorista;

DA HABILITAÇÃO V - Categoria E - condutor de combinação de veículos em


que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou
Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e D e cuja unidade acoplada, reboque,
elétrico será apurada por meio de exames que deverão semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis
ser realizados junto ao órgão ou entidade executivos do mil quilogramas) ou mais de peso bruto total, ou cuja
Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou residência lotação exceda a 8 (oito) lugares.
do candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio
órgão, devendo o condutor preencher os seguintes § 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá
requisitos: estar habilitado no mínimo há um ano na categoria B e
não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima,
I - ser penalmente imputável;

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ou ser reincidente em infrações médias, durante os Parágrafo único. A participação em curso especializado
últimos doze meses. previsto no inciso IV independe da observância do
disposto no inciso III.
§ 2o São os condutores da categoria B autorizados a
conduzir veículo automotor da espécie motor-casa, § 2o (VETADO).
definida nos termos do Anexo I deste Código, cujo peso
não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir
lotação não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do ambulâncias, o candidato deverá comprovar treinamento
motorista. especializado e reciclagem em cursos específicos a cada 5
(cinco) anos, nos termos da normatização do
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da Contran.
combinação de veículos com mais de uma unidade
tracionada, independentemente da capacidade de tração Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o
ou do peso bruto total. condutor deverá realizar exames complementares
exigidos para habilitação na categoria pretendida.
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator
misto ou o equipamento automotor destinado à Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a
movimentação de cargas ou execução de trabalho exames realizados pelo órgão executivo de trânsito, na
agrícola, de terraplenagem, de construção ou de seguinte ordem:
pavimentação só podem ser conduzidos na via pública
por condutor habilitado nas categorias C, D ou E. I - de aptidão física e mental;

Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos II - (VETADO)


automotores destinados a executar trabalhos agrícolas
poderão ser conduzidos em via pública também por
III - escrito, sobre legislação de trânsito;
condutor habilitado na categoria B.
IV - de noções de primeiros socorros, conforme
Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para
regulamentação do CONTRAN;
conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros,
de escolares, de emergência ou de produto perigoso, o
candidato deverá preencher os seguintes requisitos: V - de direção veicular, realizado na via pública, em
veículo da categoria para a qual estiver habilitando-se.
I - ser maior de vinte e um anos;
§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos
respectivos examinadores serão registrados no
II - estar habilitado:
RENACH.

a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo


§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e
há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se
renovável a cada cinco anos, ou a cada três anos para
na categoria D; e
condutores com mais de sessenta e cinco anos de idade,
no local de residência ou domicílio do examinado.
b) no mínimo há um ano na categoria C, quando
pretender habilitar-se na categoria E;
§ 3o O exame previsto no § 2o incluirá avaliação
psicológica preliminar e complementar sempre que a ele
III - não ter cometido nenhuma infração grave ou se submeter o condutor que exerce atividade
gravíssima ou ser reincidente em infrações médias remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para
durante os últimos doze meses; os demais candidatos apenas no exame referente à
primeira habilitação.
IV - ser aprovado em curso especializado e em curso de
treinamento de prática veicular em situação de risco, nos § 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental,
termos da normatização do CONTRAN. ou de progressividade de doença que possa diminuir a
capacidade para conduzir o veículo, o prazo previsto no §
2º poderá ser diminuído por proposta do perito
examinador.

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§ 5o O condutor que exerce atividade remunerada ao habilitação e renovação da Carteira Nacional de


veículo terá essa informação incluída na sua Carteira Habilitação.
Nacional de Habilitação, conforme especificações do
Conselho Nacional de Trânsito – Contran. § 1o O exame de que trata este artigo buscará aferir o
consumo de substâncias psicoativas que,
Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é comprovadamente, comprometam a capacidade de
assegurada acessibilidade de comunicação, mediante direção e deverá ter janela de detecção mínima de 90
emprego de tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas (noventa) dias, nos termos das normas do Contran.
em todas as etapas do processo de habilitação.
§ 2o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira
o
§ 1 O material didático audiovisual utilizado em aulas Nacional de Habilitação com validade de 5 (cinco) anos
teóricas dos cursos que precedem os exames previstos deverão fazer o exame previsto no § 1o no prazo de 2
no art. 147 desta Lei deve ser acessível, por meio de (dois) anos e 6 (seis) meses a contar da realização do
subtitulação com legenda oculta associada à tradução disposto no caput.
simultânea em Libras.
§ 3o Os condutores das categorias C, D e E com Carteira
o
§ 2 É assegurado também ao candidato com deficiência Nacional de Habilitação com validade de 3 (três) anos
auditiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de deverão fazer o exame previsto no § 1o no prazo de 1
intérprete da Libras, para acompanhamento em aulas (um) ano e 6 (seis) meses a contar da realização do
práticas e teóricas. disposto no caput.

Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção § 4o É garantido o direito de contraprova e de recurso
veicular, poderão ser aplicados por entidades públicas ou administrativo no caso de resultado positivo para o
privadas credenciadas pelo órgão executivo de trânsito exame de que trata o caput, nos termos das normas do
dos Estados e do Distrito Federal, de acordo com as Contran.
normas estabelecidas pelo CONTRAN.
§ 5o A reprovação no exame previsto neste artigo terá
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, como consequência a suspensão do direito de dirigir pelo
obrigatoriamente, curso de direção defensiva e de período de 3 (três) meses, condicionado o levantamento
conceitos básicos de proteção ao meio ambiente da suspensão ao resultado negativo em novo exame, e
relacionados com o trânsito. vedada a aplicação de outras penalidades, ainda que
acessórias.
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão
para Dirigir, com validade de um ano. § 6o O resultado do exame somente será divulgado para
o interessado e não poderá ser utilizado para fins
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao estranhos ao disposto neste artigo ou no § 6o do art. 168
condutor no término de um ano, desde que o mesmo da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada
não tenha cometido nenhuma infração de natureza grave pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.
ou gravíssima ou seja reincidente em infração média.
§ 7o O exame será realizado, em regime de livre
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, concorrência, pelos laboratórios credenciados pelo
tendo em vista a incapacidade de atendimento do Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, nos
disposto no parágrafo anterior, obriga o candidato a termos das normas do Contran, vedado aos entes
reiniciar todo o processo de habilitação. públicos:

§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá I - fixar preços para os exames;


dispensar os tripulantes de aeronaves que apresentarem
o cartão de saúde expedido pelas Forças Armadas ou II - limitar o número de empresas ou o número de locais
pelo Departamento de Aeronáutica Civil, em que a atividade pode ser exercida; e
respectivamente, da prestação do exame de aptidão
física e mental. III - estabelecer regras de exclusividade territorial.

Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E Art. 149. (VETADO)


deverão submeter-se a exames toxicológicos para a

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Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo cancelamento da autorização para o exercício da
anterior, o condutor que não tenha curso de direção atividade, conforme a falta cometida.
defensiva e primeiros socorros deverá a eles ser
submetido, conforme normatização do CONTRAN. Art. 154. Os veículos destinados à formação de
condutores serão identificados por uma faixa amarela, de
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores vinte centímetros de largura, pintada ao longo da
contratados para operar a sua frota de veículos é carroçaria, à meia altura, com a inscrição AUTO-ESCOLA
obrigada a fornecer curso de direção defensiva, na cor preta.
primeiros socorros e outros conforme normatização do
CONTRAN. Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para
aprendizagem, quando autorizado para servir a esse fim,
Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre deverá ser afixada ao longo de sua carroçaria, à meia
legislação de trânsito ou de direção veicular, o candidato altura, faixa branca removível, de vinte centímetros de
só poderá repetir o exame depois de decorridos quinze largura, com a inscrição AUTO-ESCOLA na cor preta.
dias da divulgação do resultado.
Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado elétrico será realizada por instrutor autorizado pelo
perante comissão integrada por 3 (três) membros órgão executivo de trânsito dos Estados ou do Distrito
designados pelo dirigente do órgão executivo local de Federal, pertencente ou não à entidade credenciada.
trânsito.
Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo para aprendizagem, de acordo com a regulamentação do
menos um membro deverá ser habilitado na categoria CONTRAN, após aprovação nos exames de aptidão física,
igual ou superior à pretendida pelo candidato. mental, de primeiros socorros e sobre legislação de
trânsito.
§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e
bombeiros dos órgãos de segurança pública da União, Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento
dos Estados e do Distrito Federal que possuírem curso de para prestação de serviço pelas auto-escolas e outras
formação de condutor ministrado em suas corporações entidades destinadas à formação de condutores e às
serão dispensados, para a concessão do documento de exigências necessárias para o exercício das atividades de
habilitação, dos exames aos quais se houverem instrutor e examinador.
submetido com aprovação naquele curso, desde que
neles sejam observadas as normas estabelecidas pelo Art. 157. (VETADO)
Contran.
Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se:
§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar
interessado na dispensa de que trata o § 2º instruirá seu I - nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão
requerimento com ofício do comandante, chefe ou executivo de trânsito;
diretor da unidade administrativa onde prestar serviço,
do qual constarão o número do registro de identificação,
II - acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.
naturalidade, nome, filiação, idade e categoria em que se
habilitou a conduzir, acompanhado de cópia das atas dos
exames prestados. § 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado
na aprendizagem poderá conduzir apenas mais um
acompanhante.
§ 4º (VETADO)
§ 2o Parte da aprendizagem será obrigatoriamente
Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a
realizada durante a noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe
identificação de seus instrutores e examinadores, que
a carga horária mínima correspondente.
serão passíveis de punição conforme regulamentação a
ser estabelecida pelo CONTRAN.
Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em
modelo único e de acordo com as especificações do
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores
CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos
e examinadores serão de advertência, suspensão e
neste Código, conterá fotografia, identificação e CPF do

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condutor, terá fé pública e equivalerá a documento de § 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade


identidade em todo o território nacional. executiva estadual de trânsito poderá apreender o
documento de habilitação do condutor até a sua
§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da aprovação nos exames realizados.
Carteira Nacional de Habilitação quando o condutor
estiver à direção do veículo. CAPÍTULO XV

§ 2º (VETADO) DAS INFRAÇÕES

§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de
Habilitação será regulamentada pelo CONTRAN. qualquer preceito deste Código, da legislação
complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o
§ 4º (VETADO) infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas
indicadas em cada artigo, além das punições previstas no
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão Capítulo XIX.
para Dirigir somente terão validade para a condução de
veículo quando apresentada em original. Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às
resoluções do CONTRAN terão suas penalidades e
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação medidas administrativas definidas nas próprias
expedida e a da autoridade expedidora serão registradas resoluções.
no RENACH.
Art. 162. Dirigir veículo:
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro
no RENACH, agregando-se neste todas as informações. I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação,
Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Ciclomotor:
Habilitação ou a emissão de uma nova via somente será
realizada após quitação de débitos constantes do Infração - gravíssima;
prontuário do condutor.
Penalidade - multa (três vezes);
§ 9º (VETADO)
Medida administrativa - retenção do veículo até a
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está apresentação de condutor habilitado;
condicionada ao prazo de vigência do exame de aptidão
física e mental. II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para
Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada
§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na ou com suspensão do direito de dirigir:
vigência do Código anterior, será substituída por ocasião
do vencimento do prazo para revalidação do exame de Infração - gravíssima;
aptidão física e mental, ressalvados os casos especiais
previstos nesta Lei. Penalidade - multa (três vezes);

Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito Medida administrativa - recolhimento do documento de
deverá ser submetido a novos exames para que possa habilitação e retenção do veículo até a apresentação de
voltar a dirigir, de acordo com as normas estabelecidas condutor habilitado;
pelo CONTRAN, independentemente do reconhecimento
da prescrição, em face da pena concretizada na III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão
sentença. para Dirigir de categoria diferente da do veículo que
esteja conduzindo:
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele
envolvido poderá ser submetido aos exames exigidos Infração - gravíssima;
neste artigo, a juízo da autoridade executiva estadual de
trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor.
Penalidade - multa (duas vezes);

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Medida administrativa - retenção do veículo até a Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer
apresentação de condutor habilitado; outra substância psicoativa que determine
dependência:
IV - (VETADO)
Infração - gravíssima;
V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação
vencida há mais de trinta dias: Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de
dirigir por 12 (doze) meses.
Infração - gravíssima;
Medida administrativa - recolhimento do documento de
Penalidade - multa; habilitação e retenção do veículo, observado o disposto
no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de
Medida administrativa - recolhimento da Carteira 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro.
Nacional de Habilitação e retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado; Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
no caput em caso de reincidência no período de até 12
VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar (doze) meses.
de audição, de prótese física ou as adaptações do veículo
impostas por ocasião da concessão ou da renovação da Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame
licença para conduzir: clínico, perícia ou outro procedimento que permita
certificar influência de álcool ou outra substância
Infração - gravíssima; psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277:

Penalidade - multa; Infração - gravíssima;

Medida administrativa - retenção do veículo até o Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de
saneamento da irregularidade ou apresentação de dirigir por 12 (doze) meses;
condutor habilitado.
Medida administrativa - recolhimento do documento de
Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas habilitação e retenção do veículo, observado o disposto
condições previstas no artigo anterior: no § 4º do art. 270.

Infração - as mesmas previstas no artigo anterior; Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
no caput em caso de reincidência no período de até 12
Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior; (doze) meses

Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a
artigo anterior. pessoa que, mesmo habilitada, por seu estado físico ou
psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com
Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos segurança:
incisos do art. 162 tome posse do veículo automotor e
passe a conduzi-lo na via: Infração - gravíssima;

Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162; Penalidade - multa.

Penalidade - as mesmas previstas no art. 162; Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto
de segurança, conforme previsto no art. 65:
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do
art. 162. Infração - grave;

Penalidade - multa;

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Medida administrativa - retenção do veículo até Medida administrativa - recolhimento do documento de


colocação do cinto pelo infrator. habilitação e remoção do veículo.

Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista
observância das normas de segurança especiais no caput em caso de reincidência no período de 12
estabelecidas neste Código: (doze) meses da infração anterior.

Infração - gravíssima; Art. 174. Promover, na via, competição, eventos


organizados, exibição e demonstração de perícia em
Penalidade - multa; manobra de veículo, ou deles participar, como condutor,
sem permissão da autoridade de trânsito com
Medida administrativa - retenção do veículo até que a circunscrição sobre a via:
irregularidade seja sanada.
Infração - gravíssima;
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados
indispensáveis à segurança: Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de
dirigir e apreensão do veículo;
Infração - leve;
Medida administrativa - recolhimento do documento de
Penalidade - multa. habilitação e remoção do veículo.

Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam § 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos
atravessando a via pública, ou os demais veículos: condutores participantes.

Infração - gravíssima; § 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em


caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; infração anterior.

Medida administrativa - retenção do veículo e Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir
recolhimento do documento de habilitação. manobra perigosa, mediante arrancada brusca,
derrapagem ou frenagem com deslizamento ou
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os arrastamento de pneus:
pedestres ou veículos, água ou detritos:
Infração - gravíssima;
Infração - média;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de
Penalidade - multa. dirigir e apreensão do veículo;

Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos Medida administrativa - recolhimento do documento de
ou substâncias: habilitação e remoção do veículo.

Infração - média; Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista


no caput em caso de reincidência no período de 12
(doze) meses da infração anterior.
Penalidade - multa.

Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com


Art. 173. Disputar corrida:
vítima:

Infração - gravíssima;
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo
fazê-lo;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de
dirigir e apreensão do veículo;
II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido
de evitar perigo para o trânsito no local;

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III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos Infração - leve;


da polícia e da perícia;
Penalidade - multa.
IV - de adotar providências para remover o veículo do
local, quando determinadas por policial ou agente da Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de
autoridade de trânsito; combustível:

V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar Infração - média;


informações necessárias à confecção do boletim de
ocorrência: Penalidade - multa;

Infração - gravíssima; Medida administrativa - remoção do veículo.

Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito Art. 181. Estacionar o veículo:
de dirigir;
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do
Medida administrativa - recolhimento do documento de alinhamento da via transversal:
habilitação.
Infração - média;
Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima
de acidente de trânsito quando solicitado pela
Penalidade - multa;
autoridade e seus agentes:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave;
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta
Penalidade - multa.
centímetros a um metro:

Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem


Infração - leve;
vítima, de adotar providências para remover o veículo do
local, quando necessária tal medida para assegurar a
Penalidade - multa;
segurança e a fluidez do trânsito:

Medida administrativa - remoção do veículo;


Infração - média;

Penalidade - multa. III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um


metro:
Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo
Infração - grave;
na via pública, salvo nos casos de impedimento absoluto
de sua remoção e em que o veículo esteja devidamente
sinalizado: Penalidade - multa;

I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito Medida administrativa - remoção do veículo;


rápido:
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste
Infração - grave; Código:

Penalidade - multa; Infração - média;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

II - nas demais vias: Medida administrativa - remoção do veículo;

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V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das Infração - média;


vias de trânsito rápido e das vias dotadas de
acostamento: Penalidade - multa;

Infração - gravíssima; Medida administrativa - remoção do veículo;

Penalidade - multa; XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:

Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - grave;

VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de Penalidade - multa;


água ou tampas de poços de visita de galerias
subterrâneas, desde que devidamente identificados, Medida administrativa - remoção do veículo;
conforme especificação do CONTRAN:
XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
Infração - média; circulação de veículos e pedestres:

Penalidade - multa; Infração - grave;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior: Medida administrativa - remoção do veículo;

Infração - leve; XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de


ponto de embarque ou desembarque de passageiros de
Penalidade - multa; transporte coletivo ou, na inexistência desta sinalização,
no intervalo compreendido entre dez metros antes e
Medida administrativa - remoção do veículo; depois do marco do ponto:

VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, Infração - média;


sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios,
ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de Penalidade - multa;
rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim
público: Medida administrativa - remoção do veículo;

Infração - grave; XIV - nos viadutos, pontes e túneis:

Penalidade - multa; Infração - grave;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada Medida administrativa - remoção do veículo;
destinada à entrada ou saída de veículos:
XV - na contramão de direção:
Infração - média;
Infração - média;
Penalidade - multa;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente
X - impedindo a movimentação de outro veículo: freado e sem calço de segurança, quando se tratar de

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veículo com peso bruto total superior a três mil e § 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar
quinhentos quilogramas: o calço de segurança na via.

Infração - grave; Art. 182. Parar o veículo:

Penalidade - multa; I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do


alinhamento da via transversal:
Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - média;
XVII - em desacordo com as condições regulamentadas
especificamente pela sinalização (placa - Estacionamento Penalidade - multa;
Regulamentado):
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta
Infração - grave; centímetros a um metro:

Penalidade - multa; Infração - leve;

Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;

XVIII - em locais e horários proibidos especificamente III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um
pela sinalização (placa - Proibido Estacionar): metro:

Infração - média; Infração - média;

Penalidade - multa; Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo; IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste


Código:
XIX - em locais e horários de estacionamento e parada
proibidos pela sinalização (placa - Proibido Parar e Infração - leve;
Estacionar):
Penalidade - multa;
Infração - grave;
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das
Penalidade - multa; vias de trânsito rápido e das demais vias dotadas de
acostamento:
Medida administrativa - remoção do veículo.
Infração - grave;
XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou
idosos, sem credencial que comprove tal condição: Penalidade - multa;

Infração - gravíssima; VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas


ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de
Penalidade - multa; rolamento e marcas de canalização:

Medida administrativa - remoção do veículo. Infração - leve;

§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de Penalidade - multa;


trânsito aplicará a penalidade preferencialmente após a
remoção do veículo. VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a
circulação de veículos e pedestres:

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Infração - média; maior e com autorização do poder público


competente:
Penalidade - multa;
Infração - gravíssima;
VIII - nos viadutos, pontes e túneis:
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Infração - média;
Medida Administrativa - remoção do veículo.
Penalidade - multa;
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar
IX - na contramão de direção: de conservá-lo:

Infração - média; I - na faixa a ele destinada pela sinalização de


regulamentação, exceto em situações de emergência;
Penalidade - multa;
II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior
X - em local e horário proibidos especificamente pela porte:
sinalização (placa - Proibido Parar):
Infração - média;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na
mudança de sinal luminoso: I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para
ultrapassar outro veículo e apenas pelo tempo
Infração - média; necessário, respeitada a preferência do veículo que
transitar em sentido contrário:
Penalidade - multa.
Infração - grave;
Art. 184. Transitar com o veículo:
Penalidade - multa;
I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de
circulação exclusiva para determinado tipo de veículo, II - vias com sinalização de regulamentação de sentido
exceto para acesso a imóveis lindeiros ou conversões à único de circulação:
direita:
Infração - gravíssima;
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa;
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos
II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de pela regulamentação estabelecida pela autoridade
circulação exclusiva para determinado tipo de veículo: competente:

Infração - grave; I - para todos os tipos de veículos:

Penalidade - multa. Infração - média;

III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada Penalidade - multa;


com circulação destinada aos veículos de transporte
público coletivo de passageiros, salvo casos de força Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo,
interrompendo ou perturbando o trânsito:

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Infração - média; rolamento, acostamentos, marcas de canalização,


gramados e jardins públicos:
Penalidade - multa.
Infração - gravíssima;
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos
de batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de Penalidade - multa (três vezes).
polícia, de operação e fiscalização de trânsito e às
ambulâncias, quando em serviço de urgência e Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância
devidamente identificados por dispositivos necessária a pequenas manobras e de forma a não
regulamentados de alarme sonoro e iluminação causar riscos à segurança:
vermelha intermitentes:
Infração - grave;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando autoridade competente de trânsito ou de seus agentes:
este com prioridade de passagem devidamente
identificada por dispositivos regulamentares de alarme Infração - grave;
sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
Penalidade - multa.
Infração - grave;
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante
Penalidade - multa. gesto regulamentar de braço ou luz indicadora de
direção do veículo, o início da marcha, a realização da
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou de
transitando em sentidos opostos, estejam na iminência faixa de circulação:
de passar um pelo outro ao realizar operação de
ultrapassagem: Infração - grave;

Infração - gravíssima; Penalidade - multa.

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo
dirigir. para a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro da
respectiva mão de direção, quando for manobrar para
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista um desses lados:
no caput em caso de reincidência no período de até 12
(doze) meses da infração anterior. Infração - média;

Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral Penalidade - multa.


e frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em
relação ao bordo da pista, considerando-se, no Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando
momento, a velocidade, as condições climáticas do local solicitado:
da circulação e do veículo:
Infração - média;
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, da frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal
passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, de que vai entrar à esquerda:
ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de

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Infração - média; Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista


no caput em caso de reincidência no período de até 12
Penalidade - multa. (doze) meses da infração anterior.

Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à
coletivo ou de escolares, parado para embarque ou direita, para aguardar a oportunidade de cruzar a pista
desembarque de passageiros, salvo quando houver ou entrar à esquerda, onde não houver local apropriado
refúgio de segurança para o pedestre: para operação de retorno:

Infração - gravíssima; Infração - grave;

Penalidade - multa. Penalidade - multa.

Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre
metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar cortejo, préstito, desfile e formações militares, salvo com
bicicleta: autorização da autoridade de trânsito ou de seus
agentes:
Infração - média;
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 202. Ultrapassar outro veículo:
Art. 206. Executar operação de retorno:
I - pelo acostamento;
I - em locais proibidos pela sinalização;
II - em interseções e passagens de nível;
II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
Infração - gravíssima;
III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas,
Penalidade - multa (cinco vezes). ajardinamento ou canteiros de divisões de pista de
rolamento, refúgios e faixas de pedestres e nas de
veículos não motorizados;
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
IV - nas interseções, entrando na contramão de direção
I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade da via transversal;
suficiente;
V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança,
II - nas faixas de pedestre; ainda que em locais permitidos:

III - nas pontes, viadutos ou túneis; Infração - gravíssima;

IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, Penalidade - multa.


cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedimento à
livre circulação;
Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à
esquerda em locais proibidos pela sinalização:
V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão
de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples
Infração - grave;
contínua amarela:

Penalidade - multa.
Infração - gravíssima;

Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de


Penalidade - multa (cinco vezes).
parada obrigatória:

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Infração - gravíssima; Infração - grave;

Penalidade - multa. Penalidade - multa.

Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a
ou sem sinalização ou dispositivos auxiliares, deixar de pedestre e a veículo não motorizado:
adentrar às áreas destinadas à pesagem de veículos ou
evadir-se para não efetuar o pagamento do pedágio: I - que se encontre na faixa a ele destinada;

Infração - grave; II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra
sinal verde para o veículo;
Penalidade - multa.
III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e
Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário gestantes:
policial:
Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do
direito de dirigir; IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não
haja sinalização a ele destinada;
Medida administrativa - remoção do veículo e
recolhimento do documento de habilitação. V - que esteja atravessando a via transversal para onde
se dirige o veículo:
Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão
de sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou Infração - grave;
qualquer outro obstáculo, com exceção dos veículos não
motorizados: Penalidade - multa.

Infração - grave; Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:

Penalidade - multa. I - em interseção não sinalizada:

Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou
linha férrea: rotatória;

Infração - gravíssima; b) a veículo que vier da direita;

Penalidade - multa. II - nas interseções com sinalização de regulamentação


de Dê a Preferência:
Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a
respectiva marcha for interceptada: Infração - grave;

I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, Penalidade - multa.


passeatas, desfiles e outros:
Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar
Infração - gravíssima; adequadamente posicionado para ingresso na via e sem
as precauções com a segurança de pedestres e de outros
Penalidade - multa. veículos:

II - por agrupamento de veículos, como cortejos, Infração - média;


formações militares e outros:

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Penalidade - multa. I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações,


cortejos, préstitos e desfiles:
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados
sem dar preferência de passagem a pedestres e a outros Infração - gravíssima;
veículos:
Penalidade - multa;
Infração - média;
II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado
Penalidade - multa. pelo agente da autoridade de trânsito, mediante sinais
sonoros ou gestos;
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima
permitida para o local, medida por instrumento ou III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou
equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, acostamento;
vias arteriais e demais vias:
IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não
I - quando a velocidade for superior à máxima em até sinalizada;
20% (vinte por cento):
V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja
Infração - média; cercada;

Penalidade - multa; VI - nos trechos em curva de pequeno raio;

II - quando a velocidade for superior à máxima em mais VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com
de 20% (vinte por cento) até 50% (cinqüenta por advertência de obras ou trabalhadores na pista;
cento):
VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;
Infração - grave;
IX - quando houver má visibilidade;
Penalidade - multa;
X - quando o pavimento se apresentar escorregadio,
III - quando a velocidade for superior à máxima em mais defeituoso ou avariado;
de 50% (cinqüenta por cento):
XI - à aproximação de animais na pista;
Infração - gravíssima;
XII - em declive;
Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata
do direito de dirigir e apreensão do documento de XIII - ao ultrapassar ciclista:
habilitação.
Infração - grave;
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à
metade da velocidade máxima estabelecida para a via, Penalidade - multa;
retardando ou obstruindo o trânsito, a menos que as
condições de tráfego e meteorológicas não o permitam,
XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de
salvo se estiver na faixa da direita:
embarque e desembarque de passageiros ou onde haja
intensa movimentação de pedestres:
Infração - média;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa.
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de
forma compatível com a segurança do trânsito:

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Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser
desacordo com as especificações e modelos retirada imediatamente:
estabelecidos pelo CONTRAN:
Infração - grave;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa;
Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que
Medida administrativa - retenção do veículo para tenha sido utilizado para sinalização temporária da via:
regularização e apreensão das placas irregulares.
Infração - média;
Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que
confecciona, distribui ou coloca, em veículo próprio ou Penalidade - multa.
de terceiros, placas de identificação não autorizadas pela
regulamentação. Art. 227. Usar buzina:

Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de I - em situação que não a de simples toque breve como
atendimento de emergência, o sistema de iluminação advertência ao pedestre ou a condutores de outros
vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro veículos;
de incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e
das ambulâncias, ainda que parados:
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;

Infração - média;
III - entre as vinte e duas e as seis horas;

Penalidade - multa.
IV - em locais e horários proibidos pela sinalização;

Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o


V - em desacordo com os padrões e freqüências
facho de luz alta de forma a perturbar a visão de outro
estabelecidas pelo CONTRAN:
condutor:
Infração - leve;
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Penalidade - multa;
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em
Medida administrativa - retenção do veículo para
volume ou freqüência que não sejam autorizados pelo
regularização.
CONTRAN:

Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias
Infração - grave;
providas de iluminação pública:
Penalidade - multa;
Infração - leve;
Medida administrativa - retenção do veículo para
Penalidade - multa.
regularização.

Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os


Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de
demais condutores e, à noite, não manter acesas as luzes
alarme ou que produza sons e ruído que perturbem o
externas ou omitir-se quanto a providências necessárias
sossego público, em desacordo com normas fixadas pelo
para tornar visível o local, quando:
CONTRAN:

I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou


Infração - média;
permanecer no acostamento;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;

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Medida administrativa - remoção do veículo. XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de


caráter publicitário afixados ou pintados no pára-brisa e
Art. 230. Conduzir o veículo: em toda a extensão da parte traseira do veículo,
excetuadas as hipóteses previstas neste Código;
I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou
qualquer outro elemento de identificação do veículo XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por
violado ou falsificado; películas refletivas ou não, painéis decorativos ou
pinturas;
II - transportando passageiros em compartimento de
carga, salvo por motivo de força maior, com permissão XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não
da autoridade competente e na forma estabelecida pelo autorizadas pela legislação;
CONTRAN;
XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo
III - com dispositivo anti-radar; a segurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de
segurança e de emissão de poluentes e ruído, prevista no
IV - sem qualquer uma das placas de identificação; art. 104;

V - que não esteja registrado e devidamente licenciado; XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:

VI - com qualquer uma das placas de identificação sem Infração - grave;


condições de legibilidade e visibilidade:
Penalidade - multa;
Infração - gravíssima;
Medida administrativa - retenção do veículo para
Penalidade - multa e apreensão do veículo; regularização;

Medida administrativa - remoção do veículo; XX - sem portar a autorização para condução de


escolares, na forma estabelecida no art. 136:
VII - com a cor ou característica alterada;
Infração - grave;
VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança
veicular, quando obrigatória; Penalidade - multa e apreensão do veículo;

IX - sem equipamento obrigatório ou estando este XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais
ineficiente ou inoperante; inscrições previstas neste Código;

X - com equipamento obrigatório em desacordo com o XXII - com defeito no sistema de iluminação, de
estabelecido pelo CONTRAN; sinalização ou com lâmpadas queimadas:

XI - com descarga livre ou silenciador de motor de Infração - média;


explosão defeituoso, deficiente ou inoperante;
Penalidade - multa.
XII - com equipamento ou acessório proibido;
XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no
XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de art. 67-C, relativamente ao tempo de permanência do
sinalização alterados; condutor ao volante e aos intervalos para descanso,
quando se tratar de veículo de transporte de carga ou
coletivo de passageiros:
XIV - com registrador instantâneo inalterável de
velocidade e tempo viciado ou defeituoso, quando
houver exigência desse aparelho; Infração - média;

Penalidade - multa;

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Medida administrativa - retenção do veículo para Penalidade - multa acrescida a cada duzentos
cumprimento do tempo de descanso aplicável. quilogramas ou fração de excesso de peso apurado,
constante na seguinte tabela:
XXIV- (VETADO).
a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco
o
§ 1 Se o condutor cometeu infração igual nos últimos reais e trinta e dois centavos);
12 (doze) meses, será convertida, automaticamente, a
penalidade disposta no inciso XXIII em infração grave. b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos
quilogramas) - R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro
§ 2o Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação centavos);
do veículo fica condicionada ao pagamento ou ao
depósito, judicial ou administrativo, da multa. c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas) -
R$ 21,28 (vinte e um reais e vinte e oito centavos);
Art. 231. Transitar com o veículo:
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) -
I - danificando a via, suas instalações e equipamentos; R$ 31,92 (trinta e um reais e noventa e dois
centavos);
II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil
a) carga que esteja transportando; quilogramas) - R$ 42,56 (quarenta e dois reais e
cinquenta e seis centavos);
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$
53,20 (cinquenta e três reais e vinte centavos);
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:

Medida administrativa - retenção do veículo e


Infração - gravíssima;
transbordo da carga excedente;
Penalidade - multa;
'VI - em desacordo com a autorização especial, expedida
pela autoridade competente para transitar com
Medida administrativa - retenção do veículo para
dimensões excedentes, ou quando a mesma estiver
regularização;
vencida:

III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis Infração - grave;


superiores aos fixados pelo CONTRAN;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos
limites estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem
Medida administrativa - remoção do veículo;
autorização:

VII - com lotação excedente;


Infração - grave;

VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou


Penalidade - multa;
bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo
casos de força maior ou com permissão da autoridade
Medida administrativa - retenção do veículo para competente:
regularização;
Infração - média;
V - com excesso de peso, admitido percentual de
tolerância quando aferido por equipamento, na forma a
Penalidade - multa;
ser estabelecida pelo CONTRAN:

Medida administrativa - retenção do veículo;


Infração - média;

IX - desligado ou desengrenado, em declive:

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Infração - média; Medida administrativa - remoção do veículo.

Penalidade - multa; Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes
externas do veículo, salvo nos casos devidamente
Medida administrativa - retenção do veículo; autorizados:

X - excedendo a capacidade máxima de tração: Infração - grave;

Infração - de média a gravíssima, a depender da relação Penalidade - multa;


entre o excesso de peso apurado e a capacidade máxima
de tração, a ser regulamentada pelo CONTRAN; Medida administrativa - retenção do veículo para
transbordo.
Penalidade - multa;
Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou
Medida Administrativa - retenção do veículo e corda, salvo em casos de emergência:
transbordo de carga excedente.
Infração - média;
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos
incisos V e X, o veículo que transitar com excesso de peso Penalidade - multa.
ou excedendo à capacidade máxima de tração, não
computado o percentual tolerado na forma do disposto Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as
na legislação, somente poderá continuar viagem após especificações, e com falta de inscrição e simbologia
descarregar o que exceder, segundo critérios necessárias à sua identificação, quando exigidas pela
estabelecidos na referida legislação complementar. legislação:

Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte Infração - grave;


obrigatório referidos neste Código:
Penalidade - multa;
Infração - leve;
Medida administrativa - retenção do veículo para
Penalidade - multa; regularização.

Medida administrativa - retenção do veículo até a Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito
apresentação do documento. ou a seus agentes, mediante recibo, os documentos de
habilitação, de registro, de licenciamento de veículo e
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo outros exigidos por lei, para averiguação de sua
de trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito, autenticidade:
ocorridas as hipóteses previstas no art. 123:
Infração - gravíssima;
Infração - grave;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Medida administrativa - retenção do veículo para
regularização. Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para
regularização, sem permissão da autoridade competente
Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de ou de seus agentes:
habilitação e de identificação do veículo:
Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;

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Medida administrativa - remoção do veículo. IV - com os faróis apagados;

Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do V - transportando criança menor de sete anos ou que
registro de veículo irrecuperável ou definitivamente não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar de sua
desmontado: própria segurança:

Infração - grave; Infração - gravíssima;

Penalidade - multa; Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;

Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Medida administrativa - Recolhimento do documento de


Registro e do Certificado de Licenciamento Anual. habilitação;

Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do VI - rebocando outro veículo;


veículo ou de habilitação do condutor:
VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo
Infração - leve; eventualmente para indicação de manobras;

Penalidade - multa. VIII – transportando carga incompatível com suas


especificações ou em desacordo com o previsto no §
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de 2o do art. 139-A desta Lei;
registro, licenciamento ou habilitação:
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias
Infração - gravíssima; em desacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou
com as normas que regem a atividade profissional dos
Penalidade - multa. mototaxistas:

Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao Infração – grave;


órgão executivo de trânsito competente a ocorrência de
perda total do veículo e de lhe devolver as respectivas Penalidade – multa;
placas e documentos:
Medida administrativa – apreensão do veículo para
Infração - grave; regularização.

Penalidade - multa; § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e
VIII, além de:
Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos
documentos. a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento
especial a ele destinado;
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo
I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos onde houver acostamento ou faixas de rolamento
de proteção e vestuário de acordo com as normas e próprias;
especificações aprovadas pelo CONTRAN;
c) transportar crianças que não tenham, nas
II - transportando passageiro sem o capacete de circunstâncias, condições de cuidar de sua própria
segurança, na forma estabelecida no inciso anterior, ou segurança.
fora do assento suplementar colocado atrás do condutor
ou em carro lateral; § 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do
parágrafo anterior:
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em
uma roda; Infração - média;

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Penalidade - multa. Penalidade - multa;

§ 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste Medida administrativa - retenção para o transbordo.
artigo não se aplica às motocicletas e motonetas que
tracionem semi-reboques especialmente projetados para Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de
esse fim e devidamente homologados pelo órgão posição, quando o veículo estiver parado, para fins de
competente. embarque ou desembarque de passageiros e carga ou
descarga de mercadorias:
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias,
materiais ou equipamentos, sem autorização do órgão Infração - média;
ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via:
Penalidade - multa.
Infração - grave;
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
Penalidade - multa;
I - deixar de manter acesa a luz baixa:
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do
material. a) durante a noite;

Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e nas
incidirão sobre a pessoa física ou jurídica responsável. rodovias;

Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte
circulação, à segurança de veículo e pedestres, tanto no coletivo de passageiros, circulando em faixas ou pistas a
leito da via terrestre como na calçada, ou obstaculizar a eles destinadas;
via indevidamente:
d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;
Infração - gravíssima;
II - deixar de manter acesas pelo menos as luzes de
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a posição sob chuva forte, neblina ou cerração;
critério da autoridade de trânsito, conforme o risco à
segurança.
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;

Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa


Infração - média;
física ou jurídica responsável pela obstrução, devendo a
autoridade com circunscrição sobre a via providenciar a
Penalidade - multa.
sinalização de emergência, às expensas do responsável,
ou, se possível, promover a desobstrução.
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de
rolamento, em fila única, os veículos de tração ou I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações
propulsão humana e os de tração animal, sempre que de emergência;
não houver acostamento ou faixa a eles destinados:
II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas
Infração - média; seguintes situações:

Penalidade - multa. a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a


outro condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo;
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte
de passageiros carga excedente em desacordo com o b) em imobilizações ou situação de emergência, como
estabelecido no art. 109: advertência, utilizando pisca-alerta;

Infração - grave;

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c) quando a sinalização de regulamentação da via Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberadamente,
determinar o uso do pisca-alerta: interromper, restringir ou perturbar a circulação na via
sem autorização do órgão ou entidade de trânsito com
Infração - média; circunscrição sobre ela:

Penalidade - multa. Infração - gravíssima;

Art. 252. Dirigir o veículo: Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito
de dirigir por 12 (doze) meses;
I - com o braço do lado de fora;
Medida administrativa - remoção do veículo.
II - transportando pessoas, animais ou volume à sua
esquerda ou entre os braços e pernas; § 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes
aos organizadores da conduta prevista no caput.
III - com incapacidade física ou mental temporária que
comprometa a segurança do trânsito; § 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência
no período de 12 (doze) meses.
IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que
comprometa a utilização dos pedais; § 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou
jurídicas que incorram na infração, devendo a autoridade
V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer com circunscrição sobre a via restabelecer de imediato,
sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do se possível, as condições de normalidade para a
veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do circulação na via.
veículo;
Art. 254. É proibido ao pedestre:
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a
aparelhagem sonora ou de telefone celular;
I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto
para cruzá-las onde for permitido;
Infração - média;
II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou
Penalidade - multa. túneis, salvo onde exista permissão;

VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento,
movimento: salvo quando houver sinalização para esse fim;

Infração - média; IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de


perturbar o trânsito, ou para a prática de qualquer
Penalidade - multa. folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em casos
especiais e com a devida licença da autoridade
Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V competente;
caracterizar-se-á como infração gravíssima no caso de o
condutor estar segurando ou manuseando telefone V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem
celular. aérea ou subterrânea;

Art. 253. Bloquear a via com veículo: VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;

Infração - gravíssima; Infração - leve;

Penalidade - multa e apreensão do veículo; Penalidade - multa, em 50% (cinqüenta por cento) do
valor da infração de natureza leve.
Medida administrativa - remoção do veículo.
VII - (VETADO).

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§ 1º (VETADO). Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao


proprietário do veículo, ao embarcador e ao
§ 2º (VETADO). transportador, salvo os casos de descumprimento de
obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou
§ 3º (VETADO jurídicas expressamente mencionados neste Código.

Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja § 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão
permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em impostas concomitantemente as penalidades de que
desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59: trata este Código toda vez que houver responsabilidade
solidária em infração dos preceitos que lhes couber
observar, respondendo cada um de per si pela falta em
Infração - média;
comum que lhes for atribuída.
Penalidade - multa;
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade
pela infração referente à prévia regularização e
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante
preenchimento das formalidades e condições exigidas
recibo para o pagamento da multa.
para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e
inalterabilidade de suas características, componentes,
agregados, habilitação legal e compatível de seus
condutores, quando esta for exigida, e outras disposições
CAPÍTULO XVI que deva observar.

DAS PENALIDADES § 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas


infrações decorrentes de atos praticados na direção do
Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das veículo.
competências estabelecidas neste Código e dentro de
sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele § 4º O embarcador é responsável pela infração relativa
previstas, as seguintes penalidades: ao transporte de carga com excesso de peso nos eixos ou
no peso bruto total, quando simultaneamente for o
I - advertência por escrito; único remetente da carga e o peso declarado na nota
fiscal, fatura ou manifesto for inferior àquele aferido.
II - multa;
§ 5º O transportador é o responsável pela infração
III - suspensão do direito de dirigir; relativa ao transporte de carga com excesso de peso nos
eixos ou quando a carga proveniente de mais de um
V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação; embarcador ultrapassar o peso bruto total.

VI - cassação da Permissão para Dirigir; § 6º O transportador e o embarcador são solidariamente


responsáveis pela infração relativa ao excesso de peso
bruto total, se o peso declarado na nota fiscal, fatura ou
VII - freqüência obrigatória em curso de reciclagem.
manifesto for superior ao limite legal.
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código
§ 7o Não sendo imediata a identificação do infrator, o
não elide as punições originárias de ilícitos penais
principal condutor ou o proprietário do veículo terá
decorrentes de crimes de trânsito, conforme disposições
quinze dias de prazo, após a notificação da autuação,
de lei.
para apresentá-lo, na forma em que dispuser o Conselho
Nacional de Trânsito (Contran), ao fim do qual, não o
§ 2º (VETADO) fazendo, será considerado responsável pela infração o
principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário do
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos veículo.
órgãos ou entidades executivos de trânsito responsáveis
pelo licenciamento do veículo e habilitação do condutor. § 8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não
havendo identificação do infrator e sendo o veículo de
propriedade de pessoa jurídica, será lavrada nova multa

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ao proprietário do veículo, mantida a originada pela § 4º (VETADO)


infração, cujo valor é o da multa multiplicada pelo
número de infrações iguais cometidas no período de Art. 259. A cada infração cometida são computados os
doze meses. seguintes números de pontos:

§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime I - gravíssima - sete pontos;
do disposto no § 3º do art. 258 e no art. 259.
II - grave - cinco pontos;
§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executivo
de trânsito o principal condutor do veículo, o qual, após III - média - quatro pontos;
aceitar a indicação, terá seu nome inscrito em campo
próprio do cadastro do veículo no Renavam. IV - leve - três pontos.

§ 11. O principal condutor será excluído do § 1º (VETADO)


Renavam:
§ 2º (VETADO)
I - quando houver transferência de propriedade do
veículo; § 3o (VETADO).

II - mediante requerimento próprio ou do proprietário do § 4o Ao condutor identificado no ato da infração será


veículo; atribuída pontuação pelas infrações de sua
responsabilidade, nos termos previstos no § 3o do art.
III - a partir da indicação de outro principal 257, excetuando-se aquelas praticadas por passageiros
condutor. usuários do serviço de transporte rodoviário de
passageiros em viagens de longa distância transitando
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas
de acordo com sua gravidade, em quatro categorias: regulares intermunicipal, interestadual, internacional e
aquelas em viagem de longa distância por fretamento e
I - infração de natureza gravíssima, punida com multa no turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas as
valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e situações regulamentadas pelo Contran a teor do art. 65
quarenta e sete centavos); da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de
Trânsito Brasileiro.
II - infração de natureza grave, punida com multa no
valor de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo
e três centavos); órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a
via onde haja ocorrido a infração, de acordo com a
competência estabelecida neste Código.
III - infração de natureza média, punida com multa no
valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis
centavos); § 1º As multas decorrentes de infração cometida em
unidade da Federação diversa da do licenciamento do
veículo serão arrecadadas e compensadas na forma
IV - infração de natureza leve, punida com multa no valor
estabelecida pelo CONTRAN.
de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito
centavos).
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida em
unidade da Federação diversa daquela do licenciamento
§ 1º (Revogado).
do veículo poderão ser comunicadas ao órgão ou
entidade responsável pelo seu licenciamento, que
§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator providenciará a notificação.
multiplicador ou índice adicional específico é o previsto
neste Código.
§ 4º Quando a infração for cometida com veículo
licenciado no exterior, em trânsito no território nacional,
§ 3º (VETADO) a multa respectiva deverá ser paga antes de sua saída do
País, respeitado o princípio de reciprocidade.

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Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir que integrem seu quadro funcional, exercendo atividade
será imposta nos seguintes casos: remunerada ao volante, na forma que dispuser o
Contran.
I - sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte)
pontos, no período de 12 (doze) meses, conforme a § 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162
pontuação prevista no art. 259; o condutor que, notificado da penalidade de que trata
este artigo, dirigir veículo automotor em via pública.
II - por transgressão às normas estabelecidas neste
Código, cujas infrações preveem, de forma específica, a § 10. O processo de suspensão do direito de dirigir
penalidade de suspensão do direito de dirigir. referente ao inciso II do caput deste artigo deverá ser
instaurado concomitantemente com o processo de
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de aplicação da penalidade de multa.
suspensão do direito de dirigir são os seguintes:
§ 11. O Contran regulamentará as disposições deste
I - no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) artigo.
ano e, no caso de reincidência no período de 12 (doze)
meses, de 8 (oito) meses a 2 (dois) anos; Art. 262. (REVOGADA)

II - no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-
meses, exceto para as infrações com prazo descrito no á:
dispositivo infracional, e, no caso de reincidência no
período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) I - quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator
meses, respeitado o disposto no inciso II do art. conduzir qualquer veículo;
263.
II - no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a infrações previstas no inciso III do art. 162 e nos arts.
Carteira Nacional de Habilitação será devolvida a seu 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
titular imediatamente após cumprida a penalidade e o
curso de reciclagem.
III - quando condenado judicialmente por delito de
trânsito, observado o disposto no art. 160.
§ 3o A imposição da penalidade de suspensão do direito
de dirigir elimina os 20 (vinte) pontos computados para
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a
fins de contagem subsequente.
irregularidade na expedição do documento de
habilitação, a autoridade expedidora promoverá o seu
§ 4o (VETADO). cancelamento.

§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em § 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira
veículo, habilitado na categoria C, D ou E, poderá optar Nacional de Habilitação, o infrator poderá requerer sua
por participar de curso preventivo de reciclagem sempre reabilitação, submetendo-se a todos os exames
que, no período de 1 (um) ano, atingir 14 (quatorze) necessários à habilitação, na forma estabelecida pelo
pontos, conforme regulamentação do Contran. CONTRAN.

§ 6o Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5 o, o Art. 264. (VETADO)


condutor terá eliminados os pontos que lhe tiverem sido
atribuídos, para fins de contagem subsequente. Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de
dirigir e de cassação do documento de habilitação serão
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § aplicadas por decisão fundamentada da autoridade de
5º não poderá fazer nova opção no período de 12 (doze) trânsito competente, em processo administrativo,
meses. assegurado ao infrator amplo direito de defesa.

§ 8o A pessoa jurídica concessionária ou permissionária Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente,
de serviço público tem o direito de ser informada dos duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas,
pontos atribuídos, na forma do art. 259, aos motoristas cumulativamente, as respectivas penalidades.

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Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência V - recolhimento do Certificado de Registro;
por escrito à infração de natureza leve ou média, passível
de ser punida com multa, não sendo reincidente o VI - recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;
infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses,
quando a autoridade, considerando o prontuário do VII - (VETADO)
infrator, entender esta providência como mais educativa.
VIII - transbordo do excesso de carga;
§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o
acréscimo do valor da multa prevista no § 3º do art. 258,
IX - realização de teste de dosagem de alcoolemia ou
imposta por infração posteriormente cometida.
perícia de substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica;
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos
pedestres, podendo a multa ser transformada na
X - recolhimento de animais que se encontrem soltos nas
participação do infrator em cursos de segurança viária, a
vias e na faixa de domínio das vias de circulação,
critério da autoridade de trânsito.
restituindo-os aos seus proprietários, após o pagamento
de multas e encargos devidos.
Art. 268. O infrator será submetido a curso de
reciclagem, na forma estabelecida pelo CONTRAN:
XI - realização de exames de aptidão física, mental, de
legislação, de prática de primeiros socorros e de direção
I - quando, sendo contumaz, for necessário à sua veicular.
reeducação;
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as
II - quando suspenso do direito de dirigir; medidas administrativas e coercitivas adotadas pelas
autoridades de trânsito e seus agentes terão por objetivo
III - quando se envolver em acidente grave para o qual prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da
haja contribuído, independentemente de processo pessoa.
judicial;
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo
IV - quando condenado judicialmente por delito de não elidem a aplicação das penalidades impostas por
trânsito; infrações estabelecidas neste Código, possuindo caráter
complementar a estas.
V - a qualquer tempo, se for constatado que o condutor
está colocando em risco a segurança do trânsito; § 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional
de Habilitação e a Permissão para Dirigir.
VI - em outras situações a serem definidas pelo
CONTRAN. § 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso
X o disposto nos arts. 271 e 328, no que couber.
CAPÍTULO XVII
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS neste Código.

Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na § 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local
esfera das competências estabelecidas neste Código e da infração, o veículo será liberado tão logo seja
dentro de sua circunscrição, deverá adotar as seguintes regularizada a situação.
medidas administrativas:
§ 2o Não sendo possível sanar a falha no local da
I - retenção do veículo; infração, o veículo, desde que ofereça condições de
segurança para circulação, poderá ser liberado e
II - remoção do veículo; entregue a condutor regularmente habilitado, mediante
recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual,
III - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação; contra apresentação de recibo, assinalando-se prazo
razoável ao condutor para regularizar a situação, para o
que se considerará, desde logo, notificado.
IV - recolhimento da Permissão para Dirigir;

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§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido necessárias à sua restituição e sobre o disposto no art.
ao condutor no órgão ou entidade aplicadores das 328, conforme regulamentação do CONTRAN.
medidas administrativas, tão logo o veículo seja
apresentado à autoridade devidamente regularizado. § 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja
presente no momento da remoção do veículo, a
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local autoridade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias contado
da infração, o veículo será removido a depósito, da data da remoção, deverá expedir ao proprietário a
aplicando-se neste caso o disposto no art. 271. notificação prevista no § 5º, por remessa postal ou por
outro meio tecnológico hábil que assegure a sua ciência,
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção e, caso reste frustrada, a notificação poderá ser feita por
imediata, quando se tratar de veículo de transporte edital.
coletivo transportando passageiros ou veículo
transportando produto perigoso ou perecível, desde que § 7o A notificação devolvida por desatualização do
ofereça condições de segurança para circulação em via endereço do proprietário do veículo ou por recusa desse
pública. de recebê-la será considerada recebida para todos os
efeitos
§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se
refere o § 2o, será feito registro de restrição § 8o Em caso de veículo licenciado no exterior, a
administrativa no Renavam por órgão ou entidade notificação será feita por edital.
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
que será retirada após comprovada a regularização. § 9o Não caberá remoção nos casos em que a
irregularidade puder ser sanada no local da infração.
§ 7o O descumprimento das obrigações estabelecidas no
§ 2o resultará em recolhimento do veículo ao depósito, § 10. O pagamento das despesas de remoção e estada
aplicando-se, nesse caso, o disposto no art. 271. será correspondente ao período integral, contado em
dias, em que efetivamente o veículo permanecer em
Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos depósito, limitado ao prazo de 6 (seis) meses.
neste Código, para o depósito fixado pelo órgão ou
entidade competente, com circunscrição sobre a via. § 11. Os custos dos serviços de remoção e estada
prestados por particulares poderão ser pagos pelo
§ 1o A restituição do veículo removido só ocorrerá proprietário diretamente ao contratado.
mediante prévio pagamento de multas, taxas e despesas
com remoção e estada, além de outros encargos § 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o
previstos na legislação específica. respectivo ente da Federação estabelecer a cobrança por
meio de taxa instituída em lei.
§ 2o A liberação do veículo removido é condicionada ao
reparo de qualquer componente ou equipamento § 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do
obrigatório que não esteja em perfeito estado de recolhimento comprovar, administrativa ou
funcionamento. judicialmente, que o recolhimento foi indevido ou que
houve abuso no período de retenção em depósito, é da
§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência responsabilidade do ente público a devolução das
que não possa ser tomada no depósito, a autoridade quantias pagas por força deste artigo, segundo os
responsável pela remoção liberará o veículo para reparo, mesmos critérios da devolução de multas indevidas.
na forma transportada, mediante autorização,
assinalando prazo para reapresentação.
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de
Habilitação e da Permissão para Dirigir dar-se-á mediante
§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de recibo, além dos casos previstos neste Código, quando
veículo poderão ser realizados por órgão público, houver suspeita de sua inautenticidade ou adulteração.
diretamente, ou por particular contratado por licitação
pública, sendo o proprietário do veículo o responsável
Art. 273. O recolhimento do Certificado de Registro dar-
pelo pagamento dos custos desses serviços.
se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste
Código, quando:
§ 5o O proprietário ou o condutor deverá ser notificado,
no ato de remoção do veículo, sobre as providências

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I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos
procedimentos previstos no caput deste artigo.
II - se, alienado o veículo, não for transferida sua
propriedade no prazo de trinta dias. Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não
submetendo veículo à pesagem obrigatória nos pontos
Art. 274. O recolhimento do Certificado de de pesagem, fixos ou móveis, será aplicada a penalidade
Licenciamento Anual dar-se-á mediante recibo, além dos prevista no art. 209, além da obrigação de retornar ao
casos previstos neste Código, quando: ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.

I - houver suspeita de inautenticidade ou adulteração; Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação
policial, a apreensão do veículo dar-se-á tão logo seja
II - se o prazo de licenciamento estiver vencido; localizado, aplicando-se, além das penalidades em que
incorre, as estabelecidas no art. 210.
III - no caso de retenção do veículo, se a irregularidade
não puder ser sanada no local. Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo
veículo equipado com registrador instantâneo de
velocidade e tempo, somente o perito oficial
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é
encarregado do levantamento pericial poderá retirar o
condição para que o veículo possa prosseguir viagem e
disco ou unidade armazenadora do registro.
será efetuado às expensas do proprietário do veículo,
sem prejuízo da multa aplicável.
CAPÍTULO XVIII
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender
ao disposto neste artigo, o veículo será recolhido ao
depósito, sendo liberado após sanada a irregularidade e Seção I
pagas as despesas de remoção e estada.
Da Autuação
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de
sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor às Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de
penalidades previstas no art. 165. trânsito, lavrar-se-á auto de infração, do qual constará:

Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de I - tipificação da infração;


tolerância quando a infração for apurada por meio de
aparelho de medição, observada a legislação II - local, data e hora do cometimento da infração;
metrológica.
III - caracteres da placa de identificação do veículo, sua
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em marca e espécie, e outros elementos julgados
acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de necessários à sua identificação;
trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico,
perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos IV - o prontuário do condutor, sempre que possível;
ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran,
permita certificar influência de álcool ou outra V - identificação do órgão ou entidade e da autoridade
substância psicoativa que determine dependência. ou agente autuador ou equipamento que comprovar a
infração;
§ 1o (Revogado).
VI - assinatura do infrator, sempre que possível, valendo
o
§ 2 A infração prevista no art. 165 também poderá ser esta como notificação do cometimento da infração.
caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de
sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, § 1º (VETADO)
alteração da capacidade psicomotora ou produção de
quaisquer outras provas em direito admitidas. § 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da
autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, por
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas aparelho eletrônico ou por equipamento audiovisual,
administrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código reações químicas ou qualquer outro meio

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tecnologicamente disponível, previamente § 4º Da notificação deverá constar a data do término do


regulamentado pelo CONTRAN. prazo para apresentação de recurso pelo responsável
pela infração, que não será inferior a trinta dias contados
§ 3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o da data da notificação da penalidade.
agente de trânsito relatará o fato à autoridade no
próprio auto de infração, informando os dados a respeito § 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida
do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para no parágrafo anterior será a data para o recolhimento de
o procedimento previsto no artigo seguinte. seu valor.

§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor


para lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil, autuado poderá optar por ser notificado por meio
estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de Trânsito
designado pela autoridade de trânsito com jurisdição responsável pela autuação oferecer essa opção.
sobre a via no âmbito de sua competência.
§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar
Seção II pela notificação por meio eletrônico deverá manter seu
cadastro atualizado no órgão executivo de trânsito do
Do Julgamento das Autuações e Penalidades Estado ou do Distrito Federal.

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da § 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o
competência estabelecida neste Código e dentro de sua proprietário ou o condutor autuado será considerado
circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e notificado 30 (trinta) dias após a inclusão da informação
aplicará a penalidade cabível. no sistema eletrônico.

Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu § 3º O sistema previsto no caput será certificado
registro julgado insubsistente: digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade,
integridade, validade jurídica e interoperabilidade da
I - se considerado inconsistente ou irregular; Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-
Brasil).
II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a
notificação da autuação. Art. 283. (VETADO)

Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até
notificação ao proprietário do veículo ou ao infrator, por a data do vencimento expressa na notificação, por
remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico oitenta por cento do seu valor.
hábil, que assegure a ciência da imposição da penalidade.
§ 1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do eletrônica, se disponível, conforme regulamentação do
endereço do proprietário do veículo será considerada Contran, e opte por não apresentar defesa prévia nem
válida para todos os efeitos. recurso, reconhecendo o cometimento da infração,
poderá efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta
por cento) do seu valor, em qualquer fase do processo,
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de
até o vencimento da multa.
repartições consulares de carreira e de representações
de organismos internacionais e de seus integrantes será
remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as § 2º O recolhimento do valor da multa não implica
providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de renúncia ao questionamento administrativo, que pode
multa. ser realizado a qualquer momento, respeitado o disposto
no § 1º.
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a
condutor, à exceção daquela de que trata o § 1º do art. § 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser
259, a notificação será encaminhada ao proprietário do aplicada qualquer restrição, inclusive para fins de
veículo, responsável pelo seu pagamento. licenciamento e transferência, enquanto não for
encerrada a instância administrativa de julgamento de
infrações e penalidades.

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§ 4º Encerrada a instância administrativa de julgamento trinta dias contado da publicação ou da notificação da


de infrações e penalidades, a multa não paga até o decisão.
vencimento será acrescida de juros de mora equivalentes
à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de § 1º O recurso será interposto, da decisão do não
Custódia (Selic) para títulos federais acumulada provimento, pelo responsável pela infração, e da decisão
mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao de provimento, pela autoridade que impôs a penalidade.
da consolidação até o mês anterior ao do pagamento, e
de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será
pagamento estiver sendo efetuado. apreciado no prazo de trinta dias:

Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto I - tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou
perante a autoridade que impôs a penalidade, a qual entidade de trânsito da União:
remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo em até trinta dias.
a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo. seis meses, cassação do documento de habilitação ou
penalidade por infrações gravíssimas, pelo CONTRAN;
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o
recurso ao órgão julgador, dentro dos dez dias úteis b) nos demais casos, por colegiado especial integrado
subseqüentes à sua apresentação, e, se o entender pelo Coordenador-Geral da JARI, pelo Presidente da
intempestivo, assinalará o fato no despacho de Junta que apreciou o recurso e por mais um Presidente
encaminhamento. de Junta;

§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for II - tratando-se de penalidade imposta por órgão ou
julgado dentro do prazo previsto neste artigo, a entidade de trânsito estadual, municipal ou do Distrito
autoridade que impôs a penalidade, de ofício, ou por Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE,
solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito respectivamente.
suspensivo.
Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando
Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá houver apenas uma JARI, o recurso será julgado por seus
ser interposto no prazo legal, sem o recolhimento do seu próprios membros.
valor.
Art. 290. Implicam encerramento da instância
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á administrativa de julgamento de infrações e
o estabelecido no parágrafo único do art. 284. penalidades:

§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar I - o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 e
recurso, se julgada improcedente a penalidade, ser-lhe-á 289;
devolvida a importância paga, atualizada em UFIR ou por
índice legal de correção dos débitos fiscais. II - a não interposição do recurso no prazo legal; e

Art. 287. Se a infração for cometida em localidade III - o pagamento da multa, com reconhecimento da
diversa daquela do licenciamento do veículo, o recurso infração e requerimento de encerramento do processo
poderá ser apresentado junto ao órgão ou entidade de na fase em que se encontra, sem apresentação de defesa
trânsito da residência ou domicílio do infrator. ou recurso.

Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades
recurso deverá remetê-lo, de pronto, à autoridade que aplicadas nos termos deste Código serão cadastradas no
impôs a penalidade acompanhado das cópias dos RENACH.
prontuários necessários ao julgamento.
CAPÍTULO XIX
Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser DOS CRIMES DE TRÂNSITO
interposto, na forma do artigo seguinte, no prazo de
Seção I

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Disposições Gerais automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por


efeito de condenação penal, estiver recolhido a
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos estabelecimento prisional.
automotores, previstos neste Código, aplicam-se as
normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação
Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, penal, havendo necessidade para a garantia da ordem
bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício,
que couber. ou a requerimento do Ministério Público ou ainda
mediante representação da autoridade policial, decretar,
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da
culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição
de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: de sua obtenção.

I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou
psicoativa que determine dependência; a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento
do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito,
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou sem efeito suspensivo.
competição automobilística, de exibição ou
demonstração de perícia em manobra de veículo Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a
automotor, não autorizada pela autoridade competente; proibição de se obter a permissão ou a habilitação será
sempre comunicada pela autoridade judiciária ao
III - transitando em velocidade superior à máxima Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de
permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for
por hora). domiciliado ou residente.

§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime
ser instaurado inquérito policial para a investigação da previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de
infração penal. suspensão da permissão ou habilitação para dirigir
veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções
penais cabíveis.
§ 3º (VETADO).

Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no


§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes
pagamento, mediante depósito judicial em favor da
previstas no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com
dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial
base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal,
atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e
sempre que houver prejuízo material resultante do
consequências
crime.

Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a


§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor
do prejuízo demonstrado no processo.
pode ser imposta isolada ou cumulativamente com
outras penalidades.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50
a 52 do Código Penal.
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de
se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa
automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos.
reparatória será descontado.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as
réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em
penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do
quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a
veículo cometido a infração:
Carteira de Habilitação.

I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com


§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se
grande risco de grave dano patrimonial a terceiros;
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo

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II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver
adulteradas; conduzindo veículo de transporte de passageiros.

III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de § 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a
Habilitação; influência de álcool ou de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação
de categoria diferente da do veículo; Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou
proibição do direito de se obter a permissão ou a
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados habilitação para dirigir veículo automotor.
especiais com o transporte de passageiros ou de carga;
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados veículo automotor:
equipamentos ou características que afetem a sua
segurança ou o seu funcionamento de acordo com os Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão
limites de velocidade prescritos nas especificações do ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
fabricante; para dirigir veículo automotor.

VII - sobre faixa de trânsito temporária ou § 1o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se
permanentemente destinada a pedestres. ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302.

Art. 299. (VETADO) § 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois


a cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas
Art. 300. (VETADO) neste artigo, se o agente conduz o veículo com
capacidade psicomotora alterada em razão da influência
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de álcool ou de outra substância psicoativa que
de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão determine dependência, e se do crime resultar lesão
em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e corporal de natureza grave ou gravíssima.
integral socorro àquela.
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do
Seção II acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não
podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de
Dos Crimes em Espécie solicitar auxílio da autoridade pública:

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o
automotor: fato não constituir elemento de crime mais grave.

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja
dirigir veículo automotor. suprida por terceiros ou que se trate de vítima com
morte instantânea ou com ferimentos leves.
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de
veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do
terço) à metade, se o agente: acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que
lhe possa ser atribuída:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de
Habilitação; Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade


II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou
de outra substância psicoativa que determine
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo dependência:
sem risco pessoal, à vítima do acidente;

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Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar
o
§ 1 As condutas previstas no caput serão constatadas morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente
por: não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a
pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas
álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 neste artigo.
miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se
Contran, alteração da capacidade psicomotora. cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:

§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico,
exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de
outros meios de prova em direito admitidos, observado o veículo automotor a pessoa não habilitada, com
direito à contraprova. habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso,
ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou
§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de
distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para conduzi-lo com segurança:
efeito de caracterização do crime tipificado neste
artigo. Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a Art. 310-A. (VETADO)


permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor
imposta com fundamento neste Código: Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a
segurança nas proximidades de escolas, hospitais,
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com estações de embarque e desembarque de passageiros,
nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão logradouros estreitos, ou onde haja grande
ou de proibição. movimentação ou concentração de pessoas, gerando
perigo de dano:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado
que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de
Habilitação. Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente
automobilístico com vítima, na pendência do respectivo
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em procedimento policial preparatório, inquérito policial ou
via pública, de corrida, disputa ou competição processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
automobilística ou ainda de exibição ou demonstração a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
de perícia em manobra de veículo automotor, não
autorizada pela autoridade competente, gerando Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
situação de risco à incolumidade pública ou privada:
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa que não iniciados, quando da inovação, o procedimento
e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se
habilitação para dirigir ve ícu lo automotor. refere.

§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a
lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias 312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem substituição de pena privativa de liberdade por pena
assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de

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serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma condução de escolares e de aprendizagem às normas do


das seguintes atividades: inciso III do art. 136 e art. 154, respectivamente.

I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate Art. 318. (VETADO)


dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis
especializadas no atendimento a vítimas de Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas
trânsito; pelo CONTRAN, continua em vigor o disposto no art. 92
do Regulamento do Código Nacional de Trânsito -
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais Decreto nº 62.127, de 16 de janeiro de 1968.
da rede pública que recebem vítimas de acidente de
trânsito e politraumatizados; Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste
Código poderão ser corrigidos monetariamente pelo
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na Contran, respeitado o limite da variação do Índice
recuperação de acidentados de trânsito; Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no
exercício anterior.
IV - outras atividades relacionadas ao resgate,
atendimento e recuperação de vítimas de acidentes de Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do
trânsito. disposto no caput serão divulgados pelo Contran com, no
mínimo, 90 (noventa) dias de antecedência de sua
CAPÍTULO XX aplicação.

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das
multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em
Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos sinalização, engenharia de tráfego, de campo,
membros do CONTRAN no prazo de sessenta dias da policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
publicação deste Código.
§ 1º O percentual de cinco por cento do valor das multas
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e de trânsito arrecadadas será depositado, mensalmente,
quarenta dias a partir da publicação deste Código para na conta de fundo de âmbito nacional destinado à
expedir as resoluções necessárias à sua melhor execução, segurança e educação de trânsito.
bem como revisar todas as resoluções anteriores à sua
publicação, dando prioridade àquelas que visam a § 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente,
diminuir o número de acidentes e a assegurar a proteção na rede mundial de computadores (internet), dados
de pedestres. sobre a receita arrecadada com a cobrança de multas de
trânsito e sua destinação.
Parágrafo único. As resoluções do CONTRAN, existentes
até a data de publicação deste Código, continuam em Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional
vigor naquilo em que não conflitem com ele. de Trânsito poderão integrar-se para a ampliação e o
aprimoramento da fiscalização de trânsito, inclusive por
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, meio do compartilhamento da receita arrecadada com a
mediante proposta do CONTRAN, deverá, no prazo de cobrança das multas de trânsito.
duzentos e quarenta dias contado da publicação,
estabelecer o currículo com conteúdo programático Art. 321. (VETADO)
relativo à segurança e à educação de trânsito, a fim de
atender o disposto neste Código. Art. 322. (VETADO)

Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a
parágrafo único do art. 281 só entrará em vigor após metodologia de aferição de peso de veículos,
duzentos e quarenta dias contados da publicação desta estabelecendo percentuais de tolerância, sendo durante
Lei. este período suspensa a vigência das penalidades
previstas no inciso V do art. 231, aplicando-se a
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão penalidade de vinte UFIR por duzentos quilogramas ou
prazo de até um ano para a adaptação dos veículos de fração de excesso.

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Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere § 2o As metas expressam a diferença a menor, em base
este artigo, até a sua fixação pelo CONTRAN, são aqueles percentual, entre os índices mais recentes, oficialmente
estabelecidos pela Lei nº 7.408, de 25 de novembro de apurados, e os índices que se pretende alcançar.
1985.
§ 3o A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá as
Art. 324. (VETADO) respectivas margens de tolerância.

Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no § 4o As metas serão fixadas pelo Contran para cada um
mínimo, 5 (cinco) anos os documentos relativos à dos Estados da Federação e para o Distrito Federal,
habilitação de condutores, ao registro e ao licenciamento mediante propostas fundamentadas dos Cetran, do
de veículos e aos autos de infração de trânsito. Contrandife e do Departamento de Polícia Rodoviária
Federal, no âmbito das respectivas circunscri-
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser ções.
gerados e tramitados eletronicamente, bem como
arquivados e armazenados em meio digital, desde que § 5o Antes de submeterem as propostas ao Contran, os
assegurada a autenticidade, a fidedignidade, a Cetran, o Contrandife e o Departamento de Polícia
confiabilidade e a segurança das informações, e serão Rodoviária Federal realizarão consulta ou audiência
válidos para todos os efeitos legais, sendo dispensada, pública para manifestação da sociedade sobre as metas a
nesse caso, a sua guarda física. serem propostas.

§ 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação, o § 6o As propostas dos Cetran, do Contrandife e do


arquivamento, o armazenamento e a eliminação de Departamento de Polícia Rodoviária Federal serão
documentos eletrônicos e físicos gerados em decorrência encaminhadas ao Contran até o dia 1o de agosto de cada
da aplicação das disposições deste Código. ano, acompanhadas de relatório analítico a respeito do
cumprimento das metas fixadas para o ano anterior e de
§ 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema exposição de ações, projetos ou programas, com os
deverá ser certificado digitalmente, atendidos os respectivos orçamentos, por meio dos quais se pretende
requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica cumprir as metas propostas para o ano
e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas seguinte.
Brasileira (ICP-Brasil).
§ 7o As metas fixadas serão divulgadas em setembro,
Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será durante a Semana Nacional de Trânsito, assim como o
comemorada anualmente no período compreendido desempenho, absoluto e relativo, de cada Estado e do
entre 18 e 25 de setembro. Distrito Federal no cumprimento das metas vigentes no
ano anterior, detalhados os dados levantados e as ações
Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema realizadas por vias federais, estaduais e municipais,
Nacional de Trânsito, no que se refere à política de devendo tais informações permanecer à disposição do
segurança no trânsito, deverá voltar-se prioritariamente público na rede mundial de computadores, em sítio
para o cumprimento de metas anuais de redução de eletrônico do órgão máximo executivo de trânsito da
índice de mortos por grupo de veículos e de índice de União.
mortos por grupo de habitantes, ambos apurados por
Estado e por ano, detalhando-se os dados levantados e § 8o O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia
as ações realizadas por vias federais, estaduais e Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional
municipais. de Trânsito, definirá as fórmulas para apuração dos
índices de que trata este artigo, assim como a
§ 1o O objetivo geral do estabelecimento de metas é, ao metodologia para a coleta e o tratamento dos dados
final do prazo de dez anos, reduzir à metade, no mínimo, estatísticos necessários para a composição dos termos
o índice nacional de mortos por grupo de veículos e o das fórmulas.
índice nacional de mortos por grupo de habitantes,
relativamente aos índices apurados no ano da entrada § 9o Os dados estatísticos coletados em cada Estado e no
em vigor da lei que cria o Plano Nacional de Redução de Distrito Federal serão tratados e consolidados pelo
Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). respectivo órgão ou entidade executivos de trânsito, que
os repassará ao órgão máximo executivo de trânsito da

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União até o dia 1o de março, por meio do sistema de forma desta Lei, ressalvados os que vierem a ser
registro nacional de acidentes e estatísticas de regulamentados pelo CONTRAN.
trânsito.
Parágrafo único. (VETADO)
10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo
órgão ou entidade executivos de trânsito do Estado ou Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer
do Distrito Federal compreendem os coletados naquela título e não reclamado por seu proprietário dentro do
circunscrição: prazo de sessenta dias, contado da data de
recolhimento, será avaliado e levado a leilão, a ser
I - pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo realizado preferencialmente por meio eletrônico.
rodoviário da União;
§ 1o Publicado o edital do leilão, a preparação poderá ser
II - pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade iniciada após trinta dias, contados da data de
executivos rodoviários do Estado ou do Distrito recolhimento do veículo, o qual será classificado em duas
Federal; categorias:

III - pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários e I – conservado, quando apresenta condições de
pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos segurança para trafegar; e
Municípios.
II – sucata, quando não está apto a trafegar.
§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o
Distrito Federal, será feito pelo órgão máximo executivo § 2o Se não houver oferta igual ou superior ao valor da
de trânsito da União, ouvidos o Departamento de Polícia avaliação, o lote será incluído no leilão seguinte, quando
Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacional será arrematado pelo maior lance, desde que por valor
de Trânsito. não inferior a cinquenta por cento do avaliado.

§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia § 3o Mesmo classificado como conservado, o veículo que
31 de março de cada ano. for levado a leilão por duas vezes e não for arrematado
será leiloado como sucata.
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no
decorrer do ano, o Contran, os Cetran e o Contrandife § 4o É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata
poderão recomendar aos integrantes do Sistema à circulação.
Nacional de Trânsito alterações nas ações, projetos e
programas em desenvolvimento ou previstos, com o fim § 5o A cobrança das despesas com estada no depósito
de atingir as metas fixadas para cada um dos Estados e será limitada ao prazo de seis meses.
para o Distrito Federal.
§ 6o Os valores arrecadados em leilão deverão ser
14. A partir da análise de desempenho a que se refere o utilizados para custeio da realização do leilão, dividindo-
§ 7o deste artigo, o Contran elaborará e divulgará, se os custos entre os veículos arrematados,
também durante a Semana Nacional de Trânsito: proporcionalmente ao valor da arrematação, e
destinando-se os valores remanescentes, na seguinte
I - duas classificações ordenadas dos Estados e do Distrito ordem, para:
Federal, uma referente ao ano analisado e outra que
considere a evolução do desempenho dos Estados e do I – as despesas com remoção e estada;
Distrito Federal desde o início das análises;
II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10;
II - relatório a respeito do cumprimento do objetivo geral
do estabelecimento de metas previsto no § 1o deste
artigo.
III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de
crédito com garantia real, segundo a ordem de
Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente preferência estabelecida no art. 186 da Lei no 5.172, de
poderão ser fabricados e licenciados veículos que 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional);
obedeçam aos limites de peso e dimensões fixados na

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IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade com remoção e estada, ou para a autorização do leilão
responsável pelo leilão; nos termos deste artigo.

V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do § 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da
Sistema Nacional de Trânsito, segundo a ordem notificação de que trata o § 14, não houver manifestação
cronológica; e da autoridade responsável pela restrição judicial ou
policial, estará o órgão de trânsito autorizado a
VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência promover o leilão do veículo nos termos deste
legal. artigo.

§ 7o Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os § 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de bens
débitos incidentes sobre o veículo, a situação será automotores que se encontrarem nos depósitos há mais
comunicada aos credores. de 1 (um) ano poderão ser destinados à reciclagem,
independentemente da existência de restrições sobre o
veículo.
§ 8o Os órgãos públicos responsáveis serão comunicados
do leilão previamente para que formalizem a
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do §
desvinculação dos ônus incidentes sobre o veículo no
16 será realizado por lote de tonelagem de material
prazo máximo de dez dias.
ferroso, observando-se, no que couber, o disposto neste
artigo, condicionando-se a entrega do material
§ 9o Os débitos incidentes sobre o veículo antes da arrematado aos procedimentos necessários à
alienação administrativa ficam dele automaticamente descaracterização total do bem e à destinação exclusiva,
desvinculados, sem prejuízo da cobrança contra o ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgica,
proprietário anterior. vedado qualquer aproveitamento de peças e partes.

§ 10. Aplica-se o disposto no § 9o inclusive ao débito § 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queimados,
relativo a tributo cujo fato gerador seja a propriedade, o adulterados ou estrangeiros, bem como aqueles sem
domínio útil, a posse, a circulação ou o licenciamento de possibilidade de regularização perante o órgão de
veículo. trânsito, serão destinados à reciclagem,
independentemente do período em que estejam em
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o depósito, respeitado o prazo previsto no caput deste
veículo, por qualquer meio, os débitos serão novamente artigo, sempre que a autoridade responsável pelo leilão
vinculados ao bem, aplicando-se, nesse caso, o disposto julgar ser essa a medida apropriada.
nos §§ 1o, 2o e 3o do art. 271.
Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os
§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será arts. 135 e 136, para exercerem suas atividades, deverão
depositado em conta específica do órgão responsável apresentar, previamente, certidão negativa do registro
pela realização do leilão e ficará à disposição do antigo de distribuição criminal relativamente aos crimes de
proprietário, devendo ser expedida notificação a ele, no homicídio, roubo, estupro e corrupção de menores,
máximo em trinta dias após a realização do leilão, para o renovável a cada cinco anos, junto ao órgão responsável
levantamento do valor no prazo de cinco anos, após os pela respectiva concessão ou autorização.
quais o valor será transferido, definitivamente, para o
fundo a que se refere o parágrafo único do art. 320. Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem
reformas ou recuperação de veículos e os que comprem,
§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, ao vendam ou desmontem veículos, usados ou não, são
animal recolhido, a qualquer título, e não reclamado por obrigados a possuir livros de registro de seu movimento
seu proprietário no prazo de sessenta dias, a contar da de entrada e saída e de uso de placas de experiência,
data de recolhimento, conforme regulamentação do conforme modelos aprovados e rubricados pelos órgãos
CONTRAN. de trânsito.

§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ou § 1º Os livros indicarão:


judicial sobre o prontuário do veículo, a autoridade
responsável pela restrição será notificada para a retirada I - data de entrada do veículo no estabelecimento;
do bem do depósito, mediante a quitação das despesas

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II - nome, endereço e identidade do proprietário ou serviços e deverão atender prontamente suas


vendedor; requisições.

III - data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem; Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte
dias após a nomeação de seus membros, as disposições
IV - nome, endereço e identidade do comprador; previstas nos arts. 91 e 92, que terão de ser atendidas
pelos órgãos e entidades executivos de trânsito e
V - características do veículo constantes do seu executivos rodoviários para exercerem suas
certificado de registro; competências.

VI - número da placa de experiência. § 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão


prazo de um ano, após a edição das normas, para se
adequarem às novas disposições estabelecidas pelo
§ 2º Os livros terão suas páginas numeradas
CONTRAN, conforme disposto neste artigo.
tipograficamente e serão encadernados ou em folhas
soltas, sendo que, no primeiro caso, conterão termo de
abertura e encerramento lavrados pelo proprietário e § 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados
rubricados pela repartição de trânsito, enquanto, no exercerão as competências previstas neste Código em
segundo, todas as folhas serão autenticadas pela cumprimento às exigências estabelecidas pelo CONTRAN,
repartição de trânsito. conforme disposto neste artigo, acompanhados pelo
respectivo CETRAN, se órgão ou entidade municipal, ou
CONTRAN, se órgão ou entidade estadual, do Distrito
§ 3º A entrada e a saída de veículos nos
Federal ou da União, passando a integrar o Sistema
estabelecimentos referidos neste artigo registrar-se-ão
Nacional de Trânsito.
no mesmo dia em que se verificarem assinaladas,
inclusive, as horas a elas correspondentes, podendo os
veículos irregulares lá encontrados ou suas sucatas ser Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão
apreendidos ou retidos para sua completa regularização. ser homologadas pelo órgão ou entidade competente no
prazo de um ano, a partir da publicação deste Código,
devendo ser retiradas em caso contrário.
§ 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais
terão acesso aos livros sempre que o solicitarem, não
podendo, entretanto, retirá-los do estabelecimento. Art. 335. (VETADO)

§ 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no
ao realizá-lo e a recusa de sua exibição serão punidas Anexo II até a aprovação pelo CONTRAN, no prazo de
com a multa prevista para as infrações gravíssimas, trezentos e sessenta dias da publicação desta Lei, após a
independente das demais cominações legais cabíveis. manifestação da Câmara Temática de Engenharia, de
Vias e Veículos e obedecidos os padrões internacionais.
§ 6o Os livros previstos neste artigo poderão ser
substituídos por sistema eletrônico, na forma Art. 337. Os CETRAN terão suporte técnico e financeiro
regulamentada pelo Contran. dos Estados e Municípios que os compõem e, o
CONTRANDIFE, do Distrito Federal.
Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que
passarão a integrar os colegiados destinados ao Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os
julgamento dos recursos administrativos previstos na importadores e fabricantes, ao comerciarem veículos
Seção II do Capítulo XVIII deste Código, o julgamento dos automotores de qualquer categoria e ciclos, são
recursos ficará a cargo dos órgãos ora existentes. obrigados a fornecer, no ato da comercialização do
respectivo veículo, manual contendo normas de
circulação, infrações, penalidades, direção defensiva,
Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema
primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito
Nacional de Trânsito proporcionarão aos membros do
Brasileiro.
CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em serviço, todas
as facilidades para o cumprimento de sua missão,
fornecendo-lhes as informações que solicitarem, Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir
permitindo-lhes inspecionar a execução de quaisquer crédito especial no valor de R$ 264.954,00 (duzentos e
sessenta e quatro mil, novecentos e cinqüenta e quatro
reais), em favor do ministério ou órgão a que couber a

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coordenação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da
para atender as despesas decorrentes da implantação
oralidade, simplicidade, informalidade, economia
deste Código.
processual e celeridade, buscando, sempre que possível,
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias a conciliação ou a transação.
após a data de sua publicação.

Art. 341. Ficam revogadas as Leis nºs 5.108, de 21 de Capítulo II


setembro de 1966, 5.693, de 16 de agosto de
1971, 5.820, de 10 de novembro de 1972, 6.124, de 25
Dos Juizados Especiais Cíveis
de outubro de 1974, 6.308, de 15 de dezembro de
1975, 6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 de
dezembro de 1979, 7.031, de 20 de setembro de Seção I
1982, 7.052, de 02 de dezembro de 1982, 8.102, de 10 de
dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei nº
237, de 28 de fevereiro de 1967, e os Decretos-leis nºs Da Competência
584, de 16 de maio de 1969, 912, de 2 de outubro de
1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para

Brasília, 23 de setembro de 1997; 176º da Independência conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de
e 109º da República. menor complexidade, assim consideradas:

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Iris Rezende I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o
Eliseu Padilha salário mínimo;

LEI Nº 9.099 DE 26 DE SETEMBRO II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de

DE 1995 Processo Civil;

Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e III - a ação de despejo para uso próprio;

dá outras providências.
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:


§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

CAPÍTULO I
I - dos seus julgados;

Disposições Gerais
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto

Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito no § 1º do art. 8º desta Lei.

Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para


§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial
conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas
as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de
de sua competência.
interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a

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acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados


capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. com mais de cinco anos de experiência.

§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de
importará em renúncia ao crédito excedente ao limite exercer a advocacia perante os Juizados Especiais,
estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de enquanto no desempenho de suas funções.
conciliação.
Seção III
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei,
o Juizado do foro: Das Partes

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído

onde aquele exerça atividades profissionais ou por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de

econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, direito público, as empresas públicas da União, a massa

agência, sucursal ou escritório; falida e o insolvente civil.

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; § 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o
Juizado Especial:
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas
ações para reparação de dano de qualquer natureza. I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de
direito de pessoas jurídicas;
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação
ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo. II - as pessoas enquadradas como microempreendedores
individuais, microempresas e empresas de pequeno
Seção II porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de
dezembro de 2006;
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos
III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização
Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei
determinar as provas a serem produzidas, para apreciá- no 9.790, de 23 de março de 1999;
las e para dar especial valor às regras de experiência
comum ou técnica. IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor,
nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que de 2001.
reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins
sociais da lei e às exigências do bem comum. § 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor,
independentemente de assistência, inclusive para fins de
Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da conciliação.
Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre

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Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido
partes comparecerão pessoalmente, podendo ser por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato
assistidas por advogado; nas de valor superior, a processual, inclusive para a interposição de recursos,
assistência é obrigatória. computar-se-ão somente os dias úteis. (Incluído
pela Lei nº 13.728, de 2018)
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes
comparecer assistida por advogado, ou se o réu for Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que
pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se preencherem as finalidades para as quais forem
quiser, assistência judiciária prestada por órgão realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º
instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local. desta Lei.

§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar. tenha havido prejuízo.

§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
quanto aos poderes especiais. poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de
comunicação.
§ 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma
individual, poderá ser representado por preposto § 3º Apenas os atos considerados essenciais serão
credenciado, munido de carta de preposição com registrados resumidamente, em notas manuscritas,
poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os
empregatício. demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou
equivalente, que será inutilizada após o trânsito em
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de julgado da decisão.
intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á
o litisconsórcio. § 4º As normas locais disporão sobre a conservação das
peças do processo e demais documentos que o instruem.
Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos
em lei. Seção V

Seção IV Do pedido

Dos atos processuais Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do


pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão
realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as § 1º Do pedido constarão, de forma simples e em
normas de organização judiciária. linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

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II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta; II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual,


mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
III - o objeto e seu valor. obrigatoriamente identificado;

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for III - sendo necessário, por oficial de justiça,
possível determinar, desde logo, a extensão da independentemente de mandado ou carta precatória.
obrigação.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria para comparecimento do citando e advertência de que,
do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as
formulários impressos. alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei § 2º Não se fará citação por edital.
poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última
hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o § 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou
limite fixado naquele dispositivo. nulidade da citação.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para
distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado citação, ou por qualquer outro meio idôneo de
designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo comunicação.
de quinze dias.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, desde logo cientes as partes.
instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação,
dispensados o registro prévio de pedido e a citação. § 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de
endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente
ser dispensada a contestação formal e ambos serão indicado, na ausência da comunicação.
apreciados na mesma sentença.
Seção VII
Seção VI
Da Revelia
Das Citações e Intimações
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de
Art. 18. A citação far-se-á: conciliação ou à audiência de instrução e julgamento,
reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido
I - por correspondência, com aviso de recebimento em inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.
mão própria;
Seção VIII

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Da Conciliação e do Juízo Arbitral Da Instrução e Julgamento

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á
esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da imediatamente à audiência de instrução e julgamento,
conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências desde que não resulte prejuízo para a defesa.
do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do
art. 3º desta Lei. Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização
imediata, será a audiência designada para um dos quinze
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e
leigo ou por conciliador sob sua orientação. testemunhas eventualmente presentes.

Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão
a escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida,
sentença com eficácia de título executivo. proferida a sentença.

Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que
proferirá sentença. possam interferir no regular prosseguimento da
audiência. As demais questões serão decididas na
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão sentença.
optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma
prevista nesta Lei. Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por
uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, contrária, sem interrupção da audiência.
independentemente de termo de compromisso, com a
escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver Seção X
presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a
data para a audiência de instrução. Da Resposta do Réu

§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos. Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá
toda matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos impedimento do Juiz, que se processará na forma da
critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, legislação em vigor.
podendo decidir por eqüidade.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias contestação, formular pedido em seu favor, nos limites
subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos
togado para homologação por sentença irrecorrível. fatos que constituem objeto da controvérsia.

Seção IX

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Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do sua confiança, que lhe relatará informalmente o
réu na própria audiência ou requerer a designação da verificado.
nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os
presentes. Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo
a sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos
Seção XI depoimentos.

Das Provas Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob
a supervisão de Juiz togado.
Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos,
ainda que não especificados em lei, são hábeis para Seção XII
provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes.
Da Sentença
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência
de instrução e julgamento, ainda que não requeridas Art. 38. A sentença mencionará os elementos de

previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos

considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. relevantes ocorridos em audiência, dispensado o


relatório.
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada
parte, comparecerão à audiência de instrução e Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória

julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido.

independentemente de intimação, ou mediante esta, se


Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que
assim for requerido.
exceder a alçada estabelecida nesta Lei.

§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas


Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução
será apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes
proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao
da audiência de instrução e julgamento.
Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em

§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz substituição ou, antes de se manifestar, determinar a

poderá determinar sua imediata condução, valendo-se, realização de atos probatórios indispensáveis.

se necessário, do concurso da força pública.


Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de

Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o

inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a próprio Juizado.

apresentação de parecer técnico.


§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por

Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de

ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção em jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de

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§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente Art. 48. Caberão embargos de declaração contra
representadas por advogado. sentença ou acórdão nos casos previstos no Código de
Processo Civil.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias,
contados da ciência da sentença, por petição escrita, da Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos
qual constarão as razões e o pedido do recorrente. de ofício.

§ 1º O preparo será feito, independentemente de Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos
intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias,
interposição, sob pena de deserção. contados da ciência da decisão.

§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o
para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias. prazo para a interposição de recurso.

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, Seção XIV


podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar
dano irreparável para a parte. Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos

gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13 em lei:

desta Lei, correndo por conta do requerente as despesas


I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das
respectivas.
audiências do processo;

Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de


II - quando inadmissível o procedimento instituído por
julgamento.
esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;

Art. 46. O julgamento em segunda instância constará


III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
apenas da ata, com a indicação suficiente do processo,
fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos
for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do
previstos no art. 8º desta Lei;
julgamento servirá de acórdão.
V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de
Art. 47. (VETADO)
sentença ou não se der no prazo de trinta dias;

Seção XIII
VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a
citação dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência
Dos Embargos de Declaração
do fato.

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§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer poderá requerer a elevação da multa ou a transformação


hipótese, de prévia intimação pessoal das partes. da condenação em perdas e danos, que o Juiz de
imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar certa, incluída a multa vencida de obrigação de dar,
que a ausência decorre de força maior, a parte poderá quando evidenciada a malícia do devedor na execução
ser isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas. do julgado;

Seção XV VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o


cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor
Da Execução
deve depositar para as despesas, sob pena de multa
diária;
Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no
próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá
no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações:
autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a
tratar da alienação do bem penhorado, a qual se
I - as sentenças serão necessariamente líquidas,
aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou
contendo a conversão em Bônus do Tesouro Nacional -
leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes
BTN ou índice equivalente;
serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem
juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor móvel, ou hipotecado o imóvel;
judicial;
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais,
III - a intimação da sentença será feita, sempre que quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor;
possível, na própria audiência em que for proferida.
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da
Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a
execução, versando sobre:
sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e
advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso V);
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu
à revelia;
IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada
em julgado, e tendo havido solicitação do interessado,
b) manifesto excesso de execução;
que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à
execução, dispensada nova citação; c) erro de cálculo;

V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da


não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução, obrigação, superveniente à sentença.
cominará multa diária, arbitrada de acordo com as
condições econômicas do devedor, para a hipótese de Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no
inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor valor de até quarenta salários mínimos, obedecerá ao

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disposto no Código de Processo Civil, com as Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o
modificações introduzidas por esta Lei. vencido em custas e honorários de advogado,
ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e
comparecer à audiência de conciliação, quando poderá honorários de advogado, que serão fixados entre dez por
oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não
verbalmente. havendo condenação, do valor corrigido da causa.

§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas,
eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa salvo quando:
da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre
outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo I - reconhecida a litigância de má-fé;
ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata
adjudicação do bem penhorado. II - improcedentes os embargos do devedor;

§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido

julgados improcedentes, qualquer das partes poderá objeto de recurso improvido do devedor.

requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do


Seção XVII
parágrafo anterior.

Disposições Finais
§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens
penhoráveis, o processo será imediatamente extinto,
Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas
devolvendo-se os documentos ao autor.
as curadorias necessárias e o serviço de assistência
judiciária.
Seção XVI

Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou


Das Despesas
valor, poderá ser homologado, no juízo competente,

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em independentemente de termo, valendo a sentença como

primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, título executivo judicial.

taxas ou despesas.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o

Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito,

do art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas referendado pelo órgão competente do Ministério

processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro Público.

grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência


Art. 58. As normas de organização judiciária local
judiciária gratuita.
poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23
a causas não abrangidas por esta Lei.

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Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo
sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei lugar em que foi praticada a infração penal.

Capítulo III Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão


realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da
Dos Juizados Especiais Criminais semana, conforme dispuserem as normas de organização
judiciária.
Disposições Gerais

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que


Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
preencherem as finalidades para as quais foram
togados ou togados e leigos, tem competência para a
realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62
conciliação, o julgamento e a execução das infrações
desta Lei.
penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as
regras de conexão e continência. § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
tenha havido prejuízo.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o
juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
aplicação das regras de conexão e continência, observar- poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de
se-ão os institutos da transação penal e da composição comunicação.
dos danos civis.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor atos havidos por essenciais. Os atos realizados em
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as audiência de instrução e julgamento poderão ser
contravenções penais e os crimes a que a lei comine gravados em fita magnética ou equivalente.
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou
não com multa. Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio
Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-
se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser
informalidade, economia processual e celeridade, citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo
objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos comum para adoção do procedimento previsto em lei.
sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa
de liberdade. Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com
aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa
Seção I jurídica ou firma individual, mediante entrega ao
encarregado da recepção, que será obrigatoriamente
Da Competência e dos Atos Processuais identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça,
independentemente de mandado ou carta precatória, ou
ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.

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Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência Art. 72. Na audiência preliminar, presente o
considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os representante do Ministério Público, o autor do fato e a
interessados e defensores. vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados
por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do possibilidade da composição dos danos e da aceitação da
mandado de citação do acusado, constará a necessidade proposta de aplicação imediata de pena não privativa de
de seu comparecimento acompanhado de advogado, liberdade.
com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á
designado defensor público. Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por
conciliador sob sua orientação.
Seção II
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da
Da Fase Preliminar Justiça, recrutados, na forma da lei local,
preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da
os que exerçam funções na administração da Justiça
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
Criminal.
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do
fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a
exames periciais necessários. escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura
juízo civil competente.
do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa
imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em privada ou de ação penal pública condicionada à
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, representação, o acordo homologado acarreta a
como medida de cautela, seu afastamento do lar, renúncia ao direito de queixa ou representação.
domicílio ou local de convivência com a
vítima. Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será
dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não exercer o direito de representação verbal, que será
sendo possível a realização imediata da audiência reduzida a termo.
preliminar, será designada data próxima, da qual ambos
sairão cientes. Parágrafo único. O não oferecimento da representação
na audiência preliminar não implica decadência do
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e,
se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime
e 68 desta Lei. de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a

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aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou Seção VI


multas, a ser especificada na proposta.
Disposições Finais
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única
aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da
legislação especial, dependerá de representação a ação
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e
lesões culposas.
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de
crime, à pena privativa de liberdade, por sentença Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for
definitiva; igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta
Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, desde que o acusado não esteja sendo processado ou
nos termos deste artigo; não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
demais requisitos que autorizariam a suspensão
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na
medida. presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
suspender o processo, submetendo o acusado a período
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu
de prova, sob as seguintes condições:
defensor, será submetida à apreciação do Juiz.

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;


§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita
pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de II - proibição de freqüentar determinados lugares;
direitos ou multa, que não importará em reincidência,
sendo registrada apenas para impedir novamente o III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside,
mesmo benefício no prazo de cinco anos. sem autorização do Juiz;

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,


apelação referida no art. 82 desta Lei. mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica
artigo não constará de certidão de antecedentes subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo e à situação pessoal do acusado.
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos
interessados propor ação cabível no juízo cível.

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§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados
beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição
efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. e competência.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e
a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em
ou descumprir qualquer outra condição imposta. bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando
instalações de prédios públicos, de acordo com
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará audiências previamente anunciadas.
extinta a punibilidade.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de e instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis meses,
suspensão do processo. a contar da vigência desta Lei.

§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da
artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. publicação desta Lei, serão criados e instalados os
Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir,
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos
prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas rurais
processos penais cuja instrução já estiver
ou nos locais de menor concentração populacional.
iniciada.

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias


Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no
após a sua publicação.
âmbito da Justiça Militar.

Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de


Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir
1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.
representação para a propositura da ação penal pública,
o ofendido ou seu representante legal será intimado para Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência
oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de e 107º da República.
decadência.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Nelson A. Jobim
Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem
incompatíveis com esta Lei.
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO
Capítulo IV DE 1998.

Disposições Finais Comuns LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas


derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências.

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I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena


O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o privativa de liberdade inferior a quatro anos;
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
CAPÍTULO I personalidade do condenado, bem como os motivos e as
DISPOSIÇÕES GERAIS circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja
suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do
Art. 1º (VETADO) crime.

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se
dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes refere este artigo terão a mesma duração da pena
cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o privativa de liberdade substituída.
diretor, o administrador, o membro de conselho e de
órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou Art. 8º As penas restritivas de direito são:
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, I - prestação de serviços à comunidade;
quando podia agir para evitá-la.
II - interdição temporária de direitos;
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto III - suspensão parcial ou total de atividades;
nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por
decisão de seu representante legal ou contratual, ou de IV - prestação pecuniária;
seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua
entidade. V - recolhimento domiciliar.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na
não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a
partícipes do mesmo fato. parques e jardins públicos e unidades de conservação, e,
no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada,
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica na restauração desta, se possível.
sempre que sua personalidade for obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são
meio ambiente. a proibição de o condenado contratar com o Poder
Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros
Art. 5º (VETADO) benefícios, bem como de participar de licitações, pelo
prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três
CAPÍTULO II anos, no de crimes culposos.
DA APLICAÇÃO DA PENA
Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a estas não estiverem obedecendo às prescrições legais.
autoridade competente observará:
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada
infração e suas conseqüências para a saúde pública e com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não
para o meio ambiente; inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e
sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento montante de eventual reparação civil a que for
da legislação de interesse ambiental; condenado o infrator.

III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na
autodisciplina e senso de responsabilidade do
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,
substituem as privativas de liberdade quando: freqüentar curso ou exercer atividade autorizada,
permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em
residência ou em qualquer local destinado a sua moradia

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habitual, conforme estabelecido na sentença


condenatória. o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou
autorização ambiental;
Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por
incentivos fiscais;
II - arrependimento do infrator, manifestado pela
espontânea reparação do dano, ou limitação significativa q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios
da degradação ambiental causada; oficiais das autoridades competentes;

III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente r) facilitada por funcionário público no exercício de suas
de degradação ambiental; funções.

IV - colaboração com os agentes encarregados da Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão
vigilância e do controle ambiental. condicional da pena pode ser aplicada nos casos de
condenação a pena privativa de liberdade não superior a
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando três anos.
não constituem ou qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º
do art. 78 do Código Penal será feita mediante laudo de
II - ter o agente cometido a infração: reparação do dano ambiental, e as condições a serem
impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção
a) para obter vantagem pecuniária; ao meio ambiente.

b) coagindo outrem para a execução material da Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do
infração; Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada
no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes,
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.
saúde pública ou o meio ambiente;
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental,
d) concorrendo para danos à propriedade alheia; sempre que possível, fixará o montante do prejuízo
causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas multa.
sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de
uso; Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou
no juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal,
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos instaurando-se o contraditório.
humanos;
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que
g) em período de defeso à fauna; possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, considerando os prejuízos
h) em domingos ou feriados; sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

i) à noite; Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença


condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor
j) em épocas de seca ou inundações; fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação
para apuração do dano efetivamente sofrido.
l) no interior do espaço territorial especialmente
protegido; Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou
alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou disposto no art. 3º, são:
captura de animais;
I - multa;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;

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II - restritivas de direitos; Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus


produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos
III - prestação de serviços à comunidade. autos.

Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica § 1o Os animais serão prioritariamente libertados em seu
são: habitatou, sendo tal medida inviável ou não
recomendável por questões sanitárias, entregues a
I - suspensão parcial ou total de atividades; jardins zoológicos, fundações ou entidades
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou responsabilidade de técnicos habilitados.
atividade;
§ 2o Até que os animais sejam entregues às instituições
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem mencionadas no § 1o deste artigo, o órgão autuante
como dele obter subsídios, subvenções ou doações. zelará para que eles sejam mantidos em condições
adequadas de acondicionamento e transporte que
§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando garantam o seu bem-estar físico.
estas não estiverem obedecendo às disposições legais ou
regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente. § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras,
serão estes avaliados e doados a instituições científicas,
§ 2º A interdição será aplicada quando o hospitalares, penais e outras com fins beneficentes
estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando
sem a devida autorização, ou em desacordo com a § 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis
concedida, ou com violação de disposição legal ou serão destruídos ou doados a instituições científicas,
regulamentar. culturais ou educacionais.
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele
obter subsídios, subvenções ou doações não poderá § 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração
exceder o prazo de dez anos. serão vendidos, garantida a sua descaracterização por
meio da reciclagem.
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela CAPÍTULO IV
pessoa jurídica consistirá em: DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL

I - custeio de programas e de projetos ambientais; Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação
penal é pública incondicionada.
II - execução de obras de recuperação de áreas
degradadas; Parágrafo único. (VETADO)

III - manutenção de espaços públicos; Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial
ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei
públicas. nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá
ser formulada desde que tenha havido a prévia
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da
preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou mesma lei, salvo em caso de comprovada
ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá impossibilidade.
decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será
considerado instrumento do crime e como tal perdido Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26
em favor do Fundo Penitenciário Nacional. de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor
potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes
CAPÍTULO III modificações:
DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE
INFRAÇÃO I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata
ADMINISTRATIVA OU DE CRIME o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo
de constatação de reparação do dano ambiental,
ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1°
do mesmo artigo;

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§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre


II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz,
ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão do considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
processo será prorrogado, até o período máximo
previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais § 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles
um ano, com suspensão do prazo da prescrição; pertencentes às espécies nativas, migratórias e
quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos
condições dos incisos II, III e IV do § 1° do artigo limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais
mencionado no caput; brasileiras.

IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é


lavratura de novo laudo de constatação de reparação do praticado:
dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser
novamente prorrogado o período de suspensão, até o I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de
máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o extinção, ainda que somente no local da infração;
disposto no inciso III;
II - em período proibido à caça;
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a
declaração de extinção de punibilidade dependerá de III - durante a noite;
laudo de constatação que comprove ter o acusado IV - com abuso de licença;
tomado as providências necessárias à reparação integral
do dano. V - em unidade de conservação;

CAPÍTULO V VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes


DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE de provocar destruição em massa.

SEÇÃO I § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre


DOS CRIMES CONTRA A FAUNA do exercício de caça profissional.

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota de pesca.
migratória, sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente, ou em desacordo Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de
com a obtida: anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da
autoridade ambiental competente:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer
autorização ou em desacordo com a obtida; técnico oficial favorável e licença expedida por
autoridade competente:
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou
criadouro natural; Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou
guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,
transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativos ou exóticos:
nativa ou em rota migratória, bem como produtos e
objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
autorizados ou sem a devida permissão, licença ou
autorização da autoridade competente. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência
dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins

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didáticos ou científicos, quando existirem recursos Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo
alternativos. ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar,
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes,
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se crustáceos, moluscos e vegetais hidrônios, suscetíveis ou
ocorre morte do animal. não de aproveitamento econômico, ressalvadas as
espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas
Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou oficiais da fauna e da flora.
carreamento de materiais, o perecimento de espécimes
da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: realizado:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas I - em estado de necessidade, para saciar a fome do
cumulativamente. agente ou de sua família;

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas: II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação
predatória ou destruidora de animais, desde que legal e
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou expressamente autorizado pela autoridade competente;
estações de aqüicultura de domínio público;
III – (VETADO)
II - quem explora campos naturais de invertebrados
aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização IV - por ser nocivo o animal, desde que assim
da autoridade competente; caracterizado pelo órgão competente.

III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de SEÇÃO II


qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais, DOS CRIMES CONTRA A FLORA
devidamente demarcados em carta náutica.
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida preservação permanente, mesmo que em formação, ou
ou em lugares interditados por órgão competente: utilizá-la com infringência das normas de proteção:

Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas
ambas as penas cumulativamente. as penas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
reduzida à metade.
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou
espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou
secundária, em estágio avançado ou médio de
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com
mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e infringência das normas de proteção:
métodos não permitidos;
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa ambas as penas cumulativamente
espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca
proibidas. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será
reduzida à metade.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de
água, produzam efeito semelhante; preservação permanente, sem permissão da autoridade
competente:
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela
autoridade competente: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas
as penas cumulativamente.
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.

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Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de
Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto minerais:
nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente
de sua localização: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei,
Pena - reclusão, de um a cinco anos. assim classificada por ato do Poder Público, para fins
industriais, energéticos ou para qualquer outra
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de exploração, econômica ou não, em desacordo com as
Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas determinações legais:
Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos
Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.

§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou
de extinção no interior das Unidades de Conservação de industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de
Proteção Integral será considerada circunstância origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do
agravante para a fixação da pena. vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem
munir-se da via que deverá acompanhar o produto até
§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à final beneficiamento:
metade.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 40-A.(VETADO)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende,
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda
Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem
Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem
Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas ou do armazenamento, outorgada pela autoridade
de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas competente.
Particulares do Patrimônio Natural.
Art. 47. (VETADO)
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas
de extinção no interior das Unidades de Conservação de Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de
Uso Sustentável será considerada circunstância florestas e demais formas de vegetação:
agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei
nº 9.985, de 2000) Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
§ 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à
metade. Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por
qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: logradouros públicos ou em propriedade privada alheia:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou
ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de
detenção de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis
meses, ou multa.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões
que possam provocar incêndios nas florestas e demais Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou
formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de
de assentamento humano: mangues, objeto de especial preservação:

Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
as penas cumulativamente.
Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou
Art. 43. (VETADO) degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de
domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou competente:
consideradas de preservação permanente, sem prévia

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Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. § 2º Se o crime:

§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a
à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua ocupação humana;
família.
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada,
§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil ainda que momentânea, dos habitantes das áreas
hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da
milhar de hectare população;
.
Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em III - causar poluição hídrica que torne necessária a
florestas e nas demais formas de vegetação, sem licença interrupção do abastecimento público de água de uma
ou registro da autoridade competente: comunidade;

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos
conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em
caça ou para exploração de produtos ou subprodutos desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou
florestais, sem licença da autoridade competente: regulamentos:

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Pena - reclusão, de um a cinco anos.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo
aumentada de um sexto a um terço se: anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a
autoridade competente, medidas de precaução em caso
I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a de risco de dano ambiental grave ou irreversível.
erosão do solo ou a modificação do regime climático;
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos
II - o crime é cometido: minerais sem a competente autorização, permissão,
concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida:
a) no período de queda das sementes;
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
b) no período de formação de vegetações;
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos
que a ameaça ocorra somente no local da infração; da autorização, permissão, licença, concessão ou
determinação do órgão competente.
d) em época de seca ou inundação;
e) durante a noite, em domingo ou feriado. Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar,
comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar,
SEÇÃO III ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica,
DA POLUIÇÃO E OUTROS CRIMES AMBIENTAIS perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio
ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis em leis ou nos seus regulamentos:
tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde
humana, ou que provoquem a mortandade de animais Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
ou a destruição significativa da flora:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no
§ 1º Se o crime é culposo: caput ou os utiliza em desacordo com as normas
ambientais ou de segurança;
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca,
reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos instalação científica ou similar protegido por lei, ato
perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou administrativo ou decisão judicial:
regulamento.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou
radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um terço. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis
meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
§ 3º Se o crime é culposo:
Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. local especialmente protegido por lei, ato administrativo
ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico,
Art. 57. (VETADO) ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as autorização da autoridade competente ou em desacordo
penas serão aumentadas: com a concedida:

I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
flora ou ao meio ambiente em geral;
Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal no seu entorno, assim considerado em razão de seu valor
de natureza grave em outrem; paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico,
III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou
monumental, sem autorização da autoridade
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo competente ou em desacordo com a concedida:
somente serão aplicadas se do fato não resultar crime
mais grave. Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 59. (VETADO) Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação
ou monumento urbano:
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer
funcionar, em qualquer parte do território nacional, Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente multa.
poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos
ambientais competentes, ou contrariando as normas § 1o Se o ato for realizado em monumento ou coisa
legais e regulamentares pertinentes: tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico
ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou detenção e multa.
ambas as penas cumulativamente.
Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que § 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada
possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou
flora ou aos ecossistemas: privado mediante manifestação artística, desde que
consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de
bem público, com a autorização do órgão competente e
SEÇÃO IV a observância das posturas municipais e das normas
DOS CRIMES CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela
PATRIMÔNIO CULTURAL preservação e conservação do patrimônio histórico e
artístico nacional.
Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
SEÇÃO V
I - bem especialmente protegido por lei, ato DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
administrativo ou decisão judicial;

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Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou


enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou § 1º São autoridades competentes para lavrar auto de
dados técnico-científicos em procedimentos de infração ambiental e instaurar processo administrativo os
autorização ou de licenciamento ambiental: funcionários de órgãos ambientais integrantes do
Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA,
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. designados para as atividades de fiscalização, bem como
os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da
Art. 67. Conceder o funcionário público licença, Marinha.
autorização ou permissão em desacordo com as normas
ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja § 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental,
realização depende de ato autorizativo do Poder Público: poderá dirigir representação às autoridades relacionadas
no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. poder de polícia.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três § 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de
meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa. infração ambiental é obrigada a promover a sua
apuração imediata, mediante processo administrativo
Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou próprio, sob pena de co-responsabilidade.
contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante
interesse ambiental: § 4º As infrações ambientais são apuradas em processo
administrativo próprio, assegurado o direito de ampla
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. defesa e o contraditório, observadas as disposições desta
Lei.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três
meses a um ano, sem prejuízo da multa. Art. 71. O processo administrativo para apuração de
infração ambiental deve observar os seguintes prazos
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder máximos:
Público no trato de questões ambientais:
I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. impugnação contra o auto de infração, contados da data
da ciência da autuação;
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto
concessão florestal ou qualquer outro procedimento de infração, contados da data da sua lavratura,
administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental apresentada ou não a defesa ou impugnação;
total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por
omissão: III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão
condenatória à instância superior do Sistema Nacional do
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e
Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo
§ 1o Se o crime é culposo: de autuação;

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da
data do recebimento da notificação.
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as
decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º:
enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
I - advertência;
CAPÍTULO VI
DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA II - multa simples;

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental III - multa diária;


toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de
uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente.

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IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da


fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou I - suspensão de registro, licença ou autorização;
veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
V - destruição ou inutilização do produto;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de
VII - embargo de obra ou atividade; financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;

VIII - demolição de obra; V - proibição de contratar com a Administração Pública,


pelo período de até três anos.
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas
X – (VETADO) por infração ambiental serão revertidos ao Fundo
Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de
XI - restritiva de direitos. 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº
20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme
mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as dispuser o órgão arrecadador.
sanções a elas cominadas.
Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de
disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de acordo com o objeto jurídico lesado.
preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais
sanções previstas neste artigo. Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será
fixado no regulamento desta Lei e corrigido
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, periodicamente, com base nos índices estabelecidos na
por negligência ou dolo: legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00
(cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00
I - advertido por irregularidades que tenham sido (cinqüenta milhões de reais).
praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por
órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados,
Portos, do Ministério da Marinha; Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a
multa federal na mesma hipótese de incidência.
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do
SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da CAPÍTULO VII
Marinha. DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de
preservação, melhoria e recuperação da qualidade do Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem
meio ambiente. pública e os bons costumes, o Governo brasileiro
prestará, no que concerne ao meio ambiente, a
§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus,
cometimento da infração se prolongar no tempo. quando solicitado para:

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V I - produção de prova;


do caput obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei.
II - exame de objetos e lugares;
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput
serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou III - informações sobre pessoas e coisas;
o estabelecimento não estiverem obedecendo às
prescrições legais ou regulamentares. IV - presença temporária da pessoa presa, cujas
declarações tenham relevância para a decisão de uma
§ 8º As sanções restritivas de direito são: causa;

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autoridades ambientais competentes, sendo obrigatório


V - outras formas de assistência permitidas pela que o respectivo instrumento disponha sobre:
legislação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja
parte. I - o nome, a qualificação e o endereço das partes
compromissadas e dos respectivos representantes
§ 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao legais;
Ministério da Justiça, que a remeterá, quando
necessário, ao órgão judiciário competente para decidir a II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função
seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de da complexidade das obrigações nele fixadas, poderá
atendê-la. variar entre o mínimo de noventa dias e o máximo de
três anos, com possibilidade de prorrogação por igual
§ 2º A solicitação deverá conter: período;

I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante; III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do
investimento previsto e o cronograma físico de execução
II - o objeto e o motivo de sua formulação; e de implantação das obras e serviços exigidos, com
metas trimestrais a serem atingidas;
III - a descrição sumária do procedimento em curso no
país solicitante; IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou
jurídica compromissada e os casos de rescisão, em
IV - a especificação da assistência solicitada; decorrência do não-cumprimento das obrigações nele
pactuadas;
V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento,
quando for o caso. V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá
ser superior ao valor do investimento previsto;
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e
especialmente para a reciprocidade da cooperação VI - o foro competente para dirimir litígios entre as
internacional, deve ser mantido sistema de partes
comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e
seguro de informações com órgãos de outros países. § 2o No tocante aos empreendimentos em curso até o
dia 30 de março de 1998, envolvendo construção,
CAPÍTULO VIII instalação, ampliação e funcionamento de
DISPOSIÇÕES FINAIS estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as poluidores, a assinatura do termo de compromisso
disposições do Código Penal e do Código de Processo deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas
Penal. interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998,
mediante requerimento escrito protocolizado junto aos
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado
órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis pelo dirigente máximo do estabelecimento.
pela execução de programas e projetos e pelo controle e
fiscalização dos estabelecimentos e das atividades § 3o Da data da protocolização do requerimento previsto
suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam no § 2o e enquanto perdurar a vigência do
autorizados a celebrar, com força de título executivo correspondente termo de compromisso, ficarão
extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas suspensas, em relação aos fatos que deram causa à
ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, celebração do instrumento, a aplicação de sanções
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e administrativas contra a pessoa física ou jurídica que o
atividades utilizadores de recursos ambientais, houver firmado.
considerados efetiva ou potencialmente poluidores.
§ 4o A celebração do termo de compromisso de que
o trata este artigo não impede a execução de eventuais
§ 1 O termo de compromisso a que se refere este artigo
destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas multas aplicadas antes da protocolização do
físicas e jurídicas mencionadas no caput possam requerimento.
promover as necessárias correções de suas atividades, § 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de
para o atendimento das exigências impostas pelas compromisso, quando descumprida qualquer de suas

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cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e
maior. aos consumidores a nocividade ou periculosidade de
produtos cujo conhecimento seja posterior à sua
§ 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em até colocação no mercado:
noventa dias, contados da protocolização do
requerimento. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.

§ 7o O requerimento de celebração do termo de Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem
compromisso deverá conter as informações necessárias à deixar de retirar do mercado, imediatamente quando
verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob pena determinado pela autoridade competente, os produtos
de indeferimento do plano. nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.

§ 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade,
deverão ser publicados no órgão oficial competente, contrariando determinação de autoridade competente:
mediante extrato.
Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no
prazo de noventa dias a contar de sua publicação.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
Art. 81. (VETADO) das correspondentes à lesão corporal e à
morte.
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário. § 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta
Lei também caracteriza o crime previsto no caput deste
artigo.
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir
DE 1990. informação relevante sobre a natureza, característica,
qualidade, quantidade, segurança, desempenho,
Apenas seção referente aos crimes contra o durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
consumidor, conforme sugere o edital.
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
TÍTULO II
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a
Das Infrações Penais
oferta.

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de § 2º Se o crime é culposo;


consumo previstas neste código, sem prejuízo do
disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
Art. 62. (Vetado). deveria saber ser enganosa ou abusiva:

Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade: Parágrafo único. (Vetado).

Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde
mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a ou segurança:
periculosidade do serviço a ser prestado. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
§ 2° Se o crime é culposo:
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
científicos que dão base à publicidade:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.

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IV - quando cometidos:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou econômico-social seja manifestamente superior à da
componentes de reposição usados, sem autorização do vítima;
consumidor:
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas
portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça,
coação, constrangimento físico ou moral, afirmações V - serem praticados em operações que envolvam
falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro alimentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos
procedimento que exponha o consumidor, ou serviços essenciais .
injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu
trabalho, descanso ou lazer: Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será
fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. máximo de dias de duração da pena privativa da
liberdade cominada ao crime. Na individualização desta
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do
informações que sobre ele constem em cadastros, banco Código Penal.
de dados, fichas e registros:
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. multa, podem ser impostas, cumulativa ou
alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a 47,
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação do Código Penal:
sobre consumidor constante de cadastro, banco de
dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser I - a interdição temporária de direitos;
inexata:
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. circulação ou audiência, às expensas do condenado, de
notícia sobre os fatos e a condenação;
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de
garantia adequadamente preenchido e com III - a prestação de serviços à comunidade.
especificação clara de seu conteúdo;
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que
presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice
crimes referidos neste código, incide as penas a esses equivalente que venha a substituí-lo.
cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o
diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que Parágrafo único. Se assim recomendar a situação
promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:
fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção
em depósito de produtos ou a oferta e prestação de a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
serviços nas condições por ele proibidas.
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes
tipificados neste código: Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos
neste código, bem como a outros crimes e contravenções
I - serem cometidos em época de grave crise econômica que envolvam relações de consumo, poderão intervir,
ou por ocasião de calamidade; como assistentes do Ministério Público, os legitimados
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo; indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é
facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; não for oferecida no prazo legal.

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§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:


LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens,
1998. direitos ou valores provenientes de infração penal;

II - participa de grupo, associação ou escritório tendo


LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.
conhecimento de que sua atividade principal ou
secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta
Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de
Lei.
bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do
sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único
o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF,
do art. 14 do Código Penal.
e dá outras providências.
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
CAPÍTULO I § 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e
ser cumprida em regime aberto ou semiaberto,
Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a
Direitos e Valores qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o
autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, com as autoridades, prestando esclarecimentos que
localização, disposição, movimentação ou propriedade conduzam à apuração das infrações penais, à
de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à
indiretamente, de infração penal. localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

I - (revogado); CAPÍTULO II
Disposições Processuais Especiais
II - (revogado);
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos
III - (revogado); nesta Lei:

IV - (revogado); I – obedecem às disposições relativas ao procedimento


comum dos crimes punidos com reclusão, da
V - (revogado); competência do juiz singular;

VI - (revogado); II - independem do processo e julgamento das infrações


penais antecedentes, ainda que praticados em outro
VII - (revogado); país, cabendo ao juiz competente para os crimes
VIII - (revogado). previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de
processo e julgamento;
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
III - são da competência da Justiça Federal:
o
§ 1 Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou
dissimular a utilização de bens, direitos ou valores a) quando praticados contra o sistema financeiro e a
provenientes de infração penal: ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens,
serviços ou interesses da União, ou de suas entidades
I - os converte em ativos lícitos; autárquicas ou empresas públicas;

II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em b) quando a infração penal antecedente for de
garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou competência da Justiça Federal.
transfere;
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes
III - importa ou exporta bens com valores não da existência da infração penal antecedente, sendo
correspondentes aos verdadeiros. puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que

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desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a § 1o O requerimento de alienação deverá conter a


punibilidade da infração penal antecedente. relação de todos os demais bens, com a descrição e a
especificação de cada um deles, e informações sobre
§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se quem os detém e local onde se encontram. (Incluído pela
aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de Lei nº 12.683, de 2012)
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
devendo o acusado que não comparecer nem constituir § 2o O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos
advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até apartados, e intimará o Ministério Público. (Incluído pela
o julgamento, com a nomeação de defensor dativo. Lei nº 12.683, de 2012)

§ 3o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências


o
Art. 4 O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença,
Público ou mediante representação do delegado de homologará o valor atribuído aos bens e determinará
polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente
quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e cinco
penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, por cento) da avaliação. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
direitos ou valores do investigado ou acusado, ou 2012)
existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam
instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos § 4o Realizado o leilão, a quantia apurada será
nesta Lei ou das infrações penais antecedentes. depositada em conta judicial remunerada, adotando-se a
seguinte disciplina: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para
preservação do valor dos bens sempre que estiverem I - nos processos de competência da Justiça Federal e da
sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei nº 12.683,
ou quando houver dificuldade para sua manutenção. de 2012)

§ 2o O juiz determinará a liberação total ou parcial dos a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica
bens, direitos e valores quando comprovada a licitude de Federal ou em instituição financeira pública, mediante
sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, direitos documento adequado para essa finalidade; (Incluída pela
e valores necessários e suficientes à reparação dos danos Lei nº 12.683, de 2012)
e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e
custas decorrentes da infração penal. b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica
Federal ou por outra instituição financeira pública para a
§ 3o Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente
comparecimento pessoal do acusado ou de interposta de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro)
pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o horas; e
juiz determinar a prática de atos necessários à
conservação de bens, direitos ou valores, sem prejuízo c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou
do disposto no § 1o. por instituição financeira pública serão debitados à Conta
Única do Tesouro Nacional, em subconta de restituição;
§ 4o Poderão ser decretadas medidas assecuratórias
sobre bens, direitos ou valores para reparação do dano II - nos processos de competência da Justiça dos
decorrente da infração penal antecedente ou da prevista Estados:
nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária,
multa e custas. a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira
designada em lei, preferencialmente pública, de cada
Art. 4o-A. A alienação antecipada para preservação de Estado ou, na sua ausência, em instituição financeira
valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, de pública da União;
ofício, a requerimento do Ministério Público ou por
solicitação da parte interessada, mediante petição b) os depósitos serão repassados para a conta única de
autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos cada Estado, na forma da respectiva legislação.
terão tramitação em separado em relação ao processo
principal. § 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do
depósito, após o trânsito em julgado da sentença
proferida na ação penal, será:

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§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada


I - em caso de sentença condenatória, nos processos de de bens, direitos e valores oriundos do crime de tráfico
competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito ilícito de drogas e que tenham sido objeto de
Federal, incorporado definitivamente ao patrimônio da dissimulação e ocultação nos termos desta Lei
União, e, nos processos de competência da Justiça permanecem submetidos à disciplina definida em lei
Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado específica.
respectivo;
Art. 4o-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas
II - em caso de sentença absolutória extintiva de assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser
punibilidade, colocado à disposição do réu pela suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando
instituição financeira, acrescido da remuneração da a sua execução imediata puder comprometer as
conta judicial. investigações.

§ 6o A instituição financeira depositária manterá Art. 5o Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz,


controle dos valores depositados ou devolvidos. ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa física ou
jurídica qualificada para a administração dos bens,
§ 7o Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias,
os tributos e multas incidentes sobre o bem alienado, mediante termo de compromisso.
sem prejuízo de iniciativas que, no âmbito da
competência de cada ente da Federação, venham a
desonerar bens sob constrição judicial daqueles Art. 6o A pessoa responsável pela administração dos
ônus. bens:
§ 8o Feito o depósito a que se refere o § 4 o deste artigo, I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será
os autos da alienação serão apensados aos do processo satisfeita com o produto dos bens objeto da
principal. administração;

§ 9o Terão apenas efeito devolutivo os recursos II - prestará, por determinação judicial, informações
interpostos contra as decisões proferidas no curso do periódicas da situação dos bens sob sua administração,
procedimento previsto neste artigo. bem como explicações e detalhamentos sobre
investimentos e reinvestimentos realizados.
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos
o caso, da União ou do Estado: bens sujeitos a medidas assecuratórias serão levados ao
conhecimento do Ministério Público, que requererá o
I - a perda dos valores depositados na conta remunerada que entender cabível.
e da fiança: CAPÍTULO III
II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e Dos Efeitos da Condenação
daqueles aos quais não foi dada destinação prévia; e
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no
III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 Código Penal:
(noventa) dias após o trânsito em julgado da sentença
condenatória, ressalvado o direito de lesado ou terceiro I - a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos
de boa-fé. de competência da Justiça Estadual -, de todos os bens,
direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente,
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles
deste artigo serão adjudicados ou levados a leilão, utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do
depositando-se o saldo na conta única do respectivo lesado ou de terceiro de boa-fé;
ente.
II - a interdição do exercício de cargo ou função pública
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente de qualquer natureza e de diretor, de membro de
que emita documento de habilitação à circulação e conselho de administração ou de gerência das pessoas
utilização dos bens colocados sob o uso e custódia das jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da
entidades a que se refere o caput deste artigo. pena privativa de liberdade aplicada.

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§ 1o A União e os Estados, no âmbito de suas I - a captação, intermediação e aplicação de recursos


competências, regulamentarão a forma de destinação financeiros de terceiros, em moeda nacional ou
dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido estrangeira;
declarada, assegurada, quanto aos processos de
competência da Justiça Federal, a sua utilização pelos II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro
órgãos federais encarregados da prevenção, do combate, como ativo financeiro ou instrumento cambial;
da ação penal e do julgamento dos crimes previstos
nesta Lei, e, quanto aos processos de competência da III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação,
Justiça Estadual, a preferência dos órgãos locais com negociação, intermediação ou administração de títulos
idêntica função. ou valores mobiliários.

§ 2o Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
perda em favor da União ou do Estado for decretada
serão inutilizados ou doados a museu criminal ou a I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou
entidade pública, se houver interesse na sua futuros e os sistemas de negociação do mercado de
conservação. balcão organizado:

CAPÍTULO IV II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as


Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes entidades de previdência complementar ou de
capitalização;
Praticados no Estrangeiro
Art. 8o O juiz determinará, na hipótese de existência de III - as administradoras de cartões de credenciamento ou
tratado ou convenção internacional e por solicitação de cartões de crédito, bem como as administradoras de
autoridade estrangeira competente, medidas consórcios para aquisição de bens ou serviços;
assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos
de crimes descritos no art. 1o praticados no IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de
estrangeiro. cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, equivalente, que permita a transferência de fundos;
independentemente de tratado ou convenção
internacional, quando o governo do país da autoridade V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as
solicitante prometer reciprocidade ao Brasil. de fomento comercial (factoring);

§ 2o Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro
ou valores privados sujeitos a medidas assecuratórias por ou quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias,
solicitação de autoridade estrangeira competente ou os serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua
recursos provenientes da sua alienação serão repartidos aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado;
entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de
metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros
boa-fé. que exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas
neste artigo, ainda que de forma eventual;
CAPÍTULO V
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa
de autorização de órgão regulador dos mercados
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou
estrangeiras, que operem no Brasil como agentes,
dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer
Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e
forma representem interesses de ente estrangeiro que
11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter
exerça qualquer das atividades referidas neste artigo;
permanente ou eventual, como atividade principal ou
acessória, cumulativamente ou não:
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades
de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis:

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XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
jóias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e
antigüidades. I - identificarão seus clientes e manterão cadastro
atualizado, nos termos de instruções emanadas das
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem autoridades competentes;
bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem a sua
comercialização ou exerçam atividades que envolvam II - manterão registro de toda transação em moeda
grande volume de recursos em espécie; nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários,
títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos: ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado
pela autoridade competente e nos termos de instruções
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo por esta expedidas;
que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria,
contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles
qualquer natureza, em operações: internos, compatíveis com seu porte e volume de
operações, que lhes permitam atender ao disposto neste
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos artigo e no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos
comerciais ou industriais ou participações societárias de competentes;
qualquer natureza:
IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros atualizado no órgão regulador ou fiscalizador e, na falta
ativos: deste, no Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf), na forma e condições por eles estabelecidas;
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de
poupança, investimento ou de valores mobiliários; V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf
na periodicidade, forma e condições por ele
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei,
qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou o sigilo das informações prestadas.
estruturas análogas;
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e jurídica, a identificação referida no inciso I deste artigo
deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos representá-la, bem como seus proprietários.
relacionados a atividades desportivas ou artísticas
profissionais; § 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II
deste artigo deverão ser conservados durante o período
XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta
intermediação, comercialização, agenciamento ou ou da conclusão da transação, prazo este que poderá ser
negociação de direitos de transferência de atletas, ampliado pela autoridade competente.
artistas ou feiras, exposições ou eventos similares;
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será
XVI - as empresas de transporte e guarda de valores; efetuado também quando a pessoa física ou jurídica,
seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo
XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem mês-calendário, operações com uma mesma pessoa,
bens de alto valor de origem rural ou animal ou conglomerado ou grupo que, em seu conjunto,
intermedeiem a sua comercialização; e ultrapassem o limite fixado pela autoridade competente.

XVIII - as dependências no exterior das entidades Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado
mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz no formando o cadastro geral de correntistas e clientes de
Brasil, relativamente a residentes no País. instituições financeiras, bem como de seus procuradores.

CAPÍTULO VI CAPÍTULO VII


Da Comunicação de Operações Financeiras
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de
Registros Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:

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I - dispensarão especial atenção às operações que, nos II - multa pecuniária variável não superior:
termos de instruções emanadas das autoridades
competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos a) ao dobro do valor da operação;
crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
b) ao dobro do lucro real obtido ou que
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar presumivelmente seria obtido pela realização da
ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclusive àquela à operação; ou
qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, a proposta ou realização; c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos,
acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do para o exercício do cargo de administrador das pessoas
mencionado artigo; e jurídicas referidas no art. 9º;

b) das operações referidas no inciso I; IV - cassação ou suspensão da autorização para o


exercício de atividade, operação ou funcionamento.
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou
fiscalizador da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na § 1º A pena de advertência será aplicada por
periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, irregularidade no cumprimento das instruções referidas
a não ocorrência de propostas, transações ou operações nos incisos I e II do art. 10.
passíveis de serem comunicadas nos termos do inciso II.
§ 2o A multa será aplicada sempre que as pessoas
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no art. 9o, por culpa ou dolo;
referidas no inciso I deste artigo, elaborarão relação de
operações que, por suas características, no que se refere I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de
às partes envolvidas, valores, forma de realização, advertência, no prazo assinalado pela autoridade
instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento competente;
econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele
prevista. II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10;

§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a
neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou requisição formulada nos termos do inciso V do art. 10;
administrativa.
IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a
o
§ 3 O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas comunicação a que se refere o art. 11.
com base no inciso II do caput aos respectivos órgãos
responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas a § 3º A inabilitação temporária será aplicada quando
que se refere o art. 9o. forem verificadas infrações graves quanto ao
cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou
Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques quando ocorrer reincidência específica, devidamente
em espécie deverão ser previamente comunicados à caracterizada em transgressões anteriormente punidas
instituição financeira, nos termos, limites, prazos e com multa.
condições fixados pelo Banco Central do Brasil.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de
CAPÍTULO VIII reincidência específica de infrações anteriormente
Da Responsabilidade Administrativa punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste
artigo.

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções
administradores das pessoas jurídicas, que deixem de previstas neste Capítulo será regulado por decreto,
cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão assegurados o contraditório e a ampla defesa.
aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades
competentes, as seguintes sanções: CAPÍTULO IX
I - advertência; Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras

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Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento


Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o definidos em estatuto aprovado por decreto do Poder
Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, Executivo.
com a finalidade de disciplinar, aplicar penas
administrativas, receber, examinar e identificar as
CAPÍTULO X
ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas
nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos
e entidades.
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012 )
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às DISPOSIÇÕES GERAIS
pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais não exista
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas
pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição
das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições
enumeradas no art. 12. do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal), no que não forem
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor incompatíveis com esta Lei
mecanismos de cooperação e de troca de informações .
que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público
ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores. terão acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do
investigado que informam qualificação pessoal, filiação e
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da endereço, independentemente de autorização judicial,
Administração Pública as informações cadastrais mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas
bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos
atividades suspeitas. provedores de internet e pelas administradoras de cartão
de crédito.
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes
para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições
concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de financeiras e tributárias em resposta às ordens judiciais
fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro de quebra ou transferência de sigilo deverão ser, sempre
ilícito. que determinado, em meio informático, e apresentados
em arquivos que possibilitem a migração de informações
Art. 16. O Coaf será composto por servidores públicos de para os autos do processo sem redigitação.
reputação ilibada e reconhecida competência,
designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público,
dentre os integrantes do quadro de pessoal efetivo do este será afastado, sem prejuízo de remuneração e
Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores demais direitos previstos em lei, até que o juiz
Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados, da competente autorize, em decisão fundamentada, o seu
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da retorno.
Receita Federal do Brasil, da Agência Brasileira de
Inteligência, do Ministério das Relações Exteriores, do Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil
Ministério da Justiça, do Departamento de Polícia conservará os dados fiscais dos contribuintes pelo prazo
Federal, do Ministério da Previdência Social e da mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir do início do
Controladoria-Geral da União, atendendo à indicação dos exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva
respectivos Ministros de Estado. ou ao do pagamento do tributo.

§ 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua
Presidente da República, por indicação do Ministro de publicação.
Estado da Fazenda.
Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e
§ 2o Caberá recurso das decisões do Coaf relativas às 110º da República.
aplicações de penas administrativas ao Conselho de
Recursos do Sistema Financeiro Nacional. . FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Iris Rezende

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Luiz Felipe Lampreia marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo


Pedro Malan fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO Estados e do Distrito Federal os registros e autorizações
de porte de armas de fogo nos respectivos territórios,
DE 2003. bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não
alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.
Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas registros próprios.
de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas –
CAPÍTULO II
Sinarm, define crimes e dá outras providências.
DO REGISTRO
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
competente.
CAPÍTULO I
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS registradas no Comando do Exército, na forma do
regulamento desta Lei.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído
interessado deverá, além de declarar a efetiva
no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal,
necessidade, atender aos seguintes requisitos:
tem circunscrição em todo o território nacional.
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de
Art. 2o Ao Sinarm compete:
certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas
I – identificar as características e a propriedade de armas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não
de fogo, mediante cadastro; estar respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal, que poderão ser fornecidas por meios
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e
eletrônicos;
vendidas no País;
II – apresentação de documento comprobatório de
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e
ocupação lícita e de residência certa;
as renovações expedidas pela Polícia Federal;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio,
psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas
furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar
na forma disposta no regulamento desta Lei.
os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de
fechamento de empresas de segurança privada e de § 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma
transporte de valores; de fogo após atendidos os requisitos anteriormente
estabelecidos, em nome do requerente e para a arma
V – identificar as modificações que alterem as
indicada, sendo intransferível esta autorização.
características ou o funcionamento de arma de fogo;
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já
calibre correspondente à arma registrada e na
existentes;
quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em
as vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
território nacional é obrigada a comunicar a venda à
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem autoridade competente, como também a manter banco
como conceder licença para exercer a atividade; de dados com todas as características da arma e cópia
dos documentos previstos neste artigo.
IX – cadastrar mediante registro os produtores,
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores § 4o A empresa que comercializa armas de fogo,
autorizados de armas de fogo, acessórios e munições; acessórios e munições responde legalmente por essas
mercadorias, ficando registradas como de sua
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as
propriedade enquanto não forem vendidas.
características das impressões de raiamento e de
microestriamento de projétil disparado, conforme

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§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia


munições entre pessoas físicas somente será efetivada Federal do certificado de registro provisório pelo prazo
mediante autorização do Sinarm. que estimar como necessário para a emissão definitiva
do certificado de registro de propriedade.
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o §
1o será concedida, ou recusada com a devida CAPÍTULO III
fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
DO PORTE
contar da data do requerimento do interessado.
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde
território nacional, salvo para os casos previstos em
do cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste
legislação própria e para:
artigo.
I – os integrantes das Forças Armadas;
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do
inciso III do caput deste artigo, na forma do regulamento, II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III,
o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido IV e V do caput do art. 144 da Constituição Federal e os
que comprove estar autorizado a portar arma com as da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);
mesmas características daquela a ser adquirida.
III – os integrantes das guardas municipais das capitais
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
validade em todo o território nacional, autoriza o seu (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas
proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no no regulamento desta Lei;
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios
desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que
com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000
seja ele o titular ou o responsável legal pelo
(quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;
estabelecimento ou empresa.
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será
Inteligência e os agentes do Departamento de Segurança
expedido pela Polícia Federal e será precedido de
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
autorização do Sinarm.
República;
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art.
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art.
4o deverão ser comprovados periodicamente, em
51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do
estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e
do Certificado de Registro de Arma de Fogo. guardas prisionais, os integrantes das escoltas de presos
e as guardas portuárias;
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de
registro de propriedade expedido por órgão estadual ou VIII – as empresas de segurança privada e de transporte
do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que de valores constituídas, nos termos desta Lei;
não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
IX – para os integrantes das entidades de desporto
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente
legalmente constituídas, cujas atividades esportivas
registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante
demandem o uso de armas de fogo, na forma do
a apresentação de documento de identificação pessoal e
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a
comprovante de residência fixa, ficando dispensado do
legislação ambiental.
pagamento de taxas e do cumprimento das demais
exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita
4o desta Lei. Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho,
cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3 o deste
artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92
Departamento de Polícia Federal, certificado de registro da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da
provisório, expedido na rede mundial de computadores - União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de
internet, na forma do regulamento e obedecidos os seus quadros pessoais que efetivamente estejam no
procedimentos a seguir: exercício de funções de segurança, na forma de
regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de
I - emissão de certificado de registro provisório pela
Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
internet, com validade inicial de 90 (noventa) dias; e
Público - CNMP.

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§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI III - atestado de bons antecedentes.
do caput deste artigo terão direito de portar arma de
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua
fogo de propriedade particular ou fornecida pela
arma de fogo, independentemente de outras tipificações
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de
penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou
serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com
por disparo de arma de fogo de uso permitido.
validade em âmbito nacional para aquelas constantes
dos incisos I, II, V e VI. § 7o Aos integrantes das guardas municipais dos
Municípios que integram regiões metropolitanas será
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e
autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço.
guardas prisionais poderão portar arma de fogo de
propriedade particular ou fornecida pela respectiva Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde empresas de segurança privada e de transporte de
que estejam: valores, constituídas na forma da lei, serão de
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;
empresas, somente podendo ser utilizadas quando em
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do serviço, devendo essas observar as condições de uso e de
regulamento; e armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
sendo o certificado de registro e a autorização de porte
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de
expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
controle interno.
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de
§ 1º-C. (VETADO).
segurança privada e de transporte de valores responderá
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta
integrantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e
e X do caput deste artigo está condicionada à civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de
comprovação do requisito a que se refere o inciso III comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras
do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas formas de extravio de armas de fogo, acessórios e
no regulamento desta Lei. munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das
guardas municipais está condicionada à formação § 2o A empresa de segurança e de transporte de valores
funcional de seus integrantes em estabelecimentos de deverá apresentar documentação comprobatória do
ensino de atividade policial, à existência de mecanismos preenchimento dos requisitos constantes do art. 4odesta
de fiscalização e de controle interno, nas condições Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas
supervisão do Ministério da Justiça.
neste artigo deverá ser atualizada semestralmente junto
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias ao Sinarm.
federais e estaduais e do Distrito Federal, bem como os
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores
militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem
das instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de
o direito descrito no art. 4o, ficam dispensados do
propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas
cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo
instituições, somente podendo ser utilizadas quando em
artigo, na forma do regulamento desta Lei.
serviço, devendo estas observar as condições de uso e de
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
e cinco) anos que comprovem depender do emprego de sendo o certificado de registro e a autorização de porte
arma de fogo para prover sua subsistência alimentar expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.
familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que
arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de
trata este artigo independe do pagamento de taxa.
uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um)
ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério
inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado Público designará os servidores de seus quadros pessoais
comprove a efetiva necessidade em requerimento ao no exercício de funções de segurança que poderão
qual deverão ser anexados os seguintes documentos: portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50%
(cinquenta por cento) do número de servidores que
I - documento de identificação pessoal;
exerçam funções de segurança.
II - comprovante de residência em área rural; e

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§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
que trata este artigo fica condicionado à apresentação de alucinógenas.
documentação comprobatória do preenchimento dos
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores
requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à
constantes do Anexo desta Lei, pela prestação de
formação funcional em estabelecimentos de ensino de
serviços relativos:
atividade policial e à existência de mecanismos de
fiscalização e de controle interno, nas condições I – ao registro de arma de fogo;
estabelecidas no regulamento desta Lei.
II – à renovação de registro de arma de fogo;
o
§ 4 A listagem dos servidores das instituições de que
III – à expedição de segunda via de registro de arma de
trata este artigo deverá ser atualizada semestralmente
fogo;
no Sinarm.
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
§ 5o As instituições de que trata este artigo são
obrigadas a registrar ocorrência policial e a comunicar à V – à renovação de porte de arma de fogo;
Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma
formas de extravio de armas de fogo, acessórios e
de fogo.
munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
(vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. § 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à
manutenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades
e do Comando do Exército, no âmbito de suas
desportivas legalmente constituídas devem obedecer às
respectivas responsabilidades.
condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo
órgão competente, respondendo o possuidor ou o § 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste
autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do artigo as pessoas e as instituições a que se referem os
regulamento desta Lei. incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei.
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e
porte de arma para os responsáveis pela segurança de as condições do credenciamento de profissionais pela
cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica
ao Comando do Exército, nos termos do regulamento e da capacidade técnica para o manuseio de arma de
desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito fogo.
de arma de fogo para colecionadores, atiradores e
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor
caçadores e de representantes estrangeiros em
cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao valor
competição internacional oficial de tiro realizada no
médio dos honorários profissionais para realização de
território nacional.
avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de Conselho Federal de Psicologia.
uso permitido, em todo o território nacional, é de
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor
competência da Polícia Federal e somente será
cobrado pelo instrutor de armamento e tiro não poderá
concedida após autorização do Sinarm.
exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser munição.
concedida com eficácia temporária e territorial limitada,
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos
nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o
§§ 1o e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do
requerente:
profissional pela Polícia Federal.
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de
atividade profissional de risco ou de ameaça à sua
integridade física; CAPÍTULO IV
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei; DOS CRIMES E DAS PENAS
III – apresentar documentação de propriedade de arma
de fogo, bem como o seu devido registro no órgão
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
competente.
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista
acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo
neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso
com determinação legal ou regulamentar, no interior de
o portador dela seja detido ou abordado em estado de
sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu

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local de trabalho, desde que seja o titular ou o I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer
responsável legal do estabelecimento ou empresa: sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. II – modificar as características de arma de fogo, de
forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso
Omissão de cautela
proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa ou juiz;
portadora de deficiência mental se apodere de arma de
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato
fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua
explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
propriedade:
desacordo com determinação legal ou regulamentar;
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro
proprietário ou diretor responsável de empresa de sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
segurança e transporte de valores que deixarem de
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
explosivo a criança ou adolescente; e
de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob
sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização
de ocorrido o fato. legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou
explosivo.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em
depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
permitido, sem autorização e em desacordo com utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
determinação legal ou regulamentar: atividade comercial ou industrial, arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
com determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente. Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou
industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
Disparo de arma de fogo
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou
Tráfico internacional de arma de fogo
em direção a ela, desde que essa conduta não tenha
como finalidade a prática de outro crime: Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída
do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo,
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
acessório ou munição, sem autorização da autoridade
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é competente:
inafiançável.
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou
ter em depósito, transportar, ceder, ainda que munição forem de uso proibido ou restrito.
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18,
sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
a pena é aumentada da metade se forem praticados por
munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e
integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6 o,
em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
7o e 8o desta Lei.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: insuscetíveis de liberdade provisória.

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ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de


prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e
CAPÍTULO V
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em
DISPOSIÇÕES GERAIS relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar
interesse.
convênios com os Estados e o Distrito Federal para o
cumprimento do disposto nesta Lei. § 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das
armas a serem doadas ao juiz competente, que
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a
determinará o seu perdimento em favor da instituição
definição das armas de fogo e demais produtos
beneficiada.
controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou
obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato § 3o O transporte das armas de fogo doadas será de
do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta responsabilidade da instituição beneficiada, que
do Comando do Exército. procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão § 4o (VETADO)
estar acondicionadas em embalagens com sistema de
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o
código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a
encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
trate de arma de uso permitido ou de uso restrito,
informações definidas pelo regulamento desta Lei.
semestralmente, da relação de armas acauteladas em
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão juízo, mencionando suas características e o local onde se
expedidas autorizações de compra de munição com encontram.
identificação do lote e do adquirente no culote dos
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a
projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
comercialização e a importação de brinquedos, réplicas e
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano simulacros de armas de fogo, que com estas se possam
da data de publicação desta Lei conterão dispositivo confundir.
intrínseco de segurança e de identificação, gravado no
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e
corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei,
os simulacros destinados à instrução, ao adestramento,
exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
ou à coleção de usuário autorizado, nas condições
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas fixadas pelo Comando do Exército.
municipais referidas nos incisos III e IV do caput do art.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar,
6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e
excepcionalmente, a aquisição de armas de fogo de uso
máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
restrito.
suprimento de suas atividades, mediante autorização
concedida nos termos definidos em regulamento. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às
aquisições dos Comandos Militares.
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art.
2º desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos
e fiscalizar a produção, exportação, importação, adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
desembaraço alfandegário e o comércio de armas de entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro do caput do art. 6o desta Lei.
e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores,
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já
atiradores e caçadores.
concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a publicação desta Lei.
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos,
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de
quando não mais interessarem à persecução penal serão
validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la,
encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do
perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e
Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas,
10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
para destruição ou doação aos órgãos de segurança
publicação, sem ônus para o requerente.
pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento
desta Lei. Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do
seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante
Exército que receberem parecer favorável à doação,
apresentação de documento de identificação pessoal e
obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada

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comprovante de residência fixa, acompanhados de nota Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e
fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da munição em todo o território nacional, salvo para as
posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou entidades previstas no art. 6o desta Lei.
declaração firmada na qual constem as características da
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de
arma e a sua condição de proprietário, ficando este
aprovação mediante referendo popular, a ser realizado
dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento
em outubro de 2005.
das demais exigências constantes dos incisos I a III
do caput do art. 4o desta Lei § 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o
disposto neste artigo entrará em vigor na data de
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto
publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior
no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo
Eleitoral.
poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na forma do Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de
§ 4o do art. 5o desta Lei. 1997.
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, publicação.
entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência
indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
e 115o da República.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo,
Márcio Thomaz Bastos
e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma
José Viegas Filho
do regulamento, ficando extinta a punibilidade de
Marina Silva
eventual posse irregular da referida arma.
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil
reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE
especificar o regulamento desta Lei:
1990.
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova,
facilite ou permita o transporte de arma ou munição sem
a devida autorização ou com inobservância das normas
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º,
de segurança;
inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos providências.
que realize publicidade para venda, estimulando o uso
indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
especializadas.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes,
com aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou
necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, tentados:
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art.
5o da Constituição Federal. I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por
um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2 o,
prestação dos serviços de transporte internacional e
incisos I, II, III, IV, V, VI e VII);
interestadual de passageiros adotarão as providências
necessárias para evitar o embarque de passageiros
armados. I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art.
129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
CAPÍTULO VI 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente
DISPOSIÇÕES FINAIS descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro

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ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão § 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá
dessa condição; fundamentadamente se o réu poderá apelar em
liberdade.
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei
o
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2 ); no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes
previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias,
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada prorrogável por igual período em caso de extrema e
(art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); comprovada necessidade.

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de
segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, impostas a condenados de alta periculosidade, cuja
3o e 4o); permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública.
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, §
1o). Art. 4º (Vetado).

VII-A – (VETADO) Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte


inciso:
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração
de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de
(art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação condenação por crime hediondo, prática da tortura,
dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de em crimes dessa natureza."
exploração sexual de criança ou adolescente ou de
vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º;
213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com
crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei a seguinte redação:
no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou
porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto "Art.157.
no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é
todos tentados ou consumados. (Redação dada pela Lei de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se
nº 13.497, de 2017) resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem
prejuízo da multa.
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o Art.159. Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
terrorismo são insuscetíveis de: § 1º Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

I - anistia, graça e indulto; § 2º Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.


II - fiança. § 3º Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será Art. 213. Pena - reclusão, de seis a dez anos.
cumprida inicialmente em regime fechado.
Art. 214. Pena - reclusão, de seis a dez anos.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados
aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o Art. 223. Pena - reclusão, de oito a doze anos.
cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o
apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se Parágrafo único.
reincidente.
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

Art. 267. Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

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Art. 270. Pena - reclusão, de dez a quinze anos. DIREITO PROCESSUAL


Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o PENAL
seguinte parágrafo:

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o


coautor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um
a dois terços." DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que
prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte
crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de Lei:
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
LIVRO I
Parágrafo único. O participante e o associado que DO PROCESSO EM GERAL
denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,
TÍTULO I
possibilitando seu desmantelamento, terá a pena
reduzida de um a dois terços. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes
brasileiro, por este Código, ressalvados:
capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e
seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com I - os tratados, as convenções e regras de direito
oart. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação internacional;
com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da
Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite
República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos
superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em
com os do Presidente da República, e dos ministros do
qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do
Supremo Tribunal Federal, nos crimes de
Código Penal.
responsabilidade
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de III - os processos da competência da Justiça Militar;
1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com
IV - os processos da competência do tribunal especial;
a seguinte redação:
V - os processos por crimes de imprensa.
"Art.35.
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo
aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis
serão contados em dobro quando se tratar dos crimes
especiais que os regulam não dispuserem de modo
previstos nos arts. 12, 13 e 14."
diverso.
Art. 11. (Vetado). Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo,
sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. vigência da lei anterior.
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário. extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento
dos princípios gerais de direito.
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e
102º da República. TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades
policiais no território de suas respectivas circunscrições e
terá por fim a apuração das infrações penais e da sua
autoria.

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Parágrafo único. A competência definida neste artigo VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a
não excluirá a de autoridades administrativas, a quem acareações;
por lei seja cometida a mesma função.
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
será iniciado:
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo
I - de ofício; datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua
folha de antecedentes;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto
quem tiver qualidade para representá-lo. de vista individual, familiar e social, sua condição
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá
do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos
sempre que possível:
que contribuírem para a apreciação do seu
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; temperamento e caráter.
b) a individualização do indiciado ou seus sinais X - colher informações sobre a existência de filhos,
característicos e as razões de convicção ou de presunção respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
de ser ele o autor da infração, ou os motivos de nome e o contato de eventual responsável pelos
impossibilidade de o fazer; cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração
profissão e residência. sido praticada de determinado modo, a autoridade
policial poderá proceder à reprodução simulada dos
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de
fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
ordem pública.
Polícia.
Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento
disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
da existência de infração penal em que caiba ação
pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só
à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e,
informações, mandará instaurar inquérito. neste caso, rubricadas pela autoridade.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias,
depender de representação, não poderá sem ela ser se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver
iniciado. preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese,
a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial
no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante
somente poderá proceder a inquérito a requerimento de
fiança ou sem ela.
quem tenha qualidade para intentá-la.
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da
sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
infração penal, a autoridade policial deverá:
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se
testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
dos peritos criminais;
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato,
estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a
após liberados pelos peritos criminais;
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que
III - colher todas as provas que servirem para o serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos
IV - ouvir o ofendido; que interessarem à prova, acompanharão os autos do
inquérito.
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for
aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

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I - fornecer às autoridades judiciárias as informações § 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12


necessárias à instrução e julgamento dos processos; (doze) horas, a autoridade competente requisitará às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo
e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
Ministério Público;
meios técnicos adequados – como sinais, informações e
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas outros – que permitam a localização da vítima ou dos
autoridades judiciárias; suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação
ao juiz.
IV - representar acerca da prisão preventiva.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será
A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no
realizada, ou não, a juízo da autoridade.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e
no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado
(Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do curador pela autoridade policial.
Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
devolução do inquérito à autoridade policial, senão para
empresas da iniciativa privada, dados e informações
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
cadastrais da vítima ou de suspeitos.
denúncia.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:
arquivar autos de inquérito.
I - o nome da autoridade requisitante;
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do
II - o número do inquérito policial; e inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a
III - a identificação da unidade de polícia judiciária
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
responsável pela investigação.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos
autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente,
crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão
representante legal, ou serão entregues ao requerente,
requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
se o pedir, mediante traslado.
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou
telemática que disponibilizem imediatamente os meios Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo
técnicos adequados – como sinais, informações e outros necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse
– que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos da sociedade.
do delito em curso.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa forem solicitados, a autoridade policial não poderá
posicionamento da estação de cobertura, setorização e mencionar quaisquer anotações referentes a instauração
intensidade de radiofreqüência de inquérito contra os requerentes.
§ 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá
sempre de despacho nos autos e somente será permitida
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de
quando o interesse da sociedade ou a conveniência da
qualquer natureza, que dependerá de autorização
investigação o exigir.
judicial, conforme disposto em lei;
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia
de três dias, será decretada por despacho fundamentado
móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias,
do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do
renovável por uma única vez, por igual período
órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto
II, será necessária a apresentação de ordem judicial. da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que
policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade
(setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que
ocorrência policial. esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição
de outra, independentemente de precatórias ou

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requisições, e bem assim providenciará, até que Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para
compareça a autoridade competente, sobre qualquer representá-lo caberá intentar a ação privada.
fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao declarado ausente por decisão judicial, o direito de
juiz competente, a autoridade policial oficiará ao oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à
requerimento da parte que comprovar a sua pobreza,
pessoa do indiciado.
nomeará advogado para promover a ação penal.
TÍTULO III
§ 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder
DA AÇÃO PENAL prover às despesas do processo, sem privar-se dos
recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida
família.
por denúncia do Ministério Público, mas dependerá,
quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da § 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da
Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem autoridade policial em cuja circunscrição residir o
tiver qualidade para representá-lo. ofendido.
§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou
ausente por decisão judicial, o direito de representação mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver
passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. representante legal, ou colidirem os interesses deste
com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido
§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em
por curador especial, nomeado, de ofício ou a
detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado
requerimento do Ministério Público, pelo juiz
e Município, a ação penal será pública.
competente para o processo penal.
Art. 25. A representação será irretratável, depois de
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18
oferecida a denúncia.
anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada por seu representante legal.
com o auto de prisão em flagrante ou por meio de
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito
portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a parente mais próximo na ordem de enumeração
iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer
ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da
sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os instância ou a abandone.
elementos de convicção.
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de legalmente constituídas poderão exercer a ação penal,
apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do devendo ser representadas por quem os respectivos
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio
juiz, no caso de considerar improcedentes as razões destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
seu representante legal, decairá no direito de queixa ou
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público
de representação, se não o exercer dentro do prazo de
para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento,
seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
pública, se esta não for intentada no prazo legal,
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la
de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo,
e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os
nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.
termos do processo, fornecer elementos de prova,
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,
do querelante, retomar a ação como parte principal. pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao
órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.

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§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem § 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito
assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-
representante legal ou procurador, será reduzida a se-á da data em que tiver recebido as peças de
termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o informações ou a representação
órgão do Ministério Público, quando a este houver sido
§ 2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias,
dirigida.
contado da data em que o órgão do Ministério Público
§ 2o A representação conterá todas as informações que receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do
possam servir à apuração do fato e da autoria. tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar,
prosseguindo-se nos demais termos do processo.
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a
autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários
competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. maiores esclarecimentos e documentos complementares
ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los,
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante
diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários
este reduzida a termo, será remetida à autoridade
que devam ou possam fornecê-los.
policial para que esta proceda a inquérito.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o
obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público
inquérito, se com a representação forem oferecidos
velará pela sua indivisibilidade.
elementos que o habilitem a promover a ação penal, e,
neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em
dias. relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração
conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou
existência de crime de ação pública, remeterão ao procurador com poderes especiais.
Ministério Público as cópias e os documentos necessários
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do
ao oferecimento da denúncia.
menor que houver completado 18 (dezoito) anos não
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do privará este do direito de queixa, nem a renúncia do
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a último excluirá o direito do primeiro.
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados
se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando
aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em
necessário, o rol das testemunhas.
relação ao que o recusar.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18
penal.
anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com por seu representante legal, mas o perdão concedido por
poderes especiais, devendo constar do instrumento do um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito.
mandato o nome do querelante e a menção do fato
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou
criminoso, salvo quando tais esclarecimentos
retardado mental e não tiver representante legal, ou
dependerem de diligências que devem ser previamente
colidirem os interesses deste com os do querelado, a
requeridas no juízo criminal.
aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for nomear.
privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-
Público, a quem caberá intervir em todos os termos
se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
subseqüentes do processo.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando
poderes especiais.
o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o
órgão do Ministério Público receber os autos do Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso
inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou o disposto no art. 50.
afiançado. No último caso, se houver devolução do
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o
todos os meios de prova.
prazo da data em que o órgão do Ministério Público
receber novamente os autos. Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração
expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer,

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dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a
tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no
aceitação. juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra
o responsável civil.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a
punibilidade. Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação
civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará
definitivo daquela.
de declaração assinada pelo querelado, por seu
representante legal ou procurador com poderes Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que
especiais. reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
necessidade, em legítima defesa, em estrito
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
direito.
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo
promover o andamento do processo durante 30 dias
criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não
seguidos;
tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua material do fato.
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação
no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias,
civil:
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado
o disposto no art. 36; I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das
peças de informação;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem
motivo justificado, a qualquer ato do processo a que II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de
III - a sentença absolutória que decidir que o fato
condenação nas alegações finais;
imputado não constitui crime.
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano
extinguir sem deixar sucessor.
for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será
reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.
ofício.
TÍTULO V
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério
DA COMPETÊNCIA
Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-
lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:
conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a
I - o lugar da infração:
prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou
reservando-se para apreciar a matéria na sentença final. II - o domicílio ou residência do réu;
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à III - a natureza da infração;
vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o
IV - a distribuição;
Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.
V - a conexão ou continência;
TÍTULO IV
VI - a prevenção;
DA AÇÃO CIVIL
VII - a prerrogativa de função.
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória,
poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o CAPÍTULO I
efeito da reparação do dano, o ofendido, seu
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO
representante legal ou seus herdeiros.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença
lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de
condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor
tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato
fixado nos termos do inciso iv do caput do art. 387 deste
de execução.
Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do
dano efetivamente sofrido.

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§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente
infração se consumar fora dele, a competência será caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o).
determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no
CAPÍTULO IV
Brasil, o último ato de execução.
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora
do território nacional, será competente o juiz do lugar Art. 75. A precedência da distribuição fixará a
em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido competência quando, na mesma circunscrição judiciária,
ou devia produzir seu resultado. houver mais de um juiz igualmente competente.
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da
mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter concessão de fiança ou da decretação de prisão
sido a infração consumada ou tentada nas divisas de preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela ou queixa prevenirá a da ação penal.
prevenção.
CAPÍTULO V
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
permanente, praticada em território de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
CAPÍTULO II I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO
reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora
RÉU
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a contra as outras;
competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas
réu.
para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
competência firmar-se-á pela prevenção.
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o suas circunstâncias elementares influir na prova de outra
seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro infração.
tomar conhecimento do fato.
Art. 77. A competência será determinada pela
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o continência quando:
querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma
residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da
infração;
infração.
II - no caso de infração cometida nas condições previstas
CAPÍTULO III
nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO Penal.
Art. 74. A competência pela natureza da infração será Art. 78. Na determinação da competência por conexão
regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a ou continência, serão observadas as seguintes regras:
competência privativa do Tribunal do Júri.
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência
crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo do júri;
único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal,
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:
consumados ou tentados.
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for
§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver
cominada a pena mais grave;
desclassificação para infração da competência de outro,
a este será remetido o processo, salvo se mais graduada b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o
for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua maior número de infrações, se as respectivas penas
competência prorrogada. forem de igual gravidade;
§ 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros
outra atribuída à competência de juiz singular, observar- casos;
se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for

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III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, CAPÍTULO VII


predominará a de maior graduação;
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial,
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do
prevalecerá esta.
Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de
de processo e julgamento, salvo: Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente
às pessoas que devam responder perante eles por crimes
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
comuns e de responsabilidade.
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que
menores.
forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita
§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento,
no art. 152. quando oposta e admitida a exceção da verdade.
§ 2o A unidade do processo não importará a do Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá,
julgamento, se houver co-réu foragido que não possa ser privativamente, processar e julgar:
julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
I - os seus ministros, nos crimes comuns;
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos
II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com
quando as infrações tiverem sido praticadas em
os do Presidente da República;
circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou,
quando pelo excessivo número de acusados e para não III - o procurador-geral da República, os
Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo desembargadores dos Tribunais de Apelação, os
relevante, o juiz reputar conveniente a separação. ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e
ministros diplomáticos, nos crimes comuns e de
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão
responsabilidade.
ou continência, ainda que no processo da sua
competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de
sentença absolutória ou que desclassifique a infração Apelação o julgamento dos governadores ou
para outra que não se inclua na sua competência, interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do
continuará competente em relação aos demais Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de
processos. Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do Ministério
Público.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a
competência por conexão ou continência, o juiz, se vier a CAPÍTULO VIII
desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
acusado, de maneira que exclua a competência do júri,
remeterá o processo ao juízo competente. Art. 88. No processo por crimes praticados fora do
território brasileiro, será competente o juízo da Capital
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência,
do Estado onde houver por último residido o acusado. Se
forem instaurados processos diferentes, a autoridade de
este nunca tiver residido no Brasil, será competente o
jurisdição prevalente deverá avocar os processos que
juízo da Capital da República.
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem
com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação
processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos
soma ou de unificação das penas. fronteiriços, bem como a bordo de embarcações
nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados
CAPÍTULO VI
pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País,
pela do último em que houver tocado.
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda
vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave
competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao
tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo
ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, correspondente ao território nacional, serão processados
§ 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). e julgados pela justiça da comarca em cujo território se

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verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de I - suspeição;


onde houver partido a aeronave.
II - incompetência de juízo;
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo
III - litispendência;
com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a
competência se firmará pela prevenção. IV - ilegitimidade de parte;
TÍTULO VI V - coisa julgada.
DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES Art. 96. A argüição de suspeição precederá a qualquer
outra, salvo quando fundada em motivo superveniente.
CAPÍTULO I
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS
deverá fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração remeterá imediatamente o processo ao seu substituto,
depender da solução de controvérsia, que o juiz repute intimadas as partes.
séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o
da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja
juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria
a controvérsia dirimida por sentença passada em
ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as
julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das
suas razões acompanhadas de prova documental ou do
testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
rol de testemunhas.
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a
Ministério Público, quando necessário, promoverá a ação
marcha do processo, mandará juntar aos autos a petição
civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a
do recusante com os documentos que a instruam, e por
citação dos interessados.
despacho se declarará suspeito, ordenando a remessa
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração dos autos ao substituto.
penal depender de decisão sobre questão diversa da
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará
prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível,
autuar em apartado a petição, dará sua resposta dentro
e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o
em três dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas,
juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de
e, em seguida, determinará sejam os autos da exceção
difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei
remetidos, dentro em 24 vinte e quatro horas, ao juiz ou
civil limite, suspender o curso do processo, após a
tribunal a quem competir o julgamento.
inquirição das testemunhas e realização das outras
provas de natureza urgente. § 1o Reconhecida, preliminarmente, a relevância da
argüição, o juiz ou tribunal, com citação das partes,
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá
marcará dia e hora para a inquirição das testemunhas,
ser razoavelmente prorrogado, se a demora não for
seguindo-se o julgamento, independentemente de mais
imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível
alegações.
tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o
processo, retomando sua competência para resolver, de § 2o Se a suspeição for de manifesta improcedência, o
fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da juiz ou relator a rejeitará liminarmente.
defesa.
Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos
o
§ 2 Do despacho que denegar a suspensão não caberá os atos do processo principal, pagando o juiz as custas,
recurso. no caso de erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a
malícia do excipiente, a este será imposta a multa de
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de
duzentos mil-réis a dois contos de réis.
ação pública, incumbirá ao Ministério Público intervir
imediatamente na causa cível, para o fim de promover- Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a
lhe o rápido andamento. procedência da argüição, poderá ser sustado, a seu
requerimento, o processo principal, até que se julgue o
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos
incidente da suspeição.
dos artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de ofício
ou a requerimento das partes. Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais
de Apelação, o juiz que se julgar suspeito deverá declará-
CAPÍTULO II
lo nos autos e, se for revisor, passar o feito ao seu
DAS EXCEÇÕES substituto na ordem da precedência, ou, se for relator,
apresentar os autos em mesa para nova distribuição.
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:

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§ 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de § 1o Se a parte houver de opor mais de uma dessas
dar-se por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na exceções, deverá fazê-lo numa só petição ou articulado.
sessão de julgamento, registrando-se na ata a
§ 2o A exceção de coisa julgada somente poderá ser
declaração.
oposta em relação ao fato principal, que tiver sido objeto
§ 2o Se o presidente do tribunal se der por suspeito, da sentença.
competirá ao seu substituto designar dia para o
Art. 111. As exceções serão processadas em autos
julgamento e presidi-lo.
apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da
§ 3o Observar-se-á, quanto à argüição de suspeição pela ação penal.
parte, o disposto nos arts. 98 a 101, no que Ihe for
CAPÍTULO III
aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer, o que
estabelece este artigo. DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
§ 4o A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os
pelo tribunal pleno, funcionando como relator o serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou
presidente. intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando
houver incompatibilidade ou impedimento legal, que
§ 5o Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator
declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a
será o vice-presidente.
incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido
Art. 104. Se for argüida a suspeição do órgão do pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a
Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, sem exceção de suspeição.
recurso, podendo antes admitir a produção de provas no
CAPÍTULO IV
prazo de três dias.
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO
Art. 105. As partes poderão também argüir de suspeitos
os peritos, os intérpretes e os serventuários ou Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-
funcionários de justiça, decidindo o juiz de plano e sem se-ão não só pela exceção própria, como também pelo
recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata. conflito positivo ou negativo de jurisdição.
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser argüida Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:
oralmente, decidindo de plano do presidente do Tribunal
I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se
do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for
considerarem competentes, ou incompetentes, para
imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata.
conhecer do mesmo fato criminoso;
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades
II - quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade
policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas
de juízo, junção ou separação de processos.
declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado:
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá
ser oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de I - pela parte interessada;
defesa.
II - pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer
§ 1o Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a dos juízos em dissídio;
declinatória, o feito será remetido ao juízo competente,
III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa.
onde, ratificados os atos anteriores, o processo
prosseguirá. Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de
representação, e a parte interessada, sob a de
§ 2o Recusada a incompetência, o juiz continuará no
requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do
feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se
conflito, perante o tribunal competente, expondo os
formulada verbalmente.
fundamentos e juntando os documentos
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz comprobatórios.
reconhecer motivo que o torne incompetente, declará-
§ 1o Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais
lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte,
poderão suscitá-lo nos próprios autos do processo.
prosseguindo-se na forma do artigo anterior.
§ 2o Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade
relator poderá determinar imediatamente que se
de parte e coisa julgada, será observado, no que Ihes for
suspenda o andamento do processo.
aplicável, o disposto sobre a exceção de incompetência
do juízo.

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§ 3o Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator § 5o Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis,


requisitará informações às autoridades em conflito, serão avaliadas e levadas a leilão público, depositando-se
remetendo-lhes cópia do requerimento ou o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as
representação. detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de
responsabilidade.
§ 4o As informações serão prestadas no prazo marcado
pelo relator. Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com
os proventos da infração, aplica-se o disposto no art. 133
§ 5o Recebidas as informações, e depois de ouvido o
e seu parágrafo.
procurador-geral, o conflito será decidido na primeira
sessão, salvo se a instrução do feito depender de Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133,
diligência. decorrido o prazo de 90 dias, após transitar em julgado a
sentença condenatória, o juiz decretará, se for caso, a
§ 6o Proferida a decisão, as cópias necessárias serão
perda, em favor da União, das coisas apreendidas (art.
remetidas, para a sua execução, às autoridades contra as
74, II, a e b do Código Penal) e ordenará que sejam
quais tiver sido levantado o conflito ou que o houverem
vendidas em leilão público.
suscitado.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante
Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a
avocatória, restabelecerá a sua jurisdição, sempre que
terceiro de boa-fé.
exercida por qualquer dos juízes ou tribunais inferiores.
Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores,
CAPÍTULO V
se dentro no prazo de 90 dias, a contar da data em que
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS transitar em julgado a sentença final, condenatória ou
absolutória, os objetos apreendidos não forem
Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final,
reclamados ou não pertencerem ao réu, serão vendidos
as coisas apreendidas não poderão ser restituídas
em leilão, depositando-se o saldo à disposição do juízo
enquanto interessarem ao processo.
de ausentes.
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor
Código Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois
da União for decretada, e as coisas confiscadas, de
de transitar em julgado a sentença final, salvo se
acordo com o disposto no art. 100 do Código Penal,
pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser houver interesse na sua conservação.
ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante
CAPÍTULO VI
termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao
direito do reclamante. DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
o
§ 1 Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis,
autuar-se-á em apartado, assinando-se ao requerente o adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração,
prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, só o juiz ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
criminal poderá decidir o incidente.
Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a
§ 2o O incidente autuar-se-á também em apartado e só a existência de indícios veementes da proveniência ilícita
autoridade judicial o resolverá, se as coisas forem dos bens.
apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
intimado para alegar e provar o seu direito, em prazo
Público ou do ofendido, ou mediante representação da
igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro
autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em
dois dias para arrazoar.
qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a
§ 3o Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o denúncia ou queixa.
Ministério Público.
Art. 128. Realizado o seqüestro, o juiz ordenará a sua
§ 4o Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro inscrição no Registro de Imóveis.
dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível,
Art. 129. O seqüestro autuar-se-á em apartado e
ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário
admitirá embargos de terceiro.
ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa
idônea. Art. 130. O seqüestro poderá ainda ser embargado:

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I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens § 3o O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que
sido adquiridos com os proventos da infração; correrá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do
valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido
deficiente.
transferidos a título oneroso, sob o fundamento de tê-los
adquirido de boa-fé. § 4o O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do
imóvel ou imóveis necessários à garantia da
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão
responsabilidade.
nesses embargos antes de passar em julgado a sentença
condenatória. § 5o O valor da responsabilidade será liquidado
definitivamente após a condenação, podendo ser
Art. 131. O seqüestro será levantado:
requerido novo arbitramento se qualquer das partes não
I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta se conformar com o arbitramento anterior à sentença
dias, contado da data em que ficar concluída a diligência; condenatória.
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os § 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou
bens, prestar caução que assegure a aplicação do em títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação
disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal; em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar proceder à
inscrição da hipoteca legal.
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o
réu, por sentença transitada em julgado. Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de
início, revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze)
Art. 132. Proceder-se-á ao seqüestro dos bens móveis
dias não for promovido o processo de inscrição da
se, verificadas as condições previstas no art. 126, não for
hipoteca legal.
cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll
deste Livro. Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou
os possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados
Art. 133. Transitada em julgado a sentença
bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que
condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do
é facultada a hipoteca legal dos imóveis.
interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens
em leilão público. § 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente
deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao
art. 120.
Tesouro Nacional o que não couber ao lesado ou a
terceiro de boa-fé. § 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos
recursos arbitrados pelo juiz, para a manutenção do
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado
indiciado e de sua família.
poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do
processo, desde que haja certeza da infração e indícios Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do
suficientes da autoria. arresto correrão em auto apartado.
Art. 135. Pedida a especialização mediante Art. 139. O depósito e a administração dos bens
requerimento, em que a parte estimará o valor da arrestados ficarão sujeitos ao regime do processo civil.
responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou
Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano
imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o
alcançarão também as despesas processuais e as penas
juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da
pecuniárias, tendo preferência sobre estas a reparação
responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis.
do dano ao ofendido.
§ 1o A petição será instruída com as provas ou indicação
Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a
das provas em que se fundar a estimação da
hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu for
responsabilidade, com a relação dos imóveis que o
absolvido ou julgada extinta a punibilidade.
responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados
no requerimento, e com os documentos comprobatórios Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as
do domínio. medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver
interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre
§ 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a
e o requerer.
avaliação dos imóveis designados far-se-ão por perito
nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial, Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória,
sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz
respectivo. do cível (art. 63).

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Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada
Ministério Público poderão requerer no juízo cível, uma das partes, para prova de suas alegações;
contra o responsável civil, as medidas previstas nos arts.
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que
134, 136 e 137.
entender necessárias;
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível,
para preservação do valor dos bens sempre que
mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com os
estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou
autos do processo incidente, ao Ministério Público.
depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção. Art. 146. A argüição de falsidade, feita por procurador,
o exige poderes especiais.
§ 1 O leilão far-se-á preferencialmente por meio
eletrônico. Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação
da falsidade.
§ 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na
avaliação judicial ou por valor maior. Não alcançado o Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa
valor estipulado pela administração judicial, será julgada em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.
realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da
CAPÍTULO VIII
realização do primeiro, podendo os bens ser alienados
por valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO
estipulado na avaliação judicial.
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade
o mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a
§ 3 O produto da alienação ficará depositado em conta
vinculada ao juízo até a decisão final do processo, requerimento do Ministério Público, do defensor, do
procedendo-se à sua conversão em renda para a União, curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge
Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, do acusado, seja este submetido a exame médico-legal.
no caso de absolvição, à sua devolução ao acusado.
§ 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do
o inquérito, mediante representação da autoridade policial
§ 4 Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro,
inclusive moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ao juiz competente.
ou cheques emitidos como ordem de pagamento, o juízo
§ 2o O juiz nomeará curador ao acusado, quando
determinará a conversão do numerário apreendido em
determinar o exame, ficando suspenso o processo, se já
moeda nacional corrente e o depósito das
iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que
correspondentes quantias em conta judicial.
possam ser prejudicadas pelo adiamento.
§ 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao
preso, será internado em manicômio judiciário, onde
equivalente órgão de registro e controle a expedição de
houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos,
certificado de registro e licenciamento em favor do
em estabelecimento adequado que o juiz designar.
arrematante, ficando este livre do pagamento de multas,
encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução § 1o O exame não durará mais de quarenta e cinco dias,
fiscal em relação ao antigo proprietário. salvo se os peritos demonstrarem a necessidade de
maior prazo.
§ 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das
sociedades e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa § 2o Se não houver prejuízo para a marcha do processo,
será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou o juiz poderá autorizar sejam os autos entregues aos
publicação no órgão oficial. peritos, para facilitar o exame.
§ 7o (VETADO). Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao
tempo da infração, irresponsável nos termos do art. 22
CAPÍTULO VII
do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença
DO INCIDENTE DE FALSIDADE do curador.
Art. 145. Argüida, por escrito, a falsidade de documento Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à
constante dos autos, o juiz observará o seguinte infração o processo continuará suspenso até que o
processo: acusado se restabeleça, observado o § 2o do art. 149.
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em § 1o O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do
seguida ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 acusado em manicômio judiciário ou em outro
horas, oferecerá resposta; estabelecimento adequado.

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§ 2o O processo retomará o seu curso, desde que se DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM
restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a GERAL
faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será
prestado depoimento sem a sua presença.
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se- indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
á em auto apartado, que só depois da apresentação do
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias
laudo, será apenso ao processo principal.
serão realizados por perito oficial, portador de diploma
Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da de curso superior.
execução da pena, observar-se-á o disposto no art. 682.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por
TÍTULO VII 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de
curso superior preferencialmente na área específica,
DA PROVA
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada
CAPÍTULO I com a natureza do exame.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de
bem e fielmente desempenhar o encargo.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre
apreciação da prova produzida em contraditório judicial, § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a
nos elementos informativos colhidos na investigação, formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão
antecipadas.
pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas
serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. desta decisão.
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, § 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às
sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: partes, quanto à perícia:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a
produção antecipada de provas consideradas urgentes e prova ou para responderem a quesitos, desde que o
relevantes, observando a necessidade, adequação e mandado de intimação e os quesitos ou questões a
proporcionalidade da medida; serem esclarecidas sejam encaminhados com
antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de
apresentar as respostas em laudo complementar;
proferir sentença, a realização de diligências para dirimir
dúvida sobre ponto relevante. II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar
pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas
inquiridos em audiência.
do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. § 6o Havendo requerimento das partes, o material
probatório que serviu de base à perícia será
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das
disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
manterá sempre sua guarda, e na presença de perito
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for
puderem ser obtidas por uma fonte independente das
impossível a sua conservação.
primeiras.
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si
de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á
só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da
designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte
investigação ou instrução criminal, seria capaz de
indicar mais de um assistente técnico.
conduzir ao fato objeto da prova.
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova
descreverão minuciosamente o que examinarem, e
declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão
responderão aos quesitos formulados.
judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no
§ 4o (VETADO)
prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser
CAPÍTULO II

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prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu
peritos. defensor.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito § 1o No exame complementar, os peritos terão presente
em qualquer dia e a qualquer hora. o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a
deficiência ou retificá-lo.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas
depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do
sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser
daquele prazo, o que declararão no auto. feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da
data do crime.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o
simples exame externo do cadáver, quando não houver § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida
infração penal que apurar, ou quando as lesões externas pela prova testemunhal.
permitirem precisar a causa da morte e não houver
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver
necessidade de exame interno para a verificação de
sido praticada a infração, a autoridade providenciará
alguma circunstância relevante.
imediatamente para que não se altere o estado das
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir
a autoridade providenciará para que, em dia e hora seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se elucidativos.
lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as
Parágrafo único. O administrador de cemitério público alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório,
ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos
desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem fatos.
indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos
lugar não destinado a inumações, a autoridade
guardarão material suficiente para a eventualidade de
procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará
nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão
do auto.
ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas,
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na desenhos ou esquemas.
posição em que forem encontrados, bem como, na
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou
medida do possível, todas as lesões externas e vestígios
rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por
deixados no local do crime.
meio de escalada, os peritos, além de descrever os
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no vestígios, indicarão com que instrumentos, por que
cadáver, os peritos, quando possível, juntarão ao laudo meios e em que época presumem ter sido o fato
do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, praticado.
devidamente rubricados.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam
exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo produto do crime.
Instituto de Identificação e Estatística ou repartição
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os
congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-
peritos procederão à avaliação por meio dos elementos
se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se
existentes nos autos e dos que resultarem de diligências.
descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e
causa e o lugar em que houver começado, o perigo que
autenticados todos os objetos encontrados, que possam
dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio
ser úteis para a identificação do cadáver.
alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
por haverem desaparecido os vestígios, a prova
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos,
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o
exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a
escrito será intimada para o ato, se for encontrada;
exame complementar por determinação da autoridade
policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do II - para a comparação, poderão servir quaisquer
documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem

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sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública,
sobre cuja autenticidade não houver dúvida; observar-se-á o disposto no art. 19.
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz
exame, os documentos que existirem em arquivos ou ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas
estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a partes, quando não for necessária ao esclarecimento da
diligência, se daí não puderem ser retirados; verdade.
IV - quando não houver escritos para a comparação ou CAPÍTULO III
forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver
ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última Art. 185. O acusado que comparecer perante a
diligência poderá ser feita por precatória, em que se autoridade judiciária, no curso do processo penal, será
consignarão as palavras que a pessoa será intimada a qualificado e interrogado na presença de seu defensor,
escrever. constituído ou nomeado.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos § 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em
empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes sala própria, no estabelecimento em que estiver
verificar a natureza e a eficiência. recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do
juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular
bem como a presença do defensor e a publicidade do
quesitos até o ato da diligência.
ato.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão
peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no
fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes,
caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação
poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema
poderá ser feita pelo juiz deprecante.
de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transmissão de sons e imagens em tempo real, desde
transcritos na precatória. que a medida seja necessária para atender a uma das
seguintes finalidades:
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado
pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao I - prevenir risco à segurança pública, quando exista
processo o laudo assinado pelos peritos. fundada suspeita de que o preso integre organização
criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o
o deslocamento;
auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se
presente ao exame, também pela autoridade. II - viabilizar a participação do réu no referido ato
processual, quando haja relevante dificuldade para seu
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o
comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra
laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e
circunstância pessoal;
rubricado em suas folhas por todos os peritos.
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão
ou da vítima, desde que não seja possível colher o
consignadas no auto do exame as declarações e
depoimento destas por videoconferência, nos termos
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá
doart. 217 deste Código;
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um
terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.
mandar proceder a novo exame por outros peritos.
§ 3o Da decisão que determinar a realização de
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou interrogatório por videoconferência, as partes serão
no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
autoridade judiciária mandará suprir a formalidade,
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o
complementar ou esclarecer o laudo.
preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar tecnológico, a realização de todos os atos da audiência
que se proceda a novo exame, por outros peritos, se única de instrução e julgamento de que tratam os arts.
julgar conveniente. 400, 411 e 531 deste Código.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo § 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e
reservada com o seu defensor; se realizado por

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videoconferência, fica também garantido o acesso a e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da
canais telefônicos reservados para comunicação entre o infração ou depois dela;
defensor que esteja no presídio e o advogado presente
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a
na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.
infração e se teve notícia desta;
§ 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para
IV - as provas já apuradas;
a realização de atos processuais por sistema de
videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou
pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar
Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. contra elas;
§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a
juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e
realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo. tenha sido apreendido;
§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam
artigo, no que couber, à realização de outros atos à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da
processuais que dependam da participação de pessoa infração;
que esteja presa, como acareação, reconhecimento de
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada
de declarações do ofendido. Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará
das partes se restou algum fato para ser esclarecido,
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o
formulando as perguntas correspondentes se o entender
acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu
pertinente e relevante.
defensor.
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação
em parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar
sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
provas.
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre
pela pessoa presa os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas
concorreram para a infração, e quais sejam.
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e
cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do interrogados separadamente.
seu direito de permanecer calado e de não responder
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do
perguntas que lhe forem formuladas.
surdo-mudo será feito pela forma seguinte:
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em
I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas,
confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da
que ele responderá oralmente;
defesa.
II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente,
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas
respondendo-as por escrito;
partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos.
III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por
§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado
escrito e do mesmo modo dará as respostas.
sobre a residência, meios de vida ou profissão,
oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou
vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob
alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
processo, se houve suspensão condicional ou
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua
condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros
nacional, o interrogatório será feito por meio de
dados familiares e sociais.
intérprete.
§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; puder ou não quiser assinar, tal fato será consignado no
termo.
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum
motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa
ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime,

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Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo informações constantes dos autos a seu respeito para
interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de evitar sua exposição aos meios de comunicação.
qualquer das partes.
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO IV
DAS TESTEMUNHAS
DA CONFISSÃO
Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a
adotados para os outros elementos de prova, e para a
promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for
sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais
perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu
provas do processo, verificando se entre ela e estas
estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce
existe compatibilidade ou concordância.
sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e
mas poderá constituir elemento para a formação do relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua
convencimento do juiz. ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se
de sua credibilidade.
Art. 199. A confissão, quando feita fora do
interrogatório, será tomada por termo nos autos, Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não
observado o disposto no art. 195. sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem Parágrafo único. Não será vedada à testemunha,
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no entretanto, breve consulta a apontamentos.
exame das provas em conjunto.
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da
CAPÍTULO V testemunha, o juiz procederá à verificação pelos meios
ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o
DO OFENDIDO
depoimento desde logo.
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da
qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a
infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as
fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha
provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas
reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a
declarações.
mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova
sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à do fato e de suas circunstâncias.
presença da autoridade.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam
relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte
designação de data para audiência e à sentença e interessada, quiserem dar o seu testemunho.
respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos
endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se
ofendido, o uso de meio eletrônico. refere o art. 206.
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir
realização, será reservado espaço separado para o outras testemunhas, além das indicadas pelas partes.
ofendido.
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as
o
§ 5 Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o pessoas a que as testemunhas se referirem.
ofendido para atendimento multidisciplinar,
§ 2o Não será computada como testemunha a pessoa
especialmente nas áreas psicossocial, de assistência
que nada souber que interesse à decisão da causa.
jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à
per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os
preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem
depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das
do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo
penas cominadas ao falso testemunho.
de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras

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Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha
sua realização, serão reservados espaços separados para deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz
a garantia da incomunicabilidade das testemunhas. poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final,
justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.
reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa,
calou ou negou a verdade, remeterá cópia do Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a
depoimento à autoridade policial para a instauração de multa prevista no art. 453, sem prejuízo do processo
inquérito. penal por crime de desobediência, e condená-la ao
pagamento das custas da diligência.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em
plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade
decisão na audiência (art. 538, § 2o), o tribunal (art. 561), ou por velhice, de comparecer para depor, serão
ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos, inquiridas onde estiverem.
poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República,
autoridade policial.
os senadores e deputados federais, os ministros de
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes Estado, os governadores de Estados e Territórios, os
diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e
que puderem induzir a resposta, não tiverem relação dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas
com a causa ou importarem na repetição de outra já Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros
respondida. e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados,
do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz
serão inquiridos em local, dia e hora previamente
poderá complementar a inquirição.
ajustados entre eles e o juiz.
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha
§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os
manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando
presidentes do Senado Federal, da Câmara dos
inseparáveis da narrativa do fato.
Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes pela prestação de depoimento por escrito, caso em que
poderão contraditar a testemunha ou argüir as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo
circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a
§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade
contradita ou argüição e a resposta da testemunha, mas
superior.
só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208. § 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto
no art. 218, devendo, porém, a expedição do mandado
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá
ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição
cingir-se, tanto quanto possível, às expressões usadas
em que servirem, com indicação do dia e da hora
pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas
marcados.
frases.
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a
juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência,
termo, assinado por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a
expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo
testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo,
razoável, intimadas as partes.
pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na
presença de ambos. § 1o A expedição da precatória não suspenderá a
instrução criminal.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá
causar humilhação, temor, ou sério constrangimento à § 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o
testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a julgamento, mas, a todo tempo, a precatória, uma vez
verdade do depoimento, fará a inquirição por devolvida, será junta aos autos.
videoconferência e, somente na impossibilidade dessa
§ 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva
forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na
de testemunha poderá ser realizada por meio de
inquirição, com a presença do seu defensor.
videoconferência ou outro recurso tecnológico de
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida
previstas no caput deste artigo deverá constar do termo, a presença do defensor e podendo ser realizada,
assim como os motivos que a determinaram.

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inclusive, durante a realização da audiência de instrução Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á
e julgamento. com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que
for aplicável.
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se
demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar
arcando a parte requerente com os custos de envio. o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará
a prova em separado, evitando-se qualquer comunicação
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto
entre elas.
nos §§ 1o e 2o do art. 222 deste Código.
CAPÍTULO VIII
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua
nacional, será nomeado intérprete para traduzir as DA ACAREAÇÃO
perguntas e respostas.
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados,
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo- entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre
mudo, proceder-se-á na conformidade do art. 192. acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de
declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
um ano, qualquer mudança de residência, sujeitando-se,
pela simples omissão, às penas do não-comparecimento. Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados,
para que expliquem os pontos de divergências,
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-
reduzindo-se a termo o ato de acareação.
se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de
que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas
poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das declarações divirjam das de outra, que esteja presente, a
partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento. esta se darão a conhecer os pontos da divergência,
consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se
subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à
CAPÍTULO VII autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente,
transcrevendo-se as declarações desta e as da
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
testemunha presente, nos pontos em que divergirem,
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o bem como o texto do referido auto, a fim de que se
reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente,
forma: pela mesma forma estabelecida para a testemunha
presente. Esta diligência só se realizará quando não
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será
importe demora prejudicial ao processo e o juiz a
convidada a descrever a pessoa que deva ser
entenda conveniente.
reconhecida;
CAPÍTULO IX
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será
colocada, se possível, ao lado de outras que com ela DOS DOCUMENTOS
tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver
Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes
de fazer o reconhecimento a apontá-la;
poderão apresentar documentos em qualquer fase do
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada processo.
para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos,
outra influência, não diga a verdade em face da pessoa
instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.
que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará
para que esta não veja aquela; Parágrafo único. À fotografia do documento,
devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto
original.
pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa
chamada para proceder ao reconhecimento e por duas Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas
testemunhas presenciais. por meios criminosos, não serão admitidas em juízo.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo
terá aplicação na fase da instrução criminal ou em pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito,
plenário de julgamento. ainda que não haja consentimento do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de
documento relativo a ponto relevante da acusação ou da

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defesa, providenciará, independentemente de § 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver


requerimento de qualquer das partes, para sua juntada fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma
aos autos, se possível. proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e
letra hdo parágrafo anterior.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares
serão submetidas a exame pericial, quando contestada a Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou
sua autenticidade. judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar
deverá ser precedida da expedição de mandado.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem
prejuízo de sua juntada imediata, serão, se necessário, Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a
traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa requerimento de qualquer das partes.
idônea nomeada pela autoridade.
Art. 243. O mandado de busca deverá:
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando
I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que
conferidas com o original, em presença da autoridade.
será realizada a diligência e o nome do respectivo
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o
findo, quando não exista motivo relevante que justifique nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
a sua conservação nos autos, poderão, mediante identifiquem;
requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser
II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos
autos. III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela
autoridade que o fizer expedir.
CAPÍTULO X
§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio
DOS INDÍCIOS
texto do mandado de busca.
Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida
§ 2o Não será permitida a apreensão de documento em
e provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por
poder do defensor do acusado, salvo quando constituir
indução, concluir-se a existência de outra ou outras
elemento do corpo de delito.
circunstâncias.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no
CAPÍTULO XI
caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de
DA BUSCA E DA APREENSÃO que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de
objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
quando a medida for determinada no curso de busca
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas domiciliar.
razões a autorizarem, para:
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia,
a) prender criminosos; salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e,
antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios
lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente,
criminosos;
intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
c) apreender instrumentos de falsificação ou de
§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
previamente sua qualidade e o objeto da diligência.
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados
§ 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta
na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
e forçada a entrada.
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à
§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego
defesa do réu;
de força contra coisas existentes no interior da casa, para
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao o descobrimento do que se procura.
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o
§ 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à
ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser
elucidação do fato;
intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se
g) apreender pessoas vítimas de crimes; houver e estiver presente.
h) colher qualquer elemento de convicção. § 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai
procurar, o morador será intimado a mostrá-la.

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§ 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do
imediatamente apreendida e posta sob custódia da processo e manter a ordem no curso dos respectivos
autoridade ou de seus agentes. atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no
circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas processo em que:
presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4o.
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente,
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o
anterior, quando se tiver de proceder a busca em terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado,
compartimento habitado ou em aposento ocupado de órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar
habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao da justiça ou perito;
público, onde alguém exercer profissão ou atividade.
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa funções ou servido como testemunha;
procurada, os motivos da diligência serão comunicados a
III - tiver funcionado como juiz de outra instância,
quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo
que não moleste os moradores mais do que o
ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
indispensável para o êxito da diligência.
inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher,
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no
se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.
mesmo processo os juízes que forem entre si parentes,
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o
penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de terceiro grau, inclusive.
outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer,
no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-
poderá ser recusado por qualquer das partes:
se à competente autoridade local, antes da diligência ou
após, conforme a urgência desta. I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer
deles;
§ 1o Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão
em seguimento da pessoa ou coisa, quando: II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente,
estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou
cujo caráter criminoso haja controvérsia;
transporte, a seguirem sem interrupção, embora depois
a percam de vista; III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou
afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por
ou responder a processo que tenha de ser julgado por
informações fidedignas ou circunstâncias indiciárias, que
qualquer das partes;
está sendo removida ou transportada em determinada
direção, forem ao seu encalço. IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
§ 2o Se as autoridades locais tiverem fundadas razões V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de
para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas qualquer das partes;
referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade
legalidade dos mandados que apresentarem, poderão
interessada no processo.
exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que
não se frustre a diligência. Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de
parentesco por afinidade cessará pela dissolução do
TÍTULO VIII
casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento
DEFENSOR, sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o
padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA
parte no processo.
CAPÍTULO I
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem
DO JUIZ reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de
propósito der motivo para criá-la.

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CAPÍTULO II Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo


senão por motivo imperioso, comunicado previamente o
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários
Art. 257. Ao Ministério Público cabe: mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na § 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo
forma estabelecida neste Código; e justificado, o defensor não puder comparecer.
II - fiscalizar a execução da lei. § 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a
abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não
determinará o adiamento de ato algum do processo,
funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das
devendo nomear defensor substituto, ainda que
partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou
provisoriamente ou só para o efeito do ato.
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, Art. 266. A constituição de defensor independerá de
as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos instrumento de mandato, se o acusado o indicar por
dos juízes. ocasião do interrogatório.
CAPÍTULO III Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como
defensores os parentes do juiz.
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
CAPÍTULO IV
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado
com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não DOS ASSISTENTES
retardará a ação penal, quando certa a identidade física.
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá
A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento
intervir, como assistente do Ministério Público, o
ou da execução da sentença, se for descoberta a sua
ofendido ou seu representante legal, ou, na falta,
qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos,
qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o
passar em julgado a sentença e receberá a causa no
interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato
estado em que se achar.
que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade
poderá mandar conduzi-lo à sua presença. Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá
intervir como assistente do Ministério Público.
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de
condução, os requisitos mencionados no art. 352, no que Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de
Ihe for aplicável. prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o
libelo e os articulados, participar do debate oral e
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou
arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público,
foragido, será processado ou julgado sem defensor.
ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca
defensor público ou dativo, será sempre exercida através
da realização das provas propostas pelo assistente.
de manifestação fundamentada.
§ 2o O processoprosseguirá independentemente de nova
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
intimação do assistente, quando este, intimado, deixar
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do
defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo julgamento, sem motivo de força maior devidamente
tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo comprovado.
defender-se, caso tenha habilitação.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será sobre a admissão do assistente.
obrigado a pagar os honorários do defensor dativo,
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente,
arbitrados pelo juiz.
não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e autos o pedido e a decisão.
solicitadores serão obrigados, sob pena de multa de cem
CAPÍTULO V
a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos
acusados, quando nomeados pelo Juiz. DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA

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Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes expressamente previstos, para evitar a prática de
estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, infrações penais;
no que Ihes for aplicável.
II - adequação da medida à gravidade do crime,
CAPÍTULO VI circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado
ou acusado.
DOS PERITOS E INTÉRPRETES
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará
ou cumulativamente.
sujeito à disciplina judiciária.
§ 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz,
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do
de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no
perito.
curso da investigação criminal, por representação da
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será autoridade policial ou mediante requerimento do
obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem Ministério Público.
a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
§ 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de
sem justa causa, provada imediatamente: medida cautelar, determinará a intimação da parte
contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da
peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.
autoridade;
§ 4o No caso de descumprimento de qualquer das
b) não comparecer no dia e local designados para o
obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante
exame;
requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não do querelante, poderá substituir a medida, impor outra
seja feita, nos prazos estabelecidos. em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão
preventiva (art. 312, parágrafo único).
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito,
sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua § 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou
condução. substituí-la quando verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem
Art. 279. Não poderão ser peritos:
razões que a justifiquem.
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito
§ 6o A prisão preventiva será determinada quando não
mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;
for cabível a sua substituição por outra medida cautelar
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou (art. 319).
opinado anteriormente sobre o objeto da perícia;
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for
sentença condenatória transitada em julgado ou, no
aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
curso da investigação ou do processo, em virtude de
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, prisão temporária ou prisão preventiva.
equiparados aos peritos.
§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se
TÍTULO IX aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou
alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA
LIBERDADE PROVISÓRIA § 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a
qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à
inviolabilidade do domicílio.
CAPÍTULO I
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a
DISPOSIÇÕES GERAIS
indispensável no caso de resistência ou de tentativa de
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título fuga do preso.
deverão ser aplicadas observando-se a:
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a o respectivo mandado.
investigação ou a instrução criminal e, nos casos
Parágrafo único. O mandado de prisão:

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a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da
competência territorial do juiz que o expediu.
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu
nome, alcunha ou sinais característicos; § 2o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão
decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
de Justiça, adotando as precauções necessárias para
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando averiguar a autenticidade do mandado e comunicando
afiançável a infração; ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em
seguida, o registro do mandado na forma do caput deste
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe
artigo.
execução.
§ 3o A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o
local de cumprimento da medida o qual providenciará a
executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um
certidão extraída do registro do Conselho Nacional de
dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da
Justiça e informará ao juízo que a decretou.
diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no
outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder § 4o O preso será informado de seus direitos, nos termos
escrever, o fato será mencionado em declaração, do inciso LXIII do art. 5o da Constituição Federal e, caso o
assinada por duas testemunhas. autuado não informe o nome de seu advogado, será
comunicado à Defensoria Pública.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de
exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em § 5o Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a
tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que legitimidade da pessoa do executor ou sobre a
tiver expedido o mandado. identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2o do art.
290 deste Código.
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja
exibido o mandado ao respectivo diretor ou carcereiro, a § 6o O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o
quem será entregue cópia assinada pelo executor ou registro do mandado de prisão a que se refere
apresentada a guia expedida pela autoridade o caput deste artigo.
competente, devendo ser passado recibo da entrega do
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território
preso, com declaração de dia e hora.
de outro município ou comarca, o executor poderá
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar,
exemplar do mandado, se este for o documento exibido. apresentando-o imediatamente à autoridade local, que,
depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante,
Art. 289. Quando o acusado estiver no território
providenciará para a remoção do preso.
nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será
deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o § 1o - Entender-se-á que o executor vai em perseguição
inteiro teor do mandado. do réu, quando:
§ 1o Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção,
por qualquer meio de comunicação, do qual deverá embora depois o tenha perdido de vista;
constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que
se arbitrada.
o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal ou qual
§ 2o A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.
precauções necessárias para averiguar a autenticidade
§ 2o Quando as autoridades locais tiverem fundadas
da comunicação.
razões para duvidar da legitimidade da pessoa do
§ 3o O juiz processante deverá providenciar a remoção executor ou da legalidade do mandado que apresentar,
do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida
da efetivação da medida. a dúvida.
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á
registro do mandado de prisão em banco de dados feita desde que o executor, fazendo-se conhecer do réu,
mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.
finalidade.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
§ 1o Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão resistência à prisão em flagrante ou à determinada por
determinada no mandado de prisão registrado no autoridade competente, o executor e as pessoas que o
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para

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defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se § 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em
lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em
local distinto da prisão comum.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em
mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares § 2o Não havendo estabelecimento específico para o
preparatórios para a realização do parto e durante o preso especial, este será recolhido em cela distinta do
trabalho de parto, bem como em mulheres durante o mesmo estabelecimento.
período de puerpério imediato.
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do
segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração,
casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da insolação e condicionamento térmico adequados à
ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o existência humana.
executor convocará duas testemunhas e, sendo dia,
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente
entrará à força na casa, arrombando as portas, se
com o preso comum.
preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao
morador, se não for atendido, fará guardar todas as § 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão
saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que os mesmos do preso comum.
amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível,
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o serão recolhidos à prisão, em estabelecimentos militares,
réu oculto em sua casa será levado à presença da de acordo com os respectivos regulamentos.
autoridade, para que se proceda contra ele como for de
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido
direito.
pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o expedir tantos outros quantos necessários às diligências,
disposto no artigo anterior, no que for aplicável. devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do
mandado original.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão
especial, à disposição da autoridade competente, Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de
quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: mandado judicial, por qualquer meio de comunicação,
tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as
I - os ministros de Estado;
precauções necessárias para averiguar a autenticidade
II - os governadores ou interventores de Estados ou desta.
Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão
respectivos secretários, os prefeitos municipais, os
separadas das que já estiverem definitivamente
vereadores e os chefes de Polícia;
condenadas, nos termos da lei de execução penal.
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito,
Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos
após a lavratura dos procedimentos legais, será recolhido
Estados;
a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; preso à disposição das autoridades competentes.
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos CAPÍTULO II
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
VI - os magistrados;
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
VII - os diplomados por qualquer das faculdades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
superiores da República; seja encontrado em flagrante delito.
VIII - os ministros de confissão religiosa; Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
IX - os ministros do Tribunal de Contas; I - está cometendo a infração penal;
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a II - acaba de cometê-la;
função de jurado, salvo quando excluídos da lista por
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
motivo de incapacidade para o exercício daquela função;
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados presumir ser autor da infração;
e Territórios, ativos e inativos.

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IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções,
infração. constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão,
as declarações que fizer o preso e os depoimentos das
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo
agente em flagrante delito enquanto não cessar a
preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao
permanência.
juiz a quem couber tomar conhecimento do fato
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido
ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua o auto.
assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se
entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório
do lugar mais próximo.
do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo,
após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
autoridade, afinal, o auto. liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em
flagrante.
§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra
o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz
exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e deverá fundamentadamente:
prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para
I - relaxar a prisão ilegal; ou
isso for competente; se não o for, enviará os autos à
autoridade que o seja. II - converter a prisão em flagrante em preventiva,
quando presentes os requisitos constantes do art. 312
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o
deste Código, e se revelarem inadequadas ou
auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o
insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou
condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas
que hajam testemunhado a apresentação do preso à III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
autoridade.
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições
ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do
assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
leitura na presença deste. Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de
§ 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena
constar a informação sobre a existência de filhos,
de revogação.
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos CAPÍTULO III
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
DA PRISÃO PREVENTIVA
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão,
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do
qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o
processo penal, caberá a prisão preventiva decretada
auto, depois de prestado o compromisso legal.
pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz assistente, ou por representação da autoridade policial.
competente, ao Ministério Público e à família do preso
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como
ou à pessoa por ele indicada.
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a
da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto aplicação da lei penal, quando houver prova da
de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o existência do crime e indício suficiente de autoria.
nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser
Pública.
decretada em caso de descumprimento de qualquer das
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante obrigações impostas por força de outras medidas
recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o cautelares (art. 282, § 4o).
motivo da prisão, o nome do condutor e os das
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será
testemunhas.
admitida a decretação da prisão preventiva:

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I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova
liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo.
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em CAPÍTULO V
sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar
condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar
contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
atividades;
pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência; II - proibição de acesso ou freqüência a determinados
lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato,
Parágrafo único. Também será admitida a prisão
deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses
preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil
locais para evitar o risco de novas infrações;
da pessoa ou quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser III - proibição de manter contato com pessoa
colocado imediatamente em liberdade após a determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao
identificação, salvo se outra hipótese recomendar a fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer
manutenção da medida. distante;
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos permanência seja conveniente ou necessária para a
autos ter o agente praticado o fato nas condições investigação ou instrução;
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
dias de folga quando o investigado ou acusado tenha
Penal.
residência e trabalho fixos;
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a
VI - suspensão do exercício de função pública ou de
prisão preventiva será sempre motivada.
atividade de natureza econômica ou financeira quando
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no houver justo receio de sua utilização para a prática de
correr do processo, verificar a falta de motivo para que infrações penais;
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de
razões que a justifiquem.
crimes praticados com violência ou grave ameaça,
CAPÍTULO IV quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
DA PRISÃO DOMICILIAR imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de
reiteração;
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do
indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar
ausentar-se com autorização judicial. o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução
do seu andamento ou em caso de resistência
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela
injustificada à ordem judicial;
domiciliar quando o agente for:
IX - monitoração eletrônica
I - maior de 80 (oitenta) anos;
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições
II - extremamente debilitado por motivo de doença
do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com
grave;
outras medidas cautelares.
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será
menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;
comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de
IV - gestante; fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o
indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade
prazo de 24 (vinte e quatro) horas.
incompletos;
CAPÍTULO VI
VI - homem, caso seja o único responsável pelos
cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA
incompletos.

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Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade
decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder terá em consideração a natureza da infração, as
liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas condições pessoais de fortuna e vida pregressa do
cautelares previstas no art. 319 deste Código e acusado, as circunstâncias indicativas de sua
observados os critérios constantes do art. 282 deste periculosidade, bem como a importância provável das
Código. custas do processo, até final julgamento.
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o
fiança nos casos de infração cuja pena privativa de afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. vezes que for intimado para atos do inquérito e da
instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será
não comparecer, a fiança será havida como quebrada.
requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito)
horas. Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de
quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia
Art. 323. Não será concedida fiança:
permissão da autoridade processante, ou ausentar-se
I - nos crimes de racismo; por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem
comunicar àquela autoridade o lugar onde será
II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes
encontrado.
e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes
hediondos; Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia,
haverá um livro especial, com termos de abertura e de
III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou
encerramento, numerado e rubricado em todas as suas
militares, contra a ordem constitucional e o Estado
folhas pela autoridade, destinado especialmente aos
Democrático;
termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e
dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança
anteriormente concedida ou infringido, sem motivo Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão
justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção
327 e 328 deste Código; previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.
II - em caso de prisão civil ou militar; Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá
em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais
IV - quando presentes os motivos que autorizam a
preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou
decretação da prisão preventiva (art. 312).
municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade
§ 1o A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou
que a conceder nos seguintes limites:
metais preciosos será feita imediatamente por perito
a) (revogada); nomeado pela autoridade.
b) (revogada); § 2o Quando a fiança consistir em caução de títulos da
dívida pública, o valor será determinado pela sua cotação
c) (revogada).
em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que
I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se se acham livres de ônus.
tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no
Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido
grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
à repartição arrecadadora federal ou estadual, ou
II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, entregue ao depositário público, juntando-se aos autos
quando o máximo da pena privativa de liberdade os respectivos conhecimentos.
cominada for superior a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se
§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão
preso, a fiança poderá ser: ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de
três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina este
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;
artigo, o que tudo constará do termo de fiança.
II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será
III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. competente para conceder a fiança a autoridade que
presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por

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mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade III - descumprir medida cautelar imposta
judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a cumulativamente com a fiança;
prisão.
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será
V - praticar nova infração penal dolosa.
concedida independentemente de audiência do
Ministério Público, este terá vista do processo a fim de Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que
requerer o que julgar conveniente. se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá em todos
os seus efeitos
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não
transitar em julgado a sentença condenatória. Art. 343. O quebramento injustificado da fiança
importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial
juiz decidir sobre a imposição de outras medidas
a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele,
cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão
poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o
preventiva.
juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito)
horas. Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor
da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança
para o início do cumprimento da pena definitivamente
servirão ao pagamento das custas, da indenização do
imposta.
dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for
condenado. Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor,
deduzidas as custas e mais encargos a que o acusado
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no
estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário,
caso da prescrição depois da sentença condenatória
na forma da lei.
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as
em julgado sentença que houver absolvido o acusado ou
deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor
declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir,
restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma
atualizado, será restituído sem desconto, salvo o
da lei.
disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na
será entregue a quem houver prestado a fiança, depois
espécie será cassada em qualquer fase do processo.
de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada
reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso
por meio de hipoteca, a execução será promovida no
de inovação na classificação do delito.
juízo cível pelo órgão do Ministério Público.
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou
I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro
insuficiente; ou corretor.
II - quando houver depreciação material ou perecimento Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz,
dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação verificando a situação econômica do preso, poderá
dos metais ou pedras preciosas; conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às
obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e
III - quando for inovada a classificação do delito.
a outras medidas cautelares, se for o caso.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem
recolhido à prisão, quando, na conformidade deste
motivo justo, qualquer das obrigações ou medidas
artigo, não for reforçada.
impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4o do art. 282
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o deste Código.
acusado:
TÍTULO X
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
de comparecer, sem motivo justo;
CAPÍTULO I
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao
andamento do processo; DAS CITAÇÕES

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Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do
o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que chefe do respectivo serviço.
a houver ordenado.
Art. 359. O dia designado para funcionário público
Art. 352. O mandado de citação indicará: comparecer em juízo, como acusado, será notificado
assim a ele como ao chefe de sua repartição.
I - o nome do juiz;
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
citado.
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por
sinais característicos;
edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.
IV - a residência do réu, se for conhecida;
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser
V - o fim para que é feita a citação; citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e
procederá à citação com hora certa, na forma
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de
comparecer;
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa,
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado
jurisdição do juiz processante, será citado mediante defensor dativo.
precatória.
Art. 363. O processo terá completada a sua formação
Art. 354. A precatória indicará: quando realizada a citação do acusado.
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; I - (revogado);
II - a sede da jurisdição de um e de outro; II - (revogado).
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as § 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a
especificações; citação por edital.
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá § 2o (VETADO)
comparecer.
§ 3o (VETADO)
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante,
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em
independentemente de traslado, depois de lançado o
qualquer tempo, o processo observará o disposto
"cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz
nos arts. 394 e seguintes deste Código.
deprecado.
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território
fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de
sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz
acordo com as circunstâncias, e, no caso de n o II, o prazo
deprecado os autos para efetivação da diligência, desde
será de trinta dias.
que haja tempo para fazer-se a citação.
Art. 365. O edital de citação indicará:
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta
para não ser citado, a precatória será imediatamente I - o nome do juiz que a determinar;
devolvida, para o fim previsto no art. 362.
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá sinais característicos, bem como sua residência e
em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá profissão, se constarem do processo;
ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a
III - o fim para que é feita a citação;
firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
comparecer;
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do
da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da
edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.
citação;
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da
onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa,
contrafé, e sua aceitação ou recusa.
onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo

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oficial que a tiver feito e a publicação provada por DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES
exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual
DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA
conste a página do jornal com a data da publicação.
Art. 373. A aplicação provisória de interdições de
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não
direitos poderá ser determinada pelo juiz, de ofício, ou a
comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos
requerimento do Ministério Público, do querelante, do
o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o
assistente, do ofendido, ou de seu representante legal,
juiz determinar a produção antecipada das provas
ainda que este não se tenha constituído como assistente:
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão
preventiva, nos termos do disposto no art. 312. I - durante a instrução criminal após a apresentação da
defesa ou do prazo concedido para esse fim;
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado
que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, II - na sentença de pronúncia;
deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no
III - na decisão confirmatória da pronúncia ou na que, em
caso de mudança de residência, não comunicar o novo
grau de recurso, pronunciar o réu;
endereço ao juízo.
IV - na sentença condenatória recorrível.
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar
sabido, será citado mediante carta rogatória, § 1o No caso do no I, havendo requerimento de aplicação
suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu da medida, o réu ou seu defensor será ouvido no prazo
cumprimento. de 2 (dois) dias.
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em § 2o Decretada a medida, serão feitas as comunicações
legações estrangeiras serão efetuadas mediante carta necessárias para a sua execução, na forma do disposto
rogatória. no Capítulo III do Título II do Livro IV.
CAPÍTULO II Art. 374. Não caberá recurso do despacho ou da parte
da sentença que decretar ou denegar a aplicação
DAS INTIMAÇÕES
provisória de interdições de direitos, mas estas poderão
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas ser substituídas ou revogadas:
e demais pessoas que devam tomar conhecimento de
I - se aplicadas no curso da instrução criminal, durante
qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o
esta ou pelas sentenças a que se referem os ns. II, III e IV
disposto no Capítulo anterior.
do artigo anterior;
§ 1o A intimação do defensor constituído, do advogado
II - se aplicadas na sentença de pronúncia, pela decisão
do querelante e do assistente far-se-á por publicação no
que, em grau de recurso, a confirmar, total ou
órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da
parcialmente, ou pela sentença condenatória recorrível;
comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do
acusado. III - se aplicadas na decisão a que se refere o no III do
artigo anterior, pela sentença condenatória recorrível.
§ 2o Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais
na comarca, a intimação far-se-á diretamente pelo Art. 375. O despacho que aplicar, provisoriamente,
escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante substituir ou revogar interdição de direito, será
de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. fundamentado.
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará Art. 376. A decisão que impronunciar ou absolver o réu
a aplicação a que alude o § 1o. fará cessar a aplicação provisória da interdição
anteriormente determinada.
§ 4o A intimação do Ministério Público e do defensor
nomeado será pessoal. Art. 377. Transitando em julgado a sentença
condenatória, serão executadas somente as interdições
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na
nela aplicadas ou que derivarem da imposição da pena
petição em que for requerida, observado o disposto
principal.
no art. 357.
Art. 378. A aplicação provisória de medida de segurança
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução
obedecerá ao disposto nos artigos anteriores, com as
criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das
modificações seguintes:
partes e testemunhas, dia e hora para seu
prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos. I - o juiz poderá aplicar, provisoriamente, a medida de
segurança, de ofício, ou a requerimento do Ministério
TÍTULO XI
Público;

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II - a aplicação poderá ser determinada ainda no curso do no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver
inquérito, mediante representação da autoridade sido instaurado o processo em crime de ação pública,
policial; reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito
oralmente.
III - a aplicação provisória de medida de segurança, a
substituição ou a revogação da anteriormente aplicada § 1o Não procedendo o órgão do Ministério Público ao
poderão ser determinadas, também, na sentença aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.
absolutória;
§ 2o Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco)
IV - decretada a medida, atender-se-á ao disposto dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de
no Título V do Livro IV, no que for aplicável. qualquer das partes, designará dia e hora para
continuação da audiência, com inquirição de
Art. 379. Transitando em julgado a sentença, observar-
testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização
se-á, quanto à execução das medidas de segurança
de debates e julgamento.
definitivamente aplicadas, o disposto no Título V do Livro
IV. § 3o Aplicam-se as disposições dos §§ 1o e 2o do art.
383 ao caput deste artigo.
Art. 380. A aplicação provisória de medida de segurança
obstará a concessão de fiança, e tornará sem efeito a § 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até
anteriormente concedida. 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando
o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento.
TÍTULO XII
§ 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.
DA SENTENÇA
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá
Art. 381. A sentença conterá:
proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as Público tenha opinado pela absolvição, bem como
indicações necessárias para identificá-las; reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido
alegada.
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa;
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que
parte dispositiva, desde que reconheça:
se fundar a decisão;
I - estar provada a inexistência do fato;
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;
II - não haver prova da existência do fato;
V - o dispositivo;
III - não constituir o fato infração penal;
VI - a data e a assinatura do juiz.
IV – estar provado que o réu não concorreu para a
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2
infração penal;
(dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre
que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição V – não existir prova de ter o réu concorrido para a
ou omissão. infração penal;
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou
contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do
definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver
tenha de aplicar pena mais grave. fundada dúvida sobre sua existência;
§ 1o Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, VII – não existir prova suficiente para a condenação.
houver possibilidade de proposta de suspensão
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
condicional do processo, o juiz procederá de acordo com
o disposto na lei. I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
o
§ 2 Tratando-se de infração da competência de outro II – ordenará a cessação das medidas cautelares e
juízo, a este serão encaminhados os autos. provisoriamente aplicadas;
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender III - aplicará medida de segurança, se cabível.
cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração penal não contida na acusação,
o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa,

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I - mencionará as circunstâncias agravantes ou tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de


atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência justiça;
reconhecer;
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o
II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo defensor que houver constituído não forem encontrados,
o mais que deva ser levado em conta na aplicação da e assim o certificar o oficial de justiça;
pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
o réu houver constituído também não for encontrado, e
Penal;
assim o certificar o oficial de justiça;
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos defensor, não for encontrado, e assim o certificar o
causados pela infração, considerando os prejuízos oficial de justiça.
sofridos pelo ofendido;
§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de imposta pena privativa de liberdade por tempo igual ou
interdições de direitos e medidas de segurança, ao superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.
disposto no Título Xl deste Livro;
§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a
íntegra ou em resumo e designará o jornal em que será intimação por qualquer das outras formas estabelecidas
feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal). neste artigo.
§ 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a LIVRO II
manutenção ou, se for o caso, a imposição de prisão
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do
conhecimento de apelação que vier a ser interposta. TÍTULO I
o
§ 2 O tempo de prisão provisória, de prisão DO PROCESSO COMUM
administrativa ou de internação, no Brasil ou no
CAPÍTULO I
estrangeiro, será computado para fins de determinação
do regime inicial de pena privativa de liberdade. DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste Art. 394. O procedimento será comum ou especial.
caso o juiz a rubricará em todas as folhas.
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou
Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, sumaríssimo:
que lavrará nos autos o respectivo termo, registrando-a
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
em livro especialmente destinado a esse fim.
máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos
Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a de pena privativa de liberdade;
publicação, e sob pena de suspensão de cinco dias, dará
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção
conhecimento da sentença ao órgão do Ministério
máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena
Público.
privativa de liberdade;
Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor
sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado.
potencial ofensivo, na forma da lei.
Se nenhum deles for encontrado no lugar da sede do
juízo, a intimação será feita mediante edital com o prazo § 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento
de 10 dias, afixado no lugar de costume. comum, salvo disposições em contrário deste Código ou
de lei especial.
Art. 392. A intimação da sentença será feita:
§ 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o
I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
procedimento observará as disposições estabelecidas
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele nos arts. 406 a 497 deste Código.
constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste
infração, tiver prestado fiança;
Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.
ou não, a infração, expedido o mandado de prisão, não

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§ 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos § 1o O acusado preso será requisitado para comparecer
especial, sumário e sumaríssimo as disposições do ao interrogatório, devendo o poder público providenciar
procedimento ordinário. sua apresentação.
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime § 2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a
hediondo terão prioridade de tramitação em todas as sentença.
instâncias.
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à
I - for manifestamente inepta;
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e
II - faltar pressuposto processual ou condição para o pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art.
exercício da ação penal; ou 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
Parágrafo único. (Revogado).
§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência,
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes,
oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar impertinentes ou protelatórias.
liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do
§ 2o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de
acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo
prévio requerimento das partes.
de 10 (dez) dias.
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito)
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo
testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela
para a defesa começará a fluir a partir do
defesa.
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor
constituído. § 1o Nesse número não se compreendem as que não
prestem compromisso e as referidas.
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir
preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, § 2o A parte poderá desistir da inquirição de qualquer
oferecer documentos e justificações, especificar as das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art.
provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando- 209 deste Código.
as e requerendo sua intimação, quando necessário.
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos Ministério Público, o querelante e o assistente e, a
dos arts. 95 a 112 deste Código. seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o
apurados na instrução.
acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará
defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou
por 10 (dez) dias. sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais
por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A,
pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o
e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver
juiz, a seguir, sentença.
sumariamente o acusado quando verificar:
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude
para a defesa de cada um será individual.
do fato;
§ 2o Ao assistente do Ministério Público, após a
II - a existência manifesta de causa excludente da
manifestação desse, serão concedidos 10 (dez) minutos,
culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
prorrogando-se por igual período o tempo de
III - que o fato narrado evidentemente não constitui manifestação da defesa.
crime; ou
§ 3o O juiz poderá, considerada a complexidade do caso
IV - extinta a punibilidade do agente. ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de
5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para
dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do
proferir a sentença.
acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for
o caso, do querelante e do assistente.

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Art. 404. Ordenado diligência considerada Art. 410. O juiz determinará a inquirição das
imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a testemunhas e a realização das diligências requeridas
audiência será concluída sem as alegações finais. pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à
determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo tomada de declarações do ofendido, se possível, à
de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e
no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. pela defesa, nesta ordem, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
rt. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se,
livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo
em seguida, o acusado e procedendo-se o debate.
breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.
§ 1o Os esclarecimentos dos peritos dependerão de
§ 1o Sempre que possível, o registro dos depoimentos do
prévio requerimento e de deferimento pelo juiz.
investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito
pelos meios ou recursos de gravação magnética, § 2o As provas serão produzidas em uma só audiência,
estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes,
audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das impertinentes ou protelatórias.
informações
§ 3o Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se
§ 2o No caso de registro por meio audiovisual, será for o caso, o disposto no art. 384 deste Código.
encaminhado às partes cópia do registro original, sem
§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra,
necessidade de transcrição.
respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20
CAPÍTULO II (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).
DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA
§ 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI
para a acusação e a defesa de cada um deles será
Seção I individual.
Da Acusação e da Instrução Preliminar
§ 6o Ao assistente do Ministério Público, após a
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos,
ordenará a citação do acusado para responder a prorrogando-se por igual período o tempo de
acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. manifestação da defesa.
§ 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado § 7o Nenhum ato será adiado, salvo quando
a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do imprescindível à prova faltante, determinando o juiz a
comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor condução coercitiva de quem deva comparecer.
constituído, no caso de citação inválida ou por edital.
§ 8o A testemunha que comparecer será inquirida,
o
§ 2 A acusação deverá arrolar testemunhas, até o independentemente da suspensão da audiência,
máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. observada em qualquer caso a ordem estabelecida
no caputdeste artigo.
§ 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e
alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer § 9o Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua
documentos e justificações, especificar as provas decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os
pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 autos para isso lhe sejam conclusos.
(oito), qualificando-as e requerendo sua intimação,
Art. 412. O procedimento será concluído no prazo
quando necessário.
máximo de 90 (noventa) dias.
Art. 407. As exceções serão processadas em apartado,
Seção II
nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.
Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária
Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o
juiz nomeará defensor para oferecê-la em até 10 (dez)
acusado, se convencido da materialidade do fato e da
dias, concedendo-lhe vista dos autos.
existência de indícios suficientes de autoria ou de
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério participação.
Público ou o querelante sobre preliminares e
§ 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à
documentos, em 5 (cinco) dias.
indicação da materialidade do fato e da existência de
indícios suficientes de autoria ou de participação,

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devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a
incurso o acusado e especificar as circunstâncias outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso.
qualificadoras e as causas de aumento de pena.
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita:
§ 2o Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao
fiança para a concessão ou manutenção da liberdade
Ministério Público;
provisória.
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao
§ 3o O juiz decidirá, motivadamente, no caso de
assistente do Ministério Público, na forma do disposto
manutenção, revogação ou substituição da prisão ou
no § 1o do art. 370 deste Código.
medida restritiva de liberdade anteriormente decretada
e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado
decretação da prisão ou imposição de quaisquer das solto que não for encontrado.
medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código.
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri.
ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de
§ 1o Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo
participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará
circunstância superveniente que altere a classificação do
o acusado.
crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da Público.
punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou
§ 2o Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para
queixa se houver prova nova.
decisão.
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde
Seção III
logo o acusado, quando:
Da Preparação do Processo para Julgamento em
I – provada a inexistência do fato; Plenário
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal
do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério
III – o fato não constituir infração penal;
Público ou do querelante, no caso de queixa, e do
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem
exclusão do crime. rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o
máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV
juntar documentos e requerer diligência.
do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade
prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas
de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta a serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e
for a única tese defensiva. adotadas as providências devidas, o juiz presidente:
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de I – ordenará as diligências necessárias para sanar
absolvição sumária caberá apelação. qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao
julgamento da causa;
Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de
participação de outras pessoas não incluídas na II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua
acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri.
acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério
Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não
Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber,
atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o preparo para
o art. 80 deste Código.
julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica processo preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a
diversa da constante da acusação, embora o acusado que se refere o art. 433 deste Código.
fique sujeito a pena mais grave.
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância processos preparados até o encerramento da reunião,
com a acusação, da existência de crime diverso dos para a realização de julgamento.
referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for
Seção IV
competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz
Do Alistamento dos Jurados
que o seja.

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Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do § 1o O pedido de desaforamento será distribuído
Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e imediatamente e terá preferência de julgamento na
quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 Câmara ou Turma competente.
(um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700
§ 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator
(setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil)
poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão
habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas
do julgamento pelo júri.
comarcas de menor população.
§ 3o Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não
§ 1o Nas comarcas onde for necessário, poderá ser
tiver sido por ele solicitada.
aumentado o número de jurados e, ainda, organizada
lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna § 4o Na pendência de recurso contra a decisão de
especial, com as cautelas mencionadas na parte final pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se
do § 3o do art. 426 deste Código. admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última
hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a
§ 2o O juiz presidente requisitará às autoridades locais,
realização de julgamento anulado.
associações de classe e de bairro, entidades associativas
e culturais, instituições de ensino em geral, Art. 428. O desaforamento também poderá ser
universidades, sindicatos, repartições públicas e outros determinado, em razão do comprovado excesso de
núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o
as condições para exercer a função de jurado. julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis)
meses, contado do trânsito em julgado da decisão de
Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das
pronúncia.
respectivas profissões, será publicada pela imprensa até
o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais § 1o Para a contagem do prazo referido neste artigo, não
afixados à porta do Tribunal do Júri. se computará o tempo de adiamentos, diligências ou
incidentes de interesse da defesa.
§ 1o A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante
reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o § 2o Não havendo excesso de serviço ou existência de
dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva. processos aguardando julgamento em quantidade que
ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do
§ 2o Juntamente com a lista, serão transcritos os arts.
Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o
436 a 446 deste Código.
acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a
§ 3o Os nomes e endereços dos alistados, em cartões imediata realização do julgamento.
iguais, após serem verificados na presença do Ministério
Seção VI
Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem
Da Organização da Pauta
dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas
Defensorias Públicas competentes, permanecerão Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração
guardados em urna fechada a chave, sob a na ordem dos julgamentos, terão preferência:
responsabilidade do juiz presidente.
I – os acusados presos;
§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há
Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à
mais tempo na prisão;
publicação da lista geral fica dela excluído.
III – em igualdade de condições, os precedentemente
§ 5o Anualmente, a lista geral de jurados será,
pronunciados.
obrigatoriamente, completada.
§ 1o Antes do dia designado para o primeiro julgamento
Seção V
da reunião periódica, será afixada na porta do edifício do
Do Desaforamento
Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados,
Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou obedecida a ordem prevista no caput deste artigo
houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a
§ 2o O juiz presidente reservará datas na mesma reunião
segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a
periódica para a inclusão de processo que tiver o
requerimento do Ministério Público, do assistente, do
julgamento adiado.
querelante ou do acusado ou mediante representação do
juiz competente, poderá determinar o desaforamento do Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver
julgamento para outra comarca da mesma região, onde requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data
não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais da sessão na qual pretenda atuar.
próximas.

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Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz Art. 437. Estão isentos do serviço do júri:
presidente mandará intimar as partes, o ofendido, se for
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado;
possível, as testemunhas e os peritos, quando houver
requerimento, para a sessão de instrução e julgamento, II – os Governadores e seus respectivos Secretários;
observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias
Código.
Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais;
Seção VII
IV – os Prefeitos Municipais;
Do Sorteio e da Convocação dos Jurados
V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da
Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz
Defensoria Pública;
presidente determinará a intimação do Ministério
Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério
Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora Público e da Defensoria Pública;
designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da
periódica.
segurança pública;
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas
VIII – os militares em serviço ativo;
abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o
número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que
periódica ou extraordinária. requeiram sua dispensa;
§ 1o O sorteio será realizado entre o 15 o (décimo quinto) X – aqueles que o requererem, demonstrando justo
e o 10o (décimo) dia útil antecedente à instalação da impedimento.
reunião.
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em
§ 2o A audiência de sorteio não será adiada pelo não convicção religiosa, filosófica ou política importará no
comparecimento das partes. dever de prestar serviço alternativo, sob pena de
suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o
§ 3o O jurado não sorteado poderá ter o seu nome
serviço imposto.
novamente incluído para as reuniões futuras.
§ 1o Entende-se por serviço alternativo o exercício de
Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo
atividades de caráter administrativo, assistencial,
correio ou por qualquer outro meio hábil para
filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na
comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob
Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade
as penas da lei.
conveniada para esses fins.
Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação
§ 2o O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos
serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal
Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado
do Júri a relação dos jurados convocados, os nomes do
constituirá serviço público relevante e estabelecerá
acusado e dos procuradores das partes, além do dia,
presunção de idoneidade moral.
hora e local das sessões de instrução e julgamento.
Art. 440. Constitui também direito do jurado, na
Seção VIII
condição do art. 439 deste Código, preferência, em
Da Função do Jurado
igualdade de condições, nas licitações públicas e no
Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento provimento, mediante concurso, de cargo ou função
compreenderá os cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos pública, bem como nos casos de promoção funcional ou
de notória idoneidade. remoção voluntária.
§ 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos
do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, ou salário do jurado sorteado que comparecer à sessão
raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, do júri.
origem ou grau de instrução.
Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de
§ 2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará comparecer no dia marcado para a sessão ou retirar-se
multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a antes de ser dispensado pelo presidente será aplicada
critério do juiz, de acordo com a condição econômica do multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do
jurado. juiz, de acordo com a sua condição econômica.

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Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento,
relevante devidamente comprovado e apresentada, suspeição ou incompatibilidade serão considerados para
ressalvadas as hipóteses de força maior, até o momento a constituição do número legal exigível para a realização
da chamada dos jurados. da sessão.
Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá
motivada do juiz presidente, consignada na ata dos conhecer de mais de um processo, no mesmo dia, se as
trabalhos. partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes
deverão prestar novo compromisso.
Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto
de exercê-la, será responsável criminalmente nos Seção X
mesmos termos em que o são os juízes togados. Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri
Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões
aplicáveis os dispositivos referentes às dispensas, faltas e de instrução e julgamento nos períodos e na forma
escusas e à equiparação de responsabilidade penal estabelecida pela lei local de organização judiciária.
prevista no art. 445 deste Código.
Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da
Seção IX sessão, o juiz presidente decidirá os casos de isenção e
Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do dispensa de jurados e o pedido de adiamento de
Conselho de Sentença julgamento, mandando consignar em ata as
deliberações.
Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz
togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz
que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos presidente adiará o julgamento para o primeiro dia
quais constituirão o Conselho de Sentença em cada desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e
sessão de julgamento. as testemunhas.
Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho: Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato
será imediatamente comunicado ao Procurador-Geral de
I – marido e mulher;
Justiça com a data designada para a nova sessão.
II – ascendente e descendente;
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do
III – sogro e genro ou nora; advogado do acusado, e se outro não for por este
constituído, o fato será imediatamente comunicado ao
IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;
presidente da seccional da Ordem dos Advogados do
V – tio e sobrinho; Brasil, com a data designada para a nova sessão.
VI – padrasto, madrasta ou enteado. § 1o Não havendo escusa legítima, o julgamento será
adiado somente uma vez, devendo o acusado ser julgado
§ 1o O mesmo impedimento ocorrerá em relação às
quando chamado novamente.
pessoas que mantenham união estável reconhecida
como entidade familiar. § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz intimará a
Defensoria Pública para o novo julgamento, que será
§ 2o Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os
adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades dos
prazo mínimo de 10 (dez) dias.
juízes togados.
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não
Art. 449. Não poderá servir o jurado que:
comparecimento do acusado solto, do assistente ou do
I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo advogado do querelante, que tiver sido regularmente
processo, independentemente da causa determinante do intimado.
julgamento posterior;
§ 1o Os pedidos de adiamento e as justificações de não
II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o comparecimento deverão ser, salvo comprovado motivo
Conselho de Sentença que julgou o outro acusado; de força maior, previamente submetidos à apreciação do
juiz presidente do Tribunal do Júri.
III – tiver manifestado prévia disposição para condenar
ou absolver o acusado . § 2o Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento
será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma
Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou
reunião, salvo se houver pedido de dispensa de
relação de convivência, servirá o que houver sido
comparecimento subscrito por ele e seu defensor.
sorteado em primeiro lugar.

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Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre
comparecer, o juiz presidente, sem prejuízo da ação o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa,
penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista na forma do § 2o do art. 436 deste Código.
no § 2o do art. 436 deste Código.
§ 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo
Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do oficial de justiça.
Tribunal do Júri o disposto no art. 441 deste Código.
Art. 467. Verificando que se encontram na urna as
Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença, cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz presidente
as testemunhas serão recolhidas a lugar onde umas não sorteará 7 (sete) dentre eles para a formação do
possam ouvir os depoimentos das outras. Conselho de Sentença.
Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas
deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois
requerido a sua intimação por mandado, na dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados
oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa.
declarando não prescindir do depoimento e indicando a
Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por
sua localização.
qualquer das partes será excluído daquela sessão de
§ 1o Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a
presidente suspenderá os trabalhos e mandará conduzi- composição do Conselho de Sentença com os jurados
la ou adiará o julgamento para o primeiro dia remanescentes.
desimpedido, ordenando a sua condução.
Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as
§ 2o O julgamento será realizado mesmo na hipótese de recusas poderão ser feitas por um só defensor.
a testemunha não ser encontrada no local indicado, se
§ 1o A separação dos julgamentos somente ocorrerá se,
assim for certificado por oficial de justiça.
em razão das recusas, não for obtido o número mínimo
Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 de 7 (sete) jurados para compor o Conselho de Sentença.
a 461 deste Código, o juiz presidente verificará se a urna
§ 2o Determinada a separação dos julgamentos, será
contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados
julgado em primeiro lugar o acusado a quem foi atribuída
sorteados, mandando que o escrivão proceda à chamada
a autoria do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se-á
deles.
o critério de preferência disposto no art. 429 deste
Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) Código.
jurados, o juiz presidente declarará instalados os
Art. 470. Desacolhida a argüição de impedimento, de
trabalhos, anunciando o processo que será submetido a
suspeição ou de incompatibilidade contra o juiz
julgamento.
presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministério
§ 1o O oficial de justiça fará o pregão, certificando a Público, jurado ou qualquer funcionário, o julgamento
diligência nos autos. não será suspenso, devendo, entretanto, constar da ata o
seu fundamento e a decisão.
§ 2o Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição
serão computados para a constituição do número legal. Art. 471. Se, em conseqüência do impedimento,
suspeição, incompatibilidade, dispensa ou recusa, não
Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463
houver número para a formação do Conselho, o
deste Código, proceder-se-á ao sorteio de tantos
julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido,
suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data
após sorteados os suplentes, com observância do
para a sessão do júri.
disposto no art. 464 deste Código.
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em
Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o
ata, remetendo-se o expediente de convocação, com
presidente, levantando-se, e, com ele, todos os
observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste
presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:
Código.
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de
imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo
Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os
com a vossa consciência e os ditames da justiça.
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades
constantes dos arts. 448 e 449 deste Código. Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente,
responderão:
§ 1o O juiz presidente também advertirá os jurados de
que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se Assim o prometo.

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Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra
da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da
que julgaram admissível a acusação e do relatório do pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram
processo. admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a
existência de circunstância agravante.
Seção XI
Da Instrução em Plenário § 1o O assistente falará depois do Ministério Público.
§ 2o Tratando-se de ação penal de iniciativa privada,
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, falará em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o
será iniciada a instrução plenária quando o juiz Ministério Público, salvo se este houver retomado a
presidente, o Ministério Público, o assistente, o titularidade da ação, na forma do art. 29 deste Código.
querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e
§ 3o Finda a acusação, terá a palavra a defesa.
diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e
inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação. § 4o A acusação poderá replicar e a defesa treplicar,
sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida
§ 1o Para a inquirição das testemunhas arroladas pela
em plenário.
defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas
antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será
mais a ordem e os critérios estabelecidos neste artigo. de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a
réplica e outro tanto para a tréplica.
§ 2o Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido
e às testemunhas, por intermédio do juiz presidente. § 1o Havendo mais de um acusador ou mais de um
defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo,
§ 3o As partes e os jurados poderão requerer
que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz
acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e
presidente, de forma a não exceder o determinado neste
esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças
artigo.
que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por
carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou § 2o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a
não repetíveis. acusação e a defesa será acrescido de 1 (uma) hora e
elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o
Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver
disposto no § 1o deste artigo.
presente, na forma estabelecida no Capítulo III do Título
VII do Livro I deste Código, com as alterações Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob
introduzidas nesta Seção. pena de nulidade, fazer referências:
§ 1o O Ministério Público, o assistente, o querelante e o I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que
defensor, nessa ordem, poderão formular, diretamente, julgaram admissível a acusação ou à determinação do
perguntas ao acusado. uso de algemas como argumento de autoridade que
beneficiem ou prejudiquem o acusado;
§ 2o Os jurados formularão perguntas por intermédio do
juiz presidente. II – ao silêncio do acusado ou à ausência de
interrogatório por falta de requerimento, em seu
§ 3o Não se permitirá o uso de algemas no acusado
prejuízo.
durante o período em que permanecer no plenário do
júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a
trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da leitura de documento ou a exibição de objeto que não
integridade física dos presentes. tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima
de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.
Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório
será feito pelos meios ou recursos de gravação Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste
magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem
destinada a obter maior fidelidade e celeridade na como a exibição de vídeos, gravações, fotografias,
colheita da prova. laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio
assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de
Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a
fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados.
degravação, constará dos autos.
Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a
Seção XII
qualquer momento e por intermédio do juiz presidente,
Dos Debates
pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se
encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se,

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ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o do caput deste artigo será formulado quesito com a
esclarecimento de fato por ele alegado. seguinte redação:
§ 1o Concluídos os debates, o presidente indagará dos O jurado absolve o acusado?
jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de
§ 3o Decidindo os jurados pela condenação, o
outros esclarecimentos.
julgamento prossegue, devendo ser formulados quesitos
§ 2o Se houver dúvida sobre questão de fato, o sobre:
presidente prestará esclarecimentos à vista dos autos.
I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
o
§ 3 Os jurados, nesta fase do procedimento, terão
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de
acesso aos autos e aos instrumentos do crime se
pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões
solicitarem ao juiz presidente.
posteriores que julgaram admissível a acusação.
Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida
§ 4o Sustentada a desclassificação da infração para outra
como essencial para o julgamento da causa, não puder
de competência do juiz singular, será formulado quesito
ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá
a respeito, para ser respondido após o 2 o(segundo) ou
o Conselho, ordenando a realização das diligências
3o (terceiro) quesito, conforme o caso.
entendidas necessárias.
§ 5o Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua
Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de
forma tentada ou havendo divergência sobre a
prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará
tipificação do delito, sendo este da competência do
perito e formulará quesitos, facultando às partes
Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas
também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no
questões, para ser respondido após o segundo quesito.
prazo de 5 (cinco) dias.
§ 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado,
Seção XIII
os quesitos serão formulados em séries distintas.
Do Questionário e sua Votação
Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e
Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado
indagará das partes se têm requerimento ou reclamação
sobre matéria de fato e se o acusado deve ser absolvido.
a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão,
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em constar da ata.
proposições afirmativas, simples e distintas, de modo
Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente
que cada um deles possa ser respondido com suficiente
explicará aos jurados o significado de cada quesito.
clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o
presidente levará em conta os termos da pronúncia ou Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz
das decisões posteriores que julgaram admissível a presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente,
acusação, do interrogatório e das alegações das partes. o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o
oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser
Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte
procedida a votação.
ordem, indagando sobre:
§ 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente
I – a materialidade do fato;
determinará que o público se retire, permanecendo
II – a autoria ou participação; somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo.
III – se o acusado deve ser absolvido; § 2o O juiz presidente advertirá as partes de que não
será permitida qualquer intervenção que possa perturbar
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela
a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala
defesa;
quem se portar inconvenientemente.
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada
aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em
quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente
§ 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete)
qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II a palavra não.
do caput deste artigo encerra a votação e implica a
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de
absolvição do acusado.
justiça recolherá em urnas separadas as cédulas
§ 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) correspondentes aos votos e as não utilizadas.
jurados os quesitos relativos aos incisos I e II

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Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as aplicando-se, quando o delito resultante da nova
cédulas não utilizadas, o presidente determinará que o tipificação for considerado pela lei como infração penal
escrivão registre no termo a votação de cada quesito, de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e
bem como o resultado do julgamento. seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Parágrafo único. Do termo também constará a § 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que
conferência das cédulas não utilizadas não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz
presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas
couber, o disposto no § 1o deste artigo.
por maioria de votos.
Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo
Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver
presidente antes de encerrada a sessão de instrução e
em contradição com outra ou outras já dadas, o
julgamento.
presidente, explicando aos jurados em que consiste a
contradição, submeterá novamente à votação os Seção XV
quesitos a que se referirem tais respostas. Da Ata dos Trabalhos
Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão
quesitos, o presidente verificar que ficam prejudicados lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas partes.
os seguintes, assim o declarará, dando por finda a
Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as
votação.
ocorrências, mencionando obrigatoriamente:
Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se
I – a data e a hora da instalação dos trabalhos;
refere o art. 488 deste Código assinado pelo presidente,
pelos jurados e pelas partes. II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados
presentes;
Seção XIV
Da sentença III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa
ou sem ela, e as sanções aplicadas;
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença
que: IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa
I – no caso de condenação: V – o sorteio dos jurados suplentes;
a) fixará a pena-base; VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a
indicação do motivo;
b) considerará as circunstâncias agravantes ou
atenuantes alegadas nos debates; VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério
Público, do querelante e do assistente, se houver, e a do
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em
defensor do acusado;
atenção às causas admitidas pelo júri;
VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não
d) observará as demais disposições do art. 387 deste
comparecimento;
Código;
IX – as testemunhas dispensadas de depor;
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à
prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde
prisão preventiva; umas não pudessem ouvir o depoimento das outras;
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente;
condenação;
XII – a formação do Conselho de Sentença, com o
II – no caso de absolvição: registro dos nomes dos jurados sorteados e recusas;
a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples
motivo não estiver preso; referência ao termo;
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente XIV – os debates e as alegações das partes com os
decretadas; respectivos fundamentos;
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível. XV – os incidentes;
§ 1o Se houver desclassificação da infração para outra, XVI – o julgamento da causa;
de competência do juiz singular, ao presidente do
Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida,

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XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das CRIMES DA COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR
diligências e da sentença.
(Revogado).
Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções
TÍTULO II
administrativa e penal.
DOS PROCESSOS ESPECIAIS
Seção XVI
Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri CAPÍTULO I
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE
do Júri, além de outras expressamente referidas neste FALÊNCIA
Código:
CAPÍTULO II
I – regular a polícia das sessões e prender os
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
desobedientes;
DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob
sua exclusiva autoridade; Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários
públicos, cujo processo e julgamento competirão aos
III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso,
juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída
excesso de linguagem ou mediante requerimento de
com documentos ou justificação que façam presumir a
uma das partes;
existência do delito ou com declaração fundamentada da
IV – resolver as questões incidentes que não dependam impossibilidade de apresentação de qualquer dessas
de pronunciamento do júri; provas.
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou
indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e
designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ordenará a notificação do acusado, para responder por
ou a constituição de novo defensor; escrito, dentro do prazo de quinze dias.
VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do
realização do julgamento, o qual prosseguirá sem a sua acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-
presença; lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a
resposta preliminar.
VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à
realização das diligências requeridas ou entendidas Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o
necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados; prazo concedido para a resposta, os autos permanecerão
em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado
VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para
ou por seu defensor.
proferir sentença e para repouso ou refeição dos
jurados; Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com
documentos e justificações.
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a
defesa, ou a requerimento de qualquer destes, a Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em
argüição de extinção de punibilidade; despacho fundamentado, se convencido, pela resposta
do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime
X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do
ou da improcedência da ação.
julgamento;
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o
XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes
acusado citado, na forma estabelecida no Capítulo I do
ou de qualquer jurado, as diligências destinadas a sanar
Título X do Livro I.
nulidade ou a suprir falta que prejudique o
esclarecimento da verdade; Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do
processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III,
XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de
Título I, deste Livro.
uma das partes, quando a outra estiver com a palavra,
podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte CAPÍTULO III
requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
CAPÍTULO III
DE CALÚNIA E INJÚRIA, DE COMPETÊNCIA DO JUIZ
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS SINGULAR

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Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não
para o qual não haja outra forma estabelecida em lei será admitida queixa com fundamento em apreensão e
especial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a
Titulo I, deste Livro, com as modificações constantes dos homologação do laudo.
artigos seguintes.
Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público
Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às dos autos de busca e apreensão requeridas pelo
partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as ofendido, se o crime for de ação pública e não tiver sido
comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem oferecida queixa no prazo fixado neste artigo.
a presença dos seus advogados, não se lavrando termo.
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for
Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, posto em liberdade, o prazo a que se refere o artigo
o juiz achar provável a reconciliação, promoverá anterior será de 8 (oito) dias.
entendimento entre eles, na sua presença.
Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado aos crimes em que se proceda mediante queixa.
pelo querelante o termo da desistência, a queixa será
Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1o,
arquivada.
2o e 3o do art. 184 do Código Penal, a autoridade policial
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou procederá à apreensão dos bens ilicitamente produzidos
da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá ou reproduzidos, em sua totalidade, juntamente com os
contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a
inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras sua existência, desde que estes se destinem
indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, precipuamente à prática do ilícito
ou para completar o máximo legal.
Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo,
CAPÍTULO IV assinado por 2 (duas) ou mais testemunhas, com a
descrição de todos os bens apreendidos e informações
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
sobre suas origens, o qual deverá integrar o inquérito
CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL policial ou o processo.
Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a Art. 530-D. Subseqüente à apreensão, será realizada, por
propriedade imaterial, observar-se-á o disposto perito oficial, ou, na falta deste, por pessoa tecnicamente
nos Capítulos I e III do Título I deste Livro, com as habilitada, perícia sobre todos os bens apreendidos e
modificações constantes dos artigos seguintes. elaborado o laudo que deverá integrar o inquérito
policial ou o processo.
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a
queixa ou a denúncia não será recebida se não for Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe
instruída com o exame pericial dos objetos que são conexos serão os fiéis depositários de todos os bens
constituam o corpo de delito. apreendidos, devendo colocá-los à disposição do juiz
quando do ajuizamento da ação.
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será
recebida a queixa, nem ordenada qualquer diligência Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o
preliminarmente requerida pelo ofendido. corpo de delito, o juiz poderá determinar, a
requerimento da vítima, a destruição da produção ou
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será
reprodução apreendida quando não houver impugnação
realizada por dois peritos nomeados pelo juiz, que
quanto à sua ilicitude ou quando a ação penal não puder
verificarão a existência de fundamento para a apreensão,
ser iniciada por falta de determinação de quem seja o
e quer esta se realize, quer não, o laudo pericial será
autor do ilícito.
apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento
da diligência. Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória,
poderá determinar a destruição dos bens ilicitamente
Parágrafo único. O requerente da diligência poderá
produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos
impugnar o laudo contrário à apreensão, e o juiz
equipamentos apreendidos, desde que precipuamente
ordenará que esta se efetue, se reconhecer a
destinados à produção e reprodução dos bens, em favor
improcedência das razões aduzidas pelos peritos.
da Fazenda Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los
Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições
conclusos ao juiz para homologação do laudo. públicas de ensino e pesquisa ou de assistência social,
bem como incorporá-los, por economia ou interesse

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público, ao patrimônio da União, que não poderão CAPÍTULO VI


retorná-los aos canais de comércio.
DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS
Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS
autor e os que lhes são conexos poderão, em seu próprio
Art. 541. Os autos originais de processo penal
nome, funcionar como assistente da acusação nos crimes
extraviados ou destruídos, em primeira ou segunda
previstos no art. 184 do Código Penal, quando praticado
instância, serão restaurados.
em detrimento de qualquer de seus associados.
§ 1o Se existir e for exibida cópia autêntica ou certidão
Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública
do processo, será uma ou outra considerada como
incondicionada ou condicionada, observar-se-ão as
original.
normas constantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-D, 530-E,
530-F, 530-G e 530-H. § 2o Na falta de cópia autêntica ou certidão do processo,
o juiz mandará, de ofício, ou a requerimento de qualquer
CAPÍTULO V
das partes, que:
DO PROCESSO SUMÁRIO
a) o escrivão certifique o estado do processo, segundo a
Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser sua lembrança, e reproduza o que houver a respeito em
realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder- seus protocolos e registros;
se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à
b) sejam requisitadas cópias do que constar a respeito no
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e
Instituto Médico-Legal, no Instituto de Identificação e
pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art.
Estatística ou em estabelecimentos congêneres,
222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos
repartições públicas, penitenciárias ou cadeias;
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e
coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não
procedendo-se, finalmente, ao debate. forem encontradas, por edital, com o prazo de dez dias,
para o processo de restauração dos autos.
Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5
(cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) § 3o Proceder-se-á à restauração na primeira instância,
pela defesa. ainda que os autos se tenham extraviado na segunda.
Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto Art. 542. No dia designado, as partes serão ouvidas,
nos parágrafos do art. 400 deste Código. mencionando-se em termo circunstanciado os pontos em
que estiverem acordes e a exibição e a conferência das
Art. 534. As alegações finais serão orais, concedendo-se
certidões e mais reproduções do processo apresentadas
a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo
e conferidas.
prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10
(dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias
para a restauração, observando-se o seguinte:
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto
para a defesa de cada um será individual. I - caso ainda não tenha sido proferida a sentença,
o reinquirir-se-ão as testemunhas podendo ser
§ 2 Ao assistente do Ministério Público, após a
substituídas as que tiverem falecido ou se encontrarem
manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos,
em lugar não sabido;
prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. II - os exames periciais, quando possível, serão repetidos,
e de preferência pelos mesmos peritos;
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando
imprescindível a prova faltante, determinando o juiz a III - a prova documental será reproduzida por meio de
condução coercitiva de quem deva comparecer. cópia autêntica ou, quando impossível, por meio de
testemunhas;
Art. 536. A testemunha que comparecer será inquirida,
independentemente da suspensão da audiência, IV - poderão também ser inquiridas sobre os atos do
observada em qualquer caso a ordem estabelecida processo, que deverá ser restaurado, as autoridades, os
no art. 531 deste Código. serventuários, os peritos e mais pessoas que tenham
nele funcionado;
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial
ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar V - o Ministério Público e as partes poderão oferecer
ao juízo comum as peças existentes para a adoção de testemunhas e produzir documentos, para provar o teor
outro do processo extraviado ou destruído.

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Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de anterior, poderão requerer exames, diligências e arrolar
força maior, deverão concluir-se dentro de vinte dias, até três testemunhas.
serão os autos conclusos para julgamento.
Art. 554. Após o prazo de defesa ou a realização dos
Parágrafo único. No curso do processo, e depois de exames e diligências ordenados pelo juiz, de ofício ou a
subirem os autos conclusos para sentença, o juiz poderá, requerimento das partes, será marcada audiência, em
dentro em cinco dias, requisitar de autoridades ou de que, inquiridas as testemunhas e produzidas alegações
repartições todos os esclarecimentos para a restauração. orais pelo órgão do Ministério Público e pelo defensor,
dentro de dez minutos para cada um, o juiz proferirá
Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos
sentença.
autos originais, não serão novamente cobrados.
Parágrafo único. Se o juiz não se julgar habilitado a
Art. 546. Os causadores de extravio de autos
proferir a decisão, designará, desde logo, outra
responderão pelas custas, em dobro, sem prejuízo da
audiência, que se realizará dentro de cinco dias, para
responsabilidade criminal.
publicar a sentença.
Art. 547. Julgada a restauração, os autos respectivos
Art. 555. Quando, instaurado processo por infração
valerão pelos originais.
penal, o juiz, absolvendo ou impronunciando o réu,
Parágrafo único. Se no curso da restauração aparecerem reconhecer a existência de qualquer dos fatos previstos
os autos originais, nestes continuará o processo, apensos noart. 14 ou no art. 27 do Código Penal, aplicar-lhe-á
a eles os autos da restauração.
LIVRO III
Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos,
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL
a sentença condenatória em execução continuará a
produzir efeito, desde que conste da respectiva guia TÍTULO I
arquivada na cadeia ou na penitenciária, onde o réu
DAS NULIDADES
estiver cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua
existência inequívoca. Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da
nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a
CAPÍTULO VII
defesa.
DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA DE
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
SEGURANÇA
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
POR FATO NÃO CRIMINOSO
II - por ilegitimidade de parte;
Art. 549. Se a autoridade policial tiver conhecimento de
fato que, embora não constituindo infração penal, possa III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
determinar a aplicação de medida de segurança (Código
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos
Penal, arts. 14 e 27), deverá proceder a inquérito, a fim
processos de contravenções penais, a portaria ou o auto
de apurá-lo e averiguar todos os elementos que possam
de prisão em flagrante;
interessar à verificação da periculosidade do agente.
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam
Art. 550. O processo será promovido pelo Ministério
vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
Público, mediante requerimento que conterá a exposição
sucinta do fato, as suas circunstâncias e todos os c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não
elementos em que se fundar o pedido. tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
Art. 551. O juiz, ao deferir o requerimento, ordenará a d) a intervenção do Ministério Público em todos os
intimação do interessado para comparecer em juízo, a termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela
fim de ser interrogado. parte ofendida, quando se tratar de crime de ação
pública;
Art. 552. Após o interrogatório ou dentro do prazo de
dois dias, o interessado ou seu defensor poderá oferecer e) a citação do réu para ver-se processar, o seu
alegações. interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos
à acusação e à defesa;
Parágrafo único. O juiz nomeará defensor ao interessado
que não o tiver. f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da
respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos
Art. 553. O Ministério Público, ao fazer o requerimento
processos perante o Tribunal do Júri;
inicial, e a defesa, no prazo estabelecido no artigo

Cursos Completos para Polícia Civil em: 595


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g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar
Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à direito da parte.
revelia;
Art. 571. As nulidades deverão ser argüidas:
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na
I - as da instrução criminal dos processos da competência
contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
do júri, nos prazos a que se refere o art. 406;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a
II - as da instrução criminal dos processos de
constituição do júri;
competência do juiz singular e dos processos especiais,
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos
número legal e sua incomunicabilidade; prazos a que se refere o art. 500;
k) os quesitos e as respectivas respostas; III - as do processo sumário, no prazo a que se refere
o art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
m) a sentença;
IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha do Livro II, logo depois de aberta a audiência;
estabelecido;
V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para de anunciado o julgamento e apregoadas as partes
ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; (art. 447);
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de VI - as de instrução criminal dos processos de
Apelação, o quorum legal para o julgamento; competência do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento
o art. 500;
essencial do ato.
VII - se verificadas após a decisão da primeira instância,
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por
nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o
deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e
julgamento do recurso e apregoadas as partes;
contradição entre estas.
VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em
Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a
sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem.
que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou
referente a formalidade cuja observância só à parte Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e,
contrária interesse. segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo
processual que não houver influído na apuração da com o disposto no artigo anterior;
verdade substancial ou na decisão da causa.
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os seu fim;
atos decisórios, devendo o processo, quando for
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os
declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
seus efeitos.
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na
da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante
forma dos artigos anteriores, serão renovados ou
ratificação dos atos processuais.
retificados.
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da
§ 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a
representação, ou, nos processos das contravenções
dos atos que dele diretamente dependam ou sejam
penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante,
conseqüência.
poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença
final. § 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a
que ela se estende.
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação
ou notificação estará sanada, desde que o interessado TÍTULO II
compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare
DOS RECURSOS EM GERAL
que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará,
todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando CAPÍTULO I

Cursos Completos para Polícia Civil em: 596


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DISPOSIÇÕES GERAIS I - que não receber a denúncia ou a queixa;


Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se II - que concluir pela incompetência do juízo;
os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de
ofício, pelo juiz:
suspeição;
I - da sentença que conceder habeas corpus;
IV – que pronunciar o réu;
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar
existência de circunstância que exclua o crime ou isente
inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão
o réu de pena, nos termos do art. 411.
preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por ou relaxar a prisão em flagrante;
erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo.
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de
modo, extinta a punibilidade;
recurso que haja interposto.
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério
prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador
ou seu defensor. X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão
parte que não tiver interesse na reforma ou modificação condicional da pena;
da decisão.
XII - que conceder, negar ou revogar livramento
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por condicional;
termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no
representante.
todo ou em parte;
§ 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome,
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na
presença de duas testemunhas. XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
§ 2o A petição de interposição de recurso, com o XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude
despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do de questão prejudicial;
prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
juntada a data da entrega.
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
§ 3o Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob
pena de suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos XIX - que decretar medida de segurança, depois de
os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo. transitar a sentença em julgado;
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será XX - que impuser medida de segurança por transgressão
prejudicada pela interposição de um recurso por outro. de outra;
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança,
impropriedade do recurso interposto pela parte, nos casos do art. 774;
mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso
XXII - que revogar a medida de segurança;
cabível.
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal,
casos em que a lei admita a revogação;
art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus,
se fundado em motivos que não sejam de caráter XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão
exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. simples.
CAPÍTULO II Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de
Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e XIV.
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão,
o presidente do Tribunal de Apelação.
despacho ou sentença:
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:

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I - quando interpostos de oficio; Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho


recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá
II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo
III - quando o recurso não prejudicar o andamento do mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso,
processo. independentemente de novos arrazoados, subirá o
recurso nos próprios autos ou em traslado.
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em
traslado, quando, havendo dois ou mais réus, qualquer Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o
deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem traslado no prazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o
sido ainda intimados da pronúncia. dobro.
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou
de perda da fiança, de concessão de livramento tribunal ad quem, dentro de cinco dias da publicação da
condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581. resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro
do mesmo prazo.
§ 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia
ou no caso do no VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad
nos arts. 596 e 598. quem, deverão os autos ser devolvidos, dentro de cinco
dias, ao juiz a quo.
§ 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o
julgamento. CAPÍTULO III
§ 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança DA APELAÇÃO
suspenderá unicamente o efeito de perda da metade do
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
seu valor.
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão
proferidas por juiz singular;
depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em
que a lei a admitir. II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas,
proferidas por juiz singular nos casos não previstos no
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no
Capítulo anterior;
prazo de cinco dias.
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será
de vinte dias, contado da data da publicação definitiva da a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;
lista de jurados.
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por expressa ou à decisão dos jurados;
instrumento, a parte indicará, no respectivo termo, ou
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da
em requerimento avulso, as peças dos autos de que
pena ou da medida de segurança;
pretenda traslado.
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e
prova dos autos.
concertado no prazo de cinco dias, e dele constarão
sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, § 1o Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei
se por outra forma não for possível verificar-se a expressa ou divergir das respostas dos jurados aos
oportunidade do recurso, e o termo de interposição. quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição § 2o Interposta a apelação com fundamento no n o III, c,
do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe der provimento,
traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá retificará a aplicação da pena ou da medida de
as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido segurança.
por igual prazo.
§ 3o Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado tribunal ad quem se convencer de que a decisão dos
do prazo na pessoa do defensor. jurados é manifestamente contrária à prova dos autos,
dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o
julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo,
recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias,
segunda apelação.
reformará ou sustentará o seu despacho, mandando
instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem
necessários.

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§ 4o Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o apelante promover extração do traslado dos autos, o
recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte qual deverá ser remetido à instância superior no prazo
da decisão se recorra. de trinta dias, contado da data da entrega das últimas
razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a
apresentação das do apelado.
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não
§ 2o As despesas do traslado correrão por conta de
impedirá que o réu seja posto imediatamente em
quem o solicitar, salvo se o pedido for de réu pobre ou
liberdade.
do Ministério Público.
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo
da medida de segurança aplicada provisoriamente.
anterior, apresentados ao tribunal ad quem ou entregues
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá ao Correio, sob registro.
efeito suspensivo, salvo o disposto no art. 393, a
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não
aplicação provisória de interdições de direitos e de
ser no Distrito Federal e nas comarcas que forem sede de
medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de
Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos
suspensão condicional de pena.
termos essenciais do processo referidos no art. 564, n. III.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri,
CAPÍTULO V
ou do juiz singular, se da sentença não for interposta
apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM
ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no SENTIDO ESTRITO
art. 31, ainda que não se tenha habilitado como
E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
assistente, poderá interpor apelação, que não terá,
porém, efeito suspensivo. Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão
julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas
Parágrafo único. O prazo para interposição desse
criminais, de acordo com a competência estabelecida nas
recurso será de quinze dias e correrá do dia em que
leis de organização judiciária.
terminar o do Ministério Público.
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em
segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se
relação a todo o julgado, quer em relação a parte dele.
embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação
depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for
um para oferecer razões, salvo nos processos de parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de
contravenção, em que o prazo será de três dias. divergência.
§ 1o Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção
três dias, após o Ministério Público. do de habeas corpus, e nas apelações interpostas das
sentenças em processo de contravenção ou de crime a
§ 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o
que a lei comine pena de detenção, os autos irão
Ministério Público terá vista dos autos, no prazo do
imediatamente com vista ao procurador-geral pelo prazo
parágrafo anterior.
de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo,
§ 3o Quando forem dois ou mais os apelantes ou ao relator, que pedirá designação de dia para o
apelados, os prazos serão comuns. julgamento.
§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo
interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior presidente, e apregoadas as partes, com a presença
instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito
onde será aberta vista às partes, observados os prazos e, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10
legais, notificadas as partes pela publicação oficial. (dez) minutos, a palavra aos advogados ou às partes que
a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer,
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão
por igual prazo.
remetidos à instância superior, com as razões ou sem
elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o
segunda parte, em que o prazo será de trinta dias. relator, serão julgados na primeira sessão.
§ 1o Se houver mais de um réu, e não houverem todos Art. 613. As apelações interpostas das sentenças
sido julgados, ou não tiverem todos apelado, caberá ao proferidas em processos por crime a que a lei comine

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pena de reclusão, deverão ser processadas e julgadas DA REVISÃO


pela forma estabelecida no Art. 610, com as seguintes
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
modificações:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto
I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao
expresso da lei penal ou à evidência dos autos;
revisor, que terá igual prazo para o exame do processo e
pedirá designação de dia para o julgamento; II - quando a sentença condenatória se fundar em
depoimentos, exames ou documentos
II - os prazos serão ampliados ao dobro;
comprovadamente falsos;
III - o tempo para os debates será de um quarto de hora.
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas
Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de provas de inocência do condenado ou de circunstância
qualquer dos prazos marcados nos arts. 610 e 613, os que determine ou autorize diminuição especial da pena.
motivos da demora serão declarados nos autos.
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos. tempo, antes da extinção da pena ou após.
§ 1o Havendo empate de votos no julgamento de Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do
recursos, se o presidente do tribunal, câmara ou turma, pedido, salvo se fundado em novas provas.
não tiver tomado parte na votação, proferirá o voto de
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu
desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão
ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de
mais favorável ao réu.
morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou
§ 2o O acórdão será apresentado à conferência na irmão.
primeira sessão seguinte à do julgamento, ou no prazo
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e
de duas sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.
julgadas:
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o
I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às
tribunal, câmara ou turma proceder a novo
condenações por ele proferidas;
interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou
determinar outras diligências. II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de
Justiça ou de Alçada, nos demais casos.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas
decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for § 1o No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal
aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, de Recursos o processo e julgamento obedecerão ao que
quando somente o réu houver apelado da sentença. for estabelecido no respectivo regimento interno.
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação § 2o Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento
estabelecerão as normas complementares para o será efetuado pelas câmaras ou turmas criminais,
processo e julgamento dos recursos e apelações. reunidas em sessão conjunta, quando houver mais de
uma, e, no caso contrário, pelo tribunal pleno.
CAPÍTULO VI
§ 3o Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras
DOS EMBARGOS
ou turmas criminais, poderão ser constituídos dois ou
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de mais grupos de câmaras ou turmas para o julgamento de
Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos revisão, obedecido o que for estabelecido no respectivo
embargos de declaração, no prazo de dois dias contados regimento interno.
da sua publicação, quando houver na sentença
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e
ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
a um revisor, devendo funcionar como relator um
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos desembargador que não tenha pronunciado decisão em
em requerimento de que constem os pontos em que o qualquer fase do processo.
acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.
§ 1o O requerimento será instruído com a certidão de
o
§ 1 O requerimento será apresentado pelo relator e haver passado em julgado a sentença condenatória e
julgado, independentemente de revisão, na primeira com as peças necessárias à comprovação dos fatos
sessão. argüidos.
§ 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste § 2o O relator poderá determinar que se apensem os
artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento. autos originais, se daí não advier dificuldade à execução
normal da sentença.
CAPÍTULO VII

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§ 3o Se o relator julgar insuficientemente instruído o Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito
pedido e inconveniente ao interesse da justiça que se suspensivo, e uma vez arrazoados pelo recorrido os
apensem os autos originais, indeferi-lo-á in limine, dando autos do traslado, os originais baixarão à primeira
recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal, instância, para a execução da sentença.
conforme o caso (art. 624, parágrafo único).
Art. 638. O recurso extraordinário será processado e
§ 4o Interposto o recurso por petição e julgado no Supremo Tribunal Federal na forma
independentemente de termo, o relator apresentará o estabelecida pelo respectivo regimento interno.
processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem
CAPÍTULO IX
tomar parte na discussão.
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL
§ 5o Se o requerimento não for indeferido in limine,
abrir-se-á vista dos autos ao procurador-geral, que dará Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:
parecer no prazo de dez dias. Em seguida, examinados os
I - da decisão que denegar o recurso;
autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e
revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua
designar. expedição e seguimento para o juízo ad quem.
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao
poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso,
modificar a pena ou anular o processo. nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que
denegar o recurso, indicando o requerente as peças do
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser
processo que deverão ser trasladadas.
agravada a pena imposta pela decisão revista.
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará
Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de
recibo da petição à parte e, no prazo máximo de cinco
todos os direitos perdidos em virtude da condenação,
dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de
devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de
sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará
segurança cabível.
entrega da carta, devidamente conferida e concertada.
Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se
Apelação estabelecerão as normas complementares para
negar a dar o recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer
o processo e julgamento das revisões criminais.
pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta dias. O
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de
sentença condenatória, o juiz mandará juntá-la representação do testemunhante, imporá a pena e
imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da mandará que seja extraído o instrumento, sob a mesma
decisão. sanção, pelo substituto do escrivão ou do secretário do
tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá
reclamar ao presidente do tribunal ad quem, que avocará
reconhecer o direito a uma justa indenização pelos
os autos, para o efeito do julgamento do recurso e
prejuízos sofridos.
imposição da pena.
§ 1o Por essa indenização, que será liquidada no juízo
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-
cível, responderá a União, se a condenação tiver sido
á o disposto nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em
proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território,
sentido estrito, ou o processo estabelecido para o
ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
recurso extraordinário, se deste se tratar.
§ 2o A indenização não será devida:
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato julgamento da carta, se desta tomar conhecimento,
ou falta imputável ao próprio impetrante, como a mandará processar o recurso, ou, se estiver
confissão ou a ocultação de prova em seu poder; suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.
b) se a acusação houver sido meramente privada. Art. 645. O processo da carta testemunhável na
instância superior seguirá o processo do recurso
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa,
denegado.
cuja condenação tiver de ser revista, o presidente do
tribunal nomeará curador para a defesa. Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito
suspensivo.
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO X
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

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DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude
de habeas corpus, será condenada nas custas a
Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém
autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder,
sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou
tiver determinado a coação.
coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos
de punição disciplinar. Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério
Público cópia das peças necessárias para ser promovida a
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
responsabilidade da autoridade.
I - quando não houver justa causa;
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como
determina a lei; pelo Ministério Público.
III - quando quem ordenar a coação não tiver § 1o A petição de habeas corpus conterá:
competência para fazê-lo;
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a sofrer violência ou coação e o de quem exercer a
coação; violência, coação ou ameaça;
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em
casos em que a lei a autoriza; caso de simples ameaça de coação, as razões em que
funda o seu temor;
VI - quando o processo for manifestamente nulo;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo,
VII - quando extinta a punibilidade.
quando não souber ou não puder escrever, e a
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua designação das respectivas residências.
jurisdição, fará passar imediatamente a ordem
§ 2o Os juízes e os tribunais têm competência para
impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual
expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no
for a autoridade coatora.
curso de processo verificarem que alguém sofre ou está
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do na iminência de sofrer coação ilegal.
pedido de habeas corpus:
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão,
I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos o oficial de justiça ou a autoridade judiciária ou policial
no Art. 101, I, g, da Constituição; que embaraçar ou procrastinar a expedição de ordem
de habeas corpus, as informações sobre a causa da
II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de
prisão, a condução e apresentação do paciente, ou a sua
violência ou coação forem atribuídos aos governadores
soltura, será multado na quantia de duzentos mil-réis a
ou interventores dos Estados ou Territórios e ao prefeito
um conto de réis, sem prejuízo das penas em que
do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes
incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal
de Polícia.
que julgar o habeas corpus, salvo quando se tratar de
§ 1o A competência do juiz cessará sempre que a autoridade judiciária, caso em que caberá ao Supremo
violência ou coação provier de autoridade judiciária de Tribunal Federal ou ao Tribunal de Apelação impor as
igual ou superior jurisdição. multas.
§ 2o Não cabe o habeas corpus contra a prisão Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se
administrativa, atual ou iminente, dos responsáveis por julgar necessário, e estiver preso o paciente, mandará
dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e
alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos hora que designar.
prazos legais, salvo se o pedido for acompanhado de
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será
prova de quitação ou de depósito do alcance verificado,
expedido mandado de prisão contra o detentor, que será
ou se a prisão exceder o prazo legal.
processado na forma da lei, e o juiz providenciará para
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, que o paciente seja tirado da prisão e apresentado em
nem porá termo ao processo, desde que este não esteja juízo.
em conflito com os fundamentos daquela.
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude escusará a sua apresentação, salvo:
de nulidade do processo, este será renovado.
I - grave enfermidade do paciente;

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Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for
atribui a detenção; apresentada a petição.
III - se o comparecimento não tiver sido determinado Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão
pelo juiz ou pelo tribunal. ordenadas, se o presidente entender que o habeas
corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o
petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere
paciente se encontrar, se este não puder ser
a respeito.
apresentado por motivo de doença.
Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas,
Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o
o habeas corpus será julgado na primeira sessão,
paciente estiver preso.
podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a sessão seguinte.
violência ou coação ilegal, julgará prejudicado o pedido.
Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o votos. Havendo empate, se o presidente não tiver
paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de tomado parte na votação, proferirá voto de desempate;
24 (vinte e quatro) horas. no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável
ao paciente.
§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo
posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que,
mantido na prisão. assinada pelo presidente do tribunal, câmara ou turma,
será dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, ao
§ 2o Se os documentos que instruírem a petição
carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar
evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal
exercer o constrangimento.
ordenará que cesse imediatamente o constrangimento.
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama
§ 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o
obedecerá ao disposto no art. 289, parágrafo único, in
paciente admitido a prestar fiança, o juiz arbitrará o valor
fine.
desta, que poderá ser prestada perante ele, remetendo,
neste caso, à autoridade os respectivos autos, para Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação
serem anexados aos do inquérito policial ou aos do estabelecerão as normas complementares para o
processo judicial. processo e julgamento do pedido de habeas corpus de
sua competência originária.
§ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para
evitar ameaça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de
paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. competência originária do Supremo Tribunal Federal,
bem como nos de recurso das decisões de última ou
§ 5o Será incontinenti enviada cópia da decisão à
única instância, denegatórias de habeas corpus,
autoridade que tiver ordenado a prisão ou tiver o
observar-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto nos
paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do
artigos anteriores, devendo o regimento interno do
processo.
tribunal estabelecer as regras complementares.
§ 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que não
LIVRO IV
seja o da sede do juízo ou do tribunal que conceder a
ordem, o alvará de soltura será expedido pelo telégrafo, DA EXECUÇÃO
se houver, observadas as formalidades estabelecidas
TÍTULO I
no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal
de Apelação, a petição de habeas corpus será Art. 668. A execução, onde não houver juiz especial,
apresentada ao secretário, que a enviará imediatamente incumbirá ao juiz da sentença, ou, se a decisão for do
ao presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da Tribunal do Júri, ao seu presidente.
turma, que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir-
Parágrafo único. Se a decisão for de tribunal superior,
se.
nos casos de sua competência originária, caberá ao
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, respectivo presidente prover-lhe a execução.
§ 1o, o presidente, se necessário, requisitará da
Art. 669. Só depois de passar em julgado, será exeqüível
autoridade indicada como coatora informações por
a sentença, salvo:
escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o

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I - quando condenatória, para o efeito de sujeitar o réu a solto, o presidente da câmara ou do tribunal fará, logo
prisão, ainda no caso de crime afiançável, enquanto não após a sessão de julgamento, remeter ao chefe de Polícia
for prestada a fiança; o mandado de prisão do condenado.
II - quando absolutória, para o fim de imediata soltura do § 2o Se o réu estiver em prisão especial, deverá,
réu, desde que não proferida em processo por crime a ressalvado o disposto na legislação relativa aos militares,
que a lei comine pena de reclusão, no máximo, por ser expedida ordem para sua imediata remoção para
tempo igual ou superior a oito anos. prisão comum, até que se verifique a expedição de carta
de guia para o cumprimento da pena.
Art. 670. No caso de decisão absolutória confirmada ou
proferida em grau de apelação, incumbirá ao relator Art. 676. A carta de guia, extraída pelo escrivão e
fazer expedir o alvará de soltura, de que dará assinada pelo juiz, que a rubricará em todas as folhas,
imediatamente conhecimento ao juiz de primeira será remetida ao diretor do estabelecimento em que
instância. tenha de ser cumprida a sentença condenatória, e
conterá:
Art. 671. Os incidentes da execução serão resolvidos
pelo respectivo juiz. I - o nome do réu e a alcunha por que for conhecido;
Art. 672. Computar-se-á na pena privativa da liberdade o Il - a sua qualificação civil (naturalidade, filiação, idade,
tempo: estado, profissão), instrução e, se constar, número do
registro geral do Instituto de Identificação e Estatística
I - de prisão preventiva no Brasil ou no estrangeiro;
ou de repartição congênere;
II - de prisão provisória no Brasil ou no estrangeiro;
III - o teor integral da sentença condenatória e a data da
III - de internação em hospital ou manicômio. terminação da pena.
Art. 673. Verificado que o réu, pendente a apelação por Parágrafo único. Expedida carta de guia para
ele interposta, já sofreu prisão por tempo igual ao da cumprimento de uma pena, se o réu estiver cumprindo
pena a que foi condenado, o relator do feito mandará outra, só depois de terminada a execução desta será
pô-lo imediatamente em liberdade, sem prejuízo do aquela executada. Retificar-se-á a carta de guia sempre
julgamento do recurso, salvo se, no caso de crime a que que sobrevenha modificação quanto ao início da
a lei comine pena de reclusão, no máximo, por tempo execução ou ao tempo de duração da pena.
igual ou superior a 8 anos, o querelante ou o Ministério
Art. 677. Da carta de guia e seus aditamentos se
Público também houver apelado da sentença
remeterá cópia ao Conselho Penitenciário.
condenatória.
Art. 678. O diretor do estabelecimento, em que o réu
TÍTULO II
tiver de cumprir a pena, passará recibo da carta de guia
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE para juntar-se aos autos do processo.
CAPÍTULO I Art. 679. As cartas de guia serão registradas em livro
especial, segundo a ordem cronológica do recebimento,
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
fazendo-se no curso da execução as anotações
Art. 674. Transitando em julgado a sentença que necessárias.
impuser pena privativa de liberdade, se o réu já estiver
Art. 680. Computar-se-á no tempo da pena o período em
preso, ou vier a ser preso, o juiz ordenará a expedição de
que o condenado, por sentença irrecorrível, permanecer
carta de guia para o cumprimento da pena.
preso em estabelecimento diverso do destinado ao
Parágrafo único. Na hipótese do art. 82, última parte, a cumprimento dela.
expedição da carta de guia será ordenada pelo juiz
Art. 681. Se impostas cumulativamente penas privativas
competente para a soma ou unificação das penas.
da liberdade, será executada primeiro a de reclusão,
Art. 675. No caso de ainda não ter sido expedido depois a de detenção e por último a de prisão simples.
mandado de prisão, por tratar-se de infração penal em
Art. 682. O sentenciado a que sobrevier doença mental,
que o réu se livra solto ou por estar afiançado, o juiz, ou
verificada por perícia médica, será internado em
o presidente da câmara ou tribunal, se tiver havido
manicômio judiciário, ou, à falta, em outro
recurso, fará expedir o mandado de prisão, logo que
estabelecimento adequado, onde Ihe seja assegurada a
transite em julgado a sentença condenatória.
custódia.
§ 1o No caso de reformada pela superior instância, em
§ 1o Em caso de urgência, o diretor do estabelecimento
grau de recurso, a sentença absolutória, estando o réu
penal poderá determinar a remoção do sentenciado,

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comunicando imediatamente a providência ao juiz, que, resolver-se-á em valor monetário, devolvendo-se ao


em face da perícia médica, ratificará ou revogará a condenado o que exceder à satisfação da multa e das
medida. custas processuais.
§ 2o Se a internação se prolongar até o término do prazo Art. 688. Findo o decêndio ou a prorrogação sem que o
restante da pena e não houver sido imposta medida de condenado efetue o pagamento, ou ocorrendo a
segurança detentiva, o indivíduo terá o destino hipótese prevista no § 2o do artigo anterior, observar-se-
aconselhado pela sua enfermidade, feita a devida á o seguinte:
comunicação ao juiz de incapazes.
I - possuindo o condenado bens sobre os quais possa
Art. 683. O diretor da prisão a que o réu tiver sido recair a execução, será extraída certidão da sentença
recolhido provisoriamente ou em cumprimento de pena condenatória, a fim de que o Ministério Público proceda
comunicará imediatamente ao juiz o óbito, a fuga ou a à cobrança judicial;
soltura do detido ou sentenciado para que fique
II - sendo o condenado insolvente, far-se-á a cobrança:
constando dos autos.
a) mediante desconto de quarta parte de sua
Parágrafo único. A certidão de óbito acompanhará a
remuneração (arts. 29, § 1o, e 37 do Código Penal),
comunicação.
quando cumprir pena privativa da liberdade,
Art. 684. A recaptura do réu evadido não depende de cumulativamente imposta com a de multa;
prévia ordem judicial e poderá ser efetuada por qualquer
b) mediante desconto em seu vencimento ou salário, se,
pessoa.
cumprida a pena privativa da liberdade, ou concedido o
Art. 685. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será livramento condicional, a multa não houver sido
posto, imediatamente, em liberdade, mediante alvará do resgatada;
juiz, no qual se ressalvará a hipótese de dever o
c) mediante esse desconto, se a multa for a única pena
condenado continuar na prisão por outro motivo legal.
imposta ou no caso de suspensão condicional da pena.
Parágrafo único. Se tiver sido imposta medida de
§ 1o O desconto, nos casos das letras b e c, será feito
segurança detentiva, o condenado será removido para
mediante ordem ao empregador, à repartição
estabelecimento adequado (art. 762).
competente ou à administração da entidade paraestatal,
CAPÍTULO II e, antes de fixá-lo, o juiz requisitará informações e
ordenará diligências, inclusive arbitramento, quando
DAS PENAS PECUNIÁRIAS
necessário, para observância do art. 37, § 3o, do Código
Art. 686. A pena de multa será paga dentro em 10 dias Penal.
após haver transitado em julgado a sentença que a
§ 2o Sob pena de desobediência e sem prejuízo da
impuser.
execução a que ficará sujeito, o empregador será
Parágrafo único. Se interposto recurso da sentença, esse intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo
prazo será contado do dia em que o juiz ordenar o juiz, a importância correspondente ao desconto, em selo
cumprimento da decisão da superior instância. penitenciário, que será inutilizado nos autos pelo juiz.
Art. 687. O juiz poderá, desde que o condenado o § 3o Se o condenado for funcionário estadual ou
requeira: municipal ou empregado de entidade paraestatal, a
importância do desconto será, semestralmente,
I - prorrogar o prazo do pagamento da multa até três
recolhida ao Tesouro Nacional, delegacia fiscal ou
meses, se as circunstâncias justificarem essa
coletoria federal, como receita do selo penitenciário.
prorrogação;
§ 4o As quantias descontadas em folha de pagamento de
II - permitir, nas mesmas circunstâncias, que o
funcionário federal constituirão renda do selo
pagamento se faça em parcelas mensais, no prazo que
penitenciário.
fixar, mediante caução real ou fidejussória, quando
necessário. Art. 689. A multa será convertida, à razão de dez mil-réis
por dia, em detenção ou prisão simples, no caso de crime
§ 1o O requerimento, tanto no caso do n o I, como no do
ou de contravenção:
no II, será feito dentro do decêndio concedido para o
pagamento da multa. I - se o condenado solvente frustrar o pagamento da
multa;
§ 2º A permissão para o pagamento em parcelas será
revogada, se o juiz verificar que o condenado dela se vale II - se não forem pagas pelo condenado solvente as
para fraudar a execução da pena. Nesse caso, a caução parcelas mensais autorizadas sem garantia.

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§ 1o Se o juiz reconhecer desde logo a existência de TÍTULO III


causa para a conversão, a ela procederá de ofício ou a
DOS INCIDENTES DA EXECUÇÃO
requerimento do Ministério Público, independentemente
de audiência do condenado; caso contrário, depois de CAPÍTULO I
ouvir o condenado, se encontrado no lugar da sede do
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
juízo, poderá admitir a apresentação de prova pelas
partes, inclusive testemunhal, no prazo de três dias. Art. 696. O juiz poderá suspender, por tempo não inferior
a 2 (dois) nem superior a 6 (seis) anos, a execução das
§ 2o O juiz, desde que transite em julgado a decisão,
penas de reclusão e de detenção que não excedam a 2
ordenará a expedição de mandado de prisão ou
(dois) anos, ou, por tempo não inferior a 1 (um) nem
aditamento à carta de guia, conforme esteja o
superior a 3 (três) anos, a execução da pena de prisão
condenado solto ou em cumprimento de pena privativa
simples, desde que o sentenciado:
da liberdade.
I - não haja sofrido, no País ou no estrangeiro,
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, a conversão
condenação irrecorrível por outro crime a pena privativa
será feita pelo valor das parcelas não pagas.
da liberdade, salvo o disposto no parágrafo único
Art. 690. O juiz tornará sem efeito a conversão, do art. 46 do Código Penal;
expedindo alvará de soltura ou cassando a ordem de
II - os antecedentes e a personalidade do sentenciado, os
prisão, se o condenado, em qualquer tempo:
motivos e as circunstâncias do crime autorizem a
I - pagar a multa; presunção de que não tornará a delinqüir.
II - prestar caução real ou fidejussória que Ihe assegure o Parágrafo único. Processado o beneficiário por outro
pagamento. crime ou contravenção, considerar-se-á prorrogado o
prazo da suspensão da pena até o julgamento definitivo.
Parágrafo único. No caso do no II, antes de homologada
a caução, será ouvido o Ministério Público dentro do Art. 697. O juiz ou tribunal, na decisão que aplicar pena
prazo de dois dias. privativa da liberdade não superior a 2 (dois) anos,
deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a
CAPÍTULO III
suspensão condicional, quer a conceda quer a denegue.
DAS PENAS ACESSÓRIAS
Art. 698. Concedida a suspensão, o juiz especificará as
Art. 691. O juiz dará à autoridade administrativa condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo
competente conhecimento da sentença transitada em previsto, começando este a correr da audiência em que
julgado, que impuser ou de que resultar a perda da se der conhecimento da sentença ao beneficiário e Ihe
função pública ou a incapacidade temporária para for entregue documento similar ao descrito no art. 724.
investidura em função pública ou para exercício de
§ 1o As condições serão adequadas ao delito e à
profissão ou atividade.
personalidade do condenado.
Art. 692. No caso de incapacidade temporária ou
§ 2o Poderão ser impostas, além das estabelecidas
permanente para o exercício do pátrio poder, da tutela
no art. 767, como normas de conduta e obrigações, as
ou da curatela, o juiz providenciará para que sejam
seguintes condições:
acautelados, no juízo competente, a pessoa e os bens do
menor ou do interdito. I - freqüentar curso de habilitação profissional ou de
instrução escolar;
Art. 693. A incapacidade permanente ou temporária
para o exercício da autoridade marital ou do pátrio poder II - prestar serviços em favor da comunidade;
será averbada no registro civil.
III - atender aos encargos de família;
Art. 694. As penas acessórias consistentes em
IV - submeter-se a tratamento de desintoxicação.
interdições de direitos serão comunicadas ao Instituto de
Identificação e Estatística ou estabelecimento congênere, § 3o O juiz poderá fixar, a qualquer tempo, de ofício ou a
figurarão na folha de antecedentes do condenado e requerimento do Ministério Público, outras condições
serão mencionadas no rol de culpados. além das especificadas na sentença e das referidas no
parágrafo anterior, desde que as circunstâncias o
Art. 695. Iniciada a execução das interdições
aconselhem.
temporárias (art. 72, a e b, do Código Penal), o juiz, de
ofício, a requerimento do Ministério Público ou do § 4o A fiscalização do cumprimento das condições
condenado, fixará o seu termo final, completando as deverá ser regulada, nos Estados, Territórios e Distrito
providências determinadas nos artigos anteriores. Federal, por normas supletivas e atribuída a serviço

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social penitenciário, patronato, conselho de comunidade Art. 706. A suspensão também ficará sem efeito se, em
ou entidades similares, inspecionadas pelo Conselho virtude de recurso, for aumentada a pena de modo que
Penitenciário, pelo Ministério Público ou ambos, exclua a concessão do benefício.
devendo o juiz da execução na comarca suprir, por ato, a
Art. 707. A suspensão será revogada se o beneficiário:
falta das normas supletivas.
I - é condenado, por sentença irrecorrível, a pena
§ 5o O beneficiário deverá comparecer periodicamente à
privativa da liberdade;
entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das
condições a que está sujeito, comunicando, também, a II - frustra, embora solvente, o pagamento da multa, ou
sua ocupação, os salários ou proventos de que vive, as não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano.
economias que conseguiu realizar e as dificuldades
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a suspensão, se o
materiais ou sociais que enfrenta.
beneficiário deixa de cumprir qualquer das obrigações
§ 6o A entidade fiscalizadora deverá comunicar constantes da sentença, de observar proibições inerentes
imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais à pena acessória, ou é irrecorrivelmente condenado a
(arts. 730 e 731), qualquer fato capaz de acarretar a pena que não seja privativa da liberdade; se não a
revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a revogar, deverá advertir o beneficiário, ou exacerbar as
modificação das condições. condições ou, ainda, prorrogar o período da suspensão
até o máximo, se esse limite não foi o fixado.
§ 7o Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita
comunicação ao juiz e à entidade fiscalizadora do local da Art. 708. Expirado o prazo de suspensão ou a
nova residência, aos quais deverá apresentar-se prorrogação, sem que tenha ocorrido motivo de
imediatamente. revogação, a pena privativa de liberdade será declarada
extinta.
Art. 699. No caso de condenação pelo Tribunal do Júri, a
suspensão condicional da pena competirá ao seu Parágrafo único. O juiz, quando julgar necessário,
presidente. requisitará, antes do julgamento, nova folha de
antecedentes do beneficiário.
Art. 700. A suspensão não compreende a multa, as
penas acessórias, os efeitos da condenação nem as Art. 709. A condenação será inscrita, com a nota de
custas. suspensão, em livros especiais do Instituto de
Identificação e Estatística, ou repartição congênere,
Art. 701. O juiz, ao conceder a suspensão, fixará, tendo
averbando-se, mediante comunicação do juiz ou do
em conta as condições econômicas ou profissionais do
tribunal, a revogação da suspensão ou a extinção da
réu, o prazo para o pagamento, integral ou em
pena. Em caso de revogação, será feita a averbação
prestações, das custas do processo e taxa penitenciária.
definitiva no registro geral.
Art. 702. Em caso de co-autoria, a suspensão poderá ser
§ 1o Nos lugares onde não houver Instituto de
concedida a uns e negada a outros réus.
Identificação e Estatística ou repartição congênere, o
Art. 703. O juiz que conceder a suspensão lerá ao réu, registro e a averbação serão feitos em livro próprio no
em audiência, a sentença respectiva, e o advertirá das juízo ou no tribunal.
conseqüências de nova infração penal e da transgressão
§ 2o O registro será secreto, salvo para efeito de
das obrigações impostas.
informações requisitadas por autoridade judiciária, no
Art. 704. Quando for concedida a suspensão pela caso de novo processo.
superior instância, a esta caberá estabelecer-lhe as
§ 3o Não se aplicará o disposto no § 2o, quando houver
condições, podendo a audiência ser presidida por
sido imposta ou resultar de condenação pena acessória
qualquer membro do tribunal ou câmara, pelo juiz do
consistente em interdição de direitos.
processo ou por outro designado pelo presidente do
tribunal ou câmara. CAPÍTULO II
Art. 705. Se, intimado pessoalmente ou por edital com DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
prazo de 20 dias, o réu não comparecer à audiência a
Art. 710. O livramento condicional poderá ser concedido
que se refere o art. 703, a suspensão ficará sem efeito e
ao condenado a pena privativa da liberdade igual ou
será executada imediatamente a pena, salvo prova de
superior a 2 (dois) anos, desde que se verifiquem as
justo impedimento, caso em que será marcada nova
condições seguintes:
audiência.
I - cumprimento de mais da metade da pena, ou mais de
três quartos, se reincidente o sentenciado;

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II - ausência ou cessação de periculosidade; do Conselho Penitenciário, com a cópia do respectivo


parecer e do relatório do diretor da prisão.
III - bom comportamento durante a vida carcerária;
§ 1o Para emitir parecer, o Conselho poderá determinar
IV - aptidão para prover à própria subsistência mediante
diligências e requisitar os autos do processo.
trabalho honesto;
§ 2o O juiz ou o tribunal mandará juntar a petição ou a
V - reparação do dano causado pela infração, salvo
proposta, com o ofício ou documento que a acompanhar,
impossibilidade de fazê-lo.
aos autos do processo, e proferirá sua decisão,
Art. 711. As penas que correspondem a infrações previamente ouvido o Ministério Público.
diversas podem somar-se, para efeito do livramento.
Art. 717. Na ausência da condição prevista no art. 710, I,
Art. 712. O livramento condicional poderá ser concedido o requerimento será liminarmente indeferido.
mediante requerimento do sentenciado, de seu cônjuge
Art. 718. Deferido o pedido, o juiz, ao especificar as
ou de parente em linha reta, ou por proposta do diretor
condições a que ficará subordinado o livramento,
do estabelecimento penal, ou por iniciativa do Conselho
atenderá ao disposto no art. 698, §§ 1o, 2o e 5o.
Penitenciário.
§ 1o Se for permitido ao liberado residir fora da
Art. 713. As condições de admissibilidade, conveniência
jurisdição do juiz da execução, remeter-se-á cópia da
e oportunidade da concessão do livramento serão
sentença do livramento à autoridade judiciária do lugar
verificadas pelo Conselho Penitenciário, a cujo parecer
para onde ele se houver transferido, e à entidade de
não ficará, entretanto, adstrito o juiz.
observação cautelar e proteção.
Art. 714. O diretor do estabelecimento penal remeterá
§ 2o O liberado será advertido da obrigação de
ao Conselho Penitenciário minucioso relatório sobre:
apresentar-se imediatamente à autoridade judiciária e à
I - o caráter do sentenciado, revelado pelos seus entidade de observação cautelar e proteção.
antecedentes e conduta na prisão;
Art. 719. O livramento ficará também subordinado à
II - o procedimento do liberando na prisão, sua aplicação obrigação de pagamento das custas do processo e da
ao trabalho e seu trato com os companheiros e taxa penitenciária, salvo caso de insolvência
funcionários do estabelecimento; comprovada.
III - suas relações, quer com a família, quer com Parágrafo único. O juiz poderá fixar o prazo para o
estranhos; pagamento integral ou em prestações, tendo em
consideração as condições econômicas ou profissionais
IV - seu grau de instrução e aptidão profissional, com a
do liberado.
indicação dos serviços em que haja sido empregado e da
especialização anterior ou adquirida na prisão; Art. 720. A forma de pagamento da multa, ainda não
paga pelo liberando, será determinada de acordo com o
V - sua situação financeira, e seus propósitos quanto ao
disposto no art. 688.
seu futuro meio de vida, juntando o diretor, quando
dada por pessoa idônea, promessa escrita de colocação Art. 721. Reformada a sentença denegatória do
do liberando, com indicação do serviço e do salário. livramento, os autos baixarão ao juiz da primeira
instância, a fim de que determine as condições que
Parágrafo único. O relatório será, dentro do prazo de
devam ser impostas ao liberando.
quinze dias, remetido ao Conselho, com o prontuário do
sentenciado, e, na falta, o Conselho opinará livremente, Art. 722. Concedido o livramento, será expedida carta de
comunicando à autoridade competente a omissão do guia, com a cópia integral da sentença em duas vias,
diretor da prisão. remetendo-se uma ao diretor do estabelecimento penal
e outra ao presidente do Conselho Penitenciário.
Art. 715. Se tiver sido imposta medida de segurança
detentiva, o livramento não poderá ser concedido sem Art. 723. A cerimônia do livramento condicional será
que se verifique, mediante exame das condições do realizada solenemente, em dia marcado pela autoridade
sentenciado, a cessação da periculosidade. que deva presidi-la, observando-se o seguinte:
Parágrafo único. Consistindo a medida de segurança em I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos
internação em casa de custódia e tratamento, proceder- demais presos, salvo motivo relevante, pelo presidente
se-á a exame mental do sentenciado. do Conselho Penitenciário, ou pelo seu representante
junto ao estabelecimento penal, ou, na falta, pela
Art. 716. A petição ou a proposta de livramento será
autoridade judiciária local;
remetida ao juiz ou ao tribunal por ofício do presidente

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II - o diretor do estabelecimento penal chamará a à pena acessória ou for irrecorrivelmente condenado,


atenção do liberando para as condições impostas na por crime, à pena que não seja privativa da liberdade.
sentença de livramento;
Parágrafo único. Se o juiz não revogar o livramento,
III - o preso declarará se aceita as condições. deverá advertir o liberado ou exacerbar as condições.
§ 1o De tudo, em livro próprio, se lavrará termo, Art. 728. Se a revogação for motivada por infração penal
subscrito por quem presidir a cerimônia, e pelo anterior à vigência do livramento, computar-se-á no
liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não tempo da pena o período em que esteve solto o liberado,
puder escrever. sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a
soma do tempo das duas penas.
§ 2o Desse termo, se remeterá cópia ao juiz do processo.
Art. 729. No caso de revogação por outro motivo, não se
Art. 724. Ao sair da prisão o liberado, ser-lhe-á entregue,
computará na pena o tempo em que esteve solto o
além do saldo do seu pecúlio e do que Ihe pertencer,
liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma
uma caderneta que exibirá à autoridade judiciária ou
pena, novo livramento.
administrativa sempre que Ihe for exigido. Essa
caderneta conterá: Art. 730. A revogação do livramento será decretada
mediante representação do Conselho Penitenciário, ou a
I - a reprodução da ficha de identidade, ou o retrato do
requerimento do Ministério Público, ou de ofício, pelo
liberado, sua qualificação e sinais característicos;
juiz, que, antes, ouvirá o liberado, podendo ordenar
II - o texto impresso dos artigos do presente capítulo; diligências e permitir a produção de prova, no prazo de
cinco dias
III - as condições impostas ao liberado;
Art. 731. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
IV - a pena acessória a que esteja sujeito.
Público, ou mediante representação do Conselho
§ 1o Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um Penitenciário, poderá modificar as condições ou normas
salvo-conduto, em que constem as condições do de conduta especificadas na sentença, devendo a
livramento e a pena acessória, podendo substituir-se a respectiva decisão ser lida ao liberado por uma das
ficha de identidade ou o retrato do liberado pela autoridades ou por um dos funcionários indicados
descrição dos sinais que possam identificá-lo. no inciso I do art. 723, observado o disposto nos incisos II
e III, e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.
§ 2o Na caderneta e no salvo-conduto deve haver espaço
para consignar o cumprimento das condições referidas Art. 732. Praticada pelo liberado nova infração, o juiz ou
no art. 718. o tribunal poderá ordenar a sua prisão, ouvido o
Conselho Penitenciário, suspendendo o curso do
Art. 725. A observação cautelar e proteção realizadas por
livramento condicional, cuja revogação ficará,
serviço social penitenciário, patronato, conselho de
entretanto, dependendo da decisão final no novo
comunidade ou entidades similares, terá a finalidade de:
processo.
I - fazer observar o cumprimento da pena acessória, bem
Art. 733. O juiz, de ofício, ou a requerimento do
como das condições especificadas na sentença
interessado, do Ministério Público, ou do Conselho
concessiva do benefício;
Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem
suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade revogação, ou na hipótese do artigo anterior, for o
laborativa. liberado absolvido por sentença irrecorrível.
Parágrafo único. As entidades encarregadas de TÍTULO IV
observação cautelar e proteção do liberado apresentarão
DA GRAÇA, DO INDULTO, DA ANISTIA E DA
relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da
REHABILITAÇÃO
representação prevista nos arts. 730 e 731.
CAPÍTULO I
Art. 726. Revogar-se-á o livramento condicional, se o
liberado vier, por crime ou contravenção, a ser DA GRAÇA, DO INDULTO E DA ANISTIA
condenado por sentença irrecorrível a pena privativa de
Art. 734. A graça poderá ser provocada por petição do
liberdade.
condenado, de qualquer pessoa do povo, do Conselho
Art. 727. O juiz pode, também, revogar o livramento, se o Penitenciário, ou do Ministério Público, ressalvada,
liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações entretanto, ao Presidente da República, a faculdade de
constantes da sentença, de observar proibições inerentes concedê-la espontaneamente.

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Art. 735. A petição de graça, acompanhada dos II - atestados de autoridades policiais ou outros
documentos com que o impetrante a instruir, será documentos que comprovem ter residido nas comarcas
remetida ao ministro da Justiça por intermédio do indicadas e mantido, efetivamente, bom
Conselho Penitenciário. comportamento;
Art. 736. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do III - atestados de bom comportamento fornecidos por
processo, e depois de ouvir o diretor do estabelecimento pessoas a cujo serviço tenha estado;
penal a que estiver recolhido o condenado, fará, em
IV - quaisquer outros documentos que sirvam como
relatório, a narração do fato criminoso, examinará as
prova de sua regeneração;
provas, mencionará qualquer formalidade ou
circunstância omitida na petição e exporá os V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime
antecedentes do condenado e seu procedimento depois ou persistir a impossibilidade de fazê-lo.
de preso, opinando sobre o mérito do pedido.
Art. 745. O juiz poderá ordenar as diligências necessárias
Art. 737. Processada no Ministério da Justiça, com os para apreciação do pedido, cercando-as do sigilo possível
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a e, antes da decisão final, ouvirá o Ministério Público.
petição subirá a despacho do Presidente da República, a
Art. 746. Da decisão que conceder a reabilitação haverá
quem serão presentes os autos do processo ou a
recurso de ofício.
certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.
Art. 747. A reabilitação, depois de sentença irrecorrível,
Art. 738. Concedida a graça e junta aos autos cópia do
será comunicada ao Instituto de Identificação e
decreto, o juiz declarará extinta a pena ou penas, ou
Estatística ou repartição congênere.
ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de
redução ou comutação de pena. Art. 748. A condenação ou condenações anteriores não
serão mencionadas na folha de antecedentes do
Art. 739. O condenado poderá recusar a comutação da
reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do juízo,
pena.
salvo quando requisitadas por juiz criminal.
Art. 740. Os autos da petição de graça serão arquivados
Art. 749. Indeferida a reabilitação, o condenado não
no Ministério da Justiça.
poderá renovar o pedido senão após o decurso de dois
Art. 741. Se o réu for beneficiado por indulto, o juiz, de anos, salvo se o indeferimento tiver resultado de falta ou
ofício ou a requerimento do interessado, do Ministério insuficiência de documentos.
Público ou por iniciativa do Conselho Penitenciário,
Art. 750. A revogação de reabilitação (Código Penal,
providenciará de acordo com o disposto no art. 738.
art. 120) será decretada pelo juiz, de ofício ou a
Art. 742. Concedida a anistia após transitar em julgado a requerimento do Ministério Público.
sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a
TÍTULO V
requerimento do interessado, do Ministério Público ou
por iniciativa do Conselho Penitenciário, declarará DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
extinta a pena.
Art. 751. Durante a execução da pena ou durante o
CAPÍTULO II tempo em que a ela se furtar o condenado, poderá ser
imposta medida de segurança, se:
DA REABILITAÇÃO
I - o juiz ou o tribunal, na sentença:
Art. 743. A reabilitação será requerida ao juiz da
condenação, após o decurso de quatro ou oito anos, pelo a) omitir sua decretação, nos casos de periculosidade
menos, conforme se trate de condenado ou reincidente, presumida;
contados do dia em que houver terminado a execução da
b) deixar de aplicá-la ou de excluí-la expressamente;
pena principal ou da medida de segurança detentiva,
devendo o requerente indicar as comarcas em que haja c) declarar os elementos constantes do processo
residido durante aquele tempo. insuficientes para a imposição ou exclusão da medida e
ordenar indagações para a verificação da periculosidade
Art. 744. O requerimento será instruído com:
do condenado;
I - certidões comprobatórias de não ter o requerente
II - tendo sido, expressamente, excluída na sentença a
respondido, nem estar respondendo a processo penal,
periculosidade do condenado, novos fatos
em qualquer das comarcas em que houver residido
demonstrarem ser ele perigoso.
durante o prazo a que se refere o artigo anterior;

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Art. 752. Poderá ser imposta medida de segurança, Art. 760. Para a verificação da periculosidade, no caso
depois de transitar em julgado a sentença, ainda quando do § 3o do art. 78 do Código Penal, observar-se-á o
não iniciada a execução da pena, por motivo diverso de disposto no art. 757, no que for aplicável.
fuga ou ocultação do condenado:
Art. 761. Para a providência determinada no art. 84,
I - no caso da letra a do no I do artigo anterior, bem como § 2o, do Código Penal, se as sentenças forem proferidas
no da letra b, se tiver sido alegada a periculosidade; por juízes diferentes, será competente o juiz que tiver
sentenciado por último ou a autoridade de jurisdição
II - no caso da letra c do no I do mesmo artigo.
prevalente no caso do art. 82.
Art. 753. Ainda depois de transitar em julgado a
Art. 762. A ordem de internação, expedida para
sentença absolutória, poderá ser imposta a medida de
executar-se medida de segurança detentiva, conterá:
segurança, enquanto não decorrido tempo equivalente
ao da sua duração mínima, a indivíduo que a lei presuma I - a qualificação do internando;
perigoso.
II - o teor da decisão que tiver imposto a medida de
Art. 754. A aplicação da medida de segurança, nos casos segurança;
previstos nos arts. 751 e 752, competirá ao juiz da
III - a data em que terminará o prazo mínimo da
execução da pena, e, no caso do art. 753, ao juiz da
internação.
sentença.
Art. 763. Se estiver solto o internando, expedir-se-á
Art. 755. A imposição da medida de segurança, nos casos
mandado de captura, que será cumprido por oficial de
dos arts. 751 a 753, poderá ser decretada de ofício ou a
justiça ou por autoridade policial.
requerimento do Ministério Público.
Art. 764. O trabalho nos estabelecimentos referidos
Parágrafo único. O diretor do estabelecimento penal,
no art. 88, § 1o, III, do Código Penal, será educativo e
que tiver conhecimento de fatos indicativos da
remunerado, de modo que assegure ao internado meios
periculosidade do condenado a quem não tenha sido
de subsistência, quando cessar a internação.
imposta medida de segurança, deverá logo comunicá-los
ao juiz. § 1o O trabalho poderá ser praticado ao ar livre.
Art. 756. Nos casos do no I, a e b, do art. 751, e no I do § 2o Nos outros estabelecimentos, o trabalho dependerá
art. 752, poderá ser dispensada nova audiência do das condições pessoais do internado.
condenado.
Art. 765. A quarta parte do salário caberá ao Estado ou,
Art. 757. Nos casos do no I, c, e no II do art. 751 e no II no Distrito Federal e nos Territórios, à União, e o restante
do art. 752, o juiz, depois de proceder às diligências que será depositado em nome do internado ou, se este
julgar convenientes, ouvirá o Ministério Público e preferir, entregue à sua família.
concederá ao condenado o prazo de três dias para
Art. 766. A internação das mulheres será feita em
alegações, devendo a prova requerida ou reputada
estabelecimento próprio ou em seção especial.
necessária pelo juiz ser produzida dentro em dez dias.
Art. 767. O juiz fixará as normas de conduta que serão
§ 1o O juiz nomeará defensor ao condenado que o
observadas durante a liberdade vigiada.
requerer.
§ 1o Serão normas obrigatórias, impostas ao indivíduo
§ 2o Se o réu estiver foragido, o juiz procederá às
sujeito à liberdade vigiada:
diligências que julgar convenientes, concedendo o prazo
de provas, quando requerido pelo Ministério Público. a) tomar ocupação, dentro de prazo razoável, se for apto
para o trabalho;
§ 3o Findo o prazo de provas, o juiz proferirá a sentença
dentro de três dias. b) não mudar do território da jurisdição do juiz, sem
prévia autorização deste.
Art. 758. A execução da medida de segurança incumbirá
ao juiz da execução da sentença. § 2o Poderão ser impostas ao indivíduo sujeito à
liberdade vigiada, entre outras obrigações, as seguintes:
Art. 759. No caso do art. 753, o juiz ouvirá o curador já
nomeado ou que então nomear, podendo mandar a) não mudar de habitação sem aviso prévio ao juiz, ou à
submeter o condenado a exame mental, internando-o, autoridade incumbida da vigilância;
desde logo, em estabelecimento adequado.
b) recolher-se cedo à habitação;
c) não trazer consigo armas ofensivas ou instrumentos
capazes de ofender;

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d) não freqüentar casas de bebidas ou de tavolagem, feito por dois médicos designados pelo diretor do
nem certas reuniões, espetáculos ou diversões públicas. estabelecimento;
§ 3o Será entregue ao indivíduo sujeito à liberdade III - o diretor do estabelecimento de internação ou a
vigiada uma caderneta, de que constarão as obrigações autoridade policial deverá, no relatório, concluir pela
impostas. conveniência da revogação, ou não, da medida de
segurança;
Art. 768. As obrigações estabelecidas na sentença serão
comunicadas à autoridade policial. IV - se a medida de segurança for o exílio local ou a
proibição de freqüentar determinados lugares, o juiz, até
Art. 769. A vigilância será exercida discretamente, de
um mês ou quinze dias antes de expirado o prazo mínimo
modo que não prejudique o indivíduo a ela sujeito.
de duração, ordenará as diligências necessárias, para
Art. 770. Mediante representação da autoridade verificar se desapareceram as causas da aplicação da
incumbida da vigilância, a requerimento do Ministério medida;
Público ou de ofício, poderá o juiz modificar as normas
V - junto aos autos o relatório, ou realizadas as
fixadas ou estabelecer outras.
diligências, serão ouvidos sucessivamente o Ministério
Art. 771. Para execução do exílio local, o juiz comunicará Público e o curador ou o defensor, no prazo de três dias
sua decisão à autoridade policial do lugar ou dos lugares para cada um;
onde o exilado está proibido de permanecer ou de
VI - o juiz nomeará curador ou defensor ao interessado
residir.
que o não tiver;
§ 1o O infrator da medida será conduzido à presença do
VII - o juiz, de ofício, ou a requerimento de qualquer das
juiz que poderá mantê-lo detido até proferir decisão.
partes, poderá determinar novas diligências, ainda que já
§ 2o Se for reconhecida a transgressão e imposta, expirado o prazo de duração mínima da medida de
conseqüentemente, a liberdade vigiada, determinará o segurança;
juiz que a autoridade policial providencie a fim de que o
VIII - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que
infrator siga imediatamente para o lugar de residência
se refere o número anterior o juiz proferirá a sua
por ele escolhido, e oficiará à autoridade policial desse
decisão, no prazo de três dias.
lugar, observando-se o disposto no art. 768.
Art. 776. Nos exames sucessivos a que se referem o § 1º,
Art. 772. A proibição de freqüentar determinados
II, e § 2o do art. 81 do Código Penal, observar-se-á, no
lugares será comunicada pelo juiz à autoridade policial,
que Ihes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
que Ihe dará conhecimento de qualquer transgressão.
Art. 777. Em qualquer tempo, ainda durante o prazo
Art. 773. A medida de fechamento de estabelecimento
mínimo de duração da medida de segurança, poderá o
ou de interdição de associação será comunicada pelo juiz
tribunal, câmara ou turma, a requerimento do Ministério
à autoridade policial, para que a execute.
Público ou do interessado, seu defensor ou curador,
Art. 774. Nos casos do parágrafo único do art. 83 do ordenar o exame, para a verificação da cessação da
Código Penal, ou quando a transgressão de uma medida periculosidade.
de segurança importar a imposição de outra, observar-
§ 1o Designado o relator e ouvido o procurador-geral, se
se-á o disposto no art. 757, no que for aplicável.
a medida não tiver sido por ele requerida, o pedido será
Art. 775. A cessação ou não da periculosidade se julgado na primeira sessão.
verificará ao fim do prazo mínimo de duração da medida
§ 2o Deferido o pedido, a decisão será imediatamente
de segurança pelo exame das condições da pessoa a que
comunicada ao juiz, que requisitará, marcando prazo, o
tiver sido imposta, observando-se o seguinte:
relatório e o exame a que se referem os ns. I e II do
I - o diretor do estabelecimento de internação ou a art. 775 ou ordenará as diligências mencionadas no no IV
autoridade policial incumbida da vigilância, até um mês do mesmo artigo, prosseguindo de acordo com o
antes de expirado o prazo de duração mínima da medida, disposto nos outros incisos do citado artigo.
se não for inferior a um ano, ou até quinze dias nos
Art. 778. Transitando em julgado a sentença de
outros casos, remeterá ao juiz da execução minucioso
revogação, o juiz expedirá ordem para a desinternação,
relatório, que o habilite a resolver sobre a cessação ou
quando se tratar de medida detentiva, ou para que cesse
permanência da medida;
a vigilância ou a proibição, nos outros casos.
II - se o indivíduo estiver internado em manicômio
Art. 779. O confisco dos instrumentos e produtos do
judiciário ou em casa de custódia e tratamento, o
crime, no caso previsto no art. 100 do Código Penal, será
relatório será acompanhado do laudo de exame pericial

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decretado no despacho de arquivamento do inquérito, Art. 785. Concluídas as diligências, a carta rogatória será
na sentença de impronúncia ou na sentença absolutória. devolvida ao presidente do Supremo Tribunal Federal,
por intermédio do presidente do Tribunal de Apelação, o
LIVRO V
qual, antes de devolvê-la, mandará completar qualquer
DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE diligência ou sanar qualquer nulidade.
ESTRANGEIRA
Art. 786. O despacho que conceder
TÍTULO ÚNICO o exequatur marcará, para o cumprimento da diligência,
prazo razoável, que poderá ser excedido, havendo justa
CAPÍTULO I
causa, ficando esta consignada em ofício dirigido ao
DISPOSIÇÕES GERAIS presidente do Supremo Tribunal Federal, juntamente
com a carta rogatória.
Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou tratados,
aplicar-se-á o disposto neste Título à homologação de CAPÍTULO III
sentenças penais estrangeiras e à expedição e ao
DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS ESTRANGEIRAS
cumprimento de cartas rogatórias para citações,
inquirições e outras diligências necessárias à instrução de Art. 787. As sentenças estrangeiras deverão ser
processo penal. previamente homologadas pelo Supremo Tribunal
Federal para que produzam os efeitos do art. 7o do
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão
Código Penal.
homologadas, nem as cartas rogatórias cumpridas, se
contrárias à ordem pública e aos bons costumes. Art. 788. A sentença penal estrangeira será homologada,
quando a aplicação da lei brasileira produzir na espécie
Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dos
as mesmas conseqüências e concorrem os seguintes
documentos apresentados constituirá prova bastante de
requisitos:
sua autenticidade.
I - estar revestida das formalidades externas necessárias,
CAPÍTULO II
segundo a legislação do país de origem;
DAS CARTAS ROGATÓRIAS
II - haver sido proferida por juiz competente, mediante
Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo respectivo juiz, citação regular, segundo a mesma legislação;
remetidas ao Ministro da Justiça, a fim de ser pedido o
III - ter passado em julgado;
seu cumprimento, por via diplomática, às autoridades
estrangeiras competentes. IV - estar devidamente autenticada por cônsul brasileiro;
Art. 784. As cartas rogatórias emanadas de autoridades V - estar acompanhada de tradução, feita por tradutor
estrangeiras competentes não dependem de público.
homologação e serão atendidas se encaminhadas por via
Art. 789. O procurador-geral da República, sempre que
diplomática e desde que o crime, segundo a lei brasileira,
tiver conhecimento da existência de sentença penal
não exclua a extradição.
estrangeira, emanada de Estado que tenha com o Brasil
§ 1o As rogatórias, acompanhadas de tradução em língua tratado de extradição e que haja imposto medida de
nacional, feita por tradutor oficial ou juramentado, segurança pessoal ou pena acessória que deva ser
serão, após exequatur do presidente do Supremo cumprida no Brasil, pedirá ao Ministro da Justiça
Tribunal Federal, cumpridas pelo juiz criminal do lugar providências para obtenção de elementos que o
onde as diligências tenham de efetuar-se, observadas as habilitem a requerer a homologação da sentença.
formalidades prescritas neste Código.
§ 1o A homologação de sentença emanada de
o
§ 2 A carta rogatória será pelo presidente do Supremo autoridade judiciária de Estado, que não tiver tratado de
Tribunal Federal remetida ao presidente do Tribunal de extradição com o Brasil, dependerá de requisição do
Apelação do Estado, do Distrito Federal, ou do Território, Ministro da Justiça.
a fim de ser encaminhada ao juiz competente.
§ 2o Distribuído o requerimento de homologação, o
o
§ 3 Versando sobre crime de ação privada, segundo a relator mandará citar o interessado para deduzir
lei brasileira, o andamento, após o exequatur, dependerá embargos, dentro de dez dias, se residir no Distrito
do interessado, a quem incumbirá o pagamento das Federal, de trinta dias, no caso contrário.
despesas.
§ 3o Se nesse prazo o interessado não deduzir os
o
§ 4 Ficará sempre na secretaria do Supremo Tribunal embargos, ser-lhe-á pelo relator nomeado defensor, o
Federal cópia da carta rogatória. qual dentro de dez dias produzirá a defesa.

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§ 4o Os embargos somente poderão fundar-se em Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal, perante
dúvida sobre a autenticidade do documento, sobre a os juízes singulares, os advogados poderão requerer
inteligência da sentença, ou sobre a falta de qualquer sentados.
dos requisitos enumerados nos arts. 781 e 788.
Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete
§ 5o Contestados os embargos dentro de dez dias, pelo aos respectivos juízes ou ao presidente do tribunal,
procurador-geral, irá o processo ao relator e ao revisor, câmara, ou turma, que poderão determinar o que for
observando-se no seu julgamento o Regimento Interno conveniente à manutenção da ordem. Para tal fim,
do Supremo Tribunal Federal. requisitarão força pública, que ficará exclusivamente à
sua disposição.
§ 6o Homologada a sentença, a respectiva carta será
remetida ao presidente do Tribunal de Apelação do Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões
Distrito Federal, do Estado, ou do Território. não poderão manifestar-se.
§ 7o Recebida a carta de sentença, o presidente do Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da
Tribunal de Apelação a remeterá ao juiz do lugar de sala os desobedientes, que, em caso de resistência, serão
residência do condenado, para a aplicação da medida de presos e autuados.
segurança ou da pena acessória, observadas as
Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento
disposições do Título II, Capítulo III, e Título V do Livro IV
prosseguirão com a assistência do defensor, se o réu se
deste Código.
portar inconvenientemente.
Art. 790. O interessado na execução de sentença penal
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não
estrangeira, para a reparação do dano, restituição e
serão marcadas para domingo ou dia feriado, os demais
outros efeitos civis, poderá requerer ao Supremo
atos do processo poderão ser praticados em período de
Tribunal Federal a sua homologação, observando-se o
férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os
que a respeito prescreve o Código de Processo Civil.
julgamentos iniciados em dia útil não se interromperão
LIVRO VI pela superveniência de feriado ou domingo.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão
contínuos e peremptórios, não se interrompendo por
Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além
férias, domingo ou dia feriado.
das audiências e sessões ordinárias, haverá as
extraordinárias, de acordo com as necessidades do § 1o Não se computará no prazo o dia do começo,
rápido andamento dos feitos. incluindo-se, porém, o do vencimento.
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais § 2o A terminação dos prazos será certificada nos autos
serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo,
juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova
secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em do dia em que começou a correr.
dia e hora certos, ou previamente designados.
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado
o
§ 1 Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.
processual, puder resultar escândalo, inconveniente
§ 4o Não correrão os prazos, se houver impedimento do
grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o
juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte
tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a
contrária.
requerimento da parte ou do Ministério Público,
determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, § 5o Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
limitando o número de pessoas que possam estar
a) da intimação;
presentes.
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão,
§ 2o As audiências, as sessões e os atos processuais, em
se a ela estiver presente a parte;
caso de necessidade, poderão realizar-se na residência
do juiz, ou em outra casa por ele especialmente c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência
designada. inequívoca da sentença ou despacho.
Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cinqüenta a
partes, os escrivães e os espectadores poderão estar quinhentos mil-réis e, na reincidência, suspensão até 30
sentados. Todos, porém, se levantarão quando se (trinta) dias, executará dentro do prazo de dois dias os
dirigirem aos juízes ou quando estes se levantarem para atos determinados em lei ou ordenados pelo juiz.
qualquer ato do processo.

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Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e § 1o Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da
decisões dentro dos prazos seguintes, quando outros não defesa será realizado, sem o prévio pagamento das
estiverem estabelecidos: custas, salvo se o acusado for pobre.
I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou § 2o A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados
interlocutória mista; em lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à
diligência requerida ou deserção do recurso interposto.
II - de cinco dias, se for interlocutória simples;
§ 3o A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de
III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente.
realizar-se em virtude do não-pagamento de custas não
§ 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de implicará a nulidade do processo, se a prova de pobreza
conclusão. do acusado só posteriormente foi feita.
§ 2o Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à
termo de vista, salvo para a interposição do recurso faculdade atribuída ao juiz de determinar de ofício
(art. 798, § 5o). inquirição de testemunhas ou outras diligências.
§ 3o Em qualquer instância, declarando motivo justo, Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu
poderá o juiz exceder por igual tempo os prazos a ele substituto, servirá pessoa idônea, nomeada pela
fixados neste Código. autoridade, perante quem prestará compromisso,
lavrando o respectivo termo.
§ 4o O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao
órgão do Ministério Público no dia em que assinar termo Art. 809. A estatística judiciária criminal, a cargo do
de conclusão ou de vista estará sujeito à sanção Instituto de Identificação e Estatística ou repartições
estabelecida no art. 799. congêneres, terá por base o boletim individual, que é
parte integrante dos processos e versará sobre:
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os
órgãos do Ministério Público, responsáveis pelo I - os crimes e as contravenções praticados durante o
retardamento, perderão tantos dias de vencimentos trimestre, com especificação da natureza de cada um,
quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo de meios utilizados e circunstâncias de tempo e lugar;
serviço, para o efeito de promoção e aposentadoria, a
II - as armas proibidas que tenham sido apreendidas;
perda será do dobro dos dias excedidos.
III - o número de delinqüentes, mencionadas as infrações
Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-
que praticaram, sua nacionalidade, sexo, idade, filiação,
se-á à vista da certidão do escrivão do processo ou do
estado civil, prole, residência, meios de vida e condições
secretário do tribunal, que deverão, de ofício, ou a
econômicas, grau de instrução, religião, e condições de
requerimento de qualquer interessado, remetê-la às
saúde física e psíquica;
repartições encarregadas do pagamento e da contagem
do tempo de serviço, sob pena de incorrerem, de pleno IV - o número dos casos de co-delinqüência;
direito, na multa de quinhentos mil-réis, imposta por
V - a reincidência e os antecedentes judiciários;
autoridade fiscal.
VI - as sentenças condenatórias ou absolutórias, bem
Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a
como as de pronúncia ou de impronúncia;
retirada de autos do cartório, ainda que em confiança,
sob pena de responsabilidade do escrivão. VII - a natureza das penas impostas;
Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, VIII - a natureza das medidas de segurança aplicadas;
qualquer incidente ou recurso, condenará nas custas o
IX - a suspensão condicional da execução da pena,
vencido.
quando concedida;
Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo
X - as concessões ou denegações de habeas corpus.
com os regulamentos expedidos pela União e pelos
Estados. § 1o Os dados acima enumerados constituem o mínimo
exigível, podendo ser acrescidos de outros elementos
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas
úteis ao serviço da estatística criminal.
mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará,
sem que seja depositada em cartório a importância das § 2o Esses dados serão lançados semestralmente em
custas. mapa e remetidos ao Serviço de Estatística Demográfica
Moral e Política do Ministério da Justiça.

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§ 3o O boletim individual a que se refere este artigo é Capítulo II


dividido em três partes destacáveis, conforme
modelo anexo a este Código, e será adotado nos Estados,
no Distrito Federal e nos Territórios. A primeira parte Dos Juizados Especiais Cíveis
ficará arquivada no cartório policial; a segunda será
remetida ao Instituto de Identificação e Estatística, ou Seção I
repartição congênere; e a terceira acompanhará o
processo, e, depois de passar em julgado a sentença
definitiva, lançados os dados finais, será enviada ao Da Competência
referido Instituto ou repartição congênere.
Art. 810. Este Código entrará em vigor no dia 1o de Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para
janeiro de 1942.
conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de
Art. 811. Revogam-se as disposições em contrário.
menor complexidade, assim consideradas:
Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1941; 120o da
Independência e 53o da República.
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o
GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos salário mínimo;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de


LEI Nº 9.099 DE 26 DE SETEMBRO
Processo Civil;
DE 1995
III - a ação de despejo para uso próprio;
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e
dá outras providências.
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor
não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

CAPÍTULO I
I - dos seus julgados;

Disposições Gerais
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até
quarenta vezes o salário mínimo, observado o disposto
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da
no § 1º do art. 8º desta Lei.
Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito
Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial
conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas
as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de
de sua competência.
interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a
acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da
capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
oralidade, simplicidade, informalidade, economia
processual e celeridade, buscando, sempre que possível,
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei
a conciliação ou a transação.
importará em renúncia ao crédito excedente ao limite

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estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de
conciliação. exercer a advocacia perante os Juizados Especiais,
enquanto no desempenho de suas funções.
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei,
o Juizado do foro: Seção III

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local Das Partes


onde aquele exerça atividades profissionais ou
econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído

agência, sucursal ou escritório; por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de
direito público, as empresas públicas da União, a massa
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; falida e o insolvente civil.

III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas § 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o
ações para reparação de dano de qualquer natureza. Juizado Especial:

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de
ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo. direito de pessoas jurídicas;

Seção II II - as pessoas enquadradas como microempreendedores


individuais, microempresas e empresas de pequeno
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos porte na forma da Lei Complementar no 123, de 14 de
dezembro de 2006;
Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para
determinar as provas a serem produzidas, para apreciá- III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização
las e para dar especial valor às regras de experiência da Sociedade Civil de Interesse Público, nos termos da Lei
comum ou técnica. no 9.790, de 23 de março de 1999;

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor,
reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro
sociais da lei e às exigências do bem comum. de 2001.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da § 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor,
Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre independentemente de assistência, inclusive para fins de
os bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados conciliação.
com mais de cinco anos de experiência.
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as
partes comparecerão pessoalmente, podendo ser

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assistidas por advogado; nas de valor superior, a computar-se-ão somente os dias úteis. (Incluído
assistência é obrigatória. pela Lei nº 13.728, de 2018)

§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que
comparecer assistida por advogado, ou se o réu for preencherem as finalidades para as quais forem
pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º
quiser, assistência judiciária prestada por órgão desta Lei.
instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do tenha havido prejuízo.
patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de
quanto aos poderes especiais. comunicação.

§ 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma § 3º Apenas os atos considerados essenciais serão
individual, poderá ser representado por preposto registrados resumidamente, em notas manuscritas,
credenciado, munido de carta de preposição com datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os
poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou
empregatício. equivalente, que será inutilizada após o trânsito em
julgado da decisão.
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de
intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á § 4º As normas locais disporão sobre a conservação das
o litisconsórcio. peças do processo e demais documentos que o instruem.

Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos Seção V


em lei.
Do pedido
Seção IV
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do
Dos atos processuais pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão § 1º Do pedido constarão, de forma simples e em
realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as linguagem acessível:
normas de organização judiciária.
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias, estabelecido
por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

processual, inclusive para a interposição de recursos,


III - o objeto e seu valor.

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§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for III - sendo necessário, por oficial de justiça,
possível determinar, desde logo, a extensão da independentemente de mandado ou carta precatória.
obrigação.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria para comparecimento do citando e advertência de que,
do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as
formulários impressos. alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei § 2º Não se fará citação por edital.
poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última
hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o § 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou

limite fixado naquele dispositivo. nulidade da citação.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para

distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado citação, ou por qualquer outro meio idôneo de

designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo comunicação.

de quinze dias.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, desde logo cientes as partes.

instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação,


§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de
dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se

Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente

ser dispensada a contestação formal e ambos serão indicado, na ausência da comunicação.

apreciados na mesma sentença.


Seção VII

Seção VI
Da Revelia

Das Citações e Intimações


Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de

Art. 18. A citação far-se-á: conciliação ou à audiência de instrução e julgamento,


reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido
I - por correspondência, com aviso de recebimento em inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.
mão própria;
Seção VIII
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual,
mediante entrega ao encarregado da recepção, que será Da Conciliação e do Juízo Arbitral

obrigatoriamente identificado;
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo
esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da

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conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á
do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do imediatamente à audiência de instrução e julgamento,
art. 3º desta Lei. desde que não resulte prejuízo para a defesa.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização
leigo ou por conciliador sob sua orientação. imediata, será a audiência designada para um dos quinze
dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e
Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida testemunhas eventualmente presentes.
a escrito e homologada pelo Juiz togado, mediante
sentença com eficácia de título executivo. Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão
ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida,
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferida a sentença.
proferirá sentença.
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão possam interferir no regular prosseguimento da
optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma audiência. As demais questões serão decididas na
prevista nesta Lei. sentença.

§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por
independentemente de termo de compromisso, com a uma das partes, manifestar-se-á imediatamente a parte
escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver contrária, sem interrupção da audiência.
presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a
data para a audiência de instrução. Seção X

§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos. Da Resposta do Réu

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá
critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, toda matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou
podendo decidir por eqüidade. impedimento do Juiz, que se processará na forma da
legislação em vigor.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias
subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na
togado para homologação por sentença irrecorrível. contestação, formular pedido em seu favor, nos limites
do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos
Seção IX fatos que constituem objeto da controvérsia.

Da Instrução e Julgamento Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do


réu na própria audiência ou requerer a designação da

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nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo
presentes. a sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos
depoimentos.
Seção XI
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob
Das Provas a supervisão de Juiz togado.

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, Seção XII


ainda que não especificados em lei, são hábeis para
provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes. Da Sentença

Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência Art. 38. A sentença mencionará os elementos de
de instrução e julgamento, ainda que não requeridas convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos
previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que relevantes ocorridos em audiência, dispensado o
considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias. relatório.

Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória
parte, comparecerão à audiência de instrução e por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido.
julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado,
independentemente de intimação, ou mediante esta, se Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que

assim for requerido. exceder a alçada estabelecida nesta Lei.

§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução

será apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao

da audiência de instrução e julgamento. Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em
substituição ou, antes de se manifestar, determinar a
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz realização de atos probatórios indispensáveis.
poderá determinar sua imediata condução, valendo-se,
se necessário, do concurso da força pública. Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de
conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá próprio Juizado.
inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a
apresentação de parecer técnico. § 1º O recurso será julgado por uma turma composta por
três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção em
pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de § 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente

sua confiança, que lhe relatará informalmente o representadas por advogado.

verificado.

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Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos
contados da ciência da sentença, por petição escrita, da de ofício.
qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos
§ 1º O preparo será feito, independentemente de por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias,
intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à contados da ciência da decisão.
interposição, sob pena de deserção.
Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido prazo para a interposição de recurso.
para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
Seção XIV
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo,
podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

dano irreparável para a parte.


Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos

Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da em lei:

gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13


I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das
desta Lei, correndo por conta do requerente as despesas
audiências do processo;
respectivas.

II - quando inadmissível o procedimento instituído por


Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de
esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;
julgamento.

III - quando for reconhecida a incompetência territorial;


Art. 46. O julgamento em segunda instância constará
apenas da ata, com a indicação suficiente do processo,
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos
fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença
previstos no art. 8º desta Lei;
for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do
julgamento servirá de acórdão. V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de
sentença ou não se der no prazo de trinta dias;
Art. 47. (VETADO)
VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a
Seção XIII
citação dos sucessores no prazo de trinta dias da ciência
do fato.
Dos Embargos de Declaração

§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer


Art. 48. Caberão embargos de declaração contra
hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.
sentença ou acórdão nos casos previstos no Código de
Processo Civil.

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§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar certa, incluída a multa vencida de obrigação de dar,
que a ausência decorre de força maior, a parte poderá quando evidenciada a malícia do devedor na execução
ser isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas. do julgado;

Seção XV VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o


cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor
Da Execução deve depositar para as despesas, sob pena de multa
diária;
Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no
próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá
no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações: autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a
tratar da alienação do bem penhorado, a qual se
I - as sentenças serão necessariamente líquidas,
aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou
contendo a conversão em Bônus do Tesouro Nacional -
leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes
BTN ou índice equivalente;
serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será
oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de
móvel, ou hipotecado o imóvel;
juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor
judicial;
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais,
quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor;
III - a intimação da sentença será feita, sempre que
possível, na própria audiência em que for proferida.
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da
Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a
execução, versando sobre:
sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e
advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso V); a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu
à revelia;
IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada
em julgado, e tendo havido solicitação do interessado, b) manifesto excesso de execução;
que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo à
execução, dispensada nova citação; c) erro de cálculo;

V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da


não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução, obrigação, superveniente à sentença.
cominará multa diária, arbitrada de acordo com as
condições econômicas do devedor, para a hipótese de Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no

inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor valor de até quarenta salários mínimos, obedecerá ao

poderá requerer a elevação da multa ou a transformação disposto no Código de Processo Civil, com as

da condenação em perdas e danos, que o Juiz de modificações introduzidas por esta Lei.

imediato arbitrará, seguindo-se a execução por quantia

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§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a honorários de advogado, que serão fixados entre dez por
comparecer à audiência de conciliação, quando poderá cento e vinte por cento do valor de condenação ou, não
oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou havendo condenação, do valor corrigido da causa.
verbalmente.
Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas,
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e salvo quando:
eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa
da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre I - reconhecida a litigância de má-fé;

outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo


II - improcedentes os embargos do devedor;
ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata
adjudicação do bem penhorado.
III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido
objeto de recurso improvido do devedor.
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou
julgados improcedentes, qualquer das partes poderá
Seção XVII
requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do
parágrafo anterior. Disposições Finais

§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas
penhoráveis, o processo será imediatamente extinto, as curadorias necessárias e o serviço de assistência
devolvendo-se os documentos ao autor. judiciária.

Seção XVI Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou


valor, poderá ser homologado, no juízo competente,
Das Despesas
independentemente de termo, valendo a sentença como
título executivo judicial.
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em
primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas,
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o
taxas ou despesas.
acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito,
referendado pelo órgão competente do Ministério
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º
Público.
do art. 42 desta Lei, compreenderá todas as despesas
processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro
Art. 58. As normas de organização judiciária local
grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência
poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23
judiciária gratuita.
a causas não abrangidas por esta Lei.

Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o


Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas
vencido em custas e honorários de advogado,
sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei
ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo
grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e Capítulo III

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Dos Juizados Especiais Criminais semana, conforme dispuserem as normas de organização


judiciária.
Disposições Gerais
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes preencherem as finalidades para as quais foram
togados ou togados e leigos, tem competência para a realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62
conciliação, o julgamento e a execução das infrações desta Lei.
penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as
regras de conexão e continência. § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
tenha havido prejuízo.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o
juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
aplicação das regras de conexão e continência, observar- poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de
se-ão os institutos da transação penal e da composição comunicação.
dos danos civis.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor atos havidos por essenciais. Os atos realizados em
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as audiência de instrução e julgamento poderão ser
contravenções penais e os crimes a que a lei comine gravados em fita magnética ou equivalente.
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou
não com multa. Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio
Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-
se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser

informalidade, economia processual e celeridade, citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo

objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos comum para adoção do procedimento previsto em lei.

sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa


Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com
de liberdade.
aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa

Seção I jurídica ou firma individual, mediante entrega ao


encarregado da recepção, que será obrigatoriamente
Da Competência e dos Atos Processuais identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça,
independentemente de mandado ou carta precatória, ou
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
lugar em que foi praticada a infração penal.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os
realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da interessados e defensores.

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Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do possibilidade da composição dos danos e da aceitação da
mandado de citação do acusado, constará a necessidade proposta de aplicação imediata de pena não privativa de
de seu comparecimento acompanhado de advogado, liberdade.
com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á
designado defensor público. Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por
conciliador sob sua orientação.
Seção II
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da
Da Fase Preliminar Justiça, recrutados, na forma da lei local,
preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da os que exerçam funções na administração da Justiça
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o Criminal.
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do
fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a
exames periciais necessários. escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura juízo civil competente.
do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa
imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em privada ou de ação penal pública condicionada à
caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, representação, o acordo homologado acarreta a
como medida de cautela, seu afastamento do lar, renúncia ao direito de queixa ou representação.
domicílio ou local de convivência com a
vítima. Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será
dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não exercer o direito de representação verbal, que será
sendo possível a realização imediata da audiência reduzida a termo.
preliminar, será designada data próxima, da qual ambos
sairão cientes. Parágrafo único. O não oferecimento da representação
na audiência preliminar não implica decadência do
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e,
se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime

e 68 desta Lei. de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de


arquivamento, o Ministério Público poderá propor a
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou
representante do Ministério Público, o autor do fato e a multas, a ser especificada na proposta.
vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados
por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a

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§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da
aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. legislação especial, dependerá de representação a ação
penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: lesões culposas.

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for
crime, à pena privativa de liberdade, por sentença igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta
definitiva; Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá
propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo
desde que o acusado não esteja sendo processado ou
de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa,
não tenha sido condenado por outro crime, presentes os
nos termos deste artigo;
demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da
presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
medida.
suspender o processo, submetendo o acusado a período
de prova, sob as seguintes condições:
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu
defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita


II - proibição de freqüentar determinados lugares;
pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de
direitos ou multa, que não importará em reincidência, III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside,
sendo registrada apenas para impedir novamente o sem autorização do Juiz;
mesmo benefício no prazo de cinco anos.
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato
artigo não constará de certidão de antecedentes e à situação pessoal do acusado.
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o
interessados propor ação cabível no juízo cível. beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não
efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
Seção VI

Disposições Finais

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§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e
a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em
ou descumprir qualquer outra condição imposta. bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando
instalações de prédios públicos, de acordo com
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará audiências previamente anunciadas.
extinta a punibilidade.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de e instalarão os Juizados Especiais no prazo de seis meses,
suspensão do processo. a contar da vigência desta Lei.

§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da
artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. publicação desta Lei, serão criados e instalados os
Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir,
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos
prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas rurais
processos penais cuja instrução já estiver
ou nos locais de menor concentração populacional.
iniciada.

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias


Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no
após a sua publicação.
âmbito da Justiça Militar.

Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de


Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir
1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.
representação para a propositura da ação penal pública,
o ofendido ou seu representante legal será intimado para Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência
oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de e 107º da República.
decadência.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Nelson A. Jobim
Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem
incompatíveis com esta Lei.
LEI N° 12.830 DE 20 DE JUNHO DE
Capítulo IV 2013

Disposições Finais Comuns Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo


delegado de polícia.
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados
Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
e competência. Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:

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Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal Art. 1o São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que
conduzida pelo delegado de polícia.
não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de
26 de setembro de 1995.
Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de Art. 2o Compete ao Juizado Especial Federal Criminal
infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são processar e julgar os feitos de competência da Justiça
Federal relativos às infrações de menor potencial
de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o
§ 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade juízo comum ou o tribunal do júri, decorrente da
policial, cabe a condução da investigação criminal por aplicação das regras de conexão e continência, observar-
se-ão os institutos da transação penal e da composição
meio de inquérito policial ou outro procedimento dos danos civis.
previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível
circunstâncias, da materialidade e da autoria das processar, conciliar e julgar causas de competência da
Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos,
infrações penais. bem como executar as suas sentenças.
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial
§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao delegado Cível as causas:
de polícia a requisição de perícia, informações, I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição
Federal, as ações de mandado de segurança, de
documentos e dados que interessem à apuração dos
desapropriação, de divisão e demarcação, populares,
fatos. execuções fiscais e por improbidade administrativa e as
demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos
ou individuais homogêneos;
§ 3o (VETADO).
II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações
públicas federais;
§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto
III - para a anulação ou cancelamento de ato
em lei em curso somente poderá ser avocado ou administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária
redistribuído por superior hierárquico, mediante e o de lançamento fiscal;

despacho fundamentado, por motivo de interesse IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de
demissão imposta a servidores públicos civis ou de
público ou nas hipóteses de inobservância dos sanções disciplinares aplicadas a militares.
procedimentos previstos em regulamento da corporação § 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações
que prejudique a eficácia da investigação. vincendas, para fins de competência do Juizado Especial,
a soma de doze parcelas não poderá exceder o valor
§ 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente referido no art. 3o, caput.
por ato fundamentado. § 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado
Especial, a sua competência é absoluta.
Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das
LEI Nº 10.259, DE 12 DE JULHO DE partes, deferir medidas cautelares no curso do processo,
2001. para evitar dano de difícil reparação.
Art. 5o Exceto nos casos do art. 4o, somente será
admitido recurso de sentença definitiva.
Dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis
e Criminais no âmbito da Justiça Federal. Art. 6o Podem ser partes no Juizado Especial Federal
Cível:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o


Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e § 1o Os honorários do técnico serão antecipados à conta
empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei de verba orçamentária do respectivo Tribunal e, quando
no 9.317, de 5 de dezembro de 1996; vencida na causa a entidade pública, seu valor será
incluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do
II – como rés, a União, autarquias, fundações e empresas
Tribunal.
públicas federais.
§ 2o Nas ações previdenciárias e relativas à assistência
Art. 7o As citações e intimações da União serão feitas na
social, havendo designação de exame, serão as partes
forma prevista nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar
intimadas para, em dez dias, apresentar quesitos e
no 73, de 10 de fevereiro de 1993.
indicar assistentes.
Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e
Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá
empresas públicas será feita na pessoa do representante
reexame necessário.
máximo da entidade, no local onde proposta a causa,
quando ali instalado seu escritório ou representação; se Art. 14. Caberá pedido de uniformização de
não, na sede da entidade. interpretação de lei federal quando houver divergência
entre decisões sobre questões de direito material
Art. 8o As partes serão intimadas da sentença, quando
proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei.
não proferida esta na audiência em que estiver presente
seu representante, por ARMP (aviso de recebimento em § 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas da
mão própria). mesma Região será julgado em reunião conjunta das
Turmas em conflito, sob a presidência do Juiz
§ 1o As demais intimações das partes serão feitas na
Coordenador.
pessoa dos advogados ou dos Procuradores que oficiem
nos respectivos autos, pessoalmente ou por via postal. § 2o O pedido fundado em divergência entre decisões de
turmas de diferentes regiões ou da proferida em
§ 2o Os tribunais poderão organizar serviço de intimação
contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do
das partes e de recepção de petições por meio
STJ será julgado por Turma de Uniformização, integrada
eletrônico.
por juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do
Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de Coordenador da Justiça Federal.
qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito
§ 3o A reunião de juízes domiciliados em cidades diversas
público, inclusive a interposição de recursos, devendo a
será feita pela via eletrônica.
citação para audiência de conciliação ser efetuada com
antecedência mínima de trinta dias. § 4o Quando a orientação acolhida pela Turma de
Uniformização, em questões de direito material,
Art. 10. As partes poderão designar, por escrito,
contrariar súmula ou jurisprudência dominante no
representantes para a causa, advogado ou não.
Superior Tribunal de Justiça -STJ, a parte interessada
Parágrafo único. Os representantes judiciais da União, poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a
autarquias, fundações e empresas públicas federais, bem divergência.
como os indicados na forma do caput, ficam autorizados
§ 5o No caso do § 4o, presente a plausibilidade do direito
a conciliar, transigir ou desistir, nos processos da
invocado e havendo fundado receio de dano de difícil
competência dos Juizados Especiais Federais.
reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a
Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado requerimento do interessado, medida liminar
a documentação de que disponha para o esclarecimento determinando a suspensão dos processos nos quais a
da causa, apresentando-a até a instalação da audiência controvérsia esteja estabelecida.
de conciliação.
§ 6o Eventuais pedidos de uniformização idênticos,
Parágrafo único. Para a audiência de composição dos recebidos subseqüentemente em quaisquer Turmas
danos resultantes de ilícito criminal (arts. 71, 72 e 74 da Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se
Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995), o pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.
representante da entidade que comparecer terá poderes
§ 7o Se necessário, o relator pedirá informações ao
para acordar, desistir ou transigir, na forma do art. 10.
Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da Turma
Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à de Uniformização e ouvirá o Ministério Público, no prazo
conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará de cinco dias. Eventuais interessados, ainda que não
pessoa habilitada, que apresentará o laudo até cinco dias sejam partes no processo, poderão se manifestar, no
antes da audiência, independentemente de intimação prazo de trinta dias.
das partes.

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§ 8o Decorridos os prazos referidos no § 7o, o relator optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da
incluirá o pedido em pauta na Seção, com preferência forma lá prevista.
sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos
Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por
com réus presos, os habeas corpus e os mandados de
decisão do Tribunal Regional Federal. O Juiz presidente
segurança.
do Juizado designará os conciliadores pelo período de
§ 9o Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos dois anos, admitida a recondução. O exercício dessas
referidos no § 6o serão apreciados pelas Turmas funções será gratuito, assegurados os direitos e
Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou prerrogativas do jurado (art. 437 do Código de Processo
declará-los prejudicados, se veicularem tese não acolhida Penal).
pelo Superior Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. Serão instalados Juizados Especiais
§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Adjuntos nas localidades cujo movimento forense não
Justiça e o Supremo Tribunal Federal, no âmbito de suas justifique a existência de Juizado Especial, cabendo ao
competências, expedirão normas regulamentando a Tribunal designar a Vara onde funcionará.
composição dos órgãos e os procedimentos a serem
Art. 19. No prazo de seis meses, a contar da publicação
adotados para o processamento e o julgamento do
desta Lei, deverão ser instalados os Juizados Especiais
pedido de uniformização e do recurso extraordinário.
nas capitais dos Estados e no Distrito Federal.
Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta
Parágrafo único. Na capital dos Estados, no Distrito
Lei, será processado e julgado segundo o estabelecido
Federal e em outras cidades onde for necessário, neste
nos §§ 4o a 9o do art. 14, além da observância das
último caso, por decisão do Tribunal Regional Federal,
normas do Regimento.
serão instalados Juizados com competência exclusiva
Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com para ações previdenciárias.
trânsito em julgado, que imponham obrigação de fazer,
Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá
não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado
ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo
mediante ofício do Juiz à autoridade citada para a causa,
do foro definido no art. 4o da Lei no 9.099, de 26 de
com cópia da sentença ou do acordo.
setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo
Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, estadual.
após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será
Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por decisão
efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega
do Tribunal Regional Federal, que definirá sua
da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada
composição e área de competência, podendo abranger
para a causa, na agência mais próxima da Caixa
mais de uma seção.
Econômica Federal ou do Banco do Brasil,
independentemente de precatório. Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordenados por Juiz
o o do respectivo Tribunal Regional, escolhido por seus
§ 1 Para os efeitos do § 3 do art. 100 da Constituição
pares, com mandato de dois anos.
Federal, as obrigações ali definidas como de pequeno
valor, a serem pagas independentemente de precatório, Parágrafo único. O Juiz Federal, quando o exigirem as
terão como limite o mesmo valor estabelecido nesta Lei circunstâncias, poderá determinar o funcionamento do
para a competência do Juizado Especial Federal Cível Juizado Especial em caráter itinerante, mediante
(art. 3o, caput). autorização prévia do Tribunal Regional Federal, com
antecedência de dez dias.
§ 2o Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará
o seqüestro do numerário suficiente ao cumprimento da Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar, por
decisão. até três anos, contados a partir da publicação desta Lei, a
competência dos Juizados Especiais Cíveis, atendendo à
§ 3o São vedados o fracionamento, repartição ou quebra
necessidade da organização dos serviços judiciários ou
do valor da execução, de modo que o pagamento se faça,
administrativos.
em parte, na forma estabelecida no § 1 o deste artigo, e,
em parte, mediante expedição do precatório, e a Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da
expedição de precatório complementar ou suplementar Justiça Federal e as Escolas de Magistratura dos Tribunais
do valor pago. Regionais Federais criarão programas de informática
necessários para subsidiar a instrução das causas
§ 4o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no
submetidas aos Juizados e promoverão cursos de
§ 1o, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do
aperfeiçoamento destinados aos seus magistrados e
precatório, sendo facultado à parte exeqüente a
servidores.
renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa

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Legislação compilada pelo Estratégia Concursos

Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Especiais as


demandas ajuizadas até a data de sua instalação.
Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Federais
prestar o suporte administrativo necessário ao
funcionamento dos Juizados Especiais.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor seis meses após a data de
sua publicação.
Brasília, 12 de julho de 2001; 180o da Independência e
113o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo de Tarso Tamos Ribeiro
Roberto Brant
Gilmar Ferreira Mendes

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