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Tiago Fernandes Alves Mar73128279187

CURSO ON-LINE – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS – DETRAN/DF


PROFESSOR: MARCOS GIRÃO

AULA – 10

Caros agentes,

Estamos na reta final de nosso curso, em nossa penúltima aula,


infelizmente...

Nesta aula, você estudará uma das mais cobradas normas legais em
concursos públicos que têm algum tipo de relação com a Segurança Pública: a
Lei nº 8.069/90, mais conhecida como O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE ou ECA.

O Estatuto da Criança e do Adolescente comparece no nosso


ordenamento jurídico enquanto forma de regulamentação do art. 227, da
Constituição Federal, que absorveu os ditames da doutrina da proteção integral
e contempla o princípio da prioridade absoluta.

Formulado com o objetivo de intervir positivamente na tragédia de


exclusão experimentada pela nossa infância e juventude, o Estatuto da Criança
e do Adolescente apresenta duas propostas fundamentais, quais sejam:

9 garantir que as crianças e adolescentes brasileiros, até então


reconhecidos como meros objetos de intervenção da família e do Estado,
passem a ser tratados como sujeitos de direitos;

9 o desenvolvimento de uma nova política de atendimento à infância e


juventude, informada pelos princípios constitucionais da descentralização
político-administrativa (com a consequente municipalização das ações) e
da participação da sociedade civil.

Nesta aula, começaremos, portanto, analisando os aspectos


constitucionais relativos à criança e ao adolescente. Em seguida, traremos os
principais conceitos contidos no Estatuto, os direitos da criança e do
adolescente e, ao final, estudaremos os atos infracionais cometidos por
crianças e adolescentes e os crimes e infrações administrativas cometidos
CONTRA esses menores.

Aos estudos!!

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I - A CONSTITUIÇÃO DE 1988 E A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

A primeira consideração que preciso fazer com você, caro aluno, é a


respeito de um importante fundamento trazido pela nossa Constituição Federal
de 1988.

Nossa constituição nos diz, em seu art. 1º, que a República Federativa do
Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

9 a soberania;

9 a cidadania;

9 A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA;

9 os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

9 o pluralismo político.

Bom, isso você já sabe!! Quero apenas aqui destacar um desses


fundamentos que para o nosso estudo é o mais importante e o qual destaquei
em letras maiúsculas:

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA!!

Esse fundamento está diretamente ligado à problemática da criança e do


adolescente nesse país, posto que, há muito tempo e por muitas pessoas, vem
sendo bastante desrespeitado. A violência em casa, os abusos sexuais, a
pornografia e a pedofilia, cresceram absurdamente no seio de nossa sociedade
nas últimas décadas representando um profundo ataque à dignidade da pessoa
humana, sobretudo em seus estágios iniciais da vida.

Preocupado com essa problemática, o legislador especial reservou,


também na nossa Constituição, capítulo especial destinado à criança e ao
adolescente o qual, em seu art. 227, rege:

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Art. 227. É DEVER DA FAMÍLIA, DA SOCIEDADE e do estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com ABSOLUTA PRIORIDADE, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

(...)

§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho (...);

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola;

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ATO


INFRACIONAL, igualdade na relação processual e defesa técnica por
profissional habilitado, segundo dispuser a LEGISLAÇÃO TUTELAR ESPECÍFICA;

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à


condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
qualquer medida privativa da liberdade;

VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos


fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda,
de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao


adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins.

A Constituição ainda nos garante, neste mesmo artigo, que A LEI


PUNIRÁ SEVERAMENTE o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e
do adolescente e que A LEI ESTABELECERÁ:

ƒ O ESTATUTO DA JUVENTUDE, destinado a regular os direitos dos jovens;

ƒ O plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação


das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas.

Perceba que a Constituição, nossa carta legal maior, traça as linhas


gerais para a proteção da criança e do adolescente como forma de assegurar-
lhes de forma ESPECIAL e PRIORITÁRIA a DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
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Mas, com eu disse, a CF/88 traça as linhas gerais reservando À LEI


(conforme expressões sublinhadas acima) a competência para detalhar e
regulamentar tais direitos assegurados acima. E que lei é essa?

A Lei nº 8.069/90, o nosso famoso ESTATUTO DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE, objeto de estudo nessa aula!!

Como já havia dito, mesmo que o nosso foco maior seja nos aspectos
penais e processuais penais dos dispositivos dessa lei, relacionados com atos
infracionais e crimes contra a criança e o adolescente, faremos, antes disso,
um voo panorâmico sobre seus principais aspectos e conceitos. Vamos lá!!

II – ECA – CONCEITOS INICIAIS

2.1. A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

Vamos combinar o seguinte para nossa aula: chamaremos o Estatuto da


Criança e do Adolescente pelo seu mais conhecido apelido – ECA, pois você há
de concordar comigo que, assim, as citações a ele ficarão bem mais fáceis.

Pois bem, a Lei nº 8.69/90, que instituiu o ECA nos diz que ela dispõe
sobre A PROTEÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA e ao ADOLESCENTE.

Então pergunto: quem para o ECA é considerado CRIANÇA? E qual a


definição por ele dada de ADOLESCENTE?

IMPORTANTE

¾ CRIANÇA Æ Pessoa ATÉ OS 12 ANOS DE IDADE INCOMPLETOS.

¾ ADOLESCENTE Æ Pessoa entre 12 e 18 ANOS DE IDADE.

¾ Nos casos expressos em lei, aplica-se EXCEPCIONALMENTE o Estatuto


às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.

A informação acima, portanto, nos diz que as disposições do ECA não são
exclusivas para pessoas até 18 anos de idade. Assim, em casos excepcionais,

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os maiores de 18 e menores de 21 anos poderão ser contemplados com


disposições desse Estatuto.

Além da proteção integral trazido pelo Estatuto, a criança e o


adolescente gozam de TODOS OS DIREITOS FUNDAMENTAIS INERENTES À
PESSOA HUMANA (em obediência irrestrita aos fundamentos de nossa
Constituição). A eles deve ser assegurado, seja por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento:

9 Físico;

9 Mental;

9 Moral,

9 Espiritual e;

9 Social,

Tudo em condições de liberdade e de dignidade!!

É de fundamental importância você sabia que, segundo dispõe o ECA,


não só é dever da FAMÍLIA, mas também da COMUNIDADE, da SOCIEDADE EM
GERAL, e do PODER PÚBLICO, assegurar, COM ABSOLUTA PRIORIDADE a
efetivação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente.

Você então me pergunta: o que significa essa garantia de prioridade


absoluta? E que direitos fundamentais são esses?

A garantia de prioridade absoluta compreende o que chamamos de 4 Ps:

¾ Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

¾ Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância


pública;

¾ Preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

¾ Privilégio na destinação de recursos públicos nas áreas relacionadas com


a proteção à infância e à juventude.

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Acabei de responder sobre a garantia de prioridade (nunca se esqueça de


que ela é absoluta!!). Falta responder-lhes sobre os tais direitos fundamentais
da criança e do adolescente.

São eles os direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à


educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

É importante que você, caro aluno, não se esqueça também desses


direitos, pois versa ainda o ECA que nenhuma criança ou adolescente será
objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou
omissão, aos seus direitos fundamentais.

Quem desrespeita tal regra certamente será responsabilizado nos termos


do Estatuto. Conheceremos quais são esses termos e como será
responsabilizados quem assim o fizer, quando estudarmos sobre os crimes
previstos no ECA.

Nosso intuito não será detalhar letra por letra o que o ECA regulamenta
sobre cada um dos direitos acima citados. Entretanto, vou falar um pouco mais
sobre eles, pois sem o conhecimento de suas linhas gerais desses direitos, fica
mais difícil fazermos links futuros com os atos infracionais, as infrações
administrativas e os crimes nele previstos.

Vamos começar a ver como isso é cobrado em provas:

[FCC – AGENTE PENITENCIÁRIO- SJDH/BA – 2010] O Estatuto da


Criança e do Adolescente aplica-se, apenas, a pessoas

(A) entre 12 e 18 anos.

(B) até 16 anos e, nos casos expressos em lei, até 18 anos.

(C) até 12 anos incompletos.

(D) até 18 anos e, nos casos expressos em lei, até 21 anos.

(E) entre 12 e 16 anos.

Æ Acabamos de estudar que o Estatuto da Criança e do Adolescente define


criança como a pessoa de até 12 anos de idade INCOMPLETOS e adolescente
como a pessoa entre 12 e 18 anos. Essas pessoas são os sujeitos a terem seus
direitos protegidos pelo ECA. Mas atenção: essa regra não é ABSOLUTA!! O
próprio Estatuto versa que em casos excepcionais, pessoas com idade entre 18
e 21 anos de idade podem ter direitos protegidos pelo ECA.

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Item A – Esse item refere-se apenas aos adolescentes, excluindo as crianças


(pessoas até 12 anos de idade) da aplicabilidade do ECA. ITEM ERRADO

Item B – Não é até 16 anos e, sim, até os 18 anos, podendo ir até os 21 anos
em casos excepcionais. ITEM ERRADO

Item C – O item inclui a criança e exclui os adolescentes. ITEM ERRADO.

Item D – Perfeito!! Essa é a nossa resposta!! ITEM CORRETO

Item E – Esse item acaba por excluir tanto as crianças como os adolescentes
entre 16 de 18 anos. Exclui ainda excepcionalidade prevista no ECA. ITEM
ERRADO

Gabarito: Letra “D”

[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR – 2011]


Preencha as lacunas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa
correta. De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente:

Para os efeitos desta Lei, considera criança a pessoa até __________


anos de idade __________, e __________ aquela entre __________ e
__________ anos de idade. Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre __________ e
__________anos de idade.

(A) treze / completos / adolescente / treze / vinte e um / dezoito / vinte

(B) doze / completos / adolescentes / treze / dezoito / dezenove / vinte e um

(C) doze / incompletos / adolescente / doze / dezoito / dezoito / vinte e um

(D) treze / incompletos / adolescente / doze / dezoito / dezoito / vinte

(E) treze / incompletos / adolescentes / treze / vinte e um / dezoito / vinte e


um

Æ Para essa questão temos literalidade do art. 2º do ECA. Criança é a pessoa


com até 12 anos incompletos e, adolescente, aquela entre 12 e 18 anos. Em
casos excepcionais, vou ser repetitivo, o ECA protegerá as pessoas entre 18 e
21 anos. A opção de resposta que se encaixa direitinho é a letra “C”.

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[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] A


legislação brasileira considera a criança e o adolescente como

(A) sujeitos de direito.

(B) ser humano.

(C) pessoa humana.

(D) adolescente.

(E) crianças.

Æ Vimos que, além da proteção integral trazido pelo Estatuto, a criança e o


adolescente gozam de TODOS OS DIREITOS FUNDAMENTAIS INERENTES À
PESSOA HUMANA. São, portanto, sujeitos de direito. A opção correta é a letra
“A”. As outras opções não respondem adequadamente ao que pede o
enunciado da questão.

Gabarito: Letra “A”

Antes ainda de adentrarmos na seara dos direitos fundamentais, faz-se


necessário que você conheça alguns conceitos extremamente IMPORTANTES
que aparecem no decorrer do Estatuto. Todos eles serão extraídos do próprio
ECA. Conhecidos tais conceitos, iniciaremos o estudo dos direitos fundamentais
da criança e do adolescente.

2.2. A FAMÍLIA NATURAL

O conceito é simples: FAMÍLIA NATURAL é a comunidade formada pelos


pais ou qualquer deles e seus descendentes.

Apenas para refrescar a sua memória, os descendentes são aqueles que


nascem da pessoa e a sucedem na escala familiar, como por exemplo, filhos e
netos. A família natural de uma criança ou adolescente, portanto, é aquela
formada pelos seus pais (ou pai ou mãe sozinhos) e seus irmãos (ou outro
descendente de seus pais, se houver).

A Constituição Federal, em seu art. 226, nos ensina que para efeito da
proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

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Mas ela não para por aí quanto ao conceito de entidade familiar, e nos
diz que se entende também como entidade familiar a comunidade formada
por QUALQUER DOS PAIS E SEUS DESCENDENTES.

O ECA nos dá então a definição legal dessa entidade familiar: “família


natural”, também chamada “família de origem”.

IMPORTANTE

DEVE ser dada PREFERÊNCIA à PERMANÊNCIA DA CRIANÇA OU


ADOLESCENTE EM SUA FAMÍLIA NATURAL, sendo sua transferência para
uma família substituta (veremos já também esse conceito), medida de
caráter EXCEPCIONAL.

Preciso ressaltar que de acordo com o Estatuto, o PODER FAMILIAR será


exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que
dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso
de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da
divergência.

Agora pergunto: e o filhos havidos fora do casamento?

O ECA estabelece que os filhos havidos fora do casamento poderão ser


reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de
nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público,
qualquer que seja a origem da filiação.

2.2. A FAMÍLIA EXTENSA OU AMPLIADA

Entende-se por FAMÍLIA EXTENSA ou AMPLIADA aquela que se estende


para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por
PARENTES PRÓXIMOS com os quais a criança ou adolescente convive e
mantém vínculos de afinidade e afetividade.

Para que seja realmente considerada família extensa, não basta que ela
seja formada por parentes próximos. Além dessa prerrogativa, outras duas
precisam ser cumpridas CUMULATIVAMENTE:

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9 A criança ou adolescente deve nela CONVIVER e;

9 Deve nela manter dois VÍNCULOS: o de afinidade e o de afetividade.

Ter afinidade significa ter uma relação de simpatia, de aproximação. Ter


afetividade significa ter sentimentos mais profundos de emoção, amor e
carinho.

IMPORTANTE

A “família extensa” terá PREFERÊNCIA NO ACOLHIMENTO FAMILIAR de


criança ou adolescente que, por qualquer razão, não possa permanecer
(ainda que temporariamente) na companhia de sua família natural.

2.3. A FAMÍLIA SUBSTITUTA

Entende-se como FAMÍLIA SUBSTITUTA aquela na qual a criança ou o


adolescente foi ou estão inseridos mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente de situação jurídica, nos termos do Estatuto.

Importante não perder de vista, no entanto, que a colocação de criança


ou adolescente em família substituta é medida de proteção que visa
beneficiar a estes e não aos adultos que eventualmente a pleiteiem.

IMPORTANTE

A FAMÍLIA SUBISTITUTA possui também um CARÁTER EXCEPCIONAL,


pois a preocupação precípua, inclusive em respeito ao disposto no art. 226, da
CF, deve ser a manutenção da criança ou adolescente em sua família de
origem.

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É exatamente por seu caráter excepcional, que a criança ou o


adolescente que for colocado em família substituta será, sempre que possível,
PREVIAMENTE ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e
terá sua opinião devidamente considerada.

IMPORTANTE

¾ Tratando-se de MAIOR DE 12 (DOZE) ANOS DE IDADE, será


necessário seu consentimento, colhido em audiência.

Vamos ver como esses conceitos foram cobrados em prova:

[FUNDEP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. UBERABA/SP – 2011] Assinale a


alternativa CORRETA quanto ao entendimento de família natural
segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei federal n.
8.690/1990).

(A) A comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

(B) A comunidade formada pelos pais ou qualquer deles, avós e seus


ascendentes.

(C) A comunidade formada pelos pais ou qualquer deles, seus ascendentes e


seus descendentes.

(D) A comunidade formada pelos pais ou qualquer deles, tios e primos de


primeiro grau.

Æ A questão nos pede o conceito puro e simples de família natural. Revisando:


a família NATURAL é aquela composta pelos pais ou qualquer um deles e seus
descendentes.

Item A – Esse item já responde corretamente ao que quer o enunciado. Você


nem precisaria mais seguir adiante!! ITEM CORRETO

Item B – Avós e ascendentes não compõem a família natural de uma criança


ou de um adolescente. ITEM ERRADO

Item C – Ter inserido os ascendentes no conceito é o erro do item. ITEM


ERRADO

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Item D – Tios e primos de primeiro grau?? De forma alguma!! ITEM ERRADO

Gabarito: Letra “A”

Ao conceituar FAMÍLIA SUBSTITUTA, faz-se mister também conceituar


guarda, tutela e adoção conforme dispõe o Estatuto da Criança e do
Adolescente

Î A Guarda

O ECA conceitua a GUARDA como a obrigação da prestação de


assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo
a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida,


liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no
de adoção por estrangeiros. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável
prestará COMPROMISSO DE BEM E FIELMENTE DESEMPENHAR O ENCARGO,
mediante termo nos autos.

Dá-se o nome de guardião àquele a quem é deferida a guarda da criança


ou do adolescente. A guarda pode coexistir com o poder familiar e não confere
o direito de representação do guardião em relação ao guardado. Cabe ressaltar
que o fato de o guardião ser obrigado a prestar assistência material à criança
não desobriga os pais deste mesmo dever podendo ser os mesmos
demandados a prestar alimentos ao filho que estiver sob a guarda de terceiro,
contribuindo com sua manutenção, atendendo aos critérios de necessidades do
alimentado/ possibilidades do alimentante.

IMPORTANTE

¾ A GUARDA confere à criança ou adolescente A CONDIÇÃO DE


DEPENDENTE, para todos os fins e efeitos de direito, INCLUSIVE
PREVIDENCIÁRIOS.

¾ A GUARDA PODERÁ SER REVOGADA A QUALQUER TEMPO, mediante


ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.

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Î A Tutela

A TUTELA é o instituto que a primeira vista tende a proporcionar ao


menor em situação de desamparo, decorrente da ausência do poder familiar,
proteção pessoal e a administração de seus bens, por nomeação judicial de
PESSOA CAPAZ, objetivando atender o melhor do menor.

IMPORTANTE

ƒ O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação DA PERDA OU


SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR e implica NECESSARIAMENTE O
DEVER DE GUARDA.

ƒ O ECA regulamenta que a TUTELA será deferida, nos termos do Código


Civil Brasileiro, a pessoa DE ATÉ 18 (DEZOITO) ANOS
INCOMPLETOS.

O objetivo precípuo da tutela (e seu maior diferencial em relação à


guarda), é o de conferir um representante legal à criança ou adolescente que
não o possui, valendo lembrar que a simples guarda, embora atribua ao
guardião a condição de responsável legal pela criança ou adolescente, NÃO
LHE CONFERE O DIREITO DE REPRESENTÁ-LA NA PRÁTICA DOS ATOS DA
VIDA CIVIL.

Quando o tutelado atinge a idade da plena capacidade civil ou é


emancipado, a tutela cessa.

Perceba que ao contrário do que ocorre com a guarda, a tutela não


pode coexistir com o poder familiar, tendo assim por pressuposto a prévia
suspensão, destituição ou extinção deste.

É imprescindível, portanto, que a criança ou adolescente resida com o


tutor nomeado, que deverá prestar-lhe toda assistência MATERIAL, MORAL
e EDUCACIONAL e representá-lo ou assisti-lo na prática dos atos da vida
civil.

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Î A Adoção

Importante que você saiba que o processo de adoção de criança e


adolescente em nosso país é TODO REGIDO pelo ECA. E é exatamente ele que
nos traz o conceito de adoção.

A ADOÇÃO atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos


direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com
pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.

Uma vez consumada a adoção, a relação de parentesco original é


extinta e, de forma concomitante, uma nova relação de parentesco é
estabelecida, passando o adotado, a partir daí, a ter os mesmos direitos e
obrigações que os filhos biológicos em relação a seus pais e parentes adotivos.

Saiba que, conforme o Estatuto, a adoção é MEDIDA EXCEPCIONAL à


qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da
criança ou adolescente na família natural ou extensa e será deferida quando
apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
legítimos.

A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal


do adotando. No entanto, o consentimento será dispensado em relação à
criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido
destituídos do poder familiar.

IMPORTANTE

¾ A ADOÇÃO é medida IRREVOGÁVEL e o adotando deve contar com, NO


MÁXIMO, 18 ANOS À DATA DO PEDIDO, salvo se já estiver sob a
guarda ou tutela dos adotantes.

¾ Para a sua adoção, em se tratando de ADOTANDO MAIOR DE 12 ANOS


de idade, será também NECESSÁRIO O SEU CONSENTIMENTO.

E aí você me pergunta: quem pode adotar uma criança ou um


adolescente? Existem pré-requisitos?

Com certeza!!

O ECA regulamenta que podem adotar os MAIORES DE 18 (DEZOITO)


ANOS, independentemente do estado civil, desde que esses adotantes
NÃO SEJAM ASCENDENTES OU IRMÃOS DO ADOTANDO. Nesses casos a
adoção é PROIBIDA.
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Qualquer pessoa maior de 18 (dezoito) anos, mesmo que seja solteira,


pode adotar, devendo, no entanto, se submeter ao procedimento de
habilitação previsto no próprio Estatuto e demonstrar, em qualquer caso que
possui maturidade e preparo para adoção. Vale também mencionar que,
apesar de prever uma idade mínima para adoção, não há, no Direito Brasileiro,
a previsão de uma idade máxima, tal qual ocorre em outros países.

Para adoção conjunta, é INDISPENSÁVEL que os adotantes sejam


casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade
da família.

IMPORTANTE

¾ O adotante há de ser, PELO MENOS, 16 ANOS MAIS VELHO do que o


adotando.

¾ É VEDADA A ADOÇÃO POR PROCURAÇÃO.

¾ A morte dos adotantes NÃO RESTABELECE o poder familiar dos pais


naturais.

A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou


adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as
peculiaridades do caso. O estágio de convivência será acompanhado pela
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
política de garantia do direito à convivência familiar.

O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver


sob a TUTELA OU GUARDA LEGAL do adotante DURANTE TEMPO SUFICIENTE
para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.

IMPORTANTE

¾ Em caso de adoção por pessoa ou CASAL RESIDENTE OU


DOMICILIADO FORA DO PAÍS, o estágio de convivência, CUMPRIDO
NO TERRITÓRIO NACIONAL, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias.

Preenchidos todos os requisitos, como será então efetivamente


constituída a adoção?

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O vínculo da adoção constitui-se por SENTENÇA JUDICIAL, que será


inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
Tal inscrição consignará o nome dos adotantes COMO PAIS, bem como o nome
de seus ascendentes, ou seja, dos seus “novos” avós. O mandado judicial, que
será arquivado, cancelará o registro original do adotado.

E mais: nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas


certidões do registro!!

Outro ponto bastante preocupante e delicado diz respeito à ADOÇÃO


INTERNACIONAL. O estatuto estabelece regras bem mais rígidas para esse tipo
de adoção, justamente para dificultar qualquer intento de possíveis tráficos de
crianças e adolescentes.

IMPORTANTE

¾ A colocação em família substituta ESTRANGEIRA constitui medida


excepcional, somente admissível na modalidade de ADOÇÃO.

Antes de tratarmos dos principais aspectos sobre a adoção por


estrangeiros, é preciso lembrar que o ECA também estabelece que a
autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro
de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de
pessoas interessadas na adoção e que serão criados e implementados
cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de
serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.

Pois bem, seguindo o previsto em convenções e normas internacionais, o


Estatuto considera ADOÇÃO INTERNACIONAL aquela na qual a pessoa ou casal
postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil (bem óbvio não é??).

A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou


domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado
CUMULATIVAMENTE:

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9 Que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso


concreto;

9 Que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou


adolescente em família substituta brasileira, após consulta aos cadastros
acima mencionados e;

9 Que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por


meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra
preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe
interprofissional.

IMPORTANTE

¾ Os BRASILEIROS residentes no exterior TERÃO PREFERÊNCIA AOS


ESTRANGEIROS, nos casos de ADOÇÃO INTERNACIONAL de criança ou
adolescente brasileiro.

Complementando o disposto acima, é igualmente importante ressaltar


que a adoção internacional somente será deferida se, após consulta ao
cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela Justiça da
Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros estadual e
nacional referidos, não for encontrado interessado com residência
permanente no Brasil.

IMPORTANTÍSSIMO

¾ Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção


internacional, NÃO SERÁ PERMITIDA a saída do adotando do território
nacional.

¾ Depois de transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária


determinará a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como
para obtenção de passaporte, constando, OBRIGATORIAMENTE, AS
CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA OU ADOLESCENTE ADOTADO,
como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, ASSIM
COMO FOTO RECENTE E A APOSIÇÃO DA IMPRESSÃO DIGITAL DO
SEU POLEGAR DIREITO, instruindo o documento com cópia autenticada
da decisão e certidão de trânsito em julgado.

Guarde essas informações!

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E se o adotante falecer no curso do procedimento antes de prolatada a


sentença judicial que concederá a adoção? O processo é extinto e a criança ou
o adolescente deixará de ser adotado?

De jeito nenhum!! Ainda assim a adoção poderá ser deferida ao


adotante!!

Para finalizarmos os principais aspectos sobre a adoção, é preciso


salientar também que o adotado tem direito de conhecer sua origem biológica,
bem como de obter ACESSO IRRESTRITO ao processo no qual a medida foi
aplicada e seus eventuais incidentes. Entretanto, ele só goza desse direito
após completar 18 (dezoito) anos!!

Há casos em que o acesso ao processo de adoção poderá ser também


deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
orientação e assistência jurídica e psicológica.

Mais questões para analisarmos:

[FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] A guarda confere à


criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos
de direito, salvo os previdenciários.

Æ A guarda é a obrigação da prestação de assistência material, moral e


educacional à criança ou adolescente e confere a eles a condição de
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, INCLUSIVE
PREVIDENCIÁRIOS. A assertiva em tela insinua que os direitos previdenciários
na estão inclusos nessa garantia. Estão sim!!

Gabarito: ERRADO

2.4. O CONSELHO TUTELAR

O CONSELHO TUTELAR, importantíssimo para o nosso estudo, é órgão


permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

Em cada Município haverá, NO MÍNIMO, um Conselho Tutelar composto de


05 MEMBROS, escolhidos pela comunidade local para MANDATO DE 03
ANOS, permitida uma recondução.
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O Conselho Tutelar possui um caráter institucional, ou seja, uma vez


criado e instalado, passa a ser, em caráter definitivo, uma das instituições
integrantes do chamado Sistema de Garantias dos Direitos da Criança e do
Adolescente, não mais devendo haver solução de continuidade em sua
atuação, mas apenas a renovação periódica de seus membros.

A "autonomia" a que se refere o dispositivo é sinônimo de independência


funcional, que por sua vez se constitui numa prerrogativa do órgão, enquanto
colegiado, imprescindível ao exercício de suas atribuições. Embora, como
resultado de sua autonomia, o Conselho Tutelar não necessite submeter suas
decisões ao crivo de outros órgãos e instâncias administrativas, lhe tendo sido
inclusive conferidos instrumentos para execução direta das mesmas, estão
aquelas sujeitas ao controle de sua legalidade e adequação pelo Poder
Judiciário, mediante provocação por parte de quem demonstre legítimo
interesse ou do Ministério Público.

O Conselho Tutelar é órgão municipal que possui completa autonomia em


relação ao Poder Judiciário, e embora, dentre outras atribuições, tome decisões
e aplique medidas de proteção a crianças, adolescentes, pais e responsáveis
(que estudaremos mais adiante), estas possuem um CARÁTER MERAMENTE
ADMINISTRATIVO.

Uma das idéias básicas que inspirou a criação do Conselho Tutelar foi a
“desjudicialização” do atendimento à criança e ao adolescente, na perspectiva
de assegurar maior capilaridade (quis o legislador que o Conselho Tutelar
estivesse presente - fisicamente - em todos os municípios, o que não ocorre
com o Poder Judiciário, cujas comarcas, não raro, abrangem diversos
municípios), assim como maior agilidade e menos burocracia na aplicação de
medidas e encaminhamento para os programas e serviços públicos
correspondentes.

Para tornar-se um membro do Conselho Tutelar, o ECA exige os


seguintes requisitos:

9 Reconhecida IDONEIDADE MORAL;

9 Idade SUPERIOR A 21 ANOS;

9 Residir NO MUNICÍPIO.

Saiba que o membro do Conselho Tutelar não integra o Poder Judiciário


nem se confunde com a figura do antigo “comissário de menores”.

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2.4.1. Atribuições e competências do CONSELHO TUTELAR

O Estatuto, em seu art. 136, elenca uma série de atribuições do


Conselho Tutelar. Sugiro que você, caro aluno, dê uma lida em todas as
atribuições procurando entendê-las. No entanto, listarei as competências que
considero mais importantes para as finalidades de nosso estudo, ou seja,
aquelas relacionadas ao direito penal e a processual penal.

Dentre outras, são atribuições do Conselho Tutelar:

¾ Atender as crianças e adolescentes sempre que os seus direitos


reconhecidos no ECA forem AMEAÇADOS ou VIOLADOS por ação ou
omissão da sociedade ou do Estado; por falta, omissão ou abuso dos pais
ou responsável; em razão de sua conduta.

Se uma das hipóteses acima acontecer, o Conselho Tutelar será


autoridade competente para aplicar qualquer uma das seguintes MEDIDAS DE
PROTEÇÃO:

ƒ Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de


responsabilidade;

ƒ Orientação, apoio e acompanhamento temporários;

ƒ Matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de


ensino fundamental;

ƒ Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à


criança e ao adolescente;

ƒ Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em


regime hospitalar ou ambulatorial;

ƒ Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e


tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

ƒ Acolhimento institucional;

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IMPORTANTÍSSIMO

O CONSELHO TUTELAR terá a competência para aplicar uma das mesmas


medidas acima quando uma CRIANÇA (e não um adolescente) cometer
qualquer ATO INFRACIONAL.

Dispõe o ECA que ATO INFRACIONAL é a conduta descrita como CRIME


ou CONTRAVENÇÃO PENAL. Para os adolescentes que cometem atos
infracionais o Estatuto prevê algumas punições enquanto que para CRIANÇAS
que cometem tais atos, caberá ao Conselho Tutelar, como vimos, a aplicação
das MEDIDAS DE PROTEÇÃO acima mencionadas.

Trataremos mais adiante sobre os procedimentos a serem tomadas


quando do cometimento de atos infracionais por ADOLESCENTES.

Continuemos com outras importantes competências dos conselhos


tutelares:

¾ Cabe ao Conselho Tutelar atender e aconselhar os pais ou


responsável, aplicando a eles uma das seguintes medidas previstas:

ƒ Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à


família;

ƒ Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e


tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

ƒ Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

ƒ Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

ƒ Obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência


e aproveitamento escolar;

ƒ Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento


especializado e;

ƒ Advertência.

Outras competências que aqui destaco:

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¾ Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração


administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;

¾ Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente


quando necessário;

¾ Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos


direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;

¾ Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou


suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de
manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.

O objetivo fundamental da intervenção do Conselho Tutelar não é com a


pura e simples (e burocrática) aplicação de medidas (e/ou com o mero
“encaminhamento” para os programas de atendimento e serviços existentes,
mas com a efetiva solução dos problemas que afligem a população infanto-
juvenil, proporcionando-lhes, de maneira concreta, a proteção integral que
lhes é prometida pelo ECA.

Assim sendo, a intervenção do Conselho Tutelar deve ter um caráter


RESOLUTIVO, de modo que as causas que se enquadram na sua esfera de
atribuições sejam por ele próprio solucionadas, não podendo o órgão servir de
mero “degrau” para que o caso chegue ao Poder Judiciário.

Para isso, o Estatuto prevê que as decisões do Conselho Tutelar somente


poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha
legítimo interesse.

E quem é essa autoridade judiciária? Vamos à resposta!!

[USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP – 2010] O


Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional,
encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da
criança e do adolescente. Para a candidatura a membro do Conselho
Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:

I . Reconhecida idoneidade moral;

II . Idade superior a dezoito anos;

III . Residir no município.

Em relação às afirmativas acima pode-se afirmar que


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(A) todas estão corretas.

(B) apenas uma está correta

(C) apenas duas estão corretas.

(D) todas estão incorretas.

Æ Vamos conferir cada item checando sua conformidade com os requisitos


exigidos pelo ECA para que alguém seja membro de Conselho Tutelar:

7
18
79
Item I – Reconhecida idoneidade moral. ITEM CORRETO

82
12
Já descartaríamos a alternativa “D” !!

73
ar
Item II – A idade deve ser superior a 21 anos e não a 18 como sugere o item.

M
ITEM ERRADO

ves
Al
Agora a alternativa “A” também ficou sem sentido!! Só nos os itens “b” e “c”.

s
de
Item III – Residir no Município. ITEM CORRETO. an
rn
GABARITO: Letra “C”
Fe
o
ag
Ti
7
18
79

2.5. A JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE


82
12
73
ar

A autoridade judiciária a que se refere o Estatuto da Criança e do


M

Adolescente é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce


s
ve

essa função, na forma da lei de organização judiciária local.


Al
es

Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e


d

exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer


an
rn

sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e


Fe

dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões. E é nessas varas


o

especializada que esse Juiz exerce suas funções.


ag
Ti

Diante da extrema complexidade e relevância das causas que envolvem


interesses infanto-juvenis, a criação de varas especializadas e exclusivas da
infância e da juventude, sobretudo nos grandes centros, é de suma
importância para que se possa garantir um atendimento adequado e prioritário
a crianças e adolescentes, com reais condições de lhes proporcionar a proteção
integral há tanto prometida.

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2.4.1. Competências da JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE

Caro aluno, são várias as competências da Justiça da Infância e da


Juventude elencadas pelo ECA. É importante que você, como futuro agente de
segurança pública, conheça todas elas. Você vai encontrá-las no art. 148 do
referido Estatuto.

No entanto, assim como fiz com as atribuições dos Conselhos Tutelares,


elencarei, a seguir, aquelas que entendo ser as principais e mais diretamente
ligadas ao nosso propósito maior. A Justiça da Infância e da Juventude é
competente para:

ƒ Conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para


apuração de ATO INFRACIONAL atribuído a adolescente, aplicando as
medidas cabíveis;

ƒ Conceder a REMISSÃO, como forma de suspensão ou extinção do


processo;

ƒ Conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

ƒ Conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de


atendimento, aplicando as medidas cabíveis;

ƒ Aplicar PENALIDADES ADMINISTRATIVAS nos casos de infrações contra


norma de proteção à criança ou adolescente;

ƒ Conhecer de casos ENCAMINHADOS PELO CONSELHO TUTELAR,


aplicando as medidas cabíveis.

Sempre que os direitos da criança e do adolescente, reconhecidos no


ECA, forem AMEAÇADOS ou VIOLADOS por ação ou omissão da sociedade
ou do Estado ou por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável em razão
de sua conduta a Justiça da Infância e da Juventude será também competente
para o fim de:

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ƒ Conhecer de pedidos de guarda e tutela;

ƒ Conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou


modificação da tutela ou guarda;

ƒ Conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os


pais;

ƒ Determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de


nascimento e óbito.

Bom, conforme for necessário, no decorrer de nossa aula faremos


remissões tanto às competências do Conselho Tutelar como também do Juiz e
da Justiça da Infância e da Juventude.

Finalizamos nosso tópico sobre os conceitos e fundamentos iniciais dos


principais “atores” do ECA. Durante todo esse tópico, citei por varas vezes que
o Estatuto reconhecia expressamente alguns direitos fundamentais da criança
e do adolescente. É preciso, pois, que entendamos as principais diretrizes que
o ECA dá sobre esses direitos, para só assim alcançarmos o entendimento
necessário para o estudo dos atos infracionais e dos crimes previstos neste
Estatuto.

Estudaremos agora os direitos fundamentais da criança e do adolescente


previstos no ECA.

III – OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Aqueles que por ação ou omissão desrespeitarem os direitos


fundamentais da criança e do adolescente expressos no Estatuto, fatalmente
incorrerão em prática de infração administrativa ou, a depender da gravidade,
até mesmo de crime tipificado no Estatuto. Assim, reitero que é de
fundamental importância que você, aluno, antes de estudar sobre as infrações
e os crimes, conheça as linhas mestras desses direitos fundamentais.

Vamos lá!!

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3.1. DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

Versa o Estatuto que a criança e o adolescente têm direito a proteção à


vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o NASCIMENTO e o DESENVOLVIMENTO SADIO E HARMONIOSO, em
condições dignas de existência.

Î A Gestante

À gestante é assegurado, através do Sistema Único de Saúde, o


atendimento pré e perinatal (pouco depois do nascimento). A parturiente
será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou
na fase pré-natal (não é uma obrigação, mas uma recomendação!!)
incubindo também ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à
nutriz (aquela que amamenta) que dele necessitem.

O poder público deve ainda proporcionar assistência psicológica à


gestante e à mãe, NO PERÍODO PRÉ E PÓS-NATAL, inclusive como forma de
prevenir ou minorar as consequências do estado pós-parto. Esse tipo de
assistência deve ser prestada inclusive a gestantes ou mães que manifestem
interesse em entregar seus filhos para adoção. As gestantes ou mães que
manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão
obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude.

Ainda quanto às gestantes, o ECA regulamenta deveres especiais a


serem exigidos dos hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de
gestantes, sejam eles públicos ou particulares. Tais deveres serão revisados
quando estudarmos um dos crimes relacionados com o descumprimento
desses deveres.

Cabe destacar também que o poder público, as instituições e os


empregadores propiciarão condições adequadas para o ALEITAMENTO
MATERNO, inclusive aos filhos de mães submetidas à medida privativa de
liberdade.

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Î A Criança e o Adolescente

É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente,


por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o ACESSO UNIVERSAL E
IGUALITÁRIO às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da
saúde. A criança e o adolescente portadores de deficiência devem receber
atendimento especializado.

O poder público tem o dever de fornecer gratuitamente àqueles que


necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao
tratamento, habilitação ou reabilitação e os estabelecimentos de atendimento
à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em TEMPO
INTEGRAL DE UM DOS PAIS OU RESPONSÁVEL, nos casos de internação de
criança ou adolescente.

[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] As


gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos
para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas

(A) ao Conselho Tutelar.

(B) ao Abrigo.

(C) ao Ministério Público.

(D) ao Conselho Municipal da Criança e do Adolescente.

(E) à Justiça da Infância e da Juventude.

Æ O órgão responsável por receber as gestantes que manifestem interesse em


entregar seus filhos à adoção é o Juizado da Infância e da Juventude. Não se
esqueça!!

Gabarito: Letra “E”

[USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP – 2010]


Maria está grávida de seu primeiro filho. Durante uma das consultas do
pré-natal o médico comenta que o parto será realizado pelo médico de
plantão, e não por ele. Maria não o questiona, mas fica chateada e
ansiosa temendo não conhecer o médico que a atenderá naquele
momento tão especial e delicado. De acordo com o Estatuto da Criança
e do Adolescente:
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(A) Maria agiu corretamente em não questionar o médico, uma vez que será
atendida pelo Sistema Único de Saúde, que não predispõe este tipo de
atendimento.

(B) Maria não deveria ter ficado chateada, pois o Estatuto da Criança e do
Adolescente prevê apenas o apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele
necessitem.

(C) Maria poderia ter questionado o médico, pois é assegurado à gestante,


através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal, onde a
parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a
acompanhou na fase pré-natal.

(D) Mesmo o Estatuto da Criança e do Adolescente garantindo o atendimento


pré e perinatal, este não prevê o atendimento preferencial realizado pelo
médico que a acompanhou.

Æ O estatuto estabelece que a parturiente será atendida preferencialmente


pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal. Isso não significa
necessariamente uma obrigação, mas, sim, uma recomendação. Ao ouvir que
não será o mesmo médico que fará o seu parto, Maria fica chateada. Com
razão? Vamos aos itens:

Item A – O item erra feio ao afirmar que o Sistema Único de Saúde não
predispõe este tipo de atendimento. Em seu art. 8º, o ECA versa que é
assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré
e perinatal. ITEM ERRADO

Item B – De forma alguma!! O Estatuto da Criança e do Adolescente não prevê


apenas o apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem, mas
também que ela, em seu parto, seja atendida preferencialmente pelo mesmo
médico que fez o seu pré-natal. ITEM ERRADO

Item C – É isso esmo!! Maria tinha todo o direito de ter questionado o médico,
pois lhe é assegurado o direito de ser preferencialmente atendida pelo mesmo
médico que a acompanhou na fase pré-natal. ITEM CORRETO

Item D – Com relação a esse item, não temos mais o que discutir!! Mas vou
reforçar: apesar de não ser uma obrigatoriedade, o Estatuto da Criança e do
Adolescente prevê que Maria, em seu parto, tenha atendimento realizado
preferencialmente médico que a acompanhou. ITEM ERRADO

Gabarito: Letra “C”

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3.2. DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à


dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas
leis.

O direito à LIBERDADE compreende os seguintes aspectos:

9 ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,


ressalvadas as restrições legais;

9 opinião e expressão;

9 crença e culto religioso;

9 brincar, praticar esportes e divertir-se;

9 participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

9 participar da vida política, na forma da lei;

9 buscar refúgio, auxílio e orientação.

O direito ao RESPEITO consiste na inviolabilidade da integridade física,


psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação:

9 da imagem;

9 da identidade;

9 da autonomia;

9 dos valores, idéias e crenças;

9 dos espaços e objetos pessoais.

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O direito à DIGNIDADE da criança e do adolescente é dever de TODOS,


pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,
vexatório ou constrangedor.

Muitos dos crimes contra crianças adolescentes, previstos no Eca e que


estudaremos mais adiante, têm intrínseca relação com o desrespeito a esses
três direitos aqui relatados, principalmente, o desrespeito à DIGNIDADE da
criança e do adolescente.

[AOCP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. IBIPORÃ/PR – 2011] A criança e o


adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de
direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos. Analise as
assertivas e após assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s).

I. Ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas


as restrições legais.

II. Opinião e expressão; crença e culto religioso.

III. Brincar, praticar esportes e divertir-se.

IV. Participar da vida familiar e comunitária, com discriminação.

V. Participar da vida política, na forma da lei; e buscar refúgio, auxílio e


orientação.

(A) Apenas I, II e IV.

(B) Apenas I e III.

(C) Apenas I, II, III e V.

(D) Apenas II, IV e V.

(E) Apenas V.

Æ Cada item dessa questão refere-se ao direito de liberdade. Vejamos se todo


estão em conformidade:

Item I – ITEM CORRETO

Já descartamos as alternativas “d” e “e” !!

Item II – ITEM CORRETO

Agora, mais uma alternativa que não pode ser a resposta: a “b”.

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Item III – ITEM CORRETO

Bom, nem precisaríamos continuar, pois a única alternativa viável e de fato


correta é a “C”.

Item IV – Participar da vida comunitária tudo bem, mas COM discriminação


afronta ridiculamente o Estatuto. ITEM ERRADO

Item V – ITEM CORRETO

Gabarito: Letra “C”

3.3. DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Muito já falamos sobre esse direito quando estudamos os conceitos de


FAMÍLIA NATURAL, FAMÍLIA AMPLIADA OU EXTENSA E FAMÍLIA SUBSTITUTA.
Entretanto, vamos aqui reforçar o que o ECA traz sobre esses direitos.

Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio


da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de
pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de


acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo,
A CADA 6 (SEIS) MESES, devendo a autoridade judiciária competente, com
base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou
colocação em família substituta, seja por GUARDA, TUTELA ou ADOÇÃO

IMPORTANTE

¾ A PERMANÊNCIA da criança e do adolescente em PROGRAMA DE


ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL não se prolongará por mais de 2
(dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

¾ A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente À SUA FAMÍLIA


terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em
que será esta incluída em programas de orientação e auxílio.

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Ainda sobre esse direito, o ECA estabelece que aos pais incumbe o dever
de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações
judiciais.

E ainda mais; os filhos, HAVIDOS OU NÃO DA RELAÇÃO DO


CASAMENTO, OU POR ADOÇÃO, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

Veja como foi cobrado:

[FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] Os filhos havidos ou


não da relação do casamento, salvo quando por adoção, terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias em relação à filiação.

Æ Essa questão traz uma pegadinha maldosa ao afirmar que os filhos adotivos
NÃO terão os mesmos direitos e qualificações dos demais filhos havidos ou não
da relação do casamento. O ECA proíbe qualquer forma de discriminação no
seio familiar, inclusive contra os adotados.

Gabarito: ERRADO

3.4. DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO


LAZER

O direito à EDUCAÇÃO tem o objetivo precípuo de promover o pleno


desenvolvimento da criança e do adolescente, o seu preparo para o exercício
da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.

O estatuto nos ensina que o direto à EDUCAÇÃO deve assegurar à


criança e ao adolescente:

9 Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

9 Direito de ser respeitado por seus educadores;

9 Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias


escolares superiores;

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9 Direito de organização e participação em entidades estudantis e;

9 Acesso à escola PÚBLICA e GRATUITA próxima de sua residência.

O Estado em todas as suas instâncias é agente que tem papel


fundamental para a promoção desse direito. O Estatuto, em seu art. 54, traz
os deveres do Estado relacionados à promoção da educação para as crianças e
adolescente. Fiz um resumo de tais deveres trazendo aqueles que considero
serem os principais:

CRIANÇA DE 0 A 06 ANOS Æ ATENDIMENTO EM CRECHE E PRÉ-ESCOLA

ENSINO FUNDAMENTAL Æ DEVE SER OBRIGATÓRIO E GRATUITO


(inclusive para os que a ele não tiveram acesso a idade própria).

ENSINO MÉDIO Æ PROGRESSIVA EXTENSÃO DA OBRIGATORIEDADE E


GRATUIDADE

ENSINO NOTURNO REGULAR Æ OFERTA ADEQUADA ÀS CONDIÇÕES


DO ADOLESCENTE TRABALHADOR

PORTADORES DE DEFICIÊNCIA Æ ATENDIMENTO ESPECIALIZADO


PREFERENCIALMENTE NA REDE REGULAR DE ENSINO

Versa ainda o Estatuto que o Estado deve garantir o acesso aos níveis
mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um e que deverão ser respeitados, no processo
educacional, os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto
social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da
criação e o acesso às fontes de cultura.

Outra garantia é que o atendimento no ensino fundamental, através de


programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.

E no campo da educação, quais os direitos e deveres dos pais?

Os pais ou responsável têm como DEVER a OBRIGAÇÃO de matricular


seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino e como DIREITO ter ciência do
processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais.

No âmbito do ensino fundamental, os dirigentes de estabelecimentos de


ensino fundamental também têm algumas obrigações. Eles devem comunicar
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ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos, a


reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos
escolares e os elevados níveis de repetência.

Por fim ,vamos consolidar o aprendizado:

[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR – 2011]


Analise as assertivas e, em seguida, assinale a alternativa que aponta
as corretas. De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do
Adolescente - é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

I. ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não


tiveram acesso na idade própria.

II. progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade somente do ensino


fundamental.

III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,


preferencialmente na rede particular de ensino.

IV. atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de


idade.

V. acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação


artística, segundo a capacidade de cada um.

VI. oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente


trabalhador.

VII. atendimento no ensino fundamental, através de programas


suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.

(A) I, II, III, IV, V, VI e VII.

(B) Apenas I, III, V e VII.

(C) Apenas II, IV e VI.

(D) Apenas I e VI.

(E) Apenas I, V, VI e VII.

Item I – Corretíssimo. Esse é um dos direitos à educação. ITEM CORRETO

Item II – Opa!! A progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade é para


o ensino médio e não somente para o fundamental como afirma o item. ITEM
ERRADO
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Item IV – O Estatuto garante o atendimento em creche e pré-escola às


crianças de zero a SEIS anos de idade e não de zero a cinco anos como insinua
o item. ITEM ERRADO

Item V – Boa!! É o que nos ensina o art. 54, inciso V do ECA. ITEM CORRETO

Item III – Mais uma pegadinha maldosa da banca. Não é preferencialmente na


rede particular de ensino deve haver atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência e, sim, na rede REGULAR de ensino. ITEM

Item VI – Exatamente!! ITEM CORRETO

Item VII – Esse também é umas das garantias dadas pelo Eca no que diz
respeito à educação da criança e do adolescente. ITEM CORRETO

Gabarito: Letra “E”

[AOCP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. IBIPORÃ/PR – 2011] Com base no


Estatuto da Criança e do Adolescente.

Assinale a alternativa INCORRETA.

(A) Nenhuma criança pode ser objeto de qualquer forma de discriminação.

(B) Coloca a criança e o adolescente como sujeitos de direitos.

(C) Prevê a punição legal nos casos de atentado aos direitos fundamentais da
criança e do adolescente.

(D) Aprova a exploração e a violência contra a criança e o adolescente.

(E) É dever do Estado, o atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0


a 6 anos.

Caro aluno, para achar a resposta dessa questão (de nível superior), nem
precisaria ter estudado o Estatuto. Perceba que a letra “D” destoa
absurdamente das demais quando afirma que o ECA aprova a exploração e a
violência contra a criança e o adolescente. Pelo amor de Deus!!

Gabarito: Letra “D”

[CONSULPLAN – EDUCADOR SOCIAL- PREF. PAULO AFONSO/BA –


2008] Conforme determina o Estatuto, os dirigentes de escolas
públicas e privadas de Ensino Fundamental deverão comunicar ao
Conselho Tutelar os cursos de:

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(A) Maus tratos envolvendo seus alunos.

(B) Reiteração de faltas injustificadas.

(C) Evasão escolar, injustificada.

(D) Elevados níveis de repetência.

(E) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

Todas as alternativas da questão correspondem às obrigações do dirigente de


escolas de ensino fundamental.

Gabarito: Letra “E”

3.5. DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO DO TRABALHO

O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que o ADOLESCENTE


tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados o
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e capacitação
profissional adequada ao mercado de trabalho.

Vamos ver em que termos o ECA trata sobre a profissionalização do


adolescente falando um pouco sobre a condição de ser um APRENDIZ e sobre
com se dá a sua FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL.

3.5.1. O trabalho e a criança e o adolescente

Gostaria, caro aluno, que você observasse o disposto no art. 60 do ECA,


disposto a seguir:

ECA – Lei 8.069/90

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de


idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição Federal)

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Ao ler esse artigo, você é levado a constatar que o trabalho de menores


de 14 anos é proibido. Até aí, tudo bem!! Mas continuando a leitura do
dispositivo você percebe que há uma ressalva: salvo na condição de aprendiz.
Isso nos leva a crer que quem for menor de 14 anos, ou seja, até mesmo uma
criança, poderá trabalhar DESDE QUE NA CONDIÇÃO DE APRENDIZ.

Essa interpretação a muito está EQUIVOCADA!! Observe que o próprio


texto do art. 60 nos remete à Constituição Federal. E ao olhar para o art. 7º,
inciso XXXIII da nossa Carta Magna temos que:

CF/88

Art. 7º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o


trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição.

(...)

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a


menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, A PARTIR de quatorze
anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

De acordo com essa redação, NÃO É PERMITIDO o trabalho NEM NA


CONDIÇÃO DE APRENDIZ aos menores de 14 anos!! Essa redação da
Constituição nos diz o seguinte:

ATÉ 14 ANOS Æ TRABALHO PROIBIDO SOB QUALQUER HIOPÓTESE

MAIOR DE 14 ATÉ OS 16 ANOS Æ TRABALHO PERMITIDO, MAS SÓ NA


CONDIÇÃO DE APRENDIZ. TRABALHO NOTURNO, PERIGOSO E INSALUBRE
PROIBIDO

MAIOR DE 16 ATÉ 18 ANOS Æ PERMITIDO QUALQUER TRABALHO COM


EXCEÇÃO DO TRABALHO NOTURNO, PERIGOSO E INSALUBRE

MAIOR DE 18 ANOS Æ PERMITIDO QUALQUER TRABALHO INCLUSIVE O


NOTURNO, O PERGIOSO E O INSALUBRE.

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Perceba que essa redação vai completamente de encontro ao que versa o


ECA. Aí você me pergunta: mas por que professor? Em qual delas devo me
basear em uma questão de prova que me cobrar conhecimentos do estatuto?

Você se baseará na disposição CONSTITUCIONAL!!

Dê uma lida novamente no inciso VIII acima mencionado e veja que ele
teve nova redação a partir da Emenda Constitucional de nº 20 de 1998,
emenda essa aprovada 08 anos após a publicação do ECA. Como não foi uma
outra lei ordinária que deu nova redação ao dispositivo (e nem poderia ser),
não houve mudança na redação no art. 60 do ECA. Isso não quer dizer que
devamos obedecer aquilo que lá está escrito, pois você bem sabe que a
Constituição Federal está no topo da hierarquia das normas e todas as outras,
a exemplo do ECA, são infraconstitucionais não podendo ir contra a norma
maior.

Tanto é que ao acessar a redação do art. 60, há um link direto para o


art. 7º, inciso VIII da CF, obrigando o leitor a respeitar o que ali está
estabelecido.

Vou repetir: o trabalho só é permitido para pessoas a partir de 14 anos


e na condição de APRENDIZ!!

Corroborando com a CF/88, o Estatuto da Criança e do Adolescente


estabelece que para o adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar
de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou
não-governamental, é vedado trabalho:

9 NOTURNO, realizado entre as 22hs de um dia e as 05hs do dia


seguinte;

9 PERIGOSO, INSALUBRE ou PENOSO;

9 Realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu


desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

9 Realizado em horários e locais QUE NÃO PERMITAM A FREQÜÊNCIA


À ESCOLA.

O ECA assegura ao adolescente aprendiz os direitos trabalhistas e


previdenciários e trabalho protegido ao adolescente portador de deficiência.

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3.5.1. A formação técnico-profissional do adolescente

Versa a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que a FORMAÇÃO


TÉCNICO-PROFISSIONAL caracteriza-se por atividades teóricas e práticas,
metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva
desenvolvidas no ambiente de trabalho.

Pois bem, a FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL, ministrada segundo as


diretrizes e bases da legislação de educação em vigor, é considerada pelo
Estatuto como APRENDIZAGEM e deve obedecer aos seguintes princípios:

¾ Garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;

¾ Atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

¾ Horário especial para o exercício das atividades.

Caro aluno, com a explanação desse último direito, finalizamos a nossa


parte inicial do Estatuto da Criança e do Adolescente. Agora, você tem base
suficiente para estudar o conteúdo dos próximos IMPORTANTÍSSIMOS
TÓPICOS dessa aula. Antes disso, uma parada para analisar mais questões,
inclusive duas da FUNIVERSA, e consolidar o seu aprendizado:

[FUNDEP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. UBERABA/SP – 2011] O


Capítulo V do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei federal n.
8.690/1990) trata do direito da criança e do adolescente à
profissionalização e à proteção no trabalho. Analise as afirmativas
abaixo e assinale com V as afirmativas verdadeiras e com F as falsas.

( ) Ao adolescente aprendiz, até quatorze anos, são assegurados os direitos


trabalhistas e previdenciários.

( ) Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de


aprendizagem.

( ) É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, sem


ressalva.

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( ) Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.

(A) (F) (F) (V) (V)

(B) (V) (V) (F) (F)

(C) (V) (V) (F) (V)

(D) (F) (V) (F) (V)

Æ O primeiro item está FALSO porque os direitos trabalhistas e previdenciários


são assegurados ao adolescente aprendiz, MAIOR DE quatorze anos.

O segundo item está VERDADEIRO, mas o terceiro, à luz da Constituição


Federal está VERDADEIRO.

O quarto item está corretinho, portanto, VERDADEIRO.

Gabarito: Letra “NULA”

[FUNIVERSA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. PALMAS/TO – 2005] Quanto


ao Estatuto da Criança e do Adolescente podemos afirmar que:

(A) É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-


os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,
vexatório ou constrangedor.

(B) Tem a finalidade de proteger as crianças e adolescentes que estão sob


maus-tratos, afastando-as dos seus responsáveis, incluindo-os em abrigos,
onde poderão viver com maior segurança e dignidade.

(C) Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra crianças e


adolescentes serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar,
cabendo a este todas as providências legais.

(D) O Conselho Tutelar é o órgão permanente e autônomo, encarregado pelo


ECA de zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e adolescentes,
definidos nesta Lei.

(E) Entende-se por família natural a comunidade formada “pelas mães sociais”
e todas as crianças moradoras do abrigo por motivos semelhantes.

Æ Essa questão nos traz uma revisão geral do que vimos até aqui:

Item A – Certinho. Trata-se da redação do art. 18 do Estatuto. ITEM CORRETO

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Item B – A finalidade do ECA não é a de afastar necessariamente a criança ou


o adolescente dos seus responsáveis, muito menos incluí-los em abrigos.ITEM
ERRADO

Item C - Os casos citados no item devem ser de fato obrigatoriamente


comunicados ao Conselho Tutelar, mas não é apenas o Conselho que deve
tomar todas as providências legais. Veja o art. 13 do Estatuto!! ITEM ERRADO

Item D - O Conselho Tutelar é o órgão permanente e autônomo, encarregado


pela SOCIEDADE e não pelo ECA para zelar pelo cumprimento dos direitos das
crianças e adolescentes. ITEM ERRADO

Item E – O conceito de família natural apresentado no item é totalmente sem


nexo. ITEM ERRADO

Gabarito: Letra “A”

[FUNIVERSA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. PALMAS/TO – 2005] O


Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é um conjunto de leis que
dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Baseados
neste estatuto, só não podemos afirmar que:

(A) É considerada criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos e


adolescentes entre 12 e 18 anos de idade.

(B) A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno


desenvolvimento de sua pessoa, sendo proibido qualquer trabalho a menores
de 14 anos de idade.

(C) A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade


como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de
direitos civis, humanos e sociais garantidos na constituição e nas leis.

(D) É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente atendimento em


creche e pré-escola, ensino fundamental e médio, obrigatório e gratuito e
acesso aos níveis mais elevados do ensino, segundo a capacidade de cada um.

(E) É dever da família, da sociedade e do estado assegurar com absoluta


prioridade a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao esporte, ao lazer, à dignidade e ao respeito, à liberdade e
convivência familiar.

Item A – O item traz os conceitos corretos de criança e de adolescente!! ITEM


CORRETO

Item B – É importante que você não se esqueça que é proibido qualquer


trabalho a menores de 14 anos de idade. ITEM CORRETO

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Item C – É exatamente a redação do art. 15 do Estatuto. ITEM CORRETO

Item D – O Estado tem o dever de assegurar o atendimento em creche e pré-


escola às crianças de 0 a 06 anos e não a todos. Outra coisa: o ensino que
deve ser obrigatório e gratuito é o fundamental e não o médio. ITEM ERRADO

Item E – ITEM CORRETO, pois se coaduna com art. 4º do Estatuto.

Gabarito: Letra “D”

7
18
79
82
Estudaremos a partir de agora um dos temas do Estatuto que são os

12
grandes alvos de questões em concursos na área de segurança:

73
ar
Os ATOS INFRACIONAIS cometidos por crianças e adolescentes

M
es
Prepare-se para fortes emoções!!

v
Al
s
de
an
rn
Fe

IV – OS ATOS INFRACIONAIS
o
ag
Ti
7
18

4.1. CONCEITO DE ATO INFRACIONAL


79
82
12
73

O ECA define ATO INFRACIONAL como a conduta descrita como crime


ar

ou contravenção penal.
M
s
ve

Esse conceito nós já estudamos em tópico anterior, entretanto te


Al

pergunto:
d es

Por que o Estatuto fala em Ato Infracional e não de crime ou


an
rn

contravenção penal propriamente ditos? Qual a diferença entre eles?


Fe

Toda conduta que a Lei Penal tipifica como crime ou contravenção, se


o
ag

praticada por criança ou adolescente é tecnicamente denominada “ato


Ti

infracional”.

Pois bem, a Constituição Federal, em seu art. 228, estabelece que são
penalmente INIMPUTÁVEIS os menores de 18 anos. Ser inimputável significa
não ter a capacidade de ser responsabilizado penalmente pelos seus próprios
atos. Ora, se uma criança ou um adolescente não pode ser responsabilizado
penalmente por seus atos então, em tese, não se pode responsabilizá-los por
crimes ou contravenções penais tipificados em Lei.

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Te faço então outra pergunta: e se uma criança ou um adolescente fere


ou mata alguém? Fica impune pelo fato de não poder responder penalmente
por esse ato? Claro que não!!

Foi por essa razão que o ECA utilizou a terminologia de ATO


INFRACIONAL. Essa terminologia foi dada no intuito de produzir uma
designação diferenciada procurando enaltecer o caráter extra penal da
matéria, assim como do atendimento a ser prestado em especial ao
adolescente em conflito com a lei. Isso quer nos dizer então que ao cometer
um crime ou uma contravenção penal, a criança ou o adolescente não ficaram
de todo impunes. Haverá sim algum tipo de responsabilização diferenciada.

Agora, você há de convir comigo que mesmo sendo responsabilizados de


forma especial, não é coerente que o mesmo tratamento seja dado a uma
criança que cometeu um mesmo crime que um adolescente. As eventuais
medidas a serem tomadas devem respeitar os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade.

O ECA estabelece, portanto, que a criança ou o adolescente que cometer


ato infracional estará sujeito às medidas nele previstas e que, para o
estabelecimento dessas medidas, será considerada a idade do adolescente à
data do fato.

IMPORTANTE

¾ Se o agente cometer ato infracional enquanto tiver idade inferior a 12


(doze) anos, será tratado como CRIANÇA mesmo após completar esta
idade.

¾ Se praticar o ato estando com a idade entre 12 (doze) e 17


(dezessete) anos, será tratado como ADOLESCENTE mesmo após
completar 18 (dezoito) anos.

Veja como foi cobrado:

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2006]


Nos termos do que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente,
considera-se ato infracional a conduta praticada por criança ou
adolescente que esteja descrita como crime na legislação penal, não
abrangendo a legislação em referência as contravenções penais.

Æ Não se esqueça: o ECA define ATO INFRACIONAL como a conduta descrita


como crime ou contravenção penal. Toda conduta que a Lei Penal tipifica como

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crime ou contravenção, se praticada por criança ou adolescente é


tecnicamente denominada “ato infracional”. Assim, o item erra ao afirmar que
uma contravenção penal praticada por criança ou adolescente não é um ato
infracional. É sim!!

Gabarito: ERRADO

[FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] Ato


infracional é a ação tipificada como contrária a lei que tenha sido
efetuada pela criança ou adolescente. São inimputáveis todos os
maiores de 18 anos e não poderão ser condenados a penas.

Æ Dois erros nessa questão: primeiro conceituar de forma equivocada o ato


infracional; segundo afirmar que os MAIORES de 18 são inimputáveis e não
poderão ser condenados a penas.

O ato infracional é o crime e a contravenção penal quando cometidos por


criança ou adolescente. E inimputáveis são os MENORES de 18 anos!!

Gabarito: ERRADO

No próximo tópico, trataremos das medidas que o ECA estabelece como


passíveis de serem aplicadas em CRIANÇAS que cometem atos infracionais.
Em seguida, estudaremos aquelas a serem aplicadas aos adolescentes
infratores.

4.2. ATO INFRACIONAL COMETIDO POR CRIANÇAS

Se uma criança comete um crime ou uma contravenção penal, você já


sabe que ela não pode responder conforme as disposições do Código Penal e
nem as da Lei de Contravenções Penais. Estará sujeita às medidas
estabelecidas no ECA.

A criança autora de ato infracional não está sujeita à aplicação das


medidas sócio-educativas previstas no Estatuto (como acontece com os
adolescentes), mas apenas a medidas de PROTEÇÃO. São estas as medidas de
PROTEÇÃO a serem aplicadas às crianças infratoras:

Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de


responsabilidade;

Orientação, apoio e acompanhamento temporários;


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Matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de


ensino fundamental;

Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à


criança e ao adolescente;

Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em


regime hospitalar ou ambulatorial;

Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e


tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

Acolhimento institucional;

Inclusão em programa de acolhimento familiar;

Colocação em família substituta.

IMPORTANTE

¾ O órgão competente para aplicar as MEDIDAS DE PROTEÇÃO às crianças


infratoras é o CONSELHO TUTELAR;

¾ O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL e o ACOLHIMENTO FAMILIAR são


MEDIDAS PROVISÓRIAS E EXCEPCIONAIS, utilizáveis como forma de
transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
colocação em família substituta, não implicando privação de
liberdade.

Sobre os atos infracionais cometidos por crianças, são essas as


disposições que você precisa levar para sua prova.

Agora, quanto aos adolescentes que cometem atos infracionais, os


procedimentos são um pouco mais rigorosos. No tópico a seguir, vamos
conhecer quais são as suas garantias processuais, as medidas sócio-educativas
previstas para os infratores e o procedimento para a apuração dos fatos.

[FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] O Estatuto da Criança


e do Adolescente estabelece medidas de proteção à criança e ao
adolescente, dentre as quais estão:

I – Acolhimento institucional.

II – Inclusão em programa de acolhimento familiar.


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III – Colocação em família substituta.

IV – Matrícula e freqüência facultativas em estabelecimento de ensino livre.

V – Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de


responsabilidade.

Estão CORRETAS

(A) apenas I, II e III.

(B) apenas I, III, III e IV.

(C) apenas I, II, III e V.

(D) apenas II, III, IV e V.

(E) todas as afirmativas.

Æ O ECA prevê uma série de medidas de proteção que podem ser aplicadas
tanto a crianças como a adolescentes. É preciso, no entanto, que você não
esqueça que tais medidas serão necessariamente aplicadas Às CRIANÇAS que
cometem atos infracionais. Já os adolescentes podem ou não também receber
tais medidas, mas além delas são também suscetíveis às medidas sócio-
educativas. As medidas de proteção estão elencadas no art. 101 do ECA.
Vamos analisar os itens e ver qual ou quais deles estão trazem de forma
correta uma dessas medidas.

Item I – Perfeito! Sobre o acolhimento, vale ressaltar que permanência da


criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se
prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que
atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade
judiciária. ITEM CORRETO

Item II – Certinho. Sobre esse tema, destaco que a inclusão da criança ou


adolescente em programas de acolhimento familiar terá preferência a seu
acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter
temporário e excepcional da medida, nos termos do Estatuto. ITEM CORRETO

Item III – Sobre a família substituta já estudamos de que também é uma


medida de caráter excepcional. ITEM CORRETO

Item IV – Dois erros: a matrícula e a frequência em estabelecimento de ensino


são obrigatórias; o estabelecimento de ensino não é livre e, sim, oficial de
ensino fundamental. ITEM ERRADO

Item V – ITEM CORRETO.

Gabarito: Letra “C”

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[FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] A permanência da


criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional
não se prolongará por mais de cinco anos, salvo comprovada
necessidade, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

Æ Vimos na questão anterior que a permanência da criança e do adolescente


em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 02
ANOS.

Gabarito: ERRADO

4.3. ATO INFRACIONAL COMETIDO POR ADOLESCENTES

Em se tratando de adolescentes que cometam atos infracionais, é preciso


que tenhamos em mente os seguintes princípios fundamentais:

¾ Aos procedimentos regulados no ECA aplicam-se subsidiariamente as


normas gerais previstas na LEGISLAÇÃO PROCESSUAL pertinente.

¾ É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na


tramitação dos processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim
como na execução dos atos e diligências judiciais a eles referentes.

¾ Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido


processo legal.

Na verdade, esse último princípio todos conhecemos, pois ele deriva do


art. 5º, inciso LIV da nossa Constituição Federal. Veremos que o procedimento
para apuração de ato infracional praticado por adolescente, embora revestido
das mesmas garantias processuais e demandando as mesmas cautelas que o
processo penal instaurado em relação a imputáveis, com este não se confunde.

Isto se dá pelo fato de que ao contrário do processo penal instaurado em


relação a imputáveis, o procedimento para a apuração de ato infracional NÃO
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tem como objetivo final a singela aplicação de uma pena, mas sim, em última
análise, a proteção integral do jovem, para o que as medidas sócio-educativas
se constituem apenas no meio que se dispõe para chegar a este resultado.

Para tanto, o procedimento possui regras e, acima de tudo, princípios


que lhe são próprios, cuja inobservância, por parte da autoridade judiciária,
somente pode conduzir à nulidade absoluta do feito. Antes de estudarmos as
regras para a apuração dos atos infracionais, vejamos quais são as
GARANTIAS PROCESSUAIS que são asseguradas para os adolescentes.

4.3.1. AS GARANTIAS PROCESSUAIS DOS ADOLESCENTES

Partindo-se do princípio que a criança e o adolescente gozam de todos os


direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, da inevitável incidência da
regra básica de que toda e qualquer disposição estatutária somente pode ser
interpretada e aplicada no sentido da proteção integral infanto-juvenil, e da
previsão expressa da aplicação, em caráter subsidiário, das regras gerais
contidas na Lei Processual Penal, não é possível, lógica e legalmente, negar ao
adolescente acusado da prática de ato infracional qualquer dos direitos e
garantias assegurados tanto pela Lei Processual Penal quanto pela Constituição
Federal aos imputáveis acusados da prática de crimes.

E é exatamente por esse motivo que o legislador preocupou-se em


reforçar tais garantias e discriminá-las no referido Estatuto. São, portanto,
estas as garantias asseguradas aos adolescentes:

9 Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante


citação ou meio equivalente;

9 Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e


testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;

9 Defesa técnica por advogado;

9 Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da


lei;

9 Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;

9 Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer


fase do procedimento.

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Antes de estudarmos as regras principais para apuração de ato


infracional cometido por adolescente e, conhecidas as suas garantias
processuais, faz-se necessário também conhecermos as medidas sócio-
educativas que poderão ser aplicadas a este infrator.

4.3.2. AS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS

Você já sabe que as medidas socioeducativas são destinadas apenas a


adolescentes acusados da prática de atos infracionais, devendo ser
considerada a idade do agente à data do fato (a criança está sujeita APENAS a
medidas de proteção) e, embora pertençam ao gênero "sanção estatal"
(decorrentes da não conformidade da conduta do adolescente a uma norma
penal proibitiva ou impositiva), não podem ser confundidas ou encaradas como
penas, pois têm natureza jurídica e finalidade diversas.

Enquanto as penas possuem um caráter eminentemente


retributivo/punitivo, as medidas socioeducativas têm um caráter
preponderantemente pedagógico, com preocupação única de educar o
adolescente acusado da prática de ato infracional, evitando sua reincidência.

Pois bem, versa o Estatuto que verificada a prática de ato infracional, a


autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

¾ Advertência;

¾ Obrigação de reparar o dano;

¾ Prestação de serviços à comunidade;

¾ Liberdade assistida;

¾ Inserção em regime de semi-liberdade

¾ Internação em estabelecimento educacional e;

¾ Todas aquelas medidas de PROTEÇÃO aplicadas às crianças infratoras,


com exceção das medidas de acolhimento institucional, de inclusão em
programa de acolhimento familiar e de colocação em família substituta
(essas três não serão aplicadas aos adolescentes infratores como
modalidades de medidas sócio-educativas).

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Trataremos logo em seguida dos detalhes mais importantes de cada uma


dessas medidas, mas, antes disso, preciso destacar os seguintes outros
princípios fundamentais referentes ás medidas sócio-educativas:

IMPORTANTE

¾ A medida aplicada ao adolescente levará em conta A SUA CAPACIDADE


DE CUMPRI-LA, as CIRCUNSTÂNCIAS e a GRAVIDADE da infração;

¾ Os adolescentes PORTADORES DE DOENÇA OU DEFICIÊNCIA MENTAL


receberão tratamento individual e especializado, em local
adequado às suas condições.

E quem tem competência para aplicá-las?

É só lembrar-se das competências do Juiz de Infância e da Juventude


estudadas em tópico anterior. Uma de suas competências é exatamente a de
conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração
de ATO INFRACIONAL atribuído a adolescente, aplicando as medidas
cabíveis.

Veja como foi cobrado!!

42. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008]


Considere que determinado crime foi praticado por um adolescente, em
detrimento de bens e serviços da União. Nesse caso, tratando-se de menor de
18 anos de idade, inimputável, caberá conhecer do ato infracional o juiz da
infância e da juventude, ou o juiz que exercer essa função, na esfera estadual.

Æ A autoridade competente para aplicar as medidas sócio-educativas aos


adolescentes é o Juiz da Infância e da Juventude. No entanto, em seu art. 146,
o Estatuto prevê que outro juiz que exerça essa função, na forma da lei de
organização judiciária local, será também considerado competente.

Gabarito: CORRETO

43. [CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008


– ADAPT.] Compete exclusivamente à autoridade judiciária e ao membro do
MP a aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente pela prática de ato
infracional.

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Æ Compete exclusivamente à autoridade judiciária a aplicação de medidas


socioeducativas ao adolescente pela prática de ato infracional. O ministério
Público não aplica tais medidas e, sim, auxilia e fiscaliza o processo de
apuração dos atos infracionais e aplicação das medidas deles decorrentes.

Gabarito: ERRADO

Vamos agora conhecer um pouco mais sobre as tais medidas


socioeducativas:

¾ A advertência

Versa o Estatuto que a advertência consistirá em ADMOESTAÇÃO


VERBAL, que será reduzida a termo e assinada.

Professor, e como se dá essa admoestação verbal?

Admoestar é aconselhar, advertir, repreender com brandura.

Pois bem, a advertência é a única das medidas socioeducativas que deve


ser executada diretamente pela autoridade judiciária. O Juiz deve estar
presente à audiência admonitória, assim como o representante do Ministério
Público e os pais ou responsável pelo adolescente, devendo ser este alertado
das consequências da eventual reiteração na prática de atos infracionais e/ou
do descumprimento de medidas que tenham sido eventualmente aplicadas
cumulativamente.

Os pais ou responsável deverão ser também orientados e, se necessário,


encaminhados ao Conselho Tutelar para receber as medidas a eles pertinentes
(reveja essas medidas no nosso tópico sobre o Conselho Tutelar).

¾ A obrigação de reparar o dano

Se o ato infracional cometido por um adolescente tiver reflexos


patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente
restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma,
compense o prejuízo da vítima.

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É fundamental que a reparação do dano seja cumprida pelo adolescente,


e não por seus pais ou responsável, devendo ser assim verificado,
previamente, se o adolescente tem reais capacidades de cumpri-la. A
reparação pode se dar diretamente, através da restituição da coisa, ou pela via
indireta, através da entrega de coisa equivalente ou do seu valor
correspondente em dinheiro.

IMPORTANTE: Se houver manifesta impossibilidade do adolescente reparar o


dano, a medida poderá ser substituída por outra adequada.

¾ A prestação de serviços a comunidade

A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas


gratuitas de interesse geral junto a entidades assistenciais, hospitais,
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas
comunitários ou governamentais.

Cabe ressaltar que as tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do


adolescente, devendo ser cumprida aos sábados, domingos e feriados ou em
dias úteis. Mas atenção:

IMPORTANTE

¾ Para a prestação de serviços comunitários o adolescente deverá cumprir


jornada MÁXIMA de 08 HORAS de modo a não prejudicar a freqüência à
escola ou à jornada normal de trabalho;

¾ A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMUNITÁRIOS NÃO poderá exceder os 06


MESES;

¾ EM HIPÓTESE ALGUMA E SOB PRETEXTO ALGUM, será admitida a


prestação de trabalho forçado;

O adolescente vinculado a tal medida não pode ser obrigado a realizar


atividades degradantes, humilhantes e/ou que o exponham a uma situação
constrangedora. A medida não pode se restringir à “exploração da mão-de-
obra” do adolescente, devendo ter um cunho eminentemente pedagógico.

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¾ Inserção em regime de semi-liberdade

O Estatuto dispõe que o regime de semi-liberdade pode ser determinado


de duas formas: como medida inicial ou como forma de transição para o
meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial.

A semi-liberdade é das medidas de execução mais complexa e difícil


dentre todas as previstas pelo ECA. Em 1996, o Conselho Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente – CONANDA, expediu a Resolução n° 47, de
06/12/1996, na tentativa de regulamentar a matéria. Em que pese tal esforço,
vários aspectos sobre a forma como se dará o atendimento do adolescente
permanecem obscuros, o que sem dúvida contribui para a existência de poucos
programas em execução em todo o País.

É importante que se diga que não há qualquer obrigatoriedade de o


adolescente que está internado passe primeiro pela semi-liberdade antes de
ganhar o meio aberto e que a medida não comporta prazo determinado
aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação.

¾ A liberdade assistida

A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida


mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
A autoridade designará pessoa capacitada, denominado ORIENTADOR, para
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa
de atendimento.

A liberdade assistida é a medida que melhor traduz o espírito e o sentido


do sistema sócio-educativo estabelecido pelo ECA e, desde que corretamente
executada, é sem dúvida a que apresenta melhores condições de surtir os
resultados positivos almejados, não apenas em benefício do adolescente, mas
também de sua família e, acima de tudo, da sociedade.

Não se trata de uma mera liberdade vigiada, na qual o adolescente


estaria em uma espécie de período de prova, mas sim importa em uma
intervenção efetiva e positiva na vida do adolescente e, se necessário, em sua
dinâmica familiar, por intermédio de uma pessoa capacitada para acompanhar
a execução da medida, chamada de “orientador”.

Incumbe ao orientador, como o apoio e a supervisão da autoridade


competente, a realização das seguintes tarefas:

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• promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes


orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou
comunitário de auxílio e assistência social;

• supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente,


promovendo, inclusive, sua matrícula;

• diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua


inserção no mercado de trabalho;

• apresentar relatório do caso.

IMPORTANTE

¾ A liberdade assistida será fixada pelo PRAZO MÍNIMO DE SEIS MESES,


podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída
por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.

¾ A internação

A internação constitui medida PRIVATIVA DA LIBERDADE, sujeita aos


seguintes princípios:

Æ da brevidade;

Æ da excepcionalidade e;

Æ do respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

A reclusão de um jovem em um estabelecimento deve ser feita apenas


em último caso e pelo menor espaço de tempo necessário. Medida privativa de
liberdade por excelência, a internação somente deverá ser aplicada em casos
extremos, quando, comprovadamente, não houver possibilidade da aplicação
de outra medida menos gravosa devendo sua execução se estender pelo
menor de tempo possível.

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IMPORTANTE

¾ A medida de INTERNAÇÃO só poderá ser aplicada quando tratar-se de ato


infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa;
por reiteração no cometimento de outras infrações graves ou por
descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente
imposta.

¾ É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos,


cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

A medida de internação não comporta prazo determinado, devendo sua


manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a
cada 06 meses. Mas preste atenção: caso a medida seja aplicada por conta de
descumprimento reiterado e injustificável de medida anteriormente imposta (e
somente neste caso), o prazo de internação NÃO PODERÁ SER SUPERIOR A 03
MESES.

A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para


adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida
rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da
infração. Durante todo o período de internação, mesmo que essa internação
seja provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas. E ainda mais: a
realização de atividades externas será PERMITIDA, a critério da equipe técnica
da entidade a não ser por expressa determinação judicial em contrário.

IMPORTANTÍSSIMO

¾ Em NENHUMA HIPÓTESE o período máximo de internação excederá a


03 ANOS;

¾ Atingido o tempo limite de 03 ANOS, o adolescente DEVERÁ SER


LIBERADO, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade
assistida;

¾ A liberação será COMPULSÓRIA (obrigatória) aos 21 anos de idade.

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Vale salientar que este prazo máximo de 03 anos de duração da medida


privativa de liberdade extrema abrange todos os atos infracionais anteriores à
sentença que a decretou e ao início de sua execução (ainda que, por uma
razão ou por outra, não tenham sido por ela expressamente abrangidos), vez
que não há previsão legal para o “somatório” de medidas socioeducativas.

Assim sendo, por exemplo, independentemente de quantos tenham sido


os atos infracionais anteriores à sentença em cujos procedimentos houve o
decreto da medida sócio-educativa extrema da internação, estará o
adolescente sujeito ao máximo de 03 (três) anos de privação de liberdade.

Devemos lembrar que a tônica do procedimento para apuração de ato


infracional é a celeridade, e se isto não foi respeitado, e o adolescente não
recebeu, ao tempo e modo devidos, a intervenção socioeducativa que se fazia
necessária na espécie, não pode ser por tal razão prejudicado.

Caro aluno, você se lembra de que, além das crianças (pessoas de até 12
anos e meio) e dos adolescentes (entre 12 anos e meio e 18 anos) serem os
agentes a serem protegidos pelo ECA, nós também vimos que o Estatuto prevê
casos onde ele também seria aplicado EXCEPCIONALMENTE às pessoas entre
18 e 21 anos de idade?

Pois bem, a liberdade COMPULSÓRIA, a que se refere o quadro acima,


se constitui numa das exceções de aplicação do Estatuto da Criança e do
Adolescente a jovens entre de 18 (dezoito) e 21 (vinte e um) anos de idade,
continuando em pleno vigor apesar da alteração na idade do advento da plena
capacidade civil, promovida pelo art. 5º, do Código Civil de 2002. Uma vez
atingido o limite etário de 21 (vinte e um) anos, não mais será possível a
aplicação e/ou execução de qualquer medida sócio-educativa, devendo ser o
jovem desinternado compulsoriamente, com o máximo de celeridade.

Aproveito o ensejo para dizer que o ECA determina que em qualquer


hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o
Ministério Público.

Por fim, é preciso que você saiba que o Estatuto elencou um rol de
direitos aos adolescentes internados, ou seja, privados de liberdade. São
muitos os direitos, no entanto, para o nosso estudo, vou destacar a seguir
apenas aqueles os quais considero mais importantes:

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ƒ ser tratado com respeito e dignidade;

ƒ permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao


domicílio de seus pais ou responsável;

ƒ receber visitas, ao menos, semanalmente;

ƒ corresponder-se com seus familiares e amigos;

ƒ habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;

ƒ receber escolarização e profissionalização;

ƒ realizar atividades culturais, esportivas e de lazer;

ƒ ter acesso aos meios de comunicação social;

ƒ receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais


indispensáveis à vida em sociedade;

ƒ em hipótese alguma poderá ficar incomunicável.

Ainda com relação ao direito à visita semanal, estamos diante de uma


regra que não é de todo absoluta, pois o Estatuto prevê que a autoridade
judiciária (e somente ela!!) poderá suspender temporariamente a visita,
inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.

Finalizamos nesse tópico os aspectos mais importantes sobre as medidas


sócio-educativas que o Estatuto estabelece como possíveis a serem aplicadas a
ADOLESCENTES infratores. Lembre-se que tais medidas não são passíveis
serem aplicadas às crianças infratoras!!

[CONSULPLAN – ADVOGADO – AVAPE/SP – 2009] Sobre a internação


(medida privativa da liberdade prevista no ECA, sujeita aos princípios
de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento), é INCORRETO afirmar que:

(A) Não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser


reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.

(B) Não excederá o período de três anos.

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(C) Será aplicada exclusivamente quando se tratar de ato infracional cometido


mediante grave ameaça ou violência à pessoa.

(D) Uma vez aplicada, ensejará a liberação compulsória do infrator aos vinte e
um anos de idade.

(E) Não obsta a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica


da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.

Item A – Exatamente o que você estudou acima e o que diz o art. 121, § 2º.
ITEM CORRETO

Item B – Não se esqueça dessa informação, ok? ITEM CORRETO

Item C – O item erra ao afirmar que o único caso previsto para aplicação de
medida de internação é o cometimento de ato infracional mediante grave
ameaça ou violência à pessoa. De jeito nenhum!! Outras duas possibilidades
podem ensejar a aplicação, pela autoridade judiciária, dessa medida: por
reiteração no cometimento de outras infrações graves ou por descumprimento
reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. ITEM ERRADO

Item D – Mais uma informação para você não esquecer: o adolescente será
liberado compulsoriamente ao 21 ANOS de idade. ITEM CORRETO

Item E – Isso mesmo!! A o infrator internado será possível a autorização para


a realização de atividades externas (a critério da equipe técnica da entidade),
a não ser que haja expressa determinação judicial em contrário. ITEM
CORRETO

Gabarito: Letra “C”

Antes de falarmos sobre o processo de apuração de ato infracional


cometido por adolescente, precisamos falar também do instituto da
REMISSÃO, trazido pelo ECA.

4.3.3. A REMISSÃO

Versa o Estatuto, em seu art. 126, que antes de iniciado o


procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do
Ministério Público poderá conceder a REMISSÃO, como forma de EXCLUSÃO
DO PROCESSO, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao
contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
menor participação no ato infracional.

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Professor, você poderia explicar melhor o que de fato representa para o


adolescente infrator essa tal remissão?

A remissão se constitui em instituto próprio do Direito da Criança e do


Adolescente, que pretende sanar os efeitos negativos e prejudiciais
acarretados pela deflagração ou demora na conclusão do procedimento judicial
destinado à apuração do ato infracional praticado por adolescente. A concessão
da remissão deverá ser sempre a regra, podendo já ocorrer logo após a oitiva
informal do adolescente pelo representante do Ministério Público, ou a
qualquer momento, antes de proposta a ação socioeducativa, via
representação.

A remissão visa evitar ou abreviar o processo envolvendo o adolescente


acusado da prática infracional, permitindo uma rápida solução para o caso.
Vale lembrar que o objetivo do procedimento sócio-educativo não é a aplicação
de uma sanção estatal, mas sim a efetiva recuperação do adolescente, sempre
da forma mais célere e menos traumática possível, o que pode perfeitamente
ocorrer via remissão, notadamente nos casos de menor gravidade, através do
ajuste de uma ou mais medidas sócio-educativas e/ou protetivas, conforme as
necessidades pedagógicas específicas do adolescente.

Detalhe IMPORTANTE!!

Iniciado o procedimento judicial, a concessão da REMISSÃO será feita


pela autoridade judiciária importará na SUSPENSÃO ou EXTINÇÃO do processo.

Mas porque esse detalhe é importante? Porque pode ser alvo de


pegadinha em provas!! Veja bem:

ANTES DE OFERECIDA a representação sócio-educativa, a prerrogativa


pela concessão da remissão é do Ministério Público, que afinal, é o titular
exclusivo da ação sócio-educativa. Neste caso, a remissão concedida excluirá o
processo (evitará a representação).

Entretanto, APÓS O OFERECIMENTO da representação sócio-educativa,


a prerrogativa pela concessão da remissão passa à autoridade judiciária
(invariavelmente o Juiz da Infância e Juventude), que pode optar por tal
solução a qualquer momento, antes de prolatar a sentença, após ouvir o
Ministério Público. Em tal hipótese, a remissão poderá ser concedida como
forma de suspensão ou extinção do processo.

O Estatuto ainda dispõem que a remissão não implica necessariamente o


reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer

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das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade


e a internação.

A remissão como forma de suspensão do processo será, em regra,


cumulada com medida sócio-educativa não privativa de liberdade cuja
execução se prolongue no tempo, que deverá ser ajustada entre a autoridade
judiciária e o adolescente, ouvido o Ministério Público.

Já a remissão como forma de extinção do processo será concedida


pela autoridade judiciária, também em regra, quando desacompanhada de
medidas socioeducativas ou quando cumulada unicamente com a advertência
que se exaure num único ato.

Por fim temos que a medida aplicada por força da remissão poderá ser
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do
adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.

4.3.4. A APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL COMETIDO POR


ADOLESCENTE

¾ Os Direitos Fundamentais do Adolescente

Em respeito aos Direitos Individuas elencados no art. 5º de nossa


Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente determina que
NENHUM ADOLESCENTE será privado de sua liberdade senão:

Æ em FLAGRANTE de ato infracional ou;

Æ por ORDEM ESCRITA E FUNDAMENTADA da autoridade judiciária


competente.

Ainda em consonância com o referido da CF/88, o Estatuto prevê que a


apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão
IMEDIATAMENTE comunicados à autoridade judiciária competente e à família
do apreendido ou à pessoa por ele indicada. O adolescente também goza, é
claro, do direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão,
devendo ser informado acerca de seus direitos.

O Código de Processo Penal servirá de base para definição das situações


em que restará caracterizado o flagrante de ato infracional praticado por
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adolescente, que serão exatamente as mesmas em que um imputável seria


considerado em flagrante de crime ou contravenção penal. A apreensão de
criança ou adolescente sem que esteja caracterizado o flagrante de ato
infracional ou sem ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente caracteriza, em tese, crime previsto no Estatuto (estudaremos
sobre os crimes mais adiante).

Por fim, é preciso que você saiba ainda, caro aluno, que em respeito ao
art. 5º da CF/88, o adolescente CIVILMENTE IDENTIFICADO não será
submetido à identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e
judiciais, SALVO PARA EFEITO DE CONFRONTAÇÃO, havendo dúvida
fundada.

Pois bem, suponhamos que um adolescente cometeu um ato infracional


ou é suspeito de tê-lo cometido. Como é então o procedimento propriamente
dito para que esse adolescente possa responder pelo seu ato e a ele ser (ou
não) atribuída uma das medidas sócio-educativas previstas pelo ECA?

¾ A Apreensão do Adolescente Infrator

A fase que agora estudaremos é bem similar a do inquérito policial para


imputáveis. O adolescente, após cometer ou ser suspeito de ter cometido um
ato infracional, é encaminhado à autoridade policial, de preferência de uma
delegacia especializada, a fim de ser tomado o seu depoimento e eventuais
depoimentos de vítima(s) ou testemunha(s). Após essa fase veremos como o
Ministério Público entra na história.

IMPORTANTE

¾ O adolescente apreendido em FLAGRANTE de ato infracional será, desde


logo, encaminhado à autoridade POLICIAL competente.

¾ O adolescente apreendido por força de ORDEM JUDICIAL será, desde


logo, encaminhado à autoridade JUDICIÁRIA.

¾ Não será admitida a apreensão de adolescente PARA SIMPLES


“AVERIGUAÇÃO”

Em caso de FLAGRANTE de ato infracional cometido MEDIANTE


VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA A PESSOA, a autoridade policial,
respeitadas as disposições até aqui estudadas, deverá:

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ƒ lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;

ƒ apreender o produto e os instrumentos da infração;

ƒ requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da


materialidade e autoria da infração.

IMPORTANTE

Nas DEMAIS HIPÓTESES DE FLAGRANTE, a lavratura do auto poderá ser


substituída por BOLETIM DE OCORRÊNCIA CIRCUNSTANCIADA.

É isso mesmo!! Admite-se a forma simplificada do procedimento, ante a


não ocorrência de flagrante de ato infracional mediante violência ou grave
ameaça à pessoa. Nestes casos, não será possível, nem mesmo em tese, a
aplicação de medida privativa de liberdade ao adolescente, devendo o caso ser
resolvido, em regra, através da concessão de remissão no qual independe da
comprovação da autoria e materialidade da infração.

Ademais, o que se procura é agilizar o atendimento prestado na


repartição policial, com o mínimo de constrangimento ao adolescente, que
após lavrado o boletim, deverá ser desde logo entregue aos pais.

Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será


prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso
e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público,
no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto
quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o
adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança
pessoal ou manutenção da ordem pública.

Impende ressaltar que o ECA admite a INTERNAÇÃO antes da sentença


judicial, mas nesse caso, ela só poderá ser determinada pelo PRAZO MÁXIMO
DE 45 DIAS. Apenas o Juiz da Infância e da Juventude é competente
para determinar a internação provisória de adolescente acusado da prática de
ato infracional.

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IMPORTANTE

¾ Saiba que a ÚNICA FORMA de manter apreendido o adolescente após seu


flagrante, é decretando sua internação provisória.

¾ E ainda assim: a decisão deverá ser fundamentada e basear-se em


indícios SUFICIENTES de autoria e materialidade, demonstrada a
NATUREZA IMPERIOSA da medida.

Caso o ato praticado não seja de natureza grave, o decreto da internação


provisória será JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEL e, mesmo diante da prática de
atos de natureza grave, a contenção cautelar do adolescente, somente deverá
ocorrer quando comprovada nos autos (e devidamente fundamentada), a
“necessidade imperiosa” da medida, devendo, em regra, ser o adolescente
liberado pela própria autoridade policial, independentemente de ordem
judicial, mediante termo.

Caro aluno, vou repetir: a regra geral é que ao adolescente, após


apresentado a autoridade policial, seja liberado imediatamente (com a
presença dos pais ou responsável, é claro!!).

Professor, e se não houver a necessidade de internação provisória e os


pais ou o responsável pelo adolescente não comparecerem à delegacia? Como
fica a situação desse adolescente? Ele vai para onde?

Nessa hipótese, o adolescente não poderá ser liberado pela autoridade


policial. Nesses casos (da não liberação do adolescente), versa o Estatuto que
a autoridade policial encaminhará, desde logo, o ADOLESCENTE ao
representante do MINISTÉRIO PÚBLICO, juntamente com cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.

Agora, no caso de ser possível a liberação do adolescente, a autoridade


policial encaminhará imediatamente ao representante do MINISTÉRIO PÚBLICO
cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

Revisando:

¾ ADOLESCENTE LIBERADO Æ deverá apresentar-se no mesmo dia ou no


dia útil seguinte ao Ministério Público Æ Autoridade Policial encaminhará
imediatamente ao MP cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

¾ ADOLESCENTE NÃO LIBERADO Æ Autoridade Policial encaminhará o


adolescente desde logo ao Ministério Público juntamente com cópia do
auto de infração ou de boletim de ocorrência.

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Agora, pode acontecer também de o ato infracional ter acontecido, mas


não ter havido flagrante delito. Se, mesmo afastada a hipótese de flagrante,
houver indícios de participação de adolescente na prática de ato infracional,
prevê o ECA que a autoridade policial encaminhará ao representante do
MINISTÉRIO PÚBLICO relatório das investigações e demais documentos.

¾ O Encaminhamento do caso ao Ministério Público

Terminada a fase policial, entramos na fase de apreciação do processo


pelo representante do Ministério Público. É o Ministério Público o competente -
segundo o que estabelece o art. 201, inciso II do ECA - para promover e
acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes.

Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no


mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório
policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os
antecedentes do adolescente, procederá IMEDIATA E INFORMALMENTE à sua
oitiva e, em sendo possível, a de seus pais ou responsável, vítima e
testemunhas.

IMPORTANTE

¾ O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional NÃO PODERÁ


SER CONDUZIDO OU TRANSPORTADO EM COMPARTIMENTO FECHADO DE
VEÍCULO POLICIAL, em condições atentatórias à sua dignidade, ou
que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de
responsabilidade.

¾ Em caso de NÃO APRESENTAÇÃO, o representante do Ministério Público


notificará OS PAIS OU RESPONSÁVEL PARA APRESENTAÇÃO DO
ADOLESCENTE, podendo requisitar o concurso das POLÍCIAS CIVIL e
MILITAR.

Pois bem, ao receber o adolescente infrator, o representante do


Ministério Público, poderá tomar uma das providências:

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promover o ARQUIVAMENTO dos autos;

conceder a REMISSÃO;

REPRESENTAR À AUTORIDADE JUDICIÁRIA para APLICAÇÃO de MEDIDA


SÓCIO-EDUCATIVA.

Æ A decisão pelo ARQUIVAMENTO DOS AUTOS ou pela REMISSÃO

Suponhamos que o representante do Ministério Público decida por


promover o arquivamento dos autos ou por conceder a remissão ao
adolescente. Se assim o fizer, deverá remeter conclusos os autos, mediante
termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, à autoridade judiciária
que será a responsável pela homologação.

Æ A decisão pela aplicação da MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA

Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não


promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá REPRESENTAÇÃO
à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para
aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.

Essa representação será oferecida por PETIÇÃO, que conterá o breve


resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o
rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária
instalada pela autoridade judiciária.

ATENÇÃO!!

¾ A representação à autoridade judiciária independe de prova pré-


constituída da AUTORIA e MATERIALIDADE.

Caro aluno, tendo em vista que a tônica do procedimento é a celeridade,


com uma rápida sucessão de atos processuais, visando agilizar a solução do

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caso, não se exige, quando do oferecimento da representação, a prova pré-


constituída da autoria e da materialidade da infração, bastando meros indícios.

Importante não perder de vista, no entanto, que ao final do


procedimento, para que possa ser a representação julgada procedente e
aplicada ao adolescente alguma medida socioeducativa, autoria e
materialidade devem estar devidamente comprovadas.

¾ A autoridade judiciária (Juiz da Infância e da Adolescência) e


sua decisão final

Acabamos de estudar que o representante do Ministério Público poderá


decidir pelo arquivamento ou pela concessão de remissão ao adolescente
acusado de ter cometido ato infracional. Vimos também que em ambas as
decisões, esse representante deve enviar os autos conclusos à autoridade
judiciária que decidirá ou não pela homologação.

Cabe à autoridade judiciária a aferição da legalidade e da adequação do


arquivamento ou da remissão concedida pelo representante do Ministério
Público, devendo homologar o arquivamento ou a remissão exatamente como
constam do seu respectivo termo. Homologado o arquivamento ou a remissão,
a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da
medida.

Agora, caso deles discorde total ou parcialmente, a autoridade judiciária


fará remessa dos autos ao PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA, mediante
despacho fundamentado. O referido Procurador, por sua vez, oferecerá
representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-
la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a
autoridade judiciária obrigada a homologar.

O procedimento acima citado é similar ao previsto pelo art. 28, do CPP.


Em sendo o Ministério Público o titular exclusivo da ação sócio-educativa, caso
o Procurador-Geral de Justiça ratifique a manifestação original, no sentido do
arquivamento ou concessão da remissão ao adolescente, a autoridade
judiciária não terá alternativa além da homologação da promoção respectiva.

Vimos também que o representante do Ministério Público pode não


arquivar o processo e nem conceder a remissão, optando por representar à
autoridade judiciária propondo a adoção de determinada medida sócio-
educativa. Pois bem, oferecida a representação, a autoridade judiciária
designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde
logo, sobre a DECRETAÇÃO OU MANUTENÇÃO DA INTERNAÇÃO. Lembre-se
que, nesse caso, como a internação será decretada ou mantida antes da
sentença, sua duração não pode exceder a 45 dias.
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IMPORTANTE!!

¾ A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, NÃO


PODERÁ SER CUMPRIDA EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL.

O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da


representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de
advogado. Se o adolescente já estiver INTERNADO, será requisitada a sua
apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.

Agora vamos para a audiência:

A audiência de apresentação é muito mais que um simples


“interrogatório”, pois visa colher elementos que vão além da conduta
infracional propriamente dita, sendo ainda o primeiro momento no qual a
autoridade judiciária avaliará a possibilidade de concessão de remissão ao
adolescente. Vale notar que o ECA determina que a autoridade judiciária não
deve se limitar a ouvir o adolescente, mas precisa ouvir também seus pais ou
responsável, colhendo informes sobre a conduta pessoal, familiar e social
daquele.

A intervenção de uma equipe interprofissional, neste momento, é de


suma importância para apuração das circunstâncias de ordem psicossocial, que
levaram o adolescente a cometer a infração, de suas necessidades
pedagógicas específicas e de sua capacidade de cumprir determinada medida
sócio-educativa e/ou protetiva que lhe venha a ser aplicada.

IMPORTANTE

¾ NENHUM ADOLESCENTE a quem se atribua a prática de ato infracional,


ainda que ausente ou foragido, SERÁ PROCESSADO SEM
DEFENSOR;

¾ Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz,


ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência;

¾ Será prestada ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA INTEGRAL E GRATUITA


àqueles que dela necessitarem.

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Caso o advogado (ou defensor constituído) não esteja presente quando


da realização da audiência de apresentação, deverá ser pessoalmente intimado
a apresentar a defesa prévia, no prazo de 03 (três) dias a contar da
audiência de apresentação. Na defesa prévia o defensor deverá arrolar não
apenas testemunhas presenciais dos fatos, mas também aquelas que possam
prestar informações acerca da conduta pessoal, familiar e social do
adolescente, vez que tais informações são de suma importância quando da
análise da medida sócio-educativa mais adequada.

Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na


representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o
relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do
Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte
minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
judiciária, QUE EM SEGUIDA PROFERIRÁ DECISÃO.

IMPORTANTE

Se já houver elementos suficientes, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério


Público, poderá DESDE LOGO CONCEDER REMISSÃO ao adolescente,
proferindo a sua decisão.

Outro fator importantíssimo que você não pode se esquecer é que a


autoridade judiciária NÃO APLICARÁ QUALQUER MEDIDA, se reconhecer na
sentença que:

¾ a inexistência do fato está provada;

¾ não há prova da existência do fato;

¾ não se constitui o fato ato infracional;

¾ não existe prova de ter o adolescente concorrido para o ato


infracional.

Versa o Estatuto que, nas hipóteses acima citadas, estando o


adolescente internado, será imediatamente colocado em LIBERDADE.

Não acontecendo nenhuma dessas hipóteses, o juiz então proferirá a


sentença aplicando a medida sócio-educativa pertinente. Se a medida decidida
for MEDIDA DE INTERNAÇÃO ou REGIME DE SEM-LIBERDADE, a intimação da
sentença que aplicar a medida será feita ao adolescente e ao seu defensor
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ou, quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou


responsável, sem prejuízo do defensor.

Porém, se a medida decidia for qualquer outra que não seja de


internação ou regime de semi-liberdade, a intimação far-se-á unicamente na
pessoa do defensor.

Revisando

¾ Se a medida aplicada pelo juiz for de INTERNAÇÃO OU REGIME DE


SEMI-LIBERDADE Æa intimação será feita ao adolescente e a seu
defensor. Não encontrado o adolescente, aos seus pais ou responsável (e
também ao defensor)

¾ Se medida aplicada pelo juiz for para QUALQUER OUTRA DAS


MEDIDAS SOCIO-EDUCATIVAS Æ intimação será feita ao seu defensor.

¾ Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar


se deseja ou não recorrer da sentença.

Vamos ver como o assunto foi cobrado:

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] O


procedimento de apuração de ato infracional só é aplicável em se
tratando de conduta praticada por adolescente (pessoa entre 12 e 18
anos de idade). Se o ato praticado for imputável a criança (pessoa de
até 12 anos de idade), o caso deve ser apreciado pelo conselho tutelar
na respectiva localidade.

Æ Exato!! todo o procedimento de apuração de ato infracional previsto no


Estatuto e aqui por nós estudado, tem aplicabilidade apenas ao adolescente
infrator. Não se aplica, portanto, à criança infratora, que terá seu caso cuidado
pelo Conselho Tutelar.

Gabarito: CORRETO

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008]


Considere que uma autoridade policial de determinado município, ao
transitar em via pública, observou a presença de menores
perambulando pela rua, tendo, de pronto, determinado aos seus
agentes a apreensão de dois deles para fins de averiguação. Nessa

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situação, a atitude da autoridade policial está correta por se tratar de


adolescentes em situação de risco.

Æ Nessa você não cai mais, não é verdade!! Autoridade policial nenhuma pode
apreender criança ou adolescente para fins de averiguação a não ser em
flagrante delito de cometimento de ato infracional ou por expressa ordem
judicial. O fato de estarem perambulando nas ruas não é motivo para
apreensão de menores.

Gabarito: ERRADO

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/PB – 2008]


Assinale a opção correta com referência ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.

(A) Em caso de flagrante da prática de ato infracional, o adolescente não é


prontamente liberado pela autoridade policial, apesar do comparecimento dos
pais, quando, pela gravidade do ato infracional e por sua repercussão social, o
adolescente deve permanecer sob internação para manutenção da ordem
pública.

(B) A internação pode ser cumprida em estabelecimento prisional comum,


desde que o adolescente permaneça separado dos demais presos, se não
existir na comarca entidade com as características definidas em lei para tal
finalidade.

(C) Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer,


injustificadamente, à audiência de apresentação, a autoridade judiciária deve
decretar sua revelia e encaminhar os autos à defensoria pública para
apresentação de resposta escrita.

(D) O regime de semiliberdade possibilita ao adolescente a realização de


atividades externas, mediante expressa autorização judicial.

(E) Durante o período de internação, é vedado à autoridade judiciária ou


policial suspender temporariamente a visita dos pais do adolescente.

Item A - Esse item está em conformidade com o que rege o art. 174 do ECA e
que aqui foi estudado. ITEM CORRETO

Item B - De forma alguma!! Rege o Estatuto que a internação, decretada ou


mantida pela autoridade judiciária, NÃO poderá ser cumprida em
estabelecimento prisional. ITEM ERRADO

Item C - Não existe decretação de revelia em processo de apuração de ato


infracional cometido por adolescente. Se o adolescente, devidamente

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notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a


autoridade judiciária designará nova data. ITEM ERRADO

Item D - A realização de atividades externas por adolescente, em regime de


semiliberdade, é permitida, mas INDEPENDE de autorização judicial. ITEM
ERRADO

Item E - É de fato um dos direitos do adolescente privado de liberdade o de


receber visitas, ao menos semanais. Entretanto esse direito NÃO É ABSOLUTO.
O ECA, em seu art. 124 § 2º, estabelece que a autoridade judiciária poderá
suspender sim a TEMPORARIAMENTE as visitas, se existirem motivos sérios e
fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. ITEM ERRADO

Gabarito: Letra “A”

[CESPE – ANALISTA JUDIC. COMIS. INFANCIA E JUVENT. – TJ/ES –


2011] No que concerne aos procedimentos e ao papel do Ministério
Público, conforme estabelecido no ECA, julgue os itens que se seguem.

01. Ao parquet compete, de forma exclusiva, promover e acompanhar


os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes.

Æ O enunciado da questão pede que o aluno foque nos procedimentos e no


papel do Ministério Público. Nesse item em análise, a banca fez uma gracinha
de muito mau gosto com o intuito de “pegar” um monte de candidatos usando
o termo “parquet”. Alguns de você devem até agora estar se perguntando: que
termo é esse professor, pelo amor de Deus??

O termo parquet, no ramo do Direito, significa Ministério Público ou faz


referência a um membro do Ministério Público. Apesar do termo não ter
referência direta no texto das leis, é de uso frequente no meio judiciário,
inclusive em despachos e sentenças, quando o juiz se refere ao representante
do Ministério Público.

Pois bem, para dificultar a vida de uma penca de candidatos, a banca usou
esse termo ao invés de simplesmente usar Ministério Públio, ou MO, como todo
mundo conhece. Ela cita de forma literal uma das principais competências do
parquet, ou seja do MP, disposta no art. 201, inciso II.

Gabarito: CORRETO

02. Em caso de infração, comparecendo um dos pais ou responsável, o


adolescente deverá ser, em qualquer caso, prontamente liberado pela
autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de
sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo

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dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, devendo a


autoridade policial fundamentar sua decisão para não incidir nas penas
elencadas no estatuto.

Cuidado com a afirmação desse item!! De fato, a determinação do Estatuto é


para que o adolescente infrator, apreendido em uma delegacia especializada
deva ser imediatamente liberado, diante do comparecimento dos pais ou
responsável. Mas não em qualquer caso!!

Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será


prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público,
no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto
quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua
segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.

Gabarito: ERRADO

Bom, finalizamos aqui o estudo sobre os crimes e contravenções penais


(ditos atos infracionais) cometidos POR criança ou adolescente. Abordaremos,
a partir de agora, os crimes e infrações administrativas cometidos CONTRA a
criança e o adolescente e que estão previstos no ECA.

V – OS CRIMES CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE

Caro aluno, não há como se falar em crimes CONTRA a criança e o


adolescente se antes revisarmos um princípio basilar fundamental trazido pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente.

Na aula passada, vimos que o ECA versa, em seu art. 5º, a seguinte
determinação:

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¾ NENHUMA CRIANÇA ou ADOLESCENTE será objeto de qualquer


forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, PUNIDO NA FORMA DA LEI QUALQUER
ATENTADO, POR AÇÃO OU OMISSÃO, AOS SEUS DIREITOS
FUNDAMENTAIS.

Essa regra consiste em um desdobramento do contido no art. 227, caput,


da CF impõe a todos o dever de velar pelos direitos assegurados a crianças e
adolescentes, auxiliando no combate a todas as formas de violência,
negligência ou opressão.

O ECA relaciona inúmeras condutas atentatórias aos direitos de crianças


e adolescentes que, se praticadas, podem caracterizar crimes (arts. 228 a 244-
A) e outras que constituem as chamadas infrações administrativas (arts. 245 a
258-B). Estudaremos nesse tópico aquelas condutas comissivas ou omissivas
que, se praticadas contra a criança e o adolescente, serão consideradas como
CRIME.

IMPORTANTE

¾ Quem comete esses crimes estará sujeito a responder penalmente não


só pelo que dispõe o ECA, mas também pelas disposições presentes
na LEGISLAÇÃO PENAL vigente em nosso país.

¾ Os crimes definidos no ECA são TODOS de AÇÃO PÚBLICA


INCONDICIONADA!!

Aos crimes tipificados no Estatuto, serão aplicadas as normas da Parte


Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de
Processo Penal!! Não se esqueça dessa informação!!

Na verdade não existe qualquer diferencial, em termos processuais,


entre os crimes previstos no ECA e os crimes previstos no Código Penal,
ressalvado o fato de serem todos aqueles de ação penal pública
incondicionada. Interessante observar que o processo e o julgamento destes
crimes não estão definidos como sendo de competência do Juízo da infância e
da juventude, ficando, a rigor, a cargo do Juízo criminal (ressalvada a
existência de disposição em contrário na Lei de Organização Judiciária local).

Seu processo e julgamento, no entanto, está também sujeito ao princípio


da prioridade absoluta à criança e ao adolescente e aos princípios e

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normas de interpretação próprios do ECA e do Direito da Criança e do


Adolescente devendo, portanto, ser as normas incriminadoras interpretadas e
aplicadas da forma que melhor assegure a proteção integral infanto-juvenil).

A atuação da autoridade policial no sentido da investigação de qualquer


notícia de um dos crimes definidos no ECA será, pois, OBRIGATÓRIA,
independentemente da iniciativa da vítima e/ou de seus
representantes. Tamanha a gravidade dos crimes relacionados no ECA, e
tamanha a importância de sua adequada apuração e repressão, que é
perfeitamente admissível que a investigação acerca de sua prática fique a
cargo do Ministério Público.

Feita esta introdução chegou a hora de conhecermos esses crimes


previstos pelo Estatuto. É preciso esclarecer que, mais do decorar ou
memorizar todos os crimes (o que será uma tarefa árdua) é preciso que você
os entenda em sua essência.

A nossa missão nesta aula será tentar facilitar ao máximo seu trabalho.
Mas já te adianto que não há receita “mágica” de bolo para uma memorização
mnemônica de cada um deles. Busquei agrupar, por assunto, aqueles crimes
que direta ou indiretamente são correlatos. Para grande parte deles,
teceremos alguns comentários e faremos também remissões a vários
dispositivos presentes no Estatuto.

Tenho absoluta certeza de que você conseguirá resolver as questões de


provas, relacionadas aos crimes, com certa facilidade. Vamos então dar início a
nossa jornada!!

5.1. CRIMES RELACIONADAS À APREENSÃO DE CRIANÇA OU


ADOLESCENTE

Bom, puxando o gancho do estudo que acabamos de fazer sobre os


procedimentos de apuração de atos infracionais, começaremos o estudo dos
crimes previstos no ECA por aqueles cometidos por quem não observa as
regras estatuídas para o devido processo legal de apreensão de criança ou
adolescente. Vamos conhecê-los:

Æ Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua


apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem
escrita da autoridade judiciária competente:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

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Caro aluno, você já estudou nesta aula que, em respeito aos Direitos
Individuas elencados no art. 5º de nossa Constituição Federal, o Estatuto da
Criança e do Adolescente determina que NENHUM ADOLESCENTE será privado
de sua liberdade senão em FLAGRANTE de ato infracional ou por ORDEM
ESCRITA E FUNDAMENTADA da autoridade judiciária competente.

Você viu também que é o CPP que servirá de base para definição das
situações em que restará caracterizado o flagrante de ato infracional, que
serão exatamente as mesmas em que um imputável seria considerado em
flagrante de crime ou contravenção penal.

Vale destacar que as crianças que se encontrem em flagrante de ato


infracional podem ser apreendidas (inclusive como forma de preservar a ordem
pública e mesmo de colocá-las a salvo de represálias por parte de populares) e
os atos infracionais a elas atribuídos, a rigor, devem ser investigados pela
polícia judiciária (inclusive no que diz respeito à apuração da eventual
participação de terceiros). A diferença em relação aos adolescentes é que, na
sequência, as crianças acusadas deverão ser encaminhadas ao Conselho
Tutelar, não podendo, sob qualquer circunstância, permanecer privadas de
liberdade.

Pois bem, quem desrespeita essa determinações do ECA incorrerá


certamente no crime acima previsto. O Estatuto estabelece ainda que INCIDE
NA MESMA PENA aquele que procede à apreensão sem observância das
formalidades legais como, por exemplo, quando o adolescente não for
informado de seus direitos constitucionais (inclusive o de permanecer calado);
quando não for lavrado auto de apreensão em flagrante ou boletim de
ocorrência circunstanciado etc.

Æ Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou


adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Caro aluno, você já sabe que a comunicação da apreensão à autoridade


judiciária, à família do apreendido ou, na falta desta, à pessoa por ele indicada
deve ser efetuada incontinenti, ou seja, no exato momento em que o
adolescente apreendido dá entrada na repartição policial, devendo ser a
lavratura do auto de apreensão em flagrante ou boletim de ocorrência
circunstanciado efetuada na presença dos pais ou responsável pelo
adolescente, que na sequência já irão, em regra, receber o adolescente
liberado, firmando termo de compromisso de apresentação do adolescente ao
representante do MP.

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Vale lembrar que a CRIANÇA apreendida em flagrante de ato infracional


deverá ser encaminhada incontinenti ao Conselho Tutelar e a apreendida por
força de mandado de busca e apreensão deverá sê-lo à autoridade judiciária
competente (nenhuma criança pode ser submetida a medidas privativas de
liberdade), sem prejuízo, em ambos da imediata comunicação aos pais ou
responsável legal.

Quem desrespeita essas determinações, passa então a responder pelo


tipo penal aqui analisado.

Æ Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a


vexame ou a constrangimento:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Numa interpretação sistemática desse crime, percebe-se que o


dispositivo abrange não apenas aqueles casos em que o dever de guarda
decorre expressamente da lei (como nos casos da guarda propriamente dita,
tutela, equiparação do dirigente da entidade de acolhimento institucional ao
guardião ou como atributo natural do poder familiar), mas também toda e
qualquer situação em que um adulto se coloca na posição de “autoridade”
e/ou de “cuidador” de uma criança ou adolescente, como é caso do policial
quando da apreensão de criança ou adolescente em flagrante de ato
infracional, o professor ou diretor da escola onde a criança estuda etc.

O crime em questão pode restar caracterizado quando da violação dos


direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes, por nós estudados na
aula anterior. O sujeito ativo será o pai, mãe, tutor, guardião, dirigente da
entidade de entidade de acolhimento familiar, policial, membro do Conselho
Tutelar, Ministério Público ou Poder Judiciário, comissário de vigilância da
infância e da juventude, professor, diretor de escola e/ou qualquer outra
pessoa que detém autoridade em relação à criança ou ao adolescente, assim
como as pessoas encarregadas de sua guarda ou vigilância.

Para caracterização da infração aqui tipificada, em tese, não há


necessidade de que o agente use de violência ou grave ameaça (tal qual ocorre
com o tipo penal previsto no art. 146, do CP), dada “ascendência” natural que
o mesmo exerce em relação à criança ou adolescente. Vale dizer que é
perfeitamente admissível o concurso material entre este e outros crimes
tipificados no ECA ou na Lei Penal.

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Æ Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata


liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da
ilegalidade da apreensão:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Sabemos que o que deve marcar o processo de apuração de ato


infracional é a sua agilidade. O atendimento prestado na repartição policial
deve ser o mais breve possível, com o mínimo de constrangimento ao
adolescente, que após lavrado o boletim, deverá ser desde logo entregue aos
pais.

O crime terá como sujeitos ativos tanto a autoridade policial quanto a


autoridade judiciária. Vale lembrar que, seja qual for o ato infracional praticado
e mesmo quando perfeito o flagrante, a regra será a colocação do
adolescente em liberdade, inclusive pela própria autoridade policial,
independentemente de ordem judicial.

Æ Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de


adolescente privado de liberdade:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Professor, e que prazos são esses?

Os prazos a que se refere o dispositivo são:

• Internação provisória - 45 dias (art. 121, §2º);

• Reavaliação judicial da necessidade de continuidade da medida de


internação - no máximo a cada 06 meses (art. 121, §3º c/c art. 122,
incisos I e II);

• Período máximo de duração da medida de internação sócio-educativa - 03


anos (art. 121, §5º);

• Liberação compulsória - quando o jovem completar 21 anos (art. 122,


inciso III c/c §1º);

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• Período máximo de duração da internação por descumprimento de medida


anteriormente imposta - 03 meses (art. 175, §1º);

• Encaminhamento do adolescente apreendido ao MP - 24 horas (art. 185,


§2º)

• Transferência de adolescente apreendido da repartição policial para


entidade própria para adolescentes – 05 dias.

É preciso que se atente para o fato de os referidos prazos serem


computados do dia em que o adolescente é apreendido (inclusive), não
podendo ser em hipótese alguma dilatados ou prorrogados.

Æ Impedir a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou


representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos.

Vale notar que constitui o mesmo crime impedir ou embaraçar a ação


tanto da autoridade judiciária quanto de membro do Conselho Tutelar,
o que reafirme o status de autoridade pública que este possui, instituído na
já mencionada perspectiva de “desjudicializar” e agilizar o atendimento à
criança e ao adolescente.

O Estatuto determina ainda que INCIDE NAS MESMAS PENAS quem


oferece ou efetiva a paga ou recompensa.

Perceba que TODOS os crimes do grupo ora estudado prevêem as


mesmas penas: detenção de 06 meses a 01 ano!!!

5.2. CRIMES RELACIONADOS À GESTANTE

Começaremos com os crimes cometidos contra as gestantes!!

O Estatuto estabelece em seu art. 10 que os HOSPITAIS E DEMAIS


ESTABELECIMENTOS DE ATENÇÃO À SAÚDE DE GESTANTES, PÚBLICOS E
PARTICULARES, são OBRIGADOS a:

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9 Manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários


individuais, pelo prazo de DEZOITO ANOS;

9 Identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão


plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de
outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;

9 Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de


anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar
orientação aos pais;

9 Fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente


as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;

9 Manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a


permanência junto à mãe.

Perceba que as obrigações ACIMA MENCIONADAS são de


responsabilidade não só de HOSPITAIS, mas também dos DEMAIS
ESTABELECIMENTOS DE ATENÇÃO À SAÚDE DE GESTANTES. E mais: são
responsáveis não só os da rede pública, mas também os particulares.

O Estatuto tipifica dois crimes para quem desobedece as disposições


acima:

Æ Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de


atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas,
através de prontuários individuais, pelo prazo de DEZOITO ANOS, bem como
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato:

Pena – Se for DOLOSO, detenção de 06 meses a 02 anos.

Se o crime for CULPOSO:

Pena - detenção de 02 a 06 meses, OU multa.

Vale lembrar que a declaração de nascimento, que servirá de base ao


registro da criança, deverá ser fornecida gratuitamente, independentemente
do pagamento de eventual débito hospitalar.

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Æ Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à


saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames visando ao
diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido:

Pena – Se o crime for DOLOSO, detenção de 06 meses a 02 anos.

Se o crime for CULPOSO:

Pena - detenção de 02 a 06 meses, OU multa. (perceba que a opção de


multa é só para a modalidade culposa!!)

5.3. CRIME RELACIONADO À GUARDA E À TUTELA

Vamos revisar os conceitos de GUARDA, TUTELA e FAMÍLIA SUBSTITUTA


aprendidos na aula passada:

A GUARDA confere à criança ou adolescente a condição de dependente,


para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.

A TUTELA tem o objetivo precípuo de conferir um representante legal à


criança ou adolescente que não o possui, valendo lembrar que a simples
guarda, embora atribua ao guardião a condição de responsável legal pela
criança ou adolescente, não lhe confere o direito de representá-la na prática
dos atos da vida civil.

Entende-se como FAMÍLIA SUBSTITUTA aquela na qual a criança ou o


adolescente foi ou estão inseridos mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente de situação jurídica, nos termos do Estatuto. Você viu
também na aula passada que o Estatuto traz uma série de regras rígidas para
a concessão da guarda e da tutela e também para a colocação de uma criança
ou adolescente em família substituta.

Pois bem, dentre as várias regras, o ECA determina que a colocação em


família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a
terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem
autorização judicial.

Quem desobedece à regra, certamente incorrerá em um dos crimes


abaixo citados:

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Æ Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em


virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:

Pena - reclusão de 02 a 06 anos + multa.

Para caracterização do tipo penal previsto neste dispositivo é necessária


a presença de dolo específico, ou seja, a subtração da criança ou adolescente
deve ter por objetivo a colocação em lar substituto.

5.4. CRIME RELACIONADOS AO COMERCIO E AO TRANSPORTE


IRREGULAR DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE

Ainda quanto às gestantes, vimos também que o poder público deve


ainda proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e
pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do
estado pós-parto. Esse tipo de assistência deve ser prestada inclusive a
gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos
para adoção.

E não esqueça: essas gestantes ou mães que manifestem interesse


em entregar seus filhos para adoção serão OBRIGATORIAMENTE encaminhadas
à Justiça da Infância e da Juventude.
O ECA prevê o seguinte crime para aquelas mães que porventura
queiram ou prometam entregar seus filhos ou pupilos (enteado, sobrinho, filho
adotivo) mediante recebimento de dinheiro. Vejas:

Æ Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga


ou recompensa:

Pena - reclusão de 01 a 04 anos + multa.

O STJ já decidiu que o conceito de “filho”, para fins de tipificação deste


crime, abrange o nascituro, sendo necessário, no entanto, que a oferta ou
promessa seja efetuada a pessoa determinada, e não de maneira genérica.

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IMPORTANTE

¾ Incide NAS MESMAS PENAS quem OFERECE OU EFETIVA a paga ou


recompensa!!

O Estatuto determina que NENHUMA CRIANÇA possa viajar para fora da


comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem
expressa autorização judicial.

Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização somente será


dispensável, se a criança ou adolescente:

9 estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

9 viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo


outro através de documento com firma reconhecida.

Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou


adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia
de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

Lembre-se também de que é possível a colocação de criança ou


adolescente em família substituta ESTRANGEIRA, mas que essa será uma
medida EXCEPCIONAL, somente na modalidade de adoção e respeitando-se
estritamente os requisitos e procedimentos legais previstos no próprio
Estatuto.

Quem desobedecer às disposições acima citadas estará sujeito a


responder pelo seguinte crime:

Æ Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou


adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com
o fito de obter lucro:

Pena - reclusão de 04 a 06 anos + multa.

Se for praticado com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de 06 a 08 anos, além da pena correspondente à


violência.

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Dica: Esse crime é o ÚNICO previsto no ECA com esses prazos de duração de
pena!! Fique ligado!!

5.5. CRIMES RELACIONADOS À PEDOFILIA

Dentre os crimes sexuais tanto combatidos pela sociedade desde os


tempos mais remotos e agora com mais freqüência, estão, sem sombras de
dúvidas entre os mais reprováveis, os atos insanos decorrentes da
PEDOFILIA, que além de serem depravados, sórdidos, repugnantes e
horrendos, produzem seqüelas irreparáveis para as inocentes crianças vítimas
e seus familiares.

O termo pedofilia que é de conotação clinica ingressa na área penal não


como um tipo definido de crime, mas como atos que formam os delitos
sexuais contra as crianças.

A pedofilia que é a perversão sexual de uma pessoa adulta ou


adolescente contra crianças com idade anterior a sua puberdade, é classificada
pela Organização Mundial de Saúde, como sendo uma desordem mental e um
desvio sexual, enquanto que para outros estudiosos no assunto, trata-se de
uma parafilia, um distúrbio psíquico que se caracteriza pela obsessão de
adultos por praticas sexuais anormais, mas que, em ambos os casos tratável
pela psiquiatria ou pela psicologia.

Há ainda os casos mais violentos da espécie em que o construto


obsessivo do pedófilo pode chegar às formas mais desumanas possíveis, até
mesmo com o assassinato da vítima praticado com extremo sadismo, pois
nesse caso o que provoca o prazer sexual ao criminoso é o sofrimento da
vítima, não o ato sexual propriamente dito.

Os meios legais de punição aos indivíduos considerados PEDÓFILOS,


estatuídos no nosso ordenamento jurídico estão devidamente relacionados no
Estatuto da Criança e do Adolescente nos seus artigos 240 a 241-D e 244-A,
assim como, nos artigos 217-A a 218-B do Código Penal, cujos criminosos são
passíveis a diversas penalidades.

Caro aluno, como esse assunto é fruto de recentes debates e de muita


polêmica, aconselho que você dê uma ATENÇÃO ESPECIALÍSSIMA a esse
conjunto de normativos. Revise-os várias vezes e busque entender as
similaridades e diferenças entre eles, pois serão fundamentais para sua prova!!

Antes de qualquer coisa, é preciso que entendamos o conceito, definido


pelo próprio Estatuto, de “CENA DE SEXO EXPLÍCITO OU PORNOGRÁFICA”:
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IMPORTANTE

¾ A expressão “CENA DE SEXO EXPLÍCITO OU PORNOGRÁFICA”


compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em
atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos
genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais

Vamos então agora ao estudo dos crimes de pedofilia tipificados no ECA:

¾ Crime de PRODUÇÃO de pornografia INFANTIL

Æ Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer


meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente:

Pena – reclusão, de 04 a 08 anos + multa.

Esse crime proíbe e combate a PRODUÇÃO de qualquer forma de


pornografia envolvendo criança ou adolescente, cuja pena para os
transgressores, como você acabou de ver é de reclusão de 04 a 08 anos, e
multa. Para você ter uma idéia da gravidade, o simples ato de fotografar
criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica já
caracteriza o crime neste artigo tipificado.

Mas não é só quem produz, reproduz, dirige, fotografa, filma ou registra


essas cenas que responderá por esses crimes não!!

O ECA estabelece que incorre nas mesmas penas quem agencia,


facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de
criança ou adolescente em cenas de sexo explícito ou pornográfica, ou ainda
quem com esses contracena.

E as penas previstas podem ainda ser AUMENTADAS DE UM TERÇO (1/3)


caso o referido crime seja praticado por:

9 Pessoa no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-


la;

9 Pessoa que se prevaleça de relações domésticas, de coabitação ou de


hospitalidade; ou
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9 Pessoa que se prevaleça de relações:

ƒ de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por


adoção,

ƒ de tutor;

ƒ de curador;

ƒ de preceptor;

ƒ de empregador da vítima ou;

ƒ de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela.

E O MAIS IMPORTANTE!!

Nos casos acima mencionados, a pessoa responderá pelo crime e tem sua
pena aumentada em até um 1/3 MESMO QUE A CRIANÇA OU O
ADOLESCENTE TENHA CONSENTIDO as práticas citadas nesse crime em
espécie!!

A lei pune com maior rigor aqueles que, prevalecendo-se de sua função
ou da relação de parentesco ou proximidade com a criança ou adolescente, a
induz à prática das condutas que o dispositivo visa coibir. Em qualquer caso, o
eventual “consentimento” da vítima e/ou o fato de já ter se envolvido em
situações similares no passado é absolutamente irrelevante para
caracterização do crime.

¾ Crime de VENDA de pornografia INFANTIL

Æ Vender ou expor à venda fotografia, VÍDEO ou OUTRO REGISTRO que


contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:

Pena – reclusão, de 04 a 08 anos + multa.

Estima-se que o comércio de pornografia infantil movimenta mais de 3


bilhões de dólares por ano, só no Brasil. Um número deverasmente devastador

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e preocupante que comprova a grande quantidade de pedófilos existente no


nosso país.

Existem sites e pessoas maledicentes que procuram enganar, incitar,


induzir ou seduzir crianças e adolescentes a acessar na internet conteúdos
imorais e indecentes como pornografia de todo tipo e até infantil, no intuito de
obter fotos e informações pessoais de tais vítimas também em situações
semelhantes, em troca de favores diversos.

Dica: Os últimos dois crimes estudados são os UNICOS com pena de


reclusão com prazo de 04 a 08 anos!! Fique ligado!!

¾ Crime de DIVULGAÇÃO de pornografia INFANTIL

Æ Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por


qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou
telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 03 a 06 anos + multa.

Se a pessoa troca fotos pornográficas envolvendo crianças e


adolescentes através da internet, resta caracterizada a conduta descrita no
tipo penal acima, uma vez que permite a difusão da imagem para um número
indeterminado de pessoas, tornando-as públicas.

Para a caracterização desse crime não se exige dano individual


efetivo, bastando o potencial. Significa não se exigir que, em face da
publicação, haja dano real à imagem, respeito à dignidade etc. de alguma
criança ou adolescente, individualmente lesados. O tipo penal se contenta com
o dano à imagem abstratamente considerada.

Vale destacar que se as imagens foram trocadas entre pessoas


residentes no Brasil, a competência para processar e julgar o crime será da
Justiça ESTADUAL.

No entanto, em se tratando de divulgação de imagem em site de


relacionamento (Orkut, Facebook e outros etc.), dada abrangência da
divulgação, que potencialmente extrapola o âmbito do território nacional, a
competência para processar e julgar o crime em questão passa a ser da Justiça
FEDERAL.

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E não para por aí!! Não é só quem oferece, troca, disponibiliza,


transmite, distribui, publica ou divulga essas cenas que poderá ser enquadrado
nesse crime.

O Estatuto estabelece que NAS MESMAS PENAS incorra quem assegura


os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou
imagens de sexo explícito ou pornográfica e quem assegura, por qualquer
meio, o acesso por rede de computadores a essas fotografias, cenas ou
imagens.

Esse é o caso, por exemplo, dos proprietários de lan-houses que


permitam (ou sem omitem) tanto o armazenamento quanto o acesso a esses
dados.

ATENÇÃO!!

¾ O responsável legal pela prestação do serviço (o dono de uma lan-house ou


de um site de internet, por exemplo) SÓ INCORRERÁ NAS MESMAS PENAS
se depois de oficialmente notificado, deixar de desabilitar o acesso
ao conteúdo ilícito tratado nesse crime.

¾ Crime de POSSE de pornografia INFANTIL

Æ Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou


outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 01 a 04 anos + multa.

Com o disposto acima, o Estatuto passa a criminalizar a simples posse


de material pornográfico envolvendo criança ou adolescente, sob qualquer
forma, visando assim coibir a ação de pessoas mantém tais registros para uso
próprio.

IMPORTANTE

¾ Agora, se o material encontrado com a pessoa for de PEQUENA


QUANTIDADE sua pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços).
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Dica: esse é o ÚNICO crime previsto no ECA que tem pena de reclusão
com duração de 01 a 04 anos!!

¾ Crime de PRODUÇÃO de pornografia INFANTIL SIMULADA

Esse é o crime que trata das cenas pornográficas montadas e versa o


seguinte:

Æ Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo


explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação
de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual

Pena – reclusão, de 01 a 03 anos + multa.

Muitas das imagens de pornografia infantil divulgadas são na verdade


imagens fictícias tecnologicamente alteradas pelos abusadores sexuais para
tornar os fatos como sendo normais ou banais aos olhos das crianças e assim
se conseguir que estas inocentes vítimas produzam suas próprias fotos ou
vídeos encaminhando-as para tais criminosos em troca de alguma vantagem
auferida ou prometida, por isso também a preocupação do legislador em cercar
tal possibilidade de delinqüência.

Cabe destacar que, para caracterização do crime acima tipificado, sequer


é necessário a prática real de sexo com criança ou adolescente. Basta a
simples simulação de tal prática, ainda que por intermédio de montagem
ou edição de cenas e imagens. O objetivo da norma é desestimular toda e
qualquer produção de imagens pornográficas envolvendo crianças ou
adolescentes.

Mesmo que a pessoa não seja o produtor dessa simulação ou montagem,


ela INCORRERÁ NAS MESMAS PENAS se vender, expor à venda, disponibilizar,
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, adquirir, possuir ou
armazenar o material produzido.

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PRESTE BASTANTE ATENÇÃO!!

NÃO HÁ CRIME se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de


comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas dos
crimes de PRODUÇÃO, VENDA, DIVULGAÇÃO ou PRODUÇÃO SIMULADA de
pornografia infantil, quando a comunicação for feita por:

9 Agente público no exercício de suas funções;

9 Membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas


finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o
encaminhamento de notícia dos crimes acima citados;

9 Representante legal e funcionários responsáveis de provedor de


acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até
o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao
Ministério Público ou ao Poder Judiciário.

As pessoas acima mencionadas deverão manter SOB SIGILO o


material ilícito referido.

¾ Crime de ALICIAMENTO de criança

Æ Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de


comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:

Pena – reclusão, de 01 a 03 anos + multa.

O crime acima descrito, muito estranhamente cita apenas a criança


omitindo o adolescente, ou seja, deixando a entender que não é crime se
cometido contra adolescente. É possível, no entanto, que as condutas venham
a caracterizar outros crimes, previstos no próprio ECA ou em outras leis,
valendo observar, em especial, o disposto no art. 217-A, do Código Penal (com
a redação que lhe deu a Lei nº 12.015/2009), que considera “estupro” a
prática de qualquer ato libidinoso com menor de 14 (quatorze) anos.

O ECA estabelece ainda que NAS MESMAS PENAS incorre quem:

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9 facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo


explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato
libidinoso;

9 pratica as condutas descritas acima com o fim de induzir criança a se


exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita.

É muito comum esse tipo de assédio pela internet, através de salas de


bate-papo tipo chats ou programas de relacionamento tipo MSN, ORKUT,
MySpace... Sendo também comum o caso do criminoso pedófilo que pede a
criança para se mostrar nua, seminua ou em poses eróticas diante de uma
webcam, ou mesmo pessoalmente.

Dica: os dois últimos crimes analisados são os ÚNICOS a terem pena de


reclusão de 01 a 03 anos e multa!!

5.6. CRIME DE PROSTITUIÇÃO INFANTIL

Preste bastante atenção a esse crime, pois é um dos mais graves E MAIS
importante crime cometido contra criança e adolescente tipificado pelo ECA. Se
há um crime que precisa correr em suas veias para a SUA PROVA, ESSE CRIME
CHAMA-SE: CRIME DE prostituição infantil. Vamos a ele:

Æ Submeter criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual:

Pena – reclusão de 04 A 10 ANOS + multa.

As normas instituídas no sentido da responsabilização penal dos agentes


que praticam abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes decorrem
nada menos que do disposto nos arts. 227, caput e §4º, da CF, como forma de
resguardar, acima de tudo, o princípio da dignidade da pessoa humana.

A garantia da cidadania plena de todas as crianças e adolescentes, em


especial daquelas que se encontram em condição de maior vulnerabilidade,
sem dúvida passa pelo reconhecimento de que, nos casos de exploração
sexual, independentemente de qualquer "experiência prévia" da vítima, a
mesma invariavelmente se encontra em posição de inferioridade em relação ao
agente, restando, portanto, sempre presente uma relação desigual de poder e
de "submissão" que, necessariamente, levará à caracterização do tipo penal
acima descrito.
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Crianças e adolescentes, em razão de sua peculiar condição de pessoas


em desenvolvimento, estarão sempre em posição de inferioridade em relação
aos adultos, notadamente para fins de caracterização de abuso ou exploração
sexual.

Assim sendo, para fins de caracterização desse crime, é absolutamente


irrelevante se perquirir acerca da conduta da criança ou adolescente vítima da
exploração sexual, até porque não é esta quem deve ser julgada (e muito
menos discriminada) e a repressão a este tipo de infração, de elevada
reprovabilidade moral, social e jurídica, transcende o interesse individual e,
como ocorre com outras normas que visam tutelar a dignidade humana de
crianças e adolescentes, atinge a toda sociedade.

Trata-se, portanto, de um crime formal, para cuja caracterização a


conduta da vítima é absolutamente irrelevante. Assim, devem ser considerados
incursos neste tipo penal todos aqueles que, de alguma forma, praticam ou
contribuem para prática de atos libidinosos com crianças e adolescentes,
notadamente a troco de vantagens de qualquer ordem.

Importante saber que INCORREM NAS MESMAS PENAS o proprietário, o


gerente ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão de
criança ou adolescente às práticas de prostituição ou exploração sexual. E
ainda mais: constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.

Relacionado ainda à questão dos criminosos sexuais contra crianças,


disposta no nosso ordenamento repressivo penal, temos os que se enquadram
juridicamente no CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, cujas penas são bem
mais rigorosas. Esse crime não está previsto no ECA e, sim, no art. 217-A do
Código Penal, mas pela sua relevância e atualidade, faz-se necessário que eu
revise esse tipo penal com você.

5.7. CRIME DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Æ Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14


(catorze) anos:

Pena - reclusão, de 08 a 15 anos.

Incorre na mesma pena quem pratica as ações acima descritas com alguém
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência.

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Aquela pessoa que tiver conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso
com menor de 14 anos estará sujeita, além das penas acima previstas, a não
obter certos benefícios da Lei pelo fato do crime ser considerado como
hediondo.

O entendimento do estupro de vulnerável nasceu de forma mais real,


mais presente, mais viva, vez que substituiu a duvidosa presunção da violência
do antigo tipo. O dispositivo busca punir toda relação sexual ou ato
considerado libidinoso, de qualquer natureza, ocorridos com ou sem
consentimento do menor de 14 anos de idade, não importando o meio
usado para a consolidação do fato, se por violência, ameaça, fraude ou livre
vontade da vítima.

5.8. CRIME DE CORRUPÇÃO DE MENORES

Æ Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele


praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:

Pena - reclusão, de 01 a 04 anos.

Impende observar que o crime acima tipificado é meramente formal,


razão pela qual é irrelevante o fato de as crianças ou adolescentes com as
quais o crime é praticado tenham ou não antecedentes infracionais.

Outro fato importante a respeito desse crime é que INCORRRERÁ NAS


MESMAS PENAS pratica tais condutas utilizando-se de quaisquer meios
eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. Podemos ainda
nesse crime inserir também o PEDÓFILO, vez que se configura com a indução
de alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem.

E mais: caso o crime praticado em companhia de criança ou adolescente


se enquadre no rol dos chamados “crimes hediondos”, a pena é
aumentada em 1/3 (um terço), dada maior reprovabilidade da conduta. É o
caso de alguém que corrompe um menor de 18 anos a junto com ele praticar
um latrocínio ou um estupro, por exemplo.

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5.9. CRIMES RELACIONADOS À VENDA DE ARMAS, SUBSTÂNCIAS


CAUSADORAS DE DEPENDÊNCIA E FOGOS DE ARTIFÍCIO

O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu art. 81, PROÍBE


EXPRESSAMENTE a venda à criança ou ao adolescente de:

9 ARMAS, MUNIÇÕES E EXPLOSIVOS;

9 BEBIDAS ALCOÓLICAS;

9 produtos cujos componentes possam causar DEPENDÊNCIA FÍSICA OU


PSÍQUICA ainda que por utilização indevida;

9 FOGOS DE ESTAMPIDO E DE ARTIFÍCIO, exceto aqueles que pelo seu


reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico
em caso de utilização indevida;

Pois bem, e o que acontece com quem desrespeita uma dessas


proibições? Certamente será responsabilizado por um dos crimes que
trataremos agora. Vamos conhecê-los:

¾ Armas, munições e explosivos

Æ Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a


criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 03 a 06 anos.

Sobre esse crime é preciso que façamos uma reflexão, observando o


disposto também no art. 13 do Estatuto do Desarmamento!!

O art. 13, do Estatuto do Desarmamento estabelece que “deixar de


observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos
ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que
esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade” caracteriza, em tese,
crime punível com detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. O Estatuto

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do Desarmamento, aliás, em seu art. 16, par. único, inciso V, também


considera crime, punível de 03 (três) a 06 (seis) anos de reclusão, e multa,
“vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente”.

Quer nos parecer, portanto, que o crime de venda de armas de munições


e explosivos à criança e adolescente aqui examinado, ECA foi tacitamente
revogado pelo citado art. 16, par. único, da Lei nº 10.826/2003, que além de
se tratar de lei posterior, estabelece um tratamento mais rigoroso ao agente,
por incluir a multa como pena a ser também aplicada, conjuntamente com a
privativa de liberdade.

Entretanto, caro aluno, perceba que essa revogação não está


oficialmente estabelecida na letra do ECA. Diante disso, para fins de sua prova,
recomendo que você considere que o crime de fato é previsto sim na lei, mas
que, no entanto, há o entendimento doutrinário acima explanado. Fazendo isso
você se protege de possíveis armadilhas em sua prova.

Æ Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de


qualquer forma, a criança ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos
componentes possam causar dependência física ou psíquica, ainda que
por utilização indevida:

Pena - detenção de 02 a 04 anos + multa, se o fato não constitui crime mais


grave.

Trata-se de um tipo penal aberto, posto que somente aplicável a


substâncias que não são consideradas “drogas ilícitas”. Essa conduta foi
tipifica justamente para permitir a punição daqueles que fornecem a crianças e
adolescentes produtos tais como thinner e outros solventes, "cola de
sapateiro" e outros inalantes, que por utilização indevida, podem causar
dependência física ou psíquica.

A rigor aqui também são enquadrados o cigarro comum (pois a nicotina


nele contida comprovadamente pode causar dependência) e a bebida alcoólica.
Em que pese alguns julgados excluírem as bebidas alcoólicas do rol de
substâncias cuja venda ou fornecimento caracterizaria o crime tipificado neste
artigo, semelhante entendimento, não é razoável nem correto, haja vista que
jamais foi a intenção do legislador tal exclusão.

Desnecessário dizer que seria um verdadeiro contra-senso criminalizar o


fornecimento de um simples cigarro comum (tal qual permite o dispositivo) e
considerar que o fornecimento de bebida alcoólica caracterizaria mera
contravenção penal. Vale lembrar que todas as disposições contidas no ECA,
inclusive as relativas aos crimes praticados contra crianças e adolescentes,
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devem ser invariavelmente interpretadas e aplicadas da forma que melhor


assegurem a proteção integral prometida no ECA, punindo da maneira mais
rigorosa e eficaz aqueles que violam seus direitos.

Importante observar que o crime somente é punível a título de DOLO,


ou seja, o agente deve ter consciência de que está fornecendo a substância à
criança ou a adolescente e que este a utilizará como entorpecente.

Æ Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a


criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, EXCETO aqueles
que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano
físico em caso de utilização indevida:

Pena - detenção de 06 MESES a 02 anos + multa.

Esse crime é de simples compreensão, porém vale destacar que não são
todos os tipos de fogos de estampido ou de artifício que o ECA proíbe que
sejam vendidos, fornecidos ou entregues à criança ou ao adolescente. O
próprio tipo penal acima descrito exclui do delito aqueles tipos de fogos que,
pelo reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico
mesmo que sejam usados indevidamente. Lembre-se disso!!

As questões de crimes não têm chamada muita atenção das bancas e,


quando são cobradas, não trazem dificuldades para aqueles que realmente
estudaram. Veja:

[CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/ES – 2011]


Determinado cidadão, penalmente responsável, valendo-se de uma
adolescente de treze anos de idade, sexualmente corrompido, produziu
imagens eróticas em cenário previamente montado, divulgando-as por
meio de sistema de informática em sítio da Internet. O mantenedor do
sítio, tão logo divulgadas as imagens, foi notificado pelo juiz da
infância e da juventude do conteúdo ilícito do material e, de imediato,
desabilitou o acesso às imagens.

Com referência à situação hipotética acima, julgue os itens a seguir à


luz do Estatuto da Criança e do Adolescente.

01. Na situação considerada, é viável a prisão em flagrante do


mantenedor do sítio, porquanto a sua conduta é classificada como
crime permanente, uma vez ultrapassada a fase de notificação e não
desativado o acesso.

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Æ Vamos analisar o fato: uma pessoa produziu imagens eróticas de uma


adolescente em um cenário previamente montado e as divulgou por meio de
sistema de informática em sítio da Internet. De acordo com o que acabamos
de estudar, existe um grupo de crimes previstos pelo ECA que tem relação
direta com a pedofilia e, analisando a situação hipotética da questão,
percebemos que dois desses crimes foram cometidos por essa pessoa: o crime
de PRODUÇÃO de pornografia infantil (produzir, reproduzir, dirigir, fotografar,
filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica,
envolvendo criança ou adolescente) e o crime de DIVULGAÇÃO de pornografia
infantil (oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou
divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente).

Até aí tudo bem, mas acontece que ao divulgar essa imagem, não é só o
carinha que responderá por pelo crime de divulgação não!! O ECA também
estabelece que o responsável legal pela prestação do serviço (o mantenedor do
sítio na Internet) incorrerá NAS MESMAS PENAS do crime de DIVULGAÇÃO se
depois de oficialmente notificado, deixar de desabilitar o acesso ao
conteúdo ilícito tratado nesse crime.

Vimos no enunciado da questão que o mantenedor do sítio foi notificado pelo


juiz da infância e da juventude do conteúdo ilícito do material e, de imediato,
desabilitou o acesso às imagens. Se assim não tivesse feito, praticaria sim esse
crime, seria esse considerado de fato um crime permanente e tal conduta
viabilizaria de imediato a sua prisão em flagrante. É o que argumenta
corretamente a assertiva da questão. ITEM CORRETO

02. Para a configuração da conduta do criador das imagens em relação


ao tipo penal descrito como produzir imagem pornográfica envolvendo
adolescente, exige-se a prática de relação sexual entre o agente e o
menor, não se demandando qualquer correção moral do adolescente.

Æ Caro aluno, essa assertiva tem a clara intenção de “pegar” aquele aluno
menos preparado. E não é esse seu caso!! Ao estudar o crime de PRODUÇÃO
de pornografia infantil, vimos que é um crime tão grave que, o simples ato de
fotografar criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica, já
caracteriza o crime neste artigo tipificado. NÃO HÁ NECESSIDADE ALGUMA DE
QUE HAJA A RELAÇÃO SEXUAL para que o crime seja consumado.

E ainda mais: também incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou
adolescente em cenas de sexo explícito ou pornográfica, ou ainda quem com
esses contracenam!! ITEM ERRADO

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03. À conduta do produtor das imagens não caberão, de regra, os


benefícios penais da transação penal, da suspensão condicional do
processo e da suspensão condicional da pena, em face de a pena
cominada à conduta ser superior a quatro anos.

Æ Na preparação para a sua prova, ao ver o Direito Penal, certamente você já


estudou ou estudará sobre a Lei 9.099/95, a Lei dos Juizados Especiais
Criminais. O maior objetivo dessa lei foi pautar os processos contra crimes DE
MENOR PORTENCIAL OFENSIVO pelos critérios da oralidade, informalidade,
economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a
reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa
de liberdade. Para tanto, ela traz algumas vantagens (ou benefícios) para
quem reponde por esses crimes. Dentre outras, temos a TRANSAÇÃO PENAL e
a SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO.

Pois bem, o que é a TRANSAÇÃO PENAL? Nos crimes considerados de menor


potencial ofensivo (crimes cuja pena máxima não exceda a 02 anos), pode o
Ministério Público negociar com o acusado sua pena. Ou seja, é um “bem
bolado” entre a acusação e a defesa pra evitar que o processo corra, poupando
o réu (e o Estado também) de todas as cargas consequentes (sociais,
psicológicas, financeiras etc.). As propostas podem abranger só duas espécies
de pena: multa e restritiva de direitos. A primeira é obviamente pecuniária, a
segunda pode ser prestação de serviços à comunidade, impedimento de
comparecer a certos lugares, proibição de gozo do fim de semana etc.,
depende da criatividade dos promotores (que atualmente só conhecem o
pagamento de cesta básica). A TRANSAÇÃO PENAL, que deve ser proposta
antes do oferecimento da denúncia. A aceitação da proposta não pode ser
considerada reconhecimento de culpa ou de responsabilidade civil sobre o fato,
não pode ser utilizada para fins de reincidência e não consta de fichas de
antecedente criminal.

Outro benefício trazido por essa lei é a SUSPENSÃO CONDICIONAL DO


PROCESSO que é uma forma de solução alternativa para problemas penais,
que busca evitar o início do processo em crimes CUJA PENA MÍNIMA NÃO
ULTRAPASSA 1 ANO ( pena ≤ 1ano) quando o acusado não for reincidente em
crime doloso e não esteja sendo processado por outro crime.

Por último, temos a SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA, instituto


regulamentado pela Lei de Execuções Penais (art. 156) e que num benefício
concedido ao acusado onde este não terá sua liberdade tolhida em razão de ter
praticado determinado delito cuja cominação da pena não SEJA SUPERIOR A 2
(DOIS) ANOS, atendidos, ainda, os requisitos da Lei e demais condições
impostas pelo juiz.

Agora te pergunto: qual a pena para o crime de PRODUÇÃO de pornografia


infantil, crime esse praticado pelo agente de nossa questão?

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Reclusão de 04 A 08 ANOS e multa!! Ora, se a pena mínima já é maior que 02


anos, esse crime jamais será de MENOR POTENCIAL OFENSIVO e, sim, de
MAIOR potencial ofensivo e, por esse motivo, o criminoso NÃO GOZARÁ dos
benefícios penais suscitados na questão: transação penal, suspensão
condicional do processo e suspensão condicional de pena.

Gabarito: CORRETO

04. A natureza jurídica da notificação do mantenedor do sítio constitui


condição de procedibilidade e a ação penal somente poderá ser
intentada quando a notificação tiver sido efetivamente realizada e o
serviço de acesso não tiver sido desabilitado.

Æ De fato, a notificação do mantenedor do sítio tem natureza apenas


processual, pois não significa que, ao ser autuado, necessariamente ele estará
respondendo a uma ação penal. Ao ser notificado, o mantenedor deve
suspender de imediato o acesso às imagens ilícitas. Agora, caso não o faça, aí
sim, responderá a ação criminal e incorrerá, se condenado, às mesmas penas
de quem produziu as imagens.

Gabarito: CORRETO

VI – AS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Caro aluno, ao introduzir sobre crimes, pontuamos que o ECA trata


algumas condutas atentatórias aos direitos de crianças e adolescentes como
crime e outras como INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS (arts. 245 a 258-B).

Pois bem, embora não cheguem a caracterizar crimes, no entender do


legislador estatutário, certas condutas que acarretam a violação de direitos
infanto-juvenis devem ser alvo da repressão estatal, através do processo e
julgamento perante a Justiça da Infância e da Juventude.

Ao estudar, na aula passada, sobre o Juizado da Infância e da Juventude,


vimos que uma de suas principais competências é exatamente a de aplicar
PENALIDADES ADMINISTRATIVAS nos casos de INFRAÇÕES contra norma de
proteção à criança ou adolescentes (cf. art. 148, inciso VI, do ECA).

O mais curioso sobre as infrações administrativas previstas no


ECA é que algumas delas trazem as sanções expressas em “salários-de-
referência”, que há muito não mais existem. No caso das infrações

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administrativas, não se fala em penas privativa de liberdade (detenção ou


reclusão). Embora tais salários-de-referência ainda estejam na letra da lei, as
multas ainda podem sim ser aplicadas, agora em reais, usando os parâmetros
mínimo e máximo fixados pela lei, tomando por base o último salário-de-
referência, devidamente corrigido (embora já se tenha admitido fixar a pena
em salários mínimos).

O art. 145 c/c art. 264 do ECA estabelece que o produto da arrecadação
dessas multas é revertido ao Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente. Importante também mencionar que as multas administrativas,
cominadas a estas infrações, não se confundem com as multas penais, tendo
um prazo prescricional também diferenciado: 05 (cinco) anos, vez que são
consideradas “receitas não tributárias”, consoante disposto no Código
Tributário Nacional.

Para a sua prova, você não precisará se preocupar em memorizar ou


saber quando caberá ou não a aplicação desse tipo de pena, pois nenhuma
prova elaborada até hoje ousou cobrar do aluno tal conhecimento. Você há de
concordar comigo que, para o elaborador, há muitos assuntos bem mais
interessantes e inteligentes que possam suscitar questões do que o
conhecimento das multas de infrações administrativas.

Nossa preocupação aqui não será com os valores de multa e sim em


explicar as infrações administrativas mais relevantes.

E quais são então essas infrações administrativas? Vamos conhecê-las!!

¾ Maus-tratos

Æ Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção


à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o


dobro em caso de reincidência.

Já estudamos que no âmbito do ensino fundamental, os dirigentes de


estabelecimentos de ensino fundamental devem comunicar ao Conselho
Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos. E não só os
dirigentes de escola!! Os professores ou responsáveis por estabelecimento de
atenção à saúde, pré-escola ou creche.

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O estatuto determina, em seu art. 13, que os casos de suspeitas ou


confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente devem ser
OBRIGATORIAMENTE comunicados ai Conselho Tutelar da respectiva
localidade. Quem assim não o fizer, incorrerá na prática de infração acima
descrita.

¾ Diretos do adolescente em regime de internação

Æ Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o


exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124
desta Lei:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o


dobro em caso de reincidência.

Aos estudarmos sobre a internação de adolescente infrator, vimos que o


Estatuto elencou um rol de direitos aos adolescentes internados, ou seja,
privados de liberdade. Na aula passada elencamos um rol desses direitos, mas
aqui quero destacar aqueles a que se refere à infração administrativa acima
citada. O responsável ou funcionário da entidade de atendimento que
desrespeitá-los responderá por essa infração. São eles os seguinte direitos:

ƒ Peticionar diretamente a qualquer autoridade;

ƒ Avistar-se reservadamente com seu defensor;

ƒ Receber visitas, ao menos, semanalmente;

ƒ Corresponder-se com seus familiares e amigos e;

ƒ Receber escolarização e profissionalização.

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¾ Sigilo nos processos

Æ Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer


meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial,
administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
infracional:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o


dobro em caso de reincidência.

O Estatuto veda expressamente a divulgação de ATOS JUDICIAIS,


POLICIAIS e ADMINISTRATIVOS que digam respeito a crianças e adolescentes
a que se atribua autoria de ato infracional. E se houver algum tipo de
divulgação ou notícia a respeito do fato, estabelece ainda que não poderá
haver a identificação da criança ou do adolescente, vedando-se fotografia,
referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e,
inclusive, iniciais do nome e sobrenome.

É, inclusive, irrelevante determinar se houve ou não dolo, bastando a


simples constatação da divulgação indevida, sem autorização judicial, para
caracterizar a infração respectiva. A criança e o adolescente têm direito ao
resguardo da imagem e intimidade e, por isso, é vedado, por isso, aos órgãos
de comunicação social narrar fatos, denominados infracionais, de modo a
identificá-los.

IMPORTANTE

¾ INCORRE NA MESMA PENA quem exibe, total ou parcialmente,


fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional,
ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe
sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou
indiretamente.

¾ Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou


televisão, além da pena prevista acima, a autoridade judiciária poderá
determinar a apreensão da publicação.

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Caro aluno, muita atenção: esta última regra sofreu recente


mudança através da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN nº
862-DF)!!

Antes dessa ADIN, a parte final dessa regra tinha a seguinte redação:
“...e a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem como a
publicação do periódico até por dois números”.

Pois bem, essa frase foi declarada INCONSTITUCIONAL e hoje não mais
tem efeitos jurídicos. Subsiste, portanto, para o órgão de imprensa ou
emissora de rádio ou televisão, que exibe, total ou parcialmente, fotografia de
criança ou adolescente envolvido em ato infracional a possibilidade de
aplicação tanto da multa administrativa quanto da pena acessória da
apreensão da publicação em que houve a divulgação indevida.

¾ Poder Familiar, Guarda e Tutela

Æ Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu domicílio, no prazo de


cinco dias, com o fim de regularizar a guarda, adolescente trazido de outra
comarca para a prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado pelos
pais ou responsável:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o


dobro em caso de reincidência, independentemente das despesas de
retorno do adolescente, se for o caso.

O presente dispositivo é muito criticado por, de um lado, desvirtuar o


instituto da guarda e comprometer o regular exercício do direito à convivência
familiar (que deve ocorrer preferencialmente no seio da família de origem da
criança ou adolescente) e, de outro, dar uma aparente “legitimidade” a uma
das formas mais “tradicionais” de exploração do trabalho juvenil.

O guardião, por razões óbvias e dada amplitude de seus deveres para


com o(a) guardado(a), não deve se confundir com a figura de seu empregador,
sendo desnecessário dizer, a propósito que, na pior das hipóteses, para
prestação de serviços domésticos o(a) adolescente teria de contar, no mínimo,
com 16 (dezesseis) anos de idade e ter obrigatoriamente registrada sua CTPS,
com a garantia de todos os direitos trabalhistas e previdenciários, na forma da
lei e da Constituição Federal.

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Æ Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder


familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da
autoridade judiciária ou Conselho Tutelar:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o


dobro em caso de reincidência.

Sobre essa infração, sugiro que você dê uma olhadinha também nos
arts. 244, 246 e 247 do Código Penal, que definem os crimes de abandono
material, abandono intelectual e abandono moral (respectivamente).

A responsabilidade dos pais, nos termos dessa infração, pode decorrer,


inclusive, da constatação da prática de condutas ilícitas de seus filhos, que
traduziriam o descumprimento do dever de educação no mais amplo sentido da
palavra, que àqueles incumbe.

Interessante observar a equiparação, em termos de importância, do


Conselho Tutelar em relação à autoridade judiciária. Haverá incidência da
infração administrativa em questão tanto quando do descumprimento, por
parte dos pais ou responsável por criança ou adolescente, das medidas
aplicadas pelo Conselho Tutelar, quando do descumprimento, por parte das
autoridades competentes, das requisições efetuadas pelo órgão, no regular
exercício de suas atribuições.

Vale mencionar que semelhante disposição visa dar coercibilidade às


determinações e requisições do Conselho Tutelar, de modo a assegurar que os
casos de ameaça ou violação dos direitos infanto-juvenis por ele atendidos
sejam rapidamente solucionados, sem que, para tanto, tenha de ser acionada
a autoridade judiciária.

Importante também não perder o crime que já estudamos de “impedir ou


embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei”,
o que reforça a idéia de que o Conselho Tutelar possui o status de autoridade
pública, dotada de poderes equiparados aos da autoridade judiciária e
Ministério Público, para fins de defesa dos direitos infanto-juvenis.

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¾ Hospedagem indevida de menores

Æ Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou


responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
hotel, pensão, motel ou congênere:

Pena – multa.

Tanto as pessoas físicas quanto as pessoas jurídicas podem ser sujeitos


passivos desta infração administrativa, que restará caracterizada ainda que o
acesso irregular no estabelecimento seja permitido por negligência do
responsável pelo estabelecimento ou seus prepostos.

No caso das pessoas jurídicas, temos ainda que, em caso de reincidência,


sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá determinar O
FECHAMENTO DO ESTABELECIMENTO POR ATÉ 15 DIAS. E ainda tem mais: se
comprovado que o estabelecimento reincidiu em período inferior a 30 dias, o
estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença
cassada.

O legislador demonstrou, com isso, ter colocado a pessoa jurídica no pólo


passivo da infração administrativa, ao prever como pena acessória à multa, no
caso de reincidência na prática de infração, o "fechamento do
estabelecimento". É fundamental que os estabelecimentos negligentes - que
fazem pouco caso das leis que amparam o menor - também sejam
responsabilizados, sem prejuízo da responsabilização direta das pessoas físicas
envolvidas em cada caso, com o intuito de dar efetividade à norma de proteção
integral à criança e ao adolescente.

¾ Transporte indevido de menores

Æ Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, sem observar as


exigências constantes nos arts. 83, 84 e 85 do ECA (vide artigos):

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o


dobro em caso de reincidência.

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Importante aqui observar que não se exige o fim de lucro e/ou qualquer
qualidade especial do agente. Qualquer pessoa, física ou jurídica, que efetuar o
transporte irregular da criança ou adolescente, estará, em tese, sujeito às
sanções contidas no dispositivo.

¾ Exibição de espetáculos, filmes, rádio e televisão impróprios

Para esse grupo de infrações administrativas vou fazer um bate-pronto


mencionando as condutas estabelecidas pelo Estatuto e que devem ser
respeitadas e, para cada uma delas, mencionarei a infração correspondente
para quem as descumpre, ok?

O ECA versa que O PODER PÚBLICO, ATRAVÉS DO ÓRGÃO COMPETENTE,


regulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza
deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que
sua apresentação se mostre inadequada.

Determina também que os responsáveis pelas diversões e espetáculos


públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local
de exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa
etária especificada no certificado de classificação.

A desobediência a essa determinação legal incorrerá no cometimento da


infração a seguir:

Æ Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar


visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada
sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada
no certificado de classificação:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), aplicando-se o dobr

Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos


públicos classificados como adequados à sua faixa etária e as crianças
menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de
apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou
responsável.

Assim:

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Æ Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos,


sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência), duplicada em caso


de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e
aos órgãos de divulgação ou publicidade.

As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário


recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades
educativas, artísticas, culturais e informativas e nenhum espetáculo será
apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua
transmissão, apresentação ou exibição.

Æ Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso


do autorizado ou sem aviso de sua classificação:

Pena - multa de (vinte a cem salários de referência); duplicada em caso


de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão
da programação da emissora por até dois dias.

Æ Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão


competente como inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao
espetáculo:

Pena - multa de (vinte a cem salários de referência); na reincidência, a


autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o
fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que


explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão
para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação
atribuída pelo órgão competente. Tais fitas deverão exibir, no invólucro,
informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.

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Æ Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em


desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:

Pena - multa de (três a vinte salários de referência); em caso de


reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento
do estabelecimento por até quinze dias.

¾ Revistas e publicações

As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a


crianças e adolescentes devem ser comercializadas em embalagem
lacrada, com a advertência de seu conteúdo. As editoras devem cuidar para
que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam
protegidas com embalagem opaca.

As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não


poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de
BEBIDAS ALCOÓLICAS, TABACO, ARMAS e MUNIÇÕES, e deverão respeitar os
valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Para quem descumprir essas obrigações responderá por infração


administrativa e terá como pena multa de (três a vinte salários de referência),
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão
da revista ou publicação.

¾ Gestantes e a Adoção

Æ Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à


saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária
de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada
em entregar seu filho para adoção:

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil


reais). (ESSA PENA É BEM RECENTE!!)

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INCORRE NA MESMA PENA o funcionário de programa oficial ou


comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que deixa de
efetuar a supracitada comunicação.
O objetivo da norma é evitar que profissionais de saúde e/ou
encarregados de programas de atendimento a crianças, adolescentes e famílias
promovam a “intermediação” de adoções irregulares. Demonstra a
preocupação do legislador em assegurar que as adoções sejam sempre
realizadas em estrita observância das regras e parâmetros estabelecidos em
lei, na perspectiva de abolir, em definitivo, as práticas ilegais e abusivas
tradicionalmente verificadas.

Às nossas últimas questões da aula de hoje:

[CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008 –


ADAPT.] Não constitui crime, mas mera infração administrativa,
divulgar pela televisão, sem autorização devida, o nome de criança
envolvida em procedimento policial pela suposta prática de ato
infracional.

ÆFoi o que você acabou de constatar ao estudar as infrações administrativas


previstas no ECA!! Divulgar pela televisão, sem autorização devida, o nome de
criança envolvida em procedimento policial pela suposta prática de ato
infracional é uma conduta considerada pelo ECA como uma INFRAÇÃO
ADMINISTRATIVA e não um crime.

Gabarito: CORRETO

***

Caro futuro Agente DETRAN-DF, finalizamos mais um importante passo


no estudo para seu concurso!!

Apesar de não ser o maior alvo de questões em sua prova, o estudo


dessa Lei torna-se de fundamental importância para a sua pontuação final. São
aquelas questões que se você as acerta, possivelmente não fará muita
diferença em sua posição na classificação final, mas se as erra...Podem te
fazer perder muitas posições!! Tenho certeza que você, aluno do Ponto, com
essas aulas, não terá problemas com essas leis. No entanto, a hora do foco
total é agora e, para um concurso disputadíssimo como esse do Detran-DF,
cada questão valerá ouro!!

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Não deixe de prestigiar o fórum de seu curso com suas dúvidas e


questionamentos. Já disse e repito: estarei sempre por lá à sua disposição!!
Conte comigo!!

Até a próxima aula e bons estudos!!

*****

QUESTÕES DE SUA AULA

01. [AOCP – EDUCADOR SOCIAL- PREF. IBIPORÃ/PR – 2011] Assinale


a alternativa que preencha corretamente as lacunas da assertiva
abaixo.

"Considera-se criança, conforme o Estatuto da Criança e do


Adolescente, a pessoa até ________ anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre doze e _________ anos de idade. "

(A) onze / vinte

(B) doze / dezoito

(C) doze / vinte

(D) onze / dezoito

(E) nove / quinze

02. [PL CONSULT. – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CAMPOS NOVOS/RS –


2011] De acordo com a Lei n° 8.060/90 que trata sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente, considera-se adolescente a pessoa dos:

(A) Doze aos dezesseis anos de idade.

(B) Onze aos dezesseis anos de idade.

(D) Doze aos vinte anos de idade.

(D) Onze aos dezoito anos de idade.

(E) Doze aos dezoito anos de idade.

03. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] A colocação em


família substituta, para os maiores de doze anos de idade, dar-se-á
independentemente de seu consentimento.
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04. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] Os filhos havidos


fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.

05. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA MILITAR/ES – 2009] O


direito de saber a verdade sobre sua paternidade é decorrência jurídica do
direito à filiação, que visa assegurar à criança e ao adolescente a dignidade e o
direito à convivência familiar.

06. [IDECAN – EDUCADOR SOCIAL- PREF. IPATINGA/MG – 2010] A


adoção é medida excepcional e irrevogável, a qual se deve recorrer apenas
quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na
família natural ou extensa. Sobre a adoção, as afirmativas estão corretas,
EXCETO:

(A) Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados


civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.

(B) O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o
adotando.

(C) A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca


manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de
prolatada a sentença.

(D) A simples guarda de fato autoriza, por si só, a dispensa da realização do


estágio de convivência.

(E) Nenhuma observação sobre a origem do ato de adoção poderá constar nas
certidões do registro.

07. [USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP –


2010] De acordo com e Estatuto da Criança e do Adolescente, são
algumas das medidas aplicáveis aos pais ou responsável por crianças e
adolescentes:

I . Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;

II . Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e


tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

III . Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV . Encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V . Obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento


especializado;

VI . Advertência.
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De acordo com as opções acima responda:

(A) Apenas as alternativas II, III, e V estão corretas.

(B) Apenas as alternativas I, III e V estão incorretas.

(C) Apenas as alternativas I, II, III, IV e V estão incorretas.

(D) As alternativas I, II, III, IV, V e VI estão corretas.

08. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] São


direitos assegurados à gestante adolescente, EXCETO

(A) o atendimento pré e perinatal.

(B) o encaminhamento a diferentes níveis de atendimento, segundo critérios


médicos específicos.

(C) ser atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na


fase pré-natal.

(D) preferência pelo parto cesariana.

(E) assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal,


inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado
puerperal.

09. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] O Estatuto da


Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069, de 13/07/1990) assegura à
gestante, através do Sistema Único de Saúde, os seguintes direitos, à
EXCEÇÃO de

(A) a gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimento,


segundo critérios médicos específicos, obedecendo-se aos princípios de
regionalização e hierarquização do Sistema.

(B) a parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a


acompanhou na fase pré-natal.

(C) incumbe ao Poder Público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz


que dele necessitarem.

(D) incumbe ao Poder Público proporcionar assistência psicológica à gestante e


à mãe, no período pré e pós-natal, salvo nos casos em que a gestante ou mãe
manifeste interesse em entregar seu filho à adoção.

(E) o Poder Público, as instituições e os empregadores propiciarão condições


adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a
medida privativa de liberdade.

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10. [CONSULPLAN – EDUCADOR SOCIAL- PREF. PAULO AFONSO/BA –


2008] “A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e
à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento
e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na
Constituição e nas leis”. (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Considerando estes termos e o direito à liberdade, pode-se
compreendê-los sob os seguintes aspectos, EXCETO:

(A) Opinião e expressão.

(B) Crença e culto religioso.

(C) Direito à opinião e expressão de forma direta assistida.

(D) Brincar, praticar esportes e divertir-se.

(E) Buscar refúgio, auxílio e orientação.

11. [USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP –


2010] Clara tem 09 anos e é a mais velha de uma família de cinco
filhos. Sua mãe, Maria, trabalha em um hospital durante a noite. Seu
pai, Jorge, é pedreiro. Todos os dias, ao chegar da escola, Clara tem
como obrigação fazer o jantar e cuidar dos irmãos mais novos, pois
seu pai trabalhou o dia todo e alega estar muito cansado para realizar
tais tarefas. Clara sente muita vontade de poder brincar com seus
vizinhos, mas o pai não deixa. De acordo com o Estatuto da Criança e
do Adolescente, podemos afirmar que:

(A) Os pais de Clara estão agindo de forma correta, uma vez que ela ainda não
tem idade para trabalhar fora, realiza-o então, ajudando dentro de casa.

(B) Os pais de Clara estão infringindo o Estatuto da Criança e do Adolescente,


uma vez que neste está previsto o direito à liberdade, que engloba o direito a
ir e vir, brincar, praticar esportes e se divertir, entre outros.

(C) Os pais de Clara estão corretos, pois toda criança e adolescente são
obrigados a realizar tarefas dentro de casa para ajudar os pais, como previsto
no Estatuto da Criança e do Adolescente.

(D) Uma vez que Clara realiza este trabalho dentro de casa, deveria procurar
um trabalho fora, como babá, na casa de algum vizinho. Podendo assim
começar a ganhar seu próprio dinheiro.

12. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR –


2011] Analise as assertivas e, em seguida, assinale a alternativa que
aponta as corretas.

De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, a criança


e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno

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desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania


e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes

I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.

II. direito de ser respeitado por seus educadores.

III. direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias


escolares superiores.

IV. direito de organização e participação em entidades estudantis, desde que


autorizado por seus pais ou responsáveis.

V. acesso à escola pública e gratuita mesmo que não seja próxima de sua
residência.

(A) Apenas IV e V.

(B) Apenas I, II e III.

(C) Apenas I, II, III e V.

(D) I, II, III, IV e V.

(E) Apenas II e IV.

13. [USCS – EDUCADOR SOCIAL- SÃO BERNARDO DO CAMPO/SP –


2010] Roberto tem 12 anos, e algumas vezes deixa de ir à escola para
ir a bares e boates com seus amigos. Seus pais notaram que Roberto
chegou diversas vezes no meio da madrugada aparentando
embriaguês e suas roupas com cheiro de cigarro. Eles acham que a
escola é responsável pela inadimplência do filho, e que deveriam
tomar medidas mais severas. Conforme o Estatuto da Criança e do
Adolescente NÃO podemos afirmar que:

(A) Os pais de Roberto são responsáveis pela educação de seu filho incluindo,
sua frequência na escola e limites de horário, e lugares a serem frequentados.

(B) A escola é a única responsável pela frequência e permanência de seus


alunos durante o período de aula, e deveria adotar medidas mais severas no
que diz respeito à inadimplência, podendo assim controlar o comportamento
de seus alunos.

(C) Os proprietários dos bares e boates também são responsáveis pela entrada
e pela venda de bebidas alcoólicas e cigarros a menores de 18 anos, podendo
ser autuados e sofrer punição judicial.

(D) Além dos pais de Roberto, todos têm responsabilidades perante o


adolescente. A família, a escola e nem os donos de estabelecimentos podem se
eximir de exercer seu papel de cidadão e colocar em prática o que está
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previsto na lei, contribuindo assim com a diminuição dos casos semelhantes ao


de Roberto.

14. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR –


2011] De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente,
informe se é falso (F) ou verdadeiro (V) o que se afirma abaixo e, a
seguir, assinale a alternativa com a sequência correta.

( ) É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo


na condição de aprendiz.

( ) A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial,


sem prejuízo do disposto no ECA.

( ) Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada


segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

( ) A formação técnico-profissional, desobriga o ensino regular.

(A) V – V – V – F.

(B) F – F – V – F.

(C) V – V – F – F.

(D) V – F – V – F.

(E) F – F – F – V. xx

15. [FGV – TÉCNICO JUDIC. SEGURANÇA – TRE/PA – 2010] Com


relação à proteção reservada ao menor em nosso ordenamento
jurídico, está de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente

(A) o acesso à escola pública de toda criança que comprovadamente não tiver
recursos para pagar uma escola privada.

(B) o desenvolvimento de capacitação profissional, assegurado ao menor de 12


anos o trabalho como ajudante.

(C) a criação da criança no seio de sua família, livre da presença de pessoas


que sejam dependentes químicas.

(D) o ingresso em locais de espetáculos públicos, sempre acompanhadas de


um parente, que pode ser menor.

(E) o acesso a oportunidades de lazer, que lhe serão garantidas


prioritariamente pela escola pública de seu bairro.

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16. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] O Estatuto da


Criança e do Adolescente estabelece medidas de proteção à criança e
ao adolescente, dentre as quais estão:

I – Acolhimento institucional.

II – Inclusão em programa de acolhimento familiar.

III – Colocação em família substituta.

IV – Matrícula e freqüência facultativas em estabelecimento de ensino livre.

V – Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de


responsabilidade.

Estão CORRETAS

(A) apenas I, II e III.

(B) apenas I, III, III e IV.

(C) apenas I, II, III e V.

(D) apenas II, III, IV e V.

(E) todas as afirmativas.

17. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] A permanência da


criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se
prolongará por mais de cinco anos, salvo comprovada necessidade,
devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

18. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] A


criança acusada de um crime deverá ser conduzida imediatamente à presença
de um delegado.

19. [CONSULPLAN – ADVOGADO – AVAPE/SP – 2009] Prescreve o ECA


(Estatuto da Criança e do Adolescente) que verificada a prática de ato
infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as
seguintes medidas, EXCETO:

(A) Colocação em família substituta.

(B) Advertência.

(C) Obrigação de reparar o dano.

(D) Prestação de serviços à comunidade.

(E) Liberdade assistida.

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20. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. SÃO JOSE PINHAIS/PR –


2011] Analise as assertivas e, em seguida, assinale a alternativa que
aponta as corretas. De acordo com o ECA – Estatuto da Criança e do
Adolescente, verificada a prática de ato infracional, a autoridade
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

I. advertência.

II. obrigação de reparar o dano.

III. prestação de serviços à comunidade somente se autorizado pelos pais.

IV. liberdade assistida.

V. inserção em regime de semi-liberdade.

VI. internação em estabelecimento não educacional.

(A) Apenas II, IV e VI.

(B) Apenas I, III e V.

(C) Apenas I, II, IV e V.

(D) Apenas IV e V.

(E) I, II, III, IV, V e VI.

21. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] Se


uma criança e ou adolescente efetivamente praticou ato infracional será
aplicada medida específica de punição, conforme estabelece o art. 101 do ECA,
tais como reclusão, frequência obrigatória em ensino fundamental, entre
outras medidas.

22. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/RN –


2008] O instituto da prescrição não é compatível com a natureza não-penal
das medidas socioeducativas.

23. [CESPE – AGENTE DE POLICIA SUBST.– POLICIA CIVIL/RN – 2008


– ADAPT.] Compete exclusivamente à autoridade judiciária conceder remissão
ao adolescente pela prática de ato infracional equivalente aos crimes de furto e
estelionato.

24. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] Se for


adolescente e em caso de flagrância de ato infracional, o jovem de 12 a 18
anos será levado até a autoridade policial mais próxima.

25. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA CIVIL/TO – 2008] A


responsabilidade penal de um adolescente de 17 anos de idade que comete um
crime grave deve ser aferida em exame psicológico e psicotécnico, pois,
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restando demonstrado em laudo pericial que este tinha plena capacidade de


entendimento à época do delito, deverá responder criminalmente, ficando à
mercê dos dispositivos do Código Penal brasileiro.

26. [FAFIPA – EDUCADOR SOCIAL- PREF. CARIACICA/ES – 2011] É


totalmente ilegal a apreensão do adolescente para "averiguação". A apreensão
somente ocorrerá quando for em flagrância ou por ordem judicial e em ambos
os casos esta apreensão será comunicada, de imediato, ao juiz competente,
bem como à família do adolescente.

27. [CESPE – AGENTE DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2009] Antes


da sentença, a internação do adolescente infrator poderá ser determinada pelo
juiz por prazo indeterminado.

28. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA SUBST. – POLICIA CIVIL/RN –


2008] A internação provisória do menor não pode extrapolar o prazo de 60
dias estabelecido pelo ECA.

29. [NCE/UFRJ – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA CIVIL/DF – 2005]


De acordo com a Lei 8.069/90, é INCORRETO afirmar que:

(A) nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de


ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente;

(B) o adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua


apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos;

(C) a apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido


serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família
do apreendido ou à pessoa por ele indicada;

(D) examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade


de internação imediata, em respeito à condição peculiar da pessoa em
desenvolvimento;

(E) a internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo de 45


(quarenta e cinco) dias, devendo a decisão ser fundamentada e basear-se em
indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade
imperiosa da medida.

30. [FMZ – EDUCADOR SOCIAL- IAPEN-GEA – 2010] O Estatuto da


Criança e do Adolescente estabelece que é proibida a venda à criança
ou ao adolescente de:

I – Armas, munições e explosivos.

II – Bebidas alcoólicas.

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III – Produtos cujos componentes possam causar dependência física ou


psíquica, salvo se tal efeito resultar de utilização indevida.

IV – Fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido


potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de
utilização indevida.

V – Bilhetes lotéricos e equivalentes.

Estão CORRETAS

(A) apenas I II, IV e V.

(B) apenas I, II, III e IV.

(C) apenas I, II, III e V.

(D) apenas II, III, IV e V.

(E) todas as afirmativas.

31. [IAUPE – EDUCADOR SOCIAL- PREF. OLINDA/PE – 2008] O


educador que trabalha com crianças e adolescentes deve estar
informado sobre os produtos e os serviços que não devem ser
oferecidos a essa população. De acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente, é proibida a venda à criança e aos adolescentes de

I. guloseimas que prejudiquem seu desenvolvimento físico e intelectual.

II. vestimentas inadequadas que agridem e atentam ao seu pudor.

III. bebidas alcoólicas e produtos cujos componentes possam causar


dependência física ou psíquica.

IV. revistas em quadrinhos com pouco valor cultural.

V. armas, munições e explosivos.

Estão CORRETAS apenas

(A) I e II.

(B) I, III e IV.

(C) II, III e V.

(D) III e V.

(E) I e V.

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32. [CESPE – DELEGADO DE POLICIA – POLICIA FEDERAL – 2004]


Rodrigo compareceu ao Aeroporto Internacional de Belém com seu filho
Gustavo, de 8 anos de idade, para juntos embarcarem em um vôo com destino
à Venezuela, onde deveriam se encontrar com a mãe da criança, que havia
viajado uma semana antes e deixado com Rodrigo uma autorização por
escrito, sem firma reconhecida, para que ele levasse Gustavo à capital
venezuelana. Nessa situação, o embarque de Gustavo deve ser autorizado
porque, estando ele acompanhado de seu pai, o reconhecimento de firma na
autorização é uma formalidade dispensável.

33. [CESPE – ANALISTA JUDIC. COMIS. INFANCIA E JUVENT. – TJ/ES –


2011] O valor das multas aplicadas em face de crimes e infrações
administrativas cometidas pelos órgãos auxiliares será revertido ao fundo
gerido pelo conselho dos direitos da criança e do adolescente do estado no
qual esteja localizado o órgão autuado.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9
B E E C C E D D D
10 11 12 13 14 15 16 17 18
C B B B X C C E E
19 20 21 22 23 24 25 26 27
A C E E E C E C E
28 29 30 31 32 33
E D A D E E

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