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Vítor Meireles (1832-1 903) fez parte de esco la de pintura e se infl uenc ia,
um a ge ração de artistas que estimu lou na espec ialme nte, por Paolo Veronese (15 28
pintura brasileira um panorama de 1588) , conforme ele mesmo declara"2
significativas conq uistas não só entre os de Depois. a pedido de Porto-Alegre. seu
su a época como ent re os da que a sucedeu. mestre brasileiro, segue rumo à Fran ça para
Segundo o pintor e crítico de arte Q uirino finaliza r seu aprimoramento. Em Paris.
Campofiorito, por meio da obra de ingressa na École Nationale des Beaux-Arts,
Meire lles, pode-se ve rifi car um se ntido onde é assistido por Léon Cogniet e
plást ico mais audaci oso nas primeiras Gastaldi. Este último "o fez compree nder a
décadas da segu nd a metade do século 19 graduação que conservam entre si as fo rmas
no Brasil, alcança ndo nossa pintura nesse e as distâncias, a observar diretamente da
período, terreno que até então não era natureza e enriquecer sua paleta ( ... )" 3
conhecido em nosso país. Sendo assi m , Artista dedicado . Meirelles trabalhou
vejamos em que bases Meireles constitui incansave lmente no intuito de aperfeiçoar
se u conhec imento acerca da pintura. D essa se us conhecimentos plásticos sobre o
forma, se rá possíve l entender de que desen ho e a pintura na Euro pa. Tal era seu
maneira su a experi ência acadêm ica resulta empe nho, que o críti co Gonzaga Duque
no exercício de sua prática artística ligada afirma que "ele se dedicava à arte com um
diretamente à trad ição pictórica. entusiasmo de fan átlco "4 e completa,
observando: "o desenho!. .. o desenho l .
Melreles fOI discípulo de Manue l de AraÚJO era a sua maior preocu pação. o seu
Porto -Al egre - ex-alun o de Debret e Gros cuidado , o seu amor. Estud ava-o semp re,
- em se us estudos na Academ ia I mperial de nos museus. na academi a. nas horas de
Belas Artes, termi nando seu período de desca nso ".5
formação artística na Europa. Nesse
conti nente, passa primeiro pela Itália, o esforço empreendido por Meirel les na
freqü entando em Roma a Aca demia São busca de seu aprimoramento enquanto
Lucas, como bolsista da insti tui ção brasileira artista passa t anto pela prática exaustiva do
sob a orie ntação de Nicolau Couronni , I em desenho - mencionado por Gon zaga
cujo ateliê dedica a maior parte de se u Duque em seu comentário - como também
tempo ao estudo do modelo vivo e de pela cópia de mestres da pintura européia.
costumes. Ao término de suas atividades na Por me io desses estudos, Meirelles pôde
capital italian a, dirige-se para Floren ça, onde pe netrar o universo plástico das obras ,
te m contato com a obra de grandes delas extraind o o que tinham de mais
pi ntores italian os . Aprecia to das as importante : o cont eúdo plástico. Isso só fOI
tendênci as estéticas, tocand o de maneira possíve l graças à utilização da cópia, como
particul ar sua sensi bilidad e, a Escola um meio de experiên cia cogn itiva. Sobre
Vene ziana: "absorve o co lorid o suave dessa esse t ema. o pintor e teórico da arte John
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a/e REVISTA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS EBA • UFRJ 200Li
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nos faz lembrar do método de Burnet - já Notas
citado -, quando se refere à importância de
estudar as criações dos outros como meio I Rosa, A P: Júnior, D. M.: Peixoto, E. R.: Souza , S. R. S. Victor
Merelles de Uma - 1832 - 1903, Rio de Janeiro: Edições
para penetrar o caminho da invenção; do Pinakotheke, 198'2: 43.
que , aliás, Delacroix, ao longo de sua vida
2 N ,cola Consoni (18 14-1 884), pinto r Italiano, aluno de
artística, demonstra ter plena ciência. Em seu Minardi em Roma. Decorou a biblioteca do Vaticano.
diário, deixou vários apontamentos sobre a D uque, Gonzaga. (1888). A Arte Brasileira: introdução e
obra de grandes mestres da arte. notas de Tadeu Chiarelli. Campinas: Mercado das Letras,
1995: 170.
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