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BIBLIOTECA BS/CFM Meu Professor de Matematica e outras histérias Elon Lages Lima Copyright, 1981 by Blon Lages Lima cep “0 pate | ce 2BO ROL pens 9s el (Cape: Rodatfe Capo Diagranaggoecorposito: (GRATE Comnicaio Vial ‘Te. 274.9844, Rie de Janeiro. Prefacio Este livro 6 uma colegdo de pequenos ensaios cobre Matematica Elemen tar. Em sua maioria, eles foram publieados na Revista do Professeor de Matemética mas alguns sio inéditos. Os professores Euctides Rosa © ‘Zoroastzo Azambuja Filho gentilmente concordaram em contribuir com dois artigos cada um, polos quais agradeco sensibilizado, ‘Ao publicé-lo, gostaria que ele fosse util sos professores de ‘Matemitica e (talver indiretamente) aos seus alunos. Espero também que alguns dos tépioss nele abordados sirvam para estudos em grupo © semindrios para ostudantes univorsitarios, especialmente aqucles que visar © magistéio, Respeitosamente, dadico este livre A meméria do meu antigo mestre Benodito de Mors Rio de Janeiro, dezembra de 191. Elon Lages Lima Contetido Meu Prefesor de Mateniica 1A Banas do Teeeeo Gr Sobre m Evolucto de Algumas laas Matemsticas Mla Tabane a Eseramas de Ohas Aris Mania de Pedgors Como Abie um Téne! de Voc Sabo Gromer. (0 Teoma de Euler Sobre Polos Demesstrapto do Teorema de Esler pars Polinkos Conese ‘Ainda Sore o Tore de Eoler Para Poicdres Comesos Como Calclar& res de wm Peizeny se Voce abe Contr Fanendo SMéias Grandes Proporcionas CComeotirie Sobre um Liv Conese € Controvesias “ere 6 usr nates? equ (-1}(-1) 2 1 qo (—1}(—1) = 1? Comings ‘qual wake de ‘Qa eres ene cco ¢ ceunitac? ‘Qae seni» anne 1/9 = 0,111. ‘onundo far ee iit 2 BV—T on $4 2/T: Ques mes mart Qa so tras da eqngto 2 = 22 ier wept te tna Deane vm oF nam it ee rigs? ‘Quam faces em un pate? Sobre um probleme da alin Nomen O° ree mir mga co " 2 s 45 on 01 us tarde amend, de fri em ace, euconversava com um condecé N dona cag dt Rua do Camérco, quando ele pasou pelo lado ops, rua erases eo movimento malo pequeno Sem dter-e, pergunto ide la: "0 mimero £27 ov 7292" Respond-te: “Vinee ret!” Ele: "Ak, sim, ‘are, Obrigado!” A peso que ering comigoackou esa alguim conf (Br doe ives who drones. Exligut ihe ero gue 27 era parte do Cndereo de uma dsraria, que ea dera ants dqule homer. E gue, sendo 2? 0 ‘abo de 5, enguanta 729 80 cabo de 9, € natural coafnair wn dessesmameros ‘cam 0 ou, pois 3 Seu quadvad 9 9 adreros mato pares, principa- Imamte para quam easina todos 05 anos, a viriat urs, os crtrias de visible, Pequenos estos como esse ocorran feqientemente 4 mina lembrangt quando record 0 professor Beredto © a buincia enorme que ei weve ma Fomazao de suessivas geragdes de esudantes. Essa ifudnca varscenia a fala de aula e se roiongasa por toda ma vide, modes, porém exremamente Integra, coerente cm propésto bom divide, No breve rela que se segue, procure exbyar 0 esiencial de mux por sonaldade eda mensager que ele anv, com grande fdelidade, durante ‘cadas. sugerir quarto me sno prosleiads por tr crsado sa rajeriria, Meu Professor de Matematica CChumava-se Beneito de Moris. Era allo, robuso, bondoso e muito enérgico. Tinka faces rosadss, belos prateads ¢ fumava um eachimbo. Carregava uma pasta de era ‘mole, cheia de folhus que continham a infalives lists de exerci, ‘opiadas a earbono na sua letra redonda, firme e regular. Sua vo2, ats caracieriaica, ¢ maaeira de falar sublinhando as palavras, rela, como tudo nek, simplicidade, clareza e conve, [Nie me consta qus tena sido ou desejado ser ouira coisa sendo professor de Matematica. Ensinava no Instito de Educagao (un coléxio estadual, 6 para meninas), no Colégio Barista (onde fz 0 inssio) e em Su ease, a Turmas para escolas militares, engeaheria © eoncursos pare 0 ‘Banco do Brasil. Certa vez, um governador do Estado, conkecido por suas arbirariedades, convidou-o para Seureéro de Bducagio. Recusoe asim “Simples questio de Asimésca. No Estado ganho 2, no Batista y e em casa 2, Aceitando sua oferta, mazuenho z, perco y= 2,€ ganho w. Pode i ser que z-+.y+2 < 2-4. Mas 0 senhor gosta de mands: eu no gosto de Ser mendido. Mais cedo ou mais tae, tere de excolhcr eaire fazer o que mio quero ou perder w. Ai fcsrei 35 com 2. Petre conus como estou, com 2+ y+ 2.” Foi mev professor no segundo, teres € quar ano do gindsio e, dois anos depois, numa turma panicular, om sue casa. Mas, desde os ‘dez anos, ouvia multe falar dele, das coisas que ensinava as mishas ims © que depois viria a ensinar a mim. Elas eram alunas dedicadas. A mais velha dava aulas em casa a grupos de colegas de classe © a outa costumava estudar em voz lls as demonstagSes dos teremas de Geome ‘ria. Fu, mesmo som querer, escutava muilas dessas coisas, Um ou dois anos depois, quando no colégio os assuntos novos me cram apresenados, vriosdeles me soavam bastante familiares; agora era spenss a ocaside de conhoot las melhor. ve que stir para esuda for, mas sempre que passava ia visio, Lembro-me bem, seguia 0 costume nordestino de pér cadciras na calgada para conversar, noite afora, 308 © elu se casi exe Mine onde estou nem como apendeu Matematica. 6 que et ne ei ginny nivesde ance pelo Re 6 Into, co eet pac comeyen ter pelo Fumento onde na mtn nun ur vi 4 cote Nea, em et a clade peta permanent Asm coo ae eine do Marek Pood, mpeg 60 Teas Por 50 2 ca hr, ano mo tne, coe fee Paa im, a a essope En que pce om ton anos qe feve alge dos Sat emanation Nand don Spano rem ae 2 cd apedee Maem, oye vlept ue £20 artao ou como rates cele Como sour cies Ates in Ter comer depos onto logue, pes © pesas Ags tenet apes em marwiosos¢ pseu exerts ere ne ates opraniate de aprnde mus coms. Mas © Peo Beef query melhor wove een Sins aan eam om mortar © shes ents peta Ma emits, ram tnbém Gath bem orgies bs © cies Scnoreconegit de tooo prota ial ao. Exper com Sevtme cules pono vals eee rei os shes apenas © (he es ening, aon, uma seu dcr en metor mane possi mca a aria mo do det de xr gov lenox compe © Sele Nunca Te cenesses Eaqetao 2 espa de un las, En cas tra tvisempe als qo arc use O3 ous fnham que iar mene sores tino 0 poe Schum que eatin yes re a a sa el ‘om min sl era en qo melo se Apr 49 =a mod dk cfentrs sco, yur en 9 seguat pest 9 miso de engi isle pra cops no ergo ear em es. furlonave marsiosamene com 0 presse Bene. As iat de exis ex {Enno rece © (0 6 uc ck pela os prover eva conti nas fel gue dem © qos ev gars na ema. Akin de dye in fathar age uma poo. om ect ed 0 tea me dcnado wm da, sos det £05 uma elie soso, tem cso © sem emg, mo me presage Imito poi esta eto de uc besa cnsar 2 Miter Basa fhe: como 6 Prosar Beno. Foo auc fae seo ec ‘A Matemitca ensinada por Benedito de Marsis no era apenas am conjunto de zegras © ecetas vélidas por deereio (0 que ele ehamiva ce método “ov ex€ ou more”) nem tampouco um sistema deduive formal, vazio de significado, Era qualquer coisa ber préxima da realidade © das aplcagies, porém organizada com defniges, exemplos e demonstagies Algumas dessus definigbes apelavam abertamente para a experigncia int ‘iva cenas de suas demonstagées também langavam mio de arguments rio condos nos axiomas. Is escandalizaria um purist I6gico, mas tina © grande mérvo de asentar a Materice em bases conctetas, prOximas dda relidade. Devo deixar cla que suis eventual tansgressbes wo rigor ‘fo continham nada fandsmentalmente era: sunca subtaiy desea 0 a equagSo tem uma raiz real e duns razes complenas conjugadas; sc D = 0 tdrose tes razes reais, sendo uma repetida; se D < 0 entio as tis rans da equayio P| pe +q ~ 0 sio reais e disinas. Fe é um aspecto paradoxal Ga férmola de Ferro e Tenaglia. Quando D <0, a formuls exprime ‘i + como soma de dus rafzeseiicas de ndmeros complexos. No ‘entanto € esie 0 caso em que a equagdo possui és ralzes reais distints. [ste € chamado iadiciocalmente 0 "caso iedutvel” porque, ao tentar nar of radicais, reca-se pout equagdo do erccito grav, 20. Augie do Tweak Gre ‘Vejamoe alguns exzmpog,reiados doles de Algebra de Leona fuer aeio en 170, © qual servis de modelo prt os compeadios isin por Scena poagte de esudats. Exemplo fe 2962-0 = 0. Aqui D = 40/4 = (2/2)? > 0. Logo, olen as 2=2-+1~'8. Diino? sz 0 por 28 Semon 2232 40 ogo ov dha les restates ston dh cea Paes, woe, 3/2 iya}se 9/2 iv2/2. Evsknemon, Tris 3 Gomo tds mea) pose eho eda medians simples ingen. erantandse os vse do temo independent, et rewesdode ewer ea Exemplo 2: Nacqugio 2° 624 fog fms wos ae a= {20+ 14v3 + {/20—1av2 como foi dito acima, as outs dts ralzes slo almeros complexos onjugados. Mas, testando os dvisores de 40, vemos que 4 € rz. Como fo hd outs sai real, concluos que mos D = 302 ~ (143)? {20+ v2 + {20-142 sem dvs uma deiadeieressane. Como (2° —62~40)-(2~4) = 2442-4} 10¢ as rales dese winbnio io ~24 V6, obiemos a8 2 tes, (Complenas) que falava. Aqui 3 frmola novaens tio fos neces Exomplo 3: Soja 2° + 32-420, Temos D=2, logo Vana Va = Yaa iv 6 raza equa. As outs dis mits so complents ls slo obs tetovendon equate do segundo mua? 02-6 Gonde 27-440 — (enatred a (eer), Poumoa = 7eb 7+, WO 8 tquasio do 2m cj rfzs(complecs) so das ones aac de P+3r+2=06 a cquagio 22 +rz +r? +3 = 0, onde r foi dada fei Aut afm foi escape nos condi rin Exemplo ds 2~5r—2 =0, Neste emo, D = 0¢ afro ns da maiz z= 2 Como (29 — 82-2) + (2-2 $2e+1= (2417, 28 outas ries sfo —1/e 1, o Sef, uma riz dupa. Novae nese 1 eae de Teco Gru 21 cexemplo, chegariamos ds raze simplesmente examinando os divisores de 2, pois 2 equago nfo tem refaesiracionas Exemplo A equayio 2° ~62—4 = On0s dé D = 4 < 0, Port cla deve (er 3 raizes reais dstinas, A formals fornece uma delas: Varmi+ Va-2i, Io pace um mero complexo mss, plo que demonsratmos ma seo seu, em cue serum numero sel, Ora testando os diviores de fermo independente de wean que -2 € rie da equi propos. AS aap gato tniepae te 2S paie ie? (eon ben) 2 (2+ 2) Logo, as des izes ce cana propa so Sit Vio 1~ V4. Bae Cum sxempo do cso model es rzes tes asa tral os dum ail compleso. Au sure ua questo inmrestanie: Una desas os aes deve er ipula ¢2-P H+ 3 3h Qual ec? Auer pode re nrosans rasa perp nfo sx mito bem fomulads. Quando 2 € om nimero complex, osimbolo V/sintcs auulguer nero cujo ebo Set igul 4 2. Exesttandose 3 — 0, Bi Sempre tu aero omplesos uj cibod ¢. Porexemplo,omando = Eeingccuiten bec a Cees tin todos cabo igual a 1 Estrus rai ebias ds unndate"Dalo {rier nimeocomplexo sew ¢ una aoa a8 os ts So awe atu, onde a= (11 iva)/2 Na tomula 2 VEER 4 OPT, que 6 wna nied euagio 2 —br = 4 ~ 0, cada radical fem portant 3 lees. Oland assim, Barece que cbetnos ao todo 9 see arta eqsyio dada. Claro oe So. Temos 2+ ¥,com wy ~—p/3~2, logon ~ 2) Io mostn ‘ue, quan excotcre um valor pare (ene os 3 yates posites de Yar 2, 0 valor conesponiens dev fen destmina. Assi, mor tomene 3 aes, Aln be fas, como se fer par calcular YF BE 6 V2 22 A eqn de Tato Ors. Porto um dos ues valores de 7H & t= VERB = Eel = Yh 8l 8 = V3(c0015" + teen (© valor comespondente de v 6 ‘fy = V2(co8 15" — isen 15°). Logo uns dss ase ds equgio & sin en tn = av Ben t8* = 29 ELMS 8 5, que € uma da us ries que conteciamos, Ela fo} obtds porque 6 Glentos e'"/12 como valor da raz edbica de e/*, ‘Se Svésseros escolhido ef /* — cos 135° +1gen 135° obteriamos a raiz z, = —2e, tomdssemos €°7*/13 — cos 105° — sen 105° como maiz etibica de e*/4, obieramos 25 = 1~ 'Naaeplo segue, motuaremos com faotelemenares de Cacao podem ser usudos para explicar a natureza das rafees da equagio 22 + Det q = 0 pri dosinal do discriminant D= p*/4+ p/2 3. Caleuto ‘Vamos examinar o grifico da fungao f:R —» R, dada por f(z) = 2° + peg Gata pongo pro verem eopum com exo ahlss Eerespnted vue iz Wal de eq pe 0. einimmene obsremos que ney=2 (11244). aa valrs de qe feria vor asauo muito grande, p/2* ¢ ¢/2* ‘Bo isgescare og, pra a alc, ora en de pets prevaee osinalGe Que €posv. Eado esl de f(z) guano © falar absolut de = mul grande, é 0 mesmo ail do 2, io de tin pret plan f(s) eat pra vals mit pre weauter 2 6 pontve 6 um'aimes postive mato pane Sepoese dat que f(a), poe pst connec de nea pst, deve anion ign pono, Tous ea convene se pe concae ‘Tr tots eqosto do exci gran pol noecs ua as Fal, Ou sl ele ffs) = 2s pz g cone ound assem plo menos A eqagto de Tcake Grae 25, um ponto. ‘Quando p > 0,8 dervada J") f 6 uma fangéo cresceme, que cortt 0 quando p > 0, aequayio 2°-+pr4 pode ser posiiva,reyativa ou nua, © dss 4 ‘ 322 +p € sempre positiva, logo 2 num snico posto. Logo, tem wma nin riz real, a qual ies complexas conjugadss. | if | fev UA RAZ REAL |RESRTIVA (MIA RRIZREAL /MULAQHA RAIZ REAL PORTA igre © ace de 294 pa {goo cte p> OA ral ecu n =o. Quando p= 0, a equaglo reduz-se « 2 = —q logo em uma raiz real e duas complexas quando ¢ 7 Oe uma rai rel tipla (igus! a zer0) ‘© q = 0. Os grificos correspondentes sfo dados ebaix. que p <0. Entio ‘Consderemos agora 0 aso mais ineressante, 24 A asgto do Tecate Grn podemos esewver p = ~2a2,a > 0. A fangio 36 torna f(2) = 29 — Sa?e + q.e sia deade€ (2) = 322 — 302, que se anil nos posts, Zo= a. Como a derida segunda /"(2) ~ 6x € regatva no ponto 2 = ~a, exe € um pono de maximo. Por moto andlog, 4 fangzo tem um minimo no pono = a O srfco de f apreseata ama das formas abaixo,confcrme a equacio 2° + pe + q =O team riz real € duns complenas, uma riz el sinple e ua dle, 0 O88 rares teas distinas ses ts casos eorespondem, respecivamenc, a Hla} £0) > 0, f(a) f(-a) 0 © fla) f(-a) <0. ‘Temnos Ha) f(a) = (q~ 208) (q+ 20°) = g? — 4e® = 2,4 ug (84h os be na( 4B) man. (Lembremos que p = ~304) Portanto, o inal de {(a}-f(-a) £0. mesmo 0 diseriminante D. Conclusio: a equigio do 32 grau 2° + px + q=0 tem uma, duas ou gs razes reais distinas conforme D = @2/4 + p°/27 sea postivo, nulo, ou negativo, respectivamente, Gopi de Tete Grau 25 Referéncias ‘Além dos livros de Anboe, Libri e Boyer mencionados no texto, re fertnciasespecias sobre esse tema podem sor cncontadas nas sepuintes fontes 1. Ore, 0., “Cardano, the Gambling Scholae”, Princeton U Press, 1953, 2, Van der Waerden, BLL, "A History of Algebra” 198. 3, “Dietionary of Scien Biography”, Scribner's, 1970. 44 Taraglia, N, “Quesi et Invention! Diverse", (publiaeto comemora tiva do 4° eZacensrio da more de Niecold Turaglia), Brescis, 1959, versity Springer Verlag, argo sepuite rata de fguns conceliss matemicoe gue fram inven sds para resolver dewrninados problanas mas gu, com a decarrer do Tempo ¢ do wso, mosraram postr apices bem mats ampias ¢ ifeentesdaquetas oriinaiment cogtadss ‘Mio # if acharexerplas de sauagtes dsse tipo, att mesmo fora da Morondtica. (Aint de conus, @ cocacola jo intclalmente fbricada como reno para o estimogo.) Os re exemplos gue eiclheras para tustrar nosso tema logariinas, noneras canpiezos¢ tigorameria) dstcamse, enretan, por vias roses, ene as quai menconareras dus ‘Em pronciro lugar, s80 assumos do curculo do 2 grau que possuem enorme reevtncia pot, alin das aplicagbes tmadiats. vo ser fadamenais porated aguces que prossegairde seus estates ex na Universidade, trdo que ‘audar Cul, dain onde ors refridos assur so quase wba. ‘Em segundo lugar, logarimos, nmeras compleros ¢ igonometra fore recom wn rar exerplo de simese © wnticagde. Veja 9 tea” “Nimeras negatvos possuom logarionos?” a segdo "Concetos ¢ Contranérsta”. Iso é canseguido pola funzan de Euler ER» $1, que inrocsimas¢ exleanas no argo. Esa fang € a base da igoaamscria, Além disso, sua propredade fax dlarnoaa (s+ ) = ES} BC, provada no temo, mecira que as fms waa de ‘usd de arcos, para o Seno ¢ 0 casseno, nada mais si0 do que wna lacerpreacao da vepra bem conteida: para mulapicar pottncios de mesma ase, omente soma expoenes. (Quando se ersina, na escola yecundiria, 0 conceto de fungio, &xe lunttado a dar dos pos de exenpo: a arfictats,irelevanie, ¢ as fn; bes efidas por formals munca. A fargo de Euler const wo epico bas ‘ares instruavo porque, nto se enguairando ev nenuon desses pas, mosra de forma bem clara como 0 enceite gerade arg do pode seria para obler realadosimeressantese eucaavs. Sobre a Evolucao de Algumas Idéias Matemiticas Vérios conceit bisicos da. Matematica, criados para tender a cones necessidades e resolver problemas espetficas, revelarem postriormense uma usiidade bem mais ampla do que a iniciamente pensada e vieram, ‘com a evelugio das idfias ¢o desenvolvimenro da eotas, a adit wa posigto definitva de grande relovancia nesta Cigncia. Em alguns c4S05, 2 utlidade original foi, com o tempo, superada por novas scnicas mas 3 relevincia te6rica se manteve dustraremos essa observagio com ts exemplos, 1. Logneitmos 0s logasinos fram invents no inicio do século 17, a fim de smpl- fear as tabahosas operages aéticas dos asténomos, com vistas & labora de tabelas de navegagio Com ett, aera log(2y) = log tlogy ess conseqéncas, as como leg( 2/9) = log-log y,log(=*) ~ nlog log 2 ~ (on 2)/™ ‘permite redvir ada opera antnéica excel, astramens aio €-a submagio) a uma operagio mais simples, efetuada com os lozs- amos. Evia marailoss uilidade rica dos logurimos perurou até reentemenie, quando fo vatamentesuperada pelo uso das clculadoras etnias, ‘A funéo logaimo,eruetan,jntamente com su aves, a fongio expooencal,peanees como uma das mes imparances na Matematica, por ima séde- de rndes que vio moito alm da sua wilidade como insuumento de cielo artméico. Por exemplo, a propia identdade Jox{2y) = log + logy, 2 par do sev grande apelo esto, serve para rosa que nto existe eiferenga estrtra inbinecs) ene ss operayoes Ge algSo de meron raise 4 multipicapin de nimerot reais positvos Mas «principal ast da relevéncia dos logan (0, 0 gue € 0 mesma, das exponents) provérm de uma propriedade que havia sido obsorvada Je ere de 300 anes, sobre a qual demos algunas palavas yor 2 ‘Sete a Grennto de Aguas ee Mott [As prota pessoas que se ccuparam da elaborasio de tbs de Yogarimon nfo poets terdexado de notar Que, para peqenos valores Gh a ati [log(s +b) —log2|/A ente 0 acscino de logs © 0 Seréstimo dao 2 6 aproximadamete,proporonal «1/2. Quando Se ssam 0 lgarims naturals (gue tém como base © mimeo onsane de proporcinaldae igul a 1, de modo que o quocinte flog(e + 4) —log2]/, para valores peguenos deh, €aproximadarmente igual a1/ Dag em dan, alaemos spenas de logarionesnaturi ‘A inverse do fungio logarimo y = log € a fungi exponencial z= eh, our = expy. Porno log(expy) = y pare todo y © R © exp{log2) = 2 part todo 2 > 0. Quando attbuios ao mimeo ¥y = log um pequeno seéacimo k, 0 nov0 valor y + k passe ser © Jogariano de um mimeo 2-+h, prGximo de 2. Podenos eno escrever y= loge + A),y = loge e k= leg(e +A) ~ logs. Fazendo esas stig, olnemos ely +k) expy _ expllor(2 +A) ~explonz _ F Tete 2) le aes loge + Ay oes cde s sigitca“poxinadamene ig” Assim, a razio [exp(y + k) — exp yl/k & para pequenos valores de eponinoment pal ery Mais geralmente, se considerarmos a fungio f(y) = exp(ey), onde - € uma constante, teremos, para pequenos valores de k: t cs we -exp(ey) = € f(y). As obmrpéct sina 2 ease, em eos mated, pl ates Soe Stone a ogo = ope Epa fe (oe Pa ifs) equwn dewala da lungie's Semple) 2 6-2 Dal rts a pants inpooca dfn exponen (econ seaienemene dus inves forgo louima) rn Soefot ws Sa tesa tad varans sem ada omest, propor 2 al hoon guns sagas momento Exelon pens com es seats ts Cpa copregn sure conpexan spo a2 ey, 20. te ci de Agu le Mtn (Ge animais ou bactrias), a radiotividade de uma substancia, ou um ca pital que sofre desconto. Nos dois iltimos exemplos, a grandeza diminui {cam o tempo, de modo ge sus lei de varaso é da forma z= a-exp(bt), com a = valor iical, = tempo € 8 <0. Resumindo: um matemstico ou stbnomo do século 17 achava os logarimmes imporantes porque eles the permitiam efewar eileules com rapes ¢ efcizacia. Um matemitico de hoje acha que a fanglo logs ritmo € sua inverse, a Fangio exponencial, ocupam una posigso centeal ra Andlise Matestica por cast de suas propriedades furcionas, miro ‘especialmente a equagio diferoncial 2” = e-, a qual descreve a evolugto de grandezas que. em cade instante, sofrem utsa variagdo proporcional uo seu valor raguele instance, 2. Numeros complexos ‘Um niimero cemplexo tem a forma a + ib, ov a + bi, onde a & 6 so rmeros reals ¢ @ "unicode imagindsia" ¥ € um novo aumero, tl que FF = —L, Por isso is vezes se esereve # = y/=1. Os nimezos complexos surgiram em Matemdtica fim de tomar possvel a raiz quodrada de wn ndmero acgativo. Por exemplo: y=9 = $i. Consequentemente, toda ‘equago do segundo gra passou ater razes. Por exemplo z*—22-+5 = 0 possti raiees complenas 1 + 24 ¢ 1 ~ 24. Mais notivel (¢ inesperado) & que, quando se acrescentou 208 ni eros reais 0 mimero #, de modo que pasiassem a exisr 28 raizes i ‘da equagio 2? + 1 = 0, nio foi mais necessiro inventar novos mimaeros para que tvesser rfzes todas as demais equacies algebricas, sear quais fossem os seus graus. Com efeito, o chamado “Teorema Fundamental di Algebra”, cuje demorstasio se deve inicialmense a Euler e d'Alembert, fe pesteronmente, em forma definitive, Gauss, diz qe, dado qualquer polindmio p(2) — ag + az +...-+an2™, existem ntimeros complexos PisFayess fm tas que Pls) = an(2 = F1}(2~ Fa) ---(# Fu) Scguc-se dai que p(r:) = 0,p(r2) = 0 P(rn) = 0, isto ¢, ‘0 mimeroscomplenos Fifa. S40 as ales de esugio algtbrca ple) =0. Asim os nimeros complexe, inrodurios em Matemes part que tvessom rizes a5 equnptes alpbricas do segundo gai, So suficientes ‘Sears cvtgto de pumas oes Matmstees 31 psa dotarem de raizes a equagies do taresio, quarto, quint, e todos os ems graus. Ese fato somente ji ¢ responsével em boa parte pela relevIncla rmatemétien dos nieros complexos, inispensiveis em Algebra Linea Equagées Diferencials ecm vivas sitag6es nas guais, mesmo que se de. fej estudar apenas quesdes relaivas a nimeros reais, € indispenssvel ‘considerar nimeros complexos para se obtr a sologio real deseed. ‘Um exemplo do fenémeno ecima mencionado, ais, hava Oeneido 1a Renuscenca, nos trabalhos dos algebrstas italianos Fero, Tartaglia, Cardano © Ferrari, que culminaram com a descoberta das férmulas de resolugio das equapes do teceiro ¢ quarto grau ‘A fécmula da equagdo do tercczo grau envolve raizes quadradas ciicas. Cardano notou que algumas equayGes do teroeiro grau tm a5 3 raizs reais mas na fGrmula que as force ocomem rfzes quadeadas de nimecos negativas, Assim, Para chegar a essas razes reais, € pre= ‘iso primeiro passar pelos nimerns complexos. Hoje em dia jf se sthe (Gum teorema) que s© 03 coefcienes de uma equagio do teteeiro grau so nimeros interos e as 3 rafes slo mimeros reais iracionais enlio € ossivel exprimiressasrafzes por meio de formulas nas quais 0s coe: cienes sdo submetidos a operagdes alpcaricas e radicals, sem que em slgum Ingar aparoga a raiz quadrids de um nimero negative. [io se julgue, entretant, que @ importincia dos mimeros compe: xos resulta dpenas do Teorema Fundamental da Algebra, Eles se fozem presents em praticamente todos os grandes ramos da Metemdtica como Algebra, Teoria dos Numeros, Topologia, Geometria (Analtica, Dife rercial ou Algébrca), ndlise, Equagdes Diferenciais ¢ em splicagdes como Fisica Matemdiies, Dinimnica dos Fuidos, Eleromagnetismo, etc ‘A Teoria das Fungdcs de Variivel Complexa ¢ uma drea nab tradi¢io matemiticae, a0 mesmo tempo, com notivelvitaldade,reetida 1a intense atividade de pesquisa que se descnvolve nos dias stuis. 3. Trigonometria ‘A Trigooometria foi inventada hé mais de dois mil anos. Ela consste, essencialmente, em associa a cada Angulo a certs ndmeros como os (@ cosseno de a) ¢ sen e (0 seno de a), cada um dos quais representa, de certo modo, uma especie de “media” daquele ingilo, Melhor i zendo, esses nimeros constituem wm grande passo & frente nos estudos 22 Sobre ete de Avensis Matemtons as chamadas “relagdes méticas” nos tingulos porque ess, taicio- ralmente esabelecem formulas que relacionam ente si eomprimentos de segments (ais como los, altars, isttrzes, et.) enquant £8 Furgies teigonométicas relacionam Angus com kudos. ‘A base teética na qual se fundamentow originlmente & Trigonometia {oi a seielhagea de uidngulos. Dado um dngulo retingulo ABC, do qual a= BAC ja um dos fngulos, xe AC € a hiposenusa, define se cara = AD/AC e sena = BC/AC. Se tivéssemos constrio qualquer ouo tningulo AB'C’ de modo andlogo, ele sera semelhante 8 ABC porter um angulo agado coum, logo AB/AC = AB'/AC’ © BO/AC = B'C'/AC’. Porano, a semethanga de tigogules gevante ‘ue a defiigtes de cos ae sen sé coeretes, ata, nao dependem de qual enha sico 0 witngulo retingulo ABC escolhido. ‘A relagko fundamental entre cos ae sone: 6 a f6rmula cos? a + senta = 1. um costume antigo ¢ convenionte escreverse cos? @ sen? a em vez de (coea)*e (sen a)? respectivarente.) si formula resuliimedistamente do Teorema de Puigoras, sezundo o qual (AC)? = (ABy? + (BO) Se 0 Angulo a 6 obtuso (maior do que um e menor do que dois retos) consider-se seu suplemento a’ pSo-se, por definigio, cos ar = cos.,sen a= eno! ‘A motivacio original da Trigonomerra foi o problema da “resolugso 4e trngulos que consite em determinar 0s 6 elementos de um triingulo G lados e 3 angulos) quando se conhecem 3 deles, comespondentes 205 5 eas clissicos de congruéncis (3 tades, ov 2 indos mais o Angulo ‘compreendido, 2 fngulos mais o lado compreendid). (0 surgimento do CilculoIninitesimal e, posteriorment, de seu pro- BS/CFM Seo «Eve de pene as Matematces 33 0.334080 tongamento térco, a Anse Matomética, vio dar uma nova cimensto 3s nogies bisicas da Trigonomeria, como sera, cosseno ¢ 8S nope &5- feciadas de tangene, secant, et. Paraiso, € indispensivel consierar fb fangdes cose sn defsidas are todo nmero real Ov sei, € pre- {so falar em csseno © seno de um nimero,em vez de um dng. Esta transigio & fete por meio de ome Fangio B, que chamaremos 8 func ae Euler ‘0 dominio da funglo é Euler € 0 conjmto R dos nimeros reais. Sen conra dominio ¢o ezeulo uitro do plano, que represetaremos por 5 ‘Assim, cud nienero real fa fongdo E fa eoresponcer um ponto Bi) do chealo 5" Para defini precstmente 0 ctculo $+, inroduzimos no plano um sistema de coordnadas canesianas, de mado que todo pono 2 do pao passa a ser rpreseniado com am par ordeaado 2 = (#3). onde & € 3 fun abcisa ey sua ordenads, Plo Teorema de Ptégoes, #discncia 60 pono 2 = (24) 20 pono w = (4,0) € a(2,u) = VETO Em parulr, a dsténcia de = = (2,9) & ovigom © = (0,0) 6 igual & 0 cireulo unudrio S*é, por definigéo,o conjusto dos pontes do plano Sette Eoio te Aguewe te Manns ‘aia distincia 8 origem ¢ igual a1, Assim, o pooto 2 = (2,4) pertence @ St se, somente we, yz? +y? = 1 ou, 0 que & 0 mesmo, 22+ y? = 1, Portanto, os pontos (1,0), (0,1) (1/2, ¥3/2) « (2/2, 3/2) pertencem ast Note que 0 “irculo” $* 6, na reaidade, uma czcunfeéncia, A este respeito, vide a segao “Concrtos © Contos “Agora defnzemos afuneio E:R > $1. Dado onimero real > 0, ‘medimes no ciculo 3, a par do posto U = (1,0), um arco dec Primento¢, sempre percotendo 0 eiculo no sentido postive (conto 20 ‘ovimeia dos ponteiros de um rel6eio, ou sea, © endo que nos leva 4 (1,0) 2 (0,1) pelo caminho mais curo em 5¥). A extemidade final deste treo € 0 ponto que chamaremos de EQ). Se for t< 0, E(t) seria extemidade final de um arco de comprimento t,medido a partir do ponto B ~ (1,0), 10 sentido negativo de S* (io &, no sstdo do movimento ds pontciros de umn redo). Observe que, como 0 comprimento de SH é igual a 2m, se tvennos 41> ton t < —2e, para descrevermos um arwo de comprimento | ¢ | a partir do porto U = (1,0) teremos de dar mais de ura volta ao longo 5. Em panculr, se d= 2k, onde k € um intro (posive,negatvo 1 nulo), temos H(zkn) = U. Mais geralmence, para qualquer tc vale E(t +24) = F(t), quando k € um ineio qualquer. A funglo de Euler BR S* consiste em envolver a rta R, pen- Sad como um flo inexeasvel, sobre cieulo 5 Gmapnado come caret!) de modo que 0 ponto 0 € Raia sobre ponto U = (1,0) € S* ‘Com auxio da funyio E:A ~» 5". podenas definir 0 cosseno © 0 Seno de um riimero real t, Dado ¢ © R, seja E(t) = (#su). Poremos cot = ze wnt =y. Portanio, £ = cost € 2 abcissa e y = sent & a ondenada do ponto E(t), Todas a5 propridaces de cost tent resulam desta deni. Quando 0 < t <7. nctamos que cort = core sent ~ wen, ene 4 € 0 dngulo que tem o vértice na origem e cujs lados sf0 9 semi-ixo ostivo dis obcissas ¢ a semi-eta que sai da origem e passa pelo porto E(i) Esta observago estabelece a conento ease 0 cosseno © 0 seno de ‘um nimero, por um lado, © o cosseo © Seno de Sngulo, por out Jado. Dado um fngolo a, se descrevermos uma circunferéncia de raio 1 tendo como gentoo venice deere chamarmos deo comprimenio do aco ‘Site «Kote de Agnes ee Maemssces 95 qu 06 lados de a subwendem nessa cicunferéncls, 9 niimeto ¢ chamsa-se at medida de oem radianos ‘Assim, um Engulo reto mede /2 radianos porque seus lados subven- dem ura cicuaferéncia de rio 1 um arco igual &quarta parte dessa ci- ceanferneia, Podemos emtio dizct que se 0 < t-< mento cost = cos a, onde c¢ wm ingulo que meds £ radianos, ‘A fungao de Euler E:A + S*, possibiltando considerar cost & end como fungées da varivel real t, abr para e Trigonomeria ss ponas dda Andlise Matemtica e de inimeras aplicagdes importantes 4s Ciencias Fisicas ‘Uma propredade fundamental dessas fungées € que elas sio perié- dicas, io €, pars todo t€ R, temas cos{t +2") = cost © sea(t-+ 2m) = sent. Isto se exprime dizendo que 2 € 0 perfodo das fungGes cost ¢ send. (E claro, pelo que vimos acim, que qualquer our mitiplo ineio dde 2m € também um periodo para ests Tungbes,) Mais geralmente, dado qualquer ninero real 7, 2 fungio f(t) = sen(2xt/T) satisfar & identdade f(t + T) = £4), logo & uma funcio peridtiea como period T. Portanto, usando as fungées wigonomésicas, podemos obterfuneées cor qualque’ periods, ‘Ora, a peridicidade é uma circurstincia presente em quate tudo gue ‘os cerca, desde © movimento de um planeta em tomo do sol, ow de un eléon a0 redor do nicl, as batiéas do nosso coragio. Periodicidade € 98. Stee «Ec de Auman an Msn ‘uma iia muito proxima de oxeilagio (ox vibragSo), outro fato ubiquo, resente nas cordas de um violina que nos enle ¢ na coxente alimaads ‘que usames em nossa cases. As fungdes pexiédicas si0 0 instromento ‘matemiico adequado para deseever todos 0s fendmenos periédicos. Dado o evident ineresse que se tem por entender fotos como os acima citados, aio € difiil pereber a impondnca enorme das Zangées trigocométricas na Matematica © aa Fisica, principalente depois que 0 rmatemético francés Joseph Fourier mosiou fem 1822), no seu consagrado cestudo sobre a transmissio do calor, que tod fungi pode, ob hipSteses bem razoéveis, ser obtia como somta de uma série evjos terms so Senos ‘ou cossenos ("série de Fourier”), Isto foi © pono de pata da chamaia Anil de Fourier ou, mais getalmente, da Andlise Hamdnica, um ramo ‘central da Matemitica contemporinea. 3 acima visam overs oprofescorde Matematica do 2° gra 2 impordrci, §posigd cinta e bs posses plicep tea de bs t6picos que constam do seu programe de ensino. Rspero que ces ajuder a responder a pergunts do ti “para que serve” ea fazer professor ser-se mais consented pespectiva isi e do significado ual da matéra que ext ansmitndo a seus Anos teste parigrao fal, extent, € do maturezneiereme, pois €m reumenteligado ao dia eda do professor em sus aul, ‘Mostraremos agui como a fungao de Euler ER +, deliida na seglo 3, estabelece urna conexio ene logartmos, nimeros complexos ¢ “Tgooomeria, efetwando wa snes ene essas lus disciplinss. (© primezo passo nessa dregio consisieem interpreta: geomietics- mente um sntero complexe como urs ponte da pin, er analgia com {imagem de um nimero real como sm pent de uma 8. Tsodusind coordenades eaesianas, pot meio de dois eikos per- pendicolaes cada ponto do plano &repesemado como um par onenido P= (x,y) de nimeros reais: sua abcira = sue ondenais y. Sendo 0 mero complexo 2 = 2 | iy, em didma anise, (ou em prinipo) um par de nimeros reais, € natn! Wenticar © nimero complexe 2 = =-+4y ‘com 0 ponto 2 = (=, do plano casino, Fett ito, as operages de aga0« muliplicag de mimeras comple os devem postr interpreta peomircas, Par a sdigio,ni0 hil sry» Grup de gure toe anes 37 ‘eulade, Dados 2 = 2 iyo w = wiv, asoma z4u = (z+u)ilyse) Eo quar vérce do paralelogramo cujos ués outros vénices si0 a origers 004 0 0s pontos 2,1. Para interpretar goometicamence a muhiplicag, vamos esperar um pouguinho, Antes, ssociemos a cada mimero complexa z= x iy seu nédulo |2| = 28 + y? e seu conjugado 2 = x ~ ry. Georetricarente ‘onimero real Afo-negativo [2] € a distincia do ponto 2 origem, enquanto 2.0 ponto simérico de 2 em rolagio to eixo das abcssas. Observemos gue [2 = [2/¢ que |e wl= Vea wo € a distinc ente 0s powtos 2 = 2-4 ye w= wt ib, 9 Sata Else de Azone in Matec © produio dos nfineros complexos z= 2+ iye w =u tiv é efinido como 2+ w = {zu — ye) + s{zv + yu}. A multiplicagio de rmerog complexos ¢ comutativa, assoclativa, distibutiva em relagio A adigio ¢ 0 nimero 1 = 1-44-06 seu elemento neuro, isto é, t+ 2 = 2 para todo 2. (Ma soqdo 3, foi usnda 2 notagio UT = 144-0 = (140) para lndicar este mémero. loo seréfeto avvamente, quando for convenient.) Além disso, todo némero complexo 2 = 2+ iy ¥ O postu o imverso mukipicaivo z v Fay Pa pois 2-27 = 1, como se vefica, a pair da defngio, Now que = #0 Signifca que 22 y* 40. (0 ciculo unto, 5 paisa a ser visto como 0 conjusto dos mimeros complexos de mééulo I. Se = € $1, iso €, |2| = 1, entio =~! =z. Ou fej 0 inven de um nimer complexo de madula | coincide com seu conjugado. Em paricular 2 € 5 implicn 2 te 5 ‘edigo ea multiglicagdo de aimeros eomplexos se relacionam com © melo da seguime maneia: |e + w <2} + }u} e (2 -w) ~ Ja) [w ‘A primeira desta relies resulta de Ser © compriment 2+ w de um lado de um wrngulo inferior & soma [+ [| dos comprimentos dos ‘tos dis Indos. A desigaldade [2 + < [2 + tas pode ser demonstra anmercament mas, no momeni, estamos mais interest fem provar que [2] — [2 ‘Sean 2 — z+-iye w = wav, Comocsdois membros da igualdade propos 1 = 2: so aosegtvos, tata prover qu = = le? hw, ou sea, (20 ~ yo)? + (xe + yu}? = (28 + yF)(u? + 02),0 ue se verifies facimente quando se efetaam a operas indiadas Segue se, em particular, que se |2| = 1. [ta] = 1 eno [2-1] = 1. Assim, o eeulo unio S* ¢ fechado em relapio Bs operapbes de ‘mukiplicagi e de tomar o inverso 2~ de um nimero complexe. Io se cexprime dizeado que $} € um grupo muliplcatve. ‘Ona conseqiéncia da igualdade|2-1| = |e[ | €quese = ab team méculo I ent a dstincia 2 — | ente 2 portos quaisquer 2, do plang ¢ igual intnca |e ~ e-w| enue os pontose- « ¢-w. Basia nota gue |o-2~e-1|~ |e: (2—w}| = fe |e — |= [2 TE paniculan,dados qualguer aGmeros resis yt, como (!) = soto Evsg d Aut a aemican 39 cout + inent em médulo 1, a distincia [E(a) 2 - B(O)\ = 186) - Bt) ~ Ete) -V] igual distncia |Bs) ~ Ul, Lembre-se que U = 1+4-0) Assim o ‘kop cujes extremidadessio B()-E(0), (0) €0 arco cujs extemidades fio E(a),U sublendem comdas igual no cireulo S*. Logo evses atcos tim o menmo comprimento &, Conseqbontemente, 0 arco que vii de Ua 'E(s)- B(t) tem comprimento 2+ 4, sw é, Es) EC) = E(s +), ‘A identidade E(6 +t) = E(s) - E(t), que acabamos de provar, & 6 fato mais importante respeito da fuagéo de Euler E:R ~+ $+. Se Ele +t) ~con(e+ 0) +i-sen(s+4), Es) = cons +i-sens, Bl) = cont + i-sent ¢ efetmarmos a multplicagto de nimeros complexos indicada no seguodo ‘membro, cla se torna can(o-+t) + ssen(s 1 t) (cots cost —sens-sent}+ “+4: (cosa sent +50n6 080). Tualando as partes raise imagindras dos dois membros, obtemos 40. Sate Evtuete de Rgm en Maton as females clisicas da Tigonomenia con(s + #) = cose -covt — sens -sent, sen(2-+t) =cors-eant +sen- cov. Reciprocamente, se ivéssemos admitido estas formas como conhe idas, dela rsularia a ideridade (e+ t) = B(2)- (0. Esta identdade mosira que E(t) se comporta como uma porécta de ‘exposmis f, 0 que levou Euler a propor a defnigfo et £0), 0 sei, et = coat +i-sent para a pottacia de expoenteimaginirio it e, mais geralmente, ene =e -(eouy + iseny) arn a poracia de base “e” com expoente complexo 2 = x +iy. Estas Sefiigoes estio de pleno acorda com os desenvolvimentos em série de “Taylor das fungbes sen z,cos.e ¢. Flas srvem de base para estender & nogdo de logartmo pars 0s nimeros negitivos e mesmo para os nimeros ccomplexos, (Veja 0 item “Némeros negatives possuem logatitmo?”, no Jo "Conesitas e Controvérsias™) ‘A identidade E(s +1) ~ E(s)- E(t) fornece a imerpretacio geomé- ‘ica para 2 multiplicapio de nimeras complexos. Dado 2 4D podemos cxrover 2 — |2| B(s), onde # 0 comprimento do arco de S que viel desde 0 pomio U = 14 4-0 a a interegio de 5 com a semi-ete =. © niimero real § € chamado (om) argumento do nimero complexo 22. Ouos arguments de = slo ¢ + 2k, inte) Aralogamente, se ‘w #0, podemos escrever w = |u| -Z(s). Endo z-w 2} |e) Ble) EC) awl B(s +2). ote «Grog de pone ee Maanbtens 41 ‘Geometrcamene, esta igualdade significa que 2 -w € obtido de w mul- tiplicando-se seu médulo por |2| e dando a w uma rotagio de s adianos ‘em tomo da origem. Por exemplo, como i = B{n/2), dado qualquer ‘nimero compiexo wo produto 1 € obtido de w por uma roraglo de 90 {ras n0 sentido posiivo, (Como |i} = 1, 08 médulos de w e de iw sao ‘iguais) roar Azambja Fito jot professor de Matendtica vo Estado ¢na rede lar do Rid de Janeiro, Tendo comecade rio ced, eposendowse ainda em pleno vigor e nas inns anos, sve mam sto om Jacarpagud, ‘onde culda da hora, de seus sos seus vos. Mas, em we de rocks Tras, sgracas a Deus, ocasionalene nos Brinda com sua agradivel conversagao Imatemcca, da qua a peca sobre Mba Takan € um exemplo. Sua includ esa coletdne jusscase tru pela dvulgazto de wn dro mo Inerescane pelo fino perf ue ras do seu ter. como pela swprsa na conclusto, com am final consundeme ‘Quan race final do enscio, lament estragar o suspense de Zoroasto Ee uma dessasravas pessoa qu mobos de cores diferentes: wm 8 verde 0 ‘ouro cata, Malba Tahan e as Escravas de Olhos Azuis Nz sesio de livros de uma loja de departamentos, deparei-me out di, or acoso, com um exemplar ds 278 edigSo de""O Homem qoe Caleultva™ ‘de Malba Tahan. (Editora Record, Rio de Janeiro, 183.) ‘Quarena anos depois de 0 tr Iido pela primeira vez, alo resist tentagio nostigica de revive antigas emogses. Compei-o¢ 0 rl Para os mais jovens letores da RPM, tlvez tenha algura uilidede izeralgumas palavzas sobre esse autor e sux ob. alba Tahan pseuddaime do Professor lio César de Melloe Souza, exerceu uma influéncia singular ente o8 estudantes da mins geracio. Para os alo-especialsas, em pariculer para a imprensa, el fi, enquanto viveu, 0 maior matemético do Brasil, Esse jlgamento, que pouce tinha 8 ver com a realidade, esuluva prinipalmente do grande nimero de livros que ele escreveu (quase umna ceaenal), muitos deles sobre Matemétca. [Bram Livros de divulgasio, escritos num estilo claro, simples e a gradivel, peculiar a0 autor. Neles, a énfase maior era dada & Histéia ‘da Maiemitica e a exposigbes sobre t6picos elementares, inclusive da Mateméica que fora modem no principio deste séeulo, com destague para aspects pitoreseos,paradoxas, supreendenies ox contoverses Enbbora os livms de Mapa Tuhan tenham sido crtieados por trata- rem seus asuntos de forma superficial, por coterem alguns eros séios de ‘concepydo, por serem, em grande parte, meras compilagdes e colerineas de citagbes, ¢ forgoso reconhecer que alguns desses livros tiveram grande aceitagdo, © que significa que havia no pals um numeroso pice, ma maiora jovem, Svido por conhecer melhor a Matemética, sua hisiria e seus desenvolvimenios. Principalmente pessoas ansiosas por ouvir alguém falar da Matematica sob forma menos dra € antipética do que seus ra dicionas ¢ severos profesores, com seus igualmente dros compénetios, ssa necessidade fi supida, devemios admir, com bastante sucesso, por ‘Malba Tahan COthandoem reospecto, podemos hoje acher que esse papel de prope othr Ans 46 _gandista da Matemétca devera ter sdo ocupado por algué com melhor ‘reinamento profissional, isto, com mais competénca centfica. Alguém ‘como Amoroso Costa, talvez, Mas Amoroso morreu cedo €, mesmo a5- fim, em que pese sua vast cultura, © pas ainda ndo estava maduro para tum divalgador do seu nivel alba Tahan surgin na hora cers, com o nivel ¢ o estilo que minha jgeragio queria. Se 0 anaisurmos como matemitio, estaremos olhando para o lado ero, Mas, se modssmos o enfoque, podemos vé-lo m: dequadamente, como joralisia, divulgador, ancologista ¢ contador de histérias. Como contador de histrias, ele tem grandes momentos © "O Homer que Caleulava” € 0 seu melhor trabalho, Em Suas 27 edigdes, “O Homem que Caleulave” mito fez para es: timulat 0 eultivo da ate de resolver problemas, incutir 0 amr pela Mo temitica ¢ destacaraspoctos nobres ¢ esétiens esta Ciéncia. Eu era menino quando minha inn mais velha genhou um exemplar esse livo como presente de seu professor. Lembro-me que 0 devorei avidamente. E 20 relé-lo agora, nfo obstante os muitos calos que me deixou o longo exericio do magistéio,sinda sent algumas das mesmas ‘emogSes de ourrora, dante de ceros rechos de rara Beleza “Como toda obra, © ivro tem seus ports altos e outros nem to, CCuriosamente, ax coisas que mais me agradaram na eure ce hoje foram ‘aquclas das qs guards ainda algoma lembranga dese a primeira vez. “0 Homem que Calulava” é a hiséria de Beremiz Samir, um cio, Jovem pers, hail caleulsta,versado na Matemitca da época (slo 13), ‘canada por um amigo, admizador e companheico de viagens, uma espécie Ge Dr. Watson rugulmano. Fm ceri parsagens, «narativa das proezus matemiiicas de Beremniz nos diferentes lugures por onde patsava nos faz lembrar o Evangelho se- undo So Marcos. O rela, feito por um maomezano ortodoxo, é cheio Ae respeitosas evocagdes divinas e pontihado pola linguagem pioresca 40 frabe de novels. Into € feito com graga © dé um colarido especia 20 conta ‘Heremir Samir resolve problemas curosos, alguns propostos, ou twos acontecidos naturalmente em suas andangas. Faz cambém discursos cloguentes sobre o amor a Deus, grendeza moral ¢ a Matemética. E df aulas de Materiticabastame inspradas & filha de um eheigue, com a qual vem a easarse no fim da histia 45 ae than Esra C04 Are Pea que se tna uma idéla dos problemas taaos, descrevemos 0 rimeizo, o segundo ¢o ultimo dees. No primeiro problema, Beremize seu amigo, viahundo sobre o mesmo ccimelo, chegam a um ofsis, onde encontram ts infos diseuindo aca- Toradamente sobre como dividir uma herangs de 35 camelos. Seu pai estipulara que a metade dessa heranga caberia 20 filho mais velho, Um te1go ao do meio e um none 20 mais mag Como 35 nfo € divisvel por 2, nem por 3, nem por 9, eles niio sabiam como efetar a par, Para espanio e preocupario do amigo, Beremiz enrega seu camelo 0s 3 imaos, a fim de facilitar a divsio. Os 36 camelos sio repatdos, ficando 0 imo mais velho com 18, 0 do meio com 12 © 0 mais mo50 coms 4 cameos Todos ficaram contents porque esperavam antes reeeber 17 ¢ mio, 11 dois tergos e 3e oito nonos respectvamente. F 0 melhor: como 18 +12-+4~ 3, sobraram 2 camelos, a sabe, 0 que fore emprestado e mais tum. Todo mundo saiu ganhando, Explicagio: Um meio mais um tergo mals um nono é igual a 17/18, ogo menor da que 1. Na pariha recomendada pelo velbo arabe sobrava tum rest, do que se apeoveitaram Beremia e seu amigo. © segundo problema é uma pequene deliia, Beremiz e seu amigo, 18 caminho de Bagdé, socorrem no desero um rico cheigue, que fora assaltado,¢ com ele reparem irmimente sua comida, que se resumia a 8 Piles: $ de Beremiz e 3 do amigo. ‘Chegados 20 seu destino, o cheigue os recompensa com oito moedas de our: 5 para Beremiz ¢ 3 para o amigo. ‘Todos entio se surpreendem oom @ suave protesto de Beremiz. Se- _gundo este, a manera juste de repanir as 8 moodas seria dar 7a ele e { apenas 0 amigo! E provi: durante a viagem, cada refeigho consisia em dividic ym po em 3 partes iguais c cada um dos viaantes comi uma dels. Foram ‘consumidos a0 todo & pies, ou sia, 24 tegos, cada viajane comendo 8 ‘expos. estes, 15 tegos foram dados por Beremiz, que comeu 8, logo ‘contribuiu com 7 tergos para a alimentagSo do cheigue. Por sua ve2, 0 amigo contrbuiu com 3 pes, ito 6,9 e-G08, dos quaisconsimia 8, logo Paricipou apenas com 1 tergo para alimenar 6 cheiqu. Isto justica & ‘observago de Beremiz [No firal, porém, © homem que calelsva, enerosamente, ficou com apenas 4 moedas, dando 8% 4 restates ao amigo, (0 slimo problema do livro se refer a $ escravas de um poderoso alfa, Trés éelas tém olhos azus e nunca falam a verdad, As outs ‘dais em olhos negros e 86 dizem a verde. [As escravas se apesentaram com of rostos coberis por véus e Bere smiz foi desfiado a determina acor dos ohos de cada uma, tendo odieito a fazer és perguntas, no mais do que uma pergunta a cada eserava Para failitar as eferéncas, ehamisemos a85 escravasde A, B,C, D ee. eremiz comegou perguntando & escrava A: “Qual a cor dos seus cothos?” Pura seu desespero ela respondeu em chins, lingua que ele no entendia, por Iso protesou, Seu protesionio foi aceito, mas ficou decidido que as respostas se- vines seriam em frabe Em seguida, ele perguniou a B: “Qual foi a resposta que A me eu?” B respondeu: “Que seus olhos ersm azuis Finalmente, Beremiz perguniou a C: “Quas as cores dos ols de A © BP" A resposta de C toi: "A tem olhos pretos ¢ B tem olhos azuis”. ‘Neste ponto, © homem que calevlava coneluiu: “A tem olhos pre= tos B azuis, C prevas, D aziis ¢ B azuis’. Acertoa e todos fcaram maravittados. Explicagio para « deduylo de Beremix: Em primeiro lugar, se pet untarmos a qualquer das cinco escravas qual a cor dos seus olhos, su ‘esposta 36 poderd ser "Negros" tenha ela olhos azuis ou negros, pois na primeira hipStese ela mentirée ha segunda dia verdad. ‘Lago B mente portant seas olhos so azuis. Como C disse que ts olhos de B eram sms, C falou 2 verdade, logo seus olbos so negro. ‘Também porgue C fale a verdade, os olhos de A sio negros. Como somente duas escravas tém olhos negros,sepue-se que os olhos de De E sio azsis CCertamente Melba Tahun escolbeu este caso para 0 fim Go tivo porque desejva encerri-lo com chave de otto, tl a beleza do problema. Podemos,entretanto fazer ts observagies que reduzem bastante o brio Aesae "gran finale” 1) 0 método usado por Beremiz mio permite sempre resolver © pro- blema, Ele acerou por meto ac380. Com efit, se os olhos de A £8 tae Tenn oo Eee de Coe Ante fossem azuis (admitnde ainda que B ents olhos szals e C’ negro), cle $6 poderia concluir que, enue De E, ua tera olbos azus © 8 ‘otra negros. Mas uio podna dizer qual dels. Mais precisamente: 0 raciocnio wilzaio por Beremiz peeite de- terminar apenas as cores dos olhos de A, Be C. Par exclusio, concui-se que D e F tém 08 cores que fata, mes ndo se pode especiiear a cor de cada uma quando essa cores forem diferentes, 2) Se Beremiz fsse mais espero, encontarin um méiodo infaliv! para ‘determina cor dos olbos de cada ume das eseravas,facendo apenas tune vnica pergurcat Basta chegar junto uma das eseravis (Zigamos, A) e perguntar ‘cor dos olhos de cada uma de vocés?” Como hi 3 eseravas de olhos azuis ¢ 2 de olhos negros, $6 haveria das resposts posses. Se A tivesse olhos negros, sua rexposta mencio- rari duas eseravas de olhos negros, wés de olbos azus seria a resposta cesta. Se A tvesse olhos ais, st resposta dina rs escravas de olhos negro e duas de olbos azus e, neste caso, basizi inverter sua resposta para obier a verdade, 3) A solugio de Beremz ¢ aquela dada em 2) seima fazem yso de um informagao apurentementeessencial: quantas escravas de olhos axis ‘equantss de olhos negros existem n0 grupo. Sopookamos agora que ess informagéo sejn omitids, Tém-se n. escravas, cujos olhos podem ser azuis ou negros. As primeiras menter: sempre, as dlimas nunca. Pode haver de 0 a n eseravas de olhos azas; conseqlentemene, 0 nimero de escravas de olhos negros também no & fomecido. Meso assim, ainda & possivel determinar a cor dos othos de cada wna por meio de wna inca pergunta! Basta pergurtar escrava A o seguine: “Se meu amigo le indagesse {qual a cor dos olhos de cada wma das r, que The responders voce?” A resposta de A para mim consisiria em atribuir a cada escrava uma cor de olhos. Pais bem, seja qual fosse a cor dos olhes de A, fosse el ‘mentiosa ou néo, a cor dos olhos de cada escrava seria exatamente aquela «dada por sua resposta a mim. Com efeio, apenas por uma questo de méiodo vamos supor que A comegaise sua tesposta pela coe dos seus prpios clos, Haveria extio as possibilidades quanio ao comeso da resposta de. “a Primeica: “Eu dria an seu amigo que meus oltos io negsos que os thos de B sio... etc", Neste caso, A ndo me ments, porque ela 36 poderia dizer 20 meu amigo que seus ofhos sio negros. Logo seus olhos ‘lo mesmo negros e sua respostaconsém a verdad. Segunda: “Ex dria ao seu amigo que meus olhos so azuis, que 08 de B so... et”, Eno A é mentros, pois ela no poderia dizer &ninguém que seus préprios olhos slo azuit, Portnto A memtria ao meu amigo e tbe dria 0 contrrio, logo me coniaria a veréade. ‘Apesar de ter esiagado um pouco da fest de Beremiz com as e3- exavts, espero tet deixado claro que me divert lendo “O Homem que CGalulaya”, tanto agora como da primeira vez. A solugdo 2) foi por mim ‘Gnaginads naquela €poca, embora as pessoas que me conbecem ou que saben a cor dos meus olhos, duvidem muito desta afirmagio, verdade & que, por algun tempo, Eucides Rosa heston ene ser tm uri como 0 Jato Guimaraes ou um professor de Matera como 0 de Alexandria ou (reis modestanente) coma 0 Rowe. 0 acaso epreszou a decide, Seu princiry emprego fot como professor de Inglés mas, logo em {sepuda, 0 professor de Matemtica do clés onde ensinava passou nur con- ‘argo para 0 Banco do Brasil ¢lergoa todas as tras. Eucies eproveten @ ‘portuidade eaié hoje wabaiha no mesmo tga De vez em quando porén, tem tama recal , mur compramiso neil fc exert de Matec ‘Sua erica sobre oTeorena de Pdgora na realade a reser de um lire, eserio por wm professor american do comeco do séelo, que feve a ‘paiénca de colcionarceneras de demonsrocses do referdo teorana mas nao eve o dscernimento para notar que a maiovia dels so varias wiviais unas ds ouras, Euclid Rosa soubeexrar do lvoe nos dar de bande os aspects mais Imeressaries ecrisus que ele com, acrescentar sas préprias observasdes¢ creas (as ves Unica, como aquela sobre a formula cos's + sexe =1), € Calminar com a Bela demonstrat de Poiya Tao tito nia prosa cats de ‘radar a Monsieur Jourdain 0 Teorema de Padgora deft, wna propsigo de inportincta era sma Matendtica e merece todo 0 destague que a ele s¢ possa dar Seut oi- lonaosndopreisan,enrtano, drs a rababo de lero lero do Professor Loomis nem lamemtaren no to achao,O essenca ext ul adianie.A estes Acionados,Eucides me pede que proponta a seine versio wi-dimensonal bo worema: "O quatro de dread wn pligono plano quae, stands no ‘ipa € igual dma dos quadeados das dress de suas projegies sobre wes lanes masuamensarogonals oO“ lo tex nome pode tr sido ume coincidence 04 no, mas @ Mania de Pitagoras Blisha Scot Loomis, professor de Matematica em Cleveland, Ohio (Est os Unidos) era realmente um apaixonado pelo Teorems de Pitégorss. Da- rane 20 anos, de 1907 2 1927, colecionou demonsiactes desse teorema, !grupou-as es organizou num liv, ao qual chamios “The Pythagorean Proposition”. (A Proposigio de Pitigoras) A primeira edigo, em 1927, contiaha 230 demonsiagces. Na segunda edigdo, publicada em 1940, este ‘mero foi aumentado para 370 demonstagées. Depois do falecimento o autor, o lvro foi reimpresso, em 1968 e 1972, pefo "National Council of Teachers of Mathematics” daquele pas (0 Professor Loomis classifica as demonstragdes do Teorema de Pi- égoras em basicamente dois tos’ provas “algébricas” (baseadas nas relacoes métricas nos tringulos retingulos)e provas“gecméiricas” (bases das em comparagles de deus) Ele se dd a0 trabalho de observar quo no 6 possvel provar 0 Teorems de Ptégores com argumentosrigonomézicos Porgue & igudade fundamental cs Trigonometris, eos? z + sen? x = 1, 8 € um caso panicular daquele terema, ‘Como sabemos, o enunciado do Tearema de Pitigoas é © seguinte: "A fea do quadrado cujo lado € « hiposerusa de wm tringulo retingulo € igual & soma das dreas dos quadtados que ém como lados cada um dos catetos Se a,b sio as medidas dos cates ¢ 6 a medida da hipotemuss, © enunciado acca equivale a afirmar que a2 +22 = Documentos histéricos mosirum que 0s egipcios e os tabildalos, ‘muito anes dos greyos, conheciam casos parculares desse teorem, ex pressor em slag © faro de que 0 widngulo de lados 3, 4 € 5 € resingulo ern (¢ ainda MonindePrigrm 53 6 stil 908 agrimensores, Fé também um manuserito ching, datando de ‘mais de mil anos anes de Cristo, onde se encontra a seguint afimagio: “Tome o quatro do primeiro lado € 0 quadrado do segundo e os sine; ‘air quatrada dessa soma é a hipotemusa. Outros documentos antigos rmostram que na india, bem sotes da era Cis, sabia-se que os tingulos de lados 3, 4,5 04 5,12, 13, 00 12,35, 37 s80 rotinglos. 'O que parece caro, todavia, € que nenhum desses powos sabia de- smonsrar 0 teoema. Tudo indica gue Piségoras foi primero 2 provi-lo. ‘(Ov alguém da sua Escola o fez, o que di no mesmo, pois 0 conhecimento ienafleo nagucle grupo era propredade comm.) 1. A mais bela prova Qual foi a demonstragio dada por Pitigoras? Nio se sabe ao ceno, pois ele nfo deinou trabalhos escrits. A morn dos histrisdores acre- dia que foi uma demonsragio do tipo "geomético", isto €, bascada na ceomparacio de areas. Nio for a que se encoatra nos “Elen Fuclides, e que € ainda hoje muito encoatrada nos livros de pois tal demonstsgio parece ter sido coneebide pelo proprio Eucides. A demonstagdo de Pitigorss pode muito bem ter sido a que decom das figuras absixo, Do quairade que tem a + b como lado, eiremos 4 witngulosiguais 20 dado. Se fizermos isto como na figura & esquends, obleremos um ‘quadado de lado e. Mas se 4 mesma operago for Feit como na figura 8 Gieita,restardo dois quadrats, de lados a't 8 expectivamente, LOz0, & frea do quadrada de Indo ¢ € a soma das Sreas dos quaérados cujos fados rmedem ae b 5 ai de Peapnee xa provavelmente, a mais bela demonstrgfo do Teorema de Piuigoras. Enetanto, no lio de Loomis ela aparece sem maior desig, somo variante de uma das provas dadas, néo sendo sequer contada ent: ‘8 370 mumerades ‘Apretentamos & seguir algumes demonstragées do Teorema de Pits ‘goras, que tr algum interesse especial, por um motivo ov por out. AS quatro prieiras constam da lista do Professor Loomis. 2. A prova mais curta também a mais conkecla. Basciase na segunte comseqncie da semelhanga de ingslosreingulos: “Num engl reingle, cada ca tap 6a media gmc enue hipotusae Sa pojegio stb ela” ‘Asim, seme ws espectvamens as projeges do cacioe @ bse ‘2 hipotenusa ¢, mos a? = me, b* = ne, enquanto m+n = c. Somando, ema me ewe 3. A demonstracio do presidente James Abram Garfield, presidente dos Estados Unidos durame apenas 4 ‘meses (pois fo assassinado em 1881) era tmbém generale também gos- tava de Matemtica, Ble deu uma prova do Teorema de Pitfgorasbaseada a figure 3 ‘A res do tapézio com bases a,be altura a+b: dias bases vezes ¢altara, Por outta lado, 2 mesma trea € também igual 8 sora das éreas de 3 tiingulos retin ash Hx (e+) Mani de Phigome 55 Simplificando, obtemos a? +1? =o, 4. A demonstragao de Leonardo da Vinci (© grande pénio cisdor da Mona Lisa também concsbea uma demonstasio do Teorema de Piuégocas, que se baseia na figura 4, Os quadsitéseos ABCD, DEF A, GF HI ¢ GBIT sio congnuen- tes. Logo os hexigooos ABC DEF e GEJIHF wm a mesma are, Daf resulta que a étea do quadndo FEI € a soma das deus dos quadiados ABGF © CDEC. 55 Mle Padoome 5. A demonstragao de Papus [Na realidade, no se cna apenas de uma nova demonsiago mas de lima generalizao bastante interessante do Teorema de Piers. Em ‘verde um tiingolo retingulo, toma-se um trngulo abitério ABC; em ver de quadridos sobre os lados, tomam-se paralelogramos, sendo dois deles quaisqur, exigindo-se que 0 terceira compra a cndigho de C'D ser paraklo a ITA, © com o mesmo comprimento © teorema de Papus afrma que a érea do parselogramo BC DE é 1 soma das deat de ABFG © AJC. demonstragio se baseia na simples observagio de que dois paraelogramos com buses e aluras de ‘mesmo comprimento tm a mesma Sea Assim, por umn lado, AHTKCB tem a mesma irea que ABFG ¢ por outro lado, a mesma Srea que BME. Segue-se que as éreas de EMNE e ABFG so igusis. Analogameme, sio igusis as areas de CDNM ¢ CALJ. Poran, # ea de BCDE € 2 soma das éreas de ABFG © CAIJ. (© Teorema de Pitdgoras € caso particular do de Papus. Bast tomar © wiingulo ABC cetingulo e tts quadrados em lugar dos tés paalelo- ‘ramos. 6. 0 argumento de Polya No meu entender, ecretano, a demoastraglo mals intelipene do Teorem {de Piigoras nfo ests ineluida entre a5 370 colecionadas pelo Professor Loomis. Ela se acha na Livro “Induction and Analogy in Mathematics", < autoria do matemstica hingaro George Polya, Mens ce Puigos 57 © racicinio de Poly se Bases na conkcida proponig, segundo a qua as eas de duss figuras semelhants esto ene como 0 quarado dh ano de semeltang Lembremos que das figuras Fe F dizem-e semethones quando 1 cada ponto A da figure F vomesponde um porwo A” em F",chamedo 0 seu hondlvgo, de tal ranera que se A,B sio pontos quaisquer de eA’, BY sto seus homélogos em F exo arardo A'B/AB ua ‘constant k, chamads 872200 de semethanca de F pare F. Por excmplo, ois inguts so semelhances se soment se, 08 Angus de um dele Slo congruenes aos ingules do ure. Por outo lado, dois quadeados squaisque, um de lato Ee outo de lado 8, so semethantes ca uato de Semethanga do pineiro para o segundo é k = 0/0 Em vex do Teorema de Piigoras, Polya procuma prowar 8 segue rposicéo mais gral que, diga-e de passage, se sbha nos “Elemen- tos" de Bucies) Se FF © F so figuas semelbanes, conseudasrespecivamente sobre a hipotenusa e © sobre os catior 0,8 de um wiéngulo retingulo entio a inca de F € igual & soma ds eas de F*¢ © erunciado acima implica que a rezio de semethanga de ” para FP" 6 b/a, de F* para F & ¢)ac de F* para F & ¢/6, Por simplicdade, escrevamas F em verde “tea de F", Gem vex e “irea de G", ex. Se G, G'," séo ourss figuras semethanes constuidas sobre 8 58 ante u igre potennsa ¢ os cei, respeciviment, em. vinude da proposigio acim an eC ep ana 1090 De modo anager Gy F Portnto G/F = G"/P" = G"/F* = a, digamos, Bsrevendo de ovo modo: Ga. FG! =a- Fre Gt =a. P". ‘Qoe significa esta 3 mas iguaades? Elas qurem dizer que se conteguitmos achar 3 figuras semelhanis especiais FF" F", cons. truldas sobre hipotenusa os catis do nosso tridngul, de tal wavera fe se the P= "+P" entto toremos também G = Gi + G" sejan fais forem as figuras semelhanes CG © G consrufas do meso thodo. Com efeta, xemos G— a- F,G" = a-F' e G" = a+ F¥, logo Gop tea Fry ae F "= oF +P) =a F =G. Agora € 6 procurr as figuras expels. Mas elas eto fine 0 nosso cance, Dao 0 widngulo retinguo ABC, tacemas a ara CD, banadn do venice do ingulo teto C sobre hipotemse AB. A figura F seré o préprio tiingulo ABC. Para F" escolheremos ADC ¢ feremos F" = BCD. Evidencimente, F,P! ¢ FY sio figuras semelhantes, Mais evidentemente ainda, temos = Ft + F" Sor pone dnp nc omen, na eed os posta fdas de Goomcr Pacha Toga ge te’ dit por € ina dat ty tprites Diced Decco Geomtrea (Aur rage oe comrade cnt an poe ae) ‘on robles geaniios, tna rn € cool cond beanent dee ina qe econo ets dest poi pies, stad pate fren, plana sinc) ponhaa ats omcr A oo apr ane (tren o nie por © pe ape cmp ¢ need gue prettier a 2 To ian ape do ee ene Maenica Pare Matoice oct No pablens conser gut, Mion mntnk ne pons A. oe inet ane ferns deen pore ooo octane, ‘icone asm. 0 prcblena fo reabade Com ao do Geomeria Euclana,naneinene, Deas dena tomas rds Cone, “nd rei rw gd spon Como Abrir um Tinel, se Vocé Sabe Geometria Aha de Samos, que ainda penence & Grécia, fia a menos de 2 quiléme- tos da costa dt Turqua. Hé 2500 ancs, toda aquela regio era habiteda por egos. Samos passou & Historia por ser a tera natal de Pitégoras, ‘mas ado € dele que vamos falar, 0 her6i do nossa episéio nem ao menos era matemftico. Sew nome ‘ra Enpalinos e, nos dias aru, seria chamado de engenkcio, Ele seri focalizado aqsi porter sabido usar, com bastante sucesso, wm fsto ele= rmentar de Geometia Plans para resolver um problema de Engenharia € ‘ssim consibuir para o bem-estar Ge uma comunidad ‘0 exemplo de Expalinos merece ser conhecido por dois motivos: fornees um t6pico ineressane para ilustar nossas alas ¢ mostra como ‘oconhecimento matemitico, mesmo quando de natsre7a te6sica, pode tt {nflugncia decisva no progress tecnol6gico. ‘O teorema de Geomerieusado por Eupalinos fi o seguint: Se dois Iridngulos rengulas tem catetos proporcionais, seus Angulos agudes so Fauais. ‘Na figura a seguir, se b/e = be! entio Zab = Lal e Lac = Late! Figen Como se sabe, ete ¢ um caso particular de semelhanga de tingalos. (Os trngulos dados tm um Angulo (eto) igual, compreendidn ene lados proporcionais) ome Abi un Tne Voss be Geomtne 61 Para sermos exatos, Eupslinos nio usow precisamente 0 teorema selina sim uma sua consoqiacia imediata, que enunciaremos agort ‘Sejam abe ae! eridnulos rertngudos com wn vértice comm. Se ‘os cates b e e! sao perpendiculares ¢, além disso, tem-se bje = Wj ‘ntdo as hipotenusas a e a! eso em linha rea, ‘A afirmagio acima decor imediatamente da anterior pois a soma. dos fingulos em tomo do vértice comum aos dois tiinguios ¢ igual a dois ingulos reios Retomemos nossa histéia. Ela se passt em Samos, ano 530 a.C. O ‘poderoso tireno Policrates se preocupava com o abasiecimento de gua 4d cidade. Havia fontes abundantes aa ila, mas Bcavam do outro lad do monte Castro; 0 acesso & elas era mito Wiel! para os habitants da dade. Decidiu-e abs usm eine A melhor ead a mis convenient soda do tine] foram escofhi ds pelos assessores de Policras. Exam dois pontos, que chamiremos de Ae B respectivamente Cavar « monianha ndo seria Srduo, pois a rocha era caleéres © no faltavam operiris experientes. © problems era achar uin modo de sair ‘do ponto A c, cavand, chegar a0 poato B sem se pender no camino. Eupalinos, encaregado de extudar a questo, surpreendeu a todos ‘com uma solugio simples epritca, ‘Além disso, anunciou que reduzsia 0 tempo de trabalho 4 metade ‘ropondo que se inicissse a obra em duss fences, comesando a cavar 2 Como Astrum Toms Yet Sob Goma sivulaneamente nos pomtos A e B, enconurando-se as duas tumas no meio do tel! Disse e fez, O tine, construe hf 25 séculos, € mencionad pelo triador gre go Herodoto, Em 1882, arquedloges alemécs, escavando na ilha de Samos, 0 en contraram, Ele tem um quilémeto do exiensio, soa seglo wansversal é tum quadtado com 2 motos de lado, com uma Vala funda para os canos <'igua e aberuras no tro pura enovayio do a € limpeza de detitos. ‘Mas como Eupalinos conseguiv, parado simultaneamecte de A © BB, wagaz una roa ligando esses poatos,arnavés da montana? [Na figura @ seguir, © contorno curiiseo representa o monte, A & 0 onto de entrada © B é « saia do tine A pari do ponto B fixa-se uma diregio arbitra BC e, cami- ‘nhando a0 longo de uma poligonal BCDEFGH A, na qual cada lado {forma um ingulo reo com o seguine,ainge-se 0 pono A, tendo evitido assim as eas mais escarpadas da mootanha, (No ¢ dificil imaginar wm instramento ético rudimectar que permita dar com precisio esses gros de 90 graus.) ‘Anotando-se 0 comprimento de cada um dos lados da potigonal, deerminam-se Facimente o¢ compriments das cats AK © KB do tiingulo etingulo AKB no qual AB & a hipotemisa e os catetos én 25 ciregdes dos laos ds poligonal considerada, Caleulase entio a razio r = AK/ICB. A partir dos pontos A c came Ane um Trt Vook be Gromatie 62 2B, constdemse dois pequenos tridngulos retingulos cujos cates ainda tenhamn as diregées dos lados da poligonal c, além disso, em cada um Gessos tiingulos, a razdo entre oF caetoeseje igual A rizdo r entre 0s catetos do tingulo AKB: \ ‘Agora ¢ s6 cavar 0 morro, a partir dos pontos Ae B,na diego das hipoteausas dos tréngulos pequenos Isto resolve 0 problema se os pontos A ¢ B estiverom no mesma nivel: cava se sempre na horizontal © o plano herizontal é facil de deter rminat, por meio de vasos comunicames ow por outros processos Em geral, Ae B nio estio no mesmo nivel. No caso em questo, € obviamente desejével que # seja mais baixo e sem davida fevou-se Jito em conta ma sua escolhs como ponto de saida. Mas é fécil eaeular = diferenga de nivel ene A'e B. Bast i rgistrando, + medida que se percore & poligonal BCDEFGH A, a diferenga de nivel entre cada vérice © 0 sequin, ‘Tendo d, consderamos o wiangulo rtingulo AM B, no qual ocatew AM 6 verical e rem comprimento d. O competent da hipotenusa AB fe determina pelo eorema de Pitigoas (a partir dos catetos do eiingulo AKB) ‘A rani AM/AB = dit como se deve controlar a inctinagao da ‘eseavagio: cada vee que andarmo uma unidade de conprimento a0 longo 64 Come Abt um Tne tod Sab Grome o tine, nivel deve baixar 9 esc ler capone Pe Pees (Omnis notivel dass raiccinio teérion & que ele fo posto em tion «© funcionou. O tine! sob o monte Casto Id est, pare quem quis ver, na majestade dos seus dois mil ¢ quinhentos anos de idade. Honestamente, devemos escareser que as duas extremidades das cescavagées ndo se encontrizam exatamente no mesmo ponto. Isto seria esperar demas da precisio dos insrumentos eno exisents. Houve um enzo de uns 9 metos na horizotal © 3 metos ne ver cal, Desvio insignificant, convenhamos. Além disso, esse erro tem dois aspecios interessanes. Em primeiro lugar, consul uma prova do que © tne foi realmente cavado em duas frentes, Em segundo lugar, x ponia que comegou em B chieyou mals baixa do {que aque comegou em A, o que perma formar uma pequena cachoeira, ‘sem interomper 0 fuxo de égus de A para B. ome Abi om Tite woot Soe Cooma 65 Isto nos deixa quise certs de que esse erro na vertical est igado 80 coxidado dos construtores em nio deixar a8 pontas se encontrarem com a Seids mais ata do que a entrada, o que causa um problema desagraivel Paraencerra, uma pergunta: como sabemos destas coisas? Eupalinos ‘bio deixou obcas excita. Mas Heron de Alexanda publicow muitos lives, alguos dels sinda hoje existemes. Um desses livros & sobre um inarumento de agrimensora chamado dioptra. Nele, Heron descrove 0 processo que expusemos acims. Em seu todo, os livzos escrtos por Heron formam uma encielopédia e métodos ¢ téaicas de Matemética Aplicada, sinttizando 0 conheci- mento da época. ‘ures livres, talvez menos compleios, ceramente foram publicados antes com propésitos somethantes ¢ nao se pode deixar de supor que a constraglo de Eupalnos tna figurado entre essa ténicas Referéncias 1, Femando Troua, Luiz Métcio Pereira imenes ¢ José Jakubovic, “Mae teméticn Aplicada” Uma discussio do problema do tine! utando Trigorometsia, bem como uma breve apesentago do método por nds exposta. De um modo eral, of 3 volumes de Trows, Imenes ¢ Jakubovie sio atamente reco- mendaveis pela abusdincia de exemplos e aplicagdes de Matemdtica a nivel de estudantes do segundo grau, Editora Moderna, $. Paulo, 1979, Pp. 193-196, 2. Hans Frudental, “Perspectives da Matemitica” Uma série de tpicos independentes, que podem servir de inspiragio «forte de informasio aos interessados por Metemstica. © problema do ‘inet & um dos primeltos abordados ness livzo, Zahar Editors, Rio de Janeiro, 1985. 3, BL. van der Weerden, “Science Awakening”. Uma exposigio clara e aessivel dos primis da Cifacia ao mundo ‘cidental, comeganda com simériose babilénios, ida até 08 gregs. primeira texto moderno a conta s hiséria de Eupalinos, Noordhof, 1954 Vinci gar que todas 0 conceit menclonados no emunciadotenhame sido previamens defines (ou fagam parte de uma relazdo epcua de Alenerios prinives,accios sem defizao) e, em segundo Ingr, qu seam Aeclaradas exliciamence ax hpétses ox conilgoes que tas cnceitos deve amp Por exemple, no Teoena de Pitigoras as concetos sto drea, quadrado € ridngulo.A Mpiese& que 0 tidngulo dado € reins. Seria inconcbivel pretender provar gue a? m6? + sem defy antes 0 «ue 6m sidnguloe (pir ainda} som suporexplictamente que ot tades b e ¢ ‘to perpeniialares. Mewno porque « igual avime sera flsa ers esta ips. ‘As leases acta ela io lla elementares. ‘No entanto, wn dot teoremas matt conbeciaat dx Mattica fot demonstado, por dois dos mats notveis matemducos que jd exstram, Sem gue rerdur dos Cudados acim fosse observade. No & de adirar que estan con- trarexemplo para esse eorema ‘Como asin? Covire-sxemplas para wn tore? ‘No argo segue & conada a histiria desde 0 prlacpl, apart do porto fom que Eider esbelace a relagdo V-A-+F =2 para qualuer polled? sem ‘der o que signa ena palauna, No se ra de jurioar ot arganentos de Euler, 0 que ningudre james conseguun A misido € aproselir a elegante demonsiragto de Cauchy, defitindo provsanenie 0 conceto de poet ¢ to. nando exptctastadas as hpStesesnecessérias para que tal demonstra soja vida. ‘Ao finc!, uma swrpresa: as conldes que se precisa impor ao poliedo ara que os arpumentos de Cauchy sejam corretos consituem uma ‘caracterzoio opoldgica da exeraem termos conbinatrios. Nowras paras, tum poled satis tas cond es se, escent se. hemeamarf ana eft Exe artigo fol publicado inclainene no "Nouciério da Sociedade Brasiera de Masemdicd”, ano XI, 2, outibro de 1982 € depos, sob a resem forma, a resists “Matematica Universiti” m2. Tem sabe gue para poterdemonstrar tos orem, énecessirto em O Teorema de Euler sobre Poliedros 1. Introdugdo Este enssio foi motivado pela leitura de Lakatos 1976, onde 0 Teorema de Euler é usado como tema de fundo, sobre o qual o autor expe suas dias a respeito das provas matemiéticas. © ponto de parida daquele lio a demonstragio dids por Cauchy para o referido teorema. Embora o trabalho de Lalaros goze de merecida reputagdo como obra de Filosofia “Matemstica ¢ conta uma erinica minocioss sobre a traetériahistérica do Teorema de Euler, cle de certo modo frusa a eusiosidae do leitor no Geixar inscabada a andlisecrftica da demonstagio de Cauchy. Essa andlice € completads aqui. O titulo deste antigo bem poderia ser “Dada tum demonstasdo, achar 0 worema que ela prova”. [Nossa ineresse por ese assunto foi também estimulado pelo faro de ‘que no colegio estudamos o Teorema de Euler (com a demonstragio de Cauchy) depois a vimos teproduzida por autores conceiuados, como ber-Cobn Vossen ¢ Couran-Robbins numa forma aparentemente com pativel com 0 nivel do curso secundéri. O presente estudo torn explcitss fas condigdes que precisam ser admitdes a fim de que a dermonstasio de Cauchy Seja valida © most qu: a hipéese feita por Hilbert Cohn Vos sen ¢ Courant Robbins (de que 0 poliedro € homeomorfo a um esfea) 6 permite » ulizagio da prova de Cavchy mediante recursos ¢ tenicas avangadas, ndo mencionadas por aqueles autres. . ‘No caso particular de poliedros converos, hi demonstrages elemen- tares ecomretas do Teorema de Euler. A primeira, e mais elegant dels, foi obtida por AM. Legendice (veja Legendre (1846) com base na férmula de Girard para a soma dos Angulos inenas de um triangulo esfético. (Veja também E. Lima {1984}) Ainda no caso de poliedros convexos, demonstragio de Legendre pode ser adaprada de modo a evitar a Geome> tri Esferca, tmande-se mas elementar. (Cft. Z. Azambyja (1983]) (Torn de Et toe Foden 69 2, Resumo histérico ‘0 Teocema de Euler, descoberto em 1758, diz que se um poliodro tem ¥ vénices, A arcsas © F faces eatéo V~ A+ F = 2, HA um manuserito de Descartes, prurido poe volta de 1639 e e ‘contrado por Leibniz em 1675, que contém resultados a parr des quais se poder obter a férmula acime como conseqincia imediata, Mas Des- ‘cares nlo parece ter notado isso. O navio que trouxe pira a range os petienoes de Descartes, depois de sua morte em Estocolino, naufayou a0 +o Sena. O bat que contisha o manuscito flutou e foi encontrado no dia seguinte. A c6pia feta por Leitni também se perdeu, senda reencontrada em 1860, Para um estado deulhado do manuscrto de Descartes, vee P. Federico (1982), ‘A demons is Givulgada desseteorema no caso de poiedros homcomorfos a esfera é basicamente devida a Cauchy [1813]. Ela pode ser encontrada, por exemplo, em Courant-Robbins [1951] Hilber-Cobn Vossen [1956] © Teorema de Euler tem sido ensinado, hi éécadas, em cursos de Geometria nas escolas secundérias. Ele tem as caracieristicas usuas que ‘omam um teorema atrente e popultr yereralidade de valde, simpli- cidade de enunciado, demonstragio eleganic inteligivel, Alm disso, € féci ilusué-lo com belos desenhos de poiedres, aos quais se constata visualmene que V = A+ F = 2, Vomersaevese vensrscetese wasps 20-30 +2 No entant, Teorema de Euler nfo ¢ vido com waa generlidade “70 Teron de Ger ote Pedro {do enunciado que demos (0 mesino de Euler, que 0 suponls verdadero para todos os poliedros). Muito provavelmemte Euler (0 qual nunca se ‘Gen eo rabslho de define preeisamente “poliedro") no considera como polidos os solidos, como 0 da figura 2, para o8 quais seu teorema € fal. Ha muito tempo se conhecem exemplos de poliedros para os quais V— As 22. A figura 2, a suit, exibe um paliedro no qual se tem VAL 216-324 16 =0. Feet Vérias geragdes de geémewas depois de Euler se preacuparim com ‘o problema de estbelecer a relagio V — A+ F = 2 como um verdadero reorera, livre dos conta-exemplosembaragosos ‘Uma sida dbvia consiste em restrngir a classe dos poliedros aos ‘quas ee se aplica. Alguns autores se limtam a poledros convexos, ito poliedros situados do mesmo lado de qualquer plano que contezba uma se sus faces, Os poliedros da figura 1 slo convexos, mas o da figura 2 iE verdad que todo poliedo convexo satisfaz& relugio de Euler mas ¢ fc achar exemplos de poliedros no convexos para os quais ela ainda vale. A figura 3 abuixo mostra um desses excmplos: um prisma no qual a base foi substuda pela faces superiores de uma pirimide. ‘A controvérsia em tomo do Teorema de Euler perdurou durante mais de um século, Soa histéria ext{ contida nas mows de rodapé do livre ide Lakatos [1976]. A solugia deiiva do problems deve-se & Poincaré (1893), primeiro matemstico & comprecnder que 0 Teorems de Euler € ‘um teorema de Topologis, ¢ nto de Geometia, 20 nour que 0 stimero V~A+F é um imariante topoldgico 60 poliedro P. 4 Que significa esa hima afirmagio? Para explicar, precisaros dar una Uetnigio. Dizemos que dvasf- gaas Pe Q sio homcomorfas quando existe oma trasfornagi0 continua L:P + Qreuja inverse 771: — P também 6 continue, (Neste caso, F chama-se um homeomorfsna de P sobre Q) Pos exemplo, se ima- ‘inamos cada poled feo de horacka €o8Infrmas, ijetando a, os Policros das Gguas Ie 3 srio tansfonmados em esfers © o da Hara 2 trmard um toro (efmara deer de um pes. Asin, os poledos dss figuras 1¢ 3 sho homeomoros a esiecas 0d Figura? # homecmorfo a um to Poincaré mostrou que seo polio P, com V vénices, A arestas F feces, ¢ homeomorfo so poliodro P", com V" vénices, A” areas © FY fous endo VA, F podem set (¢ em goral slo) dierestes GeV’, AF respectvamenie,mat V— Ay P= Vil P costume hoje em dia excrever x(B) = V ~ A+ F e chamer este nimero a caracteratic de Ever Poincaré do potiedro P. A afrmagBo de «que policdres homeomorfs tém a mesma caraceisca de Plcr Poincaré pt Une a dete ance +e pl Nat sal, conto curs, aed seen V = A+ P= 60 90-4 32 = 2 Sebemos que x(P) = 2 quando P & um tetredro. Logo, todo po- liedro homeomorfo a0 tetaedro (ou se, uma esfera) tem caracteisica e Fuler-Poincaré igual a 2. Em particular, isto ocore com todo poled convexo P pois projetando-o a partir de'um ponto imerioe, sobre ima cesfera S que contenha P, obtemos um homeomorisma f:P + S, coma mostra a figura 5, a sogui. Gurr exempio: como o potiedo da figura 2 tem caracteristica zero, segue-se qe todo poliedro homeomorfo aum toro cumpre V—A4-F = 0 Para todo nimero intero mpasitivo, negativo Ou zero, existe um poliedroeuja caracieristica de Euler Poincaré 6. ‘A figura 6 mostra poliedros com caracterisicas de Euler-Poincaré fama a 1,3 ¢ —2 respectivamenc. (Terns de Ee ee Poon 73 Obsecvagies: 1. Euler resolveu brilhaniemente © problema das poutes be Kénigsberg (vide Newman [1956], vol. 1, pag, 573) porque percebe fue era uma questdo de Topologia, mas mo foi ele, © sim Poincaré, 0 ‘rimeiro a observar mesmo para a relagéo de Euler V — A+ F = 2. 2A solugio dada por Poincaré hasea-se em sua Teoria da Homolo- ia. A sigor, ela 6 foi completada mesmo por Alexander [1915] com sun demonstagio da invariincia topoligica dos grupos de homologia de ‘um poliedro. (Poincaré admiia este fato mas nunca se preacupou em emonst lo.) ‘3 Na verdade, no é nocessério que os potiedros P,Q sejam homeomor- ‘os para que valha x(P) = x(Q). Basta que eles tenkars 0 mesmo “tipo e homotopia", que consti uma exigeacia bem menor. (Veja Pontiagin (1952), pags. 32 ¢ 84.) 44. Bitber-Coln Vossen e Courant Robbins (loc. cit) enunciam o Teorema e Euler pura poliedros homeomorfos A esfers. Ambos usam a mesma emonsuago, ssencialmeats devida a Cauchy. Ela seri apresentada na ‘seg seguinte © analisada crticarente logo depois. 5. Assim como a palavea “‘pligooo"” em Geometia Plana pode signif ‘ano © contomo como a regiéo por ele limitada, também “poliedro” és Vezes significa um corpo solido ¢ as vezes sua casca. No que tange ‘a Teorema de Euler, 0 sélido € irelevante © poliedro é um ene bi ‘imensional, formado por vétices, arestase faces. 7 Torna de Er me Poet 3. A demonstragio de Cauchy la serddividida em etapas, ara faci seguint, 14 Etapa,Retrase uma face do poliedro. Isto nfo altera os ndmeros VA mas F diminoi de uma unidade. Basa ento provar que 0 poliedro rmoulficado compre a condigio V— A+ F 2 Blapa, Diz-se que uma arcsa do poliedro € livre quando é lado de fpenas uma face. O poliedro modifcado postu rests livres, saber: (5 lados da face rerads. Esticando-se © poliedro a partir das arestas lives, pode-seachat-Io de modo que ee se transforme numa figure plana Durante este processo, os nimeros V,A e F mantim-se constancs. Se, fem panicular, © polcdro era conveno, este achatamento pode ser fits kde modo bastante simples, projtando-se o poiedro modifcado sobre umn plano, a partir de um ponto sinado tho préximo da face omitida que renhuma semi-ret que para desse cento de pojeyo contenha mais de ‘um ponto do poliedro. Imaginando a origem des semiretas como ura {ce luminoso, o modelo achaado do polio & sua sombra sobre o plano a projegio. (Figura 7) a anise qu faremos na sega A figura 8 mosta 0 resultado da aplics poliedrs da figuns I 3® Btapa. Tragando diagomais que ndo se conam, decompte se cada ace em triingulos, Cada ver que se taga ums diagonsl que mo intersera as ourras, 0 mimero Vnio moda, enguanio A ¢ F aumenam de uma unidsde, logo V — A+ F nd se altera, Podemos eatio supor que todas as fues do poliedro sio wiingulos. A figura 9 mosra como fica 0 cubo des ecpas Ie 2 aos (ores de Er ste Poorer 75 depois de execuradas as etapas 1,2 € 3 TeraneRO cvs onecaono 4 Btapa. Comosa-se a “despetalar” o polidra plano (cujas faces agors so tlingulos),retirando-se uma a wma as faces que tém alguma aesta livre, Ao retirar cada uma dessas faces, o niimero V — A+ F aio se aera. Com efeito, so tiingulo rtrado tem apenas uma aresta livre, sua reirada nfo muda V mas faz com que Ae F diminuum ambos de uma unidade, 0 que deixa V ~ A 4 F constante. Se, porém, 0 triingulo tem uas areca lives, 20 reo esaremos diminuindo um vértce, srestas uma face, logo V — A+ F aio se altera 5® Btapa, (Conclosio,) Retirando, uma a uma, as faces que tém algums festa live cheguse, finalmente, 8 dha, que € um tifmgulo, para o gual 76 © Tora de Er anes Flr stem evidentemente V — A+ F = 1. Isto conclu « demonstagio. ~ e ry tra tre 4, Anélise da demonstragio (s arguments da sogio anerior deve provar alguma cose, © problema @ saber 0 que. Cermente tata-se de uma proposiglo sobre poliedzes Entlo, @ primeira coisa a fazer para afistar divas & defini 0 que se entende por poliedro. ‘Um poliedro P ¢ a reuniso de um s‘imero finito de poligonos con vexos, chamador as faces do P. Os lads desses poigonos slo chamaios ts aresas de P. Os vértces do poliedro sho os vértices de suas faces Exige-se ainda de um potiedro P que suas faces estejum “regular mente eisposts”, ito 6 que a inersegio F'r1G de duas faces distintas de P seje uma aresa comam, om vérice comum a Fe G ov sea vazia. ‘Todos 0s exemplos de poliedrs apresentados nas seges anteriores se enquadrum na defnigio acima. Os objetos da figura 11, x seguir, ;precem poliedros mas nia cumprem a condighes da defnigio. No objeto 2 esquerda, as faces superior e inferior sio fegioes planas mas nlo so pokigons, muito menos poligonos converos. A direita, a Intersego da ace F (quadrado) com a face G (retingulo) nfo é uma stests (Lado) de F Um subconjunto Q de um poliedro P chama-se um subpoliedro de P quanda é reuniio de sigumas das faces de P. Evidentemente, Q € tambéin um polio. ‘Chama:te Bordo de vm poliedro & reunigo de suas arestas lives (Como no §3, uma ares diz-e livre quando € lado de apenas uma face (Tear de Ee soe Poison 77 PF cujo borda € -, 0 gue comprora a hipstese D) em P?. Em seguida observemos que se 0 poliedro P* cumpre a condigio D)e P= PT, onde T 6 uma fase de P com uma os dduas areas livres, mas sem vértces livres, como na figura 10 (a) entio ‘P" ainds cumpre a eondigio D). Com efit, sey ’ é & sombra de uma poligooal fechas, ormada por arestas de P. Cada posto de -Y € sombta dem snico ponto de P (pertencente @ 7) Acpoligonal + chamada 0 contorno aparente do poliedro P. Cuda pont interior de P' (sto 6, ndo perencent 4 7) & sombra de 2 pontos te P. Dados dois pontas de P que téo a mesma sembra, ao mais alto (mais disanre de H) chamaremos porto thoninado; © mais baixo seréchemado sonibrio. “Assim, 0 poledzo P se decompbe em 3 pares isjunas: 0 coajun dos ports iiminados, © conjunto dos pantos sombrios eo contomo apa- reste 7, ‘Por exemplo, sea P 0 cubo que wom os quadredos ABCD ¢ A'BIC!TY como faves oposas. Pendurindo.o pelo vénice A (de modo ‘ue Ae C" estejam na mesma verical), as fuces AA'B'B, AA'D'D ‘ABCD ficario iuminadas e a8 ouas 3 sombrias. O contcrno spezente teré a poligonal A'B'BCDD'A’. (Figora |, a seguir) Seja P, 0 coxjumo dos pontos iluminados de P mais 0 coarormo apaente y. Cada ponto de PY é a sombea de um snico ponto de P [Noutas palavaa, a regra que associa a cada ponto x de Py sua sombra 2 € uma comespondéncia biunivoct entre Py © P'. ‘Usaremos a notagto PY para repeseniar 0 poligono P* decomposto Demenstste de Teme de Ge pe Petron Conve 89 ‘coma reani de pligonos justaposto, que so sombras ds faces comides| fers Py, isto 6 das Faoes sluminsdas Evidentemente, poderiamos também considerar © conjunto Ps, for- mado pelos pontns sombrios de P mais 0 contorno apareate dey, A repre que associa a caa pono y de P, sua sombea yf tumbém é una correspondéncia biunivoca enue PP -Escreveremos PS para indicar a sombra de P, expressa como reuniio das sombras das faces sombrias de P, isto é, combas em Py. ‘Completareros os preparativos para a demonstragéo do Teorems de Baler observando que se decompusermos cada face de P em tringolos, ‘ragando diagonais em cada uma dels, alieraremos os nimeros F, Ae V individualmente, mas a expressio F — A+ V permaneceré com © mesmo valor. Com efit, cada vez que se uaga uma diagonal mums face, os nimeros Fe A aumentam, cada um, de uma unidade e o nimero V no smuda. Na expressio F — A+ V, os seréscimos de Fe A se cancelam. Porto, a fim de demansirar Teorema de Euler, io hi perda de _generalidade em supor que todas as faces do poliedto P sio widngules stn hipdsese ser feta pari do agora Como toda face tem 3 aresiac e ead sresta porence a 2 faces, segve- se que 3F = 2A. Esa relagdo sed usada logo mais. Montando 0 cendro e apresentuls os personagens,iniciaremos agora stro consist: em ealcular de duas maneizas plos interos dos tiéngulos que compen: © [Em primero lugar, hé F triingulos e a soma dos angulos interos de cada um deles ¢ igual s 2 ngulosreos, isto 6, a m radianos. Pornto S=r-F. Como F = aF —2F = 2A ~ 2F, podemos escrever So tw A- 20k, Por outro lado, temos = $ 4 Sp, onde 5; € a soma dos ingulos {mermos dos triinguls iiaminados ¢ Sz 68 soma dos anguls inernos dos ‘ridngulos sombrios. ‘A fim de ealeuar $,, partimos da abservacdo super eviente (porém tracial) de que a soma dos angulosintemos de umm witngulo T igual & soma dos ingulos interns de sua sombra 7". Daf results que Sy ¢ igual 8 some dos dngulos iteror das tiingulos noe quaisexté decomposto 0 poligono convexo Pi, sombra de 50 Demented Tore de Et pr Paeion Conon Para calcula esa dima soma, somemos os angulos vérice a vertics, em vez. de somic-los witngulo por tsingulo, como acims. : oe "Sejam Vi 0 nmero de vertices ilaminados, Vz 0 nimero de vertices sombriose Vo 0 niimero de véntioes do conromno apareate 7. Enso V = Vo ++ Va. ‘Notemos ainda que Vo 6 também 0 ndmero de vértces ( de lados) da pags aman Go palgan aero "et da ees noes ons Sox veins) snais Vp verdes no conerto : ‘A‘soma dos tngulos que tm como vérice um dado vériceinerior igual a2 radians (ingles 109) z “A soma de todos os anguls que én vice sobre o contorn - & ‘gual a r(Vo ~2). de acordo coma expresso bem conkec da oma Gos inguos liners de um polfgono com Vo lados, Segue-se que S,=28-V4 +n(V0~2) or um racocsi itiramentearslogo, obterames Sy= Be -Vat (V2). Soman ext duas jgualades, vem $= 5, +S, = 2a (V+ V, +Vq)— ae = 20 -V — A, Comparano com a iguakiae S = 2"-A~ 2x -F,acima aba, ¢ diviindo por 2, rsa gue A-PaV 2 on seja, F-A+V=2, como queriamos demonstrat. ‘Cauchy para demonsrar © worena de Buler¢ conbicda a expatica, es no anigoantertor do mesmo torena no caso depoletos convesae, ‘a qul ode ser tranpiomenteusada nas armas de segundo gra, porque mals toma prova do mesmo rest? ‘Bem hi pela mence es jst, Em primeiro lugar, para leibrar prorat Je AM. Legendre como 0 princi @ dar wna demonsiragdo corress € compreenivel do teorena ee ‘querit,Evidertemente, ssa priortdade i ests regisrada nas vas de Hise da Materia ¢ nos wratades especial sobre a evolurdo da Geometria. O (gu se gus ag fol principalmeree por sua bela demonstrag ao acance dos professes secundSrios de noso pals, formulando-a de wm mode Que apomor aceatvel a todon ‘Em segundo aga, por causa da GeomepiaEsfriea. Ela £80 bonita e sn ela que di pena ver como fo relegada ao exqucimento. m particular, para recordar a bea formula de Girard sobre a soma doe ngulos interns de sm tringaloeserice. Um resultado camo eve devia ser mai combecido. Antes de cescrever ene irabuto indaguel a dots colepat,destacados geémetra, onde om ontrar uma demonstra elemensar da forala de Girard. Ambos me distr (separadamente): " E um caso partalar do Teorema de Gauss Bonnet, da Geomeaia Derencia. “10 ew st respond." Quero uma prova element. Om dees me disse: “Esté mo limo do Wolf". Inroducion 1» Von Euclidean Geometry, por HE. Wolfe) Nao estava. Havia wm exercci, sem sugest, apenas 0 erunciado.O outa me disse: *Resuta de formulas da Tigonomenia sfrica", Muto Vago. Conclusto: vale realmente a pena divugar soma prova ‘lementar do Teorema de Girard, mesmo wna ue 8 tnka ide mito conkecida fk wm stcuo e meio, e hoje nao sea mats (0 conbecimento, mesmo clensfico, ‘no & cumlativ, do crace com o tempo.) Finalmente, a a2ao mai ores embrar a Geometria de Legendre, indir (os joven profesor de haje a procurar nla, ¢ em outor grandes comping: de oucrra, inspira para modar seu ensino em bases mats corfidves E stabeecios adequadamente os lite de valde: do argument wsade por Ainda sobre o Teorema de Euler para Poliedros Convexos 1. Introdugio CO nimero} da RM raz um ago do Profesor Zresvo Azabu fh. cr una dense dere de Ese pare poles coe. reset, Searesme qe ver fs incest fru ce wc esa Rove ocr bese wap ns for AE Lege, ede Eee, pol rman wea ia coma 2 erganeto expos Plo Fro Asan, bse ona Gx Sng = sm igo. Among de Leper, enor tron element, pois 2. ssa iu som Sos ings innos fe in tngulo etc, € po Iso nai eave et aguas gies Bas rspeito de Gro ‘ean stra consi mau isa e tela ao aleane ds run de Matemdica 02 ge. : “Sven Mae Legendre (752 + 81 = 1899) fo am noel ma tem inate Des de une tag qe ios ds ses compat {ian tegum, vn sesocnda pose Seven 0 inpedu de Imerear plo csv semen “ena dessa obs mais conhecids éolio~ Elements Ge Gore cig” pueady pola pica vee em. 178, esr Ig, leno, ato, omeno 2 eso pores *hiblres do MPA pose un expla 18 i, impreso rm Pa en T86, es aos depos da torte aus, um exert tpn lier Nepaan, fe ula does ezine Fences”. pebleats om Naples, 183, e un cpa evox de uma eo Forages, Ercrid 268 ego francesa sem daa. (Orga no Universe esta) Th Geomenia de Legend, qe tno aja m0 wenamen me temo de ness geese vie pes, € um Ho fascnan races simple eon de pee. ee cio nan ee conecas cont sti as ropes nda ebro Teoma de Er pa PoterosConmioe 99 tentativas de seu autor, buscando demoastrar o postulado das paralelas. Mas esse € outeo assuno Da Geometra de Legendre, interessa-nos aqui e agora a demonstragio do Teoeema de Euler para poliedos convexos. Fo a primeira demons ‘lo iveligivel desse worema a ser publicada. CGeio que muitos de nds nos deleitremos com a eleginciae a beleza 4 racieinio nele conto, © qual pxssaremos & expor 2, Demonstragio Seja P vm poliedro convero, com V vétices, A arestas e F faces. Por convenigncia, soporemos que as faces de P sio wiingulos. (Se {sto mio for verdade, por meio diagocais decomporemios cada face em sriiagulos, sem alterar o nimero V — A+ F. Com efeit, cada ver que tragamos uma diagonal numa face, @ imero V rio se alters, enquanton ‘cada um dos nimeros A e F aumenta de uma unidade, eses aumentos se cancelando na expressio V — A+ F.) Consideremos uma esfera H, de rai 7, cujo centro O & um ponto sitwado no interior do poliedro P. Projetando radialmente 0 poledro P sobre a esfera E, obtemos uma decomposigao de E em eiingolos esféricos, disposios de modo semethante& stusglo das faees de P. Em Paticular, a esfera H fica mcobera por F rsdngulos esfricos, com um toal de A lados © V véstces, sclaregamos que uma figura sobre aesfera K chama-se um srngulo ‘exferico quando esté contida propriamente em algum hemisférioe & limi- tada por ts arcos de circulos mximos, chamades seus lados. (Todos ‘menores do que uma semi-citcunferéais Note que a inersegio E11 Z de uma esfora E com qualquc plano L, {que & enconce, é um circulo (ou um pont, 20 caso excepcional om que © plano L € tangente 4 ester). Quando o plano L. passa pelo conto da esfera Ba intersegio EF, chama-se ue ofreulo matin ‘A projet madi de um segmento de rem AB é um arco de cisculo méximo ab sobre esfera E (salvo no caso em que A,B e 0 centro O ds esferaestio na mesma ret). Com efeito, A,B ¢ O determina um plano, que corts a esfera segundo um eculo maximo do qual ab é um ‘Quundo dois arcos de itculos miximos tém uma extremidade co ‘mum, © dngulo a formado por esses ures €, por defniga 0 ngulo entre (94 Anau sobre Tora de ur pare Pocon Consoe pat © pen #4 is BF 6 « pop aldo oe X sotto P. Anda ste osama de Et pre olan Connne 95 as semi-etastangentes a esses arco. (© geémerra francés Alber Girard demonszrou (em 1629) ques os fnguios 0, 8,7) de um viingulo esfrico forem medidos em radianos, a soma +3 + € dada pela formula atseqar+S ‘onde a 6 a rea do wlinguloe r 6 o rai da esfer. Esta formula ¢ o fato biico no qual se fundamenow Legendre para sto 08 dngules interns de tm itngul efico, Imeides em raion, endo a-+ += +4, onde a 8a rea desse rtp, emonstragio Consderemos um hemisio HT que content 0 tiinguto ‘Ada ste Teoma Eur poe Flos Comraoe 98 do, Prolongando, nos dois sentidos, 0 Indos que formam 0 ingulo a, a8 encontrarem o bordo do hemisiéio HY, obvemos uma regio Ra CH, ‘exja rea mede 22-73, de acordo com 0 teorema anterior. Fue A pute tunis ¢eepe Ba, Fazendoo mesmo com os ingulos 8 ¢ 7, obtemos regibes Ry ¢ Ry, ‘xs reas medem respectivamente 29:79 © 27-72, A reuii desss 3 regis €0 hemisfério HY, com o widngulo dado comado wes vezes (as Nezes mais do que devia). Segoe-se que @ soma des fess dos regides Fig, Rg © Ry € igual & rea do emisério H mais das vees a sea a Go tlingulo dao, ou 80), 24-72 +28-72-427-¥? = 2-7" «2a, pois ee ee ‘gueriamos demonstra. ‘A fGrmula de Girard mostra que a soma dos fogules itemos de umn tridagul esérico€ sempre superior a dos dagulos rete, A diferenga 0/1? a +B + (2 reos) € chamada 0 “exces30 cesfsco". Para um tngulo de ea muito pequens, 0 excessoesterico ‘ inignicanie. Por outo lado, sc tomarmos um tiingulo estéico na superticic da tera com um lado sobre o equacor © un vérice n0 palo om, 0s outos dois lados sero arcos de meridians, logo dois ingulos serio reo. Se 2 base for um arco de wm quar do equador, os ts ngulos dese widngulo serdo todos teos ‘Oeior pode imaginariinploseséicos com at i prximo eo & éngulos tos quanto ele dese. Basta tomar os ts Vériccs eq Aisantes e bem proximos do equado. Result ainda da frmola de Girard que se 6&5 iinguos situados 100 pind acre 2 Tor de Et pte Petron Conan sobre a mesma esfera € os ingulos de 6 so iguais aos de ¢ entfo s € t ppossuem a mesma érea. Na realidade, pode-se provar bem mais: se os Angulos de 6 sio iguais aos de ¢ (sempre supondo s 6 ¢ sobre & mesma esfera) entio 0s lados de s também slo iguais aos de ¢. Isto € bem dlifernce da Geomeria Plana Em particular, ndo hd semelhanga de widngolos sobre a mesma esfera, salvo quando a razio de semelhanga € igual a 1. Esta dltima afirmasio também pode ser constatada se lembrarmes que dois arcos de cifeulo Se- melhantes subtendem o mesmo ingulo cenwal e arazo ente seus compri- ‘menos (gual Arado de semelhanga) é a mesma rai entre os raios dos ciiculos aque pertencem, portanto acos de grade eireulo sobre a mesma esferas6 podem ser semelhantes quando tém a mesmo compriment. {fénmala de Pick € fc, bona ¢ divert. A demonstra do que spree ‘amos a seguir se previa aesado ¢ dscusdo om g7upo porzue, enbora campecamenteelemansar, toca em vdros pons de isrese par 0 en ‘so do primi e segundo grau, como por exempt: 1. O significado dos coficientes na equago da ret 2. A demonsiragdo de que todo poligono simples de m laos pode ser decomponia om -2 wingaloe adjacences por melo de n-3 dagonals © a consogme firma da soma dos Degas interns (Ee fao & bem conbecido ro caso om que poligano € conve, mas & bastante Ignorado no caso geral) 1 Arelardo ene a Geometria de figuras numa rede ea tori ds nero rimas. (Vide 0 loro de Honsberg mencionado no texto. Para os mais am- ‘Biciosos, vr Handy e Wrgh,"Nienber They") 44 Aférmaa de Euler (nosamente) por “poledras” plans. E, depots de ido, auele foo trigane: no & culo que tudo wlngalo fandariema tena dea igual a 1/2? Como Calcular a Area de um Poligono, se Vocé Sabe Contar 1, Introdugio Uma rede no plano & um conjuntoinfnito de pons dispostos reguas- ‘mente 30 longo de ras horizonaise veriais, de modo que # éistincia se caia ui deles aos pontos mais préximos na horizontal ow na vertical € ‘gual «1, Tomando um sstems de coordenadas cartesianas, com origem rum ponto da rede, um eixo na dizegSo horizontal ¢ ouro na vertical, a rede pode ser descrita como 0 conjunto de todos os pontos do plano eujas courdenadas (7,7) sio nimezos inteiros (positives, negativos, ou 280). (0 matemétivo tcheco G. Pick publicou, em 1899, uma fra sim- ples e bonita para a frea de um polfgono eujos vérces slo pontos de uma rede rman de Pick. A drea de wm pligna exos voices sto ponts de sma rede € daa pela expresso. B Bara, onde B &0minero de pons da rede stats sobre o borde do poliono 160 mimero de pono da rede existe no inser do pogo. ‘Agua 1 mosra sete polignos ex fas podem facie ser ealeladas com 1 fmula de Pick. © olavo objet, fonmado por ls ‘ingulos de um vérice em comum, a pode ser vonsdeado como m poligono para efeito de utilizaggo desta fOrmula, que $6 se aplica a um oligo simples (so &cxjo bord € una polgonlfechada que de Ser perce iniiament sem pastar dans vers po mesma veice) © obpaiv dete vabalho €apresentar urna demonseio element da tema de Pick Tim tooo qo se sue, supremos fxs, de uns vex por wdas, mare no plano ‘Come acre de um Pogo, se Vet Sabe Contr 108 Por out Indo, no wabalharemos com um sistema de coordenadas fio. Em cada aso, tomarems 2 origem da sistema no porta da rede que nos for mais conveniene “a. 2. Teidingulos e paralelogramos fundament Umm tringulo chama-se fundamental quando tem os ts véstces © mais ‘enum outro porto (do bosto ou do interior) sobre a rede. Dis dos trés ‘widngolos na Figura 1 sfo fundamenias, ‘Analogamente, um paralelogramo diz-se fundamental quando 0s us ‘to vénices sio os Gnicos dos seus pontos que pertencem 8 rede. Os dais paralelogramos ds Figura | sio fondamentis. Evidenemente, qualquer das duss diagonais de um puralelogramo fundamental o decoinpée em dois trdngulos fundamentais com uma base Reciprocamente, patindo de un tingulo fundamental ABC, povie~ ‘mos ober um parelelogramo ABCD tracando pelo porto C uma paralela ‘a lado AB e pelo panto B uma partela ao lado AC, as qusit $6 en ‘conam to ponto D. Yale entio 0 ‘Teorema 1. Se ABC ¢ um writngulo fundamental ensdo ABCD & um 104 coms Cao ee eum Pgs, 9 Weed Gabe Contr paralelogramo fundamental Demonstrasio: Tendo como origem o ponto A(0,0), consideremos 1h sistema de coonlenadas cartesianas no plano, er telagéo ao qual os pntos de uma rede tfm coordenadas intsrss. Sejam B(en,n) © C(syé) fs coordenadas dos outros dois vénices do widngulo ABC. Eno o ‘quaro vrtce do paralelogramo teré coordenadas D(m + 6,n +8) O widngulo AEP, cujos venices slo A(0,0},B(-m,—n) © F(-s,-#) obi trocando-te 08 snais de ambas as coondenadas de cada ponto do teingulo ABC. Lago AEP nao contém outro ponto com cooréenadas Inteirasalém dos seus vertices, isto é, AEF & fundamental, O tiangulo BCD 6 formato pelos pontos P'(x-+m-+-s,y-+n-+2), obtides somando- se m+ a A abcissa e m+ & ordenada de um ponto arbitério Py) do tlingulo AEF. Se P' tem coordenalas inviras, P também tem. Como AEF é fandsmenial, orermo se dé.com BCD. Assi 0 Snicos pomos ‘com coordenadas inteiras no parlelogramo ABCD sio os vérices, ou sein, ABCD € fundamental ‘Observemos, om seguida, que seo parlelognme ABCD é fonds ‘menial entdo no hd pontos da rede enue as rtas parlelas AB e CD. ‘Cone cucuar she um Pogone se York Gabe Consr 105, Com efeito, a regio compreendida eo esas parlclas é uma reunilo de parelelogramos juaposts, congruentes a ABCD. Cuda um desses Part lelogramos ¢ fundamental porque resuta de ABC D somando-s ineizos fxados & abcinss ed erdenada de cada um dos seus pons, [A obsorvagio anterior pode ser invertida,¢ wilzada como método para gerarséngulos e paralelograos fundamen Se PQ é um segmen de reta que nio contém outros pont da rede além dos vertices P e Q, consideremos as retas paralelas 2 PQ que contenham pontos da rede, ‘Dente elas selccionemos as duas (uma ex ‘ade lado) mais prOximes da ret PQ, Qualguertiingulo que tena por vérties P, Qe mais um ponto da rede situa sobre uma desasretas € um triingolo fundamental. (Como os ridngulos PQR © PQS na figura 3) Por exemplo, PQA € fundamental porque se um ponto da rede, diferente de P,Q e S, petencesse a ess tringulo al ponto esta mais primo dain PQ do que o venice R “Tembim todo parlelogramo que tenba como Iados 0 segmento PQ «= qualquer out segment do mesmo compen, situado sobre wma desss reas paralelas mais proximas da reir PQ um paalelogeamo fundamen. (0 reorema abaixo esabeece c2s0 mais simples da frmula Ge Pick Teorema 2. 4 area de wm wridngulo furdamenial€ igual a 1/2 Demonstrasso: Sciam A(0,0) ¢ Blmyn) as coordenadas (intiras) dos dois primetos vertices do tigulo fundamental ABC. Mosemos, 108 come attr Ae de Peano Vek SabeConat inicilmene, que m ¢ mio primos ene s. Com ele, se > 1 fost tm dviorcomum de m en 0 pono Pon d,n/d) estaria ma rede ¢ no imecior do segmeato de mt AB (ela Figur 4, logo ABC aio seria fundamental Poet Suponhamos m 1 0. A equaso da rein que pass pelo porto C e ¢ paraela a AB 6 y = (n/m)2-+8, onde bé 2 ordenada do panto (0,8) no qual ria con 0 eixo veical Todos os tidngulos que tém AB? como base ¢cujoterciro vétice ests sobre essa eta tim a mesma ea ‘que ABC. Em particlar rea ABC = dea ABD = lbml/2, pos |b SENSIS Gb | aan ge ABC: Ress no oar ae [bi = 1/len} ara isto consideremos, mais geralmente, 2 equagio y = (n/m)zx-+8 de qualquer eta paraels 8 AIR. Sabemos que B & & ordenada do ponto de inereyo da eta com 0 eixo vera. Seu reta pasa por algum ponte ‘a rede com coordcnadas (3,0) entio t = (n/m)s-+ 8, donde tm—sn ‘came attr Ae dm Pain, se Yok ate Cone 107 Paws Dente esas reas, nenhuna est mas présima de ria ABT do que a gue pase pelo pontoC, pars qul emos f= 6. Lago | é 0 menor ‘alr posive due [2 pode asa, Por cut lao, como rt 80 primos ene so lem abaixo nos asepura que existe inirs ,¢ ti Spe fan 1. Ponto 1/im| é0 menor valor posive de (8), done [6] =1/tm ars completa demonstra, alta considera cao m= 0. Mss m= Oehrghn = At © ABC t um wiinpuo retangulo, mote eum dos guaran da rede, logos ea € 72 Coroiria. A dre de um paraelgrame fundamental gual Lema, Se os incirs myn so prinos ete siento exe intros sta que tm an Demonsiragio: Escolhamosiniros 6 is que p= tn ~ an sj po hive, Mosraremos que pfr mor Go que 1 ent pacers modiest Or ners ay ¢ de modo que a expresso mn ash un vale ps tivo menor do gue. Com eft, endo r primos ene si, elo menos ton dele, ipimon on, nh € vel par prise €, mu py, cam Gcr- Sen” > 3, vemos que n’€ 0" so ambos menoes Go que r. 0 teorema ent vale para Pe P, que podem ser decomposios, espectva- meni, em n'—2. n”—2tiingulos, na forma do enurciado. Justapondo esas decomposes ao longo de AD, obtemos uma decompesigio de P em {w= 2}+("~2} =~ 2 wsiagulos, gus € ums eontadigSe. [to completa a deronstagio do teorema Corotri, A some dos dngulos interns de um poigona der tados & jeuala (0 ~2)-1 Observagio: Or lads dor trngulos que fornecem a decomposigio do poligono P no Teorema 3, ou si0ados de P on so dagonais (Segments fe rea que ligam dois verices do pokigang). fas no slo diagonas ‘usisque: exo cones no introe de P. E interessante nolr que esas Alagoas, enbora no se criginem no mesmo vise, so, com 00 caS9 4e poligonos convens, em mero de n ~ 8. Iso pode ser verficado do Sepuinte modo, S30 n ~ 2 widnguos, cada um com 3 laos, logo hi Sn 0 ladon nowt. Deses, ns ladon do poligono ¢ z so dagonas Mas cada diagonal € lado de ois widrgules, log foi conta 2 veaes quando se obteve fn ~ 6. Poranvo 3n~ 6 = n+ 2z. Resolvendo esta quseo, oblemon z =n ~ 3, que € 0 nimero ce dagonisnecesiras para decompor um poigona de Indos em n_~ 2 wlingulos justaposios, “eorema 4, Todo poligono cwos vérices pertencem a wna rede pode ser decomposio mura renin de ridngulos fundamen. Demonstragéa: Fr vista do Teorema 3, basta consderat 0 e380 em aque © poligeno dado € um tingulo ABC que contém m pontos da rede ‘Come car «Ae dm Pogne, 8 Yok sabe Conte 117 (v0 imerior ou no bordo). Se exisir realmente algum ponto P da rede n0 icrior do erdngulo, ragamos segmentos de retaligando esse posto aot vénices A,B e C'¢ deste modo decompomos AIC em tes wiangulos, ‘eads um contendo um nimero < n de ponts da rede. Se honver pontos dt rede sobre of lados da ABC, escalhemos um deles, digamos sobre AD. © 0 ligamos a0 vérice C. Assim decompomos ABC em 2 tiingulos, cada um contendo urn mimero 0, sendo eo Se somente st, = = 3, pos 9 dead tm ndero real fo pode ser negatvo. Potato (9/2 > VB Segunda Dados x > 0¢ y > 0, constuimos um citcul cao di ety. Seu tio sé A= (2 y)/2 Segundo wera Eucies (6 138 pean Maen Alexandria), “em todo tidogulo retingulo, a altura baixada do vémtie do Jngulo rcto sobre a hiporenasa € média geoméirca entre os segmentos ‘que-cla determina sobre esse hipotenusa”. Sabemos também que todo ‘Tiingulo inserito num eifulo, tendo o dime como um dos seas lados, um tidagul retngulo, caja hipotenusa€ o referidodiimetro. Na figura acim, G é altura do witngulo, A éamediana e dai G < A. A igusldsde ‘come quando a altura e a mediana enineidem, logo 2 = y. Few ‘Terceira Forme um quattado de lado y=FY justpondo quatro tre Aogulos reingulos congrustes, cada um dees tendo estos W/Z, y¥ © hipowausa yz. (O Teorema de Puégoras garane que, endo Vz ¢ ‘Vij os cateos, a hipotemsa deve medic ZF.) A érea do quadrado, ++, € maior do que ou igual a quatro veers Sea de cada tiinguo, Logo e-+y 2 2/7, ou soja, A > C. Teme iguaklade soment quando desaparece 0 quusredinho do miolo. Como 0 lado desse quadradinho € ‘Vi ~ Vz, seque-se que A= G somente guzndo 2 = ¥. Quarta Fixzmos dois ponios A, B num citculo, Frendo varar 6 ponto CC sobre 0 arco AB, obtemos uidnguios AC, todos com a mesma base © auras vives, ‘Dene eles, 0 que tem maior etre € 0 isGsccles ‘ACgB, log este & 0 de maior res sm pariculer, quando AB’ éimeo, todos 0s wiingulos ACB So retingulos. Se 08 caetos slo vy /¥ no caso geral € VF no caso Fondo uisinn 319 isSscles,comparando 26 Seas dos widngulos obtemos 2 < = m pelo Teorema de Ptigos,sabemes que 0 didneuo do oikulo 8 VEE equ tenet, comin = 22, Lop yap s 22! Faw ‘A desigualdade G < A é equivalemte 3 alirmagéo seguine: nur todos os nimeras posiivos x,y que tém Soma consiante +4 = 26, 0 produto zy € mimo quando 2 y ~ ¢ ‘Com efeito, a afrmacio acima equivale a dizer que zy < c? quaado + y = 20, on seja, que zy < [(z + y}/2)%, 0 que significa zy < (e+y)/2 Além disso, a aimagio de que G = A implica x = y equivale 2 dizer que, quando 2 + y = 2c zy = @, umse z= y =. Podemos entdo obier novas demonstragées da desigualdade @ 0, ou seja de? — xy > 0, donde zy < e. As rizes slo iguais se, ¢ somente se, 0 disriminance 6 zero, ou soa, 2y = ¢ ‘Stiima Se z+ y = 2e, comparamos as éreas do quadrado de ado e ¢ do 120 Fang Maton retingulo de lados 2,y, Figura 4) onde 2 < ula hachurado vericalmente € menor do ay a rea do hachuredo hoeizoatalmente, concluimos que zy < e2,valend 8 igonkdade somente quando 2 = y Exercicio: Prove que se z > Oe y > 0,4 soma ya V/Z7y assume seu valor minimo, igual a 2; quando z= 2, Médias com varios nimeros ‘Sejam zy... , 2 nimeros reals positvos, A desigualdade @ < A equi vale a afimar que, quando a soma 2; +--- + y= ne € constant, © produto 21 -22..._ € méximo no caso em que z) = --+= ay = Cle ‘portato © produto vale c™) ‘A afirmagio adizional de que G = A implica zy = --+= tq equivale a dizer que 2) +22...2q =" somente quando tod05 08 fatores 2, forem iguais a ¢ desde que a toma dos 2; seja nc). ‘Uma mancita de provar 2 desigualdade @ G~2y/G. Poneno, a0 fazer substiuigdo, «nova média avimética € menor do qu ou igual h anterior. S6 igual cuando fou y= G, em cu caso todos nimeros dados si igus. Prose ‘uindo, sj agora we v,espectvamen, 0 menor eo maice dos novos ‘imeros. Substiinde-es pot Ge wv/G, nowamente nao ltermos a rmédin geométrica, que tinda € igual a G, mas a min arimética mais {ma ver flea medor ou igual. Depoisdesa sezunda etapa, pelo menos ois dos mimeres tomsran-se gut & G. Depois de no miimo m et is, obiemos m mimerosigmis a G. Sua média geometiea ¢ G e sua tmééia aimetica também. Mas, como est kina nfo aumeniou depois de nenhurna das mosiicages fits, concluios que @ 0. Bem, a nova média geomérrice pode ser igual & Aerio, mas isto 56 acontece se 2 = A ou se y = A. Neste cas, todos ‘0s nimerosdados ram iguas a A. Sela como for, depois de na mésimo ‘ectapas chegamos @ n.nimeresiguafs 4 A, cue média geométicaé G. Logo A> G. Hi também uma demonstragdo que consste em argumentar do se= _guine modo: se 05 nimeros poitvas 24,... 42q Mo forem todo fentdo pelo menos dois deles, digamos e'y, sto diferentes, Entio zy < [(z+y)/212. Porm, se subsituimos 2 e y por (2 + 3)/2 «© (z+) /2 obseremos novos nimeros com a mesma soma anterior pore ‘com produto maior. Isto significa que, quando a soma 2; +1++2, = ne 6 constante, 0 produto 2,23 -- 25 fo pose sting seu valor méximo, a ‘menos que todos os fetes sera iguais. Algurs autores concluem que © valor maximo do produto € obsido quando 2, = Z2 =~" = p= 6. 122 Fende ieee ste porto & um tanto ou quanta sul, Na realidad, 0 que este argumento prov € que, © houver um valor miximo para 0 produto al valor mixim eve ser igial ae", porém é prociso provar que tal valor maximo de ato terse, (Para ajedaro leitora convencer-se de que essa dvida éplausivel, onvidamorlo a indagar qual o vilor mimo do produto 21,22.-.n ‘quando esses nimeros so positives e Em soma igual a me. Tal minimo ‘Simplesmente no existe.) No caso em questi, pode-se provar que existe fo méximo mas para iso preisa-se usar métodos que envolvem a nogio de Limite de uma seq{ncia Podemos adsptar um racicini, devido a Cauchy, pare provar que, 56 24y.+- 4q sho mtmeros postvos com zy +-+"-+-ry = me (Constanic) chido 2,.25..2q £ 6, O argumentoficati mais claro se considers hm caso particular, pot exemplo, = 8. Sejm ent80 21,2253) q € He ‘os nimeros dados, caja soma € Se. Queremos provar que 21222343 < 2. 0 primero passo consste em acrescenlar ¢,¢, de modo 8 ficar com ‘ito nimeros, (No caso geral, acescentamos vétios nimeras savas 2 ¢, St que tenhainos urna potencia de 2.) O provesso € esquematizado assim: 1 tm % % a 6 6 € De 3) ow hh th ws owe Qa nh na a ee nana a Hm jvuuwvvwuwue NNalinha 2, yx €a méia arinmétca de 2, ¢ 22,2 €a médiaaritmética de 2y 6-4 enguanto ya métinartmétia de xy e. Na linha 3, epenas ‘mudaznos ordem dos nfmeros. Na lina 4, 2, © 22 si, espectivament, 4s médias eritmétcas entre yx © yx e entre yp ¢ c. Novamemte, na linha 5 a ondem foi alerada e, nt lioha 6 w € a médin aritmética ente £1 ¢ ‘ea Bm todas essas nhs, of nimeros tim a mesma soma ¢ 0 progo ment ou fica igual. Logo temos w = e ¢ conseqieriemente 0 produto dos nGmeros da primeira isha 6 menor do que ov igual a et. Ora, de ayzazazyty e+ €-€ Se, Concluimos que 212226742 So 3. Outras médias ‘A mia harménica dos nimeros positives 215... € definide coma (0 inverso da media aritmética dos inversos desses nimeros. Tndicando + eno uésas 123 como H, temos * dewalt Entéo 1/4 & a média avitmética de 1/21,... 12m. Como ® média ‘geomética destes inversos € 1/G, once G 6 a média geomerica de Ziyse Zn Coneluimos, em vista do que foi provado acima, que 1/ HF > Gis CS Tm cnet mebe faba He as sweomética G e & médis artmética A vale a relagio H < G y/’, dnemos que y & uma fungto decrescente de 2. Em aqualguer destes dos casos, iz-se gue y € una funedo mondiona de = Por exemplo, a ica de um citeulo é uma fungdo eescente do ro. 4.0 nimero de pes que se prem comprar com uma cera quanta € ma Tango derescente do prego be wm po. O prego de em kilo de tomate 1a feira € fangao do vempo: a cade dia (is veas, 2 cada hora) 0 peso ‘muda, Mas nfo é uma fanga0 monétona pois 0 vilor do tomate diminai ‘a saffa, aumenta na enresafea e costuma eair no fim da feta pare subir na abertura, no i segue Suponhamos que a grandsza y seja fungio da grandeza 2, io &, y = f(a). Diremos que y € diretamente proporcional 3 = quando as Sepuintes condiges forem saisfeics 1) y € uma fungio crescent de x; se multipcarmos 2 por um nimero natal, 0 valor comespon- ere de y também fica muepicado porn. Em trmos matemtcos: Jiu: 2) = n- f(z) para to valor de 2 ¢ todo EN. ‘Analogimene, dz se quo y ¢ inversamente proporcional a x quano = f(z) € uma fungio decrescene de z¢, akin disso, a0 ¢ multpicer £ por um: aero natural m valor corespondente de y fica divi por nis06, 0-2) = Fe) prised Ze so REN Advert Para simplificar nossa discussio, em tuo © que se segue ros limitaremos a considerar grandezas caja medida 6 um nbmero pos tivo, Excuiremos de nossas consideragdes granderas como temperaturas haixo de 2er0, que sfo medidas com nmeros negativos. Ito toma as nossus demonstrugdes mais curt, evitando a eonsderaro de casos € 08 128 Gudenes Propeconl sesuludos fica mais simples. a deinigdoacima resula que 0 peto de wm fio homogseo& di retameate roporionl ap comprinenw desie fo. Com eft, 0 Peso & Tungio erescente do compimem Alen disso, x bomogenidade Jo 80 siptifica gue dos pedigon do mesmo comprmcat (radon de qualguet pte dof) tm © mesmo peso. Log, o peso taal den pedagor camo ‘eam comprimento igual an venes o peso de cada um desses peace. (Ov se, mulspicando-s 0 compriment do Bo pot, seu peso também fia mulipeado por n Por out lado, 9 fempo secesrio para i, numa tha rea, dem porwo num pono B, com velocidad conus, é averamette propor onal aes veloeidad, De fata, ese ‘engo dinisul quando se suena S velocldade. Alem dso, cle edarse dead, um ego, tum quar, ‘et quando se duplica, wiplca, quadruplica et a velecdade. Volieros 2 eae sea logo mais alae, E inporane lear que y pode er uma fungzo resent (ou de crecene) de sem que ie) dttmente (ou laversumente) proporconal Par excmplo, aca de wm quad um Fungo crescme J ao tuas, t dabrarmos lado, «dra Bic muliplicade por quato (em vez ‘de dois) pois, evidersemerte, um qutcrado de lado Ba desompde-se em ‘sto pared jstposts de ld a ‘Ouro exerplo: supontam qe, can da, meta da Ses conde num ceno rexeretio vapors. Etfo 0 volume y de gun exist naguele rescratéio € uma Fung decrescente do nimero = de das cis, Se ovolure dt gua niin conia no reservatrio era V Edo © volume y, depots de decors = cs, srk y = V/2" = f(x), vee Como, evidentemente, 2° 4 1.2%, seguese que doz # 2+ ou via 2 f{e) quando n #1, Conseqintement, 0 volume y, em 1 fusgo decresceate do mimero de dias, nfo €inversamente proporcional a 2 Exes dois exemplos mostram que, nts definigtes dadas para grande 22s dreia ou inversamenie proporcionais por meio de duss condigdes, @ primeica condizio apenas nio 6 sufciene, isto é, a segunda no & com seqiéncin dela. Caberiaindagar se a segunda condigio, aparentement Granene Propane 129 ‘mais fore, no acarearia a primeira. A redlidade 6a squint: se existisem apenas ndmeros rucionals, ou seja, se dus grande ras ca mesma espécie fossem sempre comensuréveis, cotio da igualdade f(nz) =n f(z), valida para todo 2 e todo n € N, poderiamos concluir que y = (2) & uma forgio crescentee, analoga- mente, de f(nz) ~ f(2)/n se concluiia que y = f(z) 6 uma fungio ecreseents, Isto & 0 que mostraremos agora. Em prrpeiro lugar, vejamos Lema. Se f(n-2) = n- f(2) para todo x > 0.¢ todo m EN, endo flea) =¥- I(x) para todo nibmero racional + = pg, onde p,q € N: Demonstragio: Temos a firs) =fla-r-2)= 5 (2-2) a (o-2)=p-fle). Logo J(r+2) = Fla) Usando 0 mismo tipo de ecocnio, o itor pode demonsrar que, analogamene, se f(z) = f(z)/ paca todo 2 > O¢ todo m EN entlo Seva) = {(a}/# psa todo nero racional F > 0. Er segue, tenemos provat que condisio J(n-2) = n- f(s) ‘implica que a fungio y = f(z) ¢ crescente. Para isto, consideremos 2 <2! Endo 2” ¢-2 onde €> 1. So nimer ¢foseracional (ot Sef, Se an granderss z 2 fosem comensurves, eames f(z!) = fle-2) = 6" fle) © sai f(z} < fle) pomue ¢ > 1. Ercan, ose ose qv ¢ rj acon (por exemple, pode sro doe 2+ ‘ingonal de um quadrado) e eno no poderemos usar o lem acim ‘O tcoremnaabaino, que € 0 resulado do fundarentl a respeito arandeaas proprcionais, esclarece » queso. ‘Teorema 1. As seguintes afirmagbes a respeito de y = f(z) sto equi: valentes 1) ¥&diretameneproporcioal a =: 2) para todo nimero real ¢ > 0, temse f{e-2)=«- f(x}: 1) este um nimero k chamadn a "contante de propertonalidade” are # , tl gue (2) = ka para todo Demonstragée: Proves que 1) > 2) 3) = 1). Pam mos ‘war que 1) => 2), suponhamos, por absurdo, que y = f(z) seja dicea- J(2), como queriamos demonstear 190 rane roporoais ‘mente proporcional x a mas que se consign achar um nimero real ¢ tl aque fle+n) # e- f(z). Para far ideas, sea fle+2) < €- f(z) isto & flez}/flz) < € Ene dois nimeros reais quaisquer existe sempre um mimero recional. Podemos emtio achar + racional tl que Slez)/flz} <7 <6, 0 que sgnisce flex) ¢- f(z) Logo temos (ex) = ef(z), 0 qve mostra que I) => 2) Para yrovar que 2) = 3), tomemos k= f(t). Entfo, em vinude di hipstese 2), usada com 2 em lugar de e, emos f(z) = f(2-1) 2: f{0) = 2° logo f(z} = kee. inalmente, completamos 0 ciclo da demonstragio provardo que 3) = D. Primeiro relembramos © acordo feito anterionments: s6 idamos com grandezascuas medidas so nimeros positives. Logo k = f(1) > 0. Entio z <2 implica kez < k- 2", ov ein, f(z) < f(z"), porno y= f(z) € uma fureho cresceme de 2. Além disso, f(n*z) = ke nx: noke =n: f(z). Conclusto: y € diezamente proporcional Observagio: Pelo que vimos acima, sabeodo que f(n:z} = nf(2) para todo nimero naturel n, podemos provar que f(r) f(2) para todo ‘ndmero racional r, mass conseguimos rovar que f(ez) = ¢-f() parac inracional quando sabemos também que y = f(z) & uma fungao erescerte de x. Isto tem uma razio de se. Usando téenicas matemstics avangad podem-se achar exemplos de FungGes que satisizem f(rz) = rf para r micional mas ada so monétonas e (0 que di no mesmo) no ccumprem f(ex) = ¢- f(z) para todo e irraional. FungDes assim. so ‘obtidas de’ modo abstrato e nfo resin de nenbuma comparaglo entre ‘randezas habitasis, Enretsno, 0 fato de exisiem tas fungOes mostra ‘Que na defnigio de grandenas dirta ou inversaenie proporcionsis, sho necessérias a8 dus condiges que extipulamos, nfo sendo perio omit ‘nenhuma dels. Raciocinio andlogo a0 amerior demonsra 0 ‘Feorema 2, As seguines afrmarées a respelto de y = f(z) sto equl valenes: 1) -y € iversamente proporcional a 2: 2) para todo miomero real ¢, tem-se fez) = (2) Je: 3) existe um niimero k, chamado a “constae de propareionalidade” fenire xe y, sal que {(2) = kz para sodo 2. ‘A demonstragio € deixata a cargo do ler, 0 qual pode sbrovisr substancialimente sua arefa observando gue y € inversamsente proporcional 8.2 88, € somente se, 6 diretamene proporcionsl & 2/2. ‘Os teoremas ama significam que, do ponto de vista etitamene mar semétco, tanto fiz escothermos a deinigio que demos, ade Trajan, (ve coresponde & condigéa 2) dos tcoremas) ou aquela dada pela condigio 3): "y € diretamente (ou inversamente) proporcional a x quando existe tuna constane & tal que y = kz (ou y ~ k/2)”. Do ponto de vista da apicabilidade, enuetant, essas tts mane 145 de defini proporcionalidade aio sfo equivelentes. Nos problemas, a tarefa de verifcar se y € realmente proporcicnal a = (die:2 ou inverix ‘ente) € muito mais facilmente exceurada com a defnigho que demos ‘Hi comentamos, na Introdogo, a condigio 2) desses reoremas. Quanto a ‘ondigio 3), deveros observar que firmula y = A raramente& dada no enunciado do problema. E preciso deduzilae, para isso, necessitam-se saber propricdades das grandezas em questo, propredades que encerran a verdadeira nogio de proporcionlidade, expresta plas conigdes que sdotamas, Além disso, se ja estamos de posse da fémela y= k +2, [pouco importa saber sobre proporcionalidade; a fama ji eontém todas 8s informapfies qe veaham a ser soliitadas ‘As férmulas y = kx ey = k/x, que caracterizam a proporcions- Tidade (dizea ov inversa) enue & € , nos conduzer & ovtra mancira de efinir © mesmo conceit, que € « seguime: seam 2,2", 2" ete, valo- re assumidos por 2 € y/,y",yM etc, os valores corsespondentes de Eno, a fim de que y sea ditamente proporcional a = € necessério Seemene se * hosters psa eonstns de roporconsitade k. Com feito fiat Sie yk ezyl = ks Pye he ™ exe cqule a diet qe Via = yal yah ok “Aalogament, afm de que Sj invesanente proporional a 2 € secessro evant que 2°! = y= aay = ke ‘Obserese qu se Res constants de proporsonaiade (et ene Sendo © valor comum desses 132 Granger roprnie Ze yeeio a constane de proporsionaldase ene ye 26 1/k. Mas se 2 € ¥ Sioinversamente proporcionais entio a constants de proporcionaldade cage xe y€ a mesma que entre ye 2, ‘Os eeoremas acima encontram apicagéo nas questdes de proporcio. naldade em Geomeria. Um resultado bésico a exe respeito 6 0 "Teorema de Tales", como ¢ conhecida proposigio sequin ‘Teorema 3. Toda paralela a um dot lados de um erlingulo dvide os ‘ouros dais ladas em segmentos proporcianats, Demonstragio: Soja ABC o witagoo. A cada porto X do lado AB fagaros coresponder 0 pouto X' do lado AC. de tal modo que XX! sela parlela a BC. Provaemos que o comprimento X'C & dietimente proporcional 30 comprimento XB. Em panei lugar, € clzo que se ALY sio pons de AB taisque XB < YB entio XB < ¥"B porue 28K © YY" sio puralelos, Em seguida, sfimamos que s¢ of poston XLY.Z do lado AB sio wis que XY = YZ entio XY" = ¥'2" Para ver isto, omemes os pons P em XX" ¢ @ em YY de modo aus Y"P © 270 sejam patel @ AB. Os tingulos PX'Y" ¢ QY'2! so congracnes porque tim un lad igual (PY = QZ") comprecnilo faire ingulos iguais. esta observacSo resale que se X,Y so pontos de AB com ¥ 2 = n-XB enti ses corespondemes X',¥" no ilo ‘AC sao tis que ¥'C = n+ X°C. Isto conch a vricagio de que 9 comprimento XC & cietamente propocional XR. Pelo Teorems 1 existe uma constant & tl que, para todo ponte X do sepmena A tem-se X°C = k-XB (1), Eo parca, part X= A, como A? = A, CeaneaeProperoeie 123 vemos AC = -AB 2), Subraido() de @) vem: AX? = k-AX Or Divide ©) ple pte) el AX AX 6” XB" Ino é pecan 0 ue espa © Teoma de Tes Observagior 0 Teoma de Tks equal a arma qe X'C & re tana Pyrat © XB. O llr eso pos ween que {onsune de opciondnde k= AC/ABe aut sca Dae Cina dass at ena dni de proponent € 0 upg de olen chiro regia de dr Nee terse ne ners 9 (Gee ou uveramena) poperorl as. hoy Yenc 5" cepa Sem rpuctvamene fey" O problema comsive tm, concen S deuce vabrendeeranar uo Conor se dec ou ie meme propria az em sma Pear des dea ox ua ea de vo nen Cina te comprovate (median ws defies das vin) ae y& de ta, proporcionan clade on rose pases. Digamos que se conhecem 2," ¢ y/. Se a regra de wes é directa, mos visk- vey" =k- 2", lopok fx! ¢, por substituicio obtemos yl = yf -2"/2", Se a regra de tes € inverse, temos a'y! = xy" = k, Koo gh aly je Bac enon moan gr pode cleat 9 vir qando&ccacan ty ¢oom ses te ab ae inborn cewar te" toupicaract an wade mates ara naar une sitio cece, vemos er em ment os Hes “ater dol. Um paras quanoaftam qu oa pandora 7 prporions ose pica 2 devon dear Ca enc ov tcsament) gue se demo Se Son nis evra pe © Por exemplo, a conbecida “Lei de Hooki" diz que a deformagio Softida por um corpo elistco (digamos, uma mola) € diretamente pro porcional& (intensidade da) forga empregadn. A férmuls matemice que exprime este fatio &d = + F. (d = deformagio, F ~ intensidade da forga, & = coeficiente de elasisdade.) A valder desta equagio como modelo matemsstico para reresentar 0 fendrcro & sujet x restriges eve Gentes. A forza F nda pode ser muito pequera porque entio. mesmo osiiva, fo seria sufciente para deslocar a mola; nese easo teiamos 194 cxaneaa rpordorts d= 0.com F > 0 logo nio valeria 6 modelo d = k- F. Também no se pode tomar F muito grande porque « mola arebenturia e, pouco antes disso, seu alongamento seria menos do que proporeional a F. ‘Outros exemplos soos clissicos problemas de operirios constrain ‘uma cusa ou datilgrafas exceutando um servigo. Ei geval, sopde-se que fo tempo necesscio par trminar 0 trabalho € inversamente proporcional ‘ao ndmero de pessoas uslizadas. Se isto fosse verdadeiro sem restigbes fentdo, aumentando-se 0 nimero de pessoas sufcientemente, poder sia fonstruir uma easa oa datlogrfar um liveo mum tempo arbtariamente pequeno: um segundo, por exemplo, ‘0 professor, to ensinar esse tpico, deve alerar os alunos sobre tais cuidados,deixando claro que as conclasdes obsidas pressupem om hipstese subjsceme: a de gue © modelo mateméiico adotado se apica 3 suagio considerada 'Nem sempre 0 modelo de proporcinalidade & 0 mais equa, Em certas stuagdes econdmicas, por exemplo, vale 0 “principio dos retornos ‘eerescentes”, segundo qual, se aumientzemos sito os investimesios, (05 lucros adicionais serio relatvamenis menores. Como ilutagio: se, ‘nom cero terreno, plantarmos 0 dobro de sementes poderemos dobrar & flea 95) 22) para quaisquer = y,uy vw e m € N temse f(r 2¥, 4,050) = SGayy.u,0,0) einige semelhantes poser ser dadas para as demais variveis ‘yyu,v,1, Como no caso de uma $6 varivel, temse J iversamente Toporcional a 20 © somente se, f €ciretamente roporcional a 1/2. ‘© teorema seuinte resume os Teoremts 1 e 2 no caso de uma Fungo de vtias varévels. Para fa a das, coasiderimos as vanves F,yyt, eu mas € evidene que ele vale para um dinero qualquer de vada Teorema 4. Seja 2 = flzsy.uyeiw). As seguintes afrmagses sto Cesena Meperenie 137 equivalences: 1) 2 6 direiamence proporcional a 2, ¢ iversamee proporcional a 2) est uma constate sal que =~ bt Demonstragio: Suponhamos vélida afimmagdo 1) ¢ escrevamos & = F(ly11s1p1). Em virate dos Teoremas I ¢ 2, temo Heures) = fle tevsts tym) = 2- SLs u 2,1) = ey f(lot,uyvyu) = 2 F0,1,1,0,0) = BE Matted w) = BE ftstytytss) a Recigrocamete, se vale a afrmagio 2) eno 1) ¢ obviamente verésia Result imediaamente do eoresa aia (@ tam da propria do finigfo) que uma grandeza¢ dreamers (oa inveramerts)proporciona. 4 varias Ouvas 5, €Soment se, € distamente (0 inversameat) propor ional ao produto desas ours. Por exemple, a rea A = Alx,y) de um reingulo de base z © ara & iteamente proparcional Ze a y. Basa vecfcar quanto 3 2a outa vericagao € alogs, Em primeio lugar, se x” < 2" eno ‘A(e',y) < A(2",y) porque o retingulo de buse 2c altura y estécontido zo eingulo de base 2"e mesma altura y. Alée dss, oretingulo de base ‘n- ze aura y se decompoe como reinido de n retingulo jstpostos, todos com base 2 e altura y, logo A(n- 2,9) ~n- Atz,y). Segve-se do Teorema 4 que existe uma constante k tal que A(z,y) = k- zy. Ora, ‘A(1,1) € ie de um redngulo de base ala igual a (guard Unitrio). Mas oquadrado de ado I & terado como widade de Sra, logo A(1) =1. Ponanto k= Le A(z,y) = 2-y. "A shamadt “lei de grivitagio aniversel” (Se Newton) diz que “a suaéria aad a maria en redo dirta dis massas ¢ na Tako divers do quadrado da dstvei”, Ito signiisa que um corpo de massa ra! © ovo de massa m,siuados a uma dstinsia ui do uo, se ates "otwament com una fore ea itesidade F€ detamene proportional 8 mi e mt, © mvraamentepropercional ad. Segue-se do Teoma gue F = iv” /, one constant depede do sstema de unidades Wlzado, 19 ceandens poral Vejamos outro exemplo: em movimento setilineo (aquele em que & ‘eajetina € uma Lina ret) chama-se tforme quando @ mivel percore espagos igusis em tempos iguais. A velocidade é, por defini, 0 espa pereorrido na unidade de tempo. Num movimento desta espécie, 0 expayo pereorrido a panir de um certo poro fixado, e de um instante em que 52 ‘omegos @ conta o tempo, € Fangio da velocidade e do tempo devote: E = f(v,t). Bvidentemente, E € fangio cxescente de v ¢ de t. Alki disso, pela defnigdo de movimento unforme, o espaga percoride depois de minerals de tempos igua:s € m vezes o espigo percorido durante tum desses ineralos (mantids constont a veloeidade). Lago fv, rt) = nn f{vyt), Segue-se do Teorema I que E = f(v,t) =t- f(v,1) A GefnigSo de velocidade como 0 espago peroorrido na unidace de tempo significa que f(v,1) = v. Sequs-se entio que B= vt. Dat resalla gue, ao movimento uniforme, 0 espaga percorido € diexamente Proporcional & velocidade € ao temps. (Sendo igual a 1a constame & de preporcionalidad.) ‘Uma grandeza pode ser fonglo crescente de cada wma das variiveis de que depende, senio dretamente proporcional & slgumas delas © io sendo sequer dretmene proporcional a alguma poténcia de eada wna das ‘ouiras. Uni exemplo importante desta sinagio 6 dado pels evolugio de um capital e, proweniene da aplicago de um capital inicial eg, colocedo a uma taxa de a por cenio 30 ano, durante t anos (L nfo é necesseniamente lum nimenointizo). Supomos que esses juros sio compestos continua mente, isto é, que a cade instante, 0 jwo obtido € juntado 20 capital. Temse © = fo, yt), uma furgio crescente de cada ma de suas és varliveis, Evideniemente, ¢ € ditetamente proporconal a0 capital inci eo. A igualdade f(m-e9,,t) = n= f(éo,0t) resulta da cbservagi0 ‘Sbvia de que, fxados or € £7 pacoes iqusls com a mesma quanta co ‘devem render o mesmo que um nico pacote comtendo a quantia ne, Ji em relagko is outas vargves, 0 mesmo nio acontece. Vejamos, por fexemplo o tempo t. Vale a desigualdade f(co,0,2) > 2- F{eosant) porque a0 empregarnos 0 capital ey durace 2¢ anos (A mesma taka de Juros a}, 0 rendimenio nos tltimos t anos € maior, por corresponder a ‘um capita que jf cresceu em relagio ao capital inical. Se estudarmes 4 questio cuidadosamente, vexemos que Jeo, 0% Rt) = 6) -f(1,,4)%. so caracteriza 0 que se chama crescimento exponencial. A firmula que ‘exptime ¢ como fungio de eoyare € e ~ eo 2%, (Vee pagina 93 raceznFroporoonls 108 do meu livinho “Logartmcs”, nesta colegio) Dat resulta que ¢ no é firetamene proporcionsl & poténcla alguma de a ou det Grandczas quo sio dire ou imversamente proporcionais a duas ou sais outas dio origem 0 tipo de problema conbecido como “rege Ge ws composta". Nesses problemas tem-se, digamos, uma grardeza 2 dirctamente proporcional a z ¢ y, inversamente proporcional at ‘Conhece-se 0 valor 2", comesponderte aos valores particuares 2,4, © procurase determinar o valor 2", que comresponde a eustus valores pat Ticaleres 2”,y"",w". Pelo Teorema 4, sabemos que 2! — ka’y'/u! © 2h = k-2'y"/u". Dividindo a 24 igcaldace pela 1 constante k de saparece e temas 2/2! = aly"! fx'y's", donde 2 = 2'x"u!fx'y'w" ‘A nogio de proporcionalidade é uma das mais ansigas em Mstenica. 6 sambém uma das mais tes, com apicagées feqiemtes na Geomet na Fisica, na Asconomia, ¢ mesmo vida quotidian, dai resultando seu imeress para ocnsira, A importncia dessa nogio esti associada também 20 fato de que ela se deixa representar por um modelo matemstico de ‘exirera simplicidade, expresso pelas equagies y = k-e y = k/z no fexso de uma 36 varivel, ou por equagies Go tipo y = ky /wvw n0 caso de nies vives, [Deve car Caro, enetanro, que 20 © estuar uma questBo que poss cnvolver proporcionlidade, sja ela de ratureza cientiea ou pritca, © ‘equago (caso tenha cabimento) € elspa final da resolugdo do problema ‘Quando um cienisia, um engenfeir, um ge6meta ov um comer ciao se depara com um problema, 2 foemla y = k- 2 (ou qualquer de suas andlogas) nfo vem junio com os dedos. Compete prineiramente a0 interessado verifcar se © modelo y = k= (ox um andlogo) se adapta ao seu caso. Anes de usiclo, € preciso comprovar que y € realmente ‘propoccional 2. ‘Ale disso, cumpre abservar que em eertos casos (como no Teorerna de Tales, por exemplo) a formula y = kz €irelevane, ou simplesmente no cabe no contexto da dscussio. No caso exemplifiado, a constante k pode exprimir-se como 0 quociente de dois senos mas ito é apenas una ‘uriesidade. O seno dem angulo 6 va ser defindo mais tarde Assim, 56 tem sentido por causa do Teorema de Tales. Ouro exemplo & 4 drei A de um resangulo de base be altura a. A razio pela qual A € diretamente proporcional aos lados a,b nio & 2 formula A ab, mas antes 0 conrério, Primeio provese que A € diretamente proporcional a ‘A defnigio de proporcionalidade & Gel exatamente porque permite, mediante duss pergunas simples (y cresce quando 2 eresce? a0 dobrer ‘mos, giplicarms, ete 0 valor de 7 ocorre © mesmo com y?), saber se 0 modelo y = kz s aptica ou nfo & sitwagio considerada, ‘Maso leitoratento deverd ter percebido, a partic do que fo dito aqui, ‘qe existe uma propriedade bisiea, presente nas verificagies ds propor. conaidade, a qual pode ser formlads assim: “a iguais variagdes de correspondem varisgBes igual de y” por iss0 que 0 peso de um fo homogéneo & proporcional co seu ‘omprmento: a bomogeneidade sigifica que pedagos do mesmo umanino tm sempre © mesmo peso, em qualquer trecho do fo. Assim também € que, no movimento tilineo unifoeme, 0 espago percorsdo € proporcional a0 tempo gusto em percoré-io: 8 uniformidde Significa prcisamente que em itervalos de tempo igus sia percoritas espagos igmais. (Compare-se com a queda de am compo, sjeito apenas ‘aplo da gravidade. Ai o espago percorido, digames rum segundo, € ‘menor ou maior eonforme esse segundo seja tomado no inicio ou pesto do fim da queds.) ‘Tamibém no Teorema de Tales, visto acima, pura verficar que X'C € proporcional a XB, tivemos que provar antes que, «varagées igus de _X comespondem variagées iguis de X', Andloga observaglo vale quando fe comprova que a érea de um reir ional B base. , num exemplo mais prosaic, quando se diz que 0 nimero de pegas fabricadas pelos oprisios de uma empresa € dizetamenteproposcional a0 rnimero e operiros, esta afimmagio decorre de ume hipétese técita, 2 saber, que 80 se empregar mais um opersrio @ aumento da prodi 15, com o lucvo L = 1 260 000 cruzeizes, Dissemos acima que o lio de Fremont é, antes de tudo, uma feliz coletinea de aplicagSes da Matemdtica a questbes imteresantes © aus, “Antes de tudo", mas no “apenas”. © livro se divide em més partes, das {quis a segunda, que ocups 234 paginas e que & formada pelasaplicagbes ce que falamos, 6 significantementeinttuiada “O Ensino da Matemstica” Isto ji define a flosofia do autor bem claramenie. ‘A primeira pane do livro chamase “Preparagio pare Ensinar Ma temdlica", Tem 22 paginas e coniém quase tudo © que precisa ser dio sobre a metodologia do ensino dessa matéria, O avtor, com sua longa cexpericia em sals de aula e, acima de tudo, com grande honestidade, ‘os diz que arte de ser um bom professor de Matemitica, nZo se baseia fem complicadasteorias nem consti uma eiénci abstrata, le enumera 10 prlacipios basicos e simples sobre 05 quais deve assemtar-se o ensino eficieme da Matemtica. ‘0s cinco primeiros principios se referem 8 navaeza da Matem: ‘que deve ser bem compreendida pelo professor. Eles s30 0 se coment Stee um Une 147 1) A Matensitica ajuda a compreender nosso meio ambiente 2) A Matematica €a lioguagem da Citncia, 3) A Matemitca ea sociedade so interdependentes 4) A Matemitica é um sisema abso de ids 5) A Matematica 6 0 estudo de modelos "pauerns"), E evideme que nfo pode ser um bom professor aqusle que no tem uma bos compreensio do significado e do alcance do assunto que esti ensinando. Em apents 4 paginas o autor dscorre, com grande clvera, sobre cida Um ds cinco prinepios acima. © grosso do texio consti; lum elaboragéa desses cinco posers, farumente iustndos nas quase 300 paginas que constisuem 2 22 pare do listo. (5 outros cinco axiomas fundamenuis do ensino da Mavens se referem 2 expericia de earsiniir 0 conbecimesto matemstico na sala e aulas, Eles so os segues 1) O “clo vital” da aprendizagem de uma idéin matemitica mostra que essa aprendizagem deve evolnir a parti de um envolvimento sive com objetos eanertos até a andlise as abragdes. 2) Darante todo esse procesto, 0 estudente deve estar livre para pensar « trar suas préprias conelusies. 3) 0 pensamento 6gico-analiico deve sex preceddo por oponwnidades ara ideias “aventurosts, tentativas palptes 4) Uma eranga, em geval, €capaz de absirai um principio matemético pois de confrontada com uma sére de siuagdes as quais 0 dado principio € inerente. 5) Imagens visuais sho indispensiveis para que o exudate possa com- preender ¢ ulizar concetes abstrates, ‘© autor termina seu compéndio de pedagogia de 21 piginas ilustrando ‘com um exemplo conersto (ensino a funcio linear) como uslizar estes Prineipios ne elaboracio de um plano de ensino de wm tépco,oferecendo, inclusive, sugesties sobre a atuagio do professor na sala de aula. Em foema mais resumida, ele indica um plano para oensino da congruéncia em ‘Geometsa. No decorrer do capitulo, ele enumera ume série de conselhos tailisimos ao jovem professor, no que conceme ao seu relucionamento hhumano com 0s aluns. © ivro termina com um capitulo sobre a elaboragio de tests © 0 problema da verificacio da apcendizagem, em geval (livto do Professor Fremont é um trabalho com profunda peroopg30 148 comet Soe ino do problema do ensino da Matematica, escrito com honestidade ¢ amor 08 scus colegas professores de Matemitica de todo © mundo. Estoo cero de que sua uaduyio par a Lingus portuguesa servi como auxiio inestimivel 20 esforgo gue se faz no seaido de divugar cada vex mais 0 conhecimento da Matemstice © 0 seu ensino no Bra onceios € Conrovériad" & wma segdo da Revista do Professor de Mattia, a qual ot tens a sequl foram pablicado. O objeto da segdo& exclarecerassumos do ewlewo do primero e seuado grau ert Matera, sobre os quis cosuananoccrerdvidas cu divergences, Alps dos tiptcosabordaoscorespondem a perguntas qu foram die mente formaladae pelo lores dauela revista, enguanto oun referem-se & Dpontos que @ minha antiga experiéaca de pressor inca merecerem mais ‘explcagoese opines. Evideriemerie, nem por sombre tenho u pretnsio de dar ‘apolavra final ou mesma a pala adequada. Eatetano, creo que esse mod (de nerago ere or que favor a revista eos gue a lem tom sex lado posto ‘Quando menas sea conmibul para iormar 0 ambient ais aad Conceitos e Controvérsias Minka inengio aqui é a de apresentar opnides e escarecimenios sobre Pontos contoveridos, dividas, difculdades e questées em geral que preo- ‘cupem o professor de Matemaica. Os assunios de que atari, gotaria ‘que fossem superidos pelo leior, motivados por seu deseo de aprimorar- Se provocados por sua curosidade, suscitados as vo2es por sua perple idade diante de opinides divergestes. Prefiroe darei sempre priocdade 4 questéesreltivas a Matemticapropriamente dia, embora possa even tualmestediscairprobiemas correlatas, como os diditicos, por exempl. -Engunto no chegam as indagapées dos litres, vamos comegar com slgumas pergunias que me foram feta, em diferentes asides e lugares, ‘or pessoas ineessadas em ensinar Matemia, 1. Zero é um némero natural? Sime nlo. lcs o af0@ nmero 0 a conn N dos nero nat ras € uma guest de peferécia pessoal xis ojetivament, de con- veniésia. Omeono pofessor ou aur pode em deters cicuratints, ‘escrever 0 N ou 0 ¢ N. Como assim? Conslemos unt watdo de Ageia. Pracament en todos sles }. Vejmon um iro de Andie. Li aha. 188). remos quase sempre N Por que essas preferénciag? E natural que © aut Algebra, cujo principal imeresse éo estudo das operagées,considere zero de um liv de ‘como um nimero natural pos ito Ihe daré um elemento reviro para a adigfo de ndimeros naturals e permits que a diferenga 2 — y seje uma ‘operago com valores em N no somente quando z > y mas também se £ = y. Assim, quando o algebrisa considera 2ero como atime natural, esti fciltando @ sua vida, eliminando algumas excegdes. Por outro indo, em Andlis, os niimeros naturais eccrrem rauito freqlentemente como indices de termos numa sequins, ‘Una seqUénca (digamos, de mimeros reais) € uma fungdo 2: — A, jo dominio € 6 conjunto N dos nimeros natres. 0 valor que a Tungio Conenton Contondisn 151 2 assume no mémero catural m € indicado com a notagdo zp (em vez de E[n)) ¢€ chamado 0 "neésima term” én seqincia. [A rotasi (2,245.0. Ensor-) € SAGA Para representa a seqhéncia, Aqui, o primwiro term da SeqUéncia € 2, 0 segundo & 2» e assim por ant, Se fossemos considerar N = (0,1,2,...) entio a seqineia seria (2o,21s225-+- 4 ny---). 0a qual o prmeito termo € zp, 0 segundo € 2, ec. Em gerd 2 do seria 0 n-ésimo e sim o (r+ )-€simo temo, Para evitar essa dicrepncie, € mais converiente tomar 0 conjurto dos rnimezos natusis como N = (1,2,3,-.-} Para encerrr este tpic, ume abservagdo Sobre a nomenclarura ma temitica, Nio adianta eacaminhar a discussio no sentido de examinar se ‘9 nlmero zero ¢ au nio “natural” (em oposigho a “ariicial”). Os no- mes das coisas em Matemética nio sio geralmeate escolhides de modo «8 ansmiticem uma ila sobre © que devem ser essas coisas, Os exem- los abundam: um nimero “imapintio” aio é mais nem menos existnte ‘do que us aimero "res"; “grupo” é uma palavra que nfo indica nada sobre seu signifietdo matemiico e, faalmenie, "grupo simples” & um coneeito extemamente complicado, a pont de alguns de seus exemplos ‘mais famosos serem chamados (muir justamene) de “monstos”. 2 Por que (-3)(-1) = 1? ‘Men saudoso professor Benedito do Morais costumava explicar, 2 mim a meus colegas do segundo ano ginasal, ax “regras de sinal” pare a rullplicagdo de mimeros relativos da segainte manera: 13) 0 amigo do meu amigo & meu amigo, ou seja (H)(+) = +: 28) o amigo do meu inimigo € meu inimigo, isto é, (+)(— 34) 0 inimigo do meu amigo € meu inimigo, oer dizer, (-](+) = Finalmente, 48) o nimigo do meu inimigo € meu amigo, o que significa (—)(-) Sem divida esta ilustagio era um bom arifiio diditico, embore alguns de nés ao concordéssemos com a flosofia maniqueista conida nu justificagdo da quanta regra (podtamnos muito bem imaginar wes pessous inimigas enue si). ConsideragSes sociis& parte, o que os preceits acima dizem & que :nukiplicar por 1 significa “wocar 0 sinal”¢, evidentemente, tear © final das vezes equivale a deixar como esti. Mas geralmemte, multplear ‘por —a quer dizer multilicar poe (~1)a, ou se, primero por ae depois 152 cones Cnondnt por ~1, logo muliplcar por ~a é0 mesmo que muliplicar por ae depois trocar 6 sil. Daf result que (—a)(~8) = ab, + Tao isto est muito clato e as manipulagbes com mimeros relaivos, 2 partir dai, so desenvolvem sem maiores novidades. Mas, nas exbegas das pessoas mais ingusidoras, resi uma sensagdo de “magiser dix, de regra outorgada pela fora. Mais pecisamente insinua-se a divide: Seré possfvel demonstra, em vez de impor, que (~1)(-1) = 1? io se pode demonsirar algo a puri do nada, Para provar wm res tado, € preciso admitr uns tanios outros fates como conhecidos. Esta € 8 natureza da Matemtica. Todas as proposigdes matemsicas sf0 do tipo "se isto emo aquilo”. Ou sea, admitndo isto como verdadeizo,provamos squilo como conseqiéncia, Feitas esis cbsensagbes filoséficas, yoltemos a0 nosso caso, Gos- tariamos de provar que (—1)(-1) = 1. Que fatos devemos admitir coma verdadeiros para demonstra, a parr dele, esta igualdades? De modo sicinto, podemos dizer que (—1)(~1) = 1 € uma con sequin da lei diswibutva da mulipicaglo em relugio 2 algo, eon- forme mostaremos & seguir, Nossa discusso tem ligar no conjunto Z dos mimerosineiros (re= tives), onde cada elemento a possoi um simétrico (ou inverso aditivo) 8,0 ual cumpre a condigho ata = a+ (~a) =0, Dai resulta que o simétrico ~a, 6 earacterizado por essa condigio. Mais expliciument, se b+2=0, entio z = —b, como se vé somando, ~b.a ambos os membros. Em panicular, como ~a'+ a = 0, concluimos que a = —(—a), ou sea, (que 0 sinéuico de ~a € a. ‘Uma primeira conseqincia da diswibutividads da multislicaglo € © fato de que a +0 = 0, eje qual for 9 nimero a, Com efeio, ata-D=e-140:0= (140 Assim, logo Core «Content 153 Com efeito, a+ (-I)-a=t-e+ (a= fi+(-]-a~0- logo (-1)-a 60 simético de a, ou sea, (1) a = —a Em panteular, (—1)(~1) = —(-1) = 1. Dat resulta, em geral, que (-a)(=8) = ab, pois +) = (Nae -3)(-1)2b = ab, 3. Por que (~1)(-1) = 1? (continuagio) ‘Alguas Ietores escreveram sobre a demonstragio da. “regra dos sinais dada no mimero 1 da RPM, Numeremos 28 earss 1 Pedro Paulo, de Ubatuba, SP, achou a demonstragdo “muito alge bristae cansativa”. Sugere uma alemativa geométic, baseada no sina psa deserpenhar sua miso com a vangUla confange de quem abe foe o que ex flando, Tas explicaSes do sio oferecidas como roposus didtea. Ito nos purecia Gbuio mas parece que nem todos Sender asin i "Yano, aor, responder bevement as cas: 1, Pedro Paulo: tual que um fato algthrico tenha uma demonstra fo algctrin; qm a enstgo,eat-ecerumente de una e7sa¢80 pessoal, Sev azimento geomético & bom ineessame. S6 que ele 56 pode ser apeserado & alunos que, pela série em que ex, j tprendera a reg dot sna. Além dss, para prov que ago onto I tem mesmo abies igual» (~a)(~), yore vai ter que war ‘dita eg 2. Léa Santos Sua sugestio€ muito boa, Pde ser wilizad com exit, inclusive porque coribu pera qe os alunos entendam melhor 030 de nimeresnegsivs em problemas cores 3 Maeno lis Imagine que o Pro, Blach comegava sua explanas5o justificando que (—)(+} = (—). Isto pode ser feito da mesma ma- nics como voct fea para chegar a (~}(-) = (+). NSo se! se voce tou que te argamesto us npn let dseibtiva. Neste Coreen Canmore 165 sentido, paece-nos que a sugestio seguinte mais convincente, 4 Fred Gusmao dos Sani: Maito bow a sua epresentagio, lids, no ‘poderfamos deixar de clog, i que ela constiui uma reformulag, ‘0 kermos numéricos, do argumento usado na demonstaggo dade em “Concetos e Conrovérsias” a 2, Para finalizes, gostariumos de recomendar a todos aqueles genuina- ‘mente interessaios em aperfeigoar suas téenices de ensino, a litura do tivo “Aplicagées da Teoria de Piaget ao Ensigo da Matemtica”, de autora do Professor Luiz Alberto dos Santos Brasil (Editora Forense Universitsia, Rio de Janeiro, 1977). Nas paginas I6L e 162 cess livro, © sito encontrar exemplos de problemas concretos que motivam &reara dos sins, 4. Qual é 0 valor de 0°? ‘A resposta mais simples € O° & uma expressio sem significado ma temétieo. Uma resposta mais informative seria: 0° ume expresso inde- terminada. Para explicar estas respostas, talvez seja melhor examinar dots exem- ls ga simples de fds desprovids de inificago matemstico, que so 5 © G. De aconlo con definigéo de hae, 5 = esos ae 1, os glade 0-26 1= 0-9. Ore TODO nimero x € tl que Oe NENHUM nine y ud gud y= 1. Psa So 9 ¢ nano nti ee wn vis inposste Os penned dso 6 ipo, on 4 ings) Yolanda sno, nts gua pais de epee 2210 foram incoduzidas a fim de que a férmula 2 = a™~¥, que é iden undo m > pce sins win fm Peta or a becmes cate $8, go P ise b'20 Noenob =a 0 @ = b- 6, Portant, se evrevéssemos Porto, sernos 3 signifcariam que a sone # = # eta ome cone sehen Sean eta pe xpineemene: ome ©°, 0 que leva a considerar 0° 156 concen « Contenein OY =0 para tao y 0, seria natural pr O° = 0; por euro lado, como @ = 1 para todo 1 + 0, seria também naturel pr = 1 Logo, 0 imbolo 0° nio poss! um vale qu $2 impontanaturalmentc, © ie 03 leva consider lo como wna expresso indsermirada ‘as explcagbes acima ny carer elemear e abortam 0 problema das expresses Indterminadas = ptr da tentatva de esender cers ‘perabes atone cane que no exavam enquadrados nes defines fongione dessa operagdes Exist, prem, ume r760 mais profnds, acvnda de tors dos limites, em vimade de qual ¢ © 0, (bem como cuts formulas andlogas) si expresibes indcerminat serves lima f(z) = A pala sgtiiear que 0 aero 0 Timi para 0 qua tendo valor f(z) da Fangio. f quando z se aproxina de a. Sabe $0 que 38 Limyne f(z) ~ At limgag(2) = Benito litme-a f(2}/al2) = A/B, desie que sea Bf 0. For outro indo, quando limyp /(2) = 0 limz-ag(2) = O co aad x pode garanit. {Trespelio do inte do quocene /(2}/a(z) quando = se proxima de {i ‘Dependendo das fungoes fe g gue se eicolhim, pode © conseguir ‘oe 0 quociente f(2)/g(2)renna come limite qualquer valor © dado de Sinemio, ou mesmo que 40 tenda pra finite algun. Por exemplo, se tomaimos (2) ~ e(t ~ 0) e g(a) ~ =~ @ ena0 J(2)/glz) = © pan {odo 2 7 @, logo linen /(2)/a(2) = ¢. Poe exe mouvo 3 de que 0/0 6 una expresso indeteminada Analogamente, dado a priori qualquer niimero real ¢ > 0, podemos achar fungdes fags que limg-+5 J(2) = 0,limz—g g(z} = 0, enquanto Tizng—g f(z} =e Basta, por exemplo, tomar f(z) = xe g(z) tog e/ tog nee] we = para todo z > O,Rogoline-o f(2)%®) tome loguamios de ambos os memos desta iguldade) Pottunt, quando ling -» f(z) — 0 € limz-ag(2) 0 emtio lime f(2} #2) pode ter qulgue valor, dado de anemia, dese que tsosharosconvenieemente as funges fe g. Elio se diz que 0 € tums expresso indetermsnada 5. Qual a diferenga entre cireulo e cireunferéncia? [Nosso quarto tpico € uma pergunta envieds pela prfessora Susi Pozza, de Piesa, SP. Podemos resamila assim: ine 357 eplica a Professora Susi que os guiascuriculares pare as matéias do 1 grau orienta os proessores ano fazer distingdo entre eizcunferéncia © cireul, alegando que nio hi tat diterenciagio no easo de poligonos (false fe tao 10 perimeiro como na drea de um poligona). Mas todos 0 vros de 22 grau que a professor ji viu vem a distingdo: eircunferéncia é a linha, citeule ¢ a repo limita pela circunferéncia. Da sua pezplexidade, 'No mea eato pestoal, Ses, ocorea 0 oposo, ov quate. No ginisio © no colégio me ensizaram a distingit ente eiscunferencia e circu, 1a universdade, © em livos esvangeitos mais avangados, essa diferenga desapareceu. Para ser mais exsto, 0 que desapareceu quaseineiramente foi a palavra“cireunferéncia". Quanto a0 termo “efreulo” ele rornou-se ambguo (como "poligoso"); ora quer dizer a cura ora a regio por ela mirada Para live se da ambighidade, quando isso € nceessivio, costuma-se usar a palavra“éiseo" part signfcar 8 rgito do plano limitada por uma clreunfertncia, Af no Testa dvd Em resumo: circueferénca e disco sto palavras de sentido bestante claro, cada uma com um ico significado na lingua portuguesa. Por outro Indo, circulo € uma palavta que tanto pode ser empregada no sentido de icunferencia como no sentido de disco, (Paciéneia.) ‘Quanto 3 orentario dada pelos guias curicuazes, ela contém uma _nitade bem raznivel. final de cosas, rio ¢ 56 "poligono” que quer dizer tanto a linha poligonal como a regito que ele limita, Tamibém poliedro, prisma, eilindro,esfera, ete. ix vezes sio supericies (pois tem Sea) Bs veres so compos séldos, pois tém volume. No caso da esfera, a palavra bola pode ser usada para significa o sdlido,fcando esfera para 4 superficie, mas nos outros casos no hi distingio, ‘0 meldor a fazer na sala de aula aceitar a weminologia do Livro ‘dorado, que deve ser sensata. (Se nio for, woque de ivr.) Caso ache necessirio, esclarega aos alunos que a nomenclatur ni € waivers, ha vendo quem prefira outros nomes para indicar as mesmas coisas ‘Osis importante € ser coerente com a linguagem que vooe ewolhev, ‘fim de eviter mel-entendidos. Lembrar sempre 0 que Humpty Dumpty falou para Alice (no Pals das Maravithas): “Quando eu uso uma palavrs, cla significa exatamenteaquilo que ev decidi que ela signifieasse ~ nem mais nem menos". (E lembrar tmbém de avisar aos seus ouvites qual fo esse significado escolhido 158 connate Cononinie 6. Que significa a igualdade 4 =0,111...? sta é uma das dez penguntas que apresente no folheto de langamento da RPM, visando dar uma iia de como seria 2 segdo "Conceits ¢ Coa- taovérsias” da nova Revita, Depois disso, os Feito Miri Servelli Rosa (de Sdo Paulo, SP), liane M.S. Montese Silva (de Ubé, MG) © Leni Brando Basle (de Bragangs Paulista, SP) escreveram pedindo que eu esclarecesse o sentido de igualdades do tipo 1 = 0,999... 04 32,8 = $2,7000... HG, de fato, motivo para perplexidade nas formulas acima, Exam ‘memos, wma ma, #8 igualdades eo. 1 = 0,900. 92,8 = 92,709... [Na primeira delas, temas wma fogo ordnéria imeduivel, eno de= ‘ominaor nfo é uma potéacia de 10, igual a slgo que nos parece uma fragdo decimal. Na segunda, temos um némero inter igual uma fasio ecimal (ow algo stmelhante), Na trcera, vemos duas fragGes decimais e aspectos diferentes mas declaradas igus. ‘Certamente i rez para dividas. Como ensinar sso a nossos alunos sem antes entenéermos bem 0 que estamos querendo ensinar? 0 problems todo se situa nas expressées que parecem nos segundos membros das igualdades acima: as ehamadas “dieimas perilicas", Se a8 inerpretarmos cometamente, as dificuldades desapareceri. ‘As dizimas peri6dicas surgicam como um recurso para soconer a ‘queen procura realizar ¢tarefa impossivel de transformar certs fragées fordindrias, como 1/9, 3/11 04 4/15 em fragbes decimais. ‘Uma’ fragio decimal €, por deinigio, uma fragio (ordinivia) eujo \denominador & uma poséacia de 10, Assim, por exemplo, 3/10, 152/100 13/1000 sio fraghes deci, ‘Algumas frapies, como 3/5, 1/20 ¢ 6/25, aio slo, essiumente fatando, decimais (pois seus denominadores no sio potéacis de 10) mas podem set escrtas como (ist 6, sE0 equivalestes a) fagGes decimals, conor «Contriaae 150 Assim, tems 3 1 8 | 6m Boi 27 too © 257 100 Por ouir lado, ndo existe fraglo decimal alguma equivalent & fag inredutvel 3/11. Com efeito, as Gnicas fragées equivalemes a 3/11 sio as ds forma 31/1in, obtidas maltiplicando-se 0 numerador 3 e 0 deno- ‘minador 11 pelo mesmo nimero natural n. Ora, qualquer que seja nossa ‘escolha de n, 0 denominador 11n jamais ser uma poréncia de 10, O mesmo ruciocinio se aplica &s fragies 1/9 © 4/18. Mais geralmente, oargumento acima prova que uma fragio iredutfvel, ccajo denominador conteah algum fator primo diferente de 2 04 5 no é cequivalente & uma fragio decimal. (Pois 2¢ 5 sio 0s tinicos fatores primos ‘que ocorrem num poténcis de 10.) Desde a publicagio da Aritmética do holandés Simon Stevin (em 1585), saberve da grande vantagem pritica das fragdes decimais. facil ceserevé-las; € wiviel compard-las; € muito mais facil realizar com elas as operagies aritméticas usu do que efetuar es mesmas operagées com rages ordindrias(principalmente somar e subtrait) Pode-se mesmo dizer, sem cometer exagero, qUe 0 180 das fragbes decimais foi um grande fator de progresso para a Astronomia, para & ‘Navegagdo e, conseqientemente, para a Humanidade, de um modo geral Para que tal adogiio se desse foi necessdrio, entretanto, encontrar um meio ‘de representar qualquer frag sob forma decimal. ‘Um momento: nZo vimos acima que nenhuma fragio decimal é equi ‘valente 3/117 E verdade. Mas, mesmo assim, 3/11 pode ser escrta "sob forma decimal”. O segredo estf em adkitirfragGes decimas ilimizadas. ‘Vejamos como. ‘A maneira bem conhecida de transformar uma fragio ordinixia como 3/11 em fragio decimal consiste em escrever 3 como 3,0 ov 3,00 ou 3,000 ete (0 nimero de zeros fica a nosso critéro) e efetwar a divisio por 11. Se tomarmos 4 zeros, por exemplo, obteremas o quociente 0,2727 e, 10 lugar do resto, aparece o algarismo 3. Isto quer dizer que 0 resto é 10,0003 (4 que foros até décimos milésimos). Como 0 dividendo é igual 20 divisor vezes 0 quocieste mais 0 resto, eos 38,0000 = 11 x 0,2727 + 0,0003. $60 concn» Conon DDividindo ambos os membros desta igualdsde por 11 ¢ esrevendo 0,0008 sob forma de fagio ontinéia obtemos: 3 aia ome a. Io quer dizer qu, ¢ sbsitimos faio oninsa 9/11 pla frag decima 0,272, cometeemos un eno igual «311000. (© mesmo reioinio moss que em geal, se em Inga de 9/11 cscrevemnt fag decimal 0, 2727.27 (com opsiod? 2 repetido 1 vezes) 0 ero cometdo srk uma fag cu mimerador € 2 © cop deraminaor € 11 10°. Ese ero se forma cade Yer menor, a medida ‘or m cress, Tomando n sufeletements pane, potemos taro 0 tho pequeno quanto dss "AS, a fags eimai © 0,27 0,2727 0.272727 exc. consituem valores aproximados da fragio onlinsia 3/11. Quanto msioe foro aimero de algarsmos decimais tomades, menor seré 0 ero comet (isto 6, melhor seri aproximagia). Por isso, quando eserevemos a Fran iio estamos afrmando que 8/11 ~ 0,2727. As retinciss no fim do simbolo 0,2727,.. sigificam que ele ndo representa uma nica fag dlcimal mas a seqiénca infiita de fragdes decimals (*) acima, as quais so valores apronimados de 8/11 A tur desis considerages,anaisemos ¢ igunldade 2 = 0,11 “Temos a seancin infin de Fogbes decimais 01 0,11 O11 01111 et ‘Cuda uma dessas fags decimsis é um valor aproximado para 1/9. ‘Tomando um nGmera sufcientemente grande de algeismos decimsis, po- ems tomar esta aproximacio tio precisa quanto deseemos. Por exem plo, escrevendo 0, 11111 em vez de 1/9 estamos cometendo um e:ro goal a : cee 100000 ~ 350000 on = ce ES 3 3 Cconoaior « Cotoriant 161 Explicagio andloga vale para igualdade 1 = 0,909... A seqUéacia infiita de tages decima 0,9 0,99 0,999 0,999 ee orsce valores aproximados pera o nimero 1. Por exemplo, a diferenga 1.~ 0,990009 é igual a1 milionésimo. Finalmente, a igualdade 32,8 = 32,1700... signiic que a diferenga centre $2,8 ¢ 32,700,..9 (com 7 algarismos igus a 9) pode ser tonada to pequena quanto se dese, desde que se tome um némero n sufcien temente grande. ‘Com esta discuss, esperamos ter eclaocidoo significado da igual dade que encabeca ese tépic, bem como das auras dus, sugeridas pelos colegas que nos esereveram ‘Mas, para encerrar 0 assunto, convém Jembrar que nem todas as fragbes decimaisinfiitas sio peridicas. ‘A periodcidade 56 aparece quando procuramos repesentar una Sa co ordiniia (aimero racional) sob forma decimal. Mas hi certs nime- Tos importanes em Matemétca, como %,€, V2, ete qve nad Sto racionss, isto, no podem ser expressos com quociene de dis ndmeros natures. es so chamados mimerosirracionas. Cada um deles & represetado por uma fragéo decimal infinita no-periédica. ‘Vejamos x, por exempla, Este nimero¢, por defini, a trea de um croulo de rao 1 (oa, se preferirem, © comprimento de ur ctcunferéncia de mio 1/2). Tasctevendo no citeilo de raio 1 poligonos regulares cujo miimero de Tados teams exda vez maior, as éreas dessespoligonos represenara valores sproximados para a Srea do circulo, isto é, para 0 néimero 7. Por esse método, ou por outros méiodos muito mais sofisticados, ‘conhecem-5¢ hoje valores apoximedas de 1 com errs extemamente pe- ‘quenos, Mais sinda: desde o tempo de Arguimedes (cerca de 250 anos ‘antes de Cristo) se conhecsm algoritmos (sto, processos sistemsticos ‘de célculo) que permite determinar frapées que aproximam 7 cont & preciso que se dese ‘Quando, por exempla, exrevemos 7 = 3,14159265... deveros ‘entender que o segundo memtro desta igvakdade representa uma vequéncia Infisita de fapbes decimais cxjos primeiros termcs sio 231 3M 4141 91415 314159 ce 162 Conan Connon (Cada frago desta seqiéncia representa um valor aproximado de, fu stja, dt rea do citevlo de raio 1. Além disso, os algarismnos de cada fragio slo exais, isto 6,36 se pode ober uma aproxinasio melhor, or fal, acrescentando novos slgrismos decimais, sem alterar os que jé estfo I, Na sequencin acima mio haverd pecioicidade, una ver que ji foi enna (le mami we, com as Ane Maem) aie + nfo € wm adimero nacional. Consderaeées andlogas podem ser Feitas sobre os ndmeros ¢, ¥2, etc. 7. Diividas sobre dizimas ‘A transformagio de frgGes ordingvias em decimals, dando origem 20 fendimeno cuttoso das chamadss dlzimas periodica, € sem divida um assunto que provoca quests, suxcita controvérsias¢ pera problemas, AI guns colegas tém escrito com perguntas sobre o assunto, Duas das mais interessantes ene essas perguneas foram felts por Son Hsien Ming, de Sao Paulo, SP. las sio: 18) xine alguma fepSo ondiniea tal qu, dividindo-s 0 nunerador pelo enominador,obenha-se a dima pesca 0,999...? AA resposta € NAO. Se a e 6 forem nimeroy naturis com a/b = 0,909... entio 104/¢ = 9,009... Subtraindo membro « membre estas igualdades vem 9a/b = 9, doode a/b = 1, ist 6, a = b, Mas € claro ue, dvidindo a por a obteremos 1, ¢ mio 0,999... Ne realidad, existe um modo meio heerodoro de dividir @ por a ¢ obter 0,909... como quociente, Normalmente, numa divisio, exigimos {que o resto sia inferior ao divisor. So admitimos, rests igus ao divisor, 20 efewar uma divisio, por exempl, de 7 por 7 teers 70 Lt To 0.9900 0 7 __ Uma pergunis semethante (mis geral) com 9 mesma resposta, po- ‘erin ter sido fei: ap wansformar uma fragio ordindria a/b em decival, or meio da divsio prolongada, pode-se obter no quociete um dims periéica que temnine com 998...? Por exemplo, pode-se encontrar Un onc Contant 169 ‘quociente igual a 0,7490...? Se fizermos a divisio como de costume (esto sempre menor do que divisor) #resposta & nfo, Mas, se admii- ‘mos restos igus ao divisor, dividindo 3 por 4 obteremos 0, 74909, ‘como so v6 na conte seine a0 La 20 000 © © (outa mancir de moster qu, dividind se (la manezn comes) 0 por manca sche gna una dirima de perfodo a segue. Suponhamos, iniitmeme, que 0 < b< 10, ito é que # rena apetas wm algaismo, Nr divsio profongada de 0 por 8, a pair do momento em que se baa, 0 primeira aro jdnfo se pose mals ober 9 n0 quoceme. Por exerplo, Suponka b = 7. No final da divsfo,o maior reso possivl sera 6 esandose um zero tem-se 60, que dividido por 7 688, © nao 9. Dat pr lane, contni-se 4 baixar Zeros © nunca mais se encore 9.n0 {uociene ‘Se 0 nimero b ver des algurizmos, pode ser que, 20 baixar © primero zero, se enconue 9 20 quotients. Mas do segundo 2270 em dete 0 maior algarismo do quoviente seré 8. Por exemplo, se vamos ‘eansforsar 47/12 em fagio decimal faseros a conta abaixo: a 110 3916 020 0 8 ‘que nos conduz a digima poriédics 8, 91666... Note que obtivemos un 1 depois de baixar o primeira 2er0 ‘A sitagdo ¢ geal: e b tem 7 algarismos decimais, 0 dividizmos contimiadamente a por b poderemos, ne mximo, encontrar n~ 1 veres ‘ algarimo nove depois qve baixarmos o primeiro zero. Nanca se obs ‘uma diaima exjo priodo sea 9. 165 conan Contents ‘A segunda pergumia de Sun Ming é 28) 0 ato de a mesma frario ordiniia poder ter duas represemagies fdocimaisdistintas (como 2/8 = 0, 4000... = 0,3099...) no apre Sena inconveniemte sem ongiza paradoxos? No item nimero 6 destes "Conceitos ¢ Controvésias” esé escrito sue as fragGes ordindras que, ao serem tansformadas em decimais, vn tum desenvolvimento limitado xo 6, o processo continuado de divisso do rumerador pelo deoor:inador conduz eventualmente a um resto 2¢0) so saquelas ge, posts sob forma imedutivel, apresentam no denominadyy 0 predato de uma poigncia de 2 por uma poiécta de 5. Todas essasfragdes Irvedutveis do tipo m2 3 podem ser representadas de duas maneiras diferentes como fragio decimal Por exemplo, mos 1/4 = 0, 0.3999... ‘A regra ger é fil: toda frapio decimal “exata" pode ser também ‘eserta como dizima perfdica subtraind se uma unidede do seu tio al- estismo no nao e acrescentando-se uzna seqléacia ifinita de algarismos 4 0,24909... ov 2/5 = 0,4 = Seria bom que a coméspondéncia ene nimeros racionaise fragies ecimais peisticas (Gieimas) fosse biunivoca. Mas nio é. Caso insist sos muito em ter soa biunivosideds, vamos ter que fazer um secrficio ara obié-s. “Um sictificio possivel seria absterse de considerar deci mais “exaus", substisindo sempre todas as frapes do tipo 5,183 por 5,182009... (por exemplo). O out seria excluir as dieimas que termi- ram com una fieira de coves, svbstiuindo-as sempre pela decimal ex ‘brida suprimindo 0s nove e sumando 1 20 ultimo algarismo que 0s pre ‘cede; iso core spondeiaa esrever sempre 0,7 em vez de 0,6909... Ne ‘nhuma dessas escolhas € muito asaral. Por isso me paoce mais rarodvel ‘que nos resiznemos com a faa de biunvocidade. Hi coisas piores no ‘mundo, 8 Voltando a falar sobre dizimas escrevemos duas vezes sobre este t6pico nesta sco, Restam porém alguns fatos que ainda nio foram escleecidos aqui Procurareinos agora completar a discusslo analisando-os. Usualmente, as propredades das dizimas perieas so exahelecidas 8 pant do algositmo de divisio prolongada, usado para ansformar uma Cconeaon «Conon 165 fregho oudindria em decimal, no qual se rerescentam sucessivos 26108 30 dividend para contin o procesto de divisia. Os resuludos obtides sio (9s seguiies: 1. Uma fragio oxdinriaimedutve! p/4, quando tansformads em deci smal, gera urna fragbo decimal exata(Gnit) ou uma deirsa peisdica, © primeiro caso vcore quando q & dx forma 25" © o segundo quand ¢ € divisivel por algum nimero primo diferente de 2.005. 2. Quendo 0 denominsdor q € primo com 10, a dizima periéies geraca pela fagio iredtivel p/q € simples, isto 6, 0 periodo comoga no primeira alarisrno decimal 3, Se odenominadorq€ divisive] por 2 ou por 5, além disso, por outro ‘mero primo, a dizima poriicaperada pela fragdo ireduivel p/q & compost, isto & a pare decimal comeca com alguns algaismos ‘fo periéicos, sepuides dos algarismos periddicos. O nimero de lpsrsros no peridicos€ igual 30 maior expoesse de wma poténcit dde 2 ou de 5 pela qual g€ divisive ‘Seguiremos um caminho difereae do usual para chegar a esses se sultados. Tomaremos como ponto de pati os dois lems abuixo. Primeiro Lema, Todo nimero nataral 9. prin com 10, tom wm miliplo caja representagao decimal ¢ formada apenas por nove. Demonstracio: Hi wma infnidade de nimems, tas como 9, 99,99, ‘te, formals apenas por algariemos 9. Quando divididos por’ g, esses Inimeros deixam restos que vio de 0 8 @— 1, a0 todo um niimero fsito ‘de restos possives. Logo, existem dois nimeros formados por noves, os ‘ques divides por g deixam o mesmo reso. A diferenga ence esses dois ‘imeras é, por um lado, divisvel por ¢ e, por euro lado, um nimero formado por uma série de nove seguidos por uma série de zeros. Ten se cation: q = 09...90 '99,..9 x 10". Assim, q divide 0 produto 99...9 x 107 e, como é primo com 10", conciuimes que q divide 99.9. Observagio: 0 primeizo lema contin vSlido (Com a mesma dettons- ‘rogHo) se, em vez de 9, somarmos qualquer algarismo decimal diferente de 0. Nossa preferéncia por 9 sri justifeada logo mais. Segundo Lema. Todo nimero natural q tem wm milplo cuja represen: tagto decinal € formada por uma série de noves seguidas por wna série de eres. O menor mallplo de q desta forma termina con: mimero de 168 concen» Contorinie 2270s igual ao maior expoente de wna pottncia de 2 ou 6 pela qual q é vate, Demonstragio: Temos q= 2-88 g/, onde q€ primo com 10. Para fxar idéias, suponhamos @ > 6, Enido’a é o maior expoente de ums poténcia de ou 5 pela qual g€ divisive. Seja n 0 menoe nimero paral fal que n-¢/ = 99...9, Enlio 0 menor muliplo de g farmdo por noves sepuidos de zeros & 88) ngs 10% ng! =99...90...0 (Com a ze0s no fina), Desses lems resus mediates 0 Teorema. Toda facdo iredutvel pq ¢ equvalente @ uma fragdo clio denominador tem ura das formas 10..,0,29...9.0199,--90.--0. corre os segue cases: 1) Sega 28-5 entto F = afbys 2) Seq primo com 10 entdo B= gi 3) Se q= 2.5 ¢ onde qf prin com 10, enito B= sr, Not cates I €3), seo mimerador no trminar em zero, 0 nimero de zeros do denominator igual do maior dos expocntes ou b Demonstragio: Bass mulipliew © nuwerador ¢ 0 denominador da fragio p/q pelo mesmo aime, ecolido de modo que 0 n0v0 denv- rina enha & forma deseada, © que € possivel emt vinude dor lems tetris 'Na pritica, suponhamos dada a fragio 2/37. Para obter uma fragio 4o tipo n/90...o'equivalere a ea, devemos efetusr& dvisio proton ‘i de 99 poe 37, serescentando NOVES ao divigendo até obtermos tn "esto igual azro! Ito & sempre posse, mt victide do primero lems, Vejamos: om (st 23927 ar % axa BF 37a 7 960 Enio 37 27 = 990 dat Coreen Contonte 167 ‘Se a fragio dada for, por exemplo, 3/260, estamos no caso 3) € facilmenteoreduzimos ao anterior. Temos 260 = 22%5 x18. Comegamos com 3/13. A divisio prolongada (acescentando-se noves s0 dividendo) os oe oso 70928 ng 029 039 cy Pomanto 13 x 76923 = 999000, Daf resulta que aren 15 1576023 __ 1153845 1260 ~ 30% 48 ~ 300% 15 ~ 100 x 13 x T6R2S ~ 99009000" ejamos agora o que aconece quando se proc tnsfrar ago ‘cordinétia p/q em decimal. Em primeiro lugar, sc g = 2° - 5? entio Plg= SP -pfi0" we a> be plan 2*-pfIO we 5 > a Nese states a dena eat, 00 fi ‘Em seguida, suponhamos que 0 denominador q da fragio p/q seja primo com 10, Pelo teorema acima, p/q € equivalente « uma fragio En forma n/OD..8 Sem perta de gorettsae,poenos spor que 8 fag cae ¢ pin Sepa or mpi pros Pre nls pena colocer anes tle Epes pono que fe reels inpornia do piano nove ns consierages ste pasagem Ge gto ori decal veers. "ens a apio nfo, cap denmiador tT» agar puis a 8 Sendo ol pola, sou mineradorn 6 um abner de, 0 ‘Nitin, also. Competodo com sere Benen, poetot, Snider n em cxaanene might, Coma etn congo, ote. tor ahonar que, eansformando n/BD..Dm fagdo decal, obs & lana pec On Por excnpl, 3/0 ojoxsosaors ee (pore dsn armas se bestia mt Sola que sm ds termos do una pogesslopeoméria ita, Segundo cl. 0 < a< 1555... 5/90 = 0,050505... , 13/990 108 conenon «Cantona 1 eng Finalmente, sea fragio propria iredutivel p/q tem 0 denominador 4 divisive por 2 ou pore, am disto, por outro primo diferente des: tes, entio p/q € equivaleme a uma fragzo do tipo n/99...90...0 onde ppodemos admit que o mumerador n mio termina em 0. Neste eas0, 20 ttansformar p/q em decimal, obtemos uma dizima periélica compost na {quil a parte aio peri6dica tem tantos algarismos quanto so 05 zeros do ‘em umm dinero de algaristos gue divide (o(20) = 28. Tal ndmera deve ponaro ser 1,2,,14 ou 28. O leitor es: couvidado a decidir qual dasses Palpites € comet, Pra encerar, uma observagio sobre 0 primer lema. Ble pode ser demonstrado como consequéncia da fGermula da geratriz de uma disima petidica simples. Com efeto, dado q priio com 10, desenvolvemos & {regio 1/9q como cieima periddic (simples) ¢ tomamos a geratriz dessa 0 no corpo. Por exemplo, a defnigdoz < y quando yz € um aimero posivo™ faz do compo R dos nimeros reais um corpo erdenado (o mesmo ocorrendo om corpo Q dos racionss). Por outro lado, a ordem do dicionitio, que definimos acima no conju € dos ameres complexos, nao faz de C um corpo avdenade, Com efeito, ela cumpre a condiga6 CON), on sje, € compativel com 4 aligdo de nimeros complexos, mas aio eumpre a condigéo C02). Pra comprovar esta afrado, obsecvemos primeiro 4o diciondrio, 08 nimeros complexcs maiores do que zero $30 08 que Ou 18m pant real positiva ow sio da forma 2 = 0+ 6i ~ bi com b > 0, Em seguida, soremos que vale 2 4-3i < 34 2 na ordem do ras, mulplicando arbos os membros desta desigualdade pelo ‘omplexo *posiivo” 2~8i obwemos 18 < 125i, uma desigualdade flsa na order do dicionSto ‘A resposia que demos n0 inicio significa que NENHUMA relagSo de ‘ordem envee 0s nimeros complexos pode toerar C wm corpo ardcaado. ‘Como se prove isto? De modo simples, como conseqiacia dos segues arguments 2) Num corpo ondenado, tem-se « > 0 se, ¢ somente se, ~2 < 0, Com efcico, sypondo x > 0 € somanio —z a ambos os membros, obiéni-se O > “x, ou seja, —2 <0. Reciprocament, se =z < 0, somando x 2 ambos os membros vem 0 < x, 00 sea, 2 > 0. conenon« Canmovieon 173 1) Nom corpo rdenado, quadra de fd elemento ao no pos tivo, ito €, 2 4 Oimplica 24 > 0. (Com efi, sno 2 # 0, dve-se er £ > 0 00 z <0. No primeizo caso, multiplicando ambos os membros de desiguakiade x > 0 peo ee- ‘cata posi z, obtenos 2? > 0. No segundo caso, segues de) que Sz > O. elo primero ca, tse (-2)* > 0. Mas (-2)* 24, logo > 0.6m qualquer caso. ‘©) Em todo corpo ordenado 1.6 posivo, logo —1 € nezativo Com efsto, 1&0 quadrado de 1, logo 1 > 0 (por b)e dal —L <0 Gora). “@) Neahums rlagio de xdem ton 0 corpo € dos eros complexos sam corpo dena, Com efeio, temos —1 = i. Se C fosse wm corpo ordenado, © ‘mero —1 seria negativo em vitude de c)¢ poiivo em vinwde de b), toma conratii. 10. © mimero e: por qué? ‘A ogio de ogarimo qusse sempre nos & epresetads, pela primeira ver, do sequinte modor "0 logariimo de wm nimera y na base a € 0 expocnis ula a?=y" Seyoe-se 0 observagfo: “os nieros mais freqletemente usados ‘como base de um sistema de lgstinmos 880 10, gue ¢ 2 base do nosso Sinema de aumeragio,¢ 0 nimero e = 2,71828182...", Isto nos deixa insigados. ‘De sai, uma pergonaingénus: esta reguleridade na segiénca dos agarsmos deimais deste nimero persists? No. Apenas uma coincides ‘a no comego. Uns valor mais preciso seria ¢ = 2, 718281826459. 'Nio se bata de uma frag decimal peiéiva. O ncmez0e € iscio- al, sto 6, no pode ser obido come quocente€ = p/¢ de dois itis Mais ainda: € uo ivicional wanscendent. st significa que nfo existe tum potinomio P(2) com cockiccncsiniros, gue se ale para 2 =e Por que entdo «caclha de um nimero to eStanho como base de logartmos? Mesto depois de aprender que f(g) 1 Indagagda ainda persis: © que faz esse nimero 80 importante? Isto € 174 conntoe#Comrimion ‘ que procurarci responder aqui Talver a resposa mais concisa sea que 0 mimero ¢ é importante pongue ¢inevitivel. Surge espontancamentc em vias questes bisicas ‘Una das razées pelas quais a Matemitica€ itil As Cigncias em ge- ral esté no Cileulo (Diferencal ¢ Integral), que estuda a varingdo das srandezas. E um tipo de varagio dos mais simples e comumente encon- tendos & aquele em que o creseimento (ou decrescimento) da grandeza em cada instante & proporcional ao valor da grandeza naquee instante. Este tipo de variagio ocorre, por exemplo, em qusibes de juros,crescimento populacional (de pessoas ou bactéias),desintegrapdo radioativa, ec. Em todos os feabmenos desia nalurera, o nimero € aparece de modo natural ¢insubsitufve, Vejamos um exemplo simples. ‘Suponhamos que eu empreste a algoém a quanta de | eruzeiroa jos de 100% uo ano. No final do ano, ess pessoa vira pagarne ¢ tratia 2 cruzeros: 1 que tomara empresiado © 1 de juros. Isto sera justo? Nao. © justo seria que ex recebesse e cruzsiros. Vejamos por gue. Se mex cliente viesse me pagar seis meses depois do empréstimo, ev recebe apenas 1 -+1/2 erozeros. Mas isto quer dizer que, naquea ocasiZo, estava com 1+ 1/2 enizeiras meus e ficou com esse dnheiro mais seis reses, taxa 6e 100% a0 ano, logo deveria pagar-me rezeg (ed) (9) Lea css lopaitmo com final ceada se for a < 1. Em particular, © pier @-€ a abscissa tl que Hf tem dea igual a 1. O fato de que a area da faixa de hipétbole 21 € igual a logarune natural de a pode ser tomado como defnigio de logaritmo e penmite desenvolver a teoia, a parts dat 178 conentoe# Coton, 6 modo simples ¢ elegant. Bata abordagsm € adorada em nosso livio cima ctado, © ogaimo tiperbiico pode ser carcterizado pela igueldase log(i +2) = 2, para todo almero innitamente pequeno 2" Esta Fase é de Euler. Evidentemente, na tori habitual dos mimeros reais, nio hii ndmeros infritameste pequecos, © que Euler quis dizer & ‘que log(t + #) ¢ 2 sio ‘01, de modo mais preciso, que sta qualdade 56 €verdadira quando a base do sistema de Iogartmos 0 mimeroe. Se tomamnos logaritmos numa base « tenemos log(t +) de «£0 logan mata! de Cia fra € om eso pare do ft de gue deriva dfn tg € gil ao Agd manos lo uma bse a guage Set tac erento nivel ogre fe eas feale ine) ‘Mais umd ea, vemos gue a bse €6 mais “rata LL. Quais sao as raizes da equagio 2* Dus dessa raizes slo evidenes: 2 = 2.¢ 2 — 4, Mas, tagando os rificos das fungies y = 2* e y = 2, consatamos que hi ume riz egativa, como se vé na figura sbaix, Conenos «Conevitiee 177 A peoptito dessa raiz negntiva, 0 Professor Carlos Alberto Ceott, de Vivi, BS, perguna: 18) Tal ale € um acme raconal ou iracional? 22) E possfvl obt-l por um processo partment algébrico? © problema de determinar a raizes do equagio 2° = 2 me rem sido proposto véras ves, em diferentes ocasioes. A curisidade que ele suscitatalvez s© deva a0 Tato de que as pessoas geralmente se seriem insegures quando, para resolver uma equiglo, precisam apear para os cexecrives “métodos numérico” TEscamos condiionados a prefer méiodos“algbricos Crmulas as sim co a to do 2 a, 0 ico eet cle ‘quagio que enfeniamos. Ao alotamos este pom Je visa, ext stars exquecendo das coisa: 8) Uma “forma fechada”, como 2 que existe para equgaes do 2°, 38 42 gravs, é muita veres uma vita luséria; nem Fequer pos tuma idin da ordem de grandeza das solucbes ») Todo proceso de resolugio de wna equsgé0 recal, mais cedo ou sais tarde, ram eélculo numérico que drs o resulted final, com & aproximagio desejada No caso em queso, a riz negativa da equagio 2° = 2? pode ser ‘obtida, de modo spies, pelo métedo das aproximagdes suoestivas, COMO sostraremos no final desia sesio, 0 resultado é 2 = ~0, 7668646959, com 10 algaismos decimaisexaos. ‘Mas ames abordaremos as perguntas feius pelo Professor Ceot A primeira resposta € negtiva, iso é, a raz negative da equacio proposia€ um nimero nacional Isto se prova por absurd ‘Supocimos que p/¢ forse uma fagio irreduavel positive tal que 2-9/9 = (-p/q)?. liminando denominadores ¢ clevando ambos os ‘membros, &potncia g,teriamos entio 2° -p°# = 9? (Ora, se p for impar,o primeizo memiro desta ikime ialdade € um Aneiro que coném um wimero par de faures igus 2 2 enquano © segundo mci conkém wn mimero par (aves zero) de fatores 2, Se, ‘ntetanto, p fr parent qserd impr, logo primeiro merbro < cvisvel or 2 mas osepund nfo, De qualquer anc, em-te uma contri ‘io existe nimeroracionsi r= p/q > Ol que 2 'A segunda perguntaequivale a indagar se & nossa solugio negra € um niimeroalgtbrico, 170 Coneaon « Cononiie Lembremos que um miners (el os comple) s€ cham algrico quando € rir de sama equagia do 90 p(2) =O, onde p(x) um Dolindmio com cots tt Por exemplo, todo nimere que se obém pando de nimeros rt cionis © stbmetendo-r a um mimero fmt de operagtes de ain, frat, multiiago, iso e extag de raat (Ge quasqur fn dices) € aldo, ‘Um niet que no € alaébric chams-se manscendne, Por exem- plo, x «xo nines tranacensontes ‘A reapers egunds prgutatamikim é NAO. A raizaegatva da quasi? = 2° nio pode sr sia por métcos parame sigbnicos pong € um nimero moseenden. Para provar at vamos tr que stir am reuado femro, 0 Teo rem de GelondScineier, quedo segue ‘Se a, sio mimeros algébricos e b € irracional, ento a? & transcen- seme (eeso,evidenements, quando @ 008 @ 1). ‘Or, 2 & clarmenteslgdis como vimos, «air negnva = de sossaequgio €iaciona._ Se fons algebra eno, pelo Teorma de Gelfand Schneider, 2" wriaranscendone. Mas a2 €algeinio, 2 tab sek. Logo no pe ser 2° ‘Ars vejamos como clelarmumericamete a rai segtva da ugio 2" = 2 Consideremos a fungio f:[0, +00) —+ [0, +00), definida por f(z) = 24/3, Seo mime a > 0 for que f(a) = a, em negatva de 3, Pra resolver equates da forma f(z) ~ x, exe um modo, cha nad “st aponimagiessuesias. que fonciona mato bem guindo derivata de fangio J campre ima condisio do tipo [/"(@)1'= A < 1, nde A const, : No nosso caso, temos f*(2) = 44n2-e-*/?, Othando numa tabela, vemos que 0 logaritmo mira de 4 € 0,69, Logo, podemos esctever 202 ercceneza de que 0< A < 1 Potant|f')| 0, A seqtaca de sroximages ucts 1 = fF 0)o20 = Slei)ooos tart = Lens Coren contort 179 converge para um limite @ > 0, o qual € a unica solugio da equasio f(a) = ‘Entlo —a seri a unica soluglo negativa de 2* = 22. Usando ums caleuladora que tenha a rela 2¥, e comeyando com x9 = 0, vbtemos as aproximagies sucessivas S(x,) = 0, 7071007811, Sle) = 0,1826540277,... 221g = 0, 7666646959 oa parte dat, vn 21¢ = 219 = £1 Tsto significa que aproximagies melhores para solugéo procurada 6 podem ser obides com 11 ou mais casas decimais, enquanto nosse ‘aleulsdora s6 tem 10, Na verdade, z1— € uma excelente aproximacio para tal rai; at€ mesmo exagerada para a maioris dos uso Para torminar, tlver Sea interessane apresentar uma interpretagio gris do da das grosimaes ens: Tagan o co dat fangées y ‘2 A pari da origem do sistema de coordens- dan, wagamos una polgoaal, cos Inds so aheraaamentyvercais © horizons €cujos vértices esto ora sobre a curva y = 27/2, ora sobre aria y = 2, também alterradament. | ae : eee 2-2/2 coma retay = tA abcisse desse porto fomece a solusio procurada, As abciseas dos vétices da poligonal sio as aproximaybes sveseivas 2,235.23, 6, Quarto maior foro fndice nt mais proximo 100 Cone Conon ‘esti ~ay da solugto negaiva da equagio 2* = 2°. Observe que as sproximagies —, com indice n fmpar esto rodas sum mesmo lado dx nr procirada, enquanto as de fndice par esto do lado opasto. 12, Niimeros negativos tém logaritmo? Com Euler decid uma corirovérsia ence Letbnis Jean Bernoullt Resposta: _ Nimeros (eis) negatives t8m logaitmo eomplexo. Mais ‘reciumente, todo nimero (real) negativo tem uma infindade de Topa- itnos e nenhum deles € um nimero real sia resposia sugete duas nove pergumas 2) Como se define 0 logaritmo (complexo) de um nme real negativ? 2) Seria possivelorganizar ua teoia de logartmos de al maveira que todos os mimes eas (posts ou ao) tivessem login rel? Para responder a esas pergunns,rcxaminaremos 0s conceitos de logariamo e exponencial Fixzmos um nimero @ > 0 ¢ consideremos a fungio JR -+ R*, efinida por f(z) = a. Sabemos que se m é um inti posiivo entso @ é produto den fitoresigucis,e a, enguanso a~® = 1/a%. Se p/q € tm niimero nacional com q > 0 entio oP/¥ = Y@P. Finalmente, se z= limza € um nimero iracional do gual (¢q) € uma seaiéncia de {proximagses racionis eno as potncias a s80 valores aprorimados de a, oo sea, a® = lima"®. Fsta 6, em sntese, a deinigio da funio exponencial f(2) = a ‘As regras familiares a! = ae a?“ = fungo exponencicl 28> RY, dada por f(z) sepuines El. fla) =a; £2. flzty) = fle) Flo) Navealndade, f(z) = a € 2 nica mancra possivel dese defini ‘uma Fangio continua (ou uma Fangio monsiona) f:R—> R* com as dias ropriedades acim Evidentemente ¢ @ = 1ontio f(a) = 1 = 1 para todo € R, logo 4 fonglo exponcacal no tem interesse neste caso, Pur isso suporsmos @-# 1. Mais precssmente, omarenos a> 1. Entio fiz ++ a seri ma bjt crescent de sobre R. (Se eseolhésemos a <1, f seria ecrescere.) Assim, f poss un angio inversa ge — 3 «a signifeam que a propriedaces concttoe Conevisies 181 ‘A fungio g:R* — Rivers da exponencial de bese a, chama uo logaritmica de base a. Tem-se g(f(z)) = 2 para todo z € R Jigty)) = 4 pa todo y € RO Eacrevese gly) ~ logy y 00 6 que fxamos a base a de uma vez por todas) g(y) = logge Assim, icgat = 20 a"*¥ — y, por deni, Sogue-se que loga = 1¢ loglzy) = log ~ logy para quaisquer 2,y CR oan funglologunica g: "= em as segues popie- ide LL. g(a) = 15 12 gla-y) = a2) +al9) Na verade, g(2) ~ log 2(= lo 2) € ice mans de se deft uma fungi continu (ou uma Fungeo monétona) geR* > Re com as propredides © 12. Esta aimado ue nfo provazemos agul) implica que se podem deduze toca a8 propiedades dos logarios 4 par de LI © L2. Um txemplo simples. L2 obrige qe see g(t) = © Com efetn, g(t) = (2-3) —a(0) +90). Costa causareurosidag 0 fato dea fang logimic esta finida apenas par nmeros reais postivos. Evicentement, se insists be esa fungdo sea a irversa da exponencial, logy 86 poder er serio ae valores posisvos dey, pis exes 530 05 Gros valores assumidos pora® ‘Mas posertanos abr io de igualadeloga® = xe temar simples: reateobter uma fang cootnas (ou uma fungio monstona) @=R + tom as proricdades L1eL2 fw e, a) = Le @ley) = O(2)-+ PU} Pela unicidade scima mencionada, terfamos necessariamente yo(z) = log = quando 2 > 0. De side, uma difcublae: se p cumpre Ll ¢ 12 endo o valor p(y) fo pode est: definido pan y~'0. Com efeo, awe caso trams 2(0) = 0-9) = (0) +a), nde os) = 0 pam tt cot Este enretanto, onio obstfcuo. Removendo 0 20 do dominio, podemos defnr uma fungi cninua x R—(0) ~ R pela regra (2) ~ tog Ft lem Le 12, Ma ela, nea extend d ago log 2 R~ {0} que mantém ests duaspropiedades. Com eet, a validez 182 cone» Cononiie de L2 obrige = bgt = p(t) = (1-1) = 9(-1) + (-1), logo {-1) = 0. el-1) +e) @(y) = logy = log|-u| para todo y > 0. Aparentementeo problema estéresolvido. A regra logy = logy) permite estender a fungi logarimica aos nimeros negasvos, de modo (que scus valores contimuem reais e ainda se tenha que o logarimo co Produtos a soma dos logartmos dos fatores.Infelizmence, poxém, no vale mals a igualdade a = x, Temos spenas zh © ponio-ande chegamos rerta a situagio em que se encontrava a ‘eoria dos logarinos ma primeira metade do século 18, Leiimiz era de opinlgo que umn nimero negativo nlo pode ter logn- ritmo real porque toda poréncia de expoente real de um nimero postivo @€ um admero positive. Jean Remoulli afrmava que ndmeros negativos 'm logaritmo real. E mais ainds: que log(—2) = loge. Seguiu-se uma longa contovérsia epsiolar (em torno de 1712), onde ‘cada um dos dois alinhava argumentos em favor do seu ponto de vista, a ‘sumindo posigdes mais e mais radicais, sem chegarerm nunca a um acordo, Belo qu wins ara, stas opis (ambes epee) parsiam ine Leibniz olhava para o logartmo de 2 na base « come o expoeste y tal que a¥ = x. Jean Bemocli insstia na validez da regra log(y) = log + logy. O fero € que estas duas aides 56 podem ser compativeis ‘quando 005 limitamos a consderarlogartmos de nimeras pesitivos a que Leonand Euler, em 1749, escreveu um trabalho com 0 sequinte tuo: "Da controvérsia ene os Seahores Leibniz e Bernoulli sobre os logarimos dos némeros negatvos e imaginéros". Nee, Eoler esclaeceu defintivamente a questo, fomnulando & teoria dos logartmos nos termos que até hoje so aceits e zealirando o feito de coneiliar os ons de st, spacatzment entupice, de Lite ¢ Jan Bena. ejamos como, Em primero lugar, Euler adotou como tase de soas exporenciais «© seus logurimos 0 mimero € = 2718281... = litignao(1 + fn)". ‘Como vimos antes, esta escolha simpliica grandemente as {6rmulas © facilita 0 desenvolvimenio dss ids ‘© ponte de pastida para toria da exponencial ¢ do logarimo se~ ‘gundo Euler € 2 definigio da poténcia ef, onde 0 expoente z= 2+ yi é tie admera camplexo, Sebe-te do Cileulo que para todo nimero real 2 bee Sete as retcdncias sigificend que se tata de uma série infinta. A igvaldace ‘cima significa que a soma das n primeiras pacelas do segundo membro ‘om valor aproximado para ee que essa aproximago pod torr tio precisa quanto se desejc, desde quem seja tomado suficiememente grande ‘Conheciamsse também, desde muito antes de Euler, os desenvol¥i rmenios em série de sen € cosz, que sf wenz = 2- seen ee + carat 4 ape © esenvolvimerio em série de e para seal sugere de moto evie deme & definigdo da expocencial ef, onde 2 = 2+ iy € um nimero complexe. Basia por eareee Sek uae + No caso particular em que 2 = iy unt “imagindso puro”, levando- e-em conta os valores das poténcias swoessivas de i = =I, ume ‘manipolagéo bem simples mostra que se tem viet Jer BB-Boy), Logo e¥ = cosy + iseny, Fst 6 a maraios formula de Euler Dela esa que, pra 2 = 2 + iy abit, ome c= eB = ef -€¥, ov sia, ee feony + inenyh ‘Lerabrando 2 representagio geométrica des nirseros complexos isto mostra que se 2 = 2+ y entio e* € o pont do plano cua distincia & ‘origem € ¢¥ © 0 segmento que 0 liga 3 origem forma um anguio de y adianos com 0 eixo das abcissas, Una conseqiéncia imediata da fOrmula ef = e#(cory + iseny) € {que todo nimero complexo w 7 0.6 da forma w — e? para algum 2, 00 seja, que a fungio exp: C -+ {0}, dada por exp(z) = ef, € sobrejetiva, Ela mostra também que exp nfo € inetiva. Com efeito, em-se ef = ef se, € somente se, 2 =3 hay e 2 = 2+ ily + 2kn) onde k é inti, Euler defini 0 logaritmo de ur némero complexa w 7 0 como urt mero complexo 2 tal que ef Se w complexo w enti w = €ET (coud + isen 9) logs +18, Como 0 ingulo 6 esti deinido a menos de um milkplo intiro te 27. ¢ ‘como F = Ww). mos log w = log [wi + (2k + 8}, para qualquer ke Z Isio mostra explctamene que © logaritmo de um admero complexo tem uma infnidade de valores Giamos ese respi, um tech do erg de Fer ain mem “Vemas portanto que & essencial 8 natureza ds logartmos que cade rmimero tena uma infiidade de logartmos e que todos esses logaritmos ‘sejum diferentes, alo somente entre si mas também de todoe os logaritmos dos demais mimeros, (Geome com o¢ logarimos o mesma que com os ngulos ou ascos de citcule; pois como a cada seno ou cosseno comesponde wma infniiede Coneetoe cortontnan 185 4e arcos diferentes, bem assim 2 cada nimero convém uma infnidade de Togaitmes. ‘Mas & preciso aqui observar uma grande diferenca: todos 08 arto que comrespondem a0 mesino sen0 ou cossen0 sho reais, mas todos 05 Togaritmos de um mesmo nimero s8o imaginérios, com exeep30 de um Jinica 32 6 nlimero dado for positive, e todos os logariamos dos nimesos ‘egativos ov imoginiros si, sem exceto, imagination.” Por exemplo, como 1 = cos+ isenr = eM, sepue-se que logl=1) = ict Bhai (k = 0,41,42,...]. Mais geralmente, se = € ‘qualquer nimero reat postivo entdo ~z = z{cosn-+isen x) = eset, logo log (2) = log + (2k + Ijri,k € 7. Pars nenhuma escotha de K se fem um valor rea para log(—2). Por cut la, sez € ainda Um niimero real postvo ¢ &¥ = z endo teinos também e¥*2* a para todo k & Z, logo todos as nmeros da forma y + 2kai,k € Z, io logaritmos de 2. Apenas x escolha k = 0 fornece um logit real. Os demais sio todos complexos, uler observa que, se interpretarmos o simbolo log w como signif ‘ando 0 conjume de todos os nimeros complexos 2 tis que ¢ = Ww. cntio coovinoa vilida a férmula Jog(vw) = fog v + low, ‘comm 0 segue significado: um mimero complexo € um logaritmo de vw (isto &, perence so conjunt log{ow)) se, € somente se, € soma de um logertmo de v com um logarmo de w. ara comprovarmos que Euler tina rezio quando dizia ser essencial ' natureza dos logarmos que cada némero tenha uma infnidade dete, basta observar que & dnica fungio continua y:C ~ {0} —» C tal que gles) = ote we) © vl) = 1 fede det por ‘e(w] lg Isto signifi que, se insstinos que cada nimero tenha un s6 loga- rium (mesmo complexo), entio a egra e*f = w deina de ser vida Esta 6, em resumo, @solugio genial de Euler: admitindo wa inf sidade de logaritmos para ceda nimero, em-se e%€™ = w, como queria Leibniz, e vile sinda log(w2) = log w + log 2, conforme pretends Jean Bernoulli Observagio: Ao contro do caso real. f(z) ss infintas possibildade de defnir uma fang So co 6 apenas uma ene waa fC = C— {0} 105 Conlon Content tal que f(t) = ec f(w +2) = fw) f{z). Outs possibilidades sto dadas pela férmula f{2) = a -ef, onde a é wm nGimero real positive eseolhido mbitraraniente © 2 = 2-+'yi 13. Paradoxo? Rafael Robson Negrio, de Lorna, Para, quer uma expiago para 9 arndoxo aide Vi-yo= VER - via Esa quesio ¢ bem antiga, mas ressurge com incre frac, ‘© gue asta 0 imerese por el provocado. Para dar ura iia de sot Popolaridace, els ocup iar de destague na liste de paradoxos pulicada pela evista berica “Mathemateal Specun” (Vol. 14, 198182, pag 3) Na soci de igualdades acim, so comets mas uma € as (8 tereim): Examingmoles, uma por une <1 = i+, CERTO. 0 aiimero complexo 4, por defini, tem a ropriedade de que seu quadraco ¢ igual a1 isi = Y=T-y/=T. CERTO. Como o quadrado de 7-1, €acctivel ‘consierar i como raiz quadzada de —1 = escrever f= VT. I(T} = vi. CERTO. E ébvic também, pois (—1)(—1) = 1. Vi = 1. CERTO. Como ¢ de praxe, quando z 6 um nidmero real posiivo (ou 220), signin o ico nimero posto (ou 20) co uadrado € igual a VT-VT= YCHC. ERRADO. A rope VE- VE = Vad € vilica quando ab, Va ¢ Vb sio némerosposivos ou zero. Para se convener da_slima afrmagio acima feta, basta Fmbrar somo se prove que va- Vb = Vab, Teme (Va. Vb)? = (Va)? (vO = ab «por ouro tao, (VB)? = ab, Assim a= V6 € Vab sto nimeros {ue tm 0 mesmo quadrado, Como a simbolo Vz representa sempre un mero > 0 e coma ners mares do gue ou jguis «exo que tem © mesmo quadrado sio igunis, concluimas gue ab — ya Vb, corcatoe coment 187 No nosso cas erpectico, os némeros Vava e VEN im ambos quadrados igual a 1. Mas iso nfo quer dizer que eles sejam Sguais. Com efit, Vavie- ¢ VOyry=1 Em suma, para ter-se Vab~ y@- vb € preciso convencionar que o simbolo «/# represenia sempre um némero positive ou zero. Mas y=1 oslivo nem zero, Pot isso nfo se pode escrever T= YT = 14, De onde vém os nomes das fungdes trigonométricus (Seno, cosseno, tangente, ete)? E por que o circulo trigonométrico tem raio igual a 1? Esta pergunta foi fei por Rancisco Antonio M. dt Cos, de Maranguape, ca (Quando estudet Tigonometra no coléio, meu professor ensinon gBe eno vem do lati sinus, que sigifca seo, ola, cara, cavidade (Como nes palavas,enseada, sinuosidce), E usouo grélico da funglo,o qual € realmente baste sinoso, para justificar © nome. Mais tarde vim a aprender que nio & bem assim. Sirus 6 a radio Antina da palaen irabe jib, que significa dabra, bolso ou prega de uma vesument, Io ndo tem nada a ver com o concito matemitico de se00 ‘Tatate de uma tadugio defeituosa, que infeizmeme ducou até hoje. A palava arabe adequads, a que deveria ser tadacida seria iba, em vez fe jai. Ja signicn a conta de um aco (de caga ou de guen). Una ‘explicagio para eae eco 6 proposta por A. Aaboe (EpisOdios da Hissria ‘Amiga da Matemitic”, pigina 139): em drabe, como em bebraco, € freqiene escreveren-se apenas as consoantes das paluvas, 0 Iitor se carega de completa as vogais. Alm de “bu” ¢ “jib” werem as mesma consoantes, «primeira dessus palavas era pooco comom pois inka sido ‘eiuida da fndia e peneneia no idioma sanscrto Evidentemente, quando se buscam a origens das palares, 6 quase ievitivel que 86 considerem véros hipseses e difiimente se pode tet certeza absolut sobre a conclusfo. HA outas explicagdes para a polars 108 conan conwondate n,n dls € deg se unt de tei 8 int Geode Quanto 30 trmo fangente ele ter significado claro, pois tg 2 = 1/1, ‘onde 1 € 0 sepmento da tangente compreendido entre & extremidade Jo vaio (um dos lados do Angulo 2) e o prolongamento do outro lado. ‘A secante do ngulo = € definia pela fOrula sec x = 6/7, onde 8 & «a hipotenusa do tridngolo rengulocujoseatetos So 0 rio r€0 segmento de tangente f. Como 0 segmento de ret s corta ociculo (secare = cortar ‘em lati), a denomsinagio secant se jusfca, Pua Finalmente, cosseno, cotangente = cossecante sio simplesmeate 0 seno, a tagente e a secane do arco complements (0 professor Francisco Antonia M. da Costs também quer saber por que 0 cireulo tigonomézico tem raio 1, Normalmente as pessoas res ppondem a est pergunta dizenda 0 seguime: nas definigBes dudes aca para tangent € secant (bem como nas defnigGes de geno € cosseno, que ‘fo demos agai), fgura sempre 0 raio r do crcalo do denominator. Se supusermos 7 = 1, as férmulas se simplificario bastante. "Tal explicagio deve ser complementada com a observaglo de que tomar r = 1 comesponde a escolhero (comprimento do) rio como unidade de medida, Como todas as linhas tigonoméiricas so quocientes ene ‘duas medidas, o valor de eda uma das se maniém inaltersdo quando Spas de una wie pars oun, Por io az mal conensiocar [No fundo, o que ocorre € que na Geometra Fuelidina, embors haja ‘uma anidade natural para medir inguto (oradiano), no bd uma unidade de comprimeno que possa ser escolbida de modo eandnico, iso €, in Corea scnnensrane 108 ependentemente de escolias abitrrias. Ito contrast com a Geometia HHiperblica (de Lobatchevski e Boye), na qual existe uma medida natural pata 08 comprimemts, e portant para reas e volumes 15, Quantas faces tem um poliedro? [Amphilophio Azevedo New, de Sao Paulo, SP, escreve com a seguinte ‘divide: “No mimeo 3 da RPM, dais autores dizem que podemos considerar faces de um poliedro num mesmo plano e tambsm que podemos consderar que todas as faces do poliedso P slo tiingulos.” "SCom esse racicinio, poderfumos dizer que un eubo tem 12 faces? cou seriam 24? Como falar em nmero de faces de um poliedro se sempre Dodemos decompé-les em tiaagulos (3¢ no 0 forem) ou em triinguios Imenores (se jd fore witnguos)?" “afin, qual 6 a defingdo de poliedro?” ‘A resposta a ests invsgagies deve necessarimente vomesar pela ‘kina, Naea melhor, entio do que repetir a definigdo duds anericrmente: "Um poledro 6 uma unio finia de poligonos convexes, chamados 1s faces desse poiedra. Os lados desses poligonos chamam-se as arestas ‘ poliedro e os vétces cos poligonos sio também chamados os vértces| ido poliedro, Exige-se ainda que a interseglo de duas faces quaisquer da poco sea uma ares comum a essas faces, ou um vétice comum, ou fej vazia” "Rdefnigdo acim significa em particular, que um potiedro 36 fia de terminado quando sio espcificadas as sues faces. Normalmente, quando falamos em “cubo", quetemos nos fefenir a0 poliedro formsdo por seis faces quadradas, com doze aresias, todas do mesmo comprimento. Se tmagarmos em cada face do cubo C’ uma diagonal e assim a decomposes fos em dois inngulos, obferenos um novo polio P’ com doze faces (iangulares, dezovto arestas © 0 mesmo némero (ito) de vériees, Fete ‘novo polio P € uma subdivisao do cubo C. Exritameste falando, e poledros Ce P slo diferentes. A relucio de Euler para 0 primeixo poliedro € 812-46 2¢ para o segundo é 8~ 18+ 12 = 2 ‘Um modo de evitar divides como a do Sr. Amplilophio Azevedo [Neto € detinie um poliedro corto uma colecdo fini de poligonos con- vena, regularmente situedos, na forma da defisigio que citamos acima. Procedendo assim, fica claro que quando sedi um poliedro no pode haver 590 concatas ambigdidae sobre quis so a suns faces, pois ests so expicitnmente ‘especificadas. 16, Sobre um problema da Olimpiada, A profesora Marisa Gira, de Sandia, $P, nos escreve: "Na 22 Olimpiae a Brasileira de Matemésica ocoreu a seguinte qustio: Consiraa geomne- teicamente 0 segmento de rela de comprimento Ya" + BF, conhecenda se os segmenios ae b ‘A questio me foi proposta por um aluno que paricipow de prova, ‘Acabei encontrando a seguinte solugio: (i) Fatoro a soma at + 6" ca seguine forma m, Baen, c= Verh yer YoTTB ( egmemos mye «so cont com use compass meio do trilingulo ABC. Portanto: a YATE = VRP Vos Unit ‘que € 4 média geomeéiziea ease ¢ © va? n, portant consteutivel Nossa controvésia comegou quando um colega apresentou uma so: Jugio onde admitia como dado ws segmento snitirio. Com auxio do Segmento uritiio ee consti a? © em seguida 2° ral que (2°) = (a2)? + (7. Novamente usando 0 Segmento unitério coastréi x. A ergunta que lhe colocumos é , E ellino, nas comes do problems, admitr um segmeno uns Cconcete Contontan 191 Julgamos que a questo possa interessar 2 ours calegas do. mi- sinésio" ‘A fin de tornar mas clara a dscussio deste assum, reproduzimos gor outa slugio, de astoria de Fibio A. Barco, de Sio Paulo, SP. @ ‘al faz so do tegmento uniéro, (Revirada do “Novcidrio da Sociedade Brasileira de Matemtics”, outubro de 1982, pig, 56.) Seje YareK oo (P= + OY. @ Consruamos primeiro a? a paris Je a. Seja AB um segmento unitiio (onde a unidsde pode set fianda arbitariamente)..Levanicmos BDLAB com BD =o Tracemos una rea perpendicular a AD que ‘enconirs 0 prolongamento de AB em C. Entio, no tiingulo ACD, ‘BC ~ 0?, logo BC = a2. Do mesmo modo consis 8 UUsando a equagao (D ¢ 0 Teorema de Pitfgoras, constuimos 22 & ptr de a? e 5 Falta obra pane de 2%, usando 0 proceso inves Ga consragto de a a pani de Selamn A, B,C colincars com AB = 2*, BO = 1. ‘Tracemos a semi-cicunfertncia de difmetro AC. Seja D 0 ponto de inversegéo desta semi-circanferéncia com a perpendicular a AC levantada em B, Entio 192 concen Content ACD ¢ can triinguio retingulo (por THALES), no qual vale BD? = 2-1, logo BD Para comecar, devemos analisar © enuneiado da questo, “Constr _geometrcamente” sigiica "vom auxlio de régua (Sem marcas) e cot: pesso”. Os segmentos que a Professora Marisa, em sua elegane soso, chama de “constutiveis”sio aqueles que podem ser obtidos a parr dos segmenios didos a eb, por meio de régua e compass, No probiems, si duos os segmentos de rein a,b € pede-se para consti “geometicamenie" um segmento cujo comprimento scja Ya +O. Aqui surge a primeira fome de divider se a ¢ 6 s80 seq -mentos de eta, gue significado tem afirmar que um terceito segmeato ¢ tem compeimento igual» Ya" + BF? Nesta expreso, ae b so tatados ‘como st fossem néneros. O que 0 eouneindo pede € um Segment ¢ com a sepuinte propiedade: se 3 ¢ so os mimeros enis que repesettar respectivumerte as medidas de a,b ¢ ¢ relativamente a uma anidade de ccomprimento u, fxada arbitariamente,entio y= $/at + BF ‘A solugio da Profa, Marsa ni faz uso expliito de uma unidade de redida mas 6 pode ter seu significado elucidado mediante 0 apelo a umn io, A solugio de Pibio Barreto uiliza um segmento de stirma (Com ra2%0) pode ser escolhidoarbiariaments. medida um, qu A explcagio € a segunte: Se, em vex de u, escolhermos euro segmento u corso unitério, poderemos excrever » para signiicer ‘que medida de u em relagio a nove unidade v € 0 nimero real k > 0. Enido as medidas de a,b ¢ na unidede w sio -ayk- fe ky respec tivamente. Sey = fat +B entio ky = ¢/(Ra)" + (EB), logo a vase de condi epulada pelo problema no depend did ce compriment escolhida, Esta independéncia acomiece pone a expressio Va BF € ho- ‘mogénea em relagao as variveis a8. Quer dizer, x substtuirmos a A respectivamente por k- ae kB (onde k > 0) a expresso fics muhiplicada por &. (A rigor, deveriamos dizer “homogénea de grav 1", ‘mas continuaremos usando esta terminologia a O leitorobservaré que todas as f6reulas de Geometia que exprimem © comprimento de um sepmento em funcio de comprimentos de_oattos so das por expresses homogéaeas, Por exemplo, ¢= Va? + BF (Teo. ‘ema de Pitigoras) ou A = /ra ni (altura baixada sobre a hipotonuss € 1 média geométrica das projogSes dos caetos). Em contrat, a8 férmulss Conca Contontatn 158 de dreas em fungio de segmentos sio sempre dadas por expresses “ho- rmogéneas de segundo grau” em isemos desses segmentos. Por exemplo & {forma de Heron A= f(a a)(a—B}(5 — force a érea A de um telingulo vjos lados sim comprimentos a, ¢ ¢, onde 8 = (a+ b+) 2. Se substutuirmas a,b. ¢ por k-a,k-be ke formula nos dari K?- Tto 6 coerente como fato de que, a0 mudaros de undade, as areas fear rmuliplicadas pelo quadrado do fator mucanga de escala ‘Seria interessante perguntar 0 que ocorrra se 0 segmento pedido ¢ tivesse seu comprimento dado por una expressio néo-homogSnea em ‘ermos dos comprimentos d ae b. Por exemplo, coasderemos o problems {e construr geometricamente 2 partir dos segmentos @e Bum Sepmesto e rota ¢ cujo comprimenc seja a/b. Se axe B forem sespeciivamente as medidas de a ¢ 6 relaivamente & unidade u entio a media de © seri 10/8. Tomando outo segmento uniting qualquer v, com w= kv, a5 medidas de « ¢ 6 nesta nova unidade serio k-av€ k' 5 respecivaments. Endo a media de ¢ seri ka/9 = aa/. O segmento ¢ tem poranto & resi medida, seja qual fora unidade escohida! Ist é, evidentemente, um absurd. Consegientemente, 0 problema de obter um segmento de comprimento a/b a parts de dos segmentos éados ae b no tem sentido. Sahemos que » expressio do coraprimento de ¢ em fangdo dos com: primentos de a. b deve necessariamente ser homogénea, cabe a perpunts: Serf a homogeneidade uma condi¢io sufiiente? Mostreremos que néo. Dados 0s segmentos ae 6, tentemos obter geometricamente um segmento ¢ cujo compriment seje a3 +P. O macocinio para conclulr, no caso sci, a impossibildade de construi a/ ciona porque Ya" + BF ¢ uma expressio homogtnea, Meso assim, 0 problema proposto alo tem solucéo, mas agor* por um motive diferente bem mai sui ‘Se wmnos que resolver um problema, nossa obvigacio € consierar ‘© aso mais gerl possivel dentro das condigées do enunciado, Mas se ‘queremor mortar que © problema nio tem solugéo, basta tomarmos um ‘aso particular, Néo havendo solugSo naguce e280, nossa tarefa acaba ai ‘Consideremes entio o caso particular em que @ = 6, Tomemas a (Ou 2 como unidade de comprimenio. Nosso problema consist portato em construir geomerrcamente um segrmento de ea ¢ que (em relagao a esta ‘anidade de comprimento fxd) tenba comprimeato +73. Se podéssemos construc al segiente, 0 cubo de asta teria para volume 0 dobro do 196 Cont «Conon volume do cubs de aesta al ‘A exclamagio acima tem o seguinte mative. O desafo de consrut com réyua e compass (a ares de) um cabo cujo volume aja © dobro ce volume do eubo euja aesta a ¢ dada € uma questo milenar, comhecis ‘como 0 "problema da duplicagio do eubo". Ele & um dos és eélebres problemas proposicse ndo resolvidos pelos materéticos da Escola Grega tis so a quadrature do etreulo,e a wiseyBo do Angulo.) ‘A duplicagdo do (volume de um) cubo € tanbisw coakecida come ‘0 “problema de Delos”. Delos é vina cidade greg que, por volka do ‘ano 430 a.C, foi fustigada por uma epidemia. Seus habitants foram 20 ‘orfeulo e he petguntaram como escupar da praga. O oriculo responceu “Duplicando o altar de Apole. O altar tinh forma de um cabo. Com ‘muito culdado, os habitants de Delos consiuiam uo har bio euja ares ers 0 dobro da anterior, pensando que assim estavamn duplicando ‘© cubo, quando na realidad estavam muliplicando seu volume por oto les volaram ao oriculo, ue ihe explicou o emo, A epidemia sepuiu seu curso, desapareceu como costuma, mas © problema perdaro A solugdo do problema da duplicgio do eubo sé aconteceu muitos séculos depois, com a inrodugao de métodos numéncas na Geometr 4 com o surgimento de Geometria Analitcs. Entio viu-se que, fxando tum segmento de rera que consideramas unitdrio,s6 podem ser consruldas ‘com régua e compasso 0 sepmentas ewia medida se exprime mediarie um imimero finite de operacdes de adigdo, subtrardo, muliplicagdo, dvtsdo « exiragdo de ruiz quadrada, esas operapses Sendo efetuadas a partir de ‘nlmeros interes. (Veja na segio 19, adiane, uma explicacio sucinta) Em paniculas, no se pode constuir com régua e compasto, 2 pair ‘de um segmento a, de comprimento«, um segmenia e cujo comprimento seja 2a. Portano, se forem dacns os sezmentos @ ¢ b nia tem solasio ‘© problema de consirut geometrcamente um segmento de comprimento igual a Yao +B 17, Novamente 0, ‘A redago da RPM roceben recenlemente a carta abaixo: “Prezadoe Senhores [No primeiro nimero dessa Revista, com a qual tenho a honma de aver colaborado, hd um wpico assinado pelo Professor Elon Lages Lima, onde cle dd sua opinido a respeito do valor da expresso 0° cncton»Coonisae 195 [Afinma aqoste autor que OP € uma expresso indeterninad,¢ linha uma série de arguments em favor dessa posiggo. Exsminando-0, no Se ota nelesimperteigdo logic, nem thes fla forga persoasiva que nos convenga da solidez da conclusio 8 qual conduzer nizetant, mesmo confessando ni ter percebid ero ns afimactes 4o Professor Bin, sampouco enconto falha em dois raciocinios que Te leva a concluit que 0 ~ 1. Ele si os seguncs ‘Primeiro, Uma fanido JX — Y, definids 0 conjanto X tomando valores no conjunto Yum subconjunto f do produto catesiano Xe ¥ com as seguines propiededes (© para todo 2 X, existe tin par (2,y) € J cao primeiro clement (G) se ospares (2, 4/) © (2, 9") ambos endo x como primeira elemento, percneem af entio y* Resta desta denigfo formal de fangio que, quendo X = 26 0 conjunto vari, entio exist uma tniea fangdo 2X —= Y, a saber, © conjum vazio fC Xx ¥. ‘Ors dados m em inteitospositvos, @porencia n™ & 0 nimero de fangdes definidas num conjuno com m elemencs €tomando valores num 0. Em particular, nt ‘Segundo. 0 sinboto (9) representa. 6 nimero de suibconjtos com p elementos aum conjume comm slements. Poranto (2) =O. p 0. (%) = pois em qualquer conunio hi tum dno subconjueo com 0 elementos, a stber, 0 conjunto vazio. Em pacuiar (2) mero de subeonjunos vazios Jo Conjunto vaio. 'A fGrmula do bind de Newon se escreve eno ermre So (sori, ome noe © (5) 198 concaoe + Contvtnlan ‘Tomando @ = 1 ¢ 6 = —1 obtemos oman = 3 (Hout ca Em particular, n= 0d 0” = 1. Eis entio a perplexidade em que me enconto: por um fad, estes dois Sikimos argumentos me conduzem inexoravelmente a igualdade OP = |. Pr outa ado, como jé Frise anteriormente @conelusio do Professor Elon de que U? ¢ uma expzesdo indetemninada ests baseadn om raciocinios que ‘me arveem absolutament covets, ‘Como posto escapar desse dilema? Atenciosamense, actides Rosa Colégio D. Toto VI Rio de Janeiro, RJ. ‘Cabe-tne respondé-a Em primcito loge, é-me grato registrar o modo objetivo e atencioso 4o Professor Encides Rosa, eujos artigos na RPM tenho lido com muita tengo, "Noto ainda que, ao spresentar dois racocinies que o“levam a conse {que 0° = 1", le ni afrma estar provando esta igual. Nés, os Keitores de sua cara, devemos entender seus arguments do seguinte modo: A defisigio usual da potéacia nm” aio tem sentido quando m = 0, Eniretant, se adowarmos a convenedo O° = 3, isto faré com que a igualdade "n" = mero de fangGes de um conjunto X com mclementos ‘num conjanto ¥ com n elementos” coatinve valida quando Xe Y sao Conjunto vazios. (Prmeio argument.) Além disso, a mesma convenclo (0? = faré com que a forma do bindeaio de Newton (@4-)”* continue vilida para m =e a +6 = 0. Segundo argumenio,) [Em apoio as cbservagées do Professor Rosa, devo acrescentar que ‘exisom ourrss situap6es em Andlise Combinatéia onde hf uma cera ‘conveniéncia em adota a regra 0° = 1, a fim de estender wm pouco mais © campo de valdez de algumas formulas, "Nem par isso OP deixa de ser uma expresso indeterminads, ‘Um caso paecide acontece na Teoria da Modida eda Integral, onde fs vezes € conveniente escrever 0 x ce = 0, a fim de que a fonnule dt cencate Convodine 197 ea de um retingulo (base x altura) continue vélida quando a base do “etingulo” € toda uma reta e a altura se reduz a um ponto. (ej P. Halmos, “Measure Theory”, pégina 1.) ‘Mesmo assim, 0 x ao é uma expresso indeterminada, “Talver sea iterestane dar mais um exemplo. ‘ma férmula bem conheciéa aos ensina que, s©[z| < 1,» soma dos vemos dz progressio geométricailimitada cujo primeiro termo & 1 euja rio € —2 6 data por eaget— tate pes 0 ‘A igoabdade acima sigifia que, Sxarmos qualquer ndmero tal que “1'< 2 <4, podemos fazer com que a soma dos r prime! {Ermos da soma & esquerda tenht um valor to préximo quanto descjenos Ge 1/(1-+ 2), desde que 0 némero m de pacelss seja tomado bastante grande. ‘ara valores de 2 fora do inervalo —1 << 3,0 primero membro de igualdade (°) € uma séxe dvergene, ito €, a8 somas pac Deeb ae bate ‘fo tender a nenfum limite quando m cresce indefnidamente. Por exem plo, se tomarmos = 1,0 primeizo membro da igualdade (*) 9 torna igual a ALA L-1F 1141-1, ee cou sea, assumem of valores 1€ 0 alternadamente, logo ao se aproximam denen limite Por outo lado, © tomarmos z= 1 no segundo membro da igualdade (+) obteremos 0 valor 1/(1-+ 1) = 1/2, Isto piece uma rizio suficente para se atibuiro valor 1/28 soma infiniw 1141-1... E,realmente, atematicos do peso de Euler, Leibniz e Daniel Bernoulli (antes de exisir 41 nogio de “série convergent”) propuseram 1/2 como soma da strc infinta 1141-141 ‘Daniel Bernoul, alm do argumeoso scima, também usava a seguinte Jositicatva ‘Se chamarmnos de Sa soma da série 1 L-+ 11+... veremos imediatmente que S—1 = —141-141---» = ~8. Logo S—1 = ~S, donde $ = 1/2. Nem por isso 1141-14... deixa de ser una se divergent © argumenio de Bemouli prova apenas que, s¢fosse possive tribals ‘uma som a esta etic infnita de tal manera que cers manipulagses simples, como as acima, fossem permitdas, tal soma deveria ser igual ¢ 12. Coisa aniloga ocorre com os argumentos do Professor Rost. O pri imeito deles diz. apenas que se for possivel avibuir um significado a0 ‘imbolo 0° de modo que 1” continue igual so rimero de fungées de un cconjunto de m elementos num conjunto com n elementos, enzo deve ser ©? = 1. Interpretagdo semelnante pode ser dada no segundo argument. Podemos raciocioar ds mesmia manera com o simbovo 0/0. (E ex oso que os defensores de 0° = 1 nfo reivindiquem o mesmo dirsito para 0/0.) Uma fragao m/m, cujo numerador € igual 30 denominador, vale Sempre 1, desde que seja'm # 0. Se convencionésseinos que 0/0 = 1, teriumos m/m = 1, para qualquer mimero m. E 0 mesmo principio turbui-se um significado 8 expressio 0/0 de tal maneim que a igualdad ‘m/m = 1 sej vida sem exceco, para qualquet m, igual a ov diferent 6e 2220 'No entanto, 0/0 uma expresso indeterminada Por qué? _ Porque a expressio 2/y, para valores muito pequenos de 2 e de y, nfo assume necessariamente valores proximos de 1. Se nos derem de antemio unt ntmero arbitisio ¢, podemos escolter nmezos zy to pequenos quanto desejemos, de al forma que 2/' Ou seja: quindo 2 € y tendem a 2270, o quocienle 2/y pode tender para qualquer valor e dado a prio tudo dependendo de como =: y $50 scolds. © mesmo ocomre com 2¥. Esta expresso tem urn significado bem: preciso quando 2 > 0, valendo z¥ = e¥ °F Gogaitmo natural). Quando V0, embora a formula e¥5° nio teaha seid, € natural eserevernos, OF = 0 porque, rato y 0, a expressio 2¥ astume valores cada vez mais pximos de 2ero, 8 medida que atibuimos a valores que tendem ¢ zero. Por outro lado, no & possvel racigcinar da mesma maneira quando z=y-0, Com efeito, quando se atribuem a x © y valores cada ver menores, que se sproximam de zero, a poténcia 2¥ aio tende para nenhum finite ‘bem determina; tudo depend de como se escolnem 2 © y. cores «contort 199 {A figura seguinte exibe as chamadas “curvas de nivel da fangio 2¥ quando 0-< 2 < 160 est sj foro smo den centre Dio de oar modo, 0 dimeuo meds am centinet, un mem ou wn eva ccna mei tespestamene ent, ‘metas ou 7 cOvades. ae mu ° ‘ind de ura mae: se uma ccuneénia tm compineno © ¢ diimeto D. enquano outa tem comprinewo C's dane 1 euio C/D = 0*/D" Exe ala consane ta raio 67D € um asm, Aaproximadamenie igual a 3141502, 0 qul se representa pel letra grea Os bailing tnham ghserado que o valor de 38 stn ene 856 87,04 ja <<. Em fragdes decimals, isto dé 3,125 < eal, : © conhecimento que as pessoas fm sobre o valor de nem sempre melhorou com o tempo. Por exemplo,e Velho Tetament, gue fi eae ‘erea de 500 anos 2. (embora baseado em tages judaieas ben mais concn» contin 208 a en en += 4 in i “E natural que os redatores do Velho Testamento, mais preocupados oo came ne ia meee na Gaston me ted on ite poorest wae ag na rae se ge shennan Sete aint, cbt Sorcha Soins Si a et Sat en mars sare i er nig Cina Pe nn ae poe wa aa Seo om nm sri mos sr cess pant aor uate de =? Or see gue atime beh iti Erementar cl Testes Be a tpg ao ng erence iti Rete niquna, precisa sr testo cont poses defeios, anes de comesar ‘acinar. Ura mane defer & mado clo algun lass Serre fi compu ss oo como te Mas, vlan is orges er: deste quanto al mero ees tnd pr esa Tea ge, egualene 20 nos “p>? Nos tempos ago, no hs nani pais pe tara eave Cunfeincin co ctmevo. Esler, rns naa pou mas «paste 1737, pasos wot stewatcanenie@sinbolo 3, Dede en, alo trun o epi. A vec gu, algat anos tes, ote ngs Witla fn popes a mesma naa, em muito exo, Que rest. © nimero surge iesperadamene em vis stuagies, Por exen- plo, Leibniz nou que A= 1/+ 1b 1/1 = n/a Ealer wes Svea oma dos inverse dot quando derdoe os nimers mars 2 ieuol a s"/6,_A tee ce sop plan comprcntida ente 0 dos abelssas © 0 grifico da fungéo y = e~*” € igual a V7, Indmetos outros ‘xemplor podem ser mencitados, caro 0 segue: ¢ oie pare qu dis meron mi xcs mo ass, Sn mos ene Bece/et Desde que ficou clr in de simero irciona,comogase & suspeitar que ers um dies. Eur scedva na icine ras qu provouf! teu ctnterneo Lanter, em 161. Pouca dep Ener conju goer sia nen no yo pera ee e uma equa alien com cocScens ines, (Pee exemple, € ‘impossivel encontrar inteiros a,b, tais que ax? + ba +¢ = 0.) Este fa fi demonado em 8K? por Lineman, 99 anos Spot dt more Baler Da tamscendncia de x ets que © ago problema gro da quadratera do circulo nie tem ‘olka eae ee Ese prolema rue qo te cose, com aun de ségua ¢ compass, um add oi dea fs igual de un eel dad. "Tama ora do csi somo nae compre eu vale pedi qoe se consi, com avxlo de rus ¢ compass, am Seto de comprinena ipa s VF Cato do quads de fet) "Varos cer“onneir 0 nea 2 pan Sgn “ows, com regu compas, 2 pri om pment ad, tomo como ue Ccnantor «Contovinas 205 as segnesio de compris igual 2 : ere qacinnm ceo ple qu 8 cons nines eae foe al pr qs OF Miers Tas ue 92 Josen con ; Gacarcmtroies ond fia om gue congas consi 1 re a nt ae vere spunea isa 1) Tapes fn que weet pws dado 2 Tar cvatixtni com cma rao dads t Cauca comes pode sr eid como inenecsb0 de da Pa 36d canvas ou te areca mt hoa fea ideand-e 0 lao um sea de cordnale caress, cx Sou pont par um eqs do Ie guy = a2" Be me Crounferéncia por uma equagio do 2 grau (z—a)?-+ (y — 6)? = 72. Sinetahters qu se pode eons € sempre abido como solve ARR Lt 2 uate a 2 cogs cn gras sho <2. Prom aa qa 9 rimero teal pode er consrodo eo = Etta de om miner ft de oper ea, soba lpi ‘Serle an cotta, eo «pr Fe eee, wo nme qe pate sr ons (om rea compnd Engen itp ar expesi como az deena iusto abi com sueicemes incon, Como % 6 tancendone, Vann EP egue seuss guru do elo alo pve se fia com rea © Sompuo tana eno ues canner ar es oo Came at inet comets con ope compas, se ia, feu © pon etn cin aoe eo rnd Eger, gar sete visa algbt nde ae faz Matemica, Tas soles sb bascanente de 3 ios a Ae ebm ems devotes elo See aan apenas nt seu sroxioa un 0 pO: 3B ANN Mite rerengm ao oso de ees e compu (Par exer snl eras uj comtrgo uo pode fda pas ae poping SSG fey pcan Rel Freee dco mas car pr natn tinder opens de qa pra cl eins. Mas em 206. Conen«Convovinae txias as partes do mondo, parece no desaparecerem nunca os quadradores ‘Quando eu era estudants, na Universidade de Chicago, tavia no De panamento de Matemética uma cart mimeografada que dizia mais ou ienos 0 seguinte: “Prezado Senbor: Recebemos seu wabalho sobre a ‘quadratura do cfrculo. Inelizmente estamos muito aarefados para exa- ‘mingelo. Caso 0 Sr. nos envie a quantia de 10 délares, podcremos encar- regar um dos nossos estudamtes de pés-graduagi de analisar sex tbo ¢ localiza os eros eventualmentenele contdos. Atenciosamente." Por ‘causa desta carta-pario, virios colegis meus daquelaépoca abocanharam alguns délares sem fazer muita forg,

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