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Além das temporadas líricas no TNSC, houve produções de ópera também no Coliseu dos Recreios em Lisboa, no
Teatro Nacional São João no Porto passíveis de crítica na revista “A Arte Musical”.
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Nas críticas da revista “A Arte Musical” não há qualquer referência a processos de tradução, nomeadamente as
produções de ópera de Richard Wagner, pelo que assumimos a
língua original das óperas como referência.
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· “ Pagliacci” do italiano Ruggero Leoncavallo;
· “ Samson et Dalila” do francês Camille Saint-Saëns.
Com 5 anos em cena:
· “Il Trovatore” e “La Traviata” e “Rigoletto” do italiano Giuseppe Verdi;
· “Carmen” do francês Georges Bizet;
· “ Manon” do francês Jules Massenet;
c. Na perspetiva dos compositores representados
Neste período foram representadas óperas de 41 compositores. O compositor mais
representado foi:
· Giuseppe Verdi com 12 óperas (13,6%) e 40 produções de temporada (18,8%)
Seguem-se com bastante relevo:
·J ules Massenet com 8 óperas (9,1%) e 14 produções de temporada (6,6%);
· Gaetano Donizetti com 7 óperas (8%) e 12 produções de temporada (5,6%);
· Richard Wagner com 5 óperas (5,7%) e 13 produções de temporada (6,1%);
· Giacomo Puccini com 4 óperas (4,5%) e 18 produções de temporada (8,5%).
Destaque-se o registo de Puccini com menos óperas que Massenet ou Wagner mas
com mais produções de temporada. O compositor com a ópera mais representada foi Umberto
Giordano: a sua ópera “Fedora” foi produzida em 9 temporadas entre 1900 e 1910.
d. Na perspetiva dos países dos compositores
Entre 1900 e 1910 mais de metade das óperas representadas no TNSC foram de
compositores italianos e quase um terço de compositores franceses:
· 49 óperas de compositores italianos (55,7%);
· 26 óperas de compositores franceses (29,6%);
· 7 óperas de compositores alemães (8%);
·3 óperas de compositores portugueses (3,4%);
· 2 óperas de compositor austríaco (2,3%);
· 1 ópera de compositor russo (1,1%).
e. Na perspetiva da língua do texto original
O TNSC produziu no período referenciado:
· 49 óperas com texto original em italiano (55,7%)3;
·2 9 óperas com texto original em francês (33%);
· 7 óperas com texto original em alemão (8%);
·2 óperas com texto original em português (2,3%)
· 1 ópera com texto original em russo (1,1%).
Saliente-se que as línguas latinas representam no global 91% da produção total neste
período.
f. Na perspetiva da data de estreia
Para uma leitura estratificada das óperas representadas, na perspetiva da data de
estreia, optou-se por uma divisão em décadas. Da leitura dos dados destaca-se:
·F oram apresentadas produções estreadas desde 1607 a 1909;
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Algumas óperas de compositores não italianos têm texto em italiano, por outro lado algumas óperas de
compositores italianos têm texto em francês.
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· As décadas mais representadas são as mais próximas - a última década do
séc. XIX com 19 óperas (21,6%) mas apenas 23 produções de temporada (0,1%) e a
primeira década do séc. XX com 16 óperas (18,2%) e 49 produções de temporada (23%);
· A penúltima década do séc. XIX tem apenas 3 óperas (3,4%) mas com 15
produções de temporada (7%);
· As 5 décadas de 30 a 70 do séc. XIX estão representadas de forma homogénea
- em média têm 8,8 óperas (10%) com 23,2 produções de temporada (10,9%);
· A ópera mais antiga representada vem da primeira década do séc. XVII -
“L’Orfeo” do italiano Claudio Monteverdi;
· Foram apresentadas 11 óperas (12,5%) com um ano (ou menos) de diferença
para a data de estreia;
· Foram estreadas 2 óperas de compositores portugueses - “Amor de Perdição”
de João Arroyo e “La Borghesina” de Augusto Machado.
3. Referências
A Arte Musical. Revista publicada quinzenalmente, Lisboa, 1899-1915 - Disponível na Hemeroteca Digital,
em http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/Periodicos/ArteMusical/ArteMusical.htm [Consult. entre 20 e
31/12/2018].
The New Grove Dictionary of Music and Musicians. Ed. Stanley Sadie and J. Tyrrell. London: Macmillan,
2001