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Relatório das aulas de leitura e análise de textos ll- medieval

07/08/19

O lugar da autoridade na Idade Média: Para que o argumento de um filósofo


pudesse ter força, utilizava-se o argumento de autoridade. O autor citava um filósofo
de peso, que era tido como uma autoridade no tema para justificar a sua tese.
Portanto se na tese de um autor continha a citação de um filósofo que era conhecido
e respeitado, sua tese era respeitada e tinha relevância. Este método era utilizado
também por autores que não possuíam visibilidade e queriam que suas obras
circulassem no debate universitário. Estes escreviam suas teses e ao publica-las o
faziam em nome de filósofos com grande tradição (Platão, Aristóteles, Agostinho,
Tomás de Aquino). Quando estas teses eram publicadas contendo o nome destes
grandes filósofos, estas obras faziam grande sucesso. O Nível de autoridade na
Idade Média: havia uma hierarquia a ser respeitada quando se fala sobre o nível de
autoridade na Idade Média. Em primeiro lugar: as sagradas escrituras (Bíblia, Torá,
Alcorão) estes textos representavam a autoridade máxima, nada poderia contradizer
o que esta contida nestes livros, pois estes são revelações divinas e por isto é
verdade. Contradizer algum ponto da verdade revelada é contradizer o próprio Deus,
sendo assim não se era muito recomendado a alguém faze-lo. O segundo nesta
hierarquia é a tradição que se apresenta de modo mais sublime nos padres da
igreja. Suas contribuições hermenêuticas dos textos bíblicos e suas catequeses
contribuirão para o fortalecimento espiritual e a preservação da doutrina neste
período. O terceiro seria o magistério da Igreja, por consequência da doutrina
salvaguardada pelos padres da igreja e os resultados dos concílios realizados, a
doutrina da igreja formava-se gradualmente. À medida que as heresias eram
combatidas a fé verdadeira era cada vez mais solidificada e organizada para a
melhor compreensão dos fieis. O quarto era os Doutores da Igreja, advindos das
universidades e dos monastérios erguiam-se para combater os ataques à doutrina.
Tinham grande participação nas discussões seculares para que também na
sociedade se preservasse a sã doutrina.
14/08/2019/
Em sua obra a suma contra os gentios, Tomás busca pela luz natural da
razão demostrar a revelação. É uma tentativa de convidar os pagãos á conversão,
aqueles que se apegavam a razão a partir dela encontrar a Deus. A estrutura da
suma teológica demostra o quão complexo foi a sua elaboração. Para traduzir as
suas obras de modo fidedigno foi uma tarefa de grande esforço intelectual. Pode-se
ver na suma teológica a honestidade intelectual de Tomás, quando se coloca uma
questão se faz referência aos grandes filósofos que eram considerados autoridades
em sua época. Mesmo discordando totalmente ou em partes das opiniões, Tomás
faz questão de expor todos os argumentos para que a sua solução seja demostrada
de modo claro e compreensível. Dentre as autoridades citadas na suma estão às
sagradas escrituras, O filósofo (Aristóteles) O Comentador (Avicena) e outros
filósofos que eram autoridades respeitadas no contexto da escolástica. As questões
na suma sempre começam: parece que, logo se segue o título da questão a ser
debatida. Depois temos o argumento contrário à tese, outro argumento. Logo mais
temos o argumento em contrário às teses anteriores. Por fim temos a solução que é
a postura de Tomás, e depois se têm a respostas as teses levantadas sejam a favor
ou contra. Neste estilo em que a suma é escrita. Temos aqui um exemplo de quão
honesto foi Tomás em desenvolver seu pensamento, sempre em busca pela
verdade.
21/08/19
Aula com o professor:
Para construir a suma teológica Tomás deve antes questionar se a
necessidade de tal. Seu questionamento direciona-se para a filosofia primeira
(metafísica) do Filósofo. Cabe responder se esta sustenta por ela mesma os estudos
a questão de Deus. Tomás chega á conclusão que não, pois existem verdades
reveladas que a filosofia não abarca na sua investigação. Portanto é necessário que
se tenha uma ciência que responda a estas questões. Tendo, pois avançado neste
primeiro ponto é preciso agora demostrar o objeto desta ciência, pois toda ciência
necessita de um objeto. O objeto da doutrina sagrada é Deus. Para que Tomás
prossiga em sua investigação deverá, pois provar a existência de deus, pois não
pode uma ciência estudar um objeto que não exista. Por meio das cinco vias, Tomás
prova a existência de Deus. Seus argumentos são todos racionais descartando
deste modo argumentos intuitivos ou apriori. Seguindo este caminho Tomás extrai
do objeto da sua analise seus atributos divinos. Por o homem pela sua razão
conseguir provar a existência de Deus, deve também pela sua razão extrair atributos
que pertencem a Deus, como se fosse rastos deixados pelo divino para que
pudéssemos encontra-lo. Estes atributos divinos possibilitam o homem encontrar a
Deus pela razão. A suma em seu inicio é um manual de como fazer ciência quando
se deseja falar de algo. Primeiro Tomás se pergunta da necessidade de uma nova
ciência; depois determina o objeto desta nova ciência; determinado a sua existência
avança para a extração dos atributos que lhe são próprios. O caminho percorrido por
Tomás não poderia ser mais honesto intelectualmente.
28/08/2019
Questão três. Artigo um.
Seria Deus um corpo. Nesta questão Tomás responde se é possível que
Deus seja um corpo. Para se chegar à conclusão deve-se considerar como é, e o
que é. O como corresponde aos atributos divinos e o que é a essência. A três
condições que impedem que Deus seja corpo: um: para ser corpo ele é movido, ou
seja, todo corpo é movido por algo anterior a ele. Sendo Deus a causa primeira de
todas as coisas e o primeiro motor imóvel, ele não pode ser corpo. Dois: o primeiro
ente tem que estar em ato puro. Se fosse de outro modo o primeiro ente não seria o
primeiro, mas seria outro. Pois é necessário que este esteja em ato puro, que nele
não se tenha possibilidade de mudança. Três: a uma hierarquia de coisas nobres.
Para exemplificar isto, Tomás demostra que existem corpos que são vivos e outros
que não. Portanto os que são vivos são mais nobres do que aqueles que não estão
vivos. Porém nos corpos vivos existe algo que concede a vida a eles, o princípio vital
que é a alma. Portanto a alma é mais nobre que o corpo. Se Deus fosse corpo
haveria algo de mais nobre que ele. Sendo deste modo Deus mais nobre que os
corpos. Com estes três exemplos Tomás sustenta que é necessário que Deus não
seja corpo, mas somente forma. Pois todo corpo é passível de movimento de
mudança, isto, porém não pode ser aplicado a Deus, pois é necessário que haja um
princípio primeiro que tenha em si uma estabilidade, uma permanência.
04/09/2019
Questão três. Artigo dois.
Se em Deus há composição de matéria e forma. Nesta questão Tomás irá
discutir esta problemática que aparentemente não é tão importante, por parecer
obvia a resposta. Porém é crucial entender estas questões que parecem simples,
mas não são. Para responder a isto é preciso responder a Aristóteles, quando este
diz que tudo é composto de matéria e forma. Se tudo é este composto, faria Deus
parte desta realidade? Como Tomás já afirmou anteriormente, Deus é simples e não
pode ser composto. O exercício que o Aquinate fez foi o de conciliar o hileformismo
Aristotélico e o atributo da simplicidade de Deus. Tomás formula sua argumentação
do seguinte modo: todo corpo é composto de matéria e forma. Deus não é corpo.
Deus não é composto de matéria e forma. Outro argumento é: se a matéria é
potência. Deus é ato puro. Deus não é composto de matéria e forma. A estrutura
deste argumento se utiliza de questões que já foram resolvidas. Por Deus não ser
um corpo ele não pode ser composto. Como toda a matéria é passível de potência,
de mutação Deus não pode ter materialidade. Pois Deus é ato puro e não contém
em si potencialidade. Deus não ser composto de matéria e forma é uma
necessidade ele ser um ser simples. Portanto eliminado todas as possibilidades que
incluem Deus como um composto de matéria e forma é eliminado. É necessário que
Deus seja simples, pois ele é ato puro e não contem em si qualquer potencialidade.
Tem-se uma necessidade em considerar um ser que seja simples e sem composição
de matéria, sendo então ato puro.
11/09/2019
Questão três. Artigo três.
Se em Deus se identificam á sua essência e a natureza. Tomás quer
responder esta questão, para descobrir se a essência de Deus é a mesma que a sua
natureza. A natureza é a deidade e a essência é aquilo que ela é. Então o Aquinate
quer responder se Deus é o mesmo que a deidade. Para responder a isto Tomás
analisa primeiro o homem, respondendo a mesma questão. A natureza do homem é
humana, então seria João o mesmo que a sua humanidade. A conclusão será que
são duas coisas diferentes e que não são idênticas. Isto se da pelo fato de que o
homem participa da humanidade e não é a própria humanidade. Transmitindo isto
para Deus, Tomás quer responder se nele a natureza e a essência é a mesma
coisa, se são idênticas. Parece que de fato estas duas coisas em não são iguais em
Deus, pois ele participa de sua natureza. Se isto de fato é verdadeiro, a natureza
divina é mais perfeita que aquele que participa dela, se existe algo mais perfeito que
Deus então ele não o ser mais perfeito. Para responder esta questão Tomás retira
da sagrada escritura sua resposta, na passagem onde Jesus diz que ele é a vida.
Portanto como Jesus é Deus e ele afirma ser a vida, então em Deus a natureza e a
essência são idênticas. Pois ao passo que ele participa ele também da à vida. Pode-
se dizer que esta tanto no ponto dois como no ponto um. Se fosse de outro modo
Deus não seria o ser absoluto e necessário, teria algo anterior a ele.
Contudo se em Deus a sua essência e a sua existência são idênticas, pois é
uma forma que não contem matéria isto não deveria ser do mesmo modo com os
anjos? Isto se da de outro modo para eles, pois estes foram criados e por isto eles
participam da vida. Por somente Deus ser o ato puro, os anjos não possuem a
mesma característica eles são formas puras. Portanto são passiveis de ato e
potência, quanto mais perto do ato, mais se aproximam de Deus. Por serem criados
os anjos tem potencialidade e ato, mesmo sendo formas puras.

18/09/2019
Questão três. Artigo Quarto.
Se em Deus se identificam a essência e a existência. Este artigo vem
contemplar a questão discutida anteriormente, pois agora Tomás quer definir se em
Deus a essência e a existência são a mesma coisa. A questão é, se existe algo que
não pertence a essência isto foi causado pela essência ou por algo exterior. Se for
algo que é causado pela essência então se trata de algo interior, ou por algo
exterior. Pois a existência em Deus foi causado por algo interior ou algo exterior.
Para se responder a isto.

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