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ARTIGO EM PDF
CUNHA, Isabela Souza [1]
RESUMO
1. Introdução
Este artigo tem por finalidade fazer um panorama do sobre as possíveis causas
da dificuldade do aprendizado em Matemática e mostrar que nesta disciplina uma
das maiores culpas deste descontentamento é o não trabalhar com o aluno em
sala entrelaçando a prática, didática e teoria e trazer a importância que
a Pedagogia, a Psicopedagogia e a Matemática têm para ajudar o aluno em sala
de aula.
Hoje a maioria dos alunos que saem do terceiro ano do Ensino Médio, possui
rendimento insatisfatório ao fazer um vestibular, provas de concursos, ou mesmo
para o mercado de trabalho e é com este olhar que o rendimento dos alunos
pode mudar num trabalho adequado para construção do conhecimento através
de uma pedagogia diferenciada capaz de trabalhar com o conhecimento
Matemático. Alguns professores que saem da graduação não sabem bem a forma
adequada de trabalhar com seu aluno, pois só a teoria não basta, não percebem
muitas vezes que a didática é a palavra certa, pois a aula só tem mais sentido
quando o professor tem mais tempo para refletir sobre sua atuação, e o aluno só
aprende quando o conhecimento é alojado em seu cognitivo de uma forma
transparente de uma forma clara.
É nas salas de aula, no pátio e nos corredores que os alunos se abrem para o
prazer de aprender, descobrem o valor da amizade e do amor, revelam a
importância de ter adultos como modelos para a vida. Mas, é neste espaço
também que conhecem as agruras de estudar em espaços maltratados, sofrem
com o descaso e o desrespeito de tantos professores e funcionários, se irritam
com aulas desinteressadas e exercícios sem sentido […] se angustiam ao
perceber que não falam a mesma língua que seus mestres (BENCINI; BORDAS,
2007, p.31)
Como e de que maneira esta matéria deve ser diagnosticada e ensinada para
adquirir conhecimento? Como a arte de resolver problemas pode incentivar a
matemática na sala de aula? A cultura ou mesma a aula pouco planejada pode
intervir trazendo um resultado insatisfatório?
Desde nossos primeiros anos de vida, nossos pais ou professores citam que
fracasso é algo que não dá certo, o ser humano fracassa por não ter
possibilidades de fazer algo, mas sim quando o tenta e não atinge o objetivo
principal, na escola a referência é a nota baixa. Podemos citar inúmeras
possibilidades através de muitos conteúdos o caminho que faz o ser humano
fracassar, no entanto é necessário que o educando faça um diagnóstico obtendo
resultados prévios, ou seja, sabendo se ele está certo ou errado na resolução de
um problema, ele mesmo pode fazer seu diagnóstico sobre suas próprias
conclusões.
Um dos grandes defeitos numa sociedade moderna com alta tensão de ansiedade
é esta nostalgia que atrapalha nos planos, mas é necessário pisar e saber que
estamos lidando com seres humanos com dificuldades, sendo assim refletir e ter
foco é o primeiro passo, já dizia Vigotsky: “O pensamento não apenas se
expressa em palavras; ele adquire existência através delas”. (VIGOTSKI, 2000,
p. 412.)
É neste contexto que o profissional deve trazer a realidade para dentro de sala
de aula, porque para poder entrar num mercado de trabalho o aluno precisa
saber costumes internos e externos de um mundo capitalista e democrático,
levando em conta sua vida cultural, econômica e social. Por isso o aluno precisa
ser crítico e autor de seu próprio pensamento.
O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade
do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma
cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque
acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas,
suas dúvidas, suas incertezas. (Freire,1996:96)
Pra muitos a matemática é uma matéria chata que fica quase nas terminologias
difíceis, mas é o docente que deve dosar esta memória, agindo com criatividade
para ensinar da melhor forma possível, fazer reformas em sala para que o sujeito
fique mais próximo das operações mentais.
O ensino convida ao sujeito trabalhar com uma linguagem técnica, mas sendo
assim não há outra maneira de atingir o raciocínio? Pelo contrário há sim, uma
forma diferenciada de abstração e é o professor que deve dosar esse ensino
como, por exemplo, o jogo que é uma ótima forma de trabalhar o início da
aprendizagem da matemática, e hoje tem muitos materiais para se trabalhar
dessa maneira ou, até o aluno pode construir seu próprio material sem gastar
muito.
Mas será que o futuro da Matemática, terá que ser ensinado somente com
cálculos e teoria? Talvez seja, mas será colocado no aluno apenas o pensamento
abstrato, e não o raciocínio mental será apenas por palavras ou números,
partindo para uma memorização e não é isso que queremos do aluno.
Todo professor precisa começar pelo básico, apenas com duas etapas, a noção
de quantidade e de sua relação com número sendo acompanhada com
diagnóstico de seu aprendizado, partindo para a resolução de problemas.
“Não temo dizer que inexiste validade no ensino em que não resulta um
aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o
ensinado. (…) nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se
transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber
ensinado (…) Percebe-se, assim, que faz parte da tarefa docente não apenas
ensinar conteúdos, mas também ensinar a pensar certo.” (FREIRE, 1996, p. 26-
35)
A partir do momento que o aluno já sabe deve dar início e fazer interdisciplina
com outros conteúdos, com isso ele percebe que a Matemática fica mais clara e
traz motivação. Logo o aluno perceberá que aprofundando os conteúdos os
primeiros conceitos aparecerão, atingindo o sucesso esperado com a sua
realidade.
Quando vemos um aluno que não enxerga bem a primeira investigação que
fazemos é saber com a escola ou o pai se ele precisa usar óculos e depois o
transfere de lugar, e na Matemática não é diferente só podemos ensinar um
conteúdo se eu souber que aquele aluno aprendeu o anterior.
Se pensarmos em um aluno com uma deficiência o que deve ser levado em conta
não são objetivos particulares visados pela prática, não apenas aplicar nota como
muitos fazem, mas uma questão entre pensamento e as coisas, com ajuda da
escola e do governo, ou seja, mas uma vez citando que a inteligência é uma
adaptação das adaptações transformadas, o desenvolvimento intelectual, onde
obtêm elementos variáveis e invariantes, a Matemática para atingir a inteligência
não pode ser pura, deve ser incorporada a novos elementos, modificando e
adaptando novos dados, portanto só há adaptação quando existe coerência do
docente e aprendizado do educando.
Contudo, vemos que a matemática é moldada pelo meio, procede pela ação,
construímos pelo que aprendemos, as operações mentais se desenvolvem entre
si, como um sistema fechado, onde muitas vezes na pedagogia é explicado,
mostrando aqui que a Pedagogia e Matemática andam juntas.
[…] existe uma inteligência antes da linguagem, mas não existe pensamento […]
A inteligência é a solução de um problema novo par ao indivíduo […], enquanto
pensamento, é a inteligência interiorizada e se apoiando não mais sobre a ação
direta, mas sobre um simbolismo, sobre a evocação simbólica pela linguagem,
pelas imagens mentais”. (PIAGET, p. 15/16, 1972).
Piaget faz uso de provas, problemas que utiliza com as crianças para saber onde
esta o seu desenvolvimento, pensamento e conservação através dessas provas
e observamos hoje que, testes de Q.I. ( Coeficiente de Inteligência) criado por
David Weshsler em 1939, não são mais utilizados, onde trabalhava-se com jogos
o tempo todo e mal levava em conta o que ele havia aprendido, hoje essa
observação é através das provas piagetianas portanto a partir desse
desenvolvimento identificado o profissional poderá ter a melhor hipótese de
trabalhar com a criança que possui dificuldades.
Muitas crianças com ouvidos atentos, olhos arregalados, inteligentes estão neste
contexto, com sede de aprender, mas não tem sistema que não dá oportunidade
necessária para esta transformação e vai direito ao processo de jogar a matéria
e exercícios e mais lição de casa, e é o professor que precisa ter subsídios de
ética não admitindo a diferença, trazendo o contexto da realidade de sala de aula
e não fazendo com que o aluno seja o culpado, ou seja, o réu da situação.
Os alunos bem-sucedidos, não são somente pelo fato de que suas habilidades
são exibidas e sim uma junção por influências de suas famílias e suas habilidades
conseguiram chegar a um crescimento. E na Matemática também não fica
distante, quanto mais ajuda mais sabedoria. “para que um novo instrumento
lógico se construa, é preciso sempre instrumentos lógicos preliminares; quer
dizer que a construção de uma nova noção suporá sempre substratos,
subestruturas anteriores”. (PIAGET, 1996, p. 215).
1. Entenda o problema
2. Construa uma estratégia
3. Execute a estratégia
4. Revise
Entender o problema é fazer uma investigação do seu aluno, saber o que ele
necessita, ou seja, o contato com seu aluno é necessidade fundamental. Quando
seu aluno precisa se comunicar ao levantar a mão o professor já observa que ele
pediu ajuda, quando é pelo olhar ou mesmo expressões faciais o professor
entende que o aluno não aprendeu possui dúvidas geradas que não são faladas
e sim demonstradas e o professor ao conhecer sua sala sabe identificar a
característica de cada um. Veja que hoje na Pedagogia existe a sondagem, na
Psicopedagogia tem a Anamnese e na matemática, não existe uma investigação
anterior de aprendizado? O professor precisa criar uma rotina que não deve
deixar morrer, conhecer e estimular seu aluno dia a dia para buscar o seu
conhecimento.
Hoje cada aluno precisa manter uma rotina, isso é devido a uma dispersão grande
que ocorre de falta de atenção nos alunos, não devemos acreditar que é falta de
interesse e sim milhões de informações num ser que hoje está atualizado com
muitas informações ao mesmo tempo. Entender cada um não é dar atenção a
um e sim generalizar uma forma para dar atenção a cada necessidade, se no
problema somos capazes de entendê-los diagnosticando suas incógnitas,
separando em partes ou condições, sentir a necessidade de cada aluno também
é parte do problema da dificuldade em entender o conteúdo matemático. Em
outras palavras se ao executarmos um problema somos eficientes em saber como
resolvê-los e na sala se atuarmos da mesma forma podemos sim entender num
conteúdo a vontade de aprender de cada um. “Primeiro observamos alguma
semelhança”, diz Polya (1966, p. 27)
Porque uma aula de fração não pode ser na prática? O aluno entenderia melhor
e revisaria o seu próprio aprendizado numa avaliação descrevendo aquilo que
realmente aprendeu.
O docente deve saber que nem todas as aulas serão cem por cento de garantia
de aprendizado, mas executar sua estratégia é sim sua função, porque todo
professor deve se preocupar com o aprendizado ou conhecimento. Saber que
meu aluno não aprendeu nada é saber que o meu trabalho não está sendo feito
de forma adequada e isso traz problemas futuros quando administramos uma
aula onde o professor anterior não fez o seu trabalho corretamente, e o aluno
traz conteúdos perdidos que deveriam ser acrescentados no ano seguinte,
portanto haja e revise. Tenha foco já que seu objetivo ao saber que seria
professor é em ajudar o aluno, entender e saber que ele necessita do seu desafio.
REFERÊNCIAS
PERELMAN, YA. A.. Algebra Recreativa. Col. Ciência Popular -2008, Ed. Mir,
Moscou.