Você está na página 1de 14

UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO NA MATEMÁTICA

ARTIGO EM PDF
CUNHA, Isabela Souza [1]

CUNHA, Isabela Souza. Um Olhar Psicopedagógico na Matemática. Revista


Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 07. Ano 02, Vol. 03.
pp 84-93, Outubro de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

O ensino de Matemática pode ser trabalhado de forma prática tornando seu


estudo menos complexo para os alunos da Educação Básica. Muitos professores
recebem materiais didáticos com um grande conteúdo, mas não aproveitam esta
oportunidade por não saber usar ou não ter um planejamento adequado para seu
uso. A didática juntamente com a Matemática veio para aprimorar e ampliar o
conteúdo de forma clara, ou seja, o trabalho em grupo ou jogos é uma forma de
facilitar o aprendizado dos alunos na compreensão e resolução de problemas.Este
trabalho se propõe a discutir as dificuldades que os alunos da Educação Básica
apresentam em Matemática juntamente com uma pesquisa de campo e
referências bibliográficas., pretendo mostrar de que forma a Didática da
resolução de problemas, de George Polya pode promover mudanças no panorama
atual que encontramos. Através de observações em escolas ou instituições nos
deparamos com a mesma informação continuamente, que o trabalho é feito em
cima de um processo de transformação do conhecimento, e deve ser levado a
sério, mas continua não tendo resultados satisfatórios e um dos grandes efeitos
da pesquisa é saber que estamos lidando com seres humanos com dificuldades
principalmente na área da Matemática e como professores atuantes devemos
colocar os planos em primeiro lugar nos colocando no lugar de cada caso,
auxiliando naquele momento para que seu fracasso não vire frustração futura e
sim um ser com conhecimento completo.

Palavras-chave: Matemática, Didática, Situações Problema.

1. Introdução

Este artigo tem por finalidade fazer um panorama do sobre as possíveis causas
da dificuldade do aprendizado em Matemática e mostrar que nesta disciplina uma
das maiores culpas deste descontentamento é o não trabalhar com o aluno em
sala entrelaçando a prática, didática e teoria e trazer a importância que
a Pedagogia, a Psicopedagogia e a Matemática têm para ajudar o aluno em sala
de aula.

Hoje a maioria dos alunos que saem do terceiro ano do Ensino Médio, possui
rendimento insatisfatório ao fazer um vestibular, provas de concursos, ou mesmo
para o mercado de trabalho e é com este olhar que o rendimento dos alunos
pode mudar num trabalho adequado para construção do conhecimento através
de uma pedagogia diferenciada capaz de trabalhar com o conhecimento
Matemático. Alguns professores que saem da graduação não sabem bem a forma
adequada de trabalhar com seu aluno, pois só a teoria não basta, não percebem
muitas vezes que a didática é a palavra certa, pois a aula só tem mais sentido
quando o professor tem mais tempo para refletir sobre sua atuação, e o aluno só
aprende quando o conhecimento é alojado em seu cognitivo de uma forma
transparente de uma forma clara.

É relativamente exato que exista o fracasso escolar em sala na matemática,


nessa pesquisa vou dar-lhes a oportunidade de dar subsídios para que os
docentes me respondam qual o melhor meio para que este diagnóstico não
ocorra. Toda a execução da pesquisa terá como apoio as referências
bibliográficas, didáticas e pscicopedagógicas.

É nas salas de aula, no pátio e nos corredores que os alunos se abrem para o
prazer de aprender, descobrem o valor da amizade e do amor, revelam a
importância de ter adultos como modelos para a vida. Mas, é neste espaço
também que conhecem as agruras de estudar em espaços maltratados, sofrem
com o descaso e o desrespeito de tantos professores e funcionários, se irritam
com aulas desinteressadas e exercícios sem sentido […] se angustiam ao
perceber que não falam a mesma língua que seus mestres (BENCINI; BORDAS,
2007, p.31)

A maior motivação por fazer esta pesquisa é que a Matemática é o raciocínio do


educando, resolução de problemas, mas sendo assim, o profissional deve buscar
alternativas, vemos que é um tema paradoxal muito fechado onde o sistema
epistemológico do sujeito não é claro igual às outras ciências e isto afasta o
educando de uma inteligência que pode ser atingida na escola, porque a
matemática é usada em todos os campos e a sociedade atual compreende
negativamente e vê que não se faz necessário apropriar-se do conceito do
raciocínio lógico matemático.

O primeiro objetivo que a epistemologia genética persegue é, pois, por assim,


dizer, de levar a psicologia a sério e fornecer verificações em todas as questões
de fato que cada epistemologia suscita necessariamente, mas substituindo a
psicologia especulativa ou implícita, com a qual em geral se contentam, por meio
de análises controláveis […] (PIAGET, 1973, p. 13).

Como e de que maneira esta matéria deve ser diagnosticada e ensinada para
adquirir conhecimento? Como a arte de resolver problemas pode incentivar a
matemática na sala de aula? A cultura ou mesma a aula pouco planejada pode
intervir trazendo um resultado insatisfatório?

Mas, porque a Matemática traz tanta referência negativa ao educando? Em


primeiro instante pode-se dizer com clareza, que a má estrutura com um
planejamento não adequado faz parte do dia a dia do docente principalmente nas
escolas públicas, mas o docente de mãos dadas com o aluno pode mudar este
processo, pois depende dos dois uma educação de má qualidade associada a um
fracasso profissional, contudo o professor cansa de um sistema escolar que não
dá requisitos necessários para obter um trabalho de qualidade, onde o professor
entra em sala e não passa seu conteúdo com clareza e o aluno cansa de não
receber uma educação de qualidade e não estuda.

2. Os Desafios do ensino da Matemática

Desde nossos primeiros anos de vida, nossos pais ou professores citam que
fracasso é algo que não dá certo, o ser humano fracassa por não ter
possibilidades de fazer algo, mas sim quando o tenta e não atinge o objetivo
principal, na escola a referência é a nota baixa. Podemos citar inúmeras
possibilidades através de muitos conteúdos o caminho que faz o ser humano
fracassar, no entanto é necessário que o educando faça um diagnóstico obtendo
resultados prévios, ou seja, sabendo se ele está certo ou errado na resolução de
um problema, ele mesmo pode fazer seu diagnóstico sobre suas próprias
conclusões.

“Cabe perguntar se muitos dos equívocos dos professores a respeito da clientela


não resultam do contato com textos que, a título de formá-los ou de sanar suas
deficiências de formação, podem estar confundindo-os ainda mais.” (PATTO,
1990, p160).

A função principal do psicopedagogo, segundo Maria Helena Souza Patto em seu


livro A produção do Fracasso Escolar em 1999 é participar e atingir o indivíduo
através de uma investigação, mas o profissional em sala de aula esta também
ligada a forma de ensinar, a pedagogia propriamente dita, interligada
ao desenvolvimento cognitivo e intelectual do aluno.

Se de um lado o aluno é visto como alunos de atitudes com conteúdos valiosos


e com conhecimento prévios, há a necessidade de uma mudança do profissional
em sala de aula. Realmente uma função que é necessária observar, conversar e
interagir para que atinja um determinado conteúdo. A escola não pode esperar
por Reformas Legais para enfrentar a realidade que lhe afoga. Além do mais, a
atitude de esperar “por decretos” […] reflete o descompromisso de muitos e a
responsabilização de poucos com aquilo que deveria ser transformado. A escola
tem uma vida interior que, sem ser alterada por códigos legislativos, pode
trabalhar com o homem em nova dimensão, bastando para isso que seus
membros se disponham a estabelecer um novo projeto de reflexão e ação
(NAGEL, 1989,p.10 ).

O trabalho do psicopedagógico leva o profissional relatar uma sensibilização para


construção do conhecimento, trazendo de volta, os desejos e os sonhos. Na
psicopedagogia esta investigação é denominada anamnese no qual é levada em
consideração a árvore do gene e atitudes do ser, na pedagogia é dita como
sondagem, mas na matemática é aplicado sem saber se o aluno tem base
anterior de algum conteúdo Matemático.

O objetivo básico do diagnóstico psicopedagógico é identificar os desvios e os


obstáculos básicos no Modelo de Aprendizagem do sujeito que o impedem de
crescer na aprendizagem dentro do esperado pelo meio social. (BOSSA, 2003, p.
32)

E pra falar de sala de aula precisamos mostrar a inter-relação professor aluno,


trazendo o que o aluno já sabe com o conteúdo novo fazendo uma mobilização
do profissional, uma importância que deve ser planejada com responsabilidade
profissional trazendo um ambiente satisfatório para a Matemática de qualidade,
e o educando sendo um dos responsáveis para que este fato não ocorra e o
professor também, porque se os dois não fossem co-autores para isso ocorrer o
ensino não existiria. Mencionando a psicopedagogia em sala de aula não é
diferente, pelo contrário o profissional traz bem mais possibilidades por ter um
conhecimento mais amplo para que seja efetuado diagnóstico e trabalhos
planejados para trazer a autonomia do aluno muito mais visível.

A deficiência que parte da escola e dos pais que impossibilita um trabalho


consciente do profissional também é um assunto muito sério, pois são pais que
já tiveram algum receio da escola e não podem ajudar o filho ou são pais que
não são instruídos que uma educação transformadora pode fazer toda diferença,
mas o matemático pouco se importa e chega à sala sem saber que muitos não
sabem fazer absolutamente nada. Este paradigma deve ser levado com senso de
justiça para a tarefa ocorra com coragem e apoio às dificuldades com atitudes
firmes e serenas.

Todavia, se a família coloca-a na escola, mas não a acompanha pode gerar na


criança um sentimento de negligência e abandono em relação ao seu
desenvolvimento. “Por falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem as
condutas caóticas e desordenadas, que se refletem em casa e quase sempre,
também na escola em termo de indisciplina e de baixo rendimento escolar”
(MALDONADO,2002 Apud JARDIM, 2006,p.20).

Um dos grandes defeitos numa sociedade moderna com alta tensão de ansiedade
é esta nostalgia que atrapalha nos planos, mas é necessário pisar e saber que
estamos lidando com seres humanos com dificuldades, sendo assim refletir e ter
foco é o primeiro passo, já dizia Vigotsky: “O pensamento não apenas se
expressa em palavras; ele adquire existência através delas”. (VIGOTSKI, 2000,
p. 412.)

Através de observações em escolas públicas em estágio, com projetos ou


instituições em que trabalhei, vejo que o trabalho é feito em cima de um processo
de transformação do conhecimento, mas não é muito levado a sério pelos pais
que não acompanham seus filhos, ou não ligam para que uma mudança seja
feita. Coloca o filho na escola porque tem que trabalhar e esquece muitas vezes
até que tem que buscar. E o aluno menor que muitas vezes não sabe o que fazer
é vítima, ou seja, ele é o culpado e não está de fora dessa situação.
O aluno também não esta de fora dessa situação, é claro que devemos monitorar
o aluno, pois também tem culpa porque é responsável pelo seu desenvolvimento
principalmente no ensino médio, a Psicologia e a Pedagogia juntamente com a
matemática precisa mostrar isto para o aluno, fazer com que ele entenda que o
seu futuro esta ali dentro.

É neste contexto que o profissional deve trazer a realidade para dentro de sala
de aula, porque para poder entrar num mercado de trabalho o aluno precisa
saber costumes internos e externos de um mundo capitalista e democrático,
levando em conta sua vida cultural, econômica e social. Por isso o aluno precisa
ser crítico e autor de seu próprio pensamento.

O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade
do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma
cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque
acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas,
suas dúvidas, suas incertezas. (Freire,1996:96)

Contudo o bom professor, é aquele que detêm o conhecimento, mas deixa o


aluno pensar e refletir sobre seus atos.

3. Como compreender a Matemática

Pra muitos a matemática é uma matéria chata que fica quase nas terminologias
difíceis, mas é o docente que deve dosar esta memória, agindo com criatividade
para ensinar da melhor forma possível, fazer reformas em sala para que o sujeito
fique mais próximo das operações mentais.

Deve haver um esquema fundamentado do comportamento para o raciocínio,


logo partindo para uma reflexão e partir daí para um pensamento. Como vemos
a matemática é abstração reflexiva.

O ensino convida ao sujeito trabalhar com uma linguagem técnica, mas sendo
assim não há outra maneira de atingir o raciocínio? Pelo contrário há sim, uma
forma diferenciada de abstração e é o professor que deve dosar esse ensino
como, por exemplo, o jogo que é uma ótima forma de trabalhar o início da
aprendizagem da matemática, e hoje tem muitos materiais para se trabalhar
dessa maneira ou, até o aluno pode construir seu próprio material sem gastar
muito.

O professor de matemática tem uma grande oportunidade em mãos. Se preenche


seu tempo apenas ensinando algoritmos, perde a oportunidade pois mata o
interesse dos alunos e bloqueia seu desenvolvimento intelectual. Se, por outro
lado, provoca-lhes a curiosidade através de problemas proporcionais a seu
conhecimento e os acompanha com questões estimulantes, estará lhes
oferecendo o desejo e os meios para o desenvolvimento de um pensamento
independente. (POLYA,1978, p.24)

Realmente parece claro que o método das palavras para entendimento


da matemática é o mesmo para atingir a inteligência, tudo depende da forma
como ela é passada e transmitida para o aluno. Se há uma forma clara de
abstração há aprendizado.

Se o aluno é “inteligente “, ou seja, sabe realmente do que se trata o assunto


transmitido podemos dizer que passou por sua abstração três fases necessárias
para obtenção do conhecimento, organização, administração do tempo e
entendimento daquilo que é transmitido, ou seja, abstraiu de maneira clara.

Mas será que o futuro da Matemática, terá que ser ensinado somente com
cálculos e teoria? Talvez seja, mas será colocado no aluno apenas o pensamento
abstrato, e não o raciocínio mental será apenas por palavras ou números,
partindo para uma memorização e não é isso que queremos do aluno.

Todo professor precisa começar pelo básico, apenas com duas etapas, a noção
de quantidade e de sua relação com número sendo acompanhada com
diagnóstico de seu aprendizado, partindo para a resolução de problemas.

Valorizar esse saber matemático cultural e aproximá-lo do saber escolar em que


o aluno está inserido é de fundamental importância para o processo de ensino e
aprendizagem. (BRASIL/MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998.)

O professor de Matemática ao início deverá sondar o aluno e realmente saber o


que ele sabe, quais são os seus primeiros conceitos, para partir daí dar um passo
para a revisão dos conteúdos, mas sempre trabalhando com o concreto, e não
jogar o conteúdo fingindo como se o aluno soubesse daquilo que está sendo
transmitido.

“Não temo dizer que inexiste validade no ensino em que não resulta um
aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o
ensinado. (…) nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se
transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber
ensinado (…) Percebe-se, assim, que faz parte da tarefa docente não apenas
ensinar conteúdos, mas também ensinar a pensar certo.” (FREIRE, 1996, p. 26-
35)

A partir do momento que o aluno já sabe deve dar início e fazer interdisciplina
com outros conteúdos, com isso ele percebe que a Matemática fica mais clara e
traz motivação. Logo o aluno perceberá que aprofundando os conteúdos os
primeiros conceitos aparecerão, atingindo o sucesso esperado com a sua
realidade.

A inteligência nasce pelas relações da razão e a organização. A inteligência verbal


e reflexiva está junto com o sensório motora, onde o sistema de reflexos está
morfologicamente estruturado com o organismo.(PIAGET, 1991,p.21)

Contudo, é verdade que a hereditariedade do aluno condiciona o


desenvolvimento intelectual afetando seu aprendizado em sala de aula e a
inteligência é uma adaptação sim, mas por isso o diagnóstico deve ser
correspondente num resultado satisfatório para transformação da sala.

Quando vemos um aluno que não enxerga bem a primeira investigação que
fazemos é saber com a escola ou o pai se ele precisa usar óculos e depois o
transfere de lugar, e na Matemática não é diferente só podemos ensinar um
conteúdo se eu souber que aquele aluno aprendeu o anterior.

Se pensarmos em um aluno com uma deficiência o que deve ser levado em conta
não são objetivos particulares visados pela prática, não apenas aplicar nota como
muitos fazem, mas uma questão entre pensamento e as coisas, com ajuda da
escola e do governo, ou seja, mas uma vez citando que a inteligência é uma
adaptação das adaptações transformadas, o desenvolvimento intelectual, onde
obtêm elementos variáveis e invariantes, a Matemática para atingir a inteligência
não pode ser pura, deve ser incorporada a novos elementos, modificando e
adaptando novos dados, portanto só há adaptação quando existe coerência do
docente e aprendizado do educando.

A partir desse pensamento chegamos a lógica que, a criança ao fazer um desenho


geométrico, por exemplo, possui uma interpretação e não pela ação que ela
obteve dos objetos, sendo assim constituído pelo meio e vemos que com a
Matemática não é diferente, por isso muitos alunos perguntam sempre a mesma
frase: Para que serve?

Contudo, vemos que a matemática é moldada pelo meio, procede pela ação,
construímos pelo que aprendemos, as operações mentais se desenvolvem entre
si, como um sistema fechado, onde muitas vezes na pedagogia é explicado,
mostrando aqui que a Pedagogia e Matemática andam juntas.

[…] existe uma inteligência antes da linguagem, mas não existe pensamento […]
A inteligência é a solução de um problema novo par ao indivíduo […], enquanto
pensamento, é a inteligência interiorizada e se apoiando não mais sobre a ação
direta, mas sobre um simbolismo, sobre a evocação simbólica pela linguagem,
pelas imagens mentais”. (PIAGET, p. 15/16, 1972).

Em um cálculo, o inverso da subtração é a soma, mas a criança só vai assimilar


este conteúdo quando informado pelo educador, sem isso a criança exerce ações
por deduções, ou seja, o que ficar mais fácil. Para aprender a criança recebe
novas informações e dependendo do estágio que a criança está, fará perguntas
diferentes.

Mas o que muitos educadores de Matemática não conhecem, é que a criança


do ensino fundamental não tem conservação, por isso pergunta toda hora, o
primeiro fato notável no desenvolvimento é a criatividade e o segundo é a
regularidade e generalidade dos estágios vêem isso claramente no ensino
fundamental e como não teve um preparo certo no ensino fundamental faz
chegar no sexto ano fazendo as mesmas perguntas sem obter respostas.

O próprio sistema epistemológico faz uso da psicologia, da pedagogia e a


experiência, dando ênfase a psicopedagogia, chegando à Matemática.
”O ideal da educação, não é aprender ao máximo, […], mas é antes de tudo
aprender a aprender; é aprender a se desenvolver e aprender a continuar a se
desenvolver depois da escola”. (PIAGET, p. 32, 1972).

Piaget faz uso de provas, problemas que utiliza com as crianças para saber onde
esta o seu desenvolvimento, pensamento e conservação através dessas provas
e observamos hoje que, testes de Q.I. ( Coeficiente de Inteligência) criado por
David Weshsler em 1939, não são mais utilizados, onde trabalhava-se com jogos
o tempo todo e mal levava em conta o que ele havia aprendido, hoje essa
observação é através das provas piagetianas portanto a partir desse
desenvolvimento identificado o profissional poderá ter a melhor hipótese de
trabalhar com a criança que possui dificuldades.

A relação professor e aluno vão se dispersando a cada ano, e a relação se


acabando. A família é o primeiro sinal de cultura, e um dos primeiros contatos
com o mundo que a criança aprende na escola, mas se na Matemática está o
mundo porque não apresentamos ao aluno da maneira certa?

Muitas crianças com ouvidos atentos, olhos arregalados, inteligentes estão neste
contexto, com sede de aprender, mas não tem sistema que não dá oportunidade
necessária para esta transformação e vai direito ao processo de jogar a matéria
e exercícios e mais lição de casa, e é o professor que precisa ter subsídios de
ética não admitindo a diferença, trazendo o contexto da realidade de sala de aula
e não fazendo com que o aluno seja o culpado, ou seja, o réu da situação.

Os alunos bem-sucedidos, não são somente pelo fato de que suas habilidades
são exibidas e sim uma junção por influências de suas famílias e suas habilidades
conseguiram chegar a um crescimento. E na Matemática também não fica
distante, quanto mais ajuda mais sabedoria. “para que um novo instrumento
lógico se construa, é preciso sempre instrumentos lógicos preliminares; quer
dizer que a construção de uma nova noção suporá sempre substratos,
subestruturas anteriores”. (PIAGET, 1996, p. 215).

Antigamente professores, trabalhavam com um rendimento mínimo de leitura,


um pouco de aritmética e obediência moral, hoje não há um moralismo
trabalhado, no entanto, o quadro muda de papel, fazendo o sujeito livre de suas
responsabilidades, mas sem ajuda ninguém as entende.
4. Como a arte de resolver problemas pode ajudar os alunos

Quem pretende desenvolver um trabalho de atitude e autoconfiança, para que


os alunos mantenham-se criativos ao final de um processo educativo, precisa ter
um ótimo equilíbrio emocional. Sem dúvidas, os erros precisam ser identificados
através de um ensino convidativo para que o aluno desenvolva uma relação
positiva de um trabalho contínuo.

Os problemas que encontramos mais interessantes são aqueles em que o


enunciado apresenta desafios e é o docente que deve construir para poder
resolvê-los.

A maior parte do curso de Matemática gira em torno de resolver problemas e é


com a realidade que se dá início da resolução. A criatividade é outro ponto
fundamental, para se trabalhar a Matemática, porém quando se tratarmos de um
processo de reestruturação como o raciocínio lógico em sala de aula, é necessário
para a maioria das demonstrações matemáticas uma simplificação das sentenças
ou hipóteses para que o aluno entenda e reconheça sobre o conteúdo aplicado.

Mas precisamos ficar atentos, se o trabalho de resolução de problemas ficarem


somente na repetição de resolver problemas rotineiros o aluno apenas ficará na
técnica de siga o modelo ou mesmo decore, sendo assim, o método é fazer com
que o aluno pratique de forma interessada e discuta o resultado esperado e
reescreva para que ele mesmo valide o que foi feito em sua memorização.

George Polya estipula quatro métodos para resolução de problemas e estes


métodos podem ser trabalhos em sala para que a didática e o conteúdo
matemáticos estejam juntos, são estes:

1. Entenda o problema
2. Construa uma estratégia
3. Execute a estratégia
4. Revise

E cada método segundo Polya deve ser trabalhado na resolução de problemas e


trago neste trabalho uma nova perspectiva de que não somente na resolução
como nos problemas rotineiros a matemática há possibilidades de incorporá-los
e aplicá-los de forma construtiva. Em outras palavras esses quatro requisitos
podem fazer diferença não só no manuseio de resolver problemas e sim na
transformação do aprendizado se seu aluno.
4.1 Entenda o problema

Entender o problema é fazer uma investigação do seu aluno, saber o que ele
necessita, ou seja, o contato com seu aluno é necessidade fundamental. Quando
seu aluno precisa se comunicar ao levantar a mão o professor já observa que ele
pediu ajuda, quando é pelo olhar ou mesmo expressões faciais o professor
entende que o aluno não aprendeu possui dúvidas geradas que não são faladas
e sim demonstradas e o professor ao conhecer sua sala sabe identificar a
característica de cada um. Veja que hoje na Pedagogia existe a sondagem, na
Psicopedagogia tem a Anamnese e na matemática, não existe uma investigação
anterior de aprendizado? O professor precisa criar uma rotina que não deve
deixar morrer, conhecer e estimular seu aluno dia a dia para buscar o seu
conhecimento.

Hoje cada aluno precisa manter uma rotina, isso é devido a uma dispersão grande
que ocorre de falta de atenção nos alunos, não devemos acreditar que é falta de
interesse e sim milhões de informações num ser que hoje está atualizado com
muitas informações ao mesmo tempo. Entender cada um não é dar atenção a
um e sim generalizar uma forma para dar atenção a cada necessidade, se no
problema somos capazes de entendê-los diagnosticando suas incógnitas,
separando em partes ou condições, sentir a necessidade de cada aluno também
é parte do problema da dificuldade em entender o conteúdo matemático. Em
outras palavras se ao executarmos um problema somos eficientes em saber como
resolvê-los e na sala se atuarmos da mesma forma podemos sim entender num
conteúdo a vontade de aprender de cada um. “Primeiro observamos alguma
semelhança”, diz Polya (1966, p. 27)

4.2 Construa estratégias

Construir uma estratégia é saber executar um plano é administrar cada conteúdo


que o professor vai passar em sala, não só nos plano de aulas, mas saber e
deduzir se o aluno vai ter dúvidas, qual pergunta irá fazer ou mesmo se este
conteúdo irá dispersá-lo. Falando em problemas o professor deve mostrar se o é
útil, mostrando algo mais fácil anteriormente, mostrar sua identificação no real
e na sala saber que meu aluno pode entender, vai fazer com que o professor
mude sua conduta na sala, colocando outro para ajudá-lo, passando conteúdos
mais leves para que todos cheguem no mesmo patamar.
Se no problema é possível reformular e entender problemas parecidos, na sala
de aula é possível saber que meu aluno pode não ter aprendido para o professor
reformular novamente o conteúdo, trazendo conteúdos na prática que ele
entenda, um filme ou algo que traga para a sua realidade fazendo com que todos
olhem a sua aula de uma forma de diferente.

Porque uma aula de fração não pode ser na prática? O aluno entenderia melhor
e revisaria o seu próprio aprendizado numa avaliação descrevendo aquilo que
realmente aprendeu.

4.3 Execute a estratégia e revise

O docente deve saber que nem todas as aulas serão cem por cento de garantia
de aprendizado, mas executar sua estratégia é sim sua função, porque todo
professor deve se preocupar com o aprendizado ou conhecimento. Saber que
meu aluno não aprendeu nada é saber que o meu trabalho não está sendo feito
de forma adequada e isso traz problemas futuros quando administramos uma
aula onde o professor anterior não fez o seu trabalho corretamente, e o aluno
traz conteúdos perdidos que deveriam ser acrescentados no ano seguinte,
portanto haja e revise. Tenha foco já que seu objetivo ao saber que seria
professor é em ajudar o aluno, entender e saber que ele necessita do seu desafio.

Os diversos quase-experimentos, dando certo, apóiam a conjetura e sugerem


procurar um padrão, ou norma (POLYA, 1966, p. 29).

REFERÊNCIAS

BENCINI, Roberta; BORDAS, Marie Ange. Como o jovem vê a escola. Nova


Escola, São Paulo, ano 22, n. 200, p.28-47, mar.2007.

BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da


prática. Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.

BRASIL.Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Introdução Ensino


Fundamental: MEC/SEF,1998.

GARCÍA, R. O conhecimento em construção: das formulações de Jean Piaget


à teoria de sistemas complexos. Porto Alegre: Artmed, 2002.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2007.

KAMII, Constance. A criança e o número: implicações da teoria de Piaget para


atuação junto a escolares de 4 a 6 anos. Campinas, São Paulo: Papirus, 1990.

MALDONADO, M. T. Comunicação entre Pais e Filhos: a linguagem do


sentir. São Paulo: Saraiva, 2002.

NAGEL, Lízia. Avaliação, Sociedade e Escola: fundamentos para


reflexão.Curitiba: Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 1989.

PATTO, Maria Helena Souza. A produção do fracasso escolar: historias de


submissão e rebeldia. 2ª ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, p. 9-75, 1999.

POLYA, George. A arte de Resolver Problemas. Editora Interciência, 2006.

PIAGET, Jean. A Epistemologia genética. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

PIAGET, Jean. A, Psicologia e epistemologia. São Paulo: Dom Quixote, 1991.

PERELMAN, YA. A.. Algebra Recreativa. Col. Ciência Popular -2008, Ed. Mir,
Moscou.

VIGOTSKY,L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1997

[1] Graduação em Matemática pela Universidade Metodista de São Paulo (2017)


e graduação em Pedagogia pela Faculdade Editora Nacional (2011). Pos graduada
pela Universidade Nove de Julho. Mestranda como aluna especial na Universidade
Federal do ABC. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-
Aprendizagem

Você também pode gostar