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Análise Innitesimal - I

Universidade do Minho

Rui Pedro Ferreira Gomes Pereira no 28124

1998/1999
CONTEÚDO

1 Lógica . . . Simplicada 3
1.1 Proposições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Operações Sobre as Proposições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Implicação e Equivalência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Algumas Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.5 Predicados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.6 Quanticadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2 Conjuntos 6
2.1 Operações entre Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Produto Cartesiano de um Conjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

3 Relações Binárias 8

4 Conjunto dos Números Reais 9


4.1 Denição Axiomática de R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.2 Adição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.3 Subtracção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
4.4 Multiplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.5 Divisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.6 Distribitividade da Multiplicação Com Respeito à Adição . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.7 R+ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.8 Relação 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

5 Funções 13
5.1 Composição de Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5.2 Restrição de uma Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5.3 Função Inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
5.4 Módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Análise Innitesimal I CONTEÚDO

6 Noções Topológicas 16

7 Sucessões Reais 18
7.1 Sucessão de Cauchy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
7.2 Subsucessão ou Sucessão Parcial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

8 Séries 22

9 Funções, Estudo Analítico 25

10 Funções Trigonométricas Inversas 29

11 Derivabilidade 30
CAPÍTULO 1
Lógica . . . Simplicada

1.1 Proposições
Denição 1.1
Uma proposição é um enunciado, do qual se pode dizer, sem ambiguidade, se é verdadeiro ou falso.
(
V − Sef orV erdadeiro
A cada proposição atribui-se um valor boleano:
F − Sef orF also

1.2 Operações Sobre as Proposições


Sejam A e B duas proposições

Denição 1.2 (Disjunção)


Dene-se a proposição A ∨ B. A proposição A ∨ B é verdadeira se e só se, pelo menos uma das duas
proposições A, B é verdadeira.

Denição 1.3 (Conjunção)


Dene-se a proposição A ∧ B . A proposição A ∧ B é verdadeira se e só se, ambas as proposições A,
B são verdadeiras.

Denição 1.4 (Negação)


Dene-se a proposição ∼ A. A proposição ∼ A é verdadeira se e só se, a proposição A é falsa.

1.3 Implicação e Equivalência


Denição 1.5 (Implicação)
Dene-se a proposição A ⇒ B. A proposição A ⇒ B é falsa se e só se, a proposição A é verdadeira
e B for falsa.

Nota:
Repare-se que A ⇒ B é verdadeira se e só se (∼ A) ∨ B é verdadeira.
Análise Innitesimal I 1. Lógica . . . Simplicada

Denição 1.6 (Equivalência)


Dene-se a proposição A ⇔ B. A proposição A ⇔ B é verdadeira se e só se, as proposições A, B
são ambas verdadeiras ou ambas falsas.

1.4 Algumas Propriedades


Propriedades 1.1
Sejam A, B, C três proposições.
P1 · Comutatividade
A∨B =B∨A
A∧B =B∧A

P2 · Associatividade
(A ∨ B) ∨ C = A ∨ (B ∨ C)
(A ∧ B) ∧ C = A ∧ (B ∧ C)

P3 · Distributividade
(A ∨ B) ∧ C = (A ∧ C) ∨ (B ∧ C)
(A ∧ B) ∨ C = (A ∨ C) ∧ (B ∨ C)

P4 · Dupla Implicacão − Permite demostrar a equivalência de duas proposições:


(A ⇔ B) = (A ⇒ B) ∧ (B ⇒ A)

P5 · Dualidade − Chama-se a esta propriedade "Demostração por Contra Recíproco"


(A ⇒ B) = (∼ B) ⇒ (∼ A)

1.5 Predicados
Denição 1.7 (Predicados)
Um predicado é uma proposição A contendo uma ou mais variáveis x1 , x2 , . . ., que podem ser subs-
tituídos por elementos de um certo conjunto, produzindo assim proposições A(x1 , x2 , . . .).

1.6 Quanticadores
Denição 1.8 (Quanticador Existencial)
Seja E um conjunto. ∃ x ∈ E, A(x) Signica que pelo menos um elemento de E verica a condição
A(x).

Denição 1.9 (Quanticador Universal)


Seja E um conjunto. ∀ x ∈ E, A(x) Signica que todos os elementos de E vericam a condição
A(x).

Denição 1.10
Seja E um conjunto. ∃! x ∈ E, A(x) Signica que um e um só elementos de E verica a condição
A(x).
Análise Innitesimal I 1. Lógica . . . Simplicada

Propriedades 1.2 (dos Quanticadores)


Seja A uma proposição.
¡ ¢ ¡ ¢
P1 · ∼ ∀ x ∈ E, A(x) = ∃ x ∈ E, ∼ A(x)

¡ ¢ ¡ ¢
P2 · ∼ ∃ x ∈ E, A(x) = ∀ x ∈ E, ∼ A(x)

Observação:
Numa frase lógica, a ordem dos quanticadores é muito importante e não pode ser invertida.
CAPÍTULO 2
Conjuntos

Sejam A e B conjuntos;
➭A⊆B
• Todos os elementos de A estão contidos em B ,

• A é subconjunto de B ,

• ∀a ∈ A, a ∈ B ,

• a ∈ A ⇒ a ∈ B;
➭ A 6⊆ B
• Há pelo menos um elemento em A que não pertence a B ,

• A não é subconjunto de B ,

/ B,
• ∃ a ∈ A, a ∈

/ B;
• ∃a: a∈A ∧ a∈
➭A(B
• A está contido em B mas é diferente de B ,

• A é subconjunto próprio de B ,

• A ⊆ B ∧ A 6= B ;

2.1 Operações entre Conjuntos


O1 . A ∪ B = {x : x ∈ A ∨ x ∈ B}

O2 . A ∩ B = {x : x ∈ A ∧ x ∈ B}

O3 . A\B = {x : x ∈ A ∧ x ∈
/ B}

O4 . B CA = B\A
Análise Innitesimal I 2. Conjuntos

2.2 Propriedades
P1 . Relação Reexiva: A ⊆ B

P2 . Relação Anti-Simétrica: (A ⊆ B ∧ B ⊆ A) ⇒ A = B

P3 . Relação Transitiva: (A ⊆ B ∧ B ⊆ C) ⇒ A ⊆ C

2.3 Produto Cartesiano de um Conjunto

X × Y = {(x, y) : x ∈ X ∧ y ∈ Y }

O produto cartesiano de um conjunto é ainda um conjunto. Se X tem n elementos e Y tem m


elementos, então X × Y tem n × m elementos.
CAPÍTULO 3
Relações Binárias

Sejam X , Y conjuntos. Tem-se ρ ⊆ X × Y é uma relação binária de X em Y .


Diz-se que (x, y) ∈ ρ ⇔ xρy : x está na relação ρ com y .

Denição 3.1
Considere-se a relação binária ρ em X . Diz-se que ρ é:

1. Reexiva ⇔ ∀x ∈ X : xρx;

2. Não é Reexiva ⇔ ∃ x ∈ X : x 6 ρx;

3. Simétrica ⇔ xρy ⇒ yρx;

4. Não é Simétrica ⇔ ∃ x, y ∈ X : xρy ∧ y 6 ρx;

5. Transitiva ⇔ (xρy ∧ yρz) ⇒ xρz ;

6. Não é Transitiva ⇔ ∃ x, y, z ∈ X : xρy ∧ yρz ∧ x 6 ρz ;


¡ ¢
7. Anti-Simétrica (xρy ∧ yρx) ⇒ x = y .
CAPÍTULO 4
Conjunto dos Números Reais

4.1 Denição Axiomática de R


Tem-se que
+ : R × R −→ R
(x, y) 7−→ x + y

· : R × R −→ R
(x, y) 7−→ x · y
portanto (R, +, ·) é um corpo.

4.2 Adição
Propriedades 4.1
P1 . A adição é associativa:
∀ x, y, z ∈ R, x + (y + z) = (x + y) + z

P2 . A adição é comutativa:
∀ x, y ∈ R, x + y = y + x

P3 . O elemento neutroda adição é o zero:


∃ 0 ∈ R, ∀ x ∈ R, x + 0 = x

P4 . Na adição existe o simetrico:


∀ x ∈ R, ∃ y ∈ R, x + y = 0

4.3 Subtracção

− : R × R −→ R
(x, y) 7−→ x − y = x + (−y)
Análise Innitesimal I 4. Conjunto dos Números Reais

4.4 Multiplicação
Propriedades 4.2
P1 . A multiplicação é associativa:
∀ x, y, z ∈ R, x · (y · z) = (x · y) · z

P2 . A multiplicação é comutativa:
∀ x, y ∈ R, x · y = y · x

P3 . O elemento neutroda multiplicação é o um:


∃ 1 ∈ R, ∀ x ∈ R, x · 1 = x

P4 . Na multiplicação existe o inverso:


∀ x ∈ R\{0}, ∃ y ∈ R, x · y = 1

P5 . O zero é o elemento absorvente:


∃ 0 ∈ R ∀ x ∈ R, x · 0 = 0

4.5 Divisão

/ : R × R −→ R
(x, y) 7−→ xy = x · y −1

4.6 Distribitividade da Multiplicação Com Respeito à Adição


P1 . A multiplicação é distributiva em relação à adição:
∀ x, y, z ∈ R, x · (y + z) = x · y + x · z

4.7 R+
Propriedades 4.3
Seja R+ ⊂ R tal que:

P1 . ∀ x, y ∈ R+ , x + y ∈ R+ ∧ x · y ∈ R+ ,
.
P2 . ∀ x ∈ R\{0}, x ∈ R+ ∨ −x ∈ R+ ,

/ R+ .
P1 . 0 ∈

Tem-se que
© ª
• R+ = x : x ∈ R+
© ª
• R− = x : −x ∈ R+

• R = R− ∪ R+ ∪ {0}
Análise Innitesimal I 4. Conjunto dos Números Reais

R+ permite denir em R uma relação de ordem, passando (R, +, ·) a ser um corpo ordenado.
Assim, à custa de R+ dene-se uma relação de ordem "<"do seguinte modo:

x, y ∈ R, x < y se e só se x · y ∈ R+

Propriedades 4.4
P1 . Relação T ransitiva:
¡ ¢
∀ x, y, z ∈ R, x < y ∧ y < z ⇒ x < z,

P2 . Relação T riptonica:
∀ x, y ∈ R, ocorre exatamente uma das seguintes relações: x = y ou x < y ou x > y ,

P3 . M onotrocidade da adição:
x < y ⇒ x + z < y + z, ∀z ∈ R,

P4 . Lei do Corte:
¡ ¢
x, y, z ∈ R : x + z < y + z ⇒ x < y,

P5 . M onotrocidade P arcial da Multiplicação:


x < y ⇒ x · z < y · z, ∀z ∈ R+ ,
(
x<y
P6 . 0 0
⇒ x + x0 < y + y 0 ,
x <y
(
0<x<y
P7 . ⇒ 0 < x + x0 < y + y 0 ,
0 < x0 < y 0

4.8 Relação 6
Denição 4.1
Seja x, y ∈ R. Tem-se que x 6 y se e só se x < y ou x = y .

Propriedades 4.5
A relação 6

P1 . É Transitiva,

P2 . É Reexiva,

P3 . É Anti-Simétrica
¡ ¢
(x 6 y ∧ y 6 x) ⇒ x = y .

Denição 4.2 (Majorante)


M é Majorante de X se e só se:
x ≤ M, ∀ x ∈ X

Denição 4.3 (Minorante)


m é Minorante de X se e só se:
x ≥ m, ∀ x ∈ X
Análise Innitesimal I 4. Conjunto dos Números Reais

Denição 4.4 (Supremo)


S é o Supremo de X se é o menor dos majorantes, isto é:

1. x ≤ S, ∀ x ∈ X ;

2. x ≤ M, ∀ x ∈ X ⇒ S ≤ M ;

3. C ≤ S ⇒ ∃ x ∈ x : C < x.

Denição 4.5 (Inmo)


I é o Inmo de X se é o maior dos minorantes, isto é:

1. x ≥ I, ∀ x ∈ X ;

2. x ≥ m, ∀ x ∈ X ⇒ I ≥ m;

3. C > I ⇒ ∃ x ∈ x : C > x.

Axioma 4.1 (Supremo)


Qualquer subconjunto majorado de R, admite supremo.

Teorema 4.1 (Propriedade Arquimediana de R)


A propriedade Arquimediana de R é:

∀ x ∈ R+ , ∀ y ∈ R, ∃n ∈ N : n·x>y

Lema 4.1
Não existe um número racional, cujo quadrado seja 2.

Denição 4.6 (Denso)


Seja X ⊆ R. Diz-se que X é denso em R se:

∀ a, b ∈ R, ∃ x ∈ X : a < x < b.
CAPÍTULO 5
Funções

Uma função é uma relação de equivalência de um conjunto de elementos com outro conjunto de
elementos.

Denição 5.1 (Função)


Uma função f de X em Y , é uma relação binária que satisfaz:
¡ ¢
• (a, b) ∈ f ∧ (a, b0 ) ∈ f ⇒ b = b0 ;

• ∀ a ∈ X, ∃ b ∈ Y : (a, b) ∈ f .

Sejam A e B conjuntos, então uma função f de A em B representa-se por:

f : A −→ B
a 7−→ b = f (a)

e o gráco de f , que se representa por G(f ) é


©¡ ¢ ª © ª
G(f ) = a, f (a) | a ∈ A = (a, b) ∈ A × B | a ∈ A ∧ b ∈ B

Denição 5.2 (Injectividade)


Seja f : X −→ Y uma função. Diz-se que f é injectiva se e só se

∀ x, x0 ∈ X, f (x) = f (x0 ) ⇒ x = x0

Denição 5.3 (Sobrejectividade)


Seja f : X −→ Y uma função. Diz-se que f é sobrejectiva se e só se

∀ y ∈ Y, ∃ x ∈ X : f (x) = y

Denição 5.4 (Bijectividade)


Seja f : X −→ Y uma função. Diz-se que f é bijectiva se e só se fé injectiva e sobrejectiva.
Análise Innitesimal I 5. Funções

Denição 5.5 (Não Injectividade)


Seja f : X −→ Y uma função. Diz-se que f nao e injectiva se e só se

∃ x, x0 ∈ X : f (x) = f (x0 ) ∧ x 6= x0

Denição 5.6 (Não Sobrejectividade)


Seja f : X −→ Y uma função. Diz-se que f nao e sobrejectiva se e só se

∃ y ∈ Y, ∀ x ∈ X : f (x) 6= y

5.1 Composição de Funções


Denição 5.7
Sejam f : A −→ B e g : B −→ C funções. Dene-se f uncao composta como sendo a função em
que se aplica primeiro f e depois g , isto é

f ◦ g : A −→ C
¡ ¢
x 7−→ g f (x)

Propriedades 5.1
1. Se f e g são injectivas, então f ◦ g é injectiva;

2. Se f e g são sobrejectivas, então f ◦ g é sobrejectiva;

3. Se f e g são bijectivas, então f ◦ g é bijectiva.

5.2 Restrição de uma Função


Denição 5.8
Seja f : X −→ Y uma função. Considere-se o conjunto A ⊆ X . A restrição de f ao conjunto A é
a função que se representa por

f |A : A −→ Y
x 7−→ f |A (a) = f (a) ∀a∈A

5.3 Função Inversa


Denição 5.9
Sejam f : A −→ B e g : B −→ A, funções injectivas. Se f ◦ g = idB e g ◦ f = idA , então diz-se que
f e g são inversas. Em geral, representa-se g = f −1 : B −→ A.
Análise Innitesimal I 5. Funções

5.4 Módulo
Denição 5.10 (Módulo)
A função | | : R −→ R chama-se função módulo, sendo denida por:

| | : R −→ R
(
x se x > 0
x 7−→
−x se x < 0

Propriedades 5.2
P1 . |x| = max{x, −x};

P2 . −|x| 6 x 6 |x|;

P3 . Seja a ∈ R+
0 − a 6 x 6 a ⇒ |x| 6 a;

P4 . |a − b| = |b − a| uma vez que, a distância do ponto a ao ponto b é igual à distância do ponto


b ao ponto a.
CAPÍTULO 6
Noções Topológicas

Denição 6.1 (Ponto Interior)


Seja X ⊆ R e x0 ∈ R. O ponto x0 é um ponto interior de X se:
∃ ε > 0 : ]x0 − ε, x0 + ε[ ⊆ X

Denição 6.2 (Ponto Aderente)


Seja X ⊆ R e x0 ∈ R. O ponto x0 é um ponto aderente de X se:
∀ ε > 0 : ]x0 − ε, x0 + ε[ ∩ X 6= ∅

Denição 6.3 (Ponto Acumulação)


Seja X ⊆ R e x0 ∈ R. O ponto x0 é um ponto acumulacao de X se:
∀ ε > 0 : ]x0 − ε, x0 + ε[ ∩ X\{x0 } 6= ∅

Denição 6.4 (Ponto Isolado)


Seja X ⊆ R e x0 ∈ R. O ponto x0 é um ponto isolado de X se:
∃ ε > 0 : ]x0 − ε, x0 + ε[ ∩ X = {x0 }

Denição 6.5
O interiore de X é o conjunto:
◦ © ª
X = pontos interiores de X

Denição 6.6
A aderencia de X é o conjunto:
© ª
X = pontos aderentes de X

Denição 6.7
O derivado de X é o conjunto:
© ª
X 0 = pontos de acumulac˜o de X

Denição 6.8
A f ronteira de X é o conjunto:
∂X = f r(X) = X ∩ R\X
Análise Innitesimal I 6. Noções Topológicas

Denição 6.9 (Conjunto Aberto)



Seja X ⊆ R. Diz-se que X é aberto se X = X .

Denição 6.10 (Conjunto Fechado)


Seja X ⊆ R. Diz-se que X é f echado se X = X ou se R\X é aberto.
CAPÍTULO 7
Sucessões Reais

Denição 7.1 (Sucessão)


Uma sucessão real é uma função real de variável natural, isto é:
¡ ¢
xn n∈N : N −→ R
n 7−→ xn

Denição 7.2 (Sucessão Limitada)


¡ ¢
Uma sucessão xn n∈N diz-se limitada se o seu contradomínio é um conjunto limitado, isto é:

∃ M > 0, ∀ n ∈ N, |xn | 6 M

Denição 7.3 (Sucessão Enquadrada)


¡ ¢ ¡ ¢ ¡ ¢
Uma sucessão xn n∈N diz-se enquadrada pelas sucessões an n∈N e bn n∈N se:

∀ n ∈ N, an 6 xn 6 bn ou bn 6 xn 6 an

Denição 7.4
¡ ¢
Uma sucessão xn n∈N diz-se:

1. Estritamente Crescente se ∀ n ∈ N, xn < xn+1 ;

2. Estritamente Decrescente se ∀ n ∈ N, xn+1 < xn ;

3. Estritamente M onótona se é estritamente crescente ou estritamente decrescente;

4. Crescente se ∀ n ∈ N, xn 6 xn+1 ;

5. Decrescente se ∀ n ∈ N, xn 6 xn+1 ;

6. M onotona se é crescente ou decrescente.

Denição 7.5
¡ ¢ ¡ ¢
Dadas as sucessões reais xn n∈N e yn n∈N dene-se:
Análise Innitesimal I 7. Sucessões Reais

¡ ¢ ¡ ¢ ¡ ¢
1. Soma de sucessões: xn n∈N + yn n∈N = xn + yn n∈N ;
¡ ¢ ¡ ¢ ¡ ¢
2. P roduto de sucessões: xn n∈N · yn n∈N = xn · yn n∈N ;

Denição 7.6 (Sucessão Convergente)


¡ ¢
Uma sucessão real an n∈N diz-se convergente para a ∈ R se:

∀ ε > 0, ∃ p ∈ N, ∀ n > p, |an − a| < ε

Teorema 7.1
¡ ¢
Uma sucessão real an n∈N , não pode ter dois limites diferentes.

Teorema 7.2
Sejam (an )n e (bn )n sucessões reais. Suponha-se que (xn )n é uma sucessão enquadrada por (an )n e
(bn )n . Se (an )n −→ x e (bn )n −→ x, então (xn )n −→ x.

Teorema 7.3
Sejam (an )n e (bn )n sucessões reais.

1. Se (an )n −→ 0 e (bn )n é limitada, então (an · bn )n −→ 0;

2. Se (an )n −→ a e (bn )n −→ b com a, b ∈ R, então

i) (an + bn )n −→ a + b;
ii) (an · bn )n −→ a · b;
iii) (λ · an )n −→ λ · a;
1 1
3. Se (an )n −→ a 6= 0, então −→ .
(an )n a

Teorema 7.4
Se (an )n é uma sucessão crescente majorada, então (an )n é convergente e

lim an = sup {an : n ∈ N}


n

Corolario 7.4.1
Se (an )n é uma sucessão decrescente minorada, então (an )n é convergente e

lim an = inf {an : n ∈ N}


n

Teorema 7.5 (Binómio de Newton)


n µ ¶
X
n n k n−k
a, b ∈ R, n ∈ N, (a + b) = a ·b
k
k=0
Análise Innitesimal I 7. Sucessões Reais

7.1 Sucessão de Cauchy


Denição 7.7
Uma sucessão (an )n diz-se uma sucessão de Cauchy se:

∀ ε > 0, ∃ p ∈ N, ∀ n, m > p, |an − am | < ε

Teorema 7.6
Toda a sucessão convergente é sucessão de Cauchy.

Teorema 7.7
Toda a sucessão de Cauchy é limitada.

7.2 Subsucessão ou Sucessão Parcial


Denição 7.8
Seja (an )n uma sucessão. A sucessão (bn )n diz-se uma subsucessão ou sucessão parcial de (an )n
se existe ϕ : N −→ N estritamente crescente tal que bn = aϕ(n) .

Teorema 7.8
Toda a subsucessão de uma sucessão convergente é ainda uma sucessão convergente para o limite
da sucessão original.

Corolario 7.8.1
Se, de uma sucessão (an )n se conseguir extrair duas subsucessões convergentes para limites diferen-
tes, então (an )n não é convergente.

Proposição 7.1
¡ ¢ ¡ ¢
Se aϕ1 (n) n , . . . , aϕk (n) n , com k ∈ N são subsucessões de uma sucessão (an )n , tal que
ϕ1 (N) ∪ . . . ∪ ϕk (N) = N e tais que lim aϕ1 (n) = . . . = lim aϕk (n) = a então (an )n é convergente e
n n
lim(an )n = a.
n

Teorema 7.9
Toda a sucessão possui uma subsucessão monótona.

Teorema 7.10 (Bolzano Weierstrass)


Toda a sucessão limitada possui uma subsucessão convergente.

Teorema 7.11
Toda a sucessão de Cauchy possui uma subsucessão convergente.

Teorema 7.12
Toda a sucessão de Cauchy é convergente.
Análise Innitesimal I 7. Sucessões Reais

Denição 7.9
Seja (an )n uma sucessão. Diz-se que:

1. lim an = +∞ ou (an )n −→ +∞ se
n

∀ M > 0, ∃ p ∈ N, ∀ n > p, an > M;

2. lim an = −∞ ou (an )n −→ −∞ se
n

lim (−an ) = +∞.


n

Observação:
As sucessões que não têm limite ou cujo limite é innito, dizem-se sucessões divergentes.
CAPÍTULO 8
Séries

Denição 8.1 (Série)


n
X
Chama-se série real ao par de sucessões reais [(an )n , (sn )n ], onde sn = ak , ∀ n ∈ N.
k=1

• (an )n diz-se sucessão geradora da série;

• (sn )n diz-se sucessão das somas parciais.

A série ca completamente denida pelo conhecimento de uma das sucessões que a constituem,
uma vez que:
n
X
• sn = an , ∀ n ∈ N
k=1
(
an = sn − sn−1 , ∀n > 1

a1 = s1

Denição 8.2 (Série Convergente)


Uma série diz-se convergente se for convergente a sucessão das somas parciais.
O lim sn = S ∈ R, S diz-se soma da série. Se (sn )n diverge, a série diz-se divergente.
n

Proposição 8.1
Sejam (an )n e (bn )n sucessões reais tais que X = {n ∈ N : an 6= bn } é nito. Então as séries
geradas por (an )n e (bn )n ou são ambas convergentes ou são ambas divergentes.

Observação: X
Em geral a série gerada por uma sucessão (an )n representa-se por an .
n∈N

Teorema 8.1
Se a série gerada por uma sucessão (an )n é convergente, então (an )n −→ 0.
Análise Innitesimal I 8. Séries

Teorema 8.2 (Critério de Leibniz)


Se (an )n é uma sucessão tal que:

i) (an )n é decrescente;

ii) (an )n −→ 0
X
Então (−1)n an é convergente.
n∈N

Teorema 8.3
A série gerada por uma sucessão de termos não negativos é convergente se e só se a sucessão das
somas parciais é negativa.

Teorema 8.4
Se a série gerada por (|an |) é convergente, então a série gerada por (an )n é convergente e
+∞
X +∞
X
an 6 |an |
n=1 n=1

Denição 8.3 (Série Absolutamente Convergente)


A série gerada por (an )n diz-se absolutamente convergente se a série gerada por (|an |)n é
convergente.

Teorema 8.5 X
Seja (an )n uma sucessão. Se an é absolutamente convergente então qualquer que seja f : N −→ N
n∈N X
¡ ¢
bijectiva, a série gerada por af (n) n é absolutamente convergente, isto é af (n) converge, e
n∈N
X X
an = af (n)
n∈N n∈N

Teorema 8.6 (Riemann) X


Seja (an )n uma sucessão real. Suponha-se que an é convergente mas não absolutamente conver-
n∈N
gente. Então
X
i) ∀ s ∈ R, ∃ f : N −→ N bijectiva tal que a soma da série af (n) é s;
n∈N
X
ii) ∃ f : N −→ N bijectiva tal que af (n) é divergente.
n∈N

Teorema 8.7 (Critério da Comparação) X


Seja (an )n e (bn )n sucessões de termos não negativos, tais que an 6 bn , ∀ n ∈ N. Se bn é
X n∈N
convergente, então an também é convergente.
n∈N
Análise Innitesimal I 8. Séries

Corolario 8.7.1 (Critério da Comparação)


an+1 bn+1 X
Seja (an )n e (bn )n sucessões de termos positivos, tais que ∀ n ∈ N, 6 . Se bn é
an bn
X n∈N
convergente, então an também é convergente.
n∈N

Teorema 8.8 (Critério da Cauchy) X


Seja (an )n uma sucessão de termos não negativos. Se ∃ r < 1 tal que an 6 rn , ∀n ∈ N então an
n∈N
é convergente.

Teorema 8.9 (Critério da Raiz)


Seja (an )n uma sucessão de termos não negativos.
√ X
i) Se existir lim n an < 1 então an é convergente;
n
n∈N
√ X
ii) Se lim n an > 1 então an é divergente.
n
n∈N

Teorema 8.10 (Critério da Alembert)


Seja (an )n uma sucessão de termos positivos.
an+1 X
i) Se ∃ s < 1, tal que < s então an é convergente;
an
n∈N

an+1 X
ii) Se > s então an é divergente.
an
n∈N

Corolario 8.10.1 (Critério da Alembert)


Seja (an )n uma sucessão de termos positivos.
an+1 X
i) Se lim = s < 1 então an é convergente;
n an
n∈N

an+1 X
ii) Se lim > 1 então an é divergente.
n an
n∈N

Teorema 8.11 (Critério da Raabe)


Seja (an )n uma sucessão de termos positivos.
an s X
i) Se ∃ s > 1, tal que >1+ então an é convergente;
an+1 n+1
n∈N

an s X
ii) Se ∀ n ∈ N, <1+ então an é divergente.
an+1 n+1
n∈N
CAPÍTULO 9
Funções, Estudo Analítico

Denição 9.1
Sejam X conjunto, f : X −→ R e g : X −→ R funções. Dene-se:

1. Soma de Funções:
f + g : X −→ R
x −→ f (x) + g(x)

2. P roduto de Funções:
f · g : X −→ R
x −→ f (x) · g(x)

3. Produto de uma Constante por uma Função:

λ · f : X −→ R
x −→ λ · f (x)

Denição 9.2
Seja f : X −→ R. Diz-se que f é:

1. M ajorada se ∃ M ∈ R, ∀ x ∈ X, f (x) 6 M;

2. M inorada se ∃ m ∈ R, ∀ x ∈ X, f (x) > m;

3. Limitada se f for majorada e minorada;

4. Enquadrada pelas funções g e h se ∀ x ∈ X, g(x) 6 f (x) 6 h(x) ou h(x) 6 f (x) 6 g(x).

Denição 9.3
Sejam X ⊆ R conjunto e f : X −→ R uma função. f diz-se:

1. Crescente se ∀ x, y ∈ X, x < y ⇒ f (x) 6 f (y);

2. Derescente se ∀ x, y ∈ X, x < y ⇒ f (x) > f (y);


Análise Innitesimal I 9. Funções, Estudo Analítico

3. Estritamente Crescente se ∀ x, y ∈ X, x < y ⇒ f (x) < f (y);

4. Estritamente Decrescente se ∀ x, y ∈ X, x < y ⇒ f (x) > f (y).

Denição 9.4
Sejam X ⊆ R conjunto e f : X −→ R uma função e x0 ∈ X . Diz-se que f tem:

1. M áximo em x0 se
∃ δ > 0, ∀ x ∈ X ∩ ]x0 − δ, x0 + δ[, f (x) 6 f (x0 );

2. M inimo em x0 se
∃ δ > 0, ∀ x ∈ X ∩ ]x0 − δ, x0 + δ[, f (x) > f (x0 );

3. M áximo Estrito em x0 se
∃ δ > 0, ∀ x ∈ X ∩ ]x0 − δ, x0 + δ[, f (x) < f (x0 );

4. M inimo Estrito em x0 se
∃ δ > 0, ∀ x ∈ X ∩ ]x0 − δ, x0 + δ[, f (x) > f (x0 ).

Denição 9.5 (Função Contínua num Ponto)


Sejam X ⊆ R conjunto e f : X −→ R uma função e x0 ∈ X . Diz-se que f é continua em x0 se:

∀ ε > 0, ∃ δ > 0, ∀ x ∈ X, |x − x0 | < δ ⇒ |f (x) − f (x0 )| < ε

Denição 9.6 (Função Contínua)


Sejam X ⊆ R conjunto e f : X −→ R uma função. Diz-se que f é continua em X se f é contínua
em x0 , ∀ x0 ∈ X , isto é:

∀ x0 ∈ X, ∀ ε > 0, ∃ δx0 > 0, ∀ x ∈ X, |x − x0 | < δ ⇒ |f (x) − f (x0 )| < ε

Propriedades 9.1
Sejam f : X −→ R e g : X −→ R funções, x0 ∈ X , f e g contínuas em x0 .

P1 . (f + g) (x) é contínua em x0 ;

P2 . (f · g) (x) é contínua em x0 ;

P3 . λ · f (x) é contínua em x0 ;
f
P4 . Se g(x) 6= 0, ∀ x ∈ X, (x) é contínua em x0 .
g

Denição 9.7 (Limite de f )


Seja f : X −→ R uma função e x0 ∈ X 0 . Diz-se que o limite de f quando x tende para x0 é a e
escreve-se lim f (x) = a, se
x→x0

∀ ε > 0, ∃ δ > 0, ∀ x ∈ X, 0 < |x − x0 | < δ ⇒ |f (x) − a| < ε


Análise Innitesimal I 9. Funções, Estudo Analítico

Observação:
Tem-se que:

1. Se x0 ∈ X ∩ X 0 , então f é contínua em x0 se e só se lim f (x) = f (x0 );


x→x0

2. Se x0 ∈ X\X 0 , então f é contínua em x0 .

Teorema 9.1 (Heine)


Seja f : X −→ R uma função e x0 ∈ X . f é contínua em x0 se e só se qualquer sucessão (an )n
cujos termos são elementos de X , convergente para x0 , a sucessão das imagens (f (an ))n é uma
sucessão convergente para f (x0 ).

Propriedades 9.2
Sejam f : X −→ R e g : X −→ R funções, x0 ∈ X , tais que lim f (x) = a e lim g(x) = b.
x→x0 x→x0

P1 . lim (f + g) (x) = lim f (x) + lim g(x);


x→x0 x→x0 x→x0

P2 . lim (f · g) (x) = lim f (x) · lim g(x);


x→x0 x→x0 x→x0

P3 . lim (λ · f ) (x) = λ · lim f (x);


x→x0 x→x0

µ ¶ lim f (x)
f x→x0
P4 . Se g(x) 6= 0, ∀ x ∈ X e b 6= 0, então lim (x) = .
x→x0 g lim g(x)
x→x0

Proposição 9.1
Sejam f : X −→ R e g : Y −→ R funções, tais que f (X) ⊆ Y . Se f é contínua em x0 ∈ X e g é
contínua em f (x0 ), então g ◦ f é contínua em x0 .

Denição 9.8 (Continuidade)


Seja f : X −→ R uma função. Diz-se que f é continua se :

∀ x0 ∈ X, ∀ ε > 0, ∃ δx0 > 0, ∀ x ∈ X, |x − x0 | < δ ⇒ |f (x) − f (x0 )| < ε

Observação:
Este δx0 depende do ponto x0 consideredo, podendo δ ser diferente para cada x0 .

Denição 9.9 (Continuidade Uniforme)


Seja f : X −→ R uma função. Diz-se que f é unif ormemente continua se :

∀ ε > 0, ∃ δ > 0, ∀ x0 ∈ X, ∀ x ∈ X, |x − x0 | < δ ⇒ |f (x) − f (x0 )| < ε

Observação:
Signica que o δ é válido para todo o x0 .
Nota:
Se f é uniformemente contínua então f é contínua, o reciproco pode não ser verdadeiro.
Análise Innitesimal I 9. Funções, Estudo Analítico

Denição 9.10 (Cobertura)


Chama-se:

1. Cobertura de um conjunto X ⊆ R a uma família (Cα )α∈I em que Cα ⊆ R, α ∈ I e


[
X⊆ Cα ;
α∈I

2. (Cα )α∈I diz-se uma Cobertura Aberta de X se os conjuntos Cα , α ∈ I são conjuntos


abertos;

3. Dado I 0 ⊆ I , se (Cα )α∈I 0 é uma cobertura de X , então (Cα )α∈I 0 diz-se uma Subcobertura
da cobertura (Cα )α∈I .

Teorema 9.2 (Heine-Borel)


Seja [a, b] um intervalo limitado de R. Se (Cα )α∈I é uma cobertura aberta de [a, b], ela admite uma
n
[
subcobertura nita, isto é ∃ α1 , . . . , αn ∈ I tais que [a, b] ⊆ Iαk .
k=1

Teorema 9.3
Se f : [a, b] −→ R é contínua, a < b ∈ R, então f é uniformemente contínua.

Teorema 9.4 (Weierstrass)


Se f : [a, b] −→ R é contínua. Então ∃ c, d ∈ [a, b] tal que

f (c) 6 f (x) 6 f (d), ∀ x ∈ [a, b]

Teorema 9.5 (Cantor)


Seja f : [a, b] −→ R uma função contínua. Então f é uniformemente contínua.

Teorema 9.6 (Weierstrass)


Seja f : [a, b] −→ R uma função contínua. Então f ([a, b]) contêm os extremos f (a) e f (b).

Corolario 9.6.1
Seja f : [a, b] −→ R uma função contínua, tal que f (a) · f (b) < 0. Então ∃ x0 ∈]a, b[ tal que
f (x0 ) = 0.

Corolario 9.6.2
Sejam I ⊆ R intervalo e I −→ R uma função contínua. Então f (I) é um intervalo.

Teorema 9.7
Sejam I ⊆ R intervalo e I −→ R uma função contínua, injectiva. Então f é estritamente monótona.

Teorema 9.8
Sejam I, J ⊆ R intervalos e I −→ J uma função contínua, bijectiva. Então f −1 é contínua.
CAPÍTULO 10
Funções Trigonométricas Inversas
CAPÍTULO 11
Derivabilidade

Denição 11.1 (Derivada)


Seja X ⊆ R, f : X −→ R, x0 ∈ X ∩ X 0 e d ∈ R. Diz-se que f tem derivada d em x0 se for
contínua em x0 a função:

f 0 : X −→ R

 d se x = x0
x 7−→ f (x) − f (x0 )
 se x 6= x0
x − x0
f (x) − f (x0 )
isto é lim = d. A derivada de f em x0 , representa-se por f 0 (x0 ) = d ou Df (x0 ) = d.
x→x0 x − x0

Observação:

• A derivada de f (x) no ponto x0 é numericamente igual ao declive da recta tangente ao gráco


da função f , no ponto (x0 , f (x0 ));
¯ ¯
¯ f (x) − f (x0 ) ¯
0 ¯
• Se f (x0 ) = d, então ∀ ε > 0, ∃ δ > 0, 0 < |x − x0 | < δ ⇒ ¯ ¯ < ε, isto é, se f
x − x0 ¯
é derivável, então f é contínua.

Denição 11.2 (Derivável)


Uma função f : X −→ R diz-se derivável em x0 ∈ X ∩ X 0 se existir d ∈ R tal que f tem derivada
d em x0

Denição 11.3
Uma função f : X −→ R diz-se derivável em X se for derivável em qualquer ponto do seu domínio
X . Em particular, se f é derivável, implica que X ⊆ X 0 .
Análise Innitesimal I 11. Derivabilidade

Teorema 11.1
Seja X ⊆ R, f, g : X −→ R funções deriváveis em x0 ∈ X ∩ X 0 . Então
¡ ¢ ¡ ¢0
P1 . f + g (x) é derivável em x0 e f + g (x0 ) = f 0 (x0 ) + g 0 (x0 );
¡ ¢ ¡ ¢0
P2 . ∀ λ ∈ R, λ · f (x) é derivável em x0 e λ · f (x0 ) = λ · f 0 (x0 );
¡ ¢ ¡ ¢0
P3 . f · g (x) é derivável em x0 e f · g (x0 ) = f 0 (x0 ) · g(x0 ) + f (x0 ) · g 0 (x0 ).

Denição 11.4
Seja X ⊆ R, f : X −→ R uma função e x0 ∈ X .

1. f diz-se estritamente crescente em x0 , se ∃ δ > 0, tal que

x0 − δ < x < x0 < y < x0 + δ ⇒ f (x) < f (x0 ) < f (y)

2. f diz-se estritamente decrescente em x0 , se ∃ δ > 0, tal que

x0 − δ < y < x0 < x < x0 + δ ⇒ f (y) < f (x0 ) < f (x)

Teorema 11.2
Seja X ⊆ R, f : X −→ R uma função e x0 ∈ X ∩ X 0 . Se f é derivável em x0 e f 0 (x0 ) = 0, então
f é estritamente monótona em x0 .

Teorema 11.3
Seja X ⊆ R, f : X −→ R uma função e x0 ∈ X ∩ X 0 . Se f tem um extremo local (máximo local ou
mínimo local ) em x0 e f é derivável em x0 , então f 0 (x0 ) = 0.

Nota:
Este teorema só é valido, se a função atingir um máximo ou mínimo local num ponto x0 que
seja interior ao seu domínio, e desde que exista derivada no ponto x0 .
Se f é uma função derivável, e o seu domínio é um intervalo fechado, f admite máximos e
mínimos locais, e os pontos de máximos ou mínimos locais estão entre os pontos de fronteira do
intervalo e os pontos onde a derivada de f se anula.

Teorema 11.4
Seja X ⊆ R, f : X −→ R uma função e x0 ∈ X ∩ X 0 . Se f é derivável em x0 , então f é contínua
em x0 .

Corolario 11.4.1
Seja X ⊆ R, f : X −→ R uma função. Se f é derivável, então f é contínua .

Teorema 11.5 (Regra da Derivação da Função Composta)


Seja X, Y ⊆ R, f : X −→ R e g : Y −→ R funções. Seja x0 ∈ X ∩ X 0 tal que f (x0 ) ∈ Y ∩ Y 0 .
Suponha-se que f é derivável em x0 e g é derivável em f (x0 ). Então g ◦ f é derivável em x0 e
¡ ¢0 ¡ ¢
g ◦ f (x0 ) = g 0 f (x0 ) · f 0 (x0 ).
Análise Innitesimal I 11. Derivabilidade

Teorema 11.6
Seja f : [a, b] −→ R uma função contínua em ]a, b[. Se f (a) = f (b), então ∃ x0 ∈]a, b[, tal que
f 0 (x0 ) = 0

Teorema 11.7 (Lagrange ou Valor Médio)


Seja f : [a, b] −→ R uma função contínua e derivável em ]a, b[. ∃ x0 ∈]a, b[, tal que

f (b) − f (a)
= f 0 (x0 )
b−a

Teorema 11.8 (Cauchy)


Sejam f, g : [a, b] −→ R funções contínuas e deriváveis em ]a, b[. ∃ x0 ∈]a, b[, tal que
£ ¤ £ ¤
f (b) − f (a) · g 0 (x0 ) = g(b) − g(a) · f 0 (x0 )

Teorema 11.9 (Regra de L'Hopital)


Sejam a < b ∈ R, f, g :]a, b[−→ R funções deriváveis. Suponha-se que lim f (x) = lim g(x) = 0 e
x→b x→b
f 0 (x) f (x)
que existe lim 0 . Então existe lim e
x→b g (x) x→b g(x)

f (x) f 0 (x)
lim = lim 0
x→b g(x) x→b g (x)

Teorema 11.10 (Darboux ou T. Valor Médio Para a Derivada)


¡ ¢
Seja a < b e f : [a, b] −→ R uma função derivável. Então f 0 [a, b] contém o intervalo, de extremos
f 0 (a) e f 0 (b).

Corolario 11.10.1
Seja a < b e f : [a, b] −→ R uma função derivável. Se f 0 (a) · f 0 (b) < 0, então ∃ x0 ∈]a, b[ tal que
f 0 (x0 ) = 0.

Corolario 11.10.2
Seja I ⊆ R intervalo e f : [a, b] −→ R uma função derivável. Então f 0 (I) é também um intervalo.

Denição 11.5 (Derivada de Ordem superior)


Sejam X ⊆ R, f : X −→ R uma função e x0 ∈ X . Diz-se que

Denição 11.6
Sejam X ⊆ R, k ∈ N0 e f : X −→ R uma função. Dene-se o conjunto C k como:
© ª
C k (X) = f : X −→ R : f é k vezes derivável em X e f (k) é contnua

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