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Por que precisamos nos desconectar?

- A internet é uma bomba relógio na vida de nossos filhos, vem causando discussões
em famílias, e afetando o cérebro de nossos filhos, como seu comportamento, peso
e desenvolvimento; A maioria dos pais se sente incapaz de deter ou de mudar isso.

A maioria dos pais esta seriamente angustiada com o tempo que seus filhos na frente
de uma tela, mas se sente confusa em relação aos riscos reais e também em relação
aos riscos reais e também em relação ao que cada um deveria fazer para solucionar
o problema.

Não é raro encontrar adolescentes que não conseguem dormir ou não são capazes
de ter um bom desempenho escolar porque passam muito tempo na internet.

Vinte anos atrás a internet não era comum: não estava em todas as casas e locais
de trabalho como agora.

Por que existe um problema?

O excesso de tempo de tela para crianças “pode causar dano cerebral a longo prazo”

Passar tempo demais on-line esta “causando doenças mentais em crianças”

Um estudo mostrou que bebes agora estão tão acostumados com os aparelhos
digitais em suas vidas que mais de um terço deles aprendeu a usar um smartphone
antes de aprender a andar ou a falar.

Compararemos o mundo digital ao açúcar: outra crise de saúde global que afeta
nossos filhos. A maioria dos pais nem sonharia em dar um pote de biscoito para o
filho todos os dias, tampouco deixar que comessem todos os biscoitos que
quisessem, quando quisessem. Mas muitos pais não pensam duas vezes em dar aos
filhos acesso irrestrito a um aparelho digital como um tablet ou smartphone. Os
efeitos de tempo de tela são menos prejudiciais a seus filhos do que os efeitos do
açúcar?

Proibir o tempo de tela para crianças é a solução?

Proibir não é a solução mas devemos entender a Importância de ser realista e pratico.
Proibir telas é impossível na sociedade conectada, ainda mais considerando que boa
parte das tarefas escolares e lições de casa são feitos eletronicamente agora.
O problema é que qualquer conselho por parte de especialistas é muito distante do
que pais e filhos estão fazendo de verdade no mundo real. Mas a má noticia é que
se você deixar para tentar controlar o tempo de tela do seu filho na adolescência
pode ser tarde demais.
A melhor hora de criar bons hábitos virtuais e impedir que o tempo de tela se torne
uma obsessão é em crianças em “idade latente” (escola primaria).

O que é latência e porque isso é tão importante?

Latência: período que abrange a idade dos 4 aos 11 anos.


Se, nesse estagio crucial, as crianças estão o tempo todo conectadas a um aparelho,
que impacto isso vai ter no desenvolvimento de seus cérebros? E, de igual
importância, se elas estão o tempo todo conectada, estarão perdendo a oportunidade
de expandir as habilidades sociais e emocionais importantíssimas de que vão precisar
para a vida toda.
O efeito de tempo de tela numa criança em idade latente

Um dos efeitos, e preocupante de igual modo, são os ataques de raiva que uma
criança tem quando os pais tiram os aparelhos deles, quer sejam crianças entediadas,
desinteressadas e indispostas a qualquer coisa que não envolva uma tela.

Há relatos de que muitos executivos no Vale do Silicio mandam seus filhos para
escolas da rede Waldorf Rudolf Steiner, a qual proíbe o tempo de tela ate 12 anos de
idade.

Como a tela afetam nossos filhos?

O cérebro adolescente

Não é de hoje que sabemos que os adolescentes se envolvem em comportamento


arriscado, destemido e agressivo, e a plasticidade (e não o crescimento, como se
acreditava) das redes que ligam as regiões cerebrais é fundamental para a
compreensão dessa fase da vida. A rigor, tais comportamentos ousados não devem
ser tomados pelos adultos como o resultado de insensatez, rebeldia ou, ainda,
decorrência indireta de problemas comportamentais ou emocionais (Giedd, 2015).
Na verdade, tais ações podem ser mais bem compreendidas como derivadas de um
raciocínio de curto alcance, ou seja, decorrentes de um processo ainda inacabado de
maturação cerebral.

Como o cérebro não amadurece ao se expandir, como anteriormente se pensava,


mas ao intensificar a interconectividade de seus diferentes componentes, a passagem
do tempo é um elemento de fundamental importância para assegurar a manutenção
do equilíbrio e do bem-estar.

Conforme o tempo passa, um importante processo também ocorre. Enquanto as


conexões aumentam em virtude da execução repetida de um conjunto de
comportamentos, novas possibilidades de amadurecimento cerebral começam a
tomar lugar. O sistema límbico, em pleno funcionamento desde os primeiros dias de
vida e responsável pelo funcionamento emocional – que, além de intermediar as
funções de aprendizado e de memória, cria um cenário emocional para as
experiências do adolescente, sinaliza ao organismo, por meio das emoções, as
situações de ameaça e de perigo provenientes do meio ambiente e que, transmitidas
pelas emoções, preparam o organismo para a ação.

É assim que a amígdala assume o comando no disparo das emoçoe ̃ s (medo, tristeza
e raiva), capacitando, então, o organismo para os comportamentos de luta ou fuga,
ao conferir uma maior habilidade de ação no entorno ambiental. Entende-se que esse
mecanismo primitivo de funcionamento emocional teria sua base na biologia, levando
a um comportamento emocional mais intenso nas primeiras fases de vida. Ele
estimula os adolescentes mamíferos (de qualquer espécie) a deixarem para trás o
conforto do bando ou, no caso dos humanos, o conforto da família para buscarem
novos ambientes para o acasalamento, garantindo, assim, uma prole geneticamente
mais saudável, ao se diminuir as chances de endogamia, bem como assegurando a
procura de novos ambientes para caça e habitação, o que reduz a competitividade
entre os membros de um mesmo grupo.

Nessa tentativa de explorar e se diferenciar, os adolescentes compartilham tudo via


redes sociais – desde selfies, onde estão e o que estão fazendo, vestindo ou comendo
e até sua opinião sobre qualquer coisa. Segundo alguns autores, isso contribuiu para
o surgimento de uma geração narcisista. O U.S. National Institutes of Health (NIH)
constatou que a presença de transtorno da personalidade narcisista entre pessoas na
faixa dos 20 anos de idade é hoje três vezes maior do que nas geraçoe
̃ s anteriores,
que tem hoje 65 anos ou mais.

Outra área importante é o córtex cerebral, que tem um papel no controle emocional
e no processo de regulação comportamental. Ao funcionar como o quartel-general do
raciocínio e do controle dos impulsos, ele tem uma relação intima com o sistema
límbico, fazendo as emoções brutas que surgem na amígdala serem refinadas e
equilibradas pelo cérebro consciente (Giedd, 2015; Greenberg & Paivio, 2003). E,
quando “conversam”, o sistema límbico e o córtex pré́-frontal emitem as emoções
(entendimento das situações de ameaça) de um lado e, do outro lado, planejam a
ação, criando um mecanismo de adaptação extremamente importante.

No entanto, o córtex cerebral não amadurece em cadência com o desenvolvimento


do sistema límbico; nas duas primeiras décadas de vida, as emoçoe
̃ s são mais plenas,
enquanto as funções do raciocínio atrasam por quase uma década a plena capacidade
de regulação emocional nos adolescentes, criando, assim, um descompasso
biológico. É por essa razão que os adolescentes estão mais propensos do que as
crianças ou mesmo os adultos a adotar comportamentos perigosos e destemi- dos,
em parte pela defasagem maturacional entre o sistema límbico e o pré-frontal, que
inibe as emoções e os comportamentos perigosos e começará a se consolidar
somente após os 21 anos de idade, criando uma maturação desigual e deixando os
adolescentes mais propensos aos comportamentos arriscados, como abuso de álcool
e drogas, uso excessivo de tecnologia, entre outros (Giedd, 2015; Greenberg &
Paivio, 2003).

O chamado “freio comportamental” ainda opera parcialmente, criando, assim, várias


formas de vulnerabilidades (Tavares, Abreu, Seger, Mariani, & Filomensky, 2015).

Contudo, é válido lembrar que a maturidade de uma pessoa, grupo ou sociedade


ocorre principalmente por meio dos relacionamentos verticais que desenvolvemos
com pessoas de todas as idades e graus de escolaridade e dos exemplos de pessoas
mais velhas a quem somos expostos, como pais e outros parentes, professores, em-
pregadores, líderes, entre outros. Assim, o desconforto do que é desconhecido para
nós é que tem a capacidade de nos induzir a pensar de maneira diferente; portanto,
crescemos somente quando nossas convicçoe ̃ s são confrontadas. A pergunta, dessa
forma, que não quer calar é: “As pessoas da geração digital têm a chance de viver
todo esse processo ou elas serão poupadas?”.

Se considerarmos que a internet incentiva os jovens a assumirem um modelo mais


horizontal de comunicação, exposição e troca, é possível que a geração digital venha
experimentando uma profunda imersão com pessoas que têm interesses
semelhantes e afinidades. Eles convivem em um ambiente altamente customizado
que, cada vez mais, espelha seus valores pessoais ou do grupo, o que os torna mais
impermeáveis ao conhecimento que reside fora de sua bolha, como descrito por Eli
Pariser (2011).

No entanto, nunca houve tanto acesso à informação, e, se bem utilizada, nossos


jovens têm nas mãos a oportunidade de provocar as mudanças sociais mais impor-
tantes em séculos. Don Tapscott (2009), autor do livro Grown Up Digital, diz que,
pela primeira vez na história, os jovens são as autoridades em algo realmente im-
portante, pois eles têm o poder de mudar praticamente todos os aspectos de nossa
sociedade – das salas de aula aos corredores do Congresso.
Mecanismos neurobiológicos

Sabe-se que o córtex pré-frontal e o corpo estriado estão implicados nos indivíduos
dependentes de internet. O córtex pré-frontal costuma ser classificado como um
córtex de associação multimodal porque informações extremamente processadas de
várias modalidades sensoriais integram-se nele de forma precisa para formar os
construtos fisiológicos de memória, percepção e diversos processos cognitivos.
Estudos neuropsicológicos em humanos também sustentam a noção de operações
funcionais diferentes dentro do córtex pré-frontal. A especificação do componente de
processos executivos e sua localização em determinadas regiões do córtex pré- -
frontal foram implicadas em uma grande variedade de transtornos psiquiátricos (Li
et al., 2014).

Em contraposição, o corpo estriado é uma estrutura envolvida nos circuitos


corticoestriatais funcionalmente segregados relacionados às funções cognitivas. Por
exemplo, ao se dividir caudado e putame em três regiões, os padrões de circui- tos
corticoestriatais funcionais envolvidos nos processos afetivos, motivacionais,
cognitivos e motores são delineados (Di Martino et al., 2008). Muitos estudos de-
monstraram funcionalidade/efetividade reduzida entre o corpo estriado e o córtex
em adolescentes dependentes de internet.

Além disso, pesquisas já confirmaram a redução nas densidades e nos volu- mes da
substância cinzenta em comparação com os controles (Weng et al., 2013), bem como
da espessura cortical (Yuan et al., 2013), alterações no metabolismo da glicose (Tian
et al., 2014) e ativação cerebral alterada no córtex pré-frontal – espe- cificamente
nos córtices dorsolateral, orbitofrontal e cingulado anterior (Ko et al., 2014). Os
estudos mostram até mesmo baixos níveis de receptores de dopamina D2 (Hou et
al., 2012) e metabolismo da glicose alterado no corpo estriado (Park et al., 2010).
Todos esses achados são consistentes com o modelo fisiopatológico e o papel
significativo do córtex pré-frontal e do corpo estriado nos modelos de transtornos de
dependências (Limbrick-Oldfield, van Holst, & Clark, 2013).

A conectividade funcional em repouso, medindo as correlações inter-regionais da


atividade cerebral espontânea por meio de ressonância magnética funcional (IRMf)
dependente do nível oxigênio no sangue, tem sido usada para avaliar o cé- rebro
funcional. Com esses procedimentos, surgiram evidências que indicam que os
circuitos funcionais corticoestriatais são fundamentais para os comportamentos
compulsivos, como comportamentos de dependência e de busca de recompensa e de
novidades, em indivíduos dependentes de internet (Loh & Kanai, 2016; Shepherd,
2013). Também foram encontrados circuitos funcionais corticoestriatais alterados em
muitos outros transtornos psiquiátricos. Por exemplo, foram encontrados cir- cuitos
funcionais corticoestriatais interrompidos em pacientes com comportamen- tos
relacionados à recompensa e de dependência (Kühn & Gallinat, 2014).

Outro estudo apontou para a ocorrência de conectividade reduzida entre o nucleus


accumbens/corpo estriado ventral inferior e a cabeça caudal, sugerindo funçoe ̃ s
relacionadas à recompensa alteradas em indivíduos dependentes de internet, o que
indica que eles preferem menores recompensas imediatas (i.e., efeitos eufóricos
imediatos) em detrimento de recompensas maiores no futuro, como boa saúde, bons
relacionamentos ou sucesso profissional. Portanto, os resultados demonstraram
comprometimento dos circuitos funcionais corticoestriatais que envolvem o
processamento afetivo e emocional e o controle cognitivo, o que também sugeriu que
o transtorno de dependência de internet em adolescentes pode compartilhar
mecanismos psicológicos e neurais com outros tipos de transtornos do controle de
impulsos e dependência de substâncias (Lin et al., 2015).
Outra pesquisa interessante que vale a pena descrever investigou mais
detalhadamente as características envolvidas nos gânglios da base e no corpo
estriado e nos processos de formação de hábitos. Usando um modelo animal, os
pesquisadores treinaram camundongos saudáveis para criar hábitos de ingestão de
açuc
́ ar em graus de severidade variados pressionando uma alavanca (para receber
doces). Os animais que se tornaram dependentes continuavam a pressionar a
alavanca mesmo depois de os doces terem sido removidos (O’Hare et al., 2016). Em
seguida, os pesquisadores compararam os cérebros dos camundongos que haviam
criado o hábito com aqueles do grupo-controle e estudaram a atividade elétrica nos
gânglios da base.

Os gânglios da base são uma rede de áreas cerebrais (corpo estriado dorsal, corpo
estriado ventral, globo pálido, globo pálido ventral, substância negra e nú- cleo
subtalâmico) que controla as açoe ̃ s motoras e os comportamentos compulsivos
(inclusive a dependência de substâncias). Eles estão envolvidos principalmente na
seleção da ação e ajudam a determinar a decisão entre os diversos comportamen-
tos possíveis a executar em qualquer dado momento. De modo mais específico, a
função primária dos gânglios da base provavelmente é a de controlar e regular as
atividades das áreas corticais motoras e pré-motoras para que os movimentos vo-
luntários possam ser realizados. Estudos experimentais mostram que eles exercem
influência inibitória sobre vários sistemas motores e que a liberação dessa inibição
permite ao sistema motor se tornar ativo.

A conhecida mudança de comportamento que ocorre dentro dos gânglios da base é


influenciada por sinais vindos de muitas partes do cérebro, inclusive do cór- tex pré-
frontal, que tem um papel-chave na função executiva. Além disso, há dois tipos
principais de vias que carregam mensagens opostas durante o comportamen- to: a
primeira via carrega um sinal para seguir em frente com uma ação, ao passo que a
outra via faz um sinal para parar. O sinal para parar também se intensifica no cérebro
habituado, pois é tradicionalmente visto como o fator que ajuda a evitar um
comportamento.

O estudo animal mencionado aqui mostrou que ambas as vias, de ir e parar, estavam
mais ativas nos camundongos habituados com o açúcar, e os pesquisado- res
constataram que o momento da ativação muda em ambas as vias; ou seja, nos
camundongos que criaram um hábito, a via de “ir” se acendeu antes da via de parar.
Em cérebros sem o hábito, o sinal de “parar” precedeu o sinal de “ir”.

Essas mudanças nos circuitos cerebrais foram tão duradouras e evidentes que foi
possível ao grupo prever quais camundongos haviam criado um hábito ape- nas
olhando para partes isoladas de seus cérebros. Os cientistas já haviam notado que
essas vias opostas dos gânglios da base parecem estar em competição, embora
nenhum tenha demonstrado que um hábito fornece a via de “ir” antes do início. O
grupo observou que as alterações na atividade de “ir” e “parar” ocorreram em toda
a região dos gânglios da base enquanto estudavam subgrupos específicos de células
cerebrais, o que pode, mais provavelmente, pressionar um paciente a se en- gajar
em outros hábitos não saudáveis ou em dependências. Para romper o hábito, os
pesquisadores incentivaram os camundongos a mudar seu comportamento sim-
plesmente recompensando-os se eles parassem de pressionar a alavanca. Os camun-
dongos que mais tiveram sucesso foram aqueles com células de “ir” mais fracas.

Para ter mais pistas sobre os comportamentos compulsivos e oferecer novas


possibilidades de intervenção para o uso abusivo de tecnologia, é necessário aguar-
dar até que o experimento seja extrapolado para modelos humanos.
Problemas físicos

Ficar sentadas por tanto tempo, olhando para uma tela, faz com que não
desenvolvam sua forca de core. Isso as leva a ter má postura e não conseguir se
sentar porque seu core não as mantem eretas.

É irônico, mas uma primeira infância passada dentro de casa diante de um aparelho
digital não capacita as crianças a tarefas de ficar sentadas na escola, ao passo que
crianças que correm e são ativas tem um bom controle muscular e são mais capazes
de permanecer sentadas.

Interação social
O excesso de tela esta impedindo as crianças em idade latente de aprender a brincar.
No inicio da idade latente as crianças estão no estagio da brincadeira paralela –
brincam ao lado de outras crianças, mas não com elas. Isso porque elas entendem
que os aspectos sociais de brincar, como compartilhar e negociar são muito difíceis.
Em resumo, nessa idade o foco é mais tirar o brinquedo da mão da outra criança do
que compartilhar. Quando entram na escola ficam mais interessadas em brincar em
grupo e entendem que um companheiro de brincadeiras pode ser muito legal.
Brincar é crucial para o desenvolvimento social e emocional de uma criança. O
currículo do ensino primário é um programa de aprendizado centrado em brincadeiras
e na exploração auto direcionada, de modo que as crianças podem ir a diferentes
mesas dentro da sala de aula e escolher quais atividades querem realizar. As crianças
que tem muito tempo de tela tendem a passar de uma atividade para outra e costuma
ter dificuldade para se concentrar nas atividades oferecidas – porque estas exigem
habilidades de brincadeiras, mas avançadas do que elas possuem.

Foco e concentração
A internet tem um ritmo muito veloz.
O problema aqui é que os cérebros em desenvolvimento das crianças passam a se
acostumar com esse ritmo rápido de informações. Elas se habituam com a
gratificação e recompensa instantâneas – se realizam uma tarefa corretamente num
aplicativo ou completam uma fase do jogo, ganham um certificado virtual ou surge
uma medalha na tela. O aprendizado no mundo real é muito mais lento, e sua
gratificação, muito menos instantânea. As crianças que passam muito tempo em
dispositivos digitais podem aprender a se tornar boas em multitarefas, mas seria sob
risco de perderem o foco e a concentração? Se as crianças não conseguem se
concentrar, esse é um problema enorme para a educação futura delas.

Aprendizado e educação

As telas entregam conhecimento, de modo que as crianças não precisam procurá-lo


por conta própria. As gerações anteriores de crianças teriam de procurar e encontrar
conhecimento. As informações e o aprendizado eram conquistados a duras penas.
Agora a crianças podem acessar informações ao toque de um botão, e a experiência
de aprendizado é passiva e entregue a elas. Essa é uma forma totalmente diferentes
de aquisição de conhecimento.

Muito tempo de tela na latência também pode afetar o desenvolvimento do cerebral.


Desde o nascimento ate os cinco anos de idade, o cérebro da criança cria conexões
neurais e desenvolve vias neurais no dobro da velocidade do que vai acontecer aos
cinco anos. Depois disso, as conexões são solidificadas e as vias utilizadas são
aquelas que forem reforçadas, enquanto as não utilizadas murcham e são “podadas”.
Portanto, se uma criança estiver fazendo atividades repetitivas, correm o risco de
não desenvolver a profundidade e a abrangência de conexões neurais de que vão
precisar para sustentar seu aprendizado no futuro, pois as únicas vias sendo
reforçadas são as relativas a atividades digitais.
Problemas sociais
As telas não devem substituir a interação humana. As crianças precisam de muito
tempo cara a cara com outras pessoas para captar sinais sociais como expressões
faciais, linguagem corporal e tom de voz.

“A interação face a face entre indivíduos particulares desempenha um papel


fundamental na construção do ser humano: é através da relação interpessoal
concreta com outros homens que o individuo vai chegar a interiorizar as formas
culturalmente estabelecidas de funcionamento psicológico. Portanto a interação
social, seja diretamente com outros membros da cultura, seja através dos diversos
elementos do ambiente culturalmente estruturado, fornece a mateira prima para o
desenvolvimento psicológico do individuo”. (Marta Kohl – Vygotshy: aprendizado e
desenvolvimento, pág. 42)

A principal função do intercambio social é para se comunicar com seus semelhantes


onde o homem cria e utiliza os sistemas de linguagem. Essa função de comunicação
com os outros é bem visível no bebe que esta começando a aprender a falar: ele não
sabe ainda articular as palavras, nem é capaz de compreender o significado preciso
das palavras utilizadas pelos adultos, mas consegue se comunicar seus desejos e
seus estados emocionais aos outros através de sons, gestos e expressões. É a
necessidade de comunicação que impulsiona, inicialmente, o desenvolvimento da
linguagem. (Marta Kohl – Vygotshy: aprendizado e desenvolvimento, pág. 38)

Algumas soluções

As crianças aprendem e se desenvolvem através do “fazer”- tentar, praticar, resolver


problemas, aprender tarefas diferentes. Não substitua a parte “fazer” do
desenvolvimento infantil por telas. O tempo de tela normalmente consiste apenas
em assistir.

Garanta que os aparelhos digitais não sejam o único foco no repertorio na hora de
brincar.

Desvie a atenção de seu filho. Usamos muito essa técnica com crianças pequenas,
mas ela também pode funcionar com crianças mais velhas. Distraia seu filho
sugerindo outra tarefa, seja um jogo ou atividade, para tira-lo da frente da tela.

Use o computador de maneiras diferentes. A internet é cheia de ideias, então use a


tela para direcionar seu filho a outras atividades., por exemplo, peca pra ele procurar
um vídeo de como fazer um foguete com rolo de papel higiênico para depois sair e
realmente fazer o brinquedo.

Tente priorizar a brincadeira na vida real para crianças menores, no lugar da


brincadeira virtual.

Ajude a fundamentar o desenvolvimento social gerando oportunidades para o seu


filho encontrar outras crianças. Continue misturando os grupos para que ele interaja
com a maior variedade de pessoas possível.

De a seu filho muitas oportunidades sócias –participar de clubes, sair em passeios


de grupo, ir a parques, playgrounds e fliperamas. São todos lugares onde seus filhos
podem conhecer outras crianças e travar conversas.

Possuir um aparelho
A maioria das crianças em idade latente não tem as habilidades cognitivas apara
conseguir adiar a gratificação, o que significa que elas têm uma capacidade muito
limitada de esperar por algo. Elas também têm um relógio interno pouco
desenvolvido, o que significa que são muito menos capazes de entender a passagem
do tempo. Portanto, se ninguém as confrontar nem definir regras, elas vão ficar no
aparelho continuamente.

Duas reservas sobre a criança ter o próprio dispositivo digital:


- Isso vai causar mais tempo de tela?
-vai provocar tempo de tela privado/desregulado?

Tempo de tela desregulado

- 44% das crianças estão navegando na internet, em redes sociais e assistindo a


conteúdo na internet sem supervisão adulta.

VOCÊ precisa assumir a responsabilidade e ter um plano e regras definidos!


Em geral, possuir o próprio aparelho da as crianças a ilusão de controle. Isso é
particularmente verdade no caso de crianças mais velhos que tenham economizado
para comprar seu próprio aparelho. A logica é “Eu paguei por isso, então é meu e
tenho o direito de decidir quando e por quanto tempo usar e onde vou guardar”
Os pais precisam demonstrar autoridade

CUIDADO.

Algumas recomendações básicas para o uso da internet, de acordo com a faixa etária:

Ter ou não um aparelho

Antes de um aparelho entra em casa é preciso definir as regras de sua utilização.


Muitos pais, por ser o primeiro filho, mal fazem ideia do poder que um aparelho
digital pode ter e como ele pode assumir o controle se você parar de prestar atenção.
Pense nas regras que vai definir o tempo de tela, pois não há respostas certas e
erradas a essas perguntas pois os pais precisam pensar na questão e decidir quais
as regras vão funcionar melhor para a sua família.

É uma boa ideia que os pais entendam como funciona o aparelho antes de dar ao
filho.
Os aparelhos competem com o tempo social. Ficar on-line é uma atividade isolada e
solitária que impede as crianças de ter interações na vida real. Pelo menos, se a
criança estiver tendo tempo de tela perto de outras pessoas, não é isolador.
Para manter uma autoridade paterna e materna precisa haver envolvimento com seu
filho.

Enquanto bebês e crianças de ate três anos estão dando passos enormes no
desenvolvimento motor e de linguagem, as crianças em idade latente estão em um
processo mais emocional e social. Elas estão observando, aprendendo,
desenvolvendo suas personalidades e absorvendo informações a respeito do mundo.
O desenvolvimento social e emocional é atingido através da observação, copia e auto
identificação. Os aparelhos digitais impedem isso.

Algumas soluções

- Com a contribuição do seu filho, defina regras de tela para toda a família e as anote
de forma que ele consiga entender. Essas regras podem incluir o comportamento
geral (hora de dormi, hora de lição de casa e a hora para tecnologia).
- Defina um cronograma que exiba exatamente quando as crianças podem ou não
ter tempo de tela (antes de dormir, ou não pode antes do café da manha) Encontre
o que se encaixa na rotina da família. Use recursos visuais.

- Inclua possíveis exceções no cronograma, para que fique claro e não haja confusão.
A criança pode ter 1 hora por dia nos finais de semana, desde que não haja
compromissos ou eventos de família.

- Limite quando e onde os aparelhos podem ser usados, com base nas regras da
família. Na mesa de jantar, na casa da vó, na igreja.

- Lembre-se sempre de monitorar o uso do aparelho de seu filho para saber se ele
esta seguindo as regras.

- tente interagir com a criança quando elas estiverem na internet ou num aparelho,
demonstre interesse no que estão fazendo.

- Coloque um timer no aparelho do seu filho para que ele tenha noção do tempo de
tela

- Bloqueie o wi-fi de aparelhos quando não quiser que seus filhos estejam on-line

Riscos virtuais e como manter as crianças seguras

“Uma avenida movimentada para as crianças”

Cuidado com pedófilos


Cuidado com assédios (Grooming)
Compartilhar imagens inapropriadas

Bulling virtual :
- Envio de mensagens ameaçadoras
- criação e compartilhamento de imagens ou vídeos vergonhoso
- “trolagem”
- Exclusão
- Criação de sites com conteúdo de ódio
- Incentivo a auto flagelagem
- Criação de contas falsas, invasão de perfis ou roube de identidade
- Envio de imagens explicitas

Amigos virtuais não são amigos de verdade

Os benefícios do tempo de tela

A tecnologia mudou nossas vidas e esta ai para nos ajudar. Melhor então
trabalharmos juntos e encontrar maneiras saudadveis e equilibradas de integra-la
em nossas casas.
É importante ser consciente dos riscos e permanecer no controle, e nosso grabalho
como pais é ajudar nossos filhos a criar hábitos saudáveis para o futuro.

Tempe de tela passivo:


- Assistir TV
- Olhar as redes sócias
- Ver vídeos no Youtube
- Navegar na internet

Tempo de tela ativo:


- Programação
- Criar um site ou escrever um blog
- Fazer um filme, animação ou vídeo para o Youtube
- Tirar fotos e edita-las
- Aprender uma habilidade nova
- Compor musica digital
- Jogar jogos de computador
- Procurar informações ou pesquisar coisas

No futuro, se desenvolvermos uma amizade saudável com a tecnologia, Puerta


acredita que ela será uma forte aliada desde as situações mais rotineiras, com
aplicativos que simplificam a vida, até a tomada de decisões complexas, com a ajuda
de mecanismos de inteligência artificial. Para ele, é aí que a Dell pode se destacar
cada vez mais como protagonista desse mercado. “Creio que a tecnologia tende a
impulsionar as capacidades humanas e trazer ganhos significativos para a sociedade.
A partir de dados e recursos tecnológicos, as pessoas terão ‘superpoderes’ que,
quando utilizados de forma adequada, melhorarão a qualidade de vida e o planeta. “
Diego Puerta como vice-presidente para Consumidor Final e Pequenas Empresas para
o Brasil

Tecnologia em salas de aulas


- O uso de Tablets para realizar atividade de alfabetização na sala de aula estimulava
a motivação e a concentração das crianças;

O lado positivo do jogo

- Há os benefícios terapêuticos do vídeo game, por exemplo, eles podem ser usados
para distrair e relaxar as crianças que estão passando por quimioterapia, e também
são usados para ajudar crianças com necessidades especiais como dificuldade no
aprendizado, TDAH, autismo.

Os pais também devem se desconectar

- Estar mais presente na vida dos filhos


- As crianças aprendem imitando os pais
- Pratique o que você prega
- O que as famílias podem fazer juntos?
- Como reduzir o tempo de tela?

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