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Instituto Federal do Rio De Janeiro – Campus Duque De Caxias

Óxidos e soluções

Duque De Caxias – Rio De Janeiro


16/09/2019
Marcos Silva De Moura
Érica De Melo Azevedo
Química Geral II

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1. Introdução

1.1 Óxidos

Óxidos são compostos binários, isto é, substâncias formadas por dois elementos
químicos, dentre os quais o oxigênio é o elemento mais eletronegativo. Devido ao fato de
que o flúor é o elemento mais eletronegativo da tabela periódica, ele não pode ser um dos
elementos formadores de óxidos. Os óxidos podem ser classificados em básicos, ácidos,
anfóteros, duplos, neutros e em peróxidos.

1.1.1 Óxidos básicos

São óxidos que, ao regirem com água, produzem uma base. E, reagindo com um ácido,
produzem sal e água. Os óxidos básicos são formados por metais com números de
oxidação baixos. Óxidos dos metais alcalinos e alcalino-terrosos reagem com a água. Já
os demais óxidos básicos são poucos solúveis em água.

1.1.2 Óxidos ácidos

São óxidos compostos por um não-metal. Reagindo com a água produzem um ácido.
E, reagindo com uma base, produzem sal e água. Os óxidos ácidos são compostos
moleculares solúveis em água, na maioria dos casos.

1.1.3 Óxidos anfóteros

São aqueles óxidos que ora se comportam como ácidos e ora se comportam como
básicos. Eles podem reagir ou com um ácido forte, ou com uma base forte. São, em geral,
sólidos, iônicos, insolúveis na água e podem ser formados por metais ou por semimetais.

1.1.4 Óxidos duplos

São óxidos que se comportam como se fossem formados por dois outros dois óxidos
do mesmo elemento químico.

1.1.5 Óxidos neutros

Esse tipo de óxido não reage com água, nem com ácidos e nem com bases. São
compostos moleculares, formados por não-metais e gasosos. Não é só porque os óxidos
neutros são considerados neutros que eles estejam imunes de participarem de outras
reações. Um exemplo disso é o monóxido de carbono (CO).

1.1.6 Peróxidos
São óxidos que reagem ou com a água ou com ácidos diluídos, produzindo água
oxigenada (H2O2).

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1.2 Soluções

Uma solução se trata de uma mistura homogênea constituída por duas ou mais
substâncias. Para melhor entender uma solução, é necessário saber o que é um soluto e o
que é um solvente.

Soluto: é o dissolvido na solução.

Solvente: é a substância que dissolve na solução.

Mediante ao coeficiente de solubilidade do soluto, haverá solução concentrada e


solução diluídas. Soluções concentradas são aquelas em que o soluto está em maior
quantidade em comparação ao solvente. Já as soluções diluídas, são aquelas em que o
soluto está em menor quantidade em relação ao solvente.

2. Objetivos

Essa prática tem por objetivos o aprimoramento da aprendizagem sobre óxidos,


óxidos básicos, óxidos ácidos, óxidos neutros, óxidos anfóteros, óxidos duplos,
peróxidos e sobre soluções. Outrossim, urge salientar a realização dessa prática
para que, a partir dos procedimentos realizados, as pessoas envolvidas possam
observar e analisar como que as reações envolvendo óxidos acontecem na prática.
E, também para que as pessoas aprendam como que uma solução é feita e como
sua concentração é calculada.

3. Arranjo experimental

Materiais Reagentes

Bécheres Água deionizada (H2O)

Tubos de ensaio Óxido de cálcio (CaO)

Papel indicador universal Hidróxido de sódio (NaOH)

Pipeta graduada Peróxido de hidrogênio (H2O2)

Pera de sucção Sulfato ferroso (FeSO4)

Bastão de vidro Permanganato de potássio (KMnO4)

Espátula Sulfato de cobre (CuSO4)

Canudo Azul de bromotimol

Pisseta Fenolftaleína

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Aparelhagem para filtração simples Cloreto de sódio (NaCl)

Cilindro graduado Solução de ácido clorídrico (HCl)

Balança

4. Procedimento experimental
4.1 Óxidos
4.1.1 Óxidos básicos
a) Óxido de cálcio + água

Em um bécher de 25 mL, adicionou-se 20 mL de água deionizada e uma pequena


quantidade (ponta de espátula) de óxido de cálcio (CaO) e misturou-se com o auxílio do
bastão de vidro. Logo após, montou-se a aparelhagem para a execução de uma filtração
simples. Tendo feito isso, filtrou-se a água deionizada com o CaO. Colocou-se 2 mL do
filtrado em um tubo de ensaio e armazenou-se o resto para o procedimento 3.1.2 c. No
tubo de ensaio contendo o filtrado, adicionou-se 2 gotas de fenolftaleína e observou-se o
resultado.

b) Óxido de cálcio + ácido clorídrico

Em um tubo de ensaio, adicionou-se uma pequena quantidade (ponta de espátula)


de óxido de cálcio. Logo após, adicionou-se, com o auxílio de uma pipeta graduada e a
pera de sucção, 2 mL de solução 10% de ácido clorídrico. Agitou -se o tubo e observou-
se a reação obtida.

4.1.2 Óxidos ácidos


a) Dióxido de carbono + água

Em um bécher de 25 mL, adicionou-se 10 mL de água deionizada e 5 gotas de azul


de bromotimol. Tendo feito isso, assoprou-se a solução e observou-se a mudança na
coloração da mesma.

b) Dióxido de carbono + hidróxido de sódio

Em um bécher de 50 mL, adicionou-se 1 mL de solução 0,1 mol/L de hidróxido de


sódio e 3 gotas de fenolftaleína. Logo após, adicionou-se água destilada a esse mesmo
bécher até sua metade. Tendo feito isso, assoprou-se a solução e observou-se o resultado
obtido.

c) Dióxido de carbono + hidróxido de cálcio

No bécher que foi reservado para essa prática ainda no procedimento 3.1.1 a,
verificou-se qual era o pH da solução com o auxílio do papel indicador universal. Tendo
feito isso, assoprou-se a solução e observou-se a formação de precipitado.

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4.1.3 Peróxidos
a) Peróxido de hidrogênio + dióxido de manganês
Em um tubo de ensaio, adicionou-se 1 mL de peróxido de hidrogênio e, logo após,
uma pequena quantidade (ponta de espátula) de dióxido de manganês e observou-se a
reação obtida.

4.2 Soluções
a) Permanganato de potássio + sulfato ferroso + meio ácido

Em três tubos de ensaio, colocou-se permanganato de potássio e água destilada do


seguinte modo:

TUBO 1: 3 mL de permanganato de potássio 0,2% m/v;

TUBO 2: 2 mL de permanganato de potássio 0,2% m/v + 1 mL de água destilada;

TUBO 3: 1 mL de permanganato de potássio 0,2 % m/v + 2 mL de água destilada.

Em seguida, utilizou-se uma pipeta graduada de 5 mL e a pera de sucção para


transferir solução acidulada de sulfato ferroso potássio 0,2% m/v para os tubos de ensaio,
a fim de que observasse o descoramento das soluções nos tubos. A quantidade que cada
tubo recebeu da solução de ácido ferroso está representada na tabela abaixo:

Tubos Quantidade de sulfato ferroso (em mL)

Tubo 1 31,9 mL

Tubo 2 23,3 mL

Tubo 3 10 mL

b) Diluição do ácido clorídrico

Mediu-se o pH de uma solução 10 % de ácido clorídrico com um papel indicador


universal. Em seguida, em uma proveta de 100 mL, colocou-se 1 mL da solução 10 % de
ácido clorídrico e acrescentou-se água deionizada até 50 mL. Agitou-se a solução e
mediu-se o pH da mesma. Tendo feito isso, encheu-se a proveta até 100 mL com água
deionizada e mediu-se o pH da solução.

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c) Preparo da solução de sulfato de cobre

Em um bécher de 50 mL, pesou-se 0,1601 g de sulfato de cobre e o dissolveu com o


auxilio do bastão de vidro no menor volume de água destilada possível. Tendo feito isso,
transferiu-se o sulfato dissolvido para um cilindro graduado de 100 mL e adicionou-se
água destilada no cilindro até 50 mL. Logo após, homogeneizou-se as substâncias,
formando uma solução. Calculou-se, após a formação da solução, a concentração em %
m/v e g/L da mesma.

d) Dependência da concentração pela solubilidade


Adicionou-se, separadamente, em dois tubos de ensaio, 5 mL de água destilada. No
tubo 1, acrescentou-se 0,2 g de cloreto de sódio e homogeneizou-se as substâncias
contidas no tubo. Já no tubo 2, adicionou-se 0,2 g de óxido de cálcio e homogeneizou-se
as substâncias presentes no tubo. Tendo feito isso, comparou-se o resultado dos dois
tubos.

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5. Resultado e análise de dados
5.1 Óxidos
5.1.1 Óxidos básicos
a) Óxido de cálcio + água

O óxido de cálcio (CaO) é pouco solúvel em água, por isso não formou uma mistura
homogênea. Ao reagir com a água, o CaO forma do hidróxido de cálcio (Ca(OH)2). A
solução de hidróxido de cálcio era incolor. Porém, ao adicionar fenolftaleína, a solução
ficou vermelha. Isso se deve pelo fato de que o pH do hidróxido de cálcio ser entorno de
12,8, o que é acima da zona de viragem da fenolftaleína, como demonstra a tabela abaixo:

Substância Cor abaixo da Zona de viragem Cor acima da zona


zona de viragem de viragem

Fenolftaleína Incolor 8,3 – 10,0 Vermelho

CaO + H2O  CaOH

b) Óxido de cálcio + ácido clorídrico

Ao reagir com o ácido clorídrico (HCl), o óxido de cálcio (CaO) formou o sal cloreto
de cálcio (CaCl), que é insolúvel na água.

2HCl + CaO  CaCl2 +H2O

5.1.2 Óxidos ácidos


a) Dióxido de carbono + água

Ao adicionar 5 gotas de azul de bromotimol na água, ela ficou verde. Isso aconteceu,
pois, a água tem o pH 7, que está dentro da zona de viragem do azul de bromotimol.
Contudo, quando se assoprou dentro da solução com o auxílio do canudo, foi observado
que a solução ficou amarela. Isso se deve pelo fato de que, ao adicionar dióxido de
carbono à solução, formou-se o ácido carbônico (H2CO3), que possui pH abaixo da zona
de viragem do azul de bromotimol. A tabela abaixo indica a zona de viragem do azul de
bromotimol.

Substância Cor abaixo da Zona de viragem Cor acima da zona


zona de viragem de viragem

Azul de bromotimol Amarelo 6,2 – 7,6 Azul

CO2 + H2O  H2CO3

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b) Dióxido de carbono + hidróxido de sódio

Ao adicionar três gotas de fenolftaleína ao 1 mL de hidróxido de sódio contido no


bécher, a solução ficou rosa, indicando que ela era básica. Mas, ao adicionar Co2 por
meio do sopro, a solução foi ficando incolor. Isso aconteceu, pois, formou o carbonato de
sódio.

CO2 + 2NaOH  Na2CO3 + H2O

c) Dióxido de carbono + hidróxido de cálcio

O pH da solução era igual a 13. Conforme o CO2 foi reagindo com a solução, ela foi
formando precipitado. Isso ocorreu porque foi se formando um sal insolúvel em água, o
carbonato de cálcio.

CO2 + Ca(OH)2  CaCO3 +H2O

5.1.3 Peróxidos
a) Peróxido de hidrogênio + dióxido de manganês

Ao adicionar o dióxido de manganês (MnO2) no peróxido de hidrogênio, houve uma


reação de liberação de gás e a solução ficou quente. Foi possível perceber isso pelo fato
de que o oxigênio foi liberado e a reação ficou quente devido às borbulhas.

5.2 Soluções
a) Permanganato de potássio + sulfato ferroso + meio ácido

No tubo 1, para alcançar a coloração clara, foram necessários 31,9 mL de solução de


sulfato ferroso. Já no tubo 2, foram necessários 23,3 mL para perceber a coloração clara.
Para o tubo 3, foram necessários 10 mL da solução para obter a coloração clara. A partir
disso, concluiu-se que, quanto mais quantidade de água, menos mL de sulfato ferroso foi
necessário para alcançar a coloração clara. Esse fenômeno acontece por causada
concentração. Por exemplo: no tubo 1, o permanganato de potássio estava muito
concentrado, por isso precisou de mais sulfato ferroso para “dissolvê-lo” e deixa-lo com
uma coloração branca. Já no tubo 3, o KMnO4 estava muito menos concentrado. Por isso
ele precisou de menos quantidade de sulfato ferroso para “dissolvê-lo” e deixa-lo com
uma coloração branca.

8H2SO4 + 10FeSO4 + 2KMnO4  8H2O + 5Fe2(SO4)3 + 2MnSO4 + K2SO4

b) Diluição de ácido clorídrico

Ao verificar o pH de uma solução 10% de ácido clorídrico (HCl), constatou-se que


era igual a 0. Porém, ao adicionar 1 mL dessa solução e 49 mL de água deionizada em
um cilindro graduado, observou-se que o pH aumentara para 1. Ao adicionar 50 mL de
água a esse mesmo cilindro, constatou-se que o pH da solução aumentou para 2. Isso

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aconteceu porque, conforme foi aumentando a quantidade de água, a concentração do
HCl ia diminuindo e, com isso, seu pH ia aumentando.

c) Preparo da solução de sulfato de cobre

Logo após a homogeneização das substâncias, calculou-se a concentração da


solução em % m/v e g/L e foi encontrado os seguintes resultados:

 % ; m/v
g mL

0,1601-------50 50X=16,01

X-------------100 X= 0,3202%

. g/L
𝑚1 0,1601𝑔
= 50.10−3 𝐿 = 3,202 g/L
𝑣

d) Dependência da concentração pela solubilidade

Ao adicionar o cloreto de sódio na água (NaCl), percebeu-se que o mesmo é solúvel


em água. O NaCl se trata de um composto iônico e que, ao entrar em contato com a água,
sofre dissociação, formando os íons Na+ Cl-.

NaCl  Na+ Cl-

Contudo, no caso do óxido de cálcio (CaO), analisou-se que o mesmo não é solúvel
em solução aquosa, pois ao reagir com a água, o CaO forma um sal insolúvel.

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6. Conclusão

a) Óxidos

Na prática realizada foi possível observar a formação de óxidos básicos, óxidos ácidos
e a liberação de gás, no caso do peróxido. Além disso, foi imprescindível o uso de
indicadores ácido-base. Pois, por meio deles, foi possível discernir quais óxidos eram
básicos e quais óxidos eram ácidos.

b) Soluções
Observou-se que dependendo de diversos fatores, como a concentração, as reações
acontecem mais rápidas ou mais lentas. Foi possível analisar que uma solução
concentrada reage mais rápido do que uma solução mais diluída, pois, há mais moléculas
do soluto possibilizando a interação dessas moléculas de uma forma mais fácil. Além
disso, aprendeu-se como calcular essas concentrações e como preparar diversas soluções.

7. Bibliografia

FELTRE, Ricardo A. Química: Química geral 1.7.ed. São Paulo: Moderna, 2009.

SANTOS, W.L Pereira; MÓL, G.Souza. Química cidadã.2.ed. São Pulo: AJS, 2016

10 | P á g i n a

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