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Bancada Hidrostática – Determinação de Centro de Pressão e Forças Resultantes

1.RESUMO
A determinação das forças que atuam sobre superfícies planas
submersas é um problema frequente da estática dos fluídos. Essas forças
são merecidas por causa das distribuições de pressões nos fluidos. Realizou-
se uma experiência que consiste em encher com água um reservatório em
forma de anel, onde actua a força hidrostática. O ponto de aplicação
dessa força é chamado de centro de pressão, e a determinação deste
ponto e a força que nela atua são os principais objetivos desta
experiência.

Obtiveram-se vários resultados em função do número de medições


do nível da água (s). Tem-se como exemplo, duas medições com s<100
mm e com ângulo de 0º, a 1ª medição onde: s=0,076 m, e= 0,0126 m, Pc=
323,4 Pa e Fp=2,122 N e a 3ª medição onde: s=0,092 m, e=0,0153 m,
Pc=450,8 Pa e Fp=3,111 N. Com estes resultados observou-se que o nível da
água (s), o centro de pressão (e), a pressão do centro (Pc) e a força
resultante (Fp) são diretamente proporcionais, pois ao longo do aumento
do nível da água a pressão e a força resultante aumentavam. O mesmo
sucedeu para os restantes valores de s>100 mm e para os valores obtidos
com o reservatório num ângulo de 30º. Comparando-se valores de força e
pressão com 0 e 30º: Pc= 323,4 Pa e Fp=2,122 N para 0º e Pc=205,8 Pa e
Fp=0,740 N, para 30 º, nota-se que, os valores de força e pressão num
ângulo de 0º são maiores em relação aos valores para um ângulo de 30º
tanto para s<100 mm como para s>100mm.

Os erros calculados foram altos numa escala de 1 à 50%, apesar dos


valores divergirem uns dos outros, obteve-se como um valor máximo de
erro 42,7% numa das medições com o reservatório à 0º e um de 37,94%
para o reservatório inclinado, isso para os valores do comprimento e do
braço da alavanca. Para os erros no cálculo da força teve-se um erro de
47% com 0º e um de 68,93% com o reservatório inclinado. Erros estes que
podem ser originados pela falta de prática dos operadores e alguma
sensibilidade do próprio equipamento.

De acordo com todos os resultados e valores de erros conclui-se que


a variação do centro de pressão não depende do nível da água ou seja
do volume adicionado, mas sim do ângulo em questão e que a pressão e
a força são directamente proporcionais ao nível da água em questão.

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. 2. MATERIAIS E MÉTODO EXPERIMENTAL


Para a realização da experiência, foram utilizados o equipamento
HM115, e os pesos para equilibrar o sistema, o fluido utilizado na
experiência foi a água.
A figura abaixo apresenta um esquema da montagem do
equipamento HM115:

Fig.1- Anel de água da bancada hidrostática – Equipamento HM115

Legenda

1. Reservatório de água em forma de anel


2. Dispositivo de paragem do anel
3. Controlo deslizante
4. Pino de paragem

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Fig. 2 - Figura ilustrativa do equipamento: Anel de água da bancada


hidrostática – Equipamento HM115,
HM115, balança analítica e pesos.

Encontrou-se
se o equipamento já montado, como ilustra a figura 2.
Para a medição dos valores de nível de água acima e abaixo de 100mm
100
indicados no protocolo (1). Os valores dos
foram seguidos os procedimentos indica
braços da alavanca foram lido
lidos depois de ter-se
se atingido o equilíbrio entre
o peso e o reservatório de água.
Teve-se dificuldade em equilibrar o sistema
ma e em encontrar os pesos
ideais para que o sistema se equilibrasse,
equilibrasse, mas ao longo do tempo foi
possível ganhar prática e usar os métodos necessários para o êxito da
prática.

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3. RESULTADOS

As fórmulas utilizadas para obtenção de alguns resultados foram as


seguintes:

 Para um nível de água menor que 100 mm (ou s<100):

= = 200 −

= =

 Para um nível de água maior que 100 mm (ou s>100):

( )
= = 150 +
( )

= ( − 50 ) = 100

 Com o vaso inclinado, para um nível da água s<sh:

ℎ= = ℎ = 200 − ℎ

= = ℎ.

 Com o vaso inclinado, para um nível da água s>sh:

( )
= = 150 +

= ( − − 50 . ) = 100 .

Onde: s - nível da água; e - Distância do centro de pressão D; LD -


Distância ao centro de movimento da unidade; b=75 mm - largura do
líquido no reservatório; Pc - pressão hidrostática no centro planar de forças;
st - nível da água mais baixo; sh - nível da água mais alto; h - altura da
superfície ativa; Aactiva - superfície ativa.

 Força resultante (calculada em todos os níveis e ângulos usados):

= ×

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A fórmula usada para o cálculo do erro:

ó −
= × 100%
ó

Onde: x representa as variáveis em estudo, nomeadamente:


nomeadamente
 l (Braço da alavanca) – X teórico;
 LD (Distância ao centro de movimento da unidade) - X
experimental;
 Fg (força gravítica) – X teórico;
 Fp (força resultante) – X experimental.

Para os cálculos apresentados c


considerou-se
se os seguintes dados:

 Densidade da água ((ρ=1000 kg⁄m3 - 3,98 ºC)


 m 2)
Força gravítica (g=9,8 m⁄s

1. Tabela dos resultados para um nível de água menor que 100 mm, ângulo 0º:

Medição s e l LD Pc Aactiva Fp Fg Erro l-LD Erro Fp-Fg

(m) (m) (m) (m) (Pa) (m2) (N) (N) (%) (%)

1ª 0,076 0,0126 0,286 0,1746 323,4 5,7x10-3 2,122 2,382 39 10,91

2ª 0,082 0,0136 0,265 0,1726 401,8 6,15x10-3 2,471 4,689 35 47,3

3ª 0,092 0,0153 0,295 0,1693 450,8 6,9x10-3 3,111 2,382 42,7 30,54

Nível da água em função da força de


pressão
6
Força de pressão - Fp (N)

5,5

5
Fp(N)
4,5

4
0,11 0,115 0,12 0,125 0,13
Nìvel da água - s (m)

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2. Tabela dos resultados para um nível de água maior que 100 mm, ângulo 0º:

Medição s e l LD Pc Aactiva Fp Fg Erro l-LD Erro Fp-Fg

(m) (m) (m) (m) (Pa) (m2) (N) (N) (%) (%)

1ª 0,112 0,0134 0,209 0,1634 607,6 7,5x10-3 4,557 4,689 21,81 2,81

2ª 0,124 0,0112 0,187 0,1612 725,2 7,5x10-3 5,439 5,935 13,79 8,35

3ª 0,126 0,0109 0,23 0,1609 744,8 7,5x10-3 5,586 4,689 30,04 19,1

Nível da água em função da força de


pressão
3,5
Força de pressão - Fp (N)

2,5

2 Fp (N)
1,5

1
0,07 0,075 0,08 0,085 0,09 0,095 0,1
Nível da água - s (m)

3.. Tabela dos resultados para um nível de água menor que 100 mm, ângulo
30º:

Med. s h e l LD Pc Aactiva Fp Fg Erro l-LD Erro Fp-Fg

(m) (m) (m) (m) (m) (Pa) (m2) (N) (N) (%) (%)

1ª 0,07 0,048 0,008 0,253 0,184 205,8 3,6x10-3 0,740 2,382 27,27 68,93

2ª 0,084 0,064 0,010 0,253 0,178 274,4 4,8x10-3 1,317 2,382 29,6 44,71

3ª 0,092 0,073 0,012 0,282 0,175 313,6 5,4x10-3 1,709 2,382 37,94 28,25

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Nível da água em função da força de


pressão
1,9
Força de pressão - Fp (N)

1,7
1,5
1,3
1,1 Fp (N)
0,9
0,7
0,5
0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
Nível da água - s (m)

4.. Tabela dos resultados para um nível de água maior que 100 mm, ângulo
30º:

Med. S h e l LD Pc Aactiva Fp Fg Erro l-LD Erro Fp-Fg

(m) (m) (m) (m) (m) (Pa) (m2) (N) (N) (%) (%)

1ª 0,102 0,085 0,014 0,169 0,171 362,6 6,3x10-3 2,311 4,689 1,16 50,71

2ª 0,110 0,094 0,015 0,195 0,168 401,8 7,1x10-3 2,832 4,689 13,84 39,6

3ª 0,126 0,113 7,6x1 0,25 0,157 536,0 7,5x10-3 4,020 4,689 36,96 14,26
0-3

Nível da água em função da força de


pressão
4,5
Força de pressão - Fp (N)

3,5

3
Fp (N)
2,5

2
0,1 0,105 0,11 0,115 0,12 0,125 0,13
Nível da água - s (m)

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4.DISCUSSÕES

Com os resultados obtidos, e com a análise dos gráficos, observou-se


que o nível de água (s) é directamente proporcional à pressão no centro e
consequentemente a força resultante, isto é, quanto maior o nível da água
maior a pressão e maior a força resultante do sistema.
Teoricamente, a medida que se aumenta o nível da água o centro
de pressão não varia, pois, geometricamente, o centro de uma figura
jamais mudará independentemente do volume a ser adicionado a este.
Visto que os fluidos adaptam-se a forma do recipiente onde se encontram,
em alguns casos, supõe-se que o centro de pressão do recipiente seja o
mesmo que o do fluido nele contido.
Comparando os valores das forças determinadas com os ângulos de
00 e 300, pode-se verificar que as forças determinadas com o ângulo de 00
são maiores, em relação as forças determinadas quando o reservatório
encontra-se inclinado à 30º. Esta diferença, deve-se ao facto de que a
força e o plano de área devem ser perpendiculares entre si. Logo, quando
o reservatório não se encontra inclinado o cosseno atinge o seu valor
máximo. Por outro lado, quando o reservatório é inclinado, a área em que
a força actua é o cateto adjacente do ângulo de 30º, consequentemente
o cosseno deste ângulo é menor, influenciado directamente no valor da
sua força.
Calculou-se o valor da força gravítica com os pesos que equilibram
o sistema. E notou-se que em algumas das medições o valor da força
gravítica era bastante próximo ao da força resultante, com isso podemos
supor que o sistema estava bastante em equilíbrio.

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5. CONCLUSÕES

Durante a experiência, houve a familiarização com os equipamentos


utilizados que não eram tão simples, porém não eram de difícil manuseio.
Foi possível analisar o comportamento esperado do fluido no
equipamento.
Houve a necessidade de se fazer muitos cálculos, e com a ajuda das
várias equações utilizadas, foi possível não só calcular, como analisar o
comportamento e retirar as conclusões necessárias.
Na nossa experiencia, verificou-se que o centro de pressão tende a
ser maior para o ângulo de 00 do que para o ângulo de 300,
independentemente dos volumes de agua utilizados em cada passo da
experiência. Desta forma podemos dizer que variação do centro de
pressão não depende do nível da água ou seja do volume adicionado,
mas sim do ângulo em questão.
Com todos os resultados foi possível concluir que quanto maior a
altura, maior será a pressão do fluído. E também que quanto maior a
inclinação do reservatório menor será a pressão que o fluido exercerá e a
força resultante.
Mediante os erros obtidos, conclui-se que a prática teve êxito,
apesar dos valores dos mesmos que se consideraram como normais devido
a sensibilidade do material sendo que, os comportamentos esperados do
fluido foram observados.

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6. BIBLIOGRAFIA

1. Guia de Laboratório – Mecânica dos Fluidos Experiência: Bancada


hidrostática – experiências relacionadas com o centro de pressão -
Aparelho HM115 - Sílvia Margarida Carvalho Santos
2. http://docslide.com.br/documentos/centro-de-pressão.

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QUESTÕES A RESPONDER NO RELATÓRIO

 Procure na literatura disponível, exemplos práticos da importância deste


trabalho experimental.

R: No fabrico de um foguetão:

 Centro de pressão é um ponto onde actuam as resultantes das


forças aerodinâmicas as quais o foquete esta sujeito. A localização de tal
ponto é determinado por um conjunto de factores que incluem:
- Comprimento e forma da coita (nariz) do foguete;
- Comprimento do foguete em si;
- Dimensões e forma das aletas;
A determinação deste ponto é que determina se o foguete vai
seguir uma trajetória estável ou errada. Se não houvesse nenhuma força
externa actuando no foguete ele seguiria sua trajetória tranquilamente
onde é que seja o seu centro de pressão. Mas na realidade as coisas não
funcionam bem assim. Enquanto voa, o foguete estará sujeito as outras
forças tais como: Arraste e a do vento que tem um efeito negativo que se
pretende eliminar. (2)
Quando o centro de pressão está acima do CG (centro de
gravidade) o foguete é instável, pois quando sofre uma força do vento o
foguete inclina em torno do seu CG, e com isso passa a sofrer mais arraste
em um lado do que do outro, o que faz com que ele tente girar em torno
do CG o que desestabiliza a sua trajetória, mas quando o centro de
pressão está abaixo do CG e o foguete sofre uma força do vento que é a
mesma força que o foguete sofreu no caso anterior mas com sentido
oposto faz o foguete girar pelo lado contrário da força do vento. O que
corrige a sua trajetória. O centro de pressão do foguete pode ser
determinado poe vários métodos. Sendo que um deles e atualmente um
dos mais usados é o método de BARROWMAN. (2)

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Na construção de barragens:
 O estudo de centro de pressão é geralmente aproveitado nos
projectos de construção de barragens. Ele nos permite a estimar a altura
mínima que a barragem terá para que esta seja suficiente para acumular
certa quantidade de água que permite gerar ao centro de pressão uma
certa força de pressão suficiente para accionar o movimento da turbina.
O movimento aproveitado das águas que movimentam todo mecanismo
no interior da barragem começando pelo acionar a turbina é causada
praticamente pela acumulação de forças no centro de pressão.

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