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CURSO:

MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA

(SOLAR FOTOVOLTAICA)

Monitor: M. Paulo Cardeano Ribeiro

Estoril, 4, 5 de Março de 2008


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 4

2. ENERGIA PRIMÁRIA 7

2.1. Energias convencionais 7

2.2. Energias Renováveis 7

3 O SOL 9

3.1 Radiação Solar 10

3.2 Irradiação global Solar 13

3.3 Radiação global em Portugal 15

3.4 O Movimento Terra-Sol 16

4 ENERGIA FOTOVOLTAICA 19

4.1 Vantagens 19

5 A TECNOLOGIA FOTOVOLTAICA 20

5.1 Efeito Fotovoltaico 20

5.1.1 Tipos de células 21

5.1.1.1 Silício Monocristalino 21

5.1.1.2 Silício Policristalino 22

5.1.1.3 Silício Amorfo 23

5.2 Célula fotovoltaica 24

5.2.1 Modo de funcionamento 24

5.2.2 Parâmetros 25

5.2.2.1 Potência máxima 26

5.2.2.2 Intensidade de corrente e tensão 26

6 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS 29

6.1 Classificação 29

6.2 Principais aplicações 30

7 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS 32

7.1 Isolados da Rede 32

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7.2 Sistemas Híbridos 35

7.3 Ligados à Rede 36

7.3.1.1 Principais componentes 37

7.3.1.1.1 Módulo solar 37

7.3.1.1.2 Inversor 40

7.3.1.1.3 Quadro de interligação 41

7.4 Eficiência de um sistema fotovoltaico 42

7.5 Seguimento do Sol 47

8 Enquadramento legislativo 48

8.1 Decreto-Lei 363/2007 (Resumo) 49

9 Estudo técnico económico 53

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1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos verificou-se em todo mundo um crescimento bastante


acentuado do sector das energias renováveis.
Há hoje uma maior consciência social para os problemas da conservação do
ambiente.
As alterações climáticas que se acentuaram nos últimos anos, através do
aumento da temperatura média do nosso planeta e, da emissão de gases de
estufa para a atmosfera, conduziram à assinatura do protocolo de Quioto
em 1997 (entrou em vigor em 16 de Fevereiro 2005).
Com a assinatura do Protocolo, os países da União Europeia
comprometeram-se a atingir objectivos em relação às suas emissões de
gases com efeito de estufa para a atmosfera durante o primeiro período de
compromisso de 2008 a 2012.
Para se atingir esses objectivos nos diversos sectores de actividade da nossa
economia, em particular no sector da Energia, é necessário um aumento
significativo na utilização das fontes de energias renováveis(FER), para a
produção de energia eléctrica e outras formas de energia.

“Lutar contra as alterações climáticas não é uma questão de escolha mas


de necessidade” (Comissário Europeu para o Ambiente)

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A crise petrolífera recente criou uma instabilidade permanente na fixação
do preço do petróleo que em 10 anos quintuplicou.
O preço do barril de petróleo em 1997 situava-se nos 20 USD/Barril.
Actualmente fixa-se nos 100 USD/Barril .

Fig. 1 : Evolução do preço do petróleo Fig. 1.1 : Evolução do preço do petróleo


(1997-2007) durante o último ano

O mercado das energias renováveis, em particular o da energia solar


fotovoltaica, está em franca expansão. O desenvolvimento tecnológico,
associado ao aumento da procura deste tipo de tecnologia, criaram
condições para tornar o investimento nesta tipo tecnologia mais atractivo.

Fig. 2 : Evolução da produção vs custos dos sistemas fotovoltaicos

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Portugal é um dos países europeus com maior potencial em termos de
aproveitamento da energia solar. Este potencial não tem sido até agora
explorado.

Fig. 3: Potência fotovoltaica acumulada (PORTUGAL)

A publicação recente do Decreto-lei 363/2007 de 2 de Novembro, que


criou um incentivo à venda de electricidade a partir de fontes de energia
renováveis(FER), é um contributo adicional para a promoção da energia
solar em Portugal.
A instalação unidades de Microprodução de energia a partir de FER,
permite uma redução das perdas no transporte de energia, com a
consequente diminuição das emissões de CO2 para a atmosfera.

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2. ENERGIA PRIMÁRIA
2.1. Energias convencionais

ENERGIAS
NÃO RENOVAVEIS

PETROLEO CARVÃO GAS NUCLEAR

Fig. 4 : “As energias convencionais”

A energia convencional é aquela que se obtém a partir dos combustíveis


fosseis como o carvão, petróleo bruto, gás natural e urânio, e que se
encontram na natureza em quantidades finitas(não renováveis).
O seu impacto negativo associado à sua utilização intensiva, tem provocado
danos irreversíveis para o meio ambiente.
Para além disso, de acordo com especialistas, com os níveis de
crescimento do consumo energético que actualmente se verificam, as
reservas de petróleo atingirão o seu limite dentro de 25 anos.

2.2. Energias Renováveis

As energias renováveis são aquelas que de uma forma directa ou


indirectamente resultam da radiação Solar, e existem em quantidades
“inesgotáveis” no nosso planeta.
Efectivamente, para além do aproveitamento directo da energia emitida
pelo sol(fotovoltaica e térmica), o sol também é responsável pela energia
eólica (as diferenças térmicas na atmosfera provocam diferenças de

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pressões que dão origem à movimentação de massas de ar (vento)), pela
energia hídrica (o sol está associado ao ciclo da água através da evaporação
da água e das ocorrência da chuva), e pela biomassa ( as plantas necessitam
de sol para viver e crescer).
A energia geotérmica procedente do vapor natural da terra também é
inesgotável

Fig. 5 : “FER” – Fontes de Energias Renováveis

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3 O SOL

O sol é constituído por uma grande massa incandescente com um


volume 1.300.000 vezes superior ao da Terra, com temperaturas da
ordem dos 6.000°C.
A superfície desta massa emite de uma forma quase constante, radiações
electromagnéticas cuja potência é equivalente a cerca de 400.000 biliões
de biliões de Kw.
A energia solar resulta de fusões nucleares contínuas que se verificam
no Sol.
A potência total radiada pelo sol é:
P = E0 x 4∏r2 = 3,87 x 1026 W
4∏r2 = área da “esfera”
r = raio da órbita da Terra

A quantidade de energia solar que chega à Terra é dez mil vezes


superior ao consumo global do nosso planeta.

A intensidade da radiação solar mede-se através de duas grandezas


físicas:

 RADIAÇÃO SOLAR: Potência instantânea medida sobre a


superfície horizontal (W/m2)
 INSOLAÇÃO: Energia média diária (Wh/m2 dia)

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3.1 Radiação Solar

A energia irradiada pelo sol, para a atmosfera terrestre é praticamente


constante. Esta constante está sujeita a pequenas alterações, provocadas
pela variação da actividade solar e com a excentricidade da órbita da
Terra. Estas variações, que se detectam para a gama dos raios UV são
menores que 5%, e não são significativas para as aplicações de
tecnologia solar.

1367 W/m2

Fig.6 : Valor da Radiação solar

Ao valor da intensidade de radiação determinado à distância de 150


milhões de km, para uma potência gerada de 3,87x1026kW, chamamos:

E0 (CONSTANTE SOLAR) = 1367W/m2


A energia irradiada ou intensidade de radiação é descrita como a
constante solar relativa a uma área específica de 1 m2.

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Fig.7 : Espectro da radiação electromagnética

O espectro da radiação electromagnética solar distribui-se da seguinte


forma:

UV (ultra-violeta) 7% 96 W/m2
VIS (visível) 47% 642 W/m2
IV (infra-vermelho) 46% 629 W/m2
TOTAL (E0 ) 100% 1367 W/m2

Nem toda esta energia chega à superfície da Terra, já que a atmosfera


actua como um filtro, devido a diversos fenómenos de reflexão e
atenuação.

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Fig. 8 : “Componentes da radiação solar””

A radiação solar tem duas componentes:

Edir – RADIAÇÃO DIRECTA (vem directamente do sol)

Edif – RADIAÇÃO DIFUSA - proveniente de todo o céu excepto do


disco solar. Parte desta radiação ao atravessar a atmosfera é reflectida
e absorvida pelos componentes da atmosfera. A radiação difusa inclui
ainda a radiação reflectida pela superfície terrestre

E Global = E directa + E difusa

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3.2 Irradiação global Solar

Se somarmos toda a quantidade de radiação solar que ao longo de um


ano pode ser captada por uma superfície unitária, obtemos a irradiação
solar global.
O seu valor depende das características climáticas do local e da sua
posição: latitude, longitude, altura acima do nível do mar.
O conhecimento deste valor serve para quantificar a energia que se pode
obter com uma instalação solar e, assim se avaliar a sua performance ao
longo da sua vida.

Fig. 9 :Insolação anual [ kWh/m2 ] Fonte: “ Atlas Europeu das radiações solares”

Em Portugal, um sistema solar ventilado e virado para Sul com um ângulo


de 30° tem normalmente um rendimento anual entre os 1.300 a 1.600 kWh
por kWp de potência instalada.

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(1kWh = 3.6 MJ.) Fig. 10: nº de horas de sol/ radiação solar

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3.3 Radiação global em Portugal

Portugal é um país de Sol.

Ouvimos muitas vezes esta frase quando pretendemos descrever o nosso


país. É uma afirmação bastante apropriada. Portugal é um dos países
europeus mais ricos em Sol, com uma radiação global anual média entre
os 1.300 kWh/m2 e os 1.800 kWh/m2, e tem condições excelentes para
o aproveitamento da energia solar.
A Alemanha tem uma radiação média anual de cerca de 1.000 kWh/m2.

Fig. 11: Uma radiação de 1.000 kWh/m2 corresponde a uma quantidade de energia
de cerca de 100 litros de fuel-óleo

Temperatura
Radiação anual Radiação difusa
média anual
Bragança 1582,6 kWh/m² 44,1% 12,2°C
Coimbra 1548,4 kWh/m² 47,9% 15,8°C
Évora 1759,9 kWh/m² 41,50% 15,8°C
Faro 1913,0 kWh/m² 39,20% 17,2°C
Porto 1562,0 kWh/m² 45,60% 14,5°C
Lisboa 1686,4 kWh/m² 43,30% 17,4°C

Fig. 12: Radiação global registada em diferentes cidades em Portugal

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3.4 O Movimento Terra-Sol

Para calcularmos a radiação solar necessária para estabelecer a energia


produzida por uma instalação fotovoltaica, é necessário ter uma noção
exacta da localização do Sol,
A Terra descreve uma órbita elíptica em torno do Sol, que se encontra num
dos extremos.

Fig. 13 : movimento Terra-Sol

A Terra roda sobre si mesma e completa uma rotação num dia, percorrendo
a sua trajectória em 365 d. 5 h. 48 m. 46 s. De 4 em 4 anos acerta-se o
calendário com um dia suplementar (29 Fev. em anos bissextos). Isto
corresponde a um excesso de 11m 14s. No fim de cada século, suprime-se
o ano bissexto se não for divisível por 400.
O eixo de rotação, denominado eixo polar, é quase perpendicular ao plano
da elíptica, formando um ângulo com a normal ao plano da órbita de valor
23º 27’.

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- Declinação é o ângulo formado entre a direcção da radiação e o plano
do equador e varia entre + 23º 27’ e -23º 27’.
Durante os equinócios da primavera (21 de Março) e do outono (22 de
Setembro), os dias são iguais às noites, porque a declinação solar é nula.

Fig. 11: Declinação solar

Durante o solestício do verão ( 23 de Junho ) a declinação solar é de 23º


27’, o período diurno é maior que o período nocturno e o Sol, encontrando-
se sobre o Trópico de Câncer, nasce quase a NE e põe-se quase a NW. No
solestício do inverno (22 de Dezembro), a declinação é igual mas de valor
negativo, o Sol encontra-se sobre o Trópico de Capricórnio e a duração do
dia é inferior à da noite.

Fig. 12: Declinação solar / Latitude

- Latitude é o ângulo entre o ponto geográfico e o plano do equador.

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A posição do Sol é definida segundo as seguintes variáveis:
 Altura
 Azimute

A trajectória solar traduz-se na variação das coordenadas do Sol ao longo


do dia:

Fig. 14: Coordenadas e trajectória solar

A determinação das coordenadas solares ao longo do ano e do dia pode ser


efectuada utilizando uma projecção estereográfica cilíndrica:

Fig. 15: Coordenadas e trajectória solar

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4 ENERGIA FOTOVOLTAICA
4.1 Vantagens

A energia solar é a fonte de energia mais abundante na Terra. Calcula-se


que o seu valor seja cinco mil vezes superior ao somatório de todos os
outros tipos de energia ( nuclear, geotérmica, hidroeléctrica, etc.).

A energia solar apresenta muitas vantagens :

- É uma energia “limpa”


- É inesgotável
- É acessível (qualquer um de nós pode ser um microprodutor)
- Pode ser instalada no local do próprio consumo (sem perdas no transporte)
- Não exige grandes manutenções
- Tem uma tarifa bonificada (pequenas instalações)
- A tecnologia solar é bastante fiável
- Não consome combustível
- Descentraliza a produção
- Garante potência adicional à rede

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5 A TECNOLOGIA FOTOVOLTAICA
5.1 Efeito Fotovoltaico

O efeito fotovoltaico consiste fundamentalmente, na transformação da


energia que proporcionam os fotões(partículas de luz) incidentes sobre os
materiais semicondutores em electricidade.
Este processo foi descoberto em 1839 por Edmund Becquerel, que
produziu o efeito fotovoltaico num electrólito.
Alguns materiais como o silício, produzem uma corrente eléctrica quando
atingidos pela radiação luminosa. Os seus átomos absorvem os fotões
(partículas de luz) e transferem a sua energia para os electrões, que assim
se libertam. Os electrões livres são conduzidos por um campo eléctrico
interno para os contactos, gerando-se assim a corrente produzida na célula
fotovoltaica.

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5.1.1 Tipos de células

As células fotovoltaicas são fabricadas na sua grande maioria com


silício(SI), que é um material semicondutor, e que se apresenta na natureza
sob a forma de sílica ou dióxido de sílicio.
A tecnologia do Silício cristalino representa cerca de 95% do mercado dos
sistemas fotovoltaicos.
Os principais tipos de células fotovoltaicas existentes no mercado são:

a)monocristalina b)policristalinas c)película fina

Figura 16 - Células fotovoltaicas

5.1.1.1 Silício Monocristalino

A obtenção de uma célula de silício monocristalino faz-se através de um


processo metalúrgico que contempla as seguintes fases :

• "Processo de fundição"" da areia de sílica, para a obtenção de Silício


metalúrgico com um grau de pureza de 98%.

• "Processo de czochraslski", é um processo físico-químico que visa


aumentar o grau de pureza (+/- 99,9999%) do silício, e conferir-lhe
uma estrutura monocristalina. Este processo consiste na fundição do
silício com a adição de uma pequena quantidade de material dopante
(geralmente Boro tipo p). Após a fundição faz-se a extracção do

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material sob a forma de lingotes cilíndricos, seguindo-se o corte de
placas muito finas (espessura = 0,3 a 0,4 mm).

• "Processo de difusão" no qual as placas de sílicio são expostas a


vapor de fósforo dentro de um forno a temperaturas elevadas(800-
100ºC).

A células de silício monocristalino existentes no mercado podem ter a


forma redonda ou quadrada. As células são obtidas por corte das barras em
forma de pastilhas finas (0,3-0,5 mm de espessura).
A quantidade de silício necessário para produzir 1 MWepp(pico) de células é
actualmente de 15,3 ton.
As circulares são as menos utilizadas, devido ao desperdício de material
durante a sua produção. Têm no entanto aplicação em instalações
fotovoltaicas onde é necessário deixar passar alguma luz através dos
módulos (ex.: fachada de um edifício)
As quadradas têm dimensões de. 10x10 cm2; 12,5x12,5cm2; 15x15 cm2.
As circulares têm diâmetros de 10,12,5 ou 15 cm.
A eficiência desta célula situa-se entre os 15-17%

5.1.1.2 Silício Policristalino

O processo de obtenção do sílicio policristalino é similar ao


monocristalino. Consiste no arrefecimento lento do silício, mantido em
estado líquido em fornos especiais, para permitir o crescimento de grandes
cristais.
As células policristalinas são menos eficientes mas também são mais
baratas. Apresentam-se sob a forma quadrada com dimensões de 10, 12,5
ou 15 mm2.

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A eficiência destas células é ligeiramente inferior à monocristalina e situa-
se entre os 13-15%.

5.1.1.3 Silício Amorfo

A partir dos anos 90, o desenvolvimento dos processos de película fina para
fabricar células solares tornou-se uma realidade.
Esta tecnologia recente, consiste na deposição de camadas muito finas de
ligas de silício amorfo(semi-condutores fotoactivos ) sobre diversos tipos
de material (ex. plásticos, vidros, etc.),
Têm custos de produção menores, mas são menos eficientes que as mono e
policristalinas, e degradam-se com mais facilidade, diminuindo-se assim a
sua eficiência durante a sua vida útil.
De qualquer forma são uma alternativa, no mercado das células
fotovoltaicas.

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5.2 Célula fotovoltaica

5.2.1 Modo de funcionamento

As células fotovoltaicas convertem directamente a energia solar em energia


eléctrica.

Fig. 17 : Principio de funcionamento de uma célula fotovoltaica

As células fotovoltaicas são compostas por duas camadas de material


semicondutor com polaridades contrárias (+ / -). Quando a luz incide sobre
a camada negativa alguns fotões são absorvidos libertando electrões e
gerando uma corrente eléctrica que percorre o circuito externo, que por sua
vez se fecha através da camada semicondutora positiva.

Fig. 18 : Célula fotovoltaica


Quando se incide luz sobre uma célula fotovoltaica, gera-se uma tensão
eléctrica(1), entre as duas camadas que compõem a célula, gerando-se um
fluxo de corrente(2) assim que se fecha esse circuito.

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5.2.2 Parâmetros

Os parâmetros eléctricos que caracterizam os módulos fotovoltaicos são


determinados pelos fabricantes nas condições standard CTS “Condições
de Teste Standard” . Os parâmetros mais importantes das células solares
encontram-se na tabela seguinte.

Parâmetro Símbolo Unidade

Potência: P
MPP (ponto de Potência máxima sob as condições de
PMPP Wp
máxima potência) referência CTS- (potência nominal)
Rácio entre a energia fornecida pela célula e a
Eficiência %
irradiância solar
Factor que compara a qualidade das células
Factor de Forma FF solares, compreendido geralmente ente 0.5 e
0.85
Tensão: UL
Tensão MPP (no Tensão fotovoltaica no ponto MPP (Tensão
ponto de potência UMPP V nominal)
máxima)
Tensão de circuito aberto, geralmente
especificada para condições de referência CTS:
Tensão de circuito
U0C V tensão que a célula solar fornece quando
aberto
ambos os terminais não estão ligados a uma
carga.
Corrente: IK
Corrente MPP Corrente fotovoltaica no MPP (corrente
(no ponto de máxima IMPP A nominal)
potência)
Corrente de curto-circuito, geralmente
especificada para condições de referência CTS:
Corrente de curto-
Icc A corrente que a célula solar fornece quando
circuito
ambos os terminais estão ligados directamente
entre si.

Fig. 18 : Parâmetros das células solares

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5.2.2.1 Potência máxima

A potência máxima de uma célula é estabelecida para uma intensidade de


radiação de 1000W/m2 e uma temperatura de 25ºC.
A esta potência máxima, chamamos também “Potência de pico” expressa
em Wpico.
Uma célula fotovoltaica com 100 mm2, e uma eficiência de aproximada de
15%, debita uma potência de 1,5 Watt. A potência de uma célula é
directamente proporcional ao seu tamanho. Uma célula do mesmo material,
igual eficiência, mas com o dobro do tamanho debita o dobro de potência.

5.2.2.2 Intensidade de corrente e tensão

Os sistemas fotovoltaicos raramente operam em condições nominais de


funcionamento(CTS “Condições de Teste Standard” ).
Os parâmetros que caracterizam uma célula são a intensidade de corrente e
tensão.
A intensidade de corrente depende da intensidade da radiação incidente e
do tamanho da célula.
A tensão só varia com a intensidade de radiação. Quando sujeita à radiação
solar uma célula de silício desligada da carga, gera uma tensão de 0,5-0,6
Volts. A esta tensão chamamos tensão de circuito aberto, medida entre os
dois contactos da célula
Para se aumentar a tensão interligam-se várias células em série.
Se interligarmos as células em paralelo, somam-se as correntes de cada
módulo e a tensão do módulo é exactamente a tensão da célula.
A corrente gerada por uma célula depende da intensidade de radiação que
incide sobre ela.

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Corrente I (amp)

Tensão (V)

Fig. 19: Curvas I-U do módulo em função da radiação incidente (Temperatura constante)

A intensidade da corrente emitida pelo módulo, é proporcional à variação


da radiação incidente ao longo do dia. Quando a radiação incidente desce
para metade, a electricidade produzida reduz-se também para metade.
A tensão MPP permanece relativamente constante com as variações da
radiação solar.
Corrente I (amp)

Tensão (V)

Fig. 20: Curvas I-U do módulo para diferentes temperaturas e E0 = 1.000 W/m2

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A tensão do módulo é principalmente afectada pela temperatura da célula.
A temperatura é um factor que influencia bastante a eficiência de uma
célula, conforme se pode observar no gráfico da fig. 21. No período de
Verão, em que temos temperaturas bastante elevadas a redução da potência
útil do módulo fotovoltaico pode atingir os 30%.

O sombreamento numa célula de um módulo é um factor que pode afectar


bastante o seu desempenho. Se uma célula de um módulo estiver com
sombra, a corrente total do módulo é determinada pela corrente desta
célula. É o chamado “efeito mangueira”.

Para além de reduzir bastante o rendimento do módulo, também pode


provocar um sobreaquecimento, com eventual ruptura de material da
célula. Este fenómeno é designado por “ponto quente” . Para se proteger o
módulo são instalados díodos de derivação.

Fig. 21: esquema de montagem dos díodos de by-pass

A função do díodo de derivação, ou de by-pass é conforme o próprio nome


indica derivar a corrente, sobre o qual incide sombreamento.

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6 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
6.1 Classificação

A classificação dos sistemas fotovoltaicos pode ser feita de diversas


formas, em função da sua dimensão, do tipo de integração arquitetónica, e
em termos do tipo de apoio energético. Assim temos:

DIMENSÃO DO SISTEMA
 Pequena escala : Potência nominal < 10kW

 Média escala : 10kW < Potência nominal < 100kW

 Larga escala : 100kW < Potência nominal < 1000kW

 Muito larga escala : 1000kW < Potência nominal < 10000kW

INTEGRAÇÃO ARQUITETÓNICA
 Montado no solo
 Montado em edifício
 Integrado em edifícios
 Integrado em outras estruturas urbanas

APOIO ENERGÉTICO
 Isolado da Rede
 Híbrido
 Ligado á Rede

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6.2 Principais aplicações

Existe uma grande variedade de campos de aplicação da energia solar.


As primeiras aplicações a nível espacial já são um facto nos dias de hoje.

Fig.22: Diagrama unificar de um sistema fotovoltaico isolado da rede

Em relação a aplicações terrestres, em particular os sistemas autónomos


isolados da rede, podemos ter aplicações que vão desde a electrificação
rural ou de casas isoladas, parquímetros, aos telemóveis, sistemas de
bombagem, etc

Para os sistemas ligados à rede, existe hoje um leque vasto de instalações


em todo o mundo, que vão desde pequenas instalações particulares, a
instalações de grande dimensão instaladas em desertos. Em meio urbano
começam a surgir pela Europa for, muitas instalações integradas em
edifícios.

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Fig.22: ex: instalações fotovoltaicas isoladas da rede

Fig.23: ex: instalações fotovoltaicas ligadas à rede

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7 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
7.1 Isolados da Rede

Um sistema fotovoltaico isolado da rede eléctrica nacional, tem como


principal objectivo garantir o abastecimento autónomo de energia eléctrica.
O sistema isolado da rede mais simples é aquele em que o fornecimento de
energia só se verifica quando existem condições para o sistema produzir.
Neste caso os módulos solares são ligados directamente à carga, e
produzem energia quando se verificam as condições adequadas de
iluminação. Um exemplo, é o sistema de bombagem de água com motor de
corrente contínua alimentado por módulos fotovoltaicos.

No entanto a maioria das instalações de consumo (ex. Habitação isolada), o


período de consumo de energia não é coincidente com a produção, e por
outro lado, a energia eléctrica gerada por um sistema fotovoltaico não é
constante, dependendo do período do dia (diurno/nocturno) e das condições
climatéricas existentes.
É necessário nestes casos prever alguma forma de armazenamento de
energia eléctrica.

Fig.24: Diagrama unificar simplificado de um sistema fotovoltaico isolado da rede

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1- Campo solar
2- Regulador de carga
3- Fusíveis
4- Armazenagem (bateria)
5- Inversor
6- Circuito de distribuição (C.C. 12/24 V)

Fig. 25: Componentes de um sistema fotovoltaico isolado da rede

1 - O campo solar converte a radiação solar em energia eléctrica. Este


gerador deve no mínimo, garantir o total dos consumos da instalação.

2 - O regulador de carga controla em contínuo a tensão e a carga das


baterias.
A sua principal função é impedir que a bateria se danifique por sobrecarga
ou descarga profunda.
Se a bateria está carregada, o regulador interrompe o fluxo de energia. Se a
tensão desce o regulador volta a deixar passa energia para a bateria.
Grande parte do reguladores dispõem de alarme de nível mínimo de tensão
nas baterias. No caso de se atingir esse valor, durante um período de
consumo, o regulador desliga as cargas, até que se atinja novamente um
nível aceitável de tensão, que não ponha em causa a fiabilidade e vida útil
de uma bateria.

Fig. 26: Componentes de um sistema fotovoltaico isolado da rede

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3- Os Fusíveis têm como função proteger as pessoas e equipamentos de
sobrecargas. Servem também para isolar o gerador solar da restante
instalação no caso de ser necessário efectuar alguma reparação.

4 - As baterias são necessárias para a armazenagem da energia eléctrica


produzida pelo gerador solar, para ser posteriormente consumida.
As baterias de uma instalação solar devem ter características específicas,
que lhes permite “aguentar” os ciclos de descarga e carga do sistema,
mantendo a eficiência do sistema em níveis elevados.

Fig. 27: ex. baterias sem manutenção

As baterias mais utilizadas são as de chumbo, que têm uma relação


custo/eficiência interessante.
A selecção de uma bateria dever ter em conta vários factores como:
- custo
- vida útil e n.º de ciclos
- temperatura de funcionamento
- eficiência
- necessidades de manutenção

5 - Em instalações isoladas, onde sejam utilizados equipamentos


alimentados a corrente alternada, é necessário instalar ainda um inversor
para converter a corrente contínua produzida nos módulos solares em
corrente AC.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 34


7.2 Sistemas Híbridos

Os sistemas híbridos são sistemas isolados da rede, em que se utilizam


outras fontes de energia alternativas para assegurar o carregamento das
baterias.
Essas fontes podem ser, um gerador a gasóleo, ou a gás, ou um gerador
eólico. Necessita de um sistema de controlo mais eficiente que os sistemas
isolados de pequena dimensão.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 35


7.3 Ligados à Rede

Os sistemas fotovoltaicos ligados à rede são os mais simples.

Um sistema fotovoltaico ligado à rede é composto por:

 Campo solar (1)

 Caixa de ligação (campo solar) (2)

 Inversor (3)

 Contador de energia (4)

 Interligação com a rede (5)

Fig:28: Componentes de um sistema


solar fotovoltaico – ligado à rede

As células fotovoltaicas que compõem o(s) módulo(s) produzem corrente


eléctrica contínua (C.C.), através da captação da radiação solar. Ao
conjunto de módulos interligados entre si, em série e/ou paralelo,
chamamos campo solar. A corrente contínua produzida é encaminhada por
intermédio de cabos eléctricos para uma caixa de interligação, e
posteriormente para o inversor. O inversor converte a corrente contínua em
corrente alternada. Essa corrente é então injectada na rede eléctrica
nacional, sendo contabilizada num sistema de contagem autónomo.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 36


Fig.29: Diagrama unificar simplificado de um sistema fotovoltaico ligado à rede

7.3.1.1 Principais componentes


7.3.1.1.1 Módulo solar

Um campo solar é constituído por vários módulos interligados entre si, em


série e/ou paralelo.

Fig. 30: Estrutura de um módulo solar cristalino

Cada módulo é constituído por várias células cristalinas(5) encapsuladas

(4) e interligadas entre si, que são colocadas dentro de uma estrutura em

alumínio(1), com vidro à frente para protecção contra as intempéries(3),

junta em borracha ou resina (2).

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 37


O encapsulamento consiste, na protecção das células das tensões

mecânicas, dos agentes atmosféricos e da humidade, que são embebidas

num material transparente maleável e que funciona como elemento isolante

eléctrico entre as células.

Um módulo standard é composto por 36 a 72 células e oferece uma

potência nominal típica situada entre 50 e 140 Wp (nas células cristalinas).

As células encontram-se normalmente dispostas em quatro fileiras

consecutivas, resultando num módulo rectangular com dimensões

aproximadas de 1,00 m x 0,5 m.

A interligação entre módulos num campo solar pode ser feita através de

ligações em série ou paralalo.

Aos conjunto de módulos ligados em série chamamos fileira. Numa fileira

devem-se aplicar módulos do mesmo tipo, para evitar o “efeito de

mangueira“ .

Fig. 31: ex. Campo solar com duas fileira

Na página seguinte apresenta-se as características técnicas de dois tipos de


módulo fotovoltaico.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 38


Exemplos de módulos fotovoltaicos

MÓDULO CONERGY N 125P


Características físicas
• Tipo de célula: policristalina
• Tamanho da célula: 150x150 mm
• Número de células: 36
• Peso do módulo: 12,0 Kg.
• Tensão de trabalho 12 V.
• Garantia de potência 25 anos.
• 5 años de garantía por defeitos de fabrico

Rendimento
• A 1000 W / m² ; 25ºC ; AM 1.5
• Potência Pico 125 Wp
• Tolerância +/- 10%
• Corrente curto-circuito ISC 7,34 A
• Tensão circuito aberto Voc 22,1 V
• Voltagem potência máxima 18,0 V
• Corrente potência máxima 6,94 A
• Máxima voltagem de sistema 640 V
• Coeficiente de temperatura (V– 77 V/ºC
A configuração de 36 células (12V) permite • Coeficiente de temperatura (I) 22 mA/ºC
trabalhar em sistemas isolados e com ligação à • Coeficiente de temperatura (P 42 %/ºC
rede. • Eficiência da célula 15,43 %
• Eficiência do módulo 13,65 %

MÓDULO STM 170 MME / STM 175 MME


_ Dimensions: 1580 x 808 x 35 mm (L/W/D)
_ Weight: 15.5 kg
_ Protection type of junction box: IP 65
_ Certification: IEC 61215, protection class II
up to maximum of 1,000 V
STM 170 MME STM 175 MME
STC: 1000 W/m², ZellT 25 °C, AM 1,5
Pmax 170 W 175 W
Isc 5,14 A 5,2 A
Uoc 43,8 V 44,2 V
Impp 4,83 A 4,95 A
Umpp 35,2 V 35,2 V
NOCT (for 800 W/m², 25 °C,
wind speed 1m/s, AM 1,5) 48 °C

The STM 170 MME and the STM 175 MME are not only produced
of proven materials in accordance with the applicable IEC
standards, they also offer convincing details.
A special film applied to the cell surface serves as an anti-reflection
coating and provides for a uniform dark blue appearance.
The water-tight back of the connection box with cables and pre-
mounted MC connectors enables flexible use and easy installation.

Bypass diodes prevent hot-spot effects and an anodised aluminium


_ 170/175 Wp peak nominal output at STC frame resists even heavy loading by wind or snow. Both module
_ -2%/+3% performance tolerance types have a 5-year product guarantee, and a performance
_ 25 year guarantee on 80 % of minimal output guarantee of 90 percent of the minimal output for 12 years and 80
_ 12 year guarantee on 90 % of minimal output percent for 25 years. Economy you can depend on
_ 5 year product guarantee
_ 72 mono-crystalline cells, 125 x 125 mm
_ Multi-contact connector
_ Frame: aluminium

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 39


7.3.1.1.2 Inversor

Um inversor tem como principal função converter a tensão DC em AC, para uma
determinada amplitude e frequência.

Um inversor actualmente atinge níveis de eficiência da ordem dos 85-93% .

Em função do tipo de instalação fotovoltaica, podemos ter Inversores para sistemas


isolados ou para sistemas ligados à rede.

Um Inversor converte a corrente continua gerada pelo campo solar em corrente


alterna monófásica, com uma tensão nominal de 220Volts/50Hz. Em instalações
solares de grande dimensão podemos ter corrente alterna a 380Volts trifásica.

Fig. 32: Inversor

Um Inversor tem três funções principais:

- OPTIMIZAR o rendimento da instalação em função da radiação solar,


através da busca do MPP “Maximum Power Point“ (ponto em que o
gerador solar atinge o rendimento máximo em cada momento)

- Converter a corrente contínua gerada pelo sistema fotovoltaico em


corrente alternada, nas condições da rede (220V/50Hz)

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 40


- Monotorizar a rede, e desconectar o sistema fotovoltaico sempre que
detecte perturbações ( tensão, frequência) ou avarias na rede

Fig. 33: características técnicas de um Inversor

7.3.1.1.3 Quadro de interligação

O quadro eléctrico de interligação contém toda a aparelhagem de corte e protecção


das pessoas e equipamentos que constituém a central. Dentro do quadro também
deve ficar instalado o inversor e respectivos sistemas de contagem. A interligação
com a rede é efectuada numa portinhola.

Fig. 34: Quadro de interligação

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 41


7.4 Eficiência de um sistema fotovoltaico

Na tecnologia solar fotovoltaica, o conceito de eficiência pode ser avaliado


de formas distintas, consoante nos referimos a célula, módulo e ao sistema.
A eficiência de uma célula fotovoltaica é definido como a razão entre a
potência da luz(E0) que incide na superfície da célula fotovoltaica e a
potência eléctrica disponível aos seus terminais(E), ou seja

E / E0 = (Energia eléctrica / Energia luminosa incidente) x 100

A eficiência do módulo depende de diversos factores :


• radiação solar
• temperatura
• tensão
• sujidade do módulo

A potência nominal é fornecida pelo fabricante do módulo. A potência de


pico é a máxima potência que o módulo consegue debitar nas condições de
teste standard.
A eficiência do módulo é dada pela razão entre a energia específica
produzida pelo módulo(Wp) e a área de toda a sua superfície.

=100 * Pp / A

ƞ - rendimento do módulo (%)


Pp - potência de pico do módulo (kWp)
A - área do módulo (m2)

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 42


Ex. Módulo SUNTECHINICS 170

Dimensões: 1580 x 808 x 35 mm (Área = 1,27664 m2)


Pp = 170 W (0,177KWp)

ƞ = (Pp / A) = 13,3 %
O rendimento e a potência de pico devem ser calculadas para as condições
STC (standard test conditions), radiância solar de 1000 W/m2 e a uma
temperatura de 25ºC.
A eficiência do módulo é sempre inferior à da célula, e será tanto maior
quanto melhor for feito o aproveitamento do espaço disponível no módulo.

a) b)

Fig. 35: Ex. de arranjos das células em módulos solares cristalinos


Para células idênticas a eficiência do módulo a) é superior.

TECNOLOGIA Película fina (“Thin film”) Cristalina “Crystalline based”


Telurieto de Diselenieto
Sílicio amorfo
cádmio de cobre e monocristalina policristalina
( a-si)
(CdTe) índio(CIS)
célula
6-7% 8-10% 10-11% 15-17% 13-15%
Eficiência

(cond. STC)

Módulo 4-6% 6-8% 8-10% 13-15% 12-14%

Área(aproximada)
necessária por 15 m2 11 m2 10 m2 7 m2 8 m2
KWp

Figura 35 – Classificação das células/módulo em função da sua eficiência

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 43


A eficiência do sistema fotovoltaico é calculada em relação a todas as
componentes do sistema, campo solar(composto por vários módulos),
inversor(es), cablagem eléctrica e equipamentos de protecção, sendo
inferior à do módulo.
Mais uma vez podemos afirmar que a eficiência do sistema é inferior à
eficiência no seu conjunto.
As diminuição da eficiência de um sistema tem várias causas.

- desajustamento do campo solar


- Sombreamentos no campo solar
- Perdas nos cabos e no inversor
- Perdas nos equipamentos de corte e protecção
- Perdas na conversão do inversor

Assim para um sistema solar fotovoltaico podemos ter uma eficiência de:

13,3%( módulo ) x 90%( inversor ) x 99%( ) = 11,58%(


cablagem SISTEMA )

As perdas do inversor dependem da magnitude e das características da


carga que está a alimentar, podendo estas perdas atingir os 10% do valor na
carga.
Em sistemas isolados da rede, devem-se quantificar as perdas nas baterias

que são devidas essencialmente a dois factores: auto descarga da bateria e

nível de tensão demasiado alto, impedindo que o painel esteja no seu ponto

de funcionamento de máxima potência. Para estas perdas deve proceder-se

a um correcto dimensionamento do regulador de carga.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 44


No caso de sistemas híbridos PV/Diesel é necessário ter em conta as perdas

devidas ao arranque do gerador Diesel e também a eficiência do

controlador do sistema.

A perda de eficiência de um sistema tem como principais causas:


- desajustamentos no campo solar
- sombreamentos
- perdas por condução (cablagem e inversor)
- perdas na conversão no inversor
- perdas nos contactos dos terminais dos equipamentos de
protecção

Em Portugal o rendimento óptimo de uma instalação solar é obtido

orientando o campo solar para sul, com um ângulo horizontal de 30°.

Se alterarmos estas condições teremos penalizações na produção/eficiência

do sistema, conforme podemos observar na fig.30.

Fig. 36: Ex. Habitação (variação percentual da insolação com a orientação)

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 45


Convém mais uma vez realçar o facto de os sistemas fotovoltaicos serem

bastante penalizados no seu rendimento quando temos sombreamentos.

Obstáculos como chaminés, edifícos vizinhos, antenas, vegetação, etc são

de ter em conta quando estamos a projectar uma instalação.

O tamanho do sistema de energia solar depende sobretudo da quantidade de

electricidade que se pretende gerar, da superfície do telhado existente e das

possibilidades financeiras. A produção do sistema depende da radiação do

sol e da sua disposição relativamente ao sol.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 46


7.5 Seguimento do Sol

Um sistema fotovoltaico que está a continuamente a seguir o trajecto do


Sol produz uma maior quantidade de energia.
Nos dias de maior radiação, em que a radiação directa é predominante, os
ganhos resultantes desse acompanhamento são significativos. No verão, em
dias sem nuvens, os ganhos de produção de energia eléctrica podem chegar
aos 50%. No Inverno os ganhos de produção podem duplicar a produção.
Estes valores referem-se a uma instalação solar de captação horizontal.
Os equipamentos que permitem o movimento do sistema(campo solar) de
acordo com a trajectória do Sol, chamam-se seguidores. Os seguidores
podem ser de um ou dois eixos.

Fig. 37: Ex. seguidor com dois eixos

Os seguidores de dois eixos focam sempre o sistema na melhor posição do


sol. São no entanto equipamentos de alguma complexidade
Na Península Ibérica, os sistemas fotovoltaicos com dispositivos de dois
eixos, podem obter um aumento de produção da ordem dos 30-35%. Para
os seguidores de um eixo os ganhos rondam os 25 %.
A aquisição de um seguidor obriga a um maior investimento inicial. No
entanto o “custo” deste investimento, é superado pelos ganhos de produção
obtidos.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 47


8 Enquadramento legislativo

Toda a legislação publicada nos últimos 20 anos, que regulamentou a


actividade de produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis,
em particular a fotovoltaica, através de um quadro remuneratório
correspondente, teve muito pouco impacto no crescimento na utilização da
energia fotovoltaica em Portugal, com a consequente não valorização dos
nossos renováveis.

Tal situação não permitiu uma dinamização do mercado da produção de


energia eléctrica a partir de fontes renováveis, devido a diversos factores
dos quais se destaca a não diferenciação das tecnologias/escalas/localização
geográfica, e um excesso de centralismo na gestão deste processo.

Com o novo regime simplificado (Decreto-Lei 363/2007) aplicável à


microprodução de electricidade, que entrou em vigor em 2 de fevereiro
espera-se que finalmente se criem novas oportunidades, para o
desenvolvimento da energia solar em Portugal.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 48


8.1 Decreto-Lei 363/2007 (Resumo)

O novo regime simplificado aplicável à microprodução de electricidade,


também designado por "Renováveis na Hora" entrou em vigor em 2 de
Fevereiro de 2008, através da publicação anterior do Decreto-Lei nº 363 em
2 de Novembro de 2007.
O novo regime de licenciamento é bastante mais simplificado, constando
de um simples registo sujeito a inspecção da sua conformidade técnica.
O registo é feito de modo electrónico, através do Sistema de Registo da
Microprodução (SRM), que funcionará como interlocutor entre os micro-
produtores e a administração central.
A facturação da energia fornecida à rede eléctrica nacional pelo micro-
produtor é efectuada de uma forma simples e expedita, estabelecendo-se
uma conta-corrente na factura que actualmente se verifica entre o
fornecedor de energia eléctrica e o microprodutor.

O Decreto-lei n.º 363 de 2 de Novembro de 2007 estabelece em linhas


gerais, o seguinte articulado:

A nova lei é aplicável a instalações do grupo I


Instalação de produção de electricidade monofásica em baixa tensão com
potência de ligação até 5,75 KW

O licenciamento das instalações é efectuado através de um sistema de


registo, designado por SRM (Sistema de Registo de Microprodução) através de
uma plataforma electrónica a colocar na internet, sendo as instalações
apenas sujeitas a uma inspecção de conformidade.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 49


Estas deverão ser executadas conforme projecto-tipo, a publicar pela
entidade gestora do SRM.

Podem aceder á actividade de Microprodução de energia eléctrica, todas as


entidades com contrato de consumo de energia em Baixa Tensão.
A instalação solar fotovoltaica deverá estar localizada no local a que está
afecto o contrato de consumo atrás referido. Tem de ser comprovada a
existência de colectores solares térmicos no local de consumo (excepto no
caso de condomínios)
O acerto de facturação (consumo/produção) para os consumidores
particulares será efectuado através de um regime simplificado de
facturação, não havendo necessidade de emissão de facturas e acertos de
IVA com o Estado, havendo sómente uma conta-corrente entre o
produtor/consumidor e o comercializador da energia(ex. EDP).

São estabelecidos dois regimes de tarifário:


 Regime Geral: para instalações até 5,75KW, aplicável a tecnologias
que usam fontes não renováveis
 Regime Bonificado: para instalações até 3,68 KW, aplicável a
instalações solares, eólicas, hidricas ou biomassa c/ cogeração.
- As tarifas aplicáveis são:
 Regime Geral: preço do kWh é igual ao valor de compra que consta
no contrato de consumo
 Regime Bonificado:
o Solar: 0,65€ / KWh
o Eólica: 0,455€ / KWh
o Hídrica: 0,195€ / KWh
o Cogeração a Biomassa: 0,195€ / KWh

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 50


As tarifas bonificadas são válidas no ano civil no registo no SRM (Sistema
de Registo de Microprodução) e nos cinco anos civis seguintes.

Entre o 7º e o 15º ano civil, a tarifa em vigor a 1 de Janeiro do 6º ano para


as novas instalações será igual à tarifa bonificada base, diminuirá 5% por
cada 10 MWe entretanto instalados. No final do 16º ano, a instalação
beneficiará, sem limite temporal, da tarifa do Regime Geral.

“Para as instalações solares, a potência máxima de ligação é definida pela


potência máxima do inversor. “
A potência máxima de ligação não pode ser superior a 50% da potência
contratada pela instalação de consumo.

A actividade de instalação está condicionada ao cumprimento das seguintes


condições:
Pode ser exercida por empresários em nome individual ou por empresas
com alvará ou Registo no InCI (Instituto da Construção e Imobiliário), na
categoria de "instalações de produção de electricidade"
Para se efectuar uma instalação fotovoltaica, os procedimentos a efectuar
são os seguintes:

 Registo Provisório no SRM do produtor


 Registo Definitivo no SRM, após pagamento de taxa de 250€ (a
efectuar, no máximo, em 5 dias úteis, por multibanco)
 Fornecimento e montagem da Instalação Solar
 No prazo de 120 dias após o Registo Definitivo, solicitar ao SRM a
inspecção e emissão do certificado de exploração
 Será efectuada uma inspecção à instalação no prazo máximo de 20
dias úteis. Se não forem detectadas anomalias (em relação aos

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 51


projectos tipo, préviamente definidos), a emissão do certificado de
exploração será feita no local e comunicada ao SRM pela entidade
inspectora
 Após receber a notificação de emissão do certificado de exploração,
o SRM (no prazo máximo de 5 dias), solicita à empresa
comercializadora de energia, o envio do contrato de compra de
energia ao produtor. O produtor deverá receber o contrato em 5 dias
úteis. Depois de assinado e devolvido o contrato, o produtor
comunica ao SRM esse envio.
 O SRM comunica, em 5 dias úteis, à EDP que esta deve proceder à
ligação à rede do sistema. Esta deverá acontecer até 10 dias úteis
após esta notificação.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 52


9 Estudo técnico económico

Num projecto solar fotovoltaico de venda de toda a energia à rede, o


investimento inicial é determinante, uma vez que os custos com
combustíveis são nulos, e os custos correntes ao longo da vida da útil da
instalação solar são insignificantes.

A análise económica deve centrar-se na avaliação da rentabilidade do


investimento inicial e nos proveitos resultantes da venda da energia à rede.

Os critérios utilizados na avaliação económica da rentabilidade de um


projecto de investimento numa instalação solar fotovoltaica são
essencialmente os seguintes:

VAL valor actualizado líquido

TIR taxa interna de rentabilidade

Valor actualizado líquido

Sabendo que VAL = I + [ ∑ t CF ÷ (1+R) t ] em que:

I - Investimento inicial
CF - Cash Flows
R - Taxa de actualização - obtida mediante a aplicação da seguinte formula:

(1 + Ic) ÷ (1 + Ip) -1

Ic - Taxa de juro activa para operações de prazo semelhante


Ip - Taxa de inflação prevista

Taxa Interna de Rentabilidade

Com utilização deste critério pretende-se determinar a rentabilidade


máxima deste projecto.

Para o efeito será encontrada uma taxa que igualará o somatório dos cash-
flows ao investimento.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 53


OBJECTIVO

O estudo que se apresenta destina-se a analisar, sob o ponto de vista


técnico-económico, a produção de electricade a partir de FER (Fontes de
Energia Renovaveis) para venda à rede de toda a energia eléctrica
produzida, de acordo com o Dec-Lei nº363 de 2 de Novembro de 2007.

DEFINIÇÃO

A instalação compreende basicamente um campo solar fotovoltaico com


uma capacidade máxima de produção de 3,68 kW.
A energia eléctrica produzida pelo campo solar será injectada na rede por
intermédio de um inversor, e de um sistema de contagem. Complementam
a instalação sistemas de corte e protecção da instalação e das Considerando
o seguinte exemplo:

DADOS DA INSTALAÇÃO
Tipo de instalação: PARTICULAR
Potência Contratada: 13,8 KVA
Potência Máx. de Ligação: 6,9 KW

Inversor 1: STW 3600


Pmáx inversor 1: 4,1 KW
Inversor 2: nenhum
Pmáx inversor 2: 0,00 KW

Pmáx total: 3,45 KW

Suporte: Fixo
Colocação em: Superf. plana

Estação Meteorológica: Lisboa


Produção Estimada de referência: 1414 KW.h/KWp (fonte: PVGIS)
Perdas por sombreamento / outras causas: 0%
Produção Anual Estimada: 5373 KW.h
Garantia ST 10 Anos: 4836 KW.h
Limite de Energia c/ tarifa bonificada: 9120 KWh

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 54


Produção Estimada (fonte:PVGIS)

Dados Económicos
Tarifa-Bonificada: 0,650 € /KWh
Tarifa-Base: 0,107 €

Potência Total instalada a 5 anos: 30,00 MW (previsão)


Tarifa Bonificada prevista a 5 anos: 0,557 € /KWh
Tarifa-Base prevista a 5 anos: 0,137 € /KWh
Tarifa-Base prevista a 15 anos: 0,222 € /KWh

Remuneração Anual (até 5º ano): 3.492,58 €


Remuneração Anual (do 6º ao 15º ano): 2.994,45 €
Remuneração Anual (prevista, 16º ano): 1.195,24 €
Investimento Previsto: 23.500 €
IVA s/ investimento: 2.760 € (12%)
Regime de IVA: não enquadrado
Contabilidade: Reg. Simplificado
Abatimento à Colecta IRS: 770 €
TOTAL Investimento: 26.260 € 6.911 €
Empréstimo: Tx. Juro:
Duração: 10 anos
Capital Próprio: 26.260 € 0
Prestação Anual: - €

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 55


TIR(Taxa Interna de Rentabilidade): 10,75%
VAL(Valor actualizado líquido): 39.658,37 €
Retorno Previsto do Investimento: 7,7 anos

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 56


A informação relativa à produção de uma instalação solar, pode ser obtida
com base em dados estatísticos existentes em sites da internet, ou
recorrendo a diverswo software específico existente no mercado.

O software do RETScreen® Energy Model - Photovoltaic Project está


disponível na internet, para dowload. Este permite é uma ferramenta
importante, para o cálculo, projecto e avaliação económica de projectos de
produção de energia com base em FER.

M. Paulo Cardeano Ribeiro Curso: MICRO-GERAÇÃO DE ENERGIA 57

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