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Introdução

1.0 - O que é Saneamento?

Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a
finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à
produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica. No Brasil, o saneamento básico é um direito
assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº. 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infra-estrutura
e Instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana,
manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.

Embora atualmente se use no Brasil o conceito de Saneamento Ambiental como sendo os 4 serviços citados
acima, o mais comum é o saneamento seja visto como sendo os serviços de acesso à água potável, à coleta e ao
tratamento dos esgotos.

1.2 - Sua importância

Ter saneamento básico é um fator essencial para um país poder ser chamado de país desenvolvido. Os serviços
de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo
na saúde Infantil com redução da mortalidade infantil, melhorias na educação, na expansão do turismo, na
valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos rios e preservação dos recursos hídricos,
etc.

Em 2017, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 258 mil internações por
doenças de veiculações hídricas no país.

Em vinte anos (2016 a 2036), considerando o avanço gradativo do saneamento, o valor presente da economia
com saúde, seja pelos afastamentos do trabalho, seja pelas despesas com internação no SUS, deve alcançar R$
5,9 bilhões no país.
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Saneamento Básico e Saúde

A Constituição da Organização Mundial da Saúde estabelece que o gozo do melhor estado de saúde é um
direito fundamental de todos os seres humanos, sejam quais forem suas raças, religiões, opiniões políticas,
condições econômicas e sociais, e que saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de doenças.

A falta de saneamento básico pode gerar inúmeros problemas de saúde. Portanto, o conjunto de fatores que
reúnem o saneamento levam a uma melhoria de vida na população na medida que controla e previne doenças,
combatendo muitos vetores.
Nesse caso, podemos pensar num dos maiores problemas enfrentados pela população brasileira atualmente com
a disseminação do mosquito da dengue os quais se proliferam mediante a água parada.

Dessa forma, o saneamento básico promove hábitos higiênicos e controla a poluição ambiental, melhorando
assim, a qualidade de vida da população.

Outras doenças que podem estar relacionadas com a falta de saneamento básico são:

 Disenteria
 Giardíase
 Amebíase
 Gastroenterite
 Leptospirose
 Peste bubônica
 Cólera
 Poliomielite
 Hepatite infecciosa
 Febre tifóide
 Malária
 Ebola
 Sarampo
Sanear quer dizer tornar são, sadio, saudável. Pode-se concluir, portanto, que Saneamento equivale a saúde. Entretanto, a
saúde que o Saneamento proporciona difere daquela que se procura nos hospitais e nas chamadas casas de saúde. É que
para esses estabelecimentos são encaminhadas as pessoas que já estão efetivamente doentes ou, no mínimo, presumem
que estejam. Ao contrário, o Saneamento promove a saúde pública preventiva, reduzindo a necessidade de procura aos
hospitais e postos de saúde, porque elimina a chance de contágio por diversas moléstias. Isto significa dizer que, onde há
Saneamento, são maiores as possibilidades de uma vida mais saudável e os índices de mortalidade - principalmente
infantil - permanecem nos mais baixos patamares. O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial
de Saúde (OMS), desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio orientador das ações de saúde em
todo o mundo. Assim sendo, parti-se do pressuposto de que um dos mais importantes fatores determinantes da saúde são
as condições ambientais. O conceito de saúde entendido como um estado de completo bem-estar físico, mental e social,
não restringe ao problema sanitário ao âmbito das doenças. Hoje, além das ações de prevenção e assistência, considera-se
cada vez mais importante atuar sobre os fatores determinantes da saúde. É este o propósito da promoção da saúde, que
constitui o elemento principal da proposta da Organização Mundial de Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde
(Opas). IT 179 – Saneamento Básico Agosto/2007 Guimarães; Carvalho e Silva 8 A utilização do saneamento como
instrumento de promoção da saúde pressupõe a superação dos entraves tecnológicos políticos e gerenciais que têm
dificultado a extensão dos benefícios aos residentes em áreas rurais, municípios e localidades de pequeno porte. A maioria
dos problemas sanitários que afetam a população mundial estão intrinsecamente relacionados com o meio ambiente. Um
exemplo disso é a diarréia que, com mais de quatro bilhões de casos por ano, é uma das doenças que mais aflige a
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humanidade (causa de 30% das mortes de crianças com menos de um ano de idade). Entre as causas dessa doença
destacam-se as condições inadequadas de saneamento. Mais de um bilhão dos habitantes da Terra não têm acesso a
habitação segura e a serviços básicos, embora todo ser humano tenha direito a uma vida saudável e produtiva, em
harmonia com a natureza. No Brasil as doenças resultantes da falta ou de um inadequado sistema de saneamento,
especialmente em áreas pobres, têm agravado o quadro epidemiológico. Estudos do Banco Mundial (1993) estimam que o
ambiente doméstico inadequado é responsável por quase 30% da ocorrência de doenças nos países em desenvolvimento.
O quadro a seguir ilustra a situação. Quadro 1. Estimativa do impacto da doença devido à precariedade do ambiente
doméstico nos países em desenvolvimento. Principais doenças ligadas à Principais doenças ligadas à precariedade do
ambiente doméstico Problema ambiental Tuberculose Superlotação Diarréia Falta de saneamento, de abastecimento
d’água, de higiene Doenças tropicais Falta de saneamento, má disposição do lixo, foco de vetores de doenças na
redondeza Verminoses Falta de saneamento, de abastecimento d’água, de higiene Infecções respiratórias Poluição do ar
em recinto fechado, superlotado Doenças respiratórias crônicas Poluição do ar em recinto fechado Câncer do aparelho
respiratório Poluição do ar em recinto fechado IT 179 – Saneamento Básico Agosto/2007 Guimarães; Carvalho e Silva 9
P Investir em saneamento é a única forma de se reverter o quadro existente. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde
afirmam que para cada R$1,00 investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 na área de medicina curativa.
Entretanto, é preciso que se veja o outro lado da moeda, pois o homem não pode ver a natureza como uma fonte
inesgotável de recursos, que pode ser depredada em ritmo ascendente para bancar necessidades de consumo que poderiam
ser atendidas de maneira racional, evitando a devastação da fauna, da flora, da água e de fontes preciosas de matérias-
primas. Pode-se construir um mundo em que o homem aprenda a conviver com seu hábitat numa relação harmônica e
equilibrada, que permita garantir alimentos a todos sem transformar as áreas agricultáveis em futuros desertos. Para isso,
é necessário que se construa um novo modelo de desenvolvimento em que se harmonizem a melhoria da qualidade de
vida das suas populações, a preservação do meio ambiente e a busca de soluções criativas para atender aos anseios de seus
cidadãos de ter acesso a certos confortos da sociedade moderna.

IMPRODUTIVIDADE NO TRABALHO

Em 2014, o Instituto Trata Brasil realizou um estudo em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) denominado “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento
Brasileiro”. Os resultados apontam perda de produtividade e renda devido à falta de saneamento básico.

Esse estudo mostra tudo o que já foi tratado ao longo deste texto. O acesso ao saneamento básico melhora a
saúde, evita doenças, mortes e amplia oportunidades econômicas e a produtividade.

Segundo a pesquisa, a renda per capita do Brasil aumentaria em 6% se todos os brasileiros tivessem os serviços
básicos. Além disso, 11% das faltas do trabalhador estão relacionadas a problemas causados por falta de
saneamento. 217 mil trabalhadores se afastam de suas atividades anualmente devido problemas gastrointestinais
ligados à ausência de saneamento.

Isso afeta diretamente na economia: ao ter acesso a rede de esgoto, um trabalhador aumenta sua
produtividade em 13,3% e resulta em 3,8% de ganho salarial por diminuição das faltas. A universalização dos
serviços básicos valorizam em média 18% o valor dos imóveis.

As crianças não ficam de fora das estatísticas. O estudo mostra que o saneamento também melhora o
rendimento escolar das crianças, pois diminui as faltas devido a internações. De acordo com a Águas
Guariroba, 65% das internações hospitalares em crianças menores de 10 anos estão ligadas à falta de
saneamento.
Por fim, o Instituto conclui também, que uma redução de 10% nas perdas com vazamentos, roubos, ligações
clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo de água no Brasil reduz o equivalente a 42%
do investimento realizado no sistema de abastecimento de água no país.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo procurou analisar de forma imparcial e de acordo com dados de órgãos oficiais a relação
entre saneamento, saúde pública e meio ambiente.

A partir deste pressuposto, podem-se destacar alguns aspectos dentre os quais: que a saúde pública é mais do
que o somatório da saúde das pessoas. É a ferramenta para o desenvolvimento sustentável, social e econômico e
está intensamente relacionada com a paz, educação, habitação e eqüidade. Isto porque, o saneamento ambiental
tem efeito imediato na diminuição de muitas enfermidades ao romper o círculo vicioso que se estabelece
quando o paciente é medicado e devolvido para o ambiente insalubre. Neste sentido, os dados oficiais
apresentados e as considerações realizadas neste estudo não deixam qualquer dúvida sobre a importância do
investimento em sistemas de coleta, tratamento e disposição do esgoto sanitário para a melhoria da qualidade de
vida da população brasileira.
Um outro aspecto observado na análise, é que o Brasil apresenta alto déficit de acesso aos serviços
de saneamento básico. Quer dizer, a demanda por serviços e novos investimentos no setor é muito elevada.
Entretanto, investimentos em saneamento devem ser realizados e a universalização dos serviços deve ser
alcançada, uma vez que uma situação não ideal no setor resulta em externalidades negativas que geram uma
série de inconvenientes tanto para a saúde pública, como para o meio ambiente como um todo.
No que se refere ao tratamento e destinação adequada da rede de esgoto em nosso país, exige-se um olhar mais
atento, além de decisões acertadas para que se possa de certa forma, recuperar o tempo perdido e que avançar
nesta área é fundamental para a saúde e meio ambiente na busca de qualidade de vida para a população. Neste
enfoque, permite-se afirmar que o Brasil ainda pode cumprir as Metas do Milênio com relação aos indicadores
de abastecimento de água.

Na coleta e tratamento de esgoto, entretanto, o caminho é longo. Este ano de 2008 representa o meio do
caminho das Metas do Milênio de Johanesburgo. A legislação para o setor foi aprovada há um ano e o Programa
de Aceleração do Crescimento, o PAC, também lançado no ano passado, deve se somar às iniciativas para
agilizar investimentos no setor. São caminhos que surgem para alterar um cenário pouco favorável da infra-
estrutura de saneamento no País, onde sobressaem negativamente à coleta e tratamento de esgotos, serviços
mais distantes de universalização. Dessa forma, ao concluir a análise desse estudo, o observador mais atento se
dará conta de que pelo menos mais uma criança terá morrido no Brasil em virtude de doença relacionada à
ausência de saneamento básico ou, em grande alcance, de sistemas de esgoto sanitário.
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Referencia Bibliográficas:

Fundo das Nações Unidas para a Infância

Brasil. Ministério da Saúde. Indicadores de mortalidade: C.6 Mortalidade proporcional por doença diarréica
aguda em menores de 5 anos de idade.

Página do Instituto Trata Brasil

www.planetasustentavel.org.br

www.datasus.gov.br

www.who.int
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