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Departamento

de Engenharia Eletrotécnica

Projeto de Instalações Elétricas e


Telecomunicações

Relatório de Estágio apresentado para a obtenção do grau de Mestre em


Automação e Comunicação em Sistemas de Energia

Autor
Afonso Manuel Sousa Pires

Orientador
José Manuel Tavares de Pina
Instituto Superior de Engenharia de Coimbra

Supervisor
Licínio Alegre Ferreira da Silva
Licínio Alegre Engenharia, Lda

Coimbra, setembro, 2012


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES AGRADECIMENTOS

AGRADECIMENTOS
Gostaria antes de mais de agradecer a todos os que me ajudaram a atingir os objetivos
propostos na realização do estágio, a todas as pessoas que realmente estiveram do meu lado e
que acreditaram realmente em mim.

Quero, agradecer à empresa Licínio Alegre Engenharia, Lda, por me ter proporcionado a
realização deste estágio, e ao meu supervisor Eng.º Licínio Alegre.

O meu agradecimento ao meu orientador, Professor Adjunto José Manuel Tavares de Pina,
pela orientação, disponibilidade, interesse e apoio dado para a realização do referido estágio e
presente relatório.

Afonso Manuel Sousa Pires i


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES RESUMO

RESUMO
O presente relatório refere-se ao trabalho desenvolvido ao longo do estágio curricular na
empresa Licínio Alegre Engenharia, Lda no âmbito do Mestrado em Automação e
Comunicação em Sistemas de Energia do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. A
empresa Licínio Alegre Engenharia, Lda tem como missão a elaboração de estudos e projetos
de engenharia, consultadoria e responsabilidade pela exploração, assistência técnica e
execução de serviços e obras na área de atividade, tendo sempre em conta a segurança,
economia e o excelente funcionamento do edifício.

Ao longo do referido estágio, foram realizadas diversas atividades na área de instalações


elétricas e de telecomunicações, tais como a participação na elaboração de um projeto elétrico
de baixa tensão e de infraestruturas de telecomunicações em edifícios (ITED) de um centro
escolar, que serão casos de estudos no presente relatório.

De modo a poder elaborar os projetos de um edifício é necessário atender às suas


necessidades específicas e à legislação em vigor, o que leva ao aprofundar de conhecimentos
adquiridos durante os anos de formação académica e à aquisição de outros, novos e
enriquecedores.

Palavras-chave: Projeto; Instalações Elétricas; Infraestruturas de Telecomunicações em


Edifícios (ITED).

Afonso Manuel Sousa Pires iii


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ABSTRACT

ABSTRACT
This report refers to the work carried out during a curricular internship at Licínio Alegre
Engenharia, Lda, as part of the Master Degree in Automation and Communications in Energy
Systems taught at the Coimbra Institute of Engineering. The company Licínio Alegre
Engenharia, Lda mission consists on the elaboration of engineering projects and studies,
consulting and responsibility over the exploration, technical assistance and execution of
services and construction in its area of work, always taking into consideration the building's
security, economy and excellent operation.

During the internship, several activities were carried out in the electrical and
telecommunications areas, such as the participation in the development of a low voltage
electrical project and a telecommunications infrastructure in buildings project for a school
center, which will represent the cases to be studied in this report.

In order to devise a building's project one must take into consideration its specific needs and
associated legislation, which deepens the knowledge obtained through the academic study
years and promotes the acquisition of new and enriching notions.

Key-words: Project; Electrical Installation; telecommunications infrastructure in buildings.

Afonso Manuel Sousa Pires v


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ÍNDICE

ÍNDICE
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. i
RESUMO..................................................................................................................................iii
ABSTRACT .............................................................................................................................. v
ÍNDICE .................................................................................................................................... vii
ÍNDICE DE QUADROS .......................................................................................................xiii
ÍNDICE DE FIGURAS .......................................................................................................... xv
SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS ................................................................................. xvii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1. Enquadramento ................................................................................................................ 1
1.2. Objetivos.......................................................................................................................... 2
1.3. Objeto de Estudo – Especificações do Edifício ............................................................... 2
1.4. Estrutura do Relatório...................................................................................................... 3
2. ESTÁGIO .............................................................................................................................. 5
2.1. Apresentação da Empresa ................................................................................................ 5
2.2. Trabalhos Realizados....................................................................................................... 5
3. PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS ................................. 7
3.1. Normas e Regulamentos .................................................................................................. 7
3.2. Classificação de Locais ................................................................................................... 9
3.2.1. Classificação de Locais quanto à sua Utilização ...................................................... 9
3.2.2. Influências Externas ............................................................................................... 10
3.2.3. Índice de Proteção .................................................................................................. 10
3.2.4. Código IK ............................................................................................................... 11
3.3. Regras Comuns a Todos os Estabelecimentos Recebendo Público .............................. 12
3.3.1. Classificação do Estabelecimento em Função da Lotação ..................................... 12
3.3.2. Generalidades ......................................................................................................... 13
3.3.3. Iluminação .............................................................................................................. 13
3.3.3.1. Iluminação Normal .............................................................................................. 14
3.3.3.2. Iluminação de Segurança ..................................................................................... 15
3.3.4. Tomadas ................................................................................................................. 16
3.4. Regras Edifícios Escolares ............................................................................................ 17

Afonso Manuel Sousa Pires vii


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ÍNDICE

3.4.1. Determinação da Lotação....................................................................................... 17


3.4.2. Locais com Risco de Incêndios .............................................................................. 17
3.4.3. Iluminação .............................................................................................................. 17
3.4.3.1. Iluminação Normal ............................................................................................. 17
3.4.3.2. Iluminação de Segurança .................................................................................... 18
3.4.4. Tomadas ................................................................................................................. 18
3.5. Potências e Proteções .................................................................................................... 19
3.5.1. Potência a Contratar ............................................................................................... 19
3.5.2. Proteções Contra Sobrecargas ................................................................................ 19
3.5.3. Proteções Contra Contacto Indiretos...................................................................... 20
3.5.4. Quedas de Tensão .................................................................................................. 20
3.5.5. Proteção Contra Curto-Circuitos ............................................................................ 21
3.6. Rede de Terras .............................................................................................................. 22
3.6.1. Esquema TT ........................................................................................................... 23
4. PROJETO ELÉTRICO ..................................................................................................... 25
4.1. Objetivos ....................................................................................................................... 25
4.2. Classificação de Locais ................................................................................................. 25
4.3. Caracterização das Instalações ...................................................................................... 26
4.4. Alimentação de Energia Elétrica................................................................................... 27
4.5. Conceção das Instalações .............................................................................................. 27
4.5.1. Iluminação Normal ................................................................................................ 28
4.5.1.1. Sala de Aula ........................................................................................................ 28
4.5.1.2. Sala de Atividades ............................................................................................... 30
4.5.1.3. Sala de Expressão Plástica .................................................................................. 31
4.5.1.4. Sala de Música .................................................................................................... 32
4.5.1.5. Sala Multimédia/internet ..................................................................................... 33
4.5.1.6. Biblioteca ............................................................................................................ 34
4.5.1.7. Cozinha ............................................................................................................... 35
4.5.1.8. Refeitório ............................................................................................................ 36
4.5.1.9. Polivalente........................................................................................................... 37
4.5.1.10. Sala Polivalente ................................................................................................. 38

Afonso Manuel Sousa Pires viii


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ÍNDICE

4.5.1.11. Circulações ........................................................................................................ 39


4.5.1.12. Arrumos ............................................................................................................. 40
4.5.1.13. Zonas Técnicas .................................................................................................. 40
4.5.1.14. Instalações Sanitárias e Balneários .................................................................... 41
4.5.2. Iluminação de Segurança ........................................................................................ 41
4.5.3. Iluminação Exterior ................................................................................................ 43
4.5.4. Tomadas ................................................................................................................. 43
4.5.4.1. Sala de Aula ......................................................................................................... 44
4.5.4.2. Polivalente ........................................................................................................... 45
4.5.4.3. Circulações .......................................................................................................... 45
4.5.4.4. Sala Multimédia/internet ..................................................................................... 46
4.5.4.5. Cozinha ................................................................................................................ 46
4.5.5. Rede de Energia Estabilizada ................................................................................. 48
4.6. Quadros Elétricos .......................................................................................................... 48
4.6.1. Características Construtivas ................................................................................... 48
4.6.2. Aparelhagem Incorporada ...................................................................................... 50
4.6.3. Interruptores ........................................................................................................... 50
4.6.4. Disjuntores .............................................................................................................. 50
4.6.5. Régua de Terminais ................................................................................................ 51
4.6.6. Sinalizadores........................................................................................................... 51
4.6.7. Interruptor Horário ................................................................................................. 51
4.6.8. Terminal Principal de Terra .................................................................................... 51
4.6.9. Sistemas de Proteção Contra Choques Elétricos .................................................... 52
4.6.9.1. Proteção Contra Contactos Diretos...................................................................... 52
4.6.9.2. Proteção Contra Contactos Indiretos ................................................................... 52
4.7. Equipamentos ................................................................................................................ 53
4.7.1. Canalizações ........................................................................................................... 53
4.7.2. Acessórios de Instalação ......................................................................................... 54
4.8. Característica dos Materiais .......................................................................................... 54
4.9. Cálculos Elétricos .......................................................................................................... 54
4.9.1. Proteções Contra Sobrecargas ................................................................................ 54

Afonso Manuel Sousa Pires ix


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ÍNDICE

4.9.1.1. Equipamentos Cozinha ....................................................................................... 54


4.9.1.2. Quadros Elétricos ................................................................................................ 56
4.9.2. Quedas de Tensão ...................................................................................................... 61
4.9.3. Proteção Contra Curto-Circuitos ................................................................................ 62
4.10. Rede de Alimentadores ............................................................................................... 63
5. PROJETO ITED ................................................................................................................ 65
5.1. Legislação ..................................................................................................................... 65
5.2. Documentação Geral do Projeto ................................................................................... 65
5.3. Projeto das Redes de Tubagens ..................................................................................... 66
5.3.1. Regras Gerais ......................................................................................................... 66
5.3.2. Dimensionamento dos Elementos da Rede de Tubagens....................................... 66
5.3.3. Câmara de Visita Multioperador ............................................................................ 67
5.3.4. Armário de Telecomunicações de Edifício/Bastidor ............................................. 68
5.3.5. Passagem Aérea de Topo ....................................................................................... 68
5.4. Projeto das Redes de Cablagens.................................................................................... 68
5.4.1. Rede Pares de Cobre .............................................................................................. 68
5.4.2. Rede Cabos Coaxiais ............................................................................................. 68
5.4.3. Rede de Fibras Óticas ............................................................................................ 69
5.5. Regras Especificas de Projeto para Edifícios Escolares ............................................... 69
5.6. Proteções e Ligações de Terra ...................................................................................... 70
5.7. Aspetos Construtivos a Considerar ............................................................................... 70
5.7.1. Cabos ...................................................................................................................... 70
5.7.2. Tubagem................................................................................................................. 71
5.7.3. Rede MATV ........................................................................................................... 71
5.7.4. Bastidores ............................................................................................................... 71
5.7.5. Tomadas ................................................................................................................. 72
5.8. Cálculos ......................................................................................................................... 72
5.8.1. Rede CATV............................................................................................................ 72
5.8.2. Rede MATV ........................................................................................................... 73
6. MAPA DE MEDIÇÕES E ESTIMATIVA ORÇAMENTAL........................................ 75
7. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 77

Afonso Manuel Sousa Pires x


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ÍNDICE

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 79
ANEXO I .................................................................................................................................. 81
ANEXO II ................................................................................................................................ 87
ANEXO III ............................................................................................................................... 95
ANEXO IV ............................................................................................................................. 115
ANEXO V .............................................................................................................................. 119
ANEXO VI ............................................................................................................................. 123
ANEXO VII............................................................................................................................ 127

Afonso Manuel Sousa Pires xi


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ÍNDICE DE QUADROS

ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 3.1 - Índice de Proteção contra a penetração de corpos sólidos e líquidos.................. 11
Quadro 3.2 - Código IK ............................................................................................................ 12
Quadro 3.3 - Categoria do estabelecimento em função da sua lotação .................................... 12
Quadro 3.4 - Níveis de iluminância recomendados para os diversos locais............................. 18
Quadro 3.5 - Tipos de iluminação de segurança ...................................................................... 18

Quadro 4.1 - Classificação dos locais do centro escolar .......................................................... 26


Quadro 4.2 - Características da instalação elétrica de baixa tensão ......................................... 26
Quadro 4.3 - Principais equipamentos da cozinha ................................................................... 47
Quadro 4.4 - Dimensionamento das canalizações elétricas ...................................................... 55
Quadro 4.5 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Salas 2 ...................... 56
Quadro 4.6 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Salas 1 ...................... 57
Quadro 4.7 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Cozinha .................... 57
Quadro 4.8 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Refeitório ................. 58
Quadro 4.9 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Piso........................... 58
Quadro 4.10 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Parcial UPS ............ 59
Quadro 4.11 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro UPS ........................ 59
Quadro 4.12 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Informática ............. 60
Quadro 4.13 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro AVAC .................... 60
Quadro 4.14 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Entrada ................... 61
Quadro 4.15 - Quedas de Tensão ............................................................................................. 61

Quadro 5.1 - Redes de cabos em edifícios escolares ................................................................ 69


Quadro 5.2 - Rede de tubagens em edifícios escolares ............................................................ 70
Quadro 5.3 - Atenuação para a rede CATV, em dB ................................................................. 72
Quadro 5.4 - Níveis de sinal para a rede MATV, em dB ......................................................... 73

Quadro 6.1 - Mapa de medições parcial para o projeto elétrico ............................................... 75


Quadro 6.2 - Mapa de medições parcial para o projeto ITED .................................................. 76

Afonso Manuel Sousa Pires xiii


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ÍNDICE DE FIGURAS

ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 - Logotipo da empresa ............................................................................................... 5

Figura 3.1 - Esquema geral de iluminação normal para locais recebendo público .................. 15
Figura 3.2 - Coordenação entre os condutores e os dispositivos de proteção .......................... 19
Figura 3.3 - Esquema de ligação à terra, tipo TT em corrente alternada.................................. 23

Figura 4.1 - Distribuição da iluminação da sala de aula (tipo) ................................................. 29


Figura 4.2 - Distribuição da iluminação da sala de atividades (tipo) ....................................... 30
Figura 4.3 - Distribuição da iluminação da sala de expressão plástica .................................... 31
Figura 4.4 - Distribuição da iluminação da sala de música ...................................................... 32
Figura 4.5 - Distribuição da iluminação da sala multimédia/internet....................................... 33
Figura 4.6 - Distribuição da iluminação da biblioteca ............................................................. 35
Figura 4.7 - Distribuição da iluminação da cozinha ................................................................. 36
Figura 4.8 - Distribuição da iluminação do refeitório .............................................................. 37
Figura 4.9 - Distribuição da iluminação do polivalente (cota inferior e cota superior) ........... 38
Figura 4.10 - Distribuição da iluminação da sala polivalente .................................................. 39
Figura 4.11 - Bloco autónomo em zonas de acesso a público e áreas de utentes ..................... 42
Figura 4.12 - Bloco autónomo em zonas de serviço................................................................. 42
Figura 4.13 - Distribuição das tomadas em uma sala de aula (tipo) ......................................... 45
Figura 4.14 - Distribuição das tomadas na sala multimédia/internet ....................................... 46
Figura 4.15 - Distribuição das tomadas e equipamentos na cozinha ........................................ 47
Figura 4.16 - Rede de alimentadores ........................................................................................ 63

Figura 5.1 - Armário bastidor para 42U ................................................................................... 71

Afonso Manuel Sousa Pires xv


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS

SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS
ANACOM Autoridade Nacional de Comunicações;
ATE Armário de Telecomunicações de Edifício;
AVAC Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado;
BGT Barramento Geral de Terra;
BT Baixa Tensão
CATV Community Antenna Television;
CC Cabo Coaxial;
CCI Central Contra Intrusão;
CDI Central Deteção de Incêndios;
CVM Câmara de Visita Multioperador;
DGEG Direcção Geral de Energia e Geologia;
EDP Energias de Portugal;
IHP Interruptor Horário Programável;
IRC Índice de Restituição Cromática;
ITED Infraestruturas de Telecomunicações em Edifícios;
ITUR Infraestruturas em Loteamentos, Urbanizações e Condomínio;
MATV Master Antenna Television;
PAT Passagem Aérea de Topo;
PC Par de Cobre;
PD Ponto de Distribuição;
RG Repartidor Geral;
RTIEBT Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão;
TT Tomada de Telecomunicações;
UGR Unified Glare Rating;
UPS Uninterruptible Power Supply;
UTP Unshielded Twisted Pair.

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CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento
Um dos setores mais afetados com a atual e grave crise económica que o país atravessa é o
setor da construção civil e obras públicas, afetando assim de forma gravosa também as suas
vertentes, como é o caso das instalações elétricas e de telecomunicações.

A área das instalações elétricas e de telecomunicações abrange diversos e distintos aspetos,


que vão desde a obtenção das licenças, à aplicação dos diferentes regulamentos e prescrições
técnicas.

A legislação nesta matéria assume principal importância, não só pelo facto de definir um
conjunto de normas de instalação, de conforto e de qualidade de serviço, mas sobretudo por
pretender garantir a segurança de pessoas, animais e dos bens contra os perigos e danos que
possam resultar da utilização das instalações, acompanhando também a evolução técnica no
próprio setor.

Os projetos de instalações elétricas e de telecomunicações possuem, além de uma grande


variedade de sistemas, a capacidade para interagir com as diversas instalações presentes no
edifício. Assim, permitirão ao edifício possuir soluções otimizadas, onde a segurança,
comodidade, funcionalidade e não menos importante economia, estarão presentes.

As questões relacionadas com a energia assumem um papel prioritário nos nossos dias e em
especial neste momento de crise, pois ao aumento do preço da energia somam-se ainda as
agressões ambientais decorrentes em grande parte dos meios de produção. Em Portugal mais
de 62% da energia elétrica é consumida em edifícios e cabe ao projetista dotar o edifício de
soluções energeticamente eficientes [DGEG, 2011].

Enquadrado nesta perspetiva foi realizado um estágio curricular na empresa Licínio Alegre
Engenharia, Lda. Assim, este relatório de estágio, traduz a experiência adquirida na empresa
ao longo do referido estágio, tendo como principal objetivo a obtenção do Grau de Mestre.

Afonso Manuel Sousa Pires 1


CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

1.2. Objetivos
O estágio realizado teve como intuito:
 Consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso;
 Adquirir experiencia em aspetos teóricos e práticos relacionados com a atividade,
nomeadamente: projeto, execução e exploração de instalações elétricas, bem como
projeto e instalações de sistemas de telecomunicações;
 Dominar as técnicas de execução e exploração de instalações elétricas, e de instalações
de telecomunicações.
 Obter experiencia na gestão de recursos técnicos e humanos;
 Otimização de recursos técnicos e humanos;
 Dominar software usado na conceção de projeto.

1.3. Objeto de Estudo – Especificações do Edifício


O edifício em estudo é um centro escolar, situar-se-á na região centro de Portugal Continental
e será constituído por 2 pisos, rés do chão e andar, apresentados no Anexo I. Grande parte dos
seus utentes terão idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos.

O estabelecimento englobará diferentes espaços:


 Área de lazer e jardim;
 Edifício, que engloba 2 pisos:
o Rés do chão:
 Cozinha;
 Refeitório;
 Polivalente;
 Sala de Música;
 Sala Polivalente;
 Salas de Atividades (2);
 Sala de Educadores;
 Salas de Aulas (5);
 Sala Trabalho Professores;

Afonso Manuel Sousa Pires 2


CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

 Sala Expressão Plástica;


 Arrumos;
 Instalações Sanitárias.
o Andar:
 Receção/Secretaria;
 Gabinete de Direção;
 Sala de Atendimento;
 Sala de Professores;
 Biblioteca;
 Sala de Informática;
 Zona Técnica;
 Arrumos;
 Instalações Sanitárias.

1.4. Estrutura do Relatório


A estrutura do presente relatório encontra-se divida em 7 capítulos.

No capítulo, 1, “Introdução”, são apresentados o enquadramento, os objetivos do estágio, as


especificações do edifício que será objeto de estudo, bem como a estrutura do relatório.

No capítulo 2, “Estágio”, apresenta-se a empresa onde foi realizado o estágio, principais


atividades desta e trabalhos em que participei.

No capítulo 3, “Projeto Elétrico – Condições Legais e Técnicas”, encontram-se demonstradas


as principais prescrições técnicas que o projeto elétrico deve respeitar.

No capítulo 4, “Projeto Elétrico”, apresenta-se a classificação do edifício em estudo e


conceção das instalações elétricas projetadas. Por fim, são apresentados os cálculos elétricos e
respetiva rede de alimentadores.

Afonso Manuel Sousa Pires 3


CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

No capítulo 5, “Projeto ITED”, são apresentadas as prescrições técnicas a ter em conta para a
realização de um projeto ITED, bem como soluções projetadas. Por último, são apresentados
os cálculos de atenuações para a rede CATV e MATV.

No capítulo 6, “Mapa de Medições e Estimativa Orçamental”, afigura-se parte do mapa de


medições elaborado, quer para o projeto elétrico, quer para o projeto ITED.

No capítulo 7, “Conclusões”, são anunciadas as principais conclusões do estágio realizado,


conjuntamente a uma reflexão de possíveis trabalhos futuros.

Afonso Manuel Sousa Pires 4


CAPÍTULO 2 ESTÁGIO

2. ESTÁGIO

2.1. Apresentação da Empresa


A empresa Licínio Alegre Engenharia, Lda, sediada em Anadia, tem como área dominante do
seu exercício a elaboração de estudos e projetos de engenharia; consultadoria e
responsabilidade pela exploração, assistência técnica e execução de serviços e obras na área
da atividade (Figura 2.1).

Figura 2.1 - Logotipo da empresa

Principais atividades:
 Elaboração de projetos elétricos;
 Elaboração de projetos infraestruturas de telecomunicações em edifícios (ITED);
 Elaboração de projetos infraestruturas em loteamentos, urbanizações e condomínio
(ITUR);
 Responsabilidade por instalações elétricas de serviço particular;
 Elaboração de projetos de segurança contra incêndios.

2.2. Trabalhos Realizados


Ao longo do estágio participei em diversas atividades, tais como:
 Elaboração de projetos elétricos de instalações:
o 3 Centros escolares:
 Localização prevista para o distrito de Aveiro.
o 2 Lares de idosos:
 Localização prevista para o distrito de Aveiro e Braga.

Afonso Manuel Sousa Pires 5


CAPÍTULO 2 ESTÁGIO

o Industrias com posto de transformação próprio, entre as quais:


 Produção e montagem de bicicletas;
 Ferragens;
 Metalomecânica;
 Produção de mobiliário;
 Agroalimentares.
o Edifício de habitação multifamiliar:
 Localização prevista para o concelho de Coimbra;
 Constituído por 11 apartamentos e 2 espaços comerciais.
o Edifício de habitação multifamiliar:
 Localização prevista para o distrito de Aveiro;
 Constituído por 3 pisos.
 Elaboração de projetos ITED de diversas instalações, tais como:
o 1 Centro escolar;
o 2 Edifício de habitação multifamiliar:
 Localização prevista para o distrito da Aveiro e Coimbra.
o 8 Moradias Unifamiliares:
 Localização prevista para o distrito da Aveiro, Coimbra, Guarda e
Leiria.
 Elaboração de projeto elétrico de loteamento urbano:
o Constituído por 14 lotes.
 Elaboração de mapa de medições e estimativa orçamental, com visita à execução de
instalações para alguns dos projetos referidos anteriormente;
 Acompanhamento em obra de execução de instalações elétricas e telecomunicações;
 Visita a diversas instalações elétricas de serviço particular, com o intuito:
o Elaboração de projetos elétricos retificativos, devido a alterações na instalação;
o Elaboração de relatórios do técnico responsável pela exploração das
instalações.

Afonso Manuel Sousa Pires 6


CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

3. PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

3.1. Normas e Regulamentos


As instalações elétricas serão projetadas de acordo com: Regras Técnicas das Instalações
Eléctricas de Baixa Tensão (RTIEBT): Decreto-Lei n.º 226/2005, de 28 de Dezembro,
portaria n.º 949-A/2006, de 11 de Setembro.

O Projeto de Licenciamento de uma instalação elétrica de serviço particular, a submeter às


entidades competentes, deve ser elaborado de acordo com o disposto no Decreto de Lei n.º
517/80, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 101/2007.

As instalações elétricas de serviço particular, para efeitos de licenciamento ou aprovação,


classificam-se nos 3 tipos seguintes:
 Tipo A – instalações de carácter permanente com produção própria, não incluídas no
tipo C;
 Tipo B – instalações que sejam alimentadas por instalações de serviço público em
média, alta ou muito alta tensão;
 Tipo C – instalações alimentadas por uma rede de distribuição de serviço público de
baixa tensão ou instalações de carácter permanente com produção própria em baixa
tensão até 100 kVA, se de segurança ou de socorro.

As instalações elétricas do tipo C, cuja potência é igual ou inferior a 50 kVA, não carecem de
projeto de licenciamento, com exceção das seguintes:
 Instalações elétricas estabelecidas em locais sujeitos a risco de explosão;
 Instalações de parques de campismo e portos de recreio (marinas);
 Redes particulares de distribuição de energia elétrica em baixa tensão e respetivas
instalações de iluminação exterior.

Afonso Manuel Sousa Pires 7


CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

As entidades apreciadoras do Projeto de Licenciamento, serão:


 Direções Regionais de Economia do Ministério da Economia e do Emprego, para
instalações elétricas de tipo A e B;
 Certiel (através das entidades a quem é delegada a apreciação de projetos), para
instalações elétricas de tipo C.

O Projeto de Licenciamento será composto por:


 Termo de Responsabilidade:
o Neste documento o projetista declara que é o autor do projeto e que nele se
observam as disposições regulamentares em vigor, bem como outra legislação
aplicável.
 Documentos do Projetista:
o Fotocópia do Bilhete de Identidade;
o Documento comprovativo da inscrição na Ordem;
o Não obrigatório, documento comprovativo da inscrição na Direcção Geral de
Energia e Geologia (DGEG).
 Ficha de Identificação do Projeto de Instalação Elétrica:
o Neste documento é feita a descrição sumária da instalação e apresentação do
requerente e técnico responsável pela elaboração do projeto.
 Ficha Eletrotécnica:
o Trata-se de um documento onde são indicadas as potências previstas para a
instalação, a qual servirá de base para o dimensionamento do ramal de alimentação
da instalação. Sendo com base nesta potência que o distribuidor viabiliza ou não a
alimentação.
 Memória Descritiva e Justificativa;
 Peças Desenhadas (incluindo plantas de localização).

No Anexo II são apresentados Termo de Responsabilidade, Ficha de Identificação do Projeto


de Instalação Elétrica e Ficha Eletrotécnica, parcialmente preenchidos.

Afonso Manuel Sousa Pires 8


CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

O projeto elétrico apresentado no presente relatório já foi analisado pela entidade apreciadora
e certificadora, a Certiel, tendo obtido parecer favorável por parte desta.

3.2. Classificação de Locais


A classificação dos locais vai determinar a conceção da instalação elétrica e o tipo de
equipamentos a instalar. De acordo com as Regras Técnicas das Instalações Elétricas de Baixa
Tensão (RTIEBT) a classificação dos locais é feita de duas formas:
 Classificação dos locais quanto à sua utilização;
 Classificação dos locais considerando as influências externas.

3.2.1. Classificação de Locais quanto à sua Utilização


Para aplicação das regras técnicas deve ser considerada a utilização a que o local se destina,
uma vez que existem regras especificas consoante o local. Os locais podem ser classificados
quanto à sua utilização em [DGGE, 2006]:
 Estabelecimentos agrícolas ou pecuários;
 Estabelecimentos industriais;
 Estabelecimentos recebendo público;
 Locais afetos a serviços técnicos;
 Locais contendo banheiras ou chuveiros;
 Locais de habitação;
 Piscinas e semelhantes;
 Locais contendo radiadores para sauna;
 Estaleiros;
 Locais condutores exíguos;
 Locais onde existem equipamentos de tratamento de informação;
 Locais sujeitos a risco de explosão.

Afonso Manuel Sousa Pires 9


CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

3.2.2. Influências Externas


Cada condição de influência externa é designada por um código constituído sempre por um
grupo de duas letras maiúsculas e de um algarismo, colocado pela ordem seguinte [DGGE,
2006]:

A primeira letra caracteriza a categoria geral das influências externas:


 A – Ambientes;
 B – Utilizações;
 C – Construção dos edifícios.

A segunda letra caracteriza a natureza da influência externa:


 A;
 B;
 C;
 …

O algarismo caracteriza a classe de cada uma das influências externas:


 1;
 2;
 3;
 …

3.2.3. Índice de Proteção


O código IP corresponde ao Índice de Proteção, contra a penetração de corpos sólidos e
líquidos nos diversos equipamentos elétricos. O código é constituindo por 2 algarismos,
correspondendo o 1º ao grau de proteção contra corpos sólido e o 2º ao grau contra líquidos
[SOMATICA, 2012].

Os diversos Índices de Proteção, de acordo com a norma EN60529, encontram-se


apresentados no Quadro 3.1.

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CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

Quadro 3.1 - Índice de Proteção contra a penetração de corpos sólidos e líquidos


Índice de
Proteção Contra Corpos Sólidos Proteção Contra Líquidos
Proteção
0 Sem proteção 0 Sem proteção
Proteção contra corpos estranhos de Proteção contra queda vertical de gotas de
1 1
grande dimensão, diâmetro ≥ 50mm água
Proteção contra corpos estranhos Proteção contra gotas de água caindo
2 2
tamanho médio, diâmetro ≥ 12mm obliquamente até 15°
Proteção contra corpos estranhos de Proteção contra água pulverizada até 60°
3 3
IP pequena dimensão, diâmetro ≥ 2,5mm com a vertical
Proteção contra corpos estranhos Proteção contra salpicos de água com todas
4 4
granulados, diâmetro ≥ 1mm as direções
5 Proteção contra acumulação de pó 5 Proteção contra jatos de água
6 Proteção contra penetração de pó 6 Proteção contra inundação
7 Proteção para imersão
8 Proteção para submersão

Para determinar o Índice de Proteção mínimo, existem 4 tipos de influências externas


determinantes [CERTIEL, 2012a]:
 Presença de água;
 Presença de corpos sólidos;
 Competência das pessoas;
 Natureza dos produtos tratados ou armazenados.

3.2.4. Código IK
O código IK indica o grau de proteção contra ações mecânicas (impactos). Os critérios para
corresponder o IK ao código a atribuir, Quadro 3.2, estão suportados na EN 50102, entretanto
substituída pela EN 62262 [CERTIEL, 2012b].

Afonso Manuel Sousa Pires 11


CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

Quadro 3.2 - Código IK


IK Energia Impacto (Joules) Impacto Equivalente
IK01 0,15 Queda de objeto de 200 g de altura igual a 7,5 cm
IK02 0,2 Queda de objeto de 200 g de altura igual a 10 cm
IK03 0,35 Queda de objeto de 200 g de altura igual a 17,5 cm
IK04 0,5 Queda de objeto de 200 g de altura igual a 25 cm
IK05 0,7 Queda de objeto de 200 g de altura igual a 35 cm
IK06 1 Queda de objeto de 500 g de altura igual a 20 cm
IK07 2 Queda de objeto de 500 g de altura igual a 40 cm
IK08 5 Queda de objeto de 1,7 kg de altura igual a 29,5 cm
IK09 10 Queda de objeto de 5 kg de altura igual a 20 cm
IK10 20 Queda de objeto de 5 kg de altura igual a 40 cm

3.3. Regras Comuns a Todos os Estabelecimentos Recebendo Público

3.3.1. Classificação do Estabelecimento em Função da Lotação


Para efeitos de aplicação das Regras Técnicas destinadas a estabelecimentos recebendo
público é necessário classificar os estabelecimentos em função da sua lotação, nas categorias
indicados no Quadro 3.3 [DGGE, 2006].

Quadro 3.3 - Categoria do estabelecimento em função da sua lotação


Categoria Lotação (N)
1ª N > 1 000
2ª 500 < N ≤ 1 000
3ª 200 < N ≤ 1 000
4ª 50 < N ≤ 200
5ª N ≤ 50

Na lotação, incluem-se todas as pessoas, público e não público, que se possam encontrar em
qualquer um dos locais que constituem o estabelecimento.

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CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

3.3.2. Generalidades
Um dos fatores mais importantes a ter em conta na elaboração de um projeto elétrico de um
estabelecimento que recebe público, é a distinção entre as zonas de acesso a público e de não
acesso a público. Não são consideradas como público pessoas que exerçam a sua atividade
habitual nesses locais.

Esta distinção entre aquelas zonas tem especial importância, uma vez que de acordo com a
secção 801.2.1.1.1 das Regras Técnicas: “Os circuitos que alimentem locais não acessíveis ao
público devem ser comandados e protegidos por dispositivos independentes dos destinados a
protegerem os circuitos que alimentem os locais acessíveis ao público.”. Contudo, a regra
citada anteriormente não se aplica:
 Às instalações de aquecimento elétrico, ventilação e condicionamento do ar;
 Aos circuitos da iluminação normal dos estabelecimentos de 4ª categoria, aos quais
deve ser aplicada a regra indicada na secção 801.2.1.5.2.1;
 Aos circuitos de iluminação normal dos estabelecimentos de 5ª categoria.

Esta regra será aplicada não só a dispositivos de proteção contra sobreintensidades mas
também a dispositivos contra contactos indiretos.

De acordo com a secção 482.2.5 das Regras Técnicas: “Nos locais a que o público tenha
acesso e que sejam classificados quanto às influências externas como BE2, os condutores e
os cabos devem, ainda, ao arderem, não emitir fumos densos nem gases tóxicos ou corrosivos
que possam causar danos às pessoas, aos animais e bens”.

3.3.3. Iluminação
De modo a dimensionar a iluminação de forma correta é necessário ter em conta os aspetos
impostos pela legislação em vigor e normas técnicas específicas para cada local.

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CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

Estes estabelecimentos, sempre que possam laborar em períodos em que a iluminação natural
não seja suficiente, devem ser equipados de iluminação normal e de segurança e, em casos
eventuais, de iluminação de socorro.

Durante o período de funcionamento do estabelecimento, os locais de acesso a público e as


vias de evacuação devem ser iluminadas de forma que a evacuação e as atividades de
manobra à segurança sejam realizadas com condições de visibilidade adequadas.

Nas zonas de circulação, os aparelhos de iluminação instalados não devem constituir


obstáculo à circulação.

A secção 801.2.1.5.1 das Regras Técnicas refere também: “Os dispositivos que facilitem e
orientem a localização das saídas (letreiros de saída) devem, de acordo com as respectivas
normas, possuir pictogramas característicos dessa função.”.

3.3.3.1. Iluminação Normal


Alguns dos aspetos impostos pelas Regras Técnicas para um correto dimensionamento da
iluminação normal, tais como [DGGE, 2006]:
 “Em todos os locais dos estabelecimento recebendo público da 1ª, da 2ª, da 3ª ou da
4ª categorias, a instalação eléctrica deve ser concebida por forma a que a avaria de
um foco luminoso ou do respectivo circuito não deixe esses locais integralmente sem
iluminação normal.”;
 “Quando a protecção contra os contactos indirectos for garantida por dispositivos
diferenciais, não é permitida a utilização de um único dispositivo diferencial para a
totalidade dos circuitos de iluminação normal.”;
 “Os dispositivos de comando funcional das instalações devem ser inacessíveis ao
público, não sendo considerado, para esse efeito, como público, as pessoas que
exerçam a sua actividade habitual nesses locais.”.

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CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

Na Figura 3.1 encontra-se apresentada a disposição geral de diversos circuitos de iluminação


normal consoante os locais a que se destinam [CERTIEL, 2008].

Figura 3.1 - Esquema geral de iluminação normal para locais recebendo público

3.3.3.2. Iluminação de Segurança


“A iluminação de segurança, que deve permitir, em caso de avaria da iluminação normal, a
evacuação segura e fácil do público para o exterior e a execução das manobras respeitantes
à segurança e à intervenção dos socorros, inclui: a iluminação de circulação e a iluminação
de ambiente.” [DGGE, 2006].

A iluminação de segurança é obrigatória nos locais onde possam permanecer mais de 50


pessoas, nos corredores e nas vias de evacuação. Assim, nestes locais, a distância entre
aparelhos de iluminação de segurança não deve ultrapassar os 15 m.

Devem ser utilizados aparelhos de iluminação fixos e, em regra, instalados fora do alcance do
público, não devendo provocar encandeamento diretamente ou através da luz refletida.

Existem diferentes tipos de iluminação de segurança [DGGE, 2006]:


 Do tipo A – A iluminação de segurança deste tipo deve ser alimentada por uma fonte
central;

Afonso Manuel Sousa Pires 15


CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

 Do tipo B – A iluminação de segurança deste tipo pode ser alimentada por uma fonte
central ou pode ser constituída por blocos autónomos;
 Do tipo C – Pode ser alimentada por uma fonte central ou constituída também por
blocos autónomos e no estado de vigilância as lâmpadas ligadas a uma fonte central
podem ser alimentadas pela iluminação segurança ou iluminação normal, ou não estar
alimentadas por qualquer fonte (desligadas);
 Do tipo D – Pode ser constituída por lanternas portáteis, alimentadas por pilhas ou por
baterias, colocadas à disposição do pessoal responsável pela segurança do
estabelecimento.

O tipo de iluminação de segurança a aplicar varia consoante o tipo de estabelecimento


recebendo público e consoante a lotação deste.

Quando a iluminação de segurança for constituída por blocos autónomos [DGGE, 2006]:
 “Os blocos autónomos a utilizar na iluminação de segurança devem dispor de um
dispositivo que os coloque no estado de “repouso”, localizado num ponto central, na
proximidade do dispositivo de comando geral da alimentação da iluminação do
edifício.”;
 “As derivações que alimentam os blocos autónomos devem ser feitas a jusante do
dispositivo de protecção e a montante do dispositivo de comando da iluminação
normal do local ou do caminho de evacuação onde estiverem instalados os blocos
autónomos.”.

3.3.4. Tomadas
“Nas zonas onde o público tenha acesso dos estabelecimentos recebendo público, as tomadas
a utilizar, quando forem de corrente estipulada não superior a 16 A, devem ser do tipo
“tomadas com obturadores”. Quando forem de corrente estipulada superior a 16 A, devem
ser dotadas de tampa e limitadas às estritamente necessárias às utilizações previstas.”
[DGGE, 2006].

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CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

3.4. Regras Edifícios Escolares

3.4.1. Determinação da Lotação


A lotação do estabelecimento deve ser obtida a partir do somatório do número de ocupantes
potenciais de todos os espaços suscetíveis de ocupação [DGGE, 2006]. O número de
ocupantes a considerar tem coma base:
 Locais sem lugares ou postos de trabalho fixos;
 Locais com lugares ou postos de trabalho fixos;
 Locais com zonas destinadas a ocupantes de pé.

3.4.2. Locais com Risco de Incêndios


Em edifícios do tipo escolar, devem ser considerados com risco de incêndio, condição de
influência externa BE2, os seguintes locais [DGGE, 2006]:
 Locais de arquivo ou de armazenagem de papel;
 Locais de reprografia, de impressão ou de encadernação;
 Economatos;
 Locais de arquivos informáticos;
 Armazéns anexos às salas polivalente.

3.4.3. Iluminação

3.4.3.1. Iluminação Normal


A norma europeia EN 12464-1 especifica os requisitos dos sistemas de iluminação de interior
para a maioria dos locais de trabalho e áreas associadas. De acordo com a norma referida, os
requisitos para um edifício do tipo escolar são os apresentados no Quadro 3.4, onde Em
significa iluminância média, UGR (Unified Glare Rating) é o método que avalia o
desconforto por encadeamento direto das luminárias e onde IRC significa Índice de
Restituição Cromática [ÖNORM, 2003].

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CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

Quadro 3.4 - Níveis de iluminância recomendados para os diversos locais


Espaço Em (Lux) UGR IRC
Salas de Aula 300 19 80
Biblioteca 200/500 19 80
Sala de Professores 300 19 80
Sala Atividades 300 19 80
Receção 300 22 80
Cozinha 500 22 80
Refeitório 200 22 80
Corredor 100 25 80
Inst. Sanitárias 200 25 80

Neste tipo de edifício os aparelhos de iluminação devem, em regra, ser do tipo fixo
[DGGE, 2006].

3.4.3.2. Iluminação de Segurança


Deve ser utilizado no estabelecimento o tipo de iluminação de segurança de acordo com a
categoria do mesmo, Quadro 3.5 [DGGE, 2006].

Quadro 3.5 - Tipos de iluminação de segurança


Categoria do Estabelecimento
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª
C C C C D

3.4.4. Tomadas
Os circuitos de alimentação das tomadas, nos edifícios escolares destinados a crianças ou a
diminuídos mentais, devem ser [DGGE, 2006]:
 Distintos dos circuitos destinados a outros fins;
 Protegidos por dispositivos diferenciais de alta sensibilidade;
 Conservados desligados quando desnecessários.

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CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

Em locais destinados a crianças com menos de 10 anos ou a diminuídos mentais, as tomadas


devem, sempre que possível, ser instaladas a 1,60 m do piso.

3.5. Potências e Proteções

3.5.1. Potência a Contratar


A potência a contratar para a instalação terá como base a expressão 3.1:

(3.1)

Em que:
 Pc – Potência a contratar;
 Pinst – Potência instalada;
 Ku – Fator de utilização;
 Ks – Fator de simultaneidade;
 Ke – Fator de evolução.

3.5.2. Proteções Contra Sobrecargas


Os cálculos elétricos devem cumprir com as regras constantes nas Regras Técnicas,
estabelecendo assim compromissos de valores nas canalizações elétricas, satisfazendo a
Figura 3.2 a seguir representada [DGGE, 2006].

Figura 3.2 - Coordenação entre os condutores e os dispositivos de proteção

Em que:
 IB – corrente de serviço do circuito, em amperes;
 In – corrente estipulada do dispositivo de proteção, em amperes;

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CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

 IZ – corrente admissível da canalização, em amperes;


 I2 – corrente convencional de funcionamento do dispositivo de proteção, em amperes.

Para que um dispositivo de proteção garanta a proteção de uma canalização contra


sobrecargas é necessário verificarem-se condições 3.2 e 3.3:

(3.2)

(3.3)

3.5.3. Proteções Contra Contacto Indiretos


A proteção contra contactos indiretos é garantida por corte automático da alimentação, de
modo a separar automaticamente da alimentação o circuito ou o equipamento quando surgir
um defeito entre uma parte ativa e uma massa que provoque uma corrente de defeito superior
a um determinado valor especificado [DGGE, 2006].

3.5.4. Quedas de Tensão


As quedas de tensão, desde a origem da instalação, para os circuitos de iluminação e tomadas
não devem ultrapassar os 3% e 5%, respetivamente [DGGE, 2006].

Atendendo às expressões 3.4 e 3.5:

(  ) (3.4)

(3.5)

Em que:
 u – queda de tensão, expressa em volts;
 u – queda de tensão relativa, expressa em percentagem;

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CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

 U0 – tensão entre fase e neutro, expressa em volts;


 b – coeficiente igual a 1 para circuitos trifásicos e igual a 2 para monofásicos;
 ρ – resistividade dos condutores;
 L – comprimento simples da canalização, expresso em metros;
 S – secção dos condutores, expressa em milímetros quadrados;
 cos φ – fator potência;
 λ – reactância linear dos condutores;
 IB – corrente de serviço, expressa em amperes.

As secções dos condutores usados nas entradas devem ser tais de forma a não exceder o valor
da queda de tensão de 1,5%, para o troço da instalação entre os ligadores da saída da
portinhola e a origem da instalação elétrica (de utilização) [DGGE, 2006].

“A queda de tensão, no caso das entradas trifásicas, deve ser calculada a partir da potência
prevista para alimentação dos equipamentos normais previstos para as instalações eléctricas
(de utilização) por elas alimentadas, suposta uniformemente repartida pelas diferentes fases.
O Cálculo deve ser feito fase a fase como se de uma entrada monofásica se tratasse,
considerando que apenas a fase em análise está em serviço.” [DGGE, 2006].

3.5.5. Proteção Contra Curto-Circuitos


As expressões a seguir apresentadas pretendem calcular o comprimento máximo a que uma
canalização se encontra protegida contra curto-circuitos (corrente de curto-circuito mínima).
Para tal, assumem que o curto-circuito se situa no ponto mais afastado do circuito e para a
situação de um defeito fase-neutro ou de um defeito entre fases [SOARES, 2009].

Para um circuito com início na origem da instalação, o comprimento máximo protegido dos
seus condutores (Lmx) é obtido através das expressões 3.6, 3.7 e 3.8:

(3.6)

Afonso Manuel Sousa Pires 21


CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

(3.7)

(3.8)

Em que:
 u – tensão na origem da instalação, aquando do defeito;
 Uo – tensão fase-terra na origem da instalação (na ausência de defeito);
 c – fator de tensão na origem do circuito; considera-se 0,80 para canalizações com
origem no Quadro de Entrada quando se desconhecem os parâmetros da rede de
distribuição a montante;
 sL – secção do condutor de fase;
 sN – secção do condutor neutro;
 ρ – resistividade dos condutores;
 Ifu – corrente de funcionamento do dispositivo de proteção para o tempo adotado
internacionalmente na proteção contra os curto-circuitos (t = 5s), sendo substituída
por:
o If – corrente de fusão, no caso de fusíveis;
o Im – corrente de disparo magnético, no caso de disjuntores.

3.6. Rede de Terras


De acordo com as Regras Técnicas, o valor da resistência de terra deve ser adequado às
condições de proteção e de serviço da instalação elétrica [DGGE, 2006].

Assim, a seleção e a instalação dos equipamentos que garantem a ligação à terra devem ser
tais que:
 O valor da resistência dessa ligação esteja de acordo com as regras de proteção e de
funcionamento da instalação e que permaneça dessa forma ao longo do tempo;
 As correntes de defeito à terra e as correntes de fuga possam circular, sem perigo
nomeadamente no que respeita às solicitações térmicas, termomecânicas e
eletromecânicas;

Afonso Manuel Sousa Pires 22


CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

 A solidez e a proteção mecânica sejam garantidas em função das condições previstas


de influências externas.

3.6.1. Esquema TT
Quando a instalação for alimentada diretamente a partir da rede de distribuição, o esquema
utilizado, em regra é o esquema TT, apresentado na Figura 3.3 [DGGE, 2006].

Figura 3.3 - Esquema de ligação à terra, tipo TT em corrente alternada

O esquema TT tem um ponto de alimentação ligado diretamente à terra na origem da


instalação, sendo as massas de todos os equipamentos ligadas a uma terra distinta da anterior,
que está ligada ao Quadro de Entrada da instalação.

“Todas as massas dos equipamentos eléctricos protegidos por um mesmo dispositivo de


protecção devem ser interligadas por meio de condutores de protecção e ligadas ao mesmo
eléctrodo de terra. Quando existir mais do que um dispositivo de protecção (em série) esta
regra aplica-se, separadamente, a todas as massas protegidas pelo mesmo dispositivo.”
[DGGE, 2006].

Afonso Manuel Sousa Pires 23


CAPÍTULO 3 PROJETO ELÉTRICO – CONDIÇÕES LEGAIS E TÉCNICAS

No esquema TT, dever-se-á verificar a condição 3.9 [DGGE, 2006]:

(3.9)

Em que:
 RA – soma das resistências do elétrodo de terra e dos condutores de proteção das
massas, em ohms;
 Ia – corrente que garante o funcionamento automático do dispositivo de proteção, em
amperes.

Quando este dispositivo for diferencial, Ia é a corrente diferencial-residual estipulada I n.

Afonso Manuel Sousa Pires 24


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4. PROJETO ELÉTRICO

4.1. Objetivos
As infraestruturas previstas no presente projeto têm como objetivos dotar o edifício do tipo
escolar de equipamentos/materiais, que no seu essencial englobam:
 Energia normal de utilização local;
 Energia estabilizada a partir da UPS, com alimentação aos serviços essenciais e mais
importantes do centro escolar;
 A criação de sub-regimes capazes de criarem sistemas de poupança nos vários locais,
sustentados com iluminação assegurada por luminárias de baixo consumo e bom
rendimento;
 Autonomia, funcionalidade, tendo em conta que é um edifício recebendo público,
dotado de sistemas próprios e específicos a instalar no centro escolar.

4.2. Classificação de Locais


O edifício em estudo é do tipo “Estabelecimento Tipo Recebendo Público – Edifício
Escolar”, de 3ª categoria (com lotação de 220 pessoas, 200 < N ≤ 1 000 ).

Consideram-se zonas de acesso a público:


 Circulações;
 Instalações Sanitárias;
 Sala Polivalente;
 Refeitório;
 Biblioteca.

Todas as zonas não mencionadas anteriormente são consideradas zonas de não acesso a
público.

Afonso Manuel Sousa Pires 25


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Todos os equipamentos a instalar deverão respeitar o IP e o IK do local onde serão instalados,


de acordo com a classificação em função dos fatores de influências externas, Quadro 4.1.

Quadro 4.1 - Classificação dos locais do centro escolar


Local Classificação Influências Externas IP IK
Locais com Acesso a Crianças AA4+AB4+BA2+BC2+XX1 20c 04
Locais sem Acesso a Crianças AA4+AB4+BC2+XX1 20 04
Cozinha AA4+AB4+AD2+BE2+BE4+BC2+XX1 41 04
Exterior Desprotegido AA8+AB8+AD3+AG2+AN3+BC2+BA2+XX1 43c 07
Exterior Protegido AA7+AB7+AD3+AN3+BA2+BC2+XX1 23c 04
Volume 0 AA4+AB4+AD7+BB3+BC3+XX1 27 04
Balneários (não Volume 1 AA4+AB4+AD5+BB3+BC3+XX1 25 04
público) Volume 2 AA4+AB4+AD4+BB2+BC3+XX1 24 04
Volume 3 AA4+AB4+AD2+BB2+BC3+XX1 21 04
Zona Técnica AA4+AB4+BA4+BC2+BE2+XX1 40 04
Volume 0 AA4+AB4+AD7+BA2+BB3+BC3+XX1 27c 04
Balneários
Volume 1 AA4+AB4+AD5+BA2+BB3+BC3+XX1 25c 04
(público com
Volume 2 AA4+AB5+AD5+BA2+BB2+BC3+XX1 25c 04
acesso a crianças)
Volume 3 AA4+AB4+AD5+BA2+BB2+BC3+XX1 25c 04
Reprografia e arquivos AA4+AB4+BA1+BC2+BE2+XX1 40 04
Refeitório AA4+AB4+BA2+BE4+BC2+XX1 40c 04
Zona Técnica Exterior AA8+AB8+AD3+AN3+BA4+BC2+BE2+XX1 43 04

4.3. Caracterização das Instalações


A instalação elétrica de baixa tensão tem as características apresentadas no Quadro 4.2.

Quadro 4.2 - Características da instalação elétrica de baixa tensão


Número de fases 3
Esquema de ligação à terra TT
Tensão entre fases e neutro 230 V
Tensão entre fases 400 V
Frequência 50 Hz

Afonso Manuel Sousa Pires 26


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.4. Alimentação de Energia Elétrica


A partir de baixada da EDP prevista no presente projeto, estando previsto caixas para
portinhola, caixa de fusíveis e contador (classe II), situando-se estas à entrada do centro
escolar. A potência a contratar será de 151,80 kVA. O visor do contador não poderá ficar a
menos de 1 metro nem a mais de 1,70 metros acima do pavimento.

É de realçar que a entidade distribuidora de energia (EDP) poderá recusar-se a fornecer a


potência mencionada anteriormente e exigir um posto de transformação privativo,
dependendo de vários fatores como a disponibilidade de energia no local.

4.5. Conceção das Instalações


As instalações de utilização que constituem este projeto compreendem:
 Iluminação normal;
 Iluminação de segurança;
 Iluminação exterior;
 Tomadas de usos gerais;
 Alimentação de máquinas;
 Rede de energia estabilizada;
 Quadros elétricos;
 Rede de alimentadores;
 Terras de proteção.

Os circuitos de iluminação e tomadas são do tipo H1XV-U enfiados em tubo VD/ERFE em


instalação embebida ou do tipo H1XV-U em tetos falsos ou à vista sobre abraçadeiras, sendo
a secção de 1,5 mm2 para a iluminação e 2,5 mm2 para as tomadas. Nas áreas de cozinha e
refeitório os circuitos são do tipo XG-U, canalização isenta de halogéneos.

Todos os circuitos projetados encontram-se bastante divididos de forma a assegurar uma


continuidade de serviço e estão protegidos nos respetivos quadros por disjuntores de
intensidade estipulada adequada às respetivas secções das canalizações, possuindo igualmente

Afonso Manuel Sousa Pires 27


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

proteção sensível à corrente diferencial residual constituída por aparelhos de alta


sensibilidade. As intensidades estipuladas destes aparelhos asseguram que os valores das
correntes máximas admissíveis em regime permanente não serão ultrapassados e os tempos de
corte permitem a extinção da corrente antes das canalizações atingirem a sua temperatura
limite admissível.

4.5.1. Iluminação Normal


O tipo de iluminação e as respetivas luminárias foram escolhidos de modo a se obter um nível
de iluminação adequado aos locais em estudo.

Toda a aparelhagem de manobra será colocada nos locais indicados a uma altura de 1,1
metros acima da cota do pavimento depois de acabado.

Todos os circuitos têm proteção sensível às correntes diferenciais por intermédio de


interruptores diferenciais, com sensibilidades regulamentares e seletivas.

Nos locais de acesso a público a iluminação será comandada por dispositivos instalados no
interior dos quadros, fechados à chave, somente acessíveis a pessoal de serviço.

Nos locais contendo banheiras ou chuveiros os aparelhos de iluminação encontram-se


instalados a pelo menos 2,25 m do pavimento acabado.

4.5.1.1. Sala de Aula


Luminárias:
 A correta iluminação da sala de aula será garantida com a instalação de 6 luminárias
de encastrar, com 1 lâmpada tubular de 49 W, balastro eletrónico;
 A iluminação do quadro de professor será garantida por 2 luminárias de encastrar, com
1 lâmpada tubular de 28 W, balastro eletrónico.

Afonso Manuel Sousa Pires 28


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação da sala de aula será efetuado através de um comutador de
lustre, instalado à entrada da respetiva sala;
 O comando de iluminação do quadro de professor será efetuado através de um
interruptor simples, instalado ao lado do respetivo quadro.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por um único circuito.

A distribuição da iluminação de uma sala de aula (tipo) encontra-se apresentada na Figura 4.1.

Figura 4.1 - Distribuição da iluminação da sala de aula (tipo)

Afonso Manuel Sousa Pires 29


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.5.1.2. Sala de Atividades


Luminárias:
 A correta iluminação da sala de atividades será garantida com a instalação de 6
luminárias de encastrar, com 1 lâmpada tubular de 49 W, balastro eletrónico.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação da sala de atividades será efetuado através de um
comutador de lustre, instalado à entrada da respetiva sala.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por um único circuito.

A distribuição da iluminação de uma sala de atividades (tipo) encontra-se apresentada na


Figura 4.2.

Figura 4.2 - Distribuição da iluminação da sala de atividades (tipo)

Afonso Manuel Sousa Pires 30


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.5.1.3. Sala de Expressão Plástica


Luminárias:
 A correta iluminação da sala de expressão plástica será garantida com a instalação de
6 luminárias de encastrar, com 1 lâmpada tubular de 49 W, balastro eletrónico.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação da sala de aula será efetuado através de um comutador de
lustre, instalado à entrada da respetiva sala.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por um único circuito.

A distribuição da iluminação da sala de expressão plástica encontra-se apresentada na


Figura 4.3.

Figura 4.3 - Distribuição da iluminação da sala de expressão plástica

Afonso Manuel Sousa Pires 31


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.5.1.4. Sala de Música


Luminárias:
 A correta iluminação da sala de música será garantida com a instalação de 6
luminárias de encastrar, com 1 lâmpada tubular de 49 W, balastro eletrónico.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação da sala de música será efetuado através de um comutador
de lustre, instalado à entrada da respetiva sala.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por um único circuito.

A distribuição da iluminação de uma sala de música encontra-se apresentada na Figura 4.4.

Figura 4.4 - Distribuição da iluminação da sala de música

Afonso Manuel Sousa Pires 32


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.5.1.5. Sala Multimédia/internet


Luminárias:
 A correta iluminação da sala multimédia/internet será garantida com a instalação de 6
luminárias de encastrar, com 1 lâmpada tubular de 49 W, balastro eletrónico.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação da sala multimédia/internet será efetuado através de um
comutador de lustre, instalado à entrada da respetiva sala.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por um único circuito.

A distribuição da iluminação de uma sala multimédia/internet encontra-se apresentada na


Figura 4.5.

Figura 4.5 - Distribuição da iluminação da sala multimédia/internet

Afonso Manuel Sousa Pires 33


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.5.1.6. Biblioteca
Luminárias:
 A correta iluminação da biblioteca será garantida com a instalação de 6 luminárias de
encastrar, com 2 lâmpada tubular de 49 W, balastro eletrónico;
 No arquivo a iluminação está assegurada através da instalação de 1 luminária saliente,
estanque, com 2 lâmpadas compactas fluorescentes de 9 W.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação da biblioteca será efetuado através de 2 interruptores
simples, com chave, somente acessíveis a pessoal de serviço, instalados à entrada da
mesma;
 O comanda da iluminação do arquivo será efetuado através de um interruptor simples
estanque.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação da biblioteca será assegurada por 2 circuitos, a partir de
dispositivos diferenciais distintos;
 A alimentação da iluminação do arquivo será assegurada por um único circuito, a
partir de um dispositivo diferencial distinto do utilizado para a biblioteca.

A distribuição da iluminação de uma sala multimédia/internet encontra-se apresentada na


Figura 4.6.

Afonso Manuel Sousa Pires 34


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Figura 4.6 - Distribuição da iluminação da biblioteca

4.5.1.7. Cozinha
Luminárias:
 A iluminação da cozinha será garantida com a instalação de luminárias de encastrar,
estanques, com 2 lâmpada tubular de 36 W, balastro eletrónico;
 Na iluminação da hotte serão instaladas 2 luminárias estanques, salientes, com 1
lâmpada tubular de 36 W, balastro eletrónico;
 Nas zonas de despensas e arrumos, a iluminação será garantida através da instalação
de luminárias estanques, com 2 lâmpadas compactas fluorescentes de 9 W.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação da cozinha será efetuado através de interruptores simples,
comutadores de lustre, comutadores de escada, ambos estanques;
 Alguns circuitos serão comandos diretamente no quadro elétrico da cozinha.

Afonso Manuel Sousa Pires 35


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por diversos circuitos, a partir do mesmo
dispositivo diferencial.

A distribuição da iluminação da cozinha encontra-se apresentada na Figura 4.7.

Figura 4.7 - Distribuição da iluminação da cozinha

4.5.1.8. Refeitório
Luminárias:
 Serão instaladas 12 luminárias de encastrar, estanques, com 2 lâmpadas compactas
fluorescentes de 32 W.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação do refeitório será efetuado diretamente a partir do quadro
elétrico do refeitório.

Afonso Manuel Sousa Pires 36


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por 2 circuitos, a partir de dispositivos
diferenciais distintos.

A distribuição da iluminação do refeitório encontra-se apresentada na Figura 4.8.

Figura 4.8 - Distribuição da iluminação do refeitório

4.5.1.9. Polivalente
Luminárias:
 Serão instalados 4 apliques de parede, com lâmpada TC-D1 de 26 W, suporte de
lâmpada E27;
 Serão instaladas 12 luminárias de encastrar, com 2 lâmpadas compactas fluorescentes
de 32 W.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação do polivalente será efetuado diretamente a partir do quadro
elétrico da respetiva zona.

Afonso Manuel Sousa Pires 37


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por 3 circuitos, a partir de 2 dispositivos
diferenciais distintos.

A distribuição da iluminação do polivalente encontra-se apresentada na Figura 4.9.

Figura 4.9 - Distribuição da iluminação do polivalente (cota inferior e cota superior)

4.5.1.10. Sala Polivalente


Luminárias:
 Serão instaladas 9 luminárias de encastrar, com 2 lâmpadas compactas fluorescentes
de 32 W.

Afonso Manuel Sousa Pires 38


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação da sala polivalente será efetuado diretamente a partir do
quadro elétrico da respetiva zona.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por 2 circuitos, a partir de dispositivos
diferenciais distintos.

A distribuição da iluminação da sala polivalente encontra-se apresentada na Figura 4.10.

Figura 4.10 - Distribuição da iluminação da sala polivalente

4.5.1.11. Circulações
Luminárias:
 A iluminação das circulações será efetuada recorrendo a luminárias de encastrar, com
2 lâmpadas compactas fluorescentes de 26 W.

Afonso Manuel Sousa Pires 39


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação das diferentes circulações será efetuado diretamente a partir
do quadro elétrico da zona correspondente.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por 2 circuitos, a partir de dispositivos
diferenciais distintos.

4.5.1.12. Arrumos
Luminárias:
 A iluminação dos diversos arrumos será garantida através da instalação de luminárias
salientes, estanques, com 2 lâmpadas compactas fluorescentes de 9 W.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação dos diferentes arrumos será efetuado através de um
interruptor simples, estanque, instalado à entrada do respetivo arrumo.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por um único circuito.

4.5.1.13. Zonas Técnicas


Luminárias:
 Na iluminação das zonas técnicas serão instaladas luminárias salientes, estanques, com
2 lâmpada tubular de 36 W, balastro eletrónico;
 Nas zonas técnicas exteriores serão instalados apliques de parede estanques, tipo
Olho-de-boi, suporte de lâmpada E27.

Afonso Manuel Sousa Pires 40


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Comando Iluminação:
 O comanda da iluminação será efetuado através de um interruptor simples ou
comutador de lustre, conforme o caso, ambos estanques.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por um único circuito.

4.5.1.14. Instalações Sanitárias e Balneários


Luminárias:
 A iluminação das instalações sanitárias será efetuada recorrendo a luminárias de
encastrar, estanques, com 1 lâmpada compacta fluorescente de 18 W.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação das diferentes instalações será efetuado através de sensores
de movimento e iluminância estanques.

Alimentação Iluminação:
 A alimentação da iluminação será assegurada por um único circuito, a partir de
dispositivos diferenciais, para público ou não público consoante o caso.

4.5.2. Iluminação de Segurança


A iluminação será do Tipo C, constituída por blocos autónomos. Estes são aparelhos de
iluminação equipados com acumuladores NiCd de alta temperatura, com led verde indicador
de carga, da classe II de isolamento, tensão de alimentação 230 V – 50 Hz e com uma
autonomia até 1 hora.

Os circuitos de alimentação a estas armaduras, de um modo geral serão executados com


condutores do tipo H1XV-U (XG-U na área de cozinha e refeitório), enfiados em tubo VD,
alimentados pelos respetivos quadros elétricos responsáveis pela iluminação normal.

Afonso Manuel Sousa Pires 41


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Os letreiros de saída em todos os caminhos de evacuação para o exterior, conforme o imposto


nas Regras Técnicas, serão constituídos por aparelhos de iluminação equipados com lâmpadas
fluorescentes e baterias de NiCd estanques, com autonomia até 1 hora.

Nas áreas de circulação de pessoas e saídas principais do edifício, os letreiros de saída serão
do tipo permanente, regulamentarmente alimentados e comandados por interruptor próprio a
partir dos respetivos quadros elétricos.

Nas zonas de acesso a público e áreas de utentes os blocos autónomos serão do tipo, ou
equivalente, ao apresentado na Figura 4.11 [LINERGY, 2012].

Figura 4.11 - Bloco autónomo em zonas de acesso a público e áreas de utentes

Nas áreas de arrumos, zonas técnicas e de apoio ao centro escolar os blocos autónomos serão
estanques, do tipo, ou equivalente, ao apresentado na Figura 4.12 [LEGRAND, 2009].

Figura 4.12 - Bloco autónomo em zonas de serviço

Afonso Manuel Sousa Pires 42


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Os pictogramas a instalar estarão de acordo com os requisitos da Autoridade Nacional de


Protecção Civil.

A instalação possuirá um dispositivo (telecomando) capaz de colocar no estado de


repouso/vigilância toda a iluminação de segurança do edifício. O dispositivo será instalado no
Quadro de Entrada da instalação.

4.5.3. Iluminação Exterior


Luminárias:
 A iluminação de muros será feita através da instalação de luminárias embutida nos
respetivos muros, com lâmpada fluorescente de 18 W;
 A iluminação de fachadas será efetuada com recurso a luminárias em aço inox,
encastradas do chão, com aro quadrado, com lâmpada VMI de 35 W;
 A iluminação das zonas de recreio será feita através da instalação de projetores
estanques, com lâmpada VMI de 70 W.

Comando Iluminação:
 O comando de iluminação da iluminação exterior será através de interruptor horário,
célula fotoelétrica ou através de interruptores individuais para cada circuito, instalados
no Quadro de Entrada.

Alimentação Iluminação:
 Os circuitos de iluminação exterior, de um modo geral serão executados em
condutores do tipo H1XV 4 mm2 – PEADø50 mm, em vala com dimensões
regulamentares.

4.5.4. Tomadas
As tomadas de usos gerais serão do tipo “Schuko”, 2P+T, 230 V - 50 Hz, com obturadores,
com uma corrente estipulada não superior a 16 A.

Afonso Manuel Sousa Pires 43


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Nos locais de acesso ao público, os circuitos de alimentação das tomadas de usos gerais serão
distintos dos destinados a outros fins (limpeza) e conservados desligados quando o público
tiver acesso.

Os circuitos de tomadas, de um modo geral serão executados em condutores do tipo H1XV-U


(XG-U na área de cozinha e refeitório), enfiados em tubo VD/ERFE.

As tomadas serão instaladas nos locais indicados, a uma altura útil de 0,30 m a partir da cota
do pavimento depois de acabado de acordo com os fins a que se destinam, com exceção da
cozinha ou outros locais definidos pelo proprietário de acordo com a respetiva utilização. Nas
salas destinadas a crianças, com menos de 10 anos, as tomadas deverão ser instaladas a uma
altura útil de 1,60 m a partir da cota do pavimento acabado.

4.5.4.1. Sala de Aula


As salas de aulas serão dotadas, Figura 4.13, com:
 1 Tomada destinada à limpeza da sala, localizada à entrada da mesma.
 2 Caixas 2x6 módulos, encastradas na parede, localizadas ao fundo da sala, com 3
tomadas de energia normal;
 1 Caixa 2x6 módulos, encastradas na parede, localizada atrás da secretária do
professor, com 3 tomadas de energia normal;
 2 Tomadas, com tampa, nas zonas das bancadas;
 2 Tomadas, instaladas no teto;
 2 Caixas 16 módulos, encastradas no chão, localizadas no centro da sala, com 3
tomadas de energia normal;
 1 Tomada, localizada atrás da secretária do professor, destinada a alimentar uma
possível televisão;
 2 Caixas de alimentação, destinadas a alimentar a tela e o retroprojetor.

Afonso Manuel Sousa Pires 44


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Figura 4.13 - Distribuição das tomadas em uma sala de aula (tipo)

4.5.4.2. Polivalente
No polivalente, além de tomadas destinadas a limpeza, alimentação de televisões e rede sem
fios, será também instalada uma caixa de potência, somente acessíveis a pessoal de serviço,
constituída por 1 tomada monofásica e 1 tomada trifásica de 32 Amperes, bem como uma
caixa de alimentação ao retroprojetor.

4.5.4.3. Circulações
Ao longo das diversas circulações serão instaladas tomadas destinadas a limpeza e a
alimentação da rede sem fios.

Afonso Manuel Sousa Pires 45


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.5.4.4. Sala Multimédia/internet


A sala multimédia será dotada com:
 6 Caixas 18 módulos, encastradas no chão, localizadas de acordo com a Figura 4.14,
com 3 tomadas de energia normal;
 1 Tomada, localizada junto à entrada, destinada a alimentar uma possível televisão;

Figura 4.14 - Distribuição das tomadas na sala multimédia/internet

4.5.4.5. Cozinha
A cozinha possui condições muito específicas no que diz respeito à alimentação de
equipamentos. Neste espaço existirão diversos circuitos de tomadas, com obturadores e
tampas, material estanque, de modo a possibilitar a ligações dos mais diversos
eletrodomésticos, existirão também circuitos independentes de alimentação aos principais
equipamentos.

No Quadro 4.3 são apresentadas as quantidades, descrição e características dos principais


equipamentos, de modo a ser possível o correto dimensionamento da sua alimentação. A
escolha destes equipamentos não é da responsabilidade do projetista.

Afonso Manuel Sousa Pires 46


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Quadro 4.3 - Principais equipamentos da cozinha


Potência (W)
Quantidade Descrição
Monofásica Trifásica
2 Banho-maria 1200
2 Elem. Refrigerador 580
1 Marmita 12500
1 Fritadeira 9000
1 Descascador Batatas 370
1 Corta Legumes 300
3 Eletrocutor 30
1 Máq. Lavar Louça 3500
1 Cam. Frigorifica 800
3 Arm. Frigorifico 480
1 Forno 17300
2 Hotte 550

Na Figura 4.15 encontram-se apresentadas as infraestruturas projetadas.

Figura 4.15 - Distribuição das tomadas e equipamentos na cozinha

Afonso Manuel Sousa Pires 47


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.5.5. Rede de Energia Estabilizada


O presente centro escolar será dotado de uma rede de energia estabilizada através da
instalação de uma UPS, com potência nominal de 10kVA. Serão instalados dois quadros
elétricos, Quadro UPS e Q. Parcial UPS, responsáveis pela alimentação dos diversos circuitos
da rede de energia estabilizada.

A rede irá alimentar os equipamentos essenciais mais importantes, tais como:


 Central de Deteção de Incêndios (CDI);
 Central Contra Intrusão (CCI);
 Botoneiras de emergência;
 Bastidores.

A rede irá alimentar também as caixas de chão e de parede equipadas com tomadas de energia
estabilizada.

4.6. Quadros Elétricos

4.6.1. Características Construtivas


Os quadros elétricos serão em PVC reforçado, classe II, para montagem “INTERIOR” ou
“SEMI-ENCASTRADA” em todos os locais, munidos de fechadura com chave.

No interior dos quadros deverá ficar colocado o respetivo esquema elétrico, devidamente
acondicionado e em lugar acessível apenas ao pessoal da manutenção. Os quadros
referenciados em peças desenhadas (Anexo III) serão com porta e painel e com a aparelhagem
representada em peças desenhadas no seu interior.

Deverá obedecer às normas DIN e VDA para pré-fabricação de quadros, de forma a constituir
uma construção modular de fácil montagem. Deverão ter sido aplicadas a modelos de estudo
anterior, testes à resistência higroscópio e à propagação das chamas com base no revestimento
de pintura.

Afonso Manuel Sousa Pires 48


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

A aparelhagem será assente numa estrutura de perfis, a qual constituirá um chassis extra
independente da caixa, fixa por parafusos e recoberta por espelho de remate, ficando apenas
acessível os manípulos para manobra e comando da aparelhagem. O acesso à aparelhagem de
proteção deverá ser facilitado pela conceção do quadro, de forma a permitir a manutenção e
manobra.

Os barramentos serão constituídos por barras de cobre com constituição de acordo com o nº
de fases, neutro e terra, pintados nas cores regulamentares, dimensionadas na base de
aplicação de uma densidade de corrente de 2 A/mm2.

Os ligadores de terra deverão ser suficientemente identificados, com forma adequada e


etiqueta própria, devendo ser a ele ligado todos os condutores de proteção.

A dimensão do quadro deverá ser estabelecida de acordo com o tipo e quantidade de


aparelhagem definido em peças desenhadas, incluindo as reservas previstas, de forma a
conseguir-se o espaço necessário aos trabalhos de manutenção.

A secção nominal dos condutores revestidos a utilizar na eletrificação para montagem no


interior dos quadros será de 6 mm2, no mínimo. As ligações serão realizadas por aperto
mecânico através de terminais, parafusos, anilhas de mola e porcas em latão niquelado, sendo
todos os circuitos de saída identificados por uma etiqueta, junto ao respetivo órgão de
comando, não se admitindo fita gravada.

Com exceção dos quadros destinados a aplicações específicas, os quadros podem ser
instalados, nos locais acessíveis a público e nos caminhos de evacuação, desde que a potência
estipulada não seja superior a 40 kVA e sejam protegidos por meio de um invólucro que
satisfaça ao ensaio do fio incandescente para uma temperatura de 750 °C, com um tempo de
extinção das chamas, após retirada do fio incandescente, não superior a 5 s.

Deverá existir placas sinaléticas com a indicação de “Quadros Elétrico”, no caso de estes se
encontrarem dentro de armários.

Afonso Manuel Sousa Pires 49


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

O Quadro de Entrada com potência superior a 100 kVA, estará instalado num armário com
paredes e portas em materiais da classe de reação ao fogo M0 (com exceção do vidro).

O Quadro AVAC será da total responsabilidade do instalador, cabendo apenas ao projetista o


dimensionamento da canalização de alimentação.

O Quadro de Entrada e o Quadro da UPS possuirão dispositivos de corte de emergência com


comando à distância, localizados em locais adequados, em que o disparo do dispositivo de
corte é efetuado por um relé de falta de tensão, utilizando uma bobina MN, sendo a bobina
alimentada a partir da UPS.

No Anexo III são apresentadas as peças desenhadas com os esquemas unifilares dos quadros
elétricos da instalação.

4.6.2. Aparelhagem Incorporada


Nos aparelhos de corte e proteção serão sinalizados de forma clara as posições de “ligado” e
“desligado”.

4.6.3. Interruptores
Os interruptores terão a intensidade nominal e o número de polos indicados em peças
desenhadas, sendo o corte brusco e independente do tempo de manobra do operador. Serão
utilizados interruptores diferenciais, com intensidade nominal e sensibilidade indicados em
peças desenhadas próprias (Anexo III).

4.6.4. Disjuntores
Os disjuntores serão do tipo relés magneto-térmicos, monofásicos ou trifásicos, com calibres
indicados em peças desenhadas, com poder de corte não inferior a 6 kA e terão o nº de polos
conforme peças desenhadas (Anexo III).

Afonso Manuel Sousa Pires 50


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.6.5. Régua de Terminais


Nas conexões entre o cabo e os quadros dos circuitos de saída, serão utilizados ligadores com
tamanho apropriado de acordo com as secções nominais dos condutores, respeitando as
disposições da norma NP-1137 e obedecendo às condições definidas nas Regras Técnicas.

Os ligadores deverão estar convenientemente identificados segundo o esquema elétrico.

4.6.6. Sinalizadores
O sinalizador terá vidro pintado nas cores convencionais, com lâmpada de néon e fixação à
estrutura metálica. Será montado em circuito protegido por fusível.

4.6.7. Interruptor Horário


Interruptor horário programável (IHP) com um canal programável, para comando da
iluminação do átrio da entrada e montagem em calha DIN, para uma tensão de 230 V / 50Hz,
consumo 3,5 VA, associado a célula fotoelétrica.

4.6.8. Terminal Principal de Terra


Todas as instalações elétricas devem ter um terminal principal de terra ao qual devem ser
ligados os condutores de terra, os condutores de proteção, os condutores das ligações
equipotenciais principais e os condutores de ligação à terra funcional, se necessário.

Os elétrodos de terra serão constituídos por chapas ou varas em aço revestidas a cobre, com
dimensões de acordo com as Regras Técnicas, com valores regulamentares, inferiores a 80
ohms em instalações em baixa tensão.

A ligação dos elétrodos aos condutores de terra será executada por intermédio de acessórios
adequados, devendo ser isolada por forte camada protetora constituída por material
impermeável e durável.

Afonso Manuel Sousa Pires 51


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Os elétrodos serão enterrados na vertical, sendo do tipo de varetas de aço revestido a cobre,
sempre que possível nas partes mais húmidas do terreno e o seu topo superior não deverá ficar
a menos de 0,8 m da superfície do terreno, devendo estas ter 2 m de comprimento, 15 mm de
diâmetro exterior e com uma espessura de revestimento de 0,7 mm.

Deverá ser instalado um terminal principal de terra que estabelecerá a continuidade entre o
elétrodo, a placa de inspeção de terra e o barramento de proteção do Quadro de Entrada
(Q.E.), através de um condutor do tipo LXV-R1G150 mm2, enfiado em tubo PVC/VDø90
mm.

O terminal principal de terra, que permite o corte para efeito de medição da resistência de
terra, será alojado em caixa de material não metálico, com formato do tipo paralelepipédico e
com tampa fixa por parafusos.

O acesso ao terminal principal de terra só deverá ser feito por pessoal qualificado (BA5).

4.6.9. Sistemas de Proteção Contra Choques Elétricos


A proteção contra choques elétricos terá de ser feitas de duas formas:
 Proteção contra contactos diretos;
 Proteção contra contactos indiretos.

4.6.9.1. Proteção Contra Contactos Diretos


É feita por isolamento das partes elétricas ativas por meio de invólucros ou barreiras que
tenham pelo menos um código IP2X.

4.6.9.2. Proteção Contra Contactos Indiretos


É feita através de dispositivos de corte automático, interruptores diferenciais, instalados nos
diferentes quadros elétricos, para separar automaticamente da alimentação o circuito ou o
equipamento quando surgir um defeito entre uma parte ativa e uma massa.

Afonso Manuel Sousa Pires 52


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

A proteção dos circuitos de iluminação e tomadas das instalações sanitárias e locais contendo
crianças será assegurada por interruptores diferenciais de 30 mA.

Deve ser feita ligação equipotencial ao circuito de terras de proteção:


 As canalizações metálicas de alimentação do edifício e situadas no interior (por
exemplo, de água e gás);
 Os elementos metálicos da construção, calhas metálicas e as canalizações metálicas de
aquecimento central e de ar condicionado (sempre que possível);
 Elementos metálicos capazes de ser eletrizáveis em instalações sanitárias.

As ligações equipotenciais terão de ser executadas com condutores de secção igual ou


superior a 2,5 mm2 com proteção mecânica em tubo VDø25 mm ou 4 mm2 sem proteção
mecânica.

4.7. Equipamentos

4.7.1. Canalizações
Nesta instalação estão estabelecidas as canalizações dos seguintes tipos:
 Fixas à vista, constituídas por cabos do tipo H1XV-U/R (XG-U na área de cozinha e
refeitório). Estas canalizações estão fixadas às superfícies de apoio por meio de
abraçadeiras colocadas às distâncias regulamentares. Estas canalizações desenvolvem-
se em caminhos de cabos em calhas metálicas perfuradas, nos tetos falsos;
 Fixas ocultas, constituídas por cabos do tipo H1XV-U/R (XG-U na área de cozinha e
refeitório), protegidos por tubos do tipo VD ou ERFE. Estas canalizações
desenvolvem-se em roços previamente marcados e tapados com argamassa de elevada
dosagem de cimento. Os tubos deverão ser ligados entre si ou aos aparelhos de forma
a garantir impossibilidade de argamassa na canalização. O traçado destas canalizações
está estabelecido em troços horizontais e verticais dos aparelhos intercalados nas
instalações. O raio mínimo de curvatura dos tubos é de seis vezes o seu diâmetro
exterior, mas sempre de forma a ser possível enfiar e desenfiar os condutores;

Afonso Manuel Sousa Pires 53


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

 Enterradas, constituídas por cabos do tipo XV, secções indicadas e protegidas por
tubos PVC, com código não inferior a IK8 e a uma distância de pelo menos a 60 cm
da superfície do solo, em valas regulamentarmente sinalizadas.

4.7.2. Acessórios de Instalação


Todos os materiais a empregar deverão ser de primeira qualidade e obedecer a todas as
disposições das Regras Técnicas, devendo ser toda a instalação efetuada segundo a boa
técnica construtiva e observando todas as disposições regulamentares em vigor.

4.8. Característica dos Materiais


Todos os materiais a empregar deverão ser de primeira qualidade e obedecer a todas as
disposições das Regras Técnicas, devendo ser toda a instalação efetuada segundo a boa
técnica construtiva e observando todas as disposições regulamentares em vigor.

4.9. Cálculos Elétricos

4.9.1. Proteções Contra Sobrecargas

4.9.1.1. Equipamentos Cozinha


Para o correto dimensionamento das alimentações dos equipamentos, a instalar na cozinha, é
necessário calcular a corrente de serviço destes.

Para o cálculo da corrente de serviço (IB), em circuitos monofásicos recorreu-se à


expressão 4.1:

(4.1)

Afonso Manuel Sousa Pires 54


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Para o cálculo da corrente de serviço (IB), em circuitos trifásicos recorreu-se à expressão 4.2:

(4.2)

Em que:
 IB – corrente de serviço, em amperes;
 P – potência, em watts.
 US – tensão simples, em volts;
 cos φ – fator potência.

No Quadro 4.4 encontra-se apresentado o correto dimensionamento das alimentações, cabos e


proteções, para os principais equipamentos da cozinha.

As canalizações serão embebidas em elementos da construção, método de referência B, para


simplificação de cálculos considerou-se cos φ = 1.

Quadro 4.4 - Dimensionamento das canalizações elétricas


Potência (W)
Descrição IB (A) Cabo In (A)
Monofásica Trifásica
Banho-maria 1200 5,22 XG-U3G2,5 16
Elem. Refrigerador 580 2,52 XG-U3G2,5 16
Marmita 12500 18,16 XG-U5G4 25
Fritadeira 9000 13,04 XG-U5G2,5 16
Descascador Batatas 370 1,61 XG-U3G2,5 16
Corta Legumes 300 1,30 XG-U3G2,5 16
Eletrocutor 30 0,13 XG-U3G2,5 16
Máq. Lavar Louça 3500 5,07 XG-U5G2,5 16
Cam. Frigorifica 800 3,48 XG-U3G2,5 16
Arm. Frigorifico 480 2,09 XG-U3G2,5 16
Forno 17300 25,07 XG-U5G6 32
Hotte 550 2,39 XG-U3G2,5 16

Afonso Manuel Sousa Pires 55


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.9.1.2. Quadros Elétricos


Nos Quadros a seguir representados, encontram-se dimensionadas as canalizações elétricas de
alimentação aos diversos quadros elétricos do edifício.

Foram utilizados os fatores de correção adequados aos métodos de referência utilizados, em


que:
 (*) – Fator correção cabos em caminhos cabos perfurados horizontais sem afastamento
(caso mais desfavorável), com o valor 0,73, método de referência E e F,
respetivamente para cabos multicondutores e monocondutores;
 (**) – Fator de correção para cabos enterrados, com o valor 0,80, método de
referência D.

O Quadro Salas 2 será alimentado a partir do Q. Piso, com canalização e proteção de acordo
com o apresentado no Quadro 4.5.

Quadro 4.5 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Salas 2


Quadro Salas 2 (Q. Salas 2)
Potência/IB 6,90 kVA/10 A
Canalização Cabo H1XV-R5G16
Mét. Ref. E, IZ 100 A x 0,73*= 73 A
1,45xIZ 105,85 A
In 50 A
I2 72 A
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

O Quadro Salas 1 será alimentado a partir do Q. Piso, com canalização e proteção de acordo
com o apresentado no Quadro 4.6.

Afonso Manuel Sousa Pires 56


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Quadro 4.6 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Salas 1


Quadro Salas 1 (Q. Salas 1)
Potência/IB 8,00 kVA/11,59 A
Canalização Cabo H1XV-R5G16
Mét. Ref. E, IZ 100 A x 0,73*= 73 A
1,45xIZ 105,85 A
In 50 A
I2 72 A
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

O Quadro Cozinha será alimentado a partir do Q. Piso, com canalização isenta de halogéneos
e proteção de acordo com o apresentado no Quadro 4.7.

Quadro 4.7 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Cozinha


Quadro Cozinha (Q. Coz.)
Potência/IB 30,00 kVA/43,48 A
Canalização Cabo 4x(XG-R1x25)+XG-R1G16
Mét. Ref. F, IZ 141 A x 0,73*= 102,93 A
1,45xIZ 149,25 A
In 63 A
I2 91 A
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

O Quadro Refeitório será alimentado a partir do Q. Piso, com canalização e proteção de


acordo com o apresentado no Quadro 4.8.

Afonso Manuel Sousa Pires 57


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Quadro 4.8 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Refeitório


Quadro Refeitório (Q. Refeitório)
Potência/IB 3,45 kVA/5 A
Canalização Cabo H1XV-U5G6
Mét. Ref. E, IZ 54 A x 0,73*= 39,42 A
1,45xIZ 57,16 A
In 32 A
I2 46 A
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

O Quadro Piso será alimentado diretamente a partir do Q. Entrada, com canalização e


proteção de acordo com o apresentado no Quadro 4.9.

Quadro 4.9 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Piso


Quadro Piso (Q. Piso)
Potência/IB 54,00 kVA/78,26 A
Canalização Cabo 4x(H1XV-R1x35)+H1XV-R1G16
Mét. Ref. F, IZ 176 A x 0,73*= 128,48 A
1,45xIZ 186,30 A
In 100 A
I2 145 A
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

O Quadro Parcial UPS será alimentado a partir do Q. UPS, com canalização e proteção de
acordo com o apresentado no Quadro 4.10.

Afonso Manuel Sousa Pires 58


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Quadro 4.10 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Parcial UPS


Quadro Parcial UPS (Q. P. UPS)
Potência/IB 4,00 kVA/5,80 A
Canalização Cabo H1XV-U5G6
Mét. Ref. E, IZ 54 A x 0,73*= 39,42 A
1,45xIZ 57,16 A
In 25 A
I2 36 A
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

A UPS será alimentada a partir do Q. Informática, possuindo um quadro próprio (Q. UPS),
com canalização e proteção de acordo com o apresentado no Quadro 4.11.

Quadro 4.11 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro UPS


Quadro UPS (Q. UPS)
Potência/IB 10,00 kVA/14,49 A
Canalização Cabo H1XV-U5G6
Mét. Ref. E, IZ 54 A x 0,73*= 39,42 A
1,45xIZ 57,16 A
In 32 A
I2 46 A
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

O Quadro Informática possuirá alimentação a partir do Q. Entrada, com canalização e


proteção de acordo com o apresentado no Quadro 4.12.

Afonso Manuel Sousa Pires 59


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Quadro 4.12 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Informática


Quadro Informática (Q. Inf.)
Potência/IB 15,00 kVA/21,74 A
Canalização Cabo H1XV-R5G10
Mét. Ref. E, IZ 75 A x 0,73*= 54,75 A
1,45xIZ 79,39 A
In 40 A
I2 58 A
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

O Quadro AVAC, da responsabilidade do instalador, será alimentado diretamente a partir do


Q. Entrada, com canalização e proteção de acordo com o apresentado no Quadro 4.13.

Quadro 4.13 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro AVAC


Quadro AVAC (Q. AVAC)
Potência/IB 69,00 kVA/100 A
Canalização Cabo 4x(H1XV-R1x50)+H1XV-R1G25
Mét. Ref. F, IZ 216 A x 0,73*= 157,68 A
1,45xIZ 228,64 A
In 125 A
I2 181 A
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

A canalização do Quadro Entrada será constituída por 4x(LXV-R1x300)-2xPEADø125 mm,


em vala, a partir da receção de energia, onde serão instalados portinhola, caixa de fusíveis e
caixa de contagem de energia.

O dimensionamento da canalização encontra-se apresentado no Quadro 4.14.

Afonso Manuel Sousa Pires 60


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

Quadro 4.14 - Dimensionamento da canalização elétrica para o Quadro Entrada


Quadro Entrada (Q. E.)
Potência/IB 151,80 kVA/220,00 A
Canalização Cabo 4x(LXV-R1x300)-
2xPEADø125
Mét. Ref. D, IZ 400 A x 0,80**= 320 A
1,45xIZ 464 A
In A definir pela EDP
I2 A definir pela EDP
IB ≤ In ≤ IZ e I2 ≤ 1,45×IZ OK

4.9.2. Quedas de Tensão


Para o cálculo das diferentes quedas de tensão, Quadro 4.15, atendeu-se às expressões 3.4 e
3.5 e considerou-se:
 cos φ = 1;
 sin φ = 0;
 ρ1 = 0,0225 Ωmm2/m para cobre e 0,036 Ωmm2/m para alumínio.

Quadro 4.15 - Quedas de Tensão


Origem Final b Ρ1(Ωmm2/m) IB (A) L (m) S (mm2) U (V) u (%)
Q. Piso Q. Salas 2 1 0,0225 10,00 42 16 0,59 0,26
Q. Piso Q. Salas 1 1 0,0225 11,59 40 16 0,65 0,28
Q. Piso Q. Cozinha 1 0,0225 43,48 42 25 1,64 0,71
Q. Piso Q. Refeitório 1 0,0225 5,00 20 6 0,38 0,16
Q. Entrada Q. Piso 1 0,0225 78,26 23 35 1,16 0,50
Q. UPS Q. P. UPS 1 0,0225 5,80 62 6 1,35 0,59
Q. Informática Q. UPS 1 0,0225 14,49 5 6 0,27 0,12
Q. Entrada Q. Informática 1 0,0225 21,74 38 10 1,86 0,81
Q. Entrada Q. AVAC 1 0,0225 100,00 18 50 0,81 0,35
Portinhola Q. Entrada 2 0,036 220,00 62 300 3,27 1,42

Afonso Manuel Sousa Pires 61


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

O caso mais desfavorável encontra-se no Troço PORTINHOLA – Q.E. – Q. INFORMÁTICA


– Q. UPS – Q.P.UPS = 3,27 + 1,86 + 0,27 + 1,35 = 6,75 V (2,93 % de 230 V), perfeitamente
regulamentar para a instalação (3 % para iluminação e 5 % para equipamentos).

4.9.3. Proteção Contra Curto-Circuitos


Os circuitos com maior comprimento são os circuitos de iluminação exterior, com distâncias
de:
 90 m;
 90 m;
 126 m.

Recorrendo às expressões do ponto 3.6, 3.7 e 3.8 e considerando:


 sL = 4 mm2;
 sN = 4 mm2;
 ρ = 0,0225 Ωmm2/m;
 In = 10 A;
 Ifu = 50 (5 x In).

Obtém-se:
 Lmx = 327,11 m.

Assim, conclui-se que os diferentes circuitos se encontram protegidos contra curto-circuitos,


através de disjuntores de 10 A – Curva B, corrente de disparo 5 In.

Afonso Manuel Sousa Pires 62


CAPÍTULO 4 PROJETO ELÉTRICO

4.10. Rede de Alimentadores


Na Figura 4.16 encontra-se apresentada a rede de alimentadores da instalação elétrica.

Figura 4.16 - Rede de alimentadores

No rés do chão, localizadas junto ao Quadro Piso, existirão botoneiras que possibilitarão o
acionar do corte de emergência, tanto do Quadro de Entrada da instalação como do Quadro
UPS, garantindo assim o corte da energia normal e estabilizada em toda a instalação, ou
apenas no referido piso. Por sua vez, no andar, localizada junto ao Quadro Entrada, existirá
uma botoneira que permitirá o corte de emergência do Quadro UPS.

Afonso Manuel Sousa Pires 63


CAPÍTULO 5 PROJETO ITED

5. PROJETO ITED

5.1. Legislação
Os procedimentos na elaboração de Projetos ITED devem estar de acordo com a legislação
em vigor (Decreto-Lei n.º 123/2009, de 21 de Maio, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º
258/2009 de 25 de Setembro) e com as Normas Europeias aplicáveis.

A elaboração do projeto apoiada num conjunto de metodologias e regras baseadas nas regras
técnicas do Manual ITED – 2ª Edição, tem em conta as necessidades de existência de serviços
expressas pelo dono de obra.

O projetista deve emitir os termos de responsabilidade respetivos e disponibilizá-los aos ICP-


ANACOM e ao dono de obra, nos termos previstos na alínea b), do n.º 1, do artigo 69º, do
Decreto-Lei n.º 123/2009, de 21 de Maio (com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 258/2009,
de 25 de Setembro).

5.2. Documentação Geral do Projeto


O Projeto ITED deverá integrar [ANACOM]:
 Termo de Responsabilidade e Documentos do Projetista;
 Fichas Técnicas;
 Memória Descritiva e Justificativa;
 Peças Desenhadas (incluindo plantas de localização);
 Orçamento de Execução.

No Anexo IV encontra-se apresentado Termo de Responsabilidade, parcialmente preenchido.

Afonso Manuel Sousa Pires 65


CAPÍTULO 5 PROJETO ITED

5.3. Projeto das Redes de Tubagens

5.3.1. Regras Gerais


O projeto da rede de tubagem terá por base o projeto da rede de cablagem, devendo respeitar
as prescrições técnicas do Manual ITED – 2ª edição. Assim:
 O percurso da tubagem deve ser tanto quanto possível retilíneo, preferencialmente, na
vertical ou horizontal;
 O comprimento máximo entre 2 caixas deverá ser de 12 m, quando o percurso for
retilíneo;
 Admite-se, para cada troço de tubo, a execução de um máximo de 2 curvas. Cada
curva diminuirá o comprimento de cada troço em 2 m;
 As tubagens (tubos e calhas) devem ser instaladas, de forma que assegurem as
seguintes distâncias mínimas em relação a canalizações metálicas:
o 50 mm nos pontos de cruzamento;
o 200 mm nos percursos paralelos;
 Entre cada 2 troços de tubo consecutivo poderá intercalar-se uma caixa de passagem,
salvo se conseguir garantir a correta instalação e passagem da cablagem, com recurso
ao aumento de diâmetro do tubo utilizado;
 As tubagens e caminho de cabos devem realizar-se de maneira a garantir as distâncias
na separação entre as cablagens de telecomunicações e os cabos e condutores isolados
de energia elétrica, conforme o indicado do Manual ITED – 2ª edição.

5.3.2. Dimensionamento dos Elementos da Rede de Tubagens


No cálculo das tubagens, consideram-se sempre as medidas úteis, ou seja, diâmetros internos
no cálculo dos tubos e secções internas no caso das calhas [ANACOM].

Para a correta seleção dos tubos e capacidades recorrer-se-á à expressão 5.1:

√ (5.1)

Afonso Manuel Sousa Pires 66


CAPÍTULO 5 PROJETO ITED

Em que:
 Di – diâmetro interno do tubo, em mm;
 dn – diâmetro externo do cabo, em mm.

Para o cálculo do diâmetro externo, também designado por comercial ou nominal, do tubo
dever-se-á ter em conta a expressão 5.2 [ANACOM]:

(5.2)

Em que:
 Di – diâmetro interno do tubo, em mm;
 Dn – diâmetro nominal do tubo, em mm.

O resultado obtido para o diâmetro externo do tubo será arredondado para o diâmetro
imediatamente superior, de medida normalizada, existente no mercado. Sendo as medidas
normalizadas (equivalente a diâmetros nominais), usualmente, os seguintes:
 20, 25, 32, 40, 50, 63, 75, 90 e 110 mm.

Para o correto dimensionamento das calhas recorrer-se-á à expressão 5.3 [ANACOM]:

√ (5.3)

Em que:
 Su – secção útil da calha ou do compartimento, em mm2;
 Sn – secção do cabo n, em mm2.

5.3.3. Câmara de Visita Multioperador


A rede individual de tubagens será desenvolvida a partir da câmara de visita multioperador
(CVM), colocada no passeio da via pública, de modo a receber as infraestruturas subterrâneas

Afonso Manuel Sousa Pires 67


CAPÍTULO 5 PROJETO ITED

por parte dos operadores. A CVM encontra-se interligada ao ATE/bastidor principal através
de 3xPEADø63 mm.

5.3.4. Armário de Telecomunicações de Edifício/Bastidor


O bastidor principal terá também funções de ATE, encontrando-se localizado junto ao Quadro
de Entrada da instalação elétrica. Existirá um bastidor secundário localizado no rés do chão do
edifício escolar.

Os bastidores deverão possuir dimensões e equipamentos de acordo com as redes que


distribuem, devendo disponibilizar circuitos de energia 230 V AC, 50 Hz, para fazer face às
necessidades de energia. O bastidor principal deverá possuir também o Barramento Geral de
Terra (BGT) das ITED, interligado ao barramento geral de terras do edifício [ANACOM].

5.3.5. Passagem Aérea de Topo


A interligação entre a Passagem Aérea de Topo (PAT) e o ATE/bastidor principal deverá ser
feita através de 2 tubos VDø40 mm.

5.4. Projeto das Redes de Cablagens

5.4.1. Rede Pares de Cobre


A rede de pares de cobre segue, obrigatoriamente, a topologia de distribuição em estrela, a
partir dos PD’s considerados, parcialmente apresentada no Anexo V.

Os componentes e cabos a utilizar devem estar adaptados à Categoria 6, de forma a garantir,


no mínimo, Classe E de ligação entre o secundário do RG-PC e tomadas de telecomunicações.

5.4.2. Rede Cabos Coaxiais


A rede de cabos coaxiais segue, obrigatoriamente, a topologia de distribuição em estrela, a
partir dos PD’s considerados, parcialmente apresentada no Anexo VI.

Afonso Manuel Sousa Pires 68


CAPÍTULO 5 PROJETO ITED

Os componentes e cabos devem garantir, no mínimo, a transmissão a 2,4 GHz.

Além da rede de CATV, encontra-se também prevista a rede de MATV, de forma a garantir a
receção e amplificação de Canais Terrestres (TDT) e FM.

5.4.3. Rede de Fibras Óticas


Na rede de fibra ótica a ligação entre PD’s, neste caso entre ATE/bastidor principal e o
bastidor secundário, será efetuada com recurso a 1 cabo de 4 fibras OS1/OF300 (Anexo VII).

5.5. Regras Especificas de Projeto para Edifícios Escolares


As redes de cabos e de tubagens a instalar, obrigatoriamente como mínimo, nos edifícios
escolares, encontram-se apresentadas, respetivamente, no Quadro 5.1 e 5.2 [ANACOM].

Quadro 5.1 - Redes de cabos em edifícios escolares


Redes de Cabos – Prescrições Mínimas
Cabos Coaxiais
Pares de Cobre CATV Fibra Ótica
Categoria 6 OS1
UTP 4 pares – 1 cabo por 1 cabo de 4 fibras por
PD TCD-C-H PD
Ligações entre PD Garantia de Classe E CATV – 1 cabo por PD OF-300
Categoria 6
UTP 4 pares – 1 cabo por
TT TCD-C-H A definir pelo
Ligações a partir dos PD Garantia de Classe E CATV – 1 cabo por TT projetista
 A rede de pares de cobre, a rede de fibra ótica e a rede de CATV seguem, obrigatoriamente, a tipologia
de distribuição em estrela, para jusante dos PD’s considerados.
 O projeto da rede de cabos a partir dos PD’s, onde se inclui a definição do número de tomadas, está
dependente das necessidades do cliente.
 Deve ser prevista uma tomada de PC e CC por divisão, onde se incluem as salas de aula, laboratórios,
salas de reuniões, refeitórios e bares.

Afonso Manuel Sousa Pires 69


CAPÍTULO 5 PROJETO ITED

Quadro 5.2 - Rede de tubagens em edifícios escolares


Rede de Tubagens – Prescrições Mínimas
Pares de Cobre Cabos Coaxiais Fibra Ótica
1 tubo de ø40 mm, ou 1 tubo de ø40 mm, ou 1 tubo de ø40 mm, ou
equivalente equivalente equivalente
 1 PD (bastidor) em cada piso comum às tecnologias.
 Caso a área seja superior a 1000 m2, devem ser instalados PD’s adicionais
(dimensões mínimas a definir pelo projetista).
 Em cada ponto de distribuição deve existir energia elétrica.
Ligações entre PD  PAT: 2 Tubos de ø40 mm, ou equivalente.
 A tubagem é partilhada por todo o tipo de cabos.
 Utiliza-se tubo de ø20 mm, ou equivalente.
 Deve considerar.se uma distância máxima de 90 m entre o último PD e as
Ligações a partir dos PD TT (cablagem horizontal).
 Em qualquer situação, o dimensionamento das condutas deve ser efetuado através das respetivas
fórmulas.

5.6. Proteções e Ligações de Terra


A proteção de pessoas contra contactos indiretos é assegurada pela ligação à terra de todas as
massas metálicas normalmente sem tensão, embora associada à utilização de aparelhos de
corte automático sensíveis à corrente diferencial – residual, instalados nos quadros, de acordo
com o disposto nas Regras Técnicas.

5.7. Aspetos Construtivos a Considerar

5.7.1. Cabos
Todos os cabos serão instalados inteiros, sem emendas, apenas podendo ser cortados nos
dispositivos próprios para o efeito, como as réguas de ligação dos bastidores ou as tomadas de
telecomunicações (TT). Na mesma tubagem poderão passar cabos pares de cobre, cabos
coaxiais e fibra ótica.

Afonso Manuel Sousa Pires 70


CAPÍTULO 5 PROJETO ITED

5.7.2. Tubagem
No interior do edifício as canalizações das instalações serão embebidas ou simplesmente
ocultas e constituídas por tubos do tipo VD. No exterior, as tubagens subterrâneas serão
executadas a PEAD, enterradas a uma profundidade mínima de 0,80 m. Nas zonas de
circulação e em teto falso as canalizações andarão em caminhos de cabos, constituídos por
estruturas metálicas em ‘U’ (espaços abertos).

5.7.3. Rede MATV


A instalação de MATV terá origem num conjunto de 2 antenas instaladas em mastro, para
captação dos sinais de TDT e FM, possuindo também descarregadores de sobretensões.

5.7.4. Bastidores
O armário ATE/bastidor principal está preparado para 21U, tendo dimensões de
600x1000x600 mm (L. x A. x P.).

O armário bastidor secundário, Figura 5.1, está preparado para 42U, tendo dimensões de
600x2026x600 mm (L. x A. x P.) [LEGRAND, 2011].

Figura 5.1 - Armário bastidor para 42U

Os seus painéis laterais e de fundo serão amovíveis, com fecho de chave e terão uma porta
frontal em vidro.

Afonso Manuel Sousa Pires 71


CAPÍTULO 5 PROJETO ITED

5.7.5. Tomadas
Todas as tomadas terminais a utilizar, quer sejam de pares de cobre ou de cabos coaxiais,
serão idênticas ao material de comando da instalação elétrica, sendo sempre que possível,
aplicadas nos mesmos espelhos, normalmente a 0,30 m do pavimento.

5.8. Cálculos

5.8.1. Rede CATV


Os cálculos das atenuações, para a rede CATV, foram elaborados por uma empresa da
especialidade, encontrando-se apresentados no Quadro 5.3.

Quadro 5.3 - Atenuação para a rede CATV, em dB


Frequência (Hz)
Tomada N.º
60 90 750
1 -25,87 -26,69 -38,40
2 -25,99 -29,85 -38,89
3 -25,50 -29,19 -36,94
4 -25,79 -29,58 -38,08
5 -26,71 -30,23 -36,70
6 -27,08 -30,73 -38,15
7 -26,46 -29,90 -35,72
8 -26,67 -30,18 -36,53
9 -27,63 -30,96 -35,93
10 -27,76 -31,13 -36,41
11 -26,94 -30,03 -33,17
12 -27,35 -30,58 -34,79
13 -30,12 -32,93 -33,93
14 -30,45 -33,44 -35,84
15 -30,94 -34,10 -37,78
16 -31,25 -33,93 -33,98
17 -31,37 -34,10 -34,46

Afonso Manuel Sousa Pires 72


CAPÍTULO 5 PROJETO ITED

5.8.2. Rede MATV


Os níveis de sinal para a rede MATV, foram elaborados por uma empresa da especialidade,
encontrando-se apresentados no Quadro 5.4, onde –F é o caso menos favorável e +F o caso
mais favorável. Além, do nível de sinal, é verificado o Tilt1 para cada tomada, entre os 15
MHz e os 862 MHz e entre os 950 e os 2150 MHz, devem ser garantidos valores não
superiores a 15 dB e a 20 dB, respetivamente.

Quadro 5.4 - Níveis de sinal para a rede MATV, em dB


Frequência (Hz) Tilt
Tomada
(5 MHz - 862 (950 MHz - 2150
N.º 5 90 862 950 2150 +F/-F
MHz)≤15dB MHz)≤20dB
1 72,13 58,31 64,60 57,04 52,51 7,53 4,53
2 72,01 58,15 64,11 56,47 51,65 -F 7,90 4,82
3 72,50 58,81 66,06 58,73 55,08 6,44 3,65
4 72,21 58,42 64,92 57,41 53,08 7,29 4,33
5 71,29 57,77 66,30 60,39 57,92 4,99 2,47
6 70,92 57,27 64,85 58,69 55,34 6,07 3,35
7 71,54 58,10 67,28 61,51 59,63 4,26 1,88
8 71,33 57,82 66,47 60,57 58,20 4,86 2,37
9 70,37 57,04 67,07 61,52 60,42 3,30 1,10
10 70,24 56,87 66,59 60,96 59,56 3,65 1,40
11 71,06 57,97 69,83 64,72 65,28 +F 1,23 -0,56
12 70,65 57,42 68,21 62,84 62,42 2,44 0,42
13 67,88 55,07 69,07 66,48 69,01 -1,19 -2,53
14 67,55 54,56 67,16 63,23 64,48 0,39 -1,25
15 67,06 53,90 65,22 60,97 61,05 1,84 -0,08
16 66,75 54,07 69,02 66,77 70,18 -2,27 -3,41
17 66,63 53,90 68,54 66,20 69,32 -1,91 -3,12

1
Entende-se por pendente (Tilt), a diferença em dB, entre as respetivas atenuações, para uma mesma tomada.

Afonso Manuel Sousa Pires 73


CAPÍTULO 6 MAPA DE MEDIÇÕES E ESTIMATIVA ORÇAMENTAL

6. MAPA DE MEDIÇÕES E ESTIMATIVA ORÇAMENTAL


Para ambos os projetos mencionados nos capítulos anteriores, foram elaborados mapas de
medições e respetivas estimativas orçamentais. Estes são elementos de decisão importantes
para o dono de obra, uma vez que lhe permite dispor de um termo de comparação, aquando da
análise de propostas de empreiteiros, para a execução das instalações. Nestes encontra-se a
descrição de todos os materiais, quantidades necessárias, bem como um custo estimado para a
execução.

Para a elaboração do mapa de medições procedeu-se à medição das quantidades nas peças
desenhadas elaboradas para os respetivos projetos. As luminárias estão referenciadas através
da letra F, sendo que é possível fazer a respetiva analogia com a marca nas peças desenhadas.
De realçar a utilização de siglas (VG=Valor Global; UN=unidade; M=metros).

No Quadro 6.1 encontra-se apresentado parte do mapa de medições para o projeto elétrico.

Quadro 6.1 - Mapa de medições parcial para o projeto elétrico

Quant. Quant.
Ref.ª Descrição Un.
(Parcial) (Total)

INFRAESTRUTURAS ELÉTRICAS DE ALIMENTAÇÃO AO


1
EDIFÍCIO
Fornecimento, montagem, instalação de Portinhola P400 (Classe
1.1 II), caixa de contador (Classe II) e caixa de fusíveis (Classe II) VG 1,00 1,00
conforme as normas, da EDP, SA.
Cabo de entrada entubado e enterrado entre Caixa de fusíveis e
Quadro de Entrada (Q.E.), 4x (LXV 1x300) -
1.2 M 55,00 55,00
VDø125/2xPEADØ125 mm, em vala com características
regulamentares
Abertura, sinalização e tapamento de vala, com remoção de
1.3 M 45,00 45,00
excedentes, com características regulamentares.
Fornecimento e montagem de Caixas de Passagem de
1.4 UN 3,00 3,00
(0,6x0,6x0,8) m

Afonso Manuel Sousa Pires 75


CAPÍTULO 6 MAPA DE MEDIÇÕES E ESTIMATIVA ORÇAMENTAL

No Quadro 6.2 encontra-se apresentado parte do mapa de medições para o projeto ITED.

Quadro 6.2 - Mapa de medições parcial para o projeto ITED


Quant. Quant.
Ref.ª Descrição Un.
(Parcial) (Total)
INFRAESTRUTURAS TELECOMUNICAÇÕES (TELEFONES
2
E TV CABO) DE ALIMENTAÇÃO AO EDIFÍCIO
Rede de tubagem 3xø63mm, 6 kg/cm2, em vala com características
2.1 M 55,00 55,00
regulamentares.
Caixa de passagem, com tampa PT e características
2.2 UN 4,00 4,00
regulamentares.
Câmara de Visita de Multioperador (CVM), com características
2.3 UN 1,00 1,00
regulamentares.

Afonso Manuel Sousa Pires 76


CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES

7. CONCLUSÕES
O presente relatório é o culminar do trabalho desenvolvido ao longo do estágio. Ao longo
desse período, pude por em prática conhecimentos e conceitos adquiridos durante os meus
anos de estudo e obter novos conhecimentos e valências.

Em relação ao caso apresentado no presente relatório, a concretização dos projetos revelou-se


uma tarefa com algum grau de dificuldade, uma vez que é necessário atender a diversos
aspetos em simultâneo. Assim, houve necessidade de aprofundar conhecimentos, não só em
relação à legislação em vigor, como também em relação às soluções disponíveis no mercado,
revelando-se uma experiência extremamente enriquecedora.

A elaboração das peças desenhadas no software Autocad exigiu um aprofundamento de


conhecimento no manuseamento deste, demonstrando-se uma ferramenta importante para a
elaboração de projetos.

Relativamente aos trabalhos efetuados durante o estágio, penso ter desempenhado as minhas
funções de acordo com as expectativas pedidas e adquirido experiência em aspetos teóricos e
práticos relacionados com a atividade, permitindo-me assim encarar situações futuras com
mais eficiência e profissionalismo.

Em suma, o balanço deste estágio é bastante positivo, pois constituiu uma experiência que me
valorizou imenso, não só a nível profissional como pessoal, sendo uma mais-valia para entrar
no mercado de trabalho.

Como trabalho futuro, é possível dar seguimento à elaboração de projetos elétricos para outro
tipo de instalações, bem como elaborar os projetos de segurança contra incêndios, som
ambiente e segurança contra intrusão, não só para o centro escolar apresentado neste relatório,
como para outro tipo de instalações.

Afonso Manuel Sousa Pires 77


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS
[ANACOM] – MANUAL ITED. 2ª Edição.

[CERTIEL, 2008] – Iluminação normal de locais acessíveis a público. Ficha Técnica 23.
Março de 2008.

[CERTIEL, 2012a] – IP dos Equipamentos e Influências Externas. Fichas Técnicas de Bolso.


Secção B1.

[CERTIEL, 2012b] – IP dos Equipamentos e Influências Externas. Fichas Técnicas de Bolso.


Secção B2.

[DGEG, 2011] – ”Estatísticas e Preços-Balanços Energéticos”. 2011. [Consult. Julho de


2012]. Disponível em: http://www.dgeg.pt/.

[DGGE, 2006] – RTIEBT – Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão.


2006.

[LEGRAND, 2009] – LEGRAND – “Catálogo 2009-2010”. [Consult. Agosto de 2012].


Disponível em: http://www-intg43.legrandelectric.com/pt/pt/liblocal/Pub/EBooks/
CatalogoLegrand/index.html.

[LEGRAND, 2011] – LEGRAND – “E-Catálogo 2011”. 2011. [Consult. Agosto de 2012].


Disponível em: http://www.e-catalogue.legrandgroup.com/portugal/index.html?showTarif=
true#reference= 046318.

[LINERGY, 2012] – “Lyra Evo”. 2012. [Consult. Agosto de 2012]. Disponível em:
http://www.linergy.it/ing-prodotti-famiglia.asp?ID_Famiglia=12.

Afonso Manuel Sousa Pires 79


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES REFERÊNCIAS

[ÖNORM, 2003] – ÖNORM – “Light and lighting – Lighting of work places”. [pdf] Viena,
2003 [Consult. Julho de 2012]. Disponível em: http://www.vtsns.edu.rs/noviSajt/
vtsns_admin/profInfo/profInfo_256.pdf.

[SOARES, 2009] – SOARES, Constantino – Instalações Eléctricas de Baixa Tensão –


Projecto, Execução e Exploração. CERTIEL, 2009. ISBN 9789729518065. Secção 3.2.2.

[SOMATICA, 2012] – “Protecção IP, IK e NEMA”. 2012. [Consult. Julho de 2012].


Disponível em: http://www.somatica.pt/suporte/proteccao-ip-ik-nema.

Afonso Manuel Sousa Pires 80


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ANEXO I

ANEXO I

Planta de Arquitetura – Rés-do-chão

Planta de Arquitetura – Andar

Afonso Manuel Sousa Pires 81


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ANEXO II

ANEXO II
Termo de Responsabilidade

Ficha de Identificação

Ficha Eletrotécnica

Afonso Manuel Sousa Pires 87


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ANEXO III

ANEXO III

Esquemas Unifilares Quadros Elétricos

Afonso Manuel Sousa Pires 95


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ANEXO IV

ANEXO IV

Termo de Responsabilidade (ITED)

Afonso Manuel Sousa Pires 115


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ANEXO V

ANEXO V

Implantação da Rede de Cabos


(Rede Pares de Cobre)

Afonso Manuel Sousa Pires 119


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ANEXO VII

ANEXO VI

Implantação da Rede de Tubagens e de Cabos


(Rede Coaxiais)

Afonso Manuel Sousa Pires 123


PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES ANEXO VII

ANEXO VII

Rede de Fibra Ótica

Afonso Manuel Sousa Pires 127

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