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Direito Processual do Trabalho 

 
 

 
 
 
 

  APOSTILA DE  EXECUÇÃO TRABALHISTA

 
 
 
 
 
 
 
 
 

Professora Sorean  
PROCESSO DE EXECUÇÃO  
 
 
 
È atividade desenvolvida pelo órgão jurisdicional, por provocação do credor
para o cumprimento da obrigação declarada na sentença de condenação,
nos casos em que o vencido não a satisfaz voluntariamente. Para Allorio é
"el processo dirigido a la actuación del derecho objetivo con victoria sobre el
obstáculo consistente en la resistencia real de la pretensión".  
 
Para Liebman, "a atividade desenvolvida pelos órgãos judiciários para dar
atuação à sanção recebe o nome de execução; e, especial, execução civil é
aquela que tem por finalidade conseguir, por meio do processo, e sem o
concurso da vontade do obrigado, o resultado prático que tendia a regra
jurídica que não foi obedecida".  
 
Com a edição da Lei 11.232, modifica-se a execução civil – que, aliás,
fornece a estrutura orgânica básica da execução trabalhista,
consubstanciada (no caso de execução por quantia certa, modalidade mais
comum) nas fases de quantificação; constrição e expropriação patrimonial –
para torná-la, no que tange a uma busca por maior efetividade, mais
assemelhada à execução trabalhista.  
 
Ao fundir o processo de conhecimento e o de execução de título judicial
numa só ação, o legislador, ainda que tardiamente, eliminou óbice
substancial para a efetividade das pretensões submetidas à tutela
jurisdicional.  
 
A Lei 11.232 inova com o fim dos embargos do devedor – que são
transformados em impugnação ao cumprimento da sentença, um incidente
processual com natureza mais célere em relação ao que lhe era conferido
pelo caráter de ação autônoma que ora se esvai –; a indicação do bem à
penhora passa a ser faculdade exclusiva do credor; a liquidação da sentença
passa a ser um processo decidido de forma interlocutória.  
 
É nesse passo que, a despeito de suas imperfeições, a recém-saída do forno
Lei 11.232 dá sinal claro de evolução rumo a uma execução mais simples e
célere.  
 
Simplicidade e celeridade estas, aliás, que orientam a execução trabalhista,
desde sua criação, tanto que estabelecida em poucos artigos (876 a 892 da
CLT).  
 
Manoel Antônio Teixeira Filho (2) ensina que "a execução trabalhista, de
acordo com as disposições legais que a estruturam, foi projetada para servir
como simples fase subseqüente ao processo de conhecimento, destituída,
por isso, de autonomia ontológica (exceto quando calcada em título
executivo extrajudicial, como previsto pelo art. 876 da CLT), embora não se
lhe possa negar independência finalística" (grifo nosso).  
 
 
 
A execução trabalhista também é singular pela faculdade atribuída por lei
ao magistrado para, alternativamente à inércia do credor ou interessado,
promovê-la ex officio, por impulso oficial. No processo do trabalho, a
execução sempre teve a feição de fase executiva do processo de cognição,
embora a partir do ano 2000 (Lei 9.958) hajam sido inseridas as
possibilidades de ação autônoma de execução de títulos extrajudiciais como
os termos de ajustamento de conduta e conciliação prévia; hipóteses nas
quais, extraordinariamente, inexiste a dependência ontológica do processo
de execução a processo cognitivo prévio.  
 
 
FONTES FORMAIS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO TRABALHISTA  
 
O processo de execução na Justiça do Trabalho é disciplinado pelos artigos
876 a 892 da CLT, pela Lei de Executivos Fiscais nº 6.830/80 e o Código de
Processo Civil.  
 
 
TÍTULO EXECUTÓRIO  
 
É a base de toda a execução judicial. Sem ele não há processo de execução,
pois é exatamente da sua existência que resulta o direito de alguém
executar outrem.  
 
No processo do trabalho há três títulos executivos:  
 
a) o termo de ajuste de conduta (título extrajudicial), celebrado pelo órgão
do Ministério do Trabalho e tem eficácia executiva (art.876, CLT);  
 
b) o termo de conciliação (título extrajudicial), celebrado perante as
comissões de conciliação prévia e tem eficácia executiva (art. 876, CLT);  
 
c) a sentença (título judicial), proferida pelos juízes das Varas do Trabalho.
Nela há que existir trânsito em julgado, para que ocorra a execução
definitiva.  
Por sua vez, para que a sentença enseja execução definitiva se faz
necessário o transito em julgado e a sua liquidez.  
 
 
 
PROCESSO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA  
 
 
Líquida é a sentença que envolve condenação em quantia certa e
determinada, fixando-lhe devidamente o quantum debeatrur, constituindo
título executório.  
 
Ilíquida sentença, assim considerada aquela que, conquanto condenatória,
não específica o valor da condenação, impõe-se a sua liquidação _ o
processo de liquidação da sentença (artigo 879 da CLT).  
 
São três formas tradicionais de liquidação cálculo (é feita pelo contador do
juízo ou pelas partes, quando a apuração do valor da condenação bastar de
simples operação aritmética), arbitramento (quando o juiz nomeia um
perito que formulará os cálculos e operações necessárias para a fixação do
valor da condenação), artigos (exemplo: quando haja necessidade de
provar fatos novos, ou seja, aqueles fatos que se tornem fundamentais para
a fixação do quantum da condenação. É o caso de uma sentença que
condene o empregador a pagar ao reclamante horas extras em virtude de
jornada suplementar sem, todavia, fixar o número de tais horas).  
 
 
INOVAÇÕES DA LEI Nº 8.432/92  
 
 
1) a impugnação há de ser fundamentada com a indicação dos itens e
valores objeto da discordância;  
 
2) pena de preclusão;  
 
3) prazo sucessivo de 10 (dez) dias.  
 
 
OBSERVAÇÃO: Há distinção entre impugnação à conta (deve ocorrer antes
que o juízo homologue os cálculos.) e impugnação à sentença de liquidação
(é posterior a decisão do juiz, fixando o valor da condenação, quando então
se observará o § 3º do artigo 884 da CLT). Adotada a impugnação
antecipada, o silêncio da qualquer das partes implica preclusão (§ 2º do
artigo 879, CLT), afastando, por via de conseqüência, a possibilidade de
impugnar-se a sentença de liquidação em embargos à execução.  
Como observado por Wagner Giglio: "Ainda não houve sedimentação do
entendimento a ser dado a essa nova disposição, mas, ao que nos parece, o
preceito se aplica apenas à liquidação por cálculo, e não àquelas procedidas
por arbitramento ou por artigos, que continua, a se desenvolver sem a
alteração introduzida pela Lei nº 8.432/92".  
 
 
INOVAÇÕES DA LEI Nº 11.457, DE 16 DE MARÇO DE 2007.  
 
IR / INSS / CLT - Lei nº 11.457, de 16.03.2007 (DOU de 19.03.2007) -
Altera a denominação da Secretaria da Receita Federal para "Secretaria da
Receita Federal do Brasil", transfere a esta a competência para fiscalizar,
arrecadar, cobrar e recolher as contribuições sociais previdenciárias,
extinguindo-se a Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da
Previdência Social, e dá outras providências. Em seu artigo 42 são alterados
os artigos 832, 876, 879, 880 e 889-A da CLT.  
 
LIQUIDAÇÃO POR CÁLCULOS  
 
 
Os autos são restituídos à Vara do Trabalho para início da execução; o
exeqüente apresenta seus cálculos por meio de planilhas demonstrativas.  
 
O juiz abre prazo de 10 dias para a executada "falar" sobre os cálculos
oferecidos pelo exeqüente (impugnação dos cálculos).  
Depois de resolvidas as divergências (que poderá resultar em perícia
contábil) o juiz "aprova" o cálculo correto. Dessa sentença homologatória,
não cabe recurso algum (decisão interlocutória).  
 
PROCEDIMENTO  
 
 
 
Petição do Exeqüente  
com cálculos  
 
 
 
 
Vista à executada em dez dias  
 
 
Sentença  
 
 
 
 
LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO  
 
O juiz nomeia um perito, o qual, com a utilização dos seus conhecimentos
técnicos, formulará os cálculos e operações necessárias para a fixação do
valor da condenação.  
 
 
 
PROCEDIMENTO  
 
 
Petição do exeqüente  
 
 
Nomeação do perito pelo juiz  
Com fixação do prazo para  
Apresentação do laudo e dos  
Quesitos das partes  
 
 
Vista às partes, em 10 dias,  
do laudo do perito  
 
 
Sentença  
 
 
 
LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS DE LIQUIDAÇÃO  
 
Impõem-se toda vez que haja necessidade de alegar e provar fato novo
("aquele que se vá refletir na fixação do valor da condenação ou na
individuação do seu objeto"). Exemplo: o reclamante, na inicial, postula
horas extras, não as especificando, porém. A sentença acolhe o pedido, mas
também não as fixa, condenando o empregador a pagar horas extras sem,
contudo, estabelecer seu valor. Estes são os "fatos novos".  
 
A liquidação por artigos se sujeita ao rito ordinário (CPC, art. 609). O
executado é notificado para apresentar impugnação aos artigos, no prazo
de 15 (quinze) dias. Contestado o feito, realizar-se-ão as provas pelas quais
as partes tenham protestado, inclusive depoimentos pessoais e
testemunhais. Encerrada a instrução, o juiz proferirá decisão, fixando o
valor da condenação.  
 
 
 
PROCEDIMENTO NOS ARTIGOS  
 
 
 
Petição do exeqüente, com  
Apresentação dos seus cálculos  
 
 
 
Defesa (impugnação) do executado,  
Com a apresentação dos cálculos e  
Dados em que se funda a contestação  
 
 
Provas: depoimentos pessoais,  
Testemunhas, perícia  
 
 
 
Sentença fixando o valor  
da condenação  
 
 
IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO  
 
 
Fixado o valor da condenação, ao executado só é lícito impugná-lo por meio
de embargos à execução (art. 884, § 3º, da CLT), no prazo de 05 (cinco)/
30 (trinta) dias, conforme observação abaixo. Devendo o executado
garantir a execução, ou apresentar bens à penhora.  
 
Nessa mesma oportunidade, ou seja, no mesmo prazo, poderá o exeqüente
impugnar a sentença de liquidação. Isto não significa, entretanto, que deva
utilizar-se da via dos embargos à execução, que são exclusivos do
executado. O exeqüente deverá, no prazo estabelecido para interposição
dos embargos, impugnar a sentença de liquidação com a qual não se
conforma.  
 
 
DA CITAÇÃO PARA PAGAR  
 
 
Transitada em julgado a decisão, fixado o quantum debeatur, revestida
estará a sentença de todos os requisitos fundamentais para a execução, que
se inicia com a citação do executado para o cumprimento do julgado.  
 
Expedido o mandado de citação, é ele cumprido por oficial de justiça,
devendo dele constar, necessariamente, um resumo da decisão exeqüenda.

 
 
DA PENHORA  
 
 
Citado, o executado poderá livrar-se da execução, pagando o seu débito,
para o que terá 48 (quarenta e oito horas), podendo, ainda, garantir a
execução depositando o valor da condenação, ou ainda nomear bens à
penhora, caso deseja opor embargos à execução.  
 
A nomeação de bens à penhora há de ser feita por petição, discriminando
devidamente os bens, respectivos valores e prova da propriedade do
mesmos, só sendo acolhida se houver concordância do exeqüente.  
 
Aplica-se à execução trabalhista a graduação de bens a gradação de bens
prevista no artigo 11 da Lei nº 6.830/80.  
 
Aceita a nomeação, será ela reduzida a termo, designando-se o respectivo
depositário.  
 
Não tomando o executado tais providências, ser-lhe-ão penhorados tantos
bens quantos bastem ao pagamento do valor da condenação (art. 884, §
4º, da CLT).  
 
A penhora é levada a efeito pelo oficial de justiça avaliador. Este, tão logo
concretiza a penhora, ultima, igualmente, a avaliação dos bens penhorados.

 
 
PENHORA "ON LINE"  
 
 
Visando plena eficácia na execução os tribunais trabalhistas têm utilizado o
denominado sistema de penhora "on line", com o bloqueio de contas
bancárias de empresas executadas por débitos trabalhistas.  
 
 
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO  
 
 
Garantido o juízo, ou com a nomeação de bens à penhora, pelo próprio
executado, ou com a penhora levada a efeito pelo oficial de justiça, tem o
executado 05 (cinco) / 30 (trinta) dias para opor embargos à execução
(CLT. Art. 884). Esse prazo tem início com a intimação da penhora e não da
juntada aos autos do respectivo mandado, conforme determina o artigo 16,
III, da Lei nº 6.830/80.  
 
A matéria dos embargos à execução é restrita às hipóteses enumeradas no
§ 1º do artigo 884 da CLT combinado com artigo 741 do CPC.  
 
Os embargos terão efeito suspensivo nos moldes do artigo 739 do CPC, em
face da omissão existente tanto na CLT quanto na Lei nº 6.830/80.  
 
OBSERVAÇÃO: Na execução por carta aplica-se o disposto no artigo 20 da
Lei nº 6.830/80.  
 
OBSERVAÇÃO: O prazo para oferecimento de EMBARGOS na fase de
execução foi modificado para 30 (trinta) dias pela MP nº 2.180-35, não
convertida em lei. Com o advento da EC 32, as medidas provisórias
editadas em data anterior à publicação dessa emenda continuam em vigor
até que a medida provisória ulterior as revogue explicitamente ou até
deliberação definitiva do Congresso Nacional. Até o presente momento, a
MP 2.180-35 não foi votada nem tão pouco reeditada. Portanto, concluímos
que o prazo legal é de 30 (trinta) dias. Sugerimos que o leitor acompanhe a
votação dessa MP.  
 
 
 
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE  
 
Consiste na faculdade de o executado argüir determinados fatos sem a
necessidade de garantir a execução.  
 
Em princípio cabe ao juiz, ex officio, verificar a existência dos pressupostos
fundamentais da execução, o que, na prática, nem sempre é possível,
justificando, assim, manifestação prévia do executado, alertando o juízo da
ocorrência de fatos relevantes que autorizem a extinção do processo
executório.  
 
A argüição da exceção de pré-executividade deve ser feita no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, previsto no art. 880 da CLT, por simples petição
que, todavia, contenha prova cabal dos fatos que justifiquem plenamente o
trancamento da execução.  
 
Acolhida a exceção, o recurso cabível para o exeqüente é o agravo de
petição.  
 
Negando-lhe provimento, não há recurso por se tratar de decisão
interlocutória.  
 
Contudo é facultado ao executado reiterar o pedido nos embargos à
execução, agora com o depósito garantidor do juízo.  
 
 
O PRACEAMENTO DE BENS  
 
 
Subsistente a penhora, o juiz determinará a publicação de edital de praça, a
ser feita em jornal local e afixado na sede do juízo, com antecedência
mínima de 20 (vinte) dias. Devido à omissão da CLT quanto aos requisitos
do edital (art. 888), aplica-se subsidiariamente o artigo 686 do CPC.  
 
Ao contrário do que ocorre no processo civil, no processo trabalhista há
apenas uma publicação, a partir da qual tem início o prazo de 20 dias fixado
no artigo 888 da CLT, quando então realizará a praça.  
 
Praça ou hasta pública é uma das formas de expropriação judicial.  
 
 
INTIMAÇÃO DO DEVEDOR  
 
 
No processo trabalhista não há necessidade de prévia intimação do
devedor, dando-lhe ciência do dia e hora da realização da praça ou leilão. A
ciência às partes é feita, pois, pelo edital.  
 
 
ARREMATAÇÃO  
 
Como expropriação judicial, é "ato jurisdicional de natureza executiva".  
 
A arrematação se consuma de duas formas: com a praça e com o leilão.  
 
No processo do trabalho há apenas uma praça, e os bens são alienados
desde logo, pelo maior lanço, independentemente da avaliação.
Normalmente é levada a efeito na própria Vara do Trabalho por onde se
processa a execução, podendo, entretanto, ser realizada em outro local
(CLT, art. 770).  
 
O arrematante, aceito o seu lanço, deve garanti-lo com um sinal de 20%
(vinte por cento) do seu valor, completando o preço em 24 (vinte e quatro)
horas, sob pena de perda do sinal.  
 
O leilão é levado a efeito na inexistência de licitantes na praça, não tendo o
exeqüente requerido adjudicação (CLT, art. 888,§ 3º). Quanto ao
procedimento do leilão devem ser observadas as prescrições dispostas no
artigo 705 do CPC.  
 
A arrematação é franqueada a todos que "estiverem na livre administração
de seus bens" (CPC, art. 690, § 1º), vedada, entretanto, aos tutores,
curadores, testamenteiros, administradores, síndicos, liquidantes, quanto
aos bens confiados à sua guarda e responsabilidade, ou, ainda, aos
mandatários, juiz, secretário da Vara do Trabalho, depositário, avaliador e
oficial de justiça.  
 
Encerrada a arrematação, com a complementação do lanço, 24 horas, deve
ser lavrado o auto respectivo (auto de arrematação), a ser assinado pelo
juiz, pelo diretor de secretaria, pelo arrematante e pelo funcionário que fez
o pregão.  
 
Assinado o auto, a arrematação estar "perfeita e acabada", tornando-se
IRRETRATÁVEL (CPC, art. 694), só podendo ser desfeita por: a) vício de
nulidade; b) se não for pago o preço ou se não for prestada a caução;
c)quando o arrematante, provar, nos 03 dias seguintes, a existência de
ônus real não mencionado no edital; d)inexistência de intimação do credor
hipotecário no prazo fixado no artigo 698 do CPC; e) inexistência de
intimação do representante da Fazenda, na execução de hipotecas de vias
férreas (CPC, art. 699).  
 
 
EMBARGOS À ARREMATAÇÃO _ insatisfeitos com a eventual arrematação,
poderão as partes opor embargos à arrematação em 05/30 (cinco/trinta)
dias, seguindo-se a resposta no mesmo prazo e sentença (art. 746, CPC c/c
769 da CLT).  
 
 
ADJUDICAÇÃO  
 
Sendo arrematados, poderá o exeqüente requerer ao juiz a adjudicação, ou
seja, a transferência dos bens para o seu nome e a dedução em seu crédito.

 
Insatisfeito com a eventual adjudicação poderá a executada apresentar em
05 (cinco)/ 30 (trinta) dias. Com os embargos à adjudicação, seguindo-se
com a resposta no mesmo prazo e sentença.  
 
 
EMBARGOS À ADJUDICAÇÃO _ insatisfeitos com a eventual adjudicação,
poderão as partes opor embargos à adjudicação em 05/30 (cinco/trinta)
dias, seguindo-se a resposta no mesmo prazo e sentença.  
 
 
REMIÇÃO  
 
O executado poderá remir a dívida, depositando integralmente o valor do
crédito do exeqüente e as demais despesas processuais.  
 
REFORÇO DE PENHORA  
 
Se o exeqüente ainda tiver crédito, poderá reiniciar a execução, requerendo
a penhora de novos bens para a satisfação integral de seu crédito.  
 
 
FALÊNCIA DA EXECUTADA  
 
Se no curso da execução for decretada a falência da executada, o processo
trabalhista vai parar com o ato de citação do síndico. A partir daí, o
exeqüente deverá habilitar o seu crédito perante o juízo falimentar e
aguardar até que seu crédito seja satisfeito.  
 
 
INSOLVÊNCIA DO EXECUTADO  
 
Caso o executado esteja insolvente, ou seja, sem bens possíveis à penhora,
poderá o trabalhador iniciar a execução forçada sobre os bens dos sócios da
empresa, independentemente de ordem preferencial.  
 
 
EMBARGOS DE TERCEIRO  
 
Se um terceiro, alheio à lide, tiver seus bens penhorados, poderá
apresentar embargos de terceiro, no prazo de 05/30 dias, depois da
arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da
respectiva carta (inteligência do artigo 1.048 do CPC c/c 769 da CLT), com
fundamento nos artigos 1.046 e seguintes do CPC, aplicado
subsidiariamente às causas trabalhistas.  
 
Devem ser opostos em 05/30 (cinco/trinta) dias da ciência do ato
constritivo, mas sempre antes da assinatura da carta de arrematação ou
adjudicação (art. 1.053, CPC), podendo ser opostos, ainda, pelo detentor do
bem penhorado.  
 
Recebida a petição de embargos de terceiro, o juiz deve suspender o
processo de execução, abrindo vistas ao embargado (o exeqüente na ação
principal) para a sua manifestação (na verdade, uma contestação), que é
sempre facultativa. A petição deve seguir os moldes do artigo 282, do CPC
c/c art, 840, da CLT), inclusive, contendo: fatos _ direito _ pedido _
procedência _ provas e valor da causa.  
Produzidas as provas, segue-se com a sentença, atacável por meio de
agravo de petição, recurso pertinente na fase de execução trabalhista.
Contudo, há julgados e certa parte da doutrina sustentando que o recurso
cabível seria o ordinário, em razão de se tratar de processo de
conhecimento. Porém, não coadunamos, eis que a CLT prevê recurso
específico na fase de execução, no caso, agravo de petição.  
 
Entendimento esse agasalhado pelo ilustre doutrinador, Manoel Antonio
Teixeira Filho, transcrito, parcialmente, in verbis:  
 
" O art. 897, a, da CLT diz que das decisões proferidas na execução será
interponível agravo de petição _ sem fazer qualquer separação entre referir-
se essa decisão aos embargos do devedor ou de terceiro. Não é lícito ao
intérprete distinguir onde a lei não o faz. O que define, pois, sob a óptica
peculiar do processo do trabalho, a modalidade recursal adequada para
impugnar as decisões prolatadas na execução não é o tipo ou a natureza da
ação em que o pronunciamento jurisdicional é emitido, e sim o processo em
que isso ocorre. Tendo sido no de execução, o único recurso viável será,
sem dúvida, o de agravo de petição (CLT, ART. 897, a). Além disso, o
agravo citado atende, na espécie, ao princípio do duplo grau de jurisdição,
porquanto o terceiro, que opôs embargos, poderá _ no caso de estes virem
a ser rejeitados _ submeter a matéria a reexame, pelo tribunal, por
intermédio daquele meio recursório específico."  
 
 
AÇÃO RESCISÓRIA  
 
Tem previsão no artigo 485, do CPC e art. 836, da CLT.  
 
Deve ser feita através de petição inicial, acompanhada de certidão do
trânsito em julgado. Distribuída, abre-se prazo para a resposta
(contestação). O prazo para a defesa será de 15 (quinze) dias (no mínimo)
a 30 (trinta) dias (no máximo), sempre a critério do Juiz-Relator.
Atualmente, se exige depósito prévio de 20% para a sua propositura, salvo
prova de miserabilidade, nos moldes do artigo 836 da CLT. A revelia não
produz efeitos confissão. Poderá ser concedida liminar.  
 
È de competência do TRT, quando julgado de primeira instância ou de suas
próprias turmas (Art. 678, I, a e Súmula nº 192, do TST).  
 
Rescisória NÃO SUSPENDE A EXECUÇÃO. O TST entende que mesmo sem a
apreciação do mérito, caberá a rescisória, sendo indispensável o trânsito em
julgado (Súmula 100, do TST). Se houver necessidade de provas, o Juiz-
Relator delegará competência às Varas do Trabalho ou Juízo de Direito
(onde não houver Varas), fixando prazo de 45 a 90 dias para o
cumprimento. O MPT oficia nesta ação. Do acórdão de TRT que julga ação
rescisória, caberá recurso ordinário em 08 (oito) dias ao TST para a SDI (cf.
Súmula 158, do TST) e dessa decisão caberá Embargos Infringentes no TST
(caso de não unanimidade) para a própria SDI (Lei nº 7.701/88).  
 
MANDADO DE SEGURANÇA  
 
 
É a ação cabível para garantir direito líquido e certo não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público. Cabe para discutir ato de Juiz do
Trabalho ou de Direito, quando investido na jurisdição trabalhista, e neste
caso de competência do TRT. Presta-se ao restabelecimento do direito
líquido e certo de forma rápida, uma vez que pode ser requerida a
concessão de liminar. Para isso, deverá o impetrante demonstrar a
presença dos requisitos (fumus boni juris e periculum in mora). Hipóteses
mais comuns: erro de procedimento do juízo, cerceamento ou restrição do
direito de defesa, processamento de agravo de instrumento, proibição de
retirada dos autos, penhora ilegal, penhora do bem público, desfazer
arrematação, impugnação de despacho (concessivo de liminar
acautelatória). Tem previsão nos artigos 5º, LXIX, 114, IV, da CF _ Lei nº
1.533/51 _ arts. 678, I, b, nº 3 e 840, da CLT.  
 
É de competência originária do TRT, quando se tratar atos de primeira
instância (Juiz, Servidores Federais da Justiça do Trabalho, do art. 678, I,
"b", 3) ou Membros do próprio TRT (competência do órgão especial). A
competência será do TST para discutir ato de seus membros (SDI para os
dissídios individuais e SDC para os coletivos), cf. Lei nº 7.701/88, art. 2º, I,
"d". A medida liminar tem validade por até 90 (noventa) dias, prorrogáveis
por mais 30 (trinta). O prazo para impetração é de 120 (cento e vinte) dias
a contar da ciência do ato ilegal, devendo a petição inicial vir desde logo
acompanhada de duas cópias dos documentos. Pode ser impetrado até por
telegrama ou radiograma (Lei nº 1.533/51, art. 4º). A autoridade coatora
tem 10 (dez) dias para prestar as informações, não se tratando de
contestação, mas apenas de informações que possam assegurar uma
compreensão dos fatos e possibilitar o julgamento da ação (essas
informações são facultativas). O juiz-relator mandará citar o litisconsórcio
necessário para que faça a sua "manifestação" no prazo deferido, não
passando de uma simples petição, no qual poderão ser juntados
documentos. O Ministério Público deve oficiar obrigatoriamente nesta ação
(o seu prazo é de 08 dias), podendo, inclusive, recorrer do acórdão a ser
proferido. Do acórdão, caberá recurso ordinário. Há o mandado de
segurança coletivo, que poderá ser impetrado somente por partidos
políticos com representação no Congresso Nacional, pelas organizações
sindicais, entidade de classe e associações civis que funcionem há 01 (um)
ano, desde que para a defesa de seus membros ou associados.  
 

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