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Parte

4 Relatórios das atividades laboratoriais


Relatórios das atividades laboratoriais

AL 1.1 QUEDA LIVRE: FORÇA GRAVÍTICA E ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE

OBJETIVO GERAL
Determinar a aceleração da gravidade num movimento de queda livre
e verificar se depende da massa dos corpos.
a realização da atividade laboratorial proposta irá permitir estudar o movimento
de queda livre de um corpo. a medição do tempo e a determinação da velocidade
de um corpo num movimento de queda, após ter sido abandonado com velocidade
nula, permitirão determinar a aceleração a que ficou sujeito. Para determinar
a aceleração de um corpo em queda livre, aceleração da gravidade, usa-se o conceito
de aceleração média, admitindo que esta é constante. a sua determinação para
corpos de diferentes massas em queda livre permitirá mostrar que a aceleração
da gravidade não depende da massa dos corpos.
Um corpo em queda livre está apenas sujeito à ação da força gravítica. Num lançamento na vertical
e no movimento de queda, em que o corpo está em queda livre, a velocidade do corpo varia linearmente
com o tempo, ou seja, as variações da velocidade são iguais para intervalos de tempo iguais.
Nestas condições, está animado de um movimento retilíneo uniformemente retardado caso esteja
a subir e de um movimento retilíneo uniformemente acelerado caso esteja a descer, devido à atuação
de uma força constante que provoca uma aceleração constante e independente da massa do corpo.

Parte I Preparação da atividade laboratorial


O que é preciso saber…

1 Considere um corpo em queda livre à superfície da Terra.


1.1 O que significa dizer que um corpo está em queda livre?
Um corpo diz-se em queda livre quando está sujeito apenas à interação gravitacional com a Terra.
1.2 Como se designa um corpo em queda livre?
Designa-se por grave, ou seja, um corpo sujeito apenas à interação gravítica.
1.3 enumere a(s) força(s) que atua(m) no corpo.
A força que atua no corpo é a força gravítica (ou peso).
1.4 Como se designa a aceleração de um corpo em queda livre?
Designa-se por aceleração gravítica ou aceleração da gravidade.
1.5 refira como varia a aceleração do corpo.
A aceleração mantém-se constante.
1.6 Num movimento de queda livre, o corpo pode apresentar dois tipos de movimentos. Identifique-os,
justificando.
Se o corpo é lançado na vertical, a velocidade diminui durante a subida em resultado da ação da força
gravítica, que tem sentido oposto ao movimento. O movimento é retilíneo uniformemente retardado.
Se o corpo está a descer, a sua velocidade aumenta em resultado da ação da força gravítica, que tem
o mesmo sentido do movimento. O movimento é retilíneo uniformemente acelerado.
Nas duas situações a velocidade varia linearmente com o tempo, o que significa que a aceleração
é constante.

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2 A aceleração no movimento de queda livre, aceleração gravítica, pode ser determinada a partir
da definição de aceleração média.
2.1 refira as grandezas físicas a medir para determinar a componente escalar da aceleração por este método.

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Dv
A expressão da aceleração média é vam = .
Dt
Como a trajetória é retilínea e na vertical, o vetor vam tem direção vertical no sentido de baixo para
Dv
cima, sendo a componente escalar da aceleração. Assim, deve medir-se o módulo da componente
Dt
escalar da velocidade do corpo para duas posições ao longo do movimento de queda e o intervalo
de tempo que decorre entre a passagem por essas duas posições.
2.2 Das grandezas referidas na alínea anterior, indique as que são medições diretas e as que são
medições indiretas.
Medição direta: intervalo de tempo;
Medição indireta: módulo da componente escalar da velocidade e da aceleração.

3 Mostre, a partir da Lei da Gravitação Universal e da Segunda Lei de Newton, que a aceleração
de um corpo em queda livre é independente da sua massa.
A única força a atuar num corpo (de massa m) em queda livre é a força gravítica. Então, a intensidade
da força resultante é igual à da força gravítica:
FR = Fg
m # mT
Como F = m a e Fg = G , igualando as duas expressões, tem-se:
d2
m # mT
m#a=G
d2
mT
a=G 2
d
Como a aceleração de um corpo em queda livre é a aceleração gravítica:
mT
g=G
d2
Conclui-se que o módulo da componente escalar ou intensidade da aceleração gravítica só depende
da massa da Terra, mT, e da distância do corpo ao centro da Terra, d.

4 De entre os gráficos seguintes, selecione o que representa corretamente a velocidade em função


do tempo para um corpo em queda sob ação da força gravítica (considere o sentido ascendente
do referencial OY como positivo).

a B C D
v/m s-1 v/m s-1 v /m s-1 v /m s-1

0
t/s
0
t/s

0 t/s 0 t/s

Opção D (tendo em conta o referencial escolhido, é a opção que corresponde a um gráfico em que
u2p87h1
a componente escalar da velocidade u2p87h2
varia [aumenta] linearmente u2p87h3 u2p87h4
com o tempo e no sentido negativo do
referencial).

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Refletir e construir o procedimento experimental…
A
Um método para determinar a aceleração de um corpo em
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queda livre é ilustrado na montagem experimental da figura.


Utiliza-se um tubo de plástico, em posição vertical, aberto
nos topos A e B, onde se colocam duas células fotoelétricas,
ligadas a um cronómetro digital, e esferas de diferentes massas,
que são largadas no topo do tubo.
Realizam-se diversos ensaios para determinar:
•   o intervalo de tempo que cada esfera demora a percorrer 
B
a distância entre as células A e B, Dtqueda;
•   o intervalo de tempo que cada esfera demora a passar pela 
célula B, Dtpassagem, a fim de calcular a velocidade de cada
esfera no instante em que passa na célula B, vB.

1 Neste método é utilizado um tubo de plástico, pelo qual são abandonadas (largadas)
as esferas. Qual é a função do tubo e como deve ser colocado?
u2p87h5
A função do tubo é servir de guia para alinhar os sensores e garantir que a leitura dos intervalos
de tempo corresponda, dentro do erro de leitura, à distância percorrida pela esfera. O tubo deve
ser posicionado na vertical, pois possibilita que uma esfera de menor diâmetro, ao ser largada
no centro da abertura, nunca toque as paredes do tubo e caia apenas sob a ação da força gravítica.

2 Para determinar a velocidade na posição B, utilizando uma célula fotoelétrica, fizeram-se


d
as medições que permitem utilizar a expressão do movimento retilíneo uniforme, v = .
Dt
2.1 refira o significado da grandeza representada pela letra d.
A letra d representa a distância percorrida pela esfera aquando da sua passagem pelo sensor B
(quando este está ativado para medir o tempo de passagem da esfera), ou seja, o diâmetro
de cada esfera.
2.2 a que intervalo de tempo, Dt, corresponde o valor apresentado na expressão?
Corresponde ao intervalo de tempo que a esfera demora a passar pela célula B, Dtpassagem.
d
2.3 explique por que razão é possível utilizar-se a expressão v = no cálculo do valor da
Dt
velocidade num dado instante.
Esta expressão só traduz o módulo da componente escalar da velocidade instantânea quando,
durante a distância d, o movimento é retilíneo uniforme. Como as esferas têm diâmetros
muito pequenos, comparados com a distância total percorrida (comprimento do tubo),
os intervalos de tempo medidos pela passagem destas pela célula são muito pequenos.
Sendo assim, é possível considerar que a velocidade da esfera se manteve praticamente constante
ao passar em frente à célula B, sendo o valor aproximado do módulo da componente escalar
da velocidade instantânea determinado pela expressão do movimento retilíneo uniforme.

3 Para calcular a aceleração adquirida pela esfera durante o movimento de queda é necessário
medir certas grandezas físicas. Diga como proceder para fazer as medições necessárias ao
cálculo da aceleração média da esfera, utilizando o método descrito.
Dv
A componente escalar da aceleração média calcula-se pela expressão: am = , sendo Dv
Dtqueda
a variação da componente escalar da velocidade de cada esfera no seu movimento de queda
(de A para B) e Dtqueda, o tempo que cada esfera demora a percorrer a distância entre as células A e B.
Como as esferas são abandonadas na extremidade superior do tubo (A) a velocidade inicial é nula.
Então, só é necessário determinar o módulo da componente escalar da velocidade da esfera quando
esta passa na extremidade inferior do tubo onde está a célula B.

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Assim:
— para determinar o intervalo de tempo que cada esfera demora a percorrer a distância entre as células
A e B, Dtqueda, ligam-se as duas células ao cronómetro digital, ajustando o modo de funcionamento

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do mesmo para a medição entre as duas células.
— para determinar a velocidade final da esfera na posição da célula B, desliga-se a célula fotoelétrica
colocada em A e mantém-se ligada a célula fotoelétrica B. Ajusta-se o modo de funcionamento
do cronómetro digital para a medição do tempo que cada esfera demora a passar pela célula B, (Dtpassagem).
Mede-se o diâmetro, d, de cada esfera, utilizando uma craveira, e calcula-se o módulo da componente

escalar da velocidade da esfera quando passa na célula fotoelétrica B f vB = p.


d
Dtpassagem
Finalmente, calcula-se o módulo da componente escalar da aceleração média utilizando a expressão:
Dv
am =
Dtqueda

4 Para investigar se a aceleração gravítica depende da massa são realizados diferentes ensaios.
Refira, para cada ensaio, as variáveis a controlar.
As variáveis a controlar são: a velocidade inicial (a qual se pretende nula); a altura de queda (tendo
em atenção a posição relativa das células fotoelétricas A e B e a posição de abandono das esferas);
e o material das esferas (garantir que as esferas são do mesmo material). Além disso, deve-se garantir
a verticalidade do tubo (relembrar a questão 1.).

Parte II Execução da atividade laboratorial


Material utilizado no procedimento experimental…

•   Tubo plástico (com cerca de 1,5 m)
•   Cronómetro digital + duas células fotoelétricas
•   Esferas metálicas (ou berlindes)
•   Craveira
•   Balança
•   Suporte universal + garras

Execução do procedimento experimental

1 Execute a experiência, seguindo a metodologia descrita


anteriormente, e faça as medições das grandezas físicas que
permitam determinar o valor da aceleração gravítica para
corpos de diferentes massas. Construa uma tabela para registo
das medições diretas e indiretas tendo em conta os algarismos
significativos a elas associados. Tenha em atenção a escala dos
aparelhos de medida e conceba uma tabela de registo de dados
de forma a sistematizar a informação relevante (grandeza física;
menor divisão da escala; digital/analógico; incerteza absoluta
de leitura).
SUGESTÃO: Deve ter em atenção os modos de funcionamento do cronómetro digital. Em alternativa,
elabore o seu próprio procedimento experimental, representando a montagem através de um esquema.

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Tabela 1 Caracterização dos instrumentos de medida
ApARELhOs DE mEDIDA
Balança Craveira* Cronómetro digital
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Dtqueda Dtpassagem
Grandeza física Massa Diâmetro
(entre as células a e B) (pela célula B)
Menor divisão de leitura/unidade 0,0001 g 0,02 mm 0,01 ms 1 ns
Digital/analógico Digital analógico Digital
Incerteza absoluta de leitura/unidade ! 0,0001 g ! 0,02 mm ! 0,01 ms !1 ns
* NOta: a craveira analógica é uma exceção aos instrumentos analógicos; a incerteza absoluta de leitura coincide com a menor divisão
do nónio.

Parte III Análise e discussão da atividade laboratorial


1 Cálculo do valor mais provável do conjunto de medições dos tempos da passagem, Dtpassagem
e Dtqueda, de cada esfera pelas células, bem como do valor das respetivas incertezas absolutas.
1.1 Complete a sua tabela de registos, indicando corretamente a medida destas grandezas.
Tabela 2 registo das medições diretas e indiretas que permitem determinar o módulo da componente escalar
da aceleração gravítica, para corpos de diferentes massas (m = 5,1565 ! 0,0001) g.
m d Dtpassagem Dtqueda
Dtpassagem médio/s Dtqueda médio/s vB/m s-1 a/m s-2 d/%
! 0,0001/g ! 0,00005/m ! 0,001/ms ! 0,01/ms
3,143 574,13
2,883 555,95
2,695 571,28
2,965 565,83
2,940 563,38
2,843 563,56
2,833 562,15
2,859 562,59
3,092 564,58
2,892 562,65
2,694 570,34
2,795 570,74
2,838 568,10
5,1565 1,580E-02 2,942 2,870E-03 566,60 0,56537 5,505 9,737 0,7
2,851 563,28
2,874 565,98
2,828 566,93
2,946 564,78
2,880 562,51
2,778 567,18
2,869 567,28
2,828 564,31
2,842 562,07
2,858 563,05
2,858 561,06
3,021 566,74
2,639 568,03

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Tabela 3 registo das medições diretas e indiretas que permitem determinar o módulo da componente escalar
da aceleração gravítica, para corpos de diferentes massas (m = 4,6859 ! 0,0001) g.
m d Dtpassagem Dtqueda

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Dtpassagem médio/s Dtqueda médio/s vB/m s-1 a/m s-2 d/%
! 0,0001/g ! 0,00002/m ! 0,001/ms ! 0,01/ms
2,952 549,54
2,947 557,66
2,968 568,97
2,939 571,16
2,73 561,82
2,879 544,36
2,687 538,12
2,803 548,24
2,893 545,16
2,845 545,69
2,920 540,76
2,898 549,53
2,924 548,33
4,6859 1,530E-02 2,970 2,893E-03 542,71 0,54886 5,289 9,636 1,7
2,970 547,30
2,737 533,56
2,955 562,43
2,951 559,77
2,973 551,27
2,887 537,26
2,946 543,29
2,821 550,19
2,948 537,83
2,959 553,33
2,744 542,91
2,992 542,50
2,879 545,48

1.2 Determine o erro percentual de dispersão em torno do valor médio Dtpassagem e Dtqueda.
O conjunto de medidas diretas efetuadas nesta experiência consistiu nas medições dos intervalos
de tempo de passagem (Dtpassagem) das esferas pelas células, nos intervalos de tempo de queda (Dtqueda)
e na medição do diâmetro das esferas (d).
A precisão das medidas do Dtpassagem e do Dtqueda dada pela incerteza relativa associada aos valores
médios é elevada, uma vez que o conjunto de medidas apresenta uma dispersão baixa em ambos
os casos (de +6 % e +2 %, respetivamente).
Na medição do diâmetro foi utilizada uma craveira, a qual apresenta uma precisão na medição
de 0,02 mm. Este instrumento é caracterizado por possuir uma escala especial, conhecida como
nónio, que se move ao longo da escala principal e que permite uma leitura precisa de frações
da menor divisão desta escala.
Neste caso, a incerteza é dada por:
0,00002
ddiâmetro = × 100 % , 0,1 %
1,580 #10-2

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[Simulações — Paquímetro virtual (0,02 mm e 0,05 mm):
http://www.stefanelli.eng.br/webpage/arq_swf/paquimetro-02.swf, acedido em fevereiro de 2016;
http://www.stefanelli.eng.br/webpage/arq_swf/paquimetro-05.swf, acedido em fevereiro de 2016]
Relatórios das atividades laboratoriais

[Simulações — Micrómetro virtual:


http://www.stefanelli.eng.br/webpage/arq_swf/micrometro-milimetro-centesimal-simulador.
swf, acedido em fevereiro de 2016;
http://www.stefanelli.eng.br/webpage/arq_swf/micrometro-formacao-valor-centesimo-png.swf,
acedido em fevereiro de 2016]
1.3 Identifique erros que permitam justificar a precisão das medidas diretas.
A velocidade inicial e a altura de queda não serem exatamente as mesmas nos vários ensaios;
— A trajetória da esfera não ser retilínea.

2 Calcule o valor experimental da aceleração da gravidade, obtido a partir das medidas


efetuadas para cada uma das esferas de diferente massa. Exprima o valor com a incerteza
absoluta expressa em percentagem.
Valor teórico da aceleração gravítica: g = 9,801 m s-2
Aceleração gravítica para o corpo de maior massa: g = 9,737 m s-2
Erro percentual:

9,801 - 9,737
er = × 100 = 0,7 %
9,801
Aceleração gravítica para o corpo de menor massa: g = 9,636 m s-2
Erro percentual:
9,801 - 9,636
er = × 100 = 1,7 %
9,801
— O valor obtido para a aceleração gravítica com a esfera de menor massa foi de
g = 9,636 m s-2 ! 1,7 %
— O valor obtido para a aceleração gravítica com a esfera de maior massa foi de
g = 9,737 m s-2 ! 0,7 %

3 Compare o valor obtido com o valor tabelado e, após determinação do erro percentual,
conclua quanto à exatidão, dentro do intervalo de confiança de 3 %, do método usado.
Como determinado anteriormente, o erro percentual é de 0,7 % e 1,7 %, respetivamente,
para o corpo de maior e de menor massa. Como estes erros percentuais são inferiores ao intervalo
de confiança de 3 % esperado neste método, então o valor experimental obtido para a componente
escalar da aceleração da gravidade pode ser considerado exato.
Os dois valores obtidos experimentalmente, para o valor da aceleração gravítica, estão contidos
no intervalo de valores. Conclui-se, assim, que a aceleração gravítica medida experimentalmente
é independente da massa.
Nota para o professor
O grau de confiança do método, que é cerca de 3 %, foi obtido pelo seguinte processo:
— Calculou-se o valor médio de todas as medidas, para cada uma das massas;
— Efetuou-se o cálculo do maior desvio entre as medidas e o valor médio;
— Calcularam-se dois valores de velocidade, tendo em conta o valor do desvio máximo
(maior e menor valor de velocidade);
— Calcularam-se os dois valores de aceleração gravítica (maior e menor valor);
— Compararam-se os valores experimentais com o valor tabelado para a aceleração gravítica.
Calculou-se o erro relativo;
— Assumiu-se o maior erro percentual como sendo o grau de confiança do método.

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4 O método que foi utilizado para determinar os valores da aceleração da gravidade tem
um grau de confiança de 3 %. 4

Relatórios das atividades laboratoriais


A partir dos resultados experimentais obtidos, o que pode concluir quanto à dependência
do módulo da componente escalar da aceleração da gravidade com a massa dos corpos
em queda livre?
Atendendo ao grau de confiança do método, 3 %, os valores obtidos para aceleração gravítica são:
— Esfera de menor massa (gexperimental = 9,636 m s-2 ! 3 % )
O valor obtido para a aceleração gravítica com a esfera de menor massa está compreendido entre
os valores [9,347; 9,925] m s-2.
— Esfera de maior massa (gexperimental = 9,737 m s-2 ! 3 %)
O valor obtido para a aceleração gravítica com a esfera de menor massa está compreendido entre
os valores [9,445; 10,029] m s-2.

5 Identifique os erros experimentais que permitem justificar a exatidão do resultado.


— O método utilizado para determinação do valor da aceleração gravítica.
— A precisão dos aparelhos de medida utilizados para fazer as medições: cronómetro digital e craveira.
O método é adequado, não introduzindo erros aleatórios de elevada dispersão. A precisão dos instrumentos
é adequada à ordem de grandeza das medições. Os erros sistemáticos, associados ao método, em que o mais
importante é o facto de realizar a experiência no ar, foram minimizados, não comprometendo a exatidão.

6 Após a realização da experiência e o tratamento dos dados, partilhe, com os outros grupos,
as suas conclusões.
A destacar:
— O método utilizado é adequado;
— A aceleração gravítica medida experimentalmente é independente da massa.

Parte IV Saber +
1 Nas figuras seguintes, estão representadas duas situações que ilustram exemplos
de imponderabilidade e de microgravidade.
Investigue a diferença entre os dois conceitos.
Altitude /m

10 363,2

9753,6 45º com


o nariz 30º com
do avião o nariz
9144,0 do avião
para
cima para baixo
8534,4

7924,2 Zero g

7315,2
1,8g 1,8g

0 20 45 65 t/s

u2p88h2

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Parte

4
A condição de microgravidade acontece sempre que um objeto está em queda livre, ou seja, ele cai
aumentando a sua velocidade à taxa de 1 g (exatamente a aceleração da gravidade).
Um corpo acelera para o centro da sua órbita (em torno da Terra) sob a ação da força da gravidade.
Relatórios das atividades laboratoriais

No entanto, se na sua órbita em torno da Terra a sua velocidade for a adequada, de tal modo que
a curva da sua queda coincida com a curva da Terra, à qual se chama órbita. Devido a isso, o corpo
cai «eternamente» em queda livre, pois a curvatura da sua trajetória é tal que nunca chega a atingir
o solo. Nos voos de gravidade reduzida, os aviões voam descrevendo grandes trajetórias parabólicas.
Um astronauta que se encontre numa situação de queda livre aparentemente não tem peso e «flutua»
livremente relativamente ao que o rodeia, encontrando-se numa situação de imponderabilidade.
Não se trata efetivamente de a gravidade passar a ser zero ou de uma situação em que o astronauta
deixe de ter peso, uma vez que a força gravitacional da Terra continua a exercer a sua influência
sobre ele e sobre os objetos que com ele orbitam. Como quer o astronauta quer o que o rodeia
se encontram em órbitas quase idênticas, o astronauta «flutua» livremente, encontrando-se numa
situação de repouso relativamente ao que o rodeia. Durante a maior parte das fases de uma viagem
espacial, os astronautas estão em estado de imponderabilidade. Em cada instante, a nave, os seus
ocupantes, bem como os outros objetos no seu interior possuem o mesmo vetor velocidade e,
assim, todos caem em direção à Terra, ao longo das suas órbitas.

2 A gravidade é algo a que se está adaptado desde


que se nasce, mas a sua compreensão nem sempre
foi fácil. Muitos foram aqueles que tentaram uma
explicação, mas Sir Isaac Newton e a célebre história
da queda da maçã, a partir da qual desenvolveu a
Teoria da Gravitação Universal, publicada em 1687
na obra Philosophiae Naturalis Principia
Mathematica, marcam um momento importante
para a sua compreensão.
Investigue sobre o conceito de gravidade do ponto
de vista de Aristóteles, Galileu Galilei, Isaac Newton
e Albert Einstein.
Segundo Aristóteles, os corpos mover-se-iam todos em direção ao seu lugar natural. Se para alguns
o seu lugar natural era o centro da Terra, e por isso caíam em direção a esta, já para outros, o seu
lugar natural seria a esfera celeste, e, assim, afastar-se-iam do centro da Terra em direção ao céu.
Estes corpos sofreriam a ação de uma força para baixo ou para cima, consoante o caso. Aristóteles
pensava, ainda, que os objetos mais pesados aceleravam mais rapidamente em direção ao chão.
Sabendo que um corpo em queda livre estaria sujeito à ação da gravidade, Galileu Galilei afirmou
e comprovou, pelas várias experiências idealizadas, que se duas pedras de massas diferentes
fossem abandonadas livremente da mesma altura, ambas despenderiam o mesmo tempo para
alcançar o solo. Conclusões contrárias às conclusões e aos ensinamentos de Aristóteles.
A Lei da Gravitação Universal proposta por Isaac Newton baseia-se no princípio de que dois
corpos se atraem devido a uma força cuja intensidade é diretamente proporcional ao produto
das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa. A atração
ocorre instantaneamente e sem que os dois corpos se toquem. A partir desses conceitos, Newton
conseguiu explicar por que motivo as maçãs caem, a Lua gira ao redor da Terra e os planetas
ao redor do Sol. [Simulação — aceleração independente da massa: http://www.labvirt.fe.usp.br/
simulacoes/fisica/sim_cinematica_maca.htm, acedido em fevereiro de 2016]
Para Albert Einstein (e segundo a sua teoria geral da relatividade), o fenómeno da gravidade
é uma consequência da curvatura espaço-tempo, pela simples existência de uma massa. Se sobre
uma superfície elástica (por analogia, o espaço-tempo) for colocada uma esfera metálica, esta irá
distorcer essa superfície criando um declive. Se nessa distorção for colocada uma segunda esfera
de menor massa, essa tenderá a aproximar-se da esfera de maior massa. Um objeto pode, assim,
prender outro na sua órbita, ou seja, o objeto simplesmente segue uma linha através do espaço
distorcido pelo outro.

242 + Física  •  Física e Química A  •  Física  •  11.o ano  •  Material fotocopiável  •  © Santillana

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