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Diário da República, 1.ª série — N.

º 15 — 22 de janeiro de 2013 453

2 — A todos os procedimentos administrativos previstos 5 — Os motoristas que sejam possuidores da carteira


na presente lei, para cuja instrução ou decisão final seja profissional de motorista de turismo, obtida ao abrigo do
legal ou regulamentarmente exigida a apresentação de cer- disposto no Decreto-Lei n.º 519-F/79, de 28 de dezembro,
tidões ou declarações de entidades administrativas, aplica- revogado pelo Decreto-Lei n.º 92/2011, de 27 de julho,
-se o disposto no Decreto-Lei n.º 114/2007, de 19 de abril, podem obter o CMT com dispensa da formação inicial
e na alínea d) do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de referida no n.º 1 do artigo 9.º, desde que reúnam os requi-
26 de julho. sitos previstos no n.º 1 do artigo 5.º

Artigo 30.º Artigo 33.º


Integração no sistema nacional de qualificações Norma revogatória

1 — A formação e a certificação estabelecidas pela 1 — É revogado o Decreto-Lei n.º 263/98, de 19 de


presente lei integram-se no sistema nacional de qualifi- agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 298/2003, 21 de no-
cações. vembro.
2 — A integração prevista no número anterior é pro- 2 — É revogada a Portaria n.º 788/98, de 21 de se-
movida, de acordo com as respetivas competências, tembro, alterada pelas Portarias n.os 195/99, de 23 de
pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino março, e 1130-A/99, de 31 de dezembro, pelo Decreto-
Profissional, I. P., e pela Direção-Geral do Emprego e das -Lei n.º 298/2003, de 21 de novembro, e pela Portaria
Relações do Trabalho, em articulação com o IMT, I. P. n.º 121/2004, de 3 de fevereiro.

Artigo 31.º Artigo 34.º


Cooperação administrativa Entrada em vigor

Para efeitos da aplicação da presente lei, as autoridades A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua
competentes participam na cooperação administrativa, publicação.
no âmbito dos procedimentos relativos a profissionais Aprovada em 29 de novembro de 2012.
e entidades formadoras provenientes de outros Estados
membros, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 51.º da A Presidente da Assembleia da República, Maria da
Lei n.º 9/2009, de 4 de março, e no capítulo VI do Decreto- Assunção A. Esteves.
-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, nomeadamente através Promulgada em 10 de janeiro de 2013.
do Sistema de Informação do Mercado Interno.
Publique-se.
Artigo 32.º O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Regime transitório
Referendada em 11 de janeiro de 2013.
1 — As entidades formadoras que atualmente sejam
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
detentoras de homologação ou de reconhecimento de cur-
sos de formação de motorista de táxi concedidos pelo
IMT, I. P., dispõem do prazo de um ano a contar da data Lei n.º 7/2013
da publicação da portaria prevista na alínea c) do n.º 1 de 22 de janeiro
do artigo 13.º para se conformarem com o disposto no
mesmo número, requerendo nova certificação, sem o que
Aprova o regime de acesso e exercício das atividades de realização
ficam impedidas de exercer a atividade de formação de de auditorias energéticas, de elaboração de planos de racionali-
motoristas de táxi. zação dos consumos de energia e de controlo da sua execução
2 — A homologação e o reconhecimento de cursos de e progresso, nomeadamente mediante a emissão de relatórios
formação de motorista de táxi, concedidas ao abrigo da de execução e progresso, no âmbito do Sistema de Gestão dos
legislação ora revogada, cujo prazo de validade esteja em Consumos Intensivos de Energia (SGCIE) e no âmbito de apli-
curso na data do início da vigência da presente lei, cadu- cação do regulamento da gestão do consumo de energia para
cam no prazo de seis meses a contar da data da publicação o setor dos transportes, aprovado pela Portaria n.º 228/90, de
da portaria prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo 13.º, 27 de março, alterando o Decreto-Lei n.º 71/2008, de 15 de abril.
salvo se o fim do referido prazo não ocorrer em momento A Assembleia da República decreta, nos termos da
anterior. alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
3 — Os formandos que tiverem frequentado ações de
formação dos cursos homologados referidos no número Artigo 1.º
anterior podem, no prazo de três meses a contar da data
da publicação da portaria referida no n.º 3 do artigo 9.º, Objeto
optar por submeter-se a avaliação por um júri designado 1 — A presente lei introduz alterações ao sistema de
pelo presidente do conselho diretivo do IMT, I. P., ou nos gestão do consumo de energia por empresas e instala-
termos previstos no artigo 12.º ções consumidoras intensivas, aprovado pelo Decreto-Lei
4 — Os certificados de aptidão profissional (CAP) de n.º 71/2008, de 15 de abril.
motorista de táxi emitidos ao abrigo do disposto no Decreto- 2 — A presente lei estabelece ainda:
-Lei n.º 263/98, de 19 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei
n.º 298/2003, 21 de novembro, mantêm-se válidos até ao a) O regime de acesso e exercício das atividades de rea-
fim do prazo que deles constar, devendo ser renovados nos lização de auditorias energéticas, de elaboração de planos
termos da presente lei. de racionalização dos consumos de energia e de controlo da
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sua execução e progresso, no âmbito do Sistema de Gestão c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


dos Consumos Intensivos de Energia (SGCIE); e d) Executar e cumprir os PREn aprovados, sob a
b) O regime de acesso e exercício das atividades de rea- responsabilidade técnica de um técnico habilitado esco-
lização de auditorias energéticas, de elaboração de planos lhido pelo operador ou colocado ao serviço de entidade
de racionalização dos consumos de energia e de controlo por ele contratada.
da sua execução e progresso, no âmbito da execução do
Regulamento da Gestão do Consumo de Energia para o 2— .....................................
Setor dos Transportes, aprovado pela Portaria n.º 228/90,
de 27 de março. Artigo 8.º
[...]
3 — Os regimes referidos no número anterior incor-
poram a disciplina do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de 1— .....................................
julho, que transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva 2— .....................................
n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 — (Anterior n.º 4.)
12 de dezembro de 2006, relativa aos serviços no mercado 4 — Nos casos em que as medidas identificadas no
interno, e da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, que transpõe para PREn não permitam a definição de objetivos de melho-
a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2005/36/CE, do Par- ria do consumo específico ou da intensidade energética,
lamento Europeu e do Conselho, de 7 de setembro de 2005, nos termos do disposto no artigo anterior, a aprovação
relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais do PREn depende da realização de uma visita técnica
e do Decreto-Lei n.º 92/2011, de 27 de julho, que criou da responsabilidade da ADENE, para confirmar a in-
o Sistema de Regulação de Acesso a Profissões (SRAP). formação prestada na auditoria, e da verificação do
cumprimento do disposto no n.º 2 do artigo anterior.
Artigo 2.º 5 — Após a realização da visita referida no número
anterior e caso sejam detetadas situações passíveis de
Alteração ao Decreto-Lei n.º 71/2008, de 15 de abril melhoria dos indicadores referidos no n.º 2 do artigo
Os artigos 3.º, 4.º, 8.º, 9.º, 10.º, 11.º, 18.º, 19.º e 21.º anterior, a aprovação do PREn depende da realização
do Decreto-Lei n.º 71/2008, de 15 de abril, passam a ter de uma nova auditoria, da responsabilidade do operador
a seguinte redação: das instalações CIE, a ser entregue no prazo máximo de
quatro meses após a notificação da DGEG.
6 — O prazo previsto no n.º 3 passa para 60 dias nos
«Artigo 3.º
casos previstos nos n.os 4 e 5.
[...] 7 — Para além da visita técnica e auditoria previstas
nos n.os 4 e 5, respetivamente, a DGEG pode solicitar
1 — São intervenientes no SGCIE a Direção-Geral
informações complementares ao operador e, funda-
de Energia e Geologia (DGEG), a Autoridade Tributária
mentadamente, recomendar a introdução de alterações
e Aduaneira (AT), a Agência para a Energia (ADENE)
ao conteúdo do PREn, tendo em vista a sua aprovação,
e os operadores que exploram instalações CIE, bem suspendendo-se a contagem dos prazos previstos nos
como os técnicos e entidades que exercem atividades n.os 3 e 6 até à resposta do operador.
de realização de auditorias energéticas, de elaboração 8 — (Anterior n.º 7.)
de planos de racionalização dos consumos de energia 9 — O ARCE é comunicado pela DGEG à AT, com
e de controlo da sua execução e progresso. vista à instrução dos mecanismos de isenção previstos
2— ..................................... na legislação fiscal aplicável.
3 — Compete à AT a concessão e controlo das isen-
ções do ISP, nos termos previstos no artigo 11.º Artigo 9.º
4— ....................................
[...]
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1— .....................................
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
d) Receber os pedidos de reconhecimento e registo 3 — Os relatórios previstos nos números anteriores
de técnicos, submetendo-os à aprovação da DGEG, bem são elaborados por técnico habilitado escolhido pelo
como as declarações prévias apresentadas por técnicos operador da instalação de CIE ou colocado ao serviço
em regime de livre prestação de serviços, transmitindo- de entidade por ele contratada, sendo esse técnico soli-
-as à DGEG; dariamente responsável pelo seu conteúdo.
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 10.º
5 — A ADENE apresenta à DGEG e à AT, até 31 de Acesso a atividades de auditoria energética e de elaboração
março de cada ano, um relatório anual sobre a atividade e controlo da execução de planos de racionalização
desenvolvida e o funcionamento do sistema.
1 — Para cumprimento das obrigações previstas no
Artigo 4.º presente decreto-lei, deve o operador recorrer a técnicos
habilitados para a realização de auditorias energéticas,
[...] para a elaboração de planos de racionalização dos con-
1— .................................... sumos de energia e para o controlo da sua execução
e progresso, incluindo a elaboração de relatórios de
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . execução e progresso, ou a entidades que tenham esses
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . técnicos ao seu serviço.
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2 — O regime de acesso e exercício das atividades de racionalização dos consumos de energia e de controlo
de realização de auditorias energéticas, de elaboração da sua execução e progresso, no âmbito do SGCIE, no
de planos de racionalização dos consumos de energia anexo I; e
e de controlo da sua execução e progresso consta de lei b) O regime de acesso e exercício das atividades de rea-
própria. lização de auditorias energéticas, de elaboração de planos
3 — (Revogado.) de racionalização dos consumos de energia e de controlo
4 — (Revogado.) da sua execução e progresso, no âmbito de aplicação do
5 — (Revogado.) Regulamento da Gestão do Consumo de Energia para o
6 — (Revogado.) Setor dos Transportes, no anexo II.
7 — (Revogado.)
8 — (Revogado.) Artigo 4.º
Norma revogatória
Artigo 11.º
[...] 1 — São revogados os n.os 3 a 8 do artigo 10.º, a alínea b)
do n.º 1 do artigo 18.º e o n.º 1 do artigo 19.º do Decreto-
1 — Para efeitos de reconhecimento da isenção do -Lei n.º 71/2008, de 15 de abril.
ISP por parte da AT, esta entidade é notificada pela 2 — São também revogados:
DGEG sobre a identificação do operador que explore
uma instalação abrangida por um ARCE. a) Os artigos 3.º a 7.º, 9.º, 10.º, 17.º e 23.º da Portaria
2 — A AT procede ao reconhecimento da isenção do n.º 228/90, de 27 de março, bem como todos os anexos
ISP e notifica os operadores exploradores das referidas desse diploma; e
instalações da data a partir da qual a mesma produz efeitos b) A Portaria n.º 519/2008, de 25 de junho.
ou da revogação da mesma, caso o operador explora-
dor deixe de cumprir o estabelecido no número anterior. Artigo 5.º
Produção de efeitos
Artigo 18.º
[...] A presente lei produz efeitos no dia seguinte ao da pu-
blicação da portaria referida nos n.os 4 dos artigos 14.º dos
1— .................................... anexos I e II.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Aprovada em 7 de dezembro de 2012.
b) (Revogada).
A Presidente da Assembleia da República, Maria da
2 — As taxas previstas no número anterior devem Assunção A. Esteves.
ser pagas no prazo de 30 dias após a notificação do Promulgada em 10 de janeiro de 2013.
respetivo documento de cobrança pela ADENE, sendo
devidas pelo operador. Publique-se.
3— ..................................... O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
4— .....................................
5— ..................................... Referendada em 11 de janeiro de 2013.

Artigo 19.º O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.


[...] ANEXO I
1 — (Revogado.)
2— ..................................... [a que se refere a alínea a) do artigo 3.º]

Artigo 21.º Regime de acesso e exercício das atividades de realização


de auditorias energéticas, de elaboração de planos de
[...] racionalização dos consumos de energia e de controlo da
sua execução e progresso, no âmbito do SGCIE.
1— .....................................
2 — A entrada em vigor do presente decreto-lei não Artigo 1.º
prejudica a manutenção dos planos de racionalização
de consumos de energia, já aprovados nos termos e Reserva de atividade
pelos prazos previstos nos termos dos Decretos-Leis As atividades de realização de auditorias energéticas,
n.os 58/82, de 26 de fevereiro, e 428/83, de 9 de de- de elaboração de planos de racionalização dos consumos
zembro, podendo os respetivos titulares, propondo as de energia e de controlo da sua execução e progresso, no
necessárias alterações, requerer a aplicação do regime âmbito do SGCIE, instituído pelo Decreto-Lei n.º 71/2008,
deste decreto-lei com vista à conversão em ARCE.» de 15 de abril, são reservadas aos técnicos que a elas ace-
dam, nos termos dos artigos 2.º a 10.º
Artigo 3.º
Aprovação de regimes de acesso e exercício Artigo 2.º
São aprovados em anexo à presente lei, dela fazendo Regime de acesso dos técnicos às atividades
parte integrante:
1 — O acesso dos técnicos às atividades de realização
a) O regime de acesso e exercício das atividades de rea- de auditorias energéticas, de elaboração de planos de ra-
lização de auditorias energéticas, de elaboração de planos cionalização dos consumos de energia e de controlo da sua
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execução e progresso depende de prévio reconhecimento e instruções e informações aí constantes, instruindo-o com
registo pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), os seguintes elementos:
com exceção das situações previstas no artigo 9.º
2 — Os técnicos interessados em obter o reconheci- a) Documentos comprovativos das qualificações pro-
mento e registo referidos no número anterior devem sub- fissionais exigidas;
meter à DGEG um pedido nesse sentido e demonstrar b) Listagem do equipamento de medida e controlo dis-
que possuem as qualificações profissionais e os demais ponível para desenvolvimento das atividades, bem como
requisitos exigidos, nos termos dos artigos 3.º a 5.º documento comprovativo da sua calibração.
3 — O reconhecimento e registo dos técnicos nacionais
de Estado membro da União Europeia ou do Espaço Eco- 3 — No pedido de reconhecimento e registo, o reque-
nómico Europeu que possuam qualificações profissionais rente deve:
adquiridas fora do território nacional, incluindo fora da a) Declarar, sob compromisso de honra, que tomou
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, obser- conhecimento dos deveres e normas legais e regulamen-
vam o procedimento especial previsto no artigo 8.º tares aplicáveis às atividades de realização de auditorias
energéticas, de elaboração de planos de racionalização
Artigo 3.º dos consumos de energia e de controlo da sua execução
Requisitos do reconhecimento e registo e progresso, comprometendo-se a assegurar o seu estrito
cumprimento, bem como a aplicar o SGCIE com indepen-
1 — As qualificações profissionais exigidas para o re- dência técnica e isenção;
conhecimento e registo de técnicos são as seguintes: b) Garantir a permanente disponibilidade e calibração
a) Título de engenheiro, reconhecido pela Ordem dos do equipamento de medição e controlo;
Engenheiros, ou título de engenheiro técnico, reconhecido c) Autorizar a DGEG a divulgar as informações cons-
pela Ordem dos Engenheiros Técnicos; tantes do pedido de reconhecimento e registo.
b) Experiência profissional adequada, nos termos do
artigo seguinte. Artigo 6.º
Tramitação subsequente
2 — O reconhecimento e registo de técnicos exigem
ainda, como requisito mínimo, a posse de equipamento 1 — Compete à ADENE receber os pedidos de reconhe-
de medida e controlo necessário ao desenvolvimento das cimento e registo de técnicos, submetendo-os à aprovação
atividades, comprovadamente calibrado. da DGEG.
2 — No prazo de oito dias após a receção de um pedido
Artigo 4.º de reconhecimento e registo e comprovação do pagamento
das taxas devidas, a DGEG deve verificar a conformidade
Experiência profissional adequada
do pedido em causa e a respetiva instrução, à luz do dis-
1 — Para efeitos da alínea b) do n.º 1 do artigo anterior, posto no artigo anterior.
considera-se experiência profissional adequada o exercício 3 — Se for caso disso, a DGEG solicita ao requerente
efetivo e lícito de atividades de engenharia em instalações a apresentação dos elementos em falta ou de elementos
consumidoras intensivas de energia (CIE) durante, pelo complementares, fixando um prazo razoável para o efeito,
menos, três anos ou o exercício efetivo e lícito de atividades comunicando que a referida solicitação determina a sus-
nas áreas específicas da auditoria e consultoria energéticas pensão do prazo de decisão e alertando para o facto de que
durante, pelo menos, dois anos. a sua não satisfação, no prazo fixado, determina a rejeição
2 — Podem ser reconhecidos e registados técnicos com liminar do pedido.
tempo de prática inferior ao exigido no número anterior, 4 — Concluída a instrução do procedimento, a DGEG
desde que tenham, pelo menos, um ano de experiência profere decisão sobre o pedido de reconhecimento e registo
profissional nas áreas específicas da auditoria e consultoria apresentado, fixando, no caso de deferimento, as condições
energéticas e preencham um dos seguintes requisitos: a que o requerente fica sujeito, nomeadamente o âmbito
a) Pós-graduação em auditoria energética; de intervenção em função da experiência profissional de-
b) Atividades de investigação ou docência universitária monstrada.
na área da auditoria energética ou na da utilização racional 5 — O pedido de reconhecimento e registo considera-
de energia durante, pelo menos, um ano; -se tacitamente deferido se a DGEG não se pronunciar
c) Grau de mestre ou doutor nas áreas da auditoria ener- no prazo de 30 dias contados a partir da data da sua rece-
gética ou da utilização racional de energia. ção e comprovação do pagamento das taxas devidas, sem
prejuízo da suspensão desse prazo, no caso de solicitação,
Artigo 5.º nos termos do n.º 3, de elementos em falta ou complemen-
tares, até à apresentação desses elementos.
Pedido de reconhecimento e registo 6 — A DGEG deve indeferir o pedido de reconheci-
1 — O pedido de reconhecimento e registo de técnicos mento e registo, após audiência prévia do requerente nos
deve ser apresentado através do portal do SGCIE, acessível termos previstos nos artigos 100.º e seguintes do Código
através do balcão único eletrónico referido no artigo 6.º do Procedimento Administrativo, caso não se mostrem
do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e dos sítios na preenchidos os requisitos previstos no artigo 3.º
Internet da DGEG e da ADENE. 7 — A DGEG comunica à ADENE o deferimento, ex-
2 — Para efeitos de apresentação do pedido de reconhe- presso ou tácito, dos pedidos de reconhecimento e registo
cimento e registo, o requerente deve preencher o formulário de técnicos para efeitos de emissão do respetivo cartão
disponibilizado no portal do SGCIE, de acordo com as de identificação.
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Artigo 7.º porádica no território nacional, devendo, para o efeito,


Vigência do reconhecimento e registo
apresentar declaração prévia, nos termos do capítulo II da
Lei n.º 9/2009, de 4 de março, acompanhada da declara-
1 — O reconhecimento e registo de técnicos não está ção referida na alínea a) do n.º 3 do artigo 5.º do presente
sujeito a prazo de caducidade, sem prejuízo da sua revo- anexo, através do portal do SGCIE, acessível através do
gação nos termos do número seguinte. balcão único eletrónico referido no artigo 6.º do Decreto-
2 — Para além das situações previstas nos termos gerais -Lei n.º 92/2010, de 26 de julho.
da lei, a DGEG pode revogar o reconhecimento e registo 2 — A autoridade competente para efeitos do procedi-
caso se verifique a falsidade dos dados e informações mento previsto no número anterior é a DGEG.
transmitidos no respetivo pedido, deixem de se verificar 3 — Os técnicos referidos no n.º 1 ficam sujeitos, no
os requisitos que justificaram a sua emissão ou o técnico âmbito do exercício das suas atividades no território
reconhecido e registado viole os deveres e normas legais nacional, aos deveres e normas legais e regulamenta-
e regulamentares aplicáveis. res aplicáveis às atividades de realização de auditorias
3 — Os reconhecimentos e registos têm validade na- energéticas, de elaboração de planos de racionalização
cional, nos termos do n.º 1 do artigo 17.º do Decreto-Lei dos consumos de energia e de controlo da sua execução
n.º 92/2010, de 26 de julho. e progresso.
Artigo 8.º Artigo 10.º
Direito de estabelecimento dos técnicos Reconhecimento mútuo
1 — O reconhecimento e registo dos técnicos nacionais 1 — É vedada a duplicação de condições exigíveis para
de outro Estado membro da União Europeia ou do Espaço os procedimentos previstos nos artigos anteriores e os re-
Económico Europeu que possuam qualificações profissio- quisitos e controlos de fim equivalente a que o interessado
nais adquiridas fora do território nacional, incluindo fora tenha já sido submetido em Portugal ou noutro Estado
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, membro da União Europeia ou do Espaço Económico
seguem o procedimento previsto no artigo 47.º da Lei Europeu, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 11.º
n.º 9/2009, de 4 de março, sendo o pedido apresentado do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho.
através do portal do SGCIE, acessível através do balcão 2 — O reconhecimento de qualificações profissionais
único eletrónico referido no artigo 6.º do Decreto-Lei adquiridas fora do território nacional por cidadãos da União
n.º 92/2010, de 26 de julho. Europeia ou do Espaço Económico Europeu rege-se pela
2 — No procedimento previsto no número anterior, Lei n.º 9/2009, de 4 de março.
o requerente deve comprovar, com o requerimento de
reconhecimento de qualificações apresentado à DGEG, o Artigo 11.º
preenchimento do requisito mínimo previsto no n.º 2 do ar-
tigo 3.º, apresentando listagem do equipamento de medida Responsabilidade civil por relatórios e planos
e controlo disponível para desenvolvimento das atividades Os técnicos respondem solidariamente com o ope-
documento comprovativo da sua calibração, bem como as rador pelo conteúdo, no âmbito técnico, dos relatórios
declarações previstas no n.º 3 do artigo 5.º de auditoria energética, dos planos de racionalização
3 — As autoridades competentes para efeitos do proce- dos consumos de energia e dos respetivos relatórios
dimento previsto nos números anteriores são a Ordem dos de execução e progresso por si elaborados e subscri-
Engenheiros e a Ordem dos Engenheiros Técnicos, no que tos, no âmbito do SGCIE e nos termos regidos pelo
respeita ao reconhecimento de qualificações relativas ao Decreto-Lei n.º 71/2008, de 15 de abril, e respetiva
título de engenheiro e engenheiro técnico, respetivamente, regulamentação.
e a DGEG, no que respeita ao reconhecimento e registo
dos profissionais como técnicos de realização de auditorias Artigo 12.º
energéticas, de elaboração de planos de racionalização
dos consumos de energia e de controlo da sua execução Contraordenações
e progresso. 1 — Sem prejuízo da responsabilidade civil, criminal
4 — Ao reconhecimento e registo processados nos termos ou disciplinar, é punível como contraordenação:
do presente artigo aplica-se o disposto no artigo anterior,
ficando o seu titular sujeito aos deveres e normas legais e a) A violação do disposto no artigo 1.º;
regulamentares aplicáveis às atividades de realização de b) A prestação de falsos dados e informações no pedido
auditorias energéticas, de elaboração de planos de racio- de requerimento e registo;
nalização dos consumos de energia e de controlo da sua c) A subscrição de relatórios de auditoria energética
execução e progresso. cujo diagnóstico não identifique deficiências manifestas,
segundo as boas práticas aplicadas ao funcionamento das
Artigo 9.º instalações CIE, que originem ausência de medidas ou a
adoção de medidas notoriamente inadequadas à eficiência
Livre prestação de serviços
na utilização final de energia.
1 — Os técnicos legalmente estabelecidos noutro Estado
membro da União Europeia ou do Espaço Económico Eu- 2 — As contraordenações previstas nas alíneas a) e b)
ropeu que desenvolvam atividades de auditoria energética, do número anterior são puníveis com coima de € 1500 a
de elaboração de planos de racionalização dos consumos € 3000.
de energia e de controlo da sua execução e progresso, 3 — A contraordenação prevista na alínea c) do n.º 1 é
podem exercer essas atividades de forma ocasional e es- punível com coima de € 250 a € 3500.
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4 — A negligência é punível, sendo os limites mínimos Artigo 16.º


e máximos das coimas reduzidos para metade. Cooperação administrativa
5 — A DGEG pode revogar o reconhecimento e registo,
bem como interditar temporariamente, nos termos do re- As autoridades administrativas competentes nos termos
gime geral das contraordenações, o exercício da atividade da presente lei prestam e solicitam às autoridades admi-
ao técnico condenado pela prática dos ilícitos referidos nistrativas dos outros Estados membros e à Comissão
no n.º 1. Europeia assistência mútua e tomam as medidas neces-
sárias para cooperar eficazmente, nomeadamente através
Artigo 13.º do Sistema de Informação do Mercado Interno, no âm-
bito dos procedimentos relativos a prestadores de servi-
Competência sancionatória e destino das receitas das coimas ços provenientes de outro Estado membro, nos termos do
1 — O processamento das contraordenações e a apli- capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e
cação das coimas e da sanção acessória de interdição da do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março.
atividade compete à DGEG.
2 — O produto das coimas aplicadas reverte para as Artigo 17.º
seguintes entidades: Situações existentes
a) 60 % para os cofres do Estado; Os técnicos reconhecidos ao abrigo da Portaria
b) 40 % para o Fundo de Eficiência Energética. n.º 519/2008, de 25 de junho, podem manter-se no exer-
cício das atividades pelo prazo de duração dos reconheci-
Artigo 14.º mentos concedidos, devendo, contudo, após o termo desse
Taxas
prazo, obter novo reconhecimento e registo ao abrigo e
nos termos do presente regime jurídico, caso pretendam
1 — São devidas taxas: continuar a exercer a respetiva atividade.
a) Pela apreciação de pedidos de reconhecimento e ANEXO II
registo de técnicos;
b) Pela emissão de cartões de identificação de técnicos [a que se refere a alínea b) do artigo 3.º]
reconhecidos e registados.
Regime de acesso e exercício das atividades de realização
2 — As taxas previstas no número anterior devem ser de auditorias energéticas, de elaboração de planos de
pagas: racionalização dos consumos de energia e de controlo
da sua execução e progresso, no âmbito de aplicação do
a) No caso das taxas previstas na alínea a) do número Regulamento da Gestão do Consumo de Energia para o
Setor dos Transportes.
anterior, no momento da apresentação dos pedidos de
reconhecimento e registo;
b) No caso das taxas previstas na alínea b) do número Artigo 1.º
anterior, no prazo de 30 dias após a notificação do respetivo Reserva de atividade
documento de cobrança a emitir pela ADENE.
As atividades de realização de auditorias energéticas,
de elaboração de planos de racionalização dos consumos
3 — Os montantes resultantes da cobrança das taxas de energia e de controlo da sua execução e progresso, no
previstas no n.º 1 revertem: âmbito de aplicação do Regulamento da Gestão do Con-
a) 60 % para a ADENE; sumo de Energia para o Setor dos Transportes, aprovado
b) 40 % para o Estado. pela Portaria n.º 228/90, de 27 de março, são reservadas
aos técnicos que a elas acedam, nos termos dos artigos 2.º
4 — O valor das taxas é fixado por portaria do membro a 11.º
do Governo responsável pela área da energia, no prazo de
30 dias após a data de publicação do presente regime. Artigo 2.º
Regime de acesso dos técnicos às atividades
Artigo 15.º
O acesso dos técnicos às atividades de realização de
Portal do SGCIE auditorias energéticas, de elaboração de planos de racio-
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações nalização dos consumos de energia e de controlo da sua
ou, em geral, quaisquer declarações entre os interessa- execução e progresso, depende de prévio reconhecimento
dos e as autoridades competentes nos procedimentos e registo pela DGEG, com exceção das situações previstas
previstos nos artigos anteriores, à exceção dos proce- no artigo 10.º
dimentos referidos no artigo 13.º, são tramitados atra-
vés do portal do SGCIE, acessível através do balcão Artigo 3.º
único eletrónico referido no artigo 6.º do Decreto-Lei Requisitos de acesso às atividades de realização
n.º 92/2010, de 26 de julho, e dos sítios na Internet da de auditorias energéticas e de elaboração
de planos de racionalização dos consumos de energia
DGEG e da ADENE.
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla- 1 — Fora dos casos previstos no artigo 9.º, os técnicos
taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do interessados em obter o reconhecimento e registo necessá-
disposto no número anterior, pode ser utilizado qualquer rios ao exercício das atividades de realização de auditorias
meio legalmente admissível. energéticas e de elaboração de planos de racionalização
Diário da República, 1.ª série — N.º 15 — 22 de janeiro de 2013 459

dos consumos de energia devem demonstrar que possuem b) Declarar, sob compromisso de honra, que tomou
as seguintes qualificações profissionais: conhecimento dos deveres e normas legais e regulamen-
tares aplicáveis às atividades de realização de auditorias
a) Título de engenheiro, reconhecido pela Ordem dos energéticas e de elaboração de planos de racionalização
Engenheiros, ou título de engenheiro técnico, reconhecido dos consumos de energia, comprometendo-se a assegurar
pela Ordem dos Engenheiros Técnicos; o seu estrito cumprimento, bem como a aplicar o Regula-
b) Experiência profissional adequada. mento da Gestão do Consumo de Energia para o Setor dos
Transportes com independência técnica e isenção;
2 — O reconhecimento e registo de técnicos referidos no c) Garantir a permanente disponibilidade e calibração
número anterior pressupõem ainda a posse de equipamento do equipamento de medição e controlo;
de medida e controlo necessário ao desenvolvimento das d) Autorizar a DGEG a divulgar as informações cons-
atividades, comprovadamente calibrado. tantes do pedido.
3 — Para efeitos do disposto na alínea b) do n.º 1,
considera-se experiência profissional adequada o exercício Artigo 6.º
efetivo e lícito durante, pelo menos, três anos de atividades
de engenharia em empresas do setor dos transportes e frotas Pedido de reconhecimento e registo para as atividades
de controlo da execução e progresso
consumidoras intensivas de energia (CIE) ou em serviços ou de planos de racionalização dos consumos de energia
gabinetes em que tenha desempenhado tarefas semelhantes
às de realização de auditorias energéticas ou de elaboração 1 — O pedido de reconhecimento e registo de técnicos
de planos de racionalização dos consumos de energia para para o exercício das atividades de controlo da execução
empresas do setor dos transportes e frotas. e progresso de planos de racionalização dos consumos
4 — Podem ser reconhecidos e registados técnicos com de energia deve ser apresentado à DGEG pelo técnico
tempo de prática inferior ao exigido no número anterior, interessado ou pelas empresas do setor dos transportes
quando os técnicos em causa possuam qualificações pro- e frotas, neste caso, juntamente com a comunicação pre-
fissionais adicionais consideradas suficientes. vista no artigo 8.º da Portaria n.º 228/90, de 27 de março,
através do balcão único eletrónico referido no artigo 6.º
Artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho.
2 — Para efeitos de apresentação do pedido, o reque-
Requisitos de acesso às atividades de controlo da execução rente deve preencher o formulário disponibilizado no
e progresso de planos de racionalização dos consumos de energia
balcão único eletrónico, de acordo com as instruções e
Fora dos casos previstos no artigo 9.º, o reconhecimento informações aí constantes, instruindo-o com documentos
e registo de técnicos para o exercício das atividades de comprovativos das qualificações profissionais do técnico
controlo da execução e progresso de planos de racionali- e declarando, sob compromisso de honra, de que tomou
zação dos consumos de energia depende da demonstração conhecimento dos deveres e normas legais e regulamen-
das seguintes qualificações profissionais: tares aplicáveis às atividades de controlo da execução e
progresso de planos de racionalização dos consumos de
a) Título de engenheiro, reconhecido pela Ordem dos energia, comprometendo-se a assegurar o seu estrito cum-
Engenheiros, ou título de engenheiro técnico, reconhecido primento, bem como a aplicar o Regulamento da Gestão
pela Ordem dos Engenheiros Técnicos; do Consumo de Energia para o Setor dos Transportes com
b) Experiência de gestão de frotas da dimensão da em- independência técnica e isenção.
presa em causa. 3 — Caso o pedido seja apresentado pela empresa do
Artigo 5.º setor dos transportes e frotas, a declaração referida no
número anterior deve ser substituída pela apresentação,
Pedido de reconhecimento e registo para as atividades juntamente com o pedido, de uma declaração, de teor
de realização de auditorias energéticas
e de elaboração de planos de racionalização
idêntico, assinada pelo técnico.

1 — O pedido de reconhecimento e registo necessário ao Artigo 7.º


exercício das atividades de realização de auditorias energé-
Tramitação subsequente
ticas e de elaboração de planos de racionalização dos consu-
mos de energia deve ser apresentado à DGEG pelos técnicos 1 — No prazo de oito dias após a receção de um pedido
interessados através do balcão único eletrónico referido e comprovação do pagamento das taxas devidas, a DGEG
no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho. deve verificar a conformidade do pedido em causa e respe-
2 — Para efeitos de apresentação do pedido, o requerente tiva instrução, à luz do disposto no artigo anterior.
deve preencher o formulário disponibilizado no balcão único 2 — Se for caso disso, a DGEG solicita ao requerente
eletrónico, de acordo com as instruções e informações aí a apresentação dos elementos em falta ou de elementos
constantes, instruindo-o com os seguintes elementos: complementares, fixando um prazo razoável para o efeito,
comunicando que a referida solicitação determina a sus-
a) Documentos comprovativos das qualificações pro- pensão do prazo de decisão e alertando para o facto de que
fissionais exigidas; a sua não satisfação, no prazo fixado, determina a rejeição
b) Listagem do equipamento de medida e controlo dis- liminar do pedido.
ponível para desenvolvimento das atividades, bem como 3 — Concluída a instrução do procedimento, a DGEG
documento comprovativo da sua calibração. profere decisão sobre o pedido apresentado, fixando, no
3 — No pedido, o requerente deve: caso de deferimento, as condições a que o requerente fica
sujeito.
a) Indicar os subgrupos da Classificação das Atividades 4 — O pedido considera-se tacitamente deferido se a
Económicas (CAE) correspondentes aos transportes; DGEG não se pronunciar no prazo de 30 dias contados a
460 Diário da República, 1.ª série — N.º 15 — 22 de janeiro de 2013

partir da data da sua receção e comprovação do pagamento cação prevista no artigo 8.º da Portaria n.º 228/90, de 27 de
das taxas devidas, sem prejuízo da suspensão desse prazo, março, e a declaração prevista no n.º 3 do artigo 6.º
no caso de solicitação, nos termos do número anterior, de 5 — As autoridades competentes no âmbito dos procedi-
elementos em falta ou complementares, até à apresentação mentos previstos nos números anteriores são a Ordem dos
desses elementos. Engenheiros e a Ordem dos Engenheiros Técnicos, no que
5 — A DGEG deve indeferir o pedido, após audiência respeita ao reconhecimento de qualificações relativas ao
prévia do requerente nos termos previstos nos artigos 100.º título de engenheiro e engenheiro técnico, respetivamente,
e seguintes do Código do Procedimento Administrativo, e a DGEG, no que respeita ao reconhecimento e registo
caso não se mostrem preenchidos os requisitos previstos dos profissionais como técnicos de realização de auditorias
nos artigos 3.º e 4.º energéticas, de elaboração de planos de racionalização
6 — Após o deferimento, expresso ou tácito, de pedidos dos consumos de energia e de controlo da sua execução e
de reconhecimento e registo de técnicos para o exercício progresso para o setor dos transportes.
das atividades de realização de auditorias energéticas e 6 — Ao reconhecimento e registo processados nos termos
de elaboração de planos de racionalização dos consumos do presente artigo aplica-se o disposto no artigo anterior,
de energia, a DGEG emite o respetivo cartão de identifi- ficando o seu titular sujeito aos deveres e normas legais e
cação. regulamentares aplicáveis às atividades de realização de
auditorias energéticas, de elaboração de planos de racio-
Artigo 8.º nalização dos consumos de energia e de controlo da sua
execução e progresso.
Vigência do reconhecimento e registo
1 — O reconhecimento e registo de técnicos não estão Artigo 10.º
sujeitos a prazo de caducidade, sem prejuízo da sua revo- Livre prestação de serviços
gação nos termos do número seguinte.
2 — Para além das situações previstas nos termos gerais 1 — Os técnicos legalmente estabelecidos noutro Estado
da lei, a DGEG pode revogar o reconhecimento e registo membro da União Europeia ou do Espaço Económico Eu-
caso se verifique a falsidade dos dados e informações ropeu que desenvolvam atividades de auditoria energética,
transmitidos no respetivo pedido, deixem de se verificar de elaboração de planos de racionalização dos consumos de
os requisitos que justificaram a sua emissão ou o técnico energia e de controlo da sua execução e progresso, podem
reconhecido e registado viole os deveres e normas legais exercer essas atividades de forma ocasional e esporádica
e regulamentares aplicáveis. no território nacional, devendo, para o efeito, apresentar
3 — Os reconhecimentos e registos têm validade na- mera declaração prévia, nos termos do capítulo II da Lei
n.º 9/2009, de 4 de março, acompanhada da declaração
cional, nos termos do n.º 1 do artigo 17.º do Decreto-Lei
referida na alínea b) do n.º 3 do artigo 5.º ou nos n.os 2 e 3
n.º 92/2010, de 26 de julho.
do artigo 6.º do presente anexo, através do balcão único ele-
trónico referido no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
Artigo 9.º de 26 de julho.
Direito de estabelecimento dos técnicos 2 — A autoridade competente no âmbito do procedi-
mento previsto no número anterior é a DGEG.
1 — O reconhecimento e registo dos técnicos nacionais 3 — Os técnicos referidos no n.º 1 ficam sujeitos, no
de Estado membro da União Europeia ou do Espaço Eco- âmbito do exercício das suas atividades no território nacio-
nómico Europeu que possuam qualificações profissionais nal, aos deveres e normas legais e regulamentares aplicá-
adquiridas fora do território nacional, incluindo fora da veis às atividades de realização de auditorias energéticas,
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, segue de elaboração de planos de racionalização dos consumos
o procedimento previsto no artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de energia e de controlo da sua execução e progresso.
de 4 de março, sendo o pedido apresentado através do
balcão único eletrónico referido no artigo 6.º do Decreto- Artigo 11.º
-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho.
2 — No caso de reconhecimento e registo para efeitos Reconhecimento mútuo
do exercício das atividades de realização de auditorias 1 — É vedada a duplicação de condições exigíveis para
energéticas e de elaboração de planos de racionalização os procedimentos previstos nos artigos anteriores e os re-
dos consumos de energia o requerente deve apresentar, quisitos e controlos de fim equivalente a que o interessado
com o requerimento de reconhecimento de qualificações tenha já sido submetido em Portugal ou noutro Estado
apresentado à DGEG, listagem do equipamento de medida membro da União Europeia ou do Espaço Económico
e controlo disponível para desenvolvimento das atividades, Europeu, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 11.º
documento comprovativo da sua calibração e os elementos do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho.
previstos no n.º 3 do artigo 5.º 2 — O reconhecimento de qualificações profissionais
3 — No caso de reconhecimento e registo para efeitos adquiridas fora do território nacional por cidadãos da União
do exercício das atividades de controlo da execução e Europeia ou do Espaço Económico Europeu rege-se pela
progresso de planos de racionalização dos consumos de Lei n.º 9/2009, de 4 de março.
energia, o requerente deve apresentar, com o requerimento
de reconhecimento de qualificações apresentado à DGEG, Artigo 12.º
a declaração prevista no n.º 2 do artigo 6.º
Responsabilidade civil por relatórios e planos
4 — O pedido relativo ao procedimento referido no
número anterior pode ser apresentado pela empresa do 1 — Os técnicos respondem solidariamente com as em-
setor dos transportes e frotas, juntamente com a comuni- presas do setor dos transportes e frotas pelo conteúdo, no
Diário da República, 1.ª série — N.º 15 — 22 de janeiro de 2013 461

âmbito técnico, dos relatórios de auditoria energética, dos c) A subscrição de relatórios de auditoria energética
planos de racionalização dos consumos de energia e dos res- cujo diagnóstico não identifique deficiências manifes-
petivos relatórios de execução e progresso por si elaborados tas, segundo as boas práticas aplicadas ao funcionamento
e subscritos, nos termos regidos pela Portaria n.º 228/90, das empresas do setor dos transportes e frotas CIE, que
de 27 de março. originem ausência de medidas ou a adoção de medidas
Artigo 13.º notoriamente inadequadas à eficiência na utilização final
Controlo de execução e progresso do plano de racionalização
de energia.

Os técnicos responsáveis pela execução do plano de 2 — As contraordenações previstas nas alíneas a) e b)


racionalização devem: do número anterior são puníveis com coima de € 1500 a
a) Manter registo atualizado, pelo qual se possam ve- € 3000.
rificar, mensalmente, os consumos específicos e a sua 3 — A contraordenação prevista na alínea c) do n.º 1 é
evolução, comparada com idênticos meses dos anos an- punível com coima de € 250 a € 3500.
teriores: 4 — Tratando-se de pessoas coletivas que apresentem
b) Manter registo atualizado da execução do plano, bem os pedidos referidos no n.º 1 do artigo 6.º ou no n.º 4 do
como os comentários justificativos dos desvios; artigo 9.º, os montantes mínimo e máximo da coima pre-
c) Elaborar relatórios trimestrais de controlo da exe- vista na alínea b) do n.º 1 são elevados para o dobro.
cução do plano; 5 — A negligência é punível, sendo os limites mínimos
d) Elaborar relatórios anuais do progresso do plano, nos e máximos das coimas reduzidos para metade.
quais é apresentado o seu controlo de execução, bem como 6 — A DGEG pode revogar o reconhecimento e registo,
introduzidas as correções devidamente justificadas, devendo bem como interditar temporariamente, nos termos do re-
também apresentar os resultados obtidos, que serão compa- gime geral das contraordenações, o exercício da atividade
rados com os objetivos, e justificar os desvios observados; ao técnico ou à entidade condenada pela prática dos ilícitos
e) Apresentar à DGEG, quando lhe forem solicitados referidos no n.º 1.
os registos e relatórios mencionados nas alíneas anteriores
deste artigo e prestar-lhe esclarecimentos. Artigo 16.º
Artigo 14.º Competência sancionatória e destino das receitas das coimas

Taxas 1 — O processamento das contraordenações e a apli-


cação das coimas e da sanção acessória de interdição da
1 — São devidas taxas: atividade compete à DGEG.
a) Pela apreciação do pedido de reconhecimento e re- 2 — O produto das coimas aplicadas reverte para as
gisto de técnicos para o exercício das atividades de reali- seguintes entidades:
zação de auditorias energéticas, de elaboração de planos
de racionalização dos consumos de energia e de controlo a) 60 % para os cofres do Estado;
da sua execução e progresso; b) 40 % para o Fundo de Eficiência Energética.
b) Pela emissão dos cartões de identificação dos técnicos
reconhecidos e registados para o exercício das atividades Artigo 17.º
de realização de auditorias energéticas e de elaboração de Balcão único
planos de racionalização dos consumos de energia.
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações
2 — As taxas previstas no número anterior devem ser ou, em geral, quaisquer declarações entre os interessados
pagas: e as autoridades competentes nos procedimentos previs-
tos nos artigos anteriores, à exceção dos procedimentos
a) No caso das taxas previstas na alínea a) do número referidos no artigo anterior, são tramitados através do bal-
anterior, no momento da apresentação dos pedidos de cão único eletrónico referido no artigo 6.º do Decreto-Lei
reconhecimento e registo; n.º 92/2010, de 26 de julho.
b) No caso das taxas previstas na alínea b) do número 2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla-
anterior, no prazo de 30 dias após a notificação do respetivo taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do
documento de cobrança a emitir pela DGEG. disposto no número anterior, pode ser utilizado qualquer
meio legalmente admissível.
3 — Os montantes resultantes da cobrança das taxas
previstas no n.º 1 revertem para o Estado. Artigo 18.º
4 — O valor das taxas é fixado por portaria do membro
do Governo responsável pela área da energia, no prazo de Cooperação administrativa
30 dias após a data de publicação do presente regime. As autoridades administrativas competentes nos termos
da presente lei prestam e solicitam às autoridades admi-
Artigo 15.º nistrativas dos outros Estados membros e à Comissão
Contraordenações Europeia assistência mútua e tomam as medidas neces-
sárias para cooperar eficazmente, nomeadamente através
1 — Sem prejuízo da responsabilidade civil, criminal do Sistema de Informação do Mercado Interno, no âm-
ou disciplinar, é punível como contraordenação: bito dos procedimentos relativos a prestadores de servi-
a) A violação do disposto no artigo 1.º; ços provenientes de outro Estado membro, nos termos do
b) A prestação de falsos dados e informações no pedido capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e
de requerimento e registo; do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março.
462 Diário da República, 1.ª série — N.º 15 — 22 de janeiro de 2013

Artigo 19.º externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, in-


Situações existentes
cluindo os trabalhadores das residências oficiais do Estado,
bem como alterar a Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro,
1 — Os técnicos cujo reconhecimento foi efetuado ao e o Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que Exercem
abrigo dos artigos 3.º a 10.º da Portaria n.º 228/90, de Funções Públicas, aprovado pela Lei n.º 58/2008, de 9 de
27 de março, podem manter-se no exercício das atividades setembro, nos seguintes termos:
pelo prazo de duração dos reconhecimentos concedidos,
devendo, após o termo desse prazo, obter novo reconheci- a) Definir regras especiais de recrutamento e seleção,
mento e registo ao abrigo e nos termos do presente regime feriados, licenças e faltas, duração e horário de trabalho,
jurídico, caso pretendam continuar a exercer atividade. mobilidade, estatuto disciplinar, segurança social e sistema
2 — Os técnicos referidos no número anterior que não de saúde para os trabalhadores dos serviços periféricos
reúnam as qualificações profissionais exigidas no presente externos do Ministério dos Negócios Estrangeiros;
regime jurídico podem, ainda assim, obter novo reconheci- b) Definir para cada país um sistema de remunerações
mento e registo, mediante produção de prova das seguintes dos trabalhadores dos serviços periféricos externos a inte-
qualificações profissionais: grar nas carreiras gerais da Administração Pública, conver-
gente e uniforme ao regime previsto para os trabalhadores
a) Licenciatura em especialidade adequada ao objetivo integrados nestas carreiras em Portugal;
em causa; c) Definir um regime de mobilidade específico para os
b) Experiência profissional mínima de cinco anos de trabalhadores dos serviços periféricos externos, e restringir
prática em empresas do setor dos transportes e frotas cujo a aplicação das regras da mobilidade intercarreiras ou inter-
consumo de energia tenha sido superior a 500 t de equiva- categorias ao âmbito interno do respetivo serviço periférico
lente petróleo ou em serviços ou gabinetes em que tenham externo ou entre serviços periféricos externos;
feito trabalhos semelhantes aos de auditor energético ou d) Adaptar o regime de feriados, estabelecendo um limite
de autor de plano de racionalização destinados a empresas máximo de dias feriados portugueses e locais suscetíveis
do mencionado setor, no caso de reconhecimento e registo de poderem ser gozados em número igual ao estabelecido
para efeitos do exercício das atividades de realização de para os demais trabalhadores em funções públicas;
auditorias energéticas e de elaboração de planos de racio- e) Adaptar o regime de licenças, faltas e dispensas,
nalização dos consumos de energia; salvaguardando as especialidades resultantes da extra-
c) Experiência mínima de cinco anos de gestão de frotas territorialidade, bem como da inscrição em sistemas de
de empresas do setor dos transportes e frotas, no caso de proteção social local;
reconhecimento e registo para efeitos do exercício das f) Estabelecer um regime de faltas justificadas adaptado
atividades de controlo da execução e progresso de planos a trabalhadores que estejam inscritos em regime de pro-
de racionalização dos consumos de energia. teção social local, que permita compatibilizar a proteção
conferida pelo regime local de segurança social, com o
Lei n.º 8/2013 regime laboral previsto na legislação nacional;
g) Estabelecer, como regra geral, que os contratados
de 22 de janeiro para o exercício de funções públicas nos serviços perifé-
ricos externos passam a ser inscritos no regime geral de
Autoriza o Governo a aprovar o regime jurídico-laboral dos traba- segurança social e nos sistemas de saúde locais dos países
lhadores dos serviços periféricos externos do Ministério dos onde são colocados;
Negócios Estrangeiros, incluindo os trabalhadores das residên- h) Criar um regime específico de verificação de im-
cias oficiais do Estado, bem como a alterar a Lei n.º 12-A/2008, pedimentos temporários para o trabalho de controlo das
de 27 de fevereiro, e o Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores situações de doença daqueles trabalhadores;
Que Exercem Funções Públicas, aprovado pela Lei n.º 58/2008,
de 9 de setembro. i) Aplicar àqueles trabalhadores o Estatuto Disciplinar
dos Trabalhadores Que Exercem Funções Públicas, apro-
A Assembleia da República decreta, nos termos da alí- vado pela Lei n.º 58/2008, de 9 de setembro, com adapta-
nea d) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: ções decorrentes da distância geográfica, do contacto com
outros idiomas e da necessidade de garantir uma prática
Artigo 1.º disciplinar uniforme;
Objeto
j) Estabelecer um regime específico para os trabalha-
dores dos serviços periféricos externos do Ministério dos
A presente lei concede ao Governo autorização legisla- Negócios Estrangeiros que exercem a suas funções nas
tiva para aprovar o novo regime jurídico-laboral dos tra- residências oficiais do Estado em matéria de recrutamento,
balhadores dos serviços periféricos externos do Ministério feriados, duração e organização do tempo de trabalho, ces-
dos Negócios Estrangeiros, incluindo os trabalhadores das sação do contrato de trabalho e procedimento disciplinar,
residências oficiais do Estado, bem como para alterar a Lei consentâneo com a natureza do trabalho prestado no es-
n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, e o Estatuto Disciplinar trangeiro que constitui simultaneamente local de receções
dos Trabalhadores Que Exercem Funções Públicas, apro- de Estado e residência oficial do chefe de missão, e regular
vado pela Lei n.º 58/2008, de 9 de setembro. a criação da respetiva carreira;
k) Definir um sistema de remunerações dos trabalha-
Artigo 2.º dores referidos na alínea anterior convergente e uniforme
Sentido e extensão
ao regime previsto para a carreira geral de assistente ope-
racional da Administração Pública;
A autorização legislativa referida no artigo anterior l) Estabelecer um regime simplificado para o recruta-
é concedida no sentido de o Governo aprovar o regime mento dos titulares de cargos de chefia nos serviços peri-
jurídico-laboral dos trabalhadores dos serviços periféricos féricos externos adaptado às necessidades específicas de

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