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Era uma sexta-feira à noite, estava na faculdade, tinha acabado de sair da sala de
aula onde apresentamos nossos trabalhos de sociologia. Ali fora encontrei meu
amigo Simião, que tinha acabado de apresentar um trabalho excelente.
Naturalmente minha fala gerou um trocadilho, não podia ser diferente numa
conversa com o Simião.
“Mas agora tenho que ir” – ele disse, e rimos, porque apesar do tchau ainda tinha
assunto.
Avistei, vindo do portão, minha mãe chegando. Vinha com sua motoneta preta -
como sempre - mas dessa vez bem agasalhada, pronta pra enfrentar uma noite fria
de junho.
“Bom Simião, agora realmente vou” – rimos outra vez, “Foi um prazer conversar
contigo! ”
Nos cumprimentamos, ele foi pegar seu ônibus, foi encontrar minha mãe para ir para
casa – lamentando o frio dessa noite de junho, que ficaria mais severo em cima
dessa motoneta no caminho de casa.
Bom, foi um momento trivial, desses que volta e meia vivenciamos. Para o Simião,
provavelmente foi mais um em muitos. Mas certamente ele foi embora sem saber
que aquela dor, minha velha amiga desde 2016, foi embora naquele instante junto
com o vento cortante que nos castigava naquela noite de julho.
Esse momento me fez pensar: o melhor remédio para a dor, sempre será as boas
risadas com um bom amigo, especialmente, se for com o icônico e eloquente
Simião.