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PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA

ELAIDO ALVES DE ANDRADE

A dificuldade de aquisição de produtos da agricultura familiar para


escolas estaduais na cidade de Cajazeiras/PB.

Feira de Santana-BA
2018
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ELAIDO ALVES DE ANDRADE

A dificuldade de aquisição de produtos da agricultura familiar para


escolas estaduais na cidade de Cajazeiras/PB.

Trabalho de Conclusão de Curso, sob a forma de


Artigo Científico, apresentado a Universidade
Candido Mendes (UCAM), como requisito obrigatório
para a conclusão do curso de Pós-Graduação Lato
Sensu em Gestão Pública.

Orientador(a):

Feira de Santana-BA
2018
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A dificuldade de aquisição de produtos da agricultura familiar para


escolas estaduais na cidade de Cajazeiras/PB.

Elaido Alves de Andrade1

RESUMO

As escolas estaduais, através de seus conselhos escolares, enfrentam problemas para adquirir
produtos da agricultura familiar, sendo esta uma exigência do Ministério da Educação MEC, através
do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) de acordo lei 11.947/2009, que determina que
pelo menos 30% dos recursos repassados pelo governo federal aos estados e municípios para a
alimentação escolar sejam utilizados na compra direta de gêneros da agricultura familiar, e
regulamentada pela Resolução CD/ FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, (atualizada pela Resolução
CD/FNDE nº 04, de 2 de abril de 2015), que dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos
alunos da educação básica no âmbito do PNAE. Diante deste cenário é necessário entender quais os
problemas enfrentados, pelos agricultores, se falta de conhecimento da Lei e resoluções ou a
dificuldade burocrática para venda direta as escolas através de licitação uma vez que este
procedimento não faz parte da rotina do produtor rural, também é preciso buscar entre outras, as
informações junto as entidades representativas dos agricultores verificar junto ao sindicato rural, e ao
representante do PRONAF qual o entrave e as soluções buscadas para resolver o impasse causado
pela situação, onde de um lado há uma demanda e do outro pouca oferta, ou oferta sazonal. Neste
estudo o entendimento buscado poderá ser a resolução do problema e o direcionamento para novos
nichos de mercado para os agricultores locais e regionais que estejam inseridos nas regras da
agricultura familiar, que tenham a vontade de comercializar diretamente seus produtos.

Palavras-chave: administração pública, PNAE, PRONAF, agricultura Familiar.

1
Bacharel em Administração, pela Faculdade Santa Maria (FSM). Pós-Graduando em Gestão
Pública, pela Universidade Candido Mendes (UCAM).
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INTRODUÇÃO

São inúmeros os documentos e entidades que defendem a importância da


agricultura familiar no cenário agropecuário brasileiro, atribuindo-lhe papel
fundamental na produção de alimentos e geração de empregos. A defesa da
agricultura familiar faz parte da agenda política de várias organizações ligadas ao
campo, mas não há pelo menos em nossa região uma orientação voltada para a
venda dos produtos nas escolas da rede publica.
O governo federal através do PNAE – Programa Nacional de Alimentação
Escolar, através da Lei 11.947/2009, Lei esta que institui que 30% da merenda
escolar devem ser adquiridas de produtores de agricultura familiar, mas pelo menos
para as escolas do sertão paraibano, especificamente na cidade de Cajazeiras/PB,
existem grandes dificuldades em atenderem a esta lei, uma vez que nos últimos
anos a seca castigou bastante a região, o que já diminui a oferta de produtos, pois
mesmo que utilizem-se de irrigação, os reservatórios com baixo níveis de agua dão
prioridade para o consumo humano.
Outros tipos de dificuldades são enfrentados pelas escolas, quando existe o
produto que atende a necessidade, por vezes este não atende as demandas anuais
das escolas, existe também a falta de informação para que os produtores rurais da
agricultura familiar possam ter acesso a este mercado, pois a venda direta depende
de um processo licitatório, elaborado através de chamada publica na maioria das
vezes, o que de certa forma gera um trabalho burocrático que deve ser respeitado
durante o processo, por este e outros motivos o agricultor prefere não participar
deste nicho de mercado por considerar trabalhoso e burocrático.
A grande dificuldade é ajudar os trabalhadores a quebrar esta barreira e
começar a realmente empreender e investir em atualizações para aprender a vender
direto para as escolas da sua região, de acordo com dados do governo do estado,
somente em 2017, na 9ª Regional de Ensino que compreende 16 (dezesseis)
municípios do alto sertão paraibano o numero de alunos matriculados na rede
estadual eram de 17.149, vale salientar que ainda contamos com 02 institutos
federais de Ensino técnico e toda a rede municipal que também devem adquirir
alimentos de agricultores familiares, é um mercado potencialmente grande e variado,
que possivelmente não vem sendo explorado de forma correta pelos agricultores.
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METODOLOGIA

A pesquisa será exploratória do tipo descritiva, aplicando-se questionário


semi-estruturado e analise qualitativa. Segundo Neves (1996, p. 1), a pesquisa
qualitativa é um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a
descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados.
Tendo por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social.
Assim será realizada uma pesquisa in loco visando conhecer a situação real do local
estudado, junto as escolas estaduais e seus conselhos, os agricultores,
representante do Pronaf e Sindicato Rural da cidade de Cajazeiras. “Tais estudos
tem por objetivo familiarizar-se como o fenômeno ou obter uma nova percepção dele
e descobrir novas ideias” (CERVO, BERVIAN, DA SILVA, 2007, p. 63).

Cervo; Bervian e Da Silva (2007, p. 61) dizem que “A pesquisa descritiva


observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem
manipulá-los. Procura descobrir, com a maior precisão possível, a frequência com
que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas
características”.

A pesquisa do tipo descritiva. Para Gil (2002), a pesquisa descritiva tem como
objetivo descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou
estabelecer relações entre variáveis. Entre as pesquisas descritivas, salientam-se
aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo ou por objetivo
levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população.

Utilizando uma metodologia qualitativa para analisar e interpretar os


acontecimentos como ocorridos “A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar
e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do
comportamento humano” (LAKATOS, MARCONI, P. 269). Objetivando entender o
cenário no dia a dia a metodologia qualitativa “Fornece analises mais detalhada
sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc.”
(LAKATOS, MARCONI, p. 269)
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O PNAE

De acordo com o site do FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar


o PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar, é gerenciado pelo o FNDE, o
único como caráter universal e um dos maiores do mundo na área de alimentação.

“O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), popularmente


conhecido como merenda escolar, é gerenciado pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) e visa à transferência, em caráter
suplementar, de recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos
municípios destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais
dos alunos. É considerado um dos maiores programas na área de
alimentação escolar no mundo e é o único com atendimento universalizado.”

Segundo Stefanini (1997), na história dos programas de suplementação


alimentar no Brasil, desde sua origem, a merenda escolar esteve presente. As
primeiras iniciativas datam da década de 30, quando alguns dos estados e
municípios mais ricos, diante da escolarização obrigatória, passaram a
responsabilizar-se, de forma crescente, pelo fornecimento da merenda em suas
redes de ensino. No entanto, somente nos anos 50, criou-se o Programa Nacional
de Alimentação Escolar.

Ainda de acordo com o site do FNDE, o programa iniciou-se em uma época


de grandes mudanças na década de 40, foram os anos da segunda guerra mundial,
cujo Brasil teve participação com envio de tropas para o continente europeu, na
mesma década o então presidente Getúlio Vargas institui a Lei que cria a CLT -
Consolidação das Leis Trabalhista e nesta mesma década ele é deposto do cargo, e
é promulgada uma nova constituição.

“O Programa tem sua origem no início da década de 40, quando o então


Instituto de Nutrição defendia a proposta de o Governo Federal oferecer
alimentação ao escolar”. Entretanto, não foi possível concretizá-la, por
indisponibilidade de recursos financeiros.

Na década de 50, foi elaborado um abrangente Plano Nacional de


Alimentação e Nutrição, denominado Conjuntura Alimentar e o Problema da
Nutrição no Brasil. É nele que, pela primeira vez, se estrutura um programa
de merenda escolar em âmbito nacional, sob a responsabilidade pública.

Desse plano original, apenas o Programa de Alimentação Escolar


sobreviveu, contando com o financiamento do Fundo Internacional de
Socorro à Infância (Fisi), atualmente Unicef, que permitiu a distribuição do
excedente de leite em pó destinado, inicialmente, à campanha de nutrição
materno-infantil.

A consolidação da descentralização, já sob o gerenciamento do FNDE, se


deu com a Medida Provisória n° 1.784, de 14/12/98, em que, além do
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repasse direto a todos os municípios e Secretarias de Educação, a


transferência passou a ser feita automaticamente, sem a necessidade de
celebração de convênios ou quaisquer outros instrumentos similares,
permitindo maior agilidade ao processo. Nessa época, o valor diário per
capita era de R$ 0,13, ou US$ 0,13 (o câmbio real/dólar nesse período era
de 1/1).

Segundo Muniz e Carvalho (2007), os recursos do Programa de Alimentação


Escolar são destinados, exclusivamente, à compra de alimentos, devendo 70%
destes serem utilizados na aquisição de produtos básicos. Estes devem estar
presentes diariamente no cardápio, elaborado e programado por nutricionista
habilitado, com a participação do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), devendo
o índice de aceitabilidade dos cardápios, por parte dos alunos, ser superior a 85%.

Principais avanços - A Medida Provisória n° 2.178, de 28/6/2001 (uma das


reedições da MP n° 1.784/98), propiciou grandes avanços ao PNAE. Dentre
eles, destacam-se a obrigatoriedade de que 70% dos recursos transferidos
pelo governo federal sejam aplicados exclusivamente em produtos básicos
e o respeito aos hábitos alimentares regionais e à vocação agrícola do
município, fomentando o desenvolvimento da economia local.

Outra grande conquista foi a instituição, em cada município brasileiro, do


Conselho de Alimentação Escolar (CAE) como órgão deliberativo,
fiscalizador e de assessoramento para a execução do Programa. Isso se
deu a partir de outra reedição da MP n° 1.784/98, em 2 de junho de 2000,
sob o número 1979-19. Atualmente, os CAEs são formados por
representantes de entidades civis organizadas, dos trabalhadores da
educação, dos discentes, dos pais de alunos e representantes do poder
Executivo.

A partir de 2006, uma conquista fundamental foi a exigência da presença do


nutricionista como Responsável Técnico pelo Programa, bem como do
quadro técnico composto por esses profissionais em todas as Entidades
Executoras, o que permitiu uma melhoria significativa na qualidade do
PNAE quanto ao alcance de seu objetivo.

Outro marco que merece destaque, a partir de 2006, foi estabelecimento de


parceria do FNDE com as Instituições Federais de Ensino Superior,
culminando na criação dos Centros Colaboradores de Alimentação e
Nutrição Escolar – Cecanes, que são unidades de referência e apoio
constituídas para desenvolver ações e projetos de interesse e necessidade
do PNAE, com estrutura e equipe para execução das atividades de
extensão, pesquisa e ensino. Dentre “essas atividades, merece destaque as
capacitações dos atores sociais envolvidos no Programa”

O programa em si, foi se modificando, seja por decreto, medidas provisórias,


normas ou alterações nas Leis o PNAE, seguiu ao longo dos anos, até se tornar
referencia mundial como modelo de programa de alimentação escolar.

“O Pnae é conhecido mundialmente como um caso de sucesso de


Programa de Alimentação Escolar Sustentável. Nesse contexto, é
importante ressaltar os Acordos Internacionais firmados com a Organização
das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura – FAO e com o
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Programa Mundial de Alimentos – PMA, por meio da Agência Brasileira de


Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, com vistas a apoiar o
desenvolvimento Programas de Alimentação Escolar Sustentáveis em
países da América Latina, Caribe, África e Ásia, sob os princípios da
Segurança Alimentar e Nutricional e do Direito Humano à Alimentação
Adequada”.

Em 2009, a sanção da Lei nº 11.947, de 16 de junho, trouxe novos avanços


para o PNAE, como a extensão do Programa para toda a rede pública de
educação básica, inclusive aos alunos participantes do Programa Mais
Educação, e de jovens e adultos, e a garantia de que, no mínimo, 30% dos
repasses do FNDE sejam investidos na aquisição de produtos da agricultura
familiar. Outra mudança importante foi a inclusão do atendimento, em 2013,
para os alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado –
AEE, para os da Educação de Jovens e Adultos semipresencial e para
aqueles matriculados em escolas de tempo integral.

Em relação aos recursos financeiros, o PNAE transfere per


capitas diferenciados para atender as diversidades étnicas e as
necessidades nutricionais por faixa etária e condição de vulnerabilidade
social. Dessa forma, merece destaque o fato de o Programa priorizar os
assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e
comunidades quilombolas quanto à aquisição de gêneros da Agricultura
Familiar, bem como diferenciar o valor do per capita repassado aos alunos
matriculados em escolas localizadas em áreas indígenas e remanescentes
de quilombos. Em 2012, aumentou o valor repassado aos alunos
matriculados em creches e pré-escolas, sob a diretriz da política
governamental de priorização da educação infantil.

Em 17 de junho de 2013, foi publicada a Resolução FNDE nº 26, que


fortalece um dos eixos do Programa, a Educação Alimentar e Nutricional
(EAN), ao dedicar uma Seção às ações de EAN. Essa medida vai ao
encontro das políticas públicas atuais relacionadas à Segurança Alimentar e
Nutricional (SAN), visto a existência do Plano de SAN, do Plano Nacional
Combate à Obesidade e do Plano de Ações Estratégicas para o
enfretamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT).”

Mas somente em abril de 2015, com a Resolução do FNDE Nº 4, é que ouve


o fortalecimento da agricultura Familiar, com a mudança nos critérios para seleção e
classificação dos projetos de vendas possibilitando a inclusão de grupos formais,
informais, assentados, comunidades indígenas e quilombolas, além de estabelecer a
chamada publica como forma para a compra dos produtos.

“Destaca-se ainda que, em 2 de abril de 2015, a Resolução CD/FNDE nº 4,


considerando o fortalecimento da Agricultura Familiar e sua contribuição
para o desenvolvimento social e econômico local, alterou a redação dos
artigos 25 a 32 da Resolução FNDE nº 26, que tratavam da aquisição de
gêneros alimentícios oriundos da agricultura familiar e do empreendedor
familiar rural ou suas organizações. A Resolução publicada em 2015
modificou a forma de aplicação dos critérios para seleção e classificação
dos projetos de venda; estabeleceu o que são grupos formais e informais de
assentados da reforma agrária, comunidades tradicionais indígenas e
quilombolas e critérios para desempate; definiu os locais onde deverão ser
divulgados os editais das chamadas públicas; incluiu o documento para
habilitação dos projetos de venda dos grupos formais; estabeleceu os
preços dos produtos a serem adquiridos da agricultura familiar são aqueles
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publicados na chamada pública; definiu o limite individual de venda para o


agricultor familiar na comercialização para o PNAE por entidade executora;
estabeleceu novas regras para o controle do limite individual de venda dos
agricultores familiares; e definiu modelos de edital de chamada pública, de
pesquisa de preços de projeto de venda e de contrato.”

Compras Públicas

As compras públicas no Brasil são regidas por diversas Leis e decretos, as


mais conhecidas são a Lei 8.666/1993 e a Lei 10.520/2002. Com tudo a
obrigatoriedade da realização de licitações públicas encontra seu imperativo
normativo no inciso XXI do art. 37 da CRFB de 1988:

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia
do cumprimento das obrigações (BRASIL, 1988).

Vejamos a seguir a normatização correlata à matéria de licitações e contratos


administrativos:
 Lei no 8.666/1993 (Lei Geral de Licitações)
 Lei no 8.987/1995 (Concessão e Permissão de Serviços Públicos)
 Lei no 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal)
 Decreto no 3.555/2000 (regulamento do Pregão Presencial)
 Lei no 10.520/2002 (Lei do Pregão)
 Lei no 11.079/2004 (Parcerias Público-Privadas)
 Decreto no 5.450/2005 (regulamento do Pregão Eletrônico)
 Lei Complementar no 123/2006 (estabelece, em seus artigos 42 a 49,
normas para tratamento diferenciado para as microempresas e
empresas de pequeno porte nas contratações públicas)
 Lei no 12.232/2010 (contratação de serviços de publicidade)
 Lei no 12.462/2011 (Regime Diferenciado de Contratação – RDC)
 Decreto no 7.581/2011 (regulamenta o RDC)
 Decreto no 7.892/2013 (Sistema de Registro de Preços)
 Decreto no 8.428/2015 (Procedimento de Manifestação de Interesse)
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 Decreto no 8.538/2015 (Regulamenta o tratamento diferenciado


conferido às Mês e EPPs nas licitações públicas realizadas pela
Administração Pública Federal)
 Lei no 13.303/2016 (estabelece o estatuto jurídico da Empresa
Pública)
A Lei trata de forma igual à contratação de obras e serviços assim como a
compra de alimentos para a merenda escolar, o que pode dificultar bastante à
execução das diretrizes de compra preferencial de alimentos de produtores agrícolas
e do comércio local.

Quando empregadas adequadamente, as compras públicas – o poder


de compra – podem produzir um serviço de alimentação escolar
sustentável que proporciona dividendos sociais, econômicos e
ambientais, ao mesmo tempo em que promove a cultura da
sustentabilidade (MORGAN; SONNINO, 2010, p.72).

Licitação

De acordo com o manual do TCU Tribunal de Contas da União “Licitação é


procedimento administrativo formal em que a Administração Pública convoca, por
meio de condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), empresas
interessadas na apresentação de propostas para o oferecimento de bens e serviços”

A natureza jurídica da licitação é a de procedimento administrativo, uma vez


que se trata de um conjunto ordenado de atos e atuações estatais que antecedem e
constituem o fundamento de uma decisão administrativa. Note-se que tal
procedimento administrativo é sempre vinculado, no sentido de que, fixadas suas
regras, deve o administrador observá-las rigorosamente (CARVALHO FILHO, 2013,
p. 237).

Ainda de acordo com o Art. 4º da Lei 8.666/1993

Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou


entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel
observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo
qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não
interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato


administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da
Administração Pública (BRASIL,1993).
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O procedimento licitatório no Brasil tem por objetivos:


a) a observância do princípio constitucional da isonomia: assegura aos
administrados interessados a oportunidade de contratar com o Estado tendo
por base as regras previamente estipuladas e aplicáveis, de forma indistinta,
a todos os eventuais interessados;

b) a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública: a


competição que se estabelece entre os interessados que preenchem os
atributos e requisitos necessários para contratar resulta na obtenção da
melhor proposta para a Administração;

c) a promoção do desenvolvimento nacional sustentável: tal objetivo foi


expressamente inserido na redação do art. 3o da Lei no 8.666/1993 por
força da Lei no 12.349/2010 (BRASIL, 2010c).

O objeto da licitação é o que o governo pretende obter ao final de todo o


processo de licitação e do contrato, ou seja, é a obra, o serviço, a compra, a
alienação (venda de bens inservíveis ou legalmente apreendidos pela
administração) ou a concessão de uso (quando se delega à particular a prestação
de serviços públicos), que a final a administração pretende obter por meio da
contratação com a empresa particular. A licitação sem a caracterização do seu
objeto é nula. A licitação vai ter por objeto aquilo sobre o que a Administração deseja
contratar. Dispõe da lei que a licitação pode ter por objetivos serviços, obras,
compras, alimentações, concessões, permissões e locações da Administração
Pública.

A finalidade da licitação deve ser sempre atender o interesse público, buscar


a proposta mais vantajosa, existindo igualdade de condições, bem como os demais
princípios resguardados pela constituição. Assim a finalidade da licitação é um
conceito mais genérico, e será sempre a obtenção, pela administração pública, do
seu objeto nas melhores condições, qualidade e com menor gasto possível, para
atendimento o interesse público. Deve-se observar que o objeto da licitação varia de
acordo com o contrato, porém a finalidade é sempre a mesma, atender da melhor
forma, o interesse da população.

Dos princípios que regem a licitação


Os seguintes princípios básicos que norteiam os procedimentos licitatórios
devem ser observados, dentre outros:
Princípio da Legalidade: Nos procedimentos de licitação, esse princípio
vincula os licitantes e a Administração Pública às regras estabelecidas, nas normas
e princípios em vigor.
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Princípio da Isonomia: Significa dar tratamento igual a todos os


interessados. É condição essencial para garantir em todas as fases da licitação.
Princípio da Impessoalidade: Esse princípio obriga a Administração a
observar nas suas decisões critérios objetivos previamente estabelecidos, afastando
a discricionariedade e o subjetivismo na condução dos procedimentos da licitação.
Princípio da Moralidade e da Probidade Administrativa: A conduta dos
licitantes e dos agentes públicos tem que ser, além de lícita, compatível com a
moral, ética, os bons costumes e as regras da boa administração.
Princípio da Publicidade: Qualquer interessado deve ter acesso às
licitações públicas e seu controle, mediante divulgação dos atos praticados pelos
administradores em todas as fases da licitação.
Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Obriga a
Administração e o licitante a observarem as normas e condições estabelecidas no
ato convocatório. Nada poderá ser criado ou feito sem que haja previsão no ato
convocatório.
Princípio do Julgamento Objetivo: Esse princípio significa que o
administrador deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório para o
julgamento das propostas. Afasta a possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores
subjetivos ou de critérios não previstos no ato convocatório, mesmo que em
benefício da própria Administração.

O PRONAF

De acordo com SILVA FILHO (s.d.), o PRONAF, Programa Nacional de


Fortalecimento da Agricultura Familiar:

“É um programa do Governo Federal criado em 1995, com o intuito de


desenvolvem suas atividades mediante emprego direto de sua força de
trabalho e de sua família. E este tem como objetivo o fortalecimento das
atividades desenvolvidas pelo produtor familiar, de forma a integrá-lo à
cadeia de agronegócios, proporcionando-lhe aumento de renda e
agregando valor ao produto e à propriedade, mediante a modernização do
sistema produtivo atender de forma diferenciada os mini e pequenos
produtores rurais que, valorização do produtor rural e a profissionalização
dos produtores familiares”.

Segundo BNDES os requisitos para enquadramento no programa são os


descritos no quadro abaixo disponível no site:
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Perfil Requisitos

 Agricultores; a. Explorar parcela de terra na


condição de proprietário, posseiro,
 Pescadores artesanais que se arrendatário, comodatário,
parceiro ou concessionário do
dediquem à pesca artesanal, com
Programa Nacional de Reforma
fins comerciais, explorando a
Agrária, ou permissionário de
atividade como autônomos, com
áreas públicas;
meios de produção próprios ou em
regime de parceria com outros
pescadores igualmente artesanais; b. Residir na propriedade ou em
local próximo;
 Aquicultores que se dediquem ao
cultivo de organismos que tenham c. Não dispor, a qualquer título, de
na água seu normal ou mais área superior a quatro módulos
frequente meio de vida e explorem fiscais, contíguos ou não,
área não superior a 2 hectares de quantificados segundo a
lâmina d’água ou, quando a legislação em vigor (este item não
exploração se efetivar em tanque- se aplica quando se tratar de
rede, ocupem até 500 m³ de água; condomínio rural ou outras formas
coletivas de propriedade, desde
que a fração ideal por proprietário
 Silvicultores que cultivem florestas
não ultrapasse os quatro módulos
nativas ou exóticas e que fiscais);
promovam o manejo sustentável
daqueles ambientes.
d. Obter, no mínimo, 50% da renda
bruta familiar originada da
 Extrativistas que exerçam o exploração agropecuária e não
extrativismo artesanalmente no agropecuária do estabelecimento;
meio rural, excluídos os garimpeiros
e faiscadores;
e. Ter o trabalho familiar como
predominante na exploração do
Membros integrantes de estabelecimento, utilizando
comunidades quilombolas rurais apenas eventualmente o trabalho
ou de povos indígenas ou assalariado, de acordo com as
membros dos demais povos e exigências sazonais da atividade
comunidades tradicionais; agropecuária, podendo manter
empregados permanentes em
número menor ou igual ao número
de pessoas da família ocupadas
com o empreendimento familiar -
exceto na Linha PRONAF
Microcrédito (Grupo “B”), em que
não se admite a manutenção de
qualquer empregado assalariado,
em caráter permanente; e

f. Ter obtido renda bruta anual


familiar de até R$ 360 mil nos
últimos 12 meses de produção
normal que antecedem a
solicitação da DAP, considerando
neste limite a soma de todo o
Valor Bruto de Produção (VBP),
100% do valor da receita recebida
de entidade integradora e das
demais rendas provenientes de
14

atividades desenvolvidas no
estabelecimento e fora dele,
recebidas por qualquer
componente familiar, exceto os
benefícios sociais e os proventos
previdenciários decorrentes de
atividades rurais.

Quadro de enquadramento no PRONAF, disponível no site BNDES 2018

Vejamos a evolução do PRONAF de acordo de com o próprio site, neste


levantamento com dados entre 2007 e 2008:

As contratações do Crédito – Pronaf apresentam crescimento sustentado ao


longo dos anos. Em 1999/2000, o Pronaf abrangia 3.403 municípios,
passando para 4.539, no ano seguinte, o que representou um aumento de
33% na cobertura de municípios, ou seja, a ampliação de mais de 1.100
municípios em apenas um ano.

A ampliação de municípios atendidos continuou em cada ano agrícola,


sendo que em 2005/2006 houve a inserção de quase 1.960 municípios em
relação a 1999/2000.

Em 2007/2008, foram atendidos 5.379 municípios, o que representou um


crescimento de 58% em relação a 1999/2000, com a inserção de 1.976
municípios.

O montante disponibilizado aos agricultores também cresceu. Em


1999/2000, foram disponibilizados pouco menos de R$ 3,3 bilhões com uma
execução de 66%. No ano agrícola de 2003/2004, houve o primeiro grande
incremento no montante, com um crescimento de 65% em relação a
1999/2000, sendo ofertados R$ 5,4 bilhões aos agricultores e com uma
execução de 83% do valor disponibilizado.

Em 2006/2007, o montante disponibilizado para financiamento do Pronaf


chegou a R$ 10 bilhões, representando um crescimento em relação a
1999/2000 de 205% e com uma taxa de execução de 84%.

O comportamento da taxa referente à contratação efetiva do crédito frente


ao valor disponibilizado já indica que o montante de crédito contratado pelos
agricultores do Pronaf tem crescido ano a ano.

A primeira grande evolução no montante financiado pelos agricultores


familiares foi em 2003/2004, fechando uma contratação de R$ 4,49 bilhões,
representando uma evolução de 109% em relação a 1999/2000.

Nos anos seguintes, o crescimento manteve-se sustentado. Em 2004/2005


foi de 185%, representando um financiamento de R$ 6,13 bilhões. Em
2005/2006, foram financiados R$ 7,61 bilhões com uma evolução de 254%,
sendo que em 2007/2008 rompeu-se a casa dos 300%, perfazendo um
financiamento de R$ 9 bilhões.
15

O crédito – Pronaf é operacionalizado pelos agentes financeiros que


compõem o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) e são agrupados em
básicos (Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia) e
vinculados (BNDES, Bancoob, Bansicredi e associados à Febraban).

O agricultor familiar deve verificar e avaliar o projeto que pretende


desenvolver. Esses projetos devem gerar renda para os agricultores familiares e
assentados da reforma agrária. Os valores podem ser destinados para o custeio da
safra, ou a atividade agroindustrial, seja para investimento em maquinários,
equipamentos ou infraestrutura. Para tanto a renda bruta anual dos agricultores
familiares deve ser de até R$ 360 mil.

Depois de tomada a decisão do que financiar, a família deve procurar o


sindicato rural ou ainda no seu município procurar a EMATER Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural do seu Estado para obtenção da Declaração
de Aptidão ao Pronaf (DAP). E depois o agricultor deve procurar a Assistência
Técnica e Extensão Rural - ATER do município para elaborar o Projeto Técnico de
Financiamento.

O projeto deve ser encaminhado para análise de crédito e aprovação do


agente financeiro. Com o Projeto Técnico, deve-se negociar o financiamento junto ao
agente financeiro. Assim que aprovado o Projeto Técnico, o agricultor familiar está
apto a acessar o recurso e começar a implementar o projeto.

Existe ainda uma linha de microcrédito Rural (Pronaf Grupo B) o Pronaf


Grupo “B” é uma linha de microcrédito rural voltada para produção e geração de
renda das famílias agricultoras de mais baixa renda do meio rural. São atendidas
famílias agricultoras, pescadoras, extrativistas, ribeirinhas, quilombolas e indígenas
que desenvolvam atividades produtivas no meio rural. Elas devem ter renda bruta
anual familiar de até R$ 20 mil.

AGRICULTURA FAMILIAR

Agricultura familiar trata-se da atividade econômica prevista na legislação


brasileira, por meio da lei n° 11.326/2006. São considerados agricultores e
agricultoras familiares àqueles cidadãos e cidadãs que desenvolvam práticas no
meio rural e atendam a quatro critérios específicos:
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 Detenham área de até quatro módulos fiscais (a medida varia de município


para município);

 Utilizem predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades


econômicas rurais;

 Tenham renda familiar mínima originária de atividades econômicas rurais em


seu estabelecimento e/ou empreendimento; e

 Dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.

Deste modo, o segmento da agricultura familiar é integrado por assentados da


reforma agrária, beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF),
quilombolas, indígenas, artesãos, pescadores artesanais, aquicultores, maricultores,
pisicultores, silvicultores, extrativistas, entre outros.

A identificação da agricultura familiar, para fins de acesso às políticas


públicas, se dá pela obtenção da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). De posse
da DAP, o agricultor familiar comprova a sua inserção do meio rural, com a
declaração descritiva da propriedade e/ou suas atividades econômicas.

Afora as questões legais, a DAP permite o reconhecimento do agricultor


familiar enquanto ator econômico que desenvolve atividade produtiva no campo.
Segundo o Censo Agropecuário 2006, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), o Brasil possui cerca de 4,3 milhões de estabelecimentos rurais
que utilizam a terra para a agricultura familiar, ocupando uma área total de
aproximadamente 80 milhões de hectares.

Em julho de 2016, 4,9 milhões de agricultores familiares tinham a DAP ativa,


podendo uma Declaração ser emitida para integrantes da mesma família, a
depender do caso. A DAP é declaratória e, para ter validade, deve estar ativa, ou
seja, atualizada a cada três anos ou imediatamente quando houver mudança em
informações da unidade familiar (como endereço, tipo de produção ou renda
familiar).

AS ESCOLAS
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As escolas públicas estaduais do estado da Paraíba são em sua maioria


escolas tradicionais, mas nos últimos anos vem sofrendo transformações e
passando em alguns municípios para escolas integrais cidadã, com isso aumenta o
numero de refeições nas escolas, pois são garantidos lanches e almoço para
funcionários e alunos.

Conselho Escolar
De acordo com o decreto Nº 18893/97, que criou o Conselho Escolar, este é
um órgão colegiado da escola, com função deliberativa, consultiva, fiscalizadora,
mobilizadora e pedagógica, que atua para construir e fortalecer os instrumentos de
Gestão Escolar, a saber: o Projeto Político-Pedagógico e o Regimento Interno; a
participação da comunidade escolar e local na gestão administrativa, financeira e
pedagógica, fazendo valer o princípio da gestão democrática.
São competências do Conselho Escolar:

 Realizar reuniões ordinárias mensais;


 Analisar e aprovar o Plano Anual da Escola;
 Promover sessões de estudo, envolvendo os conselheiros, a partir de
suas necessidades, visando proporcionar o melhor entendimento dos
assuntos educacionais;
 Participar da adoção de medidas que disciplinem a avaliação da
aprendizagem dos estudantes;
 Propor decisões ou medidas para reduzir as taxas de repetência e
abandono escolar;
 Comunicar ao órgão competente sobre a adoção de medidas de
emergência, em caso de irregularidades graves na escola;
 Avaliar, periodicamente, o desempenho do Conselho, conjuntamente
com os seus membros;
 Coordenar o Orçamento Democrático Escolar- OD Escolar;
 Participar de cursos de formação de conselheiros, quando ofertados;
 Atua na execução de prestação de contas dos recursos estaduais e
federais repassados à escola, seguindo a legislação e os prazos
estabelecidos pela Secretaria da Educação, sob pena de responderem
administrativamente.

De acordo com as diretrizes de 2018 no seu artigo 26, as responsabilidades


do PNAE, é da direção da escola e do seu conselho escolar.

Art. 26. O diretor, enquanto membro nato do Conselho Escolar, tem a


obrigação de cumprir as normas e prazos previstos nas Resoluções do
PDDE e sub ações, e do PNAE, quanto às suas atividades e aos repasses
financeiros, no âmbito da execução e prestação de contas, configurando-se
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o seu descumprimento como inobservância de dever funcional inserto no


artigo 106, assim como proibição existente no artigo 107, ambos previstos
na Lei Complementar nº 58, de 30 de dezembro de 2003 (Regime Jurídico
dos Servidores Públicos Civis do Estado da Paraíba), estando sujeito às
penalidades previstas no artigo 116 do referido estatuto, assim como
responsabilização criminal e cível, em decorrência do seu ato (art.110, LC nº
58/2003).

Ainda de acordo com as diretrizes escolares do governo do estado da paraíba


para o ano de 2018, as orientações como a gestão escolar deve proceder para
aquisição dos alimentos através do PNAE o Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE) contribui para o crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem, o
rendimento escolar dos estudantes e a formação de hábitos alimentares saudáveis,
por meio da oferta da alimentação escolar e de ações de educação alimentar e
nutricional. Para isso, o Programa repassa, anualmente, recursos às escolas
públicas de Educação Básica em parcelas mensais, de fevereiro a novembro,
considerando o número médio mensal de 20 dias letivos, e o número de estudantes
contabilizados pelo EDUCACENSO no ano anterior ao do repasse.

A gestão escolar deve:


 Abrir procedimento licitatório para aquisição dos gêneros alimentícios,
obedecendo o que dispõe as Leis Nº 8.666/93 e Nº 11.947/2009, e as
Resoluções do FNDE/PNAE;
 Aplicar, no mínimo, 30% dos recursos na aquisição de gêneros
alimentícios diretamente da Agricultura Familiar, conforme ART 14º da Lei
11.947/2009;
 Elaborar o Edital da Chamada Pública para os agricultores familiares
ou suas respectivas organizações e enviá-lo para o e-mail:
goae.edital@see.pb.gov.br, a ser publicado no portal da Gestão Unificada,
por meio do link: http://gestaounificada.pb.gov.br/Sevicos/pnae;
 Obedecer aos cardápios elaborados pelas nutricionistas da SEE,
observando os hábitos alimentares de cada região;
 Manter o Conselho Escolar legalmente constituído, atualizado,
cadastrado no FNDE e na Receita Federal, e com as prestações de contas
regularizadas;
 Apresentar a prestação de contas em até 30 dias depois de recebido
o recurso referente a cada parcela, devidamente organizada, conforme
Checklist encaminhado pelo Núcleo de Assistência Escolar Integrada –
NUAEI – da respectiva Gerência Regional de Educação;
 Enviar a prestação de contas da 1ª parcela obrigatoriamente
acompanhada do Processo de Licitação e da Chamada Pública da
agricultura familiar, conforme dispõe as Leis Nº 8.666/93 e Nº 11.947/2009.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A situação do agricultor familiar no que diz respeito a dados histórico é nos


últimos anos praticamente inexistente, uma vez que o Censo agropecuário não é
realizado desde de 2006, somente após 11 anos começa a ser feito levantamentos
sobre a agricultura no Brasil, e que dispomos são números de 2006, e dados de
vários órgão, oficiais ou não que nos trazem uma luz mesmo que de forma
simplificada com números que alguma atividade do agricultor familiar.
No tocante aos dados na região e estado pesquisado encontra-se a mesma
realidade, pouco se tem de concreto, sabe-se que tem agricultura familiar, através
da emissão da DAP, mas os órgão e sindicatos não tem os números de quantitativos
e qualitativos sobre os agricultores familiar.
Desta forma ficamos com dados nacionais onde o Censo 2006 informa que
existiam 4,3 milhões de estabelecimentos de agricultura familiar e o Ministério da
Agricultura, órgão agora ligado ao Ministério da Justiça diz que em 2016 existiam 4,9
milhões de DAPs ativas de toda forma não dar para saber se ocorreu crescimento,
ou se em 10 anos ouve divisões de terras, seja por reforma agraria, ou por herança,
aquisição etc. sem estas informações é impossível saber qual aumento real, ou pelo
menos se houve aumento real da área utilizada, como vive e o que produz o
agricultor familiar, como é a vida no campo, e a média de ganhos uma vez que nos
últimos 10 (dez) anos a economia mudou muito, passamos por crise em todos os
setores da economia.
Do lado das escolas e conselhos escolar, como na sua maioria são escolhidos
os diretores por eleição ou como cargo de confiança, e os conselhos tem eleições a
cada 2 (dois) anos, esta troca muitas das vezes não é benéfica para a escola, pois
poucos funcionários e muitos ainda professores tem conhecimento dos processos
licitatórios e de aquisição da agricultura familiar, e sempre que ocorre mudanças os
novos membros tem que buscar conhecimentos, nem sempre disponíveis o que
afasta um pouco alguns profissionais da direção ou dos conselhos, uma vez que nos
conselhos não há nenhuma espécie de gratificação para ocupantes destes cargos.
Na outra ponta o agricultor familiar da nossa região, pouco pode contar com
os sindicatos, Emater ou outros órgãos oficiais, a não ser para renovação da DAP,
Aposentadorias e seguro safra, os pequenos agricultores não recebem efetivamente
as orientações nas suas propriedades, na maioria das vezes tem que vir a cidade,
seja para eventos ou palestras. Diante dos expostos nestes eventos o agricultor fica
a margem dos números e dados apresentado, bem como alguns programas de
20

financiamento, assim alguns agricultores sabem que podem vender seus produtos
para as escolas, mas os processos licitatórios são poucos conhecidos, bem como as
documentações exigidas, além do que geralmente os processos licitatórios
acontecem no início do ano, período em que a maioria dos agricultores estão
envolvidos com atividades de plantio de lavouras pois na nossa região as chuvas
caem de Novembro a Junho, dificultando mais ainda o acesso ao agricultor para
estes nicho de mercado.
Como ficou evidente precisamos de mudanças em todo o processo, seja na
valorização dos atores envolvidos no processo, nos valores pagos pelos alimentos,
forma de pagamento, a atuação de secretarias de agriculturas devem se unir a
sindicatos para promover um estudo e ofertar cursos, para que o produtor possa
vender seus produtos por preços justos, assim valorizando esta parte da economia
agropecuária.
Já que não podemos desburocratizar o sistema de compras, precisamos
incentivar e ensinar ao homem do campo, a busca esta fatia do mercado.

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