Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ora, em análise detalhada do caso, percebe-se facilmente que existe um dano a ser
ressarcido, qual seja, os valores descontados indevidamente da conta do autor, desde a
abertura da conta, mesmo sem existir nenhuma autorização ou solicitação para que fosse
feita; O ato ilícito cometido pela requerida foi exatamente descontar, indevidamente,
tais taxas, por ato doloso da mesma, sem qualquer dúvida da exist~encia de nexo
de causalidade entre o dano e o ato do agente.
Desta forma, resta comprovada sim a existência dos requisites necessários para o
reconhecimento da responsabilidade civil, devendo ser arbitrado, pelo Douto Juízo,
a indenização pelos danos sofridos.
Conforme nos ensina Maria Helena Diniz: A responsabilidade objetiva funda-se num
princípio de equidade, existente desde o direito romano: aquele que lucra com uma
situação deve responder pelo risco ou pelas desvantagens dela resultantes (ubi
emolumentum, ibi onus; ubi commoda, ibi incommoda) (2004, p. 48, grifo nosso).
Em consonância, Caio Mário da Silva Pereira destaca que: A doutrina objetiva, ao invés
de exigir que a responsabilidade civil seja resultante dos elementos tradicionais (culpa,
dano, vínculo de causalidade entre uma e outro) assenta na equação binária cujos pólos
são o dano e a autoria do evento danoso. Sem cogitar da imputabilidade ou de investigar
a antijuridicidade do fato danoso, o que importa para assegurar o ressarcimento é
a verificação se ocorreu o evento e se dele emanou prejuízo. Em tal ocorrendo, o autor do
fato causador do dano é o responsável (1990, p. 35, grifo nosso).
Nesse sentido, a jurisprudência pátria pacificou o entendimento pela aplicação da
responsabilidade objetiva às atividades exercidas pelos Bancos e instituições
financeiras, bem como assentou a sua obrigação em indenizar o agente prejudicado por
danos causados por essas atividades, ainda que decorra de ilícitos praticados por
terceiros, senão vejamos: STJ - Súmula 297 O Código de Defesa do Consumidor
é aplicável as instituições financeiras Artigo 927 da lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002
código civil Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE
Com efeito, CPC o Art. 355.
O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução
de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no ART. 344 e não houver
requerimento de prova, na forma do ART. 349.