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'‘Ele sempre reparava alguma coisa “errada” em mim: “Teus dentes estão tortos”, “você

tá gorda”, “ cheia de estrias” “precisava de um silicone aí, né?” dizia.

Escolhia as fotos que eu postava no Instagram e nos stories, mas era indiretamente. Em
certas publicações ele me dizia que todos os homens deveriam pensar que eu era uma
puta e aí então eu acabava apagando. Dizia também que se nós terminássemos, homem
nenhum ia me querer. Quando brigávamos, ele dava soco nas paredes e na porta, e já
chegou a chutar a minha cachorra, depois chorava e dizia que eu tirava ele do sério.
Jogava na minha cara o dinheiro que ele gastava comigo me fazendo sentir que sem ele
eu não sobreviveria. Mas ele nunca me bateu.

“Quando eu estava em uma crise de ansiedade forte, ele disse na minha cara que o que
eu tinha era frescura. Dizia que ninguém ia me querer por causa dos meus transtornos.
Mas ele nunca me bateu”

“Meu ex sempre me xingava e me cobrava coisas do meu passado de solteira. Já me


deixou sozinha várias vezes em lugares públicos porque chegou alguém que eu já havia
ficado ou conversado no passado. Me chamava de puta e queria que eu me sentisse
culpada por não ter sido fiel a ele, antes mesmo de conhecê-lo”.

“Ele me afastou da minha família e dos meus amigos. Eu não tinha o direito de ir à casa
da minha mãe porque todas as vezes que eu ia, era um motivo de briga. Achava que eu
estava traindo ele. Eu não podia postar foto nas redes sociais porque eu “queria me
exibir”. Mas ele nunca me bateu.

Ele tinha ciúmes do próprio irmão. Eu tinha que me trancar no nosso quarto até o irmão
ir embora. Não podia nem olhar para ele, nem chegar perto dele. Tudo isso porque
achava que eu traia ele com o irmão. Meu primeiro ano na faculdade, todo dia eu saia
mais cedo, porque ele achava que eu estava traindo ele. Cada minuto era controlado.
Chegava na nossa casa, minhas roupas estavam na varanda, tudo isso porque os amigos
falavam que faculdade não era lugar de mulher casada. Mas ele nunca me bateu.

“Meu ex namorado arrombou a porta da minha casa bêbado, me fez correr no meio da
rua 6 horas da manhã com o meu filho de 6 meses no colo e chamar a polícia. Tive que
fazer um boletim de ocorrência e pedir uma medida protetiva. Moro sozinha e todos os
dias de manhã acordo assustada achando que ele pode voltar, porque não tenho
familiares por perto. E ele já me bateu, várias vezes.

Eu queria poder dizer para vocês que esta foi uma mensagem preparada para iniciarmos
este momento de discussão.

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