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2008-11-07 Notas Eq 3 Momentos PDF
2008-11-07 Notas Eq 3 Momentos PDF
APRESENTAÇÃO TEÓRICA 1
1 Apresentação teórica
No modelo adotado, além de não haver forças externas horizontais, também não
levamos em conta as reações horizontais que os apoios possam apresentar, por qualquer
que seja o motivo. Em outras palavras, consideramos que a viga é inderformável quan-
to ao esforço axial.
Mais adiante, estudaremos também os casos em que existem trechos em balanço
nas extremidades, assim como os que apresentam uma ou ambas as extremidades en-
gastadas.
No modelo da figura 1, as incógnitas hiperestáticas adotadas serão os momentos
fletores atuantes nas seções transversais situadas sobre os apoios internos. No caso
dessa figura, há 7 apoios, sendo que os momentos fletores nas seções sobre os apoios
extremos são nulos. Ao considerar como incógnitas os momentos fletores nas seções
correspondentes aos 5 apoios intermediários, sua solução numérica permitirá o cálculo
de todas as reações de apoio, bem como dos esforços internos em todas as seções da
viga (esforços cortantes e momentos fletores).
Convém observar com cuidado as numerações adotadas para os vãos, para os a-
poios e para os momentos fletores incógnitos do problema, conforme indicado na figu-
ra 2. Essa numeração segue as seguintes regras:
M1 M2 M3 M4 M5
0 I1 1 I2 2 I3 3 I4 4 I5 5 I6 6
L1 L2 L3 L4 L5 L6
M1 M1 M2 M2 M3 M5
... etc
0 I1 1 1 I2 2 2 I3 3 5 I6 6
L1 L2 L3 L6
M1 Mi –1 Mi Mi+1 Mn –1
0 I1 1 i –1 Ii i Ii+1 i+1 n –1 In n
L1 Li Li+1 Ln
A deformação angular (rotação) da seção da viga no encontro desses dois vãos vi-
zinhos é ilustrada na figura 5a. Neste desenho, a rotação é suposta positiva1.
i–1 i i +1
Li Li+1
i–1 i i i +1
Li Li+1
Podemos imaginar, como nas figuras 5b e 5c, os vãos i e i+1 destacados um do ou-
tro, cada um deles submetido às suas respectivas cargas externas e momentos fletores
de suas extremidades, de modo que os seus eixos deformados são rigorosamente iguais
à linha elástica atiginda por aqueles vãos na viga contínua em estudo. Com isto, as
rotações nas seções situadas sobre o apoio i são iguais para os dois vãos.
O próximo passo para a solução do problema é formular as expressões algébricas
das rotações das seções sobre o apoio i, d cada um dos vãos adjacentes, i e i+1. Para
isto, vamos separar as cargas atuantes em 3 partes, a saber: a carga externa, o momento
i–1 i i i +1
(a) (a)
Mi –1 Mi+1
i–1 i i i +1
(b) (b)
Mi Mi
i–1 i i i +1
(c) (c)
Figura 6. Parcelas da rotação na Figura 7. Parcelas da rotação na
extremidade direita do vão i extremidade esquerda do vão i+1
1
Adota-se aqui o sentido positivo das abscissas do eixo da viga para a direita, e o dos deslocamentos verti-
cais para baixo; o sentido positivo da rotação corresponde à derivada positiva do eixo deformado.
i–1 i i i+1
DMF DMF
Ai Ai+1
ai bi ai+1 bi+1
(a) (a)
Mi –1 Mi+1
i–1 i i i+1
DMF DMF
1
3 Li 2
3 Li 2
3 Li+1 1
3 Li+1
(b) (b)
(c)
Mi
Mi i
i–1 i i+1
DMF DMF
2
3 Li 1
3 Li 1
3 Li+1 2
3 Li+1
(c) (c)
Figura 8. Cálculo das parcelas da rotação Figura 9. Cálculo das parcelas da rotação
na extremidade direita do vão i na extremidade esquerda do vão i+1
Nas fórmulas algébricas para o cálculo das rotações devidas às cargas nos vãos, a
letra A representa a área do respectivo diagrama dos momentos fletores dessas cargas
no vão bi-apoiado; a e b são as distâncias do centróide do diagrama em relação às ex-
tremidades esquerda e direita, respectivamente.
Pelo princípio da superposição dos efeitos, se todos os esforços representados nas
figuras 6 e 7 agirem simultaneamente, reproduziremos a situação exibida na figura 5a.
Portanto se somarmos as rotações da extremidade i de cada vão, devemos ter a seguinte
igualdade:
θ i ,dir + θ i′,dir + θ i′,′dir = θ i +1,esq + θ i′+1,esq + θ i′+′ 1,esq ,
Ai ai M i−1 Li M i Li A b M L ML
− − − = i+1 i +1 + i +1 i +1 + i i +1 ,
Li EI i 6 EI i 3EI i Li+1 EI i+1 6 EI i+1 3EI i+1
Li M i −1 + 2(Li + Li +1 )M i + Li +1 M i +1 = −
6 Ai ai 6 Ai +1bi +1
− . (2)
Li Li +1
Li L L L α β
M i−1 + 2 i + i+1 M i + i+1 M i+1 = − i − i+1 (4)
Ii I i Ii+1 Ii+1 Ii Ii+1
Li M i −1 + 2(Li + Li +1 )M i + Li +1 M i +1 = −α i − β i +1 . (5)
A seguir são apresentadas as expressões algébricas de α e β para vários casos de
carregamento.
6 Aa 6 Ab
TABELA PARA O CÁLCULO DE α = e β=
L L
P P P P
L/2 L/2 m n m m
L L L
DMF DMF DMF
A A A
a b a b a b
3PL2 Pmn(L + m )
α =β = α= α = β = 3Pm(L − m )
8 L
Pmn(L + n )
β=
L
q p p
L L L
DMF DMF DMF
A A A
a b a b a b
q p p
a b a b a b
α=
qcm
4L
[
4n(L + m) − c 2 ] α=
pc
6mn(L + m ) − mc +
12 L
2 2c 3
45
α=
pc
6mn(L + m ) − mc −
12 L
2 2c 3
45
β=
qcn
4L
[
4m ( L + n) − c 2 ] β=
pc
12 L
6mn(L + n ) − nc −
2 2c 3
45
β=
pc
12 L
6mn(L + n ) − nc +
2 2c 3
45
6 Aa 6 Ab
TABELA PARA O CÁLCULO DE α = e β= (continuação)
L L
q p p
m n m n m n
L L L
DMF DMF DMF
a b a b a b
α=
qm2
4L
(
2 L2 − m 2 ) α=
pm 2
15L
(
5L2 − 3m 2 ) α=
pm 2
60 L
(
10 L2 − 3m 2 )
β=
qm 2
4L
(L + n ) 2 β=
pm2
60 L
(
40n 2 + 35mn + 7m 2 ) β=
pm2
60 L
(
20n 2 + 25mn + 8m 2 )
q p p
m n m n m n
L L L
DMF DMF DMF
a b a b a b
α=
qn 2
4L
(L + m ) 2 α=
pn 2
60 L
(
20m 2 + 25mn + 8n2 ) β=
pn2
60 L
(
40m 2 + 35mn + 7 n 2 )
β=
qn 2
4L
(
2 L2 − n 2 ) β=
pn2
60 L
(
10 L2 − 3n 2 ) β=
pn2
15L
5L2 − 3n 2( )
M0 M0 M0 M0
L/2 L/2 m n m m
L L L
DMF
– –
+
DMF + DMF +
a b
α=
M0L
4
α=
M0 2
L
(
L − 3m 2 ) α = β = 3M 0 ( L − 2 m )
β =−
M0L
4
M
β = − 0 L2 − 3n 2
L
( )
2. Exercícios
0 1 2
L1=4,0 m L2=6,0 m
Devemos observar que as numerações dos vãos e nós segue rigorosamente a que foi
adotada na apresentação teórica (figura 4).
Neste exercício há apenas um momento fletor desconhecido (hiperestático), que é
M1.
A expressão a ser usada é a (5), para i = 1, isto é:
L1 M 0 + 2(L1 + L2 )M 1 + L2 M 2 = −α 1 − β 2 .
Os vãos podem agora ser analisados separadamente, para facilitar os cálculos para
o traçado dos diagramas dos esforços cortantes e dos momentos fletores.
1.200 kgf/m
3.120
0 1
m kgf
4,0 m 3.180
kgf
1.620
kgf 800 kgf/m
3.120
m kgf 1 2
2.920 6,0 m 1.880
kgf kgf
2.920
1.620
+
1.880
DEC [kgf]
3.180
–
1,35 m 3,65 m
3.120
–
+
1.093,5
2.209
0 1 2
1,5 m L1=4,0 m L2=6,0 m 2,0 m
M 1 = −2.400 m kgf .
0 1 1 2
2.025 4,0 m 2.775 2.500 6,0 m 2.300
kgf kgf kgf kgf
2.500
1.800
2.025
+ DEC [kgf]
2.300
1.200
2.775
–
1,688 m 3,125m
2.400
1.800
900
–
808,6
1.506,3
800
1.410 kgf/m 600 kgf/m kgf 990 kgf/m
0 1 2 3
4,0 m 3,0 m 3,0 m 4,0 m
Na figura acima foram omitidas, de modo proposital, as numerações dos vãos e apoios,
às quais o leitor já deve estar familiarizado.
Agora são duas as incógnitas hiperestáticas: os momentos fletores M1 e M2. Por-
tanto, duas equações devem ser escritas, a saber:
Para i = 1: L1 M 0 + 2(L1 + L2 )M 1 + L2 M 2 = −α 1 − β 2
Para i = 2: L2 M 1 + 2(L2 + L3 )M 2 + L3 M 3 = −α 2 − β 3
Devemos notar que o 2º vão possui uma carga uniformemente distribuída total, a-
lém de uma carga concentrada. Nesses casos, os valores de α e β no segundo mem-
bro da equação são respectivamente os somatórios desses valores calculados para todos
os casos de carga existentes no vão. Assim:
1.410 × 4,0 3 600 × 6,0 3 3 × 800 × 6,0 2
4,0M 0 + 2(4,0 + 6,0) M 1 + 6,0M 2 = − − +
4 4 8
2.520
480
2.160
1.440
DEC [kgf] –
3.480
2.120
320
1,532 m 2,545 m
2.640 2.160
+
1.047,3
1.654,5 1.500
0 1 2 3
6,0 m 6,0 m 6,0 m
3.684
1.820
1.896
DEC [kgf] –
2.904
3.516
2,37 m 2.180 3,77 m
4.104
3.024
2.246,7
2.436
3.734,7
500
900 kgf/m 1.000 kgf/m 800 kgf/m kgf 750 kgf/m
0 1 2 3 4
4,0 m 4,0 m 3,0 m 2,0 m 4,0 m
Este exercício requer a montagem de 3 equações, pois apresenta 3 incógnitas, que são
os momentos fletores M1, M2, e M3. As equações são:
Para i = 1: L1 M 0 + 2(L1 + L2 )M 1 + L2 M 2 = −α 1 − β 2
Para i = 2: L2 M 1 + 2(L2 + L3 )M 2 + L3 M 3 = −α 2 − β 3
Para i = 3: L3 M 2 + 2(L3 + L4 )M 3 + L4 M 4 = −α 3 − β 4
500
900 kgf/m 800 kgf/m kgf
1.429,0
1.954,8
2.161,0
1.964,9
239,0
DEC [kgf]
2.171,0
2.045,2
2.339,0
–
739,0
1.035,1
1.664,8 1.859,8
1.483,8
1.226,8
+ 426,7
714,2
1.134,5
1.253,9
1.200 kgf/m
800 kgf/m
4,0 m 6,0 m
Para a resolução desse tipo de problema, o artifício a usar é substituir o engaste por um
vão fictício suplementar no lado engastado, porém com o comprimento nulo. No e-
xemplo em foco acrescentam-se um “vão” nulo à esquerda e outro à direita, já que am-
bas as extremidades são engastadas, resultando no esquema seguinte:
1.200 kgf/m
800 kgf/m
0 1 2 3 4
L 1= 0 L 2= 4,0 m L 3= 6,0 m L4 = 0
É preciso voltar a atenção para o fato de que a numeração dos apoios (e, conse-
qüentemente, dos vãos) é afetada pela criação dos novos vãos fictícios, mas segue ain-
da obedecendo o que foi estabelecido na dedução teórica da equação geral dos 3 mo-
mentos (figura 4).
A justificativa para o artifício adotado é exposta a seguir. Imagine-se que um en-
gaste é substituído por um apoio simples, e que nesse lado a viga recebe um vão adi-
cional, de comprimento qualquer, adicionando-se conseqüentemente um apoio extra na
nova extremidade (tal como na figura anterior). Agora, suponha-se que esse novo vão
possua grande rigidez à flexão (infinita, teoricamente), capaz de impedir a rotação da
seção onde havia o engaste. Nesse caso, o conjunto passará a trabalhar de modo idênti-
co à viga original, isto é, com os mesmos esforços e os mesmos deslocamentos. Ora,
matematicamente um vão de rigidez infinita é conseguido de dois modos: ou elevando-
se o valor do momento de inércia de sua seção transversal ao infinito, ou –o que é mais
simples e prático – reduzindo-se o seu comprimento a zero.
Após o uso do artifício descrito, o problema trensforma-se numa viga contínua de
4 vãos, possuindo 3 momentos fletores desconhecidos, M1, M2 e M3. O exercício re-
quer a montagem de 3 equações, a saber:
Para i = 1: L1 M 0 + 2(L1 + L2 )M 1 + L2 M 2 = −α 1 − β 2
Para i = 2: L2 M 1 + 2(L2 + L3 )M 2 + L3 M 3 = −α 2 − β 3
Para i = 3: L3 M 2 + 2(L3 + L4 )M 3 + L4 M 4 = −α 3 − β 4
Os vãos L1 e L4 valem zero, e os termos α 1 e β 4 , correspondentes a esses vãos,
devem ser ignorados, pois não há cargas neles. Assim, as equações podem ser reescri-
tas como se segue:
0 1 1
2.220 4,0 m 2.580 2.320 6,0 m 2.480
kgf kgf kgf kgf
2.320
2.220
2.480
DEC [kgf]
2.580
1,85 m 2,90 m
2.560
2.080
1.360
+
693,5
1.284
(I) (2I)
4,0 m 3,0 m 3,0 m 1,5 m
0 1 (I) 2 (2I) 3
L 1= 0 L 2= 4,0 m L3=6,0 m 1,5 m
VÃO FICTÍCIO
Neste caso temos duas incógnitas, M1 e M2. O momento fletor M0 é nulo, porém o
momento M3 vale:
M3 = –650×1,5 = –975 m kgf.
A expressão da equação dos 3 momentos a ser utilizada é a (4), pois trata-se de
problema com momentos de inércia distintos em cada vão. O momento de inércia da
seção do balanço não influi nos cálculos, pois o momento fletor M3 depende somente
do carregamento existente naquele trecho. Desse modo, temos:
L1 L L L α β
Para i=1: M 0 + 2 1 + 2 M 1 + 2 M 2 = − 1 − 2
I1 I1 I 2 I2 I1 I 2
L2 L L L α β
Para i=2: M 1 + 2 2 + 3 M 2 + 3 M 3 = − 2 − 3
I2 I2 I3 I3 I2 I3
Para maior clareza, os cálculos das parcelas à direita nestas equações são mostra-
dos a seguir. Os carregamentos em forma de “trapézio” são desdobrados em uma carga
uniforme somada com outra em forma de triângulo.
α1
=0
I1
β3 720 × 3,0 2
( )
(6,0 + 3,0)2 + 1.200 × 3,0 40 × 3,02 + 35 × 3,0 × 3,0 + 7 × 3,0 2 =
2
=
I 3 4 × 6,0 × (2 I ) 60 × 6,0 × (2 I )
21.870 22.140 44.010
= + =
2I 2I 2I
Substituindo os valores numéricos conhecidos, as equações ficam:
4,0 4,0 21.760
0M 0 + 2 0 + M 1 + M2 = −
I I I
4,0 6,0
4,0
M 1 + 2 + M 2 +
6,0
(− 975) = − 42.485
I I 2I 2I I
ou
8,0 M 1 + 4,0M 2 = −21.760
1 2 2 3
2.823,8 4,0 m 2.456,3 3.055,8 3,0 m 3,0 m 904,2
kgf kgf kgf kgf
3.055,8
2.823,8
+ 650
DEC [kgf]
2.456,3
–
904,2
1,695 m
2,503 m
2.390,0
1.525,0
975
–
746,6
1.737,6
1.957,9
Nº 1
1.420 kgf/m
900 kgf/m 1.000
kgf
Nº 2
1.420 kgf/m
1.200 800
kgf kgf/m
Nº 3
1.000 kgf/m
Nº 4
1.200 1.500 kgf/m 1.800 2.100
kgf kgf/m m kgf
1,5 m 1,5 m 1,0 m 2,0 m 1,0 m 1,0 m 3,0 m 1,0 m 1,5 m 1,5 m
Nº 5
1.200 kgf/m
680 800 kgf/m
kgf