Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ANATOMIA E
FISIOLOGIA DO SNA
Colaboraram nesta edição:
Conteúdo produzido por:
Portal Anestesia
Diretor Científico:
Dr. Eduardo Piccinini
CRM: 91189 - SP
Responsável pelo tema:
Dr. Eduardo Piccinini
CRM: 91189 - SP
Não se esqueça que todas as suas dúvidas poderão ser sanadas no e-mail
pedagogico@portalanestesia.com.br. Todas as mensagens são encaminha-
das ao professor responsável pela sua aula.
Com carinho,
Equipe Portal Anestesia
Bons estudos!
PRINCIPAIS CONCEITOS
• O conhecimento da anatomia e fisiologia do Sistema Nervoso
Autônomo pelo médico anestesiologista é de fundamental im-
portância.
• Apesar de na maioria das vezes os sistemas terem comporta-
mentos antagônicos, às vezes são complementares.
• Regulação rápida da homeostase é fundamental na sobrevivên-
cia e ocorre através do SNA.
• Basicamente ocorre uma divisão entre o Sistema simpático, pa-
rassimpático. Atualmente, o Sistema entérico também participa
do SNA.
• Os neurotransmissores e receptores são fundamentais no en-
tendimento do funcionamento e também da farmacologia.
• Os receptores não são estáticos e a sua regulação depende da
concentração dos seus agonistas – up e down regulation.
ANATOMIA E
FISIOLOGIA DO SNA
Introdução
O conhecimento da anatomia e fisiologia do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) pelo médico
anestesiologista é de fundamental importância.
A influência desse sistema no dia a dia é constante, e alguns anestesiologistas e fisiologistas
chegam a concluir que a própria anestesia é a arte de dominar as respostas autonômicas do
organismo.
O Sistema Nervoso Autônomo regula de forma involuntária as funções viscerais e glandu-
lares do corpo, os músculos cardíaco e liso. Ajuda a controlar a pressão arterial, peristalse e
secreção do trato gastrointestinal, esvaziamento vesical, sudorese e temperatura corpórea.
Apresenta notável velocidade de mudança das atividades viscerais.
Visão Geral
O SNA é dividido em dois subsistemas, o sistema nervoso simpático (SNS) e o sistema ner-
voso parassimpático (SNP). Um terceiro subsistema, o sistema nervoso entérico foi adicio-
Portal Anestesia
Portal Anestesia
quanto que as drogas que ini-
bem os efeitos da noradrenali-
na são chamadas simpatolíticas.
Os nervos adrenérgicos liberam
noradrenalina na junção neuro-
efetora, enquanto adrenalina e
7
noradrenalina são liberadas pela
medula adrenal.
Os receptores adrenérgicos têm
sido identificados e divididos em
receptores α e β e subdivididos
em α1, α2, β1, β2 e outros tipos. Receptores α2-adrenérgicos estão localizados, principalmen-
te, na membrana pré-sináptica e modulam a liberação de noradrenalina, enquanto que os re-
ceptores α1-adrenérgicos pós-sinápticos promovem constrição do músculo liso vascular. Os
receptores β1-adrenérgicos são
encontrados principalmente no
tecido cardíaco e os receptores
β2-adrenérgicos promovem o
relaxamento da musculatura
lisa em alguns órgãos.
lação. A integração de impulsos aferentes e eferentes nesse nível do sistema nervoso central
(SNC) é responsável pela atividade tônica exibida pelo SNA. A tonicidade mantém os órgãos
viscerais em um estado de atividade intermediária que pode ser diminuído ou aumentado,
conforme a taxa de impulsos nervosos. O núcleo do trato solitário, localizado dentro do
bulbo, é a principal área de conexão aferente dos quimiorreceptores e dos barorreceptores
dos nervos glossofaríngeo e vago. Impulsos aferentes crescentes a partir desses dois nervos
8
Portal Anestesia
Fibras pré-ganglionares de ambas as subdivisões são fibras do tipo B mielinizadas e os impul-
sos são conduzidos a uma velocidade alta. As fibras pós-ganglionares não são mielinizadas e
conduzem as velocidades mais lentas. Essas são semelhantes às fibras aferentes não mielini-
zadas C viscerais e somáticas.
9
O eferente do SNS é referido como o sistema nervoso toracolombar. As fibras pré-ganglio-
nares (curtas) do SNS se originam na coluna intermediolateral da substância cinzenta da
medula espinhal de T1 a T12 e dos três primeiros segmentos lombares (L1-3). Os axônios
mielinizados destas células nervosas deixam a medula espinhal com as fibras motoras para
formar o ramo comunicante branco (mielinizadas) que entra em um dos 22 gânglios simpá-
ticos emparelhados em seus respectivos níveis segmentares. Ao entrar no gânglio paraver-
tebral da cadeia simpática lateral, a fibra pré-ganglionar pode seguir um dos três caminhos:
• Sinapse com os neurônios pós-ganglionares no gânglio que penetra;
• Sinapse nos gânglios acima ou abaixo;
• Sinapse com um gânglio simpático periférico ímpar (gânglio celíaco/plexo hi-
pogástrico).
Portal Anestesia
Os corpos celulares pré-ganglionares originam-se no tronco cerebral e segmentos sacrais (S2
– S4) da medula espinhal. Fibras pré- ganglionares são originárias dos nervos cranianos III
(oculomotor), VII (facial), IX (glossofaríngeo) e X (vago). A saída sacral se origina nos
cornos cinzentos intermediolaterais dos segundo, terceiro e quarto nervos sacrais.
O nervo vago (X) tem a mais extensa distribuição de todo o SNP, sendo responsável por mais
11
de 75% da atividade. O nervo vago fornece inervação do coração, dos pulmões, do esôfago,
do estômago, do intestino delgado, da metade proximal do cólon, do fígado, da vesícula bi-
liar, do pâncreas e das porções superiores dos ureteres. As fibras sacrais formam os nervos
pélvicos viscerais. Estes nervos abastecem o resto das vísceras que não são inervadas pelo
vago. Eles inervam o cólon descendente, o reto, o útero, a bexiga e as partes inferiores dos
ureteres e estão principalmente relacionados com o esvaziamento vesical. Várias reações se-
xuais também são regidas pelo SNP sacral. O SNP é responsável pela ereção do pênis, mas o
SNS governa a ejaculação.
As fibras pré-ganglionares (longas) passam diretamente para o órgão que é inervado e as pós-
-ganglionares (curtas) estão situadas próximas ou dentro da víscera inervada e geralmente
não são visíveis. Exceto por alguns nervos cranianos, as fibras pré-ganglionares (longas) vão
direto ao órgão e na parede do órgão fazem sinapse com as fibras pós-ganglionares (curtas).
A proporção de fibras pós-ganglionares e pré-ganglionares são de 1:1 a 3:1 em comparação
com a 20:1 encontrado no SNS. O Plexo de Auerbach no cólon distal é exceção, com uma
proporção de 8000:1. Essa proporção é consistente com o efeito discreto e limitado do SNP.
Por exemplo, bradicardia vagal pode ocorrer sem uma alteração concomitante da mobilidade
Não imprima esta apostila, a natureza agradece
intestinal ou salivação. Ação reflexa em massa não é uma característica do SNP.
Portal Anestesia
drenalina e adrenalina.
Portal Anestesia
do intestino. O plexo submucoso (Meissner) é composto por corpos de células nervosas, cé-
lulas gliais e processos gliais e neuronais, mas não contém tecido conjuntivo nem vasos san-
guíneos. Dentro do gânglio, muitos processos neuronais contem vesículas que armazenam
neurotransmissores.
Ao contrário dos sistemas nervoso simpático e parassimpático, nos quais a localização ge-
13
ográfica pode conferir ação seletiva, isto é anatomicamente impossível no intestino e um
padrão alternativo de código químico para a função assume um papel organizacional impor-
tante. A combinação de aminas e peptídeos e suas concentrações relativas dentro do neurô-
nio entérico determinam a sua função.
A acetilcolina, o principal responsável pelo desencadeamento de excitação da porção sem
esfíncteres do sistema nervoso entérico, provoca a contração do músculo. Os neurônios co-
linérgicos têm vários papéis no sistema nervoso entérico, incluindo excitação do músculo, a
ativação de neurônios motores que aumentam a secreção de água e eletrólitos e estimulação
de células gástricas. O controle neural da motilidade gastrointestinal é mediado através de
dois tipos de neurônios motores: excitatórios e inibitórios. Esses neurônios agem em conjun-
to sobre a camada de músculo liso circular em regiões esfincteriana e não esfincteriana ao
longo dos músculos do trato digestivo e da árvore biliar. Neurônios motores entéricos para o
músculo circular do intestino delgado e grosso são ativados por vias reflexas locais contidas
dentro da parede do intestino. A Distensão evoca reflexos polarizados, incluindo contração
proximal e relaxamento distal, que em sincronia constituem o peristaltismo. Antagonistas
nicotínicos abolem reflexos entéricos, sugerindo que os neurônios sensoriais ou interneurô-
Pulmões
Os pulmões são inervados pelas duas divisões do Sistema Nervoso Autônomo. O SNS age
através das fibras dos gânglios estrelados, inervando a musculatura lisa brônquica vasos, cau-
sando broncodilatação e vasoconstricção brônquicas.
O SNP age pelo vago e causa broncoconstrição; parece não ter tanto efeito nos vasos. A es-
timulação parassimpática também é responsável pelo aumento das secreções das glândulas
brônquicas.
Portal Anestesia
Vasoconstrição pulmonar hipóxica é fenômeno local e não tem relação com SNA.
Olhos
O III par craniano (oculomotor), através do gânglio ciliar, produz contração do músculo ci-
liar e acomodação para visão de perto. A contração do músculo esfíncter da pupila, inervado
15
apenas pelo parassimpático, provoca miose.
O gânglio cervical superior é simpático e seu estímulo leva a midríase através da contração
do músculo radial da íris, que tem somente inervação simpática.
O Músculo tarsal superior é inervado pelo tronco simpático superior e plexo carotídeo;
quando bloqueado ou lesado leva à Síndrome de Horner, que se caracteriza por miose, ptose
palpebral e vasodilatação com ausência de sudorese do lado ipsilateral à lesão (ou bloqueio).
A síndrome de Horner pode ocorrer após bloqueio do gânglio estrelado e, ocasionalmente,
pode ser uma complicação do bloqueio interescalênico do plexo braquial.
Glândulas Lacrimais
A cadeia simpática cervical inibe a produção, enquanto o núcleo lacrimal do VII par (nervo
facial) leva à produção de lágrimas.
Parótida
A inervação simpática inibe sua produção via cadeia simpática cervical. O parassimpático
estimula a secreção via IX par craniano (glossofaríngeo).
Glândulas Sudoríparas
O estímulo simpático leva à sudorese, não havendo inervação parassimpática.
As fibras pré-ganglionares e pós-ganglionares que estimulam a maioria das glândulas sudo-
ríparas (exceto nas palmas das mãos e solas dos pés) são colinérgicas. Além disso elas são
estimuladas por centros hipotalâmicos considerados parassimpáticos.
Dessa forma, a sudorese poderia ser considerada uma função do SNP ainda que controlada
por fibras situadas no SNS.
Portal Anestesia
Glândulas Apócrinas
O simpático é responsável pela liberação de uma secreção espessa e odorífera, não havendo
efeito parassimpático. São estimuladas por fibras adrenérgicas, apesar de sua relação embrio-
lógica próxima às glândulas sudoríparas.
16
Sistema Digestório
No estômago, o vago estimula a secreção gástrica e o simpático a inibe através do plexo celí-
aco, com fibras de T6 – T9.
No pâncreas o plexo celíaco e mesentérico superior inibem a secreção; o vago tem o efeito
oposto, estimulando a secreção.
Com relação ao baço, temos apenas inervação simpática com contração da cápsula e desvio
de sangue para a circulação.
No fígado, o SNS, através do plexo celíaco, promove glicogenólise, enquando a inervação
vagal provoca gliconeogênese.
Vesícula biliar: plexo celíaco diminui secreção e o vago aumenta.
O SNS inibe peristaltismo, a secreção e a contração de esfíncteres. O SNP estimula o peris-
taltismo, as secreções intestinais e o relaxamento de esfíncteres.
Bexiga
Fibras simpáticas de T11 – L2 promovem relaxamento do músculo detrusor da bexiga e con-
traem esfíncter interno, levando à retenção urinária. Enquanto isso, fibras parassimpáticas
de S2 – S4 promovem contração do músculo detrusor da bexiga e relaxam o esfíncter inter-
no, promovendo diurese.
SNS e SNP formam o plexo nervoso vesical que é contínuo com o plexo hipogástrico inferior.
Útero
A inervação simpática vem do plexo uterovaginal cuja origem é no plexo hipogástrico infe-
rior. A inervação parassimpática vem de S2 – S4.
Portal Anestesia
As fibras são motoras, sendo que o simpático inibe a contração uterina, enquanto o paras-
simpático apresenta pouca atuação.
Neurotransmissores
17
A transmissão entre os locais de junção terminal (fendas sinápticas) do SNA periférico ocor-
re através de liberação de substâncias químicas.
Transmissores interagem com receptores na parede do órgão e evocam uma resposta bioló-
gica.
O SNA pode ser farmacologicamente subdividido pelo neurotransmissor secretado na célula
efetora. A divisão farmacológica clássica designa o SNS e SNP como adrenérgico e colinér-
gico, respectivamente.
Nos terminais das fibras pós-ganglionares do SNP ocorre liberação acetilcolina (ACh). Com
a exceção das glândulas sudoríparas, a noradrenalina é o principal neurotransmissor libera-
do nos terminais das fibras pós-ganglionares do SNS. Transmissão pelo ATP, neuropeptídio
Y (NPY) e noradrenalina foi demonstrada nos terminais nervosos simpáticos vasculares em
diferentes tecidos, incluindo músculo, intestino, rim e pele. Os neurônios pré-ganglionares
de ambos os sistemas secretam acetilcolina.
As terminações das fibras pós-ganglionares de ambas as subdivisões do SNA são anatomi-
camente e fisiologicamente similares. As terminações são caracterizadas por múltiplas rami-
Síntese de Ach
A ACh é considerada o principal neurotransmissor do SNP. ACh é formada na terminação
pré-sináptica por acetilação de colina com acetil coenzima A. Este passo é catalisado pela co-
lina acetiltransferase. ACh é então armazenada numa forma concentrada em vesículas pré-
-sinápticas. Durante o repouso ocorre liberação contínua de pequenas quantidades de ACh
denominadas quanta. Cada quanta resulta em pequenas mudanças no potencial elétrico da
placa sem produzir despolarização. Estes são conhecidos como potenciais de placa terminal
em miniatura.
Portal Anestesia
18
Metabolismo da Acetilcolina
A capacidade de um receptor para modular a função de um órgão efetor é dependente de
recuperação rápida para o seu estado de linha de base após a estimulação. Para que isto ocor-
ra, o neurotransmissor deve ser rapidamente removido da vizinhança do receptor. Remoção
de ACh ocorre por hidrólise rápida pela acetilcolinesterase, que é produzida pelas células
musculares. Esta enzima é encontrada em neurônios, na junção neuromuscular e em vários
Não imprima esta apostila, a natureza agradece
outros tecidos do corpo. Uma enzima semelhante, pseudocolinesterase ou colinesterase plas-
mática, sintetizada no fígado, também é encontrada em todo o corpo, mas apenas de forma
limitada no tecido neural.
Portal Anestesia
FIXANDO CONHECIMENTO
(TSA – 2015) O fator indispensável para liberação das vesículas de ace-
tilcolina na porção terminal do neurônio motor é o (a):
19
A) Influxo de sódio
B) Influxo de cálcio
C) Variação de voltagem
D) Ativação dos receptores nicotínicos pré – juncionais
Resposta: B
cerca de 10 vezes mais tempo que aqueles causados por estimulação direta. ADRE tem um
maior efeito metabólico do que a NORA. Isso pode aumentar a taxa metabólica do corpo
tanto quanto 100%. Ela também aumenta a glicogenólise no fígado e músculo com liberação
de glicose no sangue. Estas funções são todas necessárias para preparar o corpo para lutar
ou fugir.
20
Catecolaminas
Uma catecolamina é qualquer composto com um núcleo de catecol (anel de benzeno com
dois grupos hidroxila) e uma cadeia lateral contendo amina. As catecolaminas endógenas
em humanos são a dopamina (DOPA), NORA e ADRE. A dopamina é um neurotransmissor
presente no SNC, principalmente envolvido na coordenação da atividade motora no cére-
bro. É o precursor da NORA. NORA é sintetizada e armazenada nos terminais nervosos
dos neurônios pós-ganglionares do SNS. Também é sintetizada na medula suprarrenal e é o
precursor químico da ADRE. Estoques de ADRE estão localizados principalmente em célu-
las cromafins da medula adrenal. Cerca de 80% a 85% do teor de catecolaminas na medula
suprarrenal é ADRE e 15% a 20% é NORA. O cérebro contém ambos os receptores dopami-
nérgicos e noradrenérgicos, mas catecolaminas circulantes não atravessam a barreira hema-
toencefálica. As catecolaminas presentes no cérebro são sintetizadas lá.
As catecolaminas são, muitas vezes, referidas como drogas adrenérgicas porque suas ações
efetoras são mediadas através de receptores específicos para o SNS. Simpatomiméticos po-
dem ativar esses mesmos receptores devido a sua semelhança estrutural. Por exemplo, a clo-
Não imprima esta apostila, a natureza agradece
nidina é um agonista do receptor α2 que não possui um núcleo catecol mas apresenta uma
semelhança notável com a NORA que lhe permite ativar um receptor. Drogas que produzem
efeitos semelhantes simpáticos, mas falta a estrutura básica da catecolamina são definidos
como simpatomiméticos. Todas catecolaminas clinicamente utilizadas são simpaticomimé-
ticos, mas nem todos os simpaticomiméticos são catecolaminas.
Os efeitos das catecolaminas sintéticas ou endógenas sobre os receptores adrenérgicos po-
dem ser diretos ou indiretos. Catecolaminas de ação indireta (efedrina) têm pouco efeito
intrínseco sobre os receptores adrenérgicos, mas produzem os seus efeitos estimulando a
liberação do neurotransmissor armazenado nos terminais nervosos do SNS. Algumas cate-
colaminas sintéticas e endógenas estimulam receptores adrenérgicos diretamente (fenilefri-
na) enquanto outros têm um modo misto de ação. As ações das catecolaminas de ação direta
são independentes dos estoques de NORA endógenos; no entanto, as catecolaminas de ação
indireta são inteiramente dependentes dos estoques de NORA endógenos.
Síntese
O principal local de síntese da NORA é dentro ou perto das terminações nervosas pós-gan-
glionares. Fenilanina ou tirosina é captada para dentro do axoplasma. Tirosina hidroxilase
catalisa a conversão da tirosina para a diidroxifenilalanina. Daqui para frente todos os com-
Portal Anestesia
postos são considerados catecolaminas. Este é o passo limitante da taxa na qual a síntese da
NORA é controlada através de feedback negativo.
Diidroxifenilalanina através da dopa descarboxilase converte-se em dopamina que entra nas
vesículas dos neurônios pós-ganglionares onde a enzima dopamina-β-hidroxilase a conver-
te em NORA. A medula suprarrenal contém feniletanolamina-N-metiltransferase transfor-
21
mando a NORA em ADRE.
Todas as catecolaminas endógenas são armazenadas em vesículas pré- sinápticas e liberadas
na chegada de um potencial de ação. Acoplamento excitação-secreção em neurônios simpá-
ticos é Ca+2 dependente.
Regulação
O aumento da atividade do SNS nervoso, como na insuficiência cardíaca congestiva ou es-
tresse crônico, estimula a síntese de catecolaminas. Glicocorticoides do córtex adrenal esti-
mulam o aumento da feniletanolamina-N-metiltransferase que metila NORA em ADRE.
A liberação de NORA é dependente da despolarização do nervo e um aumento da permeabi-
lidade aos íons cálcio. Esta liberação é inibida pela colchicina e prostaglandina E2, sugerindo
um mecanismo contrátil. NORA inibe a sua própria liberação estimulando a receptores α2
pré-sinápticos. A fenoxibenzamina e fentolamina, antagonistas dos receptores α, aumentam
a liberação de NE por bloqueio dos receptores inibitórios α2 pré-sinápticos.
Término de ação da NORA no local efetor é quase inteiramente por recaptação nos terminais
do neurônio pré-sináptico. Isto é, um processo que requer energia e depende da temperatura.
A recaptação de NORA nos terminais pré-sinápticos também é um processo estereoespecí-
Portal Anestesia
Captação extraneuronal é uma forma menor de inativação de NORA. A NORA que é ab-
sorvida pelo tecido extraneuronal é metabolizada pela monoaminoxidase (MAO) e cate-
col-O-metiltransferase (COMT) para formar ácido vanilmandélico. A pequena quantidade
de catecolaminas que escapa destes dois mecanismos se difunde para dentro da circulação
metabolizada pelo fígado e rim. Recaptação é a via predominante para a inativação das cate-
colaminas endógenas, enquanto o metabolismo pelo fígado e rim é a via predominante para
catecolaminas exógenas. Isso explica a maior duração de ação das catecolaminas exógenas.
O produto metabólico final das catecolaminas é o ácido vanilmandélico. O ácido vanilman-
délico é o principal metabólito (80% a 90%) da NORA encontrada na urina. Menos de 5% de
NORA liberada aparece inalterada na urina. Os produtos metabólicos excretados na urina
fornecem uma estimativa bruta de atividade do SNS e pode facilitar o diagnóstico clínico de
feocromocitoma.
Receptores Colinérgicos
ACh é o neurotransmissor em três classes distintas de receptores. Estes receptores podem ser
diferenciados pela sua localização anatômica e a sua afinidade para agonistas e antagonistas.
ACh tem a função de primeiro mensageiro na transmissão de impulsos no SNP, nos gânglios
do SNS, e na junção neuromuscular do músculo esquelético.
Portal Anestesia
Receptores colinérgicos estão subdivididos em receptores muscarínicos e nicotínicos porque
muscarina e nicotina os estimulam seletivamente. No entanto, tanto os receptores muscarí-
nicos quanto nicotínicos respondem à ACh.
Muscarina ativa os receptores colinérgicos nas junções pós- ganglionares do SNP no coração
e na musculatura lisa. A estimulação muscarínica é caracterizada por bradicardia, diminui-
23
ção do inotropismo, broncoconstrição, miose, salivação, hipermotilidade gastrointestinal e
aumento da secreção de ácido gástrico. Os receptores muscarínicos podem ser bloqueados
por atropina, sem efeito sobre os receptores nicotínicos. Os receptores muscarínicos são en-
contrados em outros locais além das junções pós-ganglionares do SNP. Eles são encontrados
na membrana pré-sináptica de terminais nervosos simpáticos no miocárdio, vasos coroná-
rios e na vasculatura periférica. Estes são chamados de receptores muscarínicos adrenérgicos
como por causa de sua localização; no entanto, eles também são estimulados pela ACh. A
estimulação destes receptores inibe a liberação de NE de modo semelhante a estimulação
do receptor α2. Bloqueio muscarínico remove a inibição da liberação de NE, aumentando a
atividade do SNS. Atropina, o protótipo de bloqueador muscarínico, pode produzir atividade
simpatomimética dessa maneira assim como bloqueio vagal. Bloqueadores neuromusculares
que causam taquicardia podem ter um mecanismo de ação semelhante. A ação da Ach nos
receptores adrenérgicos pré-sinápticos muscarínicos é um potente inibidor da liberação de
NORA. O receptor muscarínico pré-juncional pode desempenhar um papel fisiológico im-
portante porque vários tecidos inervados autonomicamente por ambos os sistemas (coração)
possuem plexos que estão intimamente associados. Nestes plexos, Ach lançada a partir dos
terminais nervosos nas proximidades do SNP (nervo vago) pode inibir a liberação de NE
Não imprima esta apostila, a natureza agradece
pela ativação dos receptores adrenérgicos pré-sinápticos muscarínicos.
Os receptores nicotínicos são encontrados nas junções sinápticas de ambos gânglios do SNS
e SNP. Como ambas as junções são colinérgicas, ACh ou agonistas da ACh, tais como a nico-
tina, vão excitar as fibras pós-ganglionares dos dois sistemas. Baixas doses de nicotina pro-
duzem estimulação dos gânglios do SNA enquanto doses elevadas produzem bloqueio. Esta
dualidade é referida como o efeito nicotínico. Estimulação nicotínica dos gânglios do SNS
produz hipertensão arterial e taquicardia devido a liberação de NORA e ADRE da medula
adrenal. Liberação de hormônios na adrenal é mediada por acetilcolina em células croma-
fins, que são análogos aos neurônios pós-ganglionares. Um novo aumento da concentração
de nicotina produz hipotensão e fraqueza neuromuscular, porque ele se torna um bloquea-
dor ganglionar. A junção neuroefetora colinérgica do músculo esquelético também contém
receptores nicotínicos, embora eles não sejam idênticos aos receptores nicotínicos dos gân-
glios do SNA.
Receptores Adrenérgicos
Os receptores adrenérgicos são denominados adrenérgicos ou noradrenérgicos, dependendo
da sua capacidade de resposta a ADRE ou a NORA. As semelhanças e diferenças entre os
dois fármacos originou a divisão em dois tipos de receptores adrenérgicos, alfa (α) e beta (β).
Portal Anestesia
relativo α ou β.
Há ainda outro receptor adrenérgico periférico específico para a dopamina que é denomina-
do receptor dopaminérgico (DA). Estes receptores DA foram identificados no sistema nervo-
so central, renal, mesentérico e vasos coronários. A importância fisiológica destes receptores
é um assunto de controvérsia porque não existem neurônios dopaminérgicos periféricos
identificáveis.
A presença do receptor DA periférico foi obscurecido porque a dopamina não afeta o receptor
de DA exclusivamente. Também estimula os receptores α e β de um modo dose dependente.
No entanto, os receptores DA funcionam de forma independente de α ou β bloqueio e são
modificados por antagonistas de DA, como haloperidol, droperidol e fenotiazinas. Assim,
existe uma necessidade para a adição do receptor de DA e seus subconjuntos (DA1 e DA2).
A distribuição dos receptores adrenérgicos em órgãos e tecidos não é uniforme e as suas fun-
ções são diferentes, não só pela localização, mas também pelo número e/ou distribuição. Os
receptores adrenérgicos podem ser pré-sinápticos, pós-sinápticos ou extra-sinápticos.
Portal Anestesia
da responsividade aos receptores α1 do miocárdio desempenha um papel primordial na gê-
nese de arritmias malignas induzidas por catecolaminas durante a isquemia e reperfusão do
miocárdio. As drogas que possuem uma potente atividade antagonista α1 tais como prazo-
sina e fentolamina proporcionam atividade antiarrítmica significativa. O mecanismo clínico
e o significado destes resultados ainda não são claros. No entanto, não há dúvida de que os
antagonistas α1 adrenérgicos evitam arritmias ventriculares induzida por catecolaminas.
25
A descoberta de α-adrenoreceptores pré-sinápticos e o seu papel na modulação da transmis-
são NORA fornece o substrato para a subclassificação de receptores α em subtipos α1 e α2.
Receptores α1 pré-sinápticos não foram identificados e esses receptores aparecem confinados
apenas à membrana pós-sináptica. Por outro lado, os receptores α2 são encontrados tanto
pré como pós-sinápticos.
Os adrenoreceptores α2 podem ainda ser subdivididos em até quatro subtipos. Os receptores
α2 pós-sinápticos tem muitas ações, que incluem vasoconstrição arterial e venosa, agregação
plaquetária, inibição da liberação de insulina, inibição da motilidade intestinal, estimulação
da liberação de hormônio de crescimento e inibição da liberação de hormônio antidiurético
(ADH).
Receptores α2 podem ser encontrados em vias colinérgicas, bem como em vias adrenérgicas.
Eles podem modular significativamente a atividade parassimpática também. A investigação
atual sugere que a estimulação α2 das vias parassimpáticas desempenha um papel impor-
tante na modulação do reflexo barorreceptor (sensibilidade aumentada), mediação vagal da
frequência cardíaca (bradicardia), broncoconstrição e salivação (boca seca). No entanto, os
Os receptores α1 ainda são subdivididos em α1A1D, α1B, α1C. São pós-sinápticos e são
encontrados nas células da musculatura lisa da vasculatura periférica e artérias coronárias
(vasoconstrição), útero, pele, intestino (relaxamento) e leitos esplâncnicos.
Com relação à afinidade dos agonistas pelo receptor temos que: NORA ++++ > ADRE+++
> DOPA++ > ISO+
Parece haver também no coração um efeito inotrópico positivo; estudos mostraram que a
responsividade α1 miocárdica pode causar arritmias graves durante IAM e reperfusão; dessa
forma, drogas inibidoras α1 (fentolamina e prazosina) proporcionam efeito antiarrítmico.
Receptores α1 pós-sinápticos causam maior vasoconstricção coronariana que os receptores
α2 pós-sinápticos.
Receptores α1 pós-sinápticos não dependem de cálcio extracelular para vasoconstrição. Eles
foram encontrados no miocárdio e desempenham papel inotrópico no coração insuficien-
te. A ativação desses receptores também causa vasoconstrição periférica. Esses receptores
predominam na vasculatura renal, onde sua ativação promove vasoconstricção; nos túbulos
Receptores alfa 2
Os receptores α2 podem ainda ser subdivididos em α2A, α2B e α2C. São pré ou pós-sináp-
ticos, estando localizados nos nervos periféricos, no SNC, nas plaquetas, fígado, pâncreas e
olhos.
Os receptores pós-sinápticos causam vasoconstricção arterial e venosa, estimulam a agrega-
ção plaquetária, inibem a liberação de insulina, do ADH e diminuem a motilidade intestinal.
Por outro lado, estimulam a liberação de GH.
Quando são pré-sinápticos, inibem a liberação de NORA, predominando efeitos parassim-
páticos.
Quanto à afinidade dos agonistas por esses receptores, tem-se que: Clonidina++++ >
NORA+++ > ADRE++ > FENILEFRINA+. A NORA atua sobre ambos receptores α1 e 2.
Receptores α2 pós-sinápticos dependem de cálcio extracelular para constrição do vaso. A
Portal Anestesia
ativação dos pós-sinápticos causa vasoconstricção periférica, enquanto a ativação dos pré-si-
nápticos causa inibição da liberação de NE, produzindo vasodilatação.
Receptores α2 pré-sinápticos cerebrais e na medula espinhal estão envolvidos com a inibição
da liberação de NE.
Nos rins causam excreção de sódio e água por inibição da renina.
27
A ativação das proteínas Gi / G0 causa inibição da adenilciclase, dos canais de cálcio e dos
canais de potássio; nos receptores pré-sinápticos causam vasodilatação e nos pós-sinápticos
vasoconstrição
Receptores β
Respondem com ordem de potência: NORA < ADRE < isoproterenol
Os receptores β-adrenérgicos, tais como os receptores α, foram divididos em subtipos. Eles
são designados em β1 e β2. Recentemente, a clonagem molecular demonstrou a existência de
um terceiro subtipo, ou seja, receptor β3. A ativação de todos os subtipos destes receptores
induz a ativação da adenilciclase e aumento da conversão do ATP em adenosina-3 - 5’-mo-
nofosfato (AMP cíclico).
Receptores β1 predominam no miocárdio, no nó sinusal e no sistema de condução ventri-
cular. Os receptores β1 também medeiam os efeitos das catecolaminas no miocárdio. Estes
receptores são igualmente sensíveis à ADRE e NORA, que os distingue dos receptores β2.
Efeitos da estimulação β1 incluem especificamente os efeitos sobre o sistema cardiovascular.
Não imprima esta apostila, a natureza agradece
Os receptores β2 estão localizados na musculatura lisa dos vasos sanguíneos na pele, múscu-
lo, mesentério e na musculatura lisa brônquica. A estimulação produz vasodilatação e relaxa-
mento brônquico. Os receptores β2 são mais sensíveis à ADRE que à NORA. Receptores β1
são distribuídos pela membrana pós-sináptica e não foram identificados na membrana pré-
-sináptica. Receptores β2 são pré e pós-sinápticos. Receptores β2 de localização pré-sinápti-
ca, quando ativados, produzem efeitos totalmente opostos às do receptor α2 pré-sináptico. O
receptor β2 pré-sináptico acelera a liberação de NORA endógena, ao passo que o bloqueio
deste receptor irá inibir a liberação de NORA. O antagonismo dos receptores pré-sinápticos
β2 produz um resultado semelhante a ativação do receptor α2 pré-sináptico. Os receptores
β1 pós-sinápticos estão localizados na membrana sináptica e respondem primariamente a
NORA neuronal. Os receptores β2 pós-sinápticos, como o receptor α2 pós-sináptico, respon-
dem primariamente à ADRE.
Receptores beta1
Predominam no miocárdio, nó sinoatrial e sistema de condução ventricular. São igualmente
sensíveis a NORA e ADRE, o que os diferencia dos β2. Quanto à afinidade dos agonistas por
estes receptores, temos que: ISO++++ > EPI+++ > NE++ > DOPA+.
São pós-sinápticos. Os efeitos inotrópicos da NORA são mediados inteiramente pelos β1.
Portal Anestesia
São os receptores predominantes nos rins e causam liberação de renina. A Ativação da pro-
teína Gs estimula a adenilciclase (aumenta AMPc) e os canais de cálcio, gerando aumento na
frequência cardíaca e inotropismo.
Receptores βeta2
28
São encontrados nos músculos lisos dos vasos sanguíneos (vasodilatação) da pele, músculos
e mesentério. Nos brônquios promovem relaxamento da musculatura, com broncodilatação.
São mais sensíveis à ADRE que à NORA. A afinidade pelos agonistas, em ordem decrescente,
é ISO++++ > ADRE+++ > NORA+++ > DOPA+.
Podem ser pré e pós sinápticos. Os efeitos dos β2 pré-sinápticos são opostos aos dos recepto-
res α2 pré- sinápticos, pois aceleram a liberação de NE endógena. Receptores β2 pré-sinápti-
cos também estão no miocárdio e sistema de condução do coração, embora sejam só 20-30%
dos receptores β desses locais.
Os efeitos inotrópicos da ADRE são mediados pelos β1 e β2. Nos rins favorecem vasodilata-
ção dos vasos sanguíneos. Nos vasos periféricos, os β2 pós-sinápticos são os predominantes,
causando vasodilatação.
A ativação da proteína Gs estimula a adenilciclase (aumenta AMPc) e os canais de cálcio,
gerando relaxamento da musculatura lisa dos vasos, brônquios e coração.
Receptores dopaminérgicos
Receptores dopaminérgicos funcionam independentes de α e β bloqueios e são modificados
por antagonistas como haloperidol, droperidol e fenotiazinas.
A dopamina foi reconhecida não só como um vasopressor e precursor da NORA e ADRE,
mas também como um importante neurotransmissor central e periférico. Receptores de do-
pamina (DA) são localizados no SNC, em vasos sanguíneos e nervos simpáticos pós-gan-
glionares. Os receptores DA1 são pós- sinápticos, enquanto que os receptores DA2 são pré- e
pós-sinápticos.
A dopamina existe como um intermediário na biossíntese da norepinefrina e, além disso,
exerce efeitos α ou β dependendo da dose administrada). Foram demonstrados receptores
de dopamina tipo 1 (DA1) e tipo 2 (DA2) e estes continuam a ser os mais importantes dos
cinco receptores de dopamina clonados. Os receptores DA1 são pós-sinápticos e agem sobre
a vasculatura renal, mesentérico, baço, músculo liso vascular e promovem a vasodilatação
coronária por meio da estimulação da adenilato-ciclase e o aumento da produção de AMP
Portal Anestesia
cíclico. O efeito vasodilatador tende a ser mais forte nas artérias renais. É por esta ação,
particularmente a redistribuição do fluxo sanguíneo para os rins, que a dopamina é mais
frequentemente usada.
Receptores DA1 renais adicionais localizados nos túbulos modulam natriurese através da
bomba sódio-potássio ATPase. Os receptores DA2 pré- sinápticos, como o receptor α2 pré-
-sináptico, inibem a liberação de NORA e podem produzir vasodilatação. O receptor DA2
29
pós-sináptico pode promover vasoconstrição semelhante a causada pelo receptor α2 pós-si-
náptico. Este efeito é oposto ao do receptor pós-sináptico DA1 na vasculatura renal. A zona
glomerulosa do córtex da suprarrenal também contém receptores DA2, que inibem a libera-
ção de aldosterona.
Além disso, os receptores DA2 centrais podem mediar as náuseas e os vômitos, uma desco-
berta que pode explicar a atividade antiemética do droperidol, relacionada com a sua ativi-
dade no DA2.
Receptores dopaminérgicos
Há dois subtipos: DA1 que são SEMPRE pós-sinápticos e os DA2 que podem ser, por sua vez,
pré e pós sinápticos.
• DA1: Fenodolpan++++ DOPA++ ADRE+
diurese; a natriurese pode ser um resultado disso e melhora do débito cardíaco também
• DA1 nas células justaglomerulares estimulam a secreção de renina; ação moduladora da
diurese supracitada.
Proteínas G
30
Portal Anestesia
Estimulação dos receptores α2 através das proteínas Gi inibem a adenilatociclase. A abun-
dância relativa de proteínas G resultam na amplificação da transdução de sinal causado pelo
agonismo no receptor. O número de moléculas de proteína G excede em muito o número
de receptores β-adrenérgicos e moléculas de adenilatociclase. A concentração do receptor e
em última análise, a atividade de adenilatociclase limitam a resposta de catecolamina, e isto
31
talvez explique a eficácia dos inibidores da fosfodiesterase.
Células do miocárdio respondem à estimulação do receptor de modo diferente, dependendo
da identidade do primeiro mensageiro. Dois efeitos opostos, a inibição e a estimulação da
contratilidade, são ambos produzidos pela sequência: receptor → proteína G → efetores →
cascata enzimática. Norepinefrina faz com que as células do miocárdio contraiam com mais
vigor quando a subunidade α da proteína Gs ativa a adenilatociclase. As subunidades α per-
mitem a abertura de canais de potássio e a saída desse íon. A força de contração é diminuída
quando acetilcolina atua como um primeiro mensageiro e estimula o seu receptor para ativar
proteína Gi ou Go. Clinicamente importante, mudanças rápidas do ritmo cardíaco podem
ser explicadas pela ativação simultânea de Gs e Go.
α1: proteína Gq e ativação da fosfolipase C
α2: proteína Gi , G0 e inibição da adenilciclase
β: proteína Gs e estimulação da adenilciclase (aumenta AMPc)
Portal Anestesia
33