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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E GEORRECURSOS

VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA (VAE) (2ºano MEAmbi)


Mestrado Integrado em Engª do Ambiente
(2014/2015) Sala C01

SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA,


SANEAMENTO E AMBIENTE

António Jorge Monteiro (DECivil)


antonio.jorge.monteiro@tecnico.ulisboa.pt

Lisboa, 5 Março de 2015

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A solução que temos:
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Cadeia de valor dos serviços de Águas e Resíduos

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
O Ciclo Urbano da Água

O Ciclo Urbano da Água

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A solução que temos (ciclo urbano da água):

INTERLIGAÇÃO / COMPATIBILIDADE DE SOLUÇÕES


SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Evolução Histórica dos Sistemas

EVOLUÇÃO DO TIPO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Evolução Histórica dos Sistemas de Saneamento

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Constituição dos Sistemas

Componentes Órgãos Objectivo / função


Captação Obras de captação Captar água bruta nas origens (superficiais e
subterrâneas), de acordo com as disponibilidades e
as necessidades.

Tratamento Estações de tratamento Produzir a água potável a partir de água bruta,


de água (ETA) obedecendo às normas de qualidade

Elevação Estações elevatórias e Bombar água (bruta ou tratada) entre um ponto de


sobrepressoras cota mais baixa e um ou mais pontos de cota mais
elevada.

Transporte ou Adutores, aquedutos e Conjunto de obras destinadas a transportar a água


adução canais desde a origem à distribuição. O transporte pode ser:
em pressão (por gravidade e por bombagem); com
superfície livre (aquedutos e canais).

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Constituição dos Sistemas

Componentes Órgãos Objectivo / função


Armazenamento Reservatórios Servir de volante de regularização, compensando as
flutuações de consumo face à adução.
Constituir reservas de emergência (combate a
incêndios ou em casos de interrupção voluntária ou
acidental do sistema de montante).
Equilibrar as pressões na rede de distribuição.
Regularizar o funcionamento das bombagens.

Distribuição Rede geral pública de Conjunto de tubagens e elementos acessórios, como


distribuição de água sejam juntas, válvulas de seccionamento e de
descarga, redutores de pressão, ventosas, bocas de
rega e lavagem, hidrantes e instrumentação
(medição de caudal, por exemplo), destinado a
transportar água para distribuição.

Ligação domiciliária Ramais de ligação Asseguram o abastecimento predial de água, desde a


rede pública até ao limite da propriedade a servir, em
boas condições de caudal e pressão.

Distribuição interior Redes interiores dos Conjunto de tubagens e elementos acessórios para
edifícios distribuição de água no interior dos edifícios.

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Constituição dos Sistemas

Componentes Órgãos Objectivo / função


Rede interior de Rede de drenagem Conjunto de tubagens e elementos acessórios para
drenagem interior dos edifícios recolha de águas residuais do interior dos edifícios.

Ligação domiciliária Ramais de esgoto Asseguram a recolha das águas residuais, desde o
limite da propriedade a servir e a rede pública.

Sistema de Drenagem Rede geral pública de Conjunto de tubagens e elementos acessórios, como
drenagem de águas caixas de visita destinado a recolher as águas
residuais residuais para os interceptores e emissários.

Transporte para ETAR e Interceptores e Conjunto de tubagens e elementos acessórios, como


destino Final Emissários caixas de visita, destinado a transportar as águas
residuais para as ETAR ou para destino final.

Estação de tratamento
Tratamento de Águas de águas Residuais Tratar a água residual de forma a produzir um
Residuais (ETAR) efluente compatível com a respectiva reutilização ou
com a capacidade de assimilação do meio receptor.

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Captação de Águas Superficiais

Exemplo de Torre de tomada de água


em albufeira

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
ETA

Exemplo: ETA-Estação de Tratamento de Água

Oficinas Edifício
de exploração

Mistura rápida
Edifício
dos reagentes Floculadore
s
Saturadores
de cal

Filtros
Espessadores

Armazenamento
de cloro e CO2
Desidrataçã
o
de lamas

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL

Exemplo :Grupos elecrobomba em Estação Elevatória

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Constituição dos Sistemas de drenagem

Redes interiores dos edifícios


a1) Águas pluviais
a2) Águas residuais domésticas, industriais e comerciais

Ramais de ligação à rede geral de drenagem

Rede geral de drenagem: colectores, câmaras de visita, sarjetas de passeio


e/ou sumidouros (em redes unitárias ou separativas de águas pluviais).

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Constituição dos Sistemas de drenagem

Estações elevatórias e condutas de impulsão. Câmaras de parafusos de


Arquimedes.

Emissários e interceptores.
Estações de tratamento.

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Constituição dos Sistemas de drenagem

Exutores de lançamento e destino final (emissários submarinos).

Descarregadores de tempestade.

Sifões invertidos. Pontes-canal em viadutos.

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Constituição dos Sistemas de drenagem

Obras especiais – atravessamentos.

Túneis.

Lagoas de amortecimento e retenção.

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Constituição dos Sistemas de Saneamento

ETAR- Estação de Tratamento de Águas Residuais (solução natural)

ETAR FATACA - ODEMIRA ETAR S. Gonçalo (Guarda)

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Situação actual em Portugal (PEASAAR)

BALANÇO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PEASAAR 2000-2006: VERTENTE EM ALTA


ÂMBITO TERRITORIAL DOS SISTEMAS

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

SANEAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS

ABASTECIMENTO SANEAMENTO DE 19
DE ÁGUA ÁGUAS RESIDUAIS
SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Situação actual em Portugal

BALANÇO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PEAASAR 2000-2006: NÍVEIS DE ATENDIMENTO

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Situação actual em Portugal

100 100
90 90
80 80
70 70
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006 1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006

Nível de atendimento em tratamento de AR Nível de atendimento em drenagem de AR

A aprovação do PEAASAR 2007-2013 no final de 2006, veio definir objectivos


e a estratégia nacional com vista à sua prossecução:
 Servir 95% da população com sistemas públicos de abastecimento de água;

 Servir 90% da população com sistemas públicos de drenagem de águas residuais.


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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Situação actual em Portugal

UM DOS DESAFIOS ACTUAIS É O TARIFÁRIO CORRECTO

SUSTENTABILIDADE SOCIAL

Socialmente Aceitável
Como bem essencial a vida e ao bem estar

PROPOST
SUSTENTABILIDADE SUSTENTABILIDADE ECONOMICA
AMBIENTAL E FINANCEIRA
A
Tarifário
Equilibrado
Protector do Ambiente Auto/Sustentável
Como dissuasor de Como garante da qualidade
consumos excessivos e continuidade do serviço

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
Situação actual em Portugal

A Cidade Sustentável
• As dimensões de Ecologia (Ambiente, E1), Ética (social, E2) e Económica (E3)
Eficiência na utilização de recursos (controlo de perdas de água, reutilização de
efluentes; controlo na origem de águas pluviais, produção de energia ).
E2

E1 E3

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL
DIRECTIVA QUADRO DA ÁGUA E OBJECTIVOS DO MILÉNIO - CPLP

• Evolução dos Planos de Gestão de Regiões Hidrográficas (Norte, Centro, Tejo, Alentejo e
Algarve)- Caracterização, Cenários, Perspectivas, Objectivos, Medidas, Plano de Acção para
protecção do Ambiente Hidrico.

O SANEAMENTO E A SATISFAÇÃO DE OBJECTIVOS DO


MILÉNIO – O “PAPEL” DE PORTUGAL NO
CUMPRIMENTO DE METAS DO OBJECTIVO “7” nos CPLP

UN – DÉCADA DA ÁGUA (1995-2015)


UN – ANO MUNDIAL DO SANEAMENTO (2008)

Objectivo 7- Assegurar a Sustentabilidade Ambiental

Reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a população sem


acesso seguro e sustentável a água e a saneamento (1200
milhões e 2400 milhões, respectivamente.
(Não se vai cumprir em África, em termos de saneamento).
Situação nos PALOP: Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde
e S. Tomé e Príncipe.
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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL

• Cobertura em abastecimento de água nos • Cobertura em saneamento nos


PALOP (1990 e 2008). PALOP (1990 e 2008).

Total Total
Não Adequado Água Adequado Ar livre Não
adequado canalizada adequado
Angola 1990 64 36 0 Angola 1990 25 61 14
2008 50 50 20 2008 57 23 20
Cabo Verde 1990 - - - Cabo Verde 1990 - - -
2008 16 84 38 2008 54 42 4
Guiné Bissau 1990 - - 2 Guiné Bissau 1990 - - -
2008 39 61 9 2008 21 31 46
Moçambique 1990 64 36 5 Moçambique 1990 11 65 22
2008 53 47 8 2008 17 42 38
São Tomé e 1990 - - - São Tomé e 1990 - - -
Príncipe Príncipe
2008 11 89 26 2008 26 55 15

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Desafios que se colocam em
países em vias de desenvolvimento:

• Elevados crescimentos demográficos;


• Forte tendência de migração da população
do meio rural para o meio urbano;
• Aumento da pressão das necessidades de
água;
• Aumento dos problemas de Saúde Pública;
• Necessidade de reduzir as emissões de
gases com efeito de estufa;
• Necessidade de adaptação às alterações
climáticas;
• Diversos exercícios de Planeamento
Estratégico são difíceis de Implementar por
falta de recursos e de capacitação.
Bairros informais
Ponto de Partida

 Bairros de desenvolvimento informal


 Ambientes insalubres;
 Abastecimento de água intermitente;
 Níveis elevados de perdas de água;
 Dificuldade em assegurar água potável.
Os Resíduos Sólidos e a Drenagem Pluvial
Bairros Informais (Solução ?)
Condicionar a implantação de novas áreas informais

Condicionar atendendo aos espaços naturais de:


 Drenagem Pluvial;

Depois
 Vias de acesso (também para remoção ou
deposição de RSU);

 Abastecimento de Água e o

 Saneamento de Águas Resíduais.

 Se nós não resolvermos a população arranja solução.


 Mas é normalmente mais dispendiosa e pior
Bairros Informais
Solução técnica transitória para reflectir

Com:
 Abastecimento de água intermitente;
 Elevados níveis de perda de água;
É muito dispendioso e praticamente impossível soluções de
curto prazo que permitam assegurar água potável na torneira;
A solução mais eficiente (transitória?) pode ser assumir que a
água distribuída pela rede de abastecimento não é para ser
ingerida.

Assumir que a água que distribuímos não é água potável.


Só serve para outros usos.

Distribuição de água potável:


Desafios das Cidades do Futuro
Ponto de Partida

 CIDADES MADURAS E ESTABILIZADAS:


 Reduções demográficas;
 Infra-estruturas envelhecidas;

 Sustentabilidade Económica
 Redução de consumos resulta em:
• infra-estruturas sobredimensionadas
• Redução de receitas
 Melhoria da eficiência é necessária para evitar o
aumento dos custo unitário da água fornecida.
Cidades Maduras e Estabilizadas
Tendências de desenvolvimento das necessidades de Projecto

Concepção de
Sistemas Novos

Aumento do nível de atendimento

Envelhecimento dos sistemas existentes

Reabilitação e Expansão
de Sistemas Existentes
Cidades Maduras e Estabilizadas
Planear o Ciclo Urbano da Água

Sistema de Abastecimento de Água

Sistema de Drenagem de Águas Residuais


Soluções para Sistemas de Abastecimento de Água
que olhem para o Ciclo urbano da água

BACIA Superficie
impermeável
Poluentes Tanque retenção
Escoamento superficial
aplicados no de efluentes
das águas pluviais
solo

DRENAGEM
SISTEMA
DT

Infiltração Exfiltração Tratamento Descargas


(Lixiviação) directas

ETAR
Captações
subterrâneas

superficiais
Águas
Águas

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SISTEMAS DE ABASTECIMENTO E DE SANEAMENTO AMBIENTAL

VALÊNCIAS AMBIENTAIS EM ENGENHARIA

ANO LECTIVO 2014/2015

TEMAS PARA TRABALHO NO ÂMBITO DO CICLO URBANO DA ÁGUA

Saneamento Ecológico

Serviços de Água na Cidade do Futuro

Saneamento Básico nos PALOP

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