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Victória Rodrigues – RA: 260316 Como perfumes a flor;

O mar é – lago sereno,


Função Referencial – Contexto O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A Bailarina – Cecília Meireles A vida – um hino d’amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Esta menina Que noites de melodia
tão pequenina Naquela doce alegria,
quer ser bailarina. Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d’estrelas,
Não conhece nem dó nem ré A terra de aromas cheia
mas sabe ficar na ponta do pé. As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Não conhece nem mi nem fá Oh! dias da minha infância!
Mas inclina o corpo para cá e para lá. Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Não conhece nem lá nem si, Nessa risonha manhã!
mas fecha os olhos e sorri. Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar De minha mãe as carícias
e não fica tonta nem sai do lugar. E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Põe no cabelo uma estrela e um véu Eu ia bem satisfeito,
e diz que caiu do céu. Da camisa aberta o peito,
– Pés descalços, braços nus –
Esta menina Correndo pelas campinas
tão pequenina A roda das cachoeiras,
quer ser bailarina. Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças. Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
O poema nos passa uma informação sobre a Trepava a tirar as mangas,
menina que quer ser bailarina, com linguagem Brincava à beira do mar;
que pode ser considerada denotativa, embora não Rezava às Ave-Marias,
seja um poema objetivo. Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
Função Emotiva – Remetente E despertava a cantar!

Meus oito anos – Casimiro de Abreu Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Oh! que saudades que tenho Da minha infância querida
Da aurora da minha vida, Que os anos não trazem mais!
Da minha infância querida – Que amor, que sonhos, que flores,
Que os anos não trazem mais! Naquelas tardes fagueiras
Que amor, que sonhos, que flores, A sombra das bananeiras
Naquelas tardes fagueiras Debaixo dos laranjais!
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais! O poema é em 1ª pessoa e possui bastante
Como são belos os dias saudosismo e nostalgia com relação à infância,
Do despontar da existência! expressados através das memórias e pontuação.
– Respira a alma inocência
Função Conativa – Destinatário Função Fática – Contato

Versos Íntimos – Augusto dos Anjos Via Láctea – Olavo Bilac

Vês! Ninguém assistiu ao formidável Ora (direis) ouvir estrelas! Certo


Enterro de sua última quimera. Perdeste o senso!" e eu vos direi, no entanto,
Somente a Ingratidão – esta pantera – Que, para ouvi-las, muita vez desperto
Foi tua companheira inseparável! E abro as janelas, pálido de espanto...
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem, que, nesta terra miserável, E conversamos toda a noite, enquanto
Mora, entre feras, sente inevitável A via-láctea, como um pálio aberto,
Necessidade de também ser fera. Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Toma um fósforo. Acende teu cigarro! Inda as procuro pelo céu deserto.
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja. Direis agora: "tresloucado amigo!
Se alguém causa inda pena a tua chaga, Que conversas com elas? Que sentido
Apedreja essa mão vil que te afaga, Tem o que dizem, quando estão contigo?"
Escarra nessa boca que te beija!
E eu vos direi: "amai para entendê-las!
O eu lírico utiliza-se de verbos no imperativo Pois só quem ama pode ter ouvido
para dar uma ordem ao destinatário do poema. Capaz de ouvir e de entender estrelas".

Função Poética – Mensagem Com o uso dos termos “direis agora”, “amigo” e
“E eu vos direi”, o eu lírico dá a entender que
O amor, quando se revela – Fernando Pessoa está falando com um interlocutor.

O amor, quando se revela, Função Metalinguística – Código


Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela, Desencanto – Manuel Bandeira
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente Eu faço versos como quem chora
Não sabe o que há de dizer. De desalento...de desencanto
Fala: parece que mente Fecha o meu livro, se por agora
Cala: parece esquecer Não tens motivo nenhum de pranto.
Ah, mas se ela adivinhasse, Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Se pudesse ouvir o olhar, Tristeza esparsa...remorso vão...
E se um olhar lhe bastasse Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Pra saber que a estão a amar! Cai, gota a gota, do coração.
Mas quem sente muito, cala; E nestes versos de angústia rouca,
Quem quer dizer quanto sente Assim dos lábios a vida corre,
Fica sem alma nem fala, Deixando um acre sabor na boca.
Fica só, inteiramente! Eu faço versos como quem morre.
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar, O eu lírico escreve sobre o ato de escrever
Já não terei que falar-lhe poesia, sendo então uma poesia metalinguística.
Porque lhe estou a falar…

O poema fala sobre um eu lírico que é tímido


para contar a amada sobre seus sentimentos, mas
demonstra seu amor ao falar sobre o ato de amar.
Timidez – Cecília Meireles
Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída


das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

- palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,


entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,


os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...

- e um dia me acabarei.

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