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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
NATAL – RN
2018
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA
iii
RESUMO
A temperatura ideal para banho em uma piscina varia de acordo com a atividade
fim a ser desenvolvida. Para piscinas abertas, normalmente a água deve estar a uma
temperatura entre 25 e 30ºC. Logo, para manutenção da temperatura em níveis
aceitáveis de banho, deve-se atentar para a influencia das perdas e adição de calor na
piscina, e projetar sistemas de aquecimento que venham suprir essa demanda energética.
O sistema abordado foi o de aquecimento por energia solar, através de coletores solares
de placas planas ALO-SOLAR 1002. Foram calculadas as perdas de calor, em regime
permanente, relacionada aos mecanismos de transferência de calor condução, radiação,
convecção e a evaporação de água. O estudo foi aplicado a piscinas de diferentes
dimensões, uma olímpica (1250 m2) com uma cobertura de polietileno e sem a
cobertura, outra semiolímpica (625 m2) e uma terceira com 1/4 da área da piscina
olímpica (312,5 m2), ambas abertas e localizadas na cidade de Natal/ RN. A temperatura
ambiente considerada foi de 24ºC, a temperatura da piscina a ser mantida foi de 28ºC e
a velocidade do vento de 4.4 m/s (16 km/h), valores estes fixados. Para o aquecimento
da piscina olímpica aberta, foram necessárias 844 placas solares, enquanto que para a
piscina olímpica com a cobertura, o total de placas foi de 632 placas solares, uma
redução de 25%. Na piscina semiolímpica e na piscina de ¼ da área da olímpica, foram
necessárias 424 e 208 placas coletoras, respectivamente.
iv
ABSTRACT
The ideal temperature to swim in a swimming pool varies according with
activity to play. Normally, to open swimming pools, the water should be between 25
and 28ºC of temperature. So, to maintenance of temperature in admissible level to
swim, it is necessary to look to the loss and addition of heat mechanism which influence
in the pool and to project a heat sistem that to supply these necessity. The sistem
analyzed was the solar heating by the plane solar collectors ALO-Solar 1002. It were
calculated loss heat, in permanente regime, related to the heat transfer mechanisms like
convection, conduction and radiation, and still, to the evaporaration. The review was to
different swimming pools, a open/closed olimpic swimming pool (1250 m2), a open
semiolimpic swimming pool (625 m2) and a open swimming pool with ¼ area of
olimpic swimming pool (312,5 m2), they located at Natal/RN. The environment
temperature select was 24ºC, swimming pool temperature was 28ºC and the wind
velocity was 4,4 m/s (16 km/h), all these values were fixed. To heating the open olimpic
swimming pool were necessary 844 solar panels, whereas to the closed olimpic
swimming pool total of solar panels was 632, a reduction of 25%. To the semiolimpic
swimming pool and to the swimming pool with ¼ area of olimpic swimming pool were
necessary 424 and 208 solar panels, respectively.
v
LISTA DE SÍMBOLOS
A Área [m2]
𝑎0 Coeficiente linear/eficiência óptica do coletor [-]
𝑎1 Coeficiente de segunda ordem das perdas térmicas [-]
𝑎2 Coeficiente de terceira ordem das perdas térmicas [-]
𝑏0 Coeficiente de primeira ordem do modificador do ângulo de incidência [-]
𝑏1 Coeficiente de segunda ordem do modificador do ângulo de incidência [-]
𝑐𝑝 Calor específico a pressão constante [kJ/kg.K]
𝐸0 Taxa de evaporação para piscinas abertas [kg/h.m2]
𝐹𝑅 Fator de remoção de calor pelo fluido [-]
𝐺𝑇 Irradiação global no plano do coletor solar [W/m2]
ℎ𝑓𝑔 Calor latente de vaporização [kJ/kg]
ℎ Coeficiente de convecção de calor [W/m2. K]
𝑘 Condutividade térmica [W/m.K]
𝐾𝜏𝛼 Modificador do ângulo de incidência [-]
𝐿 Comprimento [m]
𝑚̇𝑐 Fluxo de massa no coletor [kg/s]
𝑁𝑠 Número de coletores em série [-]
𝑃 Pressão absoluta [Pa]
𝑄̇𝑢 Taxa de calor útil do coletor [W]
𝑄̇ Taxa de calor [kW]
𝑅 Constante universal dos gases [kJ/mol.K]
𝑟1, 𝑟2 Fatores de correção para eficiência do coletor [-]
𝑇 Temperatura [ºC]
𝑈𝐿 Coeficiente de primeira ordem das perdas térmicas do coletor [W/m2K]
𝑈𝐿𝑇 Coeficiente de segunda ordem das perdas térmicas do coletor [W/m2K2]
𝑈′𝐿 Coeficiente modificado de perdas térmicas do coletor [W/m2K]
𝑢𝑤𝑖𝑛𝑑 Velocidade do vento [m/s]
Gregos
∆ Variação [-]
𝜀 Emissividade [-]
𝜂 Eficiência térmica de primeira lei [-]
𝜃 Ângulo de incidência da radiação solar [º]
𝜌 Massa específica do ar [kg/m3]
𝜎 Constante de Stefan-Boltzmann [W/m2.K4]
𝜏𝛼 Produto transmitância-absortância [-]
∅ Umidade relativa [-]
𝜔 Umidade absoluta do ar [kg(s)/kg(a)]
vi
LISTA DE ABREVIATURAS/SUBÍNDICES
𝑎𝑟 Condição do ar ambiente
𝑎𝑤 Ar – água
c Coletor
𝑐𝑜𝑛𝑑 Condução
𝑐𝑜𝑛𝑣 Convecção
cover Cobertura
𝑒𝑣𝑎𝑝 Evaporação
𝑒𝑣𝑎𝑝, 𝑆 Evaporação pelo método de Shah
𝑒𝑣𝑎𝑝, 𝑇 Evaporação pelo método de Tarrad
𝑔𝑟𝑜𝑢𝑛𝑑 Solo
i Condição de entrada
𝑛 Incidência normal
o Condição de saída
𝑝𝑎𝑟 Paredes
PEBD Polietileno de Baixa Densidade
𝑟 Na temperatura da sala
𝑟𝑎𝑑 Radiação
𝑠 Superfície da piscina
𝑢𝑠𝑒 Condição de uso
𝑡𝑒𝑠𝑡 Condição de teste
𝑠𝑘𝑦 Céu
𝑣 Vapor
𝑣, 𝑠𝑎𝑡 Vapor nas condições de saturação
𝑤 Na temperatura de saturação da água
vii
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
5 - CONCLUSÕES ....................................................................................................... 34
6 - REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 35
viii
1
1 – INTRODUÇÃO
O Brasil é o segundo país que mais constrói piscinas no mundo, atrás apenas dos
Estados Unidos, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes, Construtores
de Piscinas e Produtos Afins (ANAPP, 2017). A superfície da piscina está exposta a
vários fenômenos naturais, como a adição e perda de calor. Os mecanismos que atuam
favorecendo essas perdas de calor são: condução, convecção, radiação e a evaporação.
A perda por condução geralmente é a mais insignificante, podendo em alguns casos até
ser desprezada. A perda por convecção depende da diferença de temperatura entre a
água da piscina e do ar ao seu redor, e também da velocidade do ar, combinados levam
a convecção a ser a segunda maior perda. Perdas de calor por radiação são maiores
durante a noite, especialmente para piscinas externas, mas também existe a adição de
calor por radiação, pois a piscina também tem a capacidade de absorver calor. A
evaporação consiste na maior perda de calor, chegando a uma quantia de cerca de 60 %
na maioria dos casos. Uma cobertura pode ser usada nos períodos de não utilização da
piscina para diminuir tanto os efeitos da radiação como da evaporação. A umidade do
2
ambiente influencia diretamente no conforto dos usuários - seu excesso causa uma
sensação de falta de ar - e na durabilidade dos prédios e residências onde estão
localizadas as piscinas. Assim, se faz necessário o cálculo dessas taxas de perdas e
adição de calor para se fazer o correto dimensionamento do sistema de ventilação do
prédio e aquecimento/resfriamento da piscina.
merece destaque são os coletores solar de tubo a vácuo. Essa é uma boa alternativa para
lugares com pouca incidência de luz, já que eles têm uma maior eficiência para atingir
temperaturas mais altas que os outros sistemas de aquecimento solar. Existem ainda os
coletores solares planos hidráulicos, com ou sem cobertura de vidro, e os coletores
concentradores com cobertura (CPC).
2 - REVISÃO LITERÁRIA
A radiação solar que chega a terra é capaz de fornecer uma grande quantidade de
energia se bem convertida. Observa-se que o sol é uma das fontes mais promissoras, por
fornecer condições de energia abundante e limpa. Nos trópicos, onde se localiza a
cidade de Natal, e nas zonas temperadas é possível o aproveitamento dos dias de sol,
pois a umidade relativa é baixa e o céu é praticamente sem nuvens. Devido a essa
condição, essa região é considerada privilegiada em termos de radiação e insolação, e é
denominada de cinturão solar da Terra (ROCHA, 2012).
Figura 2.1 – Média anual por horário do dia da radiação global em Natal/RN.
A Figura 2.2 aborda a distribuição das médias mensais da irradiação global para
a cidade de Natal/RN, de acordo com os dados do software Radiasol2. O valor da
5
irradiação global horizontal diária para o estado do Rio Grande do Norte é em torno de
5750 Wh/m2 (PEREIRA et al, 2017).
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Mês
Fonte: Radiasol2.
De acordo com a FINA (2013), a água da piscina deve ser mantida entre 25 e
28ºC para assegurar uma condição de conforto térmico aos usuários. Outros limites de
temperatura do e da temperatura da piscina estão representadas na Tab. 2.1. Para
garantir essa condição, o sistema de aquecimento deve suprir uma grande demanda
térmica, que foi retirada da água por mecanismos naturais de perdas de calor, como:
evaporação, convecção, radiação e condução. Vale a pena ressaltar que para uma
piscina sem cobertura, as perdas térmicas são de 54 - 69% por evaporação, 15 - 21% por
convecção e 7 - 21% para radiação. A condução representa cerca de 5% apenas
(TARRAD, 2017).
Umidade
Tipo de piscina Temperatura do ar, ºC Temperatura da água, ºC relativa do
ar, %
Residenciais 24 a 29 24 a 29
Condomínio 24 a 29 24 a 29
Hotel 28 a 29 28 a 30
50 a 60
Pública, escolar, 24 a 29 24 a 29
competição
Terapêutica 27 a 29 29 a 35
Hidromassagem/Spa 27 a 29 36 a 40
Para reduzir estas perdas de calor, uma maneira simples e eficiente é a aplicação
de uma cobertura sobre a piscina, nos períodos de inatividade, ou seja, nos horários de
não utilização da piscina. As perdas por evaporação são drasticamente reduzidas, assim
como as perdas por convecção e por radiação, já que é impedida a saída do vapor de
água, o coeficiente de convecção passa a ser do ar e não mais da água, e a emissividade
considerada para radiação passa a ser a do material da cobertura. Segundo Starke
(2012), as reduções chegam a aproximadamente 98% nas perdas líquidas de energia,
sendo até desnecessário o aquecimento da piscina nessa condição. Lembrando que, a
piscina utilizada em sua pesquisa tinha 24 m2 de área superficial, e a cobertura utilizada
era de polietileno de baixa densidade.
8
As perdas de calor por radiação de onda longa podem ser descritas pela fórmula
geral, comumente usada por autores da área de transferência de calor e massa, enquanto
que o os ganhos de calor por radiação de ondas curtas é definido como uma função da
absortividade da superfície da piscina, e tratada por Duffie (2013). A radiação ainda é
influenciada diretamente pela sua difusão em cada tipo de superfície, as quais podem
variar diretamente pelo ângulo de incidência pelo qual os raios atingem a área de
contato, e, no caso dos coletores solares, ainda há um aumento dessa difusividade já que
tem sobre ele uma proteção de vidro.
9
3 – METODOLOGIA
O coletor solar de placa plana escolhido para a análise e aplicação no estudo foi
o ALO-SOLAR 1002. Este é fabricado totalmente de polietileno de baixa massa
específica, não possui cobertura de vidro na superfície superior e não possui isolamento
térmico na superfície inferior, o que leva esse coletor a ter um preço mais acessível em
comparação com os coletores metálicos fechados. Devido as suas características, o
coletor ALO-SOLAR é recomendado para o aquecimento de piscinas, já que essa
atividade não exige uma eficiência alta das placas coletoras.
Para a quantificação das perdas de calor pela superfície das piscinas, foram
utilizadas fórmulas da literatura especializada aplicadas em piscinas sem banhistas. Para
o dimensionamento dos sistemas de ventilação dos prédios e aquecimento/resfriamento
das piscinas, se faz uso da taxa de evaporação de água em piscinas abertas, com e sem
perturbação (presença ou não de banhistas, ou outro meio que venha a agitar a água). Os
modelos matemáticos para o cálculo das taxas de evaporação utilizados neste trabalho
são de Shah (2012b) e de Tarrad (2017). Uma atenção maior é dada a taxa de
evaporação devido a este ser o mecanismo que causa a maior perda de calor em uma
piscina.
Neste trabalho foi dada atenção apenas para os quatros principais tipos de taxas
de perdas de calor em uma piscina aberta e/ou coberta – condução, radiação, convecção
e evaporação. A adição de calor por radiação de ondas curtas não foi considerado
devido a piscina não estar exposta diretamente ao sol, logo 𝑄̇𝑠𝑜𝑙 = 0. Pode-se ter outras
formas de adição e perdas de calor, como: o calor emitido pelos corpos dos banhistas
para a piscina, calor proveniente da água de reposição e o calor adicionado por bombas
de calor para pré-aquecimento e manutenção da temperatura da piscina. Algumas dessas
taxas de perdas e adição de calor que não foram consideradas para os cálculos estão
10
representadas na Fig. 3.1, juntamente com as outras quatro taxas utilizadas neste
trabalho.
Onde,
De acordo com Shah (2012b), a taxa de evaporação pode ser dada pelas Eqs.
(3.1) e (3.2):
1 (3.1)
𝐸0 = 35𝜌𝑤 (𝜌𝑟 − 𝜌𝑤 )3 (𝜔𝑤 − 𝜔𝑟 )
𝐸0 = 0,00005(𝑃𝑤 − 𝑃𝑟 ) (3.2)
Na Eq. (3.1), a massa evaporada é devido ao efeito da convecção natural, que foi
derivada de uma analogia entre transferência de calor e massa. O processo explicativo
desta se encontra no apêndice do artigo de Shah (2012a). Já a Eq.(3.2) mostra a
evaporação causada pelas corrente de ar produzidas pelos sistemas de ventilação de
prédios (caso elas se localizem em condomínios). Esta foi obtida através de uma análise
de dados que tratavam de densidade negativa. Como descrito em ASHRAE (2007) a
velocidade do ar em piscinas comuns são geralmente de 0,05 a 0,15 m/s. A Eq. (3.2) só
deve ser considerada para velocidades acima de 0,15 m/s.
𝑃𝑟 (3.3)
𝜌𝑟 =
𝑅𝑎𝑟 𝑇𝑎𝑟
𝑃𝑤 (3.4)
𝜌𝑤 =
𝑅𝑤 𝑇𝑝𝑖𝑠𝑐
𝑃𝑣 = 𝑅𝑇 (3.5)
Pode-se tratar o ar atmosférico como uma mistura de gases ideais, cuja pressão é
a soma da pressão parcial do ar seco 𝑃𝑎𝑟 e da pressão de vapor 𝑃𝑣 , segundo Cengel
(2013), denotada da seguinte forma, como na Eq. (3.6).
𝑃 = 𝑃𝑎𝑟 + 𝑃𝑣 (3.6)
𝑃𝑣 (3.7)
𝜙= . 100
𝑃𝑣,𝑠𝑎𝑡
Sabendo que a umidade 𝜙 utilizada para o cálculo era de 60%, e que os valores
de 𝑃𝑣,𝑠𝑎𝑡 são tabelados e disponíveis nos apêndices dos livros de termodinâmica, agora é
possível encontrar o valor da pressão do ar seco 𝑃𝑎𝑟 . Consequentemente as massas
específicas também ficam definidas numericamente, já que 𝑃𝑎𝑟 = 𝑃𝑟 e 𝑃𝑣 = 𝑃𝑤 .
13
Com relação à umidade absoluta 𝜔, a Eq. (3.8) pode ser usada para determiná-la.
A unidade é dada em kg de vapor de água/ kg de ar seco.
𝑃𝑣 (3.8)
𝜔 = 0,622.
𝑃𝑎𝑟
A taxa de evaporação dada por Shah (2012b) pode ser descrita pelo produto
entre a quantidade de massa evaporada e o calor latente da água, dada pela Eq. (3.9).
Fonte: CONSTRUTENS.
total a transferência de calor, daí se obtém a Eq. (3.17). Lembrando que a parede
inferior foi considerada como tendo a mesma configuração das paredes laterais.
∆𝑇𝑤,𝑔𝑟𝑜𝑢𝑛𝑑 (3.17)
𝑄̇𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝐴𝑝𝑖𝑠𝑐
𝑅𝑡
𝑅𝑡 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 (3.18)
Δ𝑇 Δ𝑇 2 (3.21)
𝜂𝑐 = 𝐹𝑅 [(𝜏𝛼)𝑛 − 𝑈𝐿 − 𝑈𝐿𝑇 ]
𝐺𝑇 𝐺𝑇
Δ𝑇 Δ𝑇 2 (3.22)
𝜂𝑐 = 𝑎0 − 𝑎1 − 𝑎2
𝐺𝑇 𝐺𝑇
Δ𝑇 (3.24)
𝜂𝑐 = 𝐹𝑅 (𝜏𝛼)𝑛 − 𝐹𝑅 𝑈′𝐿
𝐺𝑇
1 1
𝐾𝜏𝛼 = 1 − 𝑏0 (cos 𝜃 – 1) − 𝑏1 (cos 𝜃 – 1)2 (3.25)
−𝐴𝑐 𝐹 𝑈𝐿 ′
𝑚̇𝑐𝑝
[𝐹𝑅 𝑈′𝐿 ]𝑢𝑠𝑒 [ ′ (1 − 𝑒 𝑚̇𝑐𝑝 )]𝑢𝑠𝑒
𝐴𝑐 𝐹 𝑈𝐿 (3.26)
𝑟1 = = −𝐴𝑐 𝐹 ′ 𝑈𝐿
[𝐹𝑅 𝑈′𝐿 ]𝑡𝑒𝑠𝑡 𝑚̇𝑐𝑝 𝑚̇𝑐𝑝
[ (1 − 𝑒 )]𝑡𝑒𝑠𝑡
𝐴𝑐 𝐹 ′ 𝑈𝐿
Onde o parâmetro 𝐹 ′ 𝑈𝐿 deve ser calculado pela Eq. (3.27) tanto para a condição
de uso, quanto para a condição de teste.
1 − (1 − 𝐴𝑐 𝐹𝑅 𝑈 ′ 𝐿 )𝑁𝑠
𝑟2 =
𝐴 𝐹 𝑈
𝑁𝑠 𝑐𝑚̇𝑐𝑅 𝐿 (3.28)
𝑝
𝑄̇𝑢 (3.32)
𝐴𝑐 =
𝐺𝑇 𝜂𝑐
𝐴𝑐 (3.33)
𝑁𝑠 =
1,1
Os dados utilizados nos cálculos do coletor solar foram fornecidos pelo próprio
fabricante se encontram resumidos na Tab. 3.1.
no telhado da casa (1). Depois de aquecida, a água retorna pela tubulação (3), ainda por
força da bomba (5), e que é também auxiliada pela força da gravidade. A água aquecida
se junta à água do sistema de filtragem (4) que é impulsionada pela bomba (6). Faz-se
necessária essa mistura das águas de diferentes temperaturas, para que a água quente
não seja despejada diretamente na piscina e venha a ocasionar possíveis danos a pele
dos banhistas. Se faz necessário um sistema de gerenciamento eletrônico para
acionamento e desligamento da bomba de aquecimento. Pode-se ainda colocar na
junção da linha de retorno (3) com a água filtrada (4) uma válvula termostática para
realizar o controle da passagem da água aquecida para a piscina.
Fonte: FullEstruturas
A aplicação dos modelos foi feita com dados: de uma piscina de olímpica (2m x
25m x 50m), para uma piscina semiolímpica (2m x 25m x 25m) e para uma piscina com
¼ da área da piscina olímpica (2m x 25m x 12,5m). Todas elas localizadas na cidade de
Natal, no Estado do Rio Grande do Norte (RN). A umidade relativa do ar local
considerada foi de 60%, e a média da velocidade do vento de 4.4 m/s (16 km/h).
23
Tabela 3.2 – Dados de entrada para a piscina olímpica e coeficientes das equações de
adição e perda de calor.
Temperatura da piscina 𝑻𝒔 28 ºC
Temperatura do ar 𝑇𝑎𝑟 24 ºC
Temperatura do solo 𝑇𝑔𝑟𝑜𝑢𝑛𝑑 24 ºC
Umidade do ar 𝜙 60%
Pressão atmosférica 𝑃𝑎𝑡𝑚 101160 Pa
Área superficial da piscina 𝐴𝑠 1250 m2
Volume da piscina - 2500 m3
Condutividade térmica da argamassa 𝑘𝑎𝑟𝑔𝑎𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 0,75 W/m.K
Condutividade térmica do azulejo 𝑘𝑎𝑧𝑢𝑙𝑒𝑗𝑜 0,40 W/m.K
Condutividade térmica do concreto 𝑘𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 1,4 W/m.K
Emissividade da água 𝜀𝑤 0,9
Emissividade da cobertura 𝜀𝑐𝑜𝑣𝑒𝑟 0,92
Espessura da parede 𝐿 14 cm
Irradiação média global horizontal 𝐺 718,75 W/m2
4 - RESULTADOS E DISCUSÕES
24
23
22 23 24 25 26 27 28
T_ground (ºC)
100
Q_rad (kW)
90
80
70
22 23 24 25 26 27 28
T_ar(ºC)
27
100
80
60
2,9 3,28 3,66 4,04 4,4 4,81 5,2
u_wind (m/s)
120
Q_conv (kW)
80
40
0
22 23 24 25 26 27 28
T_ar (ºC)
28
250 Evaporação -
Q_evap (kW)
Shah
200
Evaporação -
150 Tarrad
100
50
22 23 24 25 26 27 28
T_ar (ºC)
250
200 Condução
Q (kW)
Convecção
150
Radiação
100
Evaporação - Shah
50 Evaporação - Tarrad
0
22 23 24 25 26 27 28
T_ar (ºC)
250
Condução
200
Convecção
Q (kW)
150
Radiação
100 Evaporação - Tarrad
50
0
2,9 3,28 3,66 4,04 4,4 4,81 5,2
u_wind (m/s)
Figura 4.8 – Gráfico da distribuição das perdas de calor para a piscina olímpica aberta.
21%
50%
23%
200
150 Condução
Q (kW)
Radiação
100 Convecção
Evaporação
50
0
1250 625 312.5
Ap (m2)
Figura 4.10 - Comportamento de 𝑄̇ para uma piscina olímpica com e sem a cobertura de
polietileno.
200
150
Q (kW)
Condução
100 Radiação
Convecção
50
Evaporação
0
Com Sem
Presença da cobertura
200
150
Q (kW)
Condução
100 Radiação
50 Convecção
Evaporação
0
1250 sem 1250 com 625 312.5
cobertura cobertura
Ap (m2)
Figura 4.12 – Distribuição das perdas de calor para uma piscina olímpica com
cobertura.
7%
33%
29%
31%
34
5 - CONCLUSÕES
Para a piscina semiolímpica aberta, o total de placas coletoras foi de 424, e para
o último caso avaliado, a quantidade foi de 208 placas coletoras. Esses dados levaram a
conclusão de que para Natal/RN a área de placas coletoras correspondem a 74% da área
da superfície da piscina. Apesar do elevado custo inicial, os aquecedores solares
apresentam um retorno econômico em longo prazo, pois durante sua operação eles só
necessitam da incidência solar e do fluido de trabalho, que pode ser a própria agua da
piscina, para poderem fazer a conversão da energia solar em térmica. Levando em
consideração os dias de baixa incidência de radiação solar, pode-se ainda associar os
coletores solares a sistemas de aquecedores elétricos para suprir a demanda térmica. E
ainda, durante o período de não utilização da piscina, é indicado colocar sobre ela uma
cobertura, para assim diminuir as perdas de calor, principalmente as perdas de calor por
evaporação.
6 - REFERÊNCIAS
RZEZNIK,I. Study on water evaporation rate from indoor swimming pools. E3S
Web of Conferences, 2017.