Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Eu,___________________________________________________________, portador
do BI_______________, NIF ________________, e residente ________________
_______________________________________________________________, venho
por este meio manifestar e fundamentar a minha indignação perante o conteúdo do
Plano de Praia do Monte Clérigo, o qual considero incoerente, obscuro e reprovável.
Urbanismo
Especulação imobiliária
1
Resolução do Concelho de Ministros nº 142/95, de 21 de Novembro
Tendo em conta episódios recentes na Costa Portuguesa e as brutais discrepâncias
entre o Plano de Praia do Monte Clérigo e os 92 restantes, teme-se que esta decisão
possa vir a ser aproveitada no futuro por projectos imobiliários que apenas beneficiam
os envolvidos na sua implementação.
Fiel a este paradigma e consciente da sua realidade, a Costa Vicentina tem-se afirmado
nos últimos anos como um destino de eleição para o Turismo de Natureza em nichos
de mercado emergentes como o surf, caminhadas, cicloturismo e observação de
fauna e flora. Este caminho reflecte a vontade da população, autarquia e actores locais.
2
http://medipred.pt/imovel/terreno-venda-aljezur/
3
http://www.icnf.pt/portal/naturaclas/ordgest/poap/popnsacv/popnsacv-doc-fases-1-2-3
4
http://bpiexpressoimobiliario.pt/Terreno/Aljezur/Aljezur/a7263249
5
Castro J (1996). Selecção e Gestão de Áreas Marinhas Protegidas no Parque Natural do Sudoeste
Alentejano e Costa Vicentina. Laboratório de Ciências do Mar, Pólo de Sines. Universidade de Évora.
local, tanto nativa6 como exótica7, constituem um factor fundamental na estabilização
das arribas e dunas, pelo que a sua remoção poderá precipitar a desagregação destas
áreas, acelerando os processos naturais de erosão costeira.
Quem vem para a Costa Vicentina, fá-lo porque não quer “o outro Algarve”. Procura aqui
um refúgio temporário, vem em busca de algo único, que não se explica mas se sente,
mesmo sem se saber. E é bom que haja espaço para todos. Se a Costa Vicentina
deixar de ser única, quem lá vai passará a ir para outro lado (se ainda existirem lugares
únicos), e ter-se-á perdido mais uma oportunidade de fazer diferente.
Desertificação e mais-valias
Capacidade de carga
6
Costa JC (2001). Tipos de vegetação e adaptações das plantas do litoral de Portugal continental. In
Albergaria Moreira, M.E., A. Casal Moura, H.M. Granja & F. Noronha (ed.) Homenagem (in honorio)
Professor Doutor Soares de Carvalho: 283- 299. Braga. Universidade do Minho.
7
Di Tomaso JM, Kyser GB et al. (2013). Weed control in natural areas of the Western United Sates. Weed
Research and Information Centre. University of California. 544 pp.
Por estas contas, a Praia do Monte Clérigo é aliás considerada pelo POC-OV como
com a 4ª praia com maior capacidade de carga em todo o Barlavento Algarvio,
sendo apenas ultrapassada pela Meia-Praia, Praia da Rocha, e Praia da Luz - todas
elas altamente urbanizadas, sem protecção legal, e fora da Costa Vicentina – sendo
realidades impossíveis de comparar.
O próprio POC-OV (Relatório Ambiental pp. 99-103) refere para o concelho de Aljezur
uma oferta de alojamento turístico de um máximo de 2292 utentes, distribuídos por 379
estabelecimentos de alojamento local registados8. Ou seja, o POC-OV sugere que a
Praia do Monte Clérigo possa albergar mais utentes do que a totalidade da oferta
turística no concelho.
Mais ainda, publicitam a Praia do Monte Clérigo como uma espécie de ”potencial paraíso
balnear de massas“, o que é algo utópico, inexistente e perigoso. Os mesmos, apesar
de meramente teóricos, não só ignoram como suportam o aumento da pressão a que
esta área sensível se encontrará invariavelmente sujeita durante os meses de
Verão, acelerando os processos naturais de erosão costeira, e de degradação por
impacto humano.
Considerações finais
Não são de todo perceptíveis as razões que estão na base das demolições
na Praia do Monte Clérigo, nem na base das gritantes e inúmeras incongruências
8
https://rnt.turismodeportugal.pt/RNT/ConsultaRegisto.aspx
nesta matéria ao longo dos vários Planos de Praia. Da mesma maneira, não é
claro quem suportaria o custo das intervenções, ou o que estaria previsto a nível
de renaturalização das áreas intervencionadas.
Por todas as razões acima referidas, venho por este meio defender de forma firme
que:
Conclusões
É de minha vontade que o POC-OV possa no futuro ser lembrado como um documento
que define uma lógica de conservação da Costa Vicentina em geral e da Praia do Monte
Clérigo em particular, e não um documento que abre uma porta à sua
descaracterização.
Possa o POC-OV respeitar e salvaguardar a Costa Vicentina, tanto a nível das suas
características naturais como identitárias, tendo por base a potenciação do Turismo de
Natureza, sensibilização, informação, e monitorização ambientais, assim como a
salvaguarda da pressão turística, urbanística e de visitação.
_____________________________________________
(Assinatura)