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Índice

Capítulo 1 Introdução à Biologia e Origem da Vida 01


Características dos Seres Vivos 01
Composição Química 01
Estrutura Celular 01
Reprodução 01
Metabolismo 02
Crescimento 02
Evolução 02
Reação 02
Movimento 02

Origem da Vida 02
Abiogênese (ou geração espontânea) 02
Biogênese 03
Abiogênse x Biogênese 03
Hipóteses menos aceitas sobre a origem da vida 04
Origem por evolução química 04

Capítulo 2 A Base Química da Vida 06


Água 06
Vitaminas 07
Sais Minerais 08
Carboidratos (ou glicídeos) 08
Monossacarídeos 09
Dissacarídeos 09
Polissacarídeos 09

Lipídeos 10
Triglicerídeos 10
Fosfolipídeos 10
Esteróides 10

Proteínas 11
Ligação peptídica 11
Estrutura das proteínas 11
Relação forma e função das proteínas 12
Proteínas simples e conjugadas 12
Enzimas 12
Ácidos Nucléicos 13
A molécula de DNA 13
Duplicação (replicação) do DNA 13
A molécula de RNA 14
Fases da tradução: 15
O código genetico 16

Capítulo 3 Envoltórios Celulares e Processos de Troca 17


Membrana plasmática 17
Modelo do mosaico fluido: 17
Glicocálice 17
Parede Celular 17
Processos de troca entre a célula e o meio externo 18
Citoplasma 21
Citoplasma de células procariontes 21
Citoplasma das células eucarióticas 21
Núcleo Celular 25
Carioteca 25
Nucleoplasma e Nucléolo 25
Cromatina 26

Capítulo 4 Metabolismo Energético: Respiração e Fermentação 27


Introdução 27
Reações Químicas 27
ATP (Adenosina Trifosfato) 27
Transportadores de hidrogênios: NAD+, NADP+ e FAD 27
Matéria de Biologia – Ensino Médio

CAPÍTULO
Introdução à Biologia
1 e Origem da Vida
Características dos Seres Vivos
A. Composição Química:
Nitrogênio Outros Na matéria bruta os Seres
1% 0%
Carbono elementos químicos
8%
Hidrogênio mais abundantes são o
Oxigênio
26% 65% oxigênio, o silício e o 1
alumínio. Nos seres
vivos os elementos
químicos mais
abundantes são o
Hidrogênio, o Oxigênio, o Carbono e o Nitrogênio (CHON).
Substancias orgânicas: são substancias formadas por
moléculas complexas, formadas principalmente por carbono e
hidrogênio.
Substancias Inorgânicas: são substancias formadas por moléculas simples, com pequeno
número de átomos.

B. Estrutura Celular
Apenas os seres vivos apresentam estrutura celular.
Seres uni e pluricelulares:
Seres unicelulares: Com uma célula.
Seres pluricelulares: Com mais de uma célula.
Célula Procariótica e Eucariótica:
Procariótica: Sem carioteca (membrana nuclear), núcleo disperso. São os moneras
(bactérias e cianobactérias).
Eucariótica: Com carioteca (membrana nuclear), núcleo individualizado. São os protistas,
fungos, vegetais e animais. Na célula eucariótica encontramos mitocôndria, complexo de golgi,
lisossomos, plastos, etc...
Nota: Apesar de os vírus serem considerados, por alguns autores, seres vivos, eles não
apresentam estrutura celular.

C. Reprodução
A reprodução é outra característica geral dos seres vivos, a reprodução pode ser assexuada
ou sexuada:
Assexuada: Sem a participação dos gametas, apenas um individuo participa do processo e
gera um ser geneticamente idêntico.

Anotações:
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Sexuada: Geralmente realizada por dois seres vivos e cada um deles fornece metade do
material genético ao descendente, ocorre com a participação dos gametas. O ser gerado não é
geneticamente idêntico aos seus descendentes.

D. Metabolismo

É o conjunto de reações químicas que ocorrem no corpo dos seres vivos e que são
responsáveis pela transformação da matéria e da energia. O metabolismo pode ser divido em
anabolismo e catabolismo:
Anabolismo: síntese de substâncias utilizadas para o crescimento e reparação de perdas
pelo organismo.
2
Catabolismo: degradação de substancias, com liberação de energias necessárias.
Nota: Os vírus não possuem metabolismo próprio, já que não possuem ribossomos para
sintetizar proteínas, portanto, não possuem enzimas. Por causa disso os vírus são parasitas
intracelulares obrigatórios e se utilizam do metabolismo da célula para se reproduzir.

E. Crescimento
Os seres vivos crescem por Intucepção (de dentro para fora) e os seres não vivos podem
crescer por Justaposição (De fora para dentro). Seres unicelulares crescem por aumento de
volume das células, enquanto que os multicelulares crescem por aumento do volume ou do
número de células.

F. Evolução
Foi primeiramente descrita por Charles Darwin e Alfred Wallace em meados do século XIX.
Está teoria se baseia no fato de que os seres vivos sofrem modificações ao longo do tempo por
processos que levam a uma maior adaptação, ou seja, evolução. Por nascerem mais indivíduos
do que o ambiente pode suportar, apenas os mais adaptados são capazes de sobreviver e
deixar um maior número de descendentes, isto é chamado seleção natural.

G. Reação

Todos os seres vivos têm capacidade de perceber estímulos do meio e a reagir com eles.

H. Movimento

De modo geral, os seres vivos apresentam movimentos como resposta a estímulos


ambientais.

Origem da Vida

Anotações:
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Abiogênese (ou geração espontânea)

Segundo está teoria, os seres vivos podem ser originados diretamente da matéria bruta.
Aristóteles (IV a.C.) acreditava que esta transformação se dava através de um “principio ativo”
(ou vital). Povos antigos, da Índia e do Egito, acreditavam que rãs, cobras e crocodilos podiam
ser gerados pelo lodo dos rios. Cientistas como o belgo Van Helmont (século XVII) chegaram a
criar receitas de seres vivos, como por exemplo, de ratos, que acreditava serem formados a
partir de uma camisa suada colocada junto a grãos de trigos em um local protegido, hoje sabe-
se que os ratos apenas eram atraídos por esta mistura.

Biogênese
3
Defende que a vida só se origina de outra forma de vida pré existente e semelhante. Os
principais defensores dessa teoria foram Francesco Redi, Spallanzani e Pasteur.

Abiogênse x Biogênese
As experiências de Redi
Francisco Redi (século XVII) foi o primeiro a se opor à abiogênese e com suas experiências
quase foi capaz de finalizar de vez com essa teoria. Redi fez uma série de experiências sobre a
geração de insetos, na qual colocava pedaços de carne em frascos abertos e fechados, e
constatou a formação de larvas apenas sobre a carne dos que estavam abertos. Com isso
concluiu que as larvas só se formaram nas carnes que tiveram contato com insetos e portanto
não podiam ser geradas espontaneamente.
As descobertas de Leeuwenhoek
Leeuwenhoek (século XVII-XVIII) aperfeiçoou os microscópios e com isso descobriu um
mundo até então desconhecido, foi o primeiro cientista a ver os microorganismos. Estes
organismos eram tão simples, que os adeptos da teoria da abiogênese concluíram que só
poderiam ter sido formados por geração espontânea, ressuscitando a discussão.
Needhan x Spallanzani
John Needham, em 1745, procura provar a abiogênese dos micróbios. Ele realizou vários
experimentos nos quais fervia frascos fechados contendo suco nutritivo, ele afirmou que
assim, matava todos os seres vivos presentes no frasco. Após alguns dias, constatou-se que
novos seres vivos estavam presentes no frasco. Needhan concluiu que haviam se formado
espontaneamente (abiogênese).
Em 1770, Lazzaro Spallanzani repetiu o experimento com algumas alterações e não obteve
os mesmo resultados. Ele fechou hermeticamente os frascos, impedindo contato com o meio
externo, e ferveu o suco nutritivo por mais tempo, afirmando que Needhan não havia matado
todos os organismos presentes. Nos frascos de Spallanzani não foram formados seres vivos.
Needhan rebateu afirmando que ao ferver o suco nutritivo por um tempo prolongado em
uma ambiente hermeticamente fechado, Spallanzani havia destruído o principio ativo e
alterado a qualidade do ar.
Spallanzani realizou novos experimentos, abrindo os frascos após a fervura prolongada e
constatou que seres vivos ainda podiam se desenvolver, provando assim que não destruíra o
Anotações:
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principio ativo. Porém, Spallanzani não foi capaz de provar que não alterava a qualidade do ar,
o que reforçava a teoria da geração espontânea.
Pasteur
Pasteur em 1860 derrubou de vez a teoria da abiogênese. Ele realizou a mesma experiência
de Spallanzani, porém utilizou frascos com um “pescoço de cisne” que não eram fechados
hermeticamente. O pescoço de cisne funcionava como um filtro, que impedia a contaminação
dos frascos, assim, ao ferver o suco nutritivo por tempo prolongado, não se observou a
formação de seres vivos, derrubando de vez a teoria da abiogênese.

4 da vida
Hipóteses menos aceitas sobre a origem
Com a aceitação da biogênese, surge a seguinte questão: se os organismos se originam
apenas de outros organismos, como se originou o primeiro?
Criacionismo
Está “teoria” afirma que os seres vivos foram criados por uma divindade, mantendo sua
forma original até hoje (fixismo). O criacionismo não se baseia em fatos e os dados disponíveis
sugerem fortemente o equivoco dessa teoria.
Panspermia Cósmica
De acordo com essa teoria, os seres vivos teriam se originado em outros lugares do
universo e foram trazidos por meteoritos que caíram na Terra. Essa hipótese, apesar de
explicar o surgimento da vida na Terra, não responde a questão de como se originou o
primeiro ser vivo, pois se a vida vem de outro planeta, como ela se formou lá?

Origem por evolução química


Proposta por Oparin e Haldani na década da 1920, essa teoria propõe que a vida na terra se
originou a partir de evolução química que teria ocorrido devido às condições da terra primitiva.
Nota: apesar de afirmar que os seres vivos se originaram da matéria bruta, essa teoria se
difere da abiogênese, pois afirma que a vida só pode surgir nas condições da Terra primitiva, e
não nas condições atuais.
Condições da Terra primitiva
 A crosta terrestre era liquefeita e se solidificou com o tempo, era bastante aquecida.
 Atmosfera formada por CH4 (metano), NH3 (amônia), H2 (gás hidrogênio) e H2O (vapor
de água.
 Não havia camada de ozônio (O3) portanto grande radiação cósmica atingia a crosta.
 Grande quantidade de relâmpagos.
 Mares rasos e com água aquecida.
Evolução Química
Oparin propõe que a partir dessas condições, teriam se formado aminoácidos que, devido
ao calor da crosta terrestre se associam formando proteinóides. Estes proteinóides se
associam formando esferas protéicas isoladas da água que são denominados coacervados, que
seriam isolados do meio por uma membrana de água deixando o meio interno
predominantemente orgânico, o que possibilitava a ocorrência de novas reações.
Anotações:
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Experimento de Stanley Miller


Em 1953, Miller comprovou ser possível a formação de moléculas orgânicas nas condições
da Terra primitiva, ele elaborou um aparelho chamado simulacro. No aparelho, Miller
introduziu os gases metano, amônia e hidrogênio, além de água que era fervida e circulava por
todo o sistema em um só sentido. Para simular os raios, Miller submeteu o balão que continha
a mistura gasosa à descargas elétricas. Pode perceber a formação de moléculas orgânicas
como aminoácidos.
O experimento de Sydnei Fox
Aqueceu uma mistura de aminoácidos sobre uma rocha magmática e percebeu a formação
de moléculas de natureza protéica que, em solução aquosa, se unem formando esferas 5
protéicas semelhantes aos coacervados propostos por Oparin, reforçando ainda mais está
hipótese.
Evolução Energética
Hipótese heterotrófica: Segundo essa hipótese, os primeiros seres vivos eram
heterótrofos e se alimentavam da matéria orgânica presente nos mares primitivos, acredita-se
que estes seres faziam fermentação, processo que libera CO 2 na atmosfera. Com o passar do
tempo, ocorreram mudanças na estrutura da terra primitiva, o alimento se tornou escasso e
começou a ocorrer competição. Surgem então por seleção natural, os seres autótrofos que se
aproveitavam do CO2,,agora presente na atmosfera, fazendo a fotossíntese, o que liberou
grandes quantidades de O2 e permitiu o surgimento dos seres heterótrofos que fazem
respiração.
Hipótese autotrófica: Está hipótese considera que a vida não poderia ter surgido na
superfície terrestre, tendo surgido nas profundezas oceânicas. Os primeiros seres seriam
autótrofos qumiossintetizantes. Somente depois teriam surgido os processos de fermentação,
fotossíntese e respiração.
Surgimento dos Procariontes
Já foram encontrados registros fósseis de seres procariontes fotossintetizantes que viveram
a 3,5 bilhões de anos. Como se acredita que os fotossintetizantes não foram os primeiros
seres, a vida deve ter surgido bem antes. Tais registros foram encontrados em estromatólitos,
tipo de rocha sedimentar.
Surgimento dos Eucariontes
As primeiras células eucarióticas teriam surgido de células procarióticas cuja membrana
plasmática sofreu evaginações e invaginações formando a carioteca e a maioria das estruturas
citoplasmáticas. Dentre estas estruturas, os cloroplastos e as mitocôndrias parecem ter tido
origem diferente, por possuírem seu próprio material genético, poderem se dividir
independentemente da célula, apresentarem movimento independente e serem capazes de
comandar uma série de reações em seu interior, acredita-se que estas estruturas eram
inicialmente seres procariontes que foram incorporados e passaram a viver em mutualismo
com as células eucarióticas.

Anotações:
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A base química
CAPÍTULO

2
Água:
da vida

Características
Polaridade: A molécula de água é formada 6 por dois átomos de
hidrogênio e um de oxigênio. Como o oxigênio é um elemento mais
eletronegativo que o hidrogênio ele acaba atraindo mais para próximo de
si os elétrons da ligação, como a molécula de água não é linear, isso faz
com que ela fique com um pólo carregado positivamente e outro
negativamente. Essa polaridade é responsável por varias das propriedades
da água como tensão superficial e dissolução.
Coesão: As moléculas de água se mantém fortemente unidas por pontes de hidrogênio,
cada molécula tende a se unir com outras quatro. Isso ocorre ocorrem devido a polaridade da
molécula, o pólo positivo de uma molécula é atraído pelo pólo negativo de outra.
Tensão Superficial: Coesão das moléculas de água na superfície, isso pode ser percebido
na formação de gotas e no pouso de alguns insetos sobre a água.
Adesão: Atração das moléculas de água com outras moléculas polares.
Capilaridade: A água se liga a parede dos tubos por adesão, e “puxa” as outras moléculas
por coesão, isso faz com que a água suba por tubos finos. Quanto mais fino é o tubo, mas a
água tende a subir.
Dissolução: Devido a sua polaridade e alto poder de adesão, a água é capaz de dissolver
varias substâncias, sendo considerada o solvente universal. As moléculas de água se ligam a
outras moléculas polares, se organizando em volta delas e separando os átomos que as
compõem, assim elas se dissolvem. O mesmo não ocorre com as moléculas apolares.
Substancias Hidrofilicas: Substancias que dissolvem na H2O
Substancias Hidrofóbicas: Substancias que não dissolvem na H2O
Calor específico: É a quantidade de calor necessária para elevar em 1ºC, 1g da substância.
A água possui o segundo maior calor específico entre os líquidos, isso ocorre por causa das
pontes de hidrogênio que precisam de muita energia para serem rompidas. Devido a seu alto
calor específico, a temperatura da água varia pouco mantendo a temperatura equilibrada
dentro das células, essa característica é muito importante, pois reações químicas dependem
da temperatura.
Calor de vaporização: é alto devido às pontes de hidrogênio, assim a água consome maior
quantidade de calor na evaporação, algo importantíssimo na regulação da temperatura de
seres vivos que se dá através do suor.
Solidificação: A água se solidifica a 0 ºC, importante pois se a água se solidificasse em
temperaturas mais elevadas ela poderia se solidificar no interior das células causando sua
morte. Além disso, a água é o único fluído que se expande ao congelar, o que permite que o
Anotações:
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gelo flutue e assim possa existir vida em ambientes aquáticos de regiões de menor
temperatura.

Vitaminas:
Vitamina C
As vitaminas podem ser hidrossolúveis (tipo B) ou lipossolúveis (C,
A, D, E e K). As vitaminas lipossolúveis são armazenadas por mais
tempo no organismo, as hidrossolúveis devem ser constantemente
repostas.
A falta de vitaminas pode causar doenças chamadas avitaminoses, e o excesso de vitaminas
pode causar doenças chamadas hipervitaminoses.
7

Vitaminas Principais Fontes Função Sintomas de sua


deficiência
H i d r o s s o l ú v e i s

Atua no metabolismo de car-


B1 - Tiamina Carnes, cereais integrais, boidratos e gorduras, e é ne- Causa Beribéri (inflamação e
legumes e verduras. cessário à respiração e condu- degeneração dos nervos).
ção de impulsos nervosos.
Carnes, cereais integrais, Atua na respiração e na pro- Causa rachaduras na boca,
B2 – Riboflavina verduras, laticínios, leite, dução de glóbulos vermelhos. anemia e foto-fobia.
ovos e fígado.
Carnes, cereais integrais, Causa Pelagra (lesões na pele,
B3 – Niacina nozes e fígado Atua na respiração celular diarréia e distúrbios nervo-
sos).
B5 – Ácido Carnes, cereais integrais, Atua na respiração celular e no Causa anemia, fadiga e
pantotênico laticínios e verduras. metabolismo de gorduras. formigamentos.
Carnes, cereais integrais, Atua no metabolismo de pro- Causa anemia, convulsões e
B6 – Piridoxina verduras, leite, fígado e teínas na síntese de hemo- contrações musculares
peixe. globina e no sistema nervoso.
B8 – Biotina Carnes, Legumes e Ver- Atua na síntese de queratina. Causa inflamações na pele e
duras. distúrbios neuromusculares.
Cereais integrais, vegetais Atua durante o desenvolvimen- Causa anemia e, em gestan-
B9 – Ácido verdes, laranja, nozes e to embrionário na formação do tes, má formação do feto.
Fólico legumes. E é sintetizado tubo neural.
por bactérias do intestino
Atua nos neurônios e glóbulos Causa anemia, distúrbios do
B12 – Cobalaminas Carnes, ovos e laticínios. vermelhos. sistema nervoso e hemácias
mal formadas.
C – Ácido Frutas, verduras e legu- Atua na síntese de colágeno e Causa escorbuto (lesões na
L i p o s s o l ú v e i s

Ascórbico mes. age como antioxidante. mucosa intestinal e


sangramento das gengivas.
Frutas, vegetais, fígado, Atua na manutenção dos Causa cegueira noturna pele
A – Retinol leite, gema do ovo, óleo epitélios respiratório, intestinal escamosa e seca.
de fígado de bacalhau. e urinário, e na síntese de
pigmentos da retina.
Laticínios, gema de ovo, Atua na absorção de cálcio e Causa raquitismo (enfraque-
D – Calciferol vegetais ricos em óleos e fósforo no intestino. cimento e deformação dos
é produzida pela pele. ossos).
Cereais integrais, vege-
E - Tocoferol tais, gérmen de trigo e Atua como antioxidante. Causa anemia e esterilidade.
gema de ovos.
K - Filoquinona Vegetais, chá e é produzido Atua na coagulação do sangue. Ausência de formação de
por bactérias do intestino. coágulos e hemorragias.

Anotações:
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Sais Minerais
São os sais extraídos de minérios, se apresentam no corpo dos seres vivos de duas formas
básicas:
Forma imobilizada: Como componentes de estruturas esqueléticas.
Forma Dissociada: dissolvidos na água, neste caso dissociam-se em íons.
Íon Principais Fontes Função
Leites e vegetais verde- Formação e manutenção de ossos e dentes; coagulação
M a c r o m i n e r a i s

Cálcio (Ca) escuros. sanguínea; transmissão de impulsos nervosos; batimentos

Fósforo (P) Leite, carnes, aves, pei-


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cardíacos; contração muscular.
Formação e manutenção de ossos e dentes; faz parte da
xes, cereais e legumes. molécula de ácido nucléico e do ATP.
Leite, carnes, frutas, ver- Contração muscular; regulação da pressão sanguínea;
Potássio (K) duras e leguminosas. transmissão de impulsos nervosos; manutenção do
equilíbrio hídrico; participa da síntese de glicogênio, de
proteínas e do metabolismo energético.
Sódio (Na) Sal de cozinha. Regulação do equilíbrio hídrico; transmissão de impulsos
nervosos; relaxamento muscular.
Cloro (Cl) Sal de cozinha. Manutenção do equilíbrio hídrico.
Magnésio (Mg) Cereais, frutas e verduras. Ativador enzimático; contração muscular; presente na
clorofila, é necessário à fotossíntese.
Carnes, vegetais verde- Componente da hemoglobina e da mioglobina. Combate a
M i c r o m i n e r a i s

Ferro (Fe) escuros, leguminosas e anemia.


fígado.
Cobre (Cu) Marisco, nozes, legumi- Compõe as enzimas que participam do metabolismo da
nosas e fígado. hemoglobina.
Iodo (I) Peixe, frutos do mar e sal Componente dos hormônios da glândula tireóide que
iodado. regulam o metabolismo.
Flúor (F) Água fluorada. Manutenção de ossos e do esmalte dos dentes.
Cromo (Cr) Carnes, cereais integrais e Atua no metabolismo energético e no metabolismo da
levedo de cerveja. glicose.
Selênio (Se) Marisco, carnes, cereais, Funciona associado á vitamina E.
leguminosas e fígado.
Manganês (Mn) Cereais, frutas e verduras. Contribui com a utilização da glicose para o fornecimento de
energia.
Molibdênio (Mo) Cereais, leite e legumino- Componente de algumas enzimas.
sas.

Carboidratos (ou glicídeos)


São moléculas compostas principalmente por carbono, hidrogênio e oxigênio. Apresentam
basicamente função energética, mas podem ter função plástica, participando de estruturas que
constituem o corpo dos seres vivos. Os carboidratos também fazem parte da composição
química dos ácidos nucléicos.
Podem ser divididos em monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.

Monossacarídeos
São açucares simples, muito solúveis em água. Além disso, são transportados facilmente
pelo organismo, sendo aproveitados como fonte de energia.

Anotações:
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Apresentam como formula geral (CH2O)n, onde n varia de 3 a 7. Os nomes são dados de
acordo com o número de átomos de carbono e terminam com o sufixo –ose: trioses (C 3H6O3),
tetroses (C4H8O4), pentoses (C5H10O5), hexoses (C6H12O6) e heptoses (C7H14O7).
Os monossacarídeos mais importantes são as pentoses e as hexoses.
Pentoses Ribose Desoxirribose
Dentre as pentoses existem a ribose e a
desoxirribose, componentes do DNA e RNA
respectivamente.
C5H10O5 C5H10O4
Hexoses Glicose

As principais hexoses são a frutose, a galactose 9


e glicose, principal fonte de energia para o
organismo. C6H12O6

Dissacarídeos

São formados pela união de dois monossacarídeos através de uma reação chamada síntese
por desidratação onde há perda de uma molécula de água.
R1–OH + R2–OH ⟶ R1–O–R2 + H2O
Inversamente, para se quebrar uma molécula de dissacarídeo é necessário a adição de uma
molécula de água em uma reação chama hidrólise.
Os principais dissacarídeos são:
Sacarose: açúcar da cana (glicose + frutose).
Lactose: açúcar do leite (glicose + galactose).
Maltose: açúcar de vegetais, como a cevada (glicose + glicose).

Polissacarídeos

São formados por vários monossacarídeos e podem ser quebrados em açucares simples por
hidrólise. Possuem a importante característica de serem insolúveis em água, o que permite
que possam atuar como armazenadores de energia e como componentes estruturais das
células.
Armazenadores de energia:
Glicogênio: É a principal reserva energética das células animais. No corpo humano fica
armazenado no fígado, quando o nível de glicose no sangue está muito baixo, o glicogênio é
quebrado em várias moléculas de glicose que são transportadas para onde há necessidade de
energia.
Amido: É a reserva energética dos vegetais e das algas dos grupos dinophyta e chlorophyta.
Componentes estruturais:
Celulose: Compõe a parede celular das plantas e de certos protistas.
Quitina: Compõe a parede celular de fungos e o exoesqueleto dos artrópodes.

Anotações:
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Lipídeos
São ésteres de álcool e ácidos graxos; insolúveis em água. Dissolvem-se apenas em
solventes orgânicos como éster, álcool e clorofórmio.

Triglicerídeos
São representados por gorduras e óleos. Sua molécula é formada por uma de glicerol e três
de ácidos graxos.

Gorduras: são formadas principalmente 10 por ácidos graxos


saturados. A ingestão dessas gorduras contribui para doenças
cardiovasculares.
Óleos: são formados por ácidos graxos insaturados.
Triglicerídeos: são a maneira mais eficiente de reserva de
energia dos seres vivos.

As gorduras são armazenadas por alguns mamíferos em células


adiposas, especialmente sob a pele (panículo adiposo),
funcionando também como isolante térmico e proteção contra
choques mecânicos.

Fosfolipídeos
São moléculas compostas por duas cadeias de ácidos graxos ligadas a uma molécula de
glicerol, que por sua vez liga-se a um grupo fosfato, unido a um pequeno grupo polar. Compõe
a membrana plasmática.

Suas moléculas são formadas por uma cabeça hidrofílica e uma cauda hidrofóbica. Dessa
maneira, quando envoltas por águas dispõe-se naturalmente em duas camadas.

Esteróides
-O esteróide mais abundante nos tecidos animais é o colesterol .
-Participa da composição da membrana plasmática das células animais e é o precursor dos
hormônios -sexuais masculino (testosterona) e feminino (estrógeno).
-É produzido no fígado.
-Podem ser transportados no sangue humano associado a lipoproteínas plasmáticas. Essas
podem ser:
Anotações:
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 LDL – de baixa densidade, que fornece colesterol aos tecidos  “mau colesterol”
 HDL – de alta densidade, que remove o colesterol dos tecidos, levando-o ao fígado (único
capaz de eliminar o colesterol)  “bom colesterol”
Os ácidos graxos atuam no transporte do colesterol no sangue: os insaturados reduzem o
nível do “mau colesterol” e os saturados tem efeito contrário.

Proteínas
São macromoléculas formadas pela união de
aminoácidos. Estes, por sua vez, são formados por carbono,
oxigênio, nitrogênio e hidrogênio, podendo conter enxofre.
Existem 20 tipos de aminoácidos. Todos eles possuem um
11
grupamento amina e um grupamento carboxila ou ácido:
São exemplos de proteínas as enzimas, os anticorpos e alguns hormônios como a insulina e
o glucagon.
Ligação peptídica
É a ligação que une os
aminoácidos, caracterizada
pela reação de um grupamento
amina de um aminoácido com
um grupamento carboxila de
outro, havendo liberação de
uma molécula de água.
 A união de dois aminoácidos forma um dipeptídeo
 Vários aminoácidos unidos formam um polipeptídeo.
Estrutura das proteínas
Uma molécula de proteína pode ser composta de uma única molécula de polipeptídeo,
como é o caso da albumina (clara de ovo) e da lisozima (suor). Ou pode ser composta por mais
de uma cadeia de polipeptídeo, como é o caso da hemoglobina (4 cadeias).
Estrutura primária: sequência linear de aminoácidos de um polipeptídeo.
Estrutura secundária: molécula que apresenta um primeiro nível de dobramentos
determinados por atrações químicas entre os aminoácidos.
Estrutura terciária: molécula que apresenta um segundo nível de dobramentos.
Estrutura quaternária: proteína composta por mais de uma cadeia polipeptídica.

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio P
a
ul
Relação forma e função das proteínas
a
Forma:
Fibrosas: alongadas como o colágeno;
Globulares: arredondadas como a hemoglobina.

Modificações na forma das proteínas provocam


alterações em sua função. As modificações na forma
podem ser decorrentes de alterações no material
genético (mutações) ou pelo aumento da
temperatura  desnaturação protéica. 12
Ex.: Anemia falciforme ou sinclemia: A molécula de hemoglobina perde sua função normal
devido a substituição do aminoácido glutamato por uma valina. Assim, as hemácias portadoras
dessa hemoglobina anormal apresentam-se sob a forma de foice.
Proteínas simples e conjugadas
Simples: são formadas apenas por aminoácidos
Conjugadas: contêm, além dos aminoácidos, os grupos prostéticos.
Ex.: Hemoglobina  o ferro é o grupo prostético.
Enzimas
Aumentam a velocidade das reações sem que seja necessário aumentar a temperatura (que
causaria desnaturação). Para tal, elas diminuem a energia de ativação necessária para ocorrer
a reação.
São extremamente específicas ( devido a estrutura tridimensional do complexo enzima-
substrato)  Teoria da Chave-Fechadura.

Uma enzima não é consumida durante a reação química que ela catalisa.
Fatores que influenciam na atividade enzimática
 Temperatura: a velocidade das reações catalisadas por enzimas aumenta até certo ponto
com a elevação da temperatura. A partir de certa temperatura ótima de ação enzimática,
ocorre desnaturação protéica, o que torna a enzima inativa. Assim a velocidade da reação
diminui.
 pH: Cada enzima possui seu ponto ótimo de atividade em determinado pH. Qualquer
alteração no pH do meio pode provocar desnaturação e conseqüente inativação da enzima.

Anotações:
Paula Matéria de Biologia – Ensino Médio

Ácidos Nucléicos
Existem dois tipos de ácido nucléico: Ácido desoxirribonucléico (DNA) e Ácido ribonucléico
(RNA).
Determinados segmentos da molécula de DNA (genes) podem ser transcritos em moléculas
de RNA. Esses são responsáveis por todas as características hereditárias dos indivíduos.
São macromoléculas formadas por unidades menores (nucleotídeos). Esses são formados
por um grupo fosfato, um açúcar pentose (DNA ou RNA) e uma base nitrogenada.
Apenas o grupo fosfato não varia no nucleotídeo

13

As bases nitrogenadas podem ser:


 Púricas: adenina e guanina.
 Pirimídicas: citosina, timina(DNA), uracila(RNA).

A molécula de DNA

A estrutura da molécula de DNA foi proposta por Watson e Crick.


A molécula de DNA é helicoidal e tem formato de uma dupla-hélice
(duas fitas compostas de vários nucleotídeos).
As duas hélices dispõem-se de modo invertido entre si, havendo
ligações de hidrogênio entre uma purina de uma hélice e uma
pirimidina de outra: A liga-se a T e G liga-se a C.
As extremidades da cadeia de DNA são diferentes. Assim, a
extremidade que contém o fosfato é chamada de 5` e a que tem o
açúcar é chamada 3 ‘. Essas cadeias aumentam no sentido 5’ 3’.
Duplicação (replicação) do DNA

A célula, antes de se dividir deve duplicar seu


material genético de maneira a transmiti-lo
adequadamente às células filhas.
Antes da duplicação as cadeias se desembaraçam e
cada uma delas serve de molde para a formação de uma
cadeia complementar.
Ao final da duplicação são obtidas duas moléculas de
DNA, em que uma das cadeias de nucleotídeos pertence
a molécula-mãe e a outra é recém formada: fala-se em
duplicação semi-conservativa.
A enzima DNA polimerase catalisa a união dos
nucleotídeos complementares à cadeia de DNA inicial.
Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio P
a
ul
A molécula de RNA
a
O gene (região do DNA com informação para produzir proteína) não comanda diretamente
a síntese de polipeptídeos no interior do núcleo, mas é transcrito em moléculas de RNA.
A sequência que marca o início do gene é chamada de região promotora e a que marca o
final é chamada sequência de término da transcrição.
Nos eucariontes cada gene é formado por regiões que codificam aminoácidos (éxons) e
regiões que não codificam aminoácidos (introns).
É formada apenas por uma cadeia de nucleotídeo, sendo menor que a molécula de DNA.
Como não há timina, a uracila liga-se a adenina do DNA.
a)Transcrição 14
Desse processo participa a enzima RNA
polimerase que se une ao DNA na região
promotora do gene. Essa enzima abre a molécula
de DNA e desloca-se sobre ela orientando o
emparelhamento dos nucleotídeos do RNA de
forma complementar aos nucleotídeos do DNA.
Quando a enzima chega até a sequência de
término da transcrição, ela se solta do DNA
finalizando a transcrição e liberando o RNA. Apenas
uma cadeia de DNA é transcrita.
Após a transcrição do gene em moléculas de
RNA, ocorre a maturação do RNA com remoção dos
introns.
A transcrição é realizada, em eucariontes, no núcleo celular. Após, o RNA formado passa
para o citoplasma, onde irá ocorrer a síntese protéica.
b)Síntese protéica: Tradução
Dele participam os 3 tipos de RNA:
RNA transportador: em uma das extremidades livres de sua
molécula há sempre a sequência ACC, onde ocorre a associação
do RNA transportador com o aminoácido. Em outra região há
uma sequência de 3 bases denominada anticódon, que
reconhece o códon do RNA mensageiro.
RNA ribossômico: ocorre associado a proteínas formando os
ribossomos.
RNA mensageiro: formada por um filamento simples que
Dogma Central da Biologia
contém várias sequências de 3 bases nitrogenadas, cada uma
chamada códon. A sequência de códon determina a sequencia de
aminoácidos numa proteína. O RNAm leva a informação do DNA
dos cromossomos para a produção no polipeptídeo no citoplasma.
Possui um códon de iniciação: AUG, correspondente ao
aminoácido metionina e uma códon de terminação que marca o
fim da cadeia: UGA, UAA ou UAG.

Anotações:
P Matéria de Biologia – Ensino Médio
a
ul
Fases da tradução:
a
Iniciação

15

Alongamento

Terminação

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio P
a
ul
O código genético
a
Os aminoácidos são codificados por trincas de bases nitrogenadas: código de trinca ou
tríades. Entretanto um mesmo aminoácido pode ser codificado por mais de uma trinca. Dessa
maneira, diz-se que o código genético é degenerado.
A alteração de uma base durante a duplicação do DNA nem sempre provoca a substituição
do aminoácido, pois um aminoácido pode ser codificado por um ou mais códons.
Essas modificações acidentais do material genético são chamadas mutações gênicas e
podem provocar alterações nas características do organismo.

16

Anotações:
Paula Matéria de Biologia – Ensino Médio

CAPÍTULO
Citologia: Envoltórios celulares,
3 Citoplasma e Núcleo celular
Membrana plasmática
Também chamada de plasmalema, membrana citoplasmática ou membrana celular, é o
envoltório presente em todas as células.
Modelo do mosaico fluido:
Existem duas camadas de fosfolipídios que
formam um revestimento fluido onde 17
encontram-se imersas moléculas de proteínas
globulares
A bicamada lipídica forma uma película
fina que isola a célula, dificultando a
passagem de íons e moléculas grandes e
facilitando a passagem de moléculas
pequenas.
Existem proteínas transportadoras que atravessam as duas camadas de fosfolipídios,
formando verdadeiras portas de passagem para várias substâncias, das quais os lipídeos
impedem a passagem.
A presença de uma bicamada lipídica, de proteínas e suas características funcionais e
estruturais conferem a membrana plasmática uma permeabilidade seletiva.
Os tipos de proteínas na membrana variam de célula para célula e determinam as funções
específicas das membranas.

Glicocálice
Envoltório externo à membrana plasmática. Ocorre apenas em células eucarióticas.
É composto de moléculas de glicídios associados aos fosfolipídeos e as proteínas da
membrana plasmática, formando glicoproteínas e glicolipídeos.
Confere maior resistência a membrana e protege a superfície celular contra lesões
mecânicas e químicas.

Parede Celular
Estrutura mais resistente, permeável. Sua composição varia de espécie para espécie:
 Bactérias  pepdoglicano.
 Protistas  celulose ou sílica
 Fungos  quitina
 Plantas  celulose. Na célula vegetal jovem há uma parede fina e pouco rígida (parede
celular primária). Todo espaço limitado por ela é denominado lúmen celular e é ocupado
pelo protoplasma. Após o crescimento da célula forma-se a parede celular secundária,
responsável pela sua resistência. Pode ocorrer nela depósitos de lignina e suberina,

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio Pa
ul
a
aumentando ainda mais a resintência. Sua principal característica são os plasmodesmos 
canais citoplasmáticos que conectam o citoplasma de células adjacentes, propiciando trocas
de substâncias entre elas. Entre essas células adjacentes existe também uma fina camada de
pectina, chamada de lamela média que une uma célula a outra.

Processos de troca entre a célula e o meio externo

Processos passivos: ocorrem sem gasto de energia  difusão, osmose e difusão facilitada.
Processos ativos: ocorrem com gasto de energia  bomba de sódio e potássio.
Processos mediados por vesículas: vesículas são utilizadas para a entrada de partícula ou
18
organismos nas células  endocitose; ou para a eliminação de substâncias na célula 
exocitose.

Solução:
 São misturas homogêneas de duas ou mais substâncias.
 As substâncias, chamadas de soluto, dissolvem-se num líquido chamado solvente.
 Quanto mais soluto estiver dissolvido em um solvente maior será a concentração da
solução.
 Quando duas soluções tem a mesma concentração, são chamadas de isotônicas ou
isosmóticas.
 A solução mais concentrada é chamada de hipertônica.
 A solução menos concentrada é chamada de hipotônica.

A)Processos passivos:
A.1) Difusão
Movimento de partículas do local onde
elas estão mais concentradas para o local
onde estão menos concentradas.

Anotações:
Paula Matéria de Biologia – Ensino Médio

A.2) Osmose
Difusão de moléculas de água através de
membranas semipermeáveis. A água difunde-se
em maior quantidade da solução hipotônica para
a solução hipertônica.
A bicamada lipídica é fracamente permeável à
água que atravessa lentamente essa membrana a
favor de seu gradiente de concentração
(hiperhipo). Entretanto, a passagem da água por
essa camada ocorre de maneira mais rápida pois 19
a maioria das células animais possui proteínas transportadoras especiais, chamadas de
aquaporinas, que formam canais de passagem para moléculas de água.
A pressão com a qual a água é forçada a atravessar a membrana é conhecida por pressão
osmótica e será tanto maior quanto maior for a diferença entre as concentrações das duas
soluções.

Osmose em célula animal - Hemácia

Crenação Plasmoptise

Osmose em célula vegetal

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio
Paula

A.3) Difusão facilitada


Transporte de soluto de um meio mais
concentrado para um meio menos concentrado com a
ajuda de proteínas (proteínas de canal e permeases)
presentes na membrana plasmática, facilitando o
transporte e logo, aumentando sua velocidade.
B) Processo Ativo
B.1) Bomba de sódio e Potássio
O soluto movimenta-se contra o gradiente20 de concentração (hipo hiper).
São sempre realizados por permeases presentes na membrana plasmática.
No interior da célula verifica-se maior concentração de íons potássio, enquanto que no
líquido extracelular encontra-se maior concentração de íons sódio.
Por difusão facilitada, sódio e potássio tenderiam a igualar sua concentrações no interior e
fora da célula. Entretanto, é importante para o metabolismo celular que o potássio esteja em
maior concentração no interior e o sódio em maior concentração no exterior da célula. Assim,
utilizando energia, os íons sódio são bombeados para fora da célula, e os íons potássio, para
dentro.

  

C) Processos mediados por vesículas


C.1)Endocitose e exocitose
Partículas maiores não conseguem atravessar a membrana, por isso são incorporadas a
célula por endocitose e eliminadas por exocitose. Ambos os processos consomem energia.
Endocitose:
 Fagocitose: ingestão de partículas grandes, tais como microorganismos ou restos de outras
células. O material ingerido fica no interior de uma vesícula denominada fagossomo
(vacúolo alimentar).
 Pinocitose: ingestão de pequenas moléculas dissolvidas em água, como polissacarídeos e
proteínas. As partículas ingeridas ficam no interior dos pinossomos.
Exocitose:
Compreende a excreção e secreção de
substâncias e dá-se em três fases: migração, fusão
e lançamento. Na primeira, as vesículas de
exocitose deslocam-se através do citoplasma. Na
segunda, dá-se a fusão da vesícula com a
membrana celular. Por último, lança-se o
conteúdo da vesícula no meio extracelular. Os

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

resíduos do material ingerido são eliminados por meio da exocitose. Nesse caso, o processo é
denominado clasmocitose ou defecação celular.

Citoplasma
O citoplasma é preenchido por uma substância gelatinosa denominada hialoplasma, do
qual pode-se distinguir duas regiões:
Ectoplasma: é a região mais próxima da membrana plasmática. Está no estado Sol (mais
consistente) e atua na sustentação da célula.
Endoplasma: é a região mais próxima do núcleo. Está no estado Gel (mais gelatinoso), é
nele que se encontram as organelas citoplasmáticas responsáveis pelo metabolismo da célula.
21
Citoplasma de células procariontes
O citoplasma das células procariontes é bem mais simples que o das células eucariontes. É
formado basicamente por água com diversos íons e moléculas dissolvidas e ribossomos. Não
apresenta organóides membranosos. Como essas células não possuem núcleo, o DNA (que
nestas células é circular) fica disperso no citoplasma em uma região denominada nucleóide.
Alguns seres podem apresentar:
Mesossomo: invaginação da membrana plasmática que atua na respiração celular.
Membranas fotossintéticas: presente nas cianobactérias, essa estrutura contém a
clorofila e é responsável pela fotossíntese.

Citoplasma das células eucarióticas


Nas células eucarióticas o citoplasma corresponde à região entre a membrana plasmática e
a carioteca. Imersos no citoplasma dessas células encontram-se ribossomos, o citoesqueleto e
os organóides membranosos.
A. Ribossomos:
Os ribossomos são estruturas formadas por RNA (ribossomico) associado a determinadas
proteínas. São formados no núcleo celular e desempenham sua função de síntese de proteínas
no citoplasma e no reticulo endoplasmático rugoso. Eles percorrem a molécula de RNAm
enquanto recebem os aminoácidos, trazidos pelo RNAt, que são determinados pelos códons
do RNAm. Estes aminoácidos são ligados uns aos outros na seqüência determinada e formam
as proteínas. Quando vários ribossomos percorrem o mesmo RNAm são denominados
polissomos.

B. Citoesqueleto
É composto por três tipos de filamentos protéicos:
 Microtúbulos: Formados apenas pela proteína globular tubulina. Partem do
centrossomo. Suas funções são: suporte estrutural da célula, formação do fuso
mitótico e meiótico, e formação de centríolos, cílios e flagelos.
 Microfilamentos: Formados apenas pela proteína globular actina. Concentram-se
próximos à membrana plasmática. Suas funções são: Suporte a estruturas como as
microvilosidades, participam da movimentação no citoplasma e da separação das
Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

células durante a divisão celular. Além disso, atuam juntamente com a proteína
miosina no processo de contração muscular.
 Filamentos Intermediários: Formados por uma grande variedade de proteínas
fibrosas, como por exemplo a queratina, que está presente em células epiteliais, no
cabelo e nas unhas. Atua na junção entre células e confere força mecânica a elas.
Nota: 1. Ciclose: processo que envolve microfilamentos. Correntes citoplasmáticas capazes
de deslocar o núcleo e as organelas, é importante na distribuição de alimentos. É mais
perceptível em células vegetais devido à presença do vacúolo celular.
2. Movimento Amebóide: realizado através da emissão de pseudopodes que são
criados a partir da despolimerização e polimerização dos microfilamentos.
22
C. Centríolos
Estrutura formada por 9 grupos de três microtúbulos; está presente em todas as células
eucarióticas, exceto em gimnospermas e angiospermas. Cada célula animal possui dois
centríolos, dispostos perpendicularmente, que na interfase se localizam próximos ao núcleo
em uma região denominada centrossomo.
Nota: O centrossomo está presente em gimnospermas e angiospermas, apesar de estas não
possuírem centríolos.
Os Centríolos são responsáveis pela formação de cílios e flagelos: estruturas responsáveis
pelo movimento de células, que também podem atuar movimentando o líquido ao redor da
célula, propiciando a obtenção de alimento.
A diferença entre cílios e flagelos está no tamanho e na quantidade: cílios são curtos e se
apresentam em grande quantidade, enquanto que os flagelos são longos e se apresentam em
menor quantidade.
Nessas estruturas os centríolos se alongam e se estendem no interior de evaginações da
membrana plasmática. A base é chamada cinetossomo ou corpúsculo basal. A partir da base,
dois de cada 3 microtúbulos se alongam e mais dois são formados no centro.

D. Peroxissomos
Organelas membranosas de contorno arredondado, responsáveis pela oxidação de
substâncias orgânicas, como os ácidos graxos. Um subproduto dessa oxidação é a água
oxigenada (H2O2), tóxica à célula, cuja decomposição é feita rapidamente pela enzima catalase,
presente no interior dos peroxissomos. Além disso, peroxissomos do fígado são responsáveis
por 25% da degradação do álcool etílico, presente em bebidas alcoólicas, o restante da
degradação é feito no reticulo endoplasmático liso.

E. Reticulo Endoplasmático
É formado por um sistema de canais delimitados por membranas e tem como funções o
transporte de substâncias e síntese de proteínas e lipídeos. Pode apresentar dois setores, liso e
rugoso:
 Reticulo endoplasmático liso (ou não granuloso): composto de túbulos cilíndricos. É bem
desenvolvido apenas em células de órgãos responsáveis pela síntese de hormônios e em

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

células do fígado, onde é responsável pela retirada de um grupo fosfato ligado a cada
molécula de glicose permitindo a passagem do açúcar para o sangue. Além disso, o
reticulo endoplasmático liso é responsável pela desintoxicação do organismo. Quando
uma droga é ingerida em excesso ela estimula o desenvolvimento desse organóide e o
organismo se torna cada vez mais tolerante à essa droga. Nas células musculares esse tipo
de reticulo participa do mecanismo de contração, controlando a concentração de íons
cálcio na célula.
 Reticulo endoplasmático rugoso (ou granuloso): Composto de túbulos achatados com
aspecto granuloso devido à presença de ribossomos associados à face externa de sua
membrana. Sua principal função é realizar a síntese de proteínas e lipídeos, sendo muito 23
desenvolvido em células com função secretora (como por exemplos as células do ácido
pancreático que secretam enzimas digestivas e células da parede do intestino que
secretam um muco lubrificante e protetor). É mais desenvolvido na região basal dessa
célula, sendo a região apical ocupada principalmente por vesículas secretoras.
Alguns ribossomos do citoplasma se aderem ao reticulo endoplasmático granuloso
após iniciada a síntese protéica e quando pronta, a proteína é liberada no interior do
reticulo.
Neste reticulo são produzidos os fosfolipídios para produção de novas membranas e
em células animais é responsável pela síntese do colesterol.
Nota: As proteínas produzidas no citoplasma e as produzidas no Reticulo endoplasmático
rugoso tem destinos diferentes. As que são produzidas no citoplasma seguem para
mitocôndrias, cloroplastos, núcleo, peroxissomos ou permanecem no citoplasma. As que são
produzidas no Reticulo seguem para o complexo de golgi, e de lá para os lisossomos, vesículas
secretoras ou superfície da célula.

F. Complexo Golgiense
Nas células animais localiza-se próximo ao núcleo e ao reticulo endoplasmático rugoso. É
composto por um conjunto de sáculos lameliformes, que formam um número variado de
pilhas, cada uma recebe o nome de dictiossomo (ou golgiossomo). Nas células vegetais os
sacúolos lameliformes apresentam-se espalhados pelo citoplasma não formando um
complexo.
Assim como o reticulo endoplasmático rugoso, está presente em maior quantidade em
células com função secretora, nesse caso por causa de sua função de concentração,
modificação e eliminação de secreções.
Apresenta duas faces cis e trans. A face cis é a responsável por receber vesículas contendo
lipídeos e proteínas provenientes do reticulo endoplasmático rugoso. E a face trans é
responsável por enviar essas vesículas para a superfície da célula, ou utilizá-las para formar
lisossomos.
Nota: Nos espermatozóides o complexo golgiense da origem a uma estrutura denominada
acrossomo, que contém enzimas necessárias à penetração no óvulo.

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

G. Lisossomos
São organelas citoplasmáticas arredondadas que contêm em seu interior enzimas
responsáveis pela digestão intracelular. As enzimas são produzidas no reticulo endoplasmático
rugoso, seguem para o complexo golgiense onde são modificadas e organizadas em vesículas
que formam os lisossomos.
Os lisossomos podem apresentar as funções heterofágica e autofágica:
 Heterofágica: digestão de substancias que penetram na célula por fagocitose ou
pinocitose, os lisossomos se ligam aos fagossomos e pinossomos liberando as enzimas
digestivas em seu interior. 24
 Autofágica: Digestão de materiais e organelas da própria célula ou até da célula inteira.
Dessa forma o lisossomo contribui para a renovação do material citoplasmático. Este
processo é responsável pela transformação de eritrócitos em hemácias na medula óssea
vermelha: as organelas e o núcleo do eritrócito são digeridos formando assim a hemácia.
Além disso, em alguns casos a célula inteira pode ser digerida, como por exemplo, no
desaparecimento da cauda de girinos, no qual o produto da digestão é usado em seu
desenvolvimento.

H. Mitocôndrias
Organelas citoplasmáticas com origem diferente das demais, acredita-se que tenham se
originado a partir de procariontes que passaram a ter uma relação mutualística com uma
célula eucariótica hospedeira. As evidências que reforçam esta teoria são as seguintes:
 As mitocôndrias apresentam DNA próprio, podendo comandar determinadas reações em
seu interior;
 As mitocôndrias podem se dividir independentemente da célula;
 Possuem uma dupla membrana semelhante à membrana plasmática;
 Podem apresentar movimento independente no interior da célula.
As mitocôndrias apresentam-se em forma de bastonete e sua quantidade vária
dependendo das células, sendo mais presentes em células com metabolismo mais intenso. Sua
dupla membrana forma invaginações no interior, dando origem às cristas mitocondriais. As
cristas delimitam a matriz mitocondrial. Imersas nessa matriz estão presentes mitorribossomos
(menores que os da célula) e moléculas circulares de DNA capazes de transcrever moléculas de
RNA mitocondrial.
A função das mitocôndrias é realizar a respiração celular, na matriz mitocondrial ocorre o
ciclo de Krebs e na crista mitocondrial ocorre a cadeia respiratória. A glicose é degradada na
presença de O2 e é produzido ATP, H2O e CO2.

I. Cloroplastos
Possuem a mesma origem das mitocôndrias e apresenta as mesmas características que
reforçam essa teoria.
São exclusivos de células vegetais, e apresentam três componentes principais: envelope,
tilacóide e estroma. O envelope é formado por uma dupla membrana que delimita o

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

cloroplasto, e em células adultas, a face interna sofre dobramentos originando vesículas


membranosas, os tilacóides. Os tilacóides se organizam em estruturas semelhantes à pilhas de
moedas denominadas granum. A região entre os tilacóides e o envelope corresponde ao
estroma, onde estão localizados ribossomos, além de moléculas de DNA e RNA.
A função dos cloroplastos é realizar a fotossíntese, processo inverso da respiração: Na
presença de luz, a água e o CO2 são utilizados para produzir glicose e O2.

J. Vacúolos de suco celular


Os vacúolos são organelas exclusivas de células vegetais. São delimitados por uma
membrana lipoproteica denominada tonoplasto. Surgem nas células jovens originando-se a 25
partir de vacúolos que se desprendem dos sacúolos lameliformes. Nas células jovens existem
vários vacúolos, após o crescimento eles se fundem em um só e passam a ocupar 95% do
volume celular.
Suas principais funções são preenchimento de espaços e armazenamento de substancias.
Por ocupar grande parte do volume da célula, o vacúolo permite que as células atinjam
maiores proporções, com isso as células vegetais geralmente são maiores que as células
animais. Além disso, o vacúolo contribui para o crescimento da parede celular durante o
desenvolvimento da célula exercendo uma pressão sobre ela. Com relação ao armazenamento
podem ser encontrados no vacúolo íons (como Na+), carboidratos, proteínas e aminoácidos,
ele pode funcionar como acumulo de nutrientes para o embrião e pode reter substâncias que
seriam prejudiciais à célula caso ficassem no citoplasma (como por exemplo, a borracha).

Núcleo Celular
Presente apenas nas células eucarióticas, é a estrutura responsável por coordenar e
comandar todas as funções celulares. Durante a Interfase, o núcleo é constituído por:
carioteca, nucleoplasma, nucléolo e cromatina.
Com relação ao número, as células podem ser: mononucleadas (maioria), binucleadas
(como o paramécio), polinucleadas (como as células musculares estriadas) ou até mesmo
anucleares (células de vida curta, como as hemácias).
O núcleo é uma região de grande importância para a célula, caso uma célula seja cortada ao
meio, a parte que possui o núcleo é capaz de se regenerar completamente, já a parte sem
núcleo morre após certo tempo por não ser capaz de comandar suas funções celulares.

Carioteca

Responsável por separar o material nuclear do citoplasma. É formada por uma dupla
membrana, com um espaço no meio denominado espaço perinuclear. A membrana externa
comunica-se com o Reticulo Endoplasmático Rugoso. Além disso, apresenta poros, que
permitem a troca de macromoléculas entre o núcleo e o citoplasma.

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

Nucleoplasma e Nucléolo

O nucleoplasma corresponde ao meio onde estão imersos os cromossomos e as estruturas


presentes no nucléolo.
O nucléolo é um corpúsculo denso, onde ocorre a síntese de moléculas de RNA
ribossômico. Fica próximo aos cromossomos que possuem a região organizadora do nucléolo.
Após a síntese, o RNAr se associa a proteínas formando as duas subunidades dos ribossomos.
Cromatina

A molécula de DNA, que é responsável pela informação genética da célula, se localiza no


núcleo celular. O número de moléculas de DNA 26no núcleo varia de acordo com a espécie (nos
seres humanos são 46), estas moléculas se associam a proteínas que empacotam o DNA
formando os cromossomos. O complexo formado por DNA e proteínas recebe o nome de
cromatina.
Na interfase, pode-se observar diferentes graus de empacotamento de DNA, as regiões
menos condensadas são geneticamente ativas e denominadas eucromatina; as regiões mais
condensadas são geneticamente inativas e denominadas heterocromatinas (o DNA dessa
região possui poucos genes, e estes são inativos). Além disso, a heterocromatina é dinâmica, e
o DNA pode desenrolar seus genes tornando-os ativos.
Nota: Os procariontes apresentam apenas uma molécula de DNA, que fica dispersa em seu
citoplasma em uma região denominada nucleóide, a estrutura dessa molécula é circular.

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

Metabolismo Energético:
CAPÍTULO

4
Introdução
Fotossíntese e Respiração
27
Reações Químicas
São processos de transformação de moléculas nos quais os reagentes interagem entre si e
formam os produtos. A energia necessária para iniciar uma reação é denominada energia de
ativação. Nas células, a função das enzimas é reduzir a energia de ativação de uma
determinada reação, facilitando sua ocorrência. As reações podem ser exergônicas ou
endergônicas:
 Exergônicas (ou exotérmicas): Os reagentes possuem mais energia que os produtos, ou
seja, parte da energia é liberada (Exemplos: Respiração e Fermentação)
 Endergônicas (ou endotérmicas): Os reagentes possuem menos energia que os produtos,
ou seja, é preciso absorver energia para ocorrer a reação (Exemplos: Fotossíntese e
Quimiossíntese).

ATP (Adenosina Trifosfato)


Nas células, é bastante comum que a energia liberada em
uma reação exergônica seja utilizada em uma reação
endergônica, para isso, é necessário haver uma substância
comum a ambas as reações, capaz de dirigir o aproveitamento
de energia. Em geral, esta substância é o ATP (adenosina
trifosfato).
O ATP é composto por uma molécula de adenina, ligada a uma ribose, que por sua vez se
liga a 3 moléculas de fosfato. O ATP armazena a energia na ligação entre o segundo e terceiro
fosfatos, quando essa ligação é quebrada forma-se o ADP (adenina + ribose + 2 fosfatos) e a
energia é liberada. Quando o ADP recebe energia, ele pode se ligar a um fosfato, formando
novamente a molécula de ATP.

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

Transportadores de hidrogênios: NAD+, NADP+ e FAD

NAD+, NADP+ e FAD são moléculas responsáveis por receber hidrogênios em determinadas
reações e carregá-los para onde são necessários em outras reações. Durante o processo são
reduzidos respectivamente em NADH + H+, NADPH + H+ e FADH2.
NAD+ e NADP+ ocorrem associados à vitamina nicotinamida (B 3) e FAD ocorre associado à
vitamina riboflavina (B2).
Nos processos catabólicos atuam o NAD+ (respiração e fermentação) e o FAD (respiração).
Nos processos anabólicos atuam o NADP+ (quimiossíntese e fotossíntese).

28
Fotossíntese
A Fotossíntese é o processo através do qual seres autótrofos utilizam a energia luminosa
como fonte de energia para realizar a reação de síntese de matéria orgânica a partir de
substâncias inorgânicas. Nos procariontes a fotossíntese está associadas a membranas
fotossintéticas imersas no citoplasma, nos eucariontes a fotossíntese ocorre em organelas
especiais denominadas cloroplastos.
Nota: as bactérias púrpuras realizam um tipo muito particular de fotossíntese, no qual não
há liberação de gás oxigênio.

Plastos e Pigmentos
Presentes em alguns protistas e nos vegetais, os plastos se originam a partir de organelas
indiferenciadas denominadas proplastídeos. Os proplastídeos podem dar origem a plastos com
pigmento amarelado precursores da clorofila, que se transformam nela na presença de luz e
assim formam os cloroplastos. Os plastos podem ser de três tipos:
 Cloroplastos: possuem o pigmento clorofila e outros como os carotenóides, realizam
fotossíntese.
 Cromoplastos: Contém pigmentos carotenóides, mas não a clorofila, não sendo capazes de
realizar fotossíntese. São responsáveis pelas colorações amarela, vermelha e alaranjada nos
órgãos das plantas. Exercem atração sobre animais colaborando com a polinização e
dispersão das sementes.
 Leucoplastos: São incolores, alguns podem armazenar amido (amidoplastos), outros
armazenam óleos (oleoplastos) ou proteínas (proteoplastos).
Os pigmentos têm a propriedade de absorver apenas certos comprimentos de ondas,
refletindo os demais (que determinam sua cor). Os principais pigmentos fotossintéticos são os
carotenóides, as ficobilinas e as clorofilas a, b, c e d.
A clorofila a é o mais importante (absorvem com maior eficiência os comprimentos de luz
azul e vermelha) e está presente em todos os seres fotossintetizantes (exceto bactérias
púrpuras). Os demais pigmentos variam de acordo com a espécie.
Além de função fotossintetizante, os carotenóides protegem as clorofilas do excesso de luz.
Entre os carotenóides estão os carotenos, precursores da vitamina A. Os carotenóides podem
ser vermelhos, amarelados ou alaranjados.
As ficobilinas podem ser de dois tipos: ficocianina (azul) e ficoeritrina (vermelha).
Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

Organismos Pigmentos fotossintetizantes


Bactérias Púrpuras Bacterioclorofila
Procariontes
Cianobactérias Clorofica a; carotenóides; ficobilinas (ficocianina)
Euglenas Clorofica a, b; carotenóides
Diatomáceas Clorofica a, c; carotenóides
Algas Pardas Clorofica a, c; carotenóides
Eucariontes
Algas Vermelhas Clorofica a, d; carotenóides; ficobilinas (ficoeritrina)
Algas Verdes Clorofica a, b; carotenóides
Plantas Clorofica a, b; carotenóides

Equação geral da fotossíntese e origem do O2 29


O cientista Van Niel, estudando as bactérias púrpuras, descobriu que o oxigênio resultante
da fotossíntese não vinha do CO2, mas sim da água. Fato que foi comprovado alguns anos
depois. Concluiu-se então que a equação geral da fotossíntese é:
6 CO 2+12 H 2 O luz e clorofila C6 H 12 O 6 +6 H 2 O+ 6O 2

Deve ser considerada a entrada de 12 moléculas de água, das quais 6 são recuperadas no
final do processo.
As Etapas da Fotossíntese

Para que a fotossíntese ocorra, é necessária a ocorrência de várias reações, divididas em


duas etapas: fotoquímica (com participação de luz) e química (sem participação de luz).
Etapa Fotoquímica (ou fase clara): Ocorre nos tilacó ides. Nessa etapa ocorrem dois
conjuntos bá sicos de reaçõ es em presença de luz, a fotofosforilaçã o e a fotó lise da á gua;
Fotofosforilação: neste processo o ADP recebe energia e se liga a um fosfato formando
ATP. As substâncias que participam dessa reação se organizam no complexo antena e formam
dois fotossistema: I e II. Cada complexo é capaz de captar energia luminosa e conduzi-la até o
centro de reação, onde pode ser aproveitada.

 Fotofosforilação cíclica: Deste processo participa o fotossistema I da clorofila P 700 (absorve


eficientemente luz com 700 nm). Quando a clorofila P 700 é excitada pela energia luminosa ela
perde 2 elétrons. Estes elétrons são transferidos para uma substância aceptora de elétrons
que logo os transfere para outras substâncias e assim por diante, ao chegar em determinadas
substâncias, no complexo de citocromos, a energia é utilizada na formação do ATP. Ao
chegarem no ultimo aceptor, os elétrons retornam à clorofila. Em alguns casos, os elétrons
são captados pelo NADP+, formando NADPH, e a clorofila P700 fica com uma deficiência de
elétrons, que são repostos por outros, provenientes do fotossistema II.
 Fotofosforilação acíclica. Elétrons excitados da clorofila P 680 (fotossistema II) são captados
pelas substancias aceptoras até chegar no complexo de citocromos, fornecendo energia para
a produção de ATP e depois recompondo a clorofila P 700 (Fotossistema I). Nesse caso, a
clorofila P680 fica deficiente de elétrons. Estes são repostos por elétrons provenientes da
fotólise da água.

Anotações:
Matéria de Biologia – Ensino Médio

Fotólise da água: Na presença de luz, a molécula de água é quebrada em 2 elétrons,


Etapa Fotoquímica
prótons H+ e O2. Os elétrons
recompõem a clorofila P680, os
prótons H+ são usados na
produção de NADPH + H + e o O2
é liberado para o meio.
Nota: O Objetivo dessa
etapa é produzir ATP e NADPH
+ H+ necessários na etapa
química
30
Etapa Química
Está etapa ocorre no estroma dos cloroplastos e depende do ATP e do NAPH + H + formados
na etapa fotoquímica. Durante esta etapa ocorrem as reações relacionadas à fixação do
carbono presente no CO2 e à síntese de glicose. Para que isso ocorra o CO 2 entra no ciclo das
pentoses (ou Ciclo de Calvin):
 6 moléculas de CO2 se ligam a 6 moléculas de Ribulose bifosfato (5C), formando 6 moléculas
de um produto instável com 6 carbonos cada.
 Sob ação da enzima Rubisco este produto é hidrolisado e forma 12 moléculas de
fosfoglicerato (3C).
 As moléculas de fosfoglicerato recebem 12 moléculas de ATP e 12 NADPH + H + formando 12
moléculas de ADP, 12 moléculas de NADP e 12 de Gliceraldeído fosfato (3C).
 2 moléculas de Gliceraldeído fosfato são utilizadas na síntese de outras substâncias
orgânicas, principalmente a glicose.
 As outras 10 moléculas de gliceraldeído fosfato recebem 6 ATP, e formam 6 moléculas de
Ribulose bifosfato, que podem retornar ao ciclo.
Etapa Química

No final da etapa química, foi produzido uma molécula de glicose e 6 O 2 para cada 6
moléculas de CO2 e 12 de H2O. As moléculas de glicose podem ser utilizadas diretamente na
respiração ou ser convertidas em sacarose (um dissacarídeo) para ser transportadas para as
partes da planta que não realizam fotossíntese, podem também ser convertidas em amido
para estocagem, ou celulose para compor a parede celular.

Anotações:
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Quimiossíntese
É um processo realizado por bactérias autótrofas no qual a energia necessária para a
formação dos compostos orgânicos, a partir de CO 2 e H2O, provém da oxidação de substâncias
inorgânicas. Várias substâncias podem ser utilizadas com este propósito:
 Ferrobactérias: utilizam a energia química proveniente de compostos de ferro.
4 FeO+O 2 2 Fe 2 O 3 + Energia

 Nitrobactérias: utilizam a energia química proveniente da oxidação de NH 4+ ou NO2-, são


fundamentais no ciclo do nitrogênio, tornando-o disponível para as plantas, que são capazes
de absorver NO3- (produto final da quimiossíntese de nitrobacter)
+¿+2O 2 NO2
−¿+ 2 H2 O+ Energia ¿
¿
31
oNitrosomonas: transformam em nitrito: N H4 →

−¿+ Energia ¿
−¿+O 2 2 NO 3 ¿
oNitrobacter: tranformam nitrito em nitrato: 2 N O2 →

 Sulfobactérias: utilizam energia proveniente da oxidação de enxofre, comuns nas fontes


2−¿+ Energia ¿
2−¿+O2 2 SO4 ¿
termais marinhas: 2 S O 3 →

Fermentação
Na fermentação, a glicose é parcialmente degradada na ausência de oxigênio e origina
substâncias mais simples como o ácido lático e o álcool etílico. Neste processo há ganho de
apenas duas moléculas de ATP. A fermentação se inicia a partir da glicólise (processo que
também ocorre na respiração).
Nota: Diferentemente da fotossíntese e da quimiossíntese, os processos de fermentação e
respiração não visam a produção da matéria orgânica, mas sim a quebra destas para obtenção
de energia.

Glicólise

Este processo ocorre no citosol, e é comum a muitos seres vivos,Glicólise


o que indica que este
processo surgiu bem cedo na evolução. Inicialmente
a glicose é degradada em duas moléculas de piruvato
(C3H4O3). Para que esta reação ocorra é necessário o
gasto de 2 ATP.
A glicose quebrada pelo fornecimento de 2 ATP
gera 2 moléculas de gliceraldeído 3-fosfato, cada
uma dessas moléculas fornece 2 H para o NAD +,
formando uma molécula de NADH + H + cada, além
disso cada uma fornece energia necessária para a
produção de 2 ATP, a partir de moléculas de ADP,
com isso o gliceraldeído 3-fosfato se torna piruvato.
No fim da glicolise foram produzidos 4 ATP (-2 gastos para iniciar a reação, saldo de 2 ATP), 2
NADH + H+ e dois piruvatos.

Anotações:
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Tipos de Fermentação

O NAD é uma substância fundamental para a quebra da glicose, por isso ele deve ser
recuperado a partir do NADH + H+ no fim do processo. A recuperação do NAD na ausência de
O2, Utilizando o próprio piruvato chama-se fermentação. Os tipos mais comuns de
fermentação são a lática e a alcoólica.
Fermentação Lática: O piruvato serve como aceptor dos hidrogênios e se transforma em
ácido láctico. É realizada por determinadas bactérias e fungos, alguns são aproveitados pela
indústria alimentícia na produção de alimentos como iogurte, queijo, coalhadas, etc. Em seres
humanos as células do tecido muscular esquelético podem realizar fermentação caso haja
insuficiência de oxigênio, neste caso o ácido 32
láctico formado fica acumulado nos músculos e
contribui para a fadiga muscular; quando o teor de oxigênio é restabelecido, o ácido lático é
transformado novamente em piruvato (processo que ocorre principalmente no fígado).
Fermentação Alcoólica: Neste processo o piruvato libera inicialmente uma molécula de
CO2, formando um composto de dois carbonos, que atua como receptor de hidrogênios e se
transforma em álcool etílico. Este tipo de fermentação é aproveitado na indústria na produção
de bebidas alcoólicas como vinho e cerveja, além de ser usado na fabricação de pão.

Respiração
É um processo realizado pela maioria dos seres vivos, procariontes e eucariontes. Assim
como a fermentação, o objetivo da respiração é quebrar moléculas orgânicas para sintetizar o
ATP, sendo que o saldo dessa molécula na respiração é muito maior do que na fermentação.
A respiração pode ser dividida em duas fases, anaeróbia e aeróbia:
Fase Anaeróbia
Essa fase não depende do gás oxigênio para ocorrer. Tanto em procariontes como em
eucariontes, é realizada no citosol e corresponde à glicólise, na qual uma molécula de glicose é
quebrada em duas de piruvato, da mesma forma como ocorre na fermentação. Sendo assim,
no final dessa fase foi produzido, para cada glicose, duas moléculas de piruvato, 2 NADH + H +
com um saldo de 2 ATP.
Total: 2 ATP e 2 NADH + H+
Fase Aeróbia

Ocorre apenas na presença de oxigênio. Nos procariontes ocorre no citosol e a cadeia


respiratória (fim do processo) ocorre associada â face interna da membrana plasmática; já nos
eucariontes este processo ocorre no interior de organelas especiais denominadas
mitocôndrias. Nesta fase ocorre formação do Acetil-CoA, ciclo de Krebs e cadeia respiratória.
Formação do Acetil CoA: o piruvato penetra na matriz mitocondrial onde libera CO 2,
além de hidrogênios formando NADH + H +, dessa forma ele se transforma em Acetil, que se
combina com a coenzima A, dando origem ao Acetil-CoA.
Total: 2 ATP, 4 NADH + H+ e 2 CO2

Anotações:
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Ciclo de Krebs (ou ciclo do ácido tricarboxílico): Também ocorre na matriz


mitocondrial. O Acetil-Coa combina-se com um composto de 4C, libera a Coenzima A e forma
um composto de 6C denominado citrato, este composto libera 2 CO 2, um ATP, três NADH + H+
e um FADH2 (cada acetil), e volta a se transformar no composto de 4C que pode participar
novamente do ciclo.
Total: 4 ATP, 10 NADH + H+, 2 FADH2 e 6 CO2
Cadeia Respiratória: É o ultimo processo da respiração e ocorre nas cristas
mitocondriais. Neste processo o NADH + H + e o FADH2 liberam elétrons que passam por
aceptores (entre eles os citocromos) e sua energia é utilizada na produção de ATP. O Oxigênio
atua apenas no fim da cadeia como aceptor final de hidrogênios (formando H 2O), porém, sua 33
presença é fundamental para a ocorrência de todos os processos da fase aeróbia. Durante a
cadeia respiratória, para cada molécula de NADH + H + são formados 3 ATP, e para cada FADH 2
são formados 2 ATP (estudos recentes indicam que estes valores podem ser menores),
resultando em um total de 38 ATP.
Equação Geral da Respiração: C 6 H 12 O 6 +6 O 2 → 6 CO 2+6 H 2 O+36 a 38 ATP
Notas: 1. Como a membrana das mitocôndrias é impermeável ao NADH + H +, esta molécula
produzida durante a glicose deve passar seus hidrogênios para um receptor no interior da
mitocôndria, caso este receptor seja um FAD, o saldo final de ATP será menor e por causa disso
varia de 36 a 38 ATP.
2. Respiração Anaeróbica: realizada por determinadas bactérias (sem O 2), utilizam
nitrito, nitrato, sulfito ou carbonato para oxidar a matéria orgânica. Ex: bactérias desnitrificantes.

Divisão Celular e
CAPÍTULO

5
Introdução
Reprodução

Nos animais é possível identificar dois tipos de células: as células somáticas e os gametas.
Nas células somáticas, os cromossomos ocorrem aos pares, os cromossomos do mesmo par
são denominados cromossomos homólogos; e cada par possui genes para as mesmas
características. São também chamadas células diplóides ou 2n.
Nos gametas existe apenas um cromossomo de cada par, sendo chamadas células
haplóides ou n.
Os dois processos básicos de divisão celular são mitose e meiose: na mitose as células se
dividem dando origem a duas células filhas com o mesmo número de cromossomos da célula
mãe; Na meiose as células se dividem dando origem a quatro células filhas com metade do
número de cromossomos, é o processo que dá origem aos gametas.
Nota: nos seres humanos, as células somáticas possuem 23 pares de cromossomos,
resultando em um total de 46. Os gametas possuem apenas um cromossomo de cada par, ou
seja 23 cromossomos. Quando o espermatozóide fecunda o óvulo, os 23 cromossomos de cada
passam a ocupar a mesma célula (zigoto), restabelecendo os 46 cromossomos.

Anotações:
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Interfase
É a etapa em que a célula apresenta intensa atividade metabólica, é nesse etapa que ocorre
transcrição gênica, síntese de proteínas e crescimento celular. Pode ser divida em três fases
G1, S e G2.
G1: Nessa fase a célula cresce. No final, existe um ponto de checagem, para determinar se
a célula está pronta para a fase S. Neste ponto a célula verifica: se cresceu o suficiente, se o
meio externo é adequado e se o DNA está danificado (caso o DNA esteja danificado a célula
não se divide, muitos cânceres ocorrem pois as modificações no DNA não foram percebidas
neste momento).
S: Nesta fase ocorre síntese do DNA 34 nuclear, os cromossomos se duplicam, mas
permanecem unidos pelo centrômero. Também ocorre duplicação dos centrômeros, que
permanecem unidos.
G2: Novamente a célula cresce e no fim do processo passa por um ponto de checagem
semelhante ao de G1 para verificar se está pronta para a divisão.
Com relação à divisão celular, podem ser destacados três tipos de células em seres
humanos:
 Células permantes: são células que depois de diferenciadas não se dividem mais, como por
exemplo as células nervosas e musculares. Estas células, após G1, não seguem para S, mas
sim para um estágio denominado G0.
 Células estáveis: células que não se dividem normalmente, mas podem sair de G0 quando
submetidas a certos estímulos. Como por exemplo as células do fígado, e os glóbulos
brancos (estes proliferam para combater corpos estranhos que penetram no corpo).
 Células com grande capacidade de divisão, como as células da epiderme da pele e do
epitélio intestinal.

Mitose
Processo no qual a célula se divide em duas, mantendo o número inicial de cromossomos,
pode ser dividida em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase.
Prófase

 Nesta fase os cromossomos, já duplicados, começam a se condensar. Cada cromossomo


apresenta-se formado por duas cromátides irmãs, unidas pelo centrômero. Proteínas
organizam-se no centrômero e formam um complexo denominado cinetócoro para cada
cromátide irmã.
 O nucléolo desaparece, por não haver transcrição de RNA.
 Os centrossomos se separam e cada um começa a organizar seu próprio arranjo radia de
microtúbulos (denominado áster), eles se empurram em direção opostas e cada um passa a
ocupar um pólo da célula. Os microtúbulos entre eles dão origem ao fuso mitótico.
 A prófase termina com o rompimento da carioteca. Então inicia-se a metáfase.

Metáfase

 Como não há mais limites físicos entre o núcleo e o citoplasma, os microtúbulos polares se
ligam aos cinetócoros das cromátides irmãs.
Anotações:
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 Presos aos microtúbulos, os cromossomos são deslocados para a região equatorial da célula,
formando a placa metafásica.
 Nesta etapa os cromossomos atingem o máximo de condensação.
 É a fase mais longa da mitose.

Anáfase

 A anáfase inicia-se com a separação dos centrômeros, as cromátides irmãs, divididas, passam
a se chamar cromossomos irmãos.
 Os microtúbulos, ligados aos cinetócoros, arrastam os cromossomos irmãos para pólos
35
opostos da célula. Com isso há segregação de dois conjuntos idênticos de cromossomos. A
anáfase termina quando os conjuntos chegam a pólos opostos da célula.

Telófase

 É a ultima fase da mitose, a carioteca se reorganiza, os cromossomos se descondensam, o


cinetócoro e seus microtúbulos desaparecem e o nucléolo se reorganiza.
 Ao final da telófase, os dois núcleos adquirem o mesmo aspecto de um núcleo interfásico.
Nota: O processo de divisão do núcleo é denominado cariocinese.

Citocinese
Corresponde ao processo de divisão do citoplasma, tem inicio ao final da anáfase ou na
telófase. Nas células animais tem inicio a partir de uma invaginação da membrana plasmática
na região da placa metafásica, que se aprofunda gradualmente até que as células se separem.
Ocorre devido à ação de microfilamentos associados a miosina que formam um anel
contrátil e estrangulam a célula. A citocinese termina com a separação das células filhas.

Mitose em Células Vegetais


A mitose nas células vegetais é bastante semelhante â que ocorre em células animais,
variando apenas em alguns aspectos:
 como as gimnospermas e angiospermas não possuem centriolos (mitose acêntrica), não se
forma o áster (mitose anastral).
 Além disso, como as células vegetais possuem parede celular, a citocinese ocorre de forma
diferente, de dentro para fora. Não ocorre invaginação da membrana plasmática, forma-se
uma lâmina equatorial a partir de vesículas diferenciadas provenientes do complexo
golgiense, estas se fundem dando origem à lamela média, e suas membranas completam a
membrana plasmática das células filhas.

Anotações:
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Divisão em Procariontes
É um processo mais simples que a mitose, por não haver núcleos e organóides
membranosos. Inicia-se por um alongamento celular, seguido da duplicação do cromossomo,
cada cromossomo vai para um dos pólos da célula e ocorre invaginação da membrana
plasmática na região central, dividindo a célula e dando origem a duas células filhas.

Classificações dos Cromossomos e Cariótipo


Os cromossomos metafásicos podem ser classificados de acordo com a posição do
centrômero em:
36
 Metacêntrico: o centrômero se apresenta na região mediana, formando dois braços de
mesmo tamanho.
 Submetacêntrico: o centrômero se apresenta pouco afastado da região mediana,
formando dois braços de tamanho diferente.
 Acrocêntrico: o centrômero se apresenta muito afastado da região mediana, formando
dois braços de tamanhos muito diferentes.
 Telocêntrico: apresenta centrômero terminal.

O Cariótipo é o conjunto de todos os cromossomos presentes no núcleo de uma célula. O


ser uma, por exemplo, possui 46 cromossomos (23 pares), dos quais dois são cromossomos
sexuais (1 par) (XX feminino, XY masculino). O número, o tamanho e a forma dos
cromossomos é constante para indivíduos de uma mesma espécie.

Meiose
A meiose é um tipo de divisão celular no qual uma célula da origem a outras quatro, com
metade do número de cromossomos da primeira, ou seja, cada célula filha apresenta apenas
um dos cromossomos homólogos. Ocorre apenas nos seres eucariontes. A Interfase ocorre de
forma semelhante à que precede a mitose. Na meiose ocorrem duas divisões sucessivas,
denominadas Meiose I e Meiose II.

Tipos de Meiose
A meiose pode ser classificada de acordo com o momento que ocorre, podendo ser: meiose
inicial, intermediária ou final.

Anotações:
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Meiose Inicial: Ocorre no ciclo de vida dos fungos e de algumas algas; neste tipo de
meiose o individuo é haplóide e apenas o zigoto é diplóide, sofrendo meiose após a
fecundação.
Meiose Intermediária: Ocorre no ciclo de vida das plantas e de muitas algas
multicelulares; a meiose forma esporos (n), que se dividem por mitose dando origem a
indivíduos haplóides, estes formam gametas por mitose. Quando ocorre a fecundação, forma-
se um indivíduo diplóide, capaz de gerar esporos por meiose, reiniciando o ciclo. Este ciclo é
chamado metagênese (ou alternância de gerações).
Meiose Final:É a que ocorre nos animais. Indivíduos diplóides formam gametas por
meiose. Estes, quando fecundados, dão origem a novos indivíduos diplóides. 37

Fases da Meiose I
Prófase I
É a fase mais longa da meiose. Ocorre de maneira semelhante à prófase da mitose. Os
cromossomos começam a se condensar, os centrossomos se deslocam para pólos opostos,
surgem as fibras do fuso, nucléolo e carioteca desaparecem. A grande diferença está no fato
de que os cromossomos homólogos se pareiam nessa fase e trocam material genético
(crossing over). A profase 1 pode ser dividida em 5 subfases:
 Leptoteno: cromossomos ainda finos, mas já individualizados (não é possível distinguir as
cromátides), começam a se condensar.
 Zigoteno: cromossomos mais condensados, inicia-se o pareamento de cromossomos
homólogos (pareamento ponto por ponto conhecido como sinapse cromossômica).
 Paquiteno: cromossomos bem condensados com as cromátides bem visíveis; o par de
cromossomos homólogos, com suas quatro cromátides forma um conjunto chamado
bivalente (ou tétrade). Nesta fase duas cromátides homólogas podem sofrer ruptura em
pontos equivalentes e trocar seu material genético, processo denominado permutação
(ou crossing over). As cromátides ficam unidas no ponto onde ocorreu a permutação,
cada um desses pontos é denominado quiasma.
 Diplóteno: os cromossomos começam a se afastas e os quiasmas se tornam evidentes.
 Diacinece: termina o afastamento das cromátides e os quiasmas “escorregam” para as
extremidades. A prófase I termina com o rompimento da carioteca.
Metáfase I
Os cromossomos atingem o máximo de condensação; forma-se a placa metafásica, porém,
os cromossomos, ainda unidos pelo quiasma, continuam pareados. Diferentemente da mitose,
os microtúbulos do cinetócoro das cromátides irmãs não irradiam para pólos diferentes da
células, mas sim para o mesmo lado.
Anáfase I
Nesta fase cessa a coesão entre as cromátides irmãs (que permanecem unidas pelo
centrômero); o par de cromossomos se separa e cada um é puxado para um pólo diferente da
célula. Dessa forma, não há separação de centrômero como na mitose, mas sim de
cromossomos homólogos. No final da Anáfase I, encontram-se n cromossomos duplicados

Anotações:
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(díades) em cada pólo da célula, diferentemente da mitose, na qual se encontravam 2n


cromossomos não-duplicados em cada pólo.
Telofase I
Inicia-se quando as díades atingem os pólos da célula; a carioteca e o nucléolo se
reorganizam, o fuso desaparece e os cromossomos se desespiralizam. Ocorre a citocinese e
são formadas duas células n com cromossomos duplicados (na mitose formam-se duas células
2n com os cromossomos não duplicados).
Meiose II
Cada célula n com cromossomos duplicados dará origem a duas células n com
38das cromátides irmãs durante a anáfase II). A
cromossomos não-duplicados (ocorre separação
meiose II se assemelha à mitose e suas fases prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II
correspondem às fases da mitose.

Gametogênese
É o processo de formação dos gametas. Existem dois tipos: espermatogênese e
ovulogênese, formando respectivamente, espermatozóides e óvulos.
Espermatogênese
Nos animais a espermatogênese ocorre nas gônadas masculinas (testítculos). Em seres
humanos, inicia-se durante o desenvolvimento embrionário: nos testículos do embrião, células
diplóides denominadas germinativas primordiais, dão origem à varias espermatogônias por
mitose.
A partir da puberdade, as espermatogônias iniciam um intenso processo de divisão
mitótica, aumentando em número. Algumas saem desse processo e entram em um período de
crecimento, dando origem à uma célula denominada espermatócito I.
Os espermatócitos I (2n) entram em meiose, a primeira divisão origina os espermatócitos II
(n) e a segunda gera as espermátides (n). As espermátides entram em um processo
denominado espermiogênese, no qual se transformam em espermatozóides. No fim do
processo, cada espermatócito I forma quatro espermatozóides.
Espermatozóide: Formado por duas regiões: cabeça (onde se localizam o núcleo e o
acrossomo, transformação do complexo de golgi) e cauda (flagelo modificado; a primeira
região da cauda é chamada peça intermediária e apresenta muitas mitocôndrias, que
fornecem energia para o movimento). Em geral são bem menores que os óvulos.

Anotações:

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