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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

Desenvolvimento Econômico
CONCEITOS

Natanael Junio da Paes R.A. 102207 T. 31

1. Apresente como o conceito de crescimento econômico difere de


desenvolvimento econômico.
Crescimento econômico: consiste em aumentar o poder econômico e militar e
não necessariamente, melhorar as condições de vida do conjunto da
população. A necessidade de segurança sobrepujava, no agregado, objetivos
econômicos mais específicos.
Desenvolvimento econômico: envolve mudanças qualitativas no modo de vida
das pessoas, nas instituições e nas estruturas produtivas. Nesse sentido,
desenvolvimento caracteriza-se pela transformação de uma economia arcaica,
ineficiente, em uma economia moderna, eficiente, juntamente com a melhora
do nível de vida do conjunto da população. Desenvolvimento econômico se
define, portanto, pela existência de crescimento econômico conjunto, em ritmo
superior ao crescimento demográfico, envolvendo mudanças de estruturas e
melhorias de indicadores econômicos e sociais per capita.

2. Quais as diferenças conceituais entre pobreza, miséria e


subdesenvolvimento?
Pobreza: as pessoas pobres são aquelas cuja renda familiar só consegue
atender suas necessidades básicas (alimentação, moradia, vestuário,
educação, transporte, saúde e lazer).
Miséria: pessoas miseráveis são aquelas cuja renda familiar cobre somente sua
alimentação.
Subdesenvolvimento: define-se pela insuficiência do crescimento econômico,
em relação ao crescimento demográfico, pela sua intermitência e pela
concentração da renda e da riqueza. A economia subdesenvolvida caracteriza-
se pela instabilidade e pela dependência econômica, tecnológica e financeira
dos países desenvolvido.

3. Em que aspecto crescimento econômico se diferencia de


desenvolvimento sustentável?
Crescimento econômico está relacionado com o aumento de riqueza de um
país, ou o aumento na produção nacional. O desenvolvimento sustentável é o
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração presente sem
prejudicar as gerações futuras, e para isso ele não esgota os recursos como a
natureza. A diferença entre esses dois termos é que o crescimento econômico
apenas se preocupa com o aumento da riqueza e da produção de um país,
ignorando os cuidados com o meio ambiente, já o desenvolvimento sustável é
consciente que os recursos são finitos.

4. Pode-se afirmar que o IDH foi um indicador formulado em concordância,


desde seu início, por seu criador, Amartya Sen? Explique.
Na busca de maneiras de medir e comparar países conforme seu
desenvolvimento, o IDH foi formulado pelos economistas Amartya Sem e
Mahbub ul Haq, esse indicador vem sendo utilizado desde 1993 pelo Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em seus relatórios anuais,
porém, desde o início de se cálculo, o IDH passou por várias alterações
metodológicas, sempre respeitando, contudo, o princípio básico de associar,
aos indicadores de renda, indicadores de educação e saúde que expressem a
qualidade de vida da população.

5. Quais são as três dimensões que o IDH combina na sua metodologia


atual? Apresente as suas equações e as explique.
O IDH procura captar 3 dimensões, a saber:
1. Uma vida longa e saudável.
𝐸𝑉 − 20
𝐼𝐸𝑉 =
85 − 20
IEV = Índice de Expectativa de Vida.
EV = Expectativa de Vida
2. Acesso ao conhecimento
𝐼𝑀𝐴𝐸 + 𝐼𝐸𝐴𝐸
𝐼𝐸 =
2
IE: Índice de Escolaridade
IMAE: Índice de Média dos Anos de Educação
IEAE: Índice de Expectativa de Anos de Estudo
3. Um padrão de vida decente
𝑙𝑛⁡(𝑃𝐼𝐵𝑃𝑃𝐶 ) − 𝑙𝑛⁡(100)
𝐼𝑅 =
𝑙𝑛(75000) − 𝑙𝑛⁡(100)
IR: Índice de Renda

6. Associe a fórmula geral do IDH com as três dimensões supracitadas.


O IDH é, assim, uma média geométrica dos três indicadores.
3
𝐼𝐷𝐻 = √𝐼𝐸𝑉 ∗ 𝐼𝐸 ∗ 𝐼𝑅

7. Quais são as críticas que você pode apresentar à metodologia do IDH?


Embora amplamente utilizado o IDH é falho ao não considerar questões como
pobreza, desigualdades de gênero e desigualdades regionais.

8. Apresente o fluxo circular da renda e o descreva sinteticamente.


As famílias oferecem sua força de trabalho no mercado de fatores de produção,
as firmas demandam este recurso para produzir bens e serviços que são
ofertados às famílias, este é o fluxo real da economia.
O fluxo monetário se inicia com as famílias recorrendo ao mercado de bens e
serviços para adquirir a produção realizada pelas firmas, que remunera a mão
de obra empregada no processo produtivo.

9. Qual o elemento que, segundo Joseph Schumpeter, rompe com o


processo circular da renda? Explique.
O elemento que rompe o processo circular da renda é o desenvolvimento
econômico, pois esse surge espontaneamente mudando o equilíbrio
previamente existente, trazendo mudanças revolucionárias.

10. Explique o conceito de destruição criadora, associando-o com as


inovações e a escola evolucionista.
O conceito de destruição criadora sugere com novas combinações de meios
produtivos que destroem combinações anteriores, ou seja, novas firmas podem
implicar no fechamento de firmas antigas. Através da inovação surge novos
produtos, novos modos de produção, descoberta de matéria primas e novas
organizações industriais que fazem com que novas firmas destruam as antigas.
O agente que implementa a inovação é o empresário empreendedor. A
destruição criadora está relacionada a seleção natural de Darwin, ou seja, as
empresas antigas que não inovam vão desaparecer com o tempo dando lugar
as novas empresas inovadoras.

11. Qual a importância do mercado de crédito dentro do processo de


inovação?
O mercado de crédito na pessoa do banqueiro é o intermediário entre o
empresário e os proprietários dos meios de produção, isto é, os acionistas. O
banqueiro amplia os meios de pagamentos, ao criar crédito, tornando-se o
elemento-chave do desenvolvimento econômico. O banqueiro fornece poder de
compra ao empresário e torna possível a realização de novas combinações
produtivas. Concedendo crédito, o banqueiro permite ao empresário adotar
novas combinações e gerar lucro.
Schumpeter (1997) trata o crédito bancário como componente necessário para
o financiamento das novas combinações que produzirão as mudanças e
argumenta que nem mesmo a ortodoxia conservadora poderia negar que a
estrutura industrial do início do século XX teria se erguido sem o crédito. Com
isso, Schumpeter (1997) faz uma conexão entre o crédito e as inovações ao
afirmar “[...] que o crédito é primariamente necessário às novas combinações”
e que “[...] na realização de combinações novas, o ‘financiamento’, como um
ato especial, é fundamentalmente necessário, na prática como na teoria”
(Schumpeter 1997, pág. 80). Além disso, Schumpeter (1997) define o
banqueiro – a quem ele atribui o título de capitalista “par excellence” – como
sendo “essencialmente um fenômeno do desenvolvimento” e quem torna
“possível à realização de novas combinações,” e “autoriza as pessoas, por
assim dizer, em nome da sociedade, a formá-las. É o é foro da economia de
trocas” (Schumpeter, 1997, pág. 83).

12. Schumpeter descreve uma explicação sobre os ciclos econômicos.


Descreva as etapas evidenciadas nos ciclos econômicos de acordo com
o autor.
O crescimento econômico não se produz de maneira uniforme, ele acelera se
com introdução de nossos produtos e novos produção de inovação (produção
pela ação da empresa inovadora). Os preços sobem e assim estimulam as
empresas a aumentar a produção.
A trajetórias cíclicas apresenta 4 fases;
1-ASCENSÃO, com o produto crescendo acima da linha de tendência de LP.
2-RECESSÃO, inicia após o pico, com produto caindo abaixo da linha de
tendência
3-DEPRESSÃO, com o nível de produto caindo abaixo da linha de tendência.
4- RECUPERÇÃO, após o vale indo até a linha de tendência, quando a
economia pode iniciar uma nova fase de crescimento.

13. Qual a tendência de longo prazo do sistema capitalista para Schumpeter?


Explique.
No médio prazo a economia se move através de uma trajetória cíclica. O ciclo
surge porque as inovações, financiadas pelo crédito fazem subir os preços dos
fatores de produção, enquanto os preços dos produtos elevados inicialmente,
tendem a cair. Políticas governamentais adotadas com o objetivo de reduzir a
fase recessiva, e imperfeições de mercado, agem no sentido de criar um
processo inflacionário, que tende a acompanhar o processo de
desenvolvimento.

14. Explique o conceito de Sistema Nacional de Inovação e sua relação com


a teoria schumpeteriana.
O Sistema Nacional de Inovações (SNI) é um grupo de instituições públicas e
privadas (Governo, Agências de Fomento, Empresas, Universidades e Centros
de Pesquisa & Desenvolvimento) que realizam atividades que geram novas
tecnologias, tanto a inovação e aprendizado como principal objetivo. A relação
com a teoria Schumpeteriana é justamente a inovação, que por meio do SNI
pode contribuir para o desenvolvimento tecnológico que é capaz de contribuir
para o crescimento econômico.

15. A teoria keynesiana se volta ao longo prazo? Explique.


“No longo prazo todos estaremos mortos”. Esta paráfrase de Keynes ajuda a
entender que a sua teoria está voltada para o curto prazo, que é quando as
ações dos agentes econômicos impactam a economia.

16. Apresente quais são as implicações do modelo de Harrod – Domar para o


processo de crescimento econômico.
A preocupação dos modelos de inspiração Keynesiana é manter um
crescimento persistente (pleno emprego) sem inflação. Os modelos se
preocupam em eliminar o excesso de poupança, evitando manter a
insuficiência de demanda efetiva. Doma conclui que o investimento precisa
crescer a cada período para manter o crescimento equilibrado. Harrod chegou
a considerações semelhantes, incorporando considerações das expectativas
empresariais na função investimento. O modelo conclui que haveria uma única
taxa de crescimento estável condizente com o pleno emprego (fio da navalha).

17. Em que maneira os modelos que vêm após o modelo de Harrod – Domar,
como os modelos de Robinson – Kaldor, questionam suas conclusões?
Quais as modificações que esses modelos (Robinson – Kaldor)
apresentam?
A conclusão do “fio da navalha” de Harrod tinha como exógenos a Propensão
Marginal a Poupar e a Relação Capital/Produto de uma economia. A resposta
neoclássica flexibiliza essa última relação, já a resposta de Cambridge lida com
a primeira. Os modelos de Robinson E Kaldor reconhecem a possibilidade de
existirem diferentes taxas de poupança conforme as classes sociais.

18. Apresente as hipóteses do modelo de W. Arthur Lewis.


As hipóteses de Lewis são:
a. Uma economia em desenvolvimento tem um “excedente não produtivo”
no setor agrícola;
b. Esses trabalhadores são atraídos por um setor de produtos
manufaturados em crescimento, que apresenta salários maiores
relativamente constantes;
c. Assume-se que os salários no setor manufatureiro são relativamente
constantes;
d. O modelo assume que os lucros serão reinvestidos no negócio, na forma
de capital fixo;
e. Um setor manufatureiro avançado significa que uma economia assou de
uma economia tradicional para uma industrializada.

19. O modelo de Lewis é, muitas vezes, conhecido como modelo de fator dual.
Por quê?
O modelo de fator dual, é apresentado como uma teoria de desenvolvimento
em que o trabalho excedente do setor agrícola tradicional é transferido para o
setor industrial moderno, como se explica no gráfico, ele é chamado assim,
pelo fato de acontecer em dois setores e fazer a economia crescer.

20. Diferencie os setores presentes no modelo de Lewis.


Setor capitalista: “a parte da economia que usa capital reproduzível e, assim,
paga os capitalistas”. O uso do capital é controlado pelos capitalistas, que
contratam os serviços do trabalho, o setor capitalista pode ser privado ou
público.
Setor de subsistência: “a parte da economia que não usa capital reproduzível
(setor tradicional). O trabalho por trabalhador é comparativamente menor nesse
setor sobretudo por não haver capital.

21. Explique a dinâmica que ocorre na economia de acordo com o modelo de


Lewis utilizando o gráfico abaixo.

O produto total do trabalho é dado por (OMPM) fazendo assim a curva, sendo
divididos entre os salários (OWPM) e o excedente capitalista (WNP).
Com o deslocamento da curva de produto marginal, o setor emprega mais
trabalhadores, de M para M'. O montante do capitalista sobe para WN'P.
O processo é repetitivo até que o excedente de trabalhadores seria acabado.
No ponto que isso acontece, os salários do setor de subsistência crescem,
onde os salários da economia tenderão a se elevar conforme a produção
marginal se eleva. Onde acontece o desenvolvimento autossustentado.

22. Quais as críticas que são apresentadas ao modelo de Lewis?


1 – Pode haver um custo de oportunidade positivo para a transição entre os
setores;
2 – A absorção dos trabalhadores pode ocorrer de forma prematura;
3 – O modelo subestima os efeitos de um crescimento populacional;
4 – A taxa de crescimento pode não ser idêntica para ambos os setores.
5 – Lewis ignora os encadeamentos entre os setores;
6 – A transição dos trabalhadores para o setor agrícola não é lenta, e nem sem
custos;
7 – O modelo assume que as informações são perfeitas, com formação ilimitada
de capital na indústria.
23. Quais são os estágios de desenvolvimento das sociedades de acordo
com Rostow?
1 – Sociedade tradicional;
2 – Antes da decolagem;
3 – Decolagem;
4 – Transição para a maturidade tecnológica;
5 – Consumo de massa.

24. Apresente as características centrais de cada um dos estágios descritos


por Rostow, enfatizando a taxa de investimento / produto interno líquido.
Primeiro estágio: enfatiza-se o trabalho humano, onde o comércio geralmente
é regional, com um sistema monetário incompleto. Rostow aponta que as
nações nesse grupo (países como Etiópia, Quênia, Camboja e Afeganistão),
nunca investem mais do que 5% do seu Produto Interno Liquido (PIL), e o
Estado quase não atua nessas regiões (não havia industrialização).
Segundo estágio: a sociedade começa a sair de um modo de vida agrário para
industrial, o comércio começa a mudar e crescer (cria-se mercado
internacional), e o excedente obtido são reinvestidos no desenvolvimento
industrial. O governo, segundo Rostow, além de ter uma atuação importante
nesse processo, é mais presente. E esse grupo de sociedade (países como
México, Chile, Panamá, Filipinas, Porto Rico e Índia), investe acima de 5% de
seu PIL.
Terceiro estágio: crescimento rápido e sustentado, onde depende de um (uns)
setor (es) econômico (s) (dinâmico). Existem três requisitos para a decolagem
acontecer: taxa de investimento/P.I.L. acima dos 10%; um ou mais setor (es)
de manufatura com crescimento elevado, e existência de uma estrutura social,
política e institucional que explore os impulsos de exportação do setor
moderno.
Quarto estágio: fase onde a economia se encontra no comércio internacional e
onde a tecnologia se estende na mesma. Cerca de 10% a 20% do P.I.L. é
revertido como investimento, onde ocorrem 3 mudanças importantes:
modificações na força de trabalho (do setor agrícola para o setor
manufatureiro); profissionalismo na atividade empresarial; e impactos
ambientais são percebidos, procurando os suavizar.
Quinto estágio: típico das nações ocidentais, onde consumidores se voltam
para o consumo, e cada país resolve se enfatizar em algo: questões militares
e segurança; igualdade e bem-estar; desenvolvimento de bens de luxo para
uma classe mais rica. Nesse estágio os problemas de subsistência têm pouco
peso nas decisões dos agentes.

25. Quais dentre os estágios apontados seriam, conforme Rostow,


explicados pela teoria de crescimento até então? Por que Rostow sugere
outros estágios além desses?
Uma vez que a teoria do crescimento consiste em aumentar o poder econômico
e militar e não necessariamente melhorar as condições de vida do conjunto da
população, as etapas de Rostow que mais se assemelham a este conceito são
o estágio de decolagem, onde o fator mais importante é o crescimento rápido
e sustentado, puxado por um ou alguns setores dinâmicos; e a transição para
a maturação tecnológica, que é marcada por um longo período de crescimento
sustentado. Segundo Rostow o estágio do consumo de massa seria o ápice do
desenvolvimento, pois neste ponto os indivíduos se voltam para o consumo de
bens duráveis, e os problemas de subsistência tem pouco peso nas decisões
das agentes.

26. Quais as críticas que podem ser levantadas para a divisão de Rostow do
crescimento por etapas?
As críticas levantadas à tese de Rostow do crescimento por etapas foram
devido à ênfase em países ocidentais e na adoção de políticas liberais;
desenvolvimento como um processo determinístico linear; e por Rostow não
considerar uma posição de dependência dos/entre países.

27. Perroux salienta o aspecto regional em sua análise do desenvolvimento.


Em que aspecto a análise de Perroux difere, porém, dos teóricos
anteriores que enfatizavam os fatores locacionais (como custo de
transporte)?
Para Perroux o crescimento não aparece simultaneamente em toda parte. Ao
contrário, manifesta-se em pontos ou polos de crescimento, com intensidades
variáveis, expande-se por diversos canais e com efeitos finais variáveis sobre
toda a economia. Ou seja, o processo de crescimento econômico não implica
em equilíbrio como sugeriam os economistas clássicos e neoclássicos, mas
este sim é um processo desequilibrado por natureza.

28. Defina os conceitos de indústria motriz e indústria movida. Como esses


conceitos se relacionam?
Indústria motriz é definida como a indústria que tem a capacidade de aumentar
as vendas e as compras de serviços de outras indústrias ao aumentar as suas
próprias vendas e compras de serviços produtivos. O segundo conceito é a
indústria movida que é a indústria na qual é impactada (movida) pela indústria
motriz.

29. Apresente e explique as quatro formas de polarização do


desenvolvimento induzidas pelas indústrias motrizes.
1) Técnica: encadeamento entre a indústria motriz e outras empresas
2) Econômica: indústria motriz aumentaria a geração de emprego e renda
no polo
3) Psicológica: investimentos criariam um clima de otimismo no polo
4) Geográfico: impactos sobre os sistemas urbanos da cidade em que se
localiza a industrias

30. Explique o conceito de causação circular e acumulativa de Myrdal.


De acordo com o autor, haveria mecanismos que, uma vez iniciados, seriam
mutuamente reforçados pelas forças de mercado e conduziriam as regiões
(polos) por caminhos divergentes. Para exemplificar, uma região passe por um
surto de crescimento por uma razão fortuita, após esse evento, seus recursos
produtivos seriam “despertados” e ela passaria a atrair recursos produtivos
(trabalho, capital, “espírito empreendedor”) de outras regiões, os negócios ali
implantados ampliariam o mercado para novos empreendimentos, esses por
sua vez, reforçar-se-iam, gerando mais lucros e investimentos.

31. Como o conceito acima se relaciona com a teoria dos polos de Perroux?
Perroux afirma que haveriam indústrias motrizes (que teriam propriedade de
aumentar as vendas e compras de serviços de outras) e indústrias movidas
(que teriam suas vendas aumentadas pelas motrizes), essa concepção vai de
encontro com a teoria de Rostow, pois ambos tratam de firmas que possuiriam
a capacidade dar início ao processo de desenvolvimento, trazendo consigo as
demais firmas ao seu redor.

32. Defina os conceitos de efeito de retroação e efeito de difusão. Qual


tenderia a prevalecer em uma sociedade de acordo com Myrdal?
Myrdal denomina de “efeito de retroação” (backwash effect) os resultados
perversos que o desenvolvimento econômico de uma região gera sobre as
demais. Chama também de “efeito difusão” (spread effect) os efeitos positivos
de transbordamento sobre as regiões atrasadas. Segundo o autor o efeito de
retroação prevaleceria.

33. Para Myrdal, a inclusão do setor público no modelo é suficiente para


reverter a tendência de divergência entre as regiões? Explique.
A inclusão do setor público na análise não é suficiente para reverter a tendência
de divergência, isso pode até mesmo intensificar as divergências, pois causaria
maior base de arrecadação tributária nas regiões dinâmicas e base produtiva
minguante nas regiões subdesenvolvidas. Somente intervenções
deliberadamente voltadas para a redução das desigualdades regionais em
suas jurisdições poderiam reverter a tendência de divergências.

34. O que é a curva em U invertido de Williamson? Como essa curva se


relaciona com a teoria de Myrdal?
Nos momentos iniciais do desenvolvimento econômico, as forças centrípetas
levariam a um aumento da desigualdade entre as regiões, a partir de certo
ponto, porém, os mecanismos clássicos de capital e trabalho levariam à queda
da desigualdade de renda per capita entre as regiões.

35. Quais as diferenças entre a maneira que Myrdal e Hirschman consideram


a desigualdade regional?
Diferentemente de Myrdal que considera a desigualdade regional como algo
negativo para o desenvolvimento, Hirschman a considera como necessidade
ou requisito para o processo de desenvolvimento.

36. Defina o conceito de efeitos positivos (trickle-down) e efeitos negativos


(polarization) de Hirschman.
Efeitos positivos (trickle-down): a redução no desemprego da região mais pobre
em decorrência dos aumentos das exportações para a região dinâmica.
Efeitos negativos (polarization): os efeitos perversos se dariam em um
processo de migração seletiva em direção à região dinâmica.

37. Apresente os conceitos de encadeamento de Hirschman. Como esse


conceito pode ser relacionado com as teorias de Perroux e de Myrdal?
Para Hirschman, o desenvolvimento não é uma trajetória contínua, sem saltos
ou contratempos, são os próprios desequilíbrios que desencadeariam o
processo de desenvolvimento. Os desequilíbrios seriam necessários, pois,
levariam as regiões polos a potencializarem o uso de seus recursos escassos.

38. Como Hirschman considera a intervenção do setor público no processo


de desenvolvimento econômico regional? Explique.
Hirschman adota uma visão explicitamente intervencionista ao argumentar que
os países retardatários são forçados a um processo menos espontâneo do que
os países avançados, ou seja, a atuação do estado no processo de
desenvolvimento é fundamental.

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