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1 “Os atos administrativos gozam de presunção juris tantum de legitimidade (atributos do ato administrativo), o mesmo
ocorrendo em relação à liquidez e certeza da Certidão de Dívida Ativa – CDA, a qual somente pode ser afastada por
prova em contrário a cargo do administrado” (STJ, REsp 527.634-PR, 2ª Turma, rel. Min. Eliana Calmon, j. 23.08.2005).
do particular destina-se a obter um provimento jurisdicional desconstitutivo do
ato administrativo ou mandamental em face da autoridade administrativa.
Dentro dos limites do controle jurisdicional, o conhecimento da pretensão do
particular faz-se amplamente pelo Poder Judiciário. Os defeitos da atividade
administrativa não são acobertáveis por meio da presunção de legitimidade dos
seus atos2.
2 JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 13ª ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2018, p. 311.
3 A despeito disso, já decidiu o STJ que a Administração Pública pode levar pretensão a juízo, mesmo que tenha em tese
autoexecutoriedade para a questão pois “verifica-se configurado o interesse de agir (art. 267, I, CPC), visto que a
autoexecutoriedade afeita à pessoa política não retira desta a pretensão em valer-se de decisão judicial que lhe assegure
a providência fática que almeja, pois nem sempre as medidas tomadas pela Administração no exercício do poder de
polícia são suficientes” (STJ, 2ª Turma, RECURSO ESPECIAL Nº 1.651.622 - SP (2017/0002858-0) RELATOR : MINISTRO HERMAN
BENJAMIN, j. 28.03.2017).
4 OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método,
2017, p. 158. No mesmo sentido, JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 13ª ed. São Paulo: Thomson Reuters
Brasil, 2018, p. 312.
garantias sob cláusula de reserva judicial. Tome-se o exemplo da inviolabilidade
do domicílio, prevista no art. 5º, XI, da Constituição Federal5. Pense-se na atuação
da Administração Pública no combate à proliferação do mosquito aedes
aegypti, transmissor da doença dengue. A pretensão da Administração de entrar
em residência para uma fiscalização das condições do local, caso a entrada
não seja livremente autorizada pelo morador, somente pode ser efetivada
mediante o deferimento de autorização judicial para tanto. Ainda que haja lei
prevendo a autoexecutoriedade para esse caso, estaríamos diante de lei
virtualmente inconstitucional, pela violação da garantia referida.
Por fim, cumpre mencionar o atributo da tipicidade, segundo o qual o ato
administrativo deve corresponder a figuras previamente estabelecidas em lei.
Sem dúvida, a tipicidade é uma aplicação específica da própria legalidade.
Se a Administração Pública somente pode fazer o que a lei expressamente
autoriza ou determina, somente deve praticar os atos previstos em lei.
Quanto ao alcance
5 Constituição Federal: “Art. 5º (...) XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial”.
Quanto ao regramento
Quanto ao objeto
Quanto à formação
6 Hely, p. 175.
atender a interesses dos particulares, ampliando a sua esfera de direitos.
Já os atos enunciativos são meras declarações da Administração Pública. Por
meio deles, a Administração apenas certifica ou atesta um fato. São exemplos as
manifestações por meio da expedição de certidões e de atestados. São atos
meramente declaratórios de situação anterior. Também se consideram atos
enunciativos aqueles que envolvem a manifestação de opinião de um órgão,
agente ou setor, tais como os pareceres.
Finalmente os atos punitivos são aqueles que envolvem a imposição de uma
sanção por parte da Administração Pública. As sanções são impostas em
decorrência da violação de disposições legais ou regulamentares e podem
expressar o poder de polícia da Administração ou representar o exercício de seu
poder disciplinar. No primeiro caso, trata-se de atos externos, nos quais a
Administração pune particulares alheios à sua estrutura. Na segunda hipótese,
pune-se violação de dever funcional de servidor público integrante dos quadros
da Administração.
Decreto: é a forma pela qual o Chefe do Poder Executivo expede atos de sua
competência privativa. Tanto atos gerais e abstratos, como os regulamentos,
quanto atos individuais, como declarações de utilidade pública de bens,
nomeações e exonerações de servidores.
Portaria: é forma que pode ter muitos conteúdos. Por exemplo, é forma pela
qual as autoridades de nível inferior ao Chefe do Poder Executivo dirigem-se a
seus subordinados, transmitindo decisões de efeitos internos, seja com relação ao
andamento de trabalhos, seja com relação à vida funcional de seus agentes.
Também por via da portaria, são instaurados inquéritos, procedimentos e
sindicâncias.
Alvará: é a forma utilizada para expedição de atos de licenças e
autorizações.
Instrução, Aviso, Circular, Ordem de Serviço: são todas formas para
expedição de atos de comunicação dirigidos aos servidores públicos para
melhor cumprimento de suas funções.
Resolução: resolução é a forma pela qual são expedidos atos por altas
autoridades do Estado, que não o Chefe do Poder Executivo (por exemplo,
resoluções de Secretários de Estado). Este é o posicionamento de Hely Lopes
Meirelles. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, resolução é a fórma pela qual
são expedidos os atos de órgãos colegiados. Essa nomenclatura também se
confirma pela legislação federal, onde se encontram resoluções do CONAMA,
resoluções do TSE.
Parecer: é a forma pela qual é expedida manifestação opinativa de
determinado órgão sobre assunto técnico ou científico que lhe é submetido.
Ofício: é forma pela qual os agentes públicos se comunicam formalmente.
Por meio dos ofícios, são expedidos convites, agradecimentos, requisições, e
comunicações em geral.
Despacho: é o ato administrativo que contém decisão das autoridades
administrativas sobre assunto de interesse individual ou geral. Quando, por meio
do despacho, é aprovado parecer proferido por órgão técnico sobre questão
de interesse geral, tal ato é chamado de despacho normativo, porque gerará
obrigatoriedade de observância para toda a Administração.
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