O Estado nutricional tem importantes implicações no contexto do
envelhecimento da população, visto que o controle de grande parte das doenças crônicas ou infecciosas e a prevenção de complicações decorrentes das mesmas dependem do estado nutricional. Nessa fase da vida, ocorrem mudanças fisiológicas que associadas a outros fatores de risco, como sedentarismo, alcoolismo, tabagismo e maus hábitos alimentares, insurgem ao aparecimento das doenças crônicas. Essas mudanças do estado nutricional interferem na capacidade funcional dos idosos e contribuem para o aumento da morbidade. Sendo assim, verifica a importância da nutrição em desempenhar um papel fundamental na identificação de fatores de risco para mortalidade e desenvolvimento de diversas doenças entre os idosos. Tendo como exemplo, o baixo peso, que tem sido associado ao aumento da morbimortalidade por tuberculose, enfermidades pulmonares obstrutivas crônicas e câncer de pulmão e estômago que levam a maior dependência e comprometem a qualidade de vida desse grupo etário.
Os idosos representam um segmento populacional com
características próprias relacionadas ao estado nutricional. Projeções demográficas da população geriátrica em constante crescimento tornam obrigatório que, ao entrarmos no século XXI, sejamos experientes e bem informados para detectarmos transtornos nutricionais precocemente. As mudanças anatômicas e funcionais mais comuns são as perdas sensoriais com diminuição da sensibilidade do paladar, do olfato, do tato, da audição, da visão e da função motora e, consequentemente, a redução das secreções salivares, gástricas e pancreáticas ricas em enzimas. Paralelamente também há redução do metabolismo, o que implica em menor ingestão de alimentos, de modo que a quantidade produzida de enzimas, ainda que diminuída, é suficiente para atender as necessidades orgânicas do idoso estas alterações podem levar à menor ingestão de alimentos como resultado da redução do apetite, do reconhecimento do alimento e da habilidade em se alimentar, podendo comprometer a nutrição A prevenção do acúmulo excessivo de gordura corporal e a manutenção do IMC dentro da faixa de normalidade podem reduzir as doenças crônicas e as incapacidades.
As mudanças e dificuldades no quadro nutricional nos idosos são
inúmeras podendo ser prejudiciais, se não houver Políticas Públicas preocupadas e atender e promover qualidade de vida a esse segmento, estudo mostram que existem poucas ou insuficientes. O Brasil inovou com políticas públicas universais que respeitam a diversidade, formuladas e monitoradas com participação social em espaços de concertação governo-sociedade civil, como o Consea. Políticas públicas direcionadas prioritariamente às famílias de baixa renda, tais como a valorização real do salário mínimo, a ampliação do acesso ao trabalho, a transferência direta de renda (Programa Bolsa Família), a previdência rural, o fortalecimento da agricultura familiar e camponesa, dentre outras, contribuíram para a ampliação do acesso a alimentos e a direitos sociais.
O Brasil entende a segurança alimentar e nutricional como um campo
complexo que articula um conjunto de dimensões não lineares e não concorrentes para a organização de um sistema agroalimentar social e ambientalmente justo, que dialoga com o sistema de produção, abastecimento, comercialização de alimentos e, ainda, com os determinantes do consumo alimentar.
REFERENCIAS
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345-61.
Chaimowicz F. A Saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI:
problemas, projeções e alternativas. Rev. Saúde Pública 1997, 31(2):184-200.
Sampaio LR. Avaliação nutricional e envelhecimento. Rev. Nutr. vol.17, n.4,