Você está na página 1de 35

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO

SUCKOW DA FONSECA – CEFET/RJ

Escoamento em Curvas
Trabalho Mecânica dos Fluidos

Gustavo Correia

Igor Quadros

Lucas Brandão

Marcel Rezende

Angra dos Reis

2019
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ)

Campus: Angra dos Reis

Curso: Engenharia Mecânica

Escoamento em Curvas
Trabalho Mecânica dos Fluidos

Gustavo Correia

Igor Quadros

Lucas Brandão

Marcel Rezende

Trabalho avaliativo apresentado ao Centro


Federal de Educação Tecnológica –
CEFET/RJ, campus Angra dos Reis, para
compor nota da segunda avaliação do período
2019.1 - da disciplina Mecânica dos Fluidos,
do curso de Engenharia Mecânica.
Professor: Jesús Puente

Angra dos Reis

2019

1
RESUMO

O escoamento de um fluido através de tubulações sempre sofrerá influência das paredes e de


obstáculos no seu interior, devido ao atrito do fluido com a parede do tubo – devido à viscosidade -
ocorre dissipação de energia ou perdas de carga. O conhecimento sobre essas perdas de carga em
tubulações e acessórios hidráulicos são muito importantes, pois são levados em conta nos
dimensionamentos dos projetos hidráulicos e das maquinas de fluxos.

Neste trabalho demonstraremos, através de simulações feitas em software CAD, o


comportamento de um fluido e as perdas de carga em tubulações com curvas de angulações
diferentes.

Palavras-chave: mecânica dos fluidos; escoamento; curva; perdas de carga;

2
SUMÁRIO
1. Introdução ...................................................................................................................................... 6
1.1 Tubulações, Escoamentos em Curvas e Perdas de Cargas ............................................................ 6
1.2 Objetivo ......................................................................................................................................... 7
1.3 Revisão Literal .............................................................................................................................. 7
1.3.1 Escoamentos Internos em Tubulações ................................................................................... 7
1.3.2 Linhas de Fluxo ...................................................................................................................... 8
1.3.3 Perdas de Carga .................................................................................................................... 10
2. Métodos ........................................................................................................................................ 12
2.1 Informações das Tubulações, Curvas e Fluidos Utilizados ................................................... 12
3. Desenvolvimento .......................................................................................................................... 13
4. Resultados e Discussão ................................................................................................................ 17
4.1 Tubulação Curva de 90º .............................................................................................................. 17
4.2 Tubulação curva de 60º ............................................................................................................... 19
4.3 Tubulação curva de 45º ............................................................................................................... 20
4.4 Tubulação curva de 30º ............................................................................................................... 21
4.5 Análise dos Resultados................................................................................................................ 23
5 Conclusão ..................................................................................................................................... 24
Anexos .................................................................................................................................................. 25
Apêndice ............................................................................................................................................... 26
Referências Bibliográficas .................................................................................................................. 34

3
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo Linhas de Trajetórias .................................................................................................. 8


Figura 2 - Modelo Linhas de Correntes ................................................................................................... 9
Figura 3 - Modelo Linhas de Emissão ...................................................................................................... 9
Figura 4 - Modelo Linhas de Tempo ........................................................................................................ 9
Figura 5 - Medida Padrão Tubulações Utilizadas .................................................................................. 12
Figura 6 - Opções Selecionadas para Iniciar um Projeto de Simulação de Fluidos no Software
SolidWorks 2018 ................................................................................................................................... 13
Figura 7 - Seleção do Fluido e do Regime de Escoamento.................................................................... 13
Figura 8 - Inserir Condições de Contorno da Simulação ....................................................................... 14
Figura 9 - Realizar os Cálculos da Simulação ......................................................................................... 14
Figura 10 - Obtenção de Resultados e Métodos de Análises no Software CAD ................................... 15
Figura 11 - Seleção das Superfícies e do Parâmetro de Pressão para Cálculos de Perda de Carga ...... 16
Figura 12 - Cálculo da Perda de Carga no Software .............................................................................. 16
Figura 13 - Linhas de Fluxo Velocidade Tubulação Curva de 90º.......................................................... 17
Figura 14 - Mapa de Pressão ao Longo da Curva de 90º....................................................................... 18
Figura 15 - Linhas de Fluxo Velocidade Tubulação Curva de 60º.......................................................... 19
Figura 16 - Mapa de Pressão ao Longo da Curva de 60º....................................................................... 19
Figura 17 -Linhas de Fluxo Velocidade Tubulação Curva de 45º .......................................................... 20
Figura 18 - Mapa de Pressão ao Longo da Curva de 45º....................................................................... 21
Figura 19 - Linhas de Fluxo Velocidade Tubulação Curva de 30º.......................................................... 21
Figura 20 - Mapa de Pressão ao Longo da Curva de 30º....................................................................... 22

4
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Coeficiente de Perda de Carga para Peças Especiais............................................................ 11


Tabela 2 - Análise dos Resultados Obtidos na Simulação ..................................................................... 23
Tabela 3 - Comparação com os Valores de "k" Calculados e da Literatura .......................................... 23
Tabela 4 - Comparação Entre os Valores de Perda de Carga Calculados e Obtidos Pelo Software ...... 23

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAD – Computer Aided Design (Desenho Assistido por Computador)

5
1. Introdução

1.1 Tubulações, Escoamentos em Curvas e Perdas de Cargas

Tubulações são conjuntos de tubos e acessórios, muito utilizados nas indústrias para a
distribuição de gases, óleos, líquidos e fluidos em geral. Essas tubulações podem ser abertas
para a atmosfera – conhecidas como canais, que são muito utilizadas para o transporte de água
– ou fechadas, onde a pressão interna é maior que a pressão atmosférica e o escoamento é
provocado por bombas hidráulicas.

Quando um fluido escoa internamente em uma tubulação sofre influência das paredes,
dissipando energia devido ao atrito. Isso acontece por que essas partículas em contato com a
parede aderem à velocidade da mesma (nula) e passam a influir nas partículas próximas através
de viscosidade e turbulência, dissipando energia. Essa perda de energia provoca uma redução
na pressão do fluido, denominada perda de carga (BARRAL, 2007). Essas perdas são ainda
maiores quando ocorrem acidentes durante o percurso do fluido pela tubulação. Quando
ocorrem curvas em tubulações, são ainda mais críticas, dependendo da angulação da curva
(UFLA, 2007).

Neste trabalho foram feitas diversas simulações de fluidos em tubulações curvas em


softwares CAD, com curvas de angulações diferentes, a fim de estudar e analisar os resultados
obtidos com o conteúdo estudado na disciplina de Mecânica dos Fluidos.

6
1.2 Objetivo

Este trabalho tem como objetivo a simulação e análise dos dados do escoamento de um fluido
em uma curva.

Este trabalho objetiva avaliar:

1. O conhecimento adquirido pelos alunos durante as aulas das disciplinas de mecânica dos
fluidos;
2. Capacidade do grupo de modelar/simular um sistema fluido mecânico simples;
3. Interpretar, analisar e comparar os resultados da simulação realizada com outros resultados
e com a literatura da disciplina.

1.3 Revisão Literal

1.3.1 Escoamentos Internos em Tubulações

O escoamento de um fluido é a mudança de forma do mesmo sob a ação de uma força


tangencial, ou seja, é o processo de movimentação das moléculas de um fluido - umas em
relação às outras e aos limites impostos. Ocorre quando as partículas de um fluido se movem
ao longo de trajetórias bem definidas, apresentando lâminas ou camadas, cada uma delas
preservando sua característica no meio.

Um dos maiores cientistas a estudar esse fenômeno foi Osborne Reynolds. Para identificar
o tipo de escoamento, Reynolds propôs um parâmetro adimensional, o número de Reynolds,
que relaciona: a massa específica e viscosidade do fluido; geometria do tubo e velocidade média
do escoamento. O número de Reynolds para tubulações circulares é dado pela seguinte relação:

𝜌. 𝑣. 𝐷
𝑅𝑒 =
𝜇

Equação 1 – Número de Reynolds

7
Onde:

Re = Número de Reynolds [adimensional];

𝜌 = Massa específica [kg/m³];

v = Velocidade média do escoamento [m/s];

D = Diâmetro [m];

μ = Viscosidade do fluido [N.s/m²].

Através do número Reynolds, pode-se determinar se um escoamento interno de um fluido


é laminar, transiente ou turbulento. Se o número de Reynolds for menor que 2000, o escoamento
será laminar; se o número de Reynolds for maior que 2400, o escoamento será turbulento; se o
número de Reynolds estiver no intervalo entre 2000 e 2400, o escoamento será de transição
(RODRIGUEZ, 2010). A viscosidade da água é de aproximadamente 0,001, conforme tabela
A do anexo (SOUZA).

1.3.2 Linhas de Fluxo

Linhas de fluxo são linhas imaginárias que ilustram diferentes aspectos de um fluxo. Essas
linhas podem admitir várias formas e demonstrar diferentes comportamentos de um fluido ao
longo de uma trajetória e do tempo. Podem ser:

 Linhas de Trajetórias: demonstra o caminho traçado por uma partícula que escoa de um
ponto para outro, ao longo do tempo. É um conceito Lagrangeano e pode ser visualizada a
partir de uma fotografia de longa exposição.

Figura 1 - Modelo Linhas de Trajetórias

8
 Linhas de Corrente: são linhas contínuas e são sempre tangentes à velocidade num ponto
do escoamento. Em um escoamento permanente, não muda com o tempo num ponto fixo,
nem o vetor velocidade, portanto, as linhas de corrente são fixas.

Figura 2 - Modelo Linhas de Correntes

 Linhas de Emissão: são as marcações dos lugares geométricos, em um determinado instante,


de todas as partículas que passaram por um dado ponto no espaço em um dado instante
passado. Se o regime de escoamento for permanente, a linhas de emissão coincidem com as
linhas de corrente.

Figura 3 - Modelo Linhas de Emissão

 Linhas de Tempo: Demonstram o lugar geométrico, em um determinado instante, de um


conjunto de partículas que formava uma linha num dado instante passado.

Figura 4 - Modelo Linhas de Tempo

9
Cada uma dessas linhas, citadas acima, ilustra um tipo diferente de fluxo. E todas essas
linhas serão coincidentes quando o fluxo de escoamento de um fluido for estacionário.
Estas linhas são de grande importância para a interpretação do comportamento e das
propriedades de um fluido ao longo de um escoamento.

1.3.3 Perdas de Carga

Em aplicações gerais, as tubulações não são constituídas exclusivamente de tubos


retilíneos e de mesmo diâmetro. Usualmente, as tubulações apresentam formas e peças
especiais (válvulas, medidores de vazão, etc.) e conexões (ampliações/reduções, curvas,
cotovelos, “tês”, etc.) que por suas geometrias e disposição elevam a turbulência em um
determinado ponto, resultando em perdas de carga. Estas perdas são podem ser localizadas,
acidentais ou singulares, pelo fato de acontecerem em pontos ou partes específicas, bem
determinadas da tubulação.
Desta forma, pode-se determinar a perda de cargas pontuais como (SOUZA,
Monografias Poli UFRJ):

𝑘. 𝑣 2 . 𝜌 2. ∆𝑃
∆𝑃 = , 𝑙𝑜𝑔𝑜 … 𝑘 = 2
2 𝑣 .𝜌
Equação 2 − Perda de Carga Pontual

Onde:
∆𝑃 = Variação de pressão ao longo do ponto [Pa];
𝑘 = Coeficiente empírico de perda de carga, relacionado ao número de Reynolds;
𝑣 = Velocidade média do fluido no ponto [m/s];
𝜌 = Massa específica do fluido [kg/m³].

10
Algumas literaturas sugerem valores pré-determinados para estes coeficientes de perda de
carga citado na equação acima, para o escoamento de água em uma tubulação, conforme
mostrado na tabela abaixo (UFLA, 2007).

Tabela 1 - Coeficiente de Perda de Carga para Peças Especiais

Peça Coeficiente de Perda (k)


Alargamento gradual 0,3
Bocais 2,75
Comportas Abertas 1
Curva de Raio Longo 0,25 a 0,40
Curva de 90º 0,90 até 1,50
Curva de 45º 0,4
Curva de 30º 0,2
Curva de Retorno 2,2
Crivo 0,75
Redução Gradual 0,15
Medidor Venturi 2,5
Registro de Gaveta Aberto 0,2
Registro de Globo Aberto 10
Registro de ângulo Aberto 5
Junção 0,4
T de Passagem Direta 0,6
T de Saída Lateral 1,3
T de Saída Bilateral 1,8
Válvula de Retenção 2,5
Válvula de Pé 1,75

11
2. Métodos

2.1 Informações das Tubulações, Curvas e Fluidos Utilizados

Para a realização deste trabalho utilizou-se o software CAD SolidWorks 2018, para o
desenho das tubulações, e a extensão Flow Simulation do mesmo software, para realizar a
simulação da passagem de fluido pelas tubulações desenhadas.

Todas as tubulações apresentadas neste trabalho possuem como características: dimensão


20” schedule 40 (323,84mm de diâmetro e 10,31mm de espessura) (AÇOS CONTINENTES),
e material aço. Cada aresta da tubulação possui 1m de comprimento, e o raio de ligação – curva
- entre as duas arestas é de 200mm.

Figura 5 - Medida Padrão Tubulações Utilizadas

O fluido escolhido para realização deste trabalho foi água, a temperatura de 20ºC, terá
velocidade inicial de 0,01m/s (velocidade na entrada da tubulação) e pressão externa de 1atm
(101,1kPa).

As simulações do escoamento do fluido serão feitas em tubulações com 90º, 60º, 45º e 30º,
e depois, a partir de cálculos e análises feitas, será feita a comparação entre a variação de
velocidade do fluido ao longo da tubulação, a variação de pressão interna ao longo da tubulação
e da perda de carga conferida pela curva.

12
3. Desenvolvimento

Após o desenho da tubulação desejada no software SolidWorks 2018, iremos trabalhar na


extensão Flow Simulation do software.

O primeiro passo é selecionar a opção “create lids”- disposto na barra de opções do software
- para criar tampas nas extremidades da tubulação desejada. Em seguida, clicar nas duas
extremidades da tubulação para tampá-las. Em seguida, deve-se salvar o projeto e selecionar a
opção “Wizard”, onde se cria um novo projeto de simulação de fluidos.

Figura 6 - Opções Selecionadas para Iniciar um Projeto de Simulação de Fluidos no Software SolidWorks 2018

Após esta etapa, uma nova janela irá se abrir, onde devem-se inserir as informações
desejadas para o projeto. Avança-se até a janela de parâmetros do fluido, como mostrado na
figura 7, abaixo, onde deve-se escolher os fluidos a serem utilizados na simulação e os
parâmetros da mesma.

Figura 7 - Seleção do Fluido e do Regime de Escoamento

13
Para a seleção do regime de escoamento da simulação, utilizou-se a fórmula do número de
Reynolds, citada acima. Onde a massa específica da água é de 1000 kg/m³, a velocidade de
entrada do fluido na tubulação é de 0,01, o diâmetro da tubulação é 323,81mm e a viscosidade
da água é de 0,001.

1000 ∗ 0,01 ∗ 0,32381


𝑅𝑒 =
10−3

Logo:

𝑅𝑒 = 3238,1 > 2400

Então, o regime a ser adotado pelas simulações neste trabalho será turbulento.

Após essa etapa, deve-se adicionar as condições de contorno da simulação. No menu


lateral inferior, a esquerda do software, deve-se dar um clique com o botão direito na opção
“Boundary Conditions”, e então selecionar a opção “Insert Boundary Conditions...”. Nesta
etapa, deve-se inserir a velocidade do fluido na entrada da tubulação e a pressão nas
extremidades do mesmo.

Figura 8 - Inserir Condições de Contorno da Simulação

Após inserir as condições de contorno da simulação, devemos realizar os cálculos da


simulação. Para isso, deve-se clicar na opção “Run”, disposta na barra de ferramentas superior
do Software CAD, e solicitar um novo cálculo.

Figura 9 - Realizar os Cálculos da Simulação

14
Após realizar os cálculos da simulação, pode-se agora pegar as informações necessárias
para estudo da mesma. Para realização desse estudo, obteve-se: linhas de fluxo, para indicar a
velocidade e posição de uma partícula ao longo da tubulação; mapas de contornos, para indicar
a variação de pressão ao longo da tubulação; e a plotagem de gráficos pressão x posição e
velocidade x posição, ao longo da tubulação para realização dos cálculos e análises de perdas
de carga. Para obtenção desses dados, foram usadas as opções “Flow Trajectories”, “Cut Plots”
e “XY Plots” consecutivamente, disponíveis na aba “Result” no menu lateral inferior, como
mostrado abaixo.

Figura 10 - Obtenção de Resultados e Métodos de Análises no Software CAD

Logo, com esses dados obtidos na etapa acima, serão utilizados para realização de análises
e comparação da constante “k”, referente a perda de carga em curvas e peças especiais, com os
valores obtidos na literatura, em tubulações com diferentes ângulos de curva.

Após a visualização das linhas de velocidade e do campo de pressão ao longo do tubo,


também é possível calcular a perda de carga após a curva. Para isso, devemos selecionar a
pressão estática no ponto da superfície de entrada e no ponto da superfície de saída,
selecionando a superfície, clicando na opção “Goals” – situada no menu lateral esquerdo – e
em “Insert Points goals”. Em seguida, deve-se selecionar a opção “static pressure”.

15
Figura 11 - Seleção das Superfícies e do Parâmetro de Pressão para Cálculos de Perda de Carga

Em seguida, para realizar os cálculos, clicar novamente em goals, porém agora, selecionar
a opção “Insert Equation Goals”, conforme demonstrado na figura 11, acima. Na opção,
devemos selecionar as 2 superfícies novamente, a opção “Pressure & Stress” e inserir a equação
“Pressure Drop”.

Figura 12 - Cálculo da Perda de Carga no Software

Após esses passos é possível obter os valores de perda de carga na curva indo em
“Results”, em seguida na seção “Goal Plot”.

16
4. Resultados e Discussão

Ao realizar os passos da seção 3, em tubulações com diferentes ângulos de curva (90º, 60º,
45º e 30º), os resultados foram obtidos em forma de linhas de fluxo, mapas de contorno e
gráficos com valores de pressão e velocidade ao longo das tubulações, e esses dados serão
utilizados nesta seção para análise e comparação com os valores da literatura citada na seção 2.

4.1Tubulação Curva de 90º

Após a realização do procedimento de simulação no Software CAD utilizando uma


tubulação curva de 90º, obteve-se os seguintes resultados para velocidade e pressão ao longo
da mesma:

Figura 13 - Linhas de Fluxo Velocidade Tubulação Curva de 90º

Onde a velocidade varia de 0,013m/s a 0,0078m/s. É possível observar que a medida em


que a partícula de aproxima da curva pelo lado externo, a mesma tende a ter uma queda brusca
de velocidade, seguida de uma grande aceleração, e o processo contrário acontece na parte
interna da curva.

Agora, analisar-se-á o comportamento da pressão ao longo da tubulação.

17
Figura 14 - Mapa de Pressão ao Longo da Curva de 90º

Ao analisar a pressão e comparar com a pressão na curva da tubulação, podemos ver


que os valores, conforme a equação de Bernoulli, são alterados de forma inversa. Nos pontos
onde se tem os menores valores de velocidade, obtém-se os maiores valores de pressão, e o
oposto também é válido.

Ao analisar os valores de pressão ao longo da tubulação, obtém se um valor de variação


de pressão de aproximadamente 0,055Pa, onde a pressão na entrada da tubulação é de,
aproximadamente, 101325,055Pa e na saída é de 101325Pa. Logo, pode-se calcular o valor do
coeficiente “k” de perda de carga, utilizando-se a equação 2:

2 ∗ 0,055
𝑘90º = = 1,1
0,012 ∗ 1000

Logo, se comparado aos valos da literatura, disponíveis na tabela 1, veremos que o


coeficiente “k” para uma curva de 90º varia de 0,9 até 1,5. Logo, pode-se confirmar, uma vez
que o valor encontrado pela simulação se encontra dentro deste intervalo. O valor encontrado
de perda de carga para esse problema utilizando o software foi de 0,05.

18
4.2Tubulação curva de 60º

Após a realização do procedimento de simulação no Software CAD utilizando uma


tubulação curva de 60º, obteve-se os seguintes resultados para velocidade e pressão ao longo
da mesma:

Figura 15 - Linhas de Fluxo Velocidade Tubulação Curva de 60º

Agora, ver-se-á o mapa de pressão ao longo da tubulação.

Figura 16 - Mapa de Pressão ao Longo da Curva de 60º

19
Assim como na curva de 90º, é possível observar a relação inversa entre os pontos de
pressão e velocidade de uma partícula ao longo da tubulação, confirmada pela equação de
Bernoulli.

Agora, nesta curva, temos uma diferença de pressão de 0,037MPa, onde a pressão varia
de 101325,037MPa a 101325MPa. Logo, inserindo os valores novamente na equação 2,
teremos:

2 ∗ 0,037
𝑘60º = = 0,74
0,012 ∗ 1000

Temos então que o fator “k” de perda de carga para uma tubulação curva de 60º é de 0,74.

O valor encontrado de perda de carga para esse problema utilizando o método de cálculo
do software utilizado foi de 0,043.

4.3 Tubulação curva de 45º

Novamente, ao realizar-se o procedimento, porém, agora com uma tubulação com uma
curva de 45º teremos como resultado:

Figura 17 -Linhas de Fluxo Velocidade Tubulação Curva de 45º

Onde a velocidade varia de 0,0119m/s a 0,0094m/s.

20
Ao visualizarmos o mapa de pressão, obtém-se:

Figura 18 - Mapa de Pressão ao Longo da Curva de 45º

Neste caso, tem-se uma variação de pressão de 0,017Pa, onde a pressão no início da
tubulação é de 101325,017Pa e na saída é de 101325Pa. Novamente, equacionando para obter
um valor para o coeficiente “k” de perda, tem-se:
2 ∗ 0,017
𝑘45º = = 0,34
0,012 ∗ 1000

Logo, quando comparado com o valor obtido na literatura, disponível na tabela 1, vemos
que o valor do coeficiente de perda - 0,4 - está próximo do valor obtido através da simulação.
O valor encontrado de perda de carga para esse problema utilizando o método de cálculo
do software foi de 0,021.

4.4 Tubulação curva de 30º


E por fim, analisaremos agora a tubulação de 30º.

Figura 19 - Linhas de Fluxo Velocidade Tubulação Curva de 30º

21
E ao estudarmos os valores de variação de pressão, para obter o valor do coeficiente de
perda de carga, tem-se:

Figura 20 - Mapa de Pressão ao Longo da Curva de 30º

Neste último caso, a variação de pressão é de 0,0085Pa, onde a pressão inicial é de


101325,0085Pa e final é de 101325Pa. Logo, podemos calcular o coeficiente de perda de carga
para este caso:

2 ∗ 0,0085
𝑘45º = = 0,17
0,012 ∗ 1000

Quando comparado ao valor da literatura, que é de 0,2, pode-se observar que os valores
mais uma vez estão próximos.
O valor encontrado de perda de carga para esse problema utilizando o método de cálculo
do software foi de 0,00584.

22
4.5 Análise dos Resultados

Ao realizar a simulação, pode-se obter os valores da perda de carga para cada uma das
curvas e o valor do coeficiente k, que estão listados na tabela abaixo:

Tabela 2 - Análise dos Resultados Obtidos na Simulação

Curva Perda de Carga Coeficiente K


(Obtida Pelo Software) (Calculado)
90º 0,050 1,1
60º 0,043 0,74
45º 0,021 0,34
30º 0,00584 0,2

Então, pode-se comparar os valores do coeficiente “k” calculados com os valores dados
na literatura.
Tabela 3 - Comparação com os Valores de "k" Calculados e da Literatura

Coeficiente K Coeficiente K
Literatura Calculado
0,90 até 1,50 1,1
- 0,74
0,4 0,34
0,2 0,2

É possível então, comparar os valores de perda de carga em cada uma das tubulações
obtidos pelo software com os valores calculados pelo coeficiente “k”, utilizando a equação 2,
disponível na página 10.

Tabela 4 - Comparação Entre os Valores de Perda de Carga Calculados e Obtidos Pelo Software

Curva Perda de Carga Perda de Carga Calculada


(Obtida Pelo Software) (Segundo equação 2)
90º 0,050 0,055
60º 0,042 0,037
45º 0,021 0,017
30º 0,00584 0,01

23
5 Conclusão

Após o desenvolvimento do trabalho, pode-se observar que quando um fluido, que esteja
escoando internamente por uma tubulação, passa por uma curva, há uma variação de pressão.
Essa variação é chamada de perda de carga, e através dos cálculos realizados e dos resultados
obtidos pelas simulações, foi possível confirmar que a perda de carga em uma curva está
diretamente ligada ao ângulo da curva.

Através de cálculos e de valores obtidos pelas simulações realizadas, foi possível obter o
valor da constante de perda de carga para peças específicas “k”, e ao comparar os valores
obtidos através de cálculos com os valores dados pela literatura, foi possível obter resultados
próximos. E ao comparar os valores de pressão com os valores de “k” obtidos através dos
cálculos, com os valores obtidos pelo software, pode-se observar que ambos os valores estão
próximos, para ambas as curvas.

Pode-se concluir que a simulação de fluidos, utilizando-se de um software CAD, é de


extrema importância para a visualização, aplicação e estudo de sistemas fluido mecânicos, e
que o mesmo possui diversas ferramentas que nos permitem analisar o comportamento de um
fluido ao longo do processo.

24
Anexos

Anexo A – Tabela de Propriedades Físicas da Água Líquida

25
Apêndice

Apêndice A – Gráfico Pressão x Posição Tubulação Curva 90º

26
Apêndice B – Gráfico Velocidade x Posição Tubulação Curva 90º

27
Apêndice C – Gráfico Pressão x Posição Tubulação Curva 60º

28
Apêndice D – Gráfico Velocidade x Posição Tubulação Curva 60º

29
Apêndice E – Gráfico Pressão x Posição Tubulação Curva 45º

30
Apêndice F – Gráfico Velocidade x Posição Tubulação Curva 45º

31
Apêndice G – Gráfico Pressão x Posição Tubulação Curva 30º

32
Apêndice H – Gráfico Velocidade x Posição Tubulação Curva 30º

33
Referências Bibliográficas

AÇOS CONTINENTES. Aços Continentes. Tubo SCH 40 e 80 - NBR 5590. Disponivel em:
<http://www.acoscontinente.com.br/secao/33/tubo-sch-40-e-80---nbr-5590>. Acesso em:
12 Junho 2019.
BARRAL, M. esalq USP. Perda de Carga, - - 2007. Disponivel em:
<http://www.leb.esalq.usp.br/leb/disciplinas/Fernando/leb472/Aula_7/Perda_de_carga_Ma
nuel%20Barral.pdf>. Acesso em: 11 Junho 2019.
RODRIGUEZ, O. Escola de Engenharia de São Carlos - USP. Escoamentos Internos, 2010.
Disponivel em: <http://www2.eesc.usp.br/netef/Oscar/Aula10p.pdf>. Acesso em: 11 Junho
2019.
SOUZA, J. L. M. D. Agrárias UFPR. Propriedades Físicas da Água. Disponivel em:
<http://www.moretti.agrarias.ufpr.br/raspa/U_I02_propriedades_da_agua.pdf>. Acesso em:
13 Junho 2019.
SOUZA, R. P. A. D. Cálculos de perdas de carga para selação de uma bomba de alimentação
de água de um gerador de vapor. UFRJ. Rio de Janeiro. Monografias Poli UFRJ.
UFLA, A. D. deg UFLA. Perdas de Carga Localizadas em Canalizações, - - 2007. Disponivel em:
<http://deg.ufla.br/site/_adm/upload/file/HfLocalizada2007.pdf>. Acesso em: 11 Junho
2019.

34

Você também pode gostar