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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE MATEMÁTICA – DEPTº DE ESTATÍSTICA


ESTATÍSTICA APLICADA A ADMINISTRACÃO II

PROF VALTER ALBUQUERQUE

TESTE DE HIPÓTESES COM DUAS AMOSTRAS

TESTE DE HIPOTESES DA DIFERENÇA ENTRE DUAS MEDIAS POPULACIONAIS

O procedimento associado com o teste da diferença entre duas medias é similar ao utilizado no teste
de um valor hipotético da media populacional, exceto que se utiliza o erro padrão da diferença entre medias
como base para se determinar o valor da estatística de teste associada com os resultados das amostras.
A hipótese nula (Ho) usualmente testada é a de que as duas amostras tenham sido obtidas de
populações com médias iguais, ou seja ( µ 1 − µ 2 ) 0 = 0 .
O uso da distribuição normal, nesse caso, esta baseado nas mesmas condições que o caso de uma
média (ou uma amostra), exceto que estão envolvidas duas amostras independentes. Na prática dizemos que
a distribuição normal pode ser utilizada nesse teste sempre que (n 1 + n 2 ) ≥ 30.
O uso da distribuição de Student (t) leva em conta se as variâncias populacionais são equivalentes ou
diferentes. Na prática utilizamos a distribuição t de Student se (n 1 + n 2 ) < 30.
Estudaremos os seguintes casos:

A) POPULACÕES NORMAIS COM VARIÂNCIAS CONHECIDAS

Consideremos duas populações normais independentes com médias µ1 e µ2 e variâncias σ12 e


σ 22 , sendo n1 e n 2 duas amostras independentes obtidas, respectivamente, dessas populações, e x1 e
x 2 suas médias.
A estatística de teste a ser usada é:

zt =
( x1 − x 2 )
σ 12 σ 22
+
n1 n2

Observação: Quando as variâncias populacionais forem desconhecidas, mas (n 1 + n 2 ) ≥ 30,


usamos as suas estimativas não tendenciosas (variâncias amostrais s12 e s 22 ), no cálculo da estatística de
teste z t :

( x1 − x2 )
zt =
s12 s 22
+
n1 n 2

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B) POPULACÕES NORMAIS COM VARIÂNCIAS EQUIVALENTES E DESCONHECIDAS

Quando as variâncias de duas populações Normais forem desconhecidas, mas iguais e (n 1 + n 2 ) <
30, usamos uma media ponderada das variâncias amostrais s12 e s 22 , no cálculo da estatística de teste t t :

( x1 − x2 )
tt =
1 1  ( n1 − 1) s12 + ( n2 − 1) s 22
 +  
 n1 n2  n1 + n2 − 2

A distribuição t é utilizada com um número de graus de liberdade igual a gl = n 1 +n 2 − 2

C) POPULACÕES NORMAIS COM VARIÂNCIAS DESIGUAIS E DESCONHECIDAS

Quando as variâncias de duas populações Normais forem desconhecidas e diferentes sendo que (n
1 + n 2 ) < 30, usamos as variâncias amostrais s12 e s 22 , no cálculo da estatística de teste t t :

tt =
( x1 − x2 )
s12 s22
+
n1 n2

A distribuição t é utilizada com um número de graus de liberdade igual a:

 s12 s 22 
 + 
gl =  n1 n2  −2
2 2
 s12   s 22 
   
 n1  +  n2 
n1 + 1 n2 + 1

TESTE DE HIPOTESES DA DIFERENÇA ENTRE DUAS MEDIAS POPULACIONAIS COM


OBSERVACÕES EMPARELHADAS

Fazemos testes de comparação de médias para dados emparelhados (amostras pareadas), obtidas de
populações Normais, quando os resultados das duas amostras são relacionados dois a dois, de acordo com
algum critério que fornece uma influência entre os vários pares e sobre os valores de cada par. Para cada par
definido, o valor da primeira amostra está claramente associado ao respectivo valor da segunda amostra.
Para observações emparelhadas, ou amostras pareadas, o teste apropriado para a diferença entre duas
médias consiste em determinar primeiro a diferença “d” entre cada par de valores, e então testar a hipótese

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nula de que a média das diferenças na população é zero. Então, do ponto de vista de cálculo, o teste é
aplicado a uma única amostra de valores d.
A média e o desvio padrão da amostra de valores “d” são obtidos pelas fórmulas:

d =
∑d Sd =
∑d 2

−d 2
n n

A estimativa do erro padrão da diferença média entre observações emparelhadas é obtida pela
fórmula:

Sd
σˆ d =
n −1

Uma vez que o erro padrão da diferença média é calculado com base nas diferenças observadas em
amostras emparelhadas (logo σ é desconhecido) e uma vez que os valores de d geralmente podem ser
admitidos como tendo distribuição Normal, as distribuições t são apropriadas para testar a hipótese nula de
que µd = 0 . A distribuição t nesse caso terá um número de graus de liberdade igual a: gl = n-1
A estatística de teste, então, será dada por:

d − µdo
tt =
σˆ d

Observe que, se n≥30 utilizamos z t (distribuição normal) no lugar de t t

TESTE DE HIPÓTESES DA DIFERENÇA ENTRE DUAS PROPORÇÕES POPULACIONAIS

Quando desejamos testar a hipótese de que as proporções em duas populações não são diferentes, as
duas proporções amostrais, correspondentes, são combinadas para determinar o erro padrão da diferença
entre proporções.
A estimativa combinada da proporção populacional, baseada nas proporções obtidas em duas
amostras independentes, é dada por:

n1 p1 + n 2 p 2
pˆ =
n1 + n 2

O erro padrão da diferença entre proporções, usado em conjunção com o teste na suposição de não
existir diferença entre as proporções populacionais, é dado por:

ˆ (1 − p
p ˆ) ˆ (1 − p
p ˆ)
σˆ p − p = +
1 2
n1 n2

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O uso da distribuição normal, nesse caso, está baseado nas mesmas
condições que o caso de uma proporção (ou uma amostra), exceto que estão envolvidas duas amostras
independentes. Na prática dizemos que a distribuição normal pode ser utilizada nesse teste sempre que
(n 1 + n 2 ) ≥ 30.
Então a estatística de teste para testar a diferença entre duas proporções populacionais é:

p1 − p 2
Zt =
σˆ p1 − p2

TESTE DE HIPÓTESES DA IGUALDADE DE VARIÂNCIAS POPULACIONAIS

Entre as várias aplicações de um teste de hipóteses da igualdade de variâncias, destacamos o uso em


conexão com o teste t de duas amostras para médias, onde se precisa verificar se as variâncias populacionais
são iguais.
Dadas as amostras aleatórias independentes de tamanhos n1 e n 2 de populações com variâncias
σ12 e σ 22 e admitindo que essas populações tenham distribuições aproximadamente normais, costuma-se
basear os testes da hipótese nula H o → σ 1 = σ 2 na estatística F.
2 2

s12 s 22
As razões F= ou F= , denominadas de razões de variâncias, são valores de uma
s 22 s12
variável aleatória com distribuição F. Esta importante distribuição contínua depende de dois parâmetros
chamados graus de liberdade do numerador e do denominador. Os valores desses parâmetros são
s12
n1 −1 e n 2 −1 se calcularmos . Analogamente, esses valores serão n 2 −1 e n1 −1 se
s 22
s 22
calcularmos .
s 12
A seguinte tabela nos apresenta os critérios para testar a hipótese nula H o → σ 1 = σ 2
2 2

Hipótese Estatística Rejeitar Aceitar


H1 de teste Ho se Ho se
s 22
σ 12 < σ 22 F= F ≥ Fα F < Fα
s12
s12
σ >σ 2
1
2
2
F= F ≥ Fα F < Fα
s 22
A maior das F ≥ Fα F < Fα
σ 12 ≠ σ 22 duas razões 2 2

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