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INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO – CAMPUS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

DISCIPLINAS: EDUCAÇÃO INCLUSIVA E PROBABILIDADE E INFERÊNCIA


ESTATÍSTICA – PROFA. MA. KELEM FABIANA GUBOLIN ZAPPAROLI E PROF. DR.
MICHAEL MACEDO DINIZ

Capacitismo: Uma análise inferencial para compor o panorama do


preconceito contra pessoas deficientes

Douglas Frederico Junqueira


Maria Antônia Pereira
Gabrielli Alexandra Silva Bagattini
João Pedro Alves Calado França
Nicole Faria Costa
Adrian Lucas Andrade Duarte

Introdução
O termo capacitismo vem do inglês ableism que surge da necessidade de se definir o
preconceito contra a pessoa deficiente, não pelo simples fato da pessoa ser deficiente, mas
pelo fato de historicamente e ser socialmente construído que a pessoa com deficiência. Desta
maneira este trabalho visa através de uma pesquisa amostral mostrar um panorama do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Campus de São José dos Campos depois
de uma série de intervenções feitas pela Profa. Ma. Kelem na disciplina de educação inclusiva
com auxílio das turmas de licenciatura em Matemática e Química.

Metodologia
O trabalho foi todo feito em três etapas: (i) Discussão e levantamento dos parâmetros
humanos e sua algoritmização quantitativa com auxílio dos professores de ambas disciplinas;
(ii) Aplicação da pesquisa para todas as turmas de licenciatura e para todas as turmas de
ensino médio; (iii) Analise dos dados e elaboração dos testes te hipóteses sempre visando a
análise do preconceito intrínseco nas opiniões relatadas e pesquisa uma história ou relato que
contraponha o resultado se negativo.
Preparação e aplicação da pesquisa
Os membros do grupo, após pesquisa e estudo prévio do tema capacitismo, com
auxílio da Professora Kelem realizaram um brainstorm sobre o tema das perguntas abordadas
na pesquisa e ficaram decidas as que estas seriam:

1. Uma pessoa deficiente visual é capaz de pegar ônibus sozinha?


2. Um cadeirante é capaz de praticar dança?
3. Uma pessoa com autismo é capaz de ser um bom professor?
4. Um cadeirante consegue ter vida sexual?
5. Um casal de surdos é capaz de criar uma criança sem deficiência?
6. Uma pessoa com síndrome de down é capaz de liderar uma equipe?

Todas as perguntas supracitadas estão relacionadas com capacitismo no sentido de


tentar expressar a visão sobre capacidade de uma pessoa com deficiência conseguir realizar
determinada atividade ou não.

Desta maneira assim decidas as perguntas com aval do Professor Michael foi
determinado que a maneira de quantificar os dados seria através de intervalos – sem usar “sim
ou não”, pois desta maneira a chance de se enviesar a pesquisa é maior e não revelaria o
preconceito intrínseco – com isso o modelo final de formulário foi aprovado por ambos os
orientadores:

Nome:
Curso/Ano:
Semestre(Ens. Sup.):
Uma pessoa deficiente visual é capaz de pegar ônibus sozinha?
0Ⱶ1 1Ⱶ2 2Ⱶ3 3Ⱶ4 4Ⱶ5 5Ⱶ6 6Ⱶ7 7Ⱶ8
Completamente Incapaz Completamente Capaz
Um cadeirante é capaz de praticar dança?
0Ⱶ1 1Ⱶ2 2Ⱶ3 4Ⱶ5 5Ⱶ6 7Ⱶ8 8Ⱶ9 9Ⱶ10
Completamente Incapaz Completamente Capaz
Uma pessoa com autismo é capaz de ser um bom professor?
0Ⱶ1 1Ⱶ2 2Ⱶ3 4Ⱶ5 5Ⱶ6 7Ⱶ8 8Ⱶ9 9Ⱶ10
Completamente Incapaz Completamente Capaz
Um Cadeirante consegue ter vida sexual?
0Ⱶ1 1Ⱶ2 2Ⱶ3 4Ⱶ5 5Ⱶ6 7Ⱶ8 8Ⱶ9 9Ⱶ10
Completamente Incapaz Completamente Capaz
Casal de surdos é capaz de criar uma criança sem deficiência?
0Ⱶ1 1Ⱶ2 2Ⱶ3 4Ⱶ5 5Ⱶ6 7Ⱶ8 8Ⱶ9 9Ⱶ10
Completamente Incapaz Completamente Capaz
Uma pessoa com síndrome de down é capaz de liderar uma equipe?
0Ⱶ1 1Ⱶ2 2Ⱶ3 4Ⱶ5 5Ⱶ6 7Ⱶ8 8Ⱶ9 9Ⱶ10
Completamente Incapaz Completamente Capaz
Assinatura:
Figura 1: Ficha de pesquisa elaborada

O preenchimento da ficha foi feito com auxílio dos aplicadores está a qual não era
obrigatório o preenchimento do nome apenas da turma para efeitos de tabulação.

Ficou estabelecido uma amostra de quarenta alunos – 4 por sala – e a escolha dos
entrevistados foi feita com auxílio da Calculadora Gráfica HP Prime G8X92AA, através da
função “RANDINT”, função essa que escolhe um número inteiro aleatoriamente dentre um
range pré-estabelecido, e nas salas que não foi possível o próprio professor, que não era
informado do tema da pesquisa, apenas escolhia alunos ao acaso. Desta maneira foi possível
uma aleatoriedade satisfatória para os dados.

O Teste de hipótese para média


Segundo [CITATION Mur77 \p "235 e 236" \l 1046 ] sendo μ a média populacional,
μ x́ a média amostral, σ x́ o desvio padrão amostral, σ desvio padrão populacional, e n o
tamanho da amostra com um valor de elementos maior ou igual a trinta faz com que:

μ x́ =μ

à média amostral se aproxime da média populacional

σ
σ x́ =
√n
o desvio padrão amostral é dado pelo desvio padrão populacional dividido pela raiz
da quantidade de elementos na amostra. Conclusão essa que vem diretamente do teorema do
limite central. Sabendo que o valor da estatística de teste Z na curva normal padrão é dado
por:

μ x́ −μ
Z x́ =
σ x́
√n
Ao estabelecermos um valor de confiança de 95% para teste monocaudais obtemos o
valor z

Z x́ =∓ 1,64

E para bicaudais

Z x́ =∓1,96
Desta maneira ao aplicarmos a transformação caso o valor esteja dentro da região de
rejeição, significa que temos evidências suficientes para rejeitar a hipótese nula e aceitar a
hipótese alternativa.

Resultados
Os resultados obtidos foram organizados por perguntas e procuraram expressar a
filosofia desta obra e que reflete em si o conceito de capacitismo “Dizer que alguém não é
completamente capaz de fazer algo é, de maneira indireta, dizer que a pessoa é incapaz”. Os
resultados foram tabulados junto com os relatos e com os dados do teste, todos os testes foram
feitos com 95% de confiança.
Conclusão
O capacistismo é um conceito novo desta maneira, existe até uma ausência de artigos
e publicações acadêmicas, mas sua filosofia introduz um conceito que nunca antes havia sido
discutido em toda história das pessoas com deficiência, pois cultural e historicamente nos foi
construído o estereótipo de pessoas incapazes. Este trabalho evidência que mesmo após um
plano de ação é extremamente difícil descontruir e lidar com este estereótipo. Mesmo de
maneira indireta ele ainda existe, então deve-se continuar discutindo e debatendo para de
maneira gradual, com o passar o tempo e das gerações, se construa a ideia de que a pessoa
com deficiência seja tratada como uma pessoa normal e não como um incapaz.

Referências
 SPIEGEL, M. R. Estatística. 1ª. ed. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, v. 1,
1977.

 ANDRADE, S. Capacitismo: o que é, onde vive, como se reproduz.


Publicado em, v. 3, 2015.

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