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Política, ambiente e saúde na odontologia

A definição de meio ambiente dada pela bióloga Lana Magalhães é


compreendida como toda a interação entre os compostos inorgânicos e
os orgânicos, entre eles, animais e vegetais que coexistem no planeta
Terra. Todo esse conjunto forma a natureza. Desde o final do século XX
e o início do XXI, muito começou a se debater sobre a importância do
meio ambiente na vida dos seres humanos e os impactos que a poluição
pode trazer pra vida de cada indivíduo.

No início da década de 1970, os debates sobre a preservação ambiental


tomaram mais força e deixaram de ser apenas abordados em nichos
específicos da sociedade. No ano de 1972, a ONU realiza em Estocolmo
a 1a Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, tratando
de forma mais concreta a sustentabilidade. Posteriormente ocorreram
conferencias muito importantes como, por exemplo, a ECO 92 e a
Conferência de Kyoto, em 1997, etc. Todas serviram para levar o
discurso de proteção da natureza para escala global.

Dentro dos países capitalistas e após as questões de preservação do


meio ambiente, surgiu o conceito de Desenvolvimento Sustentável.
Sustentabilidade por si só é um conceito que abrange diversas áreas de
uma sociedade como: educação, cultura e economia. O
desenvolvimento sustentável é a alternativa que foi encontrada para se
evoluir, principalmente no âmbito industrial-econômico, trazendo menos
impactos e utilizando menos os recursos não renováveis.

No Brasil, a Política Nacional do Meio Ambiente, Lei nº 6.938, de 31 de


Agosto de 1981, define os instrumentos para proteção do meio
ambiente. A Saúde Ambiental surge como um ramo dentro da Saúde
Pública que se preocupa em detectar alterações nos determinantes e
condicionantes ambientais que podem interferir na saúde do indivíduo,
promovendo ações que venham prevenir ou controlar doenças e
agravos provenientes da natureza. Já é algo bastante firmado, mas é
importante lembrar que a saúde de uma pessoa é diretamente ligada ao
ambiente que ela vive. Em julho deste ano o Ministério da Saúde
divulgou um estudo (Saúde Brasil 2018) onde mostrava que ao longo
dos últimos 10 anos houve um aumento de 14% de mortes causadas
pela poluição do ar.

A odontologia tem um destaque maior entre as outras áreas da saúde,


se tratando de descarte consciente, porque nela são usados outros
materiais que não são manipulados pelos médicos ou enfermeiros. Entre
esses materiais, podem ser destacados: o amálgama de prata, os
materiais de moldagem, materiais restauradores associados à resina
composta, etc. Todos precisam do descarte correto, para não ocorrer
infecções cruzadas ou gerar danos ao ambiente ou a outros seres vivos.

Uma solução a médio prazo, seria pesar mais a mão na punição do


profissional que não cumprir corretamente com a biossegurança na hora
do descarte de resíduos e tornar cada situação mais conhecida, não
com caráter vexatório, mas sim sendo um exemplo para os colegas de
trabalho e profissionais ainda na graduação. Outra solução, já mais a
longo prazo, seria preencher mais as grades curriculares dos cursos de
odontologia com matérias voltadas para a preservação ambiental, para
que os alunos possam ter motivos concretos para a preservação
ambiental e não apenas normas abstratas.

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