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Profissao Docente Um Estudo Sobre A PDF
Profissao Docente Um Estudo Sobre A PDF
DESVALORIZAÇÃO/VALORIZAÇÃO DA CARREIRA
Resumo:O presente trabalho aborda acercado contexto histórico da profissão docente, tendo
como ponto de partida a formação de professores. O interesse pelo tema surgiu durante todo
meu processo de graduação como aluna do curso de Pedagogia, especificamente nas
disciplinas de Estrutura e Fundamentos da Educação Básica I e II. Essa pesquisa é de cunho
qualitativo por entender uma abordagem mais adequada para essa temática, pois esta garante
ao pesquisador entender, explorar e compreender o processo de construção, estrutura e
resultados do trabalho desenvolvido, consistindo deste modo, numa pesquisa bibliográfica e
documental que possibilitará análise reflexiva da história da formação docente e as novas
configurações desse trabalho. Fundamentando nos teóricos Antonio Nóvoa (1997),Bernardete
Angelina Gatti (2009),Casemiro de Medeiros Campos (2007), Ilma Passos Alencastro Veiga
(2009), José Carlos Libâneo (2000), Paulo Freire (1996) entre outros. É feito um recorte da
década de 70por ser marcada por fortes mudanças no setor educacional brasileiro e uma
exposição das principais leis criadas em prol do professor e os fatores que levaram e levam a
desvalorização da profissão. Nesse viés, busca-se ainda identificar as políticas públicas que
valorizam esse profissional, compreender as interferências que as reformas exercem sobre as
relações de trabalho do professor em aspectos tais como: condição de trabalho, carreira
eremuneração e, sobretudo como esses aspectos influenciam diretamente para desqualificar o
profissional do magistério.
Introdução
A profissão docente é um dos ofícios mais antigos e importantes do mundo. Esta sem
dúvida, sempre esteve presente em toda nossa formação escolar e, sua representação vêem
passando por fortes mudanças em nossa sociedade. Partindo deste princípio, esta pesquisa tem
como propósito compreender como vem ocorrendo o processo de desvalorização da profissão
docente no Brasil, assim como as políticas públicas criadas a favor dessa profissão, seus
impasses e desafios. Nesse viés, busco visualizar como a profissão docente e o papel de
professor são socialmente concebidos.
Nesse sentido, o presente trabalho buscou verificar quais foram os fatores que
auxiliaram para essa depreciação da profissão, tendo como caminho investigativo a pesquisa
bibliográfica e documental, pois esse tipo de pesquisa é fundamental em todo trabalho
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2. Desenvolvimento
O professor é uma das profissões mais antigas do mundo. Segundo o dicionário Soares
(2000, p. 578), professor é "aquele que ensina uma ciência ou arte, mestre, individuo perito ou
adestrado". Para tanto, no horizonte dessa profissão, ele exerce o magistério, é um orientador,
figura indispensável para a educação.
Esse profissional é preparado durante sua graduação para ensinar, transmitir
conhecimentos através da troca de experiências do conhecimento de mundo que o aluno tem
com o conteúdo. Para Veiga (2009, p.58) "o professor ajuda a aprender, a sistematizar os
processos de produção e assimilação de conhecimentos para garantir a aprendizagem efetiva,
também orienta e direciona o processo de ensinar". Imerso nesse universo que é a escola, o
docente se depara com uma realidade diferente da estudada na universidade, na prática ao
assumir a sala de aula, pois a docência é uma das profissões mais complexas que existe, a ele
são atribuídas varias ações: preparar a aula, elaborar plano de aula, mediar aula, corrigir
atividade, elaborar projeto, entre outros.
É por meio da figura do professor que os conhecimentos são mediados, com o
propósito de gerar a aprendizagem para os alunos, pois o mesmo possui grande influência
sobre o aluno. Dessa forma, a relação professor e aluno é um fator crucial para que haja uma
troca de saberes, entre o ensinar e o aprender. Compreendendo o papel que o professor exerce
na vida dos educandos Campos (2007) explana,
Criadas pelo Estado para controlar um corpo profissional, que conquista uma
importância acrescida no quadro dos projetos de escolarização de massas;
mas são também um espaço de afirmação profissional, onde emerge um
espírito de corpo solidário. As escolas normais legitimam um saber
produzido no exterior da profissão docente, que veicula uma concepção dos
professores centrada na difusão e na transmissão de conhecimentos; mas são
também um lugar de reflexão sobre as práticas, o que permite vislumbrar
uma perspectiva dos professores como profissionais produtores de saber e de
saber-fazer (NÓVOA, 1997, p. 16).
Para a admissão nas escolas normais tinha que ser uma pessoa de boa conduta, maior
de dezoito anos, saber ler e escrever, ainda essas primeiras escolas só aceitavam pessoas do
sexo masculino, só depois de trinta anos de fundada, as mulheres assumiram a profissão e
desde então tem ocupado cada vê mais esse espaço.
Dessa forma, houve uma pressão por parte da população pelo aumento da quantidade
de escolas, isso, gerou uma consequência no declínio no que diz respeito ao salário dos
professores, implicando ainda na sua jornada de trabalho,
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Outro fator que gerou a descaracterizou a profissão docente nesse período, foi o
tecnicismo devido a mudanças ocorridas no trabalho que o professor desempenhava em sala
de aula, essa modificação era para atender os métodos que o ensino técnico propunha,
Surge então, a necessidade de uma formação mais ampla, que aprendesse a áreas
específicas de atuação da profissão docente, pois a concepção de que qualquer um poderia
assumir uma sala de aula, fica para trás, na medida em que se exige agora uma formação de
nível superior. Por sua vez, a autora Veiga (2009) salienta as condições para a formação
quando diz,
Formar professores implica compreender a importância do papel da
docência, propiciando uma profundidade científico- pedagógica que os
capacite a enfrentar as questões fundamentais da escola como instituição
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Entendendo a formação como ponto de partida da profissão, esta ainda que seja
continuada não garante uma valorização social do profissional docente, apesar da formação
continuada oferecida nas ultimas décadas ter a finalidade de aprofundar os conhecimentos
adquiridos no curso, Gatti e Barreto alertam,
Sendo assim, este sempre deve estar avançando para aprimorar seus saberes, tendo em
vista que fica mais difícil mudar o seu modo de pensar o fazer pedagógicose o mesmo não
tiver oportunidade de vivenciar novas experiências, novas pesquisas e novas formas de pensar
e ver a escola.
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Ludke e Boing (2004) discutem porque o trabalho docente ainda não é visto como
um trabalho de profissionais pela sociedade brasileira e tentam levantar condições que não
permitiram enxergar o professor como uma categoria profissional. Em suas palavras,
Nessa lógica, hoje o piso salarial está em 1.917,78, esse é o valor mínimo que os
professores em início de carreira devem receber, isso vale em todo o território nacional, para
tanto, esses profissionais devem ter atuar 40 horas semanais e ensinar em escolas públicas de
ensino da educação infantil, ensino fundamental e médio.
Com base nisso, piso é o ponto de partida, a lei contempla com o piso, as categorias de
profissionais que atuam no suporte pedagógico, atividades de direção, planejamento,
supervisão, orientação e coordenação. O piso é atualizado todo ano, e para os estados e
municípios que alegam não ter como cumprir com o pagamento, a lei respalda que a união
deve fazer a complementação da verba, outro aspecto importante é que nenhum profissional
do magistério deve ganhar menos que o piso, a questão que implica nessa lei é justamente a
falta de punição em cumprimento da lei, assim vários estados e municípios não cumprem a
norma.
Outra proposta que tende a valorizar e a estipular um salário mais digno a carreira
docente se refere ao PNE- Plano Nacional de Educação, Lei n° 13.005 de 25 de Julho de
2014, com prazo de validade de dez anos, tendo sua vigência até 2024, na sua meta 17,
"valorizar os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma
a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade
equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE." (2014, p. 53). Essa meta
estabelece um prazo para que os professores possam ganhar o mesmo que os outros
profissionais do nível superior.
Ainda que bons salários não dêemconta de melhorar a qualidade da educação e do
trabalho docente, sem eles, tão pouco terá uma perspectiva de mudança na valorização do
professor, mesmo reconhecendo que outros fatores interferem na qualidade desse trabalho,
será improvável exercer esse trabalho de forma satisfatória.
Não há um único fator que sozinho explique a desvalorização da profissão docente, há
evidências de que ela está associada a uma soma de variáveis intervenientes que culminamna
atual situação do desprestígio dessa profissão. Apesar de existirem leis que visem à melhoria
do magistério, a maioria não há punição, deixando brecha para não efetivação dos benefícios
em prol do professor. Enquanto as políticas não efetivarem as leis, e enquanto a sociedade
continuar mostrando descaso com estes profissionais, os mesmos não serão valorizados.
Considerações
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A política do Plano Nacional de Educação, modestamente, tem como meta fazer com
que os seis anos após o início de sua vigência, o que, numa perspectiva muito otimista, se dará
por volta do final de 2020, os profissionais da educação escolar tenham a sua remuneração
equiparada com a dos demais profissionais com escolaridade equivalente. Nota- se então, que
requer mais ações pautadas na luta pela melhoria dos salários e nas condições de trabalho para
que os mesmos venham a ser realmente um profissional valorizado.
Referências
CURY, Carlos Roberto Jamil. A educação como desfio na ordem jurídica. In. LOPES,
Eliane M; FARIA FILHO, Luciano Mendes & VEIGA, Cynthia G. (orgs.). 500 anos de
educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
VEIGA. Ilma Passos Alencastro. A aventura de formar professores. Campinas, SP: Papiriu,
2009.