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Espetros contínuos e descontínuos

Miguel Neta, novembro de 2018 [Imagem: www.hdwallpapersinn.com]


Espetros contínuos e descontínuos

Espetro visível

Espetro = decomposição/separação

Com um prisma de vidro é possível observar a


divisão da luz branca em várias cores.

Este conjunto de cores é chamado espetro


visível.

A luz branca é policromática porque é constituída


pelas várias cores (luz monocromática).
Espetros contínuos e descontínuos

Espetro visível

No prisma, a radiação que sofre:

Menor desvio: vermelha;

Maior desvio: violeta.


Espetros contínuos e descontínuos

Espetro visível

Cada cor tem um valor de energia associado.

A radiação de:

Menor energia é a vermelha;

Maior energia é a violeta.

Mas... há mais radiações do que as cores que


vemos.

O conjunto de todas as radiações (as que vemos


e as que não vemos) é o espetro
eletromagnético.
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Comprimento de onda (𝝀)

O comprimento de onda é a distância entre dois pontos na mesma fase (é identificado pelo letra grega
lambda, 𝜆).
𝜆

Unidade S.I.: metro, m

Exemplo: 𝜆 = 10-1 m
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Frequência (𝒇)

A frequência de um movimento indica quantas vezes é que esse movimento se repete por unidade de
tempo.

Unidade S.I.: hertz, Hz


por segundo, s-1

Exemplo: 𝑓 = 50 Hz
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Relação entre a frequência e o comprimento de onda

𝑣
𝑓=
𝜆

em que:
𝑓 – frequência (Hz)
𝑣 – velocidade de propagação da onda (m s-1)
𝜆 – comprimento de onda (m)

A frequência e o comprimento de onda são duas grandezas inversamente proporcionais:

Maior comprimento de onda ⇒ Menor frequência Menor comprimento de onda ⇒ Maior frequência
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Radiação eletromagnética

A radiação eletromagnética é capaz de se propagar no espaço, transportando energia.

A velocidade de propagação das radiações eletromagnéticas, no vácuo, é:

𝑐 = 2,99 × 108 m s-1

É um fenómeno gerado pela variação, ao mesmo tempo, de um campo elétrico e um campo


magnético.
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Espetro eletromagnético

O espetro eletromagnético está dividido em 'zonas':

Maior Menor
comprimento comprimento
de onda de onda

Menor Maior
frequência frequência
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Espetro eletromagnético

Fotão

O conceito de fotão foi criado por Einstein para explicar o comportamento de partícula
que a luz por vezes tem.

O fotão representa a menor quantidade de energia de uma onda eletromagnética de uma


dada frequência.
Albert Einstein (1879-1955).

A energia, 𝐸, que cada fotão transporta depende da frequência da radiação:

𝐸 = ℎ 𝜈 ou 𝐸=ℎ𝑓

em que:
ℎ – constante de Planck (ℎ = 6,626 × 10-34 J s)
𝜈 ou 𝑓 – frequência da radiação (Hz ou s-1)

Max Karl Ernest Ludwig Planck


(1858-1947).
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Espetro eletromagnético 𝐸 =ℎ𝑓

Comprimento
Tipo de onda Frequência de onda Energia

Ondas de rádio Menor Maior Menor

Micro-ondas

Infravermelho (IV)

Visível (Vis)

Ultravioleta (UV)

Raios X

Raios 𝛾 (gama) Maior Menor Maior


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Zonas do espetro eletromagnético/propriedades/utilidades

Ondas de rádio | Micro-ondas | IV | Visível | UV | Raios X | Raios 𝛾


Espetros contínuos e descontínuos

Ondas de rádio

São as radiações eletromagnéticas com maior


comprimento de onda (menor frequência e por
isso menor energia).

São usadas em telecomunicações: emissões de


rádio e de televisão.
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Micro-ondas

Comprimento de onda menor que as ondas de rádio


(maior frequência e maior energia que as ondas de
rádio).

Utilizadas em: redes Wi-Fi, bluetooth, outros


serviços de comunicação, radares, radioastronomia e
muito utilizadas como meio de confeção de
alimentos.
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Infravermelho (IV)

Este tipo de radiação foi descoberta por Herschel no


ano de 1800 (aumento de temperatura do termómetro
para além do vermelho).

São as radiações de maior efeito térmico.


Frederick William Herschel
Utilizações principais: telecomandos de televisão e (1738-1822).

outros aparelhos domésticos, cartografia,


meteorologia e termografia (diagnóstico médico).
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Luz visível

É a pequena faixa do espectro eletromagnético


que os humanos conseguem captar com os seus
olhos.

Cada indivíduo, e cada espécie animal, tem diferente


capacidade de captar as radiações, pelo que os limites
são variáveis nas fronteiras infravermelho/vermelho e
violeta/ultravioleta.
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Ultravioleta (UV)

Podem causar efeitos graves à saúde mas


também são necessários, para que algumas
reações acontecem no nosso corpo.

Estão divididas em três zonas:

UV-A (dos 400 aos 320 nm);


UV-B (dos 320 aos 280 nm);
UV-C (dos 280 nm 100 nm).

A atmosfera terrestre filtra a quase totalidade dos


tipos UV-B e UV-C graças às moléculas de ozono (O3).
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Raios X

Radiação com uma grande utilidade na medicina:


radiografias e tomografias axiais computorizadas
(TAC's).

Tem uma grande capacidade de atravessar os


tecidos humanos, mas menor capacidade de
atravessar os ossos.
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Raios 𝜸 (gama)

São produzidos pelas estrelas e por átomos


radioativos.

São bastantes prejudiciais aos tecidos vivos,


destruindo-os.

São usados para radioterapia, para esterilização


de materiais e para verificar a qualidade de materiais
(gamagrafia).
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Tipos de espetros

Como observar espetros de radiação visível?

Espetroscópios de bolso

Espetroscópios da bancada (Kirchhoff-Bunsen)

[Imagens: portuguese.alibaba.com; www.kruess.com; www.3bscientific.com.br]


Espetros contínuos e descontínuos

Tipos de espetros

Como observar espetros de radiação visível?


Espetros contínuos e descontínuos

Tipos de espetros

Os espetros podem-se classificar como:

Contínuos;

De riscas (descontínuos).
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Tipos de espetros

Os espetros de riscas dividem-se em:

Espetros de emissão;

Espetros de absorção.
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Espetros das estrelas

1802 – O químico inglês William Hyde Wollaston observou riscas escuras no espetro solar.

1814 – Fraunhofer também observou as riscas no espetro solar e…

…iniciou o estudo dessas riscas medindo o comprimento de onda respetivo.

Identificou 570 linhas e usou as letras A a K para as linhas principais e outras letras para as mais
fracas.
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Espetros das estrelas

1859 – Kirchhoff e Bunsen verificaram que as riscas


de Fraunhofer coincidiam com as riscas
características de emissão de espetros de
elementos químicos.

…deduzindo que as linhas observadas no


espetro solar eram causadas pela absorção de
radiação por elementos químicos presentes na
atmosfera solar.
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Espetros das estrelas

O espetro do Sol é um espetro misto.


matéria
As radiações originadas no interior da estrela
quente espetro contínuo
originam um espetro contínuo.

Os átomos e iões existentes na cromosfera


absorvem algumas destas radiações, provocando o
gás espetro com riscas
aparecimento das riscas.

Riscas provocadas pelo gás


Espetros contínuos e descontínuos

Espetros das estrelas

Designação Elemento  (nm)

A O2 759,370

B O2 686,719

C H 656,281

D1 Na 589,592
As riscas permitem identificar quais as partículas existentes nessa D2 Na 588,995
estrela.
D3 or d He 587,5618
A intensidade das riscas está relacionada com a maior ou menor presença F H 486,134
dessas partículas.
G' H 434,047

G Fe 430,790

G Ca 430,774

h H 410,175

H Ca+ 396,847

K Ca+ 393,368
Espetros contínuos e descontínuos

Espetros das estrelas

Intensidade (contagens)

Comprimento de onda (nanómetros)

[Imagens: commons.wikimedia.org]
Espetros contínuos e descontínuos

Espetros das estrelas

[Imagem: NASA]
Espetros contínuos e descontínuos

Espetros das estrelas

A intensidade das diferentes radiações do espetro de uma


estrela não é igual.

A diferente cor das estrelas é devida à diferente


temperatura de cada estrela.

Estrelas avermelhadas  mais frias (3 500 K)


(na figura: Betelgeuse)

Estrelas azuladas  mais quentes (40 000 K)


(na figura: Rigel)
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Espetro solar

[Imagem: www.workingwithwaves.com]
Espetros contínuos e descontínuos

Espetros

Espetros

Espetros de emissão Espetros de absorção

Contínuos Descontínuos (riscas) Descontínuos (riscas)

Lâmpadas de incandescência Lâmpadas fluorescentes Espetros de estrelas


Lâmpadas de halogéneo Lâmpadas de vapor de sódio
Corpos incandescentes Néons
Fogo de artifício
Tubos de Pluecker
Espetros contínuos e descontínuos

Bibliografia

 J. Paiva, A. J. Ferreira, C. Fiolhais, “Novo 10Q”, Texto Editores, Lisboa, 2015.

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