Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAMPUS DIADEMA
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Discentes:
Camila Arriel
Jadgy Back
Marina Bruza da Silva
Stefanny Ribeiro
Docentes:
Profa. Dra. Juliana S. Azevedo
Profa. Dra. Rosangela Calado da Costa
Diadema
2019
SUMÁRIO
1. RESUMO……………………………………………………………………………...3
2. INTRODUÇÃO………………………………………………………………………. 4
3. OBJETIVOS ………………………………………………………………………….7
4. ÁREA DE ESTUDO…………………………………………………………………. 8
5. METODOLOGIA………………………………………………………………….... 10
5.2 Métodos…………………………………………………………………….. 10
2
1. RESUMO
3
2. INTRODUÇÃO
4
forma diferente dos ventos alísios e dos ventos do oeste, essa fricção com o vento
forma uma camada fluida na direção do vento e a força da gravidade empilham
outras camadas abaixo formando um gradiente de pressão, com a influência do
efeito de Coriolis, no hemisfério norte a água flui para a direita e no hemisfério sul a
água flui para a esquerda (GARRISON, 2010).
Dado a importância da coleta de dados, diversos tipos de instrumentos foram
aos poucos sendo desenvolvidos com o intuito de se conhecer melhor a coluna
d’água, desde os mais simples como termômetro até os mais sofisticados como o
sonar, todos esses instrumentos auxiliam para uma melhor compreensão tanto do
assoalho oceânico quanto da circulação de massa e como esse transporte de
nutrientes influencia as costas e a oceanografia nos últimos anos é a ciência que
mais obteve vantagens quando aos avanços tecnológicos (CALAZANS, 2011).
A temperatura é um parâmetro físico importante por influenciar na velocidade
das reações químicas e biológicas, assim como a densidade e transporte, como
exemplo a ser citado alguns compostos químicos podem tornar-se tóxicos à
temperaturas elevadas, pode ocorrer também a redução de oxigênio dissolvido na
água o que dificulta a vida para alguns organismos e para os animais que não
suportam grandes variações de temperatura (CALAZANS, 2011).
A salinidade compreende do número total do material dissolvido em água;
através da salinidade é possível determinar a densidade, sendo essa última como
responsável pelo transporte de material; a densidade pode diminuir se a temperatura
aumentar e pode aumentar se salinidade também aumentar ou a pressão aumentar;
nos oceanos, a massa de água move-se em profundidade se for mais densa e em
superfície se for menos densa. Para medir esse parâmetro é utilizado técnicas de
laboratório como a contagem de Mohs ou pode-se fazer leitura utilizando um
aparelho portátil chamado refratômetro como exemplo, como a salinidade é
diretamente proporcional à refração da luz provocada pelos cristais de sal, pode-se
estimar o valor através do ângulo de mudança da refração (CALAZANS, 2011).
O Brasil possui 7.500 Km de costa e as águas costeiras ou chamadas
também de zona nerítica, abrange toda a zona entremarés até até o limite da
plataforma continental, representa 10% de toda a área oceânica e é onde está
concentrada a maior biodiversidade devido às condições ambientais e de nutrientes
5
da costa. Ambientes marinhos como baías fechadas, canais, enseadas e estuários
são ambientes produtivos e possuem características típicas de cada uma das
regiões em que se encontram, sendo essas características a turbidez, nutrientes,
salinidade, temperatura, ondas e marés (CETESB, 2007).
O estuário, sendo um ambiente de transição entre o continence e o oceano, é
onde ocorre a diluição da água do mar pela água doce vinda da drenagem
continental, todo esse ambiente e a quantidade de água disponível no estuário de
água fluvial, depende de fatores como sedimentos, substâncias orgânicas,
poluentes, eventos químicos, climáticos, cobertura vegetal, ocupação urbana e
agrícola, geologia local e evapotranspiração. Esse local de transição deve-se
receber uma maior atenção aos estudos devido a ocupações urbanas que alteram
os ambientes de drenagem. A soma entre todas as fontes de água do estuário
sempre será maior do que o sorvedouro e os fatores que podem influenciar nesse
balanço são a temperatura, umidade relativa do ar, direção e intensidade do vento,
geomorfologia, cobertura vegetal e características do solo. A dinâmica do estuário
está diretamente ligada a densidade da água (salinidade). A importância de
conhecer melhor essas zonas de descarga de água doce, além dos fatores
socioambientais e econômicos como a disponibilidade de água doce para consumo
humano, fornecimento para a indústria e agricultura, há consequências na fauna e
flora caso esse ambiente não esteja em equilíbrio, como exemplo pode ocorrer
mortalidade em crustáceos e o aumento de turbidez da água que impactaria na
produção e respiração de algas (MIRANDA, CASTRO e KJERFVE, 2002).
Neste contexto, o presente estudo visou monitorar processos de mistura
estuarina e seu impacto no ecossistema, contemplando entendimento de aspectos
do meio abiótico e biótico, bem como de discussões e impactos socioambientais
envolvidos na região pertencente ao Parque Estadual Restinga de Bertioga, SP.
6
3. OBJETIVOS
7
4. ÁREA DE ESTUDO
8
para ambientes marinhos-costeiros e a formação de corredor ecológico até porções
de Mata Atlântica protegidas pelo Parque Estadual da Serra do Mar (PESM)
(BANZATO et al., 2012). Sendo assim, uma formação em contínuo necessita de
proteção para manter a integridade dos processos naturais que ocorrem na região.
Segundo a Fundação Florestal, o Parque contém 98% de todo o remanescente de
restinga da Baixada Santista e abriga 44 espécies ameaçadas de extinção, além de
37 espécies de aves endêmicas e 14 espécies raras de répteis e anfíbios.
O PERB, em sua extensão, contempla a foz do Rio Itaguaré, do qual um dos
afluentes tem água captada pela Sabesp, e outros se encontram dentro do domínio
de propriedades privadas. Em relatórios da Cetesb de 2007, esse rio apresentou um
aceitável nível de qualidade da água. Apesar dessa boa qualidade, outros estudos
mostram intrusão salina na água. É muito procurado para canoagem, banho e pesca
de arremesso. Também é considerado início de uma trilha de floresta alta e floresta
baixa de restinga e alta densidade de bromeliáceas, árvores de grande porte e
epífitas em sucessão ecológica, solo arenoso. O local de desembocadura do rio no
mar conta com a presença de mangue que margeia todo o curso d’água. É provável
a ocorrência de jacaré de papo amarelo nesses manguezais. A vegetação
predominante é composta, além do mangue, por restinga e Mata Atlântica. O
estuário do sistema Itaguaré é influenciado pelas dinâmicas fluviais, com bancos de
areia associados a ressaca e, ao fundo, suas feições também podem ser
influenciadas pela granulometria dos sedimentos arenosos e lamento-arenosos.
Segundo Baraldo (2018), ele pode ser classificado como estuário parcialmente
misturado ou de cunha-salina (CAMARGO, 2012).
Na praia de Itaguaré, a trilha parte da rodovia Rio Santos, com vegetação de
alta restinga, com restinga arbustiva em nível de aproximação com o mar. Possui
cerca de 3,5 km de extensão. Trata-se de uma praia conservada, em um ambiente
reservado, e muito procurada para prática de surf. A região pertencente ao PERB
sofre constantemente pela especulação imobiliária e é pressionada por duas áreas
urbanas: São Lourenço e Guaratuba.
9
5. METODOLOGIA
● Refratômetro analógico;
● Termômetro;
● Béqueres;
● Água destilada;
● Pipeta de plástico.
5.2 Métodos
Tabela 1 - Horários e altitude da maré com base na Tábua de Marés - Porto de São Sebastião, SP.
10
A partir destes dados, foi conhecido os horários e respectivas situações de
maré, e também definido horários de coleta até antes das 14 horas e 34 minutos,
aproximadamente, quando a maré atingiria sua máxima altitude para o período do
dia em campo, data a qual teria início a fase de lua cheia, ou seja, início dos
processos de maré de sizígia, ainda com características de maré de quadratura por
conta de sua amplitude de 0,8 metro (menor que 1 metro), estimada pela diferença
da máxima altitude (1,1m) e mínima (0,3m). A Figura 2 evidencia a diferença
observada no nível da maré no médio estuário entre os períodos da manhã e tarde.
Figura 2 - Imagens do médio estuário em (a) maré baixa e (b) maré alta.
11
Figura 3 - Imagens do ponto de coleta no alto estuário (ponto “Estuário - Rio”).
12
Todas as coletas foram feitas manualmente utilizando béqueres: um para a
coleta de água superficial e outro para amostragem da água de fundo. Em seguida,
para determinação da temperatura da água em cada amostra foi utilizado
termômetro. Para determinação de salinidade e da densidade, foi utilizado
refratômetro, previamente limpo com água destilada e seco com papel-toalha a cada
utilização (para diminuição de interferências e obtenção de dados mais precisa), no
qual, utilizando uma pipeta, pôs-se uma gota de água de cada amostra sobre a
janela, fechou-se a tampa e realizou-se a leitura, olhando contra a luz, para aferição
dos dados de salinidade e densidade demonstrados no visor do instrumento. Os
dados foram anotados em planilha para posterior discussão dos mesmos.
As amostragens de superfície e fundo dos três pontos do estuário foram
realizadas pelos cinco grupos no período da manhã, começando por volta das 10
horas e 30 minutos, período em que a maré estava no início do processo de
enchente, ainda em níveis de altura mais baixos. Também foi realizada coleta em
um segundo momento, quando a maré estava mais alta, nos pontos de médio
(Figura 5) e alto estuário (ponto próximo da Tenda das Ostras e à Rodovia, como
mostrado na Figura 6) para comparação de dados entre as diferentes situações de
maré e a identificação das influências desta última nos parâmetros físico-químicos
das águas do estuário. Em razão de problemas em campo, apenas um grupo,
constituído pelas alunas Camila e Stefanny, pôde realizar coleta prevista para o
segundo período.
Figura 5 - Imagens do segundo período de coleta (tarde) no ponto de médio estuário (Estuário -
Meio).
13
Figura 6 - Imagens do segundo período de coleta (tarde) no ponto referente ao alto estuário (Tenda
das Ostras - próximo à rodovia).
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2 - Dados de temperatura, salinidade e densidade obtidos pelos grupos a partir das amostras
de água coletadas nas regiões de baixo, médio e alto estuários.
Grupo /
Ponto Hora Superfície Fundo Superfície Fundo Superfície Fundo
Pesquisadores
Estuário
12:56 25,4 24,2 30 31 1,018 1,020
– Meio
Grupo 1
Camila / Tenda
Stefanny das
13:58 23,2 24,0 19 24 1,014 1,019
ostras
(Rodovia)
Estuário
11:00 24,2 24,0 10 9 1,007 1,006
– Rio
Grupo 2
Amanda / Estuário
10:33 24,0 23,0 17 15 1,014 1,010
Bárbara / – Meio
Isabella B.
Estuário
12:00 24,5 26,6 35 34 1,026 1,025
– Mar
14
Estuário
11:26 23,0 23,2 8 7,5 1,006 1,005
– Rio
Grupo 3
Camila / Jadgy / Estuário
11:45 26,4 26,4 15 15 1,011 1,011
Marina B. / – Meio
Stefanny
Estuário
10:48 25,3 24,2 15 15 1,012 1,012
– Mar
Estuário
11:26 23 23,2 8 7,5 1,006 1,006
– Rio
Grupo 4
Estuário
Beatriz / Kauê / 11:45 26,4 15 1,011
– Meio
Laura / Letícia
Estuário
10:48 25,3 24,2 15 15 1,012 1,012
– Mar
Estuário -
10:35 25,6 23,5 10 10 1,008 1,007
Rio
Grupo 5
Gabriel / Hianka / Estuário -
11:03 23 23,8 14 15 1,01 1,011
Marina / Vinicius Meio
Carlucci
Estuário -
11:44 24,5 26,6 35 34 1,026 1,026
Mar
Estuário -
10:45 25,6 23,5 10 10 1,007 1,007
Rio
Grupo 6
Estuário -
Pedro / Sofia / 11:02 25 23,8 14 15 1,011 1,011
Meio
Vinícius Monteiro
Estuário -
11:44 24 26 35 34 1,026 1,026
Mar
15
estratificados (com demarcação de uma cunha salina), parcialmente misturados e
bem misturados.
A partir desse critério de classificação, os dados de campo obtidos
demonstram que o sistema flúvio-marinho de Itaguaré pode ser classificado como
um estuário parcialmente homogêneo, isto porque, em média, a maioria das
amostragens tiveram pequena variação nos valores de salinidade conforme a
profundidade (entre dados de superfície e fundo) nos três pontos do estuário, nas
diferentes situações de maré.
Quanto à variação de salinidade horizontal (ao longo do estuário),
observou-se que, nos horários de maré mais baixa (com altura pouco acima da
estofa de vazante, ou seja, H pouco maior que 0 m), os grupos 3 e 4, que coletaram
mais cedo no ponto próximo ao mar (às 10h48) não encontraram variação dos
valores de salinidade e densidade entre os pontos de médio e baixo estuário,
enquanto que os grupos 2, 5 e 6 (que realizaram amostragem um pouco depois, às
11h44 e às 12h) encontraram maior variação na área mais próxima ao mar, no baixo
estuário, momento em que a maré estava com altura maior durante período de
enchente, apresentando valores de 34 e 35 de salinidade, correspondente ao valor
de salinidade da água do mar que é 35, segundo dados científicos descritos em
literatura, como em Libes (1992). Outro fato a ser considerado é que, os grupos 2, 3,
4 e 5 fizeram suas amostragens em horários de marés mais baixas e encontraram
valores de 8 a 10 de salinidade no alto estuário, o que é importante salientar, uma
vez que é um valor alto para essas áreas do sistema, onde devem ser encontradas
águas com baixo teor salino variando entre 0 e 0,5 (como descritos por Azevedo
(2019) em notas de aula), onde predominam as característica das águas fluviais.
O grupo 1 pôde realizar coleta nos horários de maré mais alta, mais próximos
do horário da estofa de enchente determinado previamente que seria às 14h34min.
É possível observar por meio de seus dados, que houve aumento significativo nos
valores de salinidade no médio e no alto estuário, demonstrando a forte influência da
maré nos parâmetros químicos em todo o estuário estudado, que por consequência,
poderão influenciar diretamente a biodiversidade presente neste ecossistema.
16
7. CONCLUSÕES
17
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANZATO, B. D. M., FAVERO, J., AROUCA, J., & CARBONARI, J., Análise
ambiental de unidades de conservação através dos métodos SWOT e GUT: O caso
do Parque Estadual Restinga de Bertioga. Revista Brasileira de Gestão
Ambiental, v. 6, n. 1, p. 38-49, 2012.
CETESB. Qualidade das águas superficiais no estado de São Paulo 2014/ CETESB.
-- São Paulo: CETESB, 2015.
18
Governo do Estado de São Paulo; Secretaria do Meio Ambiente; CETESB.
Ambientes costeiros contaminados por óleo: procedimentos de limpeza - manual de
orientação. São Paulo: Secretaria do Estado do Meio Ambiente, 2007.
Instituto Ekos Brasil (2008). Diagnóstico Socioambiental para criação de unidades de
conservação Polígono Bertioga. WWF-Brasil, 2008.
LIBES, S.(1992). An Introduction to Marine Biogeochemistry. John Wiley & Son,
Inc., New Work, 733p.
19