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78 A Sustentabilidade dos Materiais de Construção

Nas últimas décadas aceitou-se que os maiores gastos energéticos fossem


devidos à energia operacional e de facto nos edifícios pouco eficientes de um
ponto de vista energético e com elevados consumos, a energia incorporada
nos materiais era de apenas 10% a 15% da energia operacional.

Em consequência disso muitos esforços foram feitos no sentido da redução


da energia operacional, através do aumento da eficiência energética dos
edifícios. Contudo à medida que tal vai sucedendo e a energia operacional se
vai reduzindo, a parcela referente à energia incorporada nos materiais vai-se
tornando cada vez mais preponderante.

Thormark (2002) estudou um dos edifícios com o menor consumo energético


na Suécia (45kWh/m2) referindo que a energia incorporada nos materiais,
para uma vida útil de 50 anos, pode representar 45% da energia total.

A médio ou mesmo a curto prazo, pode admitir-se que a parcela da energia


incorporada nos materiais de construção, possa vir a exceder a parcela de
energia operacional, o que justificaria assim que a mesma tenha que ser
enquadrada numa futura revisão da Directiva para a Eficiência Energética
de Edifícios (Szalay, 2007).

Torgal &Jalali (2010) apresentam resultados da energia incorporada nos


materiais de construção de um conjunto habitacional com quase uma
centena de apartamentos, os quais mostram que se as fracções referidas já
apresentassem um desempenho térmico da classe energética A A+, a parcela
da energia incorporada representaria 4 vezes o consumo operacional para
um período de 50 anos.

3.3 Emergia
Emergia (com m) é um conceito mais ou menos recente, que procura
enfatizar as desvantagens associadas à contabilização de energia nos moldes
clássicos, nos quais não há distinção entre a energia proveniente de fontes
renováveis e a energia proveniente de fontes não renováveis. O conceito de
emergia (com m) foi apresentado pela primeira vez em 1983, por H. T.
Odum, sendo definido como “ a energia disponível de um único tipo
(correntemente do tipo solar) usada directa ou indirectamente para produzir um
produto ou para prestar um serviço” (Odum, 1983).

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