Batismo - Águas Que Testificam Uma Nova Vida

PREFÁCIO
Quando acreditamos mesmo em algo,

não medimos esforços para levar adiante o que
se tornou verdade e ideal em nossos corações,
sobretudo quando este algo tem a ver com Deus
e Seus propósitos para as nossas vidas. Pelo
menos, penso, é assim que deveria ser!
O caminho de um discípulo de Jesus, que
é uma jornada para a toda a vida ‘‘com’’ Ele (ao
Seu lado e companhia) e ‘‘Dele’’ (é a vida que
Ele nos preparou de antemão para que nela
andássemos), se nos torna real quando o Espírito
Santo começa a operar em nossos corações,
convencendo-nos do Seu amor de um lado e dos
nossos pecados do outro e realizando por meio
dessas verdades, uma transformação tal em
nossas vidas que é como se tivéssemos nascido
de novo.
O Evangelho vai nos propor passos de fé
que começam quando convertemos nossa
caminhada que era em outras direções na
direção de Cristo como pessoa/ideal e nos
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PREFÁCIO
dispomos a andar a passos firmes nesta direção.

O desafio, portanto, é o de nos tornarmos
semelhantes a Ele como quem se formará em
nós, o que apesar de se consumar apenas na
eternidade, começa aqui e agora por fé e para o
nosso próprio bem e deleite.
Um desses primeiros e decisivos passos é
o batismo, que muito mais que um rito, como
veremos, é a maneira bíblico-cristã de
proclamarmos nosso ‘‘sim’’ ao chamado de
sermos e vivermos como servos e/ou discípulos
de Jesus.
Procuraremos aqui, reafirmar essa
verdade de modo singelo e conciso para tão
somente abençoar o seu coração e propô-lo(a),
em amor e esperança, a dar também esse
decisivo passo. Até mesmo porque, é isso que o
próprio Senhor no Evangelho de João capítulo 3
verso 3 nos ensina: ‘‘Digo-lhe a verdade:
Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não
nascer de novo". e dos versos 5 a 7 também:
‘‘Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no
Reino de Deus, se não nascer da água e do
Espírito. 6 O que nasce da carne é carne, mas o
que nasce do Espírito é espírito. 7 Não se
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PREFÁCIO
surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário

que vocês nasçam de novo.’’
Ninguém, em todo o Novo Testamento é
considerado ‘‘filho de Deus’’ pelo simples fato de
ter sido gerado por seus pais, gestado em um
ventre materno e parido neste mundo. Ainda que
toda a criação de Deus possa ser considerada
como ‘‘filha’’ Dele, inclusive os seres humanos,
‘‘filho’’ nas Escrituras implica em filiação,
submissão relacional, amor, comunhão,
devoção, identificação espiritual. Por isso a
necessidade de ‘‘nascermos de Deus’’ por meio
do Espírito e não de, simplesmente, termos sido
postos neste mundo pelas vias de uma
concepção natural. Tal experiência ocorre
quando nos convertemos à verdade da Cruz e
suas implicações e que se testifica pelo
testemunho qualificador do batismo conforme
veremos a seguir.
Vamos então avançar? Espero que tenha
uma boa leitura e que possamos cooperar com
seu entendimento. diante das verdades bíblicas.
Com carinho e feliz por sua disposição em
aprofundar esse assunto, Bruno.
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1
Jo 3:5 “Respondeu Jesus: Digo-lhe a verdade:

Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da
água e do Espírito.”
A pergunta - ‘‘O QUE É O BATISMO’’ - é

proposital, uma vez que muitos têm o seu próprio
conceito acerca dele, e, na maioria das vezes,
seguem a tradição de seus pais ou de sua
religião/cultura ou de seus conceitos autônomos,
mas nunca se preocupam em observar, segundo
a milenar tradição das Escrituras, o que é e para
que serve o batismo segundo Jesus nos revelou e
o Novo Testamento ensina.
Começaremos com a leitura de alguns
textos dos Evangelhos, atentando
especificamente às palavras do nosso Senhor:
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O QUE É O BATISMO E POR QUE...?
Mt 28:19 “Portanto, VÃO e façam

discípulos de todas as nações, batizando-
os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o
que eu lhes ordenei.”
Perceba que o texto termina falando de

uma ‘‘ordenança’’, um mandamento dado pelo
Senhor. Estas foram as Suas palavras antes de ser
assunto aos Céus, após a Sua ressurreição e
devem ser tomadas por nós como uma ‘‘última’’
e, portanto, crucial instrução. Na verdade,
podemos até dizer que são como que uma
missão deixada aos Seus discípulos. O
chamado é para vivermos esta/nesta nova vida
(de amor, perdão e graça por Ele ensinados),
reproduzindo e compar tilhando o que
recebemos de Sua parte a todos os homens, em
todos os lugares e de todas as épocas. E, segundo
o texto, a confirmação de que o processo
começou de fato se dá pelo batismo como uma
espécie de ‘‘iniciação’’ do novo convertido. Em
outras palavras, o chamado é para, enquanto
estivermos ‘‘indo’’ (ide) - viver a vida consoante a
nossa nova liberdade em Cristo - manifestar um
novo coração carregado da verdade libertadora
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da Cruz, influenciando, abençoando e

transformando o mundo à nossa volta.
Devemos, nessa jornada - no curso de
nossa história - cooperar, como um privilégio,
para a formação de novos discípulos que se
animarão, vendo em nós (que já somos de
Cristo) o modelo e a inspiração para se viver e
andar com Ele e como Ele andou. Como disse, é
o batismo, como que uma decisão preliminar,
que colocará o seguidor de Jesus no curso e
sentido certos, apropriados, fundamentados e
comprometidos com a proposta/verdade do
Evangelho.
O apóstolo Paulo, em sua epístola aos
Romanos, justificando o valor e a importância
desse primeiro passo, nos ensina que o batismo
simboliza a união do cristão (o crente - o que crê)
com Cristo em Sua morte e ressurreição. Ou seja,
no batismo, temos simbolizados (dramatizados) a
morte de nossa velha natureza (velho homem1)
e a ressurreição (novo homem2) para um novo
modo de vida, um novo caminhar.
1. Velho homem - O homem cujos padrões, valores e comportamento
são carnais, humanos e mundanos, religiosos apenas.
2. Novo homem - O homem arrependido, que procura viver e andar com
Deus e conforme a Sua vontade. Deus se tornou, na pessoa de Jesus, seu
Senhor e Salvador pessoal.
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Observemos o texto:
Rm 6:3-7 “Ou vocês não sabem que

todos nós, que fomos batizados em Cristo
Jesus, fomos batizados em sua morte?
Portanto, fomos sepultados com ele na
morte por meio do batismo, a fim de que,
assim como Cristo foi ressuscitado dos
mortos mediante a glória do Pai, também
nós vivamos uma vida nova. Se dessa
forma fomos unidos a ele na semelhança
da sua morte, certamente o seremos
também na semelhança da sua
ressurreição. Pois sabemos que o nosso
velho homem foi crucificado com ele,
para que o corpo do pecado seja
destruído, e não mais sejamos escravos
do pecado; pois quem morreu, foi
justificado do pecado.”
Segundo a Palavra de Deus, é preciso

entender que o batismo não é um ritual que, por
si só, tem o poder de conferir graça, como que
num ‘‘passe de mágica’’, a quem dele participa.
Po r i s s o, n ã o d e v e m o s c h a m á - l o d e
‘‘sacramento’’, no sentido religioso do termo.
Muitos fazem questão, sejam eles integrantes do
clero ou os próprios leigos, de participar dos
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‘‘sacramentos’’ como uma forma de conquistar

certas ‘‘bênçãos especiais’’. Se assim fosse, a
graça não seria ‘‘de graça’’, sendo somente
viabilizada mediante a prática, no caso, do
batismo ou, em outros casos, de quaisquer
rituais, sacrifícios, oferendas vinculadas a
promessas. Coisas essas que o Novo Testamento
não nos ensina.
O que Bíblia fala é que graça se recebe
independentemente do que podemos fazer ou
conseguimos fazer. O máximo que fazemos é
acolhe-la, recebê-la, como um maltrapilho faz
diante de uma oferta. Ela é e será sempre uma
iniciativa de Deus, e não por nos considerar
aptos ou merecedores, mas exclusivamente por
causa da Sua misericórdia para conosco. E assim
o é, dentre outras coisas, para que sejamos
conquistados e constrangidos pelo Seu amor e
nos voltemos a Ele em gratidão, honra, devoção
e obediência.
A prática do batismo, pois, apenas
testificará, como ato de submissão que é - um
‘‘amém’’ ao nosso Senhor - uma realidade
(verdade) espiritual já ocorrida no coração do
que creu, a realidade do seu novo nascimento. E
13
isso se dará como fruto do entendimento

consciente do seu significado e sentido mesmo
que poucas sejam as elaborações a respeito.
Reiterando, o batismo simboliza, aponta e
relembra o que Cristo fez pelo pecador, agora,
arrependido: morreu para salvá-lo e ressuscitou
para justificá-lo, segundo as Escrituras. Na
redenção do ser humano, Deus atrai e convence
o pecador que estava longe e distante de Cristo, a
tomar uma decisão genuína por Ele. Essa
decisão compreende: a. o reconhecimento do
seu pecado (sua culpa lhe é mostrada/anunciada
espiritualmente - ele toma consciência do seu
pecado); b. a suficiência do perdão e salvação
em Jesus; c. a dependência de Sua Palavra,
misericórdia e perdão; e d. o compromisso com o
Seu Corpo, a igreja, na jornada que se seguirá a
partir de então.
Essa decisão, sim, nos confere graça,
porque, naturalmente, ou melhor, sobrenatural-
mente, a vida de quem assume essa nova
condição diante de Deus e do mundo é
transformada, redirecionada e, obviamente,
abençoada, sendo: 1ª. liberta da escravidão do
pecado - Rm 6:17 ‘‘Mas, graças a Deus, porque,
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embora vocês tenham sido escravos do pecado,

passaram a obedecer de coração à forma de
ensino que lhes foi transmitida’’; 2ª. tornada
justa aos olhos de Deus - Rm 3:24 “[...] sendo
justificados gratuitamente por sua graça, por
meio da redenção que há em Cristo Jesus”; e 3ª.
feita habitação do Espírito Santo - 1Co 3:16
“Vocês não sabem que são santuário de Deus e
que o Espírito de Deus habita em vocês?”.
Diante do que foi dito, o batismo, muito
mais do que um ritual isolado, pontual, religioso
apenas, ilustra, em sua prática, a identificação do
convertido3 com a obra de Cristo na cruz e com
Sua ressurreição. Por meio dele, testemunhamos
que, assim como Jesus, todos os que Nele
passam a confiar, também já morreram e foram
sepultados para si mesmos e para o pecado
(desejos carnais e tentações mundanas); e
ressuscitaram para uma nova experiência de
vida: uma/a vida eterna. Essa morte,
sepultamento e ressurreição se dá
espiritualmente falando e acontece pela fé
3. Convertido - Quando um pecador se arrepende do que fazia e do que

era, dispondo-se a viver e andar conforme o Senhor, dizemos que ele se
converteu. Converteu-se dos maus caminhos, de si mesmo, do pecado e
do mundo. A conversão é muito mais do que mudar de igreja ou religião.
15
atingindo de modo prático e existencial nossa

vida.
A ideia é a de que o mergulhar (imergir
nas águas) represente figurativamente a morte e
o sepultamento do velho homem, dominado
pelo pecado, e, por tanto, escravo dele
(cf. Jo 8:34 - ‘‘...Todo o que vive pecando é
escravo do pecado’’) e o sair das águas (emergir),
a sua ressurreição, seu novo nascimento, o
nascimento do novo homem, não mais
dominado pelo pecado, mas liberto pelo Filho de
Deus (cf. Jo 8:36 - ‘‘Portanto, se o Filho os
libertar, vocês de fato serão livres’’ ).
Por uma decisão confirmada pelo
batismo (que normalmente se testemunha
publicamente), morre o homem sujo pelo
pecado, entregue a si mesmo, guiado por suas
próprias vontades e alheio à vida de Deus e com
Deus; morre o religioso, o idólatra, o ateu, o
agnóstico; morre o inquiridor, o blasfemo, o juiz,
o legalista; e nasce o servo, agora, sim, um filho
de Deus. Nasce o homem espiritual, esvaziado de
si mesmo, humilde, bondoso (disposto e
disponível a ela), temente a Deus. Nasce o sábio
(não segundo a sabedoria deste mundo, mas
16
segundo a Verdade), o misericordioso, o piedoso.

Nasce o homem lavado e regenerado pelo
sangue precioso de Jesus Cristo, Senhor de todas
as coisas. É claro que quando falamos ‘‘nasce’’,
estamos falando de um processo que tem hora
para começar, mas não tem hora para terminar. É
um caminhar contínuo de aprendizado e
crescimento na fé, que aos poucos e com o
auxílio sempre presente do Espirito Santo de
Deus que usa a Sua Palavra, os irmãos na fé e as
circunstâncias, acontece em ensino para sempre
Jo 3:3 “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o

Reino de Deus, se não nascer de novo.”
Veja a ilustração a seguir:
O batismo traduz a ideia de um ‘‘lavar

regenerador’’ da alma. É uma analogia ao banho
17
que nos limpa das sujeiras do corpo, nos refresca

e nos renova para um novo começo e nos põe em
condições de nos vestirmos adequadamente
para tudo o que ainda está por vir. Paulo, mais
uma vez e de modo muito apropriado,
escrevendo aos Efésios, no capítulo 4, nos diz:
Ef 4:22-24 Quanto à antiga maneira de

viver, vocês foram ensinados a despir-se
do velho homem, que se corrompe por
desejos enganosos, a serem
renovados (lavados) no modo de pensar
e a revestir-se do novo homem, criado
para ser semelhante a Deus em justiça e
em santidade provenientes da verdade.
Diante de tudo o que vimos até aqui,

podemos perceber como é importante conhecer
a Bíblia e saber que seus ensinos são muito mais
profundos, significativos e abrangentes do que
pensamos ou do que as próprias religiões,
tradições ou culturas ensinam.
Até com os dicionários, que nos ajudam a
entender muito dos sentidos das palavras e dos
termos, nem sempre temos conceitos e sentidos
precisos e preciosos; precisamos tomar cuidado!
H á p a r c i a l i d a d e e d e s c o n h e c i m e n t o,
18
principalmente quando de trata de artigos de fé.

Vejamos:
Dicionário Aurélio - Batismo:

Sacramento da Igreja Católica, no qual a
ablução, a imersão ou a simples aspersão
com água significa a purificação das
culpas e dos pecados.
Nós já vimos que batismo não é um

sacramento, nem que purifica pecados, nem é
propriedade de uma religião. O apóstolo João,
em sua primeira epístola, é categórico ao afirmar:
‘‘...o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de
todo pecado’’ (1 Jo 1:7c).
O batismo, por si só, não é capaz de
conferir algo especial a quem quer que seja
(como vimos), nem capaz de resolver nossas
questões com Deus, como, por exemplo,
impedir-nos de sermos pagãos ou de ainda
estarmos em nossos pecados. Alguns atribuem
ao batismo de crianças ou de adultos - que não
tenham se batizado ainda - o poder de desfazer
certas maldições condicionadoras sobre suas
vidas. Apesar de sermos originalmente e
essencialmente pecadores, não é esse o método
19
de ‘‘despaganização’’ de uma alma, de

transformação de um ser. A Palavra de Deus nos
ensina que a consciência do pecador precisa ser
regenerada (gerada novamente) e, somente o
será, pelas vias da inteligibilidade, da lucidez e do
constrangimento em amor, que acolhe a
ir resistível graça de Deus e se decide
voluntariamente por Ele (jamais sobre pressão
ou qualquer tipo de barganha). Não é magia.
Não é por ‘‘osmose’’. É através de um ato
consciente, inteligente e livre.
O batismo é, portanto, neste caso, o
manifesto de um coração arrependido, confesso
e transformado diante de Deus e dos homens,
que processou o Evangelho que lhe foi
ministrado com espiritualidade (fé) e
racionalidade (cf. Rm 12:1). As consequências de
tal decisão, não emocional, a priori, resulta, sem
dúvidas, numa vida ‘‘bem aventurada’’ (feliz) e
cheia do entendimento da graça, da
misericórdia, do amor e do temor devidos a
Deus. Tais verdades sim, tornam nossas vidas
mais fáceis, leves e produtivas.
20
POR QUE DEVEMOS SER BATIZADOS ?
1. Por questão de obediência:
O Senhor Jesus Cristo mandou que

fossem batizados todos os que decidissem se
tornar Seus discípulos, Seus servos e andar em
conformidade com a Sua vida e palavra. Por
termos entregue nossas vidas ao Seu Senhorio,
então, devemos-Lhe obediência - devemos,
assim, nos batizar.
Mt 28:19 “Portanto, vão e façam

discípulos de todas as nações, batizando-
os em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o
que eu lhes ordenei.”
2. Porque Cristo se batizou, sendo o nosso

modelo e exemplo a ser seguido:
Apesar do propósito do batismo da

pessoa de Jesus Cristo nada ter a ver com
conversão (como em nosso caso), haja visto que
Ele, como Deus (Cl 2:9 “Pois em Cristo habita
corporalmente toda a plenitude da divindade”),
21
não precisava se converter (Ele era imaculado -

sem pecados - o único nesta condição, por Sua
natureza gloriosa e divina), Jesus, ao se batizar,
autenticou e validou o ministério de João Batista,
seu precursor, identificando-se com sua
mensagem e dando início (inaugurando) o Seu
próprio ministério, a partir de então. O batismo
de Jesus foi como um ‘‘validação’’ do que João
Batista vinha pregando como condição para se
fazer parte do Reino, a saber, o arrependimento4
de pecados.
3. Porque a Igreja Primitiva (Apostólica), a

Igreja de ‘‘Atos dos Apóstolos , cumpria esta
prática:
At 2:37-39 “Quando ouviram isso,

ficaram aflitos e m s e u c o r a ç ã o, e
perguntaram a Pedro e aos outros
apóstolos: ‘Irmãos, que faremos?’Pedro
respondeu: ‘Arrependam-se, e cada um
4. Arrependimento - A palavra ‘‘arrependimento’’ no NT é ‘‘metanoia’’,

versão grega do termo, de onde vem a palavra metamorfose, ou seja,
mudança radical, completa, em todos os sentidos e níveis - uma outra
natureza, praticamente. Assim sendo, um pecador arrependido é aquele
que não mais se identifica com o pecado, aborrecendo o mal e buscando
novas condições e valores para viver segundo Cristo. Sim, uma mudança
de lagarta para borboleta!
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de vocês seja batizado em nome de Jesus

Cristo para perdão dos seus
pecados, e receberão o dom do Espírito
Santo. Pois a promessa é para vocês, para
os seus filhos e para todos os que estão
longe, para todos quantos o Senhor, o
nosso Deus, chamar.’”
A igreja do Senhor, nos dias de hoje,

deveria ser um reflexo genuíno das primeiras
comunidades registradas no livro de Atos,
obviamente, sem as imperfeições naturais que as
marcaram, próprias do ser humano. Há uma
tradição a ser imitada dos primeiros discípulos,
aqueles que andaram e testemunharam a vida
do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. E como
parte importante desta tradição está o evento do
batismo, praticado e deixado como legado pela
igreja primitiva. Nosso papel hoje, não é o de
reinventar a igreja (eklesia, gr.), mas apenas de
contextualizá-la com sabedoria, mantendo sua
essência e propósitos.
4. Porque no batismo damos um

testemunho público de nossa união com Cristo
e com o Seu Corpo (Igreja):
Pela graça Deus, mediante o dom da fé, a
23
verdade espiritual do que Jesus realizou na cruz

do Calvário se concretiza em nossas vidas. E tal
realidade deve se manifestar por meio de uma
vida de comunhão com o ‘‘Corpo de Cristo’’, que
é a comunidade de discípulos que andam em
comum união, sob Sua direção e governo. A
igreja é esse corpo, que se compõe, segundo o
apóstolo Paulo, de cada um dos filhos de Deus
espalhados pela Terra e que, como membros em
vínculos de amor e fé, estão em integração plena
com Ele - Jesus (a/o cabeça do Corpo) - para
cumprir a função de espelhar e espalhar as Boas
Novas no mundo. No âmbito desta função, todos
temos uma missão, um propósito e um
significado de sermos e existirmos, como filhos e
discípulos.
O batismo, no caso, simboliza também
esta integração do novo cristão à comunhão dos
santos (Corpo de Cristo), que pode ser
caracterizada como um reconhecimento do
mesmo como um membro/irmão de uma
comunidade local, ou não necessariamente. Isso
depende do vínculo que tanto o batizado como o
batizando pretendem ter entre si. O que pode
variar de acordo com as circunstâncias e as
24
possibilidades de uma caminhada juntos.

O exemplo do eunuco (um oficial
castrado - talvez por ser o responsável por um
arém - da rainha de Candace.África), relatado no
livros de Atos dos Apóstolos, capítulo 8, mostra-
nos a inviabilidade do etíope pertencer ou ser
pastoreado por Filipe. Mas, a despeito disso, seu
batismo fora realizado, e ele passou a fazer parte
da família da fé, do Corpo de Cristo, da igreja
universal e invisível do Senhor, para viver e ser
ministrado em outra comunidade e contexto.
Essa identidade maior do novo cristão, batizado,
que evidencia sua fé e conversão e o comissiona
a viver o Reino em contextos diferentes, pode ser
testificado pelo texto a seguir:
At 8:26 “Um anjo do Senhor disse a

Filipe: ‘Vá para o sul...’ No caminho
encontrou um eunuco etíope... Esse
homem... lia o livro do profeta Isaías...
Então Filipe... lhe perguntou: ‘O
senhor entende o que está lendo?’ Ele
respondeu: ‘Como posso entender se
alguém não me explicar?’... Então Filipe,
começando com aquela passagem da
Escritura, anunciou-lhe as boas novas de
Jesus ... O eunuco disse: ‘Olhe, aqui há
25
água. Que me impede de ser

batizado?’ Disse Filipe: ‘Você pode, se
crê de todo o coração’. O eunuco
respondeu: ‘Creio que Jesus Cristo é o
Filho de Deus’. Assim, deu ordem para
parara carruagem. Então, Filipe e o
eunuco desceram à água, e Filipe o
batizou.”
Normalmente, porém, tanto por causa da

amizade e cumplicidade que se forma entre os
que compartilharam a Palavra com os que
receberam-na, os novos convertidos (candidatos
a batismo), acabam ficando nas igrejas de seus
‘‘mentores’’. Ali, espera-se, que haja crescimento
e amadurecimento espiritual quanto as verdades
do Reino e Suas demandas de serviço e amor ao
próximo.
Acontece de, as vezes, ou por
discordâncias dos encaminhamentos de alguns
ministérios ou por novos direcionamentos de
Deus, decidirmos mudar de igreja. Não penso
haver regras pra isso, posto serem as decisões de
permanência em qualquer igreja livre e de cunho
p e s s o a l , p o r é m t o d o re s p e i t o, h o n r a ,
transparência e amor que devem sempre nortear
nossas decisões. Penso ser este o caminho mais
26
sábio, santo e sensato, ao invés do que muitos
fazem ao ficarem sem comunhão e pastoreio no
Corpo de Cristo, ‘‘pulando de galho em galho’’
e/ou achando que igreja se vive sem comunhão e
mutualidade conforme o Novo Testamento. Esta
é uma direção sempre perigosa, as vezes
tentadora (sobretudo pelos descaminhos de
algumas igrejas) e desaconselhada!
27
28
COMO devo ser
2 BATIZADO e QUEM deve
ser BATIZADO?
Muitas questões são levantadas quanto a

forma correta de se batizar um novo cristão. Mas
deixe-me, antes de prosseguir, reforçar algo
sobre o qual vinha falando no transcurso do
material:
Está sempre sendo usada a expressão ‘‘novo

cristão’’ e talvez alguém questione ou indague:
‘‘Mas eu já sou um cristão!’’. Ou até diga:‘‘Eu
sempre fui!’’. Mas a Bíblia afirma que ninguém
nasce cristão. Todos nascemos pecadores e, por
isso, condenados, e permanecemos assim até a
n o s s a c o n v e r s ã o, q u a n d o, e n t ã o, n o s
arrependemos de nossa condição inimiga de
Deus, nossa condição pecaminosa; reconhecemos
em Jesus o nosso Salvador e o consideramos
como nosso Senhor, recebendo, por graça, o
perdão do que nos mantinha separados de Deus,
os nossos pecados. É preciso que todos, um dia,
29
COMO DEVO SER BATIZADO E QUEM...?
parem de seguir o caminho que até então

seguiam, e mudem de vida e de direção
(espiritualmente falando); mudem de sentido. E
não será uma religião que fará essa obra em
ninguém, mas o próprio Senhor, quando nos
desafia, pelo arrependimento, às mudanças
radicais de vida e coração, propostas por Seu
Evangelho.
Vo l t a n d o a o a s s u n t o, n o m e i o
protestante/ evangélico, as questões e as dúvidas
sobre o batismo sempre circulam em torno da
quantidade de água ou a forma em que ele se
realiza. Divergências teológicas são firmadas no
âmbito da exegese bíblica (interpretação dos
termos e sentido original do texto escriturístico),
chegando a causar debates instigantes entre
igrejas e denominações, uma dificuldade que, a
meu ver, faz pesar sobre nós uma grande
vergonha apesar dos esforços sinceros de dirimir
toda divergência. Cremos que este não era um
problema para Jesus, Seus apóstolos e a igreja
primitiva.
A postura mais equilibrada nesta matéria
não tem tanto a ver com os contornos do evento
(seu formato), mas com sua essência. Ou seja, se
o batismo ocorrerá na piscina, no mar, no rio,
30
em/com muita ou pouca água, o mais importante

precisa ser a questão da motivação, do
compromisso e do entendimento bíblico correto
de sua prática - é assim que penso
Porém como os símbolos têm os seus
propósitos e razões de ser, e, consequentemente,
as analogias que eles representam também
precisam ser preservadas o máximo possível,
cremos que o modo que mais se aproxima das
re f e r ê n c i a s b í b l i c o - h i s t ó r i c a s d o N o v o
Testamento seja o da imersão nas águas. Os
textos dos Evangelhos e das Cartas (Pedro, Paulo
e João), a princípio, pressupõem um batismo por
submersão (mergulho), o que fica claro tanto
pelos exemplos citados com o uso de uma
palavra específica (a palavra grega para batismo
é “baptizo”, que traduzida pode também
significar mergulho ou imersão), como pelo
significado espiritual do que está em questão. O
Apóstolo Paulo na carta aos Efésios (Ef 4.22-24)
chega a dizer que a conversão é como um
‘‘banho bem tomado’’, onde após se tirar a roupa
velha, se deve lavar o corpo encardido (e por
inteiro) e, então, se vestir com uma nova roupa a
fim de se viver a vida restaurada de Deus em
31
Cristo. Do ponto de vista espiritual, o ato de

mergulhar exemplifica ou dramatiza melhor o
que Paulo falou acerca do batismo em
Romanos 6. Tanto o exemplo do eunuco, já
citado, como os abaixo, também nos apontam
para a prática de imersão em águas. Vejamos:
Jo 3:23 “João também estava batizando

em Enom, perto de Salim, porque havia
ali muitas águas, e o povo vinha para
ser batizado.”
Mc 1.9-10 ‘‘Naquela ocasião, Jesus veio

de Nazaré da Galileia e foi batizado por
João no Jordão. Assim que saiu da
água, Jesus viu os céus se abrindo, e o
Espírito descendo como pomba sobre
ele.’’
Apesar deste modo de se batizar ser um

consenso na maioria das igrejas, penso que não
deveríamos ser irredutíveis/excludentes quanto a
essa questão. Vejamos por que: Algumas igrejas,
sem quaisquer constrangimentos, repudiam
cristãos genuínos egressos de uma outra
denominação, mesmo evangélica, por terem lá,
ao se conver terem, sido batizados por
32
afusão/aspersão (pouca água na cabeça) ou

ablução (muita água sobre a cabeça e o corpo).
Exigem, como condição de membresia, o
batismo por imersão. Agem assim, mesmo em
c a s o s e m q u e n ã o h a j a d i s c re p â n c i a s
doutrinárias. Achamos esta praxis um excesso,
apesar de respeitarmos a filosofia de ministério
de cada igreja (desde que fundamentada
biblicamente), porque o testemunho de alguém
que foi pelo Senhor convertido e seus frutos,
devem sempre falar mais alto do que a
forma/modelo de batismo a que ele(a) foi
submetido. A expressão interior dessa fé
(legítima), a que é do coração e discernida
espiritualmente pelo Corpo, deve falar mais alto
(para não perder o seu significado/sentido) do
que a expressão exterior dessa mesma fé, a saber,
o batismo, no caso, com pouca água. Sem falar
que em muitos casos, torna-se inconveniente a
viabilização de água para submersão ou imersão
de um indivíduo, como no caso de frio, de
pessoas enfermas/idosas, etc. Veja que com isso
não estamos defendendo qualquer tipo ou forma
de batismo, apenas identificando a relevância ou
não da forma.
33
É claro que, em caso de transferências

entre igrejas (de discípulos), algumas coisas
precisam ser observadas. Não é porque alguém
se diz um cristão e já passou pelo batismo, que ele
de fato o é. O Senhor Jesus nos fala de uma nova
vida e de uma nova consciência que precisam ser
minimamente provadas (Lc 3:8 “Deem frutos
que mostrem o arrependimento...”). Muitos
viveram experiências de conversão meramente
emocionais ou com base em constrangimentos
pontuais, nunca tendo se convertido de verdade,
precisando serem, neste caso, evangelizados /
discipulados/desafiados e então, batizados
verdadeiramente. Outros, mesmo convertidos,
mudam de igrejas por confusões e insubmissão à
sua liderança e à Palavra. Revelam obstinação e
comportamento nocivo ao Corpo, acabando por
isso sendo disciplinados (excomungados) ou até
mesmo, defenestrando. A recepção deste
indivíduo em uma nova igreja precisa ser
acompanhada e checada. E sua recondução à
comunhão não precisa, necessariamente, caso
sua profissão de fé inicial tenha sido legítima e
haja, agora, arrependimento sincero em seu
coração, ser revalidada por um novo batismo (há
34
um só batismo - uma só conversão). Basta que

ele(a) sejam acolhidos por aclamação mediante
arrependimento à comunidade.
Alguns também acham que o batismo
serve para identificar um novo membro com a
igreja local ou a denominação, como uma
espécie de filiação/associação ou até aliança
(como num casamento). Do ponto de vista dos
relacionamentos que se estabelecerão dali por
diante, é claro que uma correspondência em
ter mos de afinidade e compromisso se
estabelecerá. Devendo haver honra, respeito,
sinceridade e amor entre ambos. Mas o batismo
cristão identifica o discípulo com Cristo, com o
Seu Evangelho e com a igreja universal do
Senhor, o Seu Corpo, a família da fé e não com
placas, denominações e instituições.
No caso de batismos realizados em outras
igrejas ou denominações não evangélicas, cujas
doutrinas ou regras de fé estão em oposição às
Escrituras (seja acrescentando ou suprimindo
verdades fundamentais), como a Igreja Católica;
o movimento Espírita em suas diversas
ex p re s s õ e s e m a n i f e s t a ç õ e s c o m s e u s
pressupostos reencarnacionistas; as seitas (com
35
suas heresias e dissimulações) de um modo geral,

como as Testemunhas de Jeová, os Mórmons e
a t é a l g u m a s i g re j a s N e o -Pe n t e c o s t a i s /
Pentecostais ditas evangélicas, com princípios
pseudo-cristãos, entendemos que tais batismos
não são reconhecidamente bíblicos, posto o
Evangelho nelas pregado não ser o da graça, mas
de obras - não ser o de Cristo, mas dos ídolos e
dos homens - não ser o baseado na fé como
único elemento justificador, mas nas obras
humanas. Ou ainda:
a. Foram realizados, em alguns casos,

enquanto o seguidor ainda era um infante. Ser
batizado quando criança descaracteriza o
aspecto fundamental da individualidade
consciente do novo nascimento, provido por
uma conversão espontânea e baseada no
conhecimento ou discernimento do plano de
salvação, que resultou em arrependimento
pessoal, confissão de pecados e transformação
de vida, de paradigmas, de atitudes, de hábitos
etc. (cf. Mc 1:15/ At 2:38/ At 3:19);
b. Foram realizados com base numa
36
confissão religiosa (credo, tradição ou doutrinas),

que não corrobora e unifica-se com o ensino
bíblico-cristão, além de manifestarem uma
aliança/pacto do batizado com a denominação
religiosa e seus dogmas, como por exemplo o da
aceitação de outros meios salvíficos, como obras,
sacrifícios, ritos, intercessões e mediações de
pessoas/entidades, que não sejam Jesus Cristo, o
Senhor e Salvador de todo aquele que crê (cf.
Jo 14:6 “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; e
ninguém vem ao Pai a não ser por mim”/ e 1 Tm
2:5 “Há um só Deus e um só mediador entre
Deus e os homens, Jesus Cristo ...”).
QUEM DEVE SER BATIZADO ?
Somente quem professa um sincero

arrependimento de seus pecados, mediante a
verdade do Evangelho; somente quem está
honestamente disposto a seguir o caminho do
discípulo, como um cristão nascido de novo;
somente quem reconhece que é pela graça (e não
por obras, méritos ou ritos) e por meio da fé em
Cristo Jesus, que seus pecados são redimidos e
perdoados (cf. Ef 2:8-9; Rm 5:1-2; Cl 2:14);
37
somente quem celebra, com gratidão e

disposição obediente, esta vitória, querendo
perseverar neste propósito, até o fim, pela graça
de Deus.
Lembre-se que a vida de todo cristão
precisa ser averiguada e aferida diante das
Escrituras - ela é a nossa bússola, a lâmpada para
os nossos pés e luz para o nosso caminho (cf.
Sl 119) - e, assim, pela Palavra, percebermos o
Espírito Santo testificando em nosso espírito que
somos filhos de Deus; que estamos no caminho
da Verdade; que fomos perdoados e tornados
justos por Cristo; que estamos sendo santificados
pelo Seu Espírito; que fomos, enfim, adotados5
em Sua família (cf. Ef 1:5 “Em amor nos
predestinou para sermos adotados como filhos,
5. Adotados - Existe uma diferença básica nas Escrituras

entre os ‘‘filhos de Deus’’ enquanto criaturas, obras da
criação, obras das Suas mãos, que são todas as pessoas do
mundo inteiro, per tencentes à família/raça da
humanidade; e os ‘‘filhos de Deus’’ pertencentes à Sua
família espiritual. Estes são os que vêm a Ele pela via da
conversão, do novo nascimento e da rendição promovida
por Ele à Pessoa do Seu Filho único, Jesus Cristo. O
apóstolo João nos ensina que Deus dá o poder/direito de se
tornarem Seus filhos os que creem em Jesus (cf. Jo 1:12).
Neste sentido, fomos como que adotados/escolhidos por
38
por meio de Jesus Cristo, conforme o bom

propósito da sua vontade”) e que, nesta sintonia,
neste fluxo de amor e Verdade, devemos andar.
Examinando, assim, a nossa vida à luz
dessas verdades, precisamos reconhecer que, no
passado, tínhamos ferido a vontade (santa, boa e
perfeita, conforme Rm 12.2b) do Pai; que o
nosso coração não se inclinava naturalmente
para as coisas do Alto e que, por isso, éramos por
natureza pecadores. Como Paulo, em Rm 3:23,
afirma: “...todos pecaram e carecem da glória da
Deus”. Sabendo disso, somente confessando os
nossos pecados e pedindo perdão Àquele que é
fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda injustiça (cf. 1 Jo 1:9), seremos
salvos e reconciliados, e, então, poderemos nos
batizar, como manifestação exterior dessa obra
interior como afirmado anteriormente.
Só o amor de Deus é capaz de realizar tal
obra, que a despeito de nós, manifesta-se em
nosso favor (cf. Jo 3:16) com grande graça.
Entender essa verdade espiritual e experimentá-
la concretamente é a porta de entrada para uma
nova vida com Cristo, como discípulo. É por isso
que Jesus torna-se, a partir desse compromisso
39
de caminhar ao Seu lado, nosso Senhor e

Salvador pessoal. Nesse sentido, devemos
submissão à Sua vontae, por gratidão e fé, e não
por obrigação religiosa ou medo de Deus. Na
prática, submeter-se a Deus significa ter nossos
desejos carnais, nossa consciência, nosso ímpeto
controlado e domesticado por Deus, e não mais
pelo nosso próprio coração (cheio de desejos e
vontades), pelo o inimigo (forças espirituais do
mal que enganam e seduzem) ou pelo mundo à
nossa volta, carregado de ilusões e paixões
escravizantes.
Gl 5:16 “Vivam pelo Espírito, e de modo

nenhum satisfarão os desejos da carne. 17
Pois a carne deseja o que é contrário ao
Espírito.”
Rm 12:1-2 “...Não se amoldem ao

padrão deste mundo, mas transformem-
se pela renovação da sua mente, para que
sejam capazes de experimentar e
comprovar a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.”
Se você tem experimentado esta verdade

no seu coração e acolheu o que os textos acima
40
falam sobre a necessidade de viver em santidade

e novidade de vida, para a glória de Deus, ainda
que não esteja conseguindo ter êxito em todas as
áreas de sua vida (a santidade e o andar com
Deus é um processo que avança à medida que eu
conheço e me comprometo com a verdade da
Sua Palavra), você está apto para ser batizado.
Até mesmo porque, o batismo não define ou
testifica o seu grau de santidade, mas o seu
compromisso com ela e sua disposição em
buscá-la, sinceramente. No batismo, estamos
apenas dando o primeiro passo em nossa
longa e eterna caminhada com Deus, e é nesta
jor nada que seremos aper feiçoados,
transformados e libertos, definitivamente.
No livro de Atos, capítulo 2, depois de
Pedro pregar o evangelho com grande
autoridade e poder, cerca de 3.000 pessoas se
converteram e foram batizadas. Com certeza,
suas vidas tinham muito ainda para mudar.
Porém, o que importava ali era a decisão por fé
em uma Palavra; uma Palavra que testificava
acerca de uma pessoa, de um feito, de uma
proposta/desafio/projeto. Jesus, Sua morte e
ressurreição, e a redenção dos homens, eram
41
esta Palavra.
Eles creram e foram batizados, e essa
atitude ou decisão lhes foi creditada como justiça
da parte de Deus, bastando, como condição
inicial, para o ingresso na fé, no Corpo de Cristo,
no caminho do discípulo, e, isso, para todo o
sempre. O crescimento, a maturidade, a
santificação vieram com o tempo e no processo,
de modo contínuo e crescente.
42
QUEM testemunhará
3 meu BATISMO e como devo
PROFESSAR minha fé?
Esta pergunta pode parecer óbvia, mas

lhe ajudará a compreender uma questão muito
importante nesse passo de obediência e fé que
você está dando. Observe quem testemunhará,
presenciando ou participando direta ou
indiretamente do seu batismo:
1. Seus irmãos em Cristo - a sua nova

família na fé (a igreja que estiver cooperando
para que este passo seja dado);
2. Seus convidados (parentes e amigos),
talvez não-crentes, que poderão ser impactados
por seu testemunho, já que é normal que se
espere que o maior número possível de pessoas
celebre com você este momento. Sabemos,
todavia, que nem sempre isto é possível e dentro
de nossa própria família encontraremos oposição
43
QUEM TESTEMUNHARÁ E COMO PROFESSAR...?
e críticas a decisão tomada. O que não é motivo

para desânimo, uma vez que discernimos que
importa, agora, antes obedecer a Deus do que
aos homens;
3. Principados e potestades angelicais
(agentes espirituais demoníacos, que atuaram
e m s u a v i d a n o p a s s a d o, d i r e t a o u
indiretamente), que se envergonharão diante da
vitória de Cristo sobre sua vida;
4. A Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo),
que verá a Sua vitória e triunfo sobre o pecado, o
velho homem, a antiga ordem (cf. Is 53:11); Ele,
que sonda os corações, contemplará a sua
sinceridade e suas motivações e será por isso
glorificado.
Em especial, queria chamar sua atenção

para os principados e as potestades (termo
bíblico para designar hierarquias e autoridades
espirituais malignas), que, como anjos caídos e
rebeldes, estão abalados com sua decisão por
Cristo e sua confirmação, através do batismo.
Ele, o batismo, testemunhará sua decisão por
Jesus como Senhor e Salvador de sua vida,
rompendo com as prisões e amarras espirituais
44
que lhe envolviam até então. Mesmo não se

apercebendo disso, existem conexões espirituais
involuntárias pelo simples fato de não termos
andado na Verdade e dado inúmeras brechas as
tentações e ilusões do Engano (‘‘[...] éramos por
natureza filhos da ira...’’ Ef 2.3).
Não se trata de misticismos nem
superstições, mas Satanás pode tentar desviar-
lhe, de alguma forma, do propósito de levar a
diante sua pública profissão de fé e seguir o novo
Caminho. E não se assuste com isso! Durante
toda sua caminhada até a morte, ele tentará
seduzir-lhe e fazer-lhe, se não desistir, cair.
Porém, além de sermos livres e libertos de seu
controle, temos armas para enfrentá-lo: a Palavra
do Senhor é a nossa espada; a fé, o nosso escudo;
a graça, nosso favor; o Espírito, nosso poder.
A s s i m , p o d e m o s r e s i s t i r- l h e f i r m e s e
corajosamente.
Na prática, muitas pessoas tiveram no
passado algum tipo de envolvimento com
ocultismo, esoterismo, idolatrias ou hábitos
perniciosos, como vícios e práticas
imorais/enganosas (luxúria, corrupção, cobiças
desenfreadas etc.) e outras ações condenadas
45
nas Escrituras. Entendemos que Satanás e seus

agentes ainda podem tentar oprimi-lo,
mantendo-lhe inerte, inseguro e em crises
espirituais, sem que você perceba ou discirna. É
imprescindível que você enfrente essas mentiras
do passado, que apesar de talvez terem feito
parte de sua vida, não mais o fazem, em nome de
Jesus! Tome posse do fato de que Jesus comprou
você por um alto preço e que, agora, você Lhe
pertence, sendo precioso aos Seus olhos e
estando debaixo do Seu cuidado. Satanás,
portanto, não tem qualquer direito sobre sua
vida. Resista-lhe firme!
Se há qualquer lembrança
atormentadora, ou qualquer pacto, aliança, trato
direto ou indireto que você se lembra que fez ou
submeteu-se, mediante práticas espirituais
desaconselháveis, em oração, declare-se livre
disso e renuncie, em nome de Jesus!
Ore e compartilhe com sua liderança
sobre essas e/ou outras questões relevantes
espiritualmente falando, para que juntos possam
consolidar, com esperança e fé, a vitória e
ruptura sobre toda a forma de mal.
Habitue-se a uma vida e uma rotina de
46
oração, confessando e entregando seu viver e

destino ao Único que pode todas as coisas, o
Senhor Jesus Cristo. Proclame e declare seu
amor e filiação a Ele, sua rendição à Sua graça e
misericórdia, e sua total negação à vida pregressa
que cultivavas.
Ef 6:10 “Finalmente, fortaleçam-se no

Senhor e no seu forte poder. Vistam toda
a armadura de Deus, para poderem ficar
firmes contra as ciladas do
Diabo, pois a nossa luta não é contra
seres humanos, mas contra os poderes e
autoridades, contra os dominadores deste
mundo de trevas, contra as forças
espirituais do mal nas regiões celestiais.”
Tg 4:7 “Portanto, submetam-se a Deus.

Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês.
Aproximem-se de Deus, e e l e s e
aproximará de vocês!”
SUA PROFISSÃO DE FÉ
No dia do seu batismo, além do ato

batismal propriamente dito, há um outro passo
importante a ser dado. É o seu testemunho, a
proclamação verbal de sua fé (em algumas
47
igrejas esta prática é desnecessária ou feita em

momentos reser vados/par ticulares). Um
momento em que a congregação reunida
conhecerá um pouco mais de sua história e de
sua caminhada com Deus. É uma oportunidade
para que você fale e conte sobre como Jesus
tornou-se importante em sua vida. Não se trata
de uma ‘‘prova’’ que poderá lhe desaprovar, mas
apenas de um momento especial em que
poderemos glorificar a Deus pela forma
maravilhosa e singular com que Ele lhe alcançou
e conquistou seu coração. Pode ter sido por meio
de uma grande dor e sofrimento, pode ter sido
por meio de uma grande vitória ou milagre, pode
ter sido por meio de uma amizade, um
relacionamento, por meio de uma revelação em
Sua Palavra ou um acontecimento inusitado,
enfim. Não importa como tenha sido...
Ainda que você ache que sua história seja
comum demais (simples até) ou forte demais
para ser compartilhada, saiba que sua conversão
é o maior milagre que Deus poderia realizar em
sua vida e nós precisamos glorificá-Lo por isso. E
o seus irmãos na fé desejam se alegrar com isso
t a m b é m , a c o l h e n d o - o c o m a m o r,
48
responsabilidade e compromisso.
Portanto, é importante que nos dias
anteriores ao seu batismo, você medite sobre o
que Deus fez em você e por você, e como você
entendeu sua salvação. Pense no que Jesus, e
não sua ‘‘nova religião’’ (pois não é disso que
estamos tratando) significa para você.
Abaixo, apresentamos algumas perguntas
que poderão ajudá-lo a organizar melhor suas
ideias na mente e coração, para que possa
compartilhá-las com todos os que estiverem
presentes no dia do seu batismo, caso a
oportunidade lhe seja dada:
1) Quem era Jesus para você antes?

2) O que e quem Ele é agora?
3) Que pessoas ou eventos (situações),
Deus usou para que você viesse a conhecer a
Cristo, o Evangelho e entregasse sua vida a Ele?
4) Quando e como você se rendeu ao
Senhor?
5) Como sua vida mudou ou tem
mudado?
6) Como você pretende caminhar a partir
de agora?
49
Por fim, podendo seguir ou não esse

singelo e básico roteiro, declare em meio ao seu
testemunho, com toda a convicção do seu
coração, que Jesus é o seu Senhor e Salvador
pessoal e que o Diabo, o mundo e a carne não
têm mais poder de determinar sobre os rumos de
sua vida. Só não o faça como se fossem palavras
mágicas que, por si só, surtirão qualquer efeito
sobre você, mas como quem crê e concebe essas
verdades em seu coração.
Como palavra final, oramos para que o
que foi dito nesta breve caminhada tenha
realizado no seu espírito um efeito esclarecedor e
animador, de sorte que seu batismo seja
abençoado, abençoador e o mais natural e
precioso possível.
Mantenha-se firme na fé, servindo ao
Senhor com alegria, cooperando com a nobre
obra de reconciliar o mundo com Deus, amando
os que estão perto e os que estão longe, e sendo
uma testemunha fiel por onde andar.
No amor do Pai e para a glória do Filho,
Bruno, seu conservo.
50
APÊNDICE
Uma palavra rápida sobre toda essa

‘‘preparação’’ para o batismo:
Na época da igreja primitiva, conforme a
narrativa do livro de Atos, quando o Evangelho
era pregado e o Espírito Santo tocava no coração
não resistente das pessoas, elas se convenciam
(ou eram convencidas) e se convertiam (ou eram
convertidas) a Cristo ‘‘na hora’’. É claro que em
muitos casos, o Senhor já vinha falando a dias ou
a tempos através de ‘‘n’’ situações. Esse agir
sobrenatural de Deus na vida dos homens, de um
modo geral, era testificado pelo batismo
imediatamente; o batismo era a sinalização do
‘‘amém!’’ - do ‘‘eu quero!’’, ‘‘eu creio!’’,
conforme o exemplo dos 3.000 que se
converteram, em Atos 2, e do Eunuco, em Atos 8.
A própria arqueologia encontrou ruínas
de tanques batismais nas casas dos cristãos da
antiguidade, testificando esta comum prática da
igreja primitiva. Ou seja, a decisão de mudança
de vida, por meio do arrependimento, mediante
51
APÊNDICE
a pregação da Palavra e a fé, era sem demora,

manifesta pela submissão ao gesto batismal
como testemunho público da conversão
propriamente dita.
Hoje, por questões de ordem cultural e
para que haja tanto uma aproximação maior
entre o novo conver tido e a igreja ou
discipuladores envolvidos, como também para
que realizemos o batismo com a presença do
maior número possível de pessoas/testemunhas,
as igrejas normalmente propõem uma agenda
e/ou local para a realização deste evento. O que
não significa dizer que haja uma obrigatoriedade
neste tempo, em geografias específicas, nem que
o Novo Testamento determine algo a respeito, ou
que alguém não possa ser batizado no ato do seu
entendimento e conversão ao Evangelho.
A prática se convenciona de acordo com
o entendimento de cada comunidade e suas
motivações para tal.
O que deve prioritariamente ser
apreendido é que o batismo representa o passo
inicial, inaugural, na caminhada cristã. Ele é a
confirmação pública e voluntária da decisão
íntima de rendição, por fé, a Jesus Cristo, o
52
APÊNDICE
S a l v a d o r. D e v e s e r a c o m p a n h a d o d a s
confirmações posteriores, diárias, de uma vida
inteira de submissão ao Senhorio de Cristo, por
confiança e amor.
Lembre-se que o que lhe está salvando é a
fé em Jesus Cristo e não o batismo. Como disse
certo piedoso do passado: O que salva é a fé
somente, mas não é a fé sozinha! Portanto,
como ato não salvífico, o batismo, é o
testemunho exterior da verdade já
posta/concebida no interior a exemplo do ladrão
na cruz. Ele foi imediatamente salvo quando
declarou sua fé em Jesus como Rei Eterno (cf.
Lc 23:42). Um ato/fé de obediência pontual, mas
nem por isso menos sincero, real e profundo que
qualifica e manifesta a fé, atestando a salvação
(‘‘Se você confessar com a sua boca que Jesus é
Senhor e crer em seu coração que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, será salvo’’
Rm 10.9). Neste sentido, todo o que Nele crer
deve ser batizado, mas a condenação estará
sobre o que não crer. A negação ao batismo é
apenas uma confir mação desse estado
impenitente de rebeldia, incredulidade,
ignorância, assim como a disposição de batizar-
53
APÊNDICE
se é uma das confirmações de submissão e fé, a

saber, a fé que salva.
Mc 16:16 ‘‘Quem crer e for batizado será

s a l v o; m a s q u e m n ã o c re r s e r á
condenado.’’
Ef 2:8-9 ‘‘Porque pela graça sois salvos,

por meio da fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus. Não vem das obras, para
que ninguém se glorie...’’
54

Batismo - Águas Que Testificam Uma Nova Vida

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PREFÁCIO

Quando acreditamos mesmo em algo,

dispomos a andar a passos firmes nesta direção.

surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário

Jo 3:5 “Respondeu Jesus: Digo-lhe a verdade:

A pergunta - ‘‘O QUE É O BATISMO’’ - é

Mt 28:19 “Portanto, VÃO e façam

Perceba que o texto termina falando de

da Cruz, influenciando, abençoando e

Rm 6:3-7 “Ou vocês não sabem que

Segundo a Palavra de Deus, é preciso

‘‘sacramentos’’ como uma forma de conquistar

isso se dará como fruto do entendimento

embora vocês tenham sido escravos do pecado,

3. Convertido - Quando um pecador se arrepende do que fazia e do que

atingindo de modo prático e existencial nossa

segundo a Verdade), o misericordioso, o piedoso.

Jo 3:3 “Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o

Veja a ilustração a seguir:

O batismo traduz a ideia de um ‘‘lavar

que nos limpa das sujeiras do corpo, nos refresca

Ef 4:22-24 Quanto à antiga maneira de

Diante de tudo o que vimos até aqui,

principalmente quando de trata de artigos de fé.

Dicionário Aurélio - Batismo:

Nós já vimos que batismo não é um

de ‘‘despaganização’’ de uma alma, de

POR QUE DEVEMOS SER BATIZADOS ?

1. Por questão de obediência:

O Senhor Jesus Cristo mandou que

Mt 28:19 “Portanto, vão e façam

2. Porque Cristo se batizou, sendo o nosso

Apesar do propósito do batismo da

não precisava se converter (Ele era imaculado -

3. Porque a Igreja Primitiva (Apostólica), a

At 2:37-39 “Quando ouviram isso,

4. Arrependimento - A palavra ‘‘arrependimento’’ no NT é ‘‘metanoia’’,

de vocês seja batizado em nome de Jesus

A igreja do Senhor, nos dias de hoje,

4. Porque no batismo damos um

verdade espiritual do que Jesus realizou na cruz

possibilidades de uma caminhada juntos.

At 8:26 “Um anjo do Senhor disse a

água. Que me impede de ser

Normalmente, porém, tanto por causa da

Muitas questões são levantadas quanto a

Está sempre sendo usada a expressão ‘‘novo

parem de seguir o caminho que até então

em/com muita ou pouca água, o mais importante

Cristo. Do ponto de vista espiritual, o ato de

Jo 3:23 “João também estava batizando

Mc 1.9-10 ‘‘Naquela ocasião, Jesus veio

Apesar deste modo de se batizar ser um

afusão/aspersão (pouca água na cabeça) ou

É claro que, em caso de transferências

um só batismo - uma só conversão). Basta que

suas heresias e dissimulações) de um modo geral,

a. Foram realizados, em alguns casos,

b. Foram realizados com base numa

confissão religiosa (credo, tradição ou doutrinas),

QUEM DEVE SER BATIZADO ?

Somente quem professa um sincero

somente quem celebra, com gratidão e