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Recomendações de Basileia

O Comitê de Basileia para Supervisão Bancária (Basel Committee on Banking Supervision –


BCBS) é o fórum internacional para discussão e formulação de recomendações para a
regulação prudencial e cooperação para supervisão bancária, composto por 45 autoridades
monetárias e supervisoras de 28 jurisdições. O Comitê de Basileia – criado em 1974 no âmbito
do Banco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements – BIS) tem por
objetivo reforçar a regulação, a supervisão e as melhores práticas bancárias para a promoção
da estabilidade financeira.
As recomendações do Comitê de Basileia visam harmonização da regulação prudencial
adotadas pelos seus membros, com objetivo de melhorar a competição entre os bancos
internacionalmente ativos, cuja relevância é crescente em face da internacionalização dos
mercados financeiros. Além das recomendações, o Comitê divulga princípios essenciais para
supervisão bancária eficaz (Basel core principles), padrão utilizado internacionalmente para
avaliação da eficácia da supervisão bancária de um país. O Banco Central do Brasil (BCB),
como membro do Comitê da Basileia desde 2009, busca assegurar que a convergência da
regulação financeira brasileira para as recomendações do Comitê de Basileia considere as
condições estruturais da economia brasileira.

Basileia I e II
O Acordo de Basileia I (1988) estabeleceu recomendações para as exigências mínimas de
capital para instituições financeiras internacionalmente ativas para fins de mitigação do risco
de crédito. Em 1996, essas recomendações foram aprimoradas com a incorporação de
requerimentos para a cobertura dos riscos de mercado no capital mínimo exigido das
instituições financeiras.
As recomendações conhecidas como Basileia II (2004), revisão do primeiro Acordo, agregou
princípios para uma avaliação mais precisa dos riscos incorridos por instituições financeiras
internacionalmente ativas. Direcionado aos grandes bancos, o documento detalha os três
pilares para a regulação prudencial:

Pilar 1: critérios para o cálculo dos requerimentos mínimos de capital (riscos de crédito,
mercado e operacional); Pilar 2: princípios de supervisão para a revisão de processos internos
de avaliação da adequação de capital, de forma a incentivar a aplicação, pelos próprios
supervisionados, de melhores práticas de gerenciamento de riscos por meio do seu
monitoramento e mitigação.
Pilar 3: incentivo à disciplina de mercado por meio de requerimentos de divulgação ampla de
informações relacionadas aos riscos assumidos pelas instituições.

Em 2006, com o avanço das discussões sobre requerimentos de risco de mercado para a
carteira de negociação (trading book) das instituições financeiras, as recomendações foram
compiladas de forma a permitir única referências às recomendações do Comitê. O arcabouço
de Basileia II representou importante melhoria para avaliação de riscos, tornando os requisitos
prudenciais mais sensíveis ao risco, bem como considerando aspectos associados as crescentes
inovações financeiras.
Basileia III
O arcabouço das recomendações conhecidas como “Basileia III” é a resposta à crise
financeira internacional de 2007/2008. Divulgado pelo Comitê de Basileia a partir de
2010, as novas recomendações têm como objetivo o fortalecimento da capacidade de as
instituições financeiras absorverem choques provenientes do próprio sistema financeiro
ou dos demais setores da economia, reduzindo o risco de propagação de crises
financeiras para a economia real, bem como eventual efeito dominó no sistema
financeiro em virtude de seu agravamento.
Objetivos de Basileia III
Resposta regulatória global à crise internacional de 2007/2008. Principais inovações:

- Elevação da qualidade e quantidade do capital regulatório


- Aperfeiçoamento dos fatores para a ponderação de ativos pelo risco
- Introdução dos buffers (colchões) de capital para conservação e contracíclico
- Novos requerimentos de liquidez e alavancagem
- Requisitos prudenciais para as instituições sistêmicas

Principais leis e normas

Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e


eficiente

Basileia III: bancos terão que triplicar capital de


proteção
Reuters/Brasil Online, , e
12/09/2010 - 00:00 / Atualizado em 04/11/2011 - 15:52

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BASILEIA, Suíça (Reuters) - Reguladores globais e chefes de


bancos centrais chegaram a um acordo sobre a Basileia III, uma
grande reforma da regulamentação global que irá forçar bancos a
aumentarem suas reservas de capital para se protegerem de crises.

Os bancos terão que triplicar, para 7 por cento, o total de suas


reservas de proteção contra uma futura crise. As novas regras
sobre capital e liquidez dos bancos, chamadas de Basileia III,
determinam que os bancos tenham um mínimo do chamado
capital de Tier 1 - lucros e ações retidas - de 4,5 por cento, ante os
2 por cento exigidos atualmente, segundo comunicado do grupo
presidido pelo presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude
Trichet.

O valor total de Tier 1 foi determinado em 6 por cento, ante os 4


por cento atuais.

Os bancos também terão que criar uma proteção adicional,


chamado "colchão de proteção", de 2,5 por cento, formada por
ativos comuns.

Ainda será exigido outro "colchão de proteção anticíclico" de entre


0 e 2,5 por cento em condições de crédito excessivo.
As novas regras de capital Tier 1 serão implementadas a partir de
janeiro de 2013, até janeiro de 2015, enquanto as proteções
adicionais devem ser implementadas entre janeiro de 2016 e
janeiro de 2019.

Analistas, reguladores e banqueiros esperavam que o acordo deste


domingo determinasse uma reserva de capital mínima de entre 7 e
9 por cento, além do valor adicional de proteção.

O acordo foi fechado em uma reunião entre autoridades de 27


países presidida pelo presidente do Banco Central Europeu.

A maior parte do Basileia III já havia sido decidida em julho,


restando à reunião deste domingo apenas duas partes do quebra-
cabeça -definir quanto capital extra os bancos devem reservar e o
prazo para se adequar às novas regras.

Após a crise financeira global, devido em parte às práticas


arriscadas dos bancos, líderes do G20 - as maiores economias do
mundo - pediram que reguladores e bancos centrais discutissem
uma regulamentação mais severa sobre o capital de instituições
financeiras.

Os líderes do G20 devem aprovar o acordo em reunião em Seul,


em novembro.

Caso um banco não se adeque às novas regras, ele terá que cortar
o valor pago em bônus e dividendos.

Houve muito debate sobre quanto tempo os bancos teriam para se


adequar às novas regras; o pacote final deve permitir um período
de transição de entre cinco e dez anos.

Os maiores bancos do mundo, que na maior parte já se


recuperaram da crise, não devem se apressar para levantar
recursos. Mas ainda há preocupações em alguns países de que os
bancos ainda devem demorar para se recuperaram e que as
mudanças irão afetar a capacidade de crédito dos bancos. Fontes
afirmaram à Reuters na sexta-feira que o Deutsche Bank deve
levantar até 9 bilhões de euros para melhorar seu balanço
financeiro.

Reguladores dizem estar confiantes de que as novas regras de


capital da Basileia irão aumentar a estabilidade do sistema
financeiro sem prejudicar o volume de crédito disponível
promovendo maior regulação e dificultando o crime da “ lavagem
de dinheiro”, financiador de outros crimes.

CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO - MONITORAMENTO ENVOLVE


EMPRESAS E PROFISSIONAIS LIBERAIS

Mauricio Alvarez da Silva*

A lavagem de dinheiro é uma prática antiga, pois, resumidamente, consiste em dar uma
aparência legal para recursos obtidos de maneira espúria.

É possível imaginar que desde os primeiros ilícitos, visando a obtenção de recursos por
meio de atos criminosos (tráfico, sequestro, chantagem, corrupção, etc.), há a
necessidade do criminoso ou organização criminosa tentar dissimular a origem de sua
riqueza.

Se a prática do crime é antiga os esforços para o seu combate também são. No entanto,
nas últimas décadas, em decorrência da globalização dos mercados, as autoridades
locais e internacionais buscam aperfeiçoar os mecanismos para monitoramento e
controle de atividades suspeitas.

Em 1988 houve a Convenção de Viena tendo como principal objetivo unir diversos
países no combate ao narcotráfico e ao seu financiamento.

O Brasil aderiu em 1991 e em 1998 foi sancionada a Lei 9.613, traçando as principais
diretrizes a serem observadas para o combate e a prevenção dos referidos crimes.

O artigo 1º da referida lei, define crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens,


direitos e valores como sendo condutas caracterizadas por meio da ocultação,
dissimulação da natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade dos bens oriundos de crimes como tráfico de entorpecentes, terrorismo e o
financiamento ao terrorismo, contrabando ou tráfico de armas, extorsão mediante
sequestro, crimes contra a Administração Pública nacional ou estrangeira, crimes contra
o sistema financeiro nacional e os crimes praticados por organizações criminosas.
Como órgão de inteligência, foi criado o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras – COAF, no âmbito do Ministério da Fazenda, tendo como finalidade
disciplinar e aplicar penas administrativas e principalmente receber, examinar e
identificar ocorrências suspeitas de atividades ilícitas. É um órgão administrativo e
trabalha em conjunto com outros entes, pois não tem poder de polícia.

No bojo dos procedimentos de controle e prevenção a legislação requer também a


participação da sociedade, exigindo, para diversas atividades, a criação de mecanismos
internos que permitam a identificação e a comunicação de transações suspeitas, que
sugiram crimes de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens.

De início essa obrigação foi para as instituições financeiras e equiparadas, mas


atualmente abrange uma quantidade maior de atividades, tais como:

i) as empresas de fomento comercial (factoring);

ii) as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis,


imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição,
mediante sorteio ou método assemelhado;

iii) as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou


compra e venda de imóveis;

iv) as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais preciosos,
objetos de arte e antiguidades;

v) as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor,


intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam grande
volume de recursos em espécie;

vi) as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de
assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de
qualquer natureza, em operações de compra e venda de imóveis, estabelecimentos
comerciais ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza;

vii) pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação,


comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de atletas,
artistas ou feiras, exposições ou eventos similares;

viii) as empresas de transporte e guarda de valores e;

ix) as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem rural
ou animal ou intermedeiem a sua comercialização.

É importante destacar que as pessoas e os administradores de pessoas jurídicas, que


deixem de cumprir com suas obrigações podem ser penalizadas, cumulativamente ou
não, pelas autoridades competentes, com as seguintes sanções:

I - advertência;
II - multa pecuniária variável não superior:

a) ao dobro do valor da operação;

b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da
operação; ou

c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de
administrador das respectivas pessoas jurídicas;

IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou


funcionamento.

Como observamos, as penalidades podem ser severas, no entanto, por ser um tema
relativamente novo, não tem sido discutido com a devida intensidade no meio
empresarial.

Cabe destacar que muitas pessoas jurídicas são utilizadas involuntariamente como
veículos para lavagem de dinheiro e não percebem isto, devido a estruturação deficiente
dos seus controles internos que não foram preparados para abranger esta temática.

Vejam o tamanho do "pepino":

Digamos que alguém entra em determinada joalheria e compra uma joia no valor de R$
50.000,00, pagando em dinheiro. Por falta de conhecimento ou deficiência de
procedimento, o vendedor não realiza a devida análise cadastral do cliente e
posteriormente este é incriminado, descobrindo-se que o recurso teve origem ilícita
(tráfico, por exemplo). Neste caso, possivelmente, o vendedor terá que responder pela
omissão, pois era uma operação suspeita (devido ao valor pago em dinheiro) e não
houve a devida comunicação ao COAF.

A obrigação citada no exemplo seria apenas a de informar a operação suspeita ao


COAF, para este, se for o caso, dar andamento à investigação. Seria uma simples
comunicação, ou seja, o adquirente não seria automaticamente "acionado" e também
não haveria quaisquer desdobramentos para o informante, desde que a comunicação
fosse de boa-fé.

Portanto, é altamente recomendável que as pessoas envolvidas busquem maiores


detalhes sobre o tema e, conforme o caso, reflitam e reorganizem seus atuais
procedimentos e controles internos, de forma a atender as disposições legais e mitigar
os riscos associados.

*Mauricio Alvarez da Silva é Contabilista atuante na área de auditoria independente


há mais de 15 anos, com enfoque em controles internos, contabilidade e tributos,
integra a equipe de colaboradores do Portal Tributário.
Contrabando e pirataria causaram
preju í z o de R$ 160 bilhões em 2018,
aponta pesquisa
Levantamento indica as perdas de arrecadação de tributos e de faturamento
da indústria brasileira com o mercado ilegal; volume é 14% maior que o
registrado em 2017.
Por Fabiula Wurmeister, G1 PR — Foz do Iguaçu
15/03/2019 11h33 Atualizado há 6 meses

O cigarro aparece no topo da lista de produtos contrabandeados mais


apreendidos pela Receita Federal em 2018, com cerca de 43% do total —
Foto: Divulgação/PRF-SC

O contrabando, a pirataria e a falsificação de produtos geraram um


prejuízo à economia nacional de cerca de R$ 160 bilhões em 2018,
segundo um levantamento divulgado nesta sexta-feira (15) pelo
Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf)
e Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF).
De acordo com a pesquisa, o valor – 14% maior que o registrado em
2017 – é o que a indústria nacional e os órgãos de tributação
deixaram de arrecadar no ano passado com a prática ilegal.
Para os dois órgãos, a forte carga tributária sobre determinados
produtos tem impacto negativo na competitividade com outros
mercados, tornando as mercadorias estrangeiras mais viáveis
financeiramente para os consumidores.
“O contrabando e o mercado ilegal crescem exponencialmente, muito
disso em virtude também do aumento da tributação na indústria
nacional - que faz com que os produtos originais percam
competitividade -, aliado ao mau momento da economia brasileira e da
perda de poder aquisitivo de boa parcela da população e à esparsa
fiscalização nos portos e fronteiras”, destaca o relatório.
00:00/03:03

Prejuízo com contrabando em 2018 passa dos R$ 160 bilhões, afirma


associação

Entre os maiores mercados consumidores dos produtos ilegais e,


consequentemente os mais atingidos, estão os estados de São Paulo,
Paraná e Rio Grande do Sul, apontados também como as principais
portas de entrada de contrabando, em especial Foz do Iguaçu e
Guaíra - e produtores de mercadorias piratas e falsificadas.
"Os milhões que não são arrecadados e que deixam de circular na
economia passam despercebidos para a sociedade, mas geram uma
cadeia de prejuízos e todos pagamos essa conta”, afirma o presidente
do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras
(IDESF), Luciano Stremel Barros.

Apreensões
Em 2018, a Receita Federal apreendeu mais de R$ 3,1 bilhões em
produtos contrabandeados ou que entraram no país sem o pagamento de
impostos, um crescimento de 40% na comparação com os R$ 2,2
bilhões apreendidos em 2017.
O cigarro aparece no topo da lista de produtos contrabandeados mais
apreendidos no ano passado, com cerca de 43% do total. A segunda
posição na relação dos itens que entram irregularmente no país é
ocupada pelos eletrônicos, com 7,1%, e em terceiro, aparecem as
peças de vestuário, com 3,6%.
Ainda conforme o levantamento, o contrabando tem forte influência no
prejuízo causado à economia nacional, mas é incrementado pela
falsificação e pela pirataria praticada dentro do próprio país.
“De cada dez cigarros vendidos, quase seis são paraguaios, o que
representa um prejuízo de R$ 14 bilhões ao país. Outros setores muito
prejudicados são os de peças automotivas e produtos ópticos, que
têm prejuízos de mais de R$ 5 bilhões anuais, respectivamente. O
setor de combustíveis tem perdas em torno de R$ 5,3 bilhões com a
sonegação e adulteração”, detalha a pesquisa.
Apreensões de contrabando em
2018 somam R$ 3,15 bilhões e batem
recorde, diz Receita
Números Receita Federal mostram que houve aumento de 40% em relação a
2017, quando apreensões somaram R$ 2,25 bilhões. Retenções de produtos
em aeroportos também subiu.
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília
15/03/2019 11h18 Atualizado há 6 meses

A fiscalização da área de comércio exterior da Secretaria da Receita


Federal apreendeu R$ 3,15 bilhões em mercadorias e veículos, em
consequência de tentativas de contrabando ou fraude, no ano
passado.
O valor, que representa novo recorde histórico para um ano fechado, é
40% maior que o total das apreensões registrado em 2017 (R$ 2,25
bilhões). As apreensões ocorreram nas aduanas (portos, aeroportos e
unidades de fronteira terrestre).
APREENSÕES DE CONTRABANDO
3.155Marcus Vinícius Vidal Pontes, esse crescimento decorreu da
atuação do centro de gerenciamento de riscos do órgão, e também
por um aumento da ação conjunta com as autoridades portuárias e
com a Polícia Federal.

O coordenador-geral de Combate ao Contrabando e ao Descaminho


do órgão, Arthur Cezar Rocha Cazella, informou que 45% do
contrabando apreendido, no ano passado, foi de cigarros.
Em 2018, foram apreendidos 276 milhões de maços de cigarros que
tentavam ingressar no país de forma ilegal, por meio de contrabando.
O número também é recorde. Em 2017, foram 218 milhões de maços
apreendidos.
Cazella, da Receita Federal, acrescentou que as ações de
inteligência, além do uso de cães de faro, "scanners" nos portos, e
sobrevoos com uso de câmeras térmicas nos portos, também
ajudaram a impulsionar as apreensões no ano passado.
"Há todo um cabedal de instrumentos utilizados e isso vai evoluindo
com o tempo, até pela melhoria da informática", explicou ele.
De acordo com a Receita Federal, as mercadorias apreendidas que
não podem ser leiloadas são incorporadas ao patrimônio público,
doadas ou destruídas.
Operações de comércio exterior
A Receita Federal também divulgou números relativos ao Portal Único
do comércio Exterior que, segundo o órgão, permitiu uma liberação
mais rápida de exportações.
O tempo para liberar cargas na fronteira, destinadas a outros países,
passou de 13 dias, no fim de 2016, para 6,3 dias no fechamento do
ano passado.
Com isso, de acordo com o governo, o prazo ficou abaixo da meta,
fixada inicialmente, de 8 dias para desembaraço das exportações (que
também é a meta da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico, a OCDE, que reúne nações
desenvolvidas).
Fiscalização de passageiros internacionais nos aeroportos
O Fisco também informou que o valor das retenções de produtos de
passageiros oriundos do exterior, em aeroportos, somou R$ 115
milhões no ano passado, contra R$ 70,77 milhões em 2017.
Esses são produtos que têm a entrada proibida no país, ou que têm a
destinação comercial (vários produtos juntos, não condizentes com
aquisição para uso pessoal), ou seja, deveriam ser importados por
meio de outro processo.
De acordo com Ronaldo Salles Feltrin, coordenador-geral substituto
de Administração Aduaneira da Receita Federal, o órgão analisa,
antes de um voo chegar ao Brasil, 100% da lista de passageiros e
seleciona previamente aqueles que serão fiscalizados.
Entre as diretrizes para um passageiro ser alvo da fiscalização estão o
seu histórico, dados de tributos internos e o potencial econômico e
financeiro desse passageiro. Com base nessas informações, o
reconhecimento facial, via computador, ajuda no direcionamento
desses passageiros para a fiscalização nos aeroportos.
"Estamos trabalhando melhor. O valor das multas pagas diminuiu, mas
das retenções subiu. A ocorrência não é mais totalmente aleatória. É
feita dentro de um processo de seleção, tenho como identificar o algo.
Ainda existe a aleatoriedade, mas a gente consegue ter 100% de
abrangência [dos passageiros que serão selecionados para
fiscalização] dentro dos vôos", declarou Feltrin.

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