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Filosofia do Espírito

Notas e Esboços
Rafael Costa
Prefácio
1. Diversidade de sistemas filosóficos como desenvolvimento progressivo da verdade?!
2. “O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do
mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua
verdade em ligar da flor: essas formas não só se distinguem, mas também se repelem
como incompatíveis entre si. Porém, ao mesmo tempo, sua natureza fluida faz delas
momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos são iguais e
necessários” (p.26).
À luz da passagem citada acima, gostaríamos de propor uma leitura (de inspiração)
hegeliana à psicologia platônica. Partindo de que a natureza fluida da alma seja éros, as
três partes em que Platão separa, em alguns diálogos a alma, deveriam ser pensados,
igualmente, como momentos iguais e necessários da unidade orgânica (nesse caso, de
éros) da alma.
3. Importante frisar que o absoluto contém, ou é a unidade do ser consigo mesmo, porém,
ele o é pela mediação do ser consigo mesmo pela posição do ser como sujeito. A
substância, que é o que realmente é, faz-se sujeito e assim se relaciona consigo mesma
pela diferença, pelo ser-outro.
Com isso, Hegel parece querer se opor à concepção, segundo ele muito difundida em
seu tempo, de que o saber absoluto se dá de modo intuitivo (numa espécie de intuição
intelectual, uma unidade sem mediação, imediata). Embora Hegel pareça favorável à
compreensão da identidade/unidade do sujeito e do objeto, isto não se faz sem a mediação,
sem o vir-a-ser, sem o movimento reflexivo e conceitual.
4. ser-para-si ou a negatividade pura. Devemos entender essa expressão como
significando que ao tornar-se sujeito, portanto um outro, o ser nega a si mesmo enquanto
ser para vir-a-ser sujeito. O espírito, que é substância, faz-se sujeito para se relacionar
consigo mesmo; ou seja: o espírito nega a si mesmo como objeto ao fazer-se sujeito e, ao
fazer-se sujeito, retoma a si mesmo como objeto. O ser se relaciona consigo mesmo pela
mediação de si mesmo, mas essa mediação, semovente que é, comporta a diferença e não
a identidade imediata: o ser se relaciona consigo mesmo ao fazer-se sujeito. Significaria
isso que o ser se relaciona cognitivamente consigo mesmo?
5. [37]. Quando a substância revela a si mesma que ela é que age sobre si mesma como
sujeito (quando o espírito toma consciência de si como substância e sujeito), o ser está
absolutamente mediatizado, faz mediação de si consigo mesmo, o Eu assume a forma do
Si e o espírito faz de si o seu conceito.

Introdução
1.

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