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ISAAC NEWTON (1642-1726)

1. VIDA
- Nasceu o 4 de janeiro de 1643 em Inglaterra
- Seu pai morreu 3 meses antes do seu nascimento
- Quando casa em segundas núpcias a sua nai vai viver com a nai da sua nai
- nao se levaba bem com o seu padrastro. Com 19 escreve numa lista de
pecados: “"Threatening my father and mother Smith to burn them and the
house over them”
- 12-17 anos. The King’s School, Latin, matemáticas, grego
- 16, a mai quita-o da escola e quer face-lo granjeio O diretor da escola
convence-a para que o deixe regressar.
- é o melhor estudante, fabricando relógios de sol e moinhos de vento.
- 18 anos, entra no Trinity College, Cambridge. Aristóteles, Descartes, Galileo,
Kepler.
- 26 anos, professor do Trinity
1. VIDA

- 29 anos, membro da Real Sociedade para a ciência


- 30 anos, presidente da Real Sociedade
- morre em 1727, aos 84 anos.
- Voltaire, que acode ao funeral, diz que "nunca foi sensível a nenhuma
paixão, nem as normas comuns de humanidade, nem tive comercio com
mulheres”
- foi de difícil trato e rompeu abruptamente as suas relações com os seus
amigos . A Locke acusou-no de querer “embrolla-lo com mulheres”
Astrónomo, alquimista, filósofo natural, teólogo e cientista inglês, mais
reconhecido como físico e matemático
2. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DA FÍSICA DE NEWTON

2.1. Indutiva

2.2. Positivista

2.3. Dinâmica

2.4. Matemática

2.5. Atomista não materialista.

2.6. Finalista.

2.7. Ahistórica
2. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DA FÍSICA DE NEWTON
2.1. Indutiva:
“Toda a dificuldade da filosofia parece consistir em isto: a partir dos fenómenos do
movimento investigar as forças da natureza, e logo desde estas outras demonstrar os
outros fenómenos” (inicio dos Principia).
“Em física há que empregar o método analítico […] que consiste em fazer experimentos
e observações e em extrair por indução as conclusões gerais” (Ótica, livro II).
Texto de Newton sobre o seu método versus Descartes e Galileu:
“Explicar toda a natureza é uma labor demasiado difícil para qualquer ser humano, ou
mesmo para qualquer época. É muito melhor fazer pouco com certeza e deixar o resto
para outros que venham depois, que explicar todas as coisas por conjetura sem estar
seguros de nada [como Descartes]. E não há outra forma de fazer nada com certeza mais
que extrair conclusões dos experimentos e os fenómenos, até que se chegue a princípios
gerais; e logo a partir destes princípios dar conta da natureza. O que é certo em filosofia
deve-se a este método, e nada pode fazer-se sem ele”.
Do particular ao geral, dos fenómenos às leis.
2. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DA FÍSICA DE NEWTON

2.2. Positivista.

“Hipótesis non fingo”

“A principal tarefa da filosofia natural é argumentar a partir dos fenómenos sem fingir

hipóteses, e ‘deduzir’ as causas dos efeitos” (Ótica, 1717, p. 344).

“Expliquei até aqui os fenómenos celestes e os do mar pela força da gravitação, mais

não indiquei em parte alguma a causa de dita gravitação”

“Não pude ainda chegar a averiguar a partir dos fenómenos a razão dessas propriedades

da gravidade e não imagino hipótese alguma” (Escolio Final dos Principia)”.


2. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DA FÍSICA DE NEWTON

2.3. Dinâmica (não mecanicista). As causas som forças, em especial, a gravidade.


2.3.1. Forças ativas: gravidade, fermentação e calor, às que ajunta magnetismo e
eletricidade nos Principia. Um principio ativo é também a coesão dos corpos.
2.3.2. Não conservação do movimento:
Inercia: “A inercia é um principio passivo graças ao cal os corpos persistem no seu
movimento ou repouso […] com este principio só, nunca haveria movimento no
mundo. Requeri-se outro principio que ponha os corpos em movimento e, uma vez
em movimento, outro principio é necessário para conservar o movimento”.
Causas ativas: “assim pois, em tanto a diversidade de movimento existente no mundo
está sempre diminuindo, é preciso conserva-lo e recruta-lo mediante princípios ativos
como a causa da gravidade, pela que os planetas e cometas conservam o movimento
nas suas órbitas, ou como a causa da fermentação, pela que o coração e o sangue dos
animais conserva-se sempre em movimento e com calor; as partes internas da Terra
estão constantemente temperadas, tornando-se mui quentes nalguns lugares; os
corpos ardem e emitem luz, as montanhas incendeiam-se e o sol continua estando
violentamente quente e luminoso, aquecendo todas as coisas coa sua luz […] De não
ser por estes princípios os corpos da Terra […] se esfriariam e congelariam,
tornando-se massas inativas” (Ótica, Libero III, Parte I, p. 342).
2. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DA FÍSICA DE NEWTON

2.4. Matemática: se para Descartes o importante era a geometria, para Newton


som a álgebra e a aritmética. Emprega equaciones de segundo grado e o cálculo
integral.
2.5. Atomista não materialista. Os átomos foram criados por Deus.
“Parece-me mui provável que Deus criara desde um principio uma matéria em
forma de partículas sólidas, massivas, duras, impenetráveis […]. Estas partículas
primitivas, ao ser sólidas, som incomparavelmente mais duras que calesquera
corpos porosos formados a partir delas. Tao duras mesmo, como para não gastar-se
nem romper-se nunca em pedaços, pois nenhum poder ordinário é capaz de dividir
o que o mesmo Deus fiz um na primeira criação” (Ótica, Libro III, Parte I, 345).
2.6. Finalismo.
Fronte a Descartes, reintroduz o finalismo, posto que Deus é o criador e
conservador da natureza. Não só cria os átomos senão que também os ordena e
com eles construi a natureza.
2.7. Conceção dum mundo físico ahistórico. é ahistórica (fronte a Buffon e
Laplace, e Lamarck e Darwin).
3. AS TRÊS LEIS DO MOVIMENTO

3.1. Primeira lei. Principio de inercia.


Lei I: Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de
movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja
forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele
3. AS TRÊS LEIS DO MOVIMENTO

3.2. Segunda lei. F=m.a


Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora
imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela
força é aplicada
3. AS TRÊS LEIS DO MOVIMENTO

3.3. Terceira lei. Ação – reação A toda força se lhe opõe outra
de signo contrario
Lei III: A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual
intensidade: as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro
são sempre iguais e dirigidas em sentidos opostos
4. O MÉTODO NEWTONIANO. QUATRO REGRAS PARA O
ESTUDO DA FILOSOFIA.

Regra 1. Principio de economia.


Não se devem admitir outras causas que as necessárias para explicar os
fenómenos. A natureza não faz nada em vão e seria fazer coisas inúteis operar
mediante um grande número de causas o que se pode fazer mediante um
número mais pequeno.

Regra 2. Principio de homogeneidade ou regularidade.


Os efeitos do mesmo género devem ser atribuídos, na medida do possível à
mesma causa.
A respiração do ser humano e a dos animais, a caída duma pedra em Europa e
em América, a luz do fogo neste mundo e a do Sol, a reflexão da luz sobre a
Terra e sobre os planetas, devem ser atribuídas às mesmas causas.
4. O MÉTODO NEWTONIANO. QUATRO REGRAS PARA O
ESTUDO DA FILOSOFIA.
Regra 3. Combinação do experimental ou indutivo com a homogeneidade ou regularidade.
“As qualidades dos corpos que não som suscetíveis de aumento nem diminuição e que pertencem ao todos os
corpos sobre os cales se podem fazer experimentos, devem ser consideradas como pertencentes a todos os
corpos em geral.
Não se podem conhecer as qualidades dos corpos senão pela experiência, assim se devem mirar como
qualidades gerais aquelas que se encontram em todos os corpos e que não podem sofrer diminuição, pois é
impossível despojar aos corpos das qualidades que não se podem diminuir. Não se podem opor devaneios a
experimentos e não se deve abandonar nunca a analogia da natureza que é sempre simples e semelhante a si
mesma.
A extensão dos corpos não se conhece senão polos sentidos e não se deixa sentir e todos os corpos; mais como a
extensão pertence a todos aqueles que caem baixo os nossos sentidos, afirmamos que pertence a todos os corpos
em geral.
Experimentamos que vários corpos som duros; agora bem, a dureza do todo vem da dureza das partes, assim
admitimos esta qualidade não só nos corpos nos cales os nossos sentidos no-la fao experimentar, senão que
inferimos isto, com razão, que as partículas indivisas de todos os corpos devem ser duras.
Concluímos da mesma maneira que todos os corpos som impenetráveis. Posto que todos os que tocamos som
impenetráveis, miramos a impenetrabilidade como uma propriedade que pertence a todos os corpos (…).
Em fim, posto que consta pelos experimentos e pelas observações astronómicas que todos os corpos que estão
cerca da superfície da Terra pesam sobre a Terra, segundo a quantidade da sua matéria; que a Lua pesa sobre a
Terra em razão da sua quantidade de matéria; que o nosso mar pesa, à sua vez, sobre a Lua, que todos os
planetas pesam mutuamente uns sobre os outros, e que os planetas pesam também sobre o Sol, pode-se concluir,
segundo esta terceira regra, que todos os corpos gravitam mutuamente os uns sobre os outros”.
4. O método newtoniano. Regras que há que seguir no estudo da filosofia.

Regra 4. Positivismo.
Na filosofia experimental as proposições sacadas por indução dos fenómenos devem ser
miradas, a pesar das hipóteses contrarias, como exata ou aproximadamente verdadeiras,
hasta que alguns outros fenómenos as confirmem inteiramente ou façam ver que estão
sujeitas a exceções. Pois uma hipótese não pode debilitar os razoamentos fundados sobre
a indução sacada da experiência.
5. A TEORIA DA GRAVITAÇÃO.

5.1. Antecedentes
- magnetismo em Gilbert e Kepler
- Borolli, fisiólogo, equilíbrio da força centrífuga da Lua com outra que
denominou gravidade.
- Galileu, na IV Jornada, a Lua pesava sobre o mar e o mar sobre a Lua.
- polémica: terceira lei de Kepler (T2 / D3 = k ),
- Huygens, estudo do pêndulo oscilante, força centrífuga e centrípeta
“Até aqui denominamos centrípeta a aquela força mediante a cal os corpos
celestes se mantêm nas suas órbitas. Agora estabeleceu-se que esta força é a
gravidade, dado que a causa dessa força centrípeta por meio da cal a Lua se
mantém na sua órbita haveria de estender-se a todos os planetas, pelas regras
1, 2 e 4” (Principia)
“Júpiter e Saturno quando estão próximos à conjunção, perturbam
sensivelmente os seus movimentos mútuos ao atrair-se um ao outro, o sol
perturba os movimentos lunares, e o sol e a Lua perturbam o nosso mar, como
se explicará no que segue” (Principia).
- anedota da maça de Voltaire
5. A teoria da gravitação.

A gravitação e o problema da ação a distancia


“Júpiter e Saturno quando estão próximos à conjunção, perturbam sensivelmente os
seus movimentos mútuos ao atrair-se um ao outro, o sol perturba os movimentos
lunares, e o sol e a Lua perturbam o nosso mar, como se explicará no que segue”
(Principia).

Diferentes hipóteses:
- Na primeira edição dos Principia fala de partículas que golpeiam os corpos (explicação
mecanicista).
- Em 1679 numa carta a Boyle afirma que a gravidade poderia estar causada por um éter
não homogéneo.
- Na Ótica considerou que tinha que tratar-se dum éter mui subtil.
- Nos Principia o éter não desempenha função alguma.
- Também pensa se poderia estar causada eletricamente.
- No Espírito da Natureza, pode ter a sua causa em Deus (um dom outorgado por Deus
à matéria).
Em geral, prioriza a atitude positivista e afirma que a gravidade existe ainda que a causa
da gravidade quede oculta. Trata-se dum feito experimental cuja causa permanece
desconhecida.
Não é uma propriedade da matéria.
5. A teoria da gravitação.

Voltaire e Rousseau (Professao de fé dum vicario saboiano) afirma que o movimento não
é inerente à matéria.
Na época de Boyle recorreu-se com frequência ao éter – como meio de transmissão do
movimento.
A teoria do éter remete-nos a Gilbert, De Magnete, 1600. Nesta obra deu-se uma
explicação animista dos fenómenos magnéticos e considerou a capacidade de atuar a
distancia da alma magnética por meio dum eflúvio magnético. A Terra seria um grande
íman.
S’Gravesande, físico holandês, publica Physicas elémenta mathematica confirmata
(1720-21) um tratado de física no que presenta a gravidade como uma propriedade
essencial da matéria.
Em 1759 Madame de Châtelet traduz ao francês os Principia.
Maupertuis no segundo capítulo do seu Discours sur la différente figure des astres
(1732) afirma o mesmo. A gravidade é uma propriedade da matéria como a extensão e a
impenetrabilidade que observamos nos corpos.
Voltaire (Lettres philosophiques, XV): a gravidade é uma propriedade essencial da
matéria e um don inicial do Criador.
Em 1900 o problema estava no mesmo lugar onde o deixara Newton em 1687. não se
descobrira nenhum tipo de éter.
A teoria do campo eletromagnético intentou explicar a gravidade, mais não acertou.
Einstein afirmou que os corpos de grande massa geram a curvatura do espaço na sua
proximidade.

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