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Pré-silábico

Fazer Não Fazer


Oferecer materiais escritos que circulam na Ensinar primeiro o alfabeto para depois
sociedade. começar o trabalho de escrita de palavras ou
textos.
Autorizar as crianças a escreverem em diversas Dar como tarefa o recorte de letras de alfabeto,
situações, comonas brincadeiras de faz-de- ensinar a letra inicial das palavras ou ser
conta. exposto somente ao trabalho com palavras.
Criar momentos de leitura pelo professor e Pedir que os alunos escrevam usando letras
pelas próprias crianças mesmo que estas ainda maiúsculas e minúsculas ou letra cursiva.
não leiam convencionalmente.
Explorar atividades com o nome próprio e dos Concluir que crianças que recorrem a números
colegas da turma. para escrever uma palavra, não sabem
diferenciar letras de números.
Desafiar as crianças a escrever palavras se Pedir que as crianças escrevam textos longos.
apoiandos em outras, como o nome de amigos Elas tendem a se desinteressar pelo desafio já
e títulos de livros preferidos. que ainda não dominam a escrita de palavras e
se perdem quando questionadas sobre o que
escreveram.
Pedir para a criança ler acompanhando com o
dedo o que tiver escrito, identificando os
pedaços da palavra/texto e ir assim, fazendo a
ligação entre partes do que está escrito e
partes do que falado.
Trabalhar com letras móveis.
Solicitar que os alunos escrevam em parceria
com colegas textos diversos, criando duplas
produtivas,
Pedir para os alunos encontrarem palavras no
texto.
Hipótese Silábica
Fazer Não fazer
Confrontar escritas de alunos com palavras Dar uma folha com espaços demarcados de
semelhantes ortograficamente. acordo com a quantidade de letras a serem
usadas na escrita de determinada palavra, junto
com o desenho correspondente a ela.
Organizar duplas produtivas de trabalho, Diante da produção da criança, perguntar
reunindo alunos com hipóteses próximas. se ela não acha que está faltando alguma
letra. Isso deve ser evitado. Por exemplo: se
não falta nada em EIO (MENINO).
Pedir ao aluno ler em voz alta a lista de Escrever somente as consoantes de uma
palavras produzida por ele. palavra e colocar ao lado a figura
correspondente e pedir para que a criança
complete com as vogais, ou escrever
somente as vogais e pedir que complete
com as consoantes.
Orientar a leitura de textos conhecidos de Ler em voz alta o que a criança tiver escrito
memória, como parlendas, cantigas e para ela descobrir que o registro não faz
versinhos. Pedir que as crianças identifiquem sentido. Em vez disso, você deve pedir para
palavras que comecem ou terminem com a
ela ler, apontando com o dedo o que
mesma letra.
escreveu.
Organizar um ditado feito pela turma, com Dar cruzadinhas para a criança resolver
palavras que comecem ou terminem com a sozinha. O momento pode ser mais
mesma sílaba. Professora atua como escriba. produtivo se for feito coletivamente. Ao
conhecer as sugestões dos colegas com as
hipóteses silábico-alfabética e alfabética,
ela pode repensar o que pensa e avançar.
Pedir para as crianças escreverem palavras Ditar uma palavra soletrando. Isso indica
que tenham partes iguais às do nome delas. para as crianças que elas devem confiar no
que escutam, quando na verdade, precisam
confiar no que está escrito. A escrita não é
uma transcrição do oral, se caso fosse,
escrever CHUVA com CH ou X não faria
diferença. A escrita é uma representação do
oral.

Propor atividades de escrita usando o teclado


do computador ou letras móveis.. Assim,
elimina-se o desafio de registrar as letras,
pensar no desenho de cada uma, e é possível
focar atenção em quais letras usar.
Hipótese Silábico-alfabética

Fazer Não fazer


Pedir para as crianças escreverem Apresentar para a turma uma folha com
monossílabos, como PÃO, SOL, PÁ, RÉ. tracejados marcando a quantidade de letras das
palavras e imagens de cada uma ao lado, na
tentativa de que escrevam de modo
convencional.
Solicitar que os alunos escrevam palavras que Diante da produção do aluno perguntar se ele
tenham a mesma vogal em diferentes síalabas acha que está faltando alguma letra. O melhor a
como Arara. se fazer é pedir que ele leia, seguindo com o
dedo, e seguir com a conversa fazendo
comparações com outras palavras.
Pedir que os alunos leiam a própria produção. Pedir que as crianças leiam letra por letra e
juntem sílaba por sílaba. Por exemplo:
BANANA: B-A-N-A-N-A e BA-NA-NA. Para que
se tornem leitoras, elas não podem só usar
decodificação como estratégia de leitura,
precisam inferir e checar, pensar com base em
pistas que as letras dão e no contexto
apresentado por você.
Usar e abusar da lista de nomes dos alunos da Dar como tarefa a cópia de palavras, com a
turma. ideia de que, ao escreverem diversas vezes a
mesma palavra, os alunos aprenderão a forma
correta. A tarefa mecânica não ajuda a turma a
pensar sobre as letras e a maneira de
escrever.

Pedir para que a criança leia em voz alta uma


lista de palavras que comecem e terminem da
mesma maneira.
Propor a tarefa de escrita de textos de
memória.
Propor caça-palavras com banco de dados,
lendo a palavra antes para os alunos.
Organizar os alunos em duplas produtivas.
Hipótese Alfabética

Boas intervenções
Dicas para fazer as crianças avançarem

1. Organize um banco de palavras com os alunos para ser exposto na parede da sala e servir
de consulta pela turma sempre que surgirem dúvidas sobre como escrever determinadas
palavras. Pode ser as que terminam com Z, que contenham Ç, etc. Buscar apoio em
lugares seguros é um recurso feito por escritores competentes também.
2. Proponha que as crianças produzam no computador e reflitam sobre as palavras que
aparecem sublinhadas com um traço vermelho (indicativo de erro ortográfico). O que
sugerem fazer para melhorá-las? Depois de pensarem, elas podem conferir o que o
computador propõe e acatar ou não a grafia sugerida.
3. Organize atividades de revisão coletiva, com um texto produzido por uma dupla de alunos
ou por toda a sala transcrito no quadro. Você pode sublinhar as palavras que precisam ser
discutidas pelo grupo.
4. Sugira que os alunos consultem textos expostos na parede da sala, em capas de livros e
outros suportes confiáveis para tirar dúvidas. Por exemplo, DRAGÃO pode ajudar a
escrever PEDRA.
5. Incentive-os a olhar os pedaços que compõem as palavras para compreender que o
mesmo som pode ser escrito de maneiras diferentes, como acontece em MANHÃ e
MAMÃE.
6. Proponha a formação de duplas formadas por uma criança com a hipótese alfabética e
outra com a hipótese silábico com valor sonoro, de modo que a primeira dita para a
segunda escrever. Assim, a primeira pode pensar em como escrever, sem se preocupar
com o ato da escrita em si. E a segunda se beneficia dos conhecimentos da primeira.
7. Forme duplas com uma criança ortográfica e outra alfabética, de modo que a primeira dite
para a segunda escrever. Desse modo, quem sabe mais fornece informações importantes
para o colega sobre o uso das letras mais adequadas.
8. Forneça um conjunto de letras móveis adequadas para a escrita de determinada palavra e
peça que a criança a escreva. Por exemplo: escrever PÁSSARO e fornecer dois A, dois S,
um P, um R e um O. Depois, solicitar que a criança leia com o dedinho o que escreveu. Se
ela produzir PASAROS, por exemplo, e ler PÁSAROS, você pode lembrar que o pedido foi
a escrita de PÁSSARO e que o produzido é o plural da palavra, dando nova oportunidade.
No caso de um aluno deixar de usar uma letra (escrever PASARO e desconsiderar um S),
explique a ele que é preciso usar todas e sugira que ele reflita sobre o que produziu e
busque o lugar adequado para o S que não foi usado.
9. Depois de pesquisas e revisões coletivas, construa com as crianças as chamadas
“verdades provisórias” para que pensem e organizem ideias sobre as regras ortográficas e,
com o passar do tempo, validem-nas ou revejam-nas. Por exemplo: “Sabemos que dois S
no meio da palavra fazem som como o de PÁSSARO”, “Não existem palavras que
começam com Ç”, etc.
10.Faça da parede da sala de aula um grande mural de consultas, expondo cartazes com
regras construídas pela turma para que os alunos consultem em caso de dúvida. Os
cartazes podem ir sendo retirados, conforme a classe for se apropriando com segurança
de determinadas regras e convenções.

O que não fazer


Práticas que devem ser evitadas

1. Pedir que a criança escreva textos longos sozinha, como se ela já tivesse condições de dar
conta disso. O ideal é que os alfabéticos trabalhem em dupla ou coletivamente, para que
tenham a oportunidade de pensar como escrever (conteúdo).
2. Desafiar os alunos a lerem textos longos. Eles podem até dar conta de ler todas palavras,
mas chegarão ao fim sem compreender a história como um todo.
3. Propor atividades de cópia sem sentido, como “escreva dez vezes a palavra CACHORRO”,
na tentativa de fazer com que a turma aprenda com a repetição. É o uso contextualizado,
com sentido, que desperta dúvidas e ajuda os alunos avançarem.
4. Ler em voz alta a produção equivocada do aluno, como CARO para CARRO, acreditando
que assim ele vai compreender que errou. O mais adequado é perguntar a ele que outras
palavras são parecidas com CARRO e podem apoiá-lo na escrita. CARROÇA, por
exemplo.
5. Apresentar a mesma palavra, escrita de duas maneiras (adequada e equivocada) e pedir
que a criança aponte a correta, como EMBAIXO e EMBAISO. Não é a exposição à forma
errada e certa ao mesmo tempo que ajuda a criança a refletir. Ela precisa de desafios
contextualizados e da oportunidade de buscar apoio em referências seguras para
encontrar a forma correta.
6. Ensinar de maneira isolada quais palavras devem ser escritas com G, J, X, S, Z, SS, Ç…
Quando elas aparecem para as crianças, no dia a dia, estão em textos e não isoladas em
listas como essas. Além disso, ao ensiná-las de forma separada, espera-se que os
pequenos decorem a forma de registrá-las - e isso não funciona de modo satisfatório
porque a ideia não é construída pela criança, não faz sentido para ela.

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