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Causas de acidentes de trânsito no Brasil e no estado do Rio Grande do

Norte
Causa humana
As causas são classificadas em três categorias de fatores de risco: fatores humanos, fatores
ligados à infraestrutura e ao meio-ambiente, fatores ligados aos veículos. O fator humano
está presente em quase todos os acidentes de trânsito: subavaliação da probabilidade de
acidente, desatenção, cansaço, deficiências (visual, auditiva, motora), consumo de álcool,
consumo de droga, excesso de velocidade, desrespeito à distância mínima entre veículos,
ultrapassagem indevida, não-uso de cinto, de capacete, de proteção par criança,
imprudência de pedestres, de ciclistas, de motociclistas e entre outras coisas.

Causa ligados à infraestrutura e ao meio ambiente


Condições de conservação da via é frequente ouvir que as más condições das estradas são
a causa dos acidentes. De fato, uma degradação importante do pavimento, dos
acostamentos, da sinalização prejudica a segurança. Mas esta degradação não explica
tudo. Na realidade, mesmo sem ser mal mantida, a estrada pode ter perdido a possibilidade
de atender critérios básicos de segurança, devido ao ulterior desenvolvimento das regiões
atravessadas e à evolução do tráfego.
Mudança do contexto da rodovia é a urbanização de uma zona atravessada pela rodovia,
construção de acessos intermediários sem a necessidade visibilidade e a criação de linhas
de ônibus sem paradas devidamente instaladas e protegidas.
Causas ligados aos veículos

A gravidade especifica dos acidentes de trânsito é ligada obviamente à implicação dos


veículos, que podem se transformar em instrumentos extremamente perigosos em
consequência da violência do choque, de defeitos de manutenção, ou da utilização
incorreta. Violência do choque é apesar dum esforço coletivo contínuo e considerável dos
construtores, em caso de choque, a partir duma certa velocidade, os veículos continuam
sendo extremamente perigosos. É particularmente crítico em caso de choque entre um
veículo e um usuário não protegido (pedestre, ciclista, motociclista) e em caso de choque
entre veículos de robustez diferenciada: carro contra caminhão, carro leve contra 4x4, por
exemplo. Defeitos de manutenção: pneus lisos ou com falta de calibragem, faróis com
defeitos ou mal ajustados, retrovisores deficientes e falhas mecânicas. Utilização
incorreta é a visibilidade prejudicada com cargas obstruindo ângulos de visão, carga mal
condicionada e carga fora do gabarito.

Os acidentes de trânsito no Brasil


Para mortes

Observa-se que desde 2006 a situação dos acidentes de trânsito é extremamente


preocupante. Com isso tem duas vertentes, uma é os números de vítimas muito altos e
ainda vem crescendo a cada ano, e do outro, o governo federal muito modesto e pouco
ativo, como se não tivesse realizado a gravidade do problema ou se preferisse não o
enfrentar.

A estatística publicada pelo Ministério da Saúde, indica, para 2011, um número de 43.256
mortos em acidentes de trânsito. É o último dado publicado. A tendência geral, de 2001
a 2011 foi um aumento de 1.200 mortos cada ano. As variações nos últimos anos, entre
2009 e 2011 foram muito irregulares e não permitem antecipar qual poderá ter sido a
tendência em 2012 e 2013.

A outra estatística indicada pela Seguradora Líder, indica o número de óbitos decorrentes
de acidentes de trânsito, indenizados no âmbito do seguro DPVAT. O efeito de
comparação, observa-se que, em média, de 2001 a 2011, o número de mortes indenizadas
pelo DPVAT foi superior em 35% ao número de óbitos registrados pelo Ministério da
Saúde. Aplicando este aumento médio à estatística de 2011, o número de mortos naquele
ano seria da ordem de 58.000.
A curva "DPVAT" representa o número de indenizações pagas cada ano. Isto não
corresponde ao número de óbitos ocorridos no ano, pois certos processos de indenização
podem levar vários anos. A forma irregular da curva traduz unicamente a evolução dos
processos administrativos de indenização, sem nada a ver com a evolução do número de
ocorrências.

De maneira oposta, a curva "DATASUS" representa o número de óbitos registrados pelo


Ministério da Saúde cada ano. O gráfico mostra que, no período 2005-2015, o número de
mortos no trânsito, indenizados pelo DPVAT, foi superior ao número registrado no
âmbito do Sistema Único de Saúde.

Para feridos

O Ministério da Saúde registra as pessoas hospitalizadas: 179.000 em 2012, enquanto a


Seguradora Líder registra as pessoas indenizadas por invalidez permanente: 352.000 em
2012. Este último dado era de 150.000 em 2010 e cresceu de forma vertiginosa + 132%
em 2 anos. Isto é o reflexo de um fenômeno extremamente grave, ligado ao crescimento
da frota de motos, que vai provavelmente continuar se agravando nos próximos anos.
Existe, então, uma ameaça muito séria de que o número de feridos graves continue a
aumentar fortemente.
As estatísticas de acidentes têm por objetivo registrar, em complemento dos números de
acidentes e de vítimas, as características de todos os acidentes. São estas informações que
permitem identificar os perfis das vítimas e dos veículos envolvidos, os maiores fatores
de risco, os locais concentradores de acidentes.

O Ministério da Saúde (36.430 óbitos em 2017 e 204.000 feridos hospitalizados em 2015)


e o Seguro DPVAT (em 2017, 41.150 indenizações por morte e 284.190 por invalidez).
O gráfico abaixo mostra a evolução do número de óbitos registrados pelo Ministério da
Saúde de 2006 a 2017, com uma diminuição de 17% de 2010 a 2017, isto é, no período
da Década Mundial de Segurança 2011-2020.

A prevenção dos acidentes de trânsito


Lançada pela ONU em 2011, adotada pelo Brasil, a Década criou um contexto favorável
à mobilização espontânea de muitos estados e municípios e está se tornando a maior
referência no país em matéria de combate aos acidentes de trânsito.

A Década de Ações de Segurança (2011-2020); o Plano Vida no Trânsito (em curso); o


programa PNATRANS (a partir de 2019); a segurança dos pedestres, ciclistas e
motociclistas; programa de segurança nas rodovias federais; os socorros; eventos, ...

A prevenção dos acidentes abrange uma grande variedade de ações:

 Ações permanentes, de ordem geral, a longo prazo, tais como educação,


treinamento, controle dos veículos, melhoramento das infraestruturas;

 Ações específicas, a longo prazo, dirigidas contra determinados fatores de risco: o


excesso de velocidade, o consumo de álcool, a urbanização das margens das
rodovias, etc;

 Campanhas em prol da segurança de determinado tipo de usuário, ou da redução


dos acidentes em determinada área, etc.

Frente à gravidade da situação atual, a Década de Ações de Segurança, proposta pela


ONU, trouxe ao mesmo tempo um novo impulso e uma metodologia adequada.

Os socorros

Importância dos socorros na limitação das consequências dos acidentes a intervenção


rápida de socorros competentes e bem equipados pode aliviar consideravelmente as
consequências humanas dos acidentes, evitando óbitos e limitando as sequelas das lesões
sofridas pelas vítimas. Os usuários nunca agradecerão com suficiente gratidão o imenso
exército dos bombeiros, enfermeiros, médicos, policiais, agentes das operadoras de
rodovias que ficam de prontidão dia e noite para socorrê-los em qualquer ponto do
território.

Tais profissionais mantêm um esforço permanente de melhoria do atendimento,


aproveitando também os progressos das telecomunicações, dos meios e das técnicas de
resgate. Para os casos de acidentes com múltiplas vítimas, o Grupamento de Socorro de
Emergência RJ estabeleceu um manual de medicina de desastres, tratando da organização
do resgate.
Além disto, nos últimos dez anos, as concessões de rodovias permitiram a implementação
duma assistência médica gratuita nos trechos pedageados, com presença permanente de
ambulâncias, veículos UTI, enfermeiros e médicos.

São também extremamente importantes as primeiras providências tomadas pelos usuários


presentes no local dos acidentes. Neste intuito, a resolução 168 de 14/12/2004 do
DENATRAN condiciona a obtenção ou a renovação da carteira nacional de habilitação à
participação em um curso de primeiros socorros. O programa deste curso inclui:

 Sinalização do local do acidente;


 Acionamento dos recursos;
 Verificação das condições gerais da vítima;
 Cuidados com a vítima (o que não fazer).

Infraestruturas
Tratamento dos pontos críticos

Priorizar os projetos em função dos efeitos sobre a segurança.

 Identificar os pontos ou segmentos críticos em função da frequência e da


gravidade dos acidentes

 Constituir bases de dados organizadas para a análise das causas de acidentes nos
pontos ou segmentos críticos

Conceituar os projetos em função dos efeitos sobre a segurança.

 Estabelecer uma documentação técnica referente às várias medidas


recomendadas para o tratamento dos pontos ou segmentos críticos.

Procurar a coerência dos itinerários

 Quando tratar um ponto crítico, procurar os outros pontos apresentando defeitos


similares e prever o tratamento destes pontos aplicando medidas similares.

Restauração e melhoramento da rede existente

Como levar em conta a prevenção dos acidentes no programa de restauração?

Promover uma noção de exigência de qualidade para a rede viária.

 Traduzir está noção de qualidade em alguns princípios aplicáveis a qualquer


itinerário: visibilidade, inteligibilidade, adequação aos efeitos dinâmicos,
possibilidades de evitar os choques, limitação da gravidade dos choques,
coerência.

 A exigência de qualidade da rede necessita conduzir em paralelo a conservação


normal das infraestruturas existentes e os projetos destinados a adaptar as vias
ao desenvolvimento das regiões atravessadas e às novas condições de tráfego.

Impor o critério de segurança em todas as ações de projeto, construção, conservação e


restauração.

Moderação do tráfego

Chamada Traffic Calming em muitos países, a moderação do tráfego é uma estratégia de


planejamento urbano, visando reduzir a velocidade dos veículos e mudar o
comportamento dos condutores, para melhorar a segurança do tráfego e a qualidade de
vida nas cidades.

Novas vias

 Muitos fatores de risco de acidentes ligados à infraestrutura têm a sua origem na


evolução das zonas vizinhas: ocupação da faixa lindeira, abertura de novos acessos,
urbanização. Aos poucos, acumulam-se problemas de dificuldade crescente
necessitando uma redução drástica da velocidade autorizada. A rodovia não atende
mais os critérios de ligação de longa distância, em termos de capacidade e de tempo
de percurso.

 A época dos anos 60 deu luz à maioria das rodovias em uso atualmente. Uma nova
geração de rodovias é necessária para atender a demanda de crescimento
econômico do país, a exemplo do que já foi feito em certas regiões. Deverão ser
“autoestradas”, ou “vias rápidas”, de maior capacidade e com características
permitindo melhorar consideravelmente a segurança.

Sinalização

O CONTRAN está realizando uma revisão completa das normas de sinalização.

Os manuais previstos são:

Volume I – Sinalização Vertical de Regulamentação

Volume II – Sinalização Vertical de Advertência

Volume III – Sinalização Vertical de Indicação


Volume IV – Sinalização Horizontal

Volume V – Sinalização Semafórica

Volume VI – Sinalização de Obras e Dispositivos Auxiliares

O Volume I foi publicado em 2005, aprovado pela resolução CONTRAN 180. Os órgãos
e entidades de trânsito tinham até 30 de junho de 2006 para se adequarem ao disposto
nesta Resolução.

O Volume II foi publicado em 2007, aprovado pela resolução CONTRAN 243. Os órgãos
e entidades de trânsito terão até 30 de junho de 2008 para se adequarem ao disposto nesta
Resolução.

O Volume IV, também, foi publicado em 2007, aprovado pela resolução CONTRAN 236.
Os órgãos e entidades de trânsito terão até 30 de junho de 2008 para se adequarem ao
disposto nesta Resolução.

Estatísticas realizadas a partir do sistema de dados abertos "BR-Brasil – Boletins de


Ocorrências em rodovias federais"

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